revista fica - 4ª edição
DESCRIPTION
Revista do FICA - Festival Internacional de Cinema e Vídeo AmbientalTRANSCRIPT
4
REV
ISTA DO F
ESTIV
AL IN
TER
NA
CIO
NA
L DE C
INEM
A E VÍD
EO AM
BIEN
TAL
An
o 1. Ju
lho
20
10Year 1. Ju
ly 20
10A
ño
1. Julio
20
10
4 Ano 1
Julho de 2010
Year 1July 2010
Año 1Julio 2010
REVISTA DO FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA E VÍDEO AMBIENTAL
SCS
- C
OC
- 0
078
5 Impresso em papel elaborado a partir de produto proveniente de fl orestas bem manejadas e outras fontes controladas.
| Printed on paper from ecologically controlled wood and other controlled sources.
|| Impreso en papel oriundo de madera con manejo ecológico y otras fontes controladas.
Produção chinesa vence o festival
Chinese production wins the festival
Producción china vence el festival
Uma homenagem a Antônio Poteiro
A tribute to Antônio Poteiro
Un homenaje a Antônio Poteiro
Sem fronteiras No boundaries Sin fronterasFICA É ACOMPANHADO
POR PÚBLICO DE 58 PAÍSES
FICA is followed by public from 58 countries
FICA es acompañado por público de 58 países
Editorial Editorial Editorial
Agradar um público tão exigente
quanto o que frequenta os festivais
de cinema é tarefa difícil. Quando
se trata de um evento de caráter
internacional, a missão torna-se ainda
mais árdua. Mas a 12ª edição do FICA
provou que nesse quesito o festival
cumpriu sua função com êxito. É
o que revela o resultado de uma
pesquisa realizada com participantes
do evento e visitantes da Cidade de
Goiás, divulgada com exclusividade
pela REVISTA DO FICA. Um índice de
satisfação de 85% é mais que o mero
registro de uma visão positiva da
iniciativa: é a prova inequívoca do
sucesso e da consolidação de um
festival que se propõe a ser plural e
democrático.
Os fi lmes premiados pelo evento
são um retrato da diversidade, da
ousadia e da criatividade dos diretores
e produtores. As obras despertaram
polêmica mas, sobretudo, a
curiosidade e o interesse do público.
Na seção Panorama despedimo-nos
do grande artista plástico goiano
Antônio Poteiro. Sua obra repleta
de intensidade e de sentimento nos
mostra que é possível derramar sobre
os homens, suas culturas e o meio
ambiente um olhar amoroso e terno,
pleno de vida e alegria. Boa leitura!
| To please an audience as demanding as that attending fi lm festivals is a diffi cult task. When it comes to an event of international character, the task becomes even harder. But FICA 12th edition has entirely proved the event successfully overcame this. This is what shows the result of a survey performed with festival participants and visitors of the city of Goiás, released exclusively by FICA Magazine. A satisfaction rate of 85% is more than the a mere record of a positive vision of the event: it is clear evidence of the success and consolidation of a festival that aims to be plural.
The fi lms awarded at FICA portray the diversity, boldness and creativity of directors and producers. The works aroused controversy but, above all, the curiosity and the interest of the public. In the Panorama section we say goodbye to the great artist Antônio Poteiro. His work, fi lled with intensity and feeling, shows us it is possible to pour on men, their cultures and the environment a loving and tender look, full of life and joy. Happy reading!
|| Agradar un público tan exigente como el que frecuenta los festivales de cine es tarea difícil. Cuando se trata de un evento de carácter internacional, la misión se vuelve todavía más ardua. Pero la 12ª edición del FICA probó que en ese rubro el evento cumplió su función con éxito. Es lo que revela el resultado de una pesquisa realizada con participantes del festival y visitantes a la ciudad de Goiás, divulgada con exclusividad por la REVISTA DEL FICA. Un índice de satisfacción de 85% es más que el mero registro de una visión positiva del evento: es la prueba inequívoca del éxito y de la consolidación de un festival que se propone ser plural y democrático.
Las películas premiadas por el evento son un retrato de la diversidad, de la osadía y de la creatividad de los directores y productores. Las obras despertaron polémica pero, sobretodo, la curiosidad y el interés do público. En la sección Panorama nos despedimos del gran artista plástico Antônio Poteiro. Su obra repleta de intensidad y de sentimiento nos muestra que es posible derramar sobre los hombres, sus culturas y el medio ambiente una mirada amorosa y tierna, plena de vida y alegría. ¡Buena lectura!
Revista do Festival Internacional
de Cinema e Vídeo Ambiental
Publicação Institucional
Nº 4 / Julho de 2010
ISSN 2177-4668
Governo do Estado de Goiás
Governador: Alcides Rodrigues Filho
Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico
Teixeira (Agepel)
Palácio Pedro Ludovico Teixeira,
Rua 82, 400, 1º andar, Setor Sul
Goiânia – Goiás 74015-908
Fone: 55 62 3201-5100
www.agepel.go.gov.br
Presidenta: Linda Monteiro
Chefi a de Gabinete: Nériton Ribeiro
Diretora de Ação Cultural:
Tânia da Cunha Bastos
Sumário Summary Resumen
Editor-chefe: Wolney Unes
Editora-executiva: Fabrícia Hamu
Reportagem: Adalberto Araújo,
Bruno Hermano, Carol Magalhães
e Fabrícia Hamu
Projeto gráfi co: Genilda Alexandria
Diagramação: Luciana Fernandes
Infografi a: Alessandro Carrijo
Fotografi as: Flávio Isaac, Mauro Júnio,
Rui Faquini e Silvio Quirino
Tradução: Ana Castel-Branco
e Ricardo Pérez Banega
Revisão: Camila Pessoa
Impressão: Marques & Bueno Ltda.
(Gráfi ca Talento)
Tiragem: 4 mil
Distribuição: gratuita
www.fi ca.art.br
revistadofi ca@fi ca.art.br
Casa Brasil
Presidente:
Wagner Baptista da Costa Júnior
Diretor comercial: Germano Roriz
Diretor administrativo:
Gustavo de Morais Roriz
Rua 29, nº 186, Setor Central,
Goiânia – Goiás 74.015-050
Fone/Fax: 55 62 3942-0228
www.icbc.org.br
16Ponto de Vista | Point of View || Punto de VistaEntrevista com Bart Simpson| Interview with Bart Simpson || Entrevista con Bart Simpson
8XII FICARealidade nua e crua| Harsh reality|| Realidad desnuda y cruda
26Capa | Cover || PortadaDe Goiás para o mundo
| From Goiás to the world
|| De Goiás para el mundo
42Artigo | Article || ArtículoPedro Novaes
Panorama | Scene || PanoramaO palco de Antônio Poteiro| The stage of Antônio Poteiro|| El palco de Antônio Poteiro
48
68Circuito | Circuit || CircuitoFestivais de fi lmes ambientais - Agosto 2010| Environmental Film festivals - August 2010|| Festivales de cine ambiental - Agosto 2010
71FICA na rede | FICA on the net || FICA en la rede Opinião on line| Opinion on line|| Opinión en la rede
72Script História de Sucesso| A hystory of success|| Historia de un éxito
77 Traço | Trace || RastroSandro Tôrres
Mosaico | Mosaic || MosaicoArte que vem do lixo| Art from the trash|| Arte que viene de la basura64
FICA 8
Realidade Harsh reality Calidad incuestionable
Produção chinesa leva principal prêmio do FICA, expondo de forma clara e direta as precárias condições em que vivem os trabalhadores de reciclagem do lixo eletrônicoTexto: Fabrícia Hamu Fotos: Mauro Júnio
Chinese production wins FICA’s top prize, stating clearly and directly the poor living
conditions of those who work in the recycling of electronic waste
Producción china obtiene principal premio del FICA, exponiendo de forma clara y directa
las precarias condiciones en que viven los trabajadores de reciclado del basura electrónica
XII FICA
nua e crua
FICA 9
Vencedores de todas as categorias do
festival exibem os troféus conquistados
Winners of all categories of the festival display the trophies won
Vencedores de todas las categorías del festival exhiben los trofeos conquistados
FICA 10
Com seu corpo magro e franzino,
Zhang usa um pequeno martelo para
abrir uma peça de computador. Ele está
cercado por monitores, CPUs e outros
equipamentos eletrônicos que não
servem mais para ninguém. A tosse seca
e constante mostra que o pó exalado
pela peça aberta é altamente tóxico.
Trabalho encerrado, ele dirige-se para
casa. Zhang vive em um barraco feito de
lona, erguido em chão de terra batida,
e dorme num papelão estirado ao solo.
Não está só. Um amigo divide o cubículo
apertado e insalubre com ele. Ambos
precisam trabalhar ao menos 14 horas
por dia, pois estão com dívidas no banco
e única maneira de pagá-las é ajudando a
desmontar os milhares de computadores
lançados em depósitos da província
chinesa de Fengjiang.
O drama de Zhang é o mesmo
vivido por outros cerca de 50 mil
trabalhadores chineses. Há mais de 20
anos, resíduos eletrônicos do Japão,
Estados Unidos, Austrália e outros países
foram transportados para Fengjiang. A
necessidade de desmonte dos aparelhos
fez com que os trabalhadores migrantes
das partes atingidas pela pobreza do
centro-oeste da China partissem rumo
à pequena cidade e formassem um
verdadeiro exército de desmantelamento
de lixo eletrônico. Eles decompõem e
reciclam, com métodos primitivos, cerca
de 2 milhões de toneladas desse tipo
de resíduo por ano. A produção chinesa
Heavy metal (Hu Xiao de Jin Shu), de
Huaqing Jin, conta a história dessas
famílias de trabalhadores.
Durante 50 minutos, o espectador pode
acompanhar a rotina de pessoas como
Zhang e a viúva Qiu-xia. A miséria em
que vivem esses trabalhadores, o regime
de exploração de trabalho ao qual são
submetidos e a pergunta sobre o que
fazer com tantas toneladas de lixo
eletrônico permeiam a mente de quem
assiste ao documentário.
A câmera segue os personagens dentro
e fora do trabalho: trabalham duro
para realizar seus sonhos e vivem
acompanhados da doença, até a morte.
Entre gemidos, suspiros e desabafos, o
cenário mostra a higiene extremamente
precária. A água que usam para beber
e tomar banho é pura lama e restos de
comida são disputados por
uma multidão faminta.
XII FICA
FICA 11
With his slim and thin body, Zhang uses a small hammer to open a part of a computer. He is surrounded by monitors, CPUs and other electronic equipment that no longer serves anyone. His constant dry cough shows that the dust released from the open part is highly toxic. Work over, he heads home. Zhang lives in a shack made of canvas, erected on a dirt fl oor, and sleeps in a cardboard on the ground. He is not alone. A friend shares the unhealthy and cramped cubicle with him. Both need to work at least 14 hours a day, because they have debts at the bank and the only way to pay them off is by helping to dismantle thousands of computers dropped in deposits in the Chinese province of Fengjiang.
Zhang’s drama is the same as that experienced by other 50,000 chinese workers. For over 20 years, electronic waste from Japan, US, Australia and other countries were brought to Fengjiang. The need to disassemble the equipment made migrant workers from areas aff ected by the poverty of central and western China to depart towards the small town and form an army to dismantle the electronic waste. They decompose and recycle around 2 million tons of such waste per year, using primitive methods. The Chinese fi lm Heavy Metal (Hu Xiao de Jin Shu) by Jin Huaqing tells the story of these working families.
During 50 minutes, the audience can follow the routine of people like Zhang and Qiu-xia, a widow. The misery in which these workers live, the system of labor exploitation to which they are subjugated and the question of what to do with so many tons of electronic waste permeates the minds of those watching the documentary. The camera follows the characters inside and outside of work: they work hard to achieve their dreams and live hand in hand with disease, until they die. Among moans, sighs and complaints, the scenario shows extremely poor hygiene conditions. The water they use for drinking and bathing is pure mud and scraps of food are vied by a hungry crowd.
Con su cuerpo delgado y menudo, Zhang usa un pequeño martillo para abrir una pieza de computadora. Está cercado por monitores, CPUs y otros equipamientos electrónicos que no sirven más. La tos seca y constante muestra que el polvo exhalado por la pieza abierta es altamente tóxico. Trabajo terminado, se dirige a casa. Zhang vive en una carpa hecha de lona, levantado en piso de tierra, y duerme en un cartón tirado en el suelo. No está sólo. Un amigo divide el cubículo apretado e insalubre con él. Ambos precisan trabajar al menos 14 horas por día, pues están endeudados en el banco y la única manera de pagar es ayudando a desmontar los miles de computadoras lanzados en depósitos de la provincia china de Fengjiang. El drama de Zhang es el mismo vivido por otros cerca de 50 mil trabajadores chinos. Hace más de 20 años, residuos electrónicos de Japón, Estados Unidos, Australia y otros países fueron transportados a Fengjiang. La necesidad de desmonte de los aparatos hizo que los trabajadores migrantes de las partes alcanzadas por la pobreza del centro oeste de la China partiesen rumbo a la pequeña ciudad y formasen un verdadero ejército de desmantelamiento de basura electrónica. Desarman y reciclan, con métodos primitivos, cerca de 2 millones de toneladas de de ese tipo de residuo por año. La producción china Heavy metal (Hu Xiao de Jin Shu), de Huaqing Jin, cuenta la historia de esas familias de trabajadores.
Durante 50 minutos, el espectador puede acompañar la rutina de personas como Zhang y la viuda Qiu-xia. La miseria en que viven esos trabajadores, el régimen de explotación de trabajo al cual son sometidos y la pregunta sobre qué hacer con tantas toneladas de basura electrónica permean la mente de quien asiste al documental. La cámara sigue los personajes dentro y fuera del trabajo: trabajan duro para realizar sus sueños y viven acompañados por la enfermedad, hasta la muerte. Entre gemidos, suspiros y desahogos, el escenario muestra la higiene extremamente precaria. El agua que usan para beber y tomar baño es puro barro y restos de comida son disputados por una multitud hambrienta.
FICA 12
XII FICA
Cinema Direto Direct Cinema
Cine Directo
Ao fi nal de Heavy metal, é difícil deixar
de compartilhar a angústia vivenciada
pelos personagens e questionar-se
sobre a atitude consumista de adquirir
aparelhos eletrônicos a cada novidade
oferecida pelo mercado, sem saber
o destino do que já parece ter se
tornado obsoleto. O fi lme ganhador do
principal prêmio do XII FICA, o Troféu
Cora Coralina, mostra a realidade dos
trabalhadores chineses de desmanche
de lixo eletrônico de forma nua e crua,
expondo os confl itos ambientais e
sociais. “O Cinema Direto, quando bem
feito, provoca um impacto muito grande
no público”, avalia o consultor de cinema
do festival, Lisandro Nogueira, referindo-
se ao gênero de documentário produzido
sem entrevistas ou depoimentos.
“O objetivo do Cinema Direto é promover
o menor número de interferências
durante a obra, para que a câmera
consiga reproduzir com a máxima
fi delidade possível o que acontece na
realidade. Embora essa seja uma premissa
muito contestada, pois há quem defenda
a necessidade da intervenção do diretor
no documentário para buscar a verdade,
o fato é que Heavy metal cumpriu o papel
ao qual se propôs com êxito”, considera
Lisandro. O membro do júri de seleção
do FICA, Luís Araújo, concorda. “Como
a câmera acompanha os personagens,
captando seus movimentos e falas na
integralidade, sem a presença de um
narrador, o espectador fi ca livre para tirar
suas próprias conclusões a respeito do
tema”, observa.
Para Luís e Lisandro, outro ponto positivo
da obra chinesa é o enfoque dado à
questão da geração de resíduos. “A
abordagem que se faz do problema do
lixo costuma ser parecida nos fi lmes e
documentários ambientais. Fala-se muito
da necessidade da reciclagem, dos lixões
das grandes cidades, mas pouco do lixo
eletrônico”, diz Lisandro. “Esse enfoque é
muito interessante. Aliás, de forma geral
essa edição do Fica contou com fi lmes
de alto padrão de qualidade. São obras
ousadas, que fogem do óbvio e levam
o expectador à refl exão”, pontua Luís. A
expectativa de que o público pense de
forma mais aprofundada sobre o assunto
discutido é justamente o que move a
equipe de Heavy metal.
Membros da equipe de produção do fi lme
Heavy metal recebem prêmio principal do FICA
Members of the production team of the fi lm Heavy Metal receive the FICA’s top prize
Miembros del equipo de producción de la película Heavy metal reciben premio principal del Fica del
FICA 13
After watching Heavy Metal, it is diffi cult not to share the anguish experienced by the characters and wonder about the consumerist attitude of buying all brand of new electronic gadgets off ered by the market, without knowing what to do with those that become obsolete. The fi lm which won the top prize of the 12th FICA, Cora Coralina Trophy, shows the reality of the Chinese workers who dismantle electronic waste in a harsh way, exposing environmental and social confl icts. “The Direct Cinema, when done well, causes a great impact on the public,” says Lisandro Nogueira, the festival’s fi lm consultant, referring to the type of documentary produced without any interviews or depositions.
“The goal of Direct Cinema is to promote fewer interferences during work production, so the camera can reproduce with as high as possible fi delity what happens in reality. While this is a hotly contested premise, as some argue the need for intervention by the director in the documentary to seek the truth, the fact is that Heavy Metal has successfully fulfi lled its proposition”, believes Lisandro. FICA’s jury Luís Araújo agrees. As the camera follows the characters, capturing their movements and speeches in full, without the presence of a narrator, the audience is free to draw its own conclusions on the issue,” he says.
For Luís and Lisandro, another positive aspect of the Chinese work is the focus given to the issue of waste. “The approach made to the problem of waste is usually similar in fi lms and environmental documentaries. There is much talk about the need for recycling, the landfi ll in the big cities, but little of electronic waste,“ says Lisandro. “This approach is very interesting. Moreover, in general, this FICA’s edition featured fi lms of high quality standard. They are bold works, fl eeing the obvious and taking the viewer towards refl ection”, ranks Luís. The expectation that the public will think more thoroughly about the subject discussed is exactly what moves the team of Heavy Metal.
Al fi nal de Heavy metal, es difícil dejar de compartir la angustia vivida por los personajes y cuestionarse sobre la actitud consumista de adquirir aparatos electrónicos a cada novedad ofrecida por el mercado, sin saber el destino del que ya parece haberse vuelto obsoleto. La película ganadora del principal premio del XII FICA, el Trofeo Cora Coralina, muestra la realidad de los trabajadores chinos de desguace de basura electrónica de forma desnuda y cruda, exponiendo los confl ictos ambientales y sociales. “El Cine Directo, cuando está bien hecho, provoca un impacto muy grande en el público”, evalúa el consultor de cine del festival, Lisandro Nogueira, refi riéndose al género de documental producido sin entrevistas o testimonios.
