revista dharan

Upload: flordiluna

Post on 11-Jul-2015

418 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

SUMRIO EVOCAO CIDADE DO SALVADOR A ILHA DE ITAPARICA - Laurentus NOVA EXCURSO ILHA DE ITAPARICA Joo M. Villa Lobos A ETERNA TRADIO H. J. Souza OITAVA CONVENO ANUAL DA S. T. B.: A OBRA EM QUE SE ACHA EMPENHADA A S.T.B. ATRAVS DA MSICA A MSICA UNIVERSAL A POLTICA SEGUNDO A EUBIOSE Dr. A. J. Pizarro Loureiro EUBIOSE E FIM DE CICLO Dr. Eugenio Proclan Marins A S.T.B. PERANTE O BRASIL E O MUNDO Profa. Martha Queiroz O CAMINHO DA EVOLUO Eng. Eduardo Ccero de Faria POR UM PLANO EDITORIAL TEOSFICO Antonio Herrera Filho SANTURIO DO BRASIL DIES IRAE - Laurentus A NOVA ERA

EVOCAO!Erguei os vossos ramos, os vossos smbolos, os vossos lauris, prodigiosos Rishis indianos, excelsos baluartes da privilegiada Raa sob a gide do Manu Vaivasvata! Fazei o mesmo, gloriosos ARHATS, Portadores do Facho Sagrado, at hoje mantido pelos preclaros Membros da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA! Misteriosos e eternos sacrificados JOKANANS, anunciadores dessas Preciosas Gemas cadas do Diadema do Adi-Budha. E, tambm, das Grandes Obras provindas da Celestial Manso, onde chegara os ltimos rebentos da gigantesca rvore da Vida, cujas razes se limam nas regies mais profundas da Matria... Sublime Vyasa, codificador da Vedanta, ilustre e desconhecido autor do grande poema pico, o Mahbhrata! No Te ocultes por trs das Colunas de Teu prprio Templo, construdo atravs de 28 encarnaes distintas! Gnios imortais de todos os tempos, chamem-se Homero, Virglio, Dante, Horcio, Tcito, Milton e quantos outros se fizeram fiis discpulos das velhas escolas indiana e egpcia, ressuscitadas na Grcia, na Roma itlica, a antiga Romakapura Atlante! Fazei explodir em mil pedaos, a obscura lpide que encobre os vossos pseudo-tmulos, cujos epitfios desonram os vossos prprios Nomes, por terem sido escritos em humana ou grosseira linguagem! vs, sublimes vestais, Sacerdotisas dos Templos Sagrados, Pitonisas ou Sibilas! Deixai cair aos vossos ps, o Isaco Vu que encobre o vosso corpo de Deusas Imortais! Sim, para que os homens de hoje transformados em castos Andrginos, prostrados de joelhos diante de vs, mudos e reverentes possam compreender o verdadeiro e virginal sentido ele vossas profecias, a comear por aquela que promete a Vinda de um Messias, de um Rei, de um Instrutor e Salvador do Mundo, que tantas vezes j veio e no foi compreendido, por no ter a Mnada alcanado, ainda, o seu limite mximo. E, com isso, a integral Promessa. Sim, Ele j veio e vs no o reconhecestes!

1

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Homens, Super-Homens, Gnios ou Jinas, Deuses, enfim, erguei-vos todos, sem exceo alguma, para glorificar no o ingente esforo do Homem que se escuda por trs de seu prprio Nome e nas sutis vibraes que se gravara nas gloriosas pginas do excelso Kamapa! mas, e to somente, a estupenda, a maravilhosa Obra, de que fostes os seus poderosos e magnificentes BALUARTES! Om Mani Padrrne Hum! Om Tat Sat! Om santi, santi, santi! ADI-BUDHA VAHAM BUDA! -------------------Nesta primeira parte, do atual nmero de DHRAN, encontra-se uma Revistalbum estreitamente relacionada com a Histria da Obra em que se encontra empenhada a Sociedade Teosfica Brasileira. Trata se de uma recapitulao resumida, simblica e ilustrada de fatos e de cousas que, embora aparentemente afastados no tempo, encontram-se estreitamente ligados pelos laos do Destino. No entanto, mister se faz que o leitor possua a "intuio" necessria para perceber, sob o vu da fantasia, o Esprito ou Verdade que se oculta. Felizes daqueles que tal coisa conseguirem!...

CIDADE DO SALVADOR"O Brasil o .Santurio da Iniciao do gnero humano a caminho da sociedade futura". - H. J. de Souza. Ilustrao: imagens dos smbolos de Cabral Legenda: PEDRO ALVARES CABRAL E SEU BRASO Ilustrao: imagem retrato de Tom de Souza Legenda: Tom de Souza da Casa dos Souzas em Portugal como primeiro Governador do Brasil, foi o fundador da Cidade do SALVADOR. Aportou ele, quela cidade, com Seis embarcaes, entre as quais se encontravam trs caravelas portadoras dos nomes: Salvador, Conceio e Ajuda. Nomes estes, estreitamente ligados Obra em que se encontra empenhada a S.T.B. Sua bandeira e emblema foi uma pomba trazendo no bico o ramo da oliveira. E, por baixo, a conhecida frase latina SIC ILLA AD ARCAM REVERSA EST. Tanto a bandeira como o dstico so at hoje usados pela intendncia Municipal da Capital baiana. Tom de Souza foi tambm fundador da cidade paulista Conceio Itanham, onde tiveram parte ativa os jesutas Manoel da Nbrega e Jos de Anchieta, por sua vez, estreitamente ligados cidade de So Paulo. Ilustrao: foto Legenda: Casa onde nasceu o Dirigente da Obra em que est empenhada a Sociedade Teosfica Brasileira, Rua Teixeira de Freitas no 27, na Cidade do Salvador (Bahia). Por lei de causalidade, tendo a Prefeitura de fazer uma praa, neste mesmo lugar, foram desapropriadas as casas que antecediam aquela, o que lhe deu a primazia de ficar na

2

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

esquina, defrontando-se com o monumento dedicado ao grande orador baiano, que d nome mesma rua. Ilustrao: foto Legenda: A mesma casa depois de remodelada. Fato interessante: O Dr. Jaddo Couto Maciel por saber que na mesma (a antiga) havia nascido o Prof. Henrique Jos de Souza fez vrias tentativas Infrutferas para examin-la por dentro. At que chegou o dia de, vendo na janela um novo residente, por sinal que seu amigo, saltou do bonde e, narrando-lhe certos fatos relacionados com a Obra em que a S.T.B. est empenhada, inclusive o do referido nascimento, o amigo convidou-o a entrar. E acabou por lhe dizer: Interessante. Minha senhora teve um filho esta noite... E voc vai ser o padrinho. Foi uma interessante causalidade... Ilustrao: foto Legenda: Palcio da Aclamao O prdio onde hoje funciona o Governo baiano, est situado no mesmo lugar onde, em outro palcio mais modesto, residiu a famlia do mesmo Dirigente da S.T.B. Foi a onde se deram dois trgicos acontecimentos que merecem ser aqui relatados, ou sejam: o primeiro foi o do mesmo Dirigente, quando ainda criana, estando a brincar com seus irmos no jardim da referida residncia, ter caldo sobre a lana do porto que separava a chcara do jardim. E de cujo acidente salvou-se miraculosamente. Sua me que estava pondo flores nas jarras de duas imagens (Senhor dos Passos e N. Sra, das Dores, as mesmas que figuram no Museu de nosso Templo, em S. Loureno. E na cabea, da primeira dessas imagens se acha uma parte dos cabelos de JHS, enquanto a maior, na do Senhor dos Passos da Ajuda, que sal todos os anos na Procisso da Semana Santa), repetimos, sua me caiu sem sentidos no solo... O pequeno, todo banhado em sangue, gritava para seus irmos e empregados que o seguiam: Diga minha mezinha que eu no tenho nada ... E semelhante cicatriz, como condecorao que lhe restou daquela tragdia..., sangrava at o ano passado, em datas que no podem ser reveladas de pblico. Inmeras foram as pessoas (a maioria ainda nas fileiras da S.T.B.) que assistiram semelhante fenmeno. Quanto ao segundo acidente, estando ele tambm a brincar com seus irmos, cai em cima de uma grelha candente, ao entrar correndo na cozinha. Foi um dia de sofrimentos, tanto para o pequeno como para todos da famlia! Sim, fato idntico ao do martrio de So Loureno, cujo nome se acha estreitamente ligado Histria de nossa Obra, do mesmo modo que o de Jos de Anchieta, cujas peas teatrais falam tanto desse mesmo santo. Digno de admirao o fato da referida casa passar a Sede do Governo Baiano. E o lugar de semelhante martrio de uma criana, ser o mesmo do Porto principal do referido Palcio, ornado com as armas da Repblica, etc.. Algo assim, como se, por fora de Lei (lei de Causalidade? ...) se procurasse prestar Homenagem a esse mesmo lugar, na razo do DURA LEX, sed lex... Ilustrao: fotos Legendas:

3

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

1. Na primeira casa, assinalada por uma flecha, Rua Dois de Julho no 303, residiu a famlia paterna do Prof. Henrique Jos de Souza, Presidente cultural e espiritual da S.T.B. Na mesma como aconteceu desde o seu nascimento os mais desconcertantes fenmenos tiveram lugar, inclusive nas suas maravilhosas curas pela simples imposio das mos, ou um copo dgua.. 2. O casal Comandante Paulo Strauss e Josefa Maria Strauss na porta da casa onde o mesmo nasceu... A fotografia foi tirada pelo Dr. Jaddo Couto Maciel. Pelo que se v, a casa foi um tanto prejudicada na sua antiga largura, mas, por lei de causalidade se acha na esquina da rua Teixeira de Freitas, tendo a seu lado direito a praa mandada construir, ultimamente, pela Prefeitura da referida cidade. E onde figura o monumento dedicado ao grande tribuno baiano, que d nome aquela mesma rua. 3. Porto do Palcio da Aclamao, antiga residncia paterna do Dirigente da S.T.B., quando ainda com 5 anos de idade. E, mesmo lugar onde ele teve o corao quase atravessado por uma das lanas do pequeno porto que separava o jardim da chcara da mesma residncia... 4. Entrada principal da Igreja de S. Francisco, no Largo do mesmo nome. Foi nesta mesma Igreja que a cicatriz do acidentado, na residncia antes apontada... sangrou pela primeira vez. Ou seja, quando estando ele e seus irmos, ao lado dos pais, assistindo as comemoraes da Semana Santa (o Passo: Descida da Cruz), teve lugar, digamos, o fenmeno mais conhecido por estigma. Sua me, apavorada com o fenmeno, fez com que seu esposo e os outros filhos voltassem imediatamente para casa, conduzindo o caula... 5. A Igreja do Salvador (Catedral baiana), vista do mesmo lugar onde foi tirada a fotografia anterior. Foi no seu frontispcio, conforme se tem dito inmeras vezes, que os estudantes mais adiantados da Faculdade de Medicina, colocaram o ento calouro Henrique Jos de Souza. E isto, no nicho do Salvador. Simples coincidncia, preferimos dizer... 6. O expressivo Braso que figura na porta principal da Casa dos Sete Candeeiros, hoje considerada monumento nacional. Teosoficamente falando, Sete candeeiros, Sete chamas, Sete Luzeiros, equivalentes aos Sete Anjos de Presena, Arcanjos, Dhyan-Chohans, etc. 7. Teto da Igreja da Graa, ornamentado com a Viso que teve Catarina Paraguau com a Virgem Maria. A Igreja da Graa a mais antiga da Cidade do Salvador.

TEATRO SO JOO

Ilustrao: desenho do teatro Legenda: Serve de legenda ao tradicional Teatro S. Joo apenas a transcrio da notcia do seu incndio total na noite de 6 de Junho de 1923: ERAM RUNAS SAGRADAS DEPOIS DO OPPROBIO, O INCENDIO CRIMINOSO! O velho S. Joo desapareceu esta noite em poucas horas.

