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Material produzido para Planejamento Editorial e Gráfico em Jornalismo | UNIUV em 2010

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Page 1: Revista SHOT
Page 2: Revista SHOT

Sumário

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Lomografia

Lomografia

PSD CS5

O Fotográfocibernético

Time Line

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We Heart It!

Polaroid

HDR

Henry Cartier Bresson

Tilt-Shift

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A ideia era comercializar uma câmera de pequeno porte, baseada em um modelo japonês, que fosse financeiramente viável, e também prático. Em 1982, o general da URSS, Igor Petrowitsch Kor-nitzky, do Ministério da Indústria e da Defesa Sovié-tica, ordenou que a empresa Lomo produzisse em grande quantidade uma máquina fotográfica robus-ta, pequena e fácil de usar. Foi quando nasceu a Lomo LC-A, se espalhando vagarosamente por países como Vietnã e Cuba, com suas lentes 100% plástico. Mas somente em 1991, quando dois jovens tchecos que estavam de férias caíram de amores pe-los brinquedinhos, a Lomografia ficou conhecida e adorada por todos os jovens de Viena, chegando a fundar uma Sociedade Lomográfica, que organizava

eventos culturais e vendas de câmeras. A partir daí modelos com diferentes efeitos surgiram e todos puderam dispor de câmeras que casassem com suas ideias. Como a Olho de Peixe, a ActionSam-pler e a Diana, que forma uma borda escurecida ao redor da fotografia. Fotografar com uma Lomo é fotografar por acaso, sem previsões ou intenções. Ela não é encenada ou produzida, simplesmente guiada pelo desejo de retratar algo. Um dos grandes projetos da So-ciedade Lomográfica em colaboração com outras várias organizados sobre o tema que estão espal-hadas pelo mundo hoje, é a constituição do Lomo-WordArchive, um registro visual que possui foto-grafias do lomógrafos de mundo inteiro. A estudante de jornalismo Elaine Schmitt,

LOMOGRAFIA: NÃO PENSE, SEJA RÁPIDO

Ela é russa, alternativa e altamente artística. Criada em plena Guerra Fria, é bem quista por toda uma legião de amantes da foto-grafia. E ainda hoje, continua revelando suas cores contrastadas, imagens distorcidas e criatividade potencializada.

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Arvore florida no centro de União da Vitória - PR

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de União da Vitória-PR, é uma des-sas admiradoras da fotografia que não resistiu às toy cameras, como também são conhecidas, e na primeira oportunidade comprou a sua lomo, uma Holga vermelha, 35mm. Ela conta da ansiedade que é ter de fotografar um rolo de filme inteiro para então poder revelar e ver como ficaram as fo-tos, coisa que há muito não fazia devido a praticidade das câmeras digitais. “É engraçado você foto-grafar e procurar rápido o dis-play para ver como a foto ficou. A gente acaba se acostumando e esquece como é bom essa sensa-ção de surpresa ao pegar um pa-cote de fotos reveladas.” Ela conta também do efeito artístico que a fotografia de uma Lomo têm. “A primeira vez foi estranho, eu tinha uma imagem desfocada e espe-lhada. Mas logo pensei em uma das regras da Lomo “Não se preo-cupe com as regras”, e fiquei feliz. Ficou totalmente artístico”, conta ela rindo. Aquilo que começou como uma abordagem artística à foto-grafia na Europa, tomou propor-ções de um movimento sociocul-tural que ultrapassou fronteiras. A Lomografia ganhou uma ex-pressão que vai para além dos conceitos da fotografia. Este desenvolvimento é suporta-do pela venda de produtos, com novidades frequentes, e por diver-sas atividades culturais como ex-posições e festas que promovem essa ideia.

Os lomógrafos convivem com um conjunto de dez regras

básicas:

1..Leve a sua Lomo onde você for.

2.Fotografe a qualquer hora do dia ou da noite.

3.A Lomografia não interfere na sua vida, ela é parte dela.

