revista documento reservado
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Edição nº 60TRANSCRIPT
DOCUMENTORESERVADO#60 | Mai/13 | www.documentoreservado.com.br | Ano 5 | R$ 10,00
Rede sociais nas eleições. Pág. 12PEC 137 tira o sono do MP. Pág. 30
Stephanes: O Paraná tem um norte, mas tem também heranças malditas. Pág. 6
Com mais de sete bilhões de pessoas no mundo, é preciso pensar, seriamente, no potencial e consumo da água do planeta. Documento Reservado traz material completo sobre o assunto.
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2 1 DOCUMENTO RESERVADO
documentoreservado
Editorial
A água do planeta terraO biólogo paranaense, José Roberto Bor
ghetti, chama a atenção para um assunto que será dominado pelos noticiários no mundo nos próximos anos: a água. “Nosso planeta está coberto 70,7% pelas águas, sendo que 97,5% constituise de água salgada e apenas 2,5% de água doce, utilizáveis para o abastecimento da população e outros fins”.
A situação fica mais crítica, pois a maior parte do volume total de água doce não está disponível, por se encontrar concentrada nas calotas polares e em aquíferos profundos, ou seja, somente 0,3% da água doce total disponível está nos rios e lagos, constituindo, portanto, o volume passível de ser utilizado pelo homem para suprir suas necessidades. Este volume equivale somente a 0, 008% do total de água no mundo”, revela o biólogo.
Nossa reportagem foi às ruas para saber como a população vê as ações dos políticos e recorda que dois milhões de mesários e 3 mil juízes estavam de plantão nas últimas eleições em que quase 500 mil cidadãos se candidataram a prefeito e a vereador e algo em torno de 7,7 milhões de eleitores puderam testar a grande novidade da ocasião: o sistema biométrico de votação. No entanto, num sinal de desinteresse ou decepção com a prática política, mais de 15% optaram por não votar e, assim, engrossar a estatística da abstenção. Além disso, quase 10% anularam o voto ou votaram em branco.
As redes sociais serão as principais ferramentas dos marqueteiros e políticos nas próximas eleições.
O secretário chefe da Casa Civil, Reinhold Stephanes, conta para a revista Documento Reservado como o Paraná pensa no futuro e as dificuldades encontradas pelo governo, com armadilhas deixadas por antecessores.
Boa leitura
DOCUMENTORESERVADO#60 | Mai/13 | www.documentoreservado.com.br | Ano 5 | R$ 10,00
Rede sociais nas eleições. Pág. 12PEC 137 tira o sono do MP. Pág. 30
Stephanes: O Paraná tem um norte, mas tem também heranças malditas. Pág. 6
Com mais de sete bilhões de pessoas no mundo, é preciso pensar, seriamente, no potencial e consumo da água do planeta. Documento Reservado traz material completo sobre o assunto.
Página 22
expediente
Jornalista responsável e editor-chefePedro Ribeiro
RedaçãoPedro Ribeiro e Leilane Dalla Benetta
RevisãoNilza Ferreira
ComercialEdmundo Inagaki
FotosShutterstock e Agência Brasil
Projeto Gráfico e DiagramaçãoAdriano Valenga Carneiro
ImpressãoIdealiza Gráfica e Editora
Tiragem10.000 exemplares
Impresso em papel couché fosco LD 150g com verniz UV (capa) e couché fosco LD
90g (miolo)
EndereçoRua João Negrão, nº 731 – Cond. New
York Building – 12º andar – sl. 1205 – CEP 80010200 – Curitiba – PR
Telefones(41) 30224822
DOCUMENTO RESERVADO I 3
Índice
O secretário chefe da Casa Civil, Reinhold Ste-phanes, relaciona projetos do governo e con-
ta tudo sobre as armadilhas deixadas pelos antecessores de Beto Richa.
O governador Beto Richa continua indignado com a postura do governo federal em relação ao Paraná e pede apoio das lideranças políti-
cas e da sociedade para busca de recursos.
O prefeito de Londrina, Alexandre Kireef, pouco fala em dívidas do município e não es-tá nem aí para retaliações. Seu negócio é fa-
zer a cidade crescer com qualidade de vida.
No Paraná, o governador Beto Richa e o pre-sidente do partido, Valdir Rossoni, fecharam
questão nos nomes de Aécio Neves para pre-sidente e Alvaro Dias ao Senado.
Eleitores estão cada vez mais rigorosos na es-colha dos políticos e pesam, sobre seus om-
bros, a responsabilidade de eleger um candi-dato em tempos de descrédito.
Políticos e marqueteiros já estão de olhos bem abertos nas redes sociais com vistas às próximas eleições. Quem não estiver nas re-
des sociais vai dançar.
A água está cada vez mais escassa no mundo e especialistas no assunto analisam como se-rá o futuro da humanidade com o crescimen-
to populacional e a demanda pela água.
Acendeu luz vermelha no Ministério Públi-co com a chamada PEC 37 que tira os poderes
de investigação do PM e passa para a Polícia Civil. A discussão é grande.
Com o aumento do número de menores infratores, o governo já pensa em alterar o Estatuto do Menor impondo penas mais pesadas aos jovens criminosos.
Virou CPI o caso de doações de crianças no Paraná. Parlamentares querem explicações sobre a saída de bebês do Brasil para os Esta-dos Unidos sem autorização judicial.
Agora vai ficar mais fácil tirar o alvará na Prefeitura de Curitiba. A criação de um conselho multidisciplinar permitirá di-visão de responsabilidades e agilização nesse processo.
Ela voltou. A inflação está rondando a ca-sa dos 6% ao ano e já vem tirando o sono da presidente Dilma Rousseff em plena campanha para a reeleição.
Analistas do mercado econômico alertam as autoridades do governo central sobre a possibilidade do país mergulhar em pro-funda crise econômica.
O engenheiro e administrador de empre-sas, Renato Folador, dá sete dicas para o cidadão investir seu dinheiro, visando ter uma aposentadoria sem dores de cabeça.
No Paraná, a Delegacia da Mulher não perdoa. No ano passado foi responsável pelo maior número de prisões na capital e região metropolitana. As delegadas pe-gam pesado.
Foz do Iguaçu recebeu milhares de esporti-vas na edição do X Games. O público esteve presente e vibrou com as manobras radicais.
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S I NTON I A FI NA AgENDA CUlTURAl
ARTIgOS
4 1 DOCUMENTO RESERVADO
pito
A disputa da vaga de Hermas Brandão no Tribu-nal de Contas do Estado (TCE) ainda vai dar mui-to o que falar. Há informações correndo nos bas-tidores do centro cívico, de que o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Clayton Camargo, entrou na parada e teria dito para o Palácio Igua-çu não se meter nesta empreitada. Concorrem à vaga os deputados Plauto Miró Guimarães e Fá-bio Camargo.
eu vou
“Eu já coloquei meu nome duas vezes (ao Governo) e respeito muito a decisão que a população tomou. A população me elegeu duas vezes senador e nenhuma governador. Creio que a popula-ção gosta mais de me ver no Se-nado”. Com esta declaração, o vi-ce-presidente do banco do Brasil, Osmar Dias (PDT) deixa clara sua intenção de concorrer ao Senado em 2014.
Quem sabe
O deputado federal, André Vargas (PT), disse à revista Documento Re-servado que não fugiu ao compromis-so e reafirmou sua posição de que só será candidato ao Senado se o ex-se-nador, Osmar Dias (PDT) não concor-rer. “Não vamos dividir, se nossa pro-posta para 2014 é somar, com Glei-si Hoffmann ao governo”, ponderou o petista.
também vou
O senador Alvaro Dias (PSDB) também se-rá candidato à reeleição e disputará vaga contra o irmão, Osmar Dias. Já se nota uma integração do ex-governador junto ao gru-po de Beto Richa, que poderá sinalizar com apoio em 2014. Quem está torcendo o na-riz é o presidente da Assembleia Legislati-va, Valdir Rossoni (PSDB) que pleiteia a dis-puta ao Senado pelo partido.
DOCUMENTO RESERVADO I 5
Corruptor
O deputado federal João Arruda (PMDB-PR), quer porque quer a aprovação, rapidamen-te, do PL 6.826/10, que cria a chamada Lei Anticorrupção, para o Brasil ter um mecanis-mo eficaz no combate ao crime. As penali-dades previstas em crimes de corrupção atin-gem basicamente servidores e agentes públi-cos. Para combater a corrupção, precisa com-bater o corruptor, fulmina João Arruda.
bom sinal
A quantidade de computadores em uso no Brasil, somados os corporativos e os do-mésticos, chega a 118 milhões, aponta pesquisa do Centro de Tecnologia de Infor-mação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Isso significa que existem, no país, três computadores para ca-da cinco habitantes. O estudo mostrou também que o número de computadores do-brou no período de quatro anos. Para este ano, a FGV estima que serão comercializa-dos 22,6 milhões de unidades, o que equivale a uma unidade por segundo.
bolso vazio
O percentual de famílias endividadas no país chegou a 62,9% em abril, com alta em relação a março, quando o percentual foi 61,2%, e também a abril de 2012, quando o endividamento alcançou 56,8%. Esse é o maior patamar desde julho de 2011, de acordo com o estudo. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Endividamento e Ina-dimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Na-cional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
banho de sol
Um programa aprovado pelo corregedor geral do Tri-bunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, permite que 30 dias de leitura reduzam quatro dias de pena. A proposta é uma mudança no artigo 126 da Lei 7.210/84, que antes permitia a remição da pe-na somente por horas trabalhadas. A ideia é permi-tir que o detento acesse uma obra literária ou cien-tífica e faça um resumo. A cada empréstimo, ele terá 30 dias para ler o livro e dez para entregar seu texto. Sempre que possível, os autores da obra estarão en-volvidos nos trabalhos. Desde 2011, os condenados criminalmente de todo País têm o direito de descon-tar um dia de pena para cada 12 horas de escola.
o CalCanhar
Ao fazer um balanço de seus 100 dias à frente da Prefeitura da La-pa, a petista Leila Kleink disse que um dos maiores problemas do município está na área da saú-de. Falta estrutura em várias uni-dades básicas de saúde, o número de médicos é reduzido, veículos e ambulâncias sucateadas e possui reduzido estoque de medicamen-tos. Para resolver esses impas-ses, a atual gestão está elaboran-do projetos de construção e am-pliação de unidades de saúde nas áreas urbana e rural, adotando medidas para recompor o quadro de médicos, providenciando con-sertos e iniciando licitações para aquisição de automóveis, ambu-lâncias e remédios.
olho vivo
Lideranças do PT estão de olho nos afagos e elogios recebidos pe-lo governador Beto Richa de pre-feitos petistas. Primeiro foi Pedro Ilkiv (União da Vitória), depois Ti-de Balzanelo (Sertanópolis) e agora é Lessir Bortoli, prefeito de Renascença, que disse nada me-nos, nada mais que Richa vai en-trar na história pelo forte apoio aos municípios paranaenses.
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Entrevista
O Estado do Paraná tem um rumo e o fo
co do governo Beto Richa (PSDB), está na educação, infraestrutura e logística. Mas tem, também, dois pontos cruciais que emperram a engrenagem da máquina, forçando o atraso no seu crescimento e desenvolvimento e que precisam ser corrigidos. Um desses entraves, o maior deles, é o governo federal que, além de ter virado às costas na liberação de recursos financeiros, ainda conta com o famigerado marco regulatório, que impõe dificuldades a tudo e a todos, além de um emaranhado de fios que desandam na teia burocrática. O outro embaraço, infelizmente, está dentro do próprio governo, onde alguns secretários “cinco estrelas” puxam para o lado contrário, lamenta o secretáriochefe da Casa Civil, Reinhold Stephanes (PSD), afirmando que também precisam acertar o prumo.
Um terceiro estorvo para que o estado, quinta arrecadação e sexto PIB do
país, não se deslanche está no próprio erro dos últimos governantes, que permitiram mais de 40 registros no Serviço Auxiliar de Informações para Transferências Voluntárias (CAUC). Este órgão controla registros de informações disponíveis nos cadastros de inadimplência ou sistemas de informações financeiras, contábeis e fiscais, geridos pelo Governo Federal. Segundo Stephanes, o Paraná é líder em inadimplência e esse vergonhoso título vem das décadas de 90 e 2000, com prestações de contas não realizadas e, portanto, penalizado pelo Tesouro Nacional.
Para atrapalhar ainda mais a vontade, o desejo e o esforço para crescer, o governo estadual não consegue se enquadrar no limite de gastos com pessoal na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), porque é, também, o único estado que sustenta os gastos de pessoal de sete universidades. Pelo sistema prudencial do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o governo gasta
49% das receitas com pessoal, enquanto pelo critério federal os gastos chegam a 54%, o que impede liberação de recursos financeiros. “O Paraná não recebe financiamento externo e interno há 10 anos”, revela o secretáriochefe da Casa Civil.
Em entrevista à revista Documento Reservado, Stephanes fala de tudo um pouco, inclusive, do legado de Dilma Rousseff ao povo brasileiro que se chama Petrobrás. Diz que o Brasil caminha errado e que a inflação vai continuar a tirar o sono não só do governo petista, mas também da população. Acompanhe a entrevista com o economista e deputado federal pelo PSD do Paraná, Reinhold Stephanes, que já exerceu o cargo de ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ministro da Previdência Social, foi secretário de estado da Agricultura e se elegeu, por seis vezes, deputado federal pelo Estado do Paraná entre março de 2007 e março de 2010.
Pedro Ribeiro
Desarmando armadilhas paraprojetar crescimento do estado
DOCUMENTO RESERVADO I 7
DR - O senhor aceitou convi-te para fazer parte do gover-no de Beto Richa (PSDB), rom-pendo, historicamente, com sua ideologia peemedebista, embora hoje esteja nos qua-dros do PSD. Qual seu efetivo papel no governo tucano?
RS Bem. Historicamente, como citado, eu estive em praticamente todos os governos, não só estadual, como federal e sempre exercendo função administrativa e técnica. Tive, sim, vários conflitos nessa longa jornada como homem público, mas todos dentro do debate democrático e de ideias. E já disse, lá atrás: antes de ser ministro de partido do governo, sou ministro da Nação. É dentro desse comportamento profissional que aceitei, também, missão no governo Richa. Minha missão não é partidária e sim, para acompanhar e coordenar programas de governo.
DR - Que programas são esses?
RS São mais de 40 projetos, entre eles, o Porto de Pontal do Paraná, que deverá se transformar no maior e mais estratégico porto do país. O projeto já está pronto, depois de todos os trâmites burocráticos e que envolvem, também, questões ambientais, indígenas, infraestrutura rodoviária duplicação da estrada até Pontal e portuária, iniciativa privada, além do próprio Porto de
Paranaguá, integração entre mar e terra e indústria para exportação, cabos subterrâneos para petróleo, terminal de contêineres e calado. A única dificuldade, para que o projeto seja efetivado é o marco regulatório do governo federal.
DR - O senhor falou no Porto de Paranaguá. Como estrate-gista do governo, como o se-nhor avalia, hoje, a situação daquele porto?
RS O Porto de Pontal
tem que ficar fora do poligonal do Porto de Paranaguá que, apesar do planejamento que vem sendo realizado pela atual direção, ainda precisa se modernizar, fazer dragagens desde o berço até o canal de entrada; tem que dotar de novas tecnologias todo o sistema de carregamento e descarregamento, pois quando chove o porto para. E para também quando os fiscais não aparecem. É um absurdo, além de alto custo, um navio esperar 10 a 20 dias
para ser carregado. Mais uma vez, repito, o marco regulatório emperra o sistema portuário.
DR - Além da questão do Por-to de Pontal, o senhor tam-bém está coordenando as ne-gociações com as concessioná-rias que administram as rodo-vias pedagiadas?
RS Sim, mas do ponto de vista da negociação empresarial, entre governo e concessionárias, não na questão jurídica, já que existem mais de 200 ações entre as partes. Poderemos e vamos chegar a um bom senso e a um acordo. As empresas aceleram as obras, duplicando todo o anel de integração e, em contrapartida, poderão ter prorrogado seus contratos de concessão. Não
"De um lado, o governo federal nos virou as costas e, do outro, algumas estrelas no governo estadual remam contra".
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estou sozinho nesta empreitada e contamos com o apoio da Agência Reguladora das Concessões, DER e Procuradoria Geral do Estado.
DR - O senhor assumiu o go-verno para ajudar o governa-dor Beto Richa a reorganizar o partido ou para conquistar prefeituras, com vistas às elei-ções de 2014?
RS Não. Não estou no governo para tratar de assuntos de pessoal ou mesmo junto a prefeituras. Não fui indicado por nenhum partido. Estou no governo como um técnico, um profissional, que poderá auxiliar o governador na missão que busca dotar o estado de infraestrutura e logística. Procuro, também, negociar internamente, junto com outros secretários, o melhor caminho para o nosso estado.
DR - Embora tenha sido de-putado federal por seis ges-tões, o senhor também exer-ceu funções executivas como ministro da Previdência Social e da Agricultura. Fazer políti-ca é sua vontade?
RS Não mudei. Em todos esses anos, sou a mesma pessoa, com um pouco mais de aprendizado e minha linha básica de ação não mudou. Quando fui candidato, pela primeira vez, o então governador Jayme Canet Junior e o então prefeito de Curitiba, Saul Raiz, me disseram que eu não levava jeito para a coisa, por ser um técnico. Teimei, fui candidato e o segundo mais votado no estado, mesmo não sabendo fazer política. Sei
Entrevista
que se fizer um bom trabalho no governo Richa, também serei reconhecido e, consequentemente, terei votos. Não vou transformar meu órgão e minha missão em política. O voto é consequência.
DR - Como o senhor avalia, ho-je, politicamente, o governo de Beto Richa?
RS Muito bem. Acompanho as pesquisas e seu comportamento junto a população no interior
do estado e acho que está bem avaliado. Circula com desenvoltura, é paciente, conversa com todo mundo e possui um discurso adequado. A sociedade ainda não teve a percepção de suas ações, o que vem com o tempo. Mas, na educação e área de transportes, suas ações são bem vistas no estado. Só os professores tiveram 35% de aumento em dois anos e perto de dois mil colégios foram recuperados. Ao lado do governa
dor, também a secretária Fernanda Richa tem feito um excelente trabalho.
