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perfil Ciro Nogueira ensaio fotográfico por Rodrigo Ferraz perfil Ciro Nogueira ensaio fotográfico por Rodrigo Ferraz ano IV nº06 2009 R$ 7,00

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Revista voltada para o mercado de imóveis

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Page 1: Revista Mercado do Imóvel

perfil Ciro Nogueira

ensaio fotográfico por Rodrigo Ferraz

perfil Ciro Nogueira

ensaio fotográfico por Rodrigo Ferraz

ano IV

nº0

6 2009 R

$ 7

,00

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um toque a mais sustentabilidade

Técnica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Pauloavaliou se a fundação da nova torre, que transmitirá o sinal digital doDistrito Federal, suportaria os esforços de vento da região

IPT testa torre projetada porOscar Niemeyer em túnel de ventopor Ana Paula Rocha

OIPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

Estado de São Paulo) realizou ensaios de esforços

de vento para o desenvolvimento da estrutura de

uma torre de transmissão de TV digital projetada pelo

arquiteto Oscar Niemeyer para o Distrito Federal. Os testes

foram feitos durante uma semana pelo CMF (Centro de

Metrologia de Fluidos), que abriga o túnel de vento do

instituto.

Localizada na cidade de Sobradinho, a 20 km de

Brasília, a torre de 180 metros de altura com diâmetro

médio de 12,5 metros será responsável pela transmissão do

sinal digital de 12 canais abertos. A construção, executada

pela Secretaria de Obras do Estado, será feita em concreto

com platôs intermediários. O investimento está estimado

em R$ 64 milhões.

"O projeto especificou o emprego de fundação direta,

mas durante a prospecção do solo foram verificadas

interferências no tipo de terreno. Então, surgiram as

dúvidas se a fundação estava certa ou não", explica Pedro

Afonso de Oliveira Almeida, professor doutor da Poli-USP

e diretor do LSE (Laboratório de Sistemas Estruturais), que

trabalhou em conjunto com o IPT.

Os laboratórios foram contratados para avaliar os

esforços da fundação da torre em situação real. "O túnel de

vento moderno de hoje permite que em menos de 20 dias o

projetista saiba dos efeitos medidos em modelo reduzido",

conta Almeida.

Para a realização dos ensaios de esforços do projeto, os

pesquisadores adotaram uma maquete da torre em escala 1

por 150, com 1,2 metro de altura por 8 centímetros de

diâmetro. Os testes foram referenciados pela norma NBR

6123, da ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas), que especifica as características dos ventos em

cada região do país.

A projeção dos esforços sobre a estrutura foi considera-

da na situação limite de uma rajada de vento a 40 metros

por segundo, sendo que na norma a velocidade de rajada

do vento para Brasília é de 35 metros por segundo.

"Verificamos que os esforços estimados pelo túnel de

vento, mesmo acima do que é pedido na norma, estão

dentro ou são menores do que aqueles estimados no

projeto. Ou seja, a fundação corresponde às expectativas e

dará segurança ao projeto", concluiu Almeida.

A torre de TV Digital foiprojetada por Niemeyer emformato de curvas quelembram uma flor. A basecilíndrica funciona como um"caule" que exibe duas"pétalas" para abrigar doisespaços cobertos: do ladodireito, uma cúpula de vidrocompõe o ambiente de um bar,e do lado esquerdo, um poucomais abaixo, ficará um salãopara exposições. O terceironível da Torre de TV Digital éum mirante circular.A perspectiva é de que o novomonumento seja entregue noprimeiro semestre de 2010. Oinvestimento de R$ 64milhões virá da Terracap,empresa pública vinculada àS e c r e t a r i a d eDesenvolvimento Urbano eMeio Ambiente do DistritoFederal, que também é a donado terreno de 40 mil m² onde atorre será construída. O localfoi escolhido pela Anatel( A g ê n c i a N a c i o n a l d eTelecomunicações) por ser umdos pontos mais altos daregião.

O projeto

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um toque a mais sustentabilidade

Plano diretor prevêa construção de

oito novas pontesem Teresina

Plano diretor prevêa construção de

oito novas pontesem Teresina

Uma obra marcante com investimentos de mais de

70 milhões de reais, a ponte do Sesquicentenário

significa um marco para a cidade e trará novas

perspectivas de investimentos, especialmente, para o setor

imobiliário. Erguida sobre o Rio Poti, é construída com

tecnologia estaiada, suspensa através de cabos de aço – o

que existe de mais moderno e avançado em projetos de

grandes estruturas de engenharia do mundo – terá uma

extensão de 363 metros e largura de 28,35 metros com seis

faixas de rolamento de veículo, além de faixas para

bicicletas e pedestres. Um mirante de 125 metros de altura

permitirá aos teresinenses e turistas uma visão panorâmica

da cidade que está pronta para crescer. A torre do mirante

será servida por dois elevadores panorâmicos. A ponte vai

propiciar a construção de novos conjuntos arquitetônicos

aproximando duas importantes regiões da cidade, hoje

isoladas. Este corredor de tráfego será um notável vetor de

crescimento que irá incrementar o processo de verticaliza-

ção da cidade. A inauguração está prevista para o primeiro

semestre de 2010.

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ensaio

Fotografar Teresina é fotografar uma cidade emmutação. E esse é o grande desafio: a cidade nascetodo dia de um jeito, mas ao pôr-do-sol as mudan-

ças são muitas. As transformações em sua fisionomia nãose fazem com o passar dos anos, mas, me parece, ao toquedas horas.

É possível registrar fragmentos dessas mudanças, masnada mais do que isso. Nesses fragmentos estão semprepresentes a pertinência de suas luzes, o rompante de seusprédios, o movimento incansável de seus carros e seusrastros de luz.

Não há de se falar de cidade–menina, denominaçãoafetiva de longa data, perdida em inúmeras letras e versos,mas sim de um outro nome, bem menos inocente, quejustifica esse novo momento em toda a sua intensidade:metrópole.

Teresina às 18:20h

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Isso tudo assusta? Às vezes sim, ainda mais paraquem já viu e viveu essa cidade em décadaspassadas. Mas, se assusta, ao mesmo tempoimpressiona como, por exemplo, o fato de se podercontemplar o imenso tapete de luzes a se perder nohorizonte, visto do topo de um de seus edifícios. Sevivemos em uma cidade assim, temos de assimilartudo isso: sua pulsação, suas transformações, seuritmo, o ônus e o bônus dessas transformações.

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O horário desses registros fotográficos (todos exata-mente às 18:20h – ou bem próximo disso) e o formatopanorâmico de alguns deles, tenta, despretensiosamente,resumir tudo isso. É nessa hora que, na minha opinião,consegue-se mostrar com mais nitidez a essência de todaessa mutação. Um momento em que não é noite e nem dia,uma transição em que as algumas cores duram pouco e asluzes da cidade desafiam a escuridão da noite.

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Missão cumprida? É claro que não! Hoje, com certeza,tudo está bem diferente de ontem – e amanhã, tudo estarádiferente de hoje! Uma nova regra que invade o nossocotidiano, instiga o olhar fotográfico e, acima de tudo,justifica o fascínio dessa nossa cidade mutante.

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Em viagem recente ao Líbano, constato encantada,que existe um paraíso sobre a terra. Com nome elocalização certa. E por mais contraditório que

possa parecer, ele fica neste pequeno país do Oriente Médiocom pouco mais de dez mil quilômetros quadrados (menorque o nosso estado de Sergipe, o menor estado brasileiro). Écercado por belas montanhas, praias, baías e lindas, abundan-tes e cheirosas florestas de cedro, a árvore símbolo que estána bandeira do país.