4.Aproxime-se o mais possível do objeto a ser fotografado.

5.Não pense.

6.Seja rápido.

7.Você não precisa saber antes o que fotografou...

8....Nem depois.

9.Não fotografe com os olhos.

10.Não se preocupe com as regras.

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Camera Fotográfica Lomo Holga, filme 120mm.

Paisagem de Florianópolis - SC

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PHOTOSHOP: Ele voltou, ainda melhor

Durante o primeiro se-mestre de 2010, desde amadores a profissionais, esperaram an-siosamente pelo lançamento da quinta versão do software de ed-ição de imagens mais famoso do mundo, o Adobe Photoshop CS5. Que entre suas já excelentes fer-ramenta e interface quase mágica, inclui novidades como o “Content-aware Fill” (ou preenchimento considerando o conteúdo) e o “Re-fine Edge” (ou refino de margem). Essas ferramentas, e outras, tor-nam o aplicativo o mais completo e realista que existe, fazendo as fotografias digitais que sofreram manipulação não parecerem de fato, manipuladas. Mas para que sua produção não pareça mal feita, é preciso um pouco de estudo sobre o CS5 pois as centenas de ferramentas podem acabar confundindo o edi-tor que não é muito familiarizado, principalmente se sua versão for em inglês, pois termos não muito comuns são utilizados o tempo todo.

ponível para baixar.“Organização parece ter sido uma das prioridades da Adobe no novo Photoshop. Além do Mini Bridge, que permite organizar as imagens de trabalho, a própria interface do Photoshop recebeu funciona-lidades de melhoria na disposição das ferramentas. Como personalização significa adaptação ao ritmo de produção de cada usuário, ponto para a Adobe ao facilitar esse pro-cesso. Em termos de funciona-lidades, não há o que dizer. Todo mundo já viu aquilo de que o Photoshop CS5 é capaz, e não há quem não fique impressionado.”

Mauricio Tonon, que tra-balha como freelancer em design fala da importância em conhecer bem o programa: “Só conhecendo a interface e o básico você não conseguirá usar de todo o poten-cial desse programa, é uma fer-ramenta profissional, você faz o que quiser em uma imagem com este software, mas somente con-hecendo nas entrelinhas, sabendo o que você quer fazer, como fazer, você vai extrair de tudo que esse programa te possibilita.” Além das novas ferra-mentas, aprimoramentos como o Mini Bridge, um organizador de arquivos que até então não era linkado ao Photoshop, passa a ser e o Câmera RAW, que serve para um determinado formato de foto muito conhecido para profission-ais, também recebe atenção. O site Baixaqui, conhecido por liderar a distribuição de down-loads gratuitos no Brasil, publicou uma nota de opinião sobre o pro-grama, que inclusive já está dis-

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Interface do software mostrando nova ferramenta

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A internet, para um fotógrafo, permite aprimorar habilidades, mostrar o trabalho, adquirir informação sobre lançamentos e tecnologias e conhecer tendências mundiais. Juntamos os mais conhecidos sites, a maio-ria em inglês, para apresentar aos amantes da fotografia as novidades que a internet traz:

FOTOGRAFO CIBERNÉTICO Saiba o que a internet oferece aos fotógrafos hoje

Camera Simulator: É um site suíço que simula, on-line, as fun-ções de uma câmera fotográfica na versão manual. Ali você pode testar diferentes combinações de abertura, tempo e ISO e treinar suas habilidades.

Touchpuppet: Este site contém editoriais das maiores publica-ções de moda do mundo e é di-ariamente atualizado. Ele traz tendências de todos os cantos, com a assinatura de cada fotó-grafo.

Flickr: Um portfólio em que o fotógrafo pode divulgar seu tra-balho para o mundo todo. Sua versão gratuita possui limite de postagens, mas a versão paga dá ao usuário liberdade para post-ar conteúdo ilimitado. Possui ainda estatísticas de acesso, dados EXIF da foto (marca, WB, ISO, abertura, obturador), busca por tags, georreferência, edição e organização.

