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Igreja sem paredes - A fé que faz sentido hoje, aponta urgentemente ao próximo Palavra do presidente - a resposta da igreja para hoje Conferência 2015 - um chamado para a transformação da cidade a partir do evangelho Carlos Bezerra Junior e Antônio Carlos Costa põem em xeque o cristianismo sem obras

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COMUNIDADE DA GRAÇA SEDE

RUA EPONINA, 390 - V. CARRÃO

( 1 1 ) 2090-1800

UMA IGREJA FAMÍL IA

V IVENDO O AMOR DE CR ISTO

ALCANÇANDO O PRÓXIMO

E FORMANDO D ISC ÍPULOS

ACESSE O PORTAL COMUNA

WWW.COMUNA.COM.BR

E A Í , GOSTOU?

IGREJA FE ITA DE GENTE

“Megatemplo”. De uns tempos para cá, essa expressão passou a ser co-mum no vocabulário evangélico. Já reparou como o termo é corriqueiro quando o assunto é o tamanho do prédio de várias das igrejas que têm sur-gido em nossos dias? Ser uma grande igreja não é um problema. Ao longo de 36 anos, Deus prosperou a Comunidade da Graça e se hoje podemos oferecer aos membros uma boa estrutura, devemos isso a Ele.

Nosso foco, porém nunca esteve nem está nessas coisas. Sim, a igreja--família é feita de gente. Deus já falou que não habita em templos feitos por mãos humanas, e, com isso, deixou bem claro: nós somos a Igreja. O compromisso da Comunidade da Graça, de seus pastores, líderes e mem-bros é o de ser essa igreja, que vai aonde o Senhor quer e que, lá, ama a Deus e ao próximo.

É isso o que você verá nesta edição. O título, “Igreja sem paredes”, não é à toa. A palavra do nosso presidente (pg. 6) traz a clareza pastoral a esse respeito. Junto com ela, uma entrevista exclusiva com o pastor e depu-tado Carlos Bezerra Jr. e com o também pastor e ativista social Antonio Carlos Costa fala de um Evangelho prático que nos impulsiona na direção de nosso semelhante - esteja ele no nosso pequeno grupo ou no meio da favela mais perigosa.

Nossa revista está diferente. De testemunhos à execução de 21 cristãos na Líbia, nosso conteúdo foi ampliado. Alteramos diagramação e pautas, mas a principal mudança é que queremos que você e o que Deus tem feito em sua vida sejam nosso assunto principal. Acompanhe, opine, sugira, ou critique com liberdade. Quem faz a Comunidade da Graça é você!

GUSTAVO ROSANEL IPELA EQUIPE ED ITORIAL

O QUE VOCÊ ACHOU DOS TEMAS E ASSUNTOS DA REVISTA? DESEJA FAZER ALGUM COMENTÁRIO? TEM SUGESTÕES?

USE A HASHTAG #REVISTACOMUNA OU ENVIE UM EMAIL PARA [email protected]

A matér ia sobre Mar t in Luther K ing na #rev i s tacomuna me fez re f let i r sobre dar a v ida por out ros , de ixar um legado e fazer a d i fe rença at ravés de C r i s to - @bagemir

Adoro le r a #rev i s tacomuna, o conteúdo é s imples e profundo, a le i tura é ráp ida e a l inguagem é atua l e mui to descont ra ída ! - @ca ioccc ruz

DIREÇÃO GERAL : CARLOS ALBERTO DE QUADROS BEZERRA

CONSELHO GESTOR: CARLOS BEZERRA JR , SÉRGIO PAVARIN I , GUSTAVO ROSANEL I , RONALDO BEZERRA

COORDENAÇÃO ED ITORIAL : M IGUEL ANTUNES

COORDENAÇÃO DO PROJETO:GUSTAVO ROSANEL I

JORNAL ISTA RESPONSÁVEL : CÉSAR STAGNO - MTB 58740

REVISÃO:MILENA ROSANEL I E MAYRA BONDANÇA

COLABORADORES : PAULO ALEXANDRE SARTORI , MAYRA BONDANÇA, LU IZ ROCHA POMBO, ENRICO GUERRERO

DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁF ICO :SALSA COMUNICAÇÃO

CIRCULAÇÃO:NO ESTADO DE SÃO PAULO: SÃO PAULO CAPITAL; ARUJÁ; ATIBAIA; BALSA; BRAGANÇA; CAMPINAS; CARAGUATATUBA; GUARULHOS; MAUÁ; MOGI DAS CRUZES; REGISTRO; SANTOS; SÃO BERNARDO DO CAMPO; SOCORRO; SOROCABA; TATUÍ ; TAUBATÉ; UBATUBA. RIO DE JANEIRO: MACAÉ.MINAS GERAIS: GOVERNADOR VALADARES; SÃO SEBASTIÃO DE VARGEM ALEGRE; VISCONDE DO RÍO BRANCO. PARANÁ: CURIT IBA; FOZ DO IGUAÇU; LONDRINA; MARINGÁ; PARANAGUÁ; ROLÂNDIA. PERNAMBUCO: BARREIROS; CARUARU; CATENDE; ITAPISSUMA; JOÃO PESSOA; RECIFE; STA. MARIA DA BOA VISTA. BAHIA: SALVADOR; VITÓRIA DA CONQUISTA

IMPRESSÃO:FATOR GRAF ICO

DISTR IBUIÇÃO:1 1 . 300 EXEMPLARES

#61 | MARÇO | 2015

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CAPA | 18

IGREJA SEM PAREDES ENTREVISTA EXCLUS IVAA FÉ QUE FAZ SENT IDO HOJE APONTA URGENTEMENTE AO PRÓXIMO

CARLOS BEZERRA JR . E ANTÔNIO CARLOS COSTA PÕEM EM XEQUE O CR IST IANISMO SEM OBRAS

A RESPOSTA DA IGREJA PARA HOJE

06

UMA V IDA DE ALEGRIA E L IBERDADE

SOZINHOS NUNCA MAIS

26

30

A MULHER EXEMPLAR

08

SOMOS O POVO DA CRUZ

28

PIONE IROS NOVAMENTE

12

VOCÊ GOSTA DE SER CR IT ICADO?

RECOMENDO ACONTECEU

31 32 33

EU ACHE I QUE PRA MIM NÃO IA TER MAIS JE ITO

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PALAVRA DO PRES IDENTE CARLOS ALBERTO DE QUADROS BEZERRA

stamos testemunhando um mover de violência, de criminalidade, de imoralidade no seio das na-ções do mundo. Particularmente no Brasil temos vivido dias de extrema vergonha. Recentemen-te , nosso país foi considerado pelo prestigioso jornal americano, The New York Times, o mais

corrupto entre as nações capitalistas e democráticas.

Isso traz uma profunda tristeza ao meu coração. Me sinto envergonhado e me pergunto onde estamos nós, cristãos brasileiros, para fazer o contraponto? Onde estamos nós para responder à impiedade entre os povos, à afronta dos corruptos e da corrupção, para enfrentar os grupos crimi-nosos que se levantam no Oriente, no Ocidente, na Ásia, na África, em todas as nações? Onde está a Igreja de Je-sus dentro de todo esse contexto? Que diferença fazemos? Onde flui o sal, onde a luz brilha, onde se manifestam a graça e a justiça?

A resposta não está apenas com o presidente da repú-blica, ou com a ONU, ou com os prefeitos, ou com os políticos. A resposta está também com a Igreja, com

homens e mulheres alcançados pelo poder regenerador promovido pela graça salvadora de Jesus, e transforma-dos em sal da Terra e luz do mundo. Uma nova geração de santos de Deus, que vão fazer a diferença entre as nações e que com impetuosidade, coragem e destemor, vão influenciar onde quer que estejam, onde quer que haja necessidade, onde quer que haja luta, dificuldade e aflição. Somos chamados para fazer a diferença nesta hora em que as nações clamam por respostas.

Às vezes penso que a Igreja de Jesus olha para si mesma e se vê como um grande transatlântico, confortável e seguro, como se não houvesse necessidade de se envolver com os náufragos que morrem e padecem em meio à crise violenta que se abate entre as nações. Preferimos ficar em nosso lu-gar de conforto, resguardados de toda pressão e dificuldade, mantendo a nossa religiosidade - o conjunto de regras que governa a nossa conduta. Estabelecemos um padrão - por vezes perverso - de comportamentalismo que não alcança o necessitado, o oprimido, que não toca no coração daque-le que está perdido. Um padrão de comportamento que, ao invés de aproximar os homens da graça de Deus, os afasta.