Em manuscritos antigos e até na Bíblia, o Líbano jáaparece com o nome de paraíso terrestre por causa de suasimensas florestas de cedros, carvalhos, pinheiros e outrasárvores de essências aromáticas. Também foi o grande celeirodo Império Romano na antiguidade. Um Mediterrâneo emtom azulado banha toda sua a costa oeste, rivalizando commontanhas cobertas de neve no inverno, abundantes reservasecológicas, sítios arqueológicos, monumentos históricos,gastronomia da melhor qualidade e muita, muita badalação.

Movimentada, divertida, alegre...assim é a vida noturnaem Beirute, a capital com 500 mil habitantes (a GrandeBeirute tem cerca de 1,5 milhões). A minha anfitriã no Líbanofoi Nélida Debs, irmã do Philippe Salha, o libanês maispiauiense que conheço com endereço fixo em Teresina. Defrente para o lindo apartamento de Nélida, o azul doMediterrâneo se funde com o céu azul do outono libanês.Difícil saber onde começa um e termina outro. A paisagem édeslumbrante. E Nélida, uma perfeita anfitriã.

uma jóia do orientetexto: Marta Tajrafotos: Marta Tajra e Roberto Khatlab“A vós o vosso Líbano com as suas políticas,

e a mim o meu Líbano com a sua beleza...e com o que possui de sonhos e tranqüilidade”

Khalil Gibran

O Líbano é uma fonte permanente de água (produtoescasso pelas bandas do Oriente) dando nome à capital,Beirute, fundada no século 13 A.C. pelos fenícios -Beroth ouBéryte- que quer dizer exatamente isso: cidade das fontes. Noinverno, a neve ao cair, desliza montanha abaixo, formandoinúmeras fontes e enormes depósitos naturais de água, de1200 a 1500 metros de altitude. Eles exportam esta água paraos países do Golfo gerando uma boa fonte de renda para ogoverno, uma República Democrática Parlamentar, dirigidapor um primeiro-ministro.

Jeíta é um desses reservatórios de água. A gruta, a 20 kmde Beirute é considerada uma das mais belas do mundo. É decair o queixo. Ela é toda revestida em estalagmite e estalacti-te. Pena que não possa ser fotografada por dentro. Durante umpitoresco passeio de barco pelo labirinto desta gruta, podemostestemunhar um espetáculo que a natureza, caprichosamente,reservou ao povo libanês. O silêncio dentro da gruta faz vocêpensar que chegou ao sétimo céu. E faz contraponto com aagitada vida de Beirute. Coisas do Oriente.

Com forte influência francesa, a cidade que recebeu aalcunha de “a Paris do Oriente” em tempos passados, lembraem muito as cidades européias com seus charmosos cafés erestaurantes ao ar livre, localizados principalmente no seucentro histórico, quase todo reconstruído depois da últimaguerra civil (1975-1990), que abalou profundamente aeconomia do país e sua posição de destaque no cenárioregional.

turismo especial Líbano

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Beirute é pequena e linda, e já foi destruída e reconstruída7 vezes, ganhando um título sui gêneris: “a cidade que serecusa a desaparecer”. Atualmente, o Líbano brilha comoprotagonista do Oriente Médio. Com a economia que temuma das mais altas taxas de crescimento do mundo, o paísvolta a ser chamado por especialistas de “ Suíça do Oriente”pelas atividades financeiras realizadas ali, o que gera um dosmais elevados padrões de vida do Oriente Médio.

Além dos cafés, as galerias de arte e as lojas de famosasgrifes se misturam no centro de Beirute com ruínas de 17antigas civilizações, que contam, através das descobertasarqueológicas, a história dos cananeus até os dias atuais. Umasobreposta a outra. Um verdadeiro museu a céu aberto. Ocentro abriga ainda arranha-céus futurísticos e hotéis de classeinternacional, a sede de grandes bancos (nacionais e internaci-onais), escritórios comerciais, imóveis residenciais e umcalçadão à beira-mar com uma variedade incrível de restau-rantes, balneários, hotéis, marinas, lojas, parque de diversõese, claro, vendedores ambulantes muito simpáticos de peçastipicamente libanesas.

Parar num dos restaurantes da orla marítima, em Raoché,para tomar café ou experimentar um prato tipicamente libanêsé uma obrigação do turista. Ali está um dos cartões postais deBeirute: estruturas de pedras do período neolítico que serviam

de habitação ao nosso ancestral primitivo. Caso você tenhauma sintonia direta com o mar, como eu tenho, pare (o tempoque for preciso, pois ele merece) para admirar o incrível azulturquesa do Mediterrâneo, o grande mar dos fenícios. Vai sesentir revigorado para continuar o passeio.

Uma curiosidade: em Beirute se fala o francês como seestivéssemos na França. Há duas explicações para isto: alémda dominação francesa que perdurou até a independência dopaís em 1943, Beirute sempre foi uma cidade aberta ao mar eao mundo. Você não encontra um morador de Beirute que nãosaiba falar fluentemente pelo menos 3 línguas: a nativa, que éo árabe, o francês e o inglês. Até português se fala no Líbano.É no Vale do Bekaa, principalmente nas cidades de SultanYaculb e Kamed Lauz.

Noventa por cento da população desse Vale são demuçulmanos, que emigraram para o Brasil e voltaram paradar condições aos filhos de aprenderem o árabe puro – alíngua base do Islamismo - ensinado nas medrasses.

A estrada do Vale dá acesso ao sítio arqueológico deBaalbeck, a 85 km de Beirute, considerado no meio científico,um dos maiores monumentos arqueológicos romano domundo. Data da época em que os romanos eram os donos dequase metade do mundo. É onde se encontram os templos deJúpiter, de Baco e da deusa Vênus, dos séculos II e III D.C.

Na página anterior, detalhe da abside da Basílica de São Paulo,de rito bizantino, Greco-Melquita Católico em Harissa, Líbano. No

centro da cúpula vê-se o Pantocrator (em grego, Deus todoPoderoso, que tudo vê). Na parede da abside, a Platitera, Mariacom Jesus. Depois, a Santa Ceia, os santos da Igreja e o altar.

Nesta página, Mesquita do Profeta Mohammed al-Amine (temploislâmico dedicado ao Profeta Maomé, o Fiel), no centro de

Beirute

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No topo, à esquerda, centro deBeirute ou Downtown, com seuscharmosos cafés, restaurantes elojas de grifes internacionais. Àdireita, restaurantes no centro deBeirute, que foi todo reconstruídoapós a guerra civil libanesa. Acima,reconstituição arqueológica de umacidade romana no centro de Beirute.

Foi ali, no templo de Baco, que o imperador brasileiroPedro II, numa viagem de férias ao Oriente Médio (custeadapelo próprio bolso), deixou registrado a sua assinatura, comoera, tradicionalmente, um costume da época.

Quase 2 mil anos já se passaram e nem terremotos nemconflitos conseguem apagar a beleza desse tesouro dahumanidade. Para se ter idéia da tecnologia que os romanos jáadotavam, em alguns blocos, foi colocada uma camada dechumbo para que, em caso de terremoto de baixa intensidade,eles balancem, mas não caiam. Doze enormes colunas emgranito rosa (lindas! Só elas já valem a viagem) foramtrazidas de Assuan, no Egito. Imagine o trabalho que osromanos tiveram.

Outra particularidade: os raios de sol iluminavam perma-nentemente, e em várias tonalidades diferentes, a estátua deouro do deus Baco, deus do vinho. Esses raios entravam pelasaberturas do teto, fechadas com pastas de vidro. O segredo? Otemplo foi construído de frente para o nascente. E mais: emépoca de inverno, quando nevava, ninguém passava friodentro do Grande Salão. Serpentinas de água quente corriamsoltas pelo piso de pedra, auxiliadas por pequenos furos nosrodapés das paredes por onde saiam os vapores e aqueciam asala. Tecnologia de última geração do império romano.