DR - A mídia comenta que Be-to Richa não tem um plano de governo. O que o senhor tem a dizer?
RS Não concordo. Beto Richa tem, sim, um plano de governo e projetos claros, já definidos. Ele vem encontrando dificuldades em arrumar recursos, a exemplo dos demais estados. Como fazer se não há
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dinheiro? Somente através de recursos do governo federal ou PPPs.
DR - Qual, na sua opinião, é o grande foco do governo Richa?
RS Ele está focado na educação, infraestrutura e logística. Está duplicando rodovias como Mauá da Serra Londrina, Maringá Cianorte, CuritibaPiraquara, Campo Largo, duplicação do anel de integração, contorno de Mandaguari, Londrina Cambé, Umuarama, Medianeira, entre outras, além da manutenção de perto de 12 mil quilômetros de rodovias a um custo de R$ 800 milhões.
DR - Por que países como Chi-le, Peru, México e outros da América latina estão crescen-do mais que o Brasil?
RS O Brasil está no caminho errado. Geograficamente é o melhor de todos os citados, mas o governo se limita a ficar se queixando da economia internamente, enquanto os outros países avançam. Perdemos a competitividade e só estamos fortes na agricultura, porque não temos concorrentes.
DR - O senhor acha que a crise econômica vai pegar o Brasil pelo pé, a exemplo de países da Europa?
RS Não podemos nos comparar com países europeus como, por exemplo, a Alemanha, que possui uma renda per capita muito superior a nossa. Alguns países europeus chegaram ao limite de maturidade e vão sair da cri
se porque eles se tornarão mais eficientes do que já são e vão procurar mercados no mundo, enquanto o Brasil terá mais dificuldades pela frente, principalmente na competição, pois ainda não caminha nessa direção. A Europa sairá do buraco, a exemplo dos Estados Unidos.
DR - A inflação, que ultrapas-sou 2.5 pontos percentuais nas metas do governo, vai in-comodar a reeleição de Dil-ma?
RS Vai incomodar e vai se manter firme, porque o governo gasta muito e mal. O estranho é que ninguém fala que um dos nossos maiores problemas, hoje, é a Petrobrás e foi gerado pela própria Dilma, quando ministra das Minas e Energia. Ela é, também, a responsável por esta grande confusão nos portos.
DR - O Paraná passou de um estado essencialmente agrí-cola para uma economia bem diversificada, com uma indús-tria de peso e um setor de ser-viços bastante fortalecido. Pa-ra onde vai o estado. Seremos mais agrícola, mais industrial ou temos perspectivas de se-tores de ponta?
RS A nossa força econômica ainda está na agroindústria, no campo, onde 80% dos municípios dependem dela. Os estoques mundiais estão baixíssimos e o consumo está aumentando. Aí que entramos, gerando riquezas e lembramos que o Paraná foi o estado que mais cresceu no ano passado justamente por força da economia agroindustrial.
"Marco regulatório, inadimplência e gastos com pessoal, as peças que emperram a máquina"
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Pedro Ribeiro com AENEconomia
O governo paranaense precisa de R$ 15 bi
lhões em recursos federais ou em parcerias públicoprivadas para obras de infraestrutura em gargalos como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Para isso, o governador Beto Richa (PSDB), invoca o apoio da sociedade e principalmente dos políticos e empresários paranaenses para trabalhar junto nesta empreitada. “A dedicação está presente, mesmo com todas as dificuldades que encontramos pelo caminho, como é o caso da barreira criada pelo governo federal”, disse Richa na reunião do Fórum Permanente de Desenvolvimento, realizada no Palácio Iguaçu.
José Richa Filho, secretário de Infraestrutura lembrou que, nos últimos dois anos, o governo investiu mais de R$ 100 milhões na elaboração dos projetos. Richa Filho destacou que o Estado já in
Paraná precisa e quer
R$ 15 bipara investir em infraestrutura
vestiu nos quatro modais mais de R$ 2 bilhões em melhorias e em obras. Outra ação é a ampliação dos investimentos de obras no Anel de Integração, que já chegam a R$ 1,5 bilhão.
O Estado está fazendo projetos executivos, no valor de R$ 62 milhões, para a criação de corredores rodoviários, para duplicar e implantar terceiras faixas em rodovias com grande fluxo de veículos, como a PR 445, PR 317, PR 323, PR 280 e PR 180, além de outros trechos rodoviários, disse Richa. A estimativa é que os investimentos nestes corredores somem R$ 3 bilhões.
Ainda na melhoria da infraestrutura, estão programados mais R$ 34 milhões em investimentos nos aeroportos regionais e aplicação de recursos estaduais na desapropriação de área para a ampliação de aeroportos gerenciados pela Infraero,
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como o Afonso Pena, o de Londrina, Foz do Iguaçu e de Cascavel.
Na ADVBO governador Beto Ri
cha (PSDB) deu um recado curto e grosso aos empresários paranaenses durante palestra no dia 16 de abril, na Associação dos Dirigentes de vendas do Brasil (ADVBPR), ao sugerir que a Parceria PúblicoPrivada (PPP) é um instrumento importante para ampliar as ações da administração pública e promover desenvolvimento socioeconômico de municípios, estados e países.
Para o governador, que falou para 180 líderes de vendas, as PPPs são saudáveis principalmente se tratando de infraestrutura, “um setor carente de recursos no Brasil”, em razão da baixa capacidade de investimento do poder público. “Todos sabem que está exaurida a capacidade dos Estados. Mais do que nunca, é necessária a parceria com a iniciativa privada, de forma transparente, para promover o desenvolvimento socioeconômico”, disse o governador.
Richa disse que o governo estadual analisa propostas de PPPs para a realização de importantes obras rodoviárias. São três projetos de duplicação e melhorias em es
“Apesar da barreira criada pelo governo federal, a dedicação dos paranaenses está presente em toda parte” Beto Richa
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tradas: PR323, na região Noroeste, com cerca de 250 quilômetros; PR445, entre Londrina e Mauá da Serra, numa extensão de 80 quilômetros; PR092, entre Jaguariaíva e Santo Antonio da Platina.
O governador também citou outros projetos de modernização da infraestrutura que estão acontecendo graças ao entendimento entre Estado e iniciativa privada. Entre os exemplos estão obras nas rodovias concessionadas, com destaque para a duplicação da BR376, entre Ponta Grossa e Apucarana, no valor de R$ 1,2 bilhão, e os R$ 5,5 bilhões
em investimentos programados nos portos do Paraná. “Demandas históricas atendidas graças ao diálogo, ponto forte do nosso governo”, declarou.
Ao falar sobre o tema da palestra, o Programa Paraná Competitivo, Richa disse que tratase de “um plano ousado para a retomada da industrialização do Estado”. Ele sintetizou os resultados da iniciativa, informando que em apenas dois anos mais de R$ 20 bilhões em investimentos produtivos foram atraídos ao Estado, gerando aproximadamente 120 mil empregos.
O governador para
Economia
naense explicou que um dos objetivos do programa é reduzir as desigualdades e criar novas oportunidades em cidades e regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Como exemplo deste processo, ressaltou o investimento de R$ 6,8 bilhões da Klabin, em Ortigueira. A nova planta da empresa de papel e celulose beneficiará 12 municípios dos Campos Gerais e da região Central do Estado.
EmpregosEle lembrou que, de
acordo com o Ministério do Trabalho, o Paraná foi responsável por 15,6% dos empregos líquidos da indústria de transformação gerados no país, ficando em terceiro lugar no ranking nacional na abertura de vagas do setor. “Não somos uma ilha no país, mas nossos indicadores de crescimento são mais expressivos que a média nacional”, disse.
O desenvolvimento socioeconômico só é completo com a atenção do Estado em todas as áreas, observou Richa. Por isso, disse, o governo tem investido fortemente em educação básica. Ele ressaltou o reajuste de 35% concedido ao magistério, as 1.800 obras em escolas, contratação de 17 mil servidores, ampliação de recursos para transporte e merenda escolar.
No ensino superior, Ri
DOCUMENTO RESERVADO I 13
cha afirmou que o Estado investe aproximadamente R$ 1,4 bilhão por ano na manutenção de sete universidades estaduais e promoveu a valorização dos servidores das instituições. Ele disse que o fortalecimento do ensino superior mantido pelo Estado ganha reforço com a criação da Lei de Inovação, que amplia a cooperação entre os setores público e privado.
SegurançaRicha também deta
lhou as ações na área de Segurança Pública, que estão permitindo ao Estado ampliar as operações de combate à criminalidade. Neste setor, Richa exemplificou a ação do governo com a maior contratação de policiais da história do Paraná, com a incorporação de 3.127 policiais aos efetivos da Polícia Militar e Polícia Civil, a compra de cerca de 31.500 novas viaturas, instalação do Batalhão de Fronteira, construção de novos presídios e delegacias.
Na saúde, Richa destacou a contratação de 1,3 mil profissionais e qualificação de outros 30 mil para atuar na rede básica. Ele também disse que, em cumprimento ao plano de governo apresentado à sociedade paranaense, o Paraná atende a Emenda 29, que determina a aplicação de 12% das receitas em Saúde.
“Nos últimos dois anos o governo investiu mais de R$ 100 milhões em projetos” José Richa Filho
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Política
Alexandre Kireef: investimentos em infraestrutura urbana e habitação.
Da redação
Com projetos e ações voltados à gestão técnica, desenvolvimento econô
mico e formação de ambientes saudáveis para serviços públicos com qualidade, o prefeito de Londrina, Alexandre Kireef (PSD), já obtém um alto índice de aprovação nos 100 primeiros dias de governo. Pesquisa feita pelo Instituto Portinari, que ouviu 600 pessoas, apontou que 77% da população de Londrina aprovam a administração municipal.
Embora revele que ainda está envolvido em dificuldades para acertar as contas públicas do município, o prefeito destaca que, a médio e longo prazo, vai recuperar o processo de planejamento da cidade. Hoje, a estratégia de desenvolvimento econômico está centrada em três pontos: investimentos em infraestrutura, plano de melhorias urbanas, com investimentos de R$ 174 milhões e plano habitacional, com aplicação de R$ 720 milhões.
Na iniciativa privada, Kireef explica que a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Londrina está desenvolvendo ações para atração de indústrias e prestadores de serviços, com marco regulatório específico com vantagens para empresas investidoras. Segundo o prefeito, a Compagás já está na cidade, bem como a multinacional francesa ATOS, empresa especializada em Tecnologia da Informação, instalada em 40 países e com faturamento anual de R$ 8,3 bilhões.
Londrina também está investindo no agronegócio, através de seu parque industrial com potencial competitivo na área de insumos e indústria química.
Em relação à pesquisa, encomendada pela Rádio Paiquerê, dos 600 entrevistados, entre os dias 2 e 5 de abril, apenas 15% disseram que não aprovam a administração e 8% não souberam responder. A pesquisa mostrou também que Kireeff, embora bem avaliado, terá muitos desafios pela frente: 41% indicaram a saúde e 34% apontaram a segurança como principais problemas da cidade. A limpeza pública foi avaliada como “péssima” por 48% dos entrevistados.
77% aprovam Kireef em Londrina
DOCUMENTO RESERVADO I 15
Política Da redação
No Paraná, como não poderia ser diferente, o PSDB fechou questão com
apoio a Aécio Neves para a Presidência da República e Alvaro Dias ao Senado. A confirmação foi feita dia 28, pelo governador Beto Richa, durante convenção estadual do PSDB em Curitiba. “Vamos apoiálo porque Aécio (Neves) tem todas as condições de implantar neste país um governo ético, sintonizado com todos os brasileiros. Ele é o candidato com as melhores propostas, que darão opções de avanço para este país, que tem regredido constantemente nos últimos anos”, disse Richa.
“Será uma eleição de renovação e de mudanças. O povo está cansado de corrupção. Toda semana uma demonstração do dinheiro público jogado fora.
Com Aécio, teremos surpresas agradáveis que estão nascendo no seio da sociedade”, afirmou Valdir Rossoni, eleito novo presidente do PSDBPR, ao referirse a Aécio Neves.
Na convenção estadual do PSDB, as lideranças tucanas fizeram questão de destacar que a vaga da candidatura ao Senado é do atual senador Alvaro Dias. “É o mais combativo parlamentar no Congresso nacional. É a voz da oposição no Senado e vaga (da candidatura em 2014) é dele. Tenho certeza que estaremos juntos em 2014”, disse o governador Beto Richa. “Nós reconhecemos sua liderança e por dever moral, o senador será mais uma vez candidato à reeleição pelo PSDB do Paraná”, disse o presidente eleito do PSB, deputado Valdir Rossoni.
Tucanos vão de Aécio e Alvaro “Precisamos de um governo ético, sintonizado com os brasileiros”. “Pela liderança e dever moral, Alvaro Dias será nosso candidato”.
16 1 DOCUMENTO RESERVADO
Política
País onde o voto é obrigatório, o Brasil dispõe
de uma estrutura eleitoral à altura de suas proporções continentais. No ano passado, quando os brasileiros elegeram prefeitos e vereadores, estavam aptas a votar cerca de 138, 5 milhões de pessoas maiores de 16 anos – perto de 4,8 milhões a mais que no pleito anterior para escolher deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da república. Dois milhões de mesários e 3 mil juízes estavam
de plantão no evento, em que quase 500 mil cidadãos se candidataram a prefeito e a vereador e algo em torno de 7,7 milhões de eleitores puderam testar a grande novidade da ocasião: o sistema biométrico de votação. No entanto, num sinal de desinteresse ou decepção com a prática política, mais de 15% optaram por não votar e, assim, engrossar a estatística da abstenção. Além disso, quase 10% anularam o voto ou votaram em branco.
Foi o que aconteceu em
2006 com a professora Marisa Cortiano, que há cerca de 20 anos dá aulas de História em instituições particulares de ensino de Curitiba. “Como sempre faço, antes daquela eleição busquei o máximo de informações sobre os candidatos mas não consegui me convencer. Então, pela primeira e única vez até agora, anulei meu voto”, relembra a educadora.
Para quem aprecia participar como cidadã dos processos eleitorais e estimula a discussão do te
No voto, insatisfação é com o agente eleito
Num sinal de desinteresse ou decepção com a prática política, mais de 15% optaram por não votar nas últimas eleições e, assim, engrossar a estatística da abstenção.
ma em sala de aula, a experiência foi desconfortável não apenas no campo pessoal. Marisa diz ter se sentido mal também com o que viu na fila de votação da sua seção eleitoral: a poucos metros da urna eletrônica, num claro sinal de que não haviam refletido anteriormente sobre o processo eleitoral, diversas pessoas buscavam ao acaso, nas listas do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) coladas nas paredes, sugestões de nomes de candidatos.
Processo contínuo Para o secretário de educação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais (ABGLT), Toni Reis, o motivo do aparente desinteresse de um segmento da população pelas eleições é complexo. Não pode, por
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isso, ser visto apenas a partir da repercussão causada na opinião pública pelos desvios de conduta dos representantes eleitos, como corrupção e falta de ética, e repercutidos à exaustão pelas mídias. “A grande questão é que não se leva em conta que o dia da eleição não é o fim de um processo. Ao contrário, é o início de uma relação de cidadania que implica também seguir os passos dos candidatos vitoriosos mesmo que eles não sejam os nossos escolhidos”, resume.
A militância de Reis e da ABGLT no caso do pastor e deputado federal Marco Feliciano, eleito para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados mesmo tendo opiniões discriminatórias a respeito de homossexuais e pessoas de origem africana, é um exemplo. “Ele (Feliciano) tem que rever suas posições porque, apesar de ter sido eleito por um segmento religioso da população, precisa levar em conta que faz parte do seu papel dialogar com outros setores da sociedade. Se ele não for pressionado, fica por isso mesmo. E é dessa pressão que, em nome da cidadania, as pessoas não podem
abrir mão”, afirma. Ao contrário dessa pos
tura, o eleitor comum costuma ver o processo eleitoral como obrigação que se encerra ao digitar os números na urna para escolher ou não candidatos de sua preferência. Esse homem médio, na sua concepção, escolheria cidadãos ideais, sem máculas, para agir em seu nome. Deslizes posteriores já não seriam da alçada desse eleitor. Ocorre porém, como lembra Toni Reis, que os candidatos são pessoas tão falíveis quanto qualquer outra e, por isso, precisam ser monitorados e cobrados pela sociedade por seus atos e omissões.
O eleitor médio Esse agir descomprometido do cidadão médio brasileiro com relação às eleições, argumenta o cientista social Émerson Urizzi Cervi, da Universidade Federal do Paraná, varia de acordo com o conceito que a sociedade forma acerca do comportamento pontual dos políticos quando estão em pauta assuntos do seu interesse. Estudioso do papel da opinião pública na democracia, tema de sua tese de doutorado em Ciência Política, Cervi explica esse
modo de pensar e agir. Ele estaria relacionado ao senso de pertença que orienta o cidadão, a partir de valores majoritários apreendidos dos meios de comunicação. “Ele se sente bem, compartilhando a opinião geral, veiculada nos meios de comunicação e que muda ao longo do tempo”, diz.
Assim, explica Cervi, em diferentes momentos o cidadãoeleitor pode se mostrar satisfeito ou insatisfeito, decepcionado ou positivamente surpreendido por um mesmo político com relação a situações diferentes. O lado bom desse comportamento volátil para a consolidação do processo democrático, argumenta, é que o alvo principalmente da insatisfação não é o poder Legislativo nem o Executivo, mas o agente eleito – resultado possível de ser modificado com o refinamento desse mesmo processo. “Votar é importante. Porém, não é sinônimo de qualidade do resultado. Somente à medida que participa ativamente, além das eleições, é que o cidadãoeleitor poderá eleger cidadãosrepresentantes melhor preparados para desempenhar esse papel”, conclui.