EONDE FLU I O SAL , ONDE A LUZ BR ILHA, ONDE SE MANIFESTAM A GRAÇA E A JUST IÇA?

A RESPOSTA DA IGREJA PARA HOJE

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Nossa religiosidade tem nos afastado da nova geração. Uma geração que deseja muito conhecer a Deus, o Deus que é dinâmico, que age, que está presente, que se move para alcançar o perdido, para cuidar do pobre, do miserá-vel, do necessitado, do aflito e do desesperado. Um Deus que socorre a mulher traída e abandonada, que atende o coração do marido perdido e desesperado, que alcança o jovem dependente químico, que vai em busca deles.

Olho para as páginas de Atos dos Apóstolos e vejo o fantás-tico tempo que a Igreja em Jerusalém viveu, quando houve o derramar do Espírito Santo. Aquele grupo começou a fa-zer diferença. Tudo porque um grupo de homens e mulhe-res, muitos deles simples e iletrados, mas cheios do Espí-rito Santo, que experimentaram toda a plenitude de Deus, colocaram a cidade onde estavam, o estado onde estavam, o país onde estavam, o lugar onde estavam, de pernas para o ar, de cabeça para baixo. Revolucionaram o mundo.

Até quando vamos ser este barco de conforto, este grupo que gosta muito de celebrações e que não tem compromis-so com o evangelismo e com o discipulado?

CARLOS ALBERTO DE QUADROS BEZERRA

É FUNDADOR E PRES IDENTE DA

COMUNIDADE DA GRAÇA. É MEMBRO DA

ACADEMIA PAUL ISTA EVANGÉL ICA DE LETRAS

E PRELETOR INTERNACIONAL .

CASADO COM A PRA. SUELY BEZERRA.

N O SS A R E L I G I O S I DA D E T E M N O S

A FA STA D O DA N OVA G E RA Ç Ã O .

U M A G E RA Ç Ã O Q U E D E S E J A M U I TO

CO N H EC E R A D E U S , O D E U S Q U E

É D I N Â M I CO , Q U E AG E , Q U E E ST Á

P R E S E N T E , Q U E S E M OV E PA RA

A LC A N Ç A R O P E R D I D O ,

PA RA C U I DA R D O P O B R E ,

D O M I S E R Á V E L , D O N EC E SS I TA D O ,

D O A F L I TO , D O D E S E S P E RA D O .

Lembra-se de Paulo? Ele escreveu: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” - Gálatas 2.20. Em outras palavras, Cristo é minha vida. Daí vem a paixão pelos perdidos. Sabe qual é o nosso problema? Cristo não tem sido nossa vida, Ele tem sido apenas nossa religião.

Precisamos ser calor e luz, isso é o que um cristão deve ser. Na época de Cristo, as lâmpadas precisavam de óleo para iluminar. Assim, ninguém pode ser luz e nem ter ca-lor sem o óleo do Espírito Santo. É ele quem levará você a viver uma vida santa, a amar o perdido, buscar o desespe-rado, a dar a vida pelo necessitado, pelo aflito, pela viúva.

Miquéias declarou: “Eu estou cheio do Espírito do Se-nhor!” E nós devemos clamar: “Eu quero ser cheio do Espírito do Senhor!” Precisamos querer e buscar isso em nossas vidas. Só assim poderemos dar ao mundo a respos-ta que ele tanto procura.

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TRANSFORMAÇÃO SUELY BEZERRA

A MULHER EXEMPLARCOMO SER AQUILO QUE DEUS ESPERA DE NÓS?

O padrão de vida das mulheres é alto. Nós temos que ser amáveis, sensíveis, virtuosas, bonitas, criativas, submissas, amigas, talentosas, boas esposas, exce-lentes mães e muito mais. Como chegar a esse ponto tão sublime? Mais do que atender às expectativas das pessoas à nossa volta, precisamos corresponder ao padrão de Deus para nossa vida. Por isso, Deus manda que sejamos cheias do Espírito Santo, pois essa é a única forma de alcançarmos isso.

Entretanto, a Bíblia diz que o pecado em nossa vida entristece o Espírito Santo (1 Tessalonicenses 5.19) e as-sim ficamos muito abaixo do padrão que Deus tem para cada uma de nós. Veja se você se identifica com algum item dessa lista:

• Você se preocupa demais? Tem falhado em agradecer a Deus por todas as coisas, as boas e as más? Negligencia dar graças a Deus pe-las refeições?

“Deem graças em todas as circuns-tâncias; pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.” 1 Tessa-lonicenses 5.18

• Você evita fazer coisas para Deus porque se acha sem talentos? Tem sentimentos de inferioridade que te imobilizam? Quando faz algo para o Senhor, se esquece de dar--lhe a glória?

“Àquele que é capaz de fazer infinita-mente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu po-der que atua em nós...” Efésios 3.20

• Você tem falhado em ser uma testemunha de Cristo às pessoas? Tem usufruído as bênçãos da sua salvação mas não tem falado des-sas boas novas para os perdidos?

“... Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas.” Mar-cos 16.15

• Você se queixa, discute e acha defeitos nas pessoas? Tem um espírito crítico e fala sem bonda-de acerca de quem é diferente de você? Fica zangada consigo mes-ma, com Deus ou com os outros?

“Livrem-se de toda amargura, indig-nação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade.” Efésios 4.31

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• Você é descuidada com o seu cor-po? Não cuida dele como templo do Espírito Santo, comendo e tendo hábitos excessivos? Con-tamina seu corpo com pecados sexuais?

“Acaso não sabem que o corpo de vo-cês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mes-mos?” 1 Coríntios 6.19

• Você acha que pode fazer tudo o que quer, porque a Bíblia diz que é livre em Cristo? Acha que não tem responsabilidade pelo mais fraco que caiu ao seguir seu exemplo?

“Contudo, tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês não se torne uma pedra de tropeço para os fracos.” 1 Coríntios 8.9

• Você frequenta a igreja de manei-ra irregular ou esporádica, sem compromisso? É desatenta duran-te as pregações? Falta aos cultos de oração? Negligencia o culto doméstico?

“Não deixemos de reunir-nos como igreja...” Hebreus 10.25

• Você mente de vez em quando? Exagera? Acha que “pequenas mentirinhas” não são pecado? Conta as coisas da maneira que gostaria que fossem, e não como realmente são?

“Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas...” Colossenses 3.9

• Você tem dificuldade em perdoar alguém? Tem desprezado algu-ma pessoa por causa de algo no passado? Guarda mágoas contra quem te ofendeu?

SUELY BEZERRA, É L ÍDER NAC IONAL DO

MIN ISTÉR IO MULHERES INTERCESSORAS .

É CASADA COM O PR . CARLOS ALBERTO BEZERRA

E AUTORA DE VÁRIOS L IVROS RELAC IONADOS

COM A ORAÇÃO E A PRÁT ICA DEVOCIONAL

“Suportem-se uns aos outros e perdo-em as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou.” Colossenses 3.13

• Você perde o seu tempo em con-versas fiadas? Passa horas vendo lixo na TV e na Internet, lendo li-vros e revistas que não edificam, adiando as coisas importantes e a leitura da Bíblia?

“...Aproveitando ao máximo cada oportunidade (remindo o tempo), por-que os dias são maus.” Efésios 5.16

Muitos outros pontos poderiam ser acrescentados a essa lista. Mas o im-portante é sabermos que o pecado in-terrompe nossa comunhão com Deus e não promove o nosso crescimento. Deus quer que nós sejamos cheias do Espírito Santo, esse é seu maior dese-jo. Para isso, precisamos saber tratar com o pecado.

O que tem te impedido de viver uma vida plena? Quando confessamos e abandonamos o pecado, estamos prontas para viver no padrão de Deus para nós. O resultado mais notável disso é a presença do fruto do Espí-rito Santo em nossa vida. A mulher exemplar tem os olhos fixos em sua

identidade em Cristo - e não na opi-nião das pessoas - e com isso, frutifica no tempo certo e abençoa as pessoas ao seu redor.

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Anúncio Conferência Internacional

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Anúncio Conferência Internacional

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HISTÓRIA REDAÇÃO

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m dos anos mais de-cisivos da história.” É assim que o autor e correspondente in-ternacional Christian Caryl define 1979.