“El objetivo del Cine Directo es promover el menor número de interferencias durante la obra, para que la cámara consiga reproducir con la máxima fi delidad posible lo que acontece en la realidad. Aunque esa sea una premisa muy criticada, pues hay quien defi enda la necesidad de la intervención del director en el documental para buscar la verdad, el hecho es que Heavy metal cumplió el papel que se propuso con éxito”, considera Lisandro. El miembro del jurado de selección del FICA, Luís Araújo, concuerda. “Como la cámara acompaña a los personajes, captando sus movimientos y palabras en su integridad, sin la presencia de un narrador, el espectador queda libre para sacar sus propias conclusiones respecto al tema”, observa.
Para Luís y Lisandro, otro punto positivo de la obra china es el enfoque dado a la cuestión de la generación de residuos. “El abordaje que se hace del problema de la basura suele ser parecida en las películas y documentales ambientales. Se habla mucho de la necesidad del reciclado, de los depósitos de basura de las grandes ciudades, pero poco de la basura electrónica”, dice Lisandro. “Ese enfoque es muy interesante. Además, de forma general esta edición del Fica contó con películas de alto estándar de calidad. Son obras osadas, que huyen de lo obvio y llevan al espectador a la refl exión”, señala Luis. La expectativa de que el público piense de forma más profunda sobre el asunto discutido es justamente el que mueve al equipo de Heavy metal.
Trabalhadores chineses decompõem
2 toneladas de lixo eletrônico
Chinese workers decompose 2 milion tons of electronic gadgets
Trabajadores chinos desarman 2 millones de toneladas de la basura electrónica
FICA 14
XII FICA
“It was a great pleasure to receive this award because the issue is serious and will promote much discussion about the future of these residues within and outside China,” says Zhifeng Fu, who represented the fi lm producer at the delivery of FICA’s trophy. The producers of the documentaries that won the fi rst place in the categories of popular jury (Bananas!*) and press jury (A Blooming Business) were also optimistic about the transformations they can promote in the aff ected countries. In A Blooming Business, the work deals with the issue of the inhabitants of Kenya prisoners of the fl ower global industry, subjected to poor working conditions.
According to the documentary director, Dutch Ton van Zantvoort, the fi lm has been shown at festivals worldwide and used as an educational tool by several NGOs. “It is being distributed by the European Union on DVD to all Ministries of Labour of the continent in 22 languages,” he said. In Bananas!* portrays the drama of pesticide contamination of farmers who worked for the world’s largest fruit company. Its producer, Canadian Bart Simpson, has revealed that the work has already caused direct reactions in several countries. In Sweden, a supermarket chain stopped buying products from the American multinational (see interview in the section Point of View). It is life refl ecting art.
“Fue un gran placer recibir este premio, pues la cuestión es seria y va a promover muchas discusiones sobre el futuro de esos residuos dentro y fuera de China”, afi rmó Zhifeng Fu, que representó al productor de la película en la ceremonia de entrega del trofeo del FICA. Los productores de los documentales que conquistaron el primer lugar en la categoría de jurado popular (Bananas!*) y de prensa (Un negocio fl oreciente) también se mostraron optimistas con relación a la repercusión de las obras entre el público y a las transformaciones que ellas pueden promover en los países afectados. En Un negocio fl oreciente, la obra trata de la cuestión de los habitantes de Kenia prisioneros de la industria global de fl ores, sometidos a precarias condiciones de trabajo.
Según el director del documental, el holandés Ton van Zantvoort, la película viene siendo exhibida en festivales del mundo entero y utilizado como instrumento pedagógico por varias ONGs. “Está siendo distribuída por la Unión Europea en DVD a todos los Ministerios del Trabajo del continente, en 22 idiomas”, informó. Ya Bananas!* retrata el drama de la contaminación por agrotóxicos de agricultores que trabajaban para la mayor compañía mundial de frutas. Su productor, el canadiense Bart Simpson, rebeló que la obra ya causó reacciones directas en varios países: en Suecia, un rede de supermercados dejó de comprar productos de la multinacional americana (veja entrevista con él en la editorial Ponto de Vista). Es la vida refl ejando al arte.
Outra visão Another view Otra visión
“Foi um grande prazer receber este
prêmio, pois a questão é séria e vai
promover muitas discussões sobre o
futuro desses resíduos dentro e fora
da China”, afi rmou Zhifeng Fu, que
representou o produtor do fi lme na
entrega do troféu do FICA. Os produtores
dos documentários que conquistaram o
primeiro lugar na categoria de júri popular
(Bananas!*) e de imprensa (Um negócio
fl orescente) também se mostraram
otimistas com relação à repercussão das
obras entre o público e às transformações
que elas podem promover nos países
afetados. No caso de Um negócio
fl orescente, a obra trata da questão dos
habitantes do Quênia prisioneiros da
indústria global de fl ores, submetidos a
precárias condições de trabalho.
Conforme o diretor do documentário, o
holandês Ton van Zantvoort, o fi lme vem
sendo exibido em festivais do mundo
inteiro e utilizado como instrumento
pedagógico por várias ONGs. “Ele está
sendo distribuído pela União Europeia
em DVD a todos os Ministérios do
Trabalho do continente, em 22 idiomas”,
informou. Já Bananas!* retrata o drama
da contaminação por agrotóxico de
agricultores que trabalhavam para a
maior companhia mundial de frutas. Seu
produtor, o canadense Bart Simpson,
revelou que a obra já causou reações
diretas em vários países: na Suécia,
uma rede de supermercados deixou
de comprar produtos da multinacional
americana (veja entrevista na editoria
Ponto de Vista). É a vida refl etindo a arte.
FICA 15
Cora Coralina Trophy (R$ 50,000) – The grand prize of 12th FICA, awarded to the best fi lm of the Festival: Heavy metal, by Huaqing Jin (China, 2009).
Carmo Bernardes Trophy (R$ 35,000) – Best feature fi lm: Recycling eff ect, by Sean Walsh (Brazil-SP, 2009).
Jesco von Puttkamer Trophy (R$ 25,000) – Best medium-length: Hunting capivara, by directors Derli, Marilton, Fernando, João Duro, Janaína, Joanina, Juninha and Zé Ca (Brazil-MG, 2009).
Acari Passos Trophy (R$ 25,000) – For the best short fi lm: Cold Recife, by the director Kleber Mendonça Filho (Brazil-PE, 2009).
Bernardo Élis Trophy (R$ 25,000) – Awarded to the best TV series: Bringing life to space, by Jakob Gottschau and Ojvind Hesselager Denmark, 2010).
José Petrillo Trophy (R$ 40,000) – Best production from Goiás: Dream of mankind, by Amarildo Pessoa (Brazil-GO, 2010).
José Petrillo Trophy (R$ 40,000) – Second best production from Goiás: Vida seca, by Diego Mendonça (Brazil-GO, 2009).
Luiz Gonzaga Soares Trophy (no cash award) – Awarded by the popular jury to best movie in the public eye: Bananas!*, by Fredrik Gertten (Sweden, 2009).
Press Trophy (no cash award) – Best fi lm, chosen by media professionals who participate in the 12th FICA: A Blooming business, by Ton van Zantvoort (Netherlands, 2009).
Honorable Mention (no cash award) – Best short fi lm, chosen by the jury for its graphic design and unusual approach to the issue of garbage: Les anges déchets (Garbage angels), by Pierre Trudeau (Canada, 2008).
Trofeo Cora Coralina (R$ 50 mil) – El gran premio del XII FICA, entregado al mayor destaque del Festival: Heavy metal (Hu Xiao de Jin Shu), de Huaqing Jin (China, 2009).
Trofeo Carmo Bernardes (R$ 35 mil) – Destinado al mejor largometraje: Efecto reciclado, de Sean Walsh (Brasil-SP, 2009).
Trofeo Jesco von Puttkamer (R$ 25 mil) – Para el mejor mediometraje: Cazando capibara, de Derli, Marilton, Fernando, João Duro, Janaína, Joanina, Juninha y Zé Ca (Brasil-MG, 2009).
Trofeo Acari Passos (R$ 25 mil) – Para el mejor cortometraje: Recife frío, de Kleber Mendonça Filho (Brasil-PE, 2009).
Trofeo Bernardo Élis (R$ 25 mil) – Ofrecido a la mejor serie televisiva: Trayendo vida al espacio, de Jakob Gottschau y Ojvind Hesselager (Dinamarca, 2010).
Trofeo José Petrillo (R$ 40 mil) – Mejor producción de Goiás: Sueño de humanidad, dirección de Amarildo Pessoa (Brasil-GO, 2010).
Trofeo João Bennio (R$ 40 mil) – Segunda mejor producción de Goiás: Vida seca, de Diego Mendonça (Brasil-GO, 2009).
Trofeo Luiz Gonzaga Soares (Sin premiación en dinero) – Otorgado por el jurado popular, contemplando la mejor película en la visión del público: Bananas!*, de Fredrik Gertten (Suecia, 2009).
Trofeo Prensa (Sin premiación en dinero) – Mejor película, elegida por los profesionales de la prensa que participan de la cobertura del XII Fica – Un negocio fl oreciente, de Ton van Zantvoort (Holanda, 2009).
Mención Honrosa (Sin premiación en dinero) – Mejor cortometraje, escogido por el jurado por su forma gráfi ca e inusitada aproximación al problema de la basura: Los ángeles de los dejetos, de Pierre Trudeau (Canadá, 2008).
Confi ra a lista ofi cial dos premiados do XII FICA
Check the offi cial list of 12th FICA Awards Vea la lista ofi cial de los premiados del XII FICA
Troféu Cora Coralina (R$ 50 mil)– O grande prêmio do XII FICA, conferido ao maior destaque do Festival: Heavy metal (Hu Xiao de Jin Shu), de Huaqing Jin (China, 2009).
Troféu Carmo Bernardes (R$ 35 mil) – Destinado ao melhor longa-metragem: Efeito reciclagem, do diretor Sean Walsh (Brasil-SP, 2009).
Troféu Jesco Von Putkamer (R$ 25 mil) – Para o melhor média-metragem: Caçando capivara, dos diretores Derli, Marilton, Fernando, João Duro, Janaína, Joanina, Juninha e Zé Ca (Brasil-MG, 2009).
Troféu Acari Passos (R$ 25 mil)– Para o melhor curta-metragem: Recife frio, do diretor Kleber Mendonça Filho (Brasil-PE, 2009).
Troféu Bernardo Élis (R$ 25 mil) – Oferecido à melhor série televisiva: Bringing life to space (Trazendo vida ao espaço), dos diretores Jakob Gottschau e Ojvind Hesselager (Dinamarca, 2010).
Troféu José Petrillo (R$ 40 mil) – Primeira melhor produção goiana: Sonho de humanidade, direção de Amarildo Pessoa (Brasil-GO, 2010).
Troféu João Bennio (R$ 40 mil) – Segunda melhor produção goiana: Vida seca, direção de Diego Mendonça (Brasil-GO, 2009).
Troféu Luiz Gonzaga Soares (Sem premiação em dinheiro) – Conferido pelo júri popular, contemplando o melhor fi lme na visão do público: Bananas!*, do diretor Fredrik Gertten (Suécia, 2009).
Troféu Imprensa (Sem premiação em dinheiro) - Melhor fi lme, eleito pelos profi ssionais da imprensa que participam da cobertura do XII FICA – A blooming business (Um negócio fl orescente), de Ton van Zantvoort (Holanda, 2009).
Menção Honrosa (Sem premiação em dinheiro) – Melhor curta-metragem: escolhido pelo júri por sua forma gráfi ca e inusitada aproximação ao problema do lixo: Les anges déchets (Os anjos dos dejetos), do diretor Pierre Trudeau (Canadá, 2008).
FICA 16
Carol Magalhães
Bastidores da denúncia
Ponto de vista Viewpoint Punto de vista
O termo “capitalismo selvagem”,
sinônimo das condições desumanas de
trabalho durante a Revolução Industrial
e da ganância de multinacionais, volta
à tona nas telas com o documentário
Bananas*, do diretor Fredrick Gertten
(Suécia/2009). O documentário
faturou o troféu Luiz Gonzaga Soares,
conferido pelo júri popular no XII FICA,
contemplando o melhor fi lme na visão
do público. A obra retrata parte do
julgamento da Dole Food, acusada de
causar infertilidade nos trabalhadores
de plantações na Nicarágua devido ao
uso do pesticida DBCP em plantações
de bananas. A denúncia é grave,
a começar pelo fato de a maior
companhia de frutas do mundo ter
continuado a empregar o pesticida,
de 1977 a 1980, após a Agência de
Proteção Ambiental dos EUA ter banido
a utilização do produto e a fabricante,
Dow Chemical, reconhecido a ligação
da substância com a esterilidade,
paralisando sua produção. Porém,
os bastidores do fi lme são ainda
mais surpreendentes. É uma lição de
coragem, superação e engajamento
por parte dos cineastas e do pequeno
escritório americano de advocacia
que representa os funcionários
nicaraguenses. Nesta entrevista, o
produtor canadense Bart Simpson
revela as difi culdades enfrentadas
pela equipe para gravar e lançar o
documentário, bem como seu impacto
em vários países, sobretudo na Suécia.
Backstage of accusation Bastidores de la denuncia
Entrevista com Bart Simpson Interview with Bart Simpson
Entrevista con Bart Simpson
FICA 17
The phrase “savage capitalism”, synonymous with inhumane working conditions during the Industrial Revolution and the unbridled greed of multinational corporations, has now surfaced on screens with the documentary Bananas*, by director Fredrick Gertten (Sweden/2009), who won the Luiz Gonzaga Soares trophy awarded by the popular jury at the 12th FICA to the best movie in the public eye. The work depicts part of the trial of Dole Food, accused of causing infertility in plantation workers in Nicaragua due to the use of the pesticide DBCP on banana plantations. The accusation is serious, starting with the fact that the largest fruit company in the world have continued to use the pesticide, from 1977 to 1980, after the US Environmental Protection Agency had banned the use of the product and the manufacturer Dow Chemical recognized the connection between the substance and sterility, stopping its production. But behind the scenes of the fi lm there are even more surprising facts: a lesson of courage, resilience and commitment on the part of the fi lmmakers and the US small law fi rm representing the Nicaraguan offi cials. In this interview, Canadian producer Bart Simpson reveals the diffi culties faced by the team to record and release the documentary as well as the impact of the project in several countries, particularly in Sweden.
El término “capitalismo salvaje”, sinónimo de condiciones inhumanas de trabajo durante la Revolución Industrial y de la ambición desenfrenada de las multinacionales, vuelve a las telas con el documental Bananas*, del director Fredrick Gertten (Suecia/2009), que obtuvo el trofeo Luiz Gonzaga Soares, otorgado por el jurado popular en el XII FICA, contemplando la mejor película en la visión del público. La obra retrata parte del juzgamiento de la Dole Food, acusada de causar infertilidad en los trabajadores de plantaciones en Nicaragua debido al uso del pesticida DBCP en plantaciones de banana. La denuncia es grave, a comenzar por el hecho de que la mayor compañía de frutas del mundo continuó a emplear el pesticida, de 1977 a 1980, después de que la Agencia de Protección Ambiental de los EUA prohibió la utilización del producto y la fabricante Dow Chemical reconoció la relación de la substancia con la esterilidad, paralizando su producción. Sin embargo, los bastidores de la película son aún más sorprendentes. Una lección de coraje, superación y compromiso por parte de los cineastas y del pequeño escritorio americano de abogacía que representa a los obreros nicaragüenses. En esta entrevista, el productor canadiense Bart Simpson revela las difi cultades enfrentadas por el equipo para grabar y lanzar el documental, así como el impacto del proyecto en varios países, sobre todo, en Suecia.
Mauro Júnio
FICA 18
Havia um jornalista freelancer sueco
que trabalhava na Nicarágua e esse
profi ssional passou as informações
do que estava ocorrendo ao
Fredrick Gertten, que, além de
diretor, também é jornalista e
trabalhou como correspondente
internacional em vários países da
América Latina. Então ele, que é
meu amigo há muitos anos, me
mandou o projeto por e-mail e me
perguntou o que eu achava de tudo
aquilo; se deveríamos ou não fazer
o documentário. Disse que sim,
que era importante denunciar a
situação, que, inclusive, foi assunto
de algumas matérias na CNN e no
Los Angeles Times. Esses veículos de
comunicação chegaram a divulgar
que um grupo de advogados estava
viajando para a Nicarágua com o
objetivo de envolver o máximo
número possível de pessoas no
caso. Isso porque, quanto maior a
quantidade de clientes o advogado
tiver, maiores são as chances de ele
obter lucro e êxito na causa. Alguns
advogados chegaram a entrar
na parada, mas acabou que Juan
Dominguez fi cou com mais clientes
porque fala espanhol fl uentemente
e conseguiu desenvolver uma
conexão muito boa com o povo
daquele lugar, isto é, conquistou
a confi ança dos trabalhadores
nicaraguenses.
Era importante denunciar essa situação,
que foi assunto de matérias na CNN e
no Los Angeles Times
“It was important to denounce this situation, which was the subject of news
articles in CNN and Los Angeles Times”
“Era importante denunciar esa situación, que fue asunto de materias en la CNN y en el Los
Angeles Times”
Como vocês tomaram
conhecimento da denúncia de
envenenamento dos trabalhadores
nicaraguenses?
Quanto tempo duraram as gravações?
Basicamente três: eu, que sou
canadense; Lise-Lens Moller, que é
dinamarquesa e trabalhou no
recém-lançado Burma VJ,
documentário que relata a resistência
de monges budistas contra o governo
militar autoritário e o ditador da
Birmânia; e Margarete Jangård, que é
sueca.
Foi um fi lme bastante rápido. Levou
dois ou três anos [risos]. Falando
sério, para mim esse tempo não
é tão ruim. Fredrick Gertten e eu
viajamos à Nicarágua em 2007 e,
naquele mesmo ano, negociamos
com Juan Dominguez a participação
dele no projeto. O documentário foi
lançado em julho do ano passado,
em Los Angeles.
Ponto de vista Viewpoint Punto de vista
Quantas pessoas participaram
da produção do documentário?
FICA 19
How did you learn of the accusation of poisoning of Nicaraguan workers?
There was a Swedish freelance journalist who worked in Nicaragua and who informed Fredrick Gertten of what was happening. Apart from being a director, he is also a journalist and worked as an international correspondent in many countries of Latin America. So, as he has been my friend for many years, he sent me the project by email and asked me what I thought of everything; whether we should make the documentary. I said yes, that it was important to denounce the situation, which had even been the subject of some articles on CNN and Los Angeles Times. These media outlets have come to announce that a group of lawyers was travelling to Nicaragua in order to involve as many people as possible in the case This is because the greater the amount of clients the lawyer has, the greater the chances for profi t and success in the cause. Some lawyers got on the bandwagon, but in the end Juan Dominguez got more clients because he speaks Spanish fl uently and was able to develop a very good connection with the people of that place, that is, he won the confi dence of Nicaraguan workers.
How many people participated in the production of the documentary?
