revista sol brasil - 17°edição

24

Upload: revista-sol-brasil

Post on 07-Apr-2016

215 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Download: https://docs.google.com/file/d/0Bx1Z-H0Wh3XARTdBWmxZMkhUdDg/edit?pli=1

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Sol Brasil - 17°edição
Page 2: Revista Sol Brasil - 17°edição

Mundo Verde

Crescimento consistenteSun & Wind Energy traz análise do consultor Lucio Mesquita sobre mercado solar térmico na América do Norte

Índice2

Editorial

Mais incentivos para o SAS

3

Case Solar

5 20

4

Empresas Associadas

Cursos22

Tecnologia

Planeje e deixe planejarSun & Wind Energy mostra as diferenças entre os softwares de simulação solar térmica

16

Especial

Mais políticas públicas para o desenvolvimento do aquecimento solar Já foram aprovadas 50 leis que incentivam ou tornam obrigatório o aquecimento solar de água em cidades brasileiras, mas é preciso continuar investindo em outras ações para impulsionar a disseminação dessa tecnologia

14

Curso de Certificação Compulsória em agostoEspecialistas ministrarão curso na sede da ABRAVA

Entrevista

Marcos Casado, diretor técnico do GBC BrasilCertificação LEED valoriza empreendimentos sustentáveis

11

Sistema Solar Minas garante baixo consumo de gás

Solução da Pro-Sol aquece água em hotel de Maceió

Mercado6

Brasil é o quinto no ranking mundial do aquecimento solarSegundo a IEA, capacidade instalada em 56 países somou 234,6 GWth em 2011

Projetos básicos de instalação Faça o download no site do DASOL

Eventos9

Energia solar é destaque no 10º COBEE e na ExpoEficiência 2013

Notícias do Dasol10

Programa QualisolCertificação profissional é a prioridade na nova fase

Notícias do Dasol23

Posse da nova diretoria da ABRAVA

Page 3: Revista Sol Brasil - 17°edição

Mais incentivos para o SAS

“O mercado de aquecimento solar cresceu 11% em 2012, o maior crescimento entre as diferentes tecnologias de aquecimento de água no Brasil. Apesar deste aumento, sua pene-tração ainda não atinge tímidos 2% dos lares brasileiros.

Existe um enorme potencial para expansão, porém novas tecnologias que modificam a for-ma de construir e viver necessitam de incentivos que acelerem sua propagação. Leis de incentivo e obrigatoriedade foram fundamentais para divulgar tecnologias como o cinto de segurança em automóveis e a redução da emissão de poluentes por indústrias. Não será diferente para a instalação dos sistemas de aquecimento solar (SAS).

O DASOL tem lutado em diversas frentes com o objetivo de difundir o aquecimento solar. Além da inclusão do SAS nos programas de habitação de interesse social, destacam-se os diferentes modelos desenvolvidos em várias cidades e regiões do país para incentivar sua instalação em edifícios.

Revisitamos nesta edição da SOL BRASIL programas como a lei de obri-gatoriedade de instalação de SAS em edifícios em São Paulo e programas de certificação de eficiência energética de edifícios, como o selo LEED.

Muitas leis e políticas de incentivo foram introduzidas há alguns anos, mas só recentemente começaram a “pegar” (afinal, no Brasil não basta publicar uma lei para que ela comece a valer na prática).

Todas são iniciativas que vêm contribuindo para o crescimento do uso de SAS em projetos multifamiliares ou comerciais, abrindo novos mercados para nossos produtos e propiciando crescimento para nossa indústria. Estas instalações, entretanto, exigem avanço técnico de todos os atores de nosso segmento – dos fabricantes aos projetistas e instaladores. E é importante continuar a zelar pela sua qualidade para continuar gerando novos mercados - outra importante frente de atuação do DASOL.

Esta edição mostra que já contamos com muitas histórias de sucesso – que esses exemplos nos ajudem a conquistar políticas de incentivo em novas regiões do país e a inspirar mais cidades na promoção dessa energia limpa e sustentável.

Editorial 3

DASOL ABRAVA Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA).

Conselho de Administração do DasolPresidência Carlos Artur A. AlencarVP Relações Institucionais (VPI) Luís Augusto Ferrari MazzonVP Operações e Finanças (VPOF) Ernesto Nery SerafiniVP Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA) Jamil Hussni JuniorVP Marketing (VPM) Rafael Bomfim Pompeu de CamposVP Desenvolvimento Associativo (VPDA) Walter BodraPast President (PP) Amaurício Gomes LucioConsultor Marcelo Mesquita

Revista Sol Brasil Conselho Editorial: Nathalia Moreno, Natália Okabayashi e Marcelo MesquitaEdição: Ana Cristina da Conceição (MTb 18.378)Projeto gráfico e editoração eletrônica: Izilda Fontainha SimõesFoto de capa: Foto: Bruno Sersocima - Banco de Imagem sxc.huAgradecimentos: Profa. Elizabeth Duarte PereiraEng. Marcos Casado

DASOL/ABRAVAAvenida Rio Branco, 1492 – Campos Elíseos – São Paulo – SP – CEP 01206-905 - Telefone (11) 3361-7266 (r.142)Fale conosco: [email protected]

Rafael Bomfim Pompeu de CamposVice-Presidente de Marketing

Page 4: Revista Sol Brasil - 17°edição

4 Case SolarD

ivul

gaçã

o Pr

o-So

l

Localizado em Maceió (AL), o Hotel Tambaqui, com 104 apartamentos, precisava ampliar suas instalações e substituir coletores solares antigos, deteriorados por mo-tivo de corrosão.

A administração do hotel procurou a Pro-Sol em busca de uma solução para instalar coletores de maior durabi-lidade e ao mesmo tempo reduzir o consumo de energia elétrica e gás.

A solução apresentada pela Pro-Sol foi a instalação de coletores à prova de águas com características corrosivas e a instalação de dois reservatórios térmicos para atender a uma demanda maior de água quente. Antes da interven-ção nos sistemas, foi preparado um banco de resistências elétricas para funcionar em paralelo, sem interromper o fornecimento de água quente aos hóspedes. Os coletores antigos foram retirados e a bateria foi sendo substituída com o arranjo hidráulico pronto.

Foram instalados dois sistemas compostos de cinco reservatórios de 1.000 litros para atender 72 apartamentos e dois reservatórios de 1.000 litros para atender outros

SAS reduziu em 30% o consumo de gás e energia elétrica para atender 104 apartamentos

32 apartamentos. Os dois sistemas são gerenciados por um sistema inteligente que aciona os sistemas de energia auxiliares.

O software de monitoramento remoto e interativida-de com equipamentos elétricos permite ao gestor ligar e desligar os apoios elétricos sem desperdício e sem deixar

de oferecer água quente mes-mo que não haja produção de energia solar.

As prumadas e barriletes também foram aumentadas para atender 100% de simul-taneidade.

Seis meses após a instalação, o cliente verificou uma redução de 30% no consumo de energia elétrica e gás.

O sistema de monitoramento gera relatórios que demonstram o consumo referente aos apoios instalados, permitindo ao ges-tor mais flexibilidade na escolha do auxiliar instantaneamente mais econômico mesmo fora do horário mais caro da tarifa.

A instalação foi feita em parceria com a revenda local da Pro-Sol, que presta manutenção e acompanhamento do sistema via online.

Solução da Pro-Sol aquece água em hotel de Maceió

Pro-Sol

Associada ao DASOL/ABRAVAdesde 30/01/2010

www.prosolsolar.com.br

Page 5: Revista Sol Brasil - 17°edição

5Case Solar

Div

ulga

ção

Sola

r Min

as

O melhor momento de se pensar em um sistema de aquecimento solar é durante o projeto do empreendimento. Com este pensamento, o Condomínio Residencial Barão, localizado em Poços de Caldas (MG), inseriu o sistema de aquecimento solar ainda nesta fase. O prédio residencial possui 28 apartamentos com total de 98 moradores.