Digital Photography Review: Di-vulga os maiores lançamentos de câmeras, objetivas e todos as ferramentas que um fotógrafo precisa conhecer.

Picnik: Editor de imagens on-line que permite alterar fotos armazenadas no computador ou na internet sem a necessidade de download ou instalação de programas. Possui efeitos muito legais para quem quer algo divertido e dife-rente para suas fotos.

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:1604 - O cientista italiano Angelo Sala percebe que um composto de prata escurecia quando era exposta ao Sol, achando que esse efei-to fosse produzido devido calor.

1724 - Johann Heinrich Schulze fazendo experiências com ácido nítrico, prata e gesso, determinou que era a prata halógena, converti-da em prata metálica, e não o calor, que provocava o escurecimento.

1826 – O francês Joseph Nicéphore Niépce, produz a primeira ima-gem conhecida fotografia , numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível chamado Betume da Judéia. A imagem foi produzida com uma câmera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposição à luz solar.

1839 - O britânico William Fox Talbot, que já efetuava pesquisas garante os direitos sobre sua invenção: papéis fotossensíveis. Ele desenvolveu um diferente processo denominado calotipo que usava folhas de papel cobertas com cloreto de prata produzindo a imagem positiva.

1861 – Surge a fotografia colorida, tirada pelo físico James Clerk Maxwell.

1888 - Com a introdução da câmera tipo “caixão” e pelo filme em rolos substituíveis criados por George Eastman, a fotografia se pop-ularizou-se como produto de consumo.

1990 - A Kodak lança o DCS 100, a primeira câmera digital com-ercialmente disponível.

2006 /2007 – As vendas de câmeras digitais crescem e dominam o mercado fotográfico.

LINHA DO TEMPO - CAIXA PRETA:Como funcionava a fotografia trinta anos atrás

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A fotografia que é capaz de aparecer em uma telinha da câmera, rapidamente transportar-se para o computador e sofrer a manipulação que o fotógrafo bem entender, é coisa nova. Em minutos, desafios foram vencidos. Mas antigamente coisas como ficar 8 horas na mesma posição para se conseguir um retrato era normal, e caríssimo. Além de pensarem ser obra do capeta, a fotografia sofria por nascer tomando lugar da pintura e necessitar de um entendimento muito mais complexo que o de hoje.O processo de revelação, quando ainda se prezava pelo papel, levava horas e precisava de uma sala preparada espe-cificamente para isso. Escura, com químicos e ferramentas especiais. Veja a seguir a linha do tempo do mundo da fotografia

Desde então, o mercado fotográfico tem experimen-tado uma crescente evolução tecnológica. Com inovações que facilitam a captação da im-agem, melhoram a qualidade de reprodução ou a rapidez do processamento, mas pouco foi alterado nos princípios bási-cos da fotografia.

O aperfeiçoamento da tec-nologia das imagens digitais tem quebrado barreiras de restrições em relação aos que ainda prestigiam o tradicional filme, e assim, irreversivel-mente ampliando o domínio da fotografia digital.

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O We heart it é um site de com-partilhamento e armazenamento de imagens e vídeos. Com ele você pode unir fotos e vídeos encanta-dores que vê pelos blogs, sites e pesquisas na internet, em um só lu-gar por meio de um simples click. Assim terá acesso a elas a hora que quiser, sem ter que salvar nada em seu próprio computador.We Heart It, em uma tradução livre, seria “Nós amamos isso”. Seu funcionamento é muito sim-ples. É preciso criar um usuário no site - seu login é usado como o link direto para o seu álbum. A exemplo do Twitter, você tem seguidores, e pode seguir, também, os perfis que mais gosta, visualizando suas atu-alizações na home. Na rede social, você pode compartilhar com ami-gos suas imagens e vídeos favori-tos, ou que simbolizam seus gostos. Você pode adicionar hearters como contatos, bem como as imagens que achar bonitas no próprio site, neste último caso, com o simples “I heart it too”.Criada pelo designer e desen-volvedor brasileiro Fábio Giolito, é uma espécie de “delicious para imagens”. Uma vez que o hábito se construa, pode ser muito útil.

