revista passear nº40 versão gratuita

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passear Nº. 40 . Ano IV . 2015 . PVP: 2 € (IVA incluído) sente a natureza Cidade RABAT em Marrocos Entrevista BTL 2015 Fátima Vila Maior Destino Monte da Lua Caminhada Lagoa das Sete Cidades PORTUGAL visto do céu

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Revista Digital Passear Nº40 Versão Gratuita

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Page 1: Revista Passear Nº40 Versão Gratuita

passearNº. 40 . Ano IV . 2015 . PVP: 2 € (IVA incluído)

DESCOBRIRRio Maior

sente a natureza

CidadeRABAT em Marrocos

Entrevista BTL 2015Fátima Vila Maior

Destino

Monte da Lua

CaminhadaLagoa das Sete Cidades

PORTUGAL visto do céu

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Registada na Entidade Reguladorapara a Comunicação Socialsob o nº. 125 987

Capa Fotografia

Especial Monte da Lua(pág. 18)

Correspondência - P. O. Box 242656-909 Ericeira - PortugalTel. +351 261 867 063www.lobodomar.net

Director Vasco Melo GonçalvesEditor Lobo do MarResponsável editorial Vasco Melo GonçalvesColaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves....

Grafismo

Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Publicidade Lobo do MarContactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041e-mail [email protected]

Contacto +351 965 510 041emal: [email protected]/lobodomardesign/comunicar

www.passear.com

Monte da LuaA edição 40 da revista Passear é dedicada à Serra de Sintra também conhecida pelo nome de Monte da Lua. O património edificado, a paisagem e a riqueza botânica fazem, desta serra, um local especial e muito apreciado e visitado por portugueses e estrangeiros. Nesta edição abordamos a Serra e, numa próxima, iremos descobrir a Vila e os seus ícones.Voltamos aos Açores e a uma fantástica caminhada efetuada na ilha de São Miguel que nos deu a conhecer a Lagoa das Sete Cidades. Uma caminhada de contemplação por uma zona da ilha de grande beleza natural.A Bolsa de Turismo de Lisboa abre portas no final de Fevereiro e o destino convidado é o Alentejo. Fomos conversar com Fátima Vila Maior, diretora do certame, para saber um pouco mais sobre esta importante iniciativa.A finalizar, uma visita fotográfica à cidade de Rabat em Marrocos. Este pais tem um grande potencial no que diz respeito a Turismo de Natureza e Cultural. A proximidade geográfica e cultural entre Marrocos e Portugal facilita um maior aprofundamento.

Veja os eventos sempre

actualizados em www.passear.com

Bons passeios e um bom ano de 2015.

[email protected]

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Sumário04 Atualidades

14 Entrevista:

BTL 2015

18 Especial Serra de Sintra

O Deslumbrante Monte da Lua

64 dormidas : comidas : bebidas

68 Apresentação de artigos

do Passear (versão paga)

70 ASSINATURA Passear

72 Açores: Ilha de São Miguel

80 Marrocos:

Cidade de Rabat

90 Portugal Visto do Céu

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com

plet

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Tenha acesso à versão completa da revista passear por apenas 1€

Bons passeios e um bom ano de 2015.

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ades 1º CONGRESSO INTERNACIONAL - AS AVES NA

HISTÓRIA NATURAL, NA PRÉ-HISTÓRIA E NA HISTÓRIA

Este congresso pretende reunir, com a fi-nalidade de troca de conhecimentos, in-vestigadores que têm trabalhado sobre a origem, evolução e utilização das aves pelo homem. Dirige-se sobretudo a paleontó-logos, a pré-historiadores, a arqueólogos e historiadores.Apesar de este ser um congresso de ín-dole científica, está virado também para a participação de estudantes e, pela sua abrangência, está também aberto à par-ticipação de curiosos e interessados nesta temática que queiram aprofundar os seus conhecimentos.As aves, com mais de 10 000 espécies vi-vas, são o grupo de vertebrados voadores mais bem-sucedido, superando qualquer outro grupo de vertebrados voadores, pela sua abundância e diversidade, quer no pre-sente quer no passado. As aves são animais extraordinários, quer pela sua fisionomia, pela cor das suas penas, por voarem, mas também pela sua história evolutiva. De fac-to, as aves são na realidade dinossáurios, pois na moderna organização taxonómica, aves e dinossáurios partilham o mesmo ramo da evolução: o ramo dos Dinosauria.

As aves aparecem representadas nas artes de culturas e civilizações diversas, desde a Pré-História até aos dias de hoje: na arte ru-pestre, na cerâmica, na escultura, nos mo-saicos e na pintura. Por outro lado, as pe-nas das aves foram usadas também desde a Pré-História como adorno: recentes estudos demonstram que já os neandertais usavam penas de corvídeos para adornar o corpo. Tal como outros animais, também as aves aparecem associadas a mitologias diversas, surgindo até com características divinas no seio de alguns povos, como é o caso do Antigo Egipto, em que o íbis-branco era considerado encarnação do deus Thoth.O congresso, organizado pelo Centro Português de Geo-História e Pré-História, decorrerá de 23 a 27 de setembro de 2015, em Lisboa, na Biblioteca Nacional de Portugal, e está dividido em sessões ge-rais, de carácter cronológico e evolutivo, e em sessões temáticas, mais específicas. Paralelamente existirá um programa de ani-mação cultural, que será divulgado oportu-namente.Fonte: NaturTejo W

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ALGARVE COM ANO RECORDE NAS DORMIDASA hotelaria do Algarve reforçou os resulta-dos positivos e, em dez meses, conta mais dormidas do que em todo o ano de 2013, informou o «Destaque Atividade Turística» referente ao mês de outubro do Instituto Nacional de Estatística (INE).«É a confirmação das melhores previsões para o destino. Em 2014, atingimos já os melhores números dos últimos anos e o Al-garve continua a ser o motor do turismo em Portugal», considera o presidente da Região de Turismo. Para Desidério Silva a região terá um ano «notável a todos os níveis, quer em dormidas, quer no número de hóspedes e nas receitas, com um grande incentivo do mercado interno alargado de Portugal e Es-panha».De janeiro a outubro, as unidades de alo-jamento da região atingiram 15,5 milhões de dormidas, um valor 11,2 por cento aci-ma do período homólogo. Nos dez primei-ros meses do ano o Algarve já regista cerca de 760 mil dormidas a mais do que no global do ano passado, que fechou com

um total de 14,7 milhões de pernoitas.Para os resultados acumulados pelo destino neste indicador contribuíram os desempe-nhos tanto dos residentes (+19,5 por cento) como dos não residentes (+8,7 por cento). Entre os principais mercados emissores, destacam-se os crescimentos homólogos do Reino Unido (+8,8 por cento, para 5 milhões de dormidas), Alemanha (+5,5 por cento, para 1,47 milhões) e Espanha (+26,8 por cento, para 836 mil).Segundo o INE, até outubro os proveitos to-tais cresceram 14,1 por cento no Algarve, para 665 milhões de euros, o que também constitui novo máximo neste indicador, que no conjunto de 2013 se acercou dos 610 milhões de euros.Quanto ao número de hóspedes nos esta-belecimentos hoteleiros, subiu 15 por cento face ao período homólogo, para 3,3 mi-lhões, valor que compara favoravelmente com a totalidade do ano anterior (3,1 mi-lhões).

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APPS DA GARMIN

A Garmin disponibiliza uma oferta comple-ta que combina o melhor de dois mundos: as vantagens, a qualidade e a comodidade dos seus dispositivos GPS de outdoor com as funcionalidades e ferramentas ofereci-das pelas aplicações disponíveis para os smartphones. As aplicações BaseCamp™ Mobile, Garmin Connect™ Mobile e VIRB™ Smartphone garantem aos amantes dos desportos ao ar livre e dos programas de aventura um conjunto de recursos que assegura a melhor experiência, indepen-dentemente de estes estarem na montanha ou no mar.“Os smartphones são atualmente o equi-pamento mais pessoal que existe. Acompa-nham os utilizadores para todo o lado 24/7 e são uma ferramenta essencial para todo o tipo de tarefas. É exatamente por isto que apostamos nas aplicações como forma de

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oferecermos aos nossos clientes vantagens adicionais que complementam na perfeição as funcionalidades e ferramentas já dis-ponibilizadas pelos nossos clientes”, disse Natália Cabrera, diretora de Marketing da Garmin Ibéria. ”As aplicações da Garmin não só otimizam toda a experiência de uti-lização dos aparelhos GPS, como também toda a aventura vivida pelos utilizadores, proporcionando ferramentas que permitem, entre outras coisas, a partilha de todos os grandes momentos com familiares e ami-gos”, continuou.O BaseCamp™ Mobile pode ser descarre-gado gratuitamente através da App Store™, enquanto que o Garmin Connect™ Mobile e o VIRB™ Smartphone App estão disponíveis, também de forma gratuita, tanto na App Store™ como na Google Play™ Store.

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es3º PROGRAMA ANUAL DE CAMINHADAS GUIADAS: GERÊS 2015

ORGANIZADO PELA ASSOCIAÇÃO GE-RÊS VIVER TURISMO E COM O APOIO DA CÂMARA MUNICIPAL DE TERRAS DE BOURO, INICIOU-SE A 2 DE JANEIRO DO CORRENTE ANO O 3º PROGRA-MA ANUAL DE CAMINHADAS GUIADAS QUE DECORRERÁ NO GERÊS ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE 2015. Pelo terceiro ano consecutivo, a entidade organizadora pretende uma vez mais e-naltecer o Gerês enquanto território de excelência para a prática de caminhadas, realçando toda uma rede de trilhos que só neste destino turístico se pode encontrar. Também, a promoção de um estilo de vida mais saudável em conjugação com um i-menso património natural e cultural exis-tente no Gerês. Em 2015, são vinte e três os trilhos a usu-fruir e a maioria repetir-se-á ao longo de doze meses. Todos os trilhos possuem características singulares, e as caminhadas possibilitam a visita a locais de rara beleza. De Janeiro a Dezembro estão contempla-das no âmbito deste programa um total de 130 caminhadas guiadas. Como novidade, em 2015 a organização do programa inclui a realização de “cami-nhadas de um dia” nos meses de Maio, Junho, Setembro e Outubro. Serão camin-

hadas com uma duração média de sete horas, ocupando os períodos da manhã e tarde, com almoço volante. Um desafio para os mais resistentes. Outra novidade é a inclusão de uma caminhada noturna, no dia 21 de Junho, para comemoração do Solstício de Verão. Pelo sucesso registado em 2014, no pro-grama de 2015 as caminhadas noturnas no Verão vão realizar-se também nos me-ses de Junho e Setembro, para além de Julho e Agosto, num total de doze. A 31 de Outubro e também à noite, o Trilho das Bruxas. Um dos pontos altos do programa será a realização do III Festival de Caminhadas, que irá acontecer nos dias 21 e 22 de Março, com quatro trilhos/caminhadas por dia. Informação completa e específica será divulgada em breve. As inscrições neste programa são gratuitas, realizadas através dos estabelecimentos aderentes ao mesmo e nas condições por eles fixadas. Os interessados em participar neste programa poderão obter mais infor-mações diretamente no estabelecimento aderente por si selecionado, sendo que a listagem de aderentes e o calendário do programa podem ser consultados em: www.geres.pt

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ENTIDADES REÚNEM-SE PARA DISCUTIR FUTURO PLANO DE ACÇÃO NACIONAL PARA O LOBO-IBÉRICOEm meados de Dezembro de 2014 reu-niram-se em Gouveia vinte entidades, de diferentes sectores, para discutir o tema da conservação do lobo-ibérico. Foram abor-dadas as preocupações e expectativas dos participantes relativamente a um Plano de Acção Nacional para esta espécie, numa perspetiva de envolvimento de toda a so-ciedade e com vista a convivência susten-tável com o lobo.A complexidade e diversidade de interesses que envolve a temática do lobo-ibérico re-sulta na necessidade de procurar consen-sos para a concretização de um Plano de Acção, que oriente e defina a conservação da espécie em Portugal. Numa iniciativa inédita, estiveram reunidas entidades as-sociadas às atividades agro-pecuária, cinegética, científica, conservacionista e de gestão do território, para além do SEPNA/GNR, de Guardas e Vigilantes da Natureza e da autoridade nacional de conservação da natureza, ICNF.