Neste projeto foram instalados dois reservatórios térmi-cos de 4.000 litros com 60 coletores Solar Minas, modelo SM 152, classificação “A” do Inmetro. Ao todo são 90,6 m² de área coletora que aquecem os 8.000 litros de água na maioria dos dias do ano.

Este sistema foi totalmente elaborado e executado pela Solar Minas, do projeto à instalação. Para o aquecimento auxiliar do sistema solar térmico, foram instalados 4 (quatro) aquecedores a gás de passagem, sendo 2 (dois) titulares e 2 (dois) reservas. Isto permite manutenção nos equipamentos com o sistema em funcionamento.

Com 90,6 m2 de área coletora, equipamento aquece 8.000 litros de água em condomínio na maioria dos dias do ano

E para minimizar o tempo de espera e desperdício de água nos pontos de consumo, foi instalado um anel de recirculação. Assim, cada morador terá prontamente água quente em seu chuveiro.

Toda a conta de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) é rateada entre os 28 apartamentos. No ano de 2012, foi feito acompanhamento destas contas e cada proprietário teve média de gasto de R$ 8,83 por mês com GLP para banho.

Segundo Evanea de Fatima Serafini, moradora do prédio há quatro anos, o sistema de aquecimento solar tem proporcionado grande economia e grande conforto, pois oferece a possibilidade de misturar a água para ter a temperatura desejada sem precisar diminuir a vazão do banho. Ela está muito satisfeita com o investimento do prédio, pois conhece moradores de outros condomínios que têm gastos mensais médios de R$ 250,00 com gás para aquecimento de água.

Sistema Solar Minas garante baixo consumo de gás

Solar Minas

Associada ao DASOL/ABRAVAdesde 30/07/2001

www.solarminas.com.br

Page 6: Revista Sol Brasil - 17°edição

6 Mercado

Brasil é o quinto no ranking mundial do aquecimento solar

O Brasil atingiu a quinta posição mundial em capacidade solar em 2011, com 4.999 MWth (megawatts térmicos) ins-talados, conforme o relatório Solar Heat Worldwide 2013, divulgado em maio pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). O relatório da IEA é realizado com defasagem média de 18 meses.

Naquele ano, a capacidade solar instalada no Brasil cresceu 12,7%. Ainda assim, o país continua bem distante da China, que possui 64,9% dos coletores solares térmicos do mundo e é a primeira no ranking de 56 países com 152.180 MWth.

Ao final de 2011, havia 7,14 milhões m² de coletores sola-res em operação no Brasil, conforme o critério adotado pela IEA de 25 anos de vida útil dos sistemas de aquecimento solar de água.

Em todo o mundo, os novos coletores solares instalados apenas no ano de 2011 adicionaram uma capacidade de 48,1 GWth, o que corresponde a mais 68,7 milhões m2 e a um

crescimento de 14,3% em comparação com o ano de 2010. Os principais mercados eram a China e Europa que juntos representaram 92,1% das novas instalações de coletores em 2011.

Até o final de 2011, a capacidade instalada mundial, acumulada no período de 25 anos, era de 234,6 GWth cor-respondentes a um total de 335,1 milhões m2 de área de coletores em operação nos 56 países analisados. Nesses países vivem 4,3 bilhões de pessoas (61% da população mundial). A capacidade instalada nestes países representa mais de 95% do mercado térmico solar, sendo que a China (152,2 GWt) e Europa (39,3 GWt) representaram juntas 81,6% do total instalado.

Segundo o relatório, a capacidade acumulada em opera-ção mundial se apresenta distribuída em: coletores planos fechados (27,9%), coletores de tubos a vácuo (62,3%), coleto-res planos abertos (9,2%) e coletores de ar (com apenas 0,7%).

Segundo a IEA, capacidade instalada em 56 países somou 234,6 GWth em 2011

Page 7: Revista Sol Brasil - 17°edição

7Mercado

China USA Alemanha Turquia Brasil Austrália India Austria Japão Israel

Capa

cida

de in

stal

ada

tota

l em

ope

raçã

o Coletoresde tubo a vácuo

Coletoresplanos abertos

Coletoresplanos fechados

Capacidade total instalada de coletores em operaçãoem 10 países líderes no final de 2011

Capacidade total de coletores fechados em operação

Considerando a utilização para fins sanitários (banho), o Brasil ocupa o 4º lugar em coletores fechados planos com 3.746 MWth (megawatts térmicos). O gráfico a seguir considera os equipamentos em operação nos últimos 25 anos.

Chin

a Al

eman

haTu

rqui

aBr

asil

Indi

aJa

pão

Isra

elÁu

stria

Gré

cia

Itália

Aust

rália

Espa

nha

USA

Taiw

an F

ranç

aCo

reia

do

Sul

Jord

ânia

Méx

ico

Fran

çaSu

íça

Port

ugal

Po

lôni

aCh

ipre

Rein

o U

nido

Dina

mar

caTu

nísia

Líba

noPa

íses

Baixo

sÁf

rica

do S

ulRe

públ

ica

Tche

caM

arro

cos

Bélg

ica

Suéc

iaEs

lovê

nia

Irlan

daH

ungr

iaN

ova

Zelâ

ndia

Eslo

váqu

iaBa

rbad

osRo

mên

iaTa

ilând

iaAl

bâni

aCa

nadá

Bulg

ária

Mal

taCh

ileLu

xem

burg

oFi

nlân

dia

Mac

edôn

iaN

amíb

iaN

orue

gaZi

mbá

bue

Uru

guai

Estô

nia

Litu

ânia

Latív

ia

Capacidade (MWth)

Redução de CO2

Nos 56 países analisados, a energia gerada pelos co-letores de todos os sistemas solares térmicos à base de água em operação até o final de 2011 foi de 195,5 TWh / a (ou 704,0 PJ / a), o que corresponde a uma economia de energia de 20,9 milhões de toneladas equivalentes de

petróleo por ano e 64,1 milhões de toneladas equivalentes de CO2. No Brasil, a economia de energia correspondeu a 517 toneladas equivalentes de petróleo e 1,59 toneladas equivalentes de CO2.

Os dados do Brasil foram fornecidos à IEA pelo DA-SOL (Departamento Nacional de Aquecimento Solar) da ABRAVA.

Page 8: Revista Sol Brasil - 17°edição

8 Mercado

Capacidade total no final de 2011

(*) considera os equipamentos em operação nos últimos 25 anos.

Já para coletores abertos, o Brasil ocupa o 3º lugar, com 1.252 MWth (Megawatts térmicos), como mostra o gráfico a seguir, (*)

USA

Aus

trál

ia

Bras

il

Áfr

ica

do S

ul

Méx

ico

Cana

Ale

man

ha

Aus

tria

Repú

blic

a Tc

heca

País

es B

aixo

s

Suíç

a

Espa

nha

Suéc

ia

Fran

ça

Bélg

ica

Itál

ia

Isra

el

Din

amar

ca

Hun

gria

Finl

ândi

a

Nov

a Ze

lând

ia

Jord

ânia

Nor

uega

Chip

re

Port

ugal

Capacidade (MWth)

Para auxiliar engenheiros, arquitetos e projetistas na elaboração de projetos solares, estão disponíveis no site do DASOL três projetos básicos para concepção e dimensionamento de sistemas de aquecimento solar de água em edifícios multifamiliares.

O desenvolvimento desses modelos básicos é re-sultado de uma parceria entre a ABRAVA, ABRASIP e ABRINSTAL. A iniciativa visa facilitar o atendimento da Lei Municipal de São Paulo, nº 14.459, regulamentada pelo Decreto 49.148/2008, bem como aplicações em projetos de edificações verticais de uma forma geral.

Modelo 1 (Abastecimento direto com apoio central): Sistema de aquecimento solar com sistema auxiliar de apoio central, medição individualizada de água, válvula de redução de pressão e boiler com aquecimento prin-cipal na cobertura.