O QUE É O WE HEART IT?-Aqui é onde você guarda a sua in-spiraçãoO We Heart It vai criar um álbum online para você (um coração) com as suas fotos e vídeos favoritos.E ao mesmo tempo você pode ver o que as outras pessoas estão adicio-nando em seus próprios corações e salvar isso no seu para aumentar sua coleção.COMO ISSO FUNCIONA?-Crie seu coraçãoSeu coração e sua página pessoal no We Heart It, é onde você vai co-locar as imagens e os vídeos que você gosta. Clique no link “Join Us” no topo da página e crie um. -Ame alguma coisaQuando você ver alguma coisa que gosta no We heart It, basta clicar no coração na extremidade da ima-gem. Ele vai ser preenchido de cor, isso significa que esta imagem está no seu coração agora.-Adicione TagsDescreva as imagens do seu cora-ção com tags. Isso vai facilitar para você e para todo mundo a encontrar isso de novo. Se você clica em uma tag você pode ver todas as imagens com tags iguais.

-Veja detalhes de uma imagemQuando você clica em uma ima-gem você pode vê-la maior, quem amou isso, as tags que foram adi-cionadas, os comentários feitos sobre ela, imagens semelhantes, o site original onde ela foi encontra-da...Muita, muita, muita coisa!-Siga outras pessoasVeja corações de outras pessoas clicado em suas fotos. Em seus co-rações você escolhe se quer segui-las e ver todos as suas atualizações em sua página inicial (Home).-Adicione coisas de outros sitesPara fazer isso a primeira coisa que você deve fazer é adicionar o botão especial em seu navegador. Então, quando você ver a imagem que você gosta em qualquer site, clique neste botão para marcar esta ima-gem e adicionar em seu coração.Ana Luiza Almeida de Lima, que trabalha o dia todo no computador, conta do vício que é abrir o site, que te faz gastar horas olhando as páginas com fotos e mais fotos encantadoras. ”São muitas fotos e elas são muito bonitas. Entre um trabalho e outro sempre abro o site para relaxar um pouco”.

WE HEART IT: NÓS AMAMOS ISSO!

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A Polaroid foi uma invenção de Edwin Land, que em 1947 transformou o mundo da fotografia com um filme que era revelado em minutos. A tecnologia da instantaneidade foi fez muito sucesso, e trouxe um faturamento de mais de 5 milhões de dólares à empresa de Land, a Polaroid Corporation . O filme instantâneo é muito parecido com os convencionais, mas apresenta um elemento extra: os produtos químicos responsáveis por revelar a imagem no papel, que estão armazenados em uma bolha na borda do papel do filme plástico. E fazem com que, ao clicar, o fotógrafo mova dois roletes que comprimirem a bolha e a fazem liberar o químico na imagem já projetada sobre o papel. Um pacote com 10 folhas de filme instantâneo custam em torno de R$80,00, o que torna o produto um divertimento raro. Para fotógrafa de 25 anos, Tainá Azeredo, o que lhe encanta é o ar vintage que a polaroid dá às suas fotos “A foto em Polaroid sempre sai com cara de uns dez anos mais velha, mesmo que você fotografe num