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Desta reunião resultou uma identificação dos principais temas a incluir num Plano de Acção Nacional, com vista à conservação e coexistência com o lobo-ibérico, designa-damente:Predação no gado; Fomento de presas silvestres; Mortalidade da espécie; Com-patibilização das atividades humanas com a conservação do lobo-ibérico; Gestão e ordenamento do território; Monitorização e investigação; Sensibilização, envolvimento e comunicação; Financiamentos e apoios públicos; Cooperação e articulação com Espanha.Discutiu-se ainda o modelo de Governança e as expectativas de envolvimento dos dife-rentes representantes da sociedade civil na elaboração e implementação do Plano de Acção para a espécie, na expectativa de salvaguardar os interesses das atividades humanas e do lobo, parte de um só mundo rural, património de todos nós e das gera-ções futuras. Fonte: LPN

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AMIGOS DA SERRA DA ESTRELA E O TURISMO DE MONTANHAA Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela vai organizar, no próximo dia 23 de Janeiro, uma sessão de apresentação e debate de um estudo sobre o Turismo de Montanha na Serra da Estrela. A sessão terá lugar no auditório do Centro Cívico de Manteigas pelas 10 horas.

NO ANO DE 2015, EM VILAR DE MOUROS VÃO ABRIR DOIS EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS NUM INVESTIMENTO DE 6 MILHÕES DE EUROSEm 2015, o concelho de Caminha vai con-tar com dois novos equipamentos turísticos na freguesia de Vilar de Mouros, um inves-timento na ordem dos 6 milhões de euros e que vai criar 20 postos de trabalho diretos e 30 indiretos. Na tarde de 27 de novembro, Miguel Alves, presidente da Câmara de Caminha, Carlos Alves e Sónia Torres, respetivamente presidente e secretária da Junta de Fregue-sia de Vilar de Mouros, e ainda Pedro Gi-estal representante da CEVAL, visitaram os empreendimentos para fins turísticos que estão a ser construídos em Vilar de Mouros juntamente com os respetivos promotores.A comitiva visitou a obra na azenha de Vilar de Mouros acompanhada por João Evaristo, promotor do equipamento. Esta obra no valor de um milhão de euros e es-tará concluída em junho de 2015. O pro-motor sublinhou que nesta primeira fase a azenha está a ser reconstruida com a sua configuração original e numa segunda fase

a aposta é transformar o local em turismo rural com lotação para seis camas.No antigo parque de campismo de Vilar de Mouros “nasceu” um aldeamento turís-tico com 4 estrelas que vai abrir portas em maio de 2015. Este equipamento que implica um investimento de 5 milhões de euros, tem capacidade para 140 camas e vai criar 15 postos de trabalho diretos e 30 indiretos. Segundo Joaquim Pinheiro, promotor do empreendimento, o objetivo é oferecer aos turistas qualidade no meio da natureza.Miguel Alves está convencido que os equi-pamentos são uma mais valia, na medida em que vão atrair muitas pessoas ao con-celho: “estes equipamentos correspondem a um investimento no concelho de 6 mi-lhões de euros. Para além de originar a cri-ação de 20 postos de trabalho direto, este tipo de investimento valoriza outro tipo de turismo que não o balnear - o turismo de natureza.” Fonte: C.M. de Caminha

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APROVADO COFINANCIAMENTO PARA 5 PROJETOS DA PARQUES DE SINTRAA Parques de Sintra recebeu recentemente a aprovação da candidatura a cofinancia-mento para 5 projetos: 4 projetos candi-datados ao POR Lisboa (Programa Opera-cional Regional) e 1 projeto candidato ao PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), todos a decorrer em 2015, maiori-tariamente no primeiro semestre.Estes 5 projetos preveem um investimento global de aproximadamente 2.250.000 Euros, dos quais cerca de 1.344.000 Euros serão apoiados pelos referidos Programas. Desta forma, para cada uma das ações a empresa recuperará parte do investimento efetuado, minimizando o impacto no seu orçamento.As candidaturas agora aprovadas dizem respeito a diferentes áreas de trabalho da empresa, nomeadamente aos seguintes projetos: reabilitação do Picadeiro Hen-rique Calado, na Calçada da Ajuda (para apresentações da Escola Portuguesa de Arte Equestre); recuperação da Quinta da Amizade/Villa Sassetti (edifício de Luigi Manini e percurso entre o centro histórico e a Pena/Mouros); temporadas de música nos Palácios Nacionais de Sintra, Pena e Queluz; preparação de um programa de visita conjunta a Sintra e Mafra, sob o mote “A Natureza em Parques e na Grande Ta-pada”; e a proteção contra agentes bióti-cos nocivos (através da remoção de espé-cies invasoras).Destacamos os seguintes projetos:A recuperação da Quinta da Amizade/ Villa Sassetti prevê intervenções de reabili-tação daquele espaço, tanto ao nível do património construído como dos valores

naturais. Inclui o restauro da Villa Sassetti e o jardim que a envolve e que sobe a serra, bem como de outras construções existentes no espaço da Quinta. Desta forma será pos-sível a sua fruição por parte dos visitantes, nomeadamente através do percurso pedes-tre de acesso ao Castelo dos Mouros e ao Parque e Palácio da Pena, a partir do centro histórico de Sintra. Este projeto engloba um investimento de cerca de 617.000 Euros, com 65% de apoio do POR, e estará termi-nado até final de junho de 2015. O programa de visita conjunta “De Sintra a Mafra, A Natureza em Parques e na Grande Tapada” pretende implementar uma estra-tégia conjunta de visitação às áreas geridas pela Parques de Sintra e pela Tapada Na-cional de Mafra, promovendo um progra-ma conjunto para turistas individuais e gru-pos. A visita integrada a estes dois locais, que incluirá a passagem por um Centro de Interpretação Ambiental, permitirá apresen-tar uma abordagem completa à biodiversi-dade dos locais. O projeto incluirá também a produção de vídeos, brochuras, website e sinalética, entre outros. Este projeto prevê um investimento global de aproximadamente 174.000 Euros por parte da Parques de Sintra, com um cofi-nanciamento de 40% do POR, e decorrerá até final de junho de 2015. O projeto de proteção contra agentes bióticos nocivos (espécies invasoras) tem como foco a intervenção num conjunto de cerca de 24 hectares recentemente ad-quiridos pela Parques de Sintra na Tapada do Saldanha. Esta é uma área com ampla presença de valores naturais e espécies

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protegidas, que se encontra numa situação delicada devido à elevada densidade de espécies que não são características do ter-ritório português (não-autóctones) e que têm um comportamento invasor. Estas es-pécies representam também uma elevada carga combustível, aumentando o risco de incêndio. Pretende-se continuar a identifi-

car e eliminar as espécies invasoras, como é o caso das Acácias e Eucaliptos, recupe-rando assim as áreas de floresta nativa, po-tenciando a biodiversidade e minimizando o risco de perdas irreversíveis. Este projeto anual envolve um investimento de cerca de 46.000 Euros, com um apoio do PRODER a 80%. Fonte: Monte da Lua

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BTL 2015ALENTEJO, O DESTINO CONVIDADO!

A BTL – BOLSA DE TURISMO DE LISBOA É O MAIS IMPORTANTE CERTAME POR-TUGUÊS LIGADO AO TURISMO. FÁTIMA VILA MAIOR É O ROSTO DESTA MOSTRA E FOI COM ELA QUE CONVERSÁMOS PARA SABER UM POUCO MAIS SOBRE A EDIÇÃO DE 2015 QUE DECORRERÁ DE 25 DE FEVEREIRO A 1 DE MARÇO.

Texto e fotografia: Vasco de Melo GonçalvesFátima Vila Maior, Directora de Área de Feira / Santos Almeida©

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aPassear - Como define atualmente a BTL?Fátima Vila Maior - A Bolsa de Turismo de Lisboa é o maior certame de Turismo nacional e a maior mostra do Turismo a falar Português. Durante cinco dias iremos reunir num único espaço quer as ofertas das empresas nacionais quer algumas das melhores ofertas de diferentes des-tinos internacionais. Nas últimas edições, conseguimos trazer à FIL mais de 68.000 visitantes, mais de 35 mil profissionais de turismo, entre os quais cerca de 2.800 profissionais estrangeiros. A BTL hoje em dia já não é uma Feira di-rigida apenas a profissionais do sector. Temos vindo a fazer um trabalho bastante rigoroso, em conjunto com as empresas, no sentido de captar o maior número de público ao fim-de-semana.

Passear - Quais vão ser as linhas de força da edição 2015?Fátima Vila Maior - A nossa prioridade é disponibilizar uma oferta completa e diferenciadora aos dois públicos-alvo: os profissionais e o consumidor final. Por isso, estamos a investir fortemente na promoção do certame junto dos mercado nacional e internacional. No âmbito desta aposta, está incluído o reforço do nosso programa hosted buyers. O programa de hosted buyers é um dos nossos focos para os profissionais e este ano decidimos apresentar algumas novi-dades, entre as quais a criação de raiz de uma nova plataforma tecnológica, que pretende ser mais “user friendly”, que foi desenvolvida pela Viatecla, e que irá, com certeza, contribuir para atribuir um maior dinamismo ao programa de hosted buyers e agilizar o contacto entre as empresas e os compradores internacionais. É também de referir a maior envolvência das vozes activas do sector. Além dos parceiros TAP,

Turismo de Portugal e Entidades Regionais, juntam-se a APAVT com representação dos operadores (Citur, Oásis Travel, AIM Group International e TA DMC), bem como repre-sentantes dos hotéis de Lisboa designada-mente Dom Pedro Palace, Sana, Sheraton, Turim, Mundial, Altis, Porto Bay. A aposta em novos mercados além dos tradicionais – Alemanha, França, Reino Unido e Espanha – também é uma evidên-cia, destacando-se a Rússia, China, Polónia ou República Checa. A destacar também o enfoque nos produtos turísticos e na espe-cialização. No mercado brasileiro, a apos-ta será no segmento da Meeting Industry; para a Colômbia e Panamá será o Turismo Religioso; e Estados Unidos da América e Canadá o Enoturismo. Também iremos captar os destinos do Médio Oriente e Ásia. De salientar ainda que, ao posicionarmo-nos como a maior mostra do Turismo a falar Português, a oferta destes destinos é tam-bém para nós uma prioridade pois é mais uma razão para atrair buyers da Europa à nossa Feira potenciando assim o hub que Lisboa para esses destinos. No que ao público diz respeito: queremos que os operadores possam oferecer as me-lhores promoções a quem nos visita e por isso estamos também a fazer um forte inves-timento neste sentido.

“...ALENTEJO É UM DESTINO DE EXCELÊNCIA...”