Modelo 2 (Sistema de apoio central com trocador de

Acesse projetos básicos para SAS no site do DASOL

calor nas unidades): Sistema com kit trocador de calor para cada unidade habitacional como parte do sistema, com rede de circuito fechado na entrada e saída dos trocadores de calor. O sistema pode ser utilizado em edificações de qualquer altura, independente das zonas de pressão, com medição apenas no ramal de água fria e boiler com aquecimento principal na cobertura.

Modelo 3 (Abastecimento direto com apoio individual nas unidades): Este modelo prevê um aquecedor auxiliar individual por apartamento, que recebe água quente do Sistema de Aquecimento Solar instalado na cobertura, permitindo a medição individualizada de água e quente. O projeto necessita de válvula redutora e sistema de controle de temperatura.

Acesse os projetos básicos e o texto explicativo em:www.dasolabrava.org.br/informacoes-2/projeto/

modelos-de-projeto/

Page 9: Revista Sol Brasil - 17°edição

9Eventos

Energia solar é destaque no 10º COBEE e na ExpoEficiência 2013

A energia solar foi uma das soluções destacadas pelo jornalista André Trigueiro na palestra de abertura do 10º Congresso Brasileiro de Efi-ciência Energética (Cobee), realizado nos dias 2 e 3 de julho em São Paulo.

Especializado em sus-tentabilidade, o jornalista André Trigueiro fez uma apresentação do cenário bra-sileiro e mundial de eficiên-cia energética. Ele defendeu que o investimento público nas tecnologias limpas de energia deve caminhar para novas soluções e ousar em suas ações, sem aguardar demandas do mercado.

“Precisamos alavancar o investimento em energias reno váveis, principalmente a produção de energia a partir do sol, que estamos extrema-mente atrasados”, observou o jornalista.

Juntamente com o congresso foi realizada a feira ExpoEfi-ciência 2013, onde as associadas do DASOL Bosch/Heliotek, Jellyfish, Soletrol e Tuma apresentaram suas soluções de eficiência energética ligadas ao aquecimento solar.

O programa do congresso contou com cerca de 60 pales-tras e algumas seções de debates sobre legislação, inovação, negócios e novas tecnologias. Com mais de 40 estandes, a

ExpoEficiência permitiu difundir práticas de eficiência e estimular a disseminação de programas de uso racional de energia. O congresso e a feira reuniram cerca de 500 participantes.

Jornalista André Trigueiro defendeu o investimento em energias limpas e renováveis, principalmente a solar

Foto

: Div

ulga

ção

Page 10: Revista Sol Brasil - 17°edição

10 Notícias do Dasol

DASOL e SENAI desenvolvem nova fase do Qualisol Brasil

O Programa Qualisol Brasil nasceu em 2006, em iniciativa inédita do DASOL - ABRAVA, tendo como principal obje-tivo reconhecer e diferenciar as empresas qualificadas para dimensionamento, execução de projetos técnicos, vendas e instalação dos sistemas de aquecimento solar.

Embora todos os fabricantes associados da ABRAVA tenham seus produtos etiquetados pela ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia), mesmo na fase vo-luntária do Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro a boa instalação sempre foi um aspecto fundamental para que o desempenho do coletor ou reservatório seja o mesmo daqueles especificados na ENCE do produto.

Atualmente cerca de 50 empresas participam volun-tariamente do Programa, que se encontra em sua fase de pré-certificação. São empresas distribuídas por vários esta-dos brasileiros, com predominância em São Paulo e Minas Gerais, e que prestam ao mercado serviços de qualidade. A qualidade também é uma exigência em processos licitatórios para atendimento das Habitações de Interesse Social das Co-habs, CDHU-SP e Programa Minha Casa Minha Vida, além dos clientes dos setores de hotelaria, de serviços e industrial.

Dada essa importância e também por recomendação do Inmetro, a ABRAVA pretende dotar o Programa de atributos de qualidade e de certificação de pessoas. Já está em desen-volvimento a implantação de melhorias nesse Programa Setorial juntamente com o Sistema SENAI de Certificação

de Pessoas, Organismo Certi-ficador de Pessoas do SENAI Departamento Nacional, sob coordenação de Maurício Balla-rine, e também em parceria com o SENAI-SP, por meio da Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”.

A Certificação de Pessoas propicia adequado grau de confiança de que a pessoa certificada pode desempenhar atividades em conformidade com uma norma ou outro documento normativo. Essa confiança é alcançada pela utilização de um processo amplamente aceito de avaliação, seguido do acompanhamento e de reavaliações periódicas da competência dos profissionais.

A experiência do SENAI indica que cada vez mais os setores industriais e de serviços estão se preocupando com a qualificação e a certificação das suas pessoas, evidenciando uma tendência no mercado de trabalho que inclusive já está consolidada em alguns poucos setores, como o de Óleo e Gás. Cada vez mais percebe-se que a certificação de pessoas é uma forma de as empresas se fortalecerem com relação aos aspectos da qualidade das equipes de alta performance, da competitividade e da segurança do trabalho.

A proposta para o setor de aquecimento solar é de se contemplar as atividades profissionais de acordo com o COB (Código Brasileiro de Ocupações) e constituir duas comissões de estudos, uma técnica operacional e outra gerencial, para consolidação do documento de requisitos de certificação.

A partir disso, profissionais já atuantes na área e mesmo outros ingressantes poderão se capacitar em cursos específi-

cos e posteriormente se candidatar à Certificação Profissional para obter o reconhecimento dessa competên-cia técnica junto ao mercado.

Para o vice-presidente de Tecno-logia e Meio Ambiente do DASOL, Jamil Hussni, trata-se de uma ini-ciativa diferenciada. “Os resultados deste programa atuarão diretamente na qualidade e metodologia das ins-talações solares, aumentando o grau de satisfação do usuário perante o rendimento operacional e a econo-mia gerada pelo sistema instalado.”

Certificação de Profissionais é a nova prioridade do Programa

Foto

: Ren

an C

eped

a-G

IZ

Certificação fortalece aspectos como qualidade, competitividade e segurança no trabalho

Page 11: Revista Sol Brasil - 17°edição

11Entrevista

O aquecimento solar é uma das estratégias de redução do consumo de energia, um dos aspectos avaliados na certificação de construções ambientalmente sustentáveis.

Construções que recebem a certificação LEED têm re-dução média de 10% nos custos de operação e manutenção e maior valorização no mercado imobiliário, observa o engenheiro Marcos Casado, diretor técnico do Green Buil-ding Council Brasil. Atualmente, o Brasil é o quarto país no ranking mundial de edificações ambientalmente certificadas.

Nesta entrevista à SOL BRASIL, Marcos Casado descreve as dimensões avaliadas na certificação LEED, os custos e os benefícios dessa certificação.

SOL BRASIL - O que é a certificação LEED e quais são os critérios para certificar construções ambientalmente sustentáveis?

Marcos Casado - LEED (Leadership in Energy and Envi-ronmental Design) é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em 143 países, e possui o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações.

A certificação internacional LEED possui 7 dimensões a serem avaliadas nas edificações. Todas elas possuem pré--requisitos (práticas obrigatórias) e créditos, recomendações que quando atendidas garantem pontos à edificação. O nível da certificação é definido, conforme a quantidade de pontos adquiridos, podendo variar de 40 pontos, nível certificado, a 110 pontos, nível platina.

Quais são as dimensões avaliadas?As dimensões são as seguintes:• Espaço Sustentável – Encoraja estratégias que mini-

mizam o impacto no ecossistema durante a implantação da edificação e aborda questões fundamentais de grandes centros urbanos, como redução do uso do carro e das ilhas de calor.

• Eficiência do uso da água – Promove inovações para o uso racional da água, com foco na redução do consumo de água potável e alternativas de tratamento e reuso dos recursos.