O ano em que Margaret Thatcher foi eleita a primeira-ministra da Grã Bre-tanha, o aiatolá Khomeini instaurou a república islâmica no Irã – estabelecen-do leis inspiradas no alcorão – e subiu ao poder o último presidente do regi-me militar brasileiro, João Figueiredo. Neste cenário de mudanças, os pastores Carlos Alberto e Suely Bezerra ousa-damente fundavam a Comunidade da Graça com o sonho de um lugar onde as pessoas pudessem viver em famí-lia em uma cidade agitada e moderna como São Paulo.

Passando pela Vila Formosa, pelos te-atros Brigadeiro e Nydia Licia e pelo CPP (Centro do Professorado Paulista), a Comunidade se instalou oficialmen-te num galpão simples na Vila Carrão – onde se encontra até hoje. O relacio-namento de amor, serviço, fidelidade e compaixão entre os membros foi o princípio da visão que seria estabe-lecida alguns anos mais tarde: “uma igreja-família, vivendo o amor de Cris-to, alcançando o próximo e formando discípulos.” O programa Encontros de Paz – no rádio e na TV – foi um dos

“U

instrumentos usados para levar essa vi-são além das quatro paredes da igreja.

No dia 25 de fevereiro, essa história completou 36 anos. São mais de três dé-cadas de uma igreja jovem que procura se renovar, mantendo sempre um com-promisso sério com a sociedade e com os anseios do mundo.

Num casamento, os 36 anos são repre-sentados pelo cedro. A Bíblia o destaca por ser uma árvore imponente, que é for-te, prevalece e serve de abrigo. Pela soli-dez de suas bases, é fácil ver como isso se aplica e tem se tornado realidade na vida da igreja. Como destacado em Ezequiel 17.23-24: “Nos montes altos de Israel eu o plantarei; ele produzirá galhos e dará fruto e se tornará um cedro viçoso. Pássaros de todo tipo se aninharão nele; encontrarão abrigo à sombra de seus ga-lhos. Assim saberão todas as árvores do campo que eu, o Senhor, abati a árvore alta, elevei a árvore baixa, sequei a árvo-re verde, e fiz reverdecer a árvore seca; eu, o Senhor, o disse, e o fiz.”

E essa solidez é reflexo do firme rela-cionamento de seus fundadores e líde-res, os pastores Carlos Alberto e Suely Bezerra, que são peça-chave dessa tra-jetória e completaram 49 anos de orde-nação pastoral e casamento também no mês de fevereiro. Um ministério mar-

cado pelo amor, sempre enfatizando os relacionamentos e a formação de novos discípulos. Sua seriedade e compro-misso com o chamado de Deus impac-taram muitas vidas fazendo com que diversos grupos e pessoas tenham sido gerados sob a cobertura e influência da Comunidade da Graça.

As boas novas de Jesus Cristo têm atra-vessado o tempo e as fronteiras. E o trabalho do ministério liderado por este casal tem sido coerente e constante, ao longo dos anos, além de ter alcançado lugares distantes, como Estados Unidos, Europa e Japão.

Assim como em 1979, a Comunidade da Graça continua sendo pioneira no serviço, no amor e na formação de dis-cípulos, transformando pessoas através da Palavra e influenciando nações. Um ministério que, assim como a madeira do cedro é exaltada pela sua qualidade, é reconhecido pelo seu trabalho exce-lente, firmado no Evangelho de Jesus Cristo. E isso é só o começo.

“Os justos florescerão como a palmei-ra, crescerão como o cedro do Líbano; plantados na casa do Senhor, floresce-rão nos átrios do nosso Deus. Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes, para proclamar que o Senhor é justo.” Salmos 92.12-15

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SERVIÇO AO PRÓXIMO REDAÇÃO

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E U A C H E I

Q U E P R A M I M

N Ã O I A T E R

M A I S J E I T OL I B E R TA Ç Ã O , I D E N T I D A D E ,F É E E V A N G E L I S M O -O P R O P Ó S I T O D O P R O J E T O L I F E

ERA ASSIM QUE IVO GOMES DA SILVA SE ENCONTRAVA QUANDO OROU A DEUS PEDINDO UMA NOVA CHANCE

ependente do crack, ele abandonou a família para voltar ao vício que há mais de 12 anos o assombrava. “Eu era casado, tinha uma família, filhos. Já era batizado e conhecia o evangelho”, conta. “E então, por falha minha, errei com a mi-nha esposa e foi onde tudo começou.”

Depois de três anos vivendo no mundo das drogas, passou por algumas casas de recuperação e acabou indo parar na rua. Pen-sava em acabar com a própria vida, quando um de seus irmãos e um sobrinho o encontraram e o levaram para a Casa Life.

“Quando cheguei, tinha a intenção de ficar poucos dias e sair, mas o projeto de Deus para a minha vida era outro”, explica Ivo. Ele ficou em recuperação durante seis meses, mas em pouco tempo já testemunhava e pregava aos colegas.

Hoje, com o tratamento finalizado e completamente recupe-rado, ele sonha em impactar a vida de outras pessoas com o seu testemunho e comemora o início das reuniões de Encon-tros de Paz em sua casa. “Deus usa a minha vida sem eu falar nada. As pessoas achavam impossível eu ser transformado, mas quando elas me veem, veem do que Ele é capaz.”

Uma pesquisa realizada pelo INPAD -Instituto Nacio-nal de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas- revela que o Brasil tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína. Segundo a Organização Mundial da Saúde, esse número representa 20% do total de con-sumidores mundiais. Ivo fazia parte dessa estatística.

Além disso, o último censo da população de rua de São Paulo, feito pela Fundação Instituto de Pes-quisas Econômicas (Fipe), constatou que o total de pessoas vivendo nessa situação supera o número de habitantes de mais da metade dos 645 municípios paulistas. E nos últimos dez anos, o total de mora-dores de rua só na capital do Estado aumentou 57%.

D

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Esta escandalosa situação é o retrato mais cruel da mi-séria social que se aprofunda em diversos ramos da es-fera pública. E, em particular, para o Pastor Valter Oli-veira, da Comunidade da Graça em Suzano/SP, é um alerta: “A Igreja precisa ir para a rua urgentemente! Pre-cisa levar sementes de vida para as pessoas. A missão da Igreja é cuidar dos rejeitados da sociedade, e estamos preparados para isso.”

O Projeto Life, desenvolvido pelo pastor, é um trabalho social ligado à reabilitação e ressocialização de indiví-duos. Especificamente, moradores de rua. Contrário ao que muitos poderiam pensar, a palavra “Life” não está associada ao seu significado em inglês -“vida”-, isso é apenas uma coincidência. Na verdade, trata-se de uma sigla formada pelas palavras: Libertação, Identidade, Fé e Evangelismo, que são as bases desse trabalho.

Nascido em 2006, o projeto tem três braços: a capelania no Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcante –localizado em Jundiapeba, Mogi das Cruzes/SP-; o “Pé na rua”; e a “Casa Life”. “Entendemos que uma Igreja influente é aquela que tem contato com a sociedade e atende suas necessidades básicas e urgentes. O corpo de Cristo deve trabalhar para abençoar a cidade. O Projeto Life é o pro-jeto rua, é a Igreja fora das quatro paredes”, comenta o idealizador do programa.

O trabalho de capelania começou em 2008, e hoje conta com 65 voluntários que oferecem atendimento espiritual aos pacientes –principalmente os que sofrem de hansení-ase (leprosos), e mulheres dependentes químicas-, seus parentes e aos funcionários do Hospital Dr. Arnaldo. Já o “Pé na Rua” –projeto desenvolvido originalmente pela Fundação Comunidade da Graça-, que tem sido uma ferramenta de abordagem para que aqueles que desejam abandonar a dependência química possam ir, volunta-riamente, para o centro de reabilitação, começou a ser implementado há três anos. O mesmo conta com a par-ticipação de outro grupo de voluntários que se reúnem toda sexta-feira, às 22.30 horas, para percorrer as ruas de Suzano, Poá, Itaquaquecetuba e Arujá, oferecendo ali-mento, roupas e calçados aos moradores de rua.