“Votar é importante. Porém, não é sinônimo de qualidade do resultado”.Émerson Urizzi Cervi, cientista social da UFPR
O manobrista Mateus Luiz Moraes, de 19 anos, morador em Colombo (Região Metropolitana de Curitiba) votou pela primeira vez no ano pas-sado. “Podia ter votado antes, mas, como não era obrigado, acabei não indo. Os mais velhos falam tão mal dos políticos que a gente acaba desa-nimando”, relembra o trabalhador. Para ele, no Brasil o cidadão se torna eleitor “muito cedo, quando ainda está mais preocupado com outras coi-sas” e acaba não valorizando a importância de uma eleição na vida das pessoas – exatamente o que se passou com ele, frisa.
A diarista Wanderleya Tonon, de 36 anos, de Almirante Tamandaré, nunca deixou de votar. “Tanta coisa na vida a gente faz por obriga-ção... E essa é muito séria porque, se a gente escolhe mal, não prejudi-ca só você: prejudica a cidade, o estado, o Brasil”, argumenta . Ela diz que gostaria de acompanhar o trabalho dos candidatos que ajudou a eleger com seu voto mas alega não ter tempo “Trabalho todos os dias e, quando chego em casa, mal vejo meus filhos. Fico mais ligada em época de eleição”, revela.
Política e políticos: o que as pessoas estão pensando
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Política José Santafé
O new journalism acontece imbricado nas redes sociais. Até os jornais de
papel dizse, vão acabar ou vão se encolher. E as eleições de 2014 prometem ser marcantes nas mídias sociais, e exigirão bastante dos candidatos e de suas equipes de campanha.
E então? Você já se conectou hoje? Você, governador? Você, exgovernador? Vocês todos, políticos, parlamentares, candidatos a líderes, vereadores e presidentes? E o povo, já está conectado?
Sim, é preciso que a mensagem se divulgue e se difunda, que se popularize, que se cristalize, e não se interaja em palanques de banhado.
Em pauta, o marketing político. No facebook, o marketing é uma ta
refa desafiadora e surpreendente.Vamos que vamos, conectados pela web, navegando por mares nunca navegados para além da Taprobana, eheheh
A presença dos políticos nas principais redes sociais é uma realidade. A vantagem é a instantaneidade da comunicação com o eleitorado, com o resto do país e do mundo.
É uma maneira de os políticos estarem em contato direto com o eleitor, permitindo que ele participe do seu mandato com sugestões e idéias que contribuam às decisões de governo ou do legislativo.
Cada postagem, senhores políticos e candidatos, tem capacidade de alcançar
muitas dezenas ou milhares de pessoas ao mesmo tempo, permitindo com isso, prestar contas ao seguidor ou o eleitor que passa a conhecer seu trabalho de perto, aproximando as pessoas independente da distância. Elas se sentirão partícipes do processo de definição, consolidação das ações de governo. A opinião pública. E tudo tem a ver com a propaganda eleitoral e o resultado das urnas.
Top of mindLembremos que no
ano que vem têm eleição e Copa do Mundo. E daí, senhores candidatos?, senhores eleitores? Quem ganha com as campanhas que prometem ser bastante acirradas, com o uso da internet?
Para se ter uma idéia corriqueira... alguns partidos querem tirar o PT do governo – que já vem comandando o país desde a primeira eleição do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma Rousseff, atual presiden
te do Brasil, terá concorrentes de peso. Há informações de que o expresidente Lula tente se eleger novamente em 2014, o que não será tão difícil, visto que é tido como um presidente popular. Será?
E aqui, no Paraná?A política, deveras, é
um jogo de xadrez, de artimanhas difíceis de prever ou de explicar. Agora mesmo, diz pelo twitter, o governador Beto Richa, está viajando por cidades do interior do estado, para uma série de inaugurações. O seu PSDB, com certeza, está no páreo com candidato próprio. O próprio Beto vai à reeleição.
Mas vem aí o PT da Gleisi Hoffmann, a danada da “Polaca” não é de matar à unha, já perturba o sono e os sonhos de outros candidatos. Ainda mais com o apoio da ‘máquina federal’, em cuja engrenagem ocupa o cargo de Ministra da Casa Civil. Se a Presidente Dilma quiser, ela sai candidata. E o páreo fica mais difícil.
O exgovernador Roberto Requião, apostem suas fichas!, também ensaia com minúsculos discursos via twitter, que vai à desforra, solo ou não, em momento de completo esfrangalho de seu partido, o PMDB, que faz alianças ‘esquisitas’ com o governo de Beto Richa.
Sim. O PMDB cedeu à revelia do cacique mor, aliados de peso, como Luiz Cláudio Romanelli, Reinhold Stephanes, Alexandre Curi, entre outros, ao ‘gabinete’ do governa
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dor do Paraná. Imagina agora uma outra hipótese, caso não saia candidata a Gleisi, de o PT apoiar o Requião? Outra hipótese: o apoio de Requião a Gleisi?
À parte os papos e comentários pipocados na web, o certo é que Requião não abre mão do twitter pra lançar suas farpas, com muitos que o seguem retwittando. O governador Beto Richa também não sai de casa antes de twitar. Gleisi Hoffmann envia mensagens a cada cinco ou dez minutos, o mesmo acontecendo com Paulo Bernardo. Hoje o miniblog caiu no gosto de praticamente todos os políticos.
Claro está que as próximas eleições serão alvo de intensas polêmicas, discussões e propagandas apelativas, ainda mais com o uso maciço das redes sociais, ferramentas tão importantes quanto os palanques eleitorais, e tão imprescindíveis quanto as pesquisas de intenções de votos.
Marketing x mídia digital
A campanha política na web envolve e repicará ações específicas e estratégicas para essa mídia, unindo ferramentas de marketing online e ações tradicionais de marketing político. A Internet possui meios e técnicas próprias de divulgação e até mesmo de abordagem.
Preparemse... Não basta simplesmente criar um perfil no twitter ou página no facebook e já achar que está diante de uma campanha de marketing político digital. Com as mídias online, é necessário envolvimento, engajamento e participação dos políticos nesse novo ambiente, cujo alvo a abordar é o leitor digital. Tudo deve ser adaptado e remodelado para esse novo ambiente da disputa eleitoral que é a web. E os candidatos q u e n ã o
derem a devida atenção para suas campanhas na internet podem pagar mais caro.
Boca malditaÉ bochicho corriquei
ro na linguaruda Boca Maldita de Curitiba, onde se reúnem a elite e o populacho, e onde se encontram pessoas do métier, fofoqueiros e fuxiqueiros de plantão, que um político moderno tem que ter uma conta no facebook e no twitter. Um blog também é bom. Ótimo!
Ficar fora deste palco, o ambiente político digital, será um erro fa
tal, pois os eleitores esperam
ver os candidatos explicando suas p l a t a f o r
mas. Portanto, políticos e
coordenadores de campanha te
rão que repensar
com mais carinho na incorporação das redes sociais ao arsenal do marketing político digital.
DicaA sugestão é de que
uma campanha de marketing político eleitoral no facebook deve assumir o formato de Fan Page e nunca de perfil pessoal, haja vista que encontraria uma série de restrições técnicas neste formato. Outro ponto a ser observado são os aplicativos usados na administração dessa página. É necessário analisar detalhadamente as necessidades de campanha para determinar quais aplicativos deverão ser usados e em que situação.
A estratégia de marketing político eleitoral exige, igualmente, conteúdo exclusivo para essa mídia. E conteúdo de boa qualidade para conseguir aceitação e uma boa repercussão da mensagem.
Política
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Você já se conectou hoje?
O tomate e a inflação
O nó górdio
É possível imaginar um cenário mais propício, que não os palanques tradicionais, para as campanhas políticas? Certamente. A política, ainda mais hoje, tão em evidência, faz parte da vida das pessoas, as-sim como os programas de televisão ou as novelas! Mais pessoas estão se conectando e se inteirando uns com os outros. O uso de internet vem crescendo ex-ponencialmente e não há tendência de declínio em nenhuma parte do globo. As pessoas estão passando mais tempo conectadas pela internet, porque usam outras formas para ficar on-line que não somente o computador: celulares, smartphones, tablets e afins. Arrisca-se a dizer que é cada vez mais antiquado dizer mundo virtual, uma vez que o digital já faz parte do cotidiano concreto das pessoas, de modo que é im-possível dissociar os “dois mundos”. Recorda-se que nas eleições americanas, a foto mais compartilhada e twitada de todos os tempos pertence ao presiden-te Obama, num pico de discussão que levou o perío-do eleitoral dos EUA ao topo entre os eventos mais discutidos.
No Brasil o cenário não é diferente ao que aconteceu nas eleições americanas. Os eventos, fotos e fatos re-lacionados à política são publicados constantemen-te ad infinitum, curtidos, comentados, discutidos e compartilhados. Vejam por exemplo o falatório que se deu em torno do tomate, a alta do preço do pro-duto, super curtido, comentado e compartilhado. E o tomate se transformou num ícone da malfadada volta da inflação e aumento dos juros. Pois há, tam-bém, um grande número de pessoas que assiste TV ao mesmo tempo em que conversa em redes sociais. E se há um assunto agendado na mídia de massa, o mensalão é um deles. Questiona-se, pelas redes so-ciais, por que os mensaleiros, ainda que condenados pelo Supremo Tribunal Federal - STF, ainda não fo-ram presos. E pasmem, dois deles, os mensaleiros Jo-sé Genoíno e Paulo Cunha, não bastante a condena, assumiram como deputados e membros da Comissão de Justiça da Câmara Federal. Assuntos dos mais co-mentados, no momento, no facebook.
Da importância das redes sociais, não mais se discute, visto que são baseadas em círculos de amizade pré--programados, que levam em consideração família, amigos do trabalho, amigos da faculdade etc.. E vo-cê está inevitavelmente exposto a posicionamentos políticos, não raro, aleatórios. As conexões, ainda que não sigam um padrão de pensamento igual ao seu, te “obrigam” a ser amigo de seu colega de trabalho ou faculdade e, consequentemente, você é exposto a conteúdos políticos dos mais diversos. Aí é que está o nó górdio... Se quiser seguidores, tem que produzir mensagens formatadas para essa mídia, mensagens com conteúdo, como já dito.
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Meio Ambiente
7 Bilhões de habitantes no
planeta...
Da redação
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Teremos água para o futuro?
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O biólogo José Roberto Borghetti, um dos
autores da obra “A Integração das Águas”, onde mostra o verdadeiro Aquífero Guarani, coloca em discussão a distorção, pela ação do homem, a conexão entre os elementos ar, água e solo. Borghetti, que também é consultor da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO entende, ao lado de seus parceiros, que o maior problema para a preservação dos recursos hídricos nos dias atuais, seja a falta de consciência da sociedade em relação à vulnerabilidade desse recurso, alimentada pelo descaso de muitos governantes em relação aos problemas referentes à gestão dos recursos hídricos.
Borghetti faz um alerta à população sobre uma possível crise de água. Segundo ele, através de uma campanha permanente de educação ambiental, “poderemos contribuir para evitar a escassez desses recursos num futuro próximo”. O presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, também observa que a água é um recurso natural em crescente processo de escassez e deterioração, e está cada vez mais caro e mais difícil disponibilizála para consumo, seja nas torneiras de nossas casas, seja na agricultura ou na indústria. “Hoje já temos fontes alternativas de energia, que não o combustível fóssil (petróleo), mas a água será sempre insubstituível para a humanidade e para o
Meio Ambiente
meio ambiente”.Jorge Samek, diretorgeral da
Itaipu Binacional, lamenta a falta de consciência da sociedade em relação à vulnerabilidade dos recursos hídricos, aliada, seguramente, à má gestão dos mesmos, o que dificulta sua preservação. Para o professor José Galizia Tundisi, da USP São Carlos, a distribuição, os usos múltiplos e a disponibilidade da água per capita e por regiões são problemas fundamentais que sempre afetaram a história da humanidade e de todos os seres vivos do planeta, e continuarão afetando e definindo os rumos ou para o desenvolvimento sustentável ou para uma crise de recursos sem precedentes na história do homo sapiens na sua curta existência no planeta Terra.
Numa análise completa sobre a integração das águas e a necessidade de sua preservação, o biólogo José Roberto Borghetti faz um questionamento e nos brinda com sua pesquisa: “somos sete bilhões de habitantes no planeta...teremos água para o futuro?”.
“Nosso planeta está cober
to 70,7% pelas águas, sendo que 97,5% constituise de água salgada e apenas 2,5% de água doce utilizáveis para o abastecimento da população ou outros fins. A situação fica mais crítica, pois a maior parte do volume total de água doce não está disponível, por se encontrar concentrada nas calotas polares e em aquíferos profundos, ou seja, somente 0,3% da água doce total disponível está nos rios e lagos, constituindo, portanto, o volume passível de ser utilizado pelo homem para suprir suas necessidades. Este volume equivale somente a 0,008% do total de água no mundo”, revela o biólogo. É o próprio biólogo quem responde:
Quantidade de Água no Planeta: Área e Volume
A disponibilidade hídrica depende do fluxo de água renovável, que é determinado pela diferença entre as precipitações e as evaporações médias anuais. Algumas zonas contam com enormes quantidades de água, enquanto que em outras sua disponibilidade é praticamente nula.
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José Roberto Borghetti reve-la que o Brasil é o país mais rico em água do mundo, possuindo a rede hidrográfica mais extensa do pla-neta, com 55.457 km2 de rios, equi-valentes a 1,66% da superfície da Terra. O potencial hídrico superficial brasileiro repre-senta 12,4% de toda a água doce do planeta.
Países com disponibilidade de água renovável abaixo de 1.700 m3/hab./ano estariam propensos a sofrer periódicos ou regularmente ciclos de “estresse hídrico”, afetando o desenvolvimento econômico, social e ambiental.
Devido ao rápido crescimento populacional, por exemplo, no período de 1970 a 1994, o potencial de disponibilidade de água per capita diminuiu de 12.900 para 7.600 km3/hab./ano.
Os recursos hídricos têm sido afetados por impactos antrópicos (irrigação, uso do solo, agrotóxicos, erosão, desmatamentos, poluição industrial, agrícola e doméstica, desperdício, etc.).
Segundo dados da FAO a América do Sul e a Ásia concentram os maiores potenciais de recursos hídricos do mundo. África, Oceania, América Central e Caribe são os
continentes com os menores potenciais.
A disponibilidade de água em todos os continentes tende a diminuir cada vez mais, demonstrando a real necessidade de se rever o sistema de consumo e a solução do problema de disponibilidade em curto prazo. A conscientização da sociedade e sua participação na preservação dos recursos hídricos, associadas ao controle do crescimento populacional, poderiam representar, em curto prazo, medidas prioritárias para evitar a escassez de água nos próximos anos.
O consumo de água estimado até o ano de 2025 indica que haverá um crescimento de captação de água de 4.360 km3 em 2010 e 5.187 km3 em 2025, e as perdas constituirão cerca de 45% do volume derivado dos mananciais. Portanto, a água que evaporará ou será consumida corresponderá a 55% daquela que será captada dos mananciais. Mudanças climáticas poderão contribuir com aproximadamente 20% no agravamento da escassez de água no mundo. A percentagem de água restante (45%) retornará aos sistemas naturais de drenagem, porém, em geral, em classes de qualidade inferior, devido ao crescimento dos níveis de poluição e aumento da temperatura da água.
Segundo estimativas, em 2025, cerca de 3,3 bilhões de pessoas da população mundial poderá viver sob condições de disponibilidade hídrica social abaixo de 1.500m3/hab./ano. A grande maioria estará na África e no sul da Ásia, onde se localizam os maiores bolsões de pobreza e fome. Em 2050, o número de pessoas, vivendo sob condições de disponibilidade hídrica social abaixo de 1.500m3/hab./ano, poderá atingir cerca de 6,3 bilhões (50% da população mundial) em 66 países, principalmente na África e na Ásia incluindo todo o Oriente Médio.
Tais estimativas despertaram a
atenção e preocupação de diversas comunidades científicas e políticas, empresariais e ambientais em nível mundial, para a escassez da água já vivenciada em várias regiões, e muitos ainda não compreendem porque razão o desperdício e a degradação dos mananciais hídricos constituem um problema, se do ponto de vista global, existe água mais do que suficiente para todos, e para satisfazer todas as necessidades da humanidade. Porém, é fácil compreender tal preocupação, quando levamos em consideração que a água encontrase desigualmente distribuída entre os países e no interior dos mesmos; que o acesso à água enquanto recurso produtivo exige o acesso a infraestrutura e que em muitos países a escassez é produto de políticas públicas que têm encorajado a utilização abusiva de água, exercendo a pressão sobre os recursos hídricos que se reflete no estresse ecológico.
Os sintomas mais visíveis dessa pressão hídrica são o declínio de sistemas fluviais que já não conseguem atingir o mar, a redução dos lagos e a queda dos lençóis freáticos. Rios como O Indu e o Ganges mal atingem o mar durante a estação seca. Pouca água do Nilo chega ao Mediterrâneo, em qualquer época do ano, e o Egito, onde as chuvas são muito escassas, é totalmente dependente do Nilo. O Jordão, que flui do Líbano para Israel, onde se junta ao Mar da Galiléia e posteriormente desemboca no Mar Morto, está sendo pressionado, e consequentemente, o nível de água do Mar da Galiléia está caindo gradativamente, e o Mar Morto está encolhendo.
O mar de Aral já foi o quarto maior lago interiorano do mundo e uma das regiões mais férteis do planeta. Os dois rios que o alimentam, foram desviados para o cultivo de algodão. Desde então o mar recuou 12 metros; sua área
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encolheu 40% e seu volume 66%. Cidades outrora costeiras, hoje distam 50 km da água. À medida que o mar encolheu, a concentração salina das suas águas aumentou impedindo a sobrevivência dos peixes. Consequentemente, a produção pesqueira que já produziu um total de 60 mil toneladas por ano na década de 60, não existe mais.