4

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

O velho So Joo! Era das tradies antigas da cidade, como o primeiro TEMPLO DE ARTE aqui erguido, casaro secular ainda reboante das grandes vozes dos nossos poetas, Castro Alves sobranceando a todos; dos nossos oradores, Nabuco, Jos do Patrocnio, Manoel Victorino e do maior de todos, Ruy; dos nossos escritores teatrais ou candidatos a isso, Agrario de Menezes frente, dos nossos atores ou projetos deles, Xisto Bahia destacando-se entre elles. Muitas noites de gloria, luz das gambiarras, registram as chronicas de vrias epochas; ruidosas manifestaes em que as platias scindiam vibrantes em partidos, odes, hymnos e palmas estrellas de primeira grandeza; memoraveis comcios polticos s pelas grandes causas nacionaes, a abolio e a Republica. Mas tudo Isso passou. S restava um pardieiro em runas, que a no ser transformado altura, melhor valia ser substitudo por um theatro moderno. As tradies ligadas a elle deviam ficar, mas o casaro podia perfeitamente desapparecer; sem nenhuma offensa no passado e arte... (Transcr. de A TARDE de 6-6-923) Estamos em Junho de 1.956, Fazem, pois 33 anos que o TEATRO S. JOO desapareceu. Mas fazem 57 anos que se deu a Fundao, da Misso Y na ILHA DE ITAPARICA, a pea maior, de quantas no mesmo TEATRO foram representadas. Sim, TEATRO, ESCOLA E TEMPLO! Glria ao Teatro So Joo! Gloria Misso Y! Ilustrao: foto Legenda: Inaugurao do Monumento ao Dois de Julho, em 2-7-1895. Nessa ocasio o Presidente Cultural e Espiritual da S.T.B. estava com 12 anos de idade, tendo assistido todas as comemoraes. A casa que fica bem por traz (e do lado oposto), do referido Monumento, aquela onde residia a sua famlia. E donde o mesmo saiu, no dia 3 de julho de 1899, para se encontrar com a sua companheira no TEATRO S. JOO, para realizarem aquela MISTERIOSA VIAGEM DE UM ADOLESCENTE AO NORTE DA NDIA. Estavam ambos com DEZESSEIS anos de idade. Nas escrituras orientais se d o nome de Adolescente das 16 Primaveras, a qualquer um dos QUTRO KUMARAS que dirigem a Evoluo Humana, frente das demais Hierarquias... Ilustrao: foto Legenda: Nesta bela residncia do CANELA - embora que hoje remodelada, morou a famlia paterna do Presidente cultural e espiritual da S.T.B. Outrora chamava-se Palacete Pedroso, por ter pertencido famlia desse nome, e que residia em outra casa menor, do lado oposto (nos fundos). Hoje tem o nome de Solar Santo Antonio. Ilustrao: foto Legenda:

5

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Na primeira residncia da fotografia acima, tambm morou a mesmas famlia, porm, estando hoje completamente modificada, principalmente no frontispcio. A esttua que ali se v, na praa em frente, a de COLOMBO. Est situada num dos mais famosos bairros de Salvador, que RIO VERMELHO. Ilustrao: foto Legenda: Os dois sobrados que se vem nesta magnifica fotografia, logo aps a rvore junto calada, formavam outrora um s prdio. Nele habitou a famlia de J.H.S. E dele partiu, em saudosa e tristonha tarde do ano1899, o adolescente das 16 primaveras... rumo a Lisboa, e a seguir, para o Norte da ndia, depois de alguns dias, hospedado em S. Loureno de Goa, num lar to querido, ou talvez mais... do que aquele donde havia partido... Tal prdio est situado na Praa Duque ate Caxias, antigo Campo Grande, onde se ergue na importncia de sua estrutura o monumento ao Dois de Julho. Por lei de causalidade: Independncia do Brasil e... independncia ou liberdade de um jovem, ouvindo a Voz da sua prpria Conscincia, digamos, a servio da Lei ... Outra causalidade: o terna adotado pela Intendncia Municipal da Cidade do SALVADOR, a tradicional frase latina: SIC ILLA AD ARCAM VERSA EST, em relao pomba solta por No, e que volta barcas ou ARCA, trazendo ao bico, o esperanoso ramo de oliveira. No (ou EON, lido anagramaticamente), quer dizer (do grego): a manifestao na Divindade na Terra. A S.T.B. entretanto, na sua tambm mansica misso de formar a espiritual Famlia da 7a sub-raa preteriu o SPES MESSIS IN SEMINE, isto , a esperana da colheita est na SEMENTE... que ela vem semeando h longos 32 anos, na privilegiada Ptria, cujo nome BRASIL, demonstra que nele onde se mantm vivas e crepitantes, as BRASAS de AGNI, o Fogo Sagrado...

Grandes vultos da Histria do Brasil, Ligados Cidade do SalvadorIlustrao: foto Legenda: D. PEDRO I Primeiro Imperador Brasileiro. Ilustrao: foto Legenda: D. PEDRO II Segundo Imperador do Brasil. Ilustrao: foto Legenda:

6

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

JOS JOAQUIM DE LIMA E SILVA - Visconde de Mag, chefe supremo das foras brasileiras na ocupao da cidade do Salvador, em 2 de Julho d 1823. Ilustrao: foto Legenda: GENERAL PEDRO LABATUT Oficial francs do exrcito napolenico e general brasileiro, a quem foi confiada a reorganizao do exrcito nacional em luta, na Bahia, com as foras lusitanas, comandadas pelo brigadeiro Madeira de Melo. Ilustrao: foto Legenda: RODRIGO ANTONIO PEREIRA FALCO BRANDO Baro do Belm. Um dos chefes insurrecionistas da ento vila de Cachoeira, que proclamou Pedro I imperador do Brasil, em 25 de junho de 1822, e faleceu em 1855, vitimado pela clera morbo que assolara, epidemicamente, a provncia. Ilustrao: foto Legenda: CATARINA LVARES CARAMURU Esposa de Diogo Alvares, o Caramur, estabelecido em Vila Velha, desde 1509. Nascida na Ilha de Itaparica, como reduto dos Tupinambs. Ilustrao: foto Legenda: ANA JUSTINA FERREIRA NERY Primeira enfermeira voluntria do Brasil. Herona e humanitria, essa cachoeirana ilustre pelo nascimento, acompanhou seus trs filhos, Justino de Castro Nery, Isidoro Antonio Nery e Pedro Antonio Nery, aos campos de batalha do Paraguai, prestando devotada assistncia aos feridos, nos hospitais de sangue, aos quais agregara como enfermeira. Ilustrao: foto Legenda: JOS DA SILVA LISBOA e JOS BONIFCIO DE ANDRADA E SILVA Estadistas brasileiros, sendo o primeiro baiano e economista, que inspirou AO prncipe D. Joo o decreto que franqueou os portos do Brasil naes amigas e o segundo, s cognominado Patriarca da Independncia. Ilustrao: foto Legenda: CONSELHEIRO RUY BARBOSA A "guia de Haya", excelso baiano, mundialmente conhecido pela sua atuao no cenrio internacional, embaixador do Brasil no Congresso de Paz da Capital holandesa e em Buenos Aires, no Congresso de Tucuman, em 1917. Proclamado, com propriedade, estadista da repblica. Palavras mais que oportunas do imortal brasileiro:

7

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustias, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.

A ILHA DE ITAPARICALAURENTUS A misteriosa Ilha de Itaparica, um tanto semelhante quela idealizada por Jlio Verne, mas aqui como Ilha Tabrica de Nassau e reduto dos Tupinambs, fica bem em frente cidade do Salvador, como Capital do Estado da Bahia. A mesma possui o cabalstico nmero 137, cuja soma dando o XI, equivale FORA, letra CAPH do alfabeto hebraico. E isto, porque, como ILHA UM, lendo 7 lguas de extenso por 3 de largura. Sim, o CAPH, no caso vertente, como Fora ou Poder do Destino, antes dito, como Lei de Causalidade, pois que foi a prpria Divindade que a escolheu por BERO, no s da Raa Brasileira, como tambm da nossa Obra. Foi nela, ainda, que se firmou o primeiro estaleiro de nossa marinha de guerra, como uma das primeiras do mundo, naquela poca. Na mesma Ilha nasceu a jovem ndia que Diogo Alvares Corra, o Caramur, tomou por esposa. Do mesmo modo, onde nasceu o grande fillogo Ernesto Carneiro Ribeiro, mestre de Rui Barbosa. E cuja casa, hoje em runas, considerada monumento nacional. Pois bem, foi nessa mesma privilegiada ILHA, onde os Dois Dirigentes e Fundadores da Obra em que se acha empenhada a S.T.B., por Ordem Superior, tiveram que ir no dia 24 de Junho de 1899, ou seja, o Dia de S. Joo, como Arauto, Iokanan ou IoCanaan de todos os Messias e Misses (nome este que daquele se deriva) que neste baixo ou inferior mundo se manifestaram, nos ciclos avatricos. Como j foi descrito na Biografia de ambos para ali foram depois de terem cantado no TEATRO S. Joo (o mesmo nome, portanto). E a seguir o Ritual que ali a prpria Lei lhes exigiu que realizassem no lugar denominado ILHOTA, como est assinalado na planta que ilustra a este trabalho, voltarem novamente cidade do Salvador, capital baiana, donde, dias depois, se dirigiram para Lisboa. E finalmente, numa Viagem Acidentada, foram ter Goa, onde fica durante alguns dias, seguindo depois para a ndia tocando em Ceilo, e desembarcando em Calcut (Vide MISTERIOSA VIAGEM DE UM ADOLESCENTE AO NORTE DA NDIA, na revista O Luzeiro), onde ficaram durante alguns dias, seguindo para o Norte ndia (Srinagar) depois de tocarem em SIMLAH. Todos os baianos daquela poca sabem que bem em frente ao Lugar onde nasceu a nossa Obra, existe uma fazenda pertencente ao Comendador Jacinto Joo de Souza, av paterno do Prof. Henrique Jos de Souza, Dirigente e Fundador da supracitada Obra. Na mesma fazenda ostentava-se um Prespio 1 feito de pitangueiras e mais os Trs Reis Magos, feitos da mesma rvore frutfera. De Salvador e outras cidades circunvizinhas, pelo Natal, aflua vultoso nmero de pessoas para visitarem o referido lugar, e contemplarem a obra magistral do jardineiro do velho comendador. O que se pode chamar de dois Prespios, um em frente ao outro, isto , o improvisado prespio, a bem dizer armado nas areias daquela Ilha, conto canta a Balada O PEREGRINO DA VIDA, msica e letra do mesmo Prof. Henrique Jos de Souza; e o feito de pitangueiras.1

PRESPIO o mesmo que manjedoura, creche ou APTA. Es te ltimo nome, que aparece em nossa prpria SIGLA quer dizer: lugar onde o Sol nasce. E como o termo Cristo no pertena a ningum, mas seja dado, como o de Buda, etc., a todos quantos alcanaram o mais alto grau da Conscincia, tenha por nmero cabalstico o 608, equivalente a um ciclo solar, o prprio termo APTA, com seu transcendental significado, fala bem alto do termo Cristo e de outras tantas Manifestaes da Divindade na Terra.