Basically three: Myself, from Canada, Lise-Lens Moller, who is Danish and has worked in the newly released Burma VJ, a documentary that chronicles the resistance of Buddhist monks against the military and authoritarian government and the dictator of Burma, currently known as Myammar; and Margarete Jangård, who is Swedish.
How long did the recordings take?
It was a very fast movie. It took two or three years [laughs]. Seriously, for me this long is not so bad. Fredrick Gertten and I travelled to Nicaragua in 2007 and in that same year, we negotiated with Juan Dominguez his participation in the project. The documentary was released July 2009, in Los Angeles.
¿Como tomaron conocimiento de la denuncia de envenenamiento de los trabajadores nicaragüenses?
Había un periodista free lance sueco que trabajaba en Nicaragua y ese profesional pasó las informaciones de lo que estaba ocurriendo a Fredrick Gertten, que, además de director, también es periodista y trabajó como corresponsal internacional en varios países de América Latina. Entonces, él, que es mi amigo hace muchos años, me mandó el proyecto por e-mail y me preguntó que me parecía todo aquello; si deberíamos o no hacer el documental. Dije que sí, que era importante denunciar la situación, que, inclusive, fue asunto de algunas materias en la CNN y en el Los Angeles Times. Esos vehículos de comunicación llegaron a divulgar que un grupo de abogados estaba viajando a Nicaragua con el objetivo de envolver el máximo número posible de personas en el caso. Eso porque, cuanto mayor cantidad de clientes tenga el abogado, mayores son las posibilidades de obtener lucro y éxito en la causa. Algunos abogados llegaron a entrar en la parada, pero al fi nal Juan Domínguez se quedó con más clientes porque habla español fl uidamente y consiguió desarrollar una conexión muy buena con el pueblo de aquel lugar, o sea, conquistó la confi anza de los trabajadores nicaragüenses.
¿Cuantas personas participaron de la producción del documental?
Básicamente tres: yo, que soy canadiense; Lise-Lens Moller, que es dinamarquesa y trabajó en el recién lanzado Burma VJ, documental que relata la resistencia de monjes budistas contra el gobierno militar autoritario y el dictador de Birmania; y Margarete Jangård, que es sueca.
¿Cuánto tiempo duraron las grabaciones?
Fue una película bastante rápida. Llevó dos o tres años [risas]. Hablando seriamente para mí ese tiempo no es tan malo. Fredrick Gertten y yo viajamos a Nicaragua en 2007 y, en aquel mismo año, negociamos con Juan Domínguez su participación en el proyecto. El documental fue lanzado en julio del año pasado, en Los Angeles.
FICA 20
Muito pertinente sua pergunta. O
primeiro problema foi o fato de a
Dole Food ter chegado à imprensa
antes da estreia do fi lme. Eles foram
muito rápidos. Então, quando foi
divulgado que iríamos participar de
uma mostra em Los Angeles, a empresa
nos enviou uma carta pedindo que
não lançássemos o documentário e,
ao mesmo tempo, recorreu à mídia.
Assim, o primeiro artigo publicado
por um jornal de direita nos Estados
Unidos dizia que os cineastas
deviam ter cometido algum erro
ou talvez tivessem sido enganados
pelo advogado Juan Dominguez.
Afi rmava, ainda, que o fi lme não
passava de um grande equívoco. A
primeira estratégia da Dole foi acusar
Dominguez de criminoso e afi rmar
que tínhamos sido enganados por
ele. Os Estados Unidos consistem
em um país extremamente litigioso
e as pessoas costumam ter medo
da ameaça de um processo. Então,
tivemos de lutar contra esse medo para
conseguir veicular o documentário.
Fora dos Estados Unidos, a história
foi bem diferente porque tivemos
bastante apoio na maioria dos casos.
Inclusive, escrevemos uma mensagem
para a comunidade internacional de
documentaristas e recebemos muitas
manifestações de apoio por parte
dos europeus e também por várias
organizações não americanas.
Ponto de vista Viewpoint Punto de vista
Vocês chegaram a ser processados
pela companhia de frutas. Qual foi a
repercussão do caso?
A Dole Food nos processou em 2009,
o que impediu o lançamento do
documentário na data prevista, pois
não podíamos lançar o fi lme até que
fosse resolvida a questão judicial,
pelos menos não nos Estados Unidos.
Nesse meio tempo, a imprensa sueca
fi cou sabendo do documentário e
impulsionou um grande debate no
parlamento da Suécia. Havia dois
partidos, que atuavam em posições
opostas, mas que deixaram para
trás suas diferenças e se uniram e
disseram: “Olha, isso não deveria estar
acontecendo, pois trata-se de liberdade
de expressão”. Fora isso, uma cadeia
sueca de supermercados soube do
caso e decidiu boicotar os produtos
da Dole, deixando de comercializá-los
enquanto a companhia persistisse no
“When Dole Food heard that we would participate in a show in Los Angeles,
sent us a letter asking us not to release the documentary”
“Cuando supo que íbamos a participar de una muestra en Los Angeles, la Dole Food nos envió una carta pidiendo que no lanzásemos
el documental creación”
Quando soube que iríamos participar de uma mostra em Los Angeles, a Dole Food nos
enviou uma carta pedindo que não lançássemos o
documentário
Vocês sofreram represálias por parte
da Dole Food. Como lidaram com
isso?
FICA 21
You suff ered retaliation by Dole Food. How did you cope with it?
Your question is very pertinent. The fi rst problem was that Dole Food has come public before the premiere of the fi lm. They were very fast. So when it was announced that we would participate in a show in Los Angeles, the company sent us a letter asking us not to release the documentary and at the same time they appealed to the media. Thus, the fi rst article published by a right-wing newspaper in the United States said that the fi lmmakers should have made a mistake, or perhaps they had been deceived by the lawyer, Juan Dominguez. It also stated that the movie was just a big misunderstanding. Dole’s fi rst strategy was to accuse Dominguez of being a criminal and saying that we had been deceived by him. The United States is an extremely litigious country and people tend to fear the threat of being sued. So we had to fi ght this fear to be able to broadcast the documentary. Outside the US, things were quite diff erent because we had plenty of support in most cases. We even wrote a message to the international community of fi lmmakers and we received many expressions of support from Europeans and also from several non-American organizations.
You were even sued by the fruit company. What was the impact of the case?
Dole Food sued us in 2009, which prevented the release of the fi lm on schedule, because we could not do it until the litigation was settled, at least not in the US. Meanwhile, the Swedish press learned of the documentary and spurred a great debate in the Swedish parliament. There were two parties, acting in opposite positions, which left behind their diff erences and banded together, saying: “Look, this should not be happening, because it is freedom of expression.” Moreover, a Swedish supermarket chain knew about the case and decided to boycott Dole’s products, stopping sales as long as the company persisted in the dispute. Several consumers have also joined the protest. Mainly because of these initiatives, the sue was abandoned. There is still some paperwork in the US these days, but essentially the sue is over.
¿Sufrieron represalias por parte de la Dole Food. ¿Cómo manejaron eso?
Muy pertinente su pregunta. El primer problema fue el hecho de que la Dole Food llegó a la prensa antes del estreno de la película. Fueron muy rápidos. Entonces, cuando fue divulgado que iríamos a participar de una muestra en Los Angeles, la empresa nos envió una carta pidiendo que no lanzásemos el documental y, al mismo tiempo, recurrió a los medios. Así, el primer artículo publicado por un diario de derecha en los Estados Unidos decía que los cineastas debían haber cometido algún error o, tal vez, habían sido engañados por el abogado Juan Domínguez. Afi rmaba aún que la película no pasaba de un gran equívoco. La primera estrategia de la Dole fue acusar a Domínguez, defensor de los trabajadores nicaragüenses, de criminal y afi rmar que habíamos sido engañados por él. Los Estados Unidos son un país extremadamente litigioso y las personas suelen tener miedo de la amenaza de un proceso. Entonces, tuvimos que luchar contra ese miedo para conseguir vehicular el documental. Fuera de los Estados Unidos, la historia fue bien diferente porque tuvimos bastante apoyo en la mayoría de los casos. Inclusive, le escribimos un mensaje a la comunidad internacional de documentalistas y recibimos muchas manifestaciones de apoyo por parte de los europeos y también por varias organizaciones no americanas.
Llegaron a ser procesados por la compañía de frutas. ¿Cuál fue la repercusión del caso?
La Dole Food nos procesó en 2009, lo que impidió el lanzamiento del documental en la fecha prevista, pues no podíamos lanzar la película hasta que fuese resuelta la cuestión judicial, por los menos en no en los Estados Unidos. En ese intermedio tempo, la prensa sueca supo del documental y impulsó un gran debate en el parlamento de Suecia. Había dos partidos, que actuaban en posiciones opuestas, pero que dejaron atrás sus diferencias y se unieron y dijeron: “Mira, eso no debería estar sucediendo, pues se trata de libertad de expresión”. Además de eso, una cadena sueca de supermercados supo del caso y decidió boicotear los productos de la Dole, dejando de comercializarlos mientras la compañía persistiese en el litigio. Varios consumidores también adhirieron a la protesta. A partir de estas iniciativas, el proceso fue abandonado. Aún hay una papelada que debe tramitar en los Estados Unidos por estos días, pero, esencialmente, el proceso acabó.
FICA 22
Apesar de todos os percalços, o
cinema de denúncia é compensador?
Atualmente, qual é a situação dos
trabalhadores nicaraguenses que
fi caram estéreis em virtude do pesticida
DBCP?
O documentário será apresentado em
quantos festivais de cinema?
Sem dúvida. Acho que nós, cineastas,
temos muito a contribuir. Se as pessoas
que assistirem ao fi lme se sentirem
motivadas, energizadas para fazer algo
a respeito do problema tratado na tela
e isso, de algum modo, gerar impacto
positivo naquela comunidade, já valeu
a pena todo o trabalho. Se cada um se
propuser a fazer a sua parte, por menor
que ela seja, o resultado é um esforço
coletivo em que todos têm a ganhar.
O trágico é que muitos dos casos
foram arquivados. E como alguns
recorreram à Justiça, sob o processo
Ele já foi, está sendo ou será exibido,
ao todo, em 50 festivais de cinema.
Mas todas as participações são
recentes, exatamente porque a
exibição foi interrompida por causa do
processo judicial que sofremos.
Ponto de vista Viewpoint Punto de vista
Se as pessoas que assistirem ao fi lme se sentirem
motivadas a a fazer algo, já valeu a pena o esforço
“If people who watch the movie feel motivated to do something, it was worth all the work”
“Si las personas que vean la película se sienten motivadas para hacer algo, ya valió la pena todo
el trabajo”
O que acho interessante é que o
FICA acontece em uma comunidade
basicamente agrícola. Sei que o Estado
de Goiás é considerado o centro do
agronegócio e que Goiânia representa
muito bem as comunidades agrícolas
do Brasil todo. É como se ela fosse
um microcosmo de todas essas
comunidades. E isso talvez explique
a receptividade que o Bananas* teve
por aqui. O FICA é maravilhoso. Dá
para sentir a vibração, a empolgação
nas pessoas. Essa é a terceira vez que
venho ao Brasil e estou encantado com
essa cidade. É muito bom conhecer
mais um pedacinho do País. Creio que
é importante o fato de o evento ser
realizado em uma cidade histórica,
com laços tão estreitos com a
agricultura. Mas penso que, no futuro,
Como você avalia a exibição do fi lme
no FICA, em comparação com a de
outros eventos?
litígio. Vários consumidores também
aderiram ao protesto. A partir destas
iniciativas, o processo foi abandonado.
Ainda tem uma papelada que deve
tramitar nos Estados Unidos por esses
dias, mas, essencialmente, o processo
acabou.
de apelação, é necessário esperar os
trâmites burocráticos para que seja
verifi cada a possibilidade de conceder
algum tipo de compensação fi nanceira
a eles.
FICA 23
Despite all the setbacks, is the accusation cinema rewarding?
Undoubtedly. I think as fi lmmakers, we have much to contribute. If people who watch the movie feel motivated, with energy to do something about the problem addressed on the screen and that, somehow, makes a positive impact in that community, it was worth all the work. If everyone commits himself to do its part, however small it is, the result is a collective eff ort in which everyone wins.
Currently, what is the situation of Nicaraguan workers who became sterile as a result of the pesticide DBCP?
The tragedy is that many of the cases were fi led. And as some of them have resorted to the courts, under the appeal process, it is necessary to wait for paperwork before the possibility of granting them some form of fi nancial compensation is checked.
How many fi lm festivals will present the documentary?
It has been, is or will be shown, altogether in 50 fi lm festivals. But all participations are recent, since the show was interrupted because of the lawsuit that was fi led in against us.
How do you evaluate the movie exhibition in FICA, compared with other events?
What I fi nd interesting is that FICA takes place in a basically agricultural community. I know the state of Goiás is considered the centre of agribusiness and Goiânia represents very well the farming communities throughout Brazil. It’s as if it were a microcosm of all these communities. And this may explain the receptivity Bananas* had here. FICA is wonderful. You can feel the vibration, the excitement in people. This is the third time I come to Brazil and I am delighted with this city. It’s great to know a little bit more of the country. I think it is signifi cant that the event is held in a historic city with ties so close to agriculture. But I think
¿A pesar de todos los problemas, el cine de denuncia es compensador?
Sin duda. Creo que nosotros, los cineastas, tenemos mucho para contribuir. Si las personas que vean la película se sienten motivadas, energizadas para hacer algo al respecto del problema tratado en la pantalla y eso, de algún modo, genera impacto positivo en aquella comunidad, ya valió la pena todo el trabajo. Si cada uno se propone hacer su parte, por menor que ésta sea, el resultado es un esfuerzo colectivo en el que todos tienen para ganar.
¿Actualmente, cual es la situación de los trabajadores nicaragüenses que quedaron estériles en virtud del pesticida DBCP?
Lo trágico es que muchos de los casos fueron archivados. Y como algunos recurrieron a la Justicia, bajo el proceso de apelación, es necesario esperar los trámites burocráticos para que sea verifi cada la posibilidad de concederles algún tipo de compensación fi nanciera.
¿En cuántos festivales de cine será presentado el documental?
Ya fue, está o será exhibido, en total, en 50 festivales de cine. Pero todas las participaciones son recientes, exactamente porque la exhibición fue interrumpida por causa del proceso judicial que sufrimos.
¿Cómo evalúa la exhibición de la película en el FICA, en comparación con la de otros eventos?
Lo que me parece interesante es que el FICA sucede en una comunidad básicamente agrícola. Sé que el Estado de Goiás es considerado el centro del agronegocio y que Goiania representa muy bien las comunidades agrícolas de todo el Brasil Es como si fuese un microcosmos de todas esas comunidades. Y eso tal vez explique la receptividad que Bananas* tuvo aquí. El FICA es maravilloso. Se puede sentir la vibración, el entusiasmo en las personas. Esta es la tercera vez que vengo al Brasil
O FICA é maravilhoso. Dá para sentir a vibração, a
empolgação nas pessoas. Estou encantado com
essa cidade
” FICA is wonderful. You can feel the vibration, the excitement in people. I am delighted with
this city”
“El FICA es maravilloso. Se puede sentir la vibración, el entusiasmo en las personas. Estoy
encantado con esta ciudad”
FICA 24
seria interessante dar oportunidade
também para o relacionamento entre
os cineastas e as plateias. Ou seja,
aproximar mais essas duas partes.
Quando se faz um fi lme como esse,
é bastante importante interagir com
o público. Ter a oportunidade de
uma conversa direta com o público
é uma experiência desejada por nós,
cineastas, porque, depois de trabalhar
tanto tempo sozinho em um fi lme, é
sempre bom saber o que as pessoas
acharam, imediatamente após
assisti-lo, bem como conversar com
elas sobre tudo o que as envolveu.
O ideal é termos vários canais de
comunicação com a plateia e vice-
versa. Infelizmente, não tive a oportunidade
de assistir a todas as obras da mostra
competitiva. Mas a avaliação que
faço é que os fi lmes são, em geral,
bem produzidos, tratando de temas
relevantes e, principalmente, atuais.
Alguns me pareceram bastante
especiais e me chamaram muito a
atenção. Entretanto, o que mais gostei
foi do curta-metragem Ave-Maria, mãe
dos sertanejos, de Camilo Cavalcante.
Achei a fotografi a do fi lme maravilhosa
e também o fato de ser silencioso
contribuiu para sua beleza. Muitas
vezes, a gente não consegue que a
imagem fale por si própria, embora
a gente tente, incansavelmente,
fazer isso; tentar dar um ritmo de
respiração para que o fi lme alcance
esse resultado. No caso deste
documentário, a fotografi a é linda e
todos respiraram bem durante a sua
exibição [risos].
Qual sua impressão acerca das
outras obras participantes da mostra
competitiva do XII FICA?
Ponto de vista Viewpoint Punto de vista
Depois de trabalhar tanto tempo sozinho em um
fi lme, é sempre bom saber o que as pessoas
acharam do projeto
Muitas vezes, a gente não consegue que a imagem fale por si própria, embora
a gente tente incansavelmente
“Often, we cannot make the image speak for itself, although we try tirelessly to do so”
“Muchas veces, no conseguimos que la imagem hable por sí sola, aunque tratemos,
incansablemente de hacerlo”
“After working so long alone in a movie, it’s always good to know what people thought of
the project”
“Después de trabajar tanto tiempo solo en una película, es siempre bueno saber lo que
piensa la gente del proyecto”
FICA 25
y estoy encantado con esta ciudad. Es muy bueno conocer un pedacito más del País. Creo que es importante el hecho de que el evento ser realizado en una ciudad histórica, con lazos tan estrechos con la agricultura. Pero pienso que, en el futuro, sería interesante estimular también la relación entre los cineastas y las plateas. O sea, aproximar más esas dos partes. Pues, cuando se hace una película como esa, es bastante importante interactuar con el público. Tener la oportunidad de comprometerse en un discurso directo es una experiencia deseada por nosotros, cineastas, porque, después de trabajar tanto tiempo solo en una película, es siempre bueno saber lo que piensan la gente del proyecto, inmediatamente después de verlo, así como conversar con el público sobre todo lo que las envolvió. Lo ideal es tener varios canales de comunicación con la platea y viceversa.
¿Cuál es su impresión acerca de las otras obras participantes de la muestra competitiva del XII FICA?
Infelizmente, no tuve la oportunidad de ver todas las obras de la muestra competitiva. Pera la evaluación que hago es que las películas están, en general, bien producidas, tratando de temas relevantes y, principalmente, actuales. Algunos me parecieron bastante especiales y me llamaron mucho la atención. Entre tanto, el que más me gustó fue el corto-metraje Ave-Maria, mãe de los sertanejos, de Camilo Cavalcante. La fotografía de la película me pareció maravillosa y también el hecho de ser silencioso contribuyó a la belleza del proyecto. Muchas veces, no conseguimos que la imagen hable por sí sola, aunque tratemos, incansablemente, de hacerlo; tratemos de dar un ritmo de respiración para la película alcance ese resultado. En el caso de este documental, la fotografía es linda y todos respiraron bien durante su exhibición [risas].