A utilização abusiva da água para a irrigação e para as cidades leva igualmente ao esgotamento das águas, representando uma grave ameaça para a segurança alimentar e os sistemas agrícolas. Em algumas bacias hidrográficas na China, a extração de águas constitui 140% de abastecimento renovável – fato que explica a rápida diminuição dos principais sistemas fluviais e a redução das águas disponíveis, o que afeta drasticamente a produção alimentar nestas regiões.
Como se não bastasse o uso insustentável dos recursos hídricos, a negligência dos governos, principalmente nas gran
des cidades, na manutenção das tubulações e adutoras das redes de abastecimento de água para a população, e na identificação e fiscalização de conexões ilegais e contabilidade falha, podem gerar uma perda de água que chega a 75% quando o índice aceitável de perdas, pelo padrão internacional, seria em torno de 20%.
Disponibilidade de Água no Brasil
Somos o país mais rico em água do mundo, possuindo a rede hidrográfica mais extensa do planeta, com 55.457 km2 de rios, equivalentes a 1,66% da superfície da Terra. O potencial hídrico superficial brasileiro representa 12,4% de toda a água doce do planeta.
Apesar da abundância de águas, a distribuição varia muito de acordo com as diferentes regiões do país. Quase 70% da água disponível para o uso no Brasil está concentrada na Região Norte, onde se situa a Amazônia, o lugar mais rico em
água potável superficial de todo o planeta e, também, onde ocorre a menor densidade demográfica do país com apenas 8% da população brasileira vivendo sobre seu território. Já as regiões onde o consumo hídrico é maior (Sul, Sudeste e Nordeste) devido à alta densidade demográfica, produção agrícola, comercial e industrial, a disponibilidade é de apenas 15,5%.
O Brasil convive com contrastes marcantes no que se refere ao potencial hídrico, com a abundância na Bacia Amazônica e a escassez no Nordeste semiárido. A Região Norte, com a maior reserva de água potável do país, é a que detém os piores índices de ineficiência e precariedade no abastecimento de água e saneamento à população.
O clima semiárido da Região Nordeste e norte de Minas Gerais impõe a escassez dos recursos hídricos de superfície, que tem influenciado diretamente no desenvolvimento econômico e social da região. As chuvas espar
sas, as secas periódicas e a predominância de rochas metamórficas com baixa capacidade de armazenamento de águas subterrâneas e manutenção da vazão de base, durante a estiagem, ocasionam uma grande quantidade de rios temporários ou intermitentes.
Uso de Água De acordo com os da
dos da FAO cerca de 70% do consumo mundial de água é destinado ao setor agrícola, 20% ao setor industrial e apenas 10 ao setor doméstico (consumo humano, uso sanitário, serviços urbanos municipais).
Distribuição relati-va do uso da água no planeta
A irrigação consome a maior quantidade de água em nível mundial respondendo por mais de 80% da utilização nos países em desenvolvimento. Até 2050, a água do mundo terá de sustentar os sistemas agrícolas que alimentarão e constituirão o meio de subsistência de mais 2,7
Meio Ambiente
“Hoje já temos fontes alternativas de energia, que não o combustível fóssil (petróleo), mas a água será sempre insubstituível para a humanidade e para o meio ambiente”.
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bilhões de pessoas. Entretanto, o setor industrial, e não a agricultura será responsável pelo maior aumento previsto na utilização de água até 2025.
O Brasil segue a tendência mundial de gas
tar o maior percentual de água na agricultura, correspondendo à quase metade das demandas, porém gasta mais água no abastecimento doméstico do que no abastecimento industrial.
Aquífero guaraniNos últimos anos, di
vulgouse que o Aquífero Guarani era a maior reserva subterrânea de água doce do mundo um imenso mar de água doce sob o solo, compartilhado de forma contínua e homogênea pelos quatro países do Mercosul com capacidade para abastecer a população mundial por 2.500 anos, despertando um grande interesse em relação a esta reserva e gerando muitas informações falsas a respeito da mesma. Na realidade, ele não é um lençol de água e sim uma rocha, cuja extensão o coloca na posição de 3º maior do mundo, sendo que, na maioria das regiões do aquífero, as suas águas não são potáveis.
O Guarani é um aquífero do tipo poroso (a água armazenase nos poros de suas rochas) e encontrase recoberto pelas espessas camadas de rochas basálticas da Formação Serra Geral. Portanto, apenas 12,5% da sua área total encontrase rente à superfície, o restante fica confinado.
Com uma superfície de quase 1,2 milhão de km2 está inserido na Bacia Geológica Sedimentar do Paraná, abrangendo parte do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Sua área de ocorrência congrega uma população aproximada de 34,3 milhões de habitantes e caracterizase por concentrar as zonas agropecuárias mais importantes de cada país com terras férteis e solos com altos índices de produtividade onde são desenvolvidas as culturas de soja, milho, trigo, cevada, sucroalcooleira, etc., e com excelente potencial de desenvolvimento da pecuária de corte, além de uma indústria bastante diversificada.
O Brasil é o país com a maior área do Guarani (69,8%), o que equivale a 9,6% da área total do território nacional, seguido pela Argentina com 19,2%, Paraguai com 6,1% e Uruguai com 5,0% representando a menor área do Guarani, mas que equivale a 33,4% do seu território.
O diretor-geral da Itaipu Binacional, Jorge Samek, la-menta a falta de consciência em relação aos recur-sos hídricos
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A composição química das águas do Guarani é muito variável, principalmente nas zonas confinadas e até o presente momento, podese dizer que as águas do Guarani são potáveis em 20 a 30% da sua área, desmistificando a afirmação de que o Aquífero Guarani é a maior reserva de água subterrânea potável do mundo. Normalmente quando as águas do aquífero são muito quentes, elas não são adequadas ao consumo humano pela alta salinidade.
As águas do Aquífero Guarani podem atingir temperaturas relativamente elevadas, em geral entre 30 e 68°C, com temperatura média de 25 a 30°C. A energia geotérmica do sistema Aquífero Guarani, estimada em 280 MW ano/km2, representa um potencial de aproveitamento energético significativo.
A estimativa da área do Guarani, com potencial de produção de águas termais superiores a 38°C, atinge 45% da área de sua ocorrência no Brasil. Nas regiões de maior confinamento é que estão localizadas as principais estâncias hidrotermais naturais, com temperaturas predominantes de até 43°C, fomentando o turismo.
O Aquífero Guarani é um sistema compartimentado e a quantidade e qualidade de suas águas variam de região para região. Estudos recentes revelaram que este aquífero apresenta falhas geológicas expressivas que funcionam como barreiras hidráulicas (diques), segmentando e afetando o fluxo subterrâneo e a qualidade da água.
Essa compartimentação é determinante inclusive na condição de aquífero transfronteiriço im
posta ao Guarani, ou seja, além de sua descontinuidade estrutural, este sistema não apresenta as características típicas de um aquífero com fluxos de água transfronteiriços.
Em relação à sustentabilidade, o maior problema pode ocorrer nas zonas aflorantes (quando a água se encontra na superfície ou próximo dela), onde não existe saneamento e se utiliza o recurso para o abastecimento da população.
Estudos têm revelado que as águas do aquífero Guarani ainda estão livres de contaminação. Contudo, considerando que a área de recarga coincide com importantes áreas agrícolas brasileiras, onde se tem usado intensamente herbicidas, é de se esperar que sejam necessárias medidas urgentes de controle, monitoramento e redução da carga de agro
tóxicos. O principal fator de
risco da utilização das águas subterrâneas resulta do grande número de poços rasos e profundos que são construídos, operados e abandonados sem tecnologia adequada, devido à falta de controle e fiscalização nas esferas federal, estaduais e municipais.
Outro fator de risco é o seu uso descontrolado e excessivo, principalmente nos locais que apresentam artesianismo, sendo necessário um rígido controle para se evitar o desperdício de água e consequente diminuição da pressão interna do sistema, o que viria a prejudicar os outros usuários das redondezas do poço jorrante.
Entre os vários usos das águas captadas deste Aquífero e as possibilidades de incrementar ou
PAíS
Área do Guarani Área total do país
Área do país onde ocorre o Aquífero
Área de Afloramento
População estimada
km² % km² % km² %
Brasil 820.618 69,8 8.514.877 9,6 97.142 66,3 28.671.307
Argentina 225.500 19,2 2.780.400 8,1 - 0,0 2.630.312
Paraguai 71.700 6,1 406.752 17,6 46.211 31,5 2.393.423
Uruguai 58.500 5,0 175.016 33,4 3.197 2,2 578.698
Total 1.176.318 100,0 - - 146.550 100,0 34.273.740
ÁREA E POPULAÇÃO DO AQUÍFERO GUARANI NOS PAÍSES DE SUA ABRANGÊNCIAFONTE: Boscardin Borghetti et al. (2011) a partir de Araújo et al. (1995); ANA (2001); INDEC(2001); DGEEC (2002); INE(2002); IBGE (2009)
Meio Ambiente
DOCUMENTO RESERVADO I 29
tras modalidades que favoreçam a implantação de empreendimentos na região, temse basicamente o abastecimento público, o desenvolvimento de atividades industriais e agroindustriais e o desenvolvimento do turismo com a instalação de estâncias hidrotermais.
O uso principal das águas do Guarani, no Brasil, é destinado ao abastecimento da população (70%), seguido do uso no setor industrial (25%), e para fins de irrigação, hidrotermalismo recreativo e terapêutico, com 5%. Como exemplo de utilização das águas para o abastecimento público, pode ser citado a cidade de Ribeirão Preto (São Paulo) e os complexos hidrotermais localizados nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, cujas águas possuem propriedades medicinais.
30 I DOCUMENTO RESERVADO
Política
NO Pé DO MP
DOCUMENTO RESERVADO I 31
A aprovação da PEC 37 seria a apoteose para os marginais
e quadrilheiros de todas as estirpes, para os mensaleiros,
sanguessugas, para os gafanhotos, enfim, para aqueles
que são chupins da República e assaltam o dinheiro público
todos os dias”. Alvaro Dias
NO Pé DO MP
Se a PEC 37 for aprovada, impedirá que órgãos como o Ministério Público, a Receita Federal e o Tribunal de Contas da União, realizem investigações criminais, que ficariam restritas à polícia civil. Só três países no mundo proíbem investigações criminais feitas pelo MP: Quênia, Uganda e Indonésia.
Pedro Ribeiro
O Ministério Público está sentindo na carne seus próprios erros e exces
sos. A armadilha armada pelos políticos chamase Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 37, que reserva a função de Polícia Judiciária às Polícias Federal e Civil, retirando do Ministério Público a competência para promover investigações criminais. “A proposição é um retrocesso para a persecução penal e para o combate à corrupção”, afirma o procuradorgeral da República, Roberto Gurgel. Ao defender o poder investigatório da instituição MP está se reafirmando “a impostergável garantia de que a democracia brasileira está consolidada, não mais aceitando golpes contra o povo”, e que dizer nâo à PEC 37 “é dever ético da cidadania digna brasileira tão heroicamente conquistada”, sustenta o procuradorgeral de Justiça do Paraná, Gilberto Giacóia.
32 I DOCUMENTO RESERVADO
Política
“Um retrocesso para a persecução penal e para o combate à corrupção”Roberto Gurgel
“Dizer nâo à PEC 37 é dever ético da cidadania digna brasileira tão heroicamente conquistada”Gilberto Giacóia
Embora a maioria da bancada paranaense no Congresso Nacional ten-de a rejeitar a PEC 37, batizada de “impunida-de”, o deputado federal André Vargas (PT), ob-serva que os excessos e os equívocos cometidos pelos Ministérios Públi-cos, ao jogar na lama no-mes de pessoas e empre-sas, através de inquéritos mal formulados e assoda-dos, exige-se uma discus-são mais criteriosa sobre o papel do MP. Já o depu-tado federal, João Arruda (PMDB), disse ser a fa-
vor das investigações, po-rém, contra os abusos co-metidos pelos MPs. “Te-mos casos absurdos, onde prefeitos são presos e ex-postos na mídia por pou-ca coisa e como se fos-sem responsáveis por tu-do que acontece de ruim em uma cidade ou muni-cípio. Conheço prefeitos que não conseguem tra-balhar, pois, diariamente chegam ofícios de promo-tores questionando até ca-so de criança que se ma-chuca na escola e respon-sabilizando o prefeito”. No Paraná, um ex-pre-feito (Lapa) foi preso por causa de R$ 9 mil.
MutirãoDe repente, aflorou no
Brasil, um mutirão em defesa do Ministério Público e querem crucificar o deputado alagoano Arthur Lira (PP), autor da PEC 37. O Ministério Público está mobilizando a sociedade no sentido de mostrar que o que se deseja com a proposta é concentrar as investigações na Polícia Civil. O mutirão, no Paraná, teve longo alcance, embora a sociedade ou grande parte dela não sabe que, efetivamente e constitucionalmente, a investigação criminal sempre foi, por princípio, atividade de polícia e ao MP não compete investir, mas, sim, determinar a abertura da investigação.
Para o procurador de justiça e coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, se a PEC 37 for aprovada, o MP não poderá mais ini
ciar investigações criminais e ficará na dependência do trabalho da polícia e a investigação de crimes contra a administração pública ficará comprometida. Isso aconteceria, segundo ele, porque a polícia está subordinada ao Poder Executivo, enquanto que o Ministério Público é um órgão independente. Já o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná, Jairo Estorílio, a PEC 37 preserva o sistema de investigação criminal brasileiro, como reza a Constituição.
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“MP comete erros e equívocos que jogam nomes de pessoas e empresas na lama”André Vargas
Ato em repúdioTanto representante da
Polícia Civil, como um grande número de parlamentares, querem a aprovação da PEC 37 porque há, nas mãos do Ministério Público vários inquéritos que investigam ações da própria polícia e de políticos. No caso da polícia, seus representantes apostam na competência das corregedorias que estão equipadas no sentido de cumprir sua função de corrigir desvios de conduta interna. O procurador de justiça, Gilberto Giacóia lembra que ao se defender a manutenção do poder de investigar do MP não se está, pois, a adotar postura meramente corporativa, nem apenas a se invocar o que há de mais avançado nas democracias modernas, onde nos países mais desenvolvidos, o MP não só detém, e sim comanda a atividade investigatória que é organizada de seu gabinete, pois é a instituição a destinatá
ria imediata dela, como titular exclusiva da ação penal pública, afastando de modelos políticos não tão democráticos (hoje limitados a três, Uganda, Indonésia e Quênia, que vedam a investigação ministerial).
Dia 12 de abril, o Mi-nistério Público do Para-ná promoveu ato público em repúdio a PEC 37 com a presença de representan-tes e autoridades dos três poderes, dos diversos ra-mos do MP, representan-tes da advocacia e da aca-demia, igreja, setor produ-tivo e da sociedade civil organizada. O presiden-te do Tribunal de Justiça do Paraná, Clayton Couti-nho de Camargo manifes-tou sua repulsa à PEC 37 e disse que a possível in-clusão da proposta na Or-dem do Dia para votação na Câmara dos Deputados “acende, sem dúvidas, um alerta contra a impunidade e a competência para a in-vestigação penal, que não pode ser, a nosso ver, mo-nopólio da polícia”.
GaecosO secretário de Segu
rança Pública do Paraná, Cid Vasques, disse que é necessário ter uma visão mais precisa da estrutura dos Gaecos e de seu funcionamento: são 56 policiais civis e militares, cooperando com a atividade do Ministério Público, mas vinculados aos seus respectivos comandos. “E isso nem poderia ser diferente. O trabalho, portanto, é sempre conjunto, e tem um objetivo comum, ou seja, o aperfeiçoamento da polícia estadual de segurança pública”.
Para o senador Álvaro Dias (PSDB), é preciso saber por que querem retirar do Ministério Público o poder de investigação criminal? quem são aqueles que desejam retirar do Ministério Público essa prerrogativa? questiona o senador paranaense. Segundo ele, a aprovação da PEC 37 seria a apoteose para os marginais e quadrilheiros de todas as estirpes, para os mensaleiros, sanguessugas, para os gafanhotos, enfim, para aqueles que são chupins da República e assaltam o dinheiro público todos os dias.
EscândaloJosé Lucio Glomb, con
selheiro federal da OAB, disse que a Ordem dos advogados também está engajada na luta, julgando absolutamente inoportuna qualquer discussão à respeito da PEC 37, inclusive quando o Supremo Tribunal Federal está analisando a competência do Ministério Público para proceder essas investigações, com julgamento adiantado, inclusive já com absoluta maioria, o que indica que o Supremo Tribunal Federal considera absolutamente legal esse tipo de investigação.
Ao participar do ato, como presidente do Grupo RPC e representante também do Movimento Paraná sem Corrupção, o empresário Guilherme Cunha Pereira, observou: “aqui só me cabe trazerlhes a garantia do compromisso do grupo GRpcom, da imprensa séria deste estado e de todo o movimento contra a corrupção, porque é absolutamente de uma inoportunidade escandalosa a proposta dessa emenda. Unimonos a todos que estão engajados nessa batalha e sabemos que ao fazer isso repetimos, de fato, os anseios de toda a sociedade”.
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A morte do universitário paulista, Victor Hugo Depp
man (19 ), por um menor (17), que tentou roubar seu telefone celular, foi a gota d´água para que o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, encaminhasse ao Congresso Nacional, proposta que prevê a internação de menor por até oito anos, dependendo da gravidade do caso. Na proposta, menores envolvidos em crimes de homicídio, roubo seguido de morte, sequestro e estupro, poderão ficar internados até oito anos.
Pela lei em vigor, autores de delitos que tenham menos de 18 anos, devem cumprir medidas sócioeducativas por um prazo máximo de três anos. Pela proposta nova que muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a punição será estendida por mais cinco anos. Caso atinja 18 anos durante a internação, o infrator será transferido para o Regime Especial de Atendimento, com acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais.
Comportamento Da redação
DOCUMENTO RESERVADO I 35
Os profissionais farão um laudo e encaminharão a um juiz para decidir se a internação ainda é necessária.