8

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Naquele mesmo lugar se encontrava, em tal ocasio, o velho casco de uma lancha com seu nome na popa, CONCEIO FELIZ, um verdadeiro prognstico inicitico para o mistrio que a Lei de ambos exigia. Mistrio esse que foi completado no Norte da ndia. Mas, no podemos terminar este trabalho sem falarmos de outros fatos acontecidos na mesma Ilha. E isto, muitos anos depois, como por exemplo, partindo Henrique com mais vinte pessoas e o mestre de embarcao por ele fretada, afim de irem em visita Barra do Gil (ou do Jina) na mesma Ilha, (tambm assinalada na mesma planta de Itaparica, atravs de uma seta) desencadeou-se terrvel tempestade, ou seja, provocada por um dos ventos mais perigosos, como o sudoeste. Aquela hora tardia da noite, e entre os escolhos ou arrecifes que do nome prpria ILHA (ITA - Pedra; e PARICA - anteparas; isto , anteparas de pedras, um viveiro, um AQURIO, portanto, e repleto de Peixes, digamos de um ciclo que se findava ou o de Piscis, como foi o do Cristo, e outro que amanhecia ou de AQURIOS, corno a manifestao da mesma Essncia Divina, em outro corpo, qual se processam todos os avataras), pode-se avaliar a que riscos estavam expostas aquelas VINTE E DUAS PESSOAS (na razo dos 22 Arcanos Maiores). O prprio mestre da embarcao perdeu a coragem; os homens estavam como que petrificados; as senhoras e as crianas choravam. Aquelas imploravam proteo Virgem do Monte Serrate (ponta da enseada baiana, onde se acha um forte e igreja do mesmo nome). Foi quando Henrique, profligando a covardia do mestre da embarcao, qual Henrique de Sagres (do mesmo nome), lutando para chegar, como Cabral, a Porto Seguro, pouco importando qual fosse... obrigado a usar de meios mais suasrios ... afim de que o mesmo descesse o pano pela metade do mastro, afim de obrigar a embarcao a entrar para a bolina, o que se deu imediatamente, com os aplausos de todos os presentes... livres assim de infalvel naufrgio. Mas, falemos do lugar por sua vez, apontado com outra seta, e que tem ai o nome errado de Cacha Prego, quando se deve dizer Caixa pregos, pelo fato de ter sido encontrado naquele lugar uma caixa contendo riqussima baixela de ouro e prata, e quem a achou, para despistar o encontro (um ricao que na ilha residia e que tomava ch de ptalas de rosas na referida baixela, com as suas favoritas) recolocou no lugar a mesma caixa... cheia de pregos enferrujados e outros inteis objetos. Diz a lenda do lugar, que tal caixa foi ali escondida por certo pirata francs, para alguns, de nome Zurcouf, para outros, Macrif. Em resumo, a ILHA DE ITAPARICA tantas vezes visitada por diversos Membros de nossa Instituio possui valores muito mais transcendentes do que aqueles de que fala a sua prpria histria profana, mesmo que das mais brilhantes. Valores esses que, infelizmente, no podem ser revelados ao mundo profano 2 .

Mais alguns dados sobre A Ilha Misteriosa onde Henrique e Helena tiveram que estar, antes de partirem para Lisboa, caminho ao Norte da ndia...

Ilustrao: foto Legenda:Certa vez, durante um ritual dos mais valiosos de nossa Obra, no salo da Rua Buenos Aires, 81 2 andar O Dirigente da Obra ao ouvir cantar o Peregrino da Vida, na estrofe que cita as palavras apontadas no texto, Isto , "Nas areias daquela Ilha um Prespio foi armado, etc.", levantou-se, no mais sublime de todos os entusiasmos, ao dizer "Sim, nas areias daquela Ilha..." levantando os braos para os cus, de sutis mos entram sobre a mesa da Diretoria inmeros punhados de areia, tomando a forma perfeita da Ilha de Itaparica". Diversos membros da S.T.B., que estavam presentes ao referido ritual. ainda guardam, com todo o carrinho a poro de areia que apanharam em cima da referida mesa. O autor 2o

9

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Fotografia da secular igreja de S. Loureno, de Itaparica, em evidente estado de runas. Dizem, algumas informaes, que os itaparicanos resolveram restaur-la. (Dhran no 109). Ilustrao: Mapa do Municpio de Itaparica Ilustrao: foto Legenda: Matriz de Itaparica. Em seu velhssimo campanrio encontra-se o bronze mais sonoro de todas as Igrejas brasileiras. E isto, porque a sua liga feita com ouro de lei. (Dhran no 109). Ilustrao: foto Legenda: A casa onde nasceu o grande fillogo baiano, Dr. Ernesto Carneiro Ribeiro, mestre de Rui Barbosa. Entre os membros da S.T.B., acha-se o Dr. Ubaldo Pimentel (coletor federal e um dos filhos mais ilustres de Itaparica), que lhes serviu de cicerone. (Fotografia extrada da revista Dhran, no 109, 1941). Maravilhosas so as guas, como maravilhoso tudo na terra Jina de Itaparica, mas, exagero seria atribuir s guas tantas e to extraordinrias virtudes. Mais s acertado se andara dizendo, como os mdicos da cidade do Salvador, que no se sabe o que h na famosa ILHA; sabe-se apenas que, quando esgotados os recursos da cincia, e o doente perde a esperana de curar-se, toma uma passagem para a Ilha Misteriosa donde volta, dias depois, livre de todo o mal. Ilustrao: foto Legenda: O Dr. Ubaldo Pimentel, mostrando aos visitantes algumas relquias do passado, por ele guardada; carinhosamente, inclusive tini morteiro e uma baioneta, ligados guerra da Independncia. (Foto extrada de Dhran, no 109, 1941). Ilustrao: foto Legenda: D. Adelina Galvo de Andrade, entusiasta admiradora de ITAPARICA, que denomina de Ilha Sagrada, mostrando aos excursionistas da S.T.B. (em 1941, pois, uma segunda expedio acaba de visitar essa mesma Ilha, e de cujos resultados j falamos em os nmeros 13/14 deste peridico), um aipim de dimenses fenomenais, colhido no quintal de sua casa no Campo Formoso. Das dez razes, desse magnifico atestado da fertilidade do solo itaparicano, uma tinha 1,25 m de altura, 0,75 m de grossura e pesava 62 quilos. As benficas vibraes dos mundos subterrneos, so atestadas, em Itaparica, pela riqueza de seus mares (sem falar nas riquezas do subsolo, com vistas ao seu petrleo) e pela fertilidade de seu solo. Isto torna a filia a principal fornecedora de peixe capital, como a transformaria num abundante celeiro de frutas e cereais, se a seus filhos no bastassem os recursos obtidos com a pesca (inclusive raias, pesando de 150 a 250

10

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

quilos, etc.). Ali se encontrara mangas do tamanho de meles, cachos de bananas de 30 e mais pencas, aipins como o da fotografia, etc. Todas as frutas, principalmente as bananas, no s se apresentam dum tamanho descomunal, como revelam uma riqueza em sacarose, que as torna dum sabor agradabilssimo. Este fato, por si s, chega para nos provar tratar-se de uma terra Jina, salva do cataclismo Atlante, cujo povo, como emrito agricultor que era, conseguiu, aps experincias e cruzamentos sem conta, transformar um fruto silvestre em incio de evoluo, nessa fruta evoluidssima que os sbios chamam Musa paradisaca, e os Hindus dizem ter sido uma ddiva feita pelo Manu, que a colheu num corpo celeste mais perfeito do que a Terra. A riqueza em sacarose de todos os produtos da Ilha, no passou desapercebida aos primeiros exploradores. Foi assim que Itaparica se tornou, no tempo da escravatura negra, um grande centro produtor de acar, e foi nessa Ilha que, em 1813, o Marqus de Barbacena instalou o primeiro engenho a vapor aparecido no Brasil. As runas desses engenhos, espalhados por toda a Ilha, ainda hoje nos falam desse perodo de riqueza e de progresso. As vibraes que, infiltrando-se na gua, vo aliviar todos os sofrimentos fsicos e do aos frutos um sabor e um aspecto excepcionais, manifestam igualmente seus poderes, na mentalidade dos filhos de Itaparica. Da, tambm, a abundncia de homens ilustres com que ela tem enriquecido todos os setores da inteligncia ptria. um frei Manuel de Santa Maria de Itaparica, orador sacro de grande nomeada; um Francisco de Souza, autor do poema pico Jerusalm Conquistada; um frei Antonio da Virgem Maria de Itaparica, autor das famosas 18 epstolas Eclesisticas, relativas ao dogma da Virgindade de Maria; um Dr. Guilherme Pereira Rabelo, mdico e polemista vigoroso; um cnego Francisco Lima, estadista e orador clebre; um cnego Cajueiro de Campos, latinista insigne, autor dos versos que se acham no prtico do Ginsio da Baa; um Dr. Luiz Alves dos Santos, catedrtico da Faculdade de Medicina e ardoroso abolicionista; um Bernardino de Souza, autor do notvel livro Memrias sobre o Vale do Amazonas, um Conselheiro Virglio Damazio, estadista e professor da Faculdade de Medicina; um Xavier Marques, poeta e romancista; um Ernesto Carneiro Ribeiro, latinista ilustre e insigne fillogo, professor de Rui Barbosa e autor da famosa Rplica" uma das maiores obras do seu discpulo. A Carneiro Ribeiro, j Itaparica rendeu preito de gratido, dando seu nome antiga Rua dos Patos, e preparando-se, para transformar em Museu (que o agora), a modesta casa em que ele nasceu. Nos campos da luta pela Independncia abundam do mesmo modo os nomes que a Histria regista e consagra. E, dentre eles, vemos surgir o nome legendrio dum Francisco de Barros Galvo, aquele heri itaparicano que, na clebre batalha das Amoreiras, travada contra os portugueses, ao sentir o punho direito decepado por uma granada, soltou esta frase homrica: No importa, ainda me resta a mo esquerda! E, para resumir o valor histrico de Itaparica e revelar sua misso oculta..., seu transcendente papel na formao da nossa Raa, basta citar-se o nome de Catarina Paragua, a nobre filha dessa terra que, depois de salvar Diogo Alvares Corra, no Caramuru ou Drago filho do Mar, com ele se uniu para iniciar a fuso dos dois ramos atlantes que, aps o grande cataclismo, se fixaram nas margens opostas do grande mar (Dhran, no 109, 1941).

A L Q U M I AA Direo de DHRAN tem a imensa de anunciar a vinda a lume de ALQUIMIA, revista de Filosofia Oculta, Cincias, tica, Literatura, Artes Sua Direo, inteiramente de membros da S.T.B. est assim constituda:

11

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Jornalista Antonio Herrera Filho, como Diretor responsvel; General Antonio Jos Hennlng, como Secretrio; Sr. Manoel Ayres Filho, como Gerente. De formato agradvel e apresentao a revista ser mensal. Em seu primeiro nmero encontram-se desenvolvidos os seguintes temas: A Morte sua verdade e suas mentiras Mario Roso de Luna A Cruz de Ouro Humberto de Campos O que certo em Astrologia Dr. Adolfo Weiss Os nascidos em Maio so assim J. Igiesias Janeiro Polaridade ou Lei de Ao e Reao Emerson Quem somos e o que queremos As Molas Secretas das Civilizaes Papus Tomando contato com vocs Pelos caminhos do mundo Um enigma para o leitor resolver Segredos Planetrios das Mulheres" - Lavege A Famlia feliz Aberraes psquicas do sexo Lies de Ocultismo A. J. Henning Para meditar K. H. Um "morto-vivo" fala aos "vivos-mortos" na face da Terra A mais poderosa produo da Natureza.

NOVA EXCURSO ILHA DE ITAPARICARELATRIO feito por Joo M. Villa Lobos, sobre sua viagem Itaparica, apresentado ao Ven. Mestre Henrique Jos de Souza. No dia 11 de setembro, domingo, 20 horas, chegava eu em Itaparica, s hospedando-me da Penso Itaparica, de propriedade do Sr. Peixoto, homem que possui minas de guas-marinhas e outras pedras preciosas, em Minas Gerais mas, no pode explor-las, pois quando se aproxima do local, atacado por forte asma, sendo assim obrigado a voltar, incontinente, para Itaparica, nico local onde pode viver sem maiores males. No dia seguinte, muito cedo, fui Fonte da Bica e comecei a fazer uso das guas. No passeio que fiz pela cidade, antes do almoo, e debaixo de um cu e sol maravilhoso, pois a poca das chuvas no tinha ainda terminado, verifiquei que a mesma cidade havia sofrido grandes modificaes para melhor, naturalmente; desde 1942 quando l estivemos em caravana jornalstica, com o Irmo Tenreiro, etc., a servio de Dhran. Abriram-se novas ruas, novas avenidas e belas residncias e edifcios pblicos foram construdos.