Seria interessante o FICA dar oportunidade
também para o relacionamento entre os
cineastas e as plateias, aproximar mais essas
duas partes
“it would be also interesting to create opportunities for the relationship
between fi lmmakers and audiences, to bring those two parties closer.”
“Sería interesante que el FICA estimule también la relación entre los cineastas y
las plateas, aproximar más esas dos partes”
that in future it would be also interesting to create opportunities for the relationship between fi lmmakers and audiences. That is, to bring those two parties closer. For when you make a movie like this, it is very important to interact with the public Having the opportunity to engage in a direct speech is a desired experience for us fi lmmakers because after working so long alone in a movie, it’s always good to know what people thought of the project, immediately after watching it, as well as to talk about what touched them. The ideal is to have multiple channels of communication with the audience and vice versa.
What is your impression of other works present in the 12th FICA?
Unfortunately, I didn’t have the opportunity to watch all the works of the competitive screening.But the assessment I make is that fi lms are generally well produced, dealing with relevant issues and, especially, up to date. Some seemed very special and drew my attention. However, the one I liked most was the short fi lm Ave-Maria, mãe dos sertanejos by Camilo Cavalcante. Photography were wonderful and the fact that it is silent contributed to the beauty of the project. Often, we cannot make the image to speak for itself, although we try tirelessly to do so; and we try to give the fi lm a rhythm of breath to reach that result. In the case of this documentary, the photography is beautiful and everyone breathed well while watching it [laughs].
FICA 26
Capa Cover Portada
FICA 27
Mais de 4 mil pessoas, de 58 países diferentes, acompanharam as discussões do XII FICA por meio da transmissão via web. Site do evento atraiu 16 mil usuários Texto: Adalberto Araújo
Fotos: Flávio Isaac, Mauro Júnio e Silvio Quirino
More than 4,000 people from 58 diff erent countries followed the discussions of the 12th
FICA by webcast. The site attracted 16,000 users
Más de 4 mil personas, de 58 países diferentes, acompañaron las discusiones del XII FICA
por medio de la transmisión vía web. Site del evento atrajo 16 mil usuarios
From Goiás to the world
De Goiás para el mundo
De Goiás para o mundo
FICA 28
Capa Cover Portada
O que a Cidade de Goiás, localizada
no centro do Brasil, e a longínqua ilha
de Guam, situada no meio do Oceano
Pacífi co, podem ter em comum?
Mais que milhares de quilômetros de
distância, as duas também reúnem
um público interessado em cinema e
meio ambiente, que conferiu – in loco
ou virtualmente – as discussões do XII
FICA. Além dos 1,2 mil participantes do
evento que estiveram que em Goiás,
um total de 4.012 pessoas, de 58 países,
nos cinco continentes, acompanhou
em tempo real os fóruns, debates e
mesas-redondas que compuseram 12ª
edição do maior festival de cinema e
vídeo ambiental das Américas. Graças
à transmissão via web, o evento que já
era um sucesso de público presencial
demonstrou também ser um exemplo
de êxito em termos de participações
virtuais.
Além da grande quantidade de acessos
ao site ofi cial do festival – 16 mil pessoas,
provenientes de 65 países, acessaram o
site do FICA nos meses de maio e junho –,
os números de uma pesquisa de opinião
pública solicitada pela organização do
festival, realizada entre os dias 8 e
13 de junho (mesma data
do evento), também
comprovam que
FICA 29
What may the city of Goiás, in central Brazil, and the distant island of Guam, in the middle of the Pacifi c Ocean, have in common? In addition to more than thousands of miles between them, they both also gather an audience interested in cinema and environment who witnessed – in loco or virtually – the discussions of the 12th FICA. Besides the 1,200 event attendees who were in Goiás, a total of 4,012 people from 58 countries on fi ve continents followed in real time forums, debates and round tables that composed this 12th edition of the largest environment fi lm and video festival of the Americas. Thanks to the transmission via the Web, the event which was already a blockbuster attendance also proved to be an example of success in terms of virtual shares.
Besides the large amount of hits to the offi cial website of the festival – 16,000 people from 65 countries have accessed FICA site during May and June – the numbers of the poll carried out during the event (between June 8th and 13th) also show that FICA is fully consolidated. And for 2011 the festival expects even more people than this year, both in number of participants and attendees, as the survey indicates. The survey reveals that, to the topic “FICA Overall rating”, among the 85% of respondents 26% considered it a great event and 59% rated it as good. In the item “Disclosure”, the satisfaction percentage among the public also revealed a more than satisfactory performance, as 70% rated it positively – 25% thought the publicity about the festival was great and 45% thought it was good.
Regarding the date in which FICA is held, more than three quarters of respondents said the period is adequate – always in June. Opinions ranged from 22% of respondents who considered it excellent to 54% who claimed it to be a good time. As for the overall planning of the festival, the perception of respondents was also positive. More than two thirds (67%) approved the schedule of this year, the option “optimal” got 27% of votes and the “good” 40% “. The public surveyed also approved the location of the shows. Sixty-eight percent of the sample liked the places chosen by the organization: 28% considered the venues great and 40% considered them good. Regarding the assessment of the shows presented no less than 93% of respondents approved the attractions chosen.
FICA 30
o FICA está totalmente consolidado.
Consolidação que chega em boa hora,
pois em 2011 Goiás deverá receber muito
mais gente do que este ano, tanto em
número de participantes, quanto de
visitantes, como indica o levantamento.
A pesquisa de opinião revela que, no
quesito “Avaliação Geral do FICA”, 85%
dos entrevistados consideraram o
evento ótimo (26%) ou bom (59%). Já
no item “Divulgação”, o percentual de
satisfação do público também obteve
desempenho satisfatório, pois 70% o
avaliaram positivamente, dos quais 25%
consideraram a publicidade acerca do
festival ótima e 45% a julgaram boa.
No que diz respeito à data de realização
do FICA, mais de três quartos dos
pesquisados disseram ser adequado o
período em que o evento é realizado
– sempre no mês de junho –, opinião
que variou de 22% de entrevistados
que o consideram “ótimo” e 54% que
afi rmaram ser um período bom. Quanto
à programação geral do festival, a
percepção dos entrevistados também
foi positiva. Mais de dois terços (67%)
aprovaram a programação deste ano,
com 27% de votos na opção “ótimo”
e 40% na resposta “bom”. O público
pesquisado também aprovou o local
dos shows. Sessenta e oito por cento
da amostra gostaram dos lugares
escolhidos pela organização do evento:
28% consideraram ótimos os locais dos
shows e 40% escolheram a opção “bom”.
No que se refere à avaliação dos shows
apresentados, nada menos que 93% dos
entrevistados aprovaram as atrações
escolhidas.
Capa Cover Portada
FICA 31
¿Qué tienen en común la ciudad de Goiás, ubicada en el centro del Brasil, y la lejana isla de Guam, en el medio del Océano Pacífi co? Más que miles de kilómetros de distancia entre ellas, las dos también reúnen un público interesado en cine y medio ambiente, que presenció – in loco o virtualmente – las discusiones del XII FICA. Además de los 1,2 mil participantes del evento que estuvieron en la ciudad de Goiás, un total de 4.012 personas, de 58 países, en los cinco continentes, acompañó en tiempo real los foros, debates y mesas redondas que compusieron esta 12ª edición del mayor festival de cine y video ambiental de las Américas. Gracias a la transmisión vía web, el evento que ya era un éxito de público presencial demostró también ser un ejemplo de éxito en términos de participaciones virtuales.
Además de la gran cantidad de visitas al site ofi cial del festival – 16 mil personas, provenientes de 65 países, entraron al site del FICA en los meses de mayo y junio –, los números de la pesquisa de opinión pública solicitada por la organización del festival,
realizada entre los días 8 y 13 de junio (la misma fecha del evento), también comprueban que el FICA está totalmente consolidado. Consolidación que llega en buena hora, pues en 2011 Goiás deberá recibir mucho más gente que este año, tanto en número de participantes, como de visitantes, como indica el levantamiento. La pesquisa de opinión revela que, en el rubro “Evaluación General del Fica”, 85% de los entrevistados consideraron el evento óptimo (26%) o bueno (59%). En el ítem “Divulgación”, el porcentaje de satisfacción del público también obtuvo un desempeño más que satisfactorio, pues 70% lo evaluaron positivamente – 25% consideraron la publicidad acerca del festival óptima y 45% la juzgaron buena.
En lo que dice respecto a la fecha de realización del FICA, más de tres cuartos de los pesquisados dijeron que era adecuado el período en que el evento es realizado – siempre en el mes de junio –, opinión que varió de 22% de entrevistados que lo consideraron óptimo a los 54% que afi rmaron que era un período bueno. En cuanto a la programación general del festival, la percepción de los entrevistados también fue positiva. Más de dos tercios (67%) aprobaron la programación de este año, con 27% de votos en la opción “óptimo” y 40% en la respuesta “bueno”. El público preguntado también aprobó el lugar de los shows. Al sesenta y ocho por ciento de la muestra Le gustó los lugares escogidos por la organización del evento: 28% consideraron óptimos los lugares de los shows y 40% escogieron la opción “bueno”. En lo que se refi ere a la evaluación de los shows presentados, nada menos que 93% de los entrevistados aprobaron las atracciones elegidas.
FICA 32
Se na avaliação geral o FICA foi
aprovado com louvor, nos aspectos
específi cos seu desempenho também foi
indiscutível, para não dizer surpreendente.
Isso porque 88% dos entrevistados
afi rmaram que o festival superou suas
expectativas. Outro dado que surge
da pesquisa refere-se à percepção das
pessoas sobre o que é o evento. A maioria,
84%, tem plena ciência de que se trata
de um festival de temática audiovisual
e ambiental. Deste total, 55% acreditam
tratar-se de um evento cinematográfi co,
ao passo que 39% o consideram um
evento voltado ao meio ambiente. Isso
signifi ca que a grande maioria dos que
visitam o FICA sabe o que vai encontrar
pela frente – cinema e meio ambiente –, o
que valoriza ainda mais a surpresa positiva
dos 88% dos visitantes. Questionados
se recomendariam o FICA a alguém,
Capa Cover Portada
Superando expectativas Beyond expectations
Superando expectativas
96% dos entrevistados responderam
afi rmativamente.
A pesquisa perguntou ainda aos
entrevistados como tinham fi cado
sabendo do FICA. Mais da metade (52%)
respondeu que foi por meio de parentes
e amigos – o que reforça o caráter de
evento consolidado e com boa avaliação
do público. Dezoito por cento tomaram
conhecimento por meio da televisão ou do
rádio, 14% pela internet e 13% souberam
por intermédio de revistas. A última
pergunta deste quesito, denominado
“Expectativa do Visitante do FICA 2010”,
quis saber do público que tipo de show
ele gostaria de ver no FICA. A maior parte
escolheu Música Popular Brasileira (MPB),
com 40% dos votos, seguida de perto por
rock (32%).
FICA 33
If in the general evaluation FICA was approved with praise, in specifi c aspects its performance was also undisputed, if not surprising. That’s because 88% of respondents said that the festival exceeded their expectations. Another fi nding that emerges from the research refers to the perception people have about what the event is. The majority, 84%, is fully aware that this is a festival whose theme is the audiovisual and the environment. Of this total, 55% believe this is a fi lm event, while 39% consider it an event directed to the environment. This means that the vast majority of those who visit FICA know what they will fi nd – cinema and the environment – which further enhances the positive surprise of 88% of visitors. Asked whether they would recommend FICA to someone, 96% of respondents answered affi rmatively.
The survey also asked respondents how they had been aware of FICA. More than half (52%) answered that it was through friends and relatives – which reinforces the fact that the event earned the condition of a consolidated and a good assessment by the public. Eighteen percent had learned of it through television or radio, 14% through the internet and 13% through magazines. The last question of the survey “Expectations of Visitors of FICA 2010” intended to know what kind of show the public would like to watch in FICA. Most chose Brazilian Pop Music, with 40% of the votes, closely followed by rock (32%).
Si en la evaluación general el FICA fue aprobado con honores, en los aspectos específi cos su desempeño también fue indiscutible, por no decir sorprendente. Eso porque 88% de los entrevistados afi rmaron que el festival superó sus expectativas. Otro dado que surge de la pesquisa se refi ere a la percepción de las personas sobre que es el evento. La mayoría, 84%, tiene plena conciencia de que se trata de un festival de temática audiovisual y ambiental. De este total, 55% creen que se trata de un evento cinematográfi co, al tiempo que 39% lo consideran un evento volcado al medio ambiente. Eso signifi ca que la gran mayoría de los que visitan el FICA sabe lo que va a encontrar – cine y medio ambiente –, lo que valoriza aun más la sorpresa positiva de los 88% de los visitantes. Cuestionados sobre si recomendarían el FICA a alguien, 96% de los entrevistados respondieron afi rmativamente.
La pesquisa preguntó también a los entrevistados como habían sabido del FICA. Más de la mitad (52%) respondió que fue por medio de parientes y amigos – lo que refuerza el carácter de evento consolidado y con buena evaluación del público. Dieciocho por ciento se enteraron por medio de la televisión o de la radio, 14% por internet y 13% supieron por intermedio de revistas. La última pregunta de este rubro, denominado “Expectativa del Visitante del Fica 2010”, quiso saber del público que tipo de show le gustaría ver en el FICA. La mayor parte eligió Música Popular Brasileña, con 40% de los votos, seguida de cerca por rock (32%).
Espaço democrático e plural Plural and democratic space
Espacio democrático y plural
Embora diversos festivais culturais
carreguem consigo o estigma de
serem caros, elitistas e, muitas vezes,
inacessíveis à grande maioria da
população, o FICA já provou ser uma
exceção à regra. Inteiramente gratuito,
ele não promove divisões de nenhuma
espécie entre participantes e visitantes
– todos os eventos são abertos a quem
quer que seja – e a Cidade de Goiás
torna-se uma verdadeira babel, abrigando
gente de todos os lugares, classes sociais,
raças, credos, gostos e idades.
FICA 34
Capa Cover Portada
Conforme a pesquisa, 23% dos
participantes têm renda média mensal
entre R$ 501 e R$ 1.000. Somente 12%
do total de entrevistados possuem
rendimento entre R$ 4.001 e R$ 7 mil e
3% ganham acima disso. Vinte e dois por
cento dos visitantes ganham de R$ 1.001
a R$ 2 mil; 21% obtêm ganhos de R$ 2 mil
a R$ 4 mil, e 20% recebem menos de R$
500 mensais.
Outra prova da diversidade do FICA está
na ocupação dos visitantes. A maior parte
deles é composta por estudantes (26%),
seguida por funcionários públicos, que
representaram 22% dos entrevistados;
empresários ou comerciantes (14%), e os
trabalhadores da iniciativa privada (13%)
– mesmo porcentual dos profi ssionais
liberais.
O público do FICA é jovem. A maioria dos
entrevistados tinha de 22 a 40 anos (55%),
23% se situavam na faixa etária de 15 a 21
anos, 18% entre os 41 e 60 anos de idade
e apenas 3% tinham mais de 60. No que
diz respeito à escolaridade, o equilíbrio
também é evidente. Entrevistados
com curso superior incompleto
representaram 30% do total de
pesquisados; 27% tinham ensino médio
e 25% tinham curso superior completo.
Treze por cento tinham pós-graduação.
A presença de homens e mulheres no
evento também é equilibrada, numa
proporção de praticamente 50% a 50%.
Fechando o quesito “Perfi l do Visitante”,
a pesquisa revelou, ainda, que do público
que foi a Goiás para assistir ao festival,
40,57% eram provenientes do próprio
Estado. De outros Estados brasileiros,
o total pesquisado foi de 11,57%; do
Distrito Federal, 6,67%, e de outros
países, 1,57%.
FICA 35
Aunque diversos festivales culturales carguen el estigma de ser caros, elitistas y, 99muchas veces, inaccesibles a la gran mayoría de la población, el FICA probó que es una excepción a la regla. Completamente gratuito, no promueve divisiones de ninguna clase entre participantes y visitantes – todos los eventos son abiertos a quien quiera que sea – y la ciudad de Goiás se vuelve una verdadera Babel, abrigando gente de todos los lugares, clases sociales, razas, credos, gustos y edades. Según la pesquisa, 23% de los participantes tienen una renta media mensual entre R$ 501 y R$ 1.000. Solamente 12% del total de entrevistados poseen un rendimiento de entre R$ 4.001 y R$ 7 mil y 3% ganan por encima de eso. Veintidós por ciento de los visitantes ganan de R$ 1.001 a R$ 2 mil; 21% obtienen ganancias de R$ 2 mil a R$ 4 mil, y 20% reciben menos de R$ 500 mensuales.
Otra prueba de la diversidad del FICA está en la actividad de los visitantes. La mayor parte de ellos está compuesta por estudiantes (26%), seguida por funcionarios públicos, que representaron 22% de los entrevistados; empresarios o comerciantes (14%), y los trabajadores de la iniciativa privada (13%) – el mismo porcentaje de los profesionales liberales.
EL público del FICA es joven. La mayoría de los entrevistados tenía de 22 a 40 años (55%), 23% se situaban en la franja etaria de 15 a 21 años, 18% entre los 41 y 60 años de edad y apenas 3% tenían más de 60. En lo que dice respecto a la escolaridad, el equilibrio también es evidente. Entrevistados con curso superior incompleto representaron El 30% del total de pesquisados; 27% tenían enseñanza media y 25% tenían curso superior completo. Trece por ciento tenían post grado. La presencia de hombres y mujeres en el evento también fue equilibrada, en una proporción de prácticamente 50% y 50%. Cerrando el rubro “Perfi l del Visitante”, la pesquisa reveló, aun, que del público que fue a Goiás para concurrir al festival, 40,57% eran provenientes del propio Estado. De otros Estados brasileños, el total fue de 11,57%; del Distrito Federal, 6,67%, y de otros países, 1,57%.
Although several cultural festivals can carry the stigma of being expensive, elitist and often inaccessible to the vast majority of the population, FICA has proven to be an exception to the rule. Entirely free, it does not promote any kind of divisions among participants and visitors – all events are open to anyone – and the city of Goiás becomes crazy talk, sheltering people from all places, social classes, races, religions, ages and tastes. According to the survey, 23% of participants have an average monthly income between R$ 501 and R$ 1,000. Just 12% of the total respondents have an income between R$ 4,001 and R$ 7,000 and 3% earn more than that. Twenty-two percent of visitors earnings range from R$ 1,001 to R$ 2,000; 21% have earnings ranging from R$ 2,000 to R$ 4,000 and 20% earn less than R$ 500 per month.
Further evidence of the diversity of FICA is in visitor’s occupation. Most of them are students (26%), followed by civil servants, who represented 22% of respondents, company owners (14%), and workers (13%) – the same percentage as self-employed professionals.