A conversa com eles serve para estabelecer um relacio-namento de confiança e como filtro para poder saber quais realmente desejam sair da dependência. “A Casa Life não existiria se não fosse pelo Pé na Rua”, comenta Fauzi Alves, um dos coordenadores do centro de rea-bilitação. Segundo ele, o tempo mínimo que uma pes-

“A C A S A L I F E N Ã O O F E R EC E U M T RATA M E N TO

C L Í N I CO . A S P E SS OA S A LOJ A DA S L Á S Ã O M I N I S -

T RA DA S CO M A PA L AV RA D E D E U S E PA RT I C I PA M

D E AT I V I DA D E S D E L A B O RT E RA P I A –T RA B A L H O S

M A N UA I S - G R U PA I S O U I N D I V I D UA I S . É I M P O R -

TA N T E Q U E O D E P E N D E N T E Q U Í M I CO S E S I N TA

Ú T I L E T E N H A A C A B E Ç A O C U PA DA CO M P E N S A-

M E N TO S S A D I O S” , E X P L I C A E D UA R D O A L M E I DA ,

U M D O S CO O R D E N A D O R E S .

SERVIÇO AO PRÓXIMO

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soa precisa para se desintoxicar é de seis meses, e todo aquele que chega na Casa é orientado para não abando-nar o local antes de completar esse espaço de tempo.

Além disso, o Projeto Life oferece também assessoria jurídica, financeira, médica e psicológica. Eduardo ex-plica: “O serviço ao próximo envolve todas as áreas. Há um acompanhamento que vai além da casa. Por exem-plo, se a pessoa tem que se apresentar no Fórum, vamos com ela; se tem que ir ao médico, vamos também ou até marcamos a consulta se precisar.”

O período mais complicado, segundo o Pr. Valter, é o de reinserção social: “Por um lado, o cara tem medo de voltar à sociedade. E por outro, pela falta de formação ou pelo histórico, é difícil colocá-lo novamente no mer-cado de trabalho. Mas, graças a Deus, alguns empresá-rios têm nos ajudado oferecendo emprego para aqueles que se recuperam”, explica o Pr. Valter.

Desenvolvido inteiramente a partir do voluntariado e das doações de membros da CG Suzano, amigos e parceiros do programa, o projeto procura ser um canal de ajuda diante da falta de políticas públicas eficientes neste assunto.

“ E ST E LU G A R T E M S E TO R N A D O U M A R E F E R Ê N C I A .

A S P E SS OA S DA C I DA D E S A B E M Q U E C U I DA M O S D E

M O RA D O R E S D E R UA E D E P E N D E N T E S Q U Í M I CO S . A

I G R E J A E ST Á PA RA A B E N Ç OA R A C I DA D E .”

O trabalho do Projeto Life tem gerado uma nova espe-rança na vida daqueles que esperam uma oportunidade para recomeçar. A oportunidade de uma nova vida que vem através de Jesus.

“ N A C A S A T E M H O R Á R I O PA RA ACO R DA R , TO M A R

C A F É , FA Z E R A D E VO C I O N A L , A SS I ST I R T E L E V I S Ã O -

N Ã O S Ã O TO D O S O S P R O G RA M A S Q U E E L E S P O D E M

V E R - , PA RT I C I PA R DA C É LU L A O U D O C U LTO E D O R -

M I R . O M O RA D O R D E R UA N Ã O T E M N E N H U M A R EG RA ,

E N T Ã O T E M O S Q U E E N S I N A R E SS A S CO I S A S J U N TO

CO M O S P R I N C Í P I O S D O R E I N O D E D E U S : O A M O R ,

O S E R V I Ç O , A P R E STA Ç Ã O D E CO N TA S , O P E R D Ã O , O

D O M Í N I O P R Ó P R I O ” , D E S C R E V E O P R . VA LT E R .

PARA CONHECER MAIS SOBRE O PROJETO L IFE ,

SE ENGAJAR OU AJUDAR F INANCE IRAMENTE

ACESSE O S ITE DA CG SUZANO

WWW.CGSUZANO.COM.BR

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18

CAPA

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Hoje em dia há uma confusão sobre o que é ser igreja. Muita gente por ai acha que isso tem a ver com prédio, com estru-turas, com eventos. Mas a verdade é que a Igreja somos nós e nossa expressão de amor por Deus e pelo próximo.

A Comunidade da Graça nasceu dessa visão. A igreja-famí-lia não é estática ou presa, é dinâmica. E essa marca tem atravessado o tempo: foi assim nos cultos nos teatros, segue acontecendo nos pequenos grupos de hoje em dia, e se ex-pressa no trabalho da Fundação Comunidade da Graça.

Como afirma o Pastor Carlos Alberto, fundador e presidente da denominação: “Somos chamados a ser uma igreja que não se limita a edifícios ou prédios para anunciar as grandezas de Jesus. Uma igreja que rompe toda barreira de raça, posição social, idade ou paradigma. Em verdadeira unidade, quere-mos ser uma igreja que avança e cresce, ultrapassando todas as fronteiras e alcançando corações quebrados e necessitados da mesma graça com a qual nós mesmos fomos alcançados.”

A Igreja sem paredes mostra o evangelho e vai até onde as pessoas estão. Vê a desesperança nos olhos do próximo e testemunha-lhe a esperança de Cristo. Declara ao necessita-do que ele não está sozinho e que o Senhor deseja encontrá--lo ali mesmo, onde está.

Neste ano, Ano da Plenitude, a Comunidade dá mais um pas-so nesse sentido. A Conferência Internacional 2015 terá esse

condão: tratar da Igreja e da cidade, por entender justamente que a primeira não é um elemento isolado, um corpo estra-nho nos lugares em que está inserida. Ao contrário, tem um compromisso espiritual e social com este mundo (Jeremias 29.7). Um compromisso de transformação.

A C15 reunirá líderes para falar a esse respeito. Um dos pa-lestrantes, Francis Chan, tem um ministério internacional-mente reconhecido nessa área. Numa entrevista exclusiva oferecida para a Revista Comuna – a qual você poderá ler na íntegra na próxima edição -, ele afirmou: “Precisamos de mais cristãos cheios do Espírito Santo fora dos edifícios da igreja, que corajosamente compartilham o evangelho para salvar vidas.”

A igreja sem paredes não se restringe a templos ou institui-ções para cumprir seu chamado de fazer discípulos de Jesus e ajudar o necessitado. Avança e cresce, ultrapassando as fronteiras e alcançando corações quebrados e necessitados através da graça.

O papel da Igreja só ficará claro quando entendermos que em Cristo desaparece a distância, porque nele somos um só cor-po, nele há esperança, proximidade e paz. Nele não há mais paredes (Efésios 2.14-16). Só assim, a Igreja poderá ser uma poderosa ferramenta para transformar a cidade e destruir os muros que impedem as pessoas de conhecerem o evangelho das Boas Novas de Jesus.

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20

Q U E M

T E M

U M

S O N H O

N Ã O

C A N S APOR SÉRGIO PAVARINI

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21

eses atrás estive no Rio de Janeiro cobrindo um evento literário num dos bairros da ci-dade. O trânsito era livre até certo ponto. A partir dali, olheiros do tráfico precisavam au-torizar a entrada dos convidados.

Nas ruas próximas ao centro cultural, me chamou a atenção o número de adolescentes amputados. “Os traficantes man-dam cortar a mão de quem comete pequenos delitos para de-sestimular novas ocorrências”, me explicou o motorista. E continuou a exposição sobre a violência carioca cotidiana, algo muito longe dos “encantos mil” (de)cantados na canção famosa. Não foi fácil dormir naquela noite.

Segundo o ditador russo Joseph Stalin, “a morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística”. A profusão de notícias em tempo real parece ter acentuado o nosso entorpecimento. Enquanto você ler esta matéria, pelo menos 200 crianças no mundo vão morrer de fome ou de doenças evitáveis. Uma notícia como essa toca seu coração de alguma forma?

Pensando apenas no Brasil, a média anual de mortes violen-tas é superior à de conflitos como a guerra civil de Angola e a Guerra do Iraque. Foram mais de 1 milhão de homicí-dios nos últimos 20 anos. Questões como essas unem dois homens de trajetórias diferentes: um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. Ambos são pastores, mas as batalhas que protagonizam não acontecem nos púlpitos. A importância da

atuação deles é reconhecida pela mídia e muitas vezes eles se encontram nas páginas dos principais jornais e sites.