12

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Ao ter contato com algumas pessoas nascidas e residentes na ilha, procurei me informar do movimento espiritualista ali existente. Fui ento notificado de que alm de catlicos e alguns protestantes, nada mais existia ali de importante. Entretanto, insisti, se alm, em alguma cidade prxima no havia qualquer coisa que no fosse ligada Igreja? Disseram-me ento, que em Gameleira existia um Centro Espiritualista, dirigido por um senhor de nome Joo Caiap. No dia seguinte (14), fretei um Saveiro e dirigi-me para esse local. Depois de uma viagem, vela, de 8 horas, l cheguei. Era dia de Vera Cruz e deparei com uma enorme romaria estando a residncia daquele senhor transformada num verdadeiro pandemnio. Apresentei-me e conversei com o Sr. Caiap como pude, dei-lhe cincia do nosso movimento e fiquei sabendo que ele trabalha pela linha africana (Atlante como diz o Ven. Mestre) e, se diz chefe espiritualista de 30 mil pessoas, isto , de toda a ilha e suas redondezas. Disse-me que pretende transferir seu Centro para So Salvador, afim de ser mais eficiente. As suas consultas so feitas por meio de bzios. Ps-se minha disposio em qualquer das sextas-feiras seguintes, porm, no mais o procurei. Dia 15 fui a Salvador para receber os nossos irmos Dr. Jaime e sua esposa D. Alice, que deviam chegar 10 horas, pelo vapor Andes da Mala Real Inglesa. s Almoamos e passeamos pela cidade at 15 horas e trinta minutos, pois 16 horas s s deveramos partir para Itaparica no vapor de carreira, pertencente Companhia Baiana, que atraca no Armazm prprio do Cais do Porto, junto Docas do Mercado. Sendo, s esse dia, aniversrio dos Venerveis Mestres, Os Gmeos Espirituais, .telegrafamos aos Mesmos, apresentando nossos respeitos e congratulaes. Muito mais, por estarmos no Lugar em que ambos fundaram a Obra, aos 24 de junho de 1899. Nos dias que se seguiram, corno veterano, passei a mostrar aos nossos irmos, todos os encantos e preciosidades da ilha, como monumentos histricos, praias e a Fonte da Bica, sendo esta por ns frequentada duas vezes por dia. Tomamos vrios banhos de iodo, em certa regio da praia, que dizem ser muito bom para as pessoas reumticas e que sofrem de paralisias. Fizemos vrios passeios praias vizinhas, e assim, passvamos por Ponta da s Areia, Amoreira, indo at Manguinhos, antigo reduto da pesca da baleia, onde era extrado o leo e outros produtos desse cetceo. Hoje s existem ali, runas de um passado no muito remoto. Nos ltimos dias de setembro, tendo notado o interesse de certas pessoas pelo conhecimento de nossos princpios teosficos, comecei preparando-me para uma conferncia, com a finalidade de fundar, se possvel, um Centro de estudos. Mas... sempre h mas na vida da gente; sobreveio a doena e fiquei de cama at fins de outubro um ms. No posso deixar de mencionar as atenes dos irmos Dr. Jaime e D. Alice, e a assistncia que me foi dada, pelo mdico do Estado, Dr. Edgar Borba Fres. Quando recobrei a sade, ateu nico objetivo era regressar a S. Loureno; nada mais me interessava. Mesmo assim, ainda consegui dois ingressantes para o Curso por Correspondncia: o mdico Francisco Veiga e uma sua parenta, cujos nomes e endereos deixei com o nosso Ven. Irmo Vidal para os devidos fins. A famlia Veiga oriunda de Itaparica e Nazar. O Sr. Francisco Veiga, alm de mdico, homem de grande cultura filosfica, literria, cientfica e histrica. Possui 19 livros de poesia inditos e est enveredando, agora, pela literatura. Morreu-lhe ir pouco tempo uma das filhas, a quem muito se dedicava, pela sua inteligncia e cultura, fato este que lhe causou grande abalo moral. Tem, ainda, um filho com cerca de 20 anos de idade. um tipo magro, de estatura regular, olhos azuis, cabelos louros e crespos e nariz afilado. Pinta muito bem e tem estilo prprio. Nas horas de exaltao recolhe-se a seu quarto e, algumas vezes faz discursos interessantes. Como ramos vizinhos tive ocasio de escutar os seus discursos, e, certa vez, ouvi a seguinte sentena: Nunca mais, povos famintos sero

13

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

mortos em fornalhas candentes. Em rpida conversa que tive com esse moo nada notei de anormal. VISITAS: Logo achei-me em condies abreviei as visitas que pretendia fazer s vrias localidades e indstrias locais. MAR GRANDE: Com o fim de descobrir a antiga propriedade dos antepassados do Ven. Mestre, fui a Mar Grande, porm, as pessoas antigas da localidade nada adiantaram. Disseram-me que havia um senhor h pouco falecido, que contava mais de oitenta anos, e que seria o nico que sabia de tudo na localidade, Informaram-me que a sede da fazenda do Mar Grande tinha sido transformada em Clube de Futebol. EMPRESA DE GUAS MINERAIS ITAPARICA: A empresa est localizada em um grande terreno, com parque, banheiros para tratamento com gua mineral, prdio de engarrafamento e edifcio de fabricao de garrafas, Na fabricao dite garrafas h uma particularidade interessante, que, parte da areia empregada na fabricao, monazitica. No nos foi explicado satisfatoriamente qual a vantagem do emprego dessa areia 3 . Entretanto, deram a entender que dessa forma, as qualidades teraputicas da gua so mais eficientes. Outra particularidade a de que todo o maquinrio, da fabricao e do engarrafamento, movido a gs extrado da prpria ilha e fornecido pela Petrobrs, dando uma economia de 80% sobre qualquer outro combustvel ou fora. FBRICA DE TECIDOS: H em Itaparica uma fbrica de tecidos de algodo com o nome: Fbrica de Tecidos So Benedito, que pertence firma S/A Agenor Gordilho. A particularidade existente nesga fbrica funcionar a mesma como fiao e tecelagem. O algodo entra na fbrica em fardos e sai transformada em sacos, j carimbados. A produo de sete mil sacos dirios. Todo o maquinrio veio da Amrica do Norte e da Alemanha. O combustvel utilizado o gs da Ilha, fornecido pela Petrobrs, com uma despesa diria cie Cr$ 320,00 quando, se consumisse eletricidade gastaria, com a mesma produo, Cr$ 2.000,00. PETRLEO: Visitei o edifcio da Petrobrs, na Av. 25 de Outubro s/n, em procura do Dr. Zacharias Boyer Engenheiro-Chefe, a quem j havia sido apresentado anteriormente. A tomei conhecimento com os Srs. Jos dos Santos Teles e Jos Torquato da Silva (este ltimo vim a saber posteriormente havia lido a entrevista do Comandante Stauss, no O Cruzeiro, entusiasmando-se pelo assunto). Da seguimos de caminho para o Campo Central, onde obtive as informaes seguintes: A ilha explora, atualmente, 16 poos de petrleo e 12 poos de gs. Os poos do petrleo do uma produo diria de 600 barris (cada barril contm 159 litros), que so enviados em barcaas para Mataripe, onde so refinados e reembarcados para os portos consumidores. Mataripe fica h poucas milhas, na direo N.E., de Itaparica. A produo dos poos de gs no est, todavia, suficientemente controlada. Sabe-se, entretanto, que a reserva de gs na ilha de alguns milhes de metros cbicos, sendo considerada a segunda reserva de gs do Brasil. A primeira era Arat. A Petrobrs est intensificando os estudos geofsicos do solo brasileiro, tendo ritualmente, unia equipe de geofsicos em atividade no Estado da Bahia, com o fim de localizar petrleo e gs. Os campos de produo de petrleo na Bahia, no momento so: Itaparica, Candeias, D. Joo Mala de So Joo, Cat e Pedras. Destes campos, espera-se em breve, uma produo de 15 mil barris dirios. Em virtude disso e dos estudos da equipe de geofsicos no solo baiano, a Petrobrs est em estudos para transformar a capacidade de refinao de Mataripe para 30 mil barris dirios.3

A cura do reumatismo naquelas mesmas praias ponde pelo valor das areias monazticas, qual acontece as de Guarapari no Esprito Santo.

14

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

PREFEITURA: O edifcio da Prefeitura novo e moderno. Foi construdo no ano passado e est localizado em uma pequena Praa. Em frente a entrada principal est o busto do governador Regis Pacheco, com uma placa no pedestal, com os seguintes dizeres: Ao governador Regis Pacheco homenagem do povo ltaparicano 7-1-1955. ESCOLAS: H bastante escolas na Ilha para alfabetizao, isto , para o ensino primrio. Ainda no h o ensino secundrio. No existe ali nenhum ginsio. A Sra. Julieta Almeida Azedo, itaparicana e atualmente presidente da seo local do Partido Trabalhista, debate-se junto autoridades estaduais, para que se crie um ginsio, para o s estudo secundrio na Ilha. H belos edifcios onde esto localizadas as escolas primrias entre eles se destaca aquele onde funciona a escola Carneiro Ribeiro, cuja velha casa foi considerada monumento nacional. LUZ: A luz eltrica explorada pela Prefeitura entretanto, permita-nos dizer, fica muito a desejar no momento. A Usina eltrica funciona das 18 24 horas 6 horas s apenas, mas, no h nenhuma indstria movida fora eltrica e nem fora eltrica e nem fora eltrica para fornecer indstrias. Dizem que o governo havia adquirido em s So Paulo um possante motor para funcionar a gs (o atual funciona a leo diesel) e, que de janeiro de 1956 em diante, Itaparica havia de ter boa luz e fora. Que os deuses o permitam. BAHIA SALVADOR: Pouco tempo estive: em Salvador, entretanto, consegui comunicar-rne com nosso irmo Dr. Jaddo Coulo Maciel e conversar um um pouco sobre o nosso Movimento ali. Ele havia estado muito mal e regressava de uma estao onde estivera em repouso, depois de custosa operao da vescula e apndice. Ainda est se restabelecendo. Disse-me que est articulando certos elementos com o fim de fundar Instituto ou Centro de estudos teosficos. A vontade grande de sua parte. E no menos o seu talento. So Loureno, novembro cie 1955. (a) Joo M. Villa Lobos.

DOCUMENTRIO FOTOGRFICO DA EXCURSO Ilustrao: foto Legenda: Casino e Hotel Balnerio de Itaparica. Ilustrao: foto Legenda: Fbrica de garrafas e engarrafamento das guas de Itaparica. Ilustrao: foto Legenda: Fbrica de tecidos. Produz sete mil sacos dirios.

15

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Ilustrao: foto Legenda: Prefeitura de Itaparica. tendo em seu ptio um, busto com a seguinte legenda; "Ao governador Regis Pacheco homenagem do potro Itaparicano". Ilustrao: foto Legenda: Escola "Carneiro Ribeiro" em Itaparica. Carneiro Ribeiro foi mestre de Rui Barbosa. Ilustrao: foto Legenda: Uma "Granja" em Mar Grande. Ilustrao: foto Legenda: Casa onde residiram os excursionistas em Itaparica: Dr. Jaime Magalhes e Senhora, e Comandante Villa Lobos.