Passear – Qual a razão do convite da região do Alentejo para destino convi-dado?Fátima Vila Maior - Em 2014, os Açores foram o destino convidado nacional, em 2013 foi o Turismo do Centro e este ano será o Alentejo. Esta é uma região que, para além de ter uma oferta turística ímpar e distinta, tem tido a capacidade de cap-tar o mercado nacional e o estrangeiro e

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tem conseguido um reconhecimento inter-nacional inquestionável dos seus produtos. Ainda recentemente, foi recomendado pelo “The New York Times” (NYT) como um dos “lugares a visitar” em 2015. Durante a Feira, será possível comprovar o destino de excelência que é o Alentejo e os seus produ-tos estratégicos, nomeadamente o Turismo Activo, de Natureza, Enogastronómico, Cul-tural e de Actividades Sol e Praia. Passear – A BTL consegue capitalizar, ao nível de expositores, o aumento do in-teresse dos estrangeiros por Portugal?Fátima Vila Maior - Tal como já referi, uma das nossas prioridades é o aumento do interesse dos estrangeiros na nossa Feira. Para além da grande aposta no programa de hosted buyers também fazemos um forte investimento na captação de expositores estrangeiros. Em 2014, contamos com 36 destinos internacionais representados e para este ano esperamos fazer crescer esse número.

Passear – Qual a sua perceção sobre a evolução do Turismo de Natureza e Cul-tural na oferta apresentada na BTL?Fátima Vila Maior - Tem sido nosso ob-jectivo representarmos os vários segmentos turístico e o Turismo de Natureza e Cultural não é excepção. Tentamos ter a maior re-presentação possível a nível de oferta turís-tica e sentimos que a cada ano que passa existem mais ofertas a vários níveis. Por exemplo, ao fazermos uma campanha es-pecífica para startups nos permite-nos ter uma oferta mais alargada destes e outros segmentos.

Passear – A aposta no espaço dedicado às Startups vai continuar em 2015?Fátima Vila Maior - A aposta nas startups é para continuar. No ano passado foi um sucesso e este ano decidimos manter esta aposta e aumentamos o espaço dedicado a estas empresas, que estarão representa-dos no espaço Energia T. Mais do que um

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a A oferta de Turismo de Natureza e Cultural é já uma realidade em Portugal. Quintas das Lavandas junto a Castelo de Vide.

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espaço, a Feira Internacional de Turismo aposta num novo conceito. Trata-se do reconhecimento da importância das micro e pequenas empresas no desenvolvimento do Turismo e na própria economia na-cional. No Energia T as startups poderão mostrar os seus serviços, interagir com os players da indústria e apresentar as suas i-deias criativas a uma audiência qualifi-cada. Na BTL 2014 participaram cerca de 30 startups que comprovaram o seu dina-mismo e a sua capacidade inovadora de apresentar propostas. Este ano o objectivo é duplicar o número de empresas inscritas.Passear – As novas tecnologias estão a “revolucionar” a forma de relacionamento das pessoas com o Turismo. A BTL reflete esta nova realidade?Fátima Vila Maior - Ao chegarmos à 27 edição, é evidente que temos que nos adaptar a novas realidades e às novas for-mas como as pessoas se relacionam com o Turismo. Uma dessas realidades tem que

“... IMPORTÂNCIA DAS MI-CRO E PEQUENAS EMPRE-SAS NO DESENVOLVIMEN-TO DO TURISMO...”

ver com as tecnologias e um dos exemplos é o desenvolvimento de uma aplicação es-pecífica para plataformas móveis – iPhone e Android – que permitirá uma maior inte-ractividade com o público. O objectivo é o de dar a conhecer as novidades da Feira Internacional de Turismo, com um enfoque especial nas promoções de viagens, esta-dias em hotéis, etc. Na práctica, todas as empresas expositoras poderão promover os seus produtos e ofertas com o grande público, com a particularidade desta nova aplicação permitir a venda directa. Mais, as empresas presentes na BTL 2015 poderão usufruir deste serviço ao longo de todo o próximo ano, já que a aplicação irá aler-tar periodicamente os utilizadores de novas ofertas disponíveis na plataforma. O objec-tivo, além de um maior retorno às empresas expositoras, é o de, cada vez mais, promo-ver a BTL como uma grande feira de venda de promoções de viagens.

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SERRA DE SINTRA

O DESLUMBRANTE MONTE DA LUA

Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

Especial

A serra de Sintra apresenta um microcli-ma de características mediterrânicas de influência atlântica, (com reduzidas am-plitudes térmicas e elevada humidade), condicionado sobretudo pelo relevo (que constitui uma barreira transversal à corrente de ar marítima) e pelo coberto vegetal. A orientação perpendicular da serra em relação à linha de costa afeta as camadas inferiores das massas de ar do fluxo dominante de NO, provocando a barlavento a travagem e divergência das mesmas. Por outro lado, o flanco oriental da serra é atingido por ventos relativamente brandos que a envolvem, contornando-a para a sua vertente S. O ar que ultrapassa o maciço tende a ad-quirir uma forte aceleração, graças ao movimento descendente e à orientação de alguns vales concordantes com este fluxo dominante (ex: vale do ribeiro da Mula, que divide o maciço com uma orientação NO-SE).Nesta área a hu-midade é elevada, aumentando com a proximidade do oceano (média anual: 85% no sector ocidental da serra e 75% na parte oriental). O ar marítimo ao atingir a serra condensa mais rapida-

mente devido à combinação de três fa-tores importantes no desenvolvimento do microclima: posição geográfica (proximi-dade do oceano), relevo (a serra) e ve-getação (de grande porte e densa), origi-nando alguns nevoeiros e precipitação. Segundo diversos autores, a serra de Sin-tra é o principal acidente geológico da região de Lisboa. Apresenta uma forma elíptica, estendendo-se de ENE para OSO (12 km). Eleva-se a 300 metros do planal-to circundante e a 528 m do nível do mar. O seu dorso apresenta uma descontinui-dade no vale do ribeiro da Mula: do lado ocidental evidenciam-se alguns cumes, tais como Peninha (489 m) e Picotos (475 m); no sector oriental surgem picos mais aguçados ou penhas que, no geral, cor-respondem ao “caos de blocos” de grani-to (Cruz Alta 528 m e Pena 527 m), que lhe dão uma silhueta característica. Esta conjugação de fatores associados a um valioso património edificado fazem, da Serra de Sintra, um local único em Portugal e de visita obrigatória.Neste trabalho contámos com a excelente colaboração da empresa Parques de Sin-tra.

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PALÁCIO E PARQUE DA PENA

Arquitetura religiosa, manuelina e ar-quitetura residencial, revivalista e român-tica. Mosteiro com traça de raiz manueli-na, reconstruido para desempenhar a função de Palácio. Composto por igreja com torre sineira e Claustro, à volta do qual se dispunham o Refeitório, a Casa do Capítulo, Dormitório e demais de-pendências conventuais. Igreja de planta longitudinal, com nave única e capela-mor da mesma largura, com Coro e Sa-cristia adossados transversalmente, todos com coberturas de abóbadas polinerva-das. Revestimentos parietais de azulejos enxaquetados, em ponta de diamante, e tipo tapete. Claustro quadrangular contra-fortado, de 2 pisos conjugando arcadas plenas e rebaixadas. O primitivo conjunto manuelino integra-se no Palácio, de con-ceção romântica e carácter eminente-

mente cenográfico, com fortes influências de castelos e palácios alemães, em termos de composição volumétrica, e conjugando inú-meros estilos arquitetónicos e decorativos, desde sugestões orientais, torres neo-góticas, elementos neo-românicos, neo-renascentis-tas, neo-manuelinos e arabizantes, formando um castelo com fosso, caminho de ronda e vários torreões que circundam a construção. O interior é composto por salas intercomuni-cantes e outras de passagem, localizando-se nos extremos, as dependências privadas e, no centro, as destinadas às visitas, como o Salão Nobre. No parque, concebido à ma-neira inglesa e com influências dos jardins românticos da Alemanha, disseminam-se i-númeras espécies vegetais, oriundas das mais variadas partes do mundo, caminhos, jardins, lagos, fontes, rochas e recantos românticos. Fonte: SIPA

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Templo das ColunasV

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PALÁCIO DA PENA

O Palácio Nacional da Pena não deixa ninguém indiferente devido às suas cores fortes, à sua implantação e à quantidade de informação arquitetónica que encerra. Representa uma das principais expressões do Romantismo arquitetónico do século XIX no mundo, constituindo-se no primei-ro palácio nesse estilo na Europa, erguido cerca de 30 anos antes do Castelo de Neuschwanstein, na Baviera. Em 7 de Ju-lho de 2007 foi eleito como uma das Sete maravilhas de Portugal.O Palácio da Pena é um dos monumen-tos mais visitados em Portugal e, a grande afluência de pessoas poderá, a médio prazo, tornar-se um problema para a Parques de Sintra. A organização do es-paço é boa, o pessoal é atencioso e co-nhecedor, o espaço de restauração é bom e pratica preços razoáveis, existe serviço de transfer da portaria para o palácio e as lojas estão bem concebidas. Devido à afluência de pessoas, é aconselhável a visita num dia de semana.

CRONOLOGIASéculo XII - construção da Capela de Nossa Senhora da Pena (pena, penha, penedo);•1503 - Manuel I de Portugal doa o Mosteiro de Nossa Senhora da Pena à Ordem de São Jerónimo;•1755 - O grande terramoto de 1755 causa severos danos ao Mosteiro que, a partir de então conhece um período de decadência;•1838 - Após a extinção das Ordens Re-ligiosas no país (1834), o imóvel é adquirido por Fernando II de Portugal;•1842-1854 - Recuperação do antigo mosteiro e edificação do “Palácio Novo”, sob orientação de Fernando II, sua es-posa Maria II de Portugal e do barão von Eschwege;•1889 - O palácio e o parque onde se ins-creve são adquiridos pelo Estado Português;•1910-1912 - Após a Proclamação da República Portuguesa, o Palácio é convertido em museu;•1995 – a serra de Sintra, onde se localiza o Palácio e o Parque da Pena, é classificada pela UNESCO como Paisagem Cultural, Património da Humanidade.

Tritão. Pórtico alegórico da criação do mundo.

V Capela onde se encontra parte do antigo Mosteiro dos frades Jerónimos.

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Tritão. Pórtico alegórico da criação do mundo.

