revista rock meeting #47

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Revista Rock Meeting #47 - Destaques: Vader, Doomal, O que estou ouvindo?, World Metal, Matéria – Agreste in Rock, Entrevista - Woslom, Unearthly, Pandemmy, Against Tolerance, Review - The Winery Dogs [email protected] | rockmeeting.net. Free download - http://bit.ly/RevistaRockMeetingN47

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Editorial

Quem nunca conheceu alguém que teve seus sonhos e propósitos sendo enterrados que atire a primeira pe-

dra! Não é muito difícil encontrar histórias que remetam a negatividade de outrem devi-do ao trabalho que vêm exercendo. Quantas bandas já desistiram de seguir em frente por conta de opiniões desgostosas e desmotivantes. Quantas vezes? Hein?Qual é/foi seu sonho? Enquanto Revista, quantas vezes expu-semos a nossa dificuldade neste espaço para tornar público que não é tão simples assim o trabalho que a mídia tenta exercer em prol de uma cena musical que, a cada dia, cresce

mais. No entanto, é preciso salientar que cres-cem, também, os aspectos negativos.Quantas vezes ouvimos desabafos de músicos sobre as dificuldades enfrentadas, dos produ-tores que não têm quase nenhum apoio local... Talvez o público não saiba (ou não ligue), mas é muito fácil cobrar, sabia? Nada na vida cai de mão-beijada, é pre-ciso persistir e enfrentar as dificuldades. Para os que continuam lutando, vamos em frente. A Rock Meeting está aqui para apoiar quem quer algo de fato e de verdade. Ajudar o sonho a se tornar real. “Dane-se!” para os que torcem contra!

Aquele que enterra seus propósitos

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Table of Contents07 - Coluna - Doomal13 - News - World Metal18 - Matéria - Pandemmy23 - Review - The Winery Dogs26 - Entrevista - Woslom36 - Capa - Vader (Review Recife)40 - Entrevista - Unearthly48 - Entrevista - Against Tolerance53 - Entrevista - Agreste in Rock55 - Coluna - O que estou ouvindo?

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Direção Geral Pei Fon

Revisão Breno Airan Katherine Coutinho Rafael Paolilo

Capa Alcides Burn

Diagramação Pei Fon Conteúdo Breno Airan Daniel Lima Jonas Sutareli Lucas Marques Colaboradores Ellen Maris Mauricio Melo (Espanha) Sandro Pessoa Agradecimentos Charley Gima

CONTATO

Email: [email protected]: Revista Rock MeetingTwitter: @rockmeetingVeja os nossos outros links:www.meadiciona.com/rockmeeting

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O CANTO QUE ACOMPANHA A IMAGEM DA MORTE

Dentre as várias figuras icônicas do nosso cenário underground nacional, Alex Voorhees, vocalista da banda Imago Mortis, é uma cuja personalidade é um tanto pecu-liar em relação aos demais vocalistas do gê-nero. A sua formação como músico de metal começou ainda nos anos 80, em bandas como Icarus e Esfinge no Estado do Rio Grande do Sul, além de exercer a função de DJ na famo-sa casa Mme Satã em Porto Alegre. Tendo como base e influência para seu trabalho artistas como Robert Smith, Bruce Dickinson, Luciano Pavarotti, Peter Gabriel e Robert Plant, que formam um variado misto musical - complexo, porém eclético - colabo-rando muito com a riqueza de seus trabalhos.Nos anos 90, ele fez parte da aclamada ban-

da Dust From Misery, que obteve grande no-toriedade no Rio de Janeiro, tendo direito a participação em programas como Jô Soares Onze e Meia e clipe transmitido pela MTV. Alex afirma que foi nesta época em que tomou interesse por diversos tipos de filosofia, como espiritismo e budismo, junto de sua banda a fim de incrementar ideias em suas compo-sições. O resultado disto foi uma mistura de estilos onde havia as distorções das guitarras agregadas à calma atmosfera das melodias hindus. Pode-se dizer que o resultado foi exó-tico e estranho, sem desmerecer a qualidade das obras. Em meados da década de 90 foi convi-dado para participar das gravações da banda

Por Sandro Pessoa (Sunset Metal Press)

Um bate-papo com Alex Voorhees

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Imago Mortis, o que culminou logo mais na efetivação do mesmo como o vocalista oficial. O grupo logo se tornou ícone entre as bandas nacionais com álbuns clássicos e de reper-cussão internacional, como Vida – The Play of Change (2002) e Transcendental (2006). A banda acabou sendo associada ao gênero Doom Metal devido ao andamento dramático e pesado de suas canções e o teor trágico das letras. Após todos estes anos, Alex Voorhees possui um histórico bastante rico. De DJ a vocalista de metal, produtor de eventos, com-positor e atualmente produtor musical cola-borando no lançamento de trabalhos de artis-tas do Rock/Metal e outros. Recentemente lançou o web-single L.S.D. oferecendo uma amostra daquilo que

porventura será o mais novo álbum da Imago Mortis. Segue um breve bate-papo com o pró-prio para sabermos um pouco de sua opinião referente à nossa atual cena, com ênfase na-quilo que essa coluna se propõe a explorar, o Doom Metal. Doomal – Diga para nós quais as princi-pais influências relacionadas ao Doom Metal você possui e que colaboraram com seu trabalho.Voorhees - Acho que não só o Doom Metal, como todo o gênero metal, tem uma dívi-da enorme com o Black Sabbath. Iommi é o mestre. Como vocalista, eu tenho uma dívida enorme com Ronnie James Dio, além de vá-rios outros cantores que você mesmo citou. Gosto do brasileiro Max Cavallera, também. Especificamente falando de Doom Metal eu comecei minha carreira como vocalista em

Imago Mortis

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bandas de metal tradicional, depois eu fui buscar sonoridades mais extremas. Meu background então possui muito do thrash metal, death metal e rock progres-sivo e atualmente acredito que chamam este tipo de som de technical death ou technical thrash. A Imago Mortis é uma banda que tem muita técnica e recebe influências destes gê-neros. Em 1998, quando eu comecei a cantar com a Imago Mortis, meu contato com o gê-nero Doom Metal havia sido com o Type O Negative (sendo que não considero esta ban-da como sendo doom), além do belíssimo tra-balho do Tiamat (Wildhoney). Mas a banda amava mesmo era o Paradise Lost. O Gothic havia sido um divisor de águas para mim, principalmente a faixa título, entretanto os ál-buns que gostávamos mais eram o Draconian Times e o Icon. My Dying Bride e Anathema fui conhecer mais tarde e Candlemass, já os conhecia por um clipe, mas eu não gostava.

Hoje em dia eu conheço bem mais da cena, mas, dentro do gênero doom, o que eu mais ouço são bandas como While Heaven Wept. Gostaria também de dizer que, diretamente, as bandas de doom não nos influenciam, po-rém, indiretamente, tudo o que ouvimos aca-ba fazendo parte do nosso background, tanto para o bem como para o mal. Ouvir algo que eu não gosto certamente afirma as convicções de jamais ir por aquele caminho musical.

Quando e como foi que vocês percebe-ram que a sonoridade de suas compo-sições caminhavam dentro da linha-gem das bandas de Doom Metal? Foi algo proposital ou não?No caso da Imago Mortis tem a ver com a pro-posta sonora. Você não pode entrar em uma

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banda já estabelecida - primeiro sem ser fã da proposta dela, segundo você querer transfor-mar a sua banda em OUTRA COISA, absolu-tamente diferente. Desde o primeiro traba-lho, a Imago Mortis trabalha com uma firme proposta ideológica e musical. Além disso, quando eu sento para trabalhar material da Imago Mortis é como se fluísse. Mas não nos limitamos por esta proposta, pois dentro do nosso escopo cabe muita variação, sempre deixamos isso claro durante os trabalhos que se seguiram. A Imago Mortis não pode parar: a sonoridade evolui, mas sem perder suas raízes. Sempre soaremos como Imago Mor-tis. Temos a nossa marca e ela nos permite voar bem alto, muito mais alto do que muitas bandas jamais ousariam ir, musicalmente fa-lando.

Com tanto tempo presenciando a cena e também fazendo parte dela, relacio-

ne o movimento das bandas e pú-blico do Doom Metal nacional a partir da década de 90 até os dias de hoje. Que tipo de mudanças po-sitivas ou negativas você consegue enxergar?