A ETERNA TRADIO ( )

H. J. SOUZA Erguem-se por toda parte as fogueiras dedicadas a S. JOO, como se fossem FACHOS enormes iluminando vilas, aldeias, cidades, pases inteiros principalmente no BRASIL, cujo: nome faz lembrar a ARARA, o AGNIN PAROXA das tradies orientais, ou seja, AGNI, O Fogo sagrado que arde em todas as coisas, embora que o nome BRASIL, em verdade, de BRASA no provenha, e sim, do termo BADEZIR (Basal ou Brasil), como j tivemos ocasio de provar mesmo que atravs da pr-histria, se assim o quiserem em nosso estudo publicado em o nmero anterior desta revista, dividido em trs captulos Intitulados: BRASIL FENCIO - BRASIL IBERO-AMERNDIO - BRASIL DE HOJE. E as fogueiras continuam ensinando aos homens que devem ser iluminados pelo FOGO DIVINO, tornando-se eles mesmos, HUMANAS FOGUEIRAS, por isso mesmo, ILUMINADOS PELA ESSNCIA DIVINA. Do mesmo modo, os fogos riscando o espao, em formas arabescas, como se quisesse escrever na tradicional noite de S. JOO, tudo quanto de grandioso transcende do nome TRADIO. Sim, porque eles falam, tambm, das quatro Idades do Homem, que so INFNCIA A DOLESCNCIA MATURIDADE VELHICE, pergunta enigmtica que faz a ESFINGE a quantos com ELA se defrontam interrogando o MISTRIO. Para ELA mesma completar a pergunta, com estas palavras: OU TU ME DECIFRAS OU EU TE DEVORO. E isto, porque cada Homem no sendo mais do que o( ) Nota da Redao: Transcrito da Revista Dhran n 3 (1954). Trata-se de um trabalho da maior profundidade e do trais alto grau inicitico que certamente, h de alcanar a Conscincia dos leitores mais intudos .o

16

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

seu prprio REFLEXO, inclusive, na sua origem Andrgina, devem aproveitar essas mesmas QUATRO IDADES DA VIDA, aprendendo a SABER, OUSAR, QUERER E CALAR. E a onde, em verdade, se acha o maior de todos os mistrios... Mas, continuemos a falar da tradicional Noite de So Joo: Em nenhum outro lugar do Brasil, a Noite de S. Joo possu a simblica expresso dos mistrios que a mesma envolve, como na Bahia. Tem-se a impresso de que a sua capital, por exemplo, transformou-se em enorme incndio, que, ao invs de destruir a tudo e a todos, ao contrrio, ilumina as mentes e os coraes daquele POVO cheio de tradies, repleto de crena nas cousas do Espirito. E assim, esse fogo tradicional que lhe vem de Alm-mar e se fundiu depois na ALMA BRASILEIRA, hoje invade o BRASIL inteiro, transformando-O em enorme FOGUEIRA! O nome JOO s por si uma legenda. E isto, para comear: tem busca da Terra do Pai Joo Henrique de Sagres sela o histrico e cclico documento, gire deveria depois servir para a DESCOBERTA DO BRASIL. CABRAL teve a primazia de ser o autor do codicilo de to maravilhoso TESTAMENTO. O Polo Norte tambm a Terra do Pai Joo. E Terra de Joo Ningum chamada toda regio que deva ficar ignorada... JOHAN, Johanes, JEAN, JOIIN, Jing, Dzyan, Dzin ou Djin, em vrias lnguas, no mais do que o JNIO ou JINA, que serve de GUIA aos homens vulgares da Terra. Colombo, Cabral, o mesmo Henrique de Sagres, Jeanne d'Arc, a JINA do ARCO, da Arca ou da Agartha no seu maravilhoso sentido, tambm, da BARCA, pois para esse Lugar que os Manus ou dirigentes de povos, como No, por exemplo (esse ma mo No, que lido anagramaticamente, nos d o termo grego EON, que significa: a Manifestao da Divindade na Terra), conduzem seu Povo ou FAMLIA repetimos, todos esses SERES no foram mais do que JINAS ou JENIOS. O mesmo Jesus ao dizer que, meu Reino no deste mundo no apontava apenas o Cu como julgam as religies ocidentais. Ele queria referir se a um REINO secreto, que nem todos os seres da Terra podero alcanlo. As lendas de todos os povos falam de semelhante reino, chamem-se: SHAMBALLAH, AGARTHA, Mundo de DUAT, WAHALLAH! que a mesma Shangri-la, hoje to em voga, como as simples eco daquilo que podemos chamar de A tradio religiosa de todos os povos. A Igreja distingue o termo YOKANAN do de Joo Batista. Mas, a Verdade que o ARAUTO ou ANUNCIADOR do Messias Prometido, possua aquele ttulo inicitico. E isto porque, YOKANAN ou IOCANAAN, o Guia, alm de Arauto, de um cl, famlia, etc., para a Terra da Promisso. Nesse casa o Chefe de um Movimento, ao mesmo tempo que anunciador de um avatara ou da manifestao da Divindade na Terra. E a prova est em que Ele mesmo quem batiza Jesus no Rio Jordo, quando o Esprito Santo descendo sobre Aquele, d-lhe o valor integral do seu messinico papel na face da Terra. Jesus, Joo e Jordo, 3 JOTAS ou trs mistrios ligados ao Mundo Jina ou agartino. No houve, pois, um s IO-CANAAN, mas diversos, de acordo com os vrios ciclos ou Idades (Yugas] em que repartida a Vida Universal, segundo a prpria Evoluo humana. Quem teve ocasio de ler O PROMETEU ENCA DEADO de squilo, nele havia de ter encontrado a conversa entre a deusa IO (sis, a Lua, etc.) e o mesmo Prometeu, que outro no , seno, a prpria Humanidade acorrentada nas frreas cadelas da ignorncia das coisas divinas. E razo, portanto, dos seus sofrimentos. Todo sofrimento humano, dizem as escrituras orientais, provm de Avidya (ignorncia, contrrio Vidya, conhecimento, sabedoria, etc.). E assim a deusa IO ou sis, aponta o seu prprio ITINERRIO (Itinerrio de IOI que aquele por onde a Mnada deve palmilhar quando a evoluo chegou ao mximo de determinado ciclo. Atualmente, por exemplo, tendo ela

17

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

chegado aos 23 , de latitude sul, TRPICO DE CAPRICRNIO, este abrange Rio, Niteri, Serra da Mantiqueira, etc. sendo que o mesmo passa bem por cima da capital bandeirante, como prova o Monumento que lhe foi dedicado e se acha no Horto Florestal como pode ser visto por aqueles que ignoram semelhante coisa. Eis a a razo pela qual a nossa Instituio fez construir um Templo dedicado Paz Universal, e consequentemente, todas as religies do mundo, numa colina em S. Loureno. Mesmo Lugar onde a 28 Setembro de 1921 o Movimento cultural e espiritual em que estamos empenhados, fez a sua ecloso definitiva na face da Terra, pois que, antes, a 24 de Junho de 1899, j o fazia, digamos, de modo quase subjetivo, pois s foi conhecido pelos chamados Adeptos da Boa Lei, na Iha de Itaparica, ponto de intercesso com a capital bahiana, para o Trabalho pr-histrico, de Badezir e Yetbaal (Pai e Filho, mesmo que o grande Champollion brasileiro, que foi Bernardo Ramos, tivesse confundido, ao decifrar as inscries da PEDRA DA GVEA, um com o. outro, isto , dando Badezir como filho, quando o mesmo era o Pai). De fato, Badezir dirigia temporalmente toda a regio compreendida do vale das Amazonas at a Bahia. Enquanto Yetbaal, espiritualmente, desde esse mesmo Lugar (Salvador-Itaparlca) at onde hoje o Rio Grande do Sul. Quando o ilustre etnlogo mexicano Jos Vasconcelos diz que dentre a bacia do Amazonas e do Prata que sair a raa csmica, realizadora da concrdia universal, porque ser filha das dores e das esperanas de toda a Humanidade, demonstra que um grande clarividente. Sim, porque outro no o nosso Movimento. Da, o SPES MESSIS IN SEMINE, como lema adotado pela nossa Instituio desde o seu comeo. Desse modo, o Itinerrio de IO, no presente ciclo est compreendido desde Bahia-Itaparica, Rio, Niteri, S. PAULO e S. Loureno, ou seja o mesmo adotado por Jos de Anchieta, como se poder verificar por sua prpria Biografia, toda Ela repositrio inicitico da Histria de nossa Ptria. Jos de Anchieta tambm era um JENIO ou JINA da Agarta. ******** Falemos ainda de Joo Batista: As duas iniciais por Ele adotadas, como IOKANAAN do ciclo de PISCIS (que o prprio Jesus o traa no solo quando lhe apresentam a mulher, faltosa), so as mesmas das Colunas do Templo de Salomo, adotadas pela Maonaria, ou sejam JAKIM e BOHAZ uma de Ouro, outra de Prata (Sol e Lua). Do mesmo modo que, das cidades onde Jesus nasceu e morreu: BELEM e JERUSALM. JNANA (o Conhecimento, a Sabedoria) e BHAKTI (o Amor, a Devoo, etc.), so os dois Caminhos da Vedanta. Cagliostro, como representante da Maonaria egpcia, adotou como um dos seus pseudnimos, o de Jos Blsamo. Pelo que se v, as duas iniciais J e B aparecem em toda parte onde houver um motivo inicitico, ou melhor, algum investido de poderes superiores, ou mesmo, um lugar JINA ou do mesmo carter... Em nosso Templo figuram essas duas Colunas, alm de, nas mesmas estar impresso o signo de AQURIOS, do futuro AVATARA. Na Maonaria, ainda, existe o rito do ADOMHIRAMITA (Adam ou Adom, Hiram, o ressuscitado, como dizem as suas prprias tradies... e Mita ou Mitra, que um termo francamente solar. Haja vista o nmero de Cristo ser o 608, ou seja o de um ciclo solar). Por sua vez, a respeitabilssima ORDEM SOBERANA E MILITAR DA CRUZ DE MALTA, fundada nos albores do sculo XI, e que teve papel importantssimo em nossa prpria Obra (que eterna, e no numa s vida), inclusive no mistrio do L P D, ou da

18

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Revoluo Francesa, para destruir o P de Lrio ou Lis dos Bourbons na razo do LILIUM PEDIBUS DESTRUE, tem por PATRONO JOO BATISTA 4 . Finalmente, o nome de Joo Batista, como Arauto do Cristo, se acha estreitamente ligado ao mistrio das 3 iniciais de que se serviu o mesmo Cristo, sinto vejamos, de acordo com a lenda da sua degolao,: JOO, Herodes (Herodiades) e SALOM formam as 3 referidas Iniciais, isto : JHS, que no deixa de ser uma Trade Superior para o quaternrio inferior que foi posto na Cruz: JNRJ, ou seja: JESUS NAZARENUS REX JUDEORUM. . . Quanto questo do fogo, vem de tempos imemoriais, inclusive, com o nome de Fogos de Bacho, que em nada diferem das fogueiras ou FACHOS, FOGOS, etc., at hoje usados na NOITE DE S. JOO. E que do a tais festas, no apenas o nome de JUNINAS, por serem no ms de Junho, mas JOANINAS, por serem de origem divina ou Jina. Posteriormente ligaram essa festa de Sto. Antonio e S. Pedro, que nada tm a s ver com semelhante tradio, embora a respeitabilidade dos referidos NOMES. E assim, ao invs das garantias espirituais que a referida tradio merece, surgiu a ganncia comercial, a par da deturpao religiosa ... E com isso, o rudo estonteante das bombas, dos foguetes de toda espcie durante todo o ms de junho, avanando pelo de julho, sem falar nos trgicos acidentes, pois que, em tudo na vida a espada de dois gumes se apresenta. No bastassem as Bombas atmicas a retirarem a anatomia do mundo e dos seres que neles habitam... So verdadeiros dias e noites de um S. JOO beligerante, ao invs do JENIO DO AMOR que deve existir entre os homens, para fazer js ao Amai-vos uns aos outros. E como as adulteraes das cousas divinas marchem atravs dos tempos, adeptos do deus Bacho em vez do da colheita apenas das uvas, qual era o mesmo deus dedicado outrora, chama-se a algum que abusa do vinho, de todas as bebidas espirituosas, mas nunca espirituais, ou garantidas pela quintessncia divina... Da, a Ambrosia, como LICOR DOS DEUSES, que vai ter Santa Eucaristia, ou o sangue do Cristo transformado em VINHO, do mesmo modo que, seu corpo transformado em PO ou Hstia. Desse mesmo termo (Bacho) surgiram as bacanais romanas, muito em voga nos tempos dos csares romanos. A bem dizer o nosso CARNAVAL, que tem fama e voga no mundo Inteiro, no outro, seno, uma adulterao das procisses da decadncia do Egito, da Grcia, etc., pois que o mesmo Hermes, vendo seu povo afastado das leis divinas, teve ocasio de dizer: De ti, Egito, no restar mais do que runas e areia, alm de ficares viuvo dos Deuses, O que resta do Egito? perguntamos ns, seno, runas e areia? ... 5 Sim, o termo CARNAVAL faz jus ao de CARNE VALE ou Vale a carne, pois que o deus Momo no outro, seno, o deus MARA das escrituras orientais, como tentador das criaturas. Sim, o CARNAVAL a TENTAO DA CARNE. E dizer-se que certas revistas fazem disso negcio lucrativo. A revista que no traz uma sereia despida, no revista. Sim, mas se torna, com ou sem trocadilho, uma revista completamente despida. No merece, pois, entrar em casa de famlia decente. Muito menos, onde existam crianas, prodigiosas sementes da Nova Raa. ******** Os tempos se passaram e estamos em 1952. A tradio, ou melhor, a Lei que a tudo e a todos rege exigiu, naquela famosa noite de S. Joo que, trs fogueiras fossem armadas: as duas primeiras, em dois lugares afastados das vistas profanas, para no4 Naquele tempo era o seu Gro-Mestre (ou Chefe Supremo), o Conde de Rouen, irmo do cardeal do mesmo nome, por sinal que, sendo este muito amigo do Conde de Cagliostro, a quem devia inmeros favores. 5 De ti, Jerusalm, no restar pedra sobre pedra , disse tambm Jesus, condenando a terra judaica, em franca decadncia... O mundo inteiro bem que merece, hoje, semelhantes palavras...

