revista vox ed.28

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DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO! MANIFESTAÇÕES Revista mensal - Agosto/2015 - Ano 3 - Edição 28 Brasília-DF, 16.08.2015 Brasília-DF, 20.08.2015 SALVADOR-BA ABRACAM promove seminário para vereadores ACRE-AC Artêmio Costa é eleito presidente da Aceacre

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REVISTA VOX A revista é um veículo de circulação nacional, mensal, atingindo todos os municípios brasileiros, focado na área legislativa, política e de gestão pública. Atualmente é o veículo de maior credibilidade voltado para a área legislativa, política e de gestão pública do Brasil, com neutralidade política, privilegiando a democratização da divulgação da gestão de políticas públicas. Apresenta sempre temas ligados à esfera pública e política, como economia, orçamento público, direito, ciência política, além de outros assuntos.

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Brasília-DF, 16.08.2015

Brasília-DF, 20.08.2015

SALVADOR-BAABRACAM promove seminário para vereadores

ACRE-ACArtêmio Costa é eleito presidente da Aceacre

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A ABRACAM é uma entidade que luta pelo fortalecimento do

Poder Legislativo Municipal e vem atuando na defesa dos

interesses dos cidadãos representados por mais de 5.560

Câmaras Municipais, propondo ações eficazes nesse sentido.

Sua necessidade.

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A cara e a Voz do Legislativo | 3Dê vez para quem é a voz do Legislativo Municipal. Filie-se!

A ABRACAM presta os seguintes serviços às Câmaras Municipais filiadas:• Representação política institucional junto aos poderes constituidos da União, estados e municípios

• Assessoria jurídica, pareceres sobre assuntos específicos nas áreas administrativas, processo legislativo, projetos de leis

• Informações sobre Leis Federais e decisões do Supremo Tribunal Federal de interesse dos municípios

• Acompanhamento junto ao Congresso Nacional de matérias de interesse das Câmaras Municipais e dos municípios

• Seminários e eventos nos estados sobre assuntos específicos e de interesse geral

• Identificação do vereador através da expedição da Carteira Oficial do Vereador

• Curso de capacitação legislativa para vereadores e servidores de Câmaras Municipais

Brasília - DF: SAS, Quadra 05, Lote 05, Bloco F | Fone: 61 3322 0499

www.abracambrasil.org.br | [email protected]

Nossa solução.

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Sumário

Divu

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ão

Manifestações mobilizaram a população no mês de agosto em diversas capitais

CAPA18

Divu

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ão

ABRACAM promove seminário para vereadores

Artêmio Costa é eleito presidente da Aceacre

Divu

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ão

ACRE-AC08

06SALVADOR-BA

05 EXPEDIENTE/EDITORIALARTIGOS26 - Oratória - Cuidado com o que se fala na Era da Internet - José César da Silva38 - A rejeição das contas do prefeito como causa de inelegibilidade - Dr. César Rômulo Rodrigues Assis53 - A corrupção nossa de cada dia - Vereador Edson Sardano60 - Que país é esse? A Operação Lava Jato, na sua 18ª fase de operação, causa a revolta aos brasileiros! - Gisele Victor Batista

06 SALVADOR-BAABRACAM promove seminário de fortalecimento do legislativo municipal em Salvador

08 ACRE-ACVereador Artêmio Costa é eleito presidente da Associação de Câmaras do Acre

10 JUSTIÇAPedido de informações ao executivo feito por parlamentar é tema de repercussão geral

12 NA CÂMARAPautas-bombas e contas de ex-presidentes marcam volta do recesso na Câmara

14 NO SENADORenan diz que impedimento de Dilma seria ‘‘botar fogo no Brasil’’

16 LEI DE DROGASRelator vota pela descriminalização do porte de drogas para consumo próprio

18 CAPAManifestações mobilizaram a população no mês de agosto em diversas capitais

24 CONTAS DE CAMPANHAGilmar Mendes pede investigação das contas de campanha de Dilma

25 GOVERNOAprovação do governo Dilma cai para 8%

28 UBER X TAXISTAUber x Taxista: a grande batalha

30 CGUCGU lança novo programa de fiscalização dos recursos públicos federais

32 PROGRAMA INTERLEGISPrograma Interlegis - Há 18 anos modernizando e integrando o legislativo

34 PARTIDOSCâmara aprova doação de empresas aos partidos para campanhas eleitorais

35 DESONERAÇÕESSenado aprova projeto de lei que reduz desonerações

36 GASTOSMetade do PAC não teve desembolso neste ano

37 MSVereadores participaram de movimento em prol dos municípios de MS

40 REMUNERAÇÃOCâmara aprova vinculação de salário de advogado público ao de ministro do STF

42 LULAInstituto Lula divulga empresas que contrataram ex-presidente para palestras

43 PACTO FEDERATIVOKassab defende novo Pacto Federativo

44 PIS/COFINSLevy defende simplificação do PIS/COFINS para reduzir custo das empresas

45 ACORDOCamargo Corrêa faz acordo e vai devolver R$ 700 milhões

46 ESPECIAL - BRASIL E ALEMANHADilma recebe Angela Merkel no Palácio do Planalto

50 WORLDSKILLS2015WORLDSKILLS2015 acontece no Anhembi em São Paulo

52 SAÚDEMinistro da Saúde diz que Brasil vive epidemia de cesarianas

54 CPI CPI do futebol aprova plano de trabalho para os

próximos meses56 MARCHA DAS MARGARIDAS

Dilma promete combater violência contra a mulher no campo

58 ABMAssociação Brasileira de Municípios apoia retorno da CPMF

62 FRASES

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A cara e a Voz do Legislativo | 5

DIRETORIA NACIONALPresidente - Rogério Rodrigues da Silva

1º Vice - Laércio Pereira Soares2º Vice - Jorge Luiz Bernardi

3º Vice - Rildo Pessoa4º Vice - Luiz Humberto Dutra

5º Vice - Cesar Rômulo Rodrigues Assis Secretário Geral - Toni Albex Celestino2º Secretário - Adriano Meireles da Paz

CONSELHO DE CONTASPaulo Silas Alvarenga de Melo

Anízio Gonçalves de SouzaGenildo de Souza Oliveira

DIRETORIA ADMINISTRATIVA

Diretor Estratégico - Luiz Kirchner

Diretor de Comunicação

e Marketing - Milton Atanazio

SAS, Quadra 05, Lote 05, Bloco F CEP: 70 070 910Fone: 61 3322 0499 ou 8111 0460

[email protected]

Editorial

Publicação mensal daAssociação Brasileira de Câmaras Municipais

SAS, Quadra 05, Lote 05, Bloco FBrasília - Distrito Federal - CEP: 70 070 910

[email protected] | Fone: 61 3322 8847www.revistavox.com.br

Editor-Chefe: Milton Atanazio – MTb [email protected]

Revisão: Tadeu BambiniColaboradores: Caroline Oliveira, Cícero Miranda, Daniel

Costa, Florian Madruga, Tomas Korontai, Gisele Victor Batista, João Paulo Machado e Renê Ramos

Estagiária: Kêmily BarrosFotógrafos: Antonio José e José Marçal

Diagramação: Caroline OliveiraAgências de Notícias: Brasil, Senado,

Câmara, EBC, SECOM/PR e Site Contas Abertas

IMPRESSÃOGráfica do Senado

TIRAGEM: 1 mil exemplaresEDIÇÃO ESPECIAL PARA PARLAMENTARES

DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA ABRACAM

www.abracambrasil.org.br

DISTRIBUIÇÃO GRATUITANão é permitida a reprodução parcial ou total

das matérias sem a prévia autorização.A Revista VOX não se responsabiliza pelosconceitos emitidos nos artigos assinados.

Expediente

A pós as manifestações que assistimos pelo país afora em 15 de março e 12 de abril, voltamos a ver protestos da população nas ruas. Precisamente no domingo (16) e na

quinta-feira (20 de agosto). A primeira manifestação reuniram pessoas que foram às ruas com camisetas da Seleção Brasileira, cartazes com diversos pleitos e bandeiras do Brasil. A segunda, organizadas pela CUT, MTST, UNE, entre outras organizações sociais, defendendo com unanimidade o mandato da presidenta Dilma Rousseff. As duas transcorreram sem registro de incidentes graves. Nossa matéria de capa, não poderia deixar de registrar este importante acontecimento.

No campo externo, a presidenta brasileira Dilma Rousseff recebe no Palácio do Planalto a Chanceler Alemã Ângela Merkel, que acompanhada de comitiva, firmou acordos em áreas como: inovação, pesquisa, mineração, marinha, educação, saúde e segurança alimentar.

Outros temas chamaram a atenção, como a batalha entre taxistas e motoristas que utilizam o aplicativo Uber e a Marcha das Margaridas, na qual o combate à violência contra as mulheres é uma das principais reivindicações das agricultoras presentes em Brasília.

Nesta edição destacamos o Seminário de Fortalecimento do Legislativo Municipal, onde a ABRACAM escolheu o cenário de Salvador, capital da Bahia para envolver e capacitar os parlamentares da Região. Também ressaltamos a eleição de Artêmio Costa na presidência da Aceacre, no Acre.

Brindamos o leitor através de articulistas convidados, com temas da maior importância como: “Oratória – cuidado com o que se fala na era da internet”; “A rejeição das contas do prefeito como causa de inelegibilidade “e “A corrupção nossa de cada dia” e “Que país é esse? A operação lava jato, na sua 18ª fase de operação, causa a revolta aos brasileiros!”.

Destacamos ainda assuntos da maior importância como: Direito do Vereador; Câmara; Senado; Judiciário; CGU; Interlegis; partidos; Desonerações; Gastos; Remuneração; PIS-COFINS; Pacto Federativo; Futebol; Saúde, Educação; Diplomacia; entre tantos outros, que vale a pena conferir.

Enfim, queremos agradecer aos nossos leitores, pela participação com as críticas e sugestões de pautas que nos enviaram através do nosso e-mail e continuamos perseguindo o slogan que resume as características da revista de ser “A cara e a voz do Legislativo!”.

Boa leitura! Milton Atanazio Editor-chefe [email protected]

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Salvador-BA

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ABRACAM PROMOVE SEMINÁRIO DE FORTALECIMENTO DO LEGISLATIVO MUNICIPAL EM SALVADORA Associação Brasileira de Câmaras Municipais escolheu o cenário de Salvador, capital da Bahia para envolver e capacitar os parlamentares da Região

Da redação

No mês de agosto, nos dias 25 a 27, aconteceu mais uma edição do Seminário de

Fortalecimento do Legislativo Municipal, na Região Nordeste, em Salvador/BA. O evento que neste ano já ocorreu nas Regiões Norte, em Belém/PA e Sudeste no Rio de Janeiro/RJ escolheu o cenário de Salvador, capital da Bahia, para envolver e capacitar os parlamentares da Região.

Com uma programação bem diversificada, foram pautadas temáticas de grande relevância para os vereadores, como: Orçamento impositivo, reforma da lei orgânica, modernização das Câmaras, dentre outros assuntos. Estiveram presentes, representantes de órgãos emblemáticos, como do Tribunal de Contas e Controladoria Geral da União, assim como, empresas parceiras da Associação.

A mesa diretora da ABRACAM esteve representada pelo presidente nacional Rogério Rodrigues da Silva, o vereador Luiz Dutra – Vice-presidente, a vereadora Cida Ferreira – Presidente da Abracam Mulher, Dr. César Assis – Vice-presidente jurídico e o Dr. Luiz Kirchner – Diretor de Assuntos Estratégicos.

Estiveram presentes também, na abertura do evento para composição da mesa, o Sr. Martiniano Costa – chefe de gabinete, representando o Governador da Bahia – Rui Costa, o Dr. Ronaldo Santana

– Auditor Substituto do Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, o Sr. Tiago Guerreiro – Diretor da empresa Kenta e o empresário Mauro Motoryn – Diretor-presidente da empresa I-Brasil, ambas empresas parceiras da ABRACAM.

A palestra ministrada pelo Dr. Mauro Motoryn com o lançamento do aplicativo Dizgoo, surpreendeu o público presente, com a nova plataforma que auxilia a atividade do vereador e da Câmara com foco no cidadão.

TECNOLOGIA O aplicativo Dizgoo promete revolucionar

e melhorar a forma de fazer pesquisa de opinião entre a população do município e a câmara municipal. Com gráfico animado e em tempo real, o usuário responde questões sobre qualidade de vida, vida em sociedade, cidade, política e/ou administração pública. A novidade teve lançamento nacional, durante

o Seminário de Fortalecimento do Legislativo Municipal da ABRACAM.

Durante o seminário, o empresário Mauro Morotyn ministrou a palestra sobre cidadania e como a tecnologia pode redefinir a relação entre cidadãos e gestores públicos. Além do lançamento do Dizgoo, Morotyn apresentou também o MyFunCity, uma plataforma de avaliação popular sobre a qualidade de vida e os serviços da cidade.

Com os três dias de palestras e debates em que o foco determinante foi o fortalecimento do legislativo municipal, o presidente da Associação Brasileira de Câmaras Municipais, Rogério Rodrigues da Silva acentuou a importância da participação em massa dos vereadores e vereadoras nos seminários da Abracam.

“A importância do engajamento dos vereadores nos seminários, mostra que cada dia que passa, ele (o vereador) tem

Arquivo ABRACAM

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

mais consciência do seu valor e o peso de sua representatividade no contexto político nacional”, destacou o presidente.