O Doom Metal sempre foi um estilo marginal dentro do próprio estilo metal, que é marginal entre si. Mas possui seguidores fiéis. Já fui a concertos de Doom Metal lotados e a própria Imago Mortis se tornou uma das maiores e bem sucedidas bandas do metal nacional, lançando grandes discos e fazendo turnês. Se há glamour nisso? Nenhum. Há orgulho? Sim. Financeiramente nos damos bem? Bom, em termos financeiros, somos um grande fra-casso, mas sou orgulhoso disso também. Fizemos exatamente o que queríamos fazer. Liberdade artística é algo que não tem preço pra mim. A cena de Doom Metal pare-ce que possui o mesmo pensamento: não são movidos por modismos, não são motivados por dinheiro ou certeza de um espaço maior em festivais. Porém está na hora de crescer um pouco e atualmente vejo um movimen-to, uma união no sentido - não de tornar este estilo popular - mas mostrar que ele existe, mostrar a força dele e o respaldo como um movimento musical e artístico, com as gran-

Dust From Misery (1994)

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des bandas que temos aqui.

A pergunta que não quer calar: o que você realmente espera do Doom Metal nacional tendo em vista o movimento da cena atual?Acho que só o tempo dirá, meus amigos. Es-tou há mais de 20 anos na cena. Já vi muitas bandas começarem com força, tentando to-mar a cena de assalto, e pouco tempo depois as pessoas desistiam, pois metal aqui é die hard. O cenário é super difícil, basta dar uma pesquisada para perceberem que as pessoas, público e companhia, não dão a mínima para as bandas daqui. Só que esqueceram uma coi-sa: as bandas REALMENTE boas e honestas, as que passam no teste do tempo, começam a ser notadas. É o caso da Imago Mortis e ou-tras que estão aí e possuem sua base de fãs. Vamos esperar surgir outras bandas grandes, a cena promete. O auge do doom brasileiro foi no final dos anos 90, mas acredito que ago-ra esteja ressurgindo com força. Temos bons novos nomes despontando e com suporte das bandas antigas. Queremos que a cena cresça. Isso já é algo. A coletânea Doomed Serena-des trouxe algo. Espero que sirva de incentivo para os novos grupos, este tipo de iniciativa.

Você se vê como um ícone do Under-ground brasileiro?Sou suspeito para falar, mas uma coisa é certa: desde 1988 eu sempre estive a frente ativamente de alguma banda ou projeto en-volvendo o heavy metal e sempre me mantive no underground, não exatamente por minhas convicções. Já quis e acredito que eu ainda gostaria de ter um destaque ainda maior, sem concessões musicais, na música e no cenário nacional ou internacional. Se sou um ícone? Algumas pessoas devem achar. Talvez dentro do gênero Doom Metal eu seja o primeiro vo-calista a ser lembrado, as pessoas gostam do meu estilo de interpretação, eu tenho estilo próprio e isso me deixa feliz e motivado para continuar.

Para finalizar a entrevista deixe suas considerações finais e fale um pouco sobre o novo álbum da Imago Mortis.

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Eu agradeço a oportunidade de poder mos-trar um pouco mais do meu trabalho às pes-soas, tanto da Imago Mortis como minha carreira musical como um todo. Atualmente estou investindo bastante tempo e conheci-mento em produção musical, estou levando a sério e creio que minha experiência adquiri-da ao longo dos anos com meu gosto musical apurado, tenham sido bem úteis. Meu home studio está crescendo, tenho poucos clientes mas os trabalhos deles são arrasadores. Basta ouvir Tayo. Acredito que os vst’s estão cada vez melhores e podemos ter gravações com um custo mais baixo com cada vez mais qualida-de. Mas só tentar gravar em casa não adian-ta, uma pessoa experiente, de renome e com visão de fora do trabalho é primordial. Isso é trabalho para um produtor. E eu estou à frente do próximo trabalho da Imago Mortis, que se chamará LSD, e espero poder concluí-lo ainda este ano. Criamos um blog e uma comunidade no Facebook para aproximar os admiradores que quiserem mais detalhes so-bre o novo álbum - ambos os links são fáceis de ser encontrados. Basta procurarem Imago Mortis (favor não confundirem com a banda italiana homônima). O novo álbum da Imago

trará elementos que já foram utilizados por nós ao longo da carreira, porém, musical-mente, ele é rico em detalhes e cheio de músi-cas sentimentais, algumas muito bonitas, em contraste com músicas mais pesadas, por ser um álbum conceitual. O lirismo promete sur-preender. E esperem algo muito intenso.

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Um desejo

Peyton Arens, de 13 anos, po-deria ser um garoto normal como qualquer outro, porém ele tem um câncer terminal e ganhou uma oportunida-de incrível: tocar com Phil Anselmo. O desejo do garo-to chegou ao conhecimento de Phil através da Fundação Make-a-Wish que trata de crianças com doenças gra-ves. Sensibilizado, Anselmo convidou Arens para um show em Oklahoma. O garoto subiu ao palo, pegou a guitarra e tocou “Walk” clássico do Pantera junto com Phil Anselmo. Assista o vídeo desta apresentação emo-cionante AQUI

Novo vídeo

A banda canadense Annihilator irá gravar o vídeo da música “No way out” que será filmago em Hannover na Alemanha. A faixa faz parte do álbum “Feast” que será lançado em agosto. A versão eco-book de luxo contará com um cd com 15 faixas das melhores músicas da banda regravadas em 2012. Bom, 24 músicas no to-tal. Além da capa ser em 3D. Curtiu? Agora é só esperar o lançamento.

Novo álbum

Sebastian Bach promete novo álbum em 2014 e já está em estúdio gravando alguns riffs e linhas melódicas. Bob Marlette que já produ-ziu o Black Sabbath e Alice Cooper, por exem-plo, é quem está a frente desta empreitada. “Esperem uma música de alta energia... Per-feita para dirigir em alta velocidade ou mar-telar concreto”, pontuou Bach. O novo álbum vai contar com a participação de Steve Stevens (Billy Idol), Duff McKagan (Guns’N’ Roses).

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Cancelado em Lima

O Black Sabbath faria uma série de shows pela América Latina, mas a cidade de Lima, no Peru, não vai mais receber a banda britânica da trupe de Ozzy Osbourne e Tommi Iommi. O motivo pelo qual fora cancelado o show foi a questão da logística dos equipamentos do show. Em nota no facebook, a ban-da fala sobre o cancelamento e os organizadores não deram mais de-talhes. O show aconteceria no dia 16 de outubro, primeiro e único show no Estádio Nacional em Lima, com capacidade para 50 mil pessoas. Na nota, a banda deixa claro que as datas das outras cidades mantém-se inalterada e serão realizados normalmente. Ou seja, no Brasil as três datas marcadas continuam okay.

Nin no Lolla

A produtora Time4Fun anunciou em seu per-fil oficial no Facebook que será organizará o Lollopalooza em São Paulo. Segundo o jorna-lista José Noberto Flesch, do jornal Destak, algumas bandas podem anunciadas com o Nine Inch Nails e Depeche Mode. A versão brasileira do festival deve ocorrer nos dias 5 e 6 de abril do próximo ano. As mesmas ban-das podem tocar na versão do fest no Chile. Agora é aguardar os anúncios oficiais.

Ameaça

Jack White tem tido problemas com sua ex-esposa, Karen Elson, com quem têm dois filhos. Uma da alegações é que Elson se sente ameaçada com a presença de White. Os dois só mantém comunicação através de email e a única aproximação é por conta de sua rela-ção parental. No próximo dia 29, os dois se encontrarão para uma audiência e ver com quem fica a custódia dos filhos, que não tem nada a ver com a briga dos pais.

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Se cuida, Lemmy

No começo de agosto, durante a apre-sentação no Wacken 2013, o vocalis-ta e baixista do Motörhead, Lemmy Kilmister, interrompeu sua apresenta-ção por ter um mal súbito. Boatos na internet apontavam a morte do britâ-nico, que logo foi desmentido. A falsa notícia pegou muitos de surpresa. Po-rém, a saúde do velho Lemmy já não é mais a mesma. Após sofrer uma cirur-gia cardíaca e um hematoma, a banda cancelou os shows na tour europeia, voltando no mítico festival alemão. Porém passou mal e foi preciso intervenção médica. Seu conterrâneo, Slash, através de seu twitter, disse que “visitei Lemmy hoje, ele esá bem. Tem havido muitos boatos. Mas ele está em boa forma. E finalizando um disco do Motörhead agora”, afirma o guitarrista. Vamos torcer pela melhora do mito.

5 ANOS

A assessoria Metal Media completa 5 anos e presenteia os fãs de Metal com uma coletânea gratuita do casting do MM, somente bandas brasileiras nos seus mais diversos estilos. O “BRazilian Xtreme Way MMXII” que conta com uma música de cada banda que faz parte da empresa, ou seja, 44 músicas disponíveis gratuitamente. Entre elas: Unearthly, An-dralls, Executer, Hibria, Panzer, Red Front, NervoChaos, Woslom e outras. Baixe AQUI a coletânea.