FICA’s audience is young. Most respondents were between 22 and 40 years old (55%), 23% were between 15 and 21 years old, 18% between 41 and 60 years of age and only 3% were over 60. With regard to education, the balance is also evident. Undergraduates represented 30% of the total surveyed, 27% had completed high school and 25% had completed university education. Thirteen percent were made up by graduates. The presence of men and women at the event is also balanced by a ratio of almost 50% to 50%. To the last query, “Visitor Profi le,” the survey also revealed that the public who visited the festival, 40.57% came from the State of Goiás. From other Brazilian States the total was 11.57%, from the Federal District, 6.67%, and from other countries 1.57%.
FICA 36
Capa Cover Portada
Além do festival, os pesquisados
avaliaram a Cidade de Goiás. E os
resultados são favoráveis à antiga capital
do Estado. Dos sete itens analisados,
Goiás foi aprovada com índices que
variam entre 53% e 88% de satisfação em
seis deles. A exceção foi o item “preços”,
onde a opinião de que estes eram apenas
“regulares” prevaleceu (37%), contra 36%
que responderam “ótimos” ou “bons”.
A hospitalidade do vila-boense foi
destaque, com 88% de respostas “ótima”
e “boa” (32% e 56%, respectivamente).
Também chama a atenção a avaliação
geral da cidade. Oitenta e três por
cento consideraram Goiás uma cidade
Cidade em alta City on the up Ciudad en alta
ótima ou boa, de maneira geral. Outro
ponto bem avaliado foi a limpeza do
município, considerada satisfatória para
75% dos entrevistados, que se dividiram
entre as opiniões “ótima” e “boa”, com
porcentuais de 29% e 46%.
A culinária de Goiás também passou no
teste. Um total de 72% dos pesquisados
declarou ter comido bem, dando 28%
de respostas “ótimo” e 44% “bom” para
este quesito. Por último, a hospedagem.
Neste item, 66% dos entrevistados
gostaram do que encontraram, já que
17% declaram serem ótimas as condições
de hospedagem na cidade, enquanto 49%
as consideraram boas.
FICA 37
Además del festival, los pesquisados evaluaron la ciudad de Goiás. Y los resultados son favorables a la antigua capital del Estado. De los siete ítems analizados, Goiás fue aprobada con índices que varían entre 53% y 88% de satisfacción en seis de ellos. La excepción fue el ítem “precios”, donde la opinión de que estos eran apenas “regulares” prevaleció (37%), contra 36% que respondieron “óptimos” o “buenos”. La hospitalidad del vilaboense fue destacada, con 88% de respuestas “óptima” y “buena” (32% y 56%, respectivamente). También llama la atención la evaluación general de la ciudad. Ochenta y tres por ciento consideraron Goiás una ciudad óptima o buena, de manera general. Otro punto bien evaluado fue la limpieza del municipio, considerada satisfactoria para 75% de los entrevistados, que se dividieron entre las opiniones “óptima” y “buena”, con porcentajes de 29% y 46%.
La culinaria de Goiás también pasó en la prueba. Un total de 72% de los pesquisados declaró haber comido bien, dando 28% de respuestas “óptimo” y 44% “bueno” para este rubro. Por último, el hospedaje. En este ítem, a 66% de los entrevistados les gustó lo que encontraron, ya que 17% declaran ser óptimas las condiciones de hospedaje en la ciudad, mientras que 49% las consideraron buenas.
Besides the festival, the respondents rated the city of Goiás, and the results are favorable to the former capital of the State. Of the seven items tested, Goiás was approved with rates ranging between 53% and 88% satisfaction in six of them. The exception was the item “prices”, the view that they were just “regular” (37%) prevailed, and 36% responded “excellent” or “good.” The hospitality of Vila Boa inhabitants was highlighted, with 88% of responses “excellent” or “good” (32% and 56% respectively). Also striking is the general assessment of the city. Eighty-three percent considered Goiás a good or excellent city in general. Another point which was positively rated was the cleanliness of the city, considered satisfactory for 75% of respondents, whose opinions were divided between “excellent” and “good”, with percentages of 29% and 46%.
The cuisine of Goiás also passed the test. A total of 72% of respondents claimed to have eaten well, 28% of responses rated it as “excellent” and 44% as “good” for this question. Finally, the hosting. In this item, 66% of respondents liked what they found, since 17% say that the conditions of accommodation in the city were excellent, while 49% considered them good.
FICA 38
Ao lado da pesquisa, os números que
envolvem o novo site do FICA, lançado em
abril, também reforçam o grande alcance
do evento. Durante os meses de maio
de junho, foram registradas mais de 25
mil visitas ao endereço eletrônico, feitas
por mais de 16 mil usuários distintos,
provenientes de 65 países. O pico de
acessos ocorreu no dia da abertura do
festival (8 de junho), com mais de 1,5
mil visitas ao endereço eletrônico e
6.580 visualizações de página. Ao longo
dos últimos 60 dias, as visualizações
chegaram a mais de 120 mil, com uma
média de 4,75 páginas lidas por visita.
De Guam a Djibouti, um minúsculo país
espremido entre a Etiópia, a Eritreia e a
Capa Cover Portada
Sucesso digital Digital success Éxito digital
Somália, em plena África Oriental, o FICA
mostrou-se forte, envolvente e cheio
de atividades. Apareceu para o mundo
com uma atitude madura, ao exibir
fi lmes de extrema importância, mas
que não integram o circuito comercial
dos cinemas, e propor discussões
polêmicas, como o aquecimento global
e seus efeitos. Sugeriu discussões
locais, ao debater a Bacia Hidrográfi ca
do Rio Vermelho, tão importante para
o festival e para a própria cidade, e
permitiu ao público e aos cineastas a
rica oportunidade da troca de ideias. É
a prova de que o festival não pertence
mais a Goiás nem ao Brasil. Ele agora é do
mundo.
FICA 39
Al lado de la pesquisa, los números que envuelven el nuevo site del FICA, lanzado en abril, también refuerzan el gran alcance del evento. Durante los meses de mayo y junio, fueron registradas más de 25 mil visitas a la dirección electrónica, hechas por más de 16 mil usuarios distintos, provenientes de 65 países. El pico de entradas ocurrió el día de la apertura del festival (8 de junio), con más de 1,5 mil visitas. A lo largo de los últimos 60 días, el número de páginas vistas de la revista pasó la cifra de 120 mil, con una media de 4,75 páginas leídas por visita.
De Guam a Djibouti, un minúsculo país apretado entre Etiopía, Eritrea y Somalia, en plena África Oriental, el FICA se mostró fuerte, envolvente y lleno de actividades. Apareció al mundo con una actitud madura, al exhibir películas de extrema importancia, pero que no integran el circuito comercial de los cines, y al proponer discusiones polémicas, como el calentamiento global y sus efectos. Sugirió discusiones locales, al debatir la Cuenca Hidrográfi ca del Río Vermelho, tan importante para el festival y para la propia ciudad, y le permitió al público y a los cineastas la rica oportunidad del intercambio de ideas. Es la prueba de que el festival no pertenece más a Goiás ni al Brasil. Ahora es del mundo. calles todos los Jueves Santos en busca de Jesús. En las túnicas predominan los colores rojo, azul, amarillo, naranja y blanco y las capuchas cónicas y puntiagudas refuerzan el origen europeo de la costumbre. Los farricocos cargan antorchas, que son luces para iluminar el camino que los llevará hasta el Cristo que ellos persiguen, al sonido de tambores y canto coral en latín, lo que da a la Procesión del Fogaréu y a la simbología de la ceremonia un toque más de misterio y de fascinación.
Alongside the survey, the fi gures for the new FICA site, launched in April, also reinforced the broad scope of the event. During the months of May and June, there were over 25,000 visits to the email address, made by more than 16,000 diff erent users coming from 65 countries. The peak of hits occurred on the opening day of the festival (June 8), with over 1,500 visits to the email address. Over the past 60 days, the number of impressions to the pages of the magazine surpassed 120,000, with an average of 4.75 pages read per visit.
From Guam to Djibouti, a tiny country squeezed between Ethiopia, Eritrea and Somalia, in Eastern Africa, FICA proved to be strong, engaging and full of activities. It was born with a mature attitude by displaying movies of extreme importance, but which were out of the commercial fi lm distribution, and proposing controversial discussions, such as global warming and its eff ects. It suggested local debates by discussing the Basin of Vermelho River, so important for the festival and the city itself, and allowed the public and fi lmmakers a rich opportunity to exchange ideas. It proves the festival no longer belongs neither to Goiás nor to Brazil. It now belongs to the world.
FICA 40
Capa Cover Portada
em tempo real FICA in real time FICA en tiempo real
Países com mais acessos
The festival website made it possible to thousands of internet users to follow the event schedule. Check out the countries and Brazilian cities which accessed more often the offi cial page
Site del festival posibilitó a miles de internautas acompañar la programación del evento. Vea los países y ciudades brasileñas que más visitaron la direcciónelectrónica
Countries with more hits
Países con más visitas
Brasil
França
150
93
F
161
78
52
76
B il24.135
Portugal
Argentina
Estados Unidos
Canadá
Espanha
FICA 41
25 000 hits 25 mil visitas
65 countries 65 países
16 000 users 16 mil usuarios
25 mil acessos
16 mil usuários
65 países
China
7267
78
Croácia
Taiwan
Brazilian towns with more hits Ciudades brasileñas con más visitas
1.930
210
1.222
161
17.181Goiânia
457Fortaleza
Brasília
Cuiabá
S. Paulo
Uberlândia
619R. de Janeiro
132Salvador
518B. Horizonte
105Recife
Cidades brasileiras com mais acessos
Infográfi co: Alessandro Carrijo
FICA 42
Artigo Article Artículo
da ingenuidade à poesia
FICA and the environmental cinema: from naivete to poetry
El FICA y el cine ambiental: de la ingenuidad a la poesia
O FICA e o cinema
ambiental:
A melhor notícia deste XII FICA é a de
um bem-vindo aumento na diversidade
de abordagens cinematográfi cas em
relação à questão ambiental. A mostra
competitiva desta edição do festival se
afastou de um certo monotematismo
pretérito em torno do binômio
catástrofe–denúncia, exibindo uma
maior variedade de olhares, com vários
fi lmes trazendo abordagens poéticas e
de cunho mais positivo e propositivo.
A perspectiva da denúncia, bastante
comum em documentários ambientais,
suscita uma série de questões éticas
e de linguagem. O risco, neste
tipo de abordagem, de uma visão
simplifi cadora e maniqueísta, quando
não abertamente melodramática, é
muito grande. Boa parte dos fi lmes
deste tipo empobrece, ao invés de
enriquecer o debate sobre a relação
entre ser humano e natureza.
Ao simplifi car a realidade, muitos
desses fi lmes empurram o espectador
para uma posição de vitimização e
alheamento em relação aos problemas
ecológicos e à realidade de forma mais
ampla, como se não tivéssemos nós,
os bons, nada a ver com a degradação
do meio ambiente. Como cinema, são,
em geral, fi lmes pobres em termos
de linguagem; como documentários,
questionáveis do ponto de vista ético.
Dois exemplos, a meu ver, de
problemáticos fi lmes de denúncia nesta
seleção do XII FICA foram Bananas!*,
Pedro Novaes
É diretor e roteirista de cinema, televisão e publicidade. Dirigiu cinco documentários e dois curtas de fi cção. É sócio da Sertão
Feelmes, produtora audiovisual em Goiânia.
Pedro Novaes is a director and screenwriter, television and advertising scriptwriter. He directed fi ve documentaries and two short fi ction fi lms. He is a partner of the Sertão Feelmes, an audiovisual
producer in Goiânia.
Pedro Novaes es director y guionista de cine, televisión y publicidad. Dirigió cinco documentales y dos cortos de fi cción. Es socio de Sertão Filmes,
productora audiovisual en Goiânia.
FICA 43
The best piece of news of the 12th FICA is a welcome increase in the diff erent fi lm approaches as far as the environmental issues are concerned. The competitive screening in this festival edition moved away from some past monothematism around the binomial catastrophe–accusations, displaying a wider range of perspectives, with several fi lms showing poetic approaches of a more positive and purposeful character.
The accusation perspective quite common in environmental fi lms, raises a number of ethical and language issues. In this kind of approach, the risk of a simplistic and Manichean vision, if not overtly melodramatic, is very high. Much of this type of fi lms impoverishes rather than enriching and increasing the complexity of the debate on relationship between humans and nature.
By simplifying reality, many of these fi lms push the viewer into a position of victimization and alienation for ecological problems and for reality more broadly, as if we, the good ones, were by no means accountable for environmental degradation. In general, as cinema these movies have poor language; as documentaries they are ethically questionable.
In my view, two examples of problematic accusation fi lms in this 12th FICA selection were Bananas!*, by the Swede Fredrik Gertten, which won the award of the popular jury, and the Dutch A Blooming Business, by Ton van Zantvoort.
The fi rst portrays the trial of lawsuits brought by Nicaraguan rural workers in the United States against the multinational giant Dole Foods, because of its alleged contamination and health problems resulting from the indiscriminate use of pesticides in banana plantations. The second exposes the precarious working conditions and environmental impacts of growing fl owers by European multinationals in Kenya.
Bananas!* is a pawn documentary featuring the classical court fi lm layout and is assumed as such. In its reductive Manichaeism it depicts a battle of David against Goliath, pitting the poor peasants victimized by a heartless multinational. Even though peasants are indeed poor and the issue actually involves actors with disproportionate power, the picture is certainly broader and reducing it results questionable in the case of a documentary. And the government of Nicaragua? Why are the institutions of that country incapable
La mejor noticia de este XII FICA es la de un bienvenido aumento en la diversidad de abordajes cinematográfi cos en relación a la cuestión ambiental. La muestra competitiva de esta edición del festival se apartó de un cierto monotematismo pretérito alrededor del binomio catástrofe/denuncia, exhibiendo una mayor variedad de miradas, con varias películas trayendo abordajes poéticos y de cuño más positivo y propositivo.
La perspectiva de la denuncia, bastante común en documentales ambientales, suscita una serie de cuestiones éticas y de lenguaje. El riesgo, en este tipo de abordaje, de una visión simplifi cadora y maniqueísta, cuando no abiertamente melodramática, es muy grande. Buena parte de las películas de este tipo empobrece, al revés de enriquecer el debate sobre la relación entre ser humano y natureza.
Al simplifi car la realidad, muchas de esas películas empujan al espectador a una posición de victimización y enajenación en relación a los problemas ecológicos y a la realidad de forma más amplia, como se no tuviésemos nosotros, los buenos, nada que ver con la degradación del medio ambiente. Como cine son, en general, películas pobres en términos de lenguaje; como documentales, cuestionables del punto de vista ético.
Dos ejemplos, según mi parecer, de problemáticas películas de denuncia en esta selección del XII FICA fueron Bananas!*, del sueco Fredrik Gertten, que obtuvo el premio del jurado popular, y Un negocio fl oreciente, del holandés Ton van Zantvoort.
El primero retrata el juzgamiento de acciones judiciales movidas en los Estados Unidos por trabajadores rurales nicaragüenses contra la gigante multinacional Dole Foods, en función de su supuesta contaminación y problemas de salud surgidos del uso indiscriminado de pesticidas en plantaciones de banana. El segundo denuncia las precarias condiciones de trabajo e impactos ambientales del cultivo de fl ores por multinacionales europeas en Kenia.
Bananas!* es un documental seguidor del clásico formato de películas de tribunal y se asume como tal. En su maniqueísmo reduccionista retrata una lucha de David contra Goliat, oponiendo los pobres campesinos victimizados a una multinacional sin corazón. Y no es que los campesinos no sean pobres y que la cuestión no envuelva de hecho
FICA 44
do sueco Fredrik Gertten, que levou
o prêmio do júri popular, e Um negócio
fl orescente, do holandês Ton van
Zantvoort.
O primeiro retrata o julgamento de
ações judiciais movidas nos Estados
Unidos por trabalhadores rurais
nicaraguenses contra a gigante
multinacional Dole Foods, em função
de sua suposta contaminação e
problemas de saúde decorrentes do
uso indiscriminado de pesticidas em
plantações de banana. O segundo
denuncia as precárias condições de
trabalho e impactos ambientais do
cultivo de fl ores por multinacionais
europeias no Quênia.
Bananas!* é um documentário
caudatário do clássico formato de fi lmes
de tribunal e se assume como tal. Em
seu maniqueísmo reducionista retrata
uma luta de Davi contra Golias, opondo
os pobres camponeses vitimizados a
uma multinacional sem coração. E não
que os camponeses não sejam pobres
e que a questão não envolva de fato
atores com poder desproporcional,
mas o quadro é certamente mais amplo
e a redução resulta questionável, em
se tratando de um documentário.
E o governo da Nicarágua? Por que
as instituições daquele país não
conseguem assegurar os direitos dos
bananeiros? E nós, consumidores,
que compramos bananas baratas
independentemente daquilo que seu
processo produtivo envolve? A questão
é bem mais complexa que esse embate
reducionista em que nós, espectadores,
alheios a tudo o mais, inclusive à
nossa responsabilidade individual
como consumidores, nos alinhamos
com os trabalhadores rurais contra os
maus capitalistas. Ademais, de forma
surpreendente, o fi lme é concluído com
letreiros nos informando que as vitórias
dos bananeiros na corte californiana
foram revertidas e que a Dole processa
hoje o advogado dos camponeses por
fraude na produção de evidências. Para
mim, o fi lme termina com sensação de
desconforto e questões não respondidas.
Um negócio fl orescente, por sua vez,
apesar de apresentar um efi ciente uso
de entrevistas e personagens, também
traça um quadro em que as lacunas
acabam maiores do que a tese que se
tenta sustentar. Mais uma vez, é certo
que há problemas e abusos da parte das
empresas, mas muitas coisas essenciais
fi cam por explicar, inclusive o fato de
que alguns dos personagens perderam
seus empregos após as fi lmagens. Teria
sido por causa do fi lme? E quem são
essas multinacionais? Mais uma vez,
onde nos situamos nós, consumidores?
Alinhados com os miseráveis
protagonistas do fi lme, podemos
permanecer confortavelmente alheios
a nosso lugar nessa estranha cadeia de
eventos engendrada pelo capitalismo
global, que une um inocente buquê de
Artigo Article Artículo
FICA 45
of ensuring the rights of the banana workers? And what about us, consumers who buy cheap bananas regardless of what their production process involves? The question is rather more complex than this reductionist struggle in which we, spectators, oblivious to everything else, including our individual responsibility as consumers, join rural workers against evil capitalists. Moreover, surprisingly, the fi lm concludes with texts informing us that the victories of the banana workers in the California court were reversed and that Dole is actually fi ling a lawsuit against the peasants’ lawyer for fraud in the production of evidence. For me, the fi lm ends with a feeling of discomfort and unanswered questions.