• Energia e Atmosfera – Promove eficiência energética nas edificações por meio de estratégias simples e inovadoras, como simulações energéticas, medições, comissionamento de sistemas e utilização de equipamentos e sistemas efi-cientes.

Certificação LEED valoriza construções sustentáveis

Foto

: Div

ulga

ção

Engenheiro Marcos Casado, diretor do GBC Brasil

• Materiais e Recursos - Encoraja o uso de materiais de baixo impacto ambiental (reciclados, regionais, recicláveis, de reuso etc.) e reduz a geração de resíduos, além de promo-ver o descarte consciente, desviando o volume de resíduos gerados dos aterros sanitários.

• Qualidade Ambiental Interna– Promove a qualidade ambiental interna do ar, essencial para ambientes com alta permanência de pessoas, com foco na escolha de materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, con-trolabilidade de sistemas, conforto térmico e priorização de espaços com vista externa e luz natural.

• Inovação e Processos – Incentiva a busca de conhe-cimento sobre Green Buildings, assim como a criação de

Page 12: Revista Sol Brasil - 17°edição

12 Entrevista

medidas projetuais não descritas nas categorias do LEED. Pontos de desempenho exemplar estão habilitados para esta categoria.

• Regional Priority Credits (Créditos de Prioridade Regional) – Incentiva os créditos definidos como priori-dade regional para cada país, de acordo com as diferenças ambientais, sociais e econômicas existentes em cada local.

Qual é o papel do GBC Brasil na concessão da certificação LEED?

A certificação LEED é concedida apenas pelo órgão americano, US GBC (United States Green Building Coun-cil). O GBC Brasil é uma organização não governamental que tem como principal objetivo fomentar a indústria da construção sustentável. Para isso, trabalha em 4 grandes frentes: capacitação de profissionais, por meio de cursos de curta duração, cursos de pós-graduação, seminários e palestras; disseminação de informação; relacionamento e fomento junto a empresas públicas e privadas; e promoção da certificação LEED.

Por que é importante um empreendimento ter certificação LEED?

Para o empreendimento receber a certificação LEED, deve respeitar diversos requisitos e pré-requisitos, que levam em consideração aspectos sociais, econômicos e am-bientais. Os benefícios em cada uma destas áreas são:

Econômicos• Diminuição dos custos operacionais• Diminuição dos riscos regulatórios• Valorização do imóvel para revenda ou arrendamento• Aumento na velocidade de ocupação• Aumento da retenção• Modernização e menor obsolescência da edificação

Sociais• Melhora na segurança e priorização da saúde dos traba-lhadores e ocupantes• Inclusão social e aumento do senso de comunidade• Capacitação profissional• Conscientização de trabalhadores e usuários • Aumento da produtividade do funcionário; melhora na recuperação de pacientes (em hospitais); melhora no de-sempenho de alunos (em escolas); aumento no ímpeto de compra de consumidores (em comércios)

Cursos do GBC Brasil

02/08 - Energia Solar Térmica e Fotovoltaica em Edifícios – São Paulo

06 e 07/08 - Aplicação da Ferramenta de Certificação LEED NC v.3 para Novas Construções e Grandes Reformas e LEED CS v.3 para Edifícios Comerciais - São Paulo

09/08 - Aplicação da Ferramenta de Certificação LEED--EB_OM para Edifícios Existentes - Brasília

26/08 - Materiais e Tecnologias a serem usadas em Green Buildings - São Paulo

06 e 07/09 - Aplicação da ferramenta de certificação LEED NC v.3 para novas construções e reformas e LEED CS v.3 para edifícios comerciais – Brasília

12, 13 e 14/09 - Simulação Computacional Termoenergética - EnergyPlus - São Paulo

26 e 27/09 - Paisagismo Sustentável e Técnicas Construtivas para Telhados e Paredes Verdes - São Paulo

01 e 02/10 - Aplicação do Referencial GBC Brasil Casa® para Residências

O GBC Brasil oferece uma série de cursos, palestras e seminários em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília sobre certificação e tecnologias sustentáveis de construção. Os cursos destinam-se a engenheiros, arquitetos, construtores, incorporadores, em-preiteiros, estudantes e profissionais do meio ambiente. Entre os cursos de curta duração previstos para o segundo semestre destacam-se:

04/10 - Aplicação da ferramenta de certificação LEED CI v.3 - São Paulo

11 e 12/10 - Como se Tornar um LEED GA (Green Associa-te) – Brasília

12/11 - Automação e Sustentabilidade - O papel da Automa-ção na Construção e Operação de Green Buildings

11/12 - Seminário de Introdução a Construção Sustentável e Certificação LEED - Brasília

Curso de Especialização e Pós-Graduação (em parceria com o INBEC e chancela da Unicid):

• MBA em Construções Sustentáveis (lato sensu) – curso de 480 horas. Novas turmas a partir de agosto em várias capitais.

• MBA em Cidades, Bairros e Condomínio Sustentáveis (lato sensu) – curso de 420 horas com novas turmas a partir de novembro.

• MBA em Gestão de Energias Renováveis (lato sensu)– curso de 420 horas com novas turmas a partir de novembro.

Mais informações sobre estes e outros cursos estão disponíveis em http://www.gbcbrasil.org.br/?p=educacaoe também podem ser obtidas pelo email [email protected].

Page 13: Revista Sol Brasil - 17°edição

13Entrevista

• Incentivo a fornecedores com maiores responsabilidades socioambientais• Aumento da satisfação e bem-estar dos usuários• Estímulo a políticas públicas de fomento à construção sustentável

Ambientais• Uso racional e redução da extração dos recursos naturais• Redução do consumo de água e energia• Implantação consciente e ordenada• Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas• Uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental• Redução, tratamento e reuso dos resíduos da construção e operação.

A obtenção da certificação LEED encarece o empreendimento?A obtenção da certificação pode encarecer o custo do

empreendimento de 1 a 7%. Porém, o custo da operação e manutenção, que representa cerca de 75% do custo total do empreendimento considerando um ciclo de 50 anos, é re-duzido em aproximadamente 10%, o que viabiliza o retorno deste investimento entre 3 e 5 anos de operação.

Quanto tempo demora o processo de obtenção da certificação LEED?

O empreendimento pode receber o certificado 6 meses após o término da obra e início de operação.

Quais os reflexos da certificação LEED sobre custos de con-dôminos e a valorização de construções no mercado imobiliário?

Normalmente estes empreendimentos reduzem em mé-dia 10% os custos de operação e manutenção além da menor obsolescência dos mesmos, promovendo maior valorização do imóvel com cerca de 10 a 20% a mais e maior velocidade de venda.

Como o aquecimento solar de água contribui para a obtenção da certificação LEED de um empreendimento?

É uma estratégia importante para a redução do consumo de energia, principalmente em prédios residenciais e hospi-talares e também contribui pontuando nos critérios do LEED

como uma fonte alternativa de geração de energia limpa.

Quantos empreendimentos possuem a certificação LEED no Brasil? Até o final do ano, qual é o número esperado de empreen-dimentos certificados?

Atualmente o Brasil é o 4° país no mundo em número de empreendimentos registrados - com 730, já recebeu 107 certificações. Estimamos que até o final do ano de 2013, o Brasil chegará a 130 empreendimentos certificados.

Quantos dos empreendimentos certificados no Brasil possuem aquecimento solar?

Não monitoramos estes números, mas esta é uma das estratégias mais utilizadas para a certificação LEED, por ser muito eficiente e cada vez mais barata.

Edifício JK 1455, em São Paulo, tem certificação LEED

Foto

: Cyr

ela

Page 14: Revista Sol Brasil - 17°edição

Especial14

Mais políticas públicas para o desenvolvimentodo aquecimento solar

Já foram aprovadas 50 leis que incentivam ou tornam obrigatório o aquecimento solar de água em cidades brasileiras, mas é preciso continuar investindo em outras ações para a disseminação dessa tecnologia

O papel do aquecimento solar é amplamente reconhe-cido no país como medida efetiva de eficiência energética pela economia real que traz ao substituir a energia elétrica ou o gás na produção de água quente. No final de 2012, o país atingiu a marca de 8,24 milhões de metros quadrados de coletores solares instalados, passando a ocupar o sexto lugar no mercado internacional.