Agora feche os olhos e imagine tudo isso iluminado e vocêassistindo ao vivo e a cores La Tosca de Poccini ou o cantorSting, o brasileiro Gilberto Gil ou ainda uma apresentação doBalé Bolchoi... É o Festival Internacional de Baalbeck, quecomeçou em 1955 e agora retoma o seu ritmo com o mesmoesplendor de outrora.

Conforme vamos avançando pelas belas montanhas doLíbano aparecem o que quase não se vê mais na capital:mulheres de véus pretos e homens com um tipo de chapéucônico que se assemelha ao dos faraós egípcios (chamalebbadé). São camponeses que tangem ovelhas e carneiros evivem muito tradicionalmente à moda antiga, agarrados aosvalores e às tradições, mantendo uma cultura própria.

Do outro lado da “pequena montanha” cortada porestradas estreitas e sinuosas, descortina-se um dos locais do

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Ruínas do templode Júpiter emBaalbeck, onde vê-se as colunatascoríntias

Oriente Médio mais rico em termos arqueo-lógicos. É Byblos, ou Jbeil, a 37 km deBeirute, norte do Mediterrâneo. É a porta deentrada para uma das cidades fenícias dearquitetura mais conservada e antiga domundo, habitada ininterruptamente há 7 milanos. Mais de vinte civilizações passarampor ali. Até mesmo os cruzados que, emtorno de 1104, fincaram os pés nas areiasbranquinhas de Byblos, construindo a famosaCidadela, em torno da qual se desenvolveu acidade com suas casas e pequenas ruas, comoas das antigas cidades medievais.

Daí em diante, essas vielas serpenteiamem torno da Cidadela – uma fortalezaretangular (45 x 50m), destruída e reconstruí-da não se sabe quantas vezes por batalhas eterremotos, como, aliás, tudo naquelefantástico país – até chegar à entrada doantigo porto de Byblos, ou do que restoudele. E de onde os fenícios conquistaram omundo.

Foram eles, os fenícios, que transforma-ram a cidade em um importante centroreligioso e comercial, vendendo madeira decedro para a construção de navios e templos.Aliás, foram eles também, que nos prestaramum imenso favor, transformando os famosose complicados hieróglifos egípcios no nossoatual alfabeto. Eles transmitiram aos gregos,que compraram a idéia, um sistema maissimples e eficiente de escrever, e da Gréciapara o Ocidente foi um pulo.

Descendo em direção ao Mediterrâneo,imagine o que encontrei no meio do cami-nho? Uma pequeníssima e singela capeladedicada a Nossa Senhora da Penha do Riode Janeiro, com direito a exposição de umquadro da santa trazido por emigranteslibaneses quando retornaram do Brasil em1930.

Rodeando a capelinha, lindas casastipicamente libanesas com paredes de pedras,janelas arcadas e telhados vermelhosemolduram a paisagem cercada de belasárvores, até chegarmos ao antigo porto ondeos ousados fenícios, em épocas remotas, selançavam de corpo, alma e, principalmente,espírito de aventura por mares nunca dantesnavegados até se tornarem os grandesdesbravadores da história marítima que nósconhecemos dos livros de história.

Daí em diante, você vai ver uma varieda-de de pequenos e charmosos barzinhos,cafés, restaurantes e hotéis, até chegar ao“Fishing Club”, que virou lenda tempos atrásquando por ali passaram personalidades(tudo registrado em fotos) como SophiaLoren, Marlon Brando, Brigitte Bardot,

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David Rochefeller, Michel Temer, José Sarney e agora, claro,a jornalista Marta Tajra. Sempre acompanhada do escritor epesquisador Roberto Khatlab, um brasileiro que mora emBeirute.

No local, existe um museu de peças antigas da épocafenícia, romana, grega e até objetos maias trazidos doMéxico. Tudo coleção particular do proprietário, Pepé Abed,um libanês de origem mexicana. Infelizmente, Pepé morreuem 2007, mas os filhos levam adiante o seu sonho, que incluium restaurante com vista para o porto fenício. Há também oFestival de Byblos, na área da Cidadela, com grandesespetáculos ao ar livre. Enfim, a cidade é um charme. À noiteentão... é puro romantismo.

Subindo outra montanha – a montanha santa – (o Líbano éassim mesmo, um tal de subir e descer montanhas sem fim), a620m de altitude, chega-se à Harissa, um dos lugares demaior peregrinação cristã no Oriente Médio dedicado

No topo à esquerda,colunata do templo deBaco em Baalbeck. Notopo à direita, portalmonumental do templode Baco, onde vê-se aáguia com o caduceu edois gênios alados. Aolado, cúpula do nichodos deuses do templode Júpiter.

exclusivamente à Maria, cuja devoção é aceita também noIslamismo.

É o Santuário de Nossa Senhora do Líbano, de 1904, cujaestátua foi fabricada em Lyon (França) em bronze fundidocom 8.50metros. A particularidade é que a basílica da santatem forma de árvore de cedro e de um navio fenício (deitado).Ao lado, está a Basílica do Apóstolo Paulo (de rito bizantinoGreco-Melquita Católico), uma lindíssima arquiteturabizantina com cúpulas e meias cúpulas sobrepostas. Quando osol se põe, a vista, tanto dessa basílica, como da baía deJunieh, ou de Beirute, e ainda de Byblos e do marMediterrâneo é deslumbrante. A montanha santa é assimchamada por ter o maior número de patriarcados, mosteiros eigrejas entre as diversas comunidades religiosas do Líbano.

Em Harissa, cedros centenários, alguns de 300 anos,enfeitam a paisagem da pequena praça em frente à capeladedicada à Maria, onde turistas e peregrinos de todo o mundo,

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Ela começou seus estudos de arquitetura na UniversidadeAmericana de Beirute (Líbano), mas no terceiro ano, por causada guerra civil libanesa, viajou para os Estados Unidos,tirando o diploma pela Rice University de Houston - Texas.Depois Dolly Debs voltou ao Líbano, onde começou seutrabalho projetando apartamentos e centros comerciais. Logo aseguir, resolve morar em Paris, viajando ainda para Madri e,de novo, para os Estados Unidos( Los Angeles ) voltandofinalmente para Beirute. “Em todos esses lugares, tiveoportunidade de enriquecer meus conhecimentos de arquitetu-ra”, diz Dolly. Seu trabalho se expandiu até a Arábia Saudita,Sudão, Bahrein, Kweit, Algeria, Oman e Dubai e a projetoucomo uma das maiores arquitetas libanesas da atualidade. Noano de 2001, teve a honra de ser premiada com o melhorprojeto arquitetônico da cidade de Beirute. Conheça aqui umpouco do pensamento de Dolly Debs, numa entrevistaexclusiva para a Revista Mercado do Imóvel, feita em seu beloapartamento na cidade de Beirute, capital do Líbano.

A arquitetura libanesa se diferencia da arquitetura deoutros países árabes? De que maneira?

Não existe um só tipo de arquitetura árabe, mas váriostipos, entre as quais a arquitetura libanesa com seus traços

específicos e que tem raízes naarquitetura italiana, emparticular, na veneziana,influenciada pelos fortes laçosque o Líbano sempre teve como ocidente. Por isso não temosmeios de comparar a arquitetu-ra libanesa com a do restantedos países árabes. Agora, anossa arquitetura contemporâ-nea é uma mistura da arquite-tura libanesa com as tendênci-as do mundo inteiro, especial-mente do ocidente.

O que você acha da arquite-tura de outros países árabes?

Arquitetura libanesa: Dolly Debs

Existe ainda a influência dos povos antigos que habitavamprimitivamente a região na atual paisagem desses países ouisso está se perdendo?