No decorrer do evento, foi convidado o Vereador Dr. Edvaldo Brito para dar início a sua palestra, onde foi surpreendido pelo Presidente da ABRACAM que lhe concedeu um troféu da Associação Brasileira das Câmaras Municipais – uma homenagem pela luta da causa em favor do municipalismo. O vereador emocionado agradeceu a homenagem e iniciou a sua palestra sobre o Fortalecimento do Legislativo Municipal através da iniciativa do vereador em matéria tributária.

Para o encerramento do primeiro dia de seminário, os vereadores e vereadoras foram agraciados com uma apresentação cultural do grupo “As ganhadeiras de Itapuã”, que conquistaram a premiação neste ano, considerada o Oscar da Música Popular Brasileira na categoria de melhor álbum e melhor grupo. Os vereadores presentes embalados ao som do grupo, dançaram, cantaram e se encantaram com a beleza dessa cultura mágica.

As palestras ministradas na composição da mesa no segundo dia tiveram como abertura a exposição do Dr. Alexandre André Santos – Diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP). O discurso mostrou aos vereadores a importância de priorizar a educação, pois seus reflexos atingem todos os outros pontos numa cidade. Foi aberto um espaço para debates e perguntas, onde os vereadores puderam sanar suas dúvidas e interagirem com o palestrante.

Seguindo a programação, a Empresa de tecnologia e informatização Kenta, de Porto Alegre/RS, representada pelo seu

diretor Tiago Guerreiro, palestrou sobre a Modernização das Câmaras Municipais, apresentando aos presentes uma forma de informatizar suas Câmaras com produtos, que além de qualificar o serviço prestado à sociedade possui um software que utiliza novas tecnologias para gravação digital, gerenciamento e distribuição dos acervos de áudio, vídeo e texto das sessões plenárias. A empresa Kenta, uma empresa parceira da ABRACAM sorteou entre os vereadores um Vinho, tendo como ganhador o vereador de Cedro/CE.

Um dos temas bastante aguardado foi proferido pelo Dr. Ronaldo Nascimento Santana – Auditor Substituto do Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia. O tema abordado foi “As decisões do Tribunal de Contas e seus Reflexos nas Câmaras Municipais”, onde abordou e esclareceu para os vereadores, a verdadeira função do tribunal de Contas e a importância do trabalho realizado junto aos vereadores em relação ao poder fiscalizatório que ambos possuem.

No período da tarde, o Sr. Luiz Kirchner – Cientista Político e Diretor Nacional de Assuntos Estratégicos da ABRACAM abriu os trabalhos com a palestra sobre Modelo de Excelência em gestão para as Câmaras Municipais – MEG, apresentando um projeto que envolve toda a reestruturação da Câmara, desde qualificação dos Vereadores e Servidores, até a implantação do portal com domínio.LEG.

A Controladoria Geral da União (CGU) representada pelo Dr. Romualdo Anselmo dos Santos – Analista de Finanças e Controle, e Coordenador do Núcleo de Ações de Prevenção da Corrupção da CGU apresentou aos vereadores a palestra sobre Sistema de

Controle e o Combate a corrupção, um tema bastante discutido atualmente e que reflete em todos os Poderes.

O presidente nacional da ABRACAM, Rogério Rodrigues, concluiu o segundo dia, com uma breve apresentação aos vereadores sobre as alterações da Reforma Política e os seus reflexos e impactos nas próximas eleições, do ano de 2016.

O ponto alto do terceiro e último dia do Seminário, foi a palestra ministrada pelo orador da mais alta linhagem de conhecimento na área do Direito Legislativo, o Dr. Paulo Silas Alvarenga – abordando a temática de Função Fiscalizadora do Vereador e seus Desafios.

A ABRACAM vem desenvolvendo há vários anos, inúmeras ações que buscam dar capacidade e qualificação aos vereadores e vereadoras, para que exerça suas funções da melhor maneira possível, dando à prática parlamentar municipal o exercício pleno do Estado Democrático de Direito.

O encerramento estendeu-se com a palavra do presidente da ABRACAM, Rogério Rodrigues da Silva, agradecendo a todos os participantes com a entrega dos certificados, aproveitando para convidar a todos os representantes das Câmaras Municipais para os próximos eventos deste ano. n

PROGRAMAÇÃO

Seminário de Fortalecimento do Legislativo Municipal

Região Sul22, 23 E 24 DE SETEMBRO

Florianópolis – SC

Outubro Rosa – 1º Encontro Nacional das Vereadoras

Evento Nacional27, 28 E 29 DE OUTUBRO

Brasília – DF

8º Congresso Brasileiro de Câmaras Municipais

Evento Nacional 24, 25 E 26 DE NOVEMBRO

Brasília – DF

Arquivo ABRACAM

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Acre-AC

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VEREADOR ARTÊMIO COSTA É ELEITO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE CÂMARAS DO ACREEvento esse que reuniu aproximadamente 200 vereadores do estado com o intuito de estreitar e solidificar essa relação entre os parlamentares

Por Daiana Alves Moreira

Buscando prestígio e voz para os parlamentares, vereadores dos vinte e dois municípios do

Acre criam a primeira Associação que representará o legislativo do estado.

A Associação de Câmaras Municipais do Acre (Aceacre) foi efetivada durante o I Encontro de Câmaras Municipais do Acre, evento esse que reuniu aproximadamente 200 vereadores do estado com o intuito de estreitar e solidificar essa relação entre os parlamentares.

No decorrer do evento foi votada e empossada a primeira diretoria da Associação, tendo como critério de votação a eleição de representantes de todas as regiões acreanas e de diferentes partidos. A frente da diretoria estão os Vereadores Artêmio Costa de Rio Branco e Rocilda Alves de Cruzeiro do Sul.

A Aceara foi idealizada pelo Presidente Artêmio Costa, vereador e também presidente da Câmara Municipal de Rio Branco/AC. Para o Presidente Artêmio a Associação era um sonho antigo, pois ele sentia a ausência de ter no estado uma Associação que visasse e zelasse pelo Legislativo. Foi pensando assim que criou a Aceara

para fortalecer as Câmaras e capacitar seus servidores. “Às vezes a pessoa é eleita para um cargo no Legislativo sem ao menos saber quais são suas funções,

direitos e deveres que deve exercer, passando em muitos casos o mandato inteiro assim.” Desabafa Artêmio.

O Projeto de criação da Associação Divulgação

Divulgação

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

foi dividido e articulado entre o Vereador Artêmio Costa juntamente com o Senador Jorge Viana e a Assembleia Legislativa do Acre, através de seu presidente o

deputado Ney Amorim. “Deve haver a união de todos independentemente de partido político, precisamos auxiliar no trabalho dos vereadores de todo o Acre”

afirma o Senador.“Hoje temos uma política de

valorização da nossa Câmara. Aqui acabamos com a verba indenizatória e vamos trabalhar para que o Legislativo Municipal se fortaleça em todo o estado. Nós queremos ouvi-los”, frisou Artêmio Costa.

O ponto principal para a criação da Associação foi dar voz a quem não tem voz, principalmente as Câmara de municípios do interior que geralmente são as mais exclusas e recebem menos recursos.

“Assumo a presidência da Associação com muita responsabilidade e vontade de trabalhar para ajudar os vereadores de todo o estado. Não tenho dúvida que se fortalecermos o trabalho dos vereadores resgataremos o respeito da sociedade com a atividade parlamentar, que é tão importante para o funcionamento dos municípios, do estado e do Brasil”, conclui Artêmio.

O prazo de mandato dessa nova diretoria eleita é de apenas 18 meses, por causa do tempo que encerrará as atuais legislaturas, porém, a proposta é que a partir da próxima diretoria os mandatos tenham duração de dois anos. n

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Vereador Artêmio Costa e o Senador Jorge Viana (PT-AC)

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O

Justiça

Da redação

O Supremo Tribunal Federal (STF) irá decidir sobre o direito de vereador obter

diretamente do prefeito informações e documentos sobre a gestão municipal. O tema está em debate no Recurso Extraordinário (RE) 865401, que teve repercussão geral reconhecida por unanimidade no Plenário Virtual da Corte.

O relator do caso, ministro Dias Toffoli, destacou que a matéria apresenta “inegável transcendência”, extrapolando o interesse das partes, e a decisão que vier ser tomada pelo STF também alcançará outros parlamentares, como senadores e deputados federais e estaduais.

O tema está em debate no Recurso Extraordinário (RE) 865401

PEDIDO DE INFORMAÇÕES AO EXECUTIVO FEITO POR PARLAMENTAR É TEMA DE REPERCUSSÃO GERAL

O recurso foi interposto pelo vereador Marcos Antônio Ribeiro Ferraz, de Guiricema (MG), contra decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) que negou seu pedido para

ter acesso dados da prefeitura da cidade, alegando ingerência indevida de um Poder em outro. Segundo a Corte estadual, a fiscalização do Executivo é feita pelo Legislativo, porém, esta não se processa por ato isolado de um vereador, sendo competência privativa da Câmara Municipal com o auxílio direto do Tribunal de Contas.

O parlamentar alegou que, diante de reclamações de cidadãos e fornecedores da Prefeitura, solicitou informações e documentos ao prefeito para poder exercer sua atribuição de controle e fiscalização dos atos do Executivo e para prestar eventuais esclarecimentos à população local.

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Ministro Dias Toffoli

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

Informou que a Câmara Municipal não aprovou o pedido e, diante disso, solicitou os dados diretamente ao chefe do Executivo, que se negou a prestar as informações desejadas. Posteriormente, recorreu à Justiça.

No RE interposto ao Supremo, o vereador argumenta que a questão se reveste de grande repercussão nas searas jurídica e política, uma vez que se discute o direito constitucional de acesso, por parte de cidadãos e parlamentares, a informações e documentos públicos não sigilosos que estejam em posse de autoridades públicas, previsto no artigo 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal.

O dispositivo estabelece que “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.

REPERCUSSÃO GERALO ministro Dias Toffoli manifestou-

se pela existência de nítida densidade

constitucional e de repercussão geral, uma vez que as questões postas na ação extrapolam os interesses subjetivos das partes. “O acesso à informação, seja ela de interesse particular, coletivo ou

geral, a transparência da gestão e das contas públicas, a publicidade dos atos da Administração e a deferência para com o cidadão, manifesta por meio da prestação de contas e da exibição de

documentos sempre que solicitadas constituem, e quanto a isso inexiste celeuma, pilares do Estado Democrático de Direito, o que por si só bastaria para justificar a relevância do tema em apreço”, apontou.

O relator frisou que o caso concreto traz um detalhe particular, pois o autor dos requerimentos é detentor de mandato parlamentar, encontrando-se imbuído dos deveres de representação dos interesses dos cidadãos e de fiscalização da atuação do Executivo. Assim, o STF irá decidir se, uma vez rejeitado o requerimento de solicitação pela maioria da Casa Legislativa, o parlamentar pode solicitar isoladamente as informações.

“O interesse geral na definição dessas teses é evidente, visto que o problema posto envolve a definição das competências dos órgãos legislativos, a distinção entre prerrogativas da Casa Legislativa e de parlamentares e, também, a delimitação das possibilidades de atuação das minorias”, acentuou, destacando que a jurisprudência do Supremo sobre o tema ainda não é conclusiva. n

Divulgação

O interesse geral na definição dessas teses é evidente, visto que o

problema posto envolve a definição das competências dos órgãos legislativos, a

distinção entre prerrogativas da Casa Legislativa e de parlamentares e,

também, a delimitação das possibilidades de atuação

das minoriasMinistro Dias Toffoli

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Na Câmara

O governo não conseguiu o adiamento da votação, o que abriu caminho para aumentar a crise política

Polícias Civil e Federal à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O governo não conseguiu o adiamento da votação, o que abriu caminho para aumentar a crise política.

PAUTAS-BOMBAS E CONTAS DE EX-PRESIDENTES MARCAM VOLTA DO RECESSO NA CÂMARA

Da redaçãoO governo queria adiar a votação

e tentou costurar um acordo com os líderes partidários para tentar construir uma alternativa à PEC que, segundo ele, prejudicaria as contas públicas da União, dos estados e dos municípios, em cerca de R$ 9,9 bilhões ao ano.

Sem conseguir fechar acordo, a proposta acabou sendo votada no dia 5 e aprovada por 445 votos a favor e 16 contrários. A proposta vincula o maior salário dessas categorias a 90,25% do subsídio mensal dos ministros do STF. No acaso da AGU, o salário em final de carreira do advogado-geral da União passa de R$ 22.516,94 para os R$ 30.471,10. “Fizemos várias reuniões discutindo a PEC 443. O governo considera que a opção de votar essa PEC é do Congresso”, disse o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE).

O processo de debate em torno da PEC foi tumultuado e fez com que o PDT deixasse a base aliada e o PTB se declarasse independente. Após perder a votação de um requerimento de adiamento da votação da PEC, Cunha afirmou que o governo perdeu o comando sobre a base aliada. “O governo perdeu absolutamente o comando do processo e não é por minha causa”, disse. A declaração de Cunha foi repercutida pelo aliado e líder do PMDB na Casa, Leonardo Picciani (RJ) que disse que o modelo da base aliada “se exauriu”.