19

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

dizer, da face da Terra. E estreitamente ligadas maior de todas as Tragdias, que foi a do Calvrio. Mais tinia vez numa delas figuravam as trs iniciais: J H S, mesmo que em quatro transformadas, como J N R J. A Trade superior sobrepujando o quaternrio inferior do mundo. Era, a bem dizer, o final do ciclo de PISCIS. Quanto terceira, foi armada nos terrenos da Vila Helena, como residncia dos Dois Fundadores da Obra. E que deveriam ser os atiadores da Chama, por meio de um tio retirado do fogo daquele mesmo lar ou lareira. Aqueles que deram at hoje os preciosos Frutos da Espiritualidade, a quantos ousaram acompanhar seus passos, deviam tambm oferecer os frutos e cereais, como alimento fsico... cozidos na referida fogueira. Mais eis que, fenmeno assombroso se d quando o Homem coloca o tio na fogueira. Como se v na fotografia ao lado, o tio desaparece e se transforma num facho bem por trs da fogueira, como se o mesmo para o cu se dirigisse, digamos, a confundirse com a estrela VNUS, cujo nome esotrico, como todos o sabem, LUCIFER, com o significado de Portador do Facho. Sim, Fogos de S. Joo, de Bacho, mas tambm, do Esprito Santo, por ser aquele da Nova Colheita. E do lado do poente, de fato, VSPER, naquela poca, mas em outra do ano, estrela d'Alva, estrela matutina, como lhe chamam as gentes humildes da Terra, l estava a luzir ou luzir, na sua cor azul-eltrlco, conto se fora, ela mesma, iluminada por semelhante FACHO que da Terra subiu para elevar, ainda mais, aquela que, por todas as razes, chamada de Esprito da Terra. Na Mitologia grega, Venus-Urania se mira num espelho. At hoje ningum soube interpretar tamanha verdade. De fato, Vnus se v, materialmente falando, no espelho da Terra, como se se dissesse que, Vnus e Terra se confundem ... Por trs da fogueira, o leitor pode ver, ainda, dois pequeninos faris, guisa de olhos, na mais perfeita geminidade ... Olhos que espreitam da sombra a sua prpria luminosidade. Sim, mistrios de nossa Obra. Mistrios daquele maravilhoso ano. De S. Paulo salmos para realizar semelhante ritual, pois, como se sabe, em Fevereiro a nossa festa Solar, ao mesmo tempo que jupiteriana. No Joo Batista o anunciador do Cristo, tendo este o seu Natal a 25 de Dezembro de cada ano? Assim tambm, nosso JOAN ou JO-CANAAN que foi a 24 de Junho de 1899, em Itaparica, o Natal teve lugar a 24 de Fevereiro de 1949. E desde ento, so ambos festejados anualmente. ******** Estamos novamente muna noite de S. JOO. Mas, desta vez, no glorioso ano de 1954. E em S. Paulo, no seu Quarto Centenrio! Enquanto na vspera, em S. Loureno, e nos terrenos da mesma Vila Helena, residncia dos Dois Fundadores da Misso ene que a S.T.B. est empenhada, uma fogueira fora armada pelos Irmos residentes na localidade, alm de pessoas no pertencentes fileiras da S.T.B., embora que seus antigos e simpatizantes, do mesmo s modo que vultoso nmero de crianas comemoravam a grande data de nossa Obra, inclusive, cantando, danando, soltando fogos, etc. em S. Paulo, na residncia tambm dos Dois referidos Fundadores da Obra, por sinal que, na rua JOO MOURA e mesmo nmero da Vila Melena, cuja sorna cabalstica d o nmero XV cio Arcano do Taro, com seu significado de FOGO DA INTELIGNCIA, da Sabedoria Perfeita, etc., o mesmo faziam os membros da S.T.B. residentes em S. Paulo, alm de vultoso nmero de crianas. Estas, como se fossem a prpria Companhia Infantil em miniatura, que, em Salvador, e no TEATRO S JOO (?), no prlogo de inicitica pea, os Dois referidos Protagonistas desta pea tambm de origem divina, tiveram que cantar, para depois ento, ruma para Lisboa, caminho ao Norte da NDIA... Ilustrao: foto Legenda:

20

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Fotografia misteriosa tirada na Noite de S Joo, nos terrenos da VILA HELENA em S. Loureno. O leitor que medite sobre as palavras do texto. E descubra o grande mistrio... Quanto ao facho, no se trata de um foguete. Servem de testemunhas, todos os presentes. Sim, em S. Paulo a referida data foi comemorada com o maior brilhantismo possvel, embora que, iniciaticamente falando, uma Ceia fraterna e amiga, uma espcie de CEIA do Senhor, despedida de um ciclo para outro, pois, como se ver mais adiante, o dia 24 de Junho de 1954 marcou uma ERA NOVA ERA PARA O MUNDO. E que dizer de, nessa mesma data, os jornais anunciarem o csmico fenmeno de Sol, Terra e Marte se apresentarem numa linha reta, alm de desconhecida ESTRELA... que brilhava do lado de leste. Tal estrela com Vnus se parecia, na sua luciferina cor azul eltrico!... Mais uma vez dizemos: COELI ENARRANT GLORIAM DEI, pois que, no cu de S. Loureno (conto pode ver nesta mesma revista, em seus nmeros 126-130), misteriosos crepsculos apareceram, como por exemplo: CRISTO DEITADO ou ADORMECIDO. O mesmo Cristo de braos abertos, descendo do cu, ou antes, postado no seu Portal, foi mais que uma apoteose celeste! E assine por diante. Todos esses crepsculos, dias e noites de S. JOO, fogueiras acesas, luminosas, FACHOS ESTELARES se confundindo com o CRUZEIRO DO SUL, o ZIAT Atlante... Que os homens de boa vontade saibam receber o divinal AVISO de que o dia 24 de Junho de 1954 deu inicio a, de h muito, esperada ERA DO ESPRITO SANTO. No mais, no h como dizer: Glria a Deus nas alturas. E Paz na Terra aos homens de boa vontades 6 .

O ALVORECER DO NOVO CICLO 7Hino da Sociedade Teosfica Brasileira Ilustrao: pauta musical do Hino Letra do Hino da S. T. B. Salve, Ptria Brasileira! Cujas cores da Bandeira: PAZ - AMOR - SABEDORIA

Nos festejos de So Joo, no falta especialmente na Bahia quem grite, danando e cantando no lado da fogueira: Acorda Joo. Acorda Joo ! Isto vem provar que o Vox Populi de fato, o Vox Dei, porque, outrora tambm se evocava nos Templos do Egito, da Grcia, etc.: Desperta (ou acorda) Hermes, Enoch. Desperta, desperta . Sim, por serem dois grandes nomes da Evoluo Humana. O Livro de Enoch serviu para a confeco de outros livros, inclusive a Inprin Bblia. Hoje, nem sequer poderamos gritar, exclamar: Desperta, Mitra-Deva, pelo fato de, h muito, ter Ele despertado. Diramos, ento: Glria a Buda em nosso Templo, porque, tanto Buda como Cristo, querem dizer: Iluminado Sbio, etc. Durante muito tempo, foi ele aclamado e reclamado do seguinte modo: Amitabha sai do Loto que Te encerra. Ns, os filhos de Dhran Te esperamos sobre a Terra . E isto, porque, a prpria frase tibetana OM MANI PADME HUM, quer dizer: Salve, Jia preciosa do LOTO. O autor. 7 De autoria do Prof. H. J. Souza, o Hino da S.T.B. descreve a Obra grandiosa em que a mesma est empenhada, principalmente, o que diz respeito Amrica do Sul.

6

21

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Os teus primores So cantados Com louvores Mui amados Neste dia! Coro: Salve, madrugada! Toda cheia de esplendor; Do teu Seio Iluminado Sobem hinos de louvor. Feminino PAZ - AMOR -- SABEDORIA Nossa legenda adorada Vibra altiva na bandeira Que por ns (bis) foi desfraldada. Eis que um novo ciclo avana Com passadas de gigante, Na Vereda que traamos Do Brasil (bis) no seio amante. Coro: Mnadas IBERO AMERICANAS A Luz deste cu azul, Formaro a nova raa bis De Americanos do Sul. Masculino Esta misso gloriosa Dos Sete Raios de Luz Do Brasil, o Povo eleito, A Glria sem par conduz. Coro: Arautos da Nova Era, Obreiros da Evoluo Cuidados da Sementeira No crisol da Perfeio. Salve, madrugada! Toda cheia de esplendor; Do teu Seio iluminado

bis

bis

bis

22

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Sobem hinos de louvor.

HINO NACIONAL BRASILEIRO 8ORIGINAL EM PORTUGUS Ouviram do Ipiranga as margens plcidas De um povo herico o brado retumbante E o sol da Liberdade, em raios fulgidos, Brilhou no cu da Ptria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguirmos conquistar com brao forte, Em teu seio, Liberdade, Desafia o nosso peito a prpria morte! Ptria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vvido De amor e de esperana a terra desce, Se em teu formoso cu, risonho e lmpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela prpria natureza s belo, s forte, impvido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza Terra adorada, Entre outras mil, s tu, Brasil, Ptria Amada! Dos filhos deste solo s me gentil, Ptria amada, Brasil! Deitado eternamente em bero esplndido, Ao som do Mar e luz do cu profundo, Fulguras, Brasil, floro da Amrica,8 O Hino Nacional Brasileiro, original em Portugus e verso Tupi, constitui uma homenagem ao Brasil, "Santurio da Iniciao do gnero humano a caminho da sociedade futura".

23

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos tm mace flores; "Nossos bosques tm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores", Ptria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja smbolo O lbaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro desta flmula Paz no futuro e glria no passado. Mas, se ergues da justia a clava forte, Vers que um filho teu no foge luta, Nem teme, quem te adora, a prpria morte. Terra adorada, Entre outras mil, s tu, Brasil, Ptria Amada! Dos filhos deste solo s rude gentil, Ptria amada, Brasil!

VERSO TUPI Dr. FARIS A. S. MICAHESI Cembyua Ypiranga ui, piua, Ocendu kirimbua acemo Coaracy picirungdra, cendyua, Retama yuakaup, berabu. Cepy qu iaueua ui ram, Itaylud irumo, iraporepy, Mumutara ua, ne pyd up, I manodua oiko ian cepy. laai nd Oh moetua Au, Au!