Adiado

Os fãs do Behemoth podem tirar o cavalo da chuva. O novo álbum da banda, previsto para ainda este ano, foi adiado para o início de 2014. Ou seja, os fãs devem esperar um pouco mais para o décimo álbum da banda, entitulado “The Satanist”. E sobre o cd, Ner-gal, disse o seguinte: “Enquanto nossas novas músicas tomam um direcionamento artísti-co surpreedente, nossa mensagem continua firme, forte e radical”, pontua.

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Candidatos à vista

Em meio a tanta especulação de quem será o novo vocalista do Angra, Rafael Bittencourt, guitar-rista da banda, concedeu uma entre-vista para o Moita Rock e disse que Alírio Netto (Age of Artemis), Bruno Sutter (Detonator) e Thiago Bian-chi (Shaman) são fortes candidatos, segundo o guitarrista, mas não des-carta a efetivação do italiano Fabio Lione para o posto de vocalista. En-quanto isso, o Angra realiza vários shows pelo Brasil em agosto, incluindo um dvd que será gravado no dia 25 de agosto e contará com a participação de Tarja Turunen, Russel Allen (Sym-phony X) e Brenn

Viva! Hysteria

E saiu o trailer do “Viva! Hysteria - Live at The Joint, Las Vegas”. O lançamento do Def Leppard sairá em cd, dvd, blu-ray e down-load pago. O lançamento foram nove noites na temporada da banda por Las Vegas e po-derá ser visto em outubro e ainda pode ser exibido em alguns cinemas dos EUA e Euro-pa. Aguardem! Assistam o trailer AQUI.

Segundo álbum

A banda paulista de Heavy Metal, Ecliptyka, está em estúdio gravando seu segundo álbum de estúdio. A produção o próximo lançamen-to da banda está por conta de Jean Dolabel-la, ex-baterista do Sepultura. A perspectiva é lançar no final deste ano. As gravações estão sendo feitas no Family Mob Estúdios em São Paulo. E pode aguardar que mais informações do novo álbum serão divulgadas em breve.

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Por Daniel Lima (@daniellimarm | [email protected])Fotos: Divulgação

Olá, é muito bom poder conversar mais uma vez com a Pandemmy e para ini-ciar, conte um pouco da trajetória da banda.Pedro Valença – Olá a todos leitores da Rock Meeting! O Pandemmy é uma banda per-nambucana que está na ativa desde 2009 e tem como características principais em sua sonoridade o Death e o Thrash Metal. Lança-mos três trabalhos independentes (em 2010 a demo Self-Destruction; em 2011 o EP Idio-cracy e em 2012; o EP Dialectic). Tocamos em várias cidades do Nordeste nesses quatro

anos de atividade, como Maceió (AL), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Natal (RN), Mossoró (RN), Mossoró (RN) e Forta-leza (CE). Já tivemos a honra de tocar ao lado de bandas como Ratos de Porão, Exodus, Brujeria, Belphegor e Tankard. Em maio des-te ano iremos lançar nosso primeiro álbum oficial, intitulado Reflections & Rebellions.

Ano passado vocês se apresentaram no festival “Abril Pro Rock” junto com Ratos de Porão, Brujeria, Exodus e ou-tras atrações. Como foi a experiência

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de participar? O reconhecimento do público aumentou após o festival?Pedro Valença - Tocar no Abril pro Rock em 2012 foi sensacional. A estrutura que o fes-tival proporciona é digna de ser considerado um dos melhores do Brasil e da América La-tina. O contato com outras bandas também é algo muito gratificante. A visibilidade da ban-da aumenta sim, porém o trabalho para um maior reconhecimento precisa ser contínuo.Além do APR, aconteceu a apresen-tação no “Roça N’ Roll” em Varginha-MG, como foi vencer a etapa regional

do “W:O:A Metal Battle” e tocar num festival tão importante?Pedro Valença – Foi nosso principal show em 2011. O Roça n’ Roll é um evento muito gran-dioso, é o Wacken nacional como os próprios artistas que tocam lá costumam dizer. É uma atmosfera muito legal e seria interessantíssi-mo ter um festival desses aqui no Nordeste. Sobre ganhar a etapa regional de Pernam-buco do Metal Battle, foi muito gratificante. Existem muitas bandas em nosso estado com muita qualidade, o que torna a seletiva muito difícil, assim como eu vejo nos estados da Pa-

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raíba, Bahia e Rio Grande do Norte.

Os shows são onde a banda mostra a sua essência e o público do Rock tem um jeito peculiar de responder com as “rodas”. Quais os lugares que, ao lem-brar do show, o público é que vem a cabeça por tornar a apresentação ines-quecível?Pedro Valença - O público do Nordeste em si tem essa característica mais “nervosa” de responder às músicas nos shows. Entretanto, citaria duas cidades que já nos apresentamos onde a empolgação foi bem marcante que são Mossoró/RN e Maceió/AL. Esperamos an-siosamente para voltar a tocar nessas cidades na tour de divulgação de Reflections & Rebel-lions.

O álbum “Reflections & Rebellions” não chegou a ser lançado. O que tem de diferente dos três lançamentos an-

teriores?Pedro Valença - Reflections & Rebellions é nosso primeiro álbum oficial. Possui 11 fai-xas, das quais 4 são inéditas e as outras 7 já foram lançadas nos nossos trabalhos inde-pendentes (demo Self-Destruction, 2010; EP Idiocracy, 2011; EP Dialectic, 2012), porém foram rearranjadas, ganhando um pouco mais de técnica e agressividade. Além disso, ele foi produzido, mixado e masterizado pelo experiente produtor Fabiano Penna (Rebael-liun, The Ordher, ex-Andralls).

Há uma previsão para que seja os CD’s sejam disponibilizados?Pedro Valença - O álbum será lançado em Maio pelos selos Gallery Productions, Impa-led Records e Rising Records, além de con-tarmos com o apoio da The Burn Productions na divulgação e agendamento de shows.

Recentemente a banda mudou a for-

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mação, quem ficou e quem saiu?Pedro Valença - Saíram Rafael Gorga (vocal), Ricardo Lira (bateria) e Augusto Ferrer (bai-xo) e entraram André Valongueiro (ex-Decom-posed God; vocal), Arthur Lira (Chasphere, ex-Cangaço; bateria) e Marcelo Santa Fé (ex-Goryhate; baixo).

É meio delicado fazer esta pergunta, mas, quais os motivos para tal modifica-ção?Pedro Valença - Sendo bem sincero, o Augusto (Ferrer, ex-baixista) já estava refletindo sobre a permanência dele na banda devido a outras prioridades na vida pessoal e profissional dele. Infelizmente, eu e Diego tínhamos alguns po-sicionamentos que divergiam das opiniões de Rafael (Gorga, ex-vocalista) e Ricardo (Lira, ex-baterista), o que acabou gerando pequenos conflitos. No mais, só temos a agradecer ao tra-balho que eles realizaram na banda, além de desejar sucesso em seus projetos. Tenho muito orgulho do álbum que gravamos juntos.As pessoas convidadas para fazer parte do Pandemmy já têm bastante experiên-cia. De que maneira essa bagagem con-tribuirá para o futuro da banda?Pedro Valença - Já estão contribuindo para o amadurecimento profissional e musical da ban-da. Isso também vai influir na musicalidade do Pandemmy de uma forma bastante positiva tanto ao vivo quanto para o próximo álbum.

Arthur Lira já é um grande conhecido da banda, mas para os outros dois, como está sendo a adaptação deles?Realmente eu e o Diego já conhecemos o Ar-thur há um bom tempo. O André Valongueiro

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nós também conhecíamos desde os tempos de Decomposed God, porém nos falávamos praticamente apenas em eventos na cidade. O Marcelo é um velho conhecido do Diego. A adaptação está sendo muito agradável e tran-quila.

A mudança de integrantes alterou al-guma coisa nos planos para 2013?Pedro Valença - Mudou todo o planejamen-to. Tínhamos planos de realizar uma turnê na Europa, fazer uma divulgação bem legal no Nordeste e talvez até em outras regiões do país. Entretanto, com a chegada de novos membros, precisamos refazer todo o planeja-mento e nos readaptar a nossa nova realida-de.Por falar em planos para 2013, quais são os que estão sendo preparados?Pedro Valença - Nosso objetivo no momento é lançar e divulgar o máximo esse álbum aqui pelo Nordeste. Já no segundo semestre, ire-mos discutir o planejamento para o próximo ano. Enquanto isso, estamos compondo no-

vas músicas.

Existe alguma data definida ou em an-damento para shows da Pandemmy neste ano?Pedro Valença - Temos um show de lança-mento do Reflections & Rebellions marcado para o dia 18 de maio em Recife (PE) e já co-meçamos a negociar datas por todo Nordeste.

Muito obrigado pela entrevista, pros-peridade e mais sucesso é o que deseja a Rock Meeting para a Pandemmy.Muito obrigado a toda equipe da Rock Mee-ting, em especial a você Daniel, Pei e Yzza, que nos acompanham desde 2010, quando lançamos nossa demo Self-Destruction e tor-naram possível nosso primeiro show em Ma-ceió (AL). Esperamos voltar esse ano para divulgar nosso debut álbum Reflections & Rebellions e fazer um show ainda mais fervo-roso. E lembrem-se...KEEP SPREADING THE PANDEMMY!!!