A Blooming Business, in turn, despite an effi cient use of interviews and characters, also paints a picture in which the gaps turn out to be larger than the thesis it tries to sustain. Again, it is true that there are problems and abuses from companies, however many essential issues are left unexplained, including the fact that some of the characters have lost their jobs after the shooting. Was it the movie? And who are those multinationals? Again, where are we, the consumers? By standing up for the miserable protagonists of the fi lm, we can remain comfortably oblivious to our place in this strange chain of events engendered by global capitalism that links an innocent bouquet of fl owers on Valentine’s Day in Amsterdam to the scarcity of fi sh in a Kenyan lake.
Interestingly, the grand prize winner, the Chinese Heavy Metal, by Jin Huaqing, can also be considered an accusation fi lm, though its narrative structure places it in a fi eld opposite to the latter examples. The fi lm portrays the daily lives of Chinese workers dedicated to dismantling electronic scraps, following various characters and their families, who live a life of extreme poverty. Silently, by means of short and harsh texts, we are informed of the number of workers involved in this task and the quantities of waste recycled. Through a severe and moving staging, we follow the characters’ everyday life and listen to their dilemmas.
Gradually, a broad and appalling social and environmental panorama of China raises as background. At the proscenium, everyday life, melancholy and generational confl icts. In one of the families, the father, deep in debt after paying for his two sons’ wedding, fi nds himself working on
actores con poder desproporcionado, pero el cuadro es verdaderamente más amplio y la reducción resulta cuestionable se tratándose de un documental. ¿Y el gobierno de Nicaragua? ¿Por que las instituciones de ese país no se preocupan de asegurar los derechos de los bananeros? ¿Y nosotros, los consumidores, que compramos bananas baratas independientemente de aquello que su proceso productivo envuelve? La cuestión es bastante más compleja que ese embate reduccionista en que nosotros, espectadores, ajenos a todo lo demás, inclusive a nuestra responsabilidad individual como consumidores, nos aliamos a los trabajadores rurales contra los malos capitalistas. Además, de forma sorprendente, la película concluye con letreros informándonos que las victorias de los bananeros en la corte californiana fueron revertidas y que la Dole procesa hoy al abogado de los campesinos por fraude en la producción de evidencias. Para mí, la película termina con sensación de desagrado y cuestiones no respondidas.
Un negocio fl oreciente, a su vez, a pesar de un efi ciente uso de entrevistas y personajes, también traza un cuadro en que las lagunas acaban siendo mayores que la tesis que se trata de sustentar. Una vez más, es cierto que hay problemas y abusos de parte das empresas, pero muchas cosas esenciales quedan sin explicar, inclusive el hecho de que algunos de los personajes perdieron sus empleos después de las fi lmaciones. ¿Habrá sido por causa de la película? ¿Y quienes son esas multinacionales? Una vez más, ¿donde nos situamos nosotros, consumidores? Unidos a los miserables protagonistas de la película, podemos permanecer confortablemente ajenos a nuestro lugar en esa extraña cadena de eventos engendrada por el capitalismo global que une un inocente bouquet de fl ores en un día de enamorados en Ámsterdam a la escasez de peces en un lago keniano.
Curiosamente, el vencedor del gran premio, el chino Metal pesado, de Huaqing Jin, también puede ser considerada una película de denuncia, pero su estructura narrativa lo coloca en un terreno opuesto al de esos ejemplos anteriores. La película retrata lo cotidiano de trabajadores chinos dedicados al desmantelamiento de chatarra electrónica, siguiendo varios personajes y sus familias, que llevan una vida de pobreza extrema. Sin locuciones, en letreros cortos y secos, somos informados del
FICA 46
fl ores num dia de namorados em
Amsterdã à escassez de peixes num lago
queniano.
Curiosamente, o vencedor do grande
prêmio, o chinês Metal pesado,
de Huaqing Jin, também pode ser
considerado um fi lme de denúncia,
mas sua estrutura narrativa o coloca
num terreno oposto ao desses dois
exemplos. O fi lme retrata o cotidiano
de trabalhadores chineses dedicados ao
desmantelamento de sucata eletrônica,
seguindo vários personagens e suas
famílias, que levam uma vida de pobreza
extrema. Sem locuções, em letreiros
curtos e secos, somos informados do
número de trabalhadores envolvidos
nesta tarefa e das quantidades de lixo
reciclado. Por meio de uma encenação,
ao mesmo tempo severa e comovente,
acompanhamos o cotidiano e ouvimos
os dilemas dos personagens.
Um amplo e estarrecedor panorama
social e ambiental da China se compõe
aos poucos como pano de fundo.
No proscênio, cotidiano, melancolia
e confl itos geracionais. Numa das
famílias, o pai se dedica ao trabalho
com sucata em função das dívidas
contraídas para custear o casamento
de dois fi lhos. Na outra, uma mãe se
angustia diante de suas obrigações
tradicionais quando o fi lho começa um
namoro e anuncia que se casará.
Ao invés de afi rmações, perguntas e
dúvidas. No lugar de apontar, dar a ver
um quadro amplo. Tempos mortos,
silêncios e banalidades intensifi cam o
incômodo do espectador e os pontos
de interrogação, enquanto a China toda
pulsa por trás do fi lme. Ao fi nal, saímos
perplexos e gratos por sermos tratados
como seres inteligentes. Ao invés das
lacunas de um Bananas!* e de um
Negócio fl orescente, em Metal pesado
puxa-se um fi o e nos deparamos com
todo um país.
Terá mudado o FICA a produção de
fi lmes ambientais ou, de forma mais
ampla, nossa maneira de enxergarmos
a questão ambiental? Talvez os três.
Consolidado como festival, o FICA hoje
atrai cineastas de alto quilate. De outro
lado, a maior complexidade da questão
ambiental, quem sabe, parece torná-la
tema interessante também para esses
bons realizadores. Por fi m, deve ter
mudado naturalmente nossa visão de
um problema que carece, quiçá mais que
todos, de um olhar menos simplório e
ingênuo.
Artigo Article Artículo
Terá mudado o FICA a produção de fi lmes
ambientais ou, de forma mais ampla, nossa
maneira de enxergarmos a questão ambiental?
FICA 47
a scrap. In another one, a mother anguishes before her traditional obligations when her son announces he is getting married.
Instead of statements, questions and doubts. Instead of pointing, a broad picture is shown. Dead moments, silence and common places intensify the discomfort of the viewer and his interrogations, while whole China beats behind the fi lm. In the end, we leave feeling bewildered and grateful for being treated as intelligent beings. Instead of the shortcomings of Bananas!* and A Blooming Business, in Heavy Metal a string is pulled up and we come across an entire country.
Has Fica changed the fi lm production environment or, more broadly, our way of seeing the environmental issue? Maybe the three. Consolidated as a festival, today FICA attracts high-caliber fi lmmakers. On the other hand, the increasing complexity of environmental issues seems to make it an interesting topic for those good directors as well. Finally, it might have naturally changed our vision of a problem that needs, perhaps more than all the others, a look less simplistic and naive.
número de trabajadores envueltos en esta tarea y de las cantidades de basura reciclada. Por medio de una escenifi cación, al mismo tiempo severa y conmovedora, acompañamos el día a día y oímos los dilemas de los personajes.
Un amplio y aterrorizador panorama social y ambiental de la China se compone de a pocos como plano de fondo. En el palco, cotidiano, melancolía y confl ictos generacionales. En una de las familias, el padre se dedica al trabajo con chatarra en función de las deudas contraídas para costear el casamiento de dos hijos. En la otra, una madre se angustia frente a sus obligaciones tradicionales cuando el hijo comienza un noviazgo y anuncia que se casará.
Al contrario de afi rmaciones, preguntas y dudas. En lugar de señalar, muestra un cuadro amplio. Tiempos muertos, silencios y banalidades intensifi can la incomodidad del espectador y los signos de interrogación, mientras China toda late por detrás de la película. Al fi nal, salimos perplejos y agradecidos por haber sido tratados como seres inteligentes. Al revés de las lagunas de un Bananas!* y de un Negocio fl oreciente, en Metal pesado se tira de un hilo y nos deparamos con todo un país.
¿Habrá cambiado el FICA la producción de películas ambientales o, de forma más amplia, nuestra manera de ver la cuestión ambiental? Tal vez los tres. Consolidado como festival, el FICA hoy atrae cineastas de alto quilate. Por otro lado, la complejización de la cuestión ambiental, quien sabe, parece volverla tema interesante también para esos buenos realizadores. Por fi n, debe haber cambiado naturalmente nuestra visión de un problema que carece, quizás más que todos, de una mirada menos simple e ingenua.
“Has FICA changed the fi lm production environment or, more broadly, our way of
seeing the environmental issue?”
“¿Habrá cambiado el FICA la producción de películas ambientales o, de forma más amplia, nuestra manera de ver la cuestión ambiental?”
FICA 48
Antônio Poteiro
Panorama Scene Panorama
The stage of Antônio Poteiro El palco de Antônio Poteiro
O palco de
FICA 49
Artista plástico goiano falecido em junho deixa lacuna no mundo cultural e um acervo que ensina o afeto e um modo sereno de viver Texto: Miguel Jorge Fotos: Rui Faquini
Artist who died in June leaves a gap in the cultural world and
a collection that teaches aff ection and a peaceful way of living
Artista plástico goiano fallecido en junio deja vacío en el mundo
cultural y un acervo que enseña el afecto y un modo sereno de vivir
FICA 50
Panorama Scene Panorama
FICA 51
FICA 52
Panorama Scene Panorama
FICA 53
FICA 54
Panorama Scene Panorama
FICA 55
FICA 56
Panorama Scene Panorama
FICA 57
FICA 58
Panorama Scene Panorama
FICA 59
FICA 60
Panorama Scene Panorama
Nenhuma criação artística se compara
ou se iguala a outra. É um momento
único, individual, próprio de cada artista.
Aí, neste particular, entram os gestos, as
histórias, a ascensão, a luz, as paisagens,
as vivências, tudo isso moldado por uma
linguagem original numa espécie de
adequação à personalidade do pintor.
No caso de Antônio Poteiro, acrescento
ainda o poder da liberdade, mesmo
quando tudo é colocado em xeque: a
vida, o universo, as religiões, o folclore,
as histórias de infância, a natureza,
as guerras, a sociedade, as pequenas
bagatelas do cotidiano, sem excessos,
numa surpreendente riqueza criativa. O
mundo era o palco de Antônio Poteiro,
onde o artista inseria seus personagens,
por vezes rudes, por vezes infantis,
místicos, mas sempre harmonizados
por uma intensidade de luz e de cores
como defi nição do afeto que ele nutria
pelo Planalto Central. Aí o temos em
sua plenitude criativa. Os sentimentos
de amor por sua arte o fi zeram rodar o
mundo e, dentro de sua simplicidade
quase infantil, ministrou aulas de
conhecimento com o barro, as telas,
as tintas, os sertões, as paisagens,
uma sabedoria que chamo de quase
ancestral vinculada ao traço notável dos
tempos modernos. Paixão carregada
de sutilezas, ou o encantamento pelas
coisas simples da vida: cirandas, rodas,
crianças, circos, palhaços, como se
ele se orientasse pelo pensamento
de um mágico. Que não se pense em
lógica ou matemática. Conta-se, isto
sim é verdadeiro, com a emoção à
fl or da pele. O arquiteto cênico e o
pintor-escultor-desenhista-retratista-
aquarelista-gravurista, contador de
histórias a buscar sempre diferentes
propostas e caminhos com riqueza e
intensidade de detalhes.
Havia algo de espiritual em seu modo
de existir, de ver as coisas, o mundo,
as pessoas. Chamá-lo de iluminado
FICA 61
talvez seja pouco ou incipiente. Quando
alguém perguntar “quem é Antônio
Poteiro?”, será inevitável dizer: um belo
artista plástico. Ou mais que isso: um
artista dotado de uma fi losofi a pessoal,
um místico de fábula, um homem que
pintava quadros e, ao fazê-lo, descrevia a
origem do mundo e as orientações sobre
as quais se desenvolveu a humanidade.
Em suas últimas séries notamos uma
recorrência de temática. Diferentes
modalidades do que já existia em sua
obra, como se fossem desdobramentos
em um mesmo espaço. Ou uma
recorrência ao agrado de seus olhos,
trabalho feito com maior intensidade,
gerado sempre no prazer de pintar:
Mundo I, II, e III, Cirandas, Cavalhadas,
Ciranda de Estrelas, Cristo Maracujá,
Flores. Um desdobramento de diálogos
com as séries anteriores, onde as fi guras,
em planos diversos, produzem efeitos
refl exivos à moda de espelhos. São obras
que discutem amplamente a natureza,
após oferecer as possibilidades de novas
variações de formas, volume e cores.
Uma arte dominante, a que se apresenta
aos nossos olhos, com percepção
aguçada dos valores culturais merece
ser preservada como um conjunto
de ideias vivas de um pintor do nosso
tempo. Para isso seria notável a
criação do Museu Antônio Poteiro,
reconhecidamente necessário à
memória de nossas artes plásticas, antes
que o belo acervo deixado por ele se
perca no tempo. Fica aqui registrado
o primeiro grito de alerta para a
preservação do nome de um artista que
não teve outra preocupação na vida a
não ser ensinar, através de suas telas, o
afeto e um modo sereno de viver.
Miguel Jorge é poeta, escritor, dramaturgo, ocupa a cadeira número 8 da Academia Goiana de Letras e integra os quadros da Associação Brasileira de Críticos de Arte e da Associação Internacional de Críticos de Arte
FICA 62
*Miguel Jorge is a poet, writer, playwriter, who holds chair number 8 of the Academia Goiana de Letras. He is member of Associação Brasileira de Críticos de Arte and of Associação Internacional de Críticos de Arte.
Panorama Scene Panorama
No artistic creation compares or equates to another. It is a unique and individual moment, inherent to each artist. There, particularly, take part the gestures, the stories, the rise, the light, the landscapes, the experiences, all framed by an original language into a kind of fi t with the personality of the painter.
In the case of Antônio Poteiro I still add the power of freedom, even when everything is put in check: life, the universe, religions, folklore, stories of childhood, nature, war, society, small trifl es of everyday life, without excesses, in a surprising creative wealth. The world was a stage for Antônio Poteiro, where the artist introduced his characters sometimes crude, sometimes infantile, mystic, but always harmonized by a light and color intensity as a defi nition of the aff ection he had for Brazilian Central Plateau. There we fi nd him in his creative fullness. The feelings of love for his art made him turn the world and within its simplicity, almost childlike, he taught knowledge with the clay, canvas, paints, sertões, landscapes, a wisdom that I call almost ancestral linked to the remarkable feature of modern times. Passion fi lled with deceit or enchantment by the simple things in life: cirandas (children’s round dance), danças de roda (circle dance), children, circus, clowns, as if he was guided by the thought of a magician. One must not think in logic or math. One relies on the skin deep emotion, this much is true. The architect and scenic designer, painter-sculptor-draftsman-portrayer-watercolorist-printmaker, storyteller ever to seek diff erent proposals and ways with richness and detail.
There was something spiritual in his way of being, of
seeing the world, people. Calling him enlightened, may be little or incipient. When someone asks “Who is Antônio Poteiro?” inevitably one would say: a plastic artist, or more than that: a gifted artist with a personal philosophy, a fable mystic, a man who paints pictures and, in doing so, describes the origin of the world and the guidelines on which humanity has evolved.
In his latest series, we have noticed a recurrent theme. Diff erent modalities of what already existed in his work, like developments in the same space. Or a recurrence to the delight of his eyes, a work done with greater intensity, always created by the pleasure of painting: Mundo I, II, and III, Cirandas, Cavalhadas, Ciranda de Estrelas, Cristo Maracujá, Flores. A development of conversation with the previous series, where fi gures in diff erent planes produce refl ective eff ects like mirrors. Broadly discussing nature after off ering the potential for additional variations of shapes, size and color.
It is time we quickly think about establishing the Antônio Poteiro Museum, recognizably necessary to the memory of the fi ne arts, before the beautiful collection left by him is lost in time. Herewith, the fi rst cry of alert for the preservation of the name of an artist who had no other concern in life but to teach, through his paintings, the aff ection and a serene way of living.
FICA 63
*Miguel Jorge es poeta, escritor, dramaturgo, ocupa la silla número 8 de la Academia Goiana de Letras e integra los cuadros de la Asociación Brasileña de Críticos de Arte y de la Asociación Internacional de Críticos de Arte.
Ninguna creación artística se compara o se iguala a otra. Es un momento único, individual, propio de cada artista. Ahí, en este particular, entran los gestos, las historias, la ascensión, la luz, los paisajes, las vivencias, todo eso moldeado por un lenguaje original en una especie de adecuación a la personalidad del pintor.
En el caso de Antônio Poteiro agrego aún el poder de la libertad, aún cuando todo es colocado en jaque: la vida, el universo, las religiones, el folklore, las historias de infancia, la naturaleza, las guerras, la sociedad, las pequeñas cosas de lo cotidiano, sin excesos, en una sorprendente riqueza creativa. El mundo era el escenario de Antônio Poteiro, donde el artista insertaba sus personajes, a veces rudos, a veces infantiles, místicos, pero siempre armonizados por una intensidad de luz y de colores como defi nición del afecto que él nutría por el Planalto Central de Brasil. Ahí lo tenemos en su plenitud creativa. Los sentimientos de amor por su arte lo hicieron rodar por el mundo y, dentro de su simplicidad, casi infantil, dio clases de conocimiento con el barro, las telas, las pinturas, los sertões, los paisajes, una sabiduría que llamo de casi ancestral vinculada al trazo notable de los tiempos modernos. Pasión cargada de sutilezas, o el encantamiento por las cosas simples de la vida: rondas, ruedas, niños, circos, payasos, como si él se orientase por el pensamiento de un mago. Que no se piense en lógica o matemática. Se cuenta, esto sí es verdadero, con la emoción a fl or de piel. El arquitecto escénico y el pintor-escultor-dibujante-retratista-acuarelista-grabador, contador de historias buscando siempre diferentes propuestas y caminos con riqueza e intensidad de detalles.
Había algo de espiritual en su modo de existir, de ver las cosas, el mundo, las personas. Llamarlo de
iluminado tal vez sea poco o incipiente. Cuando alguien pregunta “¿quién es Antônio Poteiro?”, sería inevitable decir: un bello artista plástico; o más que eso: un artista dotado de una fi losofía personal, un místico de fábula, un hombre que pinta cuadros y, al hacerlo, describe el origen del mundo y las orientaciones sobre las cuales se desarrolló la humanidad.
En sus últimas series notamos una recurrencia de temática. Diferentes modalidades de lo que ya existía en su obra, como si fuesen desdoblamientos en un mismo espacio. O una recurrencia al agrado de sus ojos, trabajo hecho con mayor intensidad, generadas siempre en el placer de pintar: Mundo I, II, y III, Cirandas, Cavalhadas, Ciranda de Estrelas, Cristo Maracujá, Flores. Un desdoblamiento de diálogos con las series anteriores donde las fi guras, en planos diversos, producen efectos refl exivos como si fueran espejos. Discutir ampliamente la naturaleza después de ofrecer las posibilidades de nuevas variaciones de formas, volumen y colores.