Pastor da Igreja Presbiteriana da Barra da Tijuca (RJ), Antô-nio Carlos Costa é o fundador da Rio de Paz, ONG que com-pletou recentemente sete anos. Carlos Bezerra Jr. é médico ginecologista e obstetra e deixou o consultório para trazer à luz inúmeros projetos importantes na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa de São Paulo. Entre várias bandeiras, Costa e Bezerra escolheram os Direitos Humanos como sinal do Reino. Infelizmente, a simples men-ção ao tema provoca olhares de reprovação de muita gente bem intencionada que vendeu sua faculdade de pensamento para a Internet. Contentam-se com ideias prontas e equivocadas, algu-mas com menos de 140 caracteres. Remetendo à advertência do profeta Oséias, a falta de conhecimento continua provocando destruição. No caso brasileiro, dentro e fora da igreja.

Como no caso dos adolescentes cariocas, uma igreja que não luta para transformar o mundo está amputando as mãos de Deus. Contudo, o mesmo que restaurou mãos mirradas con-tinua colocando tendões de compaixão em ossos outrora se-cos. Essa é a luta dos líderes que entrevistei para esta edição da Comuna. Um embate que requer mãos duplamente equi-padas (sensibilidade + informação) como a dos que trabalha-ram na reconstrução dos muros de Jerusalém. Se nas pala-vras do compositor jovem, “fácil não é nem vai ser”, jamais desanimamos na certeza de que esta batalha é do Senhor.

“ N Ã O H Á L E I A Q U I . O S T R A F I C A N T E S D E C I D E M E A O P O V O C A B E A P E N A S O B E D E C E R . ”

M

Page 22: Revista Comuna 61

22

ENTREVISTA

H Á Q UA S E 2 M I L V E R S Í C U LO S N A B Í B L I A

S O B R E P O B R E Z A E J U S T I Ç A . Q UA L A O R I G E M

DA N E G L I G Ê N C I A A T E M A S TÃO C E N T R A I S

Q UA N TO E S S E S ?

“ Q UA N D O D O U C O M I DA AO S P O B R E S , M E

C H A M A M D E S A N TO. Q UA N D O P E R G U N TO

P O R Q U E E L E S S ÃO P O B R E S , C H A M A M - M E D E

C O M U N I S TA .” JÁ PA S S O U P O R P R O B L E M A S

PA R E C I D O S C O M O D E D O M H E L D E R C A M A R A ,

AU TO R D E S S A F R A S E ?

C A R LO S B E Z E R R A J R . : Religiosidade pura e mercan-tilização da fé. Farisaísmo da pior espécie e ignorância. Junte aí as mais variadas distorções teológicas. As con-sequências disso nas igrejas são devastadoras. Sobra julgamento, falta misericórdia, sobra dedo apontado, falta acolhimento.

Falsos líderes de púlpitos e palanques estão ficando famosos nessa praia. De quebra, criam ainda o estere-ótipo do “evangélico” de hoje: o cara da prosperidade toda pra si e que não se importa mais com nada - afinal, que compromisso deveria ter com o mundo? A fé sobre a qual ouve o aliena de seu semelhante. A conversão que se prega não resulta em compaixão. Temos de lutar contra isso profeticamente. Orando e agindo, protestando e intervindo. Não há negociação. A igreja em que acredito está muito pra além de quatro paredes. Ela vai aonde está a dor para curar, se colo-ca ao lado de quem sofre nos hospitais, planta jardins de compaixão em meio à brutalidade da cidade. Ela é estabelecida com pacto social de amor ao próximo e compromisso espiritual de avivamento por onde passa.

ANTÔNIO CARLOS COSTA: É algo que envolve o campo dos afetos. Creio que é mesmo falta de amor e de compaixão. Está em curso no Brasil uma espécie de pregação que, em vez de formar homens de carne, está formando estátuas de mármore. Há pessoas que não se comovem com nada, fruto de uma evangelização incapaz de apresentar a compaixão como sinal por excelência do novo nascimento. A missão principal da igreja é amar. Não é pregar o evan-gelho, nem lutar por justiça. Primeiramente, ela ama, e depois vai agir em uma direção ou outra. O amor é que vai dizer como viabilizar a existência daquele que a Pro-vidência colocou em seu caminho.

Soma-se a isso outros fatores teológicos. Nossa filosofia de história é pessimista, fazendo com que a igreja cruze os braços. Certa vez um pastor disse: “Não estamos aqui para organizar o inferno”. O que caracteriza o inferno é a com-pleta falta de esperança, no entanto há soluções para este mundo não ser tão ruim e injusto. Se gente como Locke, Rousseau, Wesley e Luther King pensasse “não tem jeito”, continuaríamos vivendo em um cenário de terror.

CB: Nossa... Perdi as contas! Já fui chamado de comunista por outros crentes e até por gente do meu próprio partido. Fui criticado quando defendi grávidas pobres, perseguido quando combati o abuso de crianças e atacado quando de-clarei guerra ao trabalho escravo. Não sou comunista, claro. Sou cristão em Jesus e não ignoro a dimensão social disso.

Entre dar o peixe e ensinar a pescar, escolho liberar o aces-so de todos à lagoa. Por quê? Porque esse é o exemplo do meu Mestre. A mesma fé que faz com que a gente cuide dos feridos pelas estradas das Jericós de hoje deve nos levar con-testar esse sistema que permite tantos assaltos e acidentes nessas vias.

COM SUA ESPOSA, A PASTORA E VEREADORA

PATRÍC IA BEZERRA, EM MANIFESTAÇÃO CONTRA

A EXPLORAÇÃO SEXUAL NA COPA DE 2014

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Fazemos isso orando, é verdade. Mas fazemos isso nos ma-nifestando, ocupando espaços públicos de poder e usando tudo isso para sinalizar o Reino de Deus neste mundo injus-to. Todo cristão que quiser ser sal e luz enfrentará resistên-cia espiritual e social. Por isso, sempre que sou contestado, descanso em Deus porque sei que o trabalho jamais será vão.

AC : Esse é um dos estigmas que tentam colar no meu ministério. Há setores do protestantismo brasileiro se queixando que estou para me tornar liberal, no sentido de apostatar da fé. Afirmam ainda que sou comunista e que meu projeto é levar a igreja para o marxismo ou trazer o marxismo para dentro da igreja. O discurso da esquerda não me atrai sob vários as-pectos. Não acredito na revolução do proletariado, não acredito que teremos uma geração que dará fim ao sistema de classes, instaurando um mundo livre, no qual não teremos patrões, mais-valia e exploração. O homem não banca esse projeto. Temos uma natureza que só pode ser transformada por meio do Evangelho. Podemos trabalhar com políticas públicas e aperfeiçoar a democracia, contudo sem tocar em corações que ne-cessitam ser redimidos.

Não sou liberal. Para mim, o Liberalismo Teológico não é uma vertente do Cristianismo, é outra religião. Não sou marxista porque não se trata apenas de uma teoria econômica e política. É uma filosofia que parte do pressuposto de que, para o mundo funcionar bem, você tem que banir o nome de Deus e a religião.

“ A I G R E J A N A Q U A L A C R E D I T O

E S T Á M U I T O P R A A L É M D E Q U A T R O

P A R E D E S . E L A V A I O N D E E S T Á A D O R

P A R A C U R A R , S E C O L O C A A O L A D O

D E Q U E M S O F R E N O S H O S P I T A I S ,

P L A N T A J A R D I N S D E C O M P A I X Ã O E M

M E I O À B R U T A L I D A D E D A C I D A D E ” .

BEZERRA JR . C I TA PROFETA AMÓS PARA FALAR DE

JUST IÇA SOC IAL NO MAIS IMPORTANTE FÓRUM DE

D IRE ITOS HUMANOS DA ONU, EM GENEBRA, SU ÍÇA

EM MOMENTO DE ORAÇÃO: NÃO HÁ IGREJA

QUE S IRVA AO PRÓXIMO SEM UM PROFUNDO

COMPROMISSO ESP IR ITUAL

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DA D É C A DA D E 1 9 8 0 PA R A C Á , O N Ú M E R O

D E E VA N G É L I C O S N O PA Í S E X P E R I M E N TO U

O M A I O R C R E S C I M E N TO DA H I S TÓ R I A .

N O E N TA N TO, A P E R C E P Ç ÃO S O B R E O

R E B A N H O P E R M A N E C E N E G AT I VA . O

E N V O LV I M E N TO S O C I A L É U M C A M I N H O

PA R A M U DA R E S S E Q UA D R O?