Entretanto, diante dos elevados níveis de irradiação solar incidente em praticamente todo o país, esses números são ainda inexpressivos. E acredita-se que o crescimento do mercado possa ser motivado através da criação de leis de incentivo para as energias renováveis, de um modo geral, e para a energia solar, em particular.

Assim, a partir da iniciativa Cidades Solares em vários municípios, foram elaboradas leis de incentivo ou de obriga-toriedade de uso do aquecimento solar para fins sanitários

e, também, para aquecimento de piscinas.A Lei nº 14.459 de 2007 tornou obrigatório o uso de aque-

cedores solares em unidades com mais de três banheiros de novas edificações da cidade de São Paulo destinadas ao uso residencial. O projeto da cidade de São Paulo vem multi-plicado em muitos outros municípios. Em julho de 2013, o total de leis aprovadas no país era de 50.

Para facilitar o acesso dos gestores públicos, construtoras e consumidores às leis municipais, estaduais e federais vi-gentes no Brasil, a equipe da REDE Eletrobras Procel Solar criou um método de busca a partir de uma base de dados iniciada pelo DASOL/ ABRAVA e que vem sendo conti-nuadamente atualizada. As informações estão disponíveis em http://www.redesolar.eco.br/ e foram organizadas em “tipos” para identificar leis de obrigatoriedade, autorização e incentivos.

Dentro de cada categoria, essas leis apresentam dife-rentes abrangências, como habitações de interesse social (HIS) e novas edificações que podem ter mais de um tipo de aplicação.

Uma boa estratégia para o desenvolvimento sólido e sus-tentável de tecnologias, como o caso do aquecimento solar, deve envolver várias etapas como a definição de metas de médio e longo prazo: financiamento à pesquisa, desenvol-vimento e inovação; disseminação de informações sobre a tecnologia e seus benefícios de modo a ser facilmente absor-vida pela sociedade em geral, induzindo a formação de um

Priscila Alexandre Barbosa Coelho - Adilson G. Silva Júnior - Eduardo

Marques - Elizabeth PereiraCentro Universitário UNA/ BH

Foto

: Art

hur N

ishi

da -

Banc

o de

Imag

em s

xc.h

u

Curso realizado em Palmas (TO)

Page 15: Revista Sol Brasil - 17°edição

Especial 15

mercado consumidor sustentável; criação de mecanismos regulatórios e de incentivos; implementação de projetos de demonstração e de programas de treinamento e capacitação.

Com isso em foco, os participantes do Grupo de Trabalho (GT) em Energia Solar, coordenado pelo Ministério de Meio Ambiente, desenvolveram projetos com prioridade para o Programa Minha Casa Minha Vida. Esse exemplo, conside-rado de sucesso com mais de 70.000 unidades habitacionais entregues nas duas fases do Programa, precisa ser valori-zado. É a primeira vez que se identifica uma coordenação efetiva nas ações de governo nesse tema com definições claras de funções e atribuições de cada órgão ou ministério envolvido no âmbito do GT – Solar.

Dentre tais ações, pode ser citada a Portaria 325 de 7 de julho de 2011 do Ministério das Cidades que torna o uso do aquecimento solar obrigatório para as unidades unifa-miliares em todo o país. E também o financiamento pela Eletrobras/Procel de projetos de M&V em quatro conjuntos habitacionais nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com participação do Centro Universitário UNA/BH, Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC – RJ) e Instituto Federal de Santa Catarina para levantamento do perfil de consumo de água quente em habitações de interesse social e da eco-nomia real obtida com o aquecimento solar.

Ainda deve ser citada a implantação de 13 cursos de capacitação de engenheiros e técnicos da Caixa, de constru-

toras e de prefeituras locais, realizados em todas as regiões do país com apoio da própria Caixa e da GIZ (Agência de Cooperação Internacional do Governo da Alemanha) entre dezembro/2012 a março/2013. Esses cursos totalizaram 403 participantes.

Legislação solar está disponível no site da Rede Eletrobras Procel Solar (www.redesolar.eco.br)

Page 16: Revista Sol Brasil - 17°edição

Tecnologia16

Planeje e deixe planejar

Softwares de simulação poupam o projetista de cálculos complicados.Mas quais são as diferenças entre os programas?A revista Sun & Wind Energy coloca sob o microscópio ferramentas de simulação de fabricantes independentes.

Há poucos fornecedores de softwares de simulação solar térmica. Muitos são baseados no mercado de língua alemã como Vela Solaris, com seus pacotes do software Polysun, e Dr. Valentin EnergieSoftware com os aplicativos T*SOL.

Eles são seguidos pelo ETU Software, um dispositivo menos conhecido em software de soluções em energia solar térmica que, no entanto, oferece quase qualquer programa que um instalador precisar. Já a companhia espanhola Ai-guasol fez uma divulgação, oferecendo uma versão alemã do seu programa Transol.

O que há por dentro?

Transol é construído sobre o mecanismo de cálculo TRNSYS, que pesquisadores de solar térmico do mundo

todo têm utilizado durante os últimos 30 anos. TRNSYS tem se aperfeiçoado e sido avaliado continuamente e agora está disponível na versão 17, o último grande lançamento. Embora possa ser considerado o software de simulação mais preciso, é excessivamente complexo para engenheiros calcularem sistemas domésticos comuns.

Além da Transol, todos os outros fornecedores de softwa-re utilizam algoritmos proprietários para suas aplicações. Basta digitar os dados e são geradas tabelas, gráficos ou um relatório de projeto. Mas, entre a entrada e a saída, os softwares de simulação analisam os números, demonstrado apenas pelo avanço lento da barra de progresso que o usuá-rio vê na tela enquanto espera pacientemente os resultados com plena confiança no programa do simulador.

A boa notícia é que os programadores sabem o que estão

Da Sun & Wind Energy, julho-agosto/2013Tradução: Natália Okabayashi

Foto

: Dr.

Vale

ntin

Ener

gieS

oftw

are

A função Photoplan disponível em T*SOL Basic e T*SOL Pro mostra aos clientes como ficará a casa com os coletores solares.A foto também dá uma indicação do tamanho do sistema.

Page 17: Revista Sol Brasil - 17°edição

Tecnologia 17

fazendo. A abordagem dos pacotes de software profissional tem resultado em cálculos muito mais precisos, que são possíveis com ferramentas baseadas no Excel. Eles simulam com alta resolução o comportamento do sistema ao longo de sua vida útil.

“Esses sistemas foram adaptados para a indústria de aquecimento solar ao longo de muitos anos e os resultados foram novamente validados”, explica Silke Reichmann de Salas, gerente de contas da Dr. Valentin EnergieSoftware.

A má notícia é que nas melhores condições o software é preciso apenas quanto à entrada de dados. Qualquer imprecisão quanto ao isolamento de tubos de circulação, o comportamento do reservatório no verão ou ainda o ajuste da temperatura de acordo com a preferência dos usuários poderá resultar em uma previsão imprecisa de rendimento solar.

Para fazer todo o cálculo, no entanto, muitas vezes é ne-cessário fazer suposições. Os programas armazenam dados padrão para a maioria dos parâmetros que são utilizados quando os próprios programadores não têm dados comple-tos. Os valores estão todos dentro de parâmetros plausíveis, mas variam de fornecedor para fornecedor.

Para obter precisão real, os dados têm que ser coletados e inseridos no software. Isso geralmente não vale a pena para uma residência, mas é essencial para sistemas maiores. “Alguém que investe milhares de euros em um sistema de energia solar não está interessado em aproximadamente o que ele vai render”, diz Peter Brönner, chefe de vendas da Vela Solaris – quanto maior a planta, portanto, maior a necessidade de detalhes na entrada de informações.