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The Winery Dogs arrasa em show energético em São Paulo

A primeira turnê do The Winery Dogs no Brasil mostra que o país realmente deixou de ser uma opção para tornar-se ponto de parada

obrigatória para os grandes shows e artistas

Texto e Fotos: Charley Gima (MiG18 | Futerock)

The Winery Dogs é uma super banda formada por Mike Portnoy (ex-DreamThea-ter / Avenged Sevenfold), Billy Sheehan (ex-Mr. Big) e Richie Kotzen (ex- Poison / Mr. Big), que juntos mostram a química perfeita dentro do Rock N´Roll, misturando vários estilos dentro do Rock, desde o Blues até o mais progressivo, passando é claro pelo Hard Rock, sem deixar o feeling de lado, fazendo com que as músicas soem de forma que todos possam senti-la, é realmente algo indescrití-vel! Foi exatamente isso que pudemos con-ferir nesta noite fria de São Paulo, no Carioca

Club, que estava lotado, apesar do clima des-favorável e do horário do show - 19h - o que é um duro golpe pra quem mora ou trabalha longe de Pinheiros, bairro onde se localiza a casa de show, já que o trânsito de fim de tarde de sexta-feira em São Paulo é algo próximo de estar no inferno sem sentir o cheiro de en-xofre... Mas conseguimos driblar este proble-ma e chegamos no horário, para poder ver e curtir as peripécias do excelente trio de mú-sicos que estavam no palco. A casa é pequena e é gratificante poder presenciar de tão perto três artistas juntos, dividindo o mesmo pal-

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co, mostrando que estão lá porque gostam do que fazem, afinal todos já fizeram extensas turnês mundiais lotando arenas e estádios! Os fãs agradecem e vibram a cada batida no bumbo, a cada solo de guitarra ou levada de baixo, a cada nota deste show, que foi centra-do no trabalho do The Winery Dogs, sem ne-cessidade de tocarem covers de suas ex-ban-das. E, mesmo com o CD ainda não lançado no Brasil, os fãs conheciam as músicas e par-ticiparam de todo o set. Era visível a felicida-de de Sheehan, Portnoy e Kotzen ao receber a resposta do público paulistano! O solo de bateria, quando geralmente aproveito pra beber algo ou ir ao banheiro, por incrível que pareça, foi curto e bem in-teressante! Billy Sheehan fez um solo mais demorado, mas mostrando toda sua técnica e competência no baixo, chegando até a fazer um scratch no baixo, como se fosse um DJ! Esse cara com certeza não é deste planeta!

Richie Kotzen,por sua vez, inovou em seu solo, e, ao invés de mostrar sua técnica e velocida-de na guitarra em solos extensos e mirabo-lantes, resolveu empunhar um violão elétrico e cantor “Stand”, de sua época de Poison, so-zinho no palco, para logo em seguida mandar ver “Shine”, do Mr. Big, já com a banda de volta e a guitarra nos braços. É difícil saber o que este músico faz melhor, cantar ou tocar! Qual a sua opinião a respeito de Kotzen? Os três músicos do The Winery Dogs provaram que pra fazer um bom show, com boa música, não precisa de parafernálias tec-nológicas, luzes mirabolantes, efeitos estro-boscópicos ou imagens no telão e backing vocals dançarina. É necessário apenas bons músicos, que saibam tocar bem seus instru-mentos! E isto, caros leitores, com certeza eles sabem fazer! O único senão da noite ficou a cargo da luz de palco, que deixou a desejar... Teve até

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um “momento bizarro”, quando Portnoy teve que ir ao microfone pedir para o técnico de luz da casa “baixar” a luz de palco e focar em Kotzen, que estava no piano elétrico para fa-zer a sua parte. Demorou um pouco para o cara se to-car, mas a galera foi ao delírio quando a luz de palco se apagou e Sheehan caminhou até Kotzen, apontando para que a luz se acendes-se nele! Mas tudo bem, isso faz parte do Rock N´Roll!!! As imperfeiçoes de um show ao vivo fazem a perfeição do espetáculo!E parabéns à produtora Free Pass por acredi-tar nesta banda e investir em shows de artis-tas como o The Winery Dogs! Acompanhando alguns passos da ban-da pelo Brasil, foi interessante ver Portnoy postando uma foto no Twitter beijando uma latinha de Guaraná Zero, afirmando ser este seu refrigerante favorito no Brasil! Em outra foto, pudemos ver a cara de felicidade de Kot-zen e Portnoy em uma churrascaria em São Paulo, se esbaldando no meio da fartura de tanta carne! Gravei o vídeo de “Criminal” ao vivo neste show do Carioca Club, espero que gos-tem! E ouça as músicas do The Winery Dogs na programação da Rádio Rock Freeday.

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Entrevista

Evoluindo

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Evoluindo

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É sempre gostoso saber como as bandas deram início as suas ativida-des. O Woslom não poderia ser diferente. Dentre outras coisas, parece muito com aquela aula chata, do tempo do colégio, que você não está muito afim de prestar atenção. Porém, para esses dois carinhas foi algo

diferente. Ok, a aula não estava essas coisas todas, mas para Chicão Stanich e Fernando Oster, amigos desde a infância, a aula foi mais que uma aula... Ali nasceu o Woslom, que vocês conhecem ou vão passar a conhecer a partir de agora. Confira esta entrevista super legal com os

caras, especialmente para a Rock Meeting.

Olá pessoal. Prazer imenso neste pri-meiro contato entre a Rock Meeting e o Woslom. Sintam-se à vontade e, por favor, não meçam as palavras.Francisco Stanich: O prazer é nosso! É uma honra poder fazer esta entrevista para a Rock Meeting!

Como de costume, pedimos para os nossos entrevistados se apresentarem. Quem é o Woslom?Rafael Iak: Eu sou o Rafael Iak, responsá-vel pelas guitarras. Desde cedo, meu sonho sempre foi encontrar a banda certa e posso dizer que ele se realizou quando entrei para o Woslom.Francisco Stanich: EEu sou o baixista e junto com o Fernando Oster (bateria) esta-mos desde o começo da banda. E, para com-pletar o time, temos o Silvano Aguilera (vocal e guitarra), que entrou na banda no início das gravações do Time To Rise, nosso primeiro álbum.

Iniciados em 1997, já passaram por al-gumas mudanças e a atual formação

Por: Pei Fon (@poifang | [email protected])Fotos: Edu Lawless (Divulgação)

vem para consolidar os interesses de todos na banda. Qual é a “missão” do Woslom na música?Fernando Oster: Sim, muita coisa aconte-ceu neste tempo todo (rs). A missão é fazer a música que nós gostamos, sem rótulos. Fazer com seriedade, mas nos divertindo ao mesmo tempo, sem nos prendermos a nada. Apenas música boa.Rafael Iak: Eu diria que nossa missão é fa-zer com que cada vez mais pessoas se inte-ressem pelo Heavy Metal, mantendo-o vivo e forte. Acho que nós, como artistas que somos, temos o dever de inspirar pessoas através de nossa música e é o que tentamos fazer.Francisco Stanich: Divertir e empolgar o público de metal.

Em 2010 lançaram o primeiro CD, “Time to rise”, realizaram até uma tour europeia para a divulgação deste. Como foi isso cara?Fernando Oster: Sim, o primeiro sonho foi lançar o CD de músicas autorais e depois, para complementar o sonho de qualquer ban-da, fomos excursionar na Europa. Foram dois

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sonhos realizados com certeza. Estar em tour no velho continente é algo que toda a banda deve fazer um dia, pois você se entrega de corpo e alma para a banda 24 horas por dia. Ali você tem a sensação real de como as coi-sas funcionam dentro de uma banda mesmo.Francisco Stanich: FFoi uma experiência única, poder tocar em países que nunca ima-ginávamos tocar um dia. Com a galera pedin-do pra tocarmos nossas músicas como Time To Rise e Mortal Effect. Realmente foi um so-nho realizado.

Vamos falar de presente, num é mes-mo? “Evolustruction” saiu agora do forno. É bem do jeito que gostariam?Fernando Oster: Sim, ele foi feito de uma forma totalmente diferente do primeiro CD. Estas composições são deste último ano, então ele expressa bem como a banda está sentindo e com a banda está soando agora. Iniciamos este projeto em julho de 2012 e conseguimos completar 99% do nosso plane-jamento para o lançamento do álbum.Rafael Iak: Para mim é exatamente do jei-to que eu gostaria, pois já o visualizava em minha mente na época de criação. Esse sen-timento de realização pessoal é algo indescri-tível, pois, modéstia a parte, sempre que ouço no carro, me surpreendo positivamente.