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NOTA HISTÓRICA-ARTÍSTICA

“O Palácio Nacional da Pena constitui uma das expressões máximas do Romantismo aplicado ao património edificado no séc. XIX em Portugal. Este extraordinário Monu-mento Nacional deve-se inteiramente à ini-ciativa de D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha, que casou com a Rainha D. Maria II, em 1836. Dotado de uma educação muito completa, o futuro D. Fernando II enamorou-se rapidamente de Sintra e, ao subir a Serra pela primeira vez, avistou as ruínas do antigo convento de frades hiero-nimitas, originalmente construído no reina-do de D. João II e substancialmente trans-formado com D. Manuel I que, ao cumprir uma promessa, o mandou reconstruir, em pedra, em louvor de Nossa Senhora da Pena, doando-o novamente à ordem dos monges de S. Jerónimo. Com o Terramoto de 1755, que devastou Lisboa e toda a região circundante, o convento da Pena caiu em ruína. Apenas a Capela, na zona do altar-mor, com o magnífico retábulo em mármore e alabastro atribuído a Nicolau de Chanterenne, permaneceu intacto. Foram estas ruínas, no topo escarpado da Serra de Sintra, que maravilharam o jovem príncipe D. Fernando. Em 1838, decidiu adquirir o velho convento, toda a cerca envolvente, o Castelo dos Mouros e outras quintas e matas circundantes. Assim, deu início ao seu sonho romântico: reconstruir o antigo convento e anexar-lhe uma parte nova para complemento desta residência de verão da família real portuguesa. Pensou, igual-mente, em mandar plantar um magnífico parque, à inglesa, com as mais variadas, exóticas e ricas espécies arbóreas. Desta forma, Parque e Palácio da Pena constituem um todo magnífico. O Palácio, em si, é um edifício eclético onde a profusão de estilos e o movimento dos volumes são uma invul-gar e excecional lição de arquitetura Quase

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ino todo o Palácio assenta em enormes rochedos,

e a mistura de estilos que ostenta (neo-gótico, neo-manuelino, neo-islâmico, neo-renascen-tista, etc.) é verdadeiramente intencional, na medida em que a mentalidade romântica do séc. XIX dedicava um invulgar fascínio ao exo-tismo. O conjunto das diversas guaritas, das mais variadas formas e feitios, o desnivela-mento dos sucessivos terraços, o revestimento parietal com azulejos neo-hispano-árabes, oitocentistas, são elementos significativos. A adaptação da janela do Convento de Cristo em Tomar, do lado do Pátio dos Arcos e a notável figura do Tritão, simbolizando, se-gundo alguns autores, a alegoria da Criação do Mundo, são pormenores fundamentais na interpretação deste Palácio. A conceção dos interiores deste Palácio para adaptação à residência de verão da família real valorizou os excelentes trabalhos em estuque, pinturas murais em trompe-l’oeil e diversos revesti-mentos em azulejo do séc. XIX, integrando as inúmeras coleções reais em ambientes onde o gosto pelo bricabraque e pelo colecionis-mo são bem evidentes. Nos últimos anos o IPPAR tem vindo a desenvolver um Programa de restauro e de valorização que permitiu, entre outros objetivos, a consolidação estru-tural de todo o edifício, a pintura integral do conjunto com as cores originais, a recupe-ração e renovação da sinalética dos espaços exteriores e a instalação de um restaurante”. Fonte: Direção-Geral do Património Cultural.Arquiteto: Barão de Eschwege (1840-1847); Demetrio Cinnatti; Wenceslau Cifka (1846-1847). Carpinteiro: Gregório Casimiro. Cermaista: Companhia Pickman (1846-1847). Desenhador: Fernando de Saxe-Coburgo(1846-1847); Nicolau Pires (1840); Visconde de Meneses (atr., 1841-1843). Es-cultor: Nicolau de Chanterene (atr., 1532). Marceneiro: Barbosa e Costa (1846-1847). Pedreiros: João Henriques (1840-1847); João Luís (séc. 16). Vitralista: Kerner.

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Claustro manuelino.V

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PARQUE DA PENA

O Parque da Pena, só por si, merece uma visita devido aos inúmeros pontos de inte-resse que encerra. Podemos estabelecer a nossa abordagem ao parque do ponto de vista botânico, paisagista ou arquitetóni-co. Em todos os campos ele é interessante!No que diz respeito ao aspeto botânico, a riqueza do Parque da Pena é enorme. A Parques de Sintra editou um guia de Per-cursos Botânicos, muito bem conseguido ao nível da informação e aspeto gráfico que, é muito útil na abordagem ao parque visto possuir um mapa com a localização das espécies mais emblemáticas. De sali-entar que a grande maioria das espécies existentes estão identificadas através de uma placa com nome vulgar, nome cientí-fico e origem. Uma nota para o Jardim

da Rainha D. Amélia que tem na sua origem a primitiva horta do Mosteiro, o recuperado jardim junto ao Chalet da Condessa d’Edla e a Feteira da Rainha com a sua coleção de fetos arbóreos.Ao nível da observação da paisagem desta-caria o Alto de Santa Catarina, o miradouro preferido da rainha D. Amélia com um “tro-no” talhado na rocha e de onde se tem uma vista privilegiada do Palácio da Pena. A Cruz Alta é o local mais alto da Serra de Sintra (529 m) e possui uma vista de 360°.Do ponto de vista arquitetónico, o Parque da Pena encerra algumas edificações interes-santes como a Nora, o Templo das Colunas, a Fonte dos Passarinhos e o recuperado Cha-let da Condessa d’Edla.

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FACTOS RELEVANTESEm Novembro de 1838, D. Fernando II com-prou o Convento da N. S. da Penha, na Serra de Sintra iniciando-se a sua conversão em palácio 3 anos mais tarde. (Teixeira: 1986, pp. 310). Vamos encontrar no parque to-dos os ingredientes do jardim paisagista da segunda metade do séc. 18, descrito, por exemplo, Latopie, “L’ Art de Former les Jardins Modernes” ou “L’ Art de Jardins An-glais” apresenta no prefácio uma regra de distribuição espacial dos elementos de um jardim de forma a conferir-lhe um cunho único:”um templo clássico com a sua digni-dade…na parte mais nobre do jardim, um “cottage” na parte formada de simples cenas rurais”. Este é apenas um dos manuais do género, que circulavam por toda a Europa. É como tradução deste espírito que na Pena é construído o Templo das Colunas, ate-lier do rei e o Chalet da Condessa. Foram ainda projetados pavilhões, fontes com re-puxos e taças, quedas de água (Teixeira: 1986, pp. 329). No que diz respeito à flo-restação, em 1839, foram executadas plan-tações de árvores como: “Fraxinus excelsior, Acer platanoides, Araucária cuniinghamu”, e mais tarde espécies como: “Abies alba, Pi-nus larix, Aesculus hypocastanum, Castanea yesca, Juglans regia, Quercus robur e Ficus carica, Prunus Cerasus, Fagus sylvatica, Ro-binia pseudo-acacia, Prunus lauro-cerasus, Cercis siliquastrum, Pinus cedros, Ceratonica siliqua, Cupressus semprevirense, Prunus lusitanicus”, bem como árvores de fruto vari-adas. Em 1841, foram plantadas “...10000 árvores esquisitas, mas estéreis, que só por fruto dão sombra por suas dilatadas e tor-tuosas sombras” (Teixeira: 1986, pp. 335). As plantações foram de tal ordem que oito anos mais tarde era necessário proceder a desbastes para se executar plantação de ce-dros no “jardim inglês”, delineado em 1844, tendo posteriormente sido realizadas novas

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plantações (Teixeira: 1986, pp. 335). Para o balanço do mês de Fevereiro de 1850, o rei era informado que se tinham plantado 263 árvores, “dando o total de 1214 desde o começo do presente Inverno”. Verifica-se mais tarde a vinda de 25 araucárias, das Necessidades para a Real Quinta da Pena (Teixeira: 1986, pp. 336). Este parque rece-beu várias remessas de camélias: a primei-ra, em 1847, vinda de Paris, tendo sido plantadas junto à casa do guarda, outra em Fevereiro de 1850 em que se juntaram mais 50 pés vindos do Paço das Necessi-dades, perfazendo um montante total de 230 pés plantados, e outra em Janeiro de 1854, transplantadas também do Paço das Necessidades, cerca de 600 pés, coloca-das no “jardim ou vale das camélias”, por detrás da fonte dos passarinhos cujo lugar e risco da disposição dos arbustos foi de-cidido nesta altura, tendo Bonnard passado dois dias na Pena a escolher o sítio onde se iriam “colocar as plantas, e principiou a plantar as camélias”, sempre sujeito às indicações genéricas do rei (Teixeira: 1986, pp. 335). De facto, no Parque da Pena é o

próprio rei que assina a obra de arquitetu-ra paisagista, já que é D. Fernando quem …”indica o jardim dos penedos de cal para a palmeira…escolhe também os lugares mais abrigados do vento para as araucárias e magnólias…recomenda que as sementes de palmeiras se envazem e se abriguem na estufa para depois, em tempo próprio virem para o ar livre”, auxiliado pontualmente por Bonnard, o jardineiro das Necessidades (Teixeira: 1986, pp. 336). Foram também plantadas duas feteiras, a da Rainha, junto ao jardim das camélias, e a da Condessa, junto ao seu “Chalet” das quais o rei muito se orgulhava. Foram ainda plantadas out-ras plantas exóticas, tais como “Cyathaca dealbata” e “Encephalartos lehamani”. Nas estufas desenvolviam-se flores raras como begónias tuberosas, rosas do Japão, etc., frutas como ananases e morangos e ainda vegetais como espargos (Teixeira: 1986, pp. 336). Em Novembro de 1886 existia na estufa um variadíssimo lote de plantas exóti-cas destinadas a repovoamentos e subs-tituições. Fonte: SIPA.

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INFORMAÇÕES ÚTEISPalácio Nacional da PenaEstrada da Pena / SintraTelefone +351 219237300E-mail [email protected] / Web www.parquesdesintra.pt Coordenadas GPS: 38° 47’ 16.45” N 9° 23’ 15.35” W HorárioParque e Palácio: 10h00 – 18h00, último bilhete 17h00PreçosPalácio e ParqueBilhete adulto (de 18 a 64 anos) – 11,50 eurosBilhete jovem (de 6 a 17 anos) – 9 eurosBilhete sénior (maiores de 65 anos) – 10 eurosParqueBilhete adulto (de 18 a 64 anos) – 6,50 eurosBilhete jovem (de 6 a 17 anos) – 5 eurosBilhete sénior (maiores de 65 anos) – 5,50 euros

Lago da Concha

PateiraV

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CASTELO DOS MOUROS

UMA LOCALIZAÇÃO DE EXCELÊNCIA

O Castelo dos Mouros, na Serra de Sintra, faz parte de um conjunto de edificações emblemáticas. O bom estado de con-servação e a muita animação fazem, deste espaço, um local de visita obrigatória.

Há muitos anos que não visitava o interior das muralhas do Castelo dos Mouros e, fiquei agradavelmente surpreendido com o que encontrei. Um espaço funcional, bem arranjado, bem cuidado e com muita informação para o visitante. O projeto, À Conquista do Castelo, desenvolvido pela Parques de Sintra Monte da Lua devolveu dignidade ao espaço e criou polos de in-teresse ao nível da visitação tanto na área de acesso livre como na área de acesso pago (interior da primeira cintura de mu-ralha). Na zona de acesso livre e depois da entrada temos a segunda cintura de muralhas e a Casa do Guarda, um pouco mais à frente os silos (estruturas escavadas na rocha para armazenamento de cereais

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e leguminosas), o Centro Interpretação do Castelo situado na Igreja de S. Pedro de Canaferrim e, finalmente, a área de arqueo-logia o local de instalação do bairro medi-eval islâmico e da necrópole medieval cristã.A área de acesso pago está bem organizada com uma estrutura em madeira destinada a loja, cafetaria, sanitários colocada sobre uma zona de arqueologia. Junto temos a cisterna também ela recuperada e um es-paço interessante para visitar. Ao nível da muralha, as Alcáçovas e a Torre Real são os pontos mais emblemáticos. Ao longo da muralha é interessante de observar como é que a paisagem vai evoluindo notando-se uma grande pressão urbanística. Da mura-lha do Castelo dos Mouros podemos ver as edificações mais importantes existentes em Sintra nomeadamente, o Palácio da Pena, o Palácio Nacional de Sintra, Palácio de Mon-serrate, a Quinta da Regaleira, Palácio de Seteais e a Villa Sassetti.