Para segurança, os dados são coletados em um formu-lário apropriado do software. A GetSolar (ETU) também fornece uma ficha de coleta de dados com a versão profis-sional. Entretanto, os dados ainda têm de ser introduzidos manualmente, porque o formulário não é integrado à in-terface do usuário.

Área de estudos parte 1:o que é que os especialistas usam?

Existem várias razões e benefícios ao antecipar aos usuários o cálculo de um sistema de energia solar térmico. Naturalmente, este é, em primeiro lugar, o interesse dos próprios usuários. Às vezes, um sistema de energia solar ajuda a atender às exigências de rendimento - e isto tem de ser comprovado segundo um sistema específico. A prova também é necessária quando um governo exige determina-

dos níveis de eficiência.Existem diferenças significativas entre os pacotes de

software a este respeito. Polysun Profissional e Designer, T*SOL basic, Pro and Expert, bem como GetSolar e GetSolar Profissional, por exemplo, ativam uma simulação com base nos requisitos das normas alemãs de conservação de energia (EnEV). Embora o certificado compatível EnEV também possa ser obtido com um cálculo simples e estático, o re-sultado do rendimento solar calculado é, em geral, muito mais baixo do que o da simulação.

Na França, Espanha e Estados Unidos, o Transol é o software para os usuários que querem ter certeza de que seu planejamento está alinhado com as normas nacionais. O Centro Francês Científico e Técnico da Construção, CSTB, trabalhou em conjunto com a Aiguasol para desenvolver empresas de softwares, como ressalta Marc Garcia, da Aiguasol.

Agora, a agência de meio ambiente ADEME utiliza um aplicativo para avaliar os pedidos para o programa de in-centivo Fonds Chaleur. Embora não seja obrigatório simular um projeto na Transol para candidatar-se aos incentivos, ele ajuda a evitar surpresas desagradáveis.

Por outro lado, TRNSYS é uma ferramenta autoriza-da de simulação utilizada para o padrão de construção norte-americano LEED. Embora TRNSYS seja complicado, é também o mecanismo de cálculo por trás do Transol. E o Transol ajuda os planejadores a satisfazer os requisitos LEED sem muito esforço.

Na Espanha, a ferramenta autorizada é um programa EXE chamado CHEQ4. Ele foi desenvolvido pelo IDAE (Instituto para la Diversificación y el Ahorro de la Energía) e ASIT (Asociación Solar de la Industria Térmica) e pode ser baixado gratuitamente a partir do site IDAE. Ele é ba-seado em um método de cálculo chamado Metasol, que foi desenvolvido pela Aiguasol.

A Aiguasol simulou 100.000 sistemas solares térmicos com oito projetos de sistemas típicos para a Espanha - tudo graças ao poder da computação em nuvem. Aiguasol uti-lizou uma equação em que as simulações reproduzem os resultados com 95% de precisão.

Foto

: Vel

a So

laris

O ajuste dos componentes com a ajuda do diagrama, como mostrado aqui em Polysun, é muito intuitivo. Ao

clicar diretamente no tanque de armazenamento, coletores ou outros componentes do sistema, os usuários podem modificá-los para suas necessidades. Esta função está

também disponível em T * SOL e Transol.

Page 18: Revista Sol Brasil - 17°edição

Tecnologia18

Área estudos parte 2:línguas, clima e sistemas

Alguém capaz de ler a Sun & Wind Energy em inglês tem uma ampla variedade de programas de simulação. A situação é semelhante para o espanhol, italiano, alemão e francês, portanto, o idioma geralmente não é uma barreira. Além da Transol, todos os pacotes de software dão a opção de usar SI – Sistema Internacional ou as unidades de medida do sistema inglês.

Os programas são encorajadamente internacionais, em termos de dados climáticos. Todos os provedores podem fornecer dados sobre o clima global em seus softwares. No entanto, o ETU é o único que custa € 299 por país (fora da Alemanha) - os outros já incluem os dados de clima global no preço.

A localização regional no software não foi implementada de forma consistente em todos os provedores. Um típico sistema solar térmico nos EUA é diferente de um sistema típico da Espanha, que por sua vez é diferente de um na Alemanha ou da Áustria.

Com seu grande número de configurações do sistema, T*SOL e Polysun são as mais abrangentes aplicações. Estes dois pacotes de software são preparados para quase tudo e eles oferecem sistema específico pré-definido dependendo da região (T*SOL tem pré-definido apenas para os EUA, enquanto o GeoT*SOL não tem nenhum). Ambos incluem também muitos coletores certificados em conformidade com o padrão norte-americano SRCC em suas bases de dados do produto.

Transol, por outro lado, concentra-se muito menos sobre os diferentes requisitos do usuário. Embora seus 40 mode-los possam, sem dúvida, gerar bem mais de 150 variações e simular praticamente qualquer sistema de aquecimento solar na Península Ibérica, o software pode apresentar di-

ficuldades em diferentes zonas climáticas. Por exemplo, a Transol não contém quaisquer sistemas solares térmicos para edifícios multifamiliares com espaço para aquecimento solar.

Qual tipo de projeto?

Projetistas de pequenos sistemas com componentes pa-drão estarão particularmente satisfeitos com as versões de software básico. T*SOL básico, GetSolar e Polysun on-line oferecem tudo o que você precisa para começar. Polysun on-line destina-se principalmente para os projetistas de sistemas eventuais. Qualquer pessoa que utilize o programa regularmente e a longo prazo poderá economizar dinheiro comprando e instalando o software localmente.

Até mesmo ferramentas mais simples, como, por exem-plo, T*SOL on-line, estão destinadas mais para os comprado-res potenciais do sistema profissional que para os projetistas e, portanto, não são incluídas nesta visão geral do mercado. Transol foi desenvolvido principalmente para o projetista de grandes sistemas de energia solar nos países do sul.

A função prática de muitas ferramentas de simulação é um banco de dados de componentes. Em vez de procurar pacientemente as características técnicas de um coletor específico em um catálogo, o usuário pode simplesmente selecionar o coletor pré-definido dentro do software.

Os pacotes do Polysun contêm a maior parte dos dados. O T*SOL tem um pouco menos, mas é o único programa que inclui coletores de ar. Ele é seguido pelo GetSolar e, a uma distância considerável, pelo Transol. Todos os provedores permitem ao usuário definir manualmente um modelo ou alterar um já existente se um coletor apropriado não for encontrado no banco de dados. Apenas o Polysun e T*SOL contêm bases para tanques de armazenagem, enquanto GetSolar e Transol têm uma lista de modelos genéricos.

Caso sejam necessárias aplicações especiais, abre-se uma clara divisão na gama de serviços oferecidos pelos pacotes. Nem todos os pacotes de refrigeração solar podem lidar com drenagem, sistemas ou redes de aquecimento.

Existem também grandes diferenças nas possíveis fontes de calor e as simulações podem combinar com o sistema de aquecimento solar. Os projetistas que trabalham fre-quentemente com as bombas de calor devem optar por um programa que realmente simule bem; GeoT*SOL, Polysun Profissional ou Polysun Design dão conta disso. Apenas o Polysun Design permite a integração da produção combi-nada de calor e unidades de potência.

A orientação mais geral do ETU, software da GetSolar, é imediatamente evidente quando comparada com os produtos dos especialistas em energia solar Dr. Valentin EnergieSoftware e Vela Solaris.

Enquanto Polysun e T*SOL estão na tentativa de mapear cada possível aplicação no software solar, GetSolar é rela-tivamente inflexível. Para sistemas complexos, os usuários têm de adicionar extensões opcionais do software ETU. Dessa forma, todos os serviços da construção civil - a partir do suprimento de água, aquecimento e ar condicionado - po-dem ser calculados com base nos mesmos dados subjacentes.