Os árabes eram beduínos e, por isso, não tinham moradiasfixas, logo não tinham um estilo próprio. Mas existem paísescomo o Iêmen e o Oman que ainda conservam uma arquiteturaprópria de clima quente, feita especialmente com suportes depedras e paredes de barro, tendo em vista a escassez de pedras naregião desértica do golfo árabe.

Por Beirute ser uma cidade de relevo diferenciado commuitas cadeias montanhosas, florestas, baías e praias, decerta forma, se diferencia da maioria das cidades árabes. Emtermos arquitetônicos, isso contribui, hoje, para se criar umestilo próprio ou, ao contrário, dificulta o trabalho dosarquitetos locais?

É evidente que em cada espaço (praia, montanha, baías),utilizamos diferentes métodos de diferentes proporções. Aarquitetura fica bem variada e ela deve responder às exigênciasde cada área local. A meu ver, não existe dificuldade nenhuma,ao contrário, trabalhar em cima de formas variadas e complexastorna nosso trabalho ainda mais bonito.

Beirute, historicamente falando, já foi destruída e reconstruí-da 7 vezes por causa das guerras. A cada plano de reconstru-ção concebido para a cidade, ela procura guardar suascaracterísticas orientais ou vai, cada vez mais, se ocidentali-zando e absorvendo a infra-estrutura moderna dos arranha-céus futurísticos das grandes metrópoles ocidentais e dosnovos centros e distritos financeiros, com fachadas totalmen-te globalizadas?

Quando a cidade foi destruída na última guerra civil (1975-90), o centro de Beirute foi muito atingido, e para a reconstruçãofizeram um plano diretor tentando preservar, o máximo possível,o aspecto tradicional e próprio de Beirute antes da guerra, masacabaram integrando um pouco da arquitetura ocidental. Achoque cada vez mais, o estilo contemporâneo ganha espaço poraqui, isso é normal.

Você conhece alguma coisa da arquitetura brasileira? O queacha dela?

Quem não conhece ofamoso Oscar Niemayer,que influenciou a arquitetu-ra moderna? Bom, foraisso, eu não conheço muitoda arquitetura brasileira,mas, em geral, posso falarque a arquitetura modernaestá muito desenvolvida,hoje, graças aos computa-dores e os novos materiaisde construção. A arquitetu-ra mudou muito.

Texto: Marta Tajra

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Basílica do apóstolo Paulode rito bizantino

greco-melquita católico.Magnífica arquitetura bizantina

formada de cúpulase meias cúpulas sobrepostas.O seu interior é ornamentado

de belíssimos mosaicosno puro estilo bizantino.

Sobre fundo dourado, episódios bíblicos.

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�لعربية لاير�ئحة

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O Líbano, como disse antes, tem uma superfície menorque o nosso estado de Sergipe. Isto significa que você poderiapercorrer em um só dia todo o seu litoral de norte a sul... senão fosse a grande quantidade de cidades e sítios arqueológi-cos para se conhecer, além do engarrafamento dos grandescentros, a comida que você não pode deixar de ir parandopara experimentar, ( é uma das melhores dos países árabes) eo seu povo, que é hospitaleiro, alegre e falante por natureza.Com quase 4 milhões de habitantes (contando com osestrangeiros), este número é menor que a população queemigrou para o Brasil e de seus descendentes que hoje é de 6milhões.O país está dividido administrativamente em provín-cias, cada qual com a sua capital.

E EM ZAHLE, ENCONTRO AS MINHAS RAÍZESFalar de Zahle (pronuncia-se Zarle)

significa falar um pouco de minhasraízes. Foi dessa cidade que a minhaavó, muito mocinha ainda, saiu comtoda a sua família para o Brasil. Enunca mais voltou. Mas se ela saiu deZahle por causa dos conflitos e dasguerras, Zahle nunca saiu da minhaavó. A começar pela maneira refinada eelegante de ser e se vestir. As mulheresde Zahle eram conhecidas e as maisprocuradas pelos homens do Líbano epaíses próximos quando queriam casar.Além de bonitas e preparadas, eramainda, como até hoje, muito cultas. Acidade é conhecida como “A Noiva doLíbano”, por causa dessa característica.

Foram de Zahle que saíram tambémgrandes poetas e escritores libaneses, como Said Akl e AntunNajar. Este último foi sócio de Salim Balech, que fundou oprimeiro jornal árabe no Brasil, Ak-Fayha - Mundo Largo -em 1895, o segundo das Américas. Outro poeta é FauziMaluf, um dos pilares do Renascimento da literatura árabe -Nahda.

Além da poesia, Zahle é conhecida como a Cidade dosVinhos. Construída entre duas colinas, a cidade é como umpequeno bibelô por onde passa o famoso rio Bardawni. Hoje,o lugar por onde passa este rio, é cheio de restaurantescobertos por belas parreiras e rodeado de árvores. A ruaprincipal que desemboca neste rio chama-se rua Brasil, umahomenagem a este país que acolheu e amou incondicional-mente os imigrantes libaneses, do qual faço parte comoestatística.

Fundada no século XVIII, a cidade é repleta de vestígioshistóricos e pré-históricos como, de resto, todo o Líbano. Aarquitetura libanesa do século XVII, com suas arcadas e belosjardins, contam a história desta Zahle que eu costumava ouvirda minha avó quando ainda era apenas uma criança.

Saindo de Zahle, outro lugar belíssimo de se conhecer éDeir-al Kamar (em árabe, Convento da Lua). Esta cidade, a35 km de Beirute, foi durante 3 séculos, a capital do Líbano,

constituindo o centro político, cultural, comercial e industrialdo país. É toda construída nos penhascos de uma montanha(850 metros) com casas brancas de telhados vermelhos, belospalácios dos séculos XVII e XVIII e, no centro da praçaprincipal, um lindo chafariz, que em séculos passados, jorravaágua fresca sem parar para a população.

Bem perto, a 800 metros de altitude, outra cidade parece

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Líbano, um território de 10.452 quilômetrosquadrados - menor que o estado de Sergipe, (o menorestado brasileiro). Um minúsculo território do OrienteMédio conhecido como o país dos cedros milenares,localizado na junção de três continentes: Europa, Ásia eÁfrica. Seu nome, Líbano vem de suas montanhas decumes brancos de neve, no inverno, e das pontascalcárias que brilham ao sol, no verão, que na línguasemita, diz-se: "Lubnan" (branco). Uma micro regiãocom uma macro diversidade de fatores históricos eparticularmente humanos. Beirute, capital do Líbano,cidade que hoje é o resultado de mais de cinco mil anosde presença humana contínua, e particularmente variadapor causa das inúmeras e grandes civilizações e culturasque passaram por esta terra.

Cidade com mais de meio milhão de habitantes -com a grande Beirute ultrapassa um milhão e meio.Após dezesseis anos de guerra civil (1975-1990) quedestruiu grande parte da capital e do país, o centro deBeirute encontra-se, no momento, praticamentereconstruído. É uma cidade moderna com seus arranha-céus futurísticos e hotéis de classe internacional,guardando, no entanto, sua característica oriental.

O novo e antigo centro de Beirute, desde 1995,voltou-se ao futuro e ganhou infra-estrutura modernasob o comando da Solidere - Sociedade Libanesa para oDesenvolvimento e Reconstrução do Centro de Beirute.A capital é um verdadeiro canteiro de obras, o maior emais importante do mundo, são 4,5 milhões de metrosquadrados de construção, 184 hectares de terreno, 64hectares adicionais ganho sobre o mar, com aterro feitocom os resíduos de lixo acumulado durante o período daguerra civil. Neste trabalho de demolição e reconstruçãodo centro de Beirute foram descobertos vários sítiosarqueológicos, que são verdadeiros tesouros históricos epoderão ser visitados, hoje, num percurso pedestre deuma hora, com vestígios correspondentes a cinco milanos de história.