Esperemos que nuestros gobiernos y empresarios piensen en instituir rápidamente el Museo Antônio Poteiro, reconocidamente necesario para la memoria de nuestras artes plásticas, antes de que el bello acervo dejado por él se pierda en el tiempo. Queda aquí registrado el primer grito de alerta para la preservación del nombre de un artista que no tuvo otra preocupación en la vida que no fuera la de enseñar, a través de sus telas, el afecto y un modo sereno de vivir.
FICA 64
Mosaico Mosaico MosaicFabrícia Hamu
Arte que vem do lixo Art from the trash
Arte que viene de la basura
Monitores, micro-ondas, celulares,
baterias e computadores transformados
em peças de arte fi zeram parte da
exposição E-Lixo, montada na Cidade
de Goiás. A exposição teve o intuito de
alertar a população e os participantes do
XII FICA para o destino do lixo tecnológico.
O artista plástico e professor da Escola de
Artes Visuais da Agepel, Alexandre Liah
quis mostrar que, apesar dos avanços,
a tecnologia, se não tratada de forma
consciente, aumenta, e muito, a poluição
do planeta.
A exposição informou ainda sobre
substâncias tóxicas que compõem os
equipamentos eletrônicos, como os
metais prata, ouro e cobre, acrílico e
elementos químicos. A natureza leva
centenas de anos para decompor
este lixo e enquanto isto o subsolo vai
sendo contaminado pela radioatividade
que carregam. “Basta uma pilha para
contaminar um metro quadrado de solo.
Imagine o que acontece, então, com
o material que não recebe tratamento
adequado?”, lembra Liah.
Monitors, microwaves, cell phones, batteries and computers turned into pieces of art were part of the E-Junk exhibition put on in the city of Goiás. The exhibition intended to alert the population and the participants of the 12th FICA for the disposal of technological waste. The artist and professor at the School of Fine Arts of Agepel, Alexander Liah wanted to show that despite the advances, the technology, if not treated consciously increases, and much, the pollution of the planet. The exhibition also informed about toxic substances that make up electronic equipments, such as metals and other chemical elements. Nature takes hundreds of years to decompose this waste while the underground is contaminated by radioactivity they contain. “Just a battery is enough to infect one square meter of soil. Imagine what happens then with the stuff that is not properly disposed of?”, recalls Liah.
Monitores, microondas, celulares, baterías y computadores transformados en piezas de arte hicieron parte de la exposición E-Lixo, montada en la ciudad de Goiás. La exposición tuvo el propósito de alertar a la población y los participantes del XII FICA sobre el destino de la basura tecnológica. El artista plástico y profesor de la Escuela de Artes Visuales de la Agepel, Alexandre Liah, quiso mostrar que, a pesar de los avances, la tecnología, si no es tratada de forma conciente, aumenta, y mucho, la contaminación del planeta. La exposición informó aun sobre sustancias tóxicas que componen los equipamientos electrónicos, como los metales y elementos químicos. La naturaleza lleva centenas de años para descomponer esta basura y mientras tanto el subsuelo va siendo contaminado por la radioactividad que cargan. “Es sufi ciente una pila para contaminar un metro cuadrado de suelo. Imagine lo que sucede, entonces, con el material que no recibe tratamiento adecuado”, recuerda Liah.
Exposição informou sobre substâncias
tóxicas que compõem os equipamentos
eletrônicos
Exhibition informed about toxic substances that make up the electronic equipment
Exposición informó sobre sustancias tóxicas que componen los equipamientos electrónicos
Mauro Júnio
FICA 65
Anjos dos dejetos Garbage angels
Angeles de los deyectos
O curta Les anges déchets (Os anjos
dos dejetos), do diretor Pierre Trudeau
(Canadá, 2008), conquistou o público e
crítica do FICA. A obra recebeu a Menção
Honrosa do júri por sua forma gráfi ca e
inusitada aproximação ao problema do
lixo. A história emociona pela delicadeza
das formas e também pelos personagens.
Cadeiras, guarda-chuvas, latas de
conserva e até mesmo um violão buscam
um lugar ao sol, em meio a um enorme
depósito de lixo. Uma boa maneira de
refl etirmos sobre a questão da geração de
resíduos e da destinação dada a eles.
The short fi lm Les anges déchets (Garbage Angels ), from the director Pierre Trudeau (Canada, 2008), captivated the audiences and critics of FICA. The work received the Honorable Mention of the jury for its graphic design and unusual approach to the problem of garbage. The story is touching by the delicacy of the forms and also by the characters. Chairs, umbrellas, cans and even a guitar looking for a place in the sun, amid a huge garbage dump. A good way to think about the issue of waste we produce and the way of disposing of it.
Chairs, umbrellas, cans and even a guitar looking for a place in the sun
Sillas, paraguas, latas de conserva y hasta una guitarra buscan un lugar al sol
El corto Les anges déchets (Los ángeles de los deyectos), del director Pierre Trudeau (Canadá, 2008), conquistó al público y crítica del FICA. La obra recibió la Mención Honrosa del jurado por su forma gráfi ca e inusitada aproximación al problema de la basura. La historia emociona por la delicadeza de las formas y también por los personajes. Sillas, paraguas, latas de conserva y hasta una guitarra buscan un lugar al sol, en medio de un enorme depósito de basura. Una buena manera de refl exionar sobre la cuestión de la generación de residuos y el destino que les damos.
Cadeiras, guarda-chuvas, latas de
conserva e até mesmo um violão
buscam um lugar ao sol
FICA 66
Mosaico Mosaico Mosaico
Made in Goiás Made in Goiás
Made in Goiás
O artesanato produzido pelos artistas da
Cidade de Goiás encantou os visitantes
do FICA. As pinturas, esculturas, panelas
e outras peças com motivos ambientais
(animais, matas, rios, cachoeiras),
arquitetônicos (o casario da cidade) e
religiosos (as igrejas) fi zeram com que
muitos participantes de outros Estados
e países voltassem de sacolas cheias
para casa. Os artefatos de barro fi zeram
grande sucesso, com destaque para os
vasos e, principalmente, as telhas usadas
para servir o famoso peixe na telha, uma
das mais apreciadas receitas da culinária
goiana.
The crafts produced by the artists of the City of Goiás enchanted FICA’s visitors. The paintings, sculptures, pots and other items with environmental motifs (animals, forests, rivers, waterfalls), architectural (the houses of the city) and religious (churches) have caused many participants from other States and countries to return home with full bags. The artifacts of clay were very successful, especially the vessels, and above all the roof tiles used to serve the famous fi sh in the tile, one of the most popular recipes on Goias
Las artesanías producidas por los artistas de la ciudad de Goiás encantaron a los visitantes del FICA. Las pinturas, esculturas, ollas y otras piezas con motivos ambientales (animales, selvas, ríos, cascadas), arquitectónicos (el caserío de la ciudad) y religiosos (las iglesias) hicieron que muchos participantes de otros Estados y países volviesen llenos de paquetes a su casa. Los artefactos de barro tuvieron gran éxito, destacándose los fl oreros y, principalmente, las tejas usadas para servir el famoso pescado en la teja, una de las más apreciadas recetas de la culinaria de Goiás.
Artifacts of clay were very successful, especially the vessel
Artefactos de barro tuvieron gran éxito, destacándose los fl oreros
Artefatos de barro fi zeram grande
sucesso, com destaque para os vasos
Mauro Júnio
FICA 67
Marrom forever Marrom forever
Marrón forever
Alcione mostrou no XII FICA por que é
considerada uma das maiores intérpretes
de samba do Brasil. Em seu show
durante o evento, encantou o público
com energia e disposição de sobra,
apresentando grandes sucessos como
Não deixe o samba morrer, Sufoco,
Gostoso veneno, Rio antigo, Nem morta
e Garoto maroto. Entusiasmada, a plateia
cantou e dançou, respondendo com a
alegria aos chamados da eterna Marrom,
apelido que Alcione ostenta com orgulho
há anos. Segundo a cantora, o show
foi especial e enriquece ainda mais sua
sólida carreira, de quase quatro décadas
de música.
Alcione showed in the 12th FICA why she is considered one of the greatest interpreters of samba of Brazil. On her show during the event, she enchanted the audience with energy and enthusiasm to spare, singing big hits such as Não deixe o samba morrer, Sufoco, Gostoso veneno, Rio antigo, Nem morta e Garoto maroto With enthusiasm, the audience sang and danced, reacting joyfully to the encouragements of the eternal Marrom, a nickname Alcione has proudly been using for years. According to the singer, the show was special and further enriched her solid career of nearly four decades of music.
Em seu show, Alcione encantou o público
com energia e disposição de sobra
On her show, Alcione enchanted the audience with energy and enthusiasm to spare
En su show, Alcione encantó al públicocon energía y disposición de sobra
Alcione mostró en el XII FICA por que es considerada una de las mayores intérpretes de samba del Brasil. En su show durante el evento, encantó al público con energía y disposición de sobra, presentando grandes éxitos como Não deixe o samba morrer, Sufoco, Gostoso veneno, Rio antigo, Nem morta y Garoto maroto. Entusiasmada, la platea canto y bailó, respondiendo con alegría al llamado de la eterna Marrón, apodo que Alcione ostenta con orgullo hace años. Según la cantante, el show fue especial y enriquece aun más su sólida carrera, de casi cuatro décadas de música.
Silvio Quirino
FICA 68
Festivais de cinema ambiental Agosto 2010
Bruno Hermano
O festival: É promovido pela Associação Montanha e Cultura e tem o objetivo de aproximar a comunidade esportiva da população local da região do Parque Nacional de Huascarán. Além da mostra cinematográfi ca, são realizadas exposições e atividades de esporte de aventura. A região apresenta geografi a espetacular para a prática de esportes de aventura, como escaladas extremas. O festival também visa destacar a importância da ecologia, meio ambiente, preservação das montanhas e natureza.
Circuito Circuit Circuito
Environmental fi lm festivals - August 2010
Festivales de cine ambiental - Agosto 2010
The festival: It is sponsored by the Associação Montanha e Cultura and aims to bring the sports community of the local region of the Huascaran National Park. Apart from fi lm shows, exhibitions and activities are held for adventure sport. The region has a spectacular geography to practice adventure sports such as extreme climbs. The festival also aims to highlight the importance of ecology, environment, preservation of the mountains and nature.
El festival: Es promovido por la Asociación Montaña y Cultura y tiene el objetivo de aproximar la comunidad deportiva a la población local de la región del Parque Nacional de Huascarán. Además de la muestra cinematográfi ca, son realizadas exposiciones y actividades de deporte de aventura. La región presenta una geografía espectacular para la práctica de deportes de aventura, como escaladas extremas. El festival también busca destacar la importancia de la ecología, medio ambiente, preservación de las montañas y naturaleza.
Topanga Film Festival
Quando: 19 a 22 de agosto
Onde: Topanga, Califórnia
Edição: 6ª
Site: www.topangafi lmfestival.com
O festival: Realizado no Topanga Canyon, entre as montanhas de Santa Mônica, é dedicado à exibição de fi lmes independentes e experimentais. Apesar de não ser um festival específi co de cinema ambiental, nesta edição contará com uma mostra paralela chamada Plano B, com projetos cinematográfi cos focados em soluções para os desafi os ambientais do planeta.
The festival: Held in Topanga Canyon, which lies between the mountains of Santa Monica, is dedicated to showing independent and experimental fi lms. Although it is not a specifi c environmental fi lm festival, this edition will feature a parallel exhibition called Plan B, which will present only fi lm projects focused on solutions to the planet’s environmental challenges.
El festival: Realizado en el Topanga Canyon, que está entre las montañas de Santa Mónica, está dedicado a la exhibición de películas independientes y experimentales. A pesar de no ser un festival específi co de cine ambiental, en esta edición contará con una muestra paralela llamada Plano B, que presentará solamente proyectos cinematográfi cos enfocados en soluciones para los desafíos ambientales del planeta.
Inkafest – Festival de Cinema de MontanhaQuando: 17 a 22 de agosto
Onde: Huaraz, Peru
Edição: 6ª
Site: www.inkafest.com
FICA 69
Kathmandu International Mountain Film Festival (KIMFF)
Inscrições: até 15 de agosto
Quando: 9 a 13 de dezembro
Onde: Katmandu, Nepal
Edição: 8ª
Site: www.kimff .org
O festival: Explora as diversas formas de relação entre o homem e as montanhas. Realizado na cidade de Katmandu, considerada o coração cosmopolita da região do Himalaia, o festival visa promover uma melhor compreensão das experiências humanas, bem como das realidades sociais e culturais nas terras altas do mundo. Cerca de 40 fi lmes serão selecionados para o KIMFF 2010. Cineastas do Nepal terão a oportunidade de participar do Nepal Panorama, uma mostra separada com o objetivo de promover fi lmes nepali em todos os gêneros.
The festival: Explores the various forms of relationship between man and the mountains. Held in the city of Kathmandu, considered the cosmopolitan heart of the Himalayan region, the festival aims to promote a better understanding of human experiences, as well as social and cultural realities in the highlands of the world. About 40 fi lms will be selected for KIMFF 2010. Filmmakers of Nepal will have the opportunity to participate in Nepal Panorama, a separate show with the aim of promoting Nepali movies in all genres.
El festival: Explora las diversas formas de relación entre el hombre y las montañas. Realizado en la ciudad de Katmandu, considerada el corazón cosmopolita de la región del Himalaya, el festival busca promover una mejor comprensión de las experiencias humanas, así como de las realidades sociales y culturales en las tierras altas del mundo. Cerca de 40 películas serán seleccionadas para KIMFF 2010. Cineastas del Nepal tendrán la oportunidad de participar del Nepal Panorama, una muestra separada con el objetivo de promover películas nepalesas en todos los géneros.
Cine Eco – Festival Internacional de Cinema e Video Ambiental da Serra da Estrela
Inscrições: até 31 de agosto
Quando: 16 a 23 de outubro
Onde: Seia, Serra da Estrela, Portugal
Edição: 16ª
Site: www.cineeco.org
O festival: É aberto a concorrentes nacionais e estrangeiros, profi ssionais e amadores. O objetivo é valorizar a ecologia e a cultura, bem como promover o turismo na Serra da Estrela e a preservação do meio ambiente. Serão aceitas obras que tenham como tema o meio ambiente. Atenção especial será reservada ao audiovisual (cinema e vídeo) da Lusofonia, produzido em países de língua portuguesa, através da instituição de um prêmio especial.
The festival: It is open to domestic and foreign competitors, professionals and amateurs. The goal is to enhance ecology and culture as well as to promote tourism in the Serra da Estrela and the preservation of the environment. Works whose theme is the environment will be accepted. Special attention will be given to the audiovisual works (fi lm and video) from Lusofonia, produced in Portuguese-speaking countries through the establishment of a special prize.
El festival: Está abierto a participantes nacionales y extranjeros, profesionales y afi cionados. El objetivo es valorizar la ecología y la cultura, así como promover el turismo en la Serra da Estrela y la preservación del medio ambiente. Serán aceptadas obras que tengan como tema el medio ambiente. Atención especial será reservada al audiovisual (cine y video) de Lusofonía, producido en países de lengua portuguesa, a través de la institución de un premio especial.
FICA 70
Circuito Circuit Circuito
Banff Mountain Film Festival
Inscrições: até 3 de agosto
Onde: Banff , Canadá
Quando: 30 de outubro a 7 de novembro
Edição: 32ª
Site: www.banff centre.ca/ mountainculture
O festival: Com 31 anos de tradição, é considerado o maior e um dos mais prestigiados festivais de cinema de montanha do mundo. O Banff Mountain Film Festival é apresentado pela National Geographic e Bootmakers Dunham. Exibe fi lmes de todo o mundo e em suas últimas edições teve público superior a 170 mil pessoas. O evento conta com participação de adeptos de esportes de montanha. Os fi lmes selecionados terão a oportunidade de ser apresentados na série de televisão Banff Mountain Film Festival.
The festival: With 31 years of tradition, is considered one of the largest and most prestigious mountain fi lm festivals in the world. Banff is presented by National Geographic and Bootmakers Dunham. It displays movies from around the world and in its latest editions reached an audience exceeding 170 000 people. The event is attended by mountaineers and mountain sports enthusiasts. Films selected will have the opportunity to be shown on the television series Banff Mountain Film Festival.
El festival: Con 31 años de tradición, es considerado el mayor y uno de los más prestigiosos festivales de cine de montaña del mundo. Banff es presentado por la National Geographic y Bootmakers Dunham. Exhibe películas de todo el mundo y en sus últimas ediciones tuvo un público superior a 170 mil personas. El evento cuenta con la participación de adeptos a los deportes de montaña. Las películas seleccionadas tendrán la oportunidad de ser presentadas en la serie de televisión Banff Mountain Film Festival.
Inscrições: até 1º de agosto
Quando: 23 a 27 de novembro
Onde: São Petersburgo, Rússia
Edição: 15ª
Site: www.infoeco.ru/greenvision
O festival: É organizado anualmente pelo Comitê de Proteção Ambiental e Segurança Ecológica de São Petersburgo. A história do Green Vision remonta a 1996, quando foi realizado pela primeira vez. O principal objetivo foi levar os melhores fi lmes ambientais produzidos no mundo para os espectadores russos e estimular a produção local de cinema ambiental.
The festival: It is organized annually by the Committee for Environmental Protection and Ecological Safety of St. Petersburg. The history of the Green Vision dates back to 1996 when it was fi rst held. The main objective was to bring the best environmental fi lms produced in the world to Russian viewers and stimulate the local production of environmental fi lm.
El festival: Es organizado anualmente por el Comité de Protección Ambiental y Seguridad Ecológica de San Petersburgo. La historia del Green Vision remonta a 1996, cuando fue realizado por primera vez. El principal objetivo fue llevar las mejores películas ambientales producidas en el mundo a los espectadores rusos y estimular la producción local de cine ambiental.
Don’t miss the registration deadline No pierda el plazo de inscripción
Não perca o prazo de inscrição
Green Vision – Festival Internacional de Cinema Ambiental
FICA 71
Participei do FICA pela primeira vez
e volto para casa encantada com o
evento, a revista e a Cidade de Goiás.
Parabéns a todos.Sheena White – Vancouver, Canadá
Recebi a terceira edição da REVISTA DO FICA
junto com o material do festival e logo
corri atrás dos exemplares anteriores. É
linda e muito rica em informação.Patrícia Sales – Goiânia, Brasil
Cheguei perdida a Goiás e o guia da
revista me ajudou a descobrir as belezas
e particularidades da antiga capital.