COMO FUNCIONA

contexto atual”. Com a câmera sendo usada de modo correto, o filme em seu interior fica protegido da luz, mas quando é expelido sua camada ácida reage ao químico álcali e o opacificador, que tornam a imagem final-mente visível. Em segundos! É este processo que causa a sensação da imagem estar se formando diante dos olhos, mas não, ela já estava pro-jetada ali desde o momento que foi clicada, apenas cumprindo o curto processo de ativação dos químicos. Mas quando a imagem finalmente se forma em uma fotografia, o revelador não está completamente seco ainda, e muitas pessoas aproveitam isso para criar efeitos espalhando as cores com uma caneta ou com a ponta dos dedos. Essa é mais uma forma de se divertir com a Polaroid, ou também você pode pressionar uma fotografia ainda molhada contra sua pele e fazer uma tatuagem temporária com qualidade fotográfica! Mesmo tendo quase 60 anos, a Polaroid está forte no mercado, se atualizando e trazendo novidades para os fãs. A Polaroid PoGo é o novo modelo, mais econômica e com dimensões reduzidas, é uma es-pécie de mini-impressora que não possui tinteiros nem fitas. São resis-tentes à água e às marcas dos dedos, e as cores do resultado parecem satisfatórios. Usa um papel autocolante especial e é muito fácil de uti-lizar, além de oferecer Bluetooth para impressões sem fios. O pacote com 10 papeis são encontrados na internet Poe R$24,00. Mas Fernanda Brianti de 30 anos, e é fotógrafa, defende o modelo anterior da marca e fala da riqueza de produtos antigos. “Comprei minha Polaroid num ‘família vende tudo’, impecável, com nota fiscal. As pessoas mais sen-síveis estão começando a perceber que as coisas estão muito descar-táveis, faltando alma. Qualquer um que fotografa com Polaroid já ten-tou inventar um jeito de ressuscitar a máquina”.

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Representação das camadas quimicasde um papel fotográfica de Polaroid

O papel durante o momento em que a bolha de químico é ativada.

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High Dy namic Range (HDR, ou Grande Alcance Dinâmi-co, em português) é um método utilizado na fotografia para alar-gar o alcance dinâmico, em outras palavras, a intenção da técnica é conseguir preservar nas imagens tanto áreas claras, como as mais escuras, as sombras. Para fazer um HDR, pre-cisa-se de uma série de pelo me-nos 3 fotografias iguais, mas que tenham diferentes tempos de ex-posição, que lhe dará uma muito clara, uma com tons equilibrados e outra muita escura. E por meio de softwares como Photomatix Pro 3, em que você customiza os valores de contraste e luz da fotografia, o alcance dinâmico é atingido e uma foto com cores e luzes preservadas e destacas é ob-tida. Essa técnica foi utilizada pela primeira vez a 60 anos atrás por Charles Wyckoff, que fotografava explosões nucleares. O professor Lúcio Kürten dos Passos, professor de fotogra-fia e coordenador do curso de jornalismo, na Uniuv, já aderiu à novidade, e fala da diferença que a técnica traz, principalmente para a fotografia publicitária.“Em uma foto de praia, por exem-plo, você consegue ter uma cor tanto do céu azul como das ondas quebrando muito mais vivo que em uma fotografia normal.”

As principais características de um HDR são:

- Áreas brilhantes podem ser real-mente brilhantes;- Áreas escuras podem ser real-mente escuras;- Detalhes podem ser vistos em ambas. A designer e fotógrafa curitibana Cláudia Regina conta por que esse tipo de foto é legal:

“Uma boa HDR faz a cena parecer real, quase podemos tocar. Nossos ol-hos funcionam como uma câmera, mas muito melhor. Quando olhamos uma paisagem no geral conseguimos ver o céu e todo o resto da cena. Quando olhamos uma pessoa conseguimos ver tanto os detalhes de sua pele quanto os detalhes do local que está atrás dela. As câmeras não têm essa versatilidade e em uma foto normalmente não conseguimos reproduzir o que estamos vendo. É aí que entra a HDR – tentando repro-duzir a qualidade dos nossos olhos que (ainda) não está nas câmeras.”

HDR, AGREGANDO MAGIA À FOTOGRAFIA

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Fotografía HDR da Ponte do Arco em União da VItória - PR

Fotografía HDR do Patrimônio Histórico de Porto União - SC, Castelinho

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“Minha fotografia é resistência da memória.”