O Transol pode também efetuar cálculos extensos de um

GetSolar Professional permite aos usuários calcular em detalhes o fluxo no circuito coletor.

Foto

: ETU

Page 19: Revista Sol Brasil - 17°edição

Tecnologia 19

edifício. “Alguns clientes usam o programa para simular as necessidades de energia do prédio, mesmo se eles não estiverem planejando um sistema térmico solar,” diz Marc Garcia, da Aiguasol.

Aliás, muitos dos fornecedores de software afirmam que os seus produtos são compatíveis com os outros. Projetos criados em produtos de base (por exemplo, Polysun Profes-sional, T*SOL básico, GetSolar) podem ser abertos e edita-dos em produtos mais abrangentes (por exemplo, Polysun Designer, T*SOL Expert, GetSolar Professional). Projetos criados em produtos mais abrangentes também podem ser abertos em versões básicas do produto e as versões editadas dentro das limitações do software.

Usuários de “produtos de demonstração”, cuidado! Os usuários que querem avaliar versões de demonstração para donwload podem se decepcionar, pois as demonstrações dos desenvolvedores de websites normalmente têm um alcance limitado de funções. As versões de teste oferecem uma idéia de como o software funciona, mas não permitem que os usuários possam comparar os recursos - a melhor forma de fazer isso é ler a descrição do produto.

Assistentes para guiá-lo atravésdo programa

Ao instalar um novo software hoje em dia, os usuá-rios querem encontrar, pelo menos, as funções básicas na primeira tentativa sem ter de usar o manual. Assistentes orientam o usuário passo a passo. O assistente do Polysun age exatamente como aqueles encontrados em muitos ou-tros programas: congratula-se com os usuários de primeira viagem e os orienta em cada campo de entrada. O assistente sugere o coletor apropriado para “baixa”, “média” e “alta” fração solar. Usuários que ocasionalmente precisam de uma explicação podem usar a função “mouse-over” simplesmen-te movendo o cursor para o campo de entrada em questão.

O processo é um pouco diferente quando se usa o as-sistente de design de T*SOL, em que as explicações podem ser encontradas usando o ícone sprinter em T*SOL Expert e o sistema de tabela solar do T*SOL Pro. Os usuários que se perguntam o que é este ou aquele parâmetro de entrada durante o processo de planejamento podem utilizar a tecla F1 para abrir a explicação correspondente na documen-tação do software.

O assistente de design pode ser usado para intro-duzir uma taxa específica de fração solar. No final do assistente - antes da simulação - o usuário é apresen-tado a um gráfico que mostra a taxa de atendimento solar resultante de diferentes tamanhos de tanques de armazenagem e das medidas do coletor.

Você pode selecionar a opção desejada no gráfico, clicando sobre ela com o mouse e aplicando à simula-ção. Tão prático e isso é apenas um pequeno exemplo das 200 variantes do sistema que estão atualmente disponíveis no assistente de design. Toda a estrutura do GeoT*SOL, programa de aquecimento bomba/solar do Dr. Valentin EnergieSoftware, está baseada em um assistente.

O assistente GetSolar é também navegável por cliques do mouse e imediatamente reconhecível pelo uso do ícone tradicional da varinha mágica. Você pode ajustar a área co-letora usando a curva de rendimento anual acumulada e a fração solar no assistente. Em seguida, finalmente, transferir os valores e iniciar a simulação. A função de ajuda pode ser acionada com a tecla F1, mas não é sensível ao contexto.

No Transol, o assistente é exibido automaticamente quando um novo arquivo é aberto. Ele apresenta ao usuário uma gama altamente detalhada de esquemas hidráulicos disponíveis. Mais informações são fornecidas através do botão de ajuda. No entanto, as estimativas não podem ser digitadas no assistente. Os usuários não descobrem se os valores nos campos de coletores e de reservatório estão no tamanho correto para a fração solar desejada até que seja realizada a simulação.

O resultado final

Além da GetSolar, todos os pacotes incluem um cálculo de viabilidade econômica, que permite ao usuário ajustar as taxas de juros, o capital de investimento e a expectativa no aumento do preço do combustível. E isso é uma coisa boa.

Se o critério supostamente objetivo de eficiência é, invariavelmente, com base na bola de cristal de alguém, o software poderia muito bem ter o seu próprio.

A apresentação dos resultados finais também varia muito. Em GetSolar, os usuários podem enviar os relatórios diretamente para a impressora ou copiar e colar blocos de texto. Para obter todo o relatório como um arquivo PDF, os usuários têm de usar a solução alternativa de impressão para um criador de PDF. O Transol simplesmente produz dados brutos que os usuários têm que processar. O Polysun e T*SOL, no entanto, oferecem uma gama mais ampla de impressionantes relatórios de projetos e formatos. Transol, Polysun e T*SOL também permitem que você compare as variantes.

Obs.: A matéria original publicada na S&W traz uma tabela descritiva dos softwares citados (http://www.sunwindenergy.com/content/solar-thermal-software-plan-and-let-plan).

Anuncie na Revista Sol Brasil

Telefone (11) 3361-7266 (r. 142)Fale conosco: [email protected]

Page 20: Revista Sol Brasil - 17°edição

A energia solar está em contínuo

crescimento em toda a região das

Américas, mas, até agora, a energia

fotovoltaica vem se revelando mais

popular do que a energia térmica,

que é utilizada tanto para calor como

para frio em vez de gerar eletricidade.

A indústria solar térmica continua a crescer nas Amé-ricas e o seu maior mercado está no Brasil, observa Lucio Mesquita, sócio-diretor da Thermosol Consulting e mem-bro da comissão da Conferência Intersolar da América do Norte. O consultor trabalha com aquecimento solar e refrigeração há mais de 20 anos em toda a América, do Brasil ao Canadá, país onde vive atualmente.

“O Brasil tem um cenário de alta dos preços da energia em geral, incluindo gás natural. Tem sido assim por 17 anos e o aquecimento solar é bastante eficaz. Na compa-ração com a energia elétrica residencial, o aquecimento de água com energia solar traz retorno em dois a três anos”, acrescenta.

Segundo Mesquita, essa conjuntura levou a um “vibran-te” mercado de aquecimento solar no Brasil. “Quando eu comecei no negócio dez anos atrás, no Brasil um instalador faria um sistema por semana e tinha que ganhar a vida com isso. Agora, não é incomum que o instalador e sua equipe façam doze sistemas em uma semana”, afirma Mesquita. O mercado também ganhou um novo impulso quando o

Da Sun & Wind Energy, julho-agosto/2013 Tradução: Natália Okabayashi

governo federal decidiu instalar aquecedores solares em projetos de habitação de baixa renda.

Além disso, Mesquita lembra que os sistemas de aque-cimento solar normalmente instalados no Brasil são menos complicados do que os SAS tipicamente instalados na Amé-rica do Norte. Eles têm sifão térmico passivo, sistemas que consistem de coletor térmico e tanque de armazenamento.

Incentivo para a indústria

Outros bons mercados solares térmicos nas Américas incluem México, Califórnia e Carolina do Norte. Os dois estados têm bons programas de incentivo para apoiar o crescimento da indústria. A energia solar também tem sido utilizada há décadas na Flórida para aquecer piscinas.

Nos Estados Unidos e no Canadá, sistemas solares tér-micos são, muitas vezes, mais complexos. Mas eles também podem fornecer água quente, aquecimento e refrigeração para residências ou empresas, ou calor de processo para fins comerciais e industriais.

20 Mundo VerdeFo

to: S

olah

art /

ES

TIF

Crescimento consistente

Haverá sistemas solares térmicos de maior escala nos EUA, particularmente pela demanda da indústria de alimentos.

Page 21: Revista Sol Brasil - 17°edição

Mundo Verde 21

Para a maior parte, porém, a energia solar térmica não decolou nas Américas como aconteceu no Brasil, o que não desanima Mesquita. “Acho

que aquecimento solar está crescendo bem nos EUA. Não é um crescimento louco e os programas de apoio ainda são pequenos, mas vejo um crescimento saudável, o que é importante”, diz ele.