Uma pesquisa Datafolha mostra que 93% dos moradores da capital paulista concordam com a diminuição da idade em que uma pessoa deve responder criminalmente por seus atos. Outros 6% são contra, e 1% não soube responder. Os pesquisadores ouviram anteontem 600 pessoas. A margem de erro é de quatro pontos (para mais ou menos). Em consultas anteriores, em 2003 e 2006, a aprovação à medida pelos moradores da cidade foi de 83% e 88%, respectivamente a margem de erro era de dois pontos.
Sobre a idade a partir da qual um adolescente deveria passar a ser responsabilizado criminalmente, parte dos entre
vistados, em respostas espontâneas (sem haver opções no questionário), defende que menores de 16 anos sejam enquadrados. Para 35%, jovens de 13 a 15 anos deveriam ser considerados pela lei como adultos. Para 9%, até menores de 13 anos deveriam ter esse tratamento. Quando é dada a opção de escolher o que seria mais eficaz para reduzir a criminalidade, há divisão: 42% dizem que seria ideal criar políticas públicas mais eficientes para jovens.
Outros 52% afirmam que a redução da maioridade penal já implicaria na melhoria dos índices criminais. Há ainda 5% que acreditam que ambas as medidas são necessárias."A demonstração de apoio à redução da maioridade penal revela um apoio a uma solução mais imediatista, mas a população também mostra que tem consciência de que é preciso que haja políticas públicas mais eficientes", afirmou Mauro Paulino, diretorgeral do Datafolha.
Um levantamento da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República em 53 países aponta que 42 adotam a maioridade penal a partir dos 18 anos. Entre os que responsabilizam os mais jovens ainda estão os EUA a partir dos 12 anos, dependendo do Estado.
Contraponto
1. O relatório de 2007 da Unicef "Porque dizer não à redução da idade penal" mostra que crimes de homicídio são exceção: furtos, roubos e porte de arma totalizam 58,7% das acusações. Já o ho-micídio não chega a representar nem 2% dos atos imputados aos adolescentes, o equivalen-te a 1,4 % dos casos.
2. A redução da maioridade penal não resolve nem ameniza o problema da violência. "Toda a teoria científica demonstra que ela não representa be-nefícios em termos de segurança para a popula-ção", afirmou em fevereiro Marcos Vinícius Fur-tado, presidente da OAB. A discussão em torno da maioridade penal só desvia o foco das verda-deiras causas da violência.
3. Temos no Brasil mais de 527 mil presos e um dé-ficit de pelo menos 181 mil vagas. A inclusão de adolescentes infratores nesse sistema não só tornaria mais caótico o sistema carcerário como tenderia a aumentar o número de reincidentes. Para o advogado Walter Ceneviva, colunista da Folha, a medida pode tornar os jovens crimino-sos ainda mais perigosos: "Colocar menores in-fratores na prisão será uma forma de aumentar o número de criminosos reincidentes, com pre-juízo para a sociedade. A redução da maioridade penal é um erro."
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faltou esse título Leilane Benetta
ONG Limiar intermediou 355 adoções em 29 cidades do Paraná e seis de Santa Catarina; entidade cobraria nove mil dólares por criança
CPI vem ao Paraná para investigar
A Organização Não Governamental (ONG)
Limiar começou a atuar na década de 80 para facilitar a adoção de crianças brasileiras por estrangeiros. Por essa intermediação seria cobrado nove mil dólares valor por criança. Desde 1999 a ONG está proibida de atuar, mas, ainda assim, continuou com as atividades. Somente no Paraná e em Santa Catarina a organização intermediou 355 adoções em 20 anos.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas, desenvolvida na Câmara dos Deputados, esteve na Assembleia Legislativa em abril para apurar as denúncias sobre essa organização e ouvir testemunhas também em outros casos. O representante da ONG Limiar, no Brasil, Audelino de Souza, foi ouvido, e negou a cobrança pelas adoções.
Em depoimento, Souza disse nunca ter rece
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bido dinheiro além do seu salário como representante da ONG no Brasil. Segundo ele, os nove mil dólares eram recebidos pelo presidente da Limiar nos Estados Unidos. O representante afirmou ainda que nenhuma família era obrigada a fazer a doação da quantia – seria uma doação espontânea.
O caso mais dramático é de uma família de São João do Triunfo, no interior do Estado. Os sete filhos do casal Antônio e Rivonete dos Santos foram levados para outros países. Eles também estiveram na Assembleia.
A relatora da CPI do Tráfico de Pessoas, deputada Flávia Morais (PDTGO), criticou que as autoridades brasileiras tenham aprovado os processos de adoção por casais no exterior. “O que nos intriga é a quantidade de adoções num mesmo local, ou seja, no município de São João do Triunfo. Pareceme que a adoção internacional que é a exceção da exceção, virou regra. Foram 12 crianças de lá enviadas para o exterior”, comenta.
Mudanças na LegislaçãoO deputado federal Fernando
Francischini (PENPR), segundo vicepresidente da CPI, afirma que a intenção da comissão não é investigar o Ministério Público, nem o Poder Judiciário; mas a or
ganização que teria benefícios financeiros através da intermediação das adoções. Segundo ele serão verificadas as situações das crianças que foram levadas ao exterior, caso a caso.
O primeiro vicepresidente da CPI, deputado federal Luiz Couto (PT/PB), diz que a intenção da comissão é levar sugestões ao Governo Federal para mudanças na legislação. “Hoje apenas a exploração sexual é punida e devem ser punidos desde intermediadores até as quadrilhas internacionais que ganham dinheiro às custas das dores de muita gente”, declara.
Outras modalidadesA deputada federal Flávia Mo
rais explica que a adoção irregular de crianças é apenas uma das modalidades do tráfico de pessoas. “Existe o tráfico de órgãos, a exploração sexual, que seria o trabalho escravo, e as escolinhas de futebol, onde traficantes estão entrando e levando crianças para tráfico”, conta.
A deputada afirma que há dificuldade em precisar a quantidade de casos de tráfico de pessoas. “É um crime que acontece de uma forma muito velada. A vítima não se sente vítima. A mãe entrega o filho na ilusão de que vai viver em uma família rica”, comenta. “O traficante vende sonhos”, complementa.
ONG que intermediava adoções
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Serviços Pedro Ribeiro
Alvarás em Prefeitura de Curitiba garante que alvarás sairão em apenas 10 dias10 dias
DOCUMENTO RESERVADO I 39
A via crucis para conseguir um alvará na
Prefeitura de Curitiba está próxima do fim. O Alvará, que tira o empresário da informalidade, faz mover a economia, através da construção de novos empreendimentos, que hoje leva perto de seis meses para ser liberado, será entregue em apenas dez dias. A afirmação é do secretário de Governo do Município de Curitiba, Ricardo Macdonald, ao anunciar a criação de duas câmaras Comércio e da Construção Civil no Conselho Municipal de Urbanismo para agilizar a tramitação nos pedidos de alvarás.
Com a simplificação da tramitação dos documentos e a participação das lideranças do comércio e indústria, o empresário receberá o alvará em 10 dias. Macdonald revela que existem, hoje, várias empresas com grandes empreendimentos na espera de alvará para construção e andamento nos seus negócios. Em Curitiba, mais três grandes shopping centers na Linha Verde, na Tuiuti Champagnat e no Jockey Club estão aguardando alvarás para construção, o que representaria mais seis mil empregos diretos na cidade. Também dependem de licença, hotéis e antigos cinemas, que pretendem diversificar o ramo de atuação, disse o secretário municipal de Governo.
Hoje, 80% da eco
nomia do município de Curitiba está centrada na área de serviços, seguida de 19% na indústria e apenas 1% na agricultura. “O que o prefeito Gustavo Fruet está fazendo, com a simplificação do alvará, é uma revolução sem gasto e só com inteligência. Assim, fluirá mais dinheiro e geração de empregos na cidade”, observou Macdonald.
A partir de agora, cada câmara terá representantes, com direito a voto, no Conselho Municipal de Urbanismo, atendendo uma demanda de campanha, explica Macdonald. Segundo ele, com a criação das câmaras, o processo para se obter um alvará fica mais simples e os representantes do comércio e da indústria também serão responsabilizados em caso de atraso. Na construção civil, por exemplo, o engenheiro representante terá um prazo e, no final do habitese, se não conseguir a documentação, será penalizado pelo Conselho Regional de Engenharia e ArquiteturaCREA.
O mesmo acontecerá com representantes da área comercial, onde a Associação Comercial do Paraná (ACP), também será responsável durante toda a tramitação do processo. Caso a liderança comercial indicada não consiga obter o alvará a seu filiado no prazo de 10 dias, também será responsabilizada.
“Com a simplificação e participação dos interessados, novos empreendimentos fluirão no mercado”.
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Economia
Inflação, pesadelo de Dilma
DOCUMENTO RESERVADO I 41
A presidente Dilma Rousseff terá que le
vantar o tapete e varrer para fora o que ali fora colocado em relação à economia brasileira. Pode até custar a reeleição. Com 6,59% acumulados em 12 meses, a inflação acendeu luz vermelha e superou o limite da margem de tolerância, ficando 2,5 pontos acima da meta oficial, de 4,5%, colocando em xeque o Banco Central que está sofrendo desgaste também de credibilidade internacionalmente. Surfando nessa arriscada onda, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, insiste em mostrar otimismo.
Com inflação alta, o Banco Central não teve outra alternativa a não ser a de aumentar a taxa de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu subir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 7,5% ao ano. A medida, no entanto, não teve agrado unânime. No
mercado, a avaliação é de que a decisão não vai surtir efeito e poderia ter sido maior. Já as entidades criticam o uso dos juros como remédio para a alta dos preços. Até então, a Selic estava fixa Dilma lembrou que o combate à inflação foi uma conquista dos últimos dez anos, e que é preciso criar um ambiente em que se valorize a inovação. Para ela, “a hora do Brasil é agora”.
Diante desse quadro e em meio a críticas, a presidente Dilma garantiu que jamais “voltaremos a ter aqueles juros, que a qualquer necessidade de mexida, elevava os juros para 15%, isto porque a taxa de juros estava em 12% e hoje em 7%. Hoje, nós temos uma taxa de juros real bem baixa. Qualquer necessidade, para combate à inflação, será possível fazer num patamar bem menor. Nós não negociaremos com a inflação. Nós não teremos o menor problema em ata
cála sistematicamente. Nós queremos que esse país se mantenha estável”, afirmou.
Danos à produtividade
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reconhece a importância do controle da inflação, mas lamenta que ao “elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual o Copom tenha optado pelo caminho de combate à alta inflacionária com maiores danos à atividade produtiva. O novo ciclo de alta dos juros iniciado nesta quartafeira irá afetar a confiança do empresário e comprometer os investimentos, cuja elevação considera essencial para reativar a economia.”
Para o professor José Kobori, do Ibmec, a medida do Copom “não vai fazer efeito. Se analisar tecnicamente, a alta já devia ter ocorrido porque o BC está atrasado em relação ao combate à infla
ção. O governo acreditou que as medidas um pouco heterodoxas iam surtir efeito: tentar controlar inflação mexendo na cesta básica, tarifa de energia. Mas se mostraram ineficazes. Não são medidas cosméticas que vão controlar a inflação.”
Paulo Skaf, presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP e CIESP), disse que “da mesma forma que ninguém quer o aumento da inflação, o Brasil não precisa de aumento de juros, mas de aumento de produção. O Brasil não pode abrir mão do controle da inflação, mas devemos superar a política econômica do uso exclusivo da taxa de juros. Claramente, aqueles que neste momento e com essa conjuntura econômica buscam restringir o debate à taxa de juros estão defendendo seus próprios interesses e não o desenvolvimento do Brasil.”
Dilma Rousseff: “não negociaremos com a inflação”.
Da redação
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Economia Da redação
Crescimento de 4,5% em 2014 e salário de R$ 719Pelo Projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentá rias (PLDO) de 2014, entregues pelo governo ao Congresso Nacional, o Bra sil vai crescer 4,5% em 2014; o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA – (indicador oficial da inflação) ficará em 4,5% e o salário mínimo para o próximo ano foi fixado em R$ 719,48 – um reajuste de 6,12% em re
lação ao atual que é de R$ 670,00.
Os dados, pelo Ministério do Planejamento, indicam também que a taxa Selic será de 7,25% em dezembro de 2014, e o dólar (taxa de câmbio) previsto será de R$ 2,04 no fim de 2014. O PLDO tira, também, a obrigação legal do governo federal de compen sar os resultados a menor dos entes da federação.
O PLDO fixou em R$ 167,4 bilhões (3,1% do PIB) o valor do superávit
primário do setor público consolidado para o próximo ano. O governo estabeleceu ainda que podem ser abatidos da meta até R$ 67 bilhões com gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com desonerações tributárias.
Para lideranças do PT no Congresso Nacional, a LDO – 2014 traça um cenário positivo e realista não só para 2014, uma vez que o projeto apresenta pa
DOCUMENTO RESERVADO I 43
râmetros macroeconômicos projetados pelo governo para o período de 2013 a 2016. O governo Dilma tem agido corretamente para manter o País em crescimento, mesmo com a crise financeira internacional. Essas diretrizes orçamentárias apresentadas mantêm a inflação em rota de declínio, preservam o nível de emprego e trazem uma combinação de prioridades para reduzir a desigualdade social e estimular o crescimento com qualidade, afirmou um deputado do PT.
Para o deputado Ricardo Berzoini (PTSP), que também integra a Comissão de Orçamento, o governo sinaliza com a LDO2014 que vai trabalhar muito para cumprir uma meta de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) fixada em 4,5%. “É uma proposta positiva, sem fugir da nossa reali
dade e da realidade econômica mundial em que há uma estagnação nos Estados Unidos, recuo na Europa e declínio na Ásia”. Berzoini acrescentou que para crescer 4,5% e manter a inflação sob controle, nesse índice, é necessário, além da vigilância do Parlamento, o trabalho firme do governo e da sociedade e a articulação da classe empresarial.
Prioridades As prioridades e me
tas fiscais da Administração Pública Federal para o exercício de 2014 correspondem às ações do PAC; do programa “Minha Casa, Minha Vida” e do Plano Brasil Sem Miséria. “São prioridades que confirmam a disposição do governo Dilma de manter as obras estruturantes de infraestrutura, crescimento com sustentabilidade e qualidade e elimi
nação integral da miséria no País”, afirmou Jorge Bittar.
Regras O PLDO também
traz regras para a execução orçamentária em caso de não aprovação do Orçamento de 2014 até o dia 31 de dezembro deste ano. Até a aprovação do Orçamento da União, haverá liberação integral para as despesas obrigatórias; bolsas de estudo; formação de estoques públicos (programa de garantia de preços mínimos); ações de prevenção a desastres (Defesa Civil); financiamento ao estudante; despesas do TSE com eleições; aplicação mínima em Saúde; e investimentos do PAC. Para as demais despesas de custeio e investimento dos órgãos, permanece a liberação por duodécimos mensais.
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Economia
dicas para garantir o futuro
Pedro Ribeiro
Ao acender luz amarela, a economia brasi
leira começa a preocupar a população como um todo, em especial às pessoas que pretendem ter uma vida mais confortável no futuro e que não precisam depender, apenas, do parco dinheiro da aposentadoria. O engenheiro e administrador, com MBA em Alta Direção de Empresas no Esade, de Bar
celona, Espanha, Renato Folador, mostra como se preparar para enfrentar não apenas a velhice, mas ter qualidade de vida com previdência privada.
Em sua coluna diária na CBN Curitiba, Folador vem orientando as pessoas sobre aposentadoria e como aplicar seu dinheiro. E pergunta: "você está preparado para a velhice ou para deixar sua família
amparada?". Se você e sua família puder garantir que terão uma renda equivalente a 70% do seu salário para sempre, em qualquer situação, você está de parabéns. Já, se essa garantia não existir, é melhor começar a se mexer enquanto ainda é tempo e não esqueça que a preguiça caminha tão lentamente que a pobreza não precisa esforçarse muito pa
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ra alcançála, alerta.Nada é de graçaO consultor e presi
dente da JMalucelli Previdência faz, também, algumas avaliações de cunho pessoal, onde diz que "na vida não há prêmios nem castigos. Há somente consequências". Segundo ele, "somos o resultado de nossas decisões. E o sucesso ou fracasso em nossas lutas dependem
da verdadeira intensidade de nossos propósitos. Se olharmos para o lado, vamos ver gente que cai e não se levanta mais e gente que se cair sete vezes, vai levantar oito".
A observação de Folador tem fundamento, a partir do momento em que é solicitado para orientações de como organizar a vida financeira e seu futuro, mas que não estão dispostos a nenhum sacrifício. É claro, que tudo tem um preço, diz. Ele cita o economista Milton Friedman: "não tem almoço de graça. Ninguém vai colocar cobertura no seu sorvete se você não pagar. Até um pouco mais de maionese no King Burguer custa extra". Por isso, não se iluda, alerta: "se quiser ter sempre um bom padrão de vida, poupe, guarde, invista parte do que ganha, para não se lamentar no futuro, dizendo por aí que a vida foi injusta com você. Ensine seu filho a fazer o mesmo, para não condenálo à escravidão financeira e à renúncia a seus sonhos".
Segundo Renato Folador, "poupar e gastar se conjugam da mesma forma, mas conduzem por caminhos muito diferentes na vida. Poupar é teimar em não gastar".
dicas para garantir o futuro
"poupar e gastar se conjugam da mesma forma, mas conduzem por caminhos muito diferentes na vida. Poupar é teimar em não gastar".
1. Primeiro, fuja de instituições sem tradição e com mau his-tórico no mercado;
2. Não aceite taxa de administração do patrimônio superior a 2,5%. Mesmo abaixo disso, olhe com muita atenção a rentabilidade do plano. Não adianta pagar taxas baixas se o plano rende pouco;
3. Não faça projeções de que o dinheiro vai render mais que a inflação mais 8%. Você pode se frustrar na frente com o valor da aposentadoria;
4. Não aplique só em renda fixa. Diversifique e, no longo pra-zo, fundo de ações rende mais;
5. Não resgate o dinheiro por nenhum motivo e opte por uma renda vitalícia na hora de receber. A aposentadoria será um pouco menor, mas o risco de você viver mais fica com a seguradora;
6. Não confie em quem não saiba responder a segunda per-gunta sobre previdência. Entregue seu futuro a quem en-tende do assunto;
7. Consulte um especialista para escolher a tabela de impos-to de renda.
Folador nos brinda com sete dicas
para fazer uma previdência privada.