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CRONOLOGIASéculos X a VIII a.C. - primitiva ocupação humana da região de Sintra;•século VIII – conquista islâmica;•séculos IX e X - primitivo encastelamento islâmico;•1093 - Afonso VI de Leão conquista Sintra e seu castelo aos mouros;•1147 - o castelo, entretanto reconquistado pelos mouros, entrega-se voluntária e defini-tivamente a D. Afonso Henriques;•século XV - o sítio do castelo é habitado por judeus, segregados da comunidade por ordens da Coroa;•1375 - Fernando II de Portugal arrenda o castelo e empreende a sua restauração após sugestão do seu vedor da Fazenda João Annes de Almada3;•1995 – A UNESCO classifica a região de Sintra como Paisagem Cultural, Património Mundial: foi a primeira paisagem cultural a ser classificada por aquele organismo na Eu-ropa

Túmulo mandado construir por D.Fernando II para colocar ossadas exumadas de junto da igreja.

V Entrada do Centro de Interpertação do Castelo na antiga igreja de A.Pedro de Canafarrim.

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SABER MAIS SOBRE O CASTELO DOS MOUROS

A empresa Parques de Sintra aprofundou os conhecimentos sobre esta edificação e lançou, em 2009, o projeto À Conquista do Castelo que se desenvolveu em dife-rentes planos e implicou um investimento de 3,2 milhões de euros. Com este inves-timento efetuou-se o restauro do Castelo e a recriação da paisagem romântica pen-sada por D. Fernando II, bem como o de-senvolvimento de uma nova infraestrutura de serviços de apoio ao visitante, adapta-da aos tempos e necessidades atuais, com cafetarias com esplanada, loja, bilheteiras interiores, instalações sanitárias, um cen-tro de interpretação e benfeitorias ao nível dos caminhos e mobilidade. No que diz respeito às intervenções de recuperação e ao aprofundamento da in-formação histórica do local, o projeto À Conquista do Castelo, “... foi antecedido e acompanhado pela realização de es-cavações arqueológicas, realizadas desde 2009, em parceria com a Universidade Nova de Lisboa. Os trabalhos arqueológi-cos realizados em vários setores do Caste-lo permitiram compreender a ocupação do local ao longo dos séculos, tendo sido possível identificar um cemitério medi-

eval cristão, silos e alicerces de habitações muçulmanas, bem como objetos e artefactos da Idade do Bronze, da Idade do Ferro e do Neolítico, destacando-se um vaso cerâmico completo do 5º milénio a.C..No espaço das Antigas Cavalariças identi-ficaram-se pavimentos em pedra, possivel-mente construídos durante as reformas de D. Fernando II, e uma galeria de escoamento de águas da cisterna que o atravessa de oeste a este.Foram ainda descobertas várias bases de si-los escavados na rocha, e muros de uma ha-bitação muçulmana com artefactos cerâmi-cos do século XI-XII. É sobre esta que assenta todo o pano de muralha nascente, demon-strando que este troço terá sido construído a partir da segunda metade do século XII, após a reconquista cristã.Nas restantes áreas escavadas no interior da fortificação também foi possível identi-ficar mais zonas de silos e outras estruturas relacionadas com o espaço doméstico, onde foram recolhidas várias moedas da primeira dinastia portuguesa, variado espólio de osso e marfim e cerâmica de todas as épocas, desde o Neolítico até ao século XIX.A igreja românica de São Pedro de Canafer-rim acolherá o Centro de Interpretação da História do Castelo, incluindo alguns dos re-centes achados arqueológicos”.

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NOTA HISTÓRICO-ARTISTICA

O castelo dos Mouros é um dos mais emblemáticos espaços que o Romantis-mo da Serra de Sintra cristalizou, simul-taneamente o que melhor testemunhava o passado medieval da região e o que mais evocava a sensibilidade religiosa e cultural do século XIX. A sua configuração atual é o resultado de três grandes etapas construtivas: o primeiro estabelecimento deve-se ao Islão, que aqui instalou um reduto populacional e militar de grande importância no contexto regional do oci-dente peninsular. Com a Reconquista do território, os novos poderes cristãos reno-varam os privilégios e as condições de evolução da vila. A partir daqui, regista-se um grande intervalo de obras significati-vas. O progressivo abandono do castelo e o desenvolvimento do núcleo popula-cional mais abaixo, em torno do paço ré-gio, determinaram esta circunstância. Só no século XIX, com o intenso movimento

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de redescoberta e de recuperação da Idade Média idealizada, o velho castelo voltou a ser alvo de atenções.Assim, é ao período islâmico que teremos de buscar as primeiras informações acerca do castelo. Os geógrafos árabes dos séculos XI e XII descrevem Sintra como uma região rica, muito bem localizada e provida de recursos. A sua condição de cabeça de um vasto ter-ritório circundante, eminentemente agrícola, que era necessário proteger, parece ter sido a principal razão para a existência deste caste-lo (COELHO, 2000, p.218). O facto de al-guns historiadores recuarem a primitiva cons-trução da fortaleza aos séculos IX-X (PAVÓN MALDONADO, 1993) parece vir em favor desta hipótese, uma vez que é por essa altura que se testemunha um maior povoamento e atenção da região a Norte de Lisboa. Ainda segundo este autor, a fortaleza revela duas fases construtivas, visíveis no aparelho das muralhas e das torres cilíndricas, facto cor-

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roborado pela análise de Catarina Coelho. A cisterna, localizada no centro do reduto defensivo, fazia parte do projeto islâmico e destinava-se a abastecer uma população considerável.Mas se a cronologia islâmica fundacional do monumento não levanta grandes pro-blemas, o mesmo não se pode dizer acer-ca da configuração original das muralhas e dos espaços intra-muros. O abandono precoce da fortaleza e o impacto das re-construções românticas promovidas por D. Fernando II são factos que impossibilitam uma rigorosa análise arqueológica do con-junto (TORRES, 1995, p.167). O que hoje podemos observar é uma cenografia de natureza militar, idealizada, uma vez que grande parte das torres quadrangulares, muralhas, adarves e parapeitos datam do século XIX.Após as conquistas de Lisboa, Sintra, Al-mada e Palmela, em 1147, Sintra foi ob-

jeto de uma renovada atenção. Sete anos depois, D. Afonso Henriques concedeu-lhe foral, datando das décadas seguintes as reformas fundamentais no castelo e no bair-ro intra-muralhas, que foi dotado de uma igreja tutelar.Com efeito, é à segunda metade do sécu-lo XII que se atribui a igreja de São Pedro de Canaferrim, uma das mais importantes capelas românicas do Sul do país, cujo melhor conhecimento se revelou fundamen-tal para a compreensão deste fenómeno artístico na região em torno de Lisboa. O templo foi parcialmente reconstruido por D. Fernando II, que lhe conferiu o aspeto de falsa ruína que hoje ostenta. Planimetrica-mente, a igreja não apresenta novidades, cingindo-se à nave única retangular e cape-la-mor de menores dimensões e volume-tria. De acordo com os estudos de Manuel Luís Real, trabalharam na obra artífices de origem árabe, recrutados na comunidade

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mudéjar da Sintra reconquistada e que deixaram a sua marca na tipologia do aparelho (REAL, 1987, p.555). Dois capitéis figuram, hoje, na coleção do Museu Arqueológico do Carmo. Pela decoração vegetalista que ostentam, organizada em finas hastes dispostas num campo escultórico muito “vazio”, são elementos já tardios, provavelmente oriundos do portal principal da igreja (REAL, 1987, p.537), e datáveis já de finais do século XII, ou inícios de XIII. Fonte: D.G.P.C. / PAF

INFORMAÇÕES ÚTEISCastelo dos MourosE-mail [email protected] / Web www.parquesdesintra.ptCoordenadas GPS: 38° 47’ 24.25” N 9° 23’ 21.47” W Horário: 10h00 – 18h00, último bilhete 17h00PreçosBilhete adulto (de 18 a 64 anos) – 6,50 eurosBilhete jovem (de 6 a 17 anos) -5 eurosBilhete sénior (maiores de 65 anos) – 5,50 euros

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PALÁCIO E PARQUE DE MONSERRATE

A quatro quilómetros do centro histórico de Sintra, situam-se o Palácio e o Parque de Monserrate, testemunhos ímpares dos ecletismos do século XIX, onde os motivos exóticos e vegetalistas da decoração inte-rior se prolongam harmoniosamente no

exterior. O relvado fronteiro ao palácio per-mite o descanso merecido, durante a desco-berta de um dos mais ricos jardins botânicos portugueses e uma das mais belas criações paisagísticas do Romantismo em Portugal.O Palácio e o Parque de Monserrate não têm

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tido uma vida fácil devido aos sucessivos abandonos que têm sofrido. No ano de 2000 a gestão do espaço passou a ser da responsabilidade da empresa Parques de Sintra e assistiu-se a uma reviravolta na tendência de degradação. Hoje em dia

é um espaço aprazível, bem cuidado e com um extenso trabalho de recuperação e ma-nutenção no que diz respeito ao património edificado e botânico.

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PALÁCIO DE MONSERRATE

O Palácio de Monserrate sempre exerceu, sobre mim e desde criança, um fascínio pois transporta-me a tempos antigos e a civilizações iluminadas. Ao olhar para o Palácio fico com a sensação de que tudo é possível e que a imaginação do homem não tem limites. Graças à Parques de Sintra pude ter uma noção mais aprofundada da obra pois, ao longo da minha vida sem-pre vi Monserrate num estado elevado de degradação!No exterior destaco a Fonte do Tritão e os revestimentos em azulejo com influência hispano-árabes. Já no interior a profusão de espaços deixam-nos quase sem reação. A biblioteca com as suas estantes de nogueira, a sala da música e a sua cúpula em estuque com motivos florais, a cúpula do átrio principal com estrutura em madei-ra decorada com estuque e a galeria, um

corredor que liga as três torres do palácio com arcos e colunas que dão um efeito de profundidade.

NOTA HISTÓRICO-ARTISTICA

O local onde presentemente se ergue este palácio teria sido habitado deste tempos muito remotos. Segundo algumas lendas, aí existiu uma ermida dedicada à Virgem, mandada erguer por D. Afonso Henriques após a reconquista de Sintra, junto à antiga e venerada sepultura de um mártir cristão. Caída em ruínas, foi substituída, em 1540, por outra, dedicada a Nossa Senhora de Monserrate, construída pelo administrador do Hospital Real de Todos os Santos, Frei Gaspar Preto, no regresso de uma visita ao santuário catalão da mesma invocação. A construção fez-se em terrenos perten-

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centes ao Hospital. Sabe-se que em 1601 a propriedade é aforada a um fidalgo da família dos Mello e Castro, que acaba por adquirir também as edificações existentes. Em 1718, o conjunto é já mencionado como “Quinta de Monserrate”, e pertence a D. Caetano de Mello e Castro, Vice-rei da Índia. Segue-se o terremoto de 1755, causando a ruína de todo o casario, e o aluguer da propriedade, primeiro a um rendeiro e por fim a Gerard DeVisme, importador na feitoria inglesa de Lisboa. DeVisme constrói um palácio neo-gótico, com projeto de William Elsden, engenheiro inglês então muito solicitado em Portugal, e cuja influência foi determinante na atu-alização artística do país. O palácio era flanqueado por dois torreões, e rodeado de jardins frondosos, com alamedas de estátuas. No entanto, logo em 1794, e a meio das obras, a propriedade foi subar-rendada a outro inglês, William Beckford,

homem de grande riqueza e interesses ecléticos. Beckford termina o palácio e ini-cia as obras do jardins, mas abandona o projeto poucos anos mais tarde. Seguiu-se um longo período, durante o qual a Quin-ta esteve mais ou menos abandonada, em-bora tenha tido arrendamentos sucessivos. A casa e os jardins foram-se degradando progressivamente; em 1809, Lord Byron ainda pode cantar a glória de Monser-rate, embora apontando já o princípio da sua ruína, mas poucas décadas mais tarde trata-se enfim da degradação total dos ed-ifícios. Entre 1840 e 1852, de acordo com gravuras do local, deu-se a derrocada dos telhados e a retirada das caixilharias. A propriedade foi então cobiçada por vários interessados, entre os quais o próprio D. Fernando II, mas em nenhum caso os ne-gociações tiveram sucesso. Por fim, os pro-prietários acaba por vender a quinta a Sir Francis Cook, negociante inglês endinheir-