24

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Brasil, ker pi up, coaracyua, Cai i narua cui oui, Marec, ne yuakaup, poranga. Ocenipuca Curua iep! Turuu reik, ara rupf, teen, Nd poranga, i santdua, ticikyi Nd cury qud mba-u omeen. Yuy moetua, Nd remund, Reik Brasil, Nd ixai! Mira qud yuy u, nd cy cat, Nd ixai, Brasil! Ienofyua cato pup reik, Mem, parteap, qud ara up, Nd recendy, potyr America i. I coaracy omucendy ian! Inti orek puranua pyr Nd nhu sorydra omeen potyra pur, "Cicu pyr oreko ian caau". Ian cicu, "nd pyr up, ai pyr". Iaai nd Oh! moetua! Au, Au! Brasil, nd pana iacy-tat-udra Toik rangua qu cai ret I qu-pana iakyra-tau ionhee Cuire catuama, ierobira kuec. upi tacape repuama rem Ne mira apgua omaramunh, Iamoet nd, inti iaceky. Yuy moetua Nd rermund,

25

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Reik Brasil! Nd, iguai! Mira qu yuy ui cy cat, Nd, ixai, Brasil!

Oitava Conveno da Sociedade Teosfica BrasileiraEsta segunda parte do presente nmero de DHARAN dedicada OITAVA CONVENO ANUAL DA SOCIEDADE TEOSFICA BRASILEIRA que, como sabe o leitor assduo deste peridico, vem se realizando desde 1949. A deste ano ultrapassou todas as anteriores, alm do mais, por ter sido a do ano que resolve os destinos da humanidade. Por esse motivo, o Supremo Dirigente da S.T .B . , Prof. Henrique Jos de Souza, resolveu dividir a Conveno deste ano em trs partes que se desenvolveram, respectivamente, em S. Loureno, S. Paulo e Rio de Janeiro. A primeira parte desenvolveu-se do dia 19 ao dia 26 de Fevereiro; a segunda, de 19 a 22 de Abril; e a terceira, de 6 a 13 de Maio. OITAVA CONVENAO DA S.T.B. SETOR S . LOURENO Em linhas gerais, obedeceu ao seguinte programa: Dia 19 10 h Inaugurao da Exposio Dia 20 20h30 Conferncia Dr. Charles Boschina Filho Dia 21 14h30 Visita ao Parque das guas Dia 21 20h30 Conferncia Dr. Luiz Eduardo da Silva Machado Dia 22 14 h Instalao da Conveno Dia 22 20h30 Conferncia - Dr. Antonio Castanho Ferreira Dia 23 14 h Conveno (Continuao) Dia 23 20h30 Festa Artstica - Auditrio do Hotel Negreiros Dia 24 20 h Hasteamento da Bandeira na Vila Helena, seguido do hasteamento das Bandeiras no Templo e desfile dos Pupilos Dia 24 14 h Assemblia Geral Dia 24 20 h Reunio no Templo Somente para a Srie D Dia 25 14 h Conveno Encerramento Dia 25 18 h Reunio no Templo Somente para a Srie D Dia 26 9 h Reunio no Templo - Todas as Sries Dia 26 10 h Consagrao dos Novos Pupilos Dia 26 20h30 h Conferncia Dr. A. J. Pizarro Loureiro O SARAU ARTSTICO, que constituiu um dos pontos altos da Conveno, contou com a colaborao de artistas e msicos de nomeada, todos membros da S.T.B.: Elza Marques Gomes (Harpa), Walter Mancilha (Acordeon), Martha M. Queiroz (Declamao),

26

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Carlos M. Ozrio (Violino), Leo Bach (Harpa), Paulo Roberto (Variedades), alm do Grupo Cnico LPD e do Grupo Coral LPD. As fotografias que se seguem do uma idia do que foram as solenidades que se desenvolveram durante a Oitava Conveno da S.T.B. Setor S. Loureno. Ilustrao: foto Legenda: Manh de 24 de Fevereiro. defronte Vila Helena, residncia dos Dirigentes do S.T.B., Prof. Henrique Jos de Souza e Da. Helena Jefferson de Souza. O instantneo assinala o momento em que ia ser iado o Pavilho Nacional, depois da incitica alocuo proferido pelo Prof. H.J. Souza, alusiva data e Oitava Conveno. Ilustrao: foto Legenda: Manh de 24 de Fevereiro, na escadaria do Templo da S.T.B. (Sublime Templo Brasileiro), depois de iniciticas palavras proferidas pelo prof. Henrique Jos de Souza, cantado o Hino Nacional por todos os presentes. Por trs dos Dirigentes Espirituais do S.T.B., v-se o porta-estandarte da ordem do Santo Graal, cercado por Cavaleiros da mesma Ordem. Ilustrao: foto Legenda: Grupo de Convencionais, fotografado no Parque das guas, quando em visita ao mesmo, a convite da Diretoria da EMPRSA DE GUAS S. LOURENO. Ilustrao: foto Legenda: Um grupo de pupilos da S.T.B. no mesmo Parque. Ilustrao: foto Legenda: O desfile de pupilos da S.T.B., que foram marchando do Templo at Vila Helena, atravessando pelo Parque das guas. Ilustrao: foto Legenda: Um dos "balizas" do de file das crianas, Jefferson Henrique de Souza, um dos filhos dos Dirigentes da S.T.B. Ilustrao: foto Legenda: Outro grupo de pupilos durante o mesmo desfile.

27

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Ilustrao: foto Legenda: O "jeep" que precedia o desfile, Com os pupilos menores. Uma faixa envolvia o veculo com os dizeres: GRUPO EXCURSIONISTA L.P.D. (Lutar Pelo Dever). Ilustrao: foto Legenda: A grande fila de pupilos da S.T.B. Ilustrao: foto Legenda: O automvel que conduzia os Chefes da Obra em que a S.T.B. se acha empenhada, ladeado por pupilos.

Palavras pronunciadas por ocasio da abertura da 8a Conveno da Sociedade Teosfica Brasileira, em So Loureno no dia 22 de Fevereiro de 1956, no auditrio da Estao de Rdio local. Dr. Luiz Eduardo da S. Machado Sr. Presidente Venerveis Irmos Pela simples observao dos acontecimentos atuais, quer nas comunidades sociais, entre os homens, quer na Natureza entre os elementos, nas suas atividades desordenadas, convulsivas e destruidoras se verificar, sem grande esforo, que algo de anormal est se processando. Se conclui desse modo que existe um mal, um erro, que h uma causa patolgica geradora dessas anormalidades. E um estudo mais detido e profundo da questo nos aponta o homem como a causa de todo esse mal pela sua ignorncia das leis divinas que regem a sua liberdade e responsabilidade; pela ao nefasta contra a sua integridade espiritual e contra a ordem natural das coisas; pelo seu estremado egosmo pretendendo submeter a tudo e a todos satisfao dos seus apetites materiais; pela inverso dos valores positivos e criadores das suas faculdades intelectuais esquecendo a sua estirpe divina e desconhecendo a sua elevada misso na terra. O brilho do sculo XX na cincia e na tcnica, o esplendor das frmulas que possibilitaram a existncia da bomba atmica, jogou a civilizao ocidental por um plano inclinado a beira do abismo da perdio. A alegria do sbio diante das primeiras experincias nucleares perdeu a santidade das sublimes aspiraes da cincia pura para logo se transmutar na cupidez do mando, na nsia incontida de poder e domnio dentro da frmula clssica que enxertaram cora o mal se queres a paz com o domnio para ti, prepara a guerra com a morte para os outros. Esse desvio de atitude e finalidade da Cincia e dos indivduos que desvirtuaram as criaes e conquistas da mente humana, que ameaam e anulam a sua existncia e felicidade um grave sintoma que nos diz, claramente, estar a humanidade doente e o Homem desequilibrado internamente.

28

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Deus concedeu aos homens a mais bela das prerrogativas: o livre arbtrio proporcional sua evoluo. Deus inspirou os mais santos e os mais sbios em todas as pocas e por intermdio de seus profetas deu aos homens regras de conduta, normas de vida, cdigos de leis e possibilidades existenciais que, se fossem observadas, a humanidade calda retornaria ao paraso perdido e sua condio de criaturas divinas. Mas meus benvolos ouvintes, tudo isso foi esquecido, tudo isso se perdeu, todo esse tesouro espiritual da humanidade, mui principalmente as leis que regulam a liberdade e responsabilidade da vida humana ou sejam as leis de carma e reencarnao as quais subsistem hoje, apenas, como verdades estratificadas nas chamadas escrituras sagradas quase sem sentido ou o que mil vezes pior, desvirtuadas, distorcidas para servir o domnio psquico das classes sacerdotais. E como mui bem diz Schur a humanidade se defronta atualmente entre uma religio sem cincia e uma cincia sem religio e o resultado de todo esse mal organizado o que se v: o homem desnorteado, sem resistncia interna, sem conhecimento da sua natureza e constituio ntima e sem orientao religiosa capaz de o religar ao criador. De um lado as religies e crenas nada ensinam verdadeiramente das origens, funo no .plano evolutivo e finalidade do homem sobre a terra. Torna-o, por isso, um agnstico, um ateu revoltado. De outro lado a cincia colocando um poder tremendo nas suas mos irresponsveis para a satisfao de seus apetites egostas leva-o a cometer todos os desatinos, inclusive a sua prpria e inconsciente destruio. Este o quadro que se antepe aos nossos olhos marejados e doloridos pela infinita angstia que nos invade. Diante deste panorama impressionante, ainda que descrito com sobriedade, surge em nossa mente um eco das palavras sempre renovadas do Esprito de Verdade, o sublime Krishna ou Cristo, se o quiserem: Todas as vezes, filhos do mundo que a Lei justa da evoluo da vida declina e a injustia, a iniquidade, se levantam, Eu me manifesto e apareo entre vs para selecionar os bons que ficam fiis aos meus ensinamentos e castigar os maus, julgando-os pelas suas aes. Eu renaso em todos os ciclos para impulsionar a tnica da Verdade, para dar inicio a uma nova Civilizao". Assim se fez no passado e se faz agora neste perodo de transio e reforma total do indivduo e da prpria Natureza. Da o trabalho intenso em que a Sociedade Teosfica Brasileira est empenhada, conto um tentmen para debelar o mal. Da a nossa luta, luta titnica e sem igual dentro da Misso em que trabalhamos. Porque mais difcil sanar ou curar do que adoecer; muito mais custoso construir do que destruir. A batalha tremenda porque tentos que vencer inimigos internos e externos; temos que vencer e dominar as tendncias egosticas derivadas das imperfeies fsicas, psquicas e mentais procurando conseguir em ns mesmos esse equilbrio e harmonia interna. Dentro do tempo e do meio, sempre hostis, temos que nos adaptar convenincias dos nossos ideais, novas diretrizes, s s vencer os obstculos naturais que se antepem idias novas, que podermos chamar s de inrcia do mente e do corpo, pois quase todos os indivduos preferem o conservadorismo, as idias estratificadas e tentem a mudana das suas convices filosficas ou religiosas, ainda que saibam estar erradas, tudo devido ao jugo dos preconceitos sociais, falta de coragem, preguia mental. Para processar essa renovao, preparar o advento de uma nova Era; para interpretar os smbolos antigos e revelar as verdades eternas; para dar novas formas ou frmulas de vida; para ressuscitar o pensamento antigo encerrado. nos livros santos; enfim, para orientar, educar e instruir a criatura humana ainda possvel de regenerao e melhoramento, um esforo crescente vem fazendo de sculo em sculo e que agora est sendo intensificado com o ecloso de um Movimento Sinrquico de carter inicitico. Inspirado por aquele Esprito de Verdade de que falamos, esse Movimento se firmou