Com o trabalho sincronizado da Solidere, renasceuno centro da capital um espaço animado, onde se tem aszonas residenciais, setores de negócios, hotéis, lojas,restaurantes... e no espaço do aterro sobre o mar foiconstruído um dique faraônico, de 1.350 metros decomprimento, com 81 blocos de concreto armado antisísmico, com altura de um edifício de cinco andares,isto para quebrar a força das ondas do mar, comtecnologia de despressurização hidráulica. Assim, ocentro de Beirute conta com uma superfície de um1.808.000 metros quadrados, ou seja, 10% da superfícietotal da cidade de Beirute. À beira-mar, tem-se umainfra-estrutura urbanística ultra-moderna, que englobaduas marinas, um parque público com espaço verde,

Beirute"A cidade que se recusa a desaparecer"

ter sido tirada diretamente dos livros de contos orientais. ÉBeit Eddine, onde fica o verdadeiro palácio das Mil e UmaNoites, situado a 45 km de Beirute e quase escondido entreárvores frutíferas, oliveiras e parreiras. Levou 30 anos paraser construído e contou com a colaboração dos melhoresarquitetos sírios de Damasco e Alepo, assim como dearquitetos italianos.

O dono desse magnífico projeto foi o Emir Backir II (emiré o título dado aos chefes em algumas regiões muçulmanas) epara que não se tenha dúvida dessa miragem em plena regiãomontanhosa, o palácio foi construído sobre um rochedo (quedomina todo o vale) no intuito de realçar toda a sua imponên-cia, que não é pouca coisa.

Paredes e tetos luxuosamente decorados, com pisos demosaico policrômico, graciosas arcadas e fonte por todos oslados – um verdadeiro vislumbre da arquitetura oriental -remetem a uma época (1788-1840) em que o emir recebia ehospedava os viajantes no palácio por três dias, sem nemmesmo perguntar a sua identidade (faz parte das regras dahospitalidade árabe) e passeava com suas esposas porbelíssimos jardins.

Mais três suntuosos palácios completavam a trilogia dosencantos das mil e uma noites destes príncipes árabes. Foramfeitos para os filhos do Emir, os príncipes Kassim, Khalil eAmine. Este último, do príncipe Amine, foi transformadoatualmente em luxuoso hotel. Ao redor, bons restaurantes ecafés nos trazem de volta ao século XXI.

Historicamente, em 1840, o palácio passa a ser sede dogoverno turco com a dominação do império otomano, e em1943, com a independência do país, passa a ser a residênciapresidencial. Hoje, uma parte do palácio foi transformada emmuseu e a outra continua a servir como residência do presi-dente libanês durante o verão, onde acontece, na mesmaépoca, o grande Festival Internacional ao ar livre com aparticipação de grupos folclóricos, música e teatro. Em 1993,uma exposição de artes exibiu pela primeira vez, as fotos dobrasileiro Sebastião Salgado.

Finalmente, descendo as montanhas, chega-se à Sidon ouSidônia, a terceira cidade-estado dos fenícios, que em línguasemita quer dizer “lugar de pesca”, foi fundada, segundo aBíblia, pelo neto de Noé (o da arca). Esta cidade, situada há45 km de Beirute, é citada várias vezes na Bíblia, pois era apreferida de Jesus quando queria descansar e fugir daperseguição dos espíritos de porco que sempre existiram porali. (leia saduceus e fariseus).

Uma capela encravada numa gruta a poucos metros domar sinaliza, hoje, o lugar onde Maria ficava esperando ofilho, quando este descia para pregar para os pescadores dolugar com os apóstolos. Missas são rezadas diariamente nestacapelinha de pedra que tem a imagem acolhedora da virgemlogo na entrada da gruta. Mães de todas as nacionalidadesentram ali para pedirem por seus filhos. No Líbano, existemcivilizações e civilizações sob nossos pés. A cada escavação,um tesouro perdido. Foi o que aconteceu em Sidon com umatradicional família – os Audi (donos do Banco Audi), que aoreformarem a sua residência, descobriram no subsolo umafábrica de sabão do século XVII, praticamente intacta, eresolveram transformar em museu temático.

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entre outros arranha-céus. Frente ao mar está a MarinaTowers, edifício em finalização, de 150 metros e comarquitetura de terceiro milênio, estrutura futurística depedra e vidro, uma silhueta lembrando a forma de umavela de navio, fazendo uma homenagem implícita aosfenícios, mestres dos mares.

Nesta região encontra-se o Hotel Fenício, totalmen-te restaurado, símbolo dos hotéis de Beirute quepassaram pela guerra e continuam em atividade. Ao ladodestes, investidores particulares kuetianos, sauditas elibaneses investem forte na hotelaria, como os hotéisMonroe, Platinum Tower, Beirute Tower e outros queoferecem vista panorâmica para o mar Mediterrâneo,para o centro da capital e as montanhas. Não longe estáem construção o hotel Four Seasons, 200 chaves e umatorre residencial de luxo, investimento de 240 milhõesde dólares feito pelo príncipe saudita Walid ben Talalben Abdel Aziz.

No chamado downtown, centro da cidade, a Placede l'Étoile (Praça da Estrela) é o centro onde está a torredo relógio e o edifício da Assembléia Nacional (Parla-mento), que foi construído sob o presumido fórumocidental da cidade romana. Toda esta área foi restaura-da e reconstruída no final da guerra civil pela SociedadeSolidere, que reconstrói e administra o centro deBeirute. O local voltou a sua animação em temporecorde, deixando a memória da antiga Beirute e aomesmo tempo um ar de modernidade. Nas ruas parapedestres estão os vários restaurantes, cafés, lojas,escritórios, bancos, que dão o charme deste centro querenasceu como num passe de mágica e hoje tem noitesmovimentadas e alegres. Para se ter idéia da valorizaçãodo centro de Beirute depois da guerra, salas comerciaissão alugadas com o metro quadrado valendo mais dedois mil dólares.

Neste centro, encontra-se também em obras ogrande mercado tradicional de Beirute – Suk – situadono mesmo local onde estavam os Suks Tawilé, Ayass, al-Franj, Arwane, al-Jamil, demolidos pela violência daguerra. O novo Suk de Beirute tem uma superfície de100.000 metros quadrados de construção e prevê umagaleria comercial de 30.000 metros quadrados, comaproximadamente 200 lojas. E mais, um Grande Bazarde 15.000 metros quadrados, um hipermercado de 7.000metros quadrados, área para lojas de jóias de 10.000metros quadrados, um edifício de escritórios, complexode lazer de 18.000 metros quadrados com nove salas decinemas e uma cúpula imax tridimensional (um tipo desistema de imagem tridimensional mais sofisticada),vários restaurantes e cafés, espaços verdes, ruas parapedestres, uma cidade de ciências para crianças,complexo para os jogos eletrônicos em realidade virtual,

galerias de arte, um museu arqueológico (cujos vestígios,com um muro medieval do bairro fenício-persa e a mesquitaZawiyat Ibn Iraq, já fazem parte do local). Tudo isto seráintegrado à paisagem, que fará do Suk de Beirute o pulmãocomercial do centro da capital. A Sociedade Solidere edificaeste Suk para ser um local comercial e também um centroturístico único no gênero. Este projeto está avaliado em 120milhões de dólares.

Edifícios futuristas estão em construção, com aparta-mentos de grande luxo e vista para o mar Mediterrâneo epara as montanhas, com superfície de 500, 700 e 1200metros quadrados, no valor mínimo de 2 milhões de dólares.Oitenta por cento destas torres já estão vendidas, particular-mente para emigrantes libaneses que procuram ter um pé noLíbano, país de sua origem. São compradores europeus eárabes. Estes últimos, depois do 11 de setembro de 2001,consideram Beirute um novo destino financeiro, visto que éuma cidade cosmopolita, com clima agradável e com grandequalidade de vida, serviços, cultura, lazeres diversificados.Uma cidade única na região do Oriente.