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ado e mais tarde nobilitado como Visconde de Monserrate, casado com a filha de um seu conterrâneo estabelecido em Portu-gal, tendo o negócio ficado concluído em 1863. As obras de reconstrução ficaram a cargo de James Knowles Jr., enquanto o traço e elaboração dos jardins foi entregue ao pintor William Stockdale, ao botânico William Nevill, e a James Burt, mestre jar-dineiro. O resultado final foi uma obra-pri-ma do paisagismo de influência vitoriana, conseguindo-se um forte efeito cenográfico apoiado no exotismo das plantas sub-trop-icais, combinadas com zonas frondosas e relvados “à inglesa”, com estátuas, casca-tas, lagos, falsas ruínas e recantos encena-dos, constituindo um verdadeiro micro-cli-ma entre a paisagem privilegiada da serra. Para além dos elementos góticos, o palácio ganhou traços orientalistas, desde o reviv-alismo mourisco à distante influência mon-gol, tornando-se evidente o gosto inglês e eclético que presidiu ao projeto, proporcio-nando-lhe um lugar de destaque entre as obras do Romantismo nacional. Mantém-se a estrutura básica definida por De Viste,

com um corpo central ladeado por torres cilíndricas, e encimado por torreão quad-rangular, erguendo-se o conjunto sobre um terraço elevado deitando para os jardins, ao qual se acede por vários lanços de esca-das. A decoração é constituída por uma sé-rie de elementos orientais, como minaretes, lanternins, cúpulas bulbosas, revestimentos de ornamentação vegetalista, geométrica e caligráfica, azulejos e cerâmicas, gessos e embutidos. A família Cook ainda ampliou o parque, mas a partir dos anos 20 a quinta está à venda, até ser adquirida em 1949 pelo Estado. Fonte: D.G.P.C. / SML O Parque e Palácio de Monserrate foram classificados como Imóvel de Interesse Público em 1975, integrando-se na Pais-agem Cultural de Sintra, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade desde 1995.Em 2000 a gestão do monumento foi en-tregue à Parques de Sintra, entidade re-sponsável pela profunda intervenção de recuperação e restauro, que permitiu a rea-bertura do Palácio e devolveu o esplendor de outrora aos jardins históricos do Parque.

Aspeto da BibliotecaV

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PARQUE DE MONSERRATE

Na edição do guia Percursos Botânicos nos Parques de Sintra, Monserrate tem um lugar de destaque em virtude da sua riqueza botânica. Esta antiga propriedade rural com 33 hectares alberga uma notável coleção botânica com espécies de todo o mundo, plantadas por zonas de origem. Sem dúvida, o espaço vale por um todo mas, destaco diversos pontos ou espécies que pelo seu impacto se salientam em tão vasto portfólio. O primeiro relvado plan-tado em Portugal situado junto ao palácio, a araucária-de-Norfolk é a maior árvore do jardim com cerca de 50 m de altura,

o Jardim do México situado na zona mais seca e quente de Monserrate, o recuperado roseiral com cerca de 200 espécies e o vale dos fetos-arbóreos.Ao nível do edificado temos a Casa de Pedra onde, em tempos, funcionava uma carpintaria no andar superior e uma vac-aria no andar inferior e, hoje, é a sede da Parques de Sintra. A Capela, uma falsa ruína da autoria de Francis Cook criada a partir da capela edificada por Gerard de Visme em substituição da capela de Nossa Senhora de Monserrate.

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INFORMAÇÕES ÚTEIS

Palácio e Parque de Monserrate / 2710-405 SintraTelefone +351 219237300E-mail [email protected] / Web www.parquesdesintra.ptCoordenadas GPS: Latitude N 38° 47’ 31’’ Longitude W 9° 25’ 9’’HorárioParque: 10h00 – 18h00, último bilhete 17h00Palácio: 10h00 – 17h00, último bilhete 16h30PreçosParque e PalácioBilhete adulto (de 18 a 64 anos) – 6,50 eurosBilhete jovem (de 6 a 17 anos) – 5 eurosBilhete sénior (maiores de 65 anos) – 5,50 euros

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CONVENTO DOS CAPUCHOS

O PARAÍSO NA TERRA

Uma história de simplicidade e de respeito pela natureza caracteriza a conceção do Convento dos Capuchos e da ordem re-ligiosa que o ocupou, os Franciscanos.

No coração da Serra de Sintra descob-rimos, no Convento dos Capuchos, os primórdios da arquitetura invisível e o grande respeito pela natureza. Ao visitar este local de culto e verificar as suas con-dições de habitabilidade tão básicas é-me difícil imaginar como seria o dia-à-dia dos franciscanos e como conseguiam ultra-passar os rigores climatéricos da região. De todos os locais que visitei na Serra de Sintra este é, o que mais me encanta e o que mais contrasta com o fausto e a gran-diosidade dos palácios. Talvez, o único ponto em comum, seja o gosto pela na-tureza e pelas plantas...Depois de anos ao abandono e de de-lapidação, o Convento dos Capuchos tem vindo a recuperar a sua dignidade agora que estão integrados na Parques de Sin-tra Monte da Lua. Os espaços adjacentes vão sofrer intervenções profundas e, num futuro breve, poderemos ver o espaço to-talmente recuperado.

VALOR BOTÂNICO Os frades tiveram um papel fundamental na preservação da vegetação natural na cerca do convento ao que hoje se designa por floresta relíquia. Para além das espécies de carvalhos, como o Sobreiro (Quercus suber), o Carrasco (Quercus coccifera) e o Carvalho-alvarinho (Quercus robur), pre-dominantes nesta floresta, destacam-se também outras espécies de porte arbóreo como o Medronheiro (Arbutus unedo), a

Aspecto da entrada e do Terreiro das Cruzes.V

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Aveleira (Corylus avellana), o Castanheiro (Castanea sativa), o Buxo (Buxus semper-virens) e o Loureiro (Laurus nobilis). Estas e outras espécies fazem parte de um Percurso Botânico existente no local.

NOTA HISTÓRICO-ARTISTICA Implantado na serra de Sintra, entre cer-rados arvoredos e elementos rochosos, o convento de Santa Cruz dos Capuchos, ou Convento dos Capuchos, como é mais conhecido, foi instituído em 1560 por D. Álvaro de Castro, que assim cumpriu o voto de seu pai, D. João de Castro, Vice-Rei da Índia. Os primeiros franciscanos capuchos que aqui habitaram, em número de oito, vieram do convento da Arrábida, trazendo consigo toda uma espiritualidade que privi-legiava a pobreza e a ascese, e que se tra-duziu na arquitetura totalmente depurada que, desde então, acolheu os diversos re-ligiosos que viveram nestas celas de dimen-sões reduzidas, escavadas na rocha.

Acompanhando o declive do terreno, a planta do complexo conventual é, natural-mente, irregular e antecedida por um terrei-ro com uma fonte, que marca a passagem de um mundo de luz natural para um outro, as celas (e demais dependências, algumas das quais forradas a cortiça, e articuladas entre si através de escadas e corredores talhados na rocha) e a igreja, onde impera a penumbra (RIBEIRO (Coord.), 1998, p. 215). A vida contemplativa abraçada pelos frades capuchos assim o impunha. A igreja, integrada no conjunto, é de uma só nave, destacando-se o retábulo-mor de mármore e o altar de embutidos, por constituírem os elementos de maior vanguarda (devem ter sido executados entre o final de Seiscentos e o início da centúria seguinte), fugindo ao ri-gorismo e pobreza observada nos restantes espaços. É também aqui que se encontra a lápide evocativa da fundação do convento, que perpetua a memória de D. João de Castro.

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A imagem e o simbolismo da cruz, que re-corda a paixão de Cristo e a invocação do próprio convento, são uma presença con-stante, que tem início na grande cruz de pedra à entrada e se propaga por todo o interior, assumindo um significado especial na capela dedicada ao Senhor dos Pas-sos. Esta, é revestida por azulejos setecen-tistas, de cerca de 1740, representando a Flagelação, a Coroação de Espinhos, sím-bolos da Paixão na abóbada e, sobre a por-ta, Cristo Crucificado, a completar o pro-grama (SIMÕES, 1979, p. 320). A capela do Senhor Crucificado insere-se na mesma iconografia que reflete a espiritualidade franciscana, apresentando pinturas murais atribuídas a André Reinoso (SERRÃO, 1989, p. 58).A par da iconografia da cruz, todo o com-plexo foi concebido como um caminho a percorrer para atingir a salvação, um per-curso ascendente que culmina na sala do retiro, logo após a sala da penitência. Uma

lógica arquitetónica que testemunha as principais preocupações dos seus habit-antes - a penitência e a vida contemplativa e espiritual. Assim, à primeira campanha fundacional, seguiu-se apenas uma outra já setecentista, que veio trazer alguma modernidade ao complexo conventual, mas, sobretudo, acentuar o simbolismo da cruz.O convento dos Capuchos nunca deixou de impressionar todos quantos aí se deslo-caram ao longo dos séculos, desde via-jantes a monarcas, que expressaram a sua admiração pela vida austera que os religi-osos levavam. Beneficiado por vários reis, o convento foi habitado até 1834, quando a extinção das Ordens Religiosas obrigou ao seu encerramento. Adquirido pelo Es-tado já no século XX, encontrou-se encer-rado entre 1998 e 2000 devido ao avan-çado estado de ruína, abrindo de novo as suas portas ao público em 2001. Fonte: D.G.P.C.

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INFORMAÇÕES ÚTEIS

Convento dos Capuchos / SintraCoordenadas GPS: 38° 46’ 58.48” N 9° 26’ 8.86” W Horário: 10h00 – 18h00, último bilhete 17h00 PreçosBilhete adulto (de 18 a 64 anos) – 5 eurosBilhete jovem (de 6 a 17 anos) – 4 eurosBilhete sénior (maiores de 65 anos) – 4,50 euros

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São Francisco de AssisV

Santo AntónioV

ClaustroV

CozinhaV

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CAMINHADA DA PENINHA AOS CAPUCHOS

ESTA FOI A PROPOSTA DE PERCURSO DA EMPRESA WALK HIKE PORTUGAL, LI-GAR O SÍTIO DA PENINHA AOS CAPU-CHOS PASSANDO POR ADRENUNES E A POVOAÇÃO DO PENEDO.