C B : Como esperar que alguém veja os evangélicos de forma positiva quando boa parte desses que dizem “ir-mãos” são símbolos de intolerância racial, ódio a mi-norias, estímulo a preconceitos, defesa de concentração de renda, meritocracia, associações políticas espúrias, corrupção e moralismo do mais rasteiro? Impossível. O envolvimento social é um caminho, mas igreja não se faz com voluntarismo. Minha única mensagem e a da Comunidade da Graça é a de Jesus. Olhamos para Deus e sua obra de amor incondicional pelo ser humano. É uma mensagem só, com dois lados. Amor a Ele e amor ao próximo. Esse é o árbitro do meu coração na vida pública, do meu pai no pastorado, do Antônio Carlos em suas manifestações e do líder do pequeno grupo em sua célula. O Mãe Paulistana salva vidas todos os dias e é hoje a maior política pública para saúde da mulher em São Paulo. Qual o espírito que motiva essa lei que propus? A compreensão bíblica de que a vida é valor supremo e que jamais pode ser barateada. Só nos cabe a decisão de cumprir com o que Deus espera de nós, como cristãos e como igreja.

AC : Uma igreja envolvida no combate à violação dos direitos humanos e dedicada à diminuição da desigual-dade social seria uma cidade edificada sobre o monte. Esse é o melhor caminho para recobrarmos a credibi-

V I V E M O S U M M O M E N T O D E

O P R Ó B R I O . D E V E R Í A M O S

V E S T I R P A N O D E S A C O E C I N Z A

P O R Q U E E S T A M O S P E R D E N D O A

O P O R T U N I D A D E R A R A D E L E V A R U M A

N A Ç Ã O A O S P É S D E J E S U S .

ANTÔNIO CARLOS DURANTE ENTREVISTA À REVISTA

COMUNA: UMA IGREJA ENVOLVIDA NO COMBATE À

VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E DEDICADA À

DIMINUIÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL SERIA UMA

CIDADE EDIF ICADA SOBRE O MONTE

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C O M O A C O M U N I DA D E DA G R AÇ A P O D E

S E G U I R S E N D O AT UA L E R E L E VA N T E ?

C B : O espiritual e o social são nossas prioridades. Que-remos uma igreja profética nos pequenos grupos, po-derosa nos dons espirituais, firme na verdade bíblica do Evangelho e com um amor prático pelo próximo - enxergando-o integralmente. Esse é o modelo da Comunidade da Graça. Somos uma igreja-família, e nos posicionamos segundo essa visão de Deus. A Fundação Comunidade da Graça, com 500 mil atendimentos por ano, não é maior do que o pe-queno grupo. Na verdade, ambos são a mesma coisa: a Igreja. Vejo nossos membros cuidando de dependentes químicos, fazendo reuniões em orfanatos, promoven-do mudanças em presídios, iniciando creches, dando comida pelas ruas e evangelizando onde passam. Isso tudo faz meu coração ser grato a Deus.

lidade perante a opinião pública e perante setores da sociedade que nos menosprezam e, de certa forma, por motivos justos. O fato de ser evangélico me ajuda na favela, mas com-plica com os meios de comunicação, com a universida-de, com os formadores de opinião. Essa gente não nos tem como confiáveis, nos vê como ingênuos e alienados. Vivemos um momento de opróbrio. Deveríamos vestir pano de saco e cinza porque estamos perdendo a opor-tunidade rara de levar uma nação aos pés de Jesus. O Brasil é um dos países do planeta mais abertos à prega-ção do Evangelho. Os templos estão lotados e a fome espiritual é tão grande que continuam lotados, apesar da superficialidade das mensagens e de muitas bizarri-ces no local de adoração.

Nosso chamado é aquele do jejum que Deus espera de nós, descrito em Isaías 58: romper as cadeias da injus-tiça, desatar as cordas do jugo, libertar os oprimidos, repartir os alimentos, dar abrigo aos sem-teto, vestir os que estão nus. Queremos pessoas comprometidas com o Evangelho integral de Jesus. Nossa igreja é feita des-sa gente, essa é a marca da Comunidade.

AC : Muitas igrejas estão lutando para alcançar o que a Comunidade da Graça tem de bom e não conseguem. Os pastores são piedosos, tementes a Deus, você perce-be um clima de amor muito grande na igreja, adoração contemporânea com boa música, muita ênfase em evan-gelização, grupos pequenos... Tenho ministrado muito aqui (na sede) e nos encontros de liderança. Estive em Porto Seguro (BA) e em Águas de Lindóia (SP) falando para os pastores. Outro fator importante é o fato de você ter a figura do Carlos Al-berto Jr. Ele faz boa política, com ênfase em Direitos Humanos e um discurso que tem consequências práti-cas como a legislação sobre o trabalho escravo, projeto do qual ele é autor. A Comunidade da Graça está diante de uma oportuni-dade histórica de se tornar uma igreja referência para o país. Mais ainda: ela já faz parte de uma nova história que está começando no Brasil.

ANTÔNIO CARLOS NO DIA 1 1 DE JANEIRO

NA COMUNIDADE DA GRAÇA SEDE

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NOSSA COMUNIDADE AGUINALDO FERNANDES

Deus criou as pessoas para serem prósperas. Mas isso não tem a ver com dinheiro ou posses. A prosperidade de Deus refere-se ao fato de podermos ser nós mesmos em Sua pre-sença. O contentamento que tanto buscamos está em Jesus.

Sobre este assunto, a Bíblia nos ensina que a prosperidade está diretamente ligada à consagração, a uma vida de devo-ção, de entrega a Deus.

Então, o que devemos fazer para ter uma vida próspera?

“Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia.” Pro-vérbios 28.13

Uma vida próspera está relacionada ao arrependimento. Por isso, para responder à desobediência que impede a prosperidade, precisamos confessar e abandonar o pecado.

Cristo operou uma grande libertação e já lidou com a nossa iniquidade na cruz, purificando-nos através do Seu sacrifí-cio. Como está escrito em Hebreus 9.26:

“Ele apareceu uma vez por todas no fim dos tempos, para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo.”

Mas, eis que surge então a pergunta: Se a obra já foi com-pleta por Jesus, por que há tantos galhos secos que dizem estar na videira? Porque é preciso perseverar na luta contra

UMA V IDA DE ALEGRIA E L IBERDADEA PROSPERIDADE DE DEUS ATRAVÉS DA CONSAGRAÇÃO

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o pecado. E para isso, precisamos de sangue e de azeite, como na descrição registrada em Levítico 14.1-24.

O sangue fala da libertação, e a porção generosa de azeite fala da plenitude de Deus. O sangue nos purifica do pecado. O azeite nos dá poder e unção para viver longe dele!

Por isso para alcançarmos a prosperidade devemos abandonar o pecado, confessando-o e confessando o poder de Jesus.

A consagração envolve também construir bases sólidas. Do con-trário, não há sustentação.

A primeira base é o amor de Deus que nos constrange. Como nos revela 2 Coríntios 5.14-15: “Pois o amor de Cristo nos constran-ge, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E Ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou.”

“Constranger” quer dizer ser totalmente envolvido, impactado. É se entregar para o serviço a Deus por vontade própria. Sem ter sido vítima de algum tipo de coação, mas por entendimento do imerecido sacrifício de Cristo por nós. É uma questão de grati-dão. Quem não tem uma experiência profunda com o amor de Deus é indiferente ao serviço do Seu Reino.

A segunda base é a Redenção, o fato de termos sido comprados e de pertencermos a Deus por direito. Nós pertencíamos ao dia-bo, mas fomos comprados pelo sangue de Jesus para glorificar a Deus em nosso corpo e espírito. Não pertencemos mais a nós mesmos. Agora é Cristo que vive em nós. Ele morreu a nossa morte, para vivermos Sua vida.

Essas duas bases, o amor de Deus e a Redenção, ajudam-nos a prevalecer diante da tentação do pecado. Quando experimenta-mos o amor de Deus e entendemos que a Obra da Cruz foi para nos resgatar do domínio do pecado, podemos confiantemente vi-ver uma vida de Alegria e Liberdade. Nunca se esqueça de que, em resposta a tudo o que Deus fez por nós através de Jesus, Ele nos pede que Lhe consagremos toda a nossa vida.