Vista do mar, a cidade de Beirute apresenta belo aspecto.Atrás dela, elevam-se os altos cumes do Líbano, de coresvariadas no verão e prateados de neve no inverno. Naprimavera, Beirute renasce de suas próprias cinzas como aFênix.

Beirute conquistou o direito ao título de "A Cidade quese recusa a desaparecer".

Roberto KhatlabHistoriador e pesquisador da Lebanese Emigration Research

Center - Notre Dame University LERC/NDU, Libano.Paranaense, de descendência árabe, mora em Beirute. É autor,

dentre outros livros, do ‘'Líbano - Guia Turístico e Cultural’’, únicoguia completo do Líbano em língua portuguêsa.

Encontrado no Maxifour Lebanon Market CenterSão Paulo - SP

www.maxifour.com.br011 - 5052 8475

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O Museuconta a históriado sabão naquelaregião - que ia deAlepo, na Síria, à

Naplouse,Palestina. Este éum assunto àparte, até pelaimportância que obanho possui,ainda hoje, nomundo islâmico,como fator depurificação paraos rituais religio-sos.

Sidon ouSaida, conhecidahoje como acidade dosjardins, é a capitaldo Líbano-Sul esede de vários

Arcebispados e Igrejas de origem Greco-Melquita Católico,Ortodoxa e Greco-Ortodoxo, além de uma igreja latina – quehoje está sob a guarda da igreja maronita - com uma hospeda-ria que servia aos peregrinos de passagem para Jerusalém.Conta também com um importante pólo comercial e turístico,largas avenidas e belas praias. Além de um patrimônioimportante: um povo alegre e hospitaleiro.

Enfim, conhecer o Líbano é mergulhar na história da nossacivilização, com todos os mistérios e tesouros guardados emseu subsolo, seu relevo fascinante e colorido. Lembrando aquique a guerra alardeada pelos meios de comunicação ocidenta-is resume-se a uma estreita faixa localizada no sul do país – aFaixa de Gaza – onde o acesso é permitido apenas à popula-ção do local e a jornalistas credenciados. No resto do país,reina a paz do paraíso terrestre, citada várias vezes na Bíblia,e comprovada por turistas do mundo inteiro. Vale à penaconhecer este país. Eu recomendo.

Como se mora no LíbanoViajar é liberdade. Percorrer o mundo, conhecer novas culturas

e descobrir novos horizontes fazem parte da experiência que ficaem nossa memória. O benefício de viajar é fazer com que a gentepasse a ter novas referências, quebrar conceitos e preconceitos,interagir com outras culturas e diversificar a mente e a percepção.Tanto faz se for longe ou bem próximo, o que importa é sair deespírito e de mente abertos para novas experiências.

Como arquiteta, passei a compreender olhando e observandotudo de forma minuciosa. Por onde ando aprendo muito em lugaresdiferentes, vendo como se faz um prédio, uma praça, uma casa ouainda visitando um museu, que ensina a história e a cultura. Épossível ver exemplos de edifícios clássicos, renascentistas,modernos, pós- modernos, high-tech. Enfim, está-se sempreaprendendo com novas experiências e procurando aplicá-las no diaa dia e no trabalho.

Viajei diversas vezes para lugares diferentes, mas duas viagensforam especiais, deixando parentes e amigos apreensivos com aaventura. A primeira foi para a Tailândia e a Indonésia, em 2004,dias após o terrível tsunami que devastou o sul da Ásia. Confessoque fui temerosa, mas quando cheguei lá esqueci meus medos e meencantei, com Bangkok e Bali.

A segunda viagem, mais recente (2008), foi ao Líbano, paísconhecido por suas guerras e constantes conflitos. Esta viagem foiespecial para mim por ter sido recebida por uma família local, ondetive a oportunidade de vivenciar melhor a cultura do povo libanês.De pronto, percebi que se tratava de um povo amável, receptivo emais liberal do que imaginava para o mundo árabe. Talvez pelasituação geográfica, entre o Mediterrâneo e a Mesopotâmia, tenharecebido muita influência do Ocidente. Não é a toa que Beirute, nosseus áureos tempos, era conhecida como a Paris do Oriente.

As construções que formam uma cidade são reflexos daorganização e da evolução de uma sociedade, sendo Beirute oretrato da sociedade libanesa. Assim que cheguei, encontreidiversos edifícios mostrando as feridas da guerra ainda abertas,com as paredes marcadas por balas e bombas. Havia, porém, ospalácios imensos, os grandiosos hotéis restaurados, os edifíciosmodernos e as casas típicas reconstruídas. A cidade dilacerada, aospoucos, está cedendo espaço para grandes empreendimentosimobiliários que cobram preços estratosféricos por metroquadrado. Beirute era um laboratório para os arquitetos queprojetaram inúmeros edifícios arrojados com o uso de materiais detecnologia avançada como aço e grandes cortinas de vidro

Existe uma grande diversidade de materiais de construção noLíbano, ao contrário dos seus países vizinhos onde o uso do barro épredominante. Lá se encontram pedra e madeira em abundância,que é usada principalmente em suas obras tradicionais. Adiversidade de materiais e a mistura de influência do Ocidente e doOriente fazem diferenciada a arquitetura libanesa. Na verdade,trata-se da mistura da arquitetura do Mediterrâneo e dos paísesárabes.

Durante a viagem ao Oriente Médio tive a oportunidade deconhecer três residências em Beirute, capital do Líbano, que ficaentre o mar e a montanha, onde procurei entender como as pessoasmoram e vivem.

A primeira, uma casa belíssima e tipicamente libanesa, ondec o m s u a f a c h a d arevestida em pedratípica da região, uso dearcos e varanda comg r a d i l e m f e r r odesenhado e executadom i n u c i o s a m e n t e .Construída no séculopassado foi adquirida ereformada pelos atuaisproprietários.

Ao chegar a casad e p a r e i c o m u m aagradáve l varandaescalonada em níveis,l e m b r a n d o a sc o n s t r u ç õ e s d o

À esquerda, Daral-Harim (aparta-mentos privadosdas mulheres).Abaixo, a grandeporta que dáacesso aosapartamentosprivados, todaornamentada etrabalhada emmosaico depedras policro-mas. Os degraussão em forma deuma mão aberta,significando que oanfitrião recebia ohóspede nasmãos.

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Mediterrâneo. O paisagismo usou a pedra como seu principalelemento e criou alguns ambientes de estar para apreciar o jardim.

No interior da residência, quando entrei, tive a sensação que acasa tinha alma e personalidade. Lá encontrei uma mistura deestilos, tendências e épocas que conviviam em perfeita harmonia.

As peças e objetos de arteadquiridos ao longo da vidae viagens dos proprietários,contavam um pouco dahistória de suas vidas e deseus familiares.

Cada espaço da casa erauma agradável surpresa.Alguns ambientes eramtotalmente revestidos compedra rústica, como na salade jantar onde grandeslustres de cristal e objetos dearte faziam um contrapontoharmonioso. Da mesma

forma, um majestoso espelho veneziano coexistia com um lustretradicional do mundo árabe.

Acirculação, em azul, com piso de mármore coberto com tapetepersa, tinha as paredes cobertas com obras de arte. Em outro cantoda sala encontrei uma espreguiçadeira com biombo na sua lateral,ricamente trabalhado em motivos árabes. Objetos típicos da região,

como cobre, foram usadosem tampo de mesas ediversos objetos paracompor outro ambiente.