Obrigada à equipe! Tânia César – Correntina (BA), Brasil
O talento dos artistas goianos merece
aplausos. Como estudante de Artes
Visuais, estou positivamente surpreso
com a riqueza da seção Panorama. Carlos Coimbra – São Paulo, Brasil
FICA na rede FICA on the net FICA en la red
Participe da REVISTA DO FICA conferindo o site (www.fi ca.art.br) ou seguindo o perfi l do festival no Twitter (twitter.com/XII_FICA). Envie também suas opiniões, sugestões e dúvidas para o e-mail revistadofi ca@fi ca.art.br. Confi ra abaixo algumas avaliações dos leitores sobre o primeiro número da REVISTA DO FICA:
Join FICA MAGAZINE by checking the site (www.fi ca.art.br) or following the festival profi le on Twitter (twitter.com / XII_FICA). Send your opinions, suggestions and questions to the revistadofi ca@fi ca.art.br. Here are some reviews from readers on the second edition of the magazine:
Participe de la REVISTA DEL FICA visitando el site (www.fi ca.art.br) o siguiendo el perfi l del festival en el Twitter (twitter.com/XII_FICA). Envíe también sus opiniones, sugestiones y dudas al e-mail revistadofi ca@fi ca.art.br. Vea a seguir algunas evaluaciones de los lectores sobre el segundo número de la revista:
Opiniões on line Opinions on line Opiniónes en la red
Par
ebi ece
g
ta evis
le
plau
O t
ap
de
.
de
dos
“Participé del FICA por primera vez y vuelvo a casa encantada con el evento, la revista y la ciudad de Goiás. Felicitaciones a todos.” Sheena White – Vancouver, Canadá
“Recibí la tercera edición de la Revista del FICA con el material del festival y enseguida fui atrás de los dos ejemplares anteriores. Es linda y muy rica en información.” Patrícia Sales – Goiania, Brasil
“Llegué perdida a Goiás y la guía de la revista me ayudó a descubrir las bellezas y particularidades de la antigua capital. ¡Gracias al equipo!” Tânia César – Correntina (BA), Brasil
“El talento de los artistas de Goiás merece aplausos. Como estudiante de Artes Visuales, estoy positivamente sorprendido con la riqueza de la sección Panorama.” Carlos Coimbra – San Pablo, Brasil
“I participated in FICA for the fi rst time and I come home delighted with the event, the magazine and the city of Goiás. Congratulations to all.” Sheena White – Vancouver, Canada
“I got the third edition of FICA Magazine along with material from the festival and then I immediately started chasing the two previous editions. It’s beautiful and very rich in information.” Patrícia Sales
– Goiânia, Brazil
I was lost when I arrived to Goiás and the magazine guide helped me discover the beauties and particularities of the former capital. Thanks to the team!” Tânia César – Correntina (BA), Brazil
“The talent of the artists from Goiás deserves applause. As a student of Fine Arts myself, I am positively surprised with the richness of Panorama section.” Carlos Coimbra – São Paulo, Brazil
a.Bra
amulo
ntin
prre
em infcia Sale
FICA 72
Script
História desucesso
O festival contribui para o fomento da produção de cinema ambiental, movimenta o meio cultural, estimula o turismo e gera emprego e renda na Cidade de Goiás
O Festival Internacional de Cinema e
Vídeo Ambiental (FICA) é um dos mais
importantes festivais cinematográfi cos
de temática ambiental do mundo. Ele
é realizado desde 1999, na Cidade
de Goiás, antiga capital do Estado de
Goiás (localizado no centro do Brasil),
considerada Patrimônio Histórico da
Humanidade pela Unesco. Trata-se de
um evento cultural amplo, aberto não só
ao cinema, mas a diversas apresentações
artísticas e que cumpre o relevante papel
de discutir a relação do homem com o
meio ambiente. Além disso, contribui
para o fomento da produção de cinema
ambiental, movimenta o meio cultural,
estimula o turismo e gera emprego e
renda na Cidade de Goiás.
Desenvolvido pela Agência Goiana de
Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel),
órgão do Governo do Estado de Goiás,
o FICA cresce e se consolida a cada
edição. Em 2009, foi o festival de cinema
| The festival contributes towards promoting environmental fi lm-making, enlivens the cultural milieu, stimulates tourism and generates employment and income in the town of Goiás.
|| El Festival contribuye a fomentar la produc-ción de cine ambiental, moviliza el medio cultural, estimula el turismo y genera empleo e ingresos en la Ciudade de Goiás
ambiental com a maior premiação da
América Latina, distribuindo R$ 240 mil
em prêmios. O FICA promove a discussão
do desenvolvimento sustentável pelas
telas e também por meio de seminários,
ofi cinas, mesas redondas e palestras
que acontecem paralelamente à
exibição dos fi lmes. Além da exibição
da mostra competitiva, que apresenta
o que de melhor se produz em cinema
e vídeo sobre meio ambiente, o público
e os participantes que comparecem
à Cidade de Goiás durante o festival
ainda são contemplados com uma
ampla programação multicultural
(shows musicais, espetáculos de dança,
teatro, exposição de obras artísticas e
lançamentos literários). Além disso, a
própria Cidade de Goiás, encravada na
Serra Dourada, com seu casario antigo
e ruas de paralelepípedo é uma atração
cultural incontestável. A mostra e todos
os eventos paralelos são gratuitos.
| A story of success || Historia de un éxito
FICA 73
| The International Environmental Film and Video Festival (FICA) is one of the world’s most signifi cant thematic fi lm-making festivals. It has been held since 1999 in the town of Goiás, former capital of the State of Goiás (in Brazil’s Midwest), listed by UNESCO as a World Heritage Site. It is a broad cultural event, open not just to fi lms, but also to various artistic presentations. In addition, it fulfi ls the very relevant role of discussing the relationship between people and the environment. As well as that, it promotes the production of environmental fi lm-making, enlivens the cultural milieu, stimulates tourism and generates employment and income for the town of Goiás.
Set up by the State body called the Pedro Ludovico Teixeira Goiás Agency for Culture (AGEPEL), FICA has grown and become established with each passing edition. In 2009 it was the biggest environmental fi lm festival in Latin America in terms of awards, distributing R$240 thousand reals in prizes. It stimulates discussion on sustainable development through the use of the screen, seminars, round tables and lectures which run parallel to the fi lm screenings.
The public and participants who go to the town of Goiás during the festival to attend the screening of the competing fi lms, the very best of what is produced on the environment, can also avail of a broad multicultural program (concerts, dance presentations, theatre, art exhibitions and launching of books). Furthermore, the town of Goiás itself, hidden away at the foot of the Serra Dourada, with its ancient housing and paved stone streets is an undisputed cultural attraction. Entrance to the exhibition and parallel events is free.
||El Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) es uno de los más importantes festivales cinematográfi cos de temática ambiental del mundo. Éste se realiza desde 1999, en la Ciudade de Goiás, antigua capital del estado de Goiás (ubicado en el centro de Brasil), considerada Patrimonio Histórico de la Humanidad por la UNESCO. Se trata de un evento cultural amplio, abierto no sólo al cine, sino a diversas presentaciones artísticas y cumple el relevante papel de discutir la relación del hombre con el medio ambiente, moviliza el medio cultural, estimula el turismo y genera empleo ingresos en la Ciudad de Goiás. Desarrollado por la Agencia Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (AGEPEL), órgano de gobierno del Estado, el FICA crece y se consolida con cada nueva edición. En 2009 fue el festival de cine ambiental con mayor premiación de América Latina, distribuyendo 240 mil reales en premios. El FICA promueve la discusión del desarrollo sostenible por las pantallas y también mediante seminarios, talleres, mesas redondas y conferencias que tienen lugar paralelamente a la exhibición de los fi lmes.
Además de la muestra competitiva que presenta lo mejor de lo que se produce en cine y vídeo sobre medio ambiente, el público y los participantes que están presentes en la Cidade de Goiás durante el festival incluso son contemplados con una amplia programación multicultural (conciertos, espectáculos de danza, teatro, exposiciones de obras artísticas y lanzamientos literarios). Además de eso, la propia Cidade de Goiás, enclavada en la Serra Dourada, con su casco histórico y sus calles de adoquines, es una atracción cultural incontestable. La muestra y todos los eventos paralelos son gratuitos.
FICA 74
Script
Youtube
Os trailers dos fi lmes selecionados no XII FICA estão disponíveis no Youtube. Eles
foram disponibilizados na rede pela Agepel, promotora do evento. Lá também
é possível assistir matérias sobre o festival feitas pelos veículos de imprensa que
cobriram o evento. Os vídeos podem ser acessados por meio de um link no
site www.fi ca.art.br.
| YouTubeThe trailers of the selected fi lms in the 12th FICA are available on YouTube. They were made available in the network by Agepel, the event promoter. It is also possible to fi nd there information produced by media outlets that covered the event. The videos can be accessed through a link on the site www.fi ca.art.br.
|| YoutubeLos avances de las películas seleccionadas en el XII FICA están disponibles en el Youtube. Fueron colocados en la red pela Agepel, promotora del evento. También es posible ver material sobre el festival hecho por los vehículos de prensa que cubrieron el evento. Los videos pueden ser vistos por medio de un link en el site www.fi ca.art.br.
FICA o ano todo
Depois de exibir os fi lmes premiados
em cidades goianas, o FICA Itinerante
vai viajar o Brasil atendendo
diversas comunidades, entre julho
e novembro, com agendamento
prévio. As solicitações devem ser
enviadas para a Agepel na forma de
proposta, com informações sobre
data, local, perfi l e quantidade de
público a ser atingido, monitoria,
local de exibição e plano de
divulgação. Não há custos pelo
empréstimo dos fi lmes.
| FICA year-roundAfter showing the awarded fi lms in cities throughout Goiás, Itinerant FICA will travel Brazil serving numerous communities, from July to November, with prior appointment. Applications should be sent to Agepel, with information about date, location, profi le and number of expected attendants, exhibition details and an advertisement plan. Films are lent for free.
|| FICA todo el año
Después de exhibir las películas premiadas en ciudades goianas, el FICA Itinerante va a viajar por el Brasil atendiendo a diversas comunidades, entre julio y noviembre, con programación previa. Las solicitudes deben ser enviadas a la Agepel en forma de propuesta, con informaciones sobre fecha, lugar, perfi l y cantidad de público a ser alcanzado, monitoreo, lugar de exhibición y plan de divulgación. No hay costos por el préstamo de las películas.
FICA 75
Itinerante
A exibição dos fi lmes premiados
no XII FICA começou no dia 23 de
julho, no Cine Cultura, em Goiânia.
Em agosto, o FICA Itinerante levará
as obras para os municípios goianos
de Quirinópolis (dias 4 e 5) e
Porangatu (de 18 a 20). Em setembro
e outubro as exibições serão em Jataí,
Itapuranga, Bela Vista de Goiás e
Urutaí.
| Itinerant The exhibition of the fi lms awarded in the 12th FICA began on July 23 at Cine Cultura, in Goiânia. In August, the program Itinerant FICA will take the works to the cities of Quirinópolis (4th and 5th) and Porangatu (18th to 20th). In September and October the exhibitions will take place in Jataí, Itapuranga, Bela Vista and Urutaí.
|| Itinerante La exhibición de las películas premiadas en el XII FICA comenzó el día 23 de julio, en el cine Cultura, en Goiania. En agosto, el FICA Itinerante llevará las obras a los municipios goianos de Quirinópolis (días 4 y 5) y Porangatu (de 18 a 20). En setiembre y octubre las exhibiciones serán en Jataí, Itapuranga, Bela Vista de Goiás y Urutaí.
Balanço
Nos quatro dias da Mostra
Competitiva do FICA, o júri escolheu
10 obras, entre os 28 trabalhos
concorrentes, em um universo de 552
fi lmes, de 67 países inscritos. Cinco
produções nacionais, entre elas quatro
goianas, e outras quatro estrangeiras,
também foram premiadas no FICA.
| BalanceDuring the four days of FICA Competitive Screening, the jury chose 10 works, among the 28 submissions in a universe of 552 movies from 67 countries enrolled. FICA awarded fi ve Brazilian productions, among which four were from Goiás, and four from abroad.
|| BalanceEn los cuatro días de la Muestra Competitiva del FICA, el jurado eligió 10 obras, entre los 28 trabajos participantes, en un universo de 552 películas, de 67 países inscriptos. Cinco producciones nacionales, entre ellas cuatro goianas, y otras cuatro extranjeras, también fueron premiadas en el FICA.
Download
Alguns dos fi lmes exibidos no XII FICA
também já podem ser encontrados
para download. Um deles é The cove,
que está disponível em diversos sites.
O fi lme, que ganhou Oscar de melhor
documentário em 2009, mostra a
pesca predatória de golfi nhos em
uma enseada próxima a Taijii, no
Japão.
| DownloadSome of the fi lms screened at the 12th FICA can already be found for download. One is The cove, which is available at various sites. The fi lm, which won the Oscar for best documentary in 2009, shows overfi shing of dolphins in a cove near Taijii, Japan.
|| Download
Algunas de las películas exhibidos en el XII FICA también pueden ser encontradas para download. Uno de ellos es The cove, que está disponible en diversos sites. La película, que ganó el Oscar de mejor documental en 2009, muestra la pesca depredadora de delfi nes en una ensenada próxima a Taijii, en el Japón.
FICA 76
Script
Mostra ABD
A 8ª Mostra ABD/GO (Associação
Brasileira de Documentaristas e Curta-
metragista – seção Goiás) realizada
paralelamente ao XII FICA, premiou
oito obras. A mostra é voltada para os
produtores goianos e nela são exibidos
fi lmes ou vídeos em curta, média e
longa metragens; documentários,
fi cção, animação e experimentais.
Confi ra a lista de premiados:
Troféu Janelas de Goiás - Melhor Filme
Ela... - Lázaro Ribeiro
Troféu Janelas de Goiás - Melhor Diretor
Marimbondo amarelo - Amarildo Pessoa
Troféu Janelas de Goiás - Melhor
Fotografi a
Marimbondo amarelo - Amarildo Pessoa
Troféu Janelas de Goiás - Melhor
Montador/Editor
A capoeira de mestre Sabu - Luiz Valentin
Troféu Janelas de Goiás - Melhor Roteiro
O caminho da cachoeira ao nascer do sol:
Ponte Aff onso Penna - Luiz Botosso
e Thiago Veiga
Troféu Janelas de Goiás -
Melhor Trilha Sonora
Cores, formas e contrastes de Antônio
Poteiro - Rogério Safadi
Troféu Janelas de Goiás - Melhor Animação
Rupestre - Paulo Miranda
Troféu Janelas de Goiás - Melhor Ficção
Marimbondo amarelo - Amarildo Pessoa
Troféu Janelas de Goiás - Melhor
Documentário
Graffi ti em ruínas e outros muros - João
Novaes
Prêmio Fifi Cunha - Melhor Curta-
Metragem
Marimbondo amarelo - Amarildo Pessoa
| ABD ScreeningThe 8th Exhibition of the Brazilian Association of Documentary and Short Film, Goiás section (ABD-GO), held parallel to 12th FICA, awarded eight works. The exhibition screens productions from Goiás: short, medium and feature fi lms or videos; documentaries, drama, animation and experimental fi lms. Check out the list of the winners:
Janelas de Goiás Trophy – Best Picture
Ela… – Lázaro RibeiroJanelas de Goiás Trophy – Best DirectorMarimbondo amarelo – Amarildo PessoaJanelas de Goiás Trophy – Best PhotographyMarimbondo amarelo – Amarildo PessoaJanelas de Goiás Trophy – Best EditorA capoeira de mestre Sabu – Luiz ValentinJanelas de Goiás Trophy – Best ScreenplayO caminho da cachoeira ao nascer do sol: Ponte Aff onso Penna – Luiz Botosso and Thiago Veiga
Janelas de Goiás Trophy – Best SoundtrackCores, formas e contrastes by Antônio Poteiro – Rogério SafadiJanelas de Goiás Trophy – Best AnimationRupestre – Paulo MirandaJanelas de Goiás Trophy – Best FictionMarimbondo amarelo – Amarildo PessoaJanelas de Goiás Trophy – Best DocumentaryGraffi ti em ruínas e outros muros – João NovaesFifi Cunha Award – Best Short FilmMarimbondo amarelo – Amarildo Pessoa
|| Muestra ABD
La 8ª Muestra de la Asociación Brasileña de Documentalistas y Cortometrajistas, sección Goiás (ABD-GO), realizada paralelamente al XII FICA, premió ocho obras. La muestra exhibe producciones de Goiás, películas o videos en corto, medio y largo metrajes; documentales, fi cción, animación y experimentales.
Vea la lista de premiados:
Trofeo Janelas de Goiás – Mejor PelículaElla... – Lázaro Ribeiro Trofeo Janelas de Goiás – Mejor DirectorAvispas amarillas – Amarildo Pessoa Trofeo Janelas de Goiás -–Mejor FotografíaAvispas amarillas – Amarildo Pessoa Trofeo Janelas de Goiás – Mejor Montador/EditorLa capoeira de mestre Sabú – Luiz Valentin Trofeo Janelas de Goiás – Mejor GuiónEl camiño de la cascada al nacer del sol: Puente Aff onso Penna – Luiz Botossoy Thiago Veiga
Trofeo Janelas de Goiás – Mejor Banda SonoraColores, formas y contrastes de Antônio Poteiro – Rogério Safadi Trofeo Janelas de Goiás – Mejor AnimaciónRupestre – Paulo Miranda Trofeo Janelas de Goiás – Mejor FicciónAvispas amarillas – Amarildo Pessoa Trofeo Janelas de Goiás – Mejor DocumentalGraffi ti en ruínas y otros muros – João Novaes Prêmio Fifi Cunha – Mejor CortometrajeAvispas amarillas – Amarildo Pessoa
FICA 77
Traço Trace Rastro
Sandro Tôrres é graduado em Direito e Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás e sócio-idealizador do Espaço Cultural Arte Plena
| Sandro Tôrres is a graduate in Law and Fine Arts by Federal University of Goiás and conceiver of Espaço Cultural Arte Plena.
|| Sandro Torres es graduado en Derecho y Artes Visuales en la Universidad Federal de Goiás y socio idealizador del Espacio Cultural Arte Plena
4
REV
ISTA DO F
ESTIV
AL IN
TER
NA
CIO
NA
L DE C
INEM
A E VÍD
EO AM
BIEN
TAL
An
o 1. Ju
lho
20
10Year 1. Ju
ly 20
10A
ño
1. Julio
20
10
4 Ano 1
Julho de 2010
Year 1July 2010
Año 1Julio 2010
REVISTA DO FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA E VÍDEO AMBIENTAL
SCS
- C
OC
- 0
078
5 Impresso em papel elaborado a partir de produto proveniente de fl orestas bem manejadas e outras fontes controladas.
| Printed on paper from ecologically controlled wood and other controlled sources.
|| Impreso en papel oriundo de madera con manejo ecológico y otras fontes controladas.
Produção chinesa vence o festival
Chinese production wins the festival
Producción china vence el festival
Uma homenagem a Antônio Poteiro
A tribute to Antônio Poteiro
Un homenaje a Antônio Poteiro
Sem fronteiras No boundaries Sin fronterasFICA É ACOMPANHADO
POR PÚBLICO DE 58 PAÍSES
FICA is followed by public from 58 countries
FICA es acompañado por público de 58 países