AGUINALDO FERNANDES É PASTOR DA COMUNIDADE

DA GRAÇA EM ERMEL INO MATARAZZO, MEMBRO DO

CONSELHO DE SUPERVISORES , É REPRESENTANTE

COMERC IAL E CASADO COM A PRA. L IZABETH.

É UMA QUESTÃO DE GRAT IDÃO. QUEM

NÃO TEM UMA EXPERIÊNC IA PROFUNDA

COM O AMOR DE DEUS É INDIFERENTE

AO SERVIÇO DO SEU RE INO.

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REJE ITE A APAT IA REDAÇÃO

ESTADO ISLÂMICO EXECUTA 2 1 CR ISTÃOS EM PRAIA DA L ÍB IA E D IVULGA V ÍDEO COM MENSAGEM À IGREJA

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les são um orgulho para a cristandade e para mim. Eles me fazem andar de ca-beça erguida, orgu-lhoso. (...) O Estado

Islâmico ajudou a fortalecer nossa fé.” Essas palavras, registradas num programa de televisão, pertencem a Beshir Kamel, irmão de Bishoy e So-maily Astafanus Kamel, dois dos 21 cristãos egípcios executados pela or-ganização terrorista, dia 15 de feverei-ro, numa praia na Líbia.

Numa clara ameaça ao cristianismo, o aberrante ato foi à público num ví-deo de cinco minu-tos de duração, sob o título: “Uma men-sagem assinada com sangue para a nação da cruz”.

A história do Cris-tianismo é mesclada com a história de incontáveis mártires que, desde os pri-meiros séculos até os dias de hoje, testemunham com o derramamento de sangue a fé incondicional no Salvador da humanidade.

A Missão Portas Abertas, organiza-ção que tem por objetivo dar suporte à Igreja perseguida, denunciou recen-temente que o ano de 2014 foi mar-cado pelo crescimento da perseguição

aos cristãos. A situação deteriorou-se mais rapidamente na África subsaa-riana, em países em que o extremismo islâmico é a principal fonte de pressão sobre os cristãos.

Os 21 executados eram cristãos cop-tas-egípcios cujos ancestrais abra-çaram o cristianismo no século I. Os coptas têm uma história milenar de perseguições e humilhações, são 10% da população egípcia e estão na cama-da menos favorecida econômica e so-cialmente. Para ter uma ideia, o bair-ro do Cairo - capital do Egito, onde fica o templo desses irmãos - é chama-do informalmente de “Garbage City”,

cidade do lixo.

Eram pessoas sim-ples, em busca do pão de cada dia para suas famílias, que cruzaram a fronteira para trabalhar na Lí-bia e enviar dinheiro do exterior. Alguns foram sequestrados no final de dezembro,

num posto de controle, quando tenta-vam sair do país. Outros foram vítimas de um assalto armado de madrugada num complexo residencial, em que o objetivo era sequestrar cristãos.

A absurda violência executada por grupos como o Estado Islâmi-co, Boko Haram ou al-Shabaab pre-tende ser uma ameaça ao cristianismo.

Porém, a bíblia nos ensina em Atos que, ao contrário do que se pretende quando se matam cristãos, esse tipo de ação termina por fortalecer a fé em Je-sus. Foi assim com Estevão e o após-tolo Tiago, cujas mortes colaboraram para uma divulgação ainda maior do cristianismo no mundo. Suas experi-ências seguirão fortalecendo e promo-vendo o Evangelho.

Jesus respondeu com amor à violência sofrida em seu corpo, na forma de sacri-fício de amor por você, pelos 21 e pelos seus executores. Sim, também por eles.

Que a morte destes irmãos nos leve a reafirmar a Jesus como único salvador e a reivindicar seu chamado para liber-dade a todos os povos da Terra. Que diante de qualquer ameaça ou perse-guição o compromisso dos cristãos seja o de levantar a bandeira do amor.

AMOR Á CRUZ

“E

45 MILHÕES DE CR ISTÃOS FORAM MORTOS SÓ NO SÉCULO

20 SOB REGIMES TOTAL ITÁRIOS. ATUALMENTE, CERCA DE 160 MIL CR ISTÃOS FORAM MARTIR IZADOS

SÓ NO IN ÍC IO DESSE MILÊNIO, O QUE CORRESPONDE

A 1 CR ISTÃO ASSASS INADO A CADA 5 MINUTOS.

“SE ESSA FOI UMA MENSAGEM PARA NÓS, ‘POVO DA CRUZ’, NÓS NÃO NOS CALAREMOS: REAGIREMOS, SIM. NÃO COM ÓDIO. NÃO PELA ESPADA. MAS RESPONDEREMOS QUE NOSSA FÉ EM JESUS NÃO ESTÁ FIRMADA NAS CIRCUNSTÂNCIAS. PERSEGUINDO-NOS OU NÃO: AMAMOS ESSA CRUZ E, COMO DIZ O HINO, ATÉ MORRER NÓS A PROCLAMAREMOS. E NÃO SÓ ELA, MAS TAMBÉM A JESUS E AO SEU ETERNO AMOR. HAJA O QUE HOUVER, VENHA O QUE VIER”.

CARLOS ALBERTO DE QUADROS BEZERRA, PASTOR E PRESIDENTE DA IGREJA COMUNIDADE DA GRAÇA

O ESTADO ISLÂMICO DECAPITOU 21 CRISTÃOS EGÍPCIOS NO ÚLTIMO DIA 15 DE FEVEREIRO

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Meu nome é Alecsandro de Castro e sou membro da Comunidade da Gra-ça Sede. Trabalho com assistência técnica e manutenção de celulares. Estou casado com a Rizia há 12 anos, e temos dois filhos, o Gustavo, de 12 anos, e o João Victor, de 6.

Quando nos casamos, tínhamos uma vida conjugal turbulenta. Não havia paz dentro de casa. Eu vinha de um lar es-pírita e minha esposa de um lar cristão. Nossas diferenças eram bem grandes.

Mesmo afastada, minha esposa sem-pre me falava de Jesus, mas eu não queria ouvir. Assim nosso casamento era feito de aparências. Fora de casa mostrávamos uma coisa, mas a rea-lidade era outra: mentiras, traições e brigas. Já não havia mais diálogo.

A situação ficou insuportável, mas não pensávamos em desistir um do outro. Queríamos reconstruir nos-so casamento, mas não sabíamos como. Precisávamos de ajuda. Mi-

nha esposa queria conhecer a Co-munidade da Graça, e eu aceitei acompanhá-la.

Deus começou a tratar nosso casamen-to assim que entramos na igreja. Fomos recebidos de braços abertos e, aos pou-cos, nossa vida foi sendo transformada.

Participamos do encontro Vida Vito-riosa e nos batizamos. Depois, fize-mos uma oficina de casais e, assim, começamos a perceber a necessidade de viver como Cristo, de sermos Seus discípulos.

Estávamos receosos em participar de um GCEM, não queríamos nos envol-ver muito. Mas recebemos o convite, e o amor dos nossos líderes Carlinhos e Adriana era tanto que nos constran-geu. E ali fomos ministrados, apren-demos sobre a vida cristã, sobre a im-portância de sermos fiéis em nossos dízimos e ofertas. Em pouco mais de dois anos de conversão, fomos consa-grados líderes de célula.

As tribulações e provações não pa-raram e fiquei desempregado. Mas em todos os momentos aprendi que devia ser servo fiel e entregar meus caminhos ao meu Pai. Eu e minha esposa decidimos fazer um propósito de oração juntos. Foram 55 madru-gadas acordando e orando, e Deus mais uma vez nos surpreendeu com seu imenso e incomparável amor, nos dando a possibilidade de abrir o nos-so negócio.

Hoje temos orgulho de ver nossos fi-lhos nos caminhos do Senhor e enten-demos que fazemos parte de um cor-po. Sozinhos somos limitados, mas, enquanto corpo, podemos fazer a di-ferença. Somos dependentes de Deus e sem Seu amor jamais poderemos ser felizes de verdade. Nossa felicidade está em servir e em amar, e não nas coisas que possuímos.

Somos gratos pela família Comunidade da Graça e pelos nossos amados pas-tores, Carlos Alberto e Suely Bezerra.

SOZ INHOS NUNCA MAIS“DEUS NOS SURPREENDEU COM SEU IMENSO E INCOMPARÁVEL AMOR.”