Todos os espaços eraminteressantes, mas o quemais me chamou atenção foio quarto azul. Ah! O quartoe r a s i m p l e s m e n t em a r a v i l h o s o ! O a z u lpredominante do ambientem i s t u r a v a - s e c o m ocaramelo e o dourado dacortina e do roda teto, compeças azuis nas prateleirasfazendo deste espaço umlocal muito interessante. Ogrande lustre de cristal traziaa nobreza do quarto, dignodas princesas do oriente.

No Líbano as estaçõessão bem definidas e no verãoa temperatura apresenta-semuito alta, bem parecidas

com a do Piauí. Para fugir do calor, as famílias mais abastadas têmresidências de verão nas montanhas, cujo clima é mais ameno. Oapartamento que visitei tratava-se de um exemplo disto. Situava-seem um edifício construído por um patriarca, onde cada filhomorava em um pavimento com suas respectivas famílias. Comquatro suítes, estar com três ambientes, jantar, varanda e área deserviço em nada se diferenciava dos apartamentos deste porte quese tem aqui.

Localizado no alto de uma colina, tinha vista privilegiada para ocentro da cidade e para o mar Mediterrâneo. O hall de entrada,assim como em todo apartamento, tinha piso em mármore bege que

dava amplidão ao espaço e realçava os diversos tapetes persas. Omobiliário da sala era simples e limpo, com sofás em tons escuros.Destacavam-se os nichos na parede e o painel esculpido em pedrana sala. Objetos de diversas partes do mundo compunham adecoração do espaço.

A grande varanda,situada em toda extensãoda sala, ambientada commóveis de fibra, era umambiente agradável paraficar e apreciar a vista.

A terceira residênciavisitada foi uma mansão,localizada na região maisalta da cidade, sendoexemplo de arquiteturamoderna internacional,com elementos sutis quelembravam a realidadelocal. A fachada todarevestida em mármoreapicoado dava nobreza àedificação. Uma grandeporta em madeira escuramarcava a entrada. Oprojeto de iluminaçãom u i t o t r a b a l h a d orealçava a beleza daarquitetura, do interior edo paisagismo.

A ambientação de toda residência era um exemplo onde omenos é mais. A paleta de cores usada ia do bege do piso demármore, branco e cinza tendo como contraponto a madeira escurapara criar o aconchego dos espaços. A sala de estar ampla, comdiversos ambientes e mobiliários em tons terrosos, era destacadapela iluminação difusa e pontuada em locais estratégicos.

O espaço destinado ao lazer abrigava mesa de jogos, bar, estar,home theater e uma lareira ao centro, seguindo a mesma linha deespaços claros com pisos emoldurados por tapetes persas. O bar foirevestido em madeira com prateleiras iluminadas. A sala erailuminada através de sancas e pontuada nos locais de maiorinteresse, como o bar e a mesa de jogos.

A cozinha, com linguagem futurista, abusava do aço inox,revestimentos cinza e piso de madeira. Os móveis, com designlimpo, eram brancos com poucos detalhes. A copa, ao lado dacozinha, seguia o mesmo estilo, realçada apenas por uma grandemesa de madeira.

Na viagem ao Líbano, rompi meus medos de ir a um paíscomplicado por guerras. Por outro lado, quebrei conceitos epreconceitos quando percebi que era um povo liberal. Interagi umpouco com as famílias locais e passei a ter novas referênciaspessoais. Por fim, diversifiquei a mente e compreendi que a formade viver assemelhava-se com o nossa, apesar das diferençasculturais. Constatei que o mundo é muito pequeno e globalizado,muito mais do que se possa imaginar.

Lavínia Coelho Brandão CostaProfessora de Arquitetura no Instituto Camilo Filho

Arquiteta da Prefeitura Municipal de TeresinaEspecialista em Design Estratégico

[email protected]

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Page 24: Revista Mercado do Imóvel

No Piauí, segundo o presidente do Sinduscon, Andrade

Júnior, a meta é construir 8 mil unidades para o público

que ganha de 0 a 3 salários mínimos por mês. O construtor

lembra que esta é a primeira vez que o setor da construção

civil participa dos programas de moradia desse tipo.

“A decisão foi um acerto do Governo, porque passou

para a construção civil a meta de debelar o déficit habitaci-

onal. Antes, esse tipo de programa era feito em mutirões e

percebeu-se que era ineficaz. O setor da construção civil é

o competente, de fato, para fazer o trabalho, pois para se

fazer um empreendimento é preciso seguir regras, como

fazer o loteamento da área, o que antes não acontecia”,

comenta.

Andrade Júnior avalia que o programa trouxe muitos

benéficos para a população, pois facilita o acesso ao

imóvel, além de trazer uma taxa de financiamentos de 5%

para aqueles contratos com renda de até 5,5 salários e 6%

para as de rendas acima destas. “Isso reflete em redução

significativa na parcela. Antes a taxa do financiamento era

na casa de 8,16%”, esclarece Andrade Júnior.

Ele acrescentou que até o momento, 23 empresas estão

aptas a trabalhar com a Caixa em todo o Piauí no Programa

Minha Casa, Minha Vida. Andrade Júnior informou ainda

que já foram assinados 1.500 contratos para a execução

das unidades habitacionais. “No momento existem em

execução obras, sobretudo nas zonas sudeste e leste, como

nos bairros Pedra Mole e no Vale do Gavião, mas o ritmo

de construção aumentará em novembro”, garantiu.

Os construtores do Piauí estão comemorando a

parceria com o Governo Federal no programa

Minha Casa, Minha Vida, que é gerido pela

Caixa Econômica Federal em nível nacional.Aparceria,

em três instâncias vai construir 1 milhão de novas casas

e apartamentos para a população em todo o país,

gerando também empregos. O prazo para a conclusão

das obras é o mês de junho de 2011.

Minha casa,minha vida

Piauí

A meta de construção no Piauí dentro do programa é de

21.800 unidades habitacionais, sendo 40% para famílias

com renda de 0 a 3 salários mínimos. No estado já foram

contratados três empreendimentos para atingir a faixa entre

0 a 3 salários, além de 2 empreendimentos com 46 unida-

des.

O gerente regional de construção civil da Caixa,

Emanuel do Bonfim Veloso Filho, afirma que o programa

significa muito mais famílias realizando o sonho da casa

própria, e também mais renda para os trabalhadores e

desenvolvimento para todo o Brasil.

“O programa é destinado às famílias com renda familiar

mensal de até 10 salários mínimos e que ainda não possu-

em casa própria. Entre as facilidades estão o aumento do

subsídio, redução dos custos de seguro e acesso ao fundo

garantidor da habitação, que refinancia parte das presta-

ções, caso o trabalhador fique desempregado”, disse

Emanuel Filho.

Ele esclareceu que a meta a ser atingida é de 1 milhão

de unidades para todo o Brasil, 40% são para as famílias

com renda entre 0 a 3 salários mínimos e, já 60% dos

imóveis são destinado para as famílias que ganham entre 3

a 10 salários mínimos por mês. No primeiro caso, as

famílias devem procurar as prefeituras e a ADH aqui no

Piauí, e no segundo perfil, as famílias interessadas devem

procurar um correspondente Bancário Imobiliário ou uma

agência da Caixa.

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Page 25: Revista Mercado do Imóvel

Em 10 anos a zona norte de Teresina será a melhorda cidade”. Esta é a convicção de Paulo Ferreira,médico e investidor entusiasmado com o

crescimento da região, onde ele implantou um hospitalprivado, o Hospital das Clínicas de Teresina (HCT) e alicomeça a erguer o projeto do terceiro shopping da cidade.