29

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

nesta parte do globo, o nosso querido Brasil para lanar as bases de uma Nova Civilizao, to o nome de SOCIEDADE TEOSFICA BRASILEIRA e tem por sede a cidade de So Loureno. Assumindo esse grande compromisso perante a Lei da Evoluo Universal e para dar cumprimento ao seu mandato, os fundadores da Sociedade Teosfica Brasileira, Professor Henrique Jos de Souza e D. Helena Jefferson de Souza, tiveram de enfrentar dupla tarefa. Uma de carter cultural, inicitica, interna, para a preparao de Instrutores e mantenedores da Misso outra de ao externa levando ao mundo a palavra da Nova Ordem e mais do que isso, firmar esses ideais em realizaes concretas. Criou-se uma sociedade civil, escolas e institutos de alta cultura onde se ministra educao e instruo integral; criou-se um Colgio inicitico e se construiu um Templo em homenagem Divindade e tudo isso servio dessa Misso, dessa Obra maravilhosa da evoluo, da qual participamos com atores desempenhando os papis que nos cabe. Assim, Escolas, Teatro e Templo, so os grandes instrumentos de que usamos na consecuo dos nossos ideais de aperfeioamento humano e de melhoramento da vida. Apontamos o mal e querermos indicar o remdio. Afirmamos que o mal est no homem que caindo o egocentrismo por ignorncia e imprevidncia provocou um profundo desequilbrio vital e funcional na marcha evolutiva e que agora no sabe remedi-lo. Cumpre-nos, portanto, tambm, a obrigao de oferecer a prescrio e o medicamento, instruindo e guiando. Assim, como norma de orientao espiritual e cultura integral indicamos o estudo da Teosofia, a Sabedoria Inicitica das idades, como origem e fundamento de todo conhecimento humano: Filosofias, Religies, Artes e Cincias. Este conjunto de estudos e ensinamentos, esta tradio Inicitica, tomou o nome de TEOSOFIA desde o III sculo, porm, os seus fundamentos de todos os tempos. Se tivssemos de definir o que teosofia, diramos: o estudo e conhecimento da LEI UNA atravs da vida e da forma. Nada est fora do mbito e domnio da Teosofia. E como norma da vida de relao, da atividade humana em sociedade, o oferecemos a EUBIOSE , isto , a Arte de Bem Viver, a sbia aplicao da atividade do indivduo em funo da felicidade do grupo social. A Eubiose uma corajosa aplicao prtica da Teosofia. Est destinada a vencer com pleno xito, a explicar e resolver todos os problemas relativos vida de relao em sociedade. A Eubiose fundamenta-se na prpria natureza humana, na sua trplice expresso constitutiva: Corpo Alma e Esprito; isto , nos trs poderes ou faculdades do Ser Vontade, Inteligncia e Emoo, na sua trplice gradao. Assim, a Eubiose divide-se em nove sees principais, nove formas de ao interna e externa do ser humano erra busca do seu aperfeioamento na satisfao das suas sublimes aspiraes de completa felicidade. A codificao desta doutrina e sua explanao didtica com aplicao prtica, corno base de reestruturao da vida nas sociedades e geraes futuras vem sendo objeto de honrado estudo dos mais destacados membros da Sociedade Teosfica Brasileira. Eubiose a Cincia integral do melhoramento da vida em todas as suas formas e sob todos os seus aspectos cova o fim imediato de assegurar o bem estar e a felicidade a todos quantos a ela se sujeitarem. Se firma na renncia esclarecida do egosmo, renncia essa, que por sua vez, a base psicolgica da Moralidade. A Sociedade Teosfica Brasileira assumiu esse grande compromisso perante a Lei de Evoluo Universal. Tem a Misso de abrir unta nova pgina da histria da Humanidade; descerrar os portais de um novo ciclo da vida, lanar as bases de uma Nova Civilizao e evitar que se percam os melhores frutos da civilizao decadente. Da o

30

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

trabalho de intensa preparao; da os ciclos de conferncias, pronunciadas na tribuna e no rdio, os custosos livros e jornais publicados e sobretudo estas convenes anuais aqui realizadas cuja principal finalidade no o de angariar proslitos e reforar os nossos quadros sociais e sim o supremo objetivo de orientar, educar e instruir. Estudando e debatendo t: es de interesse coletivo ou pblico participamos de todos os setores da vida da Cidade e da Nao. Com o fim de praticar os nossos ideais em realizaes concretas colaborar cola os poderes pblicos e mesmo participar das suas tarefas, debater os seus programas, equacionar os seus problemas e apontar solues adequadas. Esta atitude ativa da nossa conduta social se, por um lado, nos traz os prejuzos decorrentes das competies pblicas, por outro Indo nos oferece. oportunidades para colocar ao servio do povo e da Ptria Brasileira os benefcios das teorias que preconizamos.

A Obra em que se acha empenhada a S. T. B. atravs da Msica a Msica UniversalDr. Carlos Meireiles Osrio De acordo com Kurt Pahlen, em sua Histria Universal da Msica, enorme e impressionante a influncia da msica na alma do homem; dai suas mltiplas aplicaes legendrias ou reais; da seu importante papel na cultura, na religio, em aes coletivas como festas, revolues e guerras e suas aplicaes modernas na medicina e na indstria. As primeiras provas provm de tempos remotos e mostram o profundo e mstico efeito que exerciam os sons sobre todos os seres, tanto humanos como animais: Davi (o maior msico da antiguidade, autor dos magnficos Salmos) tocava a harpa para expulsar os espritos malignos que se assenhoreavam do rei Saul. O msico Timteo excitava o furor de Alexandre Magno cota urna melodia em certo tom e o aplacava com outra de tom distinto. Os sacerdotes celtas empregavam a msica para moderar os costumes de seu povo. Terpandro desbaratou perigosa sedio na Lacedemnia, to somente cantando ao som de sua ctara. Entre os gauleses, os bardos excitavam ou acalmavam com suas melodias o mpeto de seus combatentes. Santo Agostinho nos relata que um simples pastor, tocando flauta, despertou tanto entusiasmo em seu povo que o elegeram rei. Todos conhecem o exemplo cinco e clebre da Marselhesa, cantada pela primeira vez naquela noite de fervor patritico, em 1792, por um simples aficionado, Rouget de L'Isle, que nunca, antes ou depois, conseguiu compor uma melodia semelhante, produto de um instante de milagrosa inspirao, em virtude do qual foi levado pelo frenesi dos revolucionrios barricadas de Paris. s A medicina, por sua vez, serve-se da msica a para a cura de enfermos mentais. As fbricas modernas a empregam com o objetivo de aliviar tarefas pesadas e aumentar, assim, a produo. H, infelizmente, os aspectos negativos e os perigosos efeitos produzidos em nossa poca pelo abuso e a profanao da msica. Desde os tempos primitivos da humanidade, o trabalho tem sido acompanhado de msica, desde as melodias pastorais e os cnticos dos camponeses, dos artesos, dos ferreiros, etc. Por tudo isto, reconhecemos, conclui o referido autor que o chamado poder da msica no uma simples frase, mas um fato abonado pela experincia humana em todo o curso da histria.

31

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

Finalmente, indaga Kurt Pahlen como definir a msica? Para o autor, seria a msica um fenmeno acstico, para os prosaicos; um problema tcnico de melodia, harmonia e ritmo para os profissionais; uma expresso da alma que nos pode elevar ao infinito e que encerra todos os sentimentos humanos, para os que verdadeiramente a amam de todo o corao. De uma maneira mais profunda ainda, temos o conceito emitido por Eduardo Alfonso, em seu livro intitulado Guia Lrico Del Auditor de Conciertos: a msica nos revela a essncia do existente. O som musical a vibrao ou a alma de uma coisa ou de um ser, uma atitude psicolgica ou um estado de conscincia. Cada figura, acorde, intervalo e suas mtuas combinaes e relaes tm um valor psicolgico e sugestivo que depende, em ltima anlise, do valor numrico de sua vibrao ou relao de vibraes. E assim chegarmos ao conceito matemtico e, ainda mais, ao conceito da Msica das Esferas do grande Pitgoras. Pode-se compreender que, de fato, a msica a linguagem de Deus na Natureza e no corao de todos os seres. Vejamos de que forma podem ser compreendidos, atravs da Msica, os mistrios bsicos da Criao, inclusive a conhecida Queda dos Anjos e, ainda, atravs da mesma Msica das Esferas, prepara a Redeno da Humanidade, para o ciclo de Aqurios, quando a Eubiose estar completamente realizada. Roso de Luna, em sua obra intitulada La dama del ensueo, faz uma referncia muito interessante no Teatro e, em particular, Tragdia, relatando-nos o conceito das Sibilas sobre a Tragdia. Segundo nos relata Roso de Luna, dizem as Sibilas que no tm o mau gosto de apreciar a tragdia, por se tratar de uma obra literria incompleta em que os problemas humanos mais profundos permanecem sem soluo e, alm de tudo, em virtude da origem da tragdia no estar simplesmente, como se afirma, na histria do Teatro, no ritual em que se sacrificava um cabrito no altar mas sim no que este ato representava, que era o sacrifcio de seres humanos, praticado na Atlntida, atravs de terrvel ato necromntico. Para que a Eubiose realize seu objetivo, ou seja, permitir que a Humanidade viva em harmonia com as foras da Natureza e as leis que as regem, as Hierarquias Ocultas vm trabalhando, principalmente, desde a queda Atlante, provocada por esse ato necromntlco, origem de todas as tragdias divinas e humanas, para o restabelecimento, na Terra, do setenrlo divino, cada um deles vibrando com um dos sete estados de conscincia, em harmonia com a Lei da Evoluo de todos os seres. Um compositor, no seu papel de Interpretar a Linguagem da Natureza, atravs dos sons sutis que lhe do o chamado tema, para posterior desenvolvimento, de acordo com a tcnica musical de cada poca, deve servir de fiel intermedirio e comentador, em sua linguagem sonora, de todos os segredos da Criao. Quando um tema realmente foi dado pela Me Natureza ao compositor sincero que no se limita a fazer um trabalho, apenas cerebral, desenvolvendo ele o tema com a tcnica da Composio Musical, faz a sua apresentao e um fiel comentrio sobre o mesmo, da mesma forma que o orador expe e comenta um tema de real interesse coletivo, de acordo com a tcnica oratria. O chamado sucesso da obra musical, resulta de ter ele transmitido em sons fsicos, uma partcula da Alma Universal que vibra em todos os seres e os identifica, unindo-os. O Memorial dos Ritos, obra chinesa que expe a doutrina oficial da China sobre a Msica, tem um captulo especial denominado Memorial da Msica, onde encontramos os seguintes conceitos. A perfeio humana obtida quando a observao dos ritos com-

32

Rev iistta Dhrran Rev s a Dh anDhran n 13 e 14 Maro a Junho de 1956 Ano XXX Redator: Paulo Machado Albernaz

pleta e modera o sentimento da msica. A msica a suprema harmonia, os ritos so a suprema convenincia. Quando um grande homem instituir a msica o os ritos, resplandecero o cu e a terra. O cu e a terra se sentiro felizes de seu acordo; os princpios masculino e feminino se realizaro mutuamente; a influncia espiritual e a influncia material protegero e desenvolvero os 10.000 seres. No Cu esto as Constelaes, sobre a Terra esto as formas. E assim os ritos que esto na dependncia dos costumes de cada poca so a separao do Cu e da Terra. A Msica que une assemelha-se ao Cu, que nico; os ritos que dividem assemelham-se Terra que o plano da multiplicidade. A Msica estabelece a harmonia e propaga a Divindade, assemelhando-se ao Cu. Os ritos, na dependncia dos costumes de cada poca, criam as diferenas e se assemelham Terra. Quando os ritos e a msica forem claros e completos, o Cu e a Terra cumpriro suas funes. Vemos assim, prevista num dos mais antigos livros da China sobre Msica, a base da Eubiose. As sinfonias de Beethoven e a obra musical de Wagner interpretam, respectivamente, a Cosmognese e a Antropognese, baseadas na exposio e desenvolvimento de temas que traduzem expresses da Alma Universal, vibrando na