Araquém Alcântara

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Nacido em Seine-et-Marne em 1908, o pequeno Bresson demon-strou interesse por fotografia desde de cedo, e ainda entusiasmado com uma câmera Box Brownie que acaba-ra de ganhar de seus pais, enquadrou diversas cenas que comprovaram sua habilidade e gosto. Depois de utili-zar pela primeira vez uma câmera de filme 35 mm, decidiu manter sua aten-ção no ramo das artes, começando por estudá-la sobre ensino de André

Lhote em seu pais vizinho, França, e a encantar-se por pintura surrealista. Quando já estava com 22 anos, Henri Cartier Bresson conheceu obras do fotógrafo húngaro Martin Munkacsi durante uma viajem para Marselha. E depois de ver uma foto-grafia de Munkacsi em que três jovens negros corriam em direção ao mar, no Congo, apaixonou-se de vez pela arte de escrever com a luz. Quanto a captura de liberdade, graça, espon-

HENRI CARTIER BRESSONtaneidade do movimento e o prazer de estarem vivos, Cartier Bresson se surpreendeu. “A única coisa que era completamente nova para mim e me trouxe para o fotojornalismo foi o trab-alho de Munkacsi. Quando eu vi a foto-grafia das crianças negras correndo em uma onda, não pude acreditar que tal coisa pudesse ser capturada com a câmera.“ Logo após passar um ano na Costa do Marfim, ele descobriu a fa-mosa câmera Leica que seria sua com-panheira pelo resto da vida. Em 1943 entrou para uma organização clandestina de ajuda a prisioneiros e fugitivos, depois de ter sido prisioneiro alemão e conseguido escapar na terceira tentativa. Mais tarde fotografou, junto de jornalis-tas profissionais, a libertação de Paris e filmou o documentário Le Retour. Em 1947, após as revira-voltas da Se-gunda Grande Guerra, fundou uma agência fotográfica chamada Magnum juntamente com Robert Capa, David Seymour (Chim), William Vandivert e George Rodger. Foi quando deu inicio a uma fase de trabalho mais requin-tado. Contratado por revistas como a Life, Vogue e Harper’s Bazaar, pas-sou a viajar por todo o mundo regis-trando imagens que viriam a formar

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on “Minha fotografia é resistência da memória.” Araquém Alcân-tara

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seu legado. Cartier Bresson explicou certa vez o que a fotografia represen-tava pra ele. “Para mim, a máquina fotográfica é um bloco de notas, um caderno de desenhos, um instrumento de intuição e espontaneidade, o mes-tre do instante que, em termos visuais, questiona e decide simultaneamente. É pela economia de meios que che-gamos à simplicidade de expressão.” Achava que a fotografia deve-ria ser composta no visor da câmera, não em uma sala escura. E comprovou esta ideia tendo suas fotos livres de qualquer corte ou manipulação. Disse que suas cópias não eram cortadas pois as imagens impressas mostravam uma borda escura, que era o primeiro milímetro do negativo não exposto. “A fotografia não é como a pintura,” falou em uma entrevista ao Wash-ington Post em 1957. “Há uma fra-ção de segundo criativo quando você estiver tirando uma foto. Seus olhos devem ver uma composição ou uma expressão que a própria vida lhe ofe-rece, e você deve saber, com intuição quando clicar a câmera. Esse é o mo-mento em que o fotógrafo é criativa “, disse. “Oop! O momento! Uma vez que você perder, ele se foi para sempre.” Ele trabalhou exclusivamente em preto e branco e não gostava de fazer sua própria impressão. “Eu