AAvolta do recesso parlamentar foi marcada por uma semana com temperatura elevada na Câmara dos Deputados,

envolvendo o governo e a oposição na votação das chamadas pautas-bombas, a aprovação das contas de ex-presidentes e a definição do comando das comissões parlamentares de Inquérito (CPIs) criadas pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O primeiro round da batalha girou sobre a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) 443/09 que vincula o salário da Advocacia-Geral da União (AGU), dos procuradores estaduais e municipais e dos delegados das

Eduardo Cunha comandou aprovação de proposta de emenda à Constituição que aumenta remuneração de servidores e terá impacto fiscal de R$ 9,9 bilhões por ano

Divulgação

O governo queria adiar a votação e tentou costurar um acordo com os líderes

partidários para tentar construir uma alternativa à PEC que, segundo ele, prejudicaria as contas

públicas da União

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A cara e a Voz do Legislativo | 13

Durante a votação, Cunha disse que não votará o segundo turno da proposta antes de incluir na Constituição o texto da PEC 172, que impede a transferência de encargos a estados e municípios sem a respectiva receita. “Fiz a minha parte. Já anunciei que não voto o segundo turno da PEC 443 enquanto não votar a PEC 172 e ela ser promulgada. Essa proposta impede que se transfira encargos sem a respectiva receita para entes federados. Se ela [PEC] estiver no texto da Constituição, podemos concluir a votação. Se não estiver, do jeito que está não votarei”, adiantou.

A aprovação da PEC não foi o único revés sofrido pelo governo que viu ainda o plenário da Casa aprovar as contas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, abrindo caminho para uma eventual apreciação das contas da presidenta Dilma Rousseff. O Planalto esperava que a votação fosse iniciada na próxima semana.

A apreciação das contas pela Câmara, contudo, está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) pela presidente da

Comissão Mista de Orçamento (CMO), Rose de Freitas (PMDB-ES) com o argumento de que a análise de contas presidenciais é prerrogativa do plenário do Congresso Nacional (sessão conjunta da Câmara e do Senado), não das duas Casas em separado.

A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

Divulgação

A definição do comando da CPI destinada a investigar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instalada no dia 6 também desagradou ao PT,

que perdeu a relatoria após articulações do PR com o PMDB. Coube ao partido apenas a segunda vice-presidência da Comissão, ocupada por Carlos Zarattini, de São Paulo.

Na CPI que trata de crimes cibernéticos, o partido, que tem a segunda maior bancada na Casa, disputa com o PPS a vice-presidência, a definição deve ocorrer no dia 11. O partido também corre o risco de ficar de fora da relatoria da CPI destinada a investigar possíveis irregularidades nos fundos de pensão, a ser instalada no dia 12.

A semana foi marcada ainda pelo bate-boca na CPI da Petrobras entre o presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), durante a reunião para colher o depoimento do presidente da Mitsui no Brasil, Shinji Tsuchiya.

A Mitsui e a Samsung Heavy Industry no Brasil foram citadas em depoimento do doleiro Alberto Youssef como tendo pago propina, intermediada pelo lobista Júlio Camargo, ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e seu partido em um contrato de aluguel de sondas celebrado com a Petrobras. Tsuchiya disse aos deputados desconhecer o pagamento e a propina. Ele, no entanto, admitiu que Camargo atuou como representante da Samsung e que pode ter havido reuniões com a participação de funcionários da Mitsui.

A CPI também fez uma reunião para ouvir o empresário Milton Pascowitch, que em delação premiada disse ter intermediado o pagamento de propina ao ex-ministro José Dirceu e ao PT e que o dinheiro foi usado em campanhas eleitorais. Durante toda a reunião, que chegou a ser fechada ao público, Pascowitch permaneceu em silêncio e não respondeu às perguntas dos integrantes da comissão. n

Durante a votação, Cunha disse que não votará o segundo turno da

proposta antes de incluir na Constituição o texto da

PEC 172, que impede a transferência de encargos a estados e municípios sem a

respectiva receita

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No Senado

OPresidente do Senado afirma que o impeachment “não é o que a sociedade quer de nós” e define uma agenda para a retomada do crescimento

RENAN DIZ QUE IMPEDIMENTO DE DILMA SERIA ‘‘BOTAR FOGO NO BRASIL’’

Da redação

O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL),

afirmou que temas como impedimento e apreciação de contas dos governos anteriores e do atual não são prioridades. “Na medida que o Congresso tornar isso prioritário, estaremos pondo fogo no Brasil. E não é isso que a sociedade quer de nós”, disse o parlamentar, após reunião com ministros na residência oficial do Senado.

A reunião serviu para que Renan definisse com os ministros da área econômica e outros uma agenda para a retomada do crescimento econômico e outras reformas necessárias ao país após a crise. Na opinião dele, essa agenda deve ser ampla a ponto de reunir as forças políticas em torno dela.

“Eu acho que agenda tem que tratar de tudo, da reforma do Estado, da coalizão, da sustentação congressual. Eu acho que esse modelo político, essa coalizão, ela já se esgotou no tempo. É preciso dar fundamento ao ajuste, à agenda da retomada do crescimento, sinalizar claramente com relação ao futuro do Brasil e construir uma convergência com relação a esse futuro”, disse o presidente do Senado.

Uma das principais lideranças do PMDB, o senador Romero Jucá (RR) também participou da reunião com os ministros e disse que a proposta é que o Senado se encarregue de “capitanear a retomada da animação econômica”. Ele confirmou que foi convidado para jantar hoje à noite no Palácio da Alvorada, com a presidenta Dilma Rousseff e outros senadores e disse que o governo está “procurando construir pontes”.

“Se está procurando construir pontes, vamos ver os termos dessas

pontes. O Congresso tem que procurar colocar aquilo que deseja, aquilo quer, e a partir daí procurar uma convergência. Eu acho que, no momento grave que o país está passando, nós temos que procurar construir essa convergência para superar a dificuldade econômica. Se nós conseguirmos, vai ser uma vitória da política”, disse Jucá.

Enquanto os dois peemedebistas acertavam um acordo com os ministros para a agenda de retomada do crescimento, no plenário do Senado

Presidente do Senado e do Congresso NacionalRenan Calheiros (PMDB-AL)

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

lideranças petistas também fizeram discursos para defender o mandato da presidenta Dilma. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil, acusou a oposição de inconformismo com o resultado das eleições de 2014 e de tentar burlar a Constituição, ao propor novas eleições.

“Temos uma presidenta eleita, empossada e no exercício do mandato. Nossos líderes tucanos não querem o impeachment, mas querem novas eleições. De preferência, eleições que eles vençam, claro, porque, se perderem poderemos ter que ouvir novamente todas as desculpas que estamos ouvindo desde o resultado das urnas, que decepcionou tanto o PSDB”, disse Gleisi Hoffmann. Ainda segundo ela, desde a eleição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a base aliada do governo na Casa está “desorganizada e mesmo sublevada contra o Executivo”.

O líder do PT, Humberto Costa (PE),

ressaltou que estamos passando por “séria instabilidade política no país, que exige de todas as lideranças responsáveis um esforço em favor de uma grande concertação nacional”. Segundo ele, as empresas já começam a sofrer os efeitos desta instabilidade e a economia é a mais afetada pelo comportamento

considerado por ele irresponsável.“Com a anuência do presidente

da Câmara dos Deputados, a oposição quer atacar o governo, aprovando todo tipo de aberração fiscal, tributária e administrativa, o que poderá inviabilizar o Brasil não apenas durante este governo, mas durante um longo espaço de tempo para os próprios governos que venham a suceder o governo da presidenta Dilma”, disse o líder petista no senado.

Humberto Costa também declarou que a presidenta “não será impedida de governar. Não pensem que a população vai assistir passivamente uma presidente eleita legitimamente ser derrubada, que os lutadores sociais, os militantes, vão para casa colocar o pijama e assistir à novela das oito. Não, com certeza não irão! Este país viveria uma convulsão porque, sem legalidade e sem legitimidade, nenhuma coalizão política que sucedesse Dilma poderia ser aceita pelos brasileiros”, declarou Costa. n

Renan Calheiros e a presidenta da República, Dilma Rousseff

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O líder do PT, Humberto Costa (PE), ressaltou

que estamos passando por séria instabilidade

política no país, que exige de todas as lideranças

responsáveis um esforço em favor de uma grande

concertação nacional

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O

Lei de Drogas

Segundo o entendimento adotado pelo ministro, a criminalização estigmatiza o usuário e compromete medidas de prevenção e redução de danos

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do Recurso

Extraordinário (RE) 635659, com repercussão geral reconhecida, votou pela inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), que define como crime a porte de drogas para uso pessoal. Segundo o entendimento adotado pelo ministro, a criminalização estigmatiza o usuário e compromete medidas

RELATOR VOTA PELA DESCRIMINALIZAÇÃO DO PORTE DE DROGAS PARA CONSUMO PRÓPRIO

Da redação de prevenção e redução de danos. Destacou também que se trata de uma punição desproporcional do usuário, ineficaz no combate às drogas, além de infligir o direito constitucional à personalidade.

Em seu voto, o relator declarou a inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas sem redução de texto, de forma a preservar a aplicação na esfera administrativa e cível das sanções previstas para o usuário, como advertência, prestação de serviços à comunidade e comparecimento em curso educativo. Segundo seu entendimento,

os efeitos não penais das disposições do artigo 28 devem continuar em vigor como medida de transição, enquanto não se estabelecem novas regras para a prevenção e combate ao uso de drogas.

O ministro ainda estabeleceu que, nos casos de flagrante por tráfico de drogas, a fim de dar validade à prisão preventiva, será necessária a apresentação imediata do autor à presença do juiz. Essa medida seria necessária a fim de evitar que usuários sejam presos preventivamente por tráfico sem provas suficientes, atribuindo ao juiz a função de analisar as circunstâncias do ato e avaliar a configuração da hipótese de uso ou de tráfico.

Em seu voto, o ministro deu provimento ao recurso apresentado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo e absolveu o réu por atipicidade da conduta. No caso, que deverá servir de parâmetro para os demais processos sobre a matéria, trata-se de um detento flagrado com a posse de três gramas de maconha.

DESCRIMINALIZAÇÃO E LEGALIZAÇÃO

O relator destacou em seu voto que a descriminalização do uso não significa a legalização ou liberalização da droga,

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

que continua a ser repreendida por medidas legislativas sem natureza penal, assentando que podem haver outras medidas adequadas para lidar com o problema. Cita ainda diversos países que adotaram legislações que optaram por não criminalizar o uso, havendo ainda casos em que a decisão foi tomada pela Suprema Corte, como na Colômbia, em 1994, e na Argentina, em 2009.

Quanto à opção tomada pelo legislador brasileiro na Lei 11.343/2006, que retirou do ordenamento a previsão da pena de privação de liberdade, a manutenção do uso como tipo penal acaba tendo ainda assim efeitos nocivos para o usuário e para a política de drogas.

“Apesar do abrandamento das consequências penais da posse de drogas para consumo pessoal, a mera previsão da conduta como infração de natureza penal tem resultado em crescente estigmatização, neutralizando, com isso, os objetivos expressamente definidos no sistema nacional de políticas sobre drogas, em relação a usuários e dependentes, em sintonia com políticas de redução de danos e prevenção de riscos.”

DANO COLETIVO E PRIVADOPara declarar a inconstitucionalidade

da previsão do artigo 28 da lei, o ministro vê que a norma possui vícios de desproporcionalidade, uma vez que dados indicam que em países em que o consumo foi descriminalizado, não houve aumento significativo do uso. Isso porque, entre os fatores que levam o indivíduo ao consumo de drogas, a criminalização seria um fator de pouca relevância.

O uso de drogas, em seu entendimento, é conduta que coloca em risco a pessoa do usuário, não cabendo associar a ele o dano coletivo possivelmente causado à saúde e segurança públicas. “Ainda que o usuário adquira as drogas mediante o contato com o traficante, não se pode imputar a ele os malefícios coletivos decorrentes da atividade ilícita. Esses efeitos estão muito afastados da conduta em si do usuário. A ligação é excessivamente remota para atribuir a ela efeitos criminais”, afirma.

DIREITO DE PERSONALIDADEPor fim, o ministro entende que a

criminalização acaba interferindo no

direito de construção da personalidade dos usuários, principalmente os jovens, mais sujeitos à rotulação imposta pelo tipo penal, classificados como criminosos por uma conduta que, se tanto, implica apenas autolesão.

“Tenho que a criminalização da posse de drogas para uso pessoal é inconstitucional, por atingir, em grau máximo e desnecessariamente, o direito ao desenvolvimento da personalidade em suas várias manifestações, de forma, portanto, claramente desproporcional”, afirma.

AÇÕES DO CNJO voto propôs também que o

Conselho Nacional de Justiça (CNJ) seja acionado para diligenciar, em articulação com Tribunais de Justiça, Ministério da Justiça, Ministério da Saúde e Conselho Nacional do Ministério Público os encaminhamentos necessários à aplicação dos dispositivos do artigo 28 em procedimento cível. Também cabe ao CNJ, segundo o relator, articular estratégias preventivas e de recuperação de usuários com os serviços de prevenção. O CNJ também deve, em seis meses, regulamentar, a apresentação imediata do preso em flagrante por tráfico ao juiz, e apresentar relatórios semestrais com providências tomadas e resultados obtidos. n

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Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

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C apa

POR MILTON ATANAZIOFOTOS: ROBERTO STUCKERT FILHO/PR E AGÊNCIA BRASILCOLABORAÇÃO: ESTAGIÁRIA KÊMILY BARROS

MANIFESTAÇÕESApós as manifestações de 12 de abril e 15 de março, os

brasileiros voltaram às ruas para protestar em todo o país. Não teve registro de incidentes graves

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Na avaliação do Planalto, destacaram como positivo

as manifestações não terem repetidos os mesmos números da concentrações

de março

NNo mês de agosto o país recebeu duas manifestações, uma a favor do impeachment

da presidenta Dilma Rousseff e críticas ao governo, no domingo dia 16 e a outra a favor na quinta-feira (20).

A primeira, os atos ocorreram com tranquilidade e reuniram pessoas que foram às ruas com camisetas da Seleção Brasileira, cartazes com diversos pleitos e bandeiras do Brasil.

Na avaliação do Planalto, destacaram como positivo as manifestações não terem repetidos os mesmos números da concentrações de março, além do fato de a oposição não ter conseguido grande visibilidade nos atos, mesmo tendo feito convocação usando suas inserções comerciais no rádio e na TV para convocar pessoas e participação dos atos, com alguns de seus principais líderes nas ruas. Porém um fato preocupante foi ter focado nas figuras da presidente Dilma Rousseff, do presidente Lula e do PT.

A segunda, transcorreu também sem qualquer incidente nas manifestações nas principais capitais do país,

organizadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e outras organizações sociais. Os participantes defenderam com unanimidade o mandato da presidenta

Dilma Rousseff e suas reivindicações se distribuem entre os interesses políticos e econômicos de cada categoria, que vão desde o protesto contra a terceirização às medidas de ajuste fiscal.

DIA 16 As manifestações contra o governo

federal que ocorreram em várias capitais, não teve registro de incidentes graves. Em Brasília, a manifestação ocorreu pela manhã e terminou por volta das 12h30 em frente ao Congresso Nacional. Os participantes saíram do Museu da República e, em frente à Catedral de Brasília, fizeram uma pausa e rezaram, de mãos dadas, o Pai Nosso. Depois, seguiram para o gramado do Congresso onde estenderam faixas e entoaram gritos de “Fora Dilma” e “Fora PT”.

No Rio de Janeiro, depois de cinco horas de caminhada pela orla de Copacabana, os manifestantes encerrraram o ato cantando o Hino Nacional e também rezando o Pai Nosso. A caminhada foi acompanhada por cinco carros de som por cerca de dois quilômetros, sob sol escaldante.

Os discursos, no Rio, variavam nos carros de som, mas a maioria dos cartazes e faixas pedia o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Em alguns momentos, as declarações eram contraditórias. Enquanto em um carro de som, as palavras de ordem hostilizavam alguns meios de comunicação, em outro era feita a defesa da liberdade de imprensa. No meio da multidão, um cidadão gritou: “Viva a democracia, Lula 2018” e, sob vaias e xingamentos, precisou ser escoltado por policiais militares.

Em São Paulo, o palco das manifestações foi novamente a Avenida Paulista, que reuniu pessoas de diferentes perfis e faixas etárias. Eram famílias com crianças, casais e grupos de amigos que criticavam a situação política e econômica do país.

Também tomaram conta da Paulista fantasias, adereços e carros alegóricos. Um manifestante, por exemplo, instalou um barco em cima do carro fazendo

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OPOSIÇÃOMembros da oposição estiveram

presentes em algumas capitais brasileiras. O senador tucano Aloysio Nunes participou do ato em Brasília e disse que ali estava como um cidadão comum.

Em São Paulo, o senador José Serra (PSDB) esteve na Avenida Paulista. Ele chegou por volta das 16h e foi cumprimentado por manifestantes ao

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Embora todos os manifestantes pedissem a saída da presidenta, a

forma como isso poderia ocorrer dividiu

os movimentos

menção ao Titanic. Outro levou um imenso balde pintado de preto para simular tanques de petróleo da Petrobras.

Embora todos os manifestantes pedissem a saída da presidenta, a forma como isso poderia ocorrer dividiu os movimentos. Um deles, por exemplo, a União Nacionalista Democrática defendia a intervenção militar. Já o porta-voz do movimento Vem pra Rua, Rogerio Chequer, pregava o impeachment imediatamente, como consequência das denúncias ora sob análise do Tribunal de Contas da União, que “caracteriza ações que configuram crime de responsabilidade”.

Sobre denúncias de corrupção contra outras figuras políticas, o Vem pra Rua “exige investigação de todos que têm indício de participação nos esquemas de corrupção”. “Os presidentes da Câmara e do Senado já estão mencionados em atos que exigem investigação”, disse o porta-voz.

longo do trecho que percorreu. “A manifestação é uma

demonstração de impaciência. A manifestação é pacífica, sem governo ou sindicato por trás. Vim como paulistano, morador de São Paulo. Vim como José. A espontaneidade é muito alta, eu diria até emocionante”, disse o senador.

Mais cedo, em Belo Horizonte, o senador Aécio Neves, também do PSDB, discursou em um carro de som. “Venho como cidadão indignado com a corrupção, com a mentira, com a incompetência desse governo”, disse Aécio.

PELO PAÍSEm Goiânia, os manifestantes se

reuniram em frente à Praça Tamandaré, no Setor Oeste. Em Campo Grande, a concentração ocorreu na Praça do Rádio Clube e não houve passeata.

Em Fortaleza, a manifestação se concentrou na praça Portugal, no bairro

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Com gritos de “não vai ter golpe”, na hora do almoço, petistas, lideranças sindicais

e movimentos sociais concentraram-se em frente ao Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo

Aldeota, área nobre da cidade e, na sequência, o público caminhou em direção à orla da Praia de Iracema.

O deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ) participou do evento e foi recebido de forma calorosa. Enquanto seguia pela praça, era chamado de “Bolsomito” e de “orgulho brasileiro”. Algumas pessoas vestiam camisetas que estampavam o rosto do deputado.

Como ocorreu em outras cidades do país, curitibanos coletaram assinaturas para a criação de um projeto de lei de iniciativa popular com dez medidas contra a corrupção. Houve faixas e fotos em apoio ao juiz Sérgio Moro, juiz federal da capital paranaense que preside parte do processo de investigação da Operação Lava Jato.

Já em Porto Alegre, além de baterem panelas, as pessoas levaram às ruas cartazes com dizeres como “Chega de tanto imposto” e “Acorda Brasil”. Nas ruas de Macapá, os manifestantes fizeram uma passeata atrás de um carro de som, utilizando camisetas e faixas pedindo “Fora, Dilma”.

Na orla de João Pessoa, a concentração se iniciou na Praia Cabo Branco e partiu no sentido do Busto de Tamandaré. O ato em Vitória ocorreu na Praça do Papa, com camisetas da Seleção Brasileira, balões amarelos e bandeiras do Brasil. Manifestantes em Florianópolis se reuniram no período da tarde na Avenida Beira-Mar. Bonecos com fotografias do juiz Sérgio Moro, de Lula e de Dilma também fizeram parte do protesto que ocorreu em Natal.

Pela manhã, em Maceió, os manifestantes se reuniram no Corredor Vera Arruda, na orla, e seguiram em direção ao Bairro Ponta Verde. Em Salvador, os manifestantes se concentraram no Farol da Barra.

INSTITUTO LULACom gritos de “não vai ter golpe”,

na hora do almoço, petistas, lideranças sindicais e movimentos sociais concentraram-se em frente ao Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. No ato, os participantes pediam respeito à democracia e protestavam contra o ataque sofrido pelo instituto durante a semana. Os manifestantes estavam acampados em frente ao instituto desde a segunda-feira passada (10). “O atentado ao instituto foi um atentado à democracia”, disse Adi dos Santos Lima, presidente da Central Única dos Trabalhadores no estado de São Paulo.

Participaram do ato representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da CUT, do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo, Sindicato

dos Trabalhadores na Administração e Autarquias do Município de São Paulo, Sindicato dos Bancários, Sindicato dos Químicos e de movimentos sociais.

DIA 20Em São Paulo, os manifestantes, que

se concentraram no Largo da Batata, na zona oeste da cidade, caminham neste momento em direção ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). A passeata passará pelas avenidas Faria Lima, Rebouças e Paulista. Cerca de 75 mil pessoas, segundo os organizadores, participam do ato. A Secretaria de Segurança Pública, até o momento, não deu uma estimativa sobre o número de manifestantes.

Um manifesto contra o ajuste fiscal, pela defesa da democracia e dos direitos sociais foi apresentado pelas entidades. Assinam o documento, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Marcha Mundial das Mulheres, entre outros.

“Este ato foi puxado em cima de um manifesto. Este ato não é e nem vai

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se tornar um ato de defesa do governo. Isso tem que ficar muito claro”, disse Guilherme Boulos, um dos líderes do MTST. “Existe um posicionamento, do conjunto das organizações em defesa da democracia e de ser contra a postura golpista da direita. Mas existe igualmente um posicionamento claro de ser contra o ajuste fiscal, de ser contra a Agenda Brasil e de não ser em defesa do governo”, acrescentou.

A manifestação na capital paulista teve ainda a presença de políticos e militantes do PT, PCdoB, PCO e PDT. Orlando Silva, ex-ministro do Esporte e atual deputado federal (PCdoB), elogiou o grau de representatividade do evento. “Considero este ato muito representativo dos movimentos sociais. Aqui há as centrais sindicais, entidades da juventude, movimentos sem-teto. Considero que é um ato que tem uma marca muito positiva, que é a defesa da democracia, e considero legítimo os movimentos sociais criticarem medidas do governo. É natural haver críticas ao ajuste econômico porque isso afeta a vida das pessoas. E a democracia se fortalece”, disse.

No final do ato, por volta das 22h, assim como ocorreu no inicio, os manifestantes lembraram as mortes

ocorridas em uma chacina, na semana passada, nas cidades de Barueri e Osasco, na Grande São Paulo.

No Rio, a manifestação começou com uma concentração na Candelária, na região central da capital fluminense. Neste momento, os manifestantes estão na Cinelândia, depois de passar pela Avenida Rio Branco. Diversas entidades sindicais, estudantis e políticas estão representadas no ato. Participam também pessoas comuns.

Para o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Joacir Pedro, é

necessário reagir contra a tentativa de desestabilizar o atual governo. Segundo ele, que é presidente do Fórum dos Trabalhadores da Indústria Naval do Petróleo, o setor naval cresceu muito desde o inicio do governo Lula, quando pulou de 3 mil trabalhadores para 80 mil, com a decisão de construir navios e plataformas de petróleo no Brasil.

De manhã, ativistas do MTST e organizações sociais também se reuniram na Cinelândia contra o ajuste fiscal e medidas como a redução da maioridade penal e a Agenda Brasil, que consideram uma “ofensiva da direita” no país. O ato também é contra pedidos de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Os manifestantes caminharam por ruas do centro do Rio com faixas e palavras de ordem. A passeata foi acompanhada por policiais militares e agentes de trânsito.

Ao passar pelo Ministério da Fazenda, os manifestantes ocuparam as escadarias do prédio por alguns minutos. O grupo parou em frente ao número 50 da Avenida Nilo Peçanha, prédio onde funciona o escritório do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), gritando “Fora, Cunha” e palavras contra a redução da maioridade penal.

O coordenador do MTST, Felipe Brito,

A manifestação na capital paulista teve ainda a

presença de políticos e militantes do PT, PCdoB, PCO e PDT. Orlando Silva,

atual deputado federal (PCdoB), elogiou o

grau de representatividade do evento

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disse que o objetivo da manifestação é “emitir uma crítica à ofensiva conservadora, reacionária, autoritária e antipopular”, que, segundo ele, é personificada por Cunha. “Queremos que o governo reveja o caminho das políticas recessivas de enfrentamento da crise, porque o setor mais vulnerável é o dos trabalhadores”.

Em Fortaleza, integrantes de centrais sindicais, movimentos sociais, estudantes universitários e secundaristas, entre outros, saíram da Praça da Bandeira em direção à Praça do Ferreira, na região central da capital cearense. A organização estimou a presença de 20 mil pessoas. A Polícia Militar calculou 2,5 mil.

Os manifestantes levavam faixas com frases de apoio à Presidenta. “O nosso ato hoje é para reafirmar as urnas em 2014. O governo Dilma é um governo soberano, popular, que representa o que o povo brasileiro definiu nas urnas, mas que precisa tomar um curso à esquerda”, disse, a diretora de Políticas Públicas de Juventude, Trabalho e Estágio da União Nacional dos Estudantes (UNE), Ranyelle Neves.

O líder do governo na Câmara, deputado federal José Guimarães (PT-CE), participou do ato e reforçou o coro dos manifestantes. “A principal palavra de ordem é ‘não vai ter golpe’. Queremos deixar isso explícito. Se inventarem esse clima [de apoio ao impeachment], vai ter mobilização

social nas ruas para vencer essa direita que não tem compromisso com o crescimento do país. Há um problema econômico e a política não pode dificultar isso”, afirmou.

Em Salvador, a estimativa da Polícia Militar é de que cerca de 8 mil pessoas tenham participado das manifestações no período da tarde. Os organizadores estimaram cerca de 10 mil. A manifestação foi encerrada na Praça Castro Alves. Na parte da manhã, outro ato, organizado por centrais sindicais, reuniu cerca de 100 pessoas, segundo a PM, e 150, de acordo com os organizadores.

Na capital amazonense, a caminhada ocorreu no centro de Manaus. Segundo a Polícia Militar, aproximadamente 4 mil pessoas participaram da manifestação. Os organizadores informaram que 5 mil estiveram presentes.

Em Belo Horizonte, os manifestantes se reuniram no centro da cidade e, depois, saíram em passeata por várias ruas da região. Segundo a polícia Militar, aproximadamente 5 mil pessoas participaram do ato nesta quinta-feira. A organização estimou um público de 10 mil pessoas.

Em Recife, além do apoio ao governo, os manifestantes defenderam também a democracia e os direitos dos trabalhadores. A caminhada teve início na Praça do Derby. A estimativa dos organizadores é de que 5 mil pessoas fizeram a caminhada.

O ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, destacou o compromisso com a democracia e com os avanços sociais das manifestações desta quinta-feira. “Os movimentos sociais deram hoje uma grande demonstração de compromisso com a democracia e com os avanços sociais ocorridos em nosso país”, afirmou em nota. n

Os movimentos sociais deram hoje uma

grande demonstração de compromisso com a democracia e com os avanços sociais

ocorridos em nosso país

Ministro da Secretaria-geral da Presidência da República,

Miguel Rossetto

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GILMAR MENDES PEDE INVESTIGAÇÃO DAS CONTAS DE CAMPANHA DE DILMA

OO ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou no dia 21

que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal investiguem eventuais crimes cometidos na prestação de contas do PT na campanha presidencial de 2014.

A decisão foi proferida no processo de prestação de contas da campanha da presidenta Dilma Rousseff à reeleição. Apesar de a prestação ter sido aprovada pelo plenário da corte em dezembro do ano passado, o ministro pediu que supostos crimes sejam investigados.

Segundo Mendes, a decisão do TSE que aprovou as contas não levou em conta as suspeitas de doações

Contas de Campanha

Da redação

Apesar de a prestação ter sido aprovada pelo plenário da corte em dezembro do ano passado, o ministro pediu que supostos crimes sejam investigados

ilícitas a partidos investigadas na Operação Lava Jato.

“Importante ressaltar que, julgadas as contas da candidata e do partido em dezembro de 2014, apenas no ano

de 2015, com o aprofundamento das investigações no suposto esquema de corrupção ocorrido na Petrobras, vieram a público os relatos de utilização de doação de campanha como subterfúgio para pagamento de propina”, diz o ministro.

Em nota, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, diz que “todas as contribuições e despesas da campanha de 2014 foram apresentadas ao TSE, que, após rigorosa sindicância, aprovou as contas por unanimidade”.

Também por meio de nota, o PT informou que todas as doações que o partido recebeu foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral. nDilma Rousseff

Gilmar Mendes

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Governo

APROVAÇÃO DO GOVERNO DILMA CAI PARA 8%

AA popularidade da presidenta Dilma Rousseff voltou a cair, como mostra pesquisa

Datafolha divulgada no dia 6. Segundo o levantamento, feito nos dias 4 e 5 de agosto, 71% dos entrevistados consideram o governo ruim ou péssimo, enquanto 8% avaliam a administração da petista como ótima ou boa. No último levantamento, divulgado em junho, 65% dos entrevistados consideraram o governo Dilma ruim ou péssimo e 10% o avaliaram como ótimo ou bom.

Da redação

A pesquisa mostra ainda que a rejeição é homogênea em todas as regiões do país

De acordo com a pesquisa, que ouviu 3.358 pessoas em 201 municípios nas cinco regiões do país, o grupo daqueles que consideravam o governo regular passou de 24%, em junho, para 20% este mês. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais.

A pesquisa mostra ainda que a rejeição ao governo Dilma é homogênea em todas as regiões do país. Os piores índices foram registrados na Região Centro-Oeste, onde 77% dos entrevistados consideram-no ruim ou péssimo, seguido da Região Sudeste, onde 73% avaliaram a gestão petista como ruim ou péssima. Esse percentual no Nordeste chega a 66%.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados qual é o melhor sistema de governo para o país. Para 53%, o presidencialismo é a melhor opção, 28% consideraram o parlamentarismo e 19% não souberam responder. n

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O grupo daqueles que consideravam o governo

regular passou de 24%, em junho, para 20% este mês

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Artigo

José César da Silva

RJosé César da Silva

ORATORIA – CUIDADO COM O QUE SE FALA NA ERA DA INTERNET

R ecentemente vi pelas redes sociais um vídeo atribuído a um vereador de uma cidade de Pernambuco

onde, em seu discurso, se solidarizava com a família de alguém daquela localidade por seu falecimento.Em seu discurso frente à tribuna daquela câmara municipal dizia que “fulano de tal” “deitou-se para dormir ontem e acordou morto”.

Bem parece piada de mau gosto, mas parece que o vídeo é autêntico (mais de 4.000 visualizações – no Youtube) assistindo ao mesmo. Chamou-me a atenção sobre este item importante para o Homem Publico: seu poder de comunicação e a importância de dominar as técnicas de oratória: saber o que falar, onde falar, com

quem falar e principalmente o COMO falar.Temos chamado a atenção de

nossos leitores em nossos artigos sobre a importância de se buscar qualificação/conhecimento sobre as funções do cargo de vereador.Você vereador eleito, construa

uma carreira política sólida baseada em valores morais, éticos, sociais e realmente voltado ao bem da coletividade. E não ao bem próprio e principalmente acabar com a péssima imagem que hoje a população tem da classe política.

Como tudo na vida não existe milagre: você só vai construir esta carreira se buscar conhecimentos, procurar qualificação para o correto desempenho de suas funções, como já disse aqui em outros artigos – buscar conhecimento, se qualificar, cercar-se de bons assessores (você não precisa ter um gabinete cheio de gente, mas pouca gente que seja competente e saiba o que faz) e principalmente: SABER PASSAR ESTE IMAGEM para a população – agora pense comigo: qual a imagem que este vereador passou para a população de um modo geral? – É mais ou menos igual a História da Maçã/tomate podre na caixa: um só contamina toda a caixa.

Pois bem vamos ao que interessa o titulo do artigo não é oratória os cuidados

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MINICURRÍCULO

*José César da Silva é Master Business of Administration (MBA) em Comunicação e Marketing, pela Escola de Comunicação (ECA/USP), em convênio com a faculdade CAMBURY, consultor em marketing político e eleitoral, publicitário, palestrante, membro da ABCOP - Goiás (Associação Brasileira de Consultores em Marketing Político), expe-riência em campanhas majoritárias, propor-cionais e entidades de classe, treinamento e desenvolvimento de pessoas para o sistema “S” - SENAC/SENAI, SEBRAE, professor uni-versitário e coordenador de pós-graduações (MBA) e administrador de empresas.

A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

ao falar? E eu aqui falando de valores morais, éticos, cidadania e construção de carreira? O que uma coisa tem a ver com a outra? Oh Yessss: tudo; bem antes de entrarmos no tema em si um pouco de teoria para “embasar” (nome pomposo; glamoroso gosto dele) nosso artigo; em Marketing estudamos os famosos 4ps ou o famoso “composto de Marketing” que são Preço, Produto, Praça e Promoção (leia-se comunicação) e mais modernamente

no Marketing de Serviços ou Marketing de Relacionamento- (alohuou tem alguém ai ainda? Ta confuso? O que esse cara ta falando?) calma não saia daí desta confortável e gostosa poltrona – mais 3 P (s) : que são as Pessoas, os Processos e Presença – lembra-se meu caro vereador seu trabalho é isso mesmo: relacionamento o trabalho do vereador/ político é focado em RELACIONAMENTO ou seja,você se relaciona o tempo todo e tem que ser

quase uni presente, como sabemos que é impossível você estar o tempo todo em todo lugar ai entra esta maravilha humana chamada MIDIA – Radio, TV, Internet. Jornais e etc. etc. etc.

E como você tem que fazer uso o tempo todo da mídia, é de suma importância que você sendo uma pessoa publica tenha domínio sobre as técnicas de oratória, saber construir o discurso (cada ocasião pede um discurso diferente), para quem você vai falar (adequar o vocabulário ao publico presente), checar antes com a assessoria quem estará presente, quais as lideranças presentes, enfim fazer a lição de casa, estar preparado para todas as ocasiões e hoje como a tecnologia esta disponível a todos uma fala mal colocada ou ate mesmo uma piada em roda de amigos pode cair nas redes sociais e aí amigo como diziam os antigos La da roça: “adeus-viola” “foi-o-boi-com-a-corda”.

Como citei anteriormente sobre alguns conceitos de marketing principalmente sobre o P (promoção – comunicação), e de suma importância amigo vereador você buscar fazer um curso de oratória (nem que seja a básica – quem nunca viu aquelas pessoas que pegam o microfone e fala, fala, fala e não fala Nada e tem outros também que em vez de falar não falam. ficam mudos o Cérebro para literalmente) – o ideal que seja Oratória voltada para a área política ( cada área tem uma: Jurídica, Política, Médica, Acadêmica), enfim buscar saber se comunicar de forma correta. n

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UBER X TAXISTA: A GRANDE BATALHA

NNos últimos meses, o aplicativo Uber vem causando repercussão.

Lançado em 2009 nos Estados Unidos, o app vem operando em mais de 50 países, buscando oferecer um serviço semelhante ao dos táxis, com diferenças nos preço e no conforto do serviço.

A novidade do aplicativo, não chegou sem repercussão. Em todo o mundo foram realizados protestos organizados pelos taxistas contrários ao serviço. Em meio a tanta disputa, o principal argumento é a concorrência desleal do Uber diante dos custos dos taxistas, que precisa pagar taxas anuais ao governo e o valor de exames médicos e psicotécnicos a cada cinco anos.

Visando de forma ampla, por outro lado, os taxistas são isentos

Uber x Taxista

Da redação

O aplicativo Uber trouxe praticidade para os usuários, mas acompanhado deste benefício, trouxeram também o barulho dos taxistas

de impostos como o IPVA, IPI e CNS na compra de veículos novos. Há também diferenças nas exigências para trabalhar, enquanto em cidades como a capital paulista, é exigido que os taxistas paguem por um curso específico para obter a licença. Já os motoristas do Uber, precisam apenas de carteira de habilitação e certidão de antecedentes criminais.

Os carros do Uber possuem características diferenciadas, os

motoristas usam roupas sociais, geralmente são carros de luxo, pretos, e com o fator primordial: o custo benefício. Além de que, têm como oferta, balas e água para os passageiros. Como os táxis, esse serviço cobra bandeira, quilometragem e taxa por minuto parado.

O aplicativo possui uma diferença em relação à demanda de carros, quando há muita procura em uma determinada região, o preço da corrida aumenta. Quando o número de pedidos volta a normalizar, o preço da corrida diminui.

O aplicativo para celular que facilita a vida dos usuários enfrenta, além da guerra com os taxistas, denúncias de agressões envolvendo motoristas cadastrados no aplicativo e protestos organizados pelo o mundo a fora.

NO BRASIL

Em manifestação no primeiro semestre deste ano, em algumas cidades brasileiras, o aplicativo Uber registrou grande aumento de quantidade de cadastros em algumas capitais do país. Taxistas organizaram protestos em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Belo Horizonte com o propósito da eliminação do app. Muitos taxistas argumentam que esse serviço não possui licença, promovendo transporte ilegal de usuários.

Em Brasília, o governador Rodrigo Rollemberg, vetou ao projeto de lei na

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Conectando motoristas parceiros e usuários que buscam viagens seguras

e eficientesCompanhia Uber

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

atuação do Uber. “Nós sabemos que as novas tecnologias têm criado um novo paradigma nesta relação do transporte individual remunerado de passageiros. E nós não podemos fechar os olhos a esta realidade. Mas precisamos regulamentá-la”, afirmou o governador do DF.

NA EUROPA

Em Londres, Berlin, Paris e Madri enfrentaram este ano no mês de julho, protestos de motoristas de táxi. Em Londres, por exemplo, o modelo tradicional de táxi foi um alvo, onde as leis governam os tipos de carros que podem ser parados na rua para pegar passageiros, com restrições nos horários, como agendas.

Em toda a Europa, os motoristas de táxi dizem que aplicativos de companhias como o Uber, ferem as regras do serviço de táxi na União Européia, ameaçando assim, suas fontes de renda.

NOS ESTADOS UNIDOS

Com denúncias de estupros envolvendo motoristas cadastrados no aplicativo, um motorista do serviço na cidade norte-americana de Chicago, acusado de estupro no ano passado teria sido descartado.

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Eles [do Uber] não são capacitados para o

serviço, nós temos cursos e somos legalizados

Afirma taxista

Em Nova Iorque, o prefeito Bill de Blasi, sentiu pressão em sua tentativa de definir quantidades máximas de motoristas para o serviço do Uber. Logo, se viu obrigado a desistir dessa

ideia, por pressão da sociedade. Celebridades também se declararam favoráveis ao serviço. A decisão das autoridades é de analisar o impacto do aplicativo durante alguns meses, antes de tomar uma decisão final a respeito das permissões do serviço.

A companhia Uber, destaca ainda, que ainda não é uma empresa de táxi, muito menos fornece esse tipo de serviço, mas seria uma empresa de tecnologia que criou essa plataforma online, conectando motoristas parceiros e usuários que buscam viagens seguras e eficientes.

“Eles [do Uber] não são capacitados para o serviço, nós temos cursos e somos legalizados. Esse pessoal do Uber chegou para colocar a mão no bolso da gente. A sociedade deveria pensar que nem tudo que é em conta, é melhor e mais seguro”, afirma o taxista, pedindo para não ser identificado.

Quem defende o Uber diz que o serviço é diferente do táxi e que é equivalente a contratar um motorista particular. Alega que o aplicativo apenas conecta os clientes aos motoristas e que isso não poderia ser considerado concorrência desleal. n

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CGU LANÇA NOVO PROGRAMA DE FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS FEDERAIS

AA Controladoria-Geral da União (CGU) lançou em 10/08, o Programa de Fiscalização em

Entes Federativos. A iniciativa utilizará uma nova metodologia (matriz de vulnerabilidade) para selecionar as unidades da Federação (Estados, Municípios e Distrito Federal) que serão avaliadas quanto à aplicação dos recursos transferidos pela União. A primeira edição do Programa, que contempla a fiscalização de 45 municípios (ver lista), começa hoje e será realizada durante o segundo semestre de 2015.

A ação busca aprimorar e complementar os instrumentos de controle da CGU. Além da metodologia da matriz de vulnerabilidade, desenvolvida com exclusividade pelo corpo técnico da Controladoria, o Programa continuará utilizando a seleção de municípios por meio de sorteio público – modalidade de fiscalização, criada em 2003, que já alcançou mais de 2,1 mil municípios e permitiu a análise de um montante superior a R$ 21 bilhões repassados pelo Governo Federal.

A novidade do Programa é considerar indicadores de vulnerabilidade para a aplicação de recursos públicos federais na seleção dos entes que serão fiscalizados. Após a definição do universo, é construída uma matriz composta por 12 indicadores de vulnerabilidade dos municípios. Em seguida, cada indicador recebe uma pontuação, que pode variar de 1 (baixo)

CGU

Da redação

Iniciativa contempla estados, municípios e o Distrito Federal

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até 4 (muito alto). Os entes federativos podem pontuar de 12 a 48 pontos. A Controladoria utilizou os indicadores para selecionar os entes que apresentam mais fragilidade na efetividade da aplicação dos recursos públicos, sendo incorreto afirmar que o grau de vulnerabilidade indique que determinado município seja mais ou menos corrupto.

O uso da matriz de vulnerabilidade permitirá que as fiscalizações realizadas pela CGU resultem na identificação mais precisa e oportuna dos problemas e das oportunidades de melhoria na utilização dos recursos federais executados pelos estados, municípios e DF. Outra vantagem da matriz é que sua metodologia não faz distinção com relação ao tamanho dos entes, permitindo inclusive a fiscalização nas capitais e em municípios com mais de 100 mil habitantes.

INDICADORES

Para selecionar as unidades, a Controladoria criou uma matriz de vulnerabilidade. Essa matriz é composta por um grupo de indicadores baseados em informações extraídas de sistemas do Governo; histórico de resultados das ações de controle já executadas na região; e identificação de situações locais críticas; entre outros critérios.

Os doze indicadores foram divididos em quatro grupos. O primeiro deles, denominado “Controle”, reúne quatro indicadores: quantidade de dias desde a última ação de controle da CGU no município; Tomadas de Contas Especiais (TCE) analisadas pela Controladoria e encaminhadas ao Tribunal de Contas da União (TCU); quantidade de denúncias recebidas; e se houve alternância na gestão municipal. O segundo grupo, chamado

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“Transparência”, contempla dois indicadores: se o município possui portal de transparência e a frequência de atualização da página; e se houve prestação de contas à Secretaria do Tesouro Nacional no último exercício.

O grupo “Desenvolvimento Econômico-Social” traz quatro indicadores oficiais relacionados à qualidade de vida, renda, educação, saúde e demanda às políticas de assistência social do governo – são eles: IDHM, percentual da população beneficiária do Bolsa Família, evolução do IDEB e produção da Atenção Básica. O último e quarto grupo, “Materialidade”, reúne dois indicadores: valores transferidos para empreendimentos do Programa

de Aceleração do Crescimento (PAC); e recursos repassados para transferências voluntárias (convênios, acordos, ajustes e instrumentos similares).

SELEÇÃO

Para fins operacionais e de controle, os municípios foram agrupados em “setores”, conforme a logística de deslocamento das equipes da CGU. Neste primeiro ciclo do Programa, foi definido um universo total de 345 municípios localizados na região denominada Setor 1 de cada Estado da Federação, que abrange a capital do Estado e os Municípios adjacentes.

Em seguida, após aplicação da matriz de

vulnerabilidade, o resultado final chegou à seleção de 45 municípios, distribuídos por todo país (lista no anexo). Desses, quatro são capitais, 24 possuem população até 50 mil habitantes, sete possuem população de 50 a 100 mil habitantes e 10 possuem população acima de 100 mil habitantes. Nessas localidades, será avaliada a aplicação dos recursos federais destinados às áreas de Saúde, Educação, Assistência Social, Esporte, Turismo, Cidades e Cultura. A expectativa é de que os trabalhos estejam concluídos até o final de 2015, inclusive com a publicação dos relatórios no site da CGU.

As prefeituras estão sendo notificadas sobre a visita da CGU. Inclusive, em quatro unidades – Campo Grande (MS), Goiânia (GO), Caturaí (GO) e Lajeado (TO) – as equipes da CGU já começam hoje o trabalho de campo da fiscalização. Em cada município, os auditores examinarão contas e documentos; farão inspeção pessoal e física de obras e serviços em andamento, além de privilegiarem o contato direto com a população ou por meio de conselhos comunitários, a fim de conhecer a realidade daqueles para quem as políticas públicas são destinadas.

ENCAMINHAMENTOS

A partir de dezembro, quando concluídos, os relatórios referentes aos 45 municípios fiscalizados ficarão disponíveis para consulta no site da CGU, e serão encaminhados aos Ministérios transferidores dos recursos para as providências cabíveis. Os relatórios também poderão ser enviados à Polícia Federal (PF), aos Ministérios Públicos (Federal e Estadual), ao TCU, à Advocacia-Geral da União (AGU), à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal (Mesas Diretoras e Comissões de Fiscalização Financeira e Controle), às prefeituras municipais e às câmaras municipais para a adoção de medidas corretivas conforme a competência de cada uma dessas instâncias. n

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PROGRAMA INTERLEGIS – HÁ 18 ANOS MODERNIZANDO E INTEGRANDO O LEGISLATIVOÉ referência nacional e internacional em modernização e integração do Poder Legislativo

Programa Interlegis

OOPrograma Interlegis foi oficialmente criado em solenidade no Senado no

dia 17 de julho de 1997. “Uma rede de comunicação que interligará todo o Legislativo brasileiro, destinada à construção de um novo paradigma para o milênio que se aproxima”, segundo as palavras do então presidente da Casa, senador Antônio Carlos Magalhães.

A data foi lembrada há poucos dias pelo 1º Secretário do Senado, Vicentinho Alves, que é também o diretor nacional do Programa e presidente do Conselho de Supervisão do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), gestor do Interlegis. Em pronunciamento, ele lembrou “este ambicioso programa que tem levado tecnologia, transparência e

Da redação eficiência às casas legislativas de todo o país, especialmente aquelas que mais necessitam deste apoio”.

Segundo ele, ao atingir a maioridade, o Programa Interlegis é referência nacional e internacional em modernização e integração do Poder Legislativo nas esferas municipal, estadual e federal. “Fazer isso num país com as dimensões e as desigualdades do Brasil não é tarefa fácil, mas hoje se pode dizer que o Interlegis, de maneira mais ou menos efetiva, está presente nos mais de 5.500 municípios brasileiros”. A HISTÓRIA

O início foi pautado pela constatação da absoluta exclusão das Câmaras Municipais do universo da informática. E as discussões começaram dentro do Serviço de Processamento de Dados do Senado, PRODASEN.

Veio, em seguida, a parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento que, em 1999, entusiasmado com a concepção do Programa, assinou um acordo de empréstimo com o Brasil para financiar parte dos investimentos necessários para o projeto de inclusão digital do Legislativo Brasileiro.

Tendo o Senado como executor, inicia-se aí a primeira fase do Programa Interlegis, que durou dez anos. Nela, realizou-se o primeiro Censo do Legislativo e criou-se a Comunidade Virtual do Poder Legislativo. Nesta oportunidade, foram doados equipamentos básicos para mais de três mil delas. Os pilares da modernização eram centrados em tecnologia, informação, capacitação e comunicação.

Em 2009, por meio de novo contrato com o BID, tem início a segunda fase do Programa, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento do legislativo eletrônico no Brasil, que ainda tem reflexos nos dias atuais. Neste período, foram realizados diagnósticos completos em 354 Câmaras e celebrados cerca de quatro mil convênios com o Projeto de Modernização Legislativa. Aqui, o objetivo principal é o de melhoria dos processos legislativos, administrativos e de comunicação, garantindo mais eficiência e transparência às Casas Legislativas.

Ao final de 2014, mais de 4.400

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No início, a construção do edifício-sede

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Câmaras utilizavam pelo menos um dos produtos que são disponibilizados gratuitamente pelo Interlegis. Eles são desenvolvidos em software livre, que podem ser adaptados ao porte e às necessidades de cada uma delas.

Entretanto, a situação está longe do ideal. Em 2013, técnicos do Interlegis fizeram um levantamento que chegou à constatação de que mais de 50% do Legislativo Municipal estava fora da internet. De lá para cá, o Interlegis intensificou sua ação, com campanhas e atividades nos Estados. Nestes, onde houve presença direta do Interlegis, com oficinas de treinamento, houve uma significativa redução nestes índices.

Neste ano, o Programa Interlegis passou a contar exclusivamente com os recursos do Senado, pois chegou ao fim o contrato com o Banco Interamericano de Desenvolvimento. O desafio agora é o da sustentabilidade desta iniciativa tão importante.

Segundo o 1º Secretário, este não deve ser um problema, “porque temos o apoio da Mesa Diretora desta Casa e os números que o Programa Interlegis tem a apresentar são muito representativos dos resultados do seu trabalho”.

PRODUTOS E SERVIÇOS INTERLEGIS

O Programa Interlegis oferece – gratuitamente – uma série de produtos com o objetivo de garantir às casas legislativas os meios de atender às exigências das Leis de Responsabilidade Fiscal, Transparência e de Acesso à Informação. O uso do site Portal Modelo e do Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL), ferramentas desenvolvidas especialmente para elas, atende a todos os requisitos da legislação e coloca o cidadão em contato com o trabalho dos seus parlamentares.

Atender a lei, atender o cidadão, mas também evitar que o município

seja punido, pois o descumprimento dessas normas tem consequências - a suspensão do repasse de transferências voluntárias da União (recursos para obras e serviços de interesse comum, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira) – é objetivo do Programa.

São vários os produtos e soluções tecnológicas ou de consultoria oferecidos pelo Interlegis – sempre sem custos – às casas legislativas. Para conhecer melhor cada um deles, que serão apenas citados aqui, o caminho é o www.interlegis.leg.br.

No universo das cerca de 5.600 Câmaras Municipais, mais de 3.500 delas têm contratos ou convênios assinados com o Programa. Mais de 1.000 utilizam o Portal Modelo e outras 600, o Sistema de Apoio ao Processo Legislativo, o SAPL, outro produto de extrema importância no dia a dia das Casas Legislativas. Cerca de 1.200, a começar do Senado, da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União, já utilizam também o domínio .leg, desenvolvido pelos técnicos do Programa como forma de identificar o Legislativo na internet.

Além do Portal Modelo e do SAPL, o Interlegis coloca à disposição das Casas Legislativas de todo o país outras soluções tecnológicas e ferramentas com vistas a modernizar e tornar mais eficiente o seu trabalho. Entre elas, o Sistema de Apoio ao Processo Parlamentar e o Sistema de Protocolo de Documentos.

Também possui um ambiente virtual colaborativo, o COLAB, que é alimentado pelos próprios usuários, membros da

comunidade legislativa. Isto é feito de maneira independente e autônoma e resulta em solução de problemas e melhoria dos sistemas.

E, ainda, há as oficinas práticas, desenvolvidas especialmente para treinar servidores de Câmaras e Assembleias para que estejam aptos a utilizar estas ferramentas. Atualmente, são oferecidas para instalação e uso de Portal Modelo e SAPL. Além delas, o Interlegis desenvolveu uma ação específica, por meio de Oficinas ou de Consultorias, para analisar a Lei Orgânica Municipal e o Regimento Interno da Câmara, que são documentos importantes, mas precisam estar atualizados e de acordo com outras normas legais, a começar da Constituição.

SOLUÇÃO WEBTrata-se de um pacote de ações que

reúne vários produtos Interlegis, mas voltado especificamente para diminuir o número de Câmaras Municipais que ainda não têm site na internet. Compreende Portal Modelo – com possibilidade de realização de oficina de treinamento –, domínio .leg e hospedagem do site.

É fácil, rápido e gratuito. Não há repasse de verbas entre a Câmara e o Programa Interlegis. E, para a Casa, basta ter um computador com acesso à internet e uma pessoa disponível para coordenar as atividades do Portal. E, para pedir, é só enviar um ofício. Desta forma, a Câmara estará segura de estar cumprindo as exigências da lei e de estar cada vez mais próxima da população. n

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CÂMARA APROVA DOAÇÃO DE EMPRESAS AOS PARTIDOS PARA CAMPANHAS ELEITORAISO destaque foi aprovado por 317 votos a favor, 162 contra e uma abstenção

OO plenário da Câmara aprovou no dia 12, em segundo turno, dispositivo que

permite às empresas fazerem doações de campanhas aos partidos políticos. O destaque foi aprovado por 317 votos a favor, 162 contra e uma abstenção. Com essa votação, a Câmara concluiu a apreciação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 182/07), que estabelece novas regras para a política.

Partidos

Da redaçãoCom a aprovação do dispositivo, fica

estabelecido que as empresas só poderão fazer doações aos partidos, enquanto os candidatos só poderão receber doações de seus partidos e de pessoas físicas. Se o Senado mantiver o dispositivo de financiamento de campanhas aprovado pela Câmara, estará constitucionalizado o sistema de financiamento de campanhas políticas no Brasil.

O texto da reforma política será agora encaminhado à apreciação do Senado Federal. A expectativa do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos

deputados que defendem a aprovação das regras sobre a reforma política, é que a proposta seja aprovada rapidamente pelo Senado para valer nas eleições municipais do ano que vem.

Muitos deputados contrários ao dispositivo sobre o financiamento de campanhas argumentaram que a aprovação levaria os candidatos a ficarem reféns dos presidentes de suas legendas, pois eles terão que pedir os recursos para suas campanhas aos seus partidos. “Estaremos elegendo como intermediários dos recursos os partidos”, afirmou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ). n

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O

Desonerações

Com a aprovação, o governo encerra a votação do chamado ajuste fiscal

O plenário do Senado aprovou no dia 19, por 45 votos a favor e 27 contrários, o

projeto de lei que reduz as desonerações concedidas pelo governo a 56 setores da economia. Com a aprovação, o governo encerra a votação do chamado ajuste fiscal.

O relator do projeto na Casa, senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE), apresentou o mesmo texto aprovado na Câmara dos Deputados. Como os senadores rejeitaram todas as emendas propostas, o projeto segue agora para sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Até a apresentação do relatório, havia a expectativa de Eunício incluir alguma emenda de mérito, alterando o texto aprovado na Câmara. Mesmo criticando alguns pontos do projeto, o relator manteve o texto.

Criada em 2011 pelo governo, a renúncia fiscal atingiu, em 2014, cerca de R$ 22 bilhões. A proposta trocava a contribuição patronal de 20% sobre a folha de pagamentos para a Previdência por alíquotas incidentes na receita bruta das empresas. O texto do projeto aumenta as duas alíquotas atuais de 1% e 2% para, respectivamente, 2,5% e 4,5%. O governo estima que a mudança

Da redação

SENADO APROVA PROJETO DE LEI QUE

REDUZ DESONERAÇÕES

poderá resultar em uma arrecadação de cerca de R$ 10 bilhões.

A oposição criticou o aumento na alíquota, sob o argumento de que a mudança geraria desemprego. “Eu não tenho dúvida de que as empresas que não têm a quem vender e estão em processo de retração, se lhes retirar [a desoneração], a alternativa vai ser desempregar pessoas até para tentar sobreviver”, disse o senador Agripino Maia (DEM-RN).

Ao defender o projeto, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que nem todas as desonerações concedidas se transformaram em investimento para a manutenção de empregos. “Sabemos que a proposta que aí está não é a melhor. A Câmara promoveu uma série de mudanças na proposta original que gerou distorções. Mas achamos que é fundamental que

se possa tomar essa medida e fechar o ajuste fiscal.”

Com a aprovação, o aumento de alíquotas valerá após 90 dias de publicação da futura lei. O projeto aprovado concede aumentos diferenciados para alguns setores. No caso dos setores de call center e de transportes rodoviários, ferroviários e metroviários de passageiros, a taxa passa de 2% para 3%.

Na outra faixa de alíquota, de 1%, haverá um aumento menor, para 1,5%, nas empresas jornalísticas, de rádio e TV; no setor de transporte de cargas; no transporte aéreo e marítimo de passageiros; nos operadores de portos; no setor calçadista; na produção de ônibus e de confecções.

O setor de carnes, peixes, aves e derivados continua a ser tributado com 1% da receita bruta. n

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METADE DO PAC NÃO TEVE DESEMBOLSO NESTE ANO

Ao todo, 629 iniciativas possuem orçamento autorizado para 2015. Ou seja, 310 ações não tiveram pagamentos efetuados no ano

qPor Milton Atanazio

Gastos

Quase a metade dos empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento

(PAC), uma das principais bandeiras eleitorais da presidente Dilma Rousseff, não teve desembolso até julho. Ao todo, 629 iniciativas possuem orçamento autorizado para 2015. Ou seja, 310 ações não tiveram pagamentos efetuados no ano, tanto de restos a pagar como de recursos de 2015.

Segundo o site da ONG Contas Abertas e informações do jornal O Estado de S.Paulo, o levantamento demonstra a dificuldade do governo para executar o ajuste fiscal que visa equilibrar as contas nacionais. Até agora, o corte de gastos tem atingido de forma mais pesada os investimentos – essenciais para a geração de emprego e renda no país.

Exemplo disso é que os desembolsos do PAC Orçamentário para investimentos caíram 40%, segundo os dados da Contas Abertas. Além dos pagamentos, os empenhos – primeira fase da execução orçamentária, que é o compromisso de que a obra será paga – também estão bem abaixo dos níveis de 2014.

No ano passado, nessa época, os ministérios já haviam empenhado R$ 36 bilhões de um total de R$ 68 bilhões. Neste ano, a execução ainda está em R$ 18 bilhões de um orçamento de R$ 65 bilhões.

Os problemas estão espalhados por diversas áreas e incluem obras significativas

para a vida da população. Entre elas as de manutenção e adequação de estradas. Há vários trechos de rodovias no Nordeste, por exemplo, que não tiveram nem empenho nem pagamento até o mês passado.

É o caso da BR-415, entre Ilhéus e Itabuna, e a construção de trecho rodoviário no entroncamento com a RN-078, no Rio Grande do Norte. No trecho rodoviário entre a divisa de Pernambuco e Bahia até Feira de Santana, na BR-116, o governo empenhou R$ 4 milhões de R$ 104 milhões, mas até agora não fez nenhum pagamento.

O Departamento Nacional de Infraestrutura Rodoviária (Dnit) tem sido um dos mais afetados pelo corte de gastos. No total, o departamento tem 134 obras no PAC sem nenhum pagamento neste ano.

As empresas do setor reclamam de atrasos de até 120 dias para pagamentos do governo federal. Pelo último levantamento da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), o Dnit devia R$ 1,8 bilhão para as empresas contratadas para fazer as obras.

Segundo a Aneor, do total de 475 contratos em andamento (incluindo PAC e não PAC), sequer os de manutenção, que deveriam manter as rodovias federais trafegáveis, estão sendo cumpridos como deveriam.

A dificuldade de levar adiante os investimentos, no entanto, não se resume às obras rodoviárias. Inclui também empreendimentos na área de recursos hídricos, projetos ferroviários e de portos. Há uma série de obras de dragagem e infraestrutura portuária que continuam

no papel, atrapalhando a vida do setor produtivo, que importa ou exporta.

Outro programa bastante afetado pelas restrições do PAC é o de construção de escolas para educação infantil. Do orçamento de R$ 3,8 bilhões, o governo empenhou apenas R$ 1,1 milhão até julho.

PAC EMPACADOCom os empreendimentos do PAC 2

praticamente cortados em 40% neste ano, a promessa da terceira etapa do programa não deve se concretizar tão cedo. Os valores vão na contramão da promessa eleitoral da presidente Dilma Rousseff, que afirmava que iria lançar o PAC 3.

Com a nova fase e o Programa de Investimento em Logística 2, anunciado pelo governo federal, a presidente ressaltava que seria o início de uma nova carteira de investimentos em logística, energia, infraestrutura social e urbana, combinando investimentos públicos e parcerias privadas. n

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O

MS

Da redação

Os vereadores de São Gabriel do Oeste estiveram no movimento realizado no dia

10, na Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul) contra cortes dos repasses financeiros da União aos municípios.

Conforme a assessoria de imprensa da Assomasul, o objetivo da campanha é mostrar à população porque o dinheiro da arrecadação de impostos não está chegando como deveria na conta das prefeituras.

O objetivo da campanha é mostrar à população porque o dinheiro da arrecadação de impostos não está chegando como deveria na conta das prefeituras

VEREADORES PARTICIPARAM DE MOVIMENTO EM PROL DOS MUNICÍPIOS DE MS

Boa parte das prefeituras do Estado estão com dificuldades financeiras, apesar de São Gabriel do Oeste ser exceção à regra, demonstrando crescimento em um momento que o cenário econômico nacional é desfavorável, muitas obras dependem da liberação de recursos federais para serem realizadas ou concretizadas. O apoio da bancada federal e estadual é fundamental para que ações sejam tomadas diante o momento de dificuldade que assola as prefeituras.

As reivindicações dos representantes municipais ficam em torno da queda significativa das receitas do Fundo de

Participação dos Municípios (FPM), de acordo Confederação Nacional dos Municípios (CNM), as prefeituras de Mato Grosso do Sul deixaram de receber do governo federal R$ 1,838 bilhão entre 2008 e 2014 referente a repasses do FPM.

Os vereadores Juninho Gazineu, Leocir Montagna, Marcos Paz, Odair Junior e Valdecir Malacarne participaram do evento e observaram como São Gabriel do Oeste é forte se comparado aos demais municípios, contudo são necessárias ações preditivas para que o Município continue sólido frente às intempestividades da politica e economia. n (Fonte: idest.com.br)

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A REJEIÇÃO DAS CONTAS DO PREFEITO COMO CAUSA DE INELEGIBILIDADE

Dr. César Rômulo Rodrigues Assis

Artigo

AA lei da ficha limpa, Lei Complementar n.135/2010, acrescentou vários dispositivos à lei complementar

n. 64/90, lei das inelegibilidades, dentre estes o que se refere à rejeição das prestações de contas dos gestores, que assim preceitua:

Art. 1º - Inciso I – Letra G :“os que tiverem suas contas relativas

ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8(oito) anos seguintes contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do artigo 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesas, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;

O cerne da questão é definir quem é o órgão competente para julgar as contas dos Prefeitos Municipais, ordenadores de despesas e se o inciso II do artigo 71 da Constituição Federal, aplica-se ou não aos Chefes dos Executivos em geral ou somente àqueles Ordenadores de Despesas, como é o caso de mais de noventa por cento dos Prefeitos Municipais no Brasil.

Nos casos julgados decorrentes das eleições de 2012, o Tribunal Superior Eleitoral, em jurisprudência mansa e

Dr. César Rômulo Rodrigues Assis

pacífica, já decidiu com base no artigo 31, parágrafos 1º e 2º da Lex Magna, que a competência para julgamento das contas dos Prefeitos Municipais, mesmo os ordenadores de despesas, ´´e da Câmara Municipal dos Vereadores, ficando à mercê do julgamento dos Tribunais de Contas da União e dos Estados, apenas as verbas recebidas em convênio com estes

entes federativos, sujeitando-se o Prefeito á decisão destes Tribunais, sempre que se tratar da gestão de verbas federais ou estaduais.

Esse é o entendimento firmado pelo TSE por ocasião do julgamento do AgR-REspe nº 174-43/PI4:

[...]1. Este Tribunal firmou entendimento

no sentido de que a Câmara Municipal é o órgão competente para julgar as contas do prefeito, inclusive como ordenador de despesas, e que, nesse caso, ao Tribunal de Contas cabe apenas a emissão de parecer prévio, não incidindo, portanto, a ressalva do art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/1990. Ressalva de entendimento do relator

Alguns doutrinadores, talvez influenciados por julgamentos regionais ou mesmo por posições defendidas por

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O cerne da questão é definir quem é o órgão competente

para julgar as contas dos Prefeitos Municipais

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MINICURRÍCULO

Dr. Cesar Rômulo Rodrigues AssisMestre em Direito Público Municipal,

Especialistaem Direito de Estado, Pós graduado em

Direito do Trabalho Previdenciário, Consultor Jurídico do PNUD-ILB-Interlegis-Senado Federal,

Consultor Jurídico do Instituto Brasileiro de Administração de Cidades (IBAC) e Vice-presidente

Jurídico da Abracam.

Ministros do TSE, têm afirmado de que a competência para julgamento das contas do Prefeito Municipal , ordenador de despesas, seria do Tribunal de Contas , por força do que dispõe o artigo 71, inciso II, da Constituição Federal e o art. 1º , Inciso I , legra G , da LC. 64/90.

Tal assertiva, contraria a nossa Lei Maior, quando a mesma atribui ao poder Legislativo Municipal, a possibilidade de por maioria qualificada dos seus membros (dois terços) rejeitar a opinião do Parecer Prévio do Tribunal de Contas, que recomende aprovação ou rejeição das referidas contas, atribuindo a estes Tribunais, função de auxiliares do Poder Legislativo, que é soberano para o julgamento das contas do Chefe do Poder Executivo, ordenador ou não das despesas do município, ratificando o princípio da simetria com o centro, de acordo o que preceitua o art. 71, inciso I, que afirma que deve o Tribunal de Contas apreciar mediante parecer, as contas do Chefe do Executivo.

O artigo 49, “caput” e seu inciso IX , da C.F. dizem textualmente que é competência exclusiva do Poder Legislativo, julgar as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo, não fazendo distinção quanto à ordenação de despesas ou não.

Ademais, há de salientar-se que, o dispositivo constante do inciso II do artigo 71 da Carta Republicana refere-se aos demais administradores do dinheiro público e não ao chefe do executivo, não podendo a parte final da Letra G, do Inciso I , do Artigo 1º da Lei Complementar n. 64/90, alterada pela LC n. 135/2010, contrariar dispositivo constitucional, sem ferir o princípio da hierarquia das Leis, que coloca a Constituição Federal, como a Lei Maior do País, a quem todos deve obediência.

Mesmo contrariando a orientação de alguns doutrinadores e juristas, afirmamos

que a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, deverá manter-se no rumo tomado anteriormente, reafirmando que a competência para o julgamento das contas dos Prefeitos Municipais, mesmo sendo ordenadores de despesas, é exclusiva do Legislativo Municipal, ressalvadas as prestações de contas de convênios federais e estaduais, cujo julgamento está adstrito, ao TCU e aos TCEs, conforme reiterados julgamentos da Corte Maior do

A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

Judiciários Eleitoral do País..RECURSO EXTRAORDINÁRIO -

ACÓRDÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL - FUNDAMENTO LEGAL E CONSTITUCIONAL. O fato de o provimento atacado mediante o extraordinário estar alicerçado em fundamentos estritamente legais e constitucionais não prejudica a apreciação do extraordinário. No campo interpretativo cumpre adotar posição que preserve a atividade precípua do Supremo Tribunal Federal - de guardião da Carta Política da Republica. INELEGIBILIDADE - PREFEITO - REJEIÇÃO DE CONTAS - COMPETÊNCIA. Ao Poder Legislativo compete o julgamento das contas do Chefe do Executivo, considerados os três níveis - federal, estadual e municipal. O Tribunal de Contas exsurge como simples órgão auxiliar, atuando na esfera opinativa - inteligência dos artigos 11

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, 25, 31, 49, inciso IX, 71 e 75, todos do corpo permanente da Carta de 1988. Autos conclusos para confecção do acórdão em 9 de novembro de 1995. (Recurso Extraordinário nº 132.747, rel. Min. Março Aurélio, de 17.6.92).

Este é o pensamento dominante na doutrina e jurisprudência eleitoral brasileira, quanto a competência do Poder Legislativo Municipal para julgar as contas do Prefeito, seja ele ou não ordenador de despesas.

Tal como o mundo, o direito muda, gira e é transformador; esperemos qual será a posição das cortes superiores quando dos julgamentos dos casos reais que impliquem em julgamento de contas dos Prefeitos ordenadores de despesas.

Vale o que estabelece a Constituição ou o adendo da Lei Complementar n.64/90 e suas modificações?

Veremos nas próximas eleições qual será o pensamento dominante das nossas Cortes de Justiça! n

Tal como o mundo, o direito muda, gira e é

transformador; esperemos qual será a posição das cortes superiores (...)

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Remuneração

Da redação

Por 445 votos a favor e 16 contrários, deputados aprovaram na madrugada do dia 6, em primeiro

turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC 443/09) que vincula os salários de advogados públicos e delegados de polícia à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que é R$ 33,7 mil. O texto aprovado, feito pela comissão especial que analisou a proposta antes de ir a plenário, estabelece índice de 90,25% para a maior remuneração de cada carreira.

O texto aprovado estabelece índice de 90,25% para a maior remuneração de cada carreira

CÂMARA APROVA VINCULAÇÃO DE SALÁRIO DE ADVOGADO PÚBLICO AO DE MINISTRO DO STF

Durante todo o dia, governistas tentaram evitar a votação argumentando que a medida cria um impacto de R$ 2,4 bilhões no Orçamento da União, segundo cálculos do Ministério do Planejamento.

O esforço não foi suficiente para impedir que a matéria avançasse, mesmo com o requerimento de retirada de pauta que foi vencido pela maioria dos parlamentares.

Antes mesmo de a votação começar, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alertou que o texto cria gastos também para estados e municípios e disse que, da forma como está proposta, vai de encontro ao que o Parlamento tem defendido para o Pacto Federativo, incluindo a PEC 172, que impede transferência de encargos a estados e municípios sem a transferência de receita de contrapartida.

A promessa do peemedebista é não votar o segundo turno da PEC que cria novas regras para salários dos advogados públicos federais, delegados federais e procuradores estaduais e municipais antes que a PEC 172 seja apreciada. Mas, antes da votação em segundo turno, no dia 11, os deputados precisam analisar destaques e emendas que foram apresentadas ao texto. n

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ALGUNS MOTIVOS PARAATUALIZAR SUALEI ORGÂNICA

O duodécimo da sua Câmara será MAIOR.

O Subsídio do Presidente será DIFERENCIADO.

Os Vereadores poderão atualizar anualmente seus subsídios pelo índice da i n fl a ç ã o e t a m b é m acompanhar os subsídios dos d e p u ta d o s n o c u rs o d a legislatura.

As contas da mesa da Câmara poderão ser julgadas pelo Plenário.

LDO poderá reservar um percentual do orçamento para emendas individuais dos Vereadores. A Câmara fará seu Próprio O r ç a m e n t o e p o d e r á suplementá-lo.

O co nt ro l a d o r ge ra l d o município e o procurador geral serão indicados pelo prefeito e aprovados pela Câmara.

P re s e n ça d o M i n i sté r i o Público Estadual e Federal a co m p a n h a n d o ato s d e

As contas da Prefeitura serão publicadas mensalmente, de forma a clarificar o bem comprado, preço e qualidade.

A Câmara poderá suspender qualquer ato do prefeito que venha a ferir a lei , sem precisar entrar na jusça.

As contas do Munic íp io fi ca rã o à d i s p o s i çã o d a população durante 60 dias anualmente.

Procedimento correto para decretação de Impeachment do prefeito.

O prefeito terá 20 dias para responder pedidos de informações da Câmara Municipal, sob pena de infração.

Os editais de licitações da Prefeitura deverão ser fixados no quadro de avisos da Câmara Municipal.

Os vereadores poderão ter 13° Subsidio, Verba Indenizatória e de Gabinete.

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INSTITUTO LULA DIVULGA EMPRESAS QUE CONTRATARAM EX-PRESIDENTE PARA PALESTRAS

Da redação

Lula

Segundo a nota, de 2011 até agora, o ex-presidente fez 70 palestras, contratadas por 41 empresas e instituições

O Instituto Lula divulgou no dia 18 nota com a relação das 41 empresas que contrataram

palestras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde 2011, por meio da empresa LILS Palestras e Eventos Ltda.

Segundo a nota, de 2011 até agora, o ex-presidente fez 70 palestras, contratadas por 41 empresas e instituições. “[Ele] foi remunerado de acordo com sua projeção internacional e recolhendo os devidos impostos”, destacou o texto. O informe diz que proferir palestra é “uma atividade legítima, que Lula exerce legalmente desde que deixou a Presidência da República”.

A manifestação do instituto é uma resposta a uma possível quebra de sigilo legal de dados bancários da empresa LILS, de propriedade do ex-presidente, pela revista Veja. Na reportagem do último fim de semana, a revista aponta empresas investigadas pela Lava Jato como responsáveis por cerca de 30% dos valores repassados à empresa do ex-presidente.

O ministério da Justiça solicitou nessa terça que a Polícia Federal investigue se houve violação de dados sigilosos de Lula.

O ex-presidente Lula e a empresa LILS solicitaram ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Fazenda e à Procuradoria-Geral da República que apurem as responsabilidades pela “violação criminosa do sigilo bancário da LILS”. A nota diz ainda que a quebra de sigilo atinge toda a sociedade brasileira e não apenas o ex-presidente.

Veja a lista das empresas que contrataram palestras do ex-presidente Lula entre 2011 e 2015:• ABAD - Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industriais• Associação de Bancos do México• Abras - Associação Brasileira de Supermercados• ALL América Latina Logística• Ambev• Andrade Gutierrez• Banco Santander• Bank of America• BBVA Bancomer• BTG Pactual• Camargo Corrêa• Centro de Estudos Estratégicos de Angola• CFELG - Centro de Formacion y Estudios en Liderazgo y Gestion (Colômbia)• Cumbre de Negócios (México)• Dufry do Brasil• Elektra• Endesa• Gás Natural Fenosa

• Grupo Petrópolis• Helibrás• Iberdrola• IDEA (Argentina)• Infoglobo• Itaú BBA• LG• Lojas Americanas• Microsoft• Nestlé• OAS• GDF Suez Energy Latin America • Odebrecht• Pirelli• Queiroz Galvão• Quip• Revista Voto• Sinaval• Telmex• Telos Empreendimentos Culturais• Terra Networks• Tetra Pak• UTC n

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KASSAB DEFENDE NOVO PACTO FEDERATIVO

O ministro afirma que os recursos dos municípios mal dão para pagar os salários dos servidores e as responsabilidades vinculadas à saúde e à educação

Da redação

Oministro das Cidades, Gilberto Kassab, defendeu no dia 18, na abertura da Marcha dos

Vereadores, um novo pacto federativo. Ele disse que os recursos dos municípios mal dão para pagar os salários dos servidores e as responsabilidades vinculadas à saúde e à educação.

“Nos últimos 30 anos, nós, vereadores, nos acostumamos a ver empurradas para as cidades responsabilidades enormes. E essas responsabilidades jamais vêm acompanhadas das receitas necessárias

Pacto Federativo

para seu desempenho”, afirmou.“Ou nós damos um basta, ou os

municípios que ainda não quebraram, vão quebrar em breve. Essa hora do

basta chegou”, acrescentou Kassab.Definido na Constituição, o pacto,

entre outros temas, estabelece as competências tributárias dos governos federal, estaduais e municipais, bem como os mecanismos de partilha da receita dos tributos arrecadados entre esses entes.

Segundo Kassab “não há mais município” que consiga viver sem rediscussão das questões relativas às suas receitas e despesas. “Pouquíssimos são os municípios que têm recursos para investir em infraestrutura para a cidade, em ações culturais, esportivas, em melhorar os sistemas de limpeza e o transporte público”, concluiu.

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Ou nós damos um basta, ou os municípios que ainda não quebraram, vão quebrar

em breve. Essa hora do basta chegouGilberto Kassab

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LEVY DEFENDE SIMPLIFICAÇÃO DO PIS/COFINS PARA REDUZIR CUSTO DAS EMPRESAS

A reforma será uma das próximas propostas que o governo pretende enviar ao Congresso Nacional

OO ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu no dia 18 a simplificação na cobrança

do Programa Integração Social (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) como uma das formas de reduzir o custo das empresas e conduzir o país ao crescimento econômico. De acordo com o ministro, o sistema funciona de forma arcaica. A reforma será uma das próximas propostas que o governo pretende enviar ao Congresso Nacional.

O ministro defendeu as mudanças durante a abertura do seminário “Diálogos Estratégicos” - A reforma tributária do PIS/Cofins, promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), em Brasília. Participaram do evento os presidentes do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

“O PIS/Cofins, da forma que a gente está desenhando, é mais um fator para estimularmos o renascimento da indústria brasileira. Já estamos vivendo esse renascimento. Do início do ano para cá, em parte pelo câmbio, em parte por outros motivos, a gente

Da redação está vendo a indústria voltar crescer”, disse. Levy destacou que, embora a indústria automobilística, que teve muito incentivo, passe por ajustes, outros setores começam a empregar mais.

Segundo o ministro, a simplificação desses tributos trará segurança jurídica e procurará a neutralidade. O ministro deixou claro, no entanto, que é preciso estar atento à capacidade de arrecadação do governo, porque as despesas do governo são muito grandes e é preciso ter equilíbrio fiscal.

“Neutralidade, eficiência, simplificação, segurança jurídica. É isso que essa reforma trará. É muito importante e vai diminuir os custos, além de aumentar o emprego”, afirmou.

Joaquim Levy informou que a reforma põe o Brasil na rota de crescimento. Ele destacou que, como o país é uma das maiores economias do mundo, tem de voltar a crescer. O ministro acrescentou que, para crescer, o país tem de dar condições para as empresas diminuírem os custos. “Principalmente os custos com impostos, de modo que elas possam ser mais eficientes e procurar novos mercados.”

No seminário, Levy disse que que tem conversado com parlamentares e com o setor produtivo sobre a importância das mudanças. Ao lado de Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Gilmar

Mendes, o ministro destacou que o evento no IDP é mais um exemplo da conversa entre os poderes. “A mesa foi presidida pelo ministro Gilmar Mendes. Democraticamente, discutimos pontos essenciais que afetam a vida de cada um de nós e que faz parte desse esforço de cooperação para ajudarmos o Brasil na rota de crescimento.”

Lembrando que a reforma trará transparência para as empresas, o ministro reafirmou que o objetivo é não aumentar a carga tribuária, mas citou como exemplo o sistema previdenciário, que precisa se manter sustentável. “O Brasil tem um dos melhores sistemas de aposentadoria do mundo. Funciona como estabilizador automático. Protege as famílias quando a economia desacelera. Obviamente, ele precisa ser financiado. Não pode ser financiado por uma dívida que cresce sem tamanho. Então, temos de arrecadar”, concluiu. n

PIS/COFINS

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CAMARGO CORRÊA FAZ ACORDO E VAI DEVOLVER

R$ 700 MILHÕES

Com o acordo, a empresa se comprometeu também a entregar novas provas sobre o esquema de corrupção na Petrobras e em outras estatais

Da redação

A Construtora Camargo Corrêa assinou acordo de leniência com o Ministério Público

Federal no qual se comprometeu a devolver R$ 700 milhões aos cofres públicos. No acordo, a empreiteira, que é investigada na Operação Lava Jato, reconheceu a prática dos crimes de formação de cartel e fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro. A indenização será parcelada e corrigida pela taxa Selic.

Com o acordo, a empresa se comprometeu também a entregar novas provas sobre o esquema de corrupção na Petrobras e em outras estatais. Em troca, o Ministério Público não oferecerá

Acordo

denúncia criminal e civil contra os envolvidos. Segundo a força-tarefa de investigadores da Lava Jato, o acordo tem objetivo de garantir a devolução do dinheiro desviado.

“O acordo atende ao interesse

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público por diminuir a litigiosidade judicial, por alcançar, o mais rapidamente possível, a recomposição do patrimônio público, por diminuir os custos do Judiciário com procedimentos judiciais longos e inefetivos e pela produção de informações e provas novas sobre crimes relacionados também a outras empresas, potencializando o ressarcimento ao erário”, diz nota da força-tarefa.

É o segundo acordo de leniência da Camargo Corrêa com investigadores da Lava Jato. No dia 19, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) homologou acordo entre a empresa e dois de seus ex-executivos, Dalton Avancini e Eduardo Leite, que assinaram acordo de delação premiada. A construtora concordou em pagar mais de R$ 104 milhões em indenização. n

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Especial - Brasil e Alemanha

DILMA RECEBE ANGELA MERKEL NO PALÁCIO DO PLANALTO

Foram firmados acordos em áreas como: inovação, pesquisa, mineração, marinha, educação, saúde e segurança alimentar

APor Milton Atanazio e Kêmily Barros

A Comissão A presidenta Dilma Rousseff recebeu no Palácio do Planalto, no dia 20 de agosto

de 2015, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Ela subiu a rampa do palácio, onde foi recebida por Dilma e as duas acompanharam a execução dos hinos nacionais da