Antes de mais nada, o que é o “Evolustruction”?Fernando Oster: É a união das palavras Evolution e Destruction. É um conceito onde a evolução leva à destruição e a destruição leva à evolução. São dois lados, dois cami-nhos a seguir e em ambas as escolhas você terá evoluído e destruído algo.Rafael Iak: Evolustruction é uma palavra inventada por nós que simboliza o confron-

Foto: Letícia Alves

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to de “Evolução” (Evolution) e “Destruição” (Destruction). Esse conceito que criamos, dá margem para várias interpretações, mas eu particularmente gosto de pensar que o me-lhor significado seja o conflito interno do ser humano no que diz respeito ao bem e o mal. Em resumo, temos caminhos e escolhas a se-rem feitas e você só precisa optar pelo que é bom pra você (evolução), tudo o que fizer oposto a isso, seja por intermédio de terceiros ou até por medo, pode ter consequências des-trutivas. Na própria letra dizemos que a pes-soa deve enfrentar e vencer o seu pior lado, então é basicamente isso.

Em comparação com o TTR, o que o novo álbum traz de diferente?Fernando Oster: Bem, todo o processo foi diferente. O TTR foi composto ao longo dos anos, muitas composições são antigas. A for-

ma como ele foi gravado também não foi a melhor, pois fizemos em etapas. Enfim, foi um aprendizado e tanto. Já o Evolustruction saiu mais como um projeto. As composições são atuais, fizemos uma pequena pré-produ-ção ao nosso jeito. Entramos em estúdio para gravação focados no que queríamos fazer. Fo-ram 40 dias entre o inicio e fim das gravações. A produção foi novamente toda nossa, porém desta vez deixamos a mixagem por conta do nosso engenheiro de som, Danilo Pozzani, do Acustica Studios, em São Caetano do SulRafael Iak: Em minha opinião, “Evolus-truction” está melhor em tudo: produção, composições, letras e arranjos e essa é a maior diferença entre os álbuns, além de estar mais melódico e mais cadenciado. Tudo isso sem perder a nossa essência.Francisco Stanich: Foi a evolução musical da banda principalmente. Muita coisa mudou,

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a banda está mais entrosada, fizemos muitos shows pra divulgar o Time To Rise. Passamos 45 dias junto na Europa, respirando Woslom 24 horas por dia. E tudo isto transpareceu no Evolustruction.

Parando para ouvir o “Evolustruction” tem uma pegada bem melódica, agres-siva ao mesmo tempo. É envolvente! De onde saiu tanta inspiração? Sem fa-lar nos vários solos espalhados. Rafael Iak: Inspiração é algo que não vem quando queremos, temos que despertar sua atenção para que ela venha até nós (risos). Eu acredito que isso só seja possível quando a pessoa ama o que faz e está focada em seu trabalho buscando evolução musical, que é o que acontece no Woslom. Francisco Stanich: Este é o tipo de Thrash que gostamos, agressivo e com melodia. É

algo que vem naturalmente. O Rafael Iak foi o principal compositor, o Riff Man (risos), mas tivemos o Silvano Aguilera dando sua con-tribuição pela primeira vez. Pois quando ele entrou na banda não teve a oportunidade de contribuir nas composições do Time To Rise, pois as músicas já estavam prontas.

Confesso que na primeira ouvida o vocal me soou estranho. Ouvindo um pouco mais você já sente bem encaixa-do na ideia do Woslom. O vocal casou bem, não acha?Rafael Iak: Sim, o Silvano se encaixa per-feitamente com nosso som e tem um timbre vocal bem característico dele, perfeito para o nosso estilo.Francisco Stanich: É o tipo de vocal que se encaixa com o Thrash Metal agressivo e melódico que fazemos. Não tinha como ser

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de outro jeito.

Para serem do Thrash Metal, “Evolus-truction” é bem extenso: cinco músicas passam dos cinco minutos. O que não quer dizer que seja enfadonho. A mú-sica sabe te deixar bem ambientado. Como surgiu a concepção deste Thrash a la Woslom?Fernando Oster: Nunca nos preocupamos com isso. A composição tem que ser como ela é e o que ela pede. No primeiro álbum temos uma música de mais de nove minutos, ela saiu assim e é assim. Nossos arranjos são ela-borados, queremos dar essa cara nossa para as músicas, então não importa o tempo que elas venham a ter no final.Rafael Iak: Uma das regras no Woslom é não forçar nada: a música deve sair natural-mente e esse é um dos motivos, por exemplo, de não termos uma “balada” ainda, pois ela surgirá naturalmente quando for a hora e não porque temos que compor a força. No caso do tempo das músicas é a mesma coisa. Acho que conseguimos músicas com durações lon-gas, mas que soam como se tivessem três mi-nutos, é o nosso jeito que veio natural e gra-dativo.

“Breathless (Justice’s fall)” foi uma das faixas que chamou bastante atenção. Muitos riffs, variações sonoras, ouso até dizer, meio progressivo, porém ca-tivante. É de ficar sem fôlego mesmo. Quem chegou com a ideia da música? Que insight foi esse?Rafael Iak: Também é a minha favorita do disco. Nem eu sei como chegamos nesse resul-tado (risos). Lembro-me que o Silvano tinha a melodia do verso e logo quando ouvi achei animal. Eu também queria um solo no final,

Fotos: Letícia Alves

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então essas duas coisas serviram de ponto de partida para definir o mapa da música, facili-tando todo o trabalho que estava por vir.

Momento tenso. O repertório sempre é bem difícil de escolher. Do “Evolus-truction”, quais vocês tocam nos sho-ws e como chegaram nesta escolha?Fernando Oster: Na verdade, nós pro-curamos tocar todas as nossas músicas e ir mesclando o set list a cada show. Claro que há músicas que não podem nunca faltar no nosso set. Então a parte boa é poder a cada dia escolher o que vamos tocar, o que temos vontade naquele momento. Mas sempre bus-camos mesclar algo com peso e velocidade.Rafael Iak: Difícil mesmo, afinal temos agora 18 músicas. Como nosso set costuma ser sempre bem enxuto, o critério costuma ser as músicas que mais gostamos X tempo de duração. Dependendo do evento também, optamos por um set mais rápido ou mais va-riado. Francisco Stanich: O que gosto na banda é que não nos apegamos a ter apenas um set list, sempre estamos mudando algo.

Inspirações. Cada um tem a sua parti-cularidade, porém quais são as inspi-rações do Woslom? Por quê?Fernando Oster: Basicamente podemos dizer que o Thrash Metal da Bay Area de São Francisco nos EUA é a nossa maior inspira-ção. Metallica, Exodus, Slayer, Testament, Death Angel, etc... Aí tem o thrash de Nova York com Nuclear Assault, Overkill e o gran-de Anthrax. Tem também o thrash alemão, Destruction, Kreator, Sodom e Tankard. E lo-gicamente o Sepultura do Brasil!!!

Vocês conhecem as bandas do Nordes-

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te? Quais? E o que teria a destacar?Fernando Oster: Sendo bem sincero, não conheço muito de bandas do Nordeste. Tal-vez o grande nome seja o baiano Headhunter DC.Rafael Iak: Conheço pouca coisa, as princi-pais que me vem à mente agora são Headhun-ter DC, Cangaço e Malefactor. Recentemente conheci a banda Zênite, que vai participar de um festival em São Paulo conosco. Há várias outras que amigos já me apresentaram, mas que não vou lembrar agora.Francisco Stanich: Eu conheço o Jackde-vil de São Luís do Maranhão. Ótima banda!

Top 5. Liste as cinco bandas nacionais e fale um pouco sobre elas. - Korzus

Fernando Oster: Melhor banda de Thrash Metal do Brasil e ponto final.Rafael Iak: Minha banda do coração, onde ti-ver show e der pra eu ir, estarei lá. Torço por esses caras.Francisco Stanich: O começo do Thrash no Brasil.- AncesttralFernando Oster: Thrash metal de primeira qualidade, bem melódico com excelentes vo-caisRafael Iak: Fórmula perfeita de som pro meu gosto pessoal, pois une peso, melodia, técnica e bom gosto, tudo direto e reto. Uma das mi-nhas favoritas.Francisco Stanich: Fiquei chocado a primei-ra vez que ouvi os caras. É o tipo de som que me empolga.