Trata-se do Norte Shopping, o primeiro empreendi-mento do tipo sanduíche a ser pensado para Teresina. “Éum complexo formado por um estacionamento verticalcom vaga para 800 veículos, um heliponto, o hospital - queterá outros serviços agregados aos já existentes - e aslojas”, conta Paulo Ferreira.A área do empreendimento é de 30 mil metros quadrados,está localizada na Avenida Território Fernando de Noronha,no bairro Aeroporto, e é divida ao meio pela via pública,sendo que será interligada por uma passarela.

Paulo Ferreira explica que de um lado ficam o estacio-namento e o centro de serviços de saúde, que inclui o PotiMedical Center, com 120 consultórios, e do outro o centrocomercial, que já tem certo o supermercado Carvalho comárea de 4.500 metros quadrados, como uma das lojasâncoras, e unidade da academia Eugênio Fortes, com 700metros quadrados. No total serão quatro lojas âncoras.

As obras para a concretização do projeto iniciaram nomês de agosto e têm previsão de ficarem prontas em doisanos. O empreendedor diz que o complexo Norte Shoppingtem investimento total de R$ 100 milhões, com participa-ção do grupo do Poti Medical Center, da Phillips, entreoutros investidores.

O médico e empresário adiantou que dentro do comple-xo haverá também espaço para um centro de ensinosuperior na área de saúde, que levará o nome do MinistroReis Veloso e um centro cultural, que prestará homenagemno nome a Noé Mendes.

“A idéia do modelo desse shopping trouxe de viagensinternacionais que fiz, juntei um pouco do que vi em cadalugar, como em Buenos Aires, França, Holanda, Inglaterra,

Portugal e EUA. Todos esses lugares me inspiraram”,conta.Ao contar sua trajetória até o projeto do Norte Shopping,Paulo Ferreira disse que a implantação do HCT na zonanorte de Teresina veio da identificação da carência deserviços de saúde naquela região. “Avaliei que a zona norteera carente de serviços e o HCT contribuiria para descon-gestionar o centro médico tradicional da cidade e atender ademanda da população da área”.

“O HCT está a cinco minutos do centro da cidade, bempróximo ao aeroporto, é circundado por avenidas e de fácilacesso para a zona leste, e agora com a inauguração demais uma ponte (a Ponte do Sesquicentenário) as condi-ções de acesso vão melhorar ainda mais”, argumentou.Ele acrescentou que quando teve a idéia de implantar oHCT, ninguém acreditava no seu projeto, mas visionário,seguiu em frente. Recentemente, quando da inauguraçãodo heliponto do hospital, no início deste ano, teve o apoiodo prefeito Sílvio Mendes, que lhe confessou não acreditarna sua idéia de investir na zona norte. “Naquela época eleera presidente da FMS (Fundação Municipal de Saúde),mas quando esteve aqui para a inauguração do helipontodo HCT disse que não enxergou o projeto como eu vi, ehoje reconhecia que estava errado”, contou.

“Investi aqui e não me arrependi. Tenho certeza de queem 10 anos a zona norte será a zona nobre de Teresina,pois há projetos grandes de infra-estrutura para a região,como o “Lagoas do Norte”. Aqui estamos próximo doParque da Cidade, da ponte do Sesquicentenário, da futuraponte do Mocambinho. O Carrefour tem projeto deimplantar um supermercado na região. Tudo isso mostra opotencial da zona Norte”, comemora Paulo Ferreira.

Mais um shoppingpara Teresina

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Page 26: Revista Mercado do Imóvel

mercado imóveldo 2

Marta Tajra (DRT 130/PI)Editora e Publisher

Marta Tajra

David VeckiDireção executiva

TupyProjeto gráfico e diagramação

Gráfica & Editora São JoãoImpressão

Raquel LopesRevisão

Adriana Cláutenes Lemos

(DRT 940/PI)Jornalista colaboradora

3 Editorial

8 Moinhos de ventos gigantes movem

agora os ventos do Piauí

10 Torre projetada por Niemeyer em

túnel de vento

12 Plano diretor prevê a

construção de oito novas pontes

em Teresina

14 Dossiê Teresina

26 Ensaio Fotográfico

30 Perfil de empreendedor: Ciro

Nogueira

32 Lançamentos: North Shopping

36 Opinião: Leôncio Ferraz

40 Turismo: especial líbano

52 Opinião: Eduardo Borsoi

54 Entrevistada: Susane Vasconcelos

56 Mercado: minha casa/ minha vida

58 Posse: Andrade Junior

60 Mercado legislação: lei garante

parcelamento do imposto ITBI

62 Mercado: feiras nacionais

63 Mercado: feiras internacionais

64 Mercado local:

aeroporto SRN/ sede nova boa vista

66 Mercado na rede: nova lei do inquilinato

Capa: foto de Rodrigo Ferraz

Lorenzo TajraMarketing e Vendas

Aureliano Müller

Dantércio Cardoso

Lopes Medina

Marta Tajra

Roberto Khatlab

Rodrigo Ferrazfotografia

86 - 3081 6473

86 - 9994 6216comercial

[email protected]

Os artigos assinados nesta edição

são de inteira responsabilidade de

seus autores.

Pontos de vendas da revista

- Livraria Universitária (Shopping Riverside eTeresina Shopping)

Livraria Margarida-

Padaria Ideal- (Ilhotas)

Banca do Joel- (Centro)

Banca do Aeroporto-

Banca Joelma- (Teresina Shopping)

Banca Atualidades- (Carvalho do RiversideShopping)

Page 27: Revista Mercado do Imóvel

Moinhos de ventos

gigantes movem

agora os ventos

do Piauí

um toque a mais sustentabilidade

No começo deste ano (2009) foi inaugurada a

Usina Eólica Pedra do Sal, em Parnaíba, a

primeira usina geradora de energia renovável do

Piauí, que produzirá 18MW por meio de 20 aerogeradores

e estará interligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN)

pela subestação da Cepisa, em Parnaíba (PI).

A usina, que teve um investimento total no valor de R$

102,8 milhões, produzirá energia suficiente para atender

cerca da metade do consumo do município de Parnaíba,

quando estiver operando com plena capacidade. Cada torre

de cata-vento mede 55 metros de altura, que com as pás,

alcançam 77 metros e pesam mais de 63 toneladas. A usina

transforma a energia dos ventos em energia elétrica através

de moinhos de vento gigantes.

Como a cidade fica na ponta de linha da rede de

distribuição da Cepisa, sofre constantemente com oscila-

ções, mas isso deve acabar com o suprimento extra de

energia que está recebendo da usina. Uma rede de trans-

missão com 26 quilômetros integra a usina eólica à

subestação da Cepisa, em Parnaíba. O engenheiro Sérgio

Zanttoni garante que o Piauí oferece as melhores condições

do mundo para a geração de energia eólica, com ventos

fortes e constantes, “garantindo a geração de energia o ano

todo”. O parque eólico, que ocupa uma área de 540

hectares, recebe apoio do Governo Federal através do

Programa de Incentivo a Fontes Alternativas – Proinfa, que

garante a compra de toda a energia produzida no local por

um período de 20 anos.

O plano de investimento da empresa em fontes alterna-

tivas de energia contempla ainda a Pequena Central

Hidrelétrica Areia Branca (MG-19,8 MW) – com previsão

de operar em maio de 2009 – e o parque eólico Beberibe

(CE-25,6 MW), já em operação. Os projetos integram o

Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia

Elétrica (Proinfa).

Os três ativos, que pertenciam a Econergy International,

foram adquiridos em outubro deste ano pela controladora

da Tractebel Energia, GDF SUEZ. “Estes empreendimen-

tos estão de acordo com a filosofia da empresa, de ampliar

os investimentos em fontes alternativas de energia”, diz o

presidente da companhia, Manoel Zaroni Torres.

Segundo ele, a participação da companhia em energia

eólica pode aumentar no ano que vem, o que dependerá das

condições do edital do leilão previsto com esta finalidade

pelo Ministério de Minas e Energia.

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