nunca estive interessado no proces-so da fotografia, nunca, nunca. Logo desde o início. Para mim, a fotogra-fia com uma câmera pequena, como a Leica é um desenho num instante.” Bresson é considerado uma das personalidades mais modestas do mundo da arte. Mesmo tendo foto-grafado grandes famosos como Pablo Picasso, Truman Capote, Marilyn Mon-roe, Lucian Freud, William Faulkner, Robert Kennedy, Che Guevara, Mar-tin Luther King, Coco Chanel, e Dalai Lama, não gostava de publicidade e exibia uma timidez feroz. Seu rosto era pouco conhecido, o que lhe concedia a vantagem de trabalhar nas ruas em paz. Quando aceitou um diploma hon-orário da Universidade de Oxford, em 1975, colocou-o na frente do rosto para evitar ser fotografado. Em uma ent-revista de Charlie Rose, em 2000, ele disse que não detestava ser fotogra-fado, mas que não aceitava a ideia de ser fotografado para se tornar famoso. Tornou-se um homem pres-tigio, viajando sem limites e docu-mentando algumas das grandes con-vulsões do século 20, como a guerra civil espanhola, a libertação de Paris em 1945, a rebelião estudantil de 1968 em Paris, a queda do Kuomintang na China para os comunistas, o assassi-nato de Mahatma Gandhi, o Muro de

Berlim, e os desertos do Egito. Rejeitou rótulos sobre o termo “arte” para suas fotografias, pois achava que elas eram apenas reações de seu instinto durante o momento que haviam acontecido. Após diversas demonstrações de um trabalho bem feito, Bresson ascendeu em sua vida de fotógrafo e recebeu reconhecimento proporcio-nal. Então obteve livros publicados, sendo o mais conhecido deles “Im-ages à la Sauvette”. Em 1960, uma grande exposição sobre seu trabalho foi feita nos Estados Unidos, tor-nando Henri Cartier Bresson refer-ência do ramo, considerado até hojepai do fotojornalismo moderno. Ao longo do caminho parou para documentar muitos retratos fa-mosos. Mas suas fotografias mais conhecidas, como Behind the Gare St. Lazare, são da vida quotidiana. Mais tarde, diminuiu a ativi-dade fotográfica e passou a dedicar-se ao desenho e à pintura, ele disse que manteve sua câmera em um cofre em sua casa e raramente levando-a para fora. No ano de 2003, criou a Fundação Henri Cartier Bresson em Paris, para providenciar um lugar permanente para o seu trabalho e também poder exibir para outros artistas. No ano seguinte, no dia 3 de agosto e com 95 anos, fale-ceu em paz na sua casa em Montjustin.

Rue Mouffetard, Paris, 1954

Bruxelas 1932

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Estilo de fotografia conhe-cida como “tilt and shift” ou sim-plesmente tilt-shift, produz foto-grafias de objetos e cenários reais, mas que parecem maquetes.Não se preocupe, não é nenhu-ma invenção cientifica nova para transformar cidades de verdade em miniaturas, e sim uma técnica fotográfica que dá esta sensação. A técnica do tilt-shift é uma técnica já antiga, que foi aderida pela marca de produtos fotográ-ficos Nikon e em seguida copiada e aperfeiçoada pela concorrente Canon, em que uma lente SRL (Single Lens Reflex) para câmeras

de 35mm seriam capazes de pro-vocar o shift em uma imagem, ou seja, um efeito de deslocamento devido a rotação da imagem e também a inclinação, chamada de báscula pelos fotógrafos. Mas hoje, graças aos avanços digitais, a aplicação do efeito deixou de ser técnica somente para profission-ais, pois com a ajuda de program-as de edição de imagem, como o Adobe Photoshop é possível recri-ar este efeito em alguns minutos. A publicitária Bruna Lenci, achou a técnica interessante e já pensa em aplicá-la em algum material de sua agência de pub-

licidade. “Achei que se a foto for bem escolhida, a impressão é que realmente parece uma maquete. Vamos achar um material bacana para usarmos ela.” Com alguns ajustes simples de cor e nitidez, qualquer fotogra-fia na mão de um entusiasta cria-tivo, pode dar essa impressão de maquete. Uma outra opção de programa para criar a sua miniatu-ra é o TiltShift Maker, fácil de usar e disponível gratuitamente na in-ternet.

http://tiltshiftmaker.com/

TILT SHIFT: QUERIDA, ENCOLHI A CIDADE

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Fotografía com o efeito Tilt-shift da Avenida de União da VItória - PR, Manuel Ribas