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- Mad DragzterFernando Oster: Apesar de meio sumido nos últimos anos, possuem dois excelentes dis-cos. Thrash Metal mais que recomendado.Rafael Iak: Fizeram muito barulho quando surgiram e com isso nos conquistaram pelo som e humildade. Gostamos tanto que fize-mos um cover deles no nosso disco. Com cer-teza no meu Top 5.Francisco Stanich: Umas das grandes inspi-rações do Woslom com certeza.- Andralls Fernando Oster: “Fast Thrash” de primeirís-sima qualidade. Estão no quinto CD e estão brutais!Francisco Stanich: Desgraceira! - Torture SquadRafael Iak: Show animal, técnica absurda,

tudo na medida. Profissionalismo total e por isso são uma das minhas bandas favoritas.Francisco Stanich: Outra referência de Me-tal. Umas das melhores bandas atualmente no Brasil

Para finalizar, metade de 2013, o que vocês pretendem realizar? Saudações galera. Sucesso sempre!Fernando Oster: Faremos uma turnê na Europa entre setembro e outubro e estaremos realizando alguns shows. Aonde nos chama-rem estaremos atendendo. Keep Thrashing!Francisco Stanich: Obrigado pela opor-tunidade. E para quem quiser saber mais da banda é só acessar o nosso site www.woslom.com, lá o pessoal vai conseguir ouvir as músi-cas, ver os clipes e saber sobre nossa agenda.

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Recife: Vader apaga o passado e faz show memorável

Review

Na segunda passagem pela capital pernambucana, a banda polonesa de Death Metal, Vader, iniciou a tour brasileira sob a desconfiança de outrora

Texto e fotos: Pei Fon (@poifang | [email protected])

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Recife: Vader apaga o passado e faz show memorávelNa segunda passagem pela capital pernambucana, a banda polonesa de Death Metal,

Vader, iniciou a tour brasileira sob a desconfiança de outrora

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Ligeiramente desconfiado, o público pernambuca-no ainda mostrava certa indignação com a banda após seu último show em Recife, quando a Vader fez um “pocket show”, digamos assim. Entretanto, em 2013 a história foi outra. No apertado Downtown Pub, porém suficiente para o público, a Vader era esperada por algumas centenas de fãs da banda. A expectativa era grande e esperava-se que o público comparecesse. É... a prática de “apoiar” a cena, indo até o local para ficar do lado de fora só escutando... voga por lá também! Quem não foi ou ficou na porta só “apoiando”, per-deu um grande show de técnica, porradaria e feeling, por que não? Sentir aquele acorde, que estava repleto de har-mônicos, riffs e velocidade.... huummm!!! O quarteto polonês não decepcionou desta vez. Trazendo um repertório feito de clássicos e músicas do recente álbum “Welcome To The Morbid Reich”, a banda estourou os tímpanos dos fãs com muita porradaria so-nora e velocidades de riffs e bateria. Rapaz, o cara destroi nas baquetas! No semblante de cada fã era possível ver a satis-fação e, principalmente, desfazer aquele “mal entendido” de anos atrás. Quero ver alguém falar mal do Vader. (ri-sos) E o repertório estava recheado de “zuada”: “Wings”, “Vicious Circle”, “Fractal Light”, “Carnal”, “Reborn in Fla-mes”, “Return to Morbid Reich”, “Come and See my Sa-crifice”, “Dark Age” e muitas outras. Tocando “Black to the blind” a banda finalizou o show. Porém, mesmo depois da despedida, o público cla-mava por mais Vader. A banda sensibilizada pelo pedido voltou ao palco, tocou mais uma música e, assim, finali-zou o show. Até porque o show tinha hora para terminar. Ao final, para aqueles que esperaram, alguns sortudos conseguiram tirar algumas fotos com os integrantes da banda. E fica aquele breve convite de “voltem sempre”.

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“Se você recebe um convite para voltar é porque, com certeza, seu trabalho impressionou”

Entrevista

Por Pei Fon (@poifang | [email protected])Fotos: Cíntia Ventania

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“Se você recebe um convite para voltar é porque, com certeza, seu trabalho impressionou”

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A banda de Death/Black Metal cario-ca Unearthly está de malas prontas para o Velho Mundo. É, eles vão vol-

tar para a Europa em nova turnê pela Rús-sia, Ucrânia, Bielorrússia, Lituânia, Letônia, Polônia, Holanda, Romênia, Bulgária e Hun-gria. Sentiu o peso? É Brasil em evidência no-vamente. Para saber um pouco mais da banda, entre shows e dvd ao vivo, conversamos com Marcelo ou M Mictian, baixista da banda. Confira cada linha!

Olá pessoal, mais uma vez aqui nas pá-ginas da Rock Meeting. E não preciso nem dizer que sintam-se à vontade e não meçam as palavras. De volta ao Velho Continente, várias datas marcadas entre agosto e setem-bro, começando pela Rússia. Como foi todo esse processo para fechar a tour?M.Mictian: Trabalhamos com um agente que vive na Rússia e esse trabalho duro fica por conta dele, ele só vai nos informando de to-das as negociações, países, datas. Ficamos apenas com a tarefa de nos prepararmos para os shows de resto tudo é com ele.

Alguns desses lugares vocês estão vol-tando pela segunda vez. Como se sen-tem em relação a isso? Dever cumpri-do?É reconhecimento mesmo! Fomos uma vez e demos o que tínhamos de melhor em cada um destes shows e, desta forma, se você rece-be um convite para voltar é porque, com cer-teza, seu trabalho impressionou e as portas ficaram abertas.

Nesta nova passagem, o que estão pre-parando para o show? Algo novo?

Preparamos um novo set list com um cover novo e ajustamos um belo show para nossos fãs no Velho Mundo. A banda está bem afiada e determinada, vamos para a Europa fazer o que melhor que sabemos fazer e o que mais gostamos de fazer!

Durante a tour, estando longe de casa, o que vocês mais sentem falta? De sono não vale (risos).Além da família é claro, também da nossa culinária. A alimentação é bem diferente por

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lá, mas é essa a profissão que escolhemos, então tentamos encarar da melhor maneira possível, de resto nós passamos por cima de tudo (risos). Estamos bem unidos e um vai ajudando ao outro, quando estamos longe de casa nós somos nossas famílias.

Boa parte da tour vai se concentrar na Rússia, onde vocês investiram pesado por lá, inclusive o primeiro dvd sendo gravado numa cidade russa. Por que a Rússia ou foi por acaso?

Essa tour vai passa por dez (10) países, mas realmente temos uma gama enorme de fãs na Rússia e o produtor/manager tour também é deste país, estas coisas foram acontecendo com normalidade, não decidimos que seria assim, apenas aconteceu e estamos felizes com isso.

Pois bem, CD e DVD ‘Baptizing The East In Blood’ ao vivo lançados. Como foi que surgiu a ideia deste 2º álbum ao vivo?

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Isso só aconteceu mesmo quando já estáva-mos lá na Rússia quando recebemos a pro-posta para gravar o show e aceitamos. Quan-do voltamos ao Brasil, depois da tour, fomos assistir tudo o que foi gravado, detectamos que realmente tínhamos um ótimo trabalho em mãos. Contactamos algumas gravadoras e negociamos o lançamento. Foi tudo muito rápido e de certa forma fácil lançar.

Fotos, entrevistas, filmagens feito pe-los fãs. Sobre as filmagens dos fãs, foi feito algum tipo de concurso, avisavam durante os shows, como esse processo?Não, não fizemos concurso e nem avisamos a ninguém. Fomos recebendo imagens dos nos-sos fãs e cada vez chegava mais e mais o que fizemos mesmo foi filtrar e escolher entre nós mesmo o que seria de grande valia estar no DVD. Tentamos mostrar com simplicidade o que realmente aconteceu naquele momento.

Todo o processo tem o envolvimento da banda, na escolha da capa, na pro-dução do show, vídeos e cd. Esta apro-ximação acaba deixando o trabalho bem a cara do que o Unearthly precisa, num é?Sim, fazemos tudo juntos, escolhendo cada coisa, todos dão seu parecer e deixamos que fique a cara da banda respeitando a decisão de cada membro da banda. Somos um time, isso nos deixa bem mais forte e continuare-mos a trabalhar assim.

Por ter sido gravado na cidade de Voronezh, na Rússia, houve algum mo-tivo especial ou já estavam nos planos da banda?Tudo aconteceu por lá mesmo, nosso produ-

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tor na Rússia negociou essa gravação quan-do já estávamos em plena tour. Tivemos um pouco de sorte em tudo ter dado certo, feliz-mente. Depois de recebermos a imagens foi trabalhar em cima disso, negociar e lançar e tudo fluiu bem.

Mais um álbum lançado para a disco-grafia da banda. O que podemos espe-rar mais para 2013?Esse ano, pelo nosso cronograma, somente shows irão acontecer. Não temos intenção de lançarmos mais nada, agora é hora de divul-gar esse trabalho: temos dvd e cd ao vivo re-centemente “na praça”. A ideia é mostrarmos ao máximo de gente possível, viajar a todos os lugares e fazer o nome da banda crescer cada vez mais. Porém lançamentos somente no próximo ano.