O percurso é interessante devido às difer-entes visões que temos da Serra de Sin-tra. Dos amplos espaços, a espaços mais intimistas, povoações bem preservadas e, por fim, um local de recolhimento e medi-tação como é os Capuchos. O percurso é de baixa dificuldade física e, como tal, ideal para ser feito em família ou com um grupo de amigos.O percurso linear tem início no sítio da Peninha, em pleno núcleo sienítico (é um tipo de rocha de origem vulcânica com cristais grandes, que podem ser observa-dos a olho nu. É constituído pelos minerais

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A ermida de São Saturnino encontra-se ao abandono.V

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o feldspato, anfíbola, piroxena e biotite. Não tem quartzo, ao contrário do granito. É re-sultante do lento arrefecimento do magma em profundidade) do maciço eruptivo de Sintra, local de culto, evidencia sinais de permanência humana desde o Neolítico. É encimado por uma capela, de onde se avista uma vastíssima paisagem que vai do cabo Espichel, a sul, às Berlengas, a norte. Inclui um conjunto de construções classifi-cadas como Imóvel de Interesse Público.As características da vegetação envolvente - prados e matos – foram determinadas pela utilização agropastoril ancestral, pelos fortes ventos e pelos fogos sucessivos.O caminho ladeia a ermida de S. Saturni-no (edificada em meados do século XVI e acrescentada no século XVII, em local de culto que remonta ao tempo dos visigo-dos. A Oeste do monumento existente at-ualmente no local situam-se evidências dos alicerces da primitiva ermida de provável origem medieval (séc. XII). Supõe-se ter sido fundada por Pero Pais, companheiro de D. Afonso Henriques. Encontra-se num estado de degradação lamentável) e continua por um pequeno cupressal de cedro-do-buçaco (Cupressus lusitanica), árvore não nativa de Portugal, mas sim da América central, que evidencia tentativas de reflorestação da ser-ra. Ainda hoje aqui encontram condições para sobreviverem algumas espécies-relíquia da floresta de lenhosas sempre-verdes - a Laurissilva.Depois da passagem por este bosque “en-cantado” rumamos a Adrenunes um local com uma vista espetacular composto por penedos lembra um monumento megalítico de tipo anta. Deste local avistamos o farol do cabo da Roca e a Pedra da Ursa, a Pen-inha, o vale da Adraga e, mais ao longe, o casario da praia das Maçãs.Deixamos Adrenunes rumo à povoação do Penedo que tem conseguido man-

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ter alguma da traça original e que hoje é muito procurada por estrangeiros para a criação de pequenos negócios ligados ao aluguer de casas e turismo de habitação. No Penedo retemperámos as forças com uma refeição de grelhados no famoso Re-tiro do Ciclista. A custo lá nos levantámos da mesa pois, ainda tínhamos que cumprir o último troço do percurso que nos levaria aos Capuchos. Foi um troço onde camin-hámos por amplos estradões e com uma vegetação totalmente diferente. Chegados aos Capuchos foi tempo das despedidas entre os participantes e até uma próxima caminhada com a Walk Hike Portugal.

SANTUÁRIO DA PENINHA, NOMEADAMENTE A CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PENHAClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público desde desde 1977, o Santuário da Peninha não tem tido uma vida fácil mas,

na minha recolha de informação descobri um grupo que está apostado em tentar dar alguma dignidade ao local. Trata-se do Projeto Santuário da Peninha e aqui fica o seu endereço de Facebook: https://www.facebook.com/santuariopeninha/timeline. Sobre o santuário “...Situado num dos cumes mais elevados da Serra de Sintra, sobre o Cabo da Roca, o Santuário da Pen-inha insere-se num conjunto arquitetónico formado pela antiga ermida de São Sat-urnino (fundada por D. Pêro Pais na época da formação do reino de Portugal e hoje abandonada) e pelo palacete romântico de estilo revivalista, que se assemelha a uma fortificação, construído no ano de 1918.A longa tradição mágico-religiosa deste lo-cal, a que se associa a existência de uma imagem milagrosa de Nossa Senhora, bem como a sua localização privilegiada em plena Serra, fazem desta ermida de reduzi-das dimensões uma verdadeira igreja de

Chegada a Adrenunes.V

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peregrinação. A dificuldade do acesso, considerado lugar e forma de penitên-cia, era recompensada pelo esplendor do interior, revestido por azulejos azuis e brancos e mármores embutidos, que con-trastava fortemente com o despojamento arquitetónico exterior.A atual capela remonta ao século XVII, tendo sido fundada por Frei Pedro da Conceição. A campanha decorativa ter-se-á prolongado pelo menos até 1711, data inscrita no painel de azulejos do tím-pano, sobre a porta de entrada.O conjunto de painéis que reveste o inte-rior da ermida representa cenas da Vida da Virgem, e foi executado por diferentes autores. Os painéis monumentais do cor-po da nave têm vindo a ser atribuídos a Manuel dos Santos, um dos pintores lis-boetas que integrou o denominado ciclo dos “Grandes Mestres” (MECO, 1980, p. 138). Mais próximo da influência da pintura de azulejos holandesa, Manuel dos Santos “(...) favoreceu um traçado inebriante e muito elaborado dos con-tornos, que transmite uma sensação con-templativa e serena, acompanhado de esfumados azuis muito diáfanos” (MECO, 1986, p. 221), que se valorizam nas

grandes composições, sejam elas mais con-templativas ou de desenho e expressão mais movimentados. Também da sua autoria serão os dois painéis que ladeiam a porta principal e o tímpano semi-circular, este último com a representação do Pentecostes, pouco comum na iconografia azulejar (MECO, 1980, p. 139).Os restantes painéis, que revestem os roda-pés e a abóbada, denunciam um desenho e conceção diferentes que se aproximam da obra do monogramista P.M.P. (MECO, 1986, p. 227). Contudo, outros autores referem a oficina dos Oliveira Bernardes como eventu-al responsável pelos azulejos que revestem a abóbada (SIMÕES, 1979, p. 321; ARRUDA, 1989, p. 348).A capela-mor, datada de 1690, é revestida por mármores de diversas cores, que se es-tendem à abóbada de caixotões. O retábulo, também de embutidos marmóreos finos, é atribuído a João Antunes, por ser muito se-melhante a tantos outros traçados pelo ar-quiteto de D. Pedro II. O gosto pelo mármore traduz o esforço e a intenção de superação do gosto da talha, no sentido de conseguir a modernização dos espaços (SERRÃO, 2003)”. Fonte: D.G.P.C.

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Vista sobre o Cabo da Roca.V

Povoação do Penedo.V

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CAMINHADA DE MONSERRATE AOS CAPUCHOS

UM PERCURSO CIRCULAR COM CERCA DE 7,5 KM DE EXTENSÃO QUE LIGA DOIS ÍCONES DA SERRA DE SINTRA, O PALÁCIO DE MONSERRATE E O CON-VENTO DOS CAPUCHOS.

A conceção deste percurso assentou, es-sencialmente, na ligação de dois dos prin-cipais ícones da Serra de Sintra, o Parque e Palácio de Monserrate e o Convento dos Capuchos. O percurso desenvolve-se por uma vertente da serra pouco conhecida, onde abunda o pinheiro e existem diver-sas represas de água. Escolhi um percurso com poucos quilómetros para possibilitar uma visita ao Convento dos Capuchos já que o Palácio e o Parque de Monserrate merecem que se lhe dediquemos um dia.O percurso não está sinalizado e, por isso, é aconselhável a utilização de um equipa-mento de GPS (track de GPS em http://ridewithgps.com/routes/6718529) ou uma carta da região. O ponto de partida e de chegada é o parque de estacionamento junto ao portão de Monserrate.Neste trabalho sobre a Serra de Sintra dedicamos um espaço relevante ao Con-vento dos Capuchos por isso, não existe a necessidade de repetição da informação. Contudo gostaria de fazer uma abord-agem ao local do Convento dos Capuchos do ponto de vista botânico.

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SEGUNDO O SITE DA PARQUES DE SIN-TRA, O LOCAL POSSUI ESPÉCIES EN-DÉMICAS COM ELEVADO VALOR DE CONSERVAÇÃO:

Azevinho(Ilex aquifolium)Pode alcançar 8-10 metros de altura. Só nos exemplares femininos se observam os frutos vermelhos tão utilizados na decoração de Natal. Classificada como estando em Peri-go de Extinção em Portugal Continental, é frequente nos Parques e Jardins de Sintra, mas a sua presença é escassa fora destes locais e ameaçada dentro do Parque Natu-ral de Sintra-Cascais. O principal fator de ameaça é a recolha de plantas inteiras e de ramos com frutos, o que inviabiliza muitos exemplares em frutificação.

Feto-folha-de-hera (Asplenium hemionitis)Pequeno feto, cujo nome comum deve a sua origem à semelhança que tem com as folhas de hera. Surge em sítios sombrios e húmidos, precisando de proteção contra a luz solar direta. Classificada como espécie em Perigo Crítico de Extinção. No Parque Natural de Sintra-Cascais encontra-se fortemente ameaçada. Como fatores de ameaça conhecem-se a limpeza não con-trolada de muros e caminhos, a remoção de vegetação adjacente e a substituição de muros de pedra por muros de betão.

Feto-do-botão (Woodwardia radicans)Considerada uma espécie em Perigo de Extinção em Portugal Continental, o seu

estatuto é indeterminado no Parque Natu-ral de Sintra-Cascais, onde a sua presença apenas é conhecida em parques e jardins históricos, entre os quais os Parques da Pena e de Monserrate.

Samouco (Myrica faya)No Parque Natural de Sintra-Cascais é dada como potencialmente ameaçada, desconhecendo-se as suas tendências populacionais neste local. O único fator de ameaça conhecido é a ocorrência de fogos florestais.

Pinguicula lusitanicaPlanta carnívora, presente em locais húmi-dos. Espécie classificada como Vulnerável em Portugal Continental, é considerada ameaçada no Parque Natural de Sintra-Cascais, onde apenas se conhecem dois núcleos populacionais, ambos na Serra. Entre os fatores de ameaça, destacam-se o pisoteio e a limpeza de valas.

Coincya cintranaEspécie associada a florestas de carvalhos, presente sobretudo em locais sombrios e frescos, tratando-se provavelmente de uma espécie que só existe na Serra de Sintra. Classificada como Vulnerável em Portugal Continental, os dados disponíveis para o Parque Natural de Sintra-Cascais indicam que as suas populações se mantêm es-táveis. A ocorrência de fogos florestais e a expansão das acácias são os principais fa-tores de ameaça.

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Feto-folha-de-hera.V

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PROPOSTAS DE PERCURSOS

As empresas de animação turística apos-tam forte na Serra de Sintra com a criação de programas que visam dar a conhecer este local. A empresa Inventura (https://www.face-book.com/inventura.sintra/timeline) é uma das mais antigas e é especializada na Serra de Sintra. A Green Trekker (http://www.greentrekker.pt/), Caminhos com Ca-risma (https://www.facebook.com/Camin-hosComCarismaLda/timeline) e a Walk Hike Portugal (http://www.portugalwalkh-ike.com/) são outras empresas que pos-suem diversas propostas de caminhadas dedicadas à Serra de Sintra.Existem diversos Percursos sinalizados na Serra de Sintra, segundo informação recol-hida no site da Câmara Municipal de Sin-tra mas, não sabemos em que estado es-tão as sinalizações:

PEQUENA ROTA 1 - SANTA MARIAExtensão: 1,9 km;Duração média do percurso: uma hora;Local de saída/chegada: Largo do Palácio da Vila;Pontos de passagem: Fonte da Sabuga, Igreja de Santa Maria, Parque da Liberdade;Dificuldade: baixa, desnível pouco acentuado;Ligações: GR 11 E9 Caminho do Atlântico; PR -S2 e PR -S3.

PEQUENA ROTA 2 – PENAExtensão: 4,5 km;Duração média do percurso: duas horas e trinta minutos;Local de saída/chegada: Largo do Palácio da Vila;Pontos de passagem: Fonte da Sabuga, Igreja de Santa Maria, São Pedro de Penaferrim, Castelo do Monte Sereno, Parque e Palácio da Pena, Castelo dos Mouros;Dificuldade: alta, desnível muito acentuado;

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inoLigações: GR 11 E9 Caminho do Atlântico; PR

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PEQUENA ROTA 3 – CASTELOExtensão: 4,7 km;Duração média do percurso: duas horas e trinta minutos;Local de saída/chegada: Largo do Palácio da Vila;Pontos de passagem: Largo de Ferreira de Cas-tro, Castelo dos Mouros, Igreja de Santa Maria, Fonte da Sabuga;Dificuldade: alta, desnível muito acentuado;Ligações: GR 11 E9 Caminho do Atlântico; PR -S1 e PR -S2.