Acompanhe:
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Segurança Leilane Benetta
A Delegacia da Mulher de Curitiba efetuou
618 detenções ao longo do ano passado, o maior número entre todas as delegacias da cidade, segundo a delegada Maritza Haini. Maritza está, agora, à frente da Coordenação das Delegacias da Mulher (Codem) do Paraná, órgão criado com o objetivo de universalizar e melhorar o atendimento no Estado, devido à grande demanda.
A necessidade de um órgão para gerir e universalizar as ações das delegacias foi apontada após uma reunião no ano passado. “A reunião foi uma iniciativa do delegadogeral, Marcus Vinícius Michelotto; foi a primeira reunião de delegadas de que se tem notícia no Estado”, afirma Maritza.
Entre as funções da Codem, segundo Maritza, estão gerir e sugerir políticas de enfrentamento à violência contra a mulher no âmbito da Polícia Civil; universalizar as ações das delegacias no Paraná; dar apoio e assessoramento às 16 unidades; e formar um banco de dados de violência de gênero.
Sabese que, no Brasil, dez relatos de violência contra mulheres são recebidos por hora, através da Central de Atendimento à Mulher. Ligue 180 em todo o país. Mas ainda fal
tam estatísticas específicas sobre a violência contra a mulher no Paraná, “por isso estamos promovendo modificações nos boletins de ocorrência”, explica Maritza.
Outro desafio que a Codem tem pela frente é aumentar o número de unidades no Paraná. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2012, o Estado está na 17ª colocação brasileira na proporção entre o número de mulheres e o número de delegacias especializadas. São só 16 em todo o Estado. “Cerca de 55% da população não é atendida pelas delegacias existentes, por isso vamos viabilizar a implantação de novas unidades”, diz a coordenadora.
Avanços na áreaCom 20 anos atuan
do como delegada, Maritza tem grande experiência e vivenciou grandes mudanças nas políticas de combate à violência contra as mulheres. Em 1985 foi criada a primeira Delegacia da Mulher, mas Maritza conta que o único diferencial era que “mulheres atendiam mulheres, não se tinha experiência nessa área”. Além disso, as mesmas penas eram aplicadas para homens e mulheres.
Em 1995 foram criados os juizados especiais criminais, com o objetivo de processar e julgar crimes com pena máxima de até um ano de detenção, os chamados “crimes de menor potencial ofensivo”. Grande parte dos crimes de violência contra as mulheres acabou enquadrandose nessa categoria, a ponto de alguns homens até comentarem, conta a delegada, que era “muito barato bater em mulher, basta pagar uma cesta básica”.
Maritza relata que as delegacias da mulher passaram a exercer então um trabalho mais voltado à área psicossocial, uma vez que a função policial estava limitada. “Por conta e risco tomávamos algumas atitudes como, por exemplo, pedir que um policial acompanhasse a vítima até sua casa para pegar suas coisas, mas não tínhamos respaldo da lei”, lembra.
Maria da PenhaNo ano passado mais
de 37 mil boletins de ocorrência foram registrados nas delegacias da mulher no Paraná. Apesar de ainda não existir a especificação dos crimes, a experiência da delegada faz com que ela estime: “eu diria que pelo menos 80% são de violência doméstica e familiar”.
Delegacia da mulher é a queDesafios da Codem é ampliar unidades no Paraná para atender toda a demanda.
DOCUMENTO RESERVADO I 47
“Se houver redução na violência contra as mulheres, com certeza vai diminuir, também, o número de menores infratores, o número de homicídios – porque é um crime que afeta toda a família”Delegada Maritza Haini
Em 2006 foi promulgada a lei que garantiu punições mais severas a esse tipo de agressores: a Lei Maria da Penha. “As prisões têm sido decretadas e cumpridas; e acaba funcionando também como um viés preventivo, pois os agressores sabem que vão ser punidos e as mulheres têm mais segurança para fazer a denúncia”, destaca Maritza.
Outra mudança para proteger as mulheres aconteceu em fevereiro de 2012, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que os processos contra os agressores teriam prosseguimento mesmo sem a manutenção da denúncia por parte da vítima, no caso das lesões
de natureza leve ou culposa (acidentais). “A intenção era proteger as vítimas, porque acreditavase que, quando ela desistia da denúncia era constrangida a isso”, conta Maritza. Na prática, o que aconteceu foi uma redução no registro de ocorrências. “Tivemos uma redução de quase 100 boletins de ocorrência por mês, porque essa determinação foi mal compreendida e acabou gerando insegurança”, acredita.
DesafiosA coordenadora das
delegacias do Estado ainda vê obstáculos nas políticas de enfrentamento à violência contra a mu
lher. “O grande desafio é a efetivação, não sob o ponto de vista policial, mas, por exemplo, a decretação das prisões preventivas e o desenvolvimento de programas de reabilitação dos agressores, para que eles tenham uma real mudança no comportamento”, avalia.
“Esta é uma matéria ainda muito mal entendida. Muitas coisas podem e devem ser feitas frente a essa violência”, diz Maritza. “Se houver redução na violência contra as mulheres com certeza vai diminuir também o número de menores infratores, o número de homicídios – porque é um crime que afeta toda a família”, complementa.
mais prende no Paraná
48 1 DOCUMENTO RESERVADO
Esporte
Fora do eixo Rio-São Paulo, os
X Games surpreendem pela
organização e sucesso
Da redação
DOCUMENTO RESERVADO I 49
Os X Games de Foz do Iguaçu confir
maram duas coisas. Primeiro, que os
grandes eventos esportivos não precisam
se limitar ao eixo RioSão Paulo ou às ca
pitais; segundo, que o interesse do brasi
leiro por esportes radicais é bem maior
do que pensam os fãs de esportes tradi
cionais. Não é à toa, aliás, que o Brasil foi
escolhido para sediar os jogos – no país,
o skate é o segundo esporte mais pratica
do, atrás apenas do futebol.
Foz do Iguaçu foi a primeira cidade
a sediar os X Games de Verão fora dos
Estados Unidos. As competições reuni
ram, entre 18 e 21 de abril, 178 atletas de
24 países, dos quais 25 do Brasil, segun
do país em número de medalhas, depois
dos Estados Unidos. O evento teve 27 horas de transmis
são ao vivo para 184 países, atingindo
cerca de 430 milhões de lares, pela ESPN
Internacional, criadora e organizado
ra dos X Games. A etapa de Foz, “em ta
manho, quantidade de provas e organi
zação, não deve nada a Los Angeles”, se
de americana dos jogos, segundo Ardi
Dwornik, da ESPN. Com recorde de público local (quase
40 mil ingressos vendidos) e de audiên
cia internacional da ESPN, já está confir
mado que os jogos voltam a Foz do Igua
çu em 2014 e 2015, praticamente nos
mesmos moldes – este ano, foram dispu
tadas 15 modalidades de quatro espor
tes – skate, ciclismo, rali de carro e mo
to BMX.
O diferencialAlém das disputas em si, o que mais
chamou a atenção da imprensa especiali
zada foi o grande diferencial da região de
fronteira em relação às outras cidades
sede dos X Games, nos Estados Unidos
e no mundo – a paisagem ímpar. Uma
das arenas foi montada no Parque Na
cional do Iguaçu, bem em frente às Ca
taratas, eleita uma das novas sete mara
vilhas da natureza. Um “cenário de so
nho”, segundo definição do site francês
eadrenaline. A outra arena, o Parque
Infraero, também fica cercada de vege
tação nativa.
Era com essa repercussão positiva que contava a empresa Brunoro Sport Business (BSB), de São Paulo, organizadora dos jogos no Brasil, quando indicou Foz do Iguaçu à ESPN para a disputa internacional entre as cidades que seriam sedes dos X Games fora dos Estados Unidos. O presidente da BSB, José Carlos Brunoro, disse que o que parecia uma “loucura” era bem lógico, principalmente porque a BSB contava com o apoio do Ministério do Esporte, que simpatizava com a ideia de tirar a competição do eixo RioSão Paulo. O Ministério do Esporte foi um dos maiores patrocinadores dos jogos, tendo investido quase R$ 6 milhões na etapa de Foz do Iguaçu.“É importante que o Brasil saiba que existem outras regiões que podem comportar grandes eventos, desde que tenham as características para aquele evento”, avaliou Brunoro. A favor de Foz, está sua localização, no “coração” do Mercosul – faz fronteira com dois dos países sócios, Brasil e Paraguai , e está a apenas uma hora e meia de voo da capital paulista. Mais importante ainda, a cidade conta com uma rede hoteleira invejável e infraestrutura favorável.
InfraestruturaMas, é claro, nem tudo foi positivo nesta primeira edição dos X Games em Foz. A BR469, Rodovia das Cataratas, único acesso para as duas arenas, tem pista única, insuficiente para dar a vazão necessária ao fluxo de veículos nos horários das disputas de maior público. A duplicação, antiga reivindicação do município, ainda vai demorar. Em abril deste ano, o Fundo de Desenvolvimento Econômico e Promoção Turística do Iguaçu, o Fundo Iguaçu, assinou um convênio com o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), pelo qual se compromete a fazer os projetos de duplicação e outras benfeitorias no trecho de 15 quilômetros da rodovia, gratuitamente, cabendo ao órgão federal executar as obras necessárias. Numa visão otimista, é provável que as obras comecem antes da terceira etapa dos jogos, em meados de 2015.
50 1 DOCUMENTO RESERVADO
Já no ano que vem, contudo, pode
ocorrer o que estava inicialmente previs
to para a edição dos X Games de 2013:
uma das arenas seria construída na usi
na de Itaipu, o que contribuiria para
atrair ainda mais público, pela facilidade
de acesso e por garantir às competições
mais um cenário exuberante. A abertura
dos jogos, este ano, foi no Mirante Cen
tral de Itaipu, merecendo muitos elogios
dos jornalistas e dos atletas que partici
param da solenidade.
País dos esportesOs X Games, como lembrou o pre
sidente da BSB, se somam à Copa do
Mundo e às Olimpíadas, consolidando
o Brasil “como o país mundial dos es
portes”. A etapa de Foz do Iguaçu, “em
tamanho, quantidade de provas e orga
nização, não deve nada a Los Angeles”,
sede americana dos jogos, segundo Ar
di Dwornik, da ESPN. O resultado pode
ser avaliado pela opinião do adolescente
Nícolas Konig, que viajou recentemente
aos Estados Unidos e, fã de esportes ra
dicais, pôde comparar, quando foi à are
na do Parque Infraero: “É tudo tão orga
nizado que dá a impressão de que a gente
está numa cidade americana”.
O governador Beto Richa, que assis
tiu aos jogos com a primeira dama, Fer
nanda Richa, no final de semana (20 e
21), disse que os X Games “mostram a
capacidade do Estado em sediar grandes
eventos”. E o prefeito de Foz do Iguaçu,
Reni Pereira, afirmou que, se o sucesso
dos jogos “foi bom para Foz, com certe
za, foi ainda melhor para a ESPN e para
o país inteiro”. Ele destacou que a reali
zação só foi possível pela parceria entre
a prefeitura e os governos federal e esta
dual e o apoio da Itaipu Binacional. “Foz
mostrou união, organização e capacida
de de realização”. O superintendente de Comunica
ção Social da Itaipu Binacional, Gil
mar Piolla, que também preside o Fun
do Iguaçu, disse que Foz “está preparada
para as próximas edições dos X Games.
Segundo ele, os jogos, “diferentemen
te da Copa do Mundo e das olimpíadas,
representam mais que um evento de es
portes. Os X Games são um movimento
mundial. Indicam tendência de com
portamento e atitudes e conectaram Foz
com esse movimento”.
Esporte
Público localEste ano, cerca de dois terços dos ingressos foram vendidos para moradores da Foz do Iguaçu e região, segundo Marcelo Valente, da Loumar Turismo, empresa oficial responsável pela venda de ingressos dos X Games na cidade. A tendência é que esta relação se inverta nas próximas edições, quando o público será formado basicamente por visitantes.Para Valente, os espectadores iguaçuenses, em sua maioria, “desconheciam a dimensão da competição e se surpreenderam positivamente”, enquanto os turistas eram “pessoas que realmente gostam de esportes de ação, um perfil diferente do que a cidade está acostumada a receber”.
DOCUMENTO RESERVADO I 51
DiversidadeA marca dos X Games em Foz do
Iguaçu – além da beleza do cenário – foi
a diversidade, destacada por vários jor
nalistas. Boa parte das 70 etnias que con
vivem pacificamente na cidade estava re
presentada nas arenas e nas arquibanca
das. “A diversidade no pódio foi uma vi
são adequada do início ao fim”, afirmou
a ESPN no site que mantém sobre os X
Games, lembrando que atletas de 16 paí
ses conquistaram medalhas.
“Os melhores eventos esportivos são
resultado da união de tipo de talento,
cultura e língua internacional”, comple
tou o site eadrenaline, que também des
tacou o crescimento dos esportes radi
cais no Brasil, o segundo em número de
medalhas, depois dos Estados Unidos.
Skate do BrasilO Brasil conquistou seis medalhas,
três de ouro, todas no skate. Bob Burn
quist levou ouro no Skate Big Air, Leticia
Bufoni no Skate Street Feminino e Pedro
Barros no Skate Park.
Na disputa do Vertical, Burnquist era
o favorito para o título, mas uma contu
são logo no começo o tirou da disputa.
O Brasil ganhou prata com Sandro Dias
e bronze com Marcelo Bastos. Jéssica
Florêncio ficou com o bronze no Street
Feminino.
Números e curiosidades A organização dos jogos trabalhou durante três meses para mon-tar o evento em Foz do Iguaçu, com a criação de duas arenas de disputas: no Parque Infraero e no Parque Nacional do Iguaçu, em frente às Cataratas.
Os atletas disputaram 15 modalidades em quatro esportes: ska-te, BMX, moto-X e rali.
Os X Games de Foz do Iguaçu, pela primeira vez, incluíram uma competição on-line de surfe. Os atletas participaram enviando vídeos. Especialistas e público selecionaram o vencedor, que le-vou US$ 50 mil.
Foi distribuído US$ 1,8 milhão (R$ 3,5 milhões) em prêmios para os vencedores dos jogos de Foz do Iguaçu, o maior valor já colo-cado em disputa esportiva no Brasil.
Mais de 2,5 mil pessoas trabalharam no evento, incluindo-se 350 voluntários.
A megarrampa Big Air tem 23 metros de altura e 107 de largura. Nela, a maior velocidade atingida foi de 74 quilômetros por hora.
O atleta mais jovem que participou dos jogos em Foz foi o skatis-ta Tommy Schaar (13 anos); o mais velho, o ciclista Dennis McCoy (46 anos).
No RallyCross, a maior velocidade alcançada foi de 177 quilôme-tros por hora. Os carros que participam da prova têm 600 cavalos (HP) de potência.
Fora os brasileiros, outros três atletas sul-americanos participa-ram dos jogos em Foz: o ciclista chileno Coco Zurita, o skatista co-lombiano David González e o ciclista venezuelano Daniel Dhers.
Os X Games terão seis eventos em 2013. Os primeiros foram os jo-gos de inverno em Aspen, nos Estados Unidos, e Tignes, na Fran-ça. Depois de Foz do Iguaçu, os X Games de Verão prosseguem em Barcelona (Espanha), entre 16 e 19 de maio; Munique (Ale-manha), entre 27 e 30 de junho; e terminam em Los Angeles (Es-tados Unidos), entre 1 e 4 de agosto.
Os X Games foram criados em 1995, na cidade americana de Newport, com o nome de Extreme Games. Depois, foram para as cidades de Providence, San Diego, San Francisco, Filadélfia e Los Angeles, onde se estabeleceram em 2003.
52 1 DOCUMENTO RESERVADO
Esporte
skate big air
1) Bob Burnquist
2) Elliot Sloan
3) Jake Brown
skate vertiCal
1) Bucky Lasek
2) Sandro Dias
3) Marcelo Bastos
street league skateboarding
1) Nyjah Huston
2) Sean Malto
3) Torey Pudwill
skate park masCulino
1) Pedro Barros
2) Rune Glifberg
3) Ben Hatchell
skate street Feminino
1) Leticia Bufoni
2) Lacey Baker
3) Jéssica Florêncio
bmx big air
1) Zack Warden
2) Chad Kagy
3) Morgan Wade
bmx parx
1) Kyle Baldock
2) Pat Casey
3) Dennis Enarson
bmx vertiCal
1) Jamie Bestwick
2) Coco Zurita
3) Steve McCann
bmx dirt
1) Kyle Baldock
2) Brandon Dosch
3) Ryan Nyquist
moto enduro x masCulino
1) Taddy Blazusiak
2) Cody Webb
3) David Knight
moto enduro x Feminino
1) Laia Sanz
2) Maria Forsberg
3) Tarah Gieger
moto x step-up
1) Bryce Hudson
2) Ronnie Renner
3) Libor Podmol
Os vencedores dos X Games de Foz do Iguaçu:
moto x speed & style
1) Lance Coury
2) Andre Villa
3) Mat Rebeaud
moto x Freestyle
1) Taka Higashino
2) Rob Adelberg
3) Wes Agee
rally Cross
1) Scott Speed
2) Toomas Heikkinen
3) Patrik Sandell
DOCUMENTO RESERVADO I 53
54 1 DOCUMENTO RESERVADO
Artigo
Sustentabilidade é um conceito sistêmico que o físico Fritjof Capra descreve como consequência de um complexo padrão de organização dos ecossistemas e que possuem cinco características básicas: interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade e diversidade. Segundo Capra, existe um elo de ligação entre a comunidade humana e as comunidades ecológicas, e a observação dos princípios de sustentabilidade dos ecossistemas pode ensinar muito à comunidade humana. Para este estudioso: “Todos os seres vivos são membros de comunidades ecológicas ligadas umas às outras numa rede de interdependência.”