Aplicações para solar térmico: aquecimento x refrigeração

Enquanto cresce o aquecimento solar, a refrigeração solar ainda é um mercado pequeno em todas as Américas. “A refrigeração solar em geral é um pouco emperrada”, observa Mesquita. “É rentável apenas para uso de ener-gia fotovoltaica (PV). Nesse caso, nós não chamamos de sistema de refrigeração solar. É apenas um sistema de eletricidade a energia solar e você pode fazer o que quiser com a eletricidade.”

“Por outro lado, a energia solar térmica usada para refrigeração também está concorrendo com o gás natural. Um chiller térmico rentável tem que vencer o preço do gás natural, que é bastante baixo no momento”, acrescenta.

A refrigeração solar exige temperaturas mais elevadas do que as aplicações de aquecimento. O aquecimento solar começa a se tornar eficaz em cerca de 140 graus Fahre-nheit (60 °C). “Equipamentos de refrigeração requerem temperaturas iniciais mais altas, em torno de 240 graus Fahrenheit (116 °C), e atingindo os níveis de calor exigem maior eficiência de coletores ou sistemas de concentração”, explica Mesquita.

Estes sistemas são fabricados por empresas como Chromasun ou Ritter Solar e Paradigma. Eles também

podem ser mais caros. Equipamentos de refrigeração solar geralmente usam refrigeradores com bombas mecânicas para movimentar o fluido de transferência de calor e são normalmente concebidos para sistemas de maior escala.

“Por isso, eles são também mais caros, especialmente os menores”, diz ele. Assim, sistemas solares de refrigeração são mais fáceis de fazer para instalações comerciais.

A política de apoio à refrigeração solar ainda é bastante ausente na maior parte da região. “O mercado só pode crescer com um bom nível de suporte para a tecnologia se tornar mais generalizada”, justifica o consultor.

Suporte para refrigeração solar

Esta situação pode estar começando a mudar. “A Cali-fórnia acaba de aprovar um pequeno piloto de refrigeração solar para ser a parte térmica da sua Califórnia Solar Ini-tiative (CSI)”, informa o consultor. Os US$ 10 milhões do programa térmico CSI podem ter um grande impacto. “Pela primeira vez, teremos um programa focado em refrigeração solar. Acho que será muito importante. Atualmente é um projeto pequeno, mas supõe-se que ao coletar uma grande quantidade de dados sobre os sistemas vamos saber mais sobre o desempenho.”

Quanto mais se conhece como os sistemas funcionam e mais sistemas são instalados, isso provavelmente ajudará a reduzir o preço e acelerar a adoção dessa tecnologia. Outra coisa que pode ajudar é mais financiamento ou opções de leasing.

Isso já está acontecendo. Mesquita comenta que a Va-nir Energy, uma empresa da Carolina do Norte, começa a oferecer contratos de aquisição de energia de sistemas de aquecimento solar e de refrigeração.

Ele também acha que haverá mais crescimento comercial do uso da energia solar para gerar calor nos processos. Em parte, porque tais sistemas podem ser feitos usando coletores menos caros, especialmente na indústria alimentícia.

“Você também pode fazer um lote de pré-aquecimento em muitos processos industriais que envolvem secagem. E você tem os coletores abertos perfurados, o que pode ser muito eficaz em termos de custos,” diz.

Foto

: The

rmos

ol C

onsu

lting Lucio Mesquita, sócio-diretor

da Thermosol Consulting

Page 22: Revista Sol Brasil - 17°edição

22 Cursos

A certificação compulsória de sistemas de aquecimento solar é o tema do curso que o Departamento Nacional de Aquecimento Solar oferece no dia 13 de agosto na sede da ABRAVA em São Paulo.

O curso visa orientar fabricantes, fornecedores e impor-tadores de coletores e reservatórios térmicos sobre as novas exigências dos testes de qualidade para avaliar aspectos como resistência à ação da chuva, granizo e congelamento.

Entre os pesquisadores e especialistas que ministrarão o curso está o engenheiro Aluísio Gonçalves, com experiência de 35 anos em programas de qualidade e conformidade do Inmetro.

O curso conta também com a participação da professora Elizabeth Duarte Pereira, coordenadora do Projeto de Ava-liação de Obras de Aquecimento Solar (Eletrobras/Procel), e com o engenheiro Lúcio Mesquita, projetista e consultor em energia solar térmica com projetos no Brasil, Estados Unidos e Canadá.

Para empresas associadas ao DASOL, o investimento por profissional é de R$ 900. Para não associados, R$ 1.300.

Curso de certificação compulsória de SAS

Outros cursos

Durante todo o ano, o Programa de Capacitação do DASOL oferece outros cursos em energia solar térmica, com foco em vendas, projeto, instalação e manutenção de siste-mas de aquecimento solar.

Inscrições podem ser feitas no site do DASOL (www.dasolabrava.org.br).

Mais informações pelo telefone (11) 3361-7266, ramal 142, ou pelo e-mail [email protected].

Profa. Dra. Elizabeth Duarte Pereira integra o time de

especialistas que ministrarão o curso de Certificação Compulsória do DASOL Fo

to: D

ivul

gaçã

o

Page 23: Revista Sol Brasil - 17°edição

Foto

s: M

arce

lo M

osca

rdi -

Rev

ista

ABR

AVA

Notícias do Dasol 23

Posse da nova diretoria da ABRAVAEm cerimônia que reuniu 250 pessoas no Hotel Renaissance, em São Paulo,

o empresário Wadi Tadeu Neaime tomou posse em 27 de junho como novo pre-sidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA).

Além de associados e da equipe ABRAVA, incluindo representantes do De-partamento Nacional de Aquecimento Solar, também participaram entidades parceiras e autoridades como Asbrav, ABNT, Anamaco, Abralog, Abeama, Abimo, Abralimp, Ashrae, CNI, Crea, IIAR, GBC, Grupas, Senai Escola Oscar Rodrigo Alves, Sindratar, Reed Exhibitions, entre outros.

“Meu compromisso é dar continuidade à gestão da ABRAVA que se encontra consolidada e com direcionamento”, disse o presidente. “Ao meu lado tenho uma diretoria forte, cuja missão é assegurar o desenvolvimento tecnológico e competitivo do setor AVAC-R (ventilação, ar condicionado e aquecimento) do país, defendendo os mais legítimos interesses de todos que representamos”, comentou.

Fundada em 1962, a ABRAVA representa quatro setores que em 2012 fatura-ram R$ 27,51 bilhões em 2012, englobando indústria, comércio e serviços, com uma previsão de aumento de faturamento para 2013 de 8%, que deve atingir 30 bilhões de reais. (Fonte: Revista ABRAVA)

Diretoria Executiva ABRAVA Wadi Tadeu Neaime - Presidente

Arnaldo Basile Jr. - Vice-Presidente

Samoel Vieira de Souza - Presidente Executivo de Rela-

ções Internacional

Amaurício Gomes Lúcio - VP Relações Institucionais

Wagner Marinho Barbosa - VP Desenvolvimento Asso-

ciativo

Arnaldo Basile Jr - VP Jurídico

Arnaldo Lopes Parra - VP Operações e Finanças

Osvaldo Francisco Alves Jr. - VP Desenvolvimento Profis-

sional

Gilberto Carlos Machado - VP Marketing

Juliana Araújo Pereira - VP Desenvolvimento Sócio Cultural

Leonardo Cozac de Oliveira Neto - VP Economia

Paulo Neulaender Júnior - VP Meio Ambiente

Manoel Luiz Simões Gameiro - VP Eficiência Energética

Posse da nova diretoria foi realizada no Hotel Renaissance

Wadi Tadeu Neaime, novo presidente da ABRAVA.

Page 24: Revista Sol Brasil - 17°edição