PEQUENA ROTA 4 - SETEAIS Extensão: 3,5 km;Duração média do percurso: uma hora e trinta minutos;Local de saída/chegada: Largo do Palácio da Vila;Pontos de passagem: Torre do Relógio, Igreja de São Martinho, Quinta da Regaleira, Palácio de Seteais, Rampa da Pena, Fonte da Pipa;Dificuldade: média, desnível muito acentuado;Ligações: GR 11 E9 Caminho do Atlântico; PR -S3 e PR -S5.

NO SITE WIKILOC ENCONTRÁMOS ALGUMAS PROPOSTAS DE PERCURSOS NA SERRA DE SINTRA QUE NOS PARECERAM INTERESSANTES:

01 / Autor: fantasticomikeCaminhada circular com 18,77 km de extensão. Tem inicio e fim no estacionamento do Convento dos Capuchos,passa pela Pedra Amarela, Peninha e Monge. http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=1534641

02 / Autor: bicho do matoCaminhada circular com 12,03 km de extensão. A pé pelo Monte da Lua (Serra de Sintra) - (Penedo, Capuchos, Lagos, Qt. Carmo) Um passeio a pé por entre a vegetação e Tapadas O ponto de encontro é no Largo da Igreja, no Penedo.http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=5336384

03 / Autor: Evasão VerdeCaminhada não circular 29,7 km denominada de Circular à Serra de Sintra.http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=8398969

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PEQUENA ROTA 6 – CAPUCHOSExtensão: 7 km;Duração média do percurso: três horas;Local de saída/chegada: barragem do rio da Mula;Pontos de passagem: barragem do rio da Mula, Convento dos Capuchos;Dificuldade: média, desnível acentuado;Ligações: não tem.

PEQUENA ROTA 10 – PENINHAExtensão: 4,5 km;Duração média do percurso: três horas;Local de saída/chegada: Largo dos Capuchos;Pontos de passagem: Capuchos, Peninha;Dificuldade: média, desnível acentuado;Ligações: PR -S6.

PEQUENA ROTA 11 – MONGEExtensão: 4,5 km;Duração média do percurso: três horas;Local de saída/chegada: Largo dos Capuchos;Pontos de passagem: Tholos do Monge;Dificuldade: baixa, desnível acentuado;Ligações: PR6; PR10.

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NA SUA EDIÇÃO 2015, O GUIA REPSOL LANÇA A NOVA GUIA DOS MELHORES ALIMENTOS E BEBIDAS DE ESPANHA

Também poderão consultar as princi-pais características de cada alimento, a sua zona de produção, conselhos de compra e consumo, características nutricionais e as suas harmonias gas-tronómicas.Os utilizadores do Guia poderão via-jar por toda a Espanha através de 68 rotas gastronómicas, nas quais irão descobrindo os alimentos e as bebidas mais representativos e de maior quali-dade de cada zona, que formam parte do formidável património gastronómico espanhol. Desta forma, o viajante co-nhecerá a origem dos alimentos mais conhecidos de Espanha, o modo como são elaborados e as suas propriedades gastronómicas e nutricionais.Inovação, a melhor companheira de viagemSe por um lado, no que se refere a con-teúdos, o novo Guia dos Melhores Ali-

O novo Guia dos Melhores Alimentos e Bebidas de Espanha é a principal novidade relativamente a conteúdos da edição de 2015 do Guia Repsol, e resulta do compromisso da Repsol para com a gastronomia espanhola. Trata-se de uma iniciativa inédita que propõe uma forma inovadora de via-jar por Espanha: através dos produtos não perecíveis de maior qualidade.Este Guia, que é fiel reflexo da enorme variedade do património gas-tronómico espanhol, inclui mais de 1.700 produtos, pertencentes a 131 tipos de alimentos, enquadrados em oito famílias –conservas de peixe e marisco, conservas vegetais, ibéricos e outros embutidos, queijos e lácteos, azeites, vinhos, outras bebidas, e, por último, outros alimentos– e nele, os utilizadores do Guia redescobrirão a Espanha através dos seus sabores.

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dasmentos e Bebidas é a principal novidade

de 2015, do ponto de vista da inovação tecnológica, o novo site Guiarepsol.com representa, sem dúvida, a mudança mais significativa deste ano.Este renovado sítio web do Guia Repsol incorpora as últimas tecnologias digitais e põe à disposição do viajante 80.000 ideias para inspirar e conceber planos de viagem personalizados, consolidando-se como a melhor ferramenta para guiar qualquer vi-ajante nas suas deslocações por Espanha.Além do mais, na sua firme aposta pela inovação, a Guia renova a sua presença em smartphones e tablets, com uma nova aplicação gratuita válida para iOS e An-droid, que permite aos utilizadores criar viagens à medida, guardá-los, e posteri-ormente, consultá-los nos seus disposi-tivos móveis durante os seus deslocamen-tos, mesmo sem conexão a internet, em qualquer momento que precisem dele. Esta útil ferramenta apresentará aos via-jantes propostas de locais onde podem almoçar, jantar e pernoitar, e sugestões do que podem fazer numa infinidade de destinos em Espanha e Portugal.O utilizador pode criar o seu plano perso-nalizado através das reportagens exclu-sivas e encontrar locais bastante interes-santes, bastando para isso localizar a sua posição ou introduzir um endereço no motor de pesquisa. Também pode guar-dar o plano de viagem e consultá-lo sem a necessidade de ligação à internet em “As minhas viagens”. A aplicação também oferece a possibilidade de criar álbuns de fotos e os compartilhar com outras pes-soas através das redes sociais ou e-mail.

OFICINA DO VINHO ABRIU EM CAMPO DE OURIQUE

Imagine-se numa adega vinica, ou no tempo das adegas de bairro, re-visitadas num novo conceito…onde chegam vinhos de produtores de diversas regiões, de castas e cara-cterísticas diferentes que marcam a região, vinhos verdadeiros e úni-cos…Entra, escolhe o tipo de vinho que mais se adequa ao que procura ou segue as sugestões propostas, prova e depois da escolha feita, seleciona o recipiente, que é cheio diretamente de um dos depósitos, de seguida engarrafado, rotulado, etiquetado e selado na sua presença.No final, é convidado a regressar, trazendo o recipiente escolhido para novamente degustar esse ou outro néctar disponível…um novo concei-to, associado à sustentabilidade e à redução de desperdícios…uma ex-periência inovadora que se propõe num dos bairros mais emblemáticos da cidade de Lisboa….É este o conceito da Oficina do Vinho (OV), uma nova loja recentemente

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aberta no Bairro de Campo de Ou-rique, em Lisboa, que traz à memória a venda de vinho e azeite a granel, além dos enchidos, dos queijos, entre muitos outros produtos. Este projeto, da Empresa Wine Line Lda, nasceu do empenho de três sócios com uma paixão em comum – o vinho. São 50 metros quadrados de espaço onde se encontram quatro grandes reservatórios em aço inox cheios de vinho de diferentes regiões e tipos (a começar pelos fundadores e seus par-ceiros, das regiões do Alentejo e Tejo), existindo ainda vinho de Trás – os – Montes. Mais adiante, oito torneiras com outros vinhos, aguardam a esco-lha do cliente.Após a prova, é feita a escolha do tipo de recipiente (garrafas de 1 ou 2 litros ou ainda garrafões de 5 litros), e de se-guida assiste ao processo de engarra-famento ou, se pretender, poderá en-garrafar o seu próprio vinho seguindo as orientações da OV.Os vinhos como todos os outros produ-tos a granel presentes na loja, encon-tram-se no regime “escolha, sirva-se e

leve para casa”, sendo rotativos, con-soante a oferta dos produtores.A Oficina do Vinho, por ser amiga do Ambiente, proporciona a reutilização dos recipientes (com um custo simbólico na 1ª compra), criando assim um incen-tivo ao regresso e experimentação de outros vinhos, na capacidade desejada. A nova loja oferece também no forma-to granel, tomate seco, azeitonas, pick-les, diversos tipos de sal, além de pão do dia (desde o Alentejano, de Mafra, broas de diferentes tipos, entre outros) e uma variedade de enchidos, queijos, enlatados, compotas, marmeladas e vinagres, todos oriundos de pequenos produtores que aqui têm mais um canal de venda direta ao público. Oficina do Vinho propõe-se ainda desenvolver eventos gastronómicos e de degustação, abertos ao bairro, en-quanto conceito de adega, num espaço acolhedor onde se pretende o cliente seja “protagonista satisfeito”.Oficina do Vinho – Rua Correia Teles., nº22 - A Telef: 21 594 4155Horário: 2ª a 6ª – 11h00/ 20h00 ; sábados 09h30/ 19h00

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TINGUIDO COM ‘OURO’ EM CON-CURSO DO CRÉDITO AGRÍCOLA

Os vinhos Alento Reserva Branco 2013 e Alento Reserva Tinto 2012 da Adega do Monte Branco, em Estremoz, foram ambos premiados como Tambuladeira de Ouro dos Escanções de Portugal, para os vinhos do Alentejo, no 1º Con-curso de Vinhos do Crédito Agrícola. Este concurso, promovido em parceria com esta instituição e a Associação de Escanções de Portugal, distinguiu um total de 74 vinhos brancos e tintos, das várias regiões vitivinícolas nacionais.Luís Louro está satisfeito com este recon-hecimento porque “estavam a concurso excelentes vinhos, quer do Alentejo, quer de outras regiões e esta distin-ção dá-nos “alento” para continuar a produzir com a mesma exigência. São vinhos encorpados, com boa fruta, que se destacam por uma invulgar frescura, que lhes dá um carácter mais fresco e gastronómico. Por isso, acredito que

mais uma vez o consumidor continu-ará a confiar nos nossos vinhos”.O Alento Reserva Branco 2013 é pro-duzido unicamente a partir das cas-tas Portuguesas: Arinto e Antão Vaz. É um vinho de cor citrina. No aroma apresenta notas de fruta fresca, cit-rina e uma certa mineralidade. Bem casado, com ligeiro aroma de barrica onde fermentou. Na boca mostra-se volumoso, com notas minerais, uma acidez bem presente e integrada, que lhe proporciona uma sensação de frescura invulgar numa região quente. Apresenta um longo final. O Alento Reserva Tinto 2012 é produzido com as castas típicas da região. É um vinho de cor granada, que apresenta boa complexidade aromática com notas de fruta madura e alguma especiaria. Na boca apresenta-se com bom volu-me e taninos presentes bem maduros, mostra boa complexidade e termina com um longo final.O Concurso de Vinhos Crédito Agrí-cola é um exclusivo para Associados e Clientes do Crédito Agrícola, aberto aos vinhos brancos e tintos produzidos em Portugal. O concurso é feito em prova cega, efetuada por um núme-ro mínimo de cinco provadores: dois Escanções, um Jornalista/Convidado CA, um Enólogo e um Bloguer/Enófi-lo. As ‘Tambuladeira dos Escanções de Portugal de Ouro’ foram atribuídas a vinhos com pontuações médias finais entre os 90 e 100 pontos, as de Prata entre 85 a 89 pontos e as de Bronze entre 80 a 84 pontos.

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