Para compreender os padrões de interação dos sistemas vivos é necessário mudar o enfoque do olhar, deixando de ver as partes isoladamente para olhar para o todo. Dois importantes pressupostos sistêmicos são: pensar o todo e seus contextos em termos de conectividade e relações. E adotar o pensamento processual, compreendendo que estrutura e processo sempre caminham juntos.
Segundo estas teorias sistêmicas, tanto nas comunidades ecológicas quanto nas comunidades
humanas, os padrões da vida se reproduzem em contextos e processos. Os sistemas vivos são abertos e necessitam de fluxo cíclico e contínuo de matéria e energia dentro do organismo e através dele para se manterem em equilíbrio dinâmico.
Nesta perspectiva, os organismos vivos e seus complexos padrões de relação, são compreendidos como redes, inseridas em redes mais alargadas, organizadas em sistemas hierárquicos.
Na complexa interação de um sistema vivo com os outros sistemas, a imensa teia da vida encontra sua sustentação.
Não existe sustentabilidade da teia da vida, quando os princípios de interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade, diversidades se encontram em desequilíbrio.
Em nossa comunidade humana existem inúmeros aspectos interdependentes e intimamente correlacionados ao conceito de sustentabilidade que estão em desequilíbrio.
Segundo Ignacy Sachs, a sustentabilidade comporta sete aspectos principais a serem alcançados: Social, Econômico, Polí
tico, Cultural, Espacial, Ecológico e Ambiental.
Para Sachs, o Desenvolvimento Sustentável é “um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades”.
Este autor propõe que este conceito de sustentabilidade leve a um questionamento do estilo de desenvolvimento até então adotado, pois podemos constatar que usamos um modelo ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente perverso, com geração e manutenção de pobreza e desigualdade social, politicamente injusto, com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies.
De acordo com Sachs, é imprescindível que se proporcione melhoria na qualidade de vida das pessoas, através de equidade na distribuição de renda e na diminuição das diferenças sociais. Melhoria
Sustentabilidade Do Discurso para a Ação
Adriana Maria Bigliardi Docente e Supervisora de Estágios nas disciplinas de Psicologia Social Comunitária, Psicologia e Políticas Públicas e Saúde Mental nos cur-sos de Psicologia e de Medicina na FEPAR- Faculdade Evangélica do Paraná.
DOCUMENTO RESERVADO I 55
na compatibilidade entre padrões de produção e de consumo e ampliação do acesso à ciência e tecnologia. Evolução da democracia representativa para sistemas descentralizados e participativos. Respeito aos diferentes valores entre os povos e incentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais. Equilíbrio entre o rural e o urbano, adoção de práticas agrícolas mais inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas e industrialização descentralizada. Minimizando danos aos sistemas de sustentação da vida no uso dos recursos naturais. Redução dos resíduos tóxicos e da poluição, reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência. Criação de regras para uma adequada proteção ambiental. Conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas, erradicação da pobreza e da exclusão. Respeito aos direitos humanos e integração social.
É necessário deixarmos de transformar bens e relacionamentos em simples mercadorias; de explorar o trabalho para acumular o capital, e de explorar a natureza como fonte inesgotável de recursos.
Os valores insustentáveis de nossa cultura foram transmitidos de geração em geração por famílias, escolas, igrejas, empresas, meios de comunicação.
Para que haja Desenvolvimento Sustentável é imprescindível que ocorram mudanças profundas em nosso sistema predatório de relacionamento, produção e de consumo.
As mudanças necessárias para manutenção da vida, só acontecerão através de conscientização de que a vida da comunidade humana está entrelaçada à vida dos demais ecossistemas.
É urgente que adotemos uma prática de educação transformadora em todos os contextos existenciais de convivência humana.
O Estado, empresas, instituições de ensino, igrejas, famílias e demais organizações humanas precisam promover a educação para sustentabilidade, assim como sustentabilidade na educação.
Neste sentido, o biólogo e filósofo Humberto Maturana traz uma significativa contribuição para compreensão da ecologia humana e para compreensão do fenômeno do conhecimento. Para Maturana, o conhecimento é uma construção da linguagem configurada pelas emoções e um fenômeno referenciado e construído nas relações humanas, em que as emoções possuem um papel fundamental no desenvolvimento do sistema biótico, constituindo o grande referencial do agir humano. Ele formulou a ideia de ser vivo como sistema de organiza
ção circular e inaugurou a concepção de que a autonomia do ser vivo ocorre na autopoiese*.
*O termo autopoiése foi cunhado por Humberto Maturana e Francisco Varela, para designar a capacidade dos seres vivos de produzir moléculas que asseguram a própria vida.
Em sua concepção, cada ser é um sistema organizado e autogerido, em que o fator desencadeante da autopoiese se encontra na relação estabelecida entre o ser vivo e seu meio.
Propõe que o ser vivo age e reage diante das circunstâncias, e organiza seu conhecer a partir do ato de viver. E considera os conceitos de conhecer e viver como sinônimos, em que a aprendizagem é um processo que ocorre na relação do ser vivo com outros organismos. Seu conceito de viverconhecer vai muito além do processo de adaptação do ser vivo, e está vinculado com o modo do organismo relacionarse e organizarse na relação. A relação proporciona a criação e recriação do espaço relacional, e a criação e recriação do sistema em relação.
De acordo com Maturana, “A emoção fundamental que torna possível a história da hominização é o amor”. E o social emerge da relação criativa, estabelecida entre meiosistemameio. Entendendo o social como domínio de
condutas relacionais fundadas no amor. Em que o amor é elemento estruturante da fisiologia humana, “O amor é a emoção que constitui o domínio de condutas em que se dá a operacionalidade da aceitação do outro como legítimo outro na convivência, e é esse modo de convivência que conotamos quando falamos do social, em que os sentimentos são disposições corporais dinâmicas que definem os diferentes domínios de ação em que nos movemos”.
Em seus postulados, o lugar no tempo e espaço de constante criação e recriação da vida é a convivência. E é nesta relação viverconhecer que existe a possibilidade do sistema se atualizar.
Nos espaços educativos ocorrem fenômenos sociais fundamentados em emoções que criam realidades, e no constante processo de interação, se recriam os indivíduos.
Ainda de acordo com o referido autor, a competição não constitui um exercício de caráter biológico natural, mas é um valor construído na cultura: “a competição não é nem pode ser sadia, porque se constitui na negação do outro.”
Inúmeras vertentes teóricas nos apontam a necessidade da reforma do modelo de pensamento que hoje predomina em nossa cultura, para que se possa adotar comportamentos mais sustentáveis.
56 1 DOCUMENTO RESERVADO
Artigo
Edgar Morin, figura entre os pontos altos da discussão sobre Educação e Sustentabilidade, com destaque para a sua mais importante concepção epistemológica que é a do Pensamento Complexo.
O Pensamento Complexo não comporta o raciocínio fragmentador do modelo mental binário do ou amigo ou inimigo; ou bem ou mal; ou certo ou errado.
Para Morin, uma visão de mundo deve nascer da complementaridade, do entrelaçamento e propõem que “a educação do futuro deve ser responsável para que a ideia de unidade da espécie humana não apague a ideia de diversidade e que a ideia de diversidade não apague a de unidade. Há uma unidade humana. Há uma diversidade humana. A unidade não está apenas nos traços biológicos da espécie humana homo sapiens. A diversidade não está apenas nos traços psicológicos, culturais e sociais do ser humano. Existe também diversidade propriamente biológica no seio da unidade humana; Não apenas existe unidade cerebral, mas mental, psíquica, afetiva, intelectual; além disso, as mais diversas culturas e sociedades têm princípios geradores ou organizacionais comuns. É a unidade humana que traz em si os princípios de suas múltiplas diversidades. Compreender o humano é compreender sua unidade na diversida
de, sua diversidade na unidade. É preciso conceber a unidade do múltiplo, a multiplicidade do uno”.
Se o desequilíbrio na coexistência da comunidade humana com os demais ecossistemas é ocasionado pelos padrões disfuncionais de interação do homem com o meio, e estes são aprendidos através de transmissão cultural, se conclui que é imprescindível se adotar práticas de educação da comunidade humana para padrões de comportamentos mais sustentáveis.
A transmissão de conhecimento, nos mais diferentes espaços, deve despertar a consciência para os complexos padrões de relação dos quais dependem a sobrevivência humana.
Edgar Morin, em sua obra, Os Sete Saberes Necessários a Educação do Futuro levanta importantes questionamentos e conclama toda a sociedade e todos os espaços de transmissão da cultura, a repensar seus saberes, fundando novos pilares da educação.
I) As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão: propondo a necessidade de se introduzir e desenvolver na educação o estudo das características cerebrais, mentais, culturais dos conhecimentos humanos, de seus processos e modalidades, das disposições tanto psíquicas quanto culturais
que o conduzem ao erro ou à ilusão.
II) Os princípios do conhecimento pertinente: que dispõem sobre a necessidade de promover o conhecimento capaz de apreender problemas globais e fundamentais para neles inserir os conhecimentos parciais e locais.(...) É preciso ensinar os métodos que permitam estabelecer as relações mútuas e as influências recíprocas entre as partes e o todo em um mundo complexo.
III) Ensinar a condição humana: o ser humano é em um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural, social, histórico (...) Esta unidade complexa da natureza humana precisa ser restaurada de modo que cada um, onde quer que se encontre, tome conhecimento e consciência, ao mesmo tempo, de sua identidade complexa e de sua identidade comum a todos os outros humanos.
IV) Ensinar a identidade terrena: O destino planetário do gênero humano é outra realidade chave até agora ignorada pela educação.(...) Será preciso indicar o complexo de crise planetária que marca o século XX, mostrando que todos os seres humanos, confrontados de agora em diante aos mesmos problemas de vida e de morte, partilham um destino comum.
V) Enfrentar as incer
tezas: É preciso aprender a navegar em um oceano de incertezas em meio a arquipélagos de certeza. O abandono das concepções deterministas da história humana que acreditavam poder predizer nosso futuro, o estudo dos grandes acontecimentos e desastres de nosso século, todos inesperados, o caráter doravante desconhecido da aventura humana devem nos incitar a preparar as mentes para esperar o inesperado, para enfrentálo. É necessário que todos os que se ocupam da educação constituam a vanguarda ante a incerteza de nossos tempos.
VI) Ensinar a compreensão: A compreensão é a um só tempo meio e fim da comunicação humana. Entretanto, a educação para a compreensão está ausente do ensino. O planeta necessita, em todos os sentidos, de compreensão mútua. Considerando a importância da educação para a compreensão, em todos os níveis educativos e em todas as idades, o desenvolvimento da compreensão pede a reforma das mentalidades. Esta deve ser a obra para a educação do futuro. A compreensão mútua entre os seres humanos, quer próximos, quer estranhos, é daqui para a frente vital para que as relações humanas saiam de seu estado bárbaro de incompreensão.
VII) A ética do gênero humano: A educação deve conduzir à “antropoé
DOCUMENTO RESERVADO I 57
tica”, levando em conta o caráter ternário da condição humana, que é ser ao mesmo tempo indivíduo/sociedade/espécie. Nesse sentido, a ética indivíduo/espécie necessita do controle mútuo da sociedade pelo indivíduo e do indivíduo pela sociedade, ou seja, a democracia; a ética indivíduo/espécie convoca, ao século XXI, a cidadania terrestre. A ética não poderia ser ensinada por meio de lições de moral. Deve formarse nas mentes com base na consciência de que o humano é, ao mesmo tempo, indivíduo, parte da sociedade, parte da espécie. Carregamos em nós esta tripla realidade.
Desse modo, todo desenvolvimento verdadeiramente humano deve compreender o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana. Partindo disso, esboçamse duas grandes finalidades éticopolíticas do novo milênio: estabelecer uma relação de controle mútuo entre a sociedade e os indivíduos pela democracia e conceber a Humanidade como comunidade planetária. A educação deve contribuir não somente para a tomada de consciência de nossa Terra-Pátria, mas também permitir que esta consciência se traduza em vontade de realizar a cidadania terrena.
Quando olhamos pa
ra o complexo fenômeno da degradação das relações humanas e degradação do planeta, não podemos deixar de compreender os aspectos subjetivos que constituem a sociedade capitalista de consumo.
Segundo o Sistema Psicomotor de Albert Pesso, ao seguir e viver de acordo com sua natureza genética, o Homem pode alcançar prazer, satisfação, significado e ligação. Ao contrário, se não segue e não vive de acordo com sua natureza genética, experimenta dor, frustração, desespero e alienação. O Homem pode satisfazer completamente sua natureza nas interações com pessoas certas. Durante a vida, procura seletivamente contextos que prometam satisfazer suas necessidades básicas, e que ajudem na integração e unificação de suas polaridades, e que apoiem a expansão de sua consciência, aumentando o desenvolvimento de seu piloto, validando e cultivando sua singularidade e potencialidade.
Segundo Pesso, as necessidades básicas precisam ser satisfeitas literal e concretamente pelos pais ou cuidadores que concebem, alimentam, conduzem, defendem e dão limites. A seguir, precisam ser satisfeitas simbolicamente pelos pais ou cuidadores que dão um lugar em seus corações, nutrindo a autoestima, sustentando os esforços, protegendo os direitos e defi
nindo e dando limites para nossas fronteiras.
Tendo internalizado os cuidados recebidos, aprendemos a satisfazer nossas próprias necessidades. Conquistamos um lugar para nós mesmos nas nossas mentes e corpos. Nutrimos a nós mesmos com nossos próprios esforços, sustentamonos, protegemonos, e limitamonos em nosso próprio interesse e da comunidade. As necessidades não supridas não desaparecem e produzem uma pressão interior que influencia e distorce o comportamento atual causando atenção seletiva a situações e figuras no presente que parecem prometer satisfação destas necessidades. Num contexto de insatisfações, em que as necessidades afetivas não são supridas, a comunidade humana vem buscando preencher o vazio existencial, consumindo vorazmente pessoas, objetos e substâncias; ao que se inclui todas as drogas lícitas ou ilícitas; e tem sido consumida vorazmente por elas.
A sociedade humana se encontra profundamente adoecida. Somos seres gregários, e construímos coletivamente o fenômeno de nossa própria degradação. As soluções, certamente só poderão ser encontradas num esforço coletivo.
Imagino que a educação para recuperação da comunidade humana é imprescindível. E sem es
ta recuperação, pouco podemos contribuir para a recuperação dos ecossistemas.
Sustentabilidade é um conceito amplo e complexo que se refere a fatores Sociais, Econômicos, Culturais, Espaciais, Políticos, Ambientais, Ecológicos e da Ecologia Humana, Interdependentes entre si. Mas é através de mudança de atitudes individuais e coletivas que Sustentabilidade encontra a possibilidade de deixar de ser um conceito teórico para se tornar uma prática pela preservação da vida de todos nós.
Estamos no momento em que já não se fala em Sustentabilidade como uma forma de preservar o planeta para as futuras gerações, mas para a nossa própria preservação.
Já não é mais suficiente que cada um faça a sua parte, em relação a seus hábitos de consumo e de descarte de resíduos.
Para que possamos vencer o grande desafio do mundo contemporâneo, este debate precisa ser incluído no seio das famílias, nas Igrejas, nas Instituições de Ensino, nas Organizações, nas Empresas, para que ações efetivas possam ser adotadas.
É necessário que cada pessoa se conscientize, mude seus hábitos e convença aos demais que também precisam mudar.
58 1 DOCUMENTO RESERVADO
Artigo
Se a sua empregada doméstica precisar fazer uma hora extra, lembrese de que ela terá de descansar 15 minutos antes de começar. Se você precisa de muitas horas extras, atente que ela não pode exceder dez horas por semana. Se dormir ou não no emprego, ela terá de ficar 11 horas sem trabalhar depois de encerrada uma jornada. Atenção: ela não pode comer em menos de uma hora em cada refeição. Se ela demorar mais de dez minutos para entrar no serviço, trocar de roupa ou tomar banho na hora da saí
Domésticas - o que faltou dizer
José Pastoreprofessor de Relações do Trabalho da FEA-USP e membro da Acade-mia Brasileira de Letras
da, esse tempo será contado como hora extra. Se ela dorme no quarto com uma criança ou um doente, terá de ser remunerada com adicional noturno e eventualmente hora extra por estar à disposição daquela pessoa. Se você tiver de compensar em outro dia as horas a mais que ela trabalhou no dia anterior (banco de horas), lembrese de que isso tem de ser previamente negociado com o sindicato das domésticas. Se você concede à sua empregada um plano de saúde e ela se acidentar e for aposentada por invalidez, o plano terá de ser mantido pelo resto da vida. Se, para melhor controle do seu desempenho, você estabelecer metas e tarefas diárias que sua empregada considere exageradas, ela pode processálo por danos morais. E se você não pagar a indenização que o juiz determinar, ele penhorará (online) o saldo da sua conta bancária sem prévio aviso.
Tudo isso está na lei e na jurisprudência. E há muito mais. Para ser franco, o espaço todo deste jornal não seria suficiente para explicar as complicações decorrentes dos 922 artigos da CLT e de milhares de normas administrativas e orientações dos tribunais. Por isso vou parar por aqui, mesmo porque não quero ser considerado catastrofista. Nem por isso, porém,
posso concordar com a opinião da nobre desembargadora Ivani Bramante, publicada neste caderno (2/4), segundo a qual os patrões estão com paranóia (sic) em relação à nova lei das domésticas.
O fato é que, no País inteiro, não se fala noutra coisa. A apreensão é geral. Os políticos já perceberam o desconforto e a irritação causados pelo impensado ato. Muitos já reformulam o seu cálculo eleitoral: se ganharam a simpatia das empregadas, perderam o apoio dos milhões de eleitores que não podem prescindir dos serviços de uma babá ou de um cuidador de idoso. A esse grupo se juntarão as empregadas que serão dispensadas.