TESTEMUNHO REDAÇÃO

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Como a maioria daqueles que acessam a internet hoje em dia sabem, nosso mundo está cheio de críticas. É mui-to fácil expressar nossa opinião sobre alguém ou alguma coisa, e ter um re-torno imediato. Isso acontece porque muitos têm algo a dizer, mas não sa-bem como fazê-lo, e acabam ofenden-do outras pessoas.

É muito comum encontrar pessoas cheias de críticas destrutivas. Elas difi-cilmente se engajam em alguma coisa. Sua primeira inclinação é a de julgar. E aqueles que julgam com facilidade normalmente são fechados, negativos e pessimistas.

No entanto, o oposto também é ver-dadeiro: aqueles que expressam sua crítica de forma construtiva, demons-trando novas ideias e sabedoria, são mais engajados, abertos, humildes e sinceros.

A crítica pode ser um ótimo profes-sor para aqueles que estão dispostos

a aprender. Pode servir como um tijo-lo em uma construção, ou como uma bola de demolição. Por isso, temos que fazer algumas perguntas antes de expressar o que estamos pensando:

A melhor crítica é a altruísta, porque não existe o interesse de provar alguma coisa ou ganhar uma posição de desta-que. Ao contrário, o intuito é o de ver os outros melhorarem.

Uma crítica construtiva se concentra nas questões que se tem em mãos. Mesmo quando temos que falar algo a um familiar ou amigos próximos, nunca devemos cair nas rotulagens, xingamentos ou na acusação. Quan-do a linha entre discutir opiniões, crenças ou atitudes e julgar as mo-tivações ou o caráter da pessoa é

atravessada, a questão já foi longe demais. Se formos capazes de man-ter esse limite, daremos um passo na direção certa.

Devemos enfatizar todas as coisas que deram certo até então. Ressaltar so-mente o que deu errado, mostra que não há a mínima intenção de ajudar.

Antes de oferecermos uma crítica, precisamos nos lembrar de que temos a oportunidade de encorajar os outros a continuarem - sejam nossos líderes, auxiliares, pastores, pais ou filhos. Todos precisam de incentivo.

Se formos capazes de dar esses pe-quenos passos, com certeza oferece-remos críticas construtivas e coloca-remos um princípio que sempre irá edificar e melhorar a vida uns dos outros, o de que “amar é melhor do que estar certo”.

VIDA REDAÇÃO

VOCÊ GOSTA DE SER CR IT ICADO?NOSSAS PALAVRAS PODEM CONSTRUIR OU DESTRUIR AS PESSOAS

QUERO “MELHORAR ALGO” OU APENAS “ESTAR CERTO”?

QUERO FALAR APENAS SOBRE O QUE ESTÁ DANDO “ERRADO”?

É UMA CRÍTICAOU UM ATAQUE?

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RECOMENDO REDAÇÃO

L IVRO

L IVRO CD F ILME

EDITORA GARIMPO

MUNDO CR ISTÃO COMUNIDADE DA GRAÇA GRAÇA F I LMES

A REVOLUÇÃO IRRES IST ÍVELSHANE CLA IBORNE

GUERRE IRAS DE ORAÇÃOSTORMIE OMART IAN

VENHA O TEU RE INONOVA.CLTV

DEUS NÃO ESTÁ MORTOHAROLD CRONK

“Neste livro, Shane defende o verdadeiro evangelho. Aquele que inverte a lógica do mundo. Aquele onde os últimos são os primeiros, os pobres vêm antes dos ricos, os marginaliza-dos têm um lugar de honra à mesa, as crianças são modelo a ser seguido, os cegos à beira do caminho são ouvidos, os pe-cadores acolhidos e os religiosos rejeitados. Assim, ele nos convida a ser cristãos de novo, afirmando que a revolução começa dentro de cada um de nós e por meio de pequenos gestos de amor, conquistará o mundo.” – Carlos Bezerra Jr.

Escrito pela autora de grandes best--sellers, Stormie Omartian, o livro fala sobre a batalha espiritual em que toda a humanidade está envolvida e destaca o papel relevante da mulher no poderoso exército de Deus. As orientações regis-tradas neste material irão ajuda-la a lu-tar, através das orações, de forma ade-quada contra os desafios do dia a dia.

Os jovens da Comunidade da Graça de-senvolveram um projeto que você pre-cisa ouvir. O CD está disponível para download gratuito na pagina do MAG: www.marcandoageracao.com.br. É só acessar o site, compartilhar em seu Facebook ou Twitter e fazer o downlo-ad de graça! Compartilhe com seus amigos e espalhe esta mensagem.

Você já sentiu sua fé sendo desafiada por alguém? Você saberia se defender se alguém questionasse sua crença? Segundo o Instituto Gallup, cerca de 50% dos jovens cristãos que entram na universidade abandonam a fé em Deus. Não perca a batalha apresentada neste filme, entre um jovem estudante uni-versitário cristão e um professor ateu.

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ACONTECEU REDAÇÃO

Um momento muito especial foi marcado na CG Sede, no domingo, dia 22 de fevereiro. Os pastores Carlos Alberto e Suely Bezerra foram homenageados por seus 49 anos de união e de ministério. O culto contou com a presença do pastor Flávio Valvassoura, da Igreja do Nazareno de Campinas, trazendo a Palavra. O casal recebeu uma placa em comemoração a data e também foi abençoado pelos amigos e pastores José Tadeu e Marta Ferreira.

Na manhã do dia 8 de fevereiro, a CG Sede comemorou o aniversário da Pra. Suely Bezerra. O culto teve a presença da família e de diversos pastores e amigos. A preletora foi a Pra. Lizabeth Fernandes, de Ermelino Matarazzo, que mi-nistrou sobre a vida da Igreja.

Homenagens não faltaram. A Pra. Suely se emocionou ao ver o vídeo com mensagens de grandes amigas e com a oração da Pra. Vanda Antunes, abençoando sua vida e seu ministério.

49 ANOS DE UM MIN ISTÉR IO QUE CONT INUA CRESCENDO

FELIZ ANIVERSÁRIO, PASTORA SUELY!

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Desde o seu início, o Vale da Graça tem cumprido o seu propósito de ser um lugar de transformação de vidas. E, no dia 8 de fevereiro, comemoramos o final do pro-jeto que fez esse sonho possível. Os Pastores Gilberto e Lucia Dalmaso, administradores do Vale, colocaram o último tijolo do Projeto Neemias. Todo amor, compro-misso e sacrifício dedicados foram a chave para mais essa conquista da família Comunidade da Graça.

O deputado estadual Carlos Bezerra Jr. e a vereado-ra Patrícia Bezerra, pastores da Comunidade da Gra-ça sede, participaram, no último dia 5, do 63º Annual National Prayer Breakfast em Washington (EUA), a convite do Comitê Anfitrião do Congresso Norte Ame-ricano. O evento teve a participação do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da primeira dama do país, Michelle Obama.

“Deputados, senadores, ministros, diplomatas, ativistas so-ciais e pastores de uma centena de países se reuniram para discutir problemas como erradicação da miséria e dissemi-nação de uma cultura de paz”, explicou Carlos Bezerra Jr.

“Em um espaço multiétnico e multicultural como este, para mim, Obama sintetizou bem: qualquer fundamen-talismo, seja ele de que tipo for, pode levar uma demo-cracia ao caos”, contou Patrícia Bezerra.

O VALE É NOSSO! 

DEPUTADO E VEREADORA REPRESENTAM BRASIL EM ENCONTRO COM PRESENÇA DE OBAMA

ACONTECEU REDAÇÃO

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Os jovens e adolescentes das Comunidades de São Bernardo do Campo, Balsa e Ferrazópolis se reuniram entre os dias 13 e 17 de fevereiro para um encontro es-pecial na Estância Nazaré Paulista.

O acampamento contou com cerca de 340 pessoas e teve como tema “TOP FIVE + 1”, remetendo aos alicerces da vida cristã: Deus, Jesus, Palavra, graça, fé e Espírito Santo.

Todo ano, durante o verão, a CG Itaquera costuma unir seus jovens numa gincana muito divertida com o intuito de promover novos relacionamentos e servir ao próximo. Em 2015, não foi diferente. O MAG Race contou com a partici-pação de cerca de 100 jovens da Comunidade, que através das provas – dentro do prédio da igreja ou ao redor da cida-de de São Paulo –, arrecadaram 1.9 toneladas de alimento não perecível.

TOP F IVE + 1 MAG RACE

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