Vocês têm escutado as bandas brasilei-ras, sobretudo, as nordestinas? Somos uma banda que ouve de tudo e procu-ramos estar antenado com o que acontece em nossa cena. Sim, ouvimos as bandas não só do Nordeste como do Sul, Sudeste etc... Te-mos amigos por todo o país e isso facilita que conheçamos as bandas a cena no geral

E vocês se apresentaram junto com o Marduk, Vader e Suffocation. Como foi o show, cara?Foi um grande fest. Uma ótima organização um evento bem profissional e é desta forma que gostamos de trabalhar porque é assim que trabalhamos houve respeito mutuo de banda e produtor, e, além disso, o público esteve presente e nos brindou com uma exe-celente recepção rolou tudo em perfeição sin-tonia.

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Mas conta para nós, o que o Unerthly tem ouvido? Top 5 das bandas e fale um pouco sobre elas. Ouvinos de tudo de Rock n´roll, Metal e tudo o que envolve essa atmosfera, coisas novas e velharias (risos). Eu ouço a música que me agrada, não me importo muito com sua pro-cedência. É claro que tem quer o mínimo de qualidade, mas não costumo ficar muito pre-so a somente um estilo é sempre bom criar um universo musical e expandir suas ideias.

Por fim, um novo trabalho já sain-do para ganhar o mundo. Já pensam no próximo álbum de estúdio? Muito obrigada mais uma vez. Sucesso nesta nova tour. Sim já pensamos e estamos compondo o novo álbum, mas aos poucos nada corrido, quere-mos fazer um álbum superior ao “Flagellum Dei”, então não podemos bobear. Depois da tour nos concentraremos de vez neste novo trabalho e com certeza será mais um ótimo álbum.

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Entrevista

Por Rômel Santos (Island Press)Fotos: Assessoria/Divulgação

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A banda iniciou com o nome Undefi-ned, lançando o EP autointitulado em 2009, recebendo boas críticas da im-prensa. Depois mudou para Against Tolerance. Fale um pouco sobre o iní-cio das atividades e o processo que cul-minou na mudança de nome do grupo. O Against Tolerance existe desde 2009. Quando começamos nossos trabalhos, a ban-da ainda se chamava Undefined, pois quería-mos justamente isso: que fosse impossível definir o nosso som. Depois de algum tempo, começamos a analisar uma de nossas músi-cas, que se chamava Against Tolerance. Ela é uma tradução do conceito defendido por Slavoj Zizek, um filósofo esloveno que defen-de a ideia de que a tolerância é uma barreira para a aceitação. E acreditamos bastante nis-so, aliado à ideia de que a música para nós é uma ferramenta de mudança. É importante não confundir tolerância com aceitação.

Em 2011 vocês lançaram o elogiado primeiro álbum de estúdio: “Undefi-ned”. Conte-nos como foi a experiência de gravar ao lado de produtores gaba-ritados, como Andria Busic (Dr. Sin) e Heros Trench (Korzus). Foi sensacional. São grandes músicas que nos ajudaram bastante a entender nossa proposta e encontrar a melhor forma de tra-duzi-la musicalmente. Foi uma experiência única e que com certeza fez toda a diferença para nossa carreira.

No ano de 2012 a banda perdeu dois integrantes fundadores: Décio Tho-mas (voz e guitarra) e Stefano Manza-no (guitarra). O que ocasionou a saída deles? É difícil manter a forma estável e com músicos focados em desenvolver

uma carreira profissional no Brasil? Basicamente foram divergências de ob-jetivos. Ainda somos muito amigos, nós cin-co, mas em determinado momento todos nós acabamos colocando na balança as opções e caminhos que temos em nossas vidas e o que queremos dela. Foi uma opção deles e não questionamos isso. Esses eventos, na verda-de, acabaram fazendo com que nós três (Vi-tor, Hugo e Biel) ficássemos mais próximos e mais motivados para seguir com o projeto. Certamente desenvolver uma carreira profis-sional musicalmente no Brasil não é algo fácil – mas temos completa ciência disso.

Em 2013 a banda lançou o novo EP “Re-defined”, com a nova formação como trio. Conte-nos como foi o processo de

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composição das novas músicas neste formato e mudança de direcionamen-to. Como supriram a falta das outras duas guitarras? Foi bastante natural. Com a mudança de formação sentimos a necessidade de mos-trar como seria a Against Tolerance dali pra frente. Nesse momento gravamos o Atses-sions, que são uma série de vídeos onde nós, como Power trio, desempenhamos as músi-cas do Undefined. E nesse processo começa-mos a compor dentro de novas ideias que es-távamos tendo. Em determinado momento, vimos que tínhamos um ótimo material ali e que estava na hora de mostrar nossa nova proposta.

O novo EP “Redefined” apresenta mú-

sicas mais diretas, mais melódicas, além de apresentar uma inspirada his-tória conceitual. Fale sobre as inspira-ções para criar a história e o belo tra-balho visual do EP. A história do Redefined nasceu com nossa necessidade de mostrar melhor quem éramos. Na historia, o jovem percebe que a musica é a ferramenta de mudança que ele possui para lutar contra tudo o que o incomo-da e a favor de tudo aquilo que acredita. Foi dentro desse conceito que desenvolvemos os outros personagens e as ligações das músicas.

Atualmente o produtor Adair Daufem-bach é um dos profissionais mais re-quisitados para som pesado no Brasil. Fale um pouco sobre o processo de pro-

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dução do disco. Qual o papel do Adair para o grupo atingir a nova sonorida-de? Essencial. O Adair é um profissional único no nosso país, que consegue unir ini-gualável competência técnica na gravação e produção das músicas a um direcionamento estratégico inteligentíssimo. Foi bastante im-portante a participação dele na construção do nosso trabalho e devemos muitas das nossas conquistas à ele.

Como vocês se sentem com relação à excelente receptividade obtida pelo novo EP “Redefined” perante público e imprensa? É o melhor retorno que temos – pes-soas que captam e propagam a mensagem de nossa música. Somos extremamente gratos a todos que gastam parte do seu tempo para mostrar nosso som para terceiros, comparti-lhar percepções e conversar conosco sobre a banda.

O Against Tolerance é uma banda in-dependente que prima pela qualidade, seja nos discos bem produzidos, site, vídeos e belas camisetas. Ainda conta com suporte profissional de Assessoria de Imprensa (Island Press) e Booking (Imperion). Vocês acham importante ter uma equipe dando suporte? Qual tem sido o papel deles no crescimento do AT? Com certeza. Um projeto de sucesso se constrói com uma equipe qualificada e foca-da. Temos parceiros de altíssimo nível e justa-mente por isso estamos atingindo resultados bastante interessantes com nosso trabalho.

Top 5. Esta é uma pergunta que cos-

tumamos fazer para os nossos entre-vistados. Pois bem, liste as cinco ban-das que servem de inspiração para o Against Tolerance Killswitch Engage, Peryphery, Me-shuggah, Pantera e Radiohead.

Conte-nos sobre os próximos passos do Against Tolerance. Lançamento do EP em formato físico? Turnê interna-cional? Ainda temos muito trabalho para di-vulgação do Redefined e nossos fãs podem esperar por lançamentos muito em breve. Avisamos que também entraremos em estú-dio ainda em 2013 para produção de novos materiais.

Obrigado pela entrevista. Deixem uma mensagem para os leitores da Rock Meeting.Muito obrigado pelo espaço! Contem conos-co! #UniãoUnderground

Baixe este EP “Redefined” clicando AQUI

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Faz de Caruaru a Capital do Rock n RollFestival acontece nos dias 30 e 31 de agosto, levando shows,

oficinas, exposições e lançamento de livro para Caruaru

Por Assessoria/Divulgação

Nem só de forró vive o Agreste per-nambucano. Apesar da pouca oferta de festivais de rock na região, exis-

te um público ávido por shows que fujam do circuito “forró-brega-sertanejo”. Pensando nessa significativa parcela da população que reside no interior e praticamente não tem oportunidade de curtir suas bandas favoritas ao vivo, foi criado o Agreste in Rock (AIR), festival de música que, em 2013, chega à se-gunda edição. Realizado o incentivo do Fun-cultura, o AIR acontecerá nos dias 30 e 31 de agosto, no Palladium, em Caruaru e levará ao palco grandes referências do rock brasileiro, como Lobão e Sepultura. Na primeira noite, as principais atra-ções são Lobão e a quarentona Casa das Máquinas, banda de Hard Rock nascida na década de 70, que retornou aos palcos em

2003 após longo hiato. Atualmente, a Casa das Máquinas conta com dois integrantes da formação original: o tecladista Mário Testoni e o baterista Marinho. O músico Lobão fará show do seu novo disco, Lino, Sexy e Brutal, de 2012, acompanhado pelos músicos André Caccia Bava (guitarra), Armando Cardoso (bateria) e Dudinha Lima (baixo). Além de Lobão e Casa das Máquinas, a aclamada banda Dr. Sin, que comemora 20 anos de estrada, também está entre as atra-ções da primeira noite do festival. O trio, formado pelos músicos Andria Busic (baixo e vocal), Ivan Busic (bateria) e Edu Ardanuy (guitarras), vai apresentar seu mais recen-te álbum, Animal, de 2011. Ainda sobem ao palco nesta noite as bandas Rosa de Pedra (RN), Rhudia (PE), La Cambada (PE) e Den-tes Azuis (PE).

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Na segunda noite, para encerrar o fes-tival, shows de Ratos de Porão, Devotos e Se-pultura. O Devotos, que está prestes a com-pletar 25 anos de carreira, vai mostrar seu mais recente álbum: Póstumo. Já o Sepultura apresenta KAIROS, primeiro trabalho com a gravadora Nuclear Blast, a maior do mundo no gênero Heavy Metal. As bandas Supre-ma (SP) Kriver (PE), Sertão Sangrento (RN), Psych Acid (PE) e Warcused (PB) completam a grade de shows da noite. Na programação do festival, também estão oficinas de capacitação e o lançamento do novo livro de Lobão, Manifesto do Nada na Terra do Nunca, marcado para acontecer dia 29 de agosto, na Livraria Imperatriz do Sho-pping Difusora, a partir das 19h. Nas palavras do próprio músico sobre o livro é “chumbo grosso envolto em nuvens de veludo”. As ofi-cinas serão realizadas na ASCES (Associação Caruaruense de Ensino Superior) e vão ofere-

cer capacitação em moda, produção musical, produção cultural, entre outras. Outra atração do Festival é a Exposi-ção de Capas de Vinil, denominada “Atitude Rock’n’Roll” montada a partir da reunião do acervo de colecionadores e que ficará à dis-posição do público a partir de 12 de agosto, dia mundial do vinil. A mostra vai contar com mais de 100 exemplares e no local também vão estar disponíveis stands de vendas com relíquias fonográficas. Os ingressos custam R$20,00 (meia) e R$40,00 (inteira) R$ 700,00 Camarote sim-ples para 10 pessoas com vista lateral do pal-co e R$ 800,00 Camarote Especial também para 10 Pessoas e com vista frontal para o palco. Estão à venda no Recife (Loja O Gra-mophone do Shopping Recife); em Caruaru, na Livraria Imperatriz (Shopping Difusora) e Banca Terceiro Mundo e na internet clicando AQUI.

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Orphanend Land – “All is one”

Estava louca para escrever sobre este novo álbum da banda israelense Orphaned Land. Desde o dia em que descobri, assis-tindo o “Global Metal” de Sam Dunn (aquele documentário super legal sobre a influência antropológica do Heavy Metal na cultura em diferentes lugares do mundo, incluindo o Brasil), não deixei de escutar. Enfim, já falei da banda outras vezes, mas esta merece destaque por se tratar de um novo trabalho desenvolvido pelos caras. O CD tem pouco mais de um mês de lançado e já figura entre os melhores do ano, na mi-nha singela opinião. Para situar quem ainda não conhece a banda, o Orphaned Land é um grupo forma-do por israelenses e tem fortíssima influência de elementos hebraicos - nem é preciso fazer muita força para identificar esta identidade cultural. Mais que música, a banda carrega em si toda a força do Oriente Médio em seu som, falando de conflitos - na sua maioria es-pirituais - da natureza humana, fazendo um diálogo entre o homem e o seu Deus. Sono-ramente falando, eles são progressivos com pitadas de Heavy Metal. “All is one” é o quinto full-lenght e tem

por missão superar seu antecessor “The ne-ver ending way of Orwarrior”. Estava ansiosíssima por algo inédito deles. Na primeira audição de “All is one” me surpreendi logo nos primeiros segundos da faixa-título do lançamento. Fiquei escutando a música atentamente. Eu tenho uma coisa comigo: se um CD me causa impacto logo nos primeiros segundos, vem coisa boa por aí... penso! Não sei bem dizer como me senti, mas aquele momento único quando algo te sur-preende positivamente: atenção, olhos ar-regalados, ouvidos abertos. Foi exatamente assim: instantes de paralisação para contem-plar o que estava ouvindo. Do “All is one” destaco: a faixa-título, “The simple man”, “Brother”, “Let the truce be known”, “Through fire and water”, “Fail”, “Freedom” (um instrumental muito legal e que me faz querer dançar, feito aquelas dan-çarinas do ventre - risos) e “Our own Mes-siah”. Nossa, posso dizer que adorei este novo álbum do Orphaned Land sem medo de pestanejar. Ficou curioso? Vai escutar, oras!

Pei Fon (@poifang | [email protected])

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Transplants – “In The Warzone”

Este mês não será difícil decidir. Es-tou ouvindo o recém-lançado disco da ban-da Transplants, “In The Warzone”. Consi-derada uma super banda de punk por ser formada por Tim Armstrong do Rancid, Travis Barker do Blink 182 e por um ex-road do Rancid, Rob Aston. Engana-se quem acha que somente pela fama de seus integrantes que o Trans-plants se tornou celebridade entre os aman-tes do punk. A mistura oferecida pelo gru-po é a grande responsável pelo bom retorno e reconhecimento que fica latente com as participações de outros ilustres convidados, como por exemplo, Sean Dog e B.Real do Cypress Hill (num grupo punk?), integran-tes do Boo Ya Tribe (outro coletivo rap) em temas que misturam o Reggae e o Ska, além de “Diamonds and Guns” como trilha sono-ra de alguns comerciais de marca de cosmé-ticos, turnê com Foo Fighters, etc. O que era para ser uma distração de fim de semana se convertia em algo sério e o esgotamento dos músicos foi inevitável, deixando a sensação de que o Transplantes tinham estacionado por tempo indeterminado o Lincoln utili-zado para a capa do primeiro disco, após o lançamento do segundo. Ainda que a ideia fosse voltar a gra-var e fazer alguns shows, o tempo passou,

Aston e Barker quase morreram num aci-dente de avião a bordo com outro projeto e, o até então estacionado grupo, resolveu voltar à ativa afastado dos holofotes e com tranquilidade para gravar um terceiro disco. Daí surgiu o cru e direto In A Worzone, um disco muito mais punk do que a ‘misture-ba’ anterior, muito bom por um lado e ruim por outro, já que passam a tocar o que sem-pre fizeram com seus grupos de origem e só quebrando esta hegemonia na quinta músi-ca, “Something’s Different”, e um par mais. Mesmo assim, para os que ainda não conhecem, antes de partirem para o disco novo, vale à pena “começar do começo”, es-cutar o primeiro e autointitulado disco que inicia com “Romper Stomper” no melhor es-tilo Asian Dub Foundation ou a bateria com efeito de “Tall Cans in the Air” com Aston em sua melhor versão e não sentir vontade de descer uma ladeira à bordo de um skate e com os fones de ouvido no talo ou mesmo não abrir um sorriso ao escutar “Gangsters and Thugs”, esta do segundo álbum Haun-ted and Cities, ao lembrar de alguns de seus amigos e da vida nos subúrbios cariocas…“Fuck No! Not Today! No Chance! No Way!” Até.

Mauricio Melo - Espanha

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Foto: Pei Fon

Raiser - “From the end to the Begining”

O underground brasileiro vem mostrando para o mundo todo o seu potencial nos últimos anos, com a facilidade que a internet está pro-porcionando. No Nordeste o Metal também mostra a sua cara e, um bom exemplo, é a banda alagoana Raiser, que lançou no primeiro semestre deste ano a sua primeira Demo, intitulada “From The End To The Be-ginning”, com quatro faixas. A banda é formada por Jonathan Canuto (baixo), Victor Silva (vocal), Marlus Martins (guitarra), Tiago Simplício (bateria) e João Goulart (Guitarra).

Elementos do Thrash e Death Metal estão bem presentes nesta es-treia, com a bateria ditando o ritmo que vem a seguir, acompanhado as guitarras - que foram muito bem trabalhadas - e o peso do baixo. Sobre o vocal do Victor não há muito o que falar, pois é simplesmente fantástico. A qualidade de áudio da gravação também ficou muito boa e vale ressal-tar que se trata de um trabalho de qualidade.

É difícil destacar apenas algumas músicas, porque gosto das quatro faixas, mas “Locks Of Souls”, que abre a demo, é para deixar qualquer fã de Metal extremo já na expectativa para o primeiro álbum oficial ou o próximo EP. “From The End To The Beginning”, “World Of Sins” e “Obs-cure” não ficam para trás no quesito qualidade técnica.

Para quem quiser ouvir a demo da Raiser, clique AQUI e confira o som dos caras. Não costumo postar o link, mas esse vale a pena. Álbum 100% alagoano e parabéns para a banda que fez um trabalho excelente. Esse eu recomendo!

Daniel Lima (@daniellimarm | [email protected])

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