Convenhamos, a execução do atual cipoal trabalhista já é difícil nas empresas. O que dizer das famílias, que não dispõem de contador, departamento de pessoal e assessoria jurídica? A nova lei, além de encarecer os serviços (que já estão caros), vai mudar o relacionamento entre empregada e empregador, que, de confiável e amistoso, passará a burocrático e conflituoso.
Os políticos buscam agora colocar uma tranca na porta que acabaram de arrombar. Mas as emendas poderão sair pior do que os sonetos. E podem ser inúteis, pois, a esta al
tura, as famílias que podem já se puseram a desenhar a sua vida sem a ajuda das empregadas domésticas.
A questão do encarecimento também é séria. O meu amigo Osmani Teixeira de Abreu, conhecedor profundo das relações do trabalho no Brasil, acredita que, em médio prazo, vai sobrar empregada doméstica, porque muitos empregadores não terão condições de cumprir a nova lei. Ele argumenta que na empresa, quando há um aumento de custo, o empresário o repassa ao preço ou o retira do lucro. O empregador doméstico não tem como fazer isso, porque geralmente é empregado e vive de salário, que não é elástico.
Ou seja, na pretensão de melhorar a vida das empregadas domésticas, nossos legisladores deixaram de lado o que é mais prioritário no momento presente, que é a formalização de 5 milhões de brasileiras que não contam sequer com as proteções atuais. Será que aumentando os direitos e criando tanta insegurança elas serão protegidas? Penso que não. Muitas serão forçadas a trabalhar como diaristas, sem registro em carteira.
Este texto foi extraído do jornal O Estado de S.Paulo
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Artigo
O ritmo de desenvolvimento contínuo que vive o nosso país reflete diretamente no cotidiano dos nossos municípios. A cada dia, podemos observar um crescimento acentuado das economias em nossas cidades, provenientes à forte expansão industrial que atinge diretamente nosso Estado. Fruto de medidas socioeconômicas adotadas pelo Governo Brasileiro nos últimos anos.
Pude observar esta realidade no evento que
O bom momento econômico refletido em nossos municípios
Luizão GoulartPrefeito de Pinhais e Presidente da Associação dos Municípios da Re-gião Metropolitana de Curitiba
participei na última terçafeira (22). Exatamente um dia após comemorarmos 513 anos do descobrimento do Brasil, vimos o município de Quatro Barras receber dois importantes investimentos que ajudarão a mudar a realidade local. Viva o descobrimento mais uma vez! E, nesta ocasião, as caravelas e as intenções de explorações culturais foram substituídas por tecnologia e investimentos pesados que trazem novas perspectivas para a população.
Primeiro o investimento de uma Grande Companhia Paranaense, a Compagás, na ordem de R$32 milhões que vai possibilitar a instalação de mais 29 quilômetros de rede de gás natural. Esta é mais uma vantagem que os municípios da nossa microregião passam a ter para, inclusive, atrair mais empresas. Tanto é verdade que já no mesmo evento uma grande empresa do ramo de tecnologia apresentou suas intenções de se instalar em Quatro Barras. Mais um importante avanço à nossa região metropolitana.
Quatro Barras é um município importante, que possui uma localização bastante estratégica, pois está entre as princi
pais rodovias que ligam a região central do Estado com São Paulo. Fico extremamente feliz de ver este município, que é nosso vizinho, crescer desta forma e a tendência é que novos investimentos venham atender Quatro Barras e as cidades ao seu entorno.
Repito, este é o momento. Li na Gazeta do Povo no final de semana que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 37,173 bilhões em empréstimos no primeiro trimestre de 2013, crescimento nominal de 52% ante os três primeiros meses de 2012.
Segundo o banco, o nível de desembolso é o mais alto da história para o primeiro trimestre. O resultado “indica uma recuperação expressiva dos investimentos, com destaque para as liberações destinadas à máquinas e equipamentos e ao setor industrial”.
Inclusive, os desembolsos BNDES para micro, pequenas e médias empresas somaram R$ 15,1 bilhões no primeiro trimestre de 2013, volume recorde. O resultado equivale a um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano
passado. Isto significa novas oportunidades para os empresários e consequentemente mais investimentos para nossos municípios.
Diante de toda esta realidade, nosso Estado precisa ter “olhos atentos” à necessidade de melhorar o escoamento da nossa produção. Um exemplo é o Porto de Paranaguá. Na última segundafeira (22) viajei para São Paulo para apresentar os programas sociais de Pinhais que estão sendo considerados referência ao MDS. Durante a viagem, o avião ao qual eu estava, sobrevoou o Porto de Paranaguá e da janela pude observar que havia uma fila com pelo menos cinquenta navios aguardando para atracar. Ou seja, uma demora que vai atingir diretamente a economia do nosso Estado. Logo após, a aeronave sobrevoou o Porto de Santos, que tem um volume de atracações extremamente maior que o nosso Porto e mesmo assim verifiquei que a quantidade de navios na fila, embora grande, era bem menor comparado ao porto do Paraná. Conclusão: O Brasil cresce, os municípios embalam, mas ainda precisamos resolver problemas pontuais na infraestrutura.
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Agenda
Dança
mostra paranaense de dança 2013
Estão abertas as inscrições para as seletivas da Mostra Para-naense de Dança (6°edição), promovida pela Associação de Bailarinos e Apoiadores do Balé Teatro Guaíra (ABABTG). O fes-tival tem o objetivo de valorizar o trabalho de escolas, aca-demias e grupos das mais variadas faixas etárias e estilos de dança do Estado do Paraná e de estados vizinhos.
Em 2013 a final da Mostra acontecerá nos dias 06, 07 e 08 de setembro. Mas antes disso, serão realizadas seletivas nas ci-dades de Curitiba, Francisco Beltrão, União da Vitória, Ponta Grossa e Apucarana. Conforme a organização, cerca de 1.500 artistas são esperados para o evento, além de um público de sete mil pessoas.
Cada município terá um período diferente de inscrição das se-letivas. Confira as datas:
Curitiba: de 22 a 28 de abril
Francisco Beltrão: de 29 de abril a 05 de maio
União da Vitória: de 27 de maio a 02 de junho
Ponta Grossa: de 10 a 16 de junho
Apucarana: de 17 a 23 de junho
As inscrições para as seletivas regionais e o regulamento po-dem ser encontrados no site da ABABTG www.ababtg.org.br. O valor mínimo é de R$ 20,00.
Cinema
Cursos e atividades
ii virada aCadêmiCa de direito
A sua edição pioneira, “I Virada Acadêmica”, contou com mais de 1200 participantes e 50 palestrantes. Na segun-da edição, o evento contará com cerca de 100 palestras em apenas 12 horas, um evento inédito e que promete reunir um público de dois mil estudantes. O objetivo do evento, composto por conferências de prestigiados juris-tas paranaenses e estrangeiros, é a consolidação de um espaço de aprendizado e troca de experiências entre alu-nos, professores e profissionais, das mais diversas áreas do Direito e de distintas instituições de ensino.
Data: 11 de maio de 2013 (sábado) – 08h às 20h.
Local: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Campus São José dos Pinhais (Rodovia BR-376, Km 14, Costeira).
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Cinema
terapia de risCo
A história gira em torno de Emily Hawkins (Rooney Mara), uma jovem mulher que bus-ca a ajuda de medicamentos prescritos para conter a ansiedade pelo fato de que o ma-rido (Channing Tatum) está prestes a ser libertado da prisão. Ela também busca ampa-ro num tratamento psicológico, lidando com dois profissionais (Jude Law e Catherine Zeta-Jones).
Estreia: 03 de maio de 2013.
reino esCondido
A animação se passa no meio da floresta e conta a história de uma batalha entre as forças do bem, que querem manter o reino natural vivo, e as forças do mal, que preten-dem destruí-lo. Quando uma garota adolescente é transportada para este mundo má-gico, ela tem que lutar junto dos homens-folha e outros guardiões da natureza para salvar o mundo que ela conhece.
Estreia:17 de maio de 2013.
Faroeste CaboClo
João do Santo Cristo (Fabrício Boliveira) deixa Salvador em busca de uma vida melhor e parte para Brasília atrás de seu sonho. Lá, ele recebe ajuda de Pablo (César Troncoso), um primo distante, que nasceu no Peru e vende drogas vindas da Bolívia. João logo consegue emprego como carpinteiro, mas não demora muito para se envolver também no tráfico de drogas. É quando conhece Maria Lúcia (Ísis Valverde), filha de um senador (Marcos Paulo), por quem se apaixona perdidamente. Ela retribui o amor de João, mas logo ele se vê envolvido em uma escalada de violência que envolvem o playboy e tam-bém traficante Jeremias (Felipe Abib) seu grande antagonista.
Estreia: 30 de maio de 2013.
se beber, não Case! parte iii
Alan (Zach Galifianakis) está deprimido devido à morte de seu pai. Preocupado com o cunhado, Doug (Justin Bartha) sugere que ele vá até um lugar chamado New Hori-zons, que pode torná-lo um novo homem. Alan apenas aceita a sugestão após Phil (Bra-dley Cooper) e Stu (Ed Helms) concordarem em levá-lo. É o início de uma nova viagem do trio, que acaba sendo interrompida bruscamente pelos capangas de um traficante (John Goodman). O malfeitor está atrás de Chow (Ken Jeong), que lhe aplicou um golpe milio-nário, e acredita que os três amigos ainda possuam contato com ele. Precisando encontrá--lo a todo custo, eles acabam indo parar no México e, mais uma vez, em Las Vegas.
Estreia: 30 de maio de 2013.
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Agenda
Shows
skank
Dia 01 de junho, Curitiba recebe o show da banda Skank com apresentação da turnê “Multishow ao Vivo - Skank no Mineirão”! O show acontece no Teatro Positivo. No show, Samuel Rosa (voz e guitarra), Henrique Portu-gal (teclados), Haroldo Ferretti (bateria) e Lelo Zaneti (baixo) interpretam sucessos da carrei-ra da banda, além do primeiro single do novo álbum, “De Repente”, fruto da parceria de Sa-muel Rosa e Nando Reis, e as inéditas “Presen-ça” (Samuel Rosa/Nando Reis) e “Fotos Na Es-tante” (Samuel Rosa/Rodrigo F. Leão), que aos poucos a banda vai apresentando aos seus fãs. O Skank também interpreta músicas do disco Estandarte (2008), como “Noites de um Verão Qualquer”, “Sutilmente” e “Ainda Gosto Dela”. A banda ainda garante seus grandes hits, co-mo “Vou Deixar”, “É uma Partida de Futebol”, “Acima do Sol”, “Resposta, “Garota Nacional”, dentre outras.
Quando: 01 de junho de 2013 (Sábado)
Onde: Teatro Positivo – Grande Auditório (R. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300)
Informações: http://www.facebook.com/Rw7ProductionEntertainment
oswaldo montenegro
O cantor Oswaldo Montenegro retorna à capi-tal paranaense para lançamento do álbum “De Passagem”, no mês de maio, com seis apresen-tações no Teatro da Caixa, em Curitiba. No re-pertório do artista estão músicas clássicas co-mo “Metade”, “Velhos Amigos” e “A Lista”, além de canções inéditas.
Data: 10, 11, 12, 17, 18 e 19 de maio de 2013.
Local: Teatro da Caixa (Rua Conselheiro Lau-rindo, 280, Centro).
Valor: R$ 20 (½ entrada: R$ 10).
Informações: www.caixacultural.com.br
milton nasCimento
O cantor Milton Nascimento apresenta novo show “Uma Travessia” no dia 18 de maio de 2013, no Teatro Guaíra, em Curitiba. A turnê acontece em comemoração aos 70 anos de idade e 50 de carreira que o músico e compositor completa em 2013. No repertório estão sucessos como “Cais”, “Nuvem Cigana” e “Morro Velho”, entre outros.
Data: 18 de maio de 2013.
Local: Teatro Guaíra (Rua XV de Novembro, 971, Centro).
Valor: R$ 100 a R$ 180 (½ entrada R$ 50 a R$ 90).
Informações: (41) 3304-7900 ou (41) 3304-7982.
JaCk estripador - a Comédia
A comédia "Jack Estripador" tem apresentações semanais no Teatro Lala, em Curitiba, de 19 de abril a 8 de junho de 2013. A peça reconta a história do “serial killer” mais famoso de to-dos os tempos e se passa em Londres, em 1888. Um louco ho-micida mata cinco prostitutas pobres do bairro de Whitecha-pel. O principal suspeito: Edward Albert, o príncipe herdeiro da coroa.
Local: Teatro Lala Schneider (Rua Treze de Maio, 629 - Centro).
Data: sexta e sábado 23h59, até 08 de junho de 2013.
Valor: R$ 40 (½ entrada: R$ 20).
Informações: (41) 3232-4499 e (41) 3232-8108.
Teatro
haikai
O espetáculo, do diretor e autor Roberto Alvim, reúne obras poéticas que funcionam como um haikai, forma de poesia japonesa que trabalha através de livres interpretações e infinitos significados possíveis pelo público. A pe-ça, que é dividida em três momentos distintos, aborda temas como a mor-te, o crime, a ausência, a presentificação do invisível e a impossibilidade de nos compreendermos.
Data: quinta e sexta, 20h30; sábado e domingo,19h e 20h30 – até 12 de maio de 2013.
Local: Espaço Cênico (Rua Paulo Graeser Sobrinho,305, São Francisco).
Valor: R$ 20 (½ entrada: R$ 10) *sessões de domingo 19h têm entrada gratuita.
Informações: (41) 3338-0450
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Exposições
“desenhos e aQuarelas”
A artista plástica Débora Santiago expõe uma série de desenhos e aquarelas no Ybakatu Espa-ço de Arte, em Curitiba, de 27 de abril a 29 de maio. Nome de destaque nas artes plásticas do Paraná desde os anos 90, Débora Santiago sem-pre teve o desenho como prática fundamental, embora sua obra também inclua outros voca-bulários - escultura, instalação, vídeo-arte, per-formance. Um apanhado de quase todo este trabalho está no catálogo que será lançado jun-tamente com a exposição, com apresentação da crítica de arte Daniela Vicentini.
Data: segunda a sexta, das 10h às 17h, até 29 de maio.
Local: Ybakatu Espaço de Arte – Rua Francisco Rocha, 62 – loja 06.
Informações: (41) 3264-4752.
“imagem do teatro”
A mostra reúne imagens feitas por Milla Jung, Chico Nogueira e Gilson Camargo e que estão no acervo do Museu da Imagem e do Som do Para-ná (MIS-PR). Os trabalhos enfocam a cena teatral curitibana dos anos 1990, com destaque para o
trabalho de importantes atores e diretores do Pa-raná, além de mostrar os primeiros anos do Festi-val de Teatro de Curitiba. A curadoria é do diretor do MIS-PR, Fernando Severo. De acordo com Se-vero, as obras dos fotógrafos documentam a ar-te de grandes atores, expoentes de diversas ge-rações, como Mário Schoemberger e Guilherme Weber, entre tantos outros, e fazem uma expres-siva evocação do trabalho de alguns dos direto-res paranaenses mais atuantes no período, como Marcelo Marchioro, Edson Bueno, Cleon Jacques, João Luiz Fiani e Felipe Hirsch.
Data: de segunda a sexta-feira das 9 às 18 ho-ras, até o dia 05 de julho.
Local: hall da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (Rua Ébano Pereira, 240 – Centro)
Ingresso: entrada gratuita.
exposições na Casa andrade muriCy
Ocidentes e Orientes - Na exposição, Rones Dumke reflete sobre o construtivismo, o sur-realismo e o dadaísmo. O artista utiliza recor-tes de fotos, cartazes, manchetes de jornais e revistas em várias línguas para atualizar os movimentos que deram novos rumos à arte
do século 20.
Under Construction - As pinturas e os dese-nhos de Emerson Persona circunscrevem de maneira sarcástica e poética a existência hu-mana na sua complexa dimensão. Desejos, violência, obsessões obscuras, ataques e deva-neios ganham formas visíveis em corpos hu-manos, animais e máscaras.
Apresentação | Representação - A exposição mostra 10 vertentes da fotografia alemã con-temporânea: Albrecht Fuchs, Claus Goedicke, Heidi Specker, Karin Geiger, Laurenz Berges, Matthias Koch, Nicola Meitzner, Peter Piller, Uschi Huber, Wiebke Loeper. Todos os artistas fazem parte da geração que tem hoje cerca de 40 anos de idade e realizam há mais de dez anos trabalhos artísticos.
Data: de terça a sexta-feira, das 10 às 19h, sába-do e domingo, das 10 às 16h, até 04 de agosto.
Local: Casa Andrade Muricy (Alameda Dr. Mu-ricy, 915 – Centro).
Valor: entrada gratuita.
Informações: (41) 3321-4798 www.cultura.pr.gov.br
Teatro
a entrevista
Baseada no filme homônimo de Theo Van Gogh, a partir do roteiro de Theodor Holman, produzido em 2003, a peça é uma comédia sobre o envolvimento entre Mariah (interpretada por Priscila Fantin), uma bela e famosa atriz de no-velas, e Pedro Pierre (Herson Capri), conceituado jornalista político que foi designado para entrevistá-la. Ele é espe-cialista em política internacional, já foi correspondente de guerra e é influente em Brasília, mas está em decadência. Acostumado com o mundo da política mundial, Pedro Pierre vê-se diante de uma pessoa mais conhecida pelas fofo-cas nos tablóides do que pelo talento, fato que o deixa ofendido. Já ela é exuberante, tem um belo corpo e é conhe-cida pela enorme lista de homens que já namorou. Nesse choque de dois mundos, no entanto, os dois encontram uma conexão mais profunda. Durante a peça, fica evidente a atração entre eles e o que parecia ser apenas mais uma entrevista na vida de ambos, como tantas outras, acaba se tornando um sofisticado jogo de sedução.
Data: 03 e 04 de maio de 2013.
Local: Teatro Positivo – Grande Auditório (R. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300)
Valor: R$ 80 (½ entrada: R$ 40).
Informações: (41) 3315-0808
DOCUMENTO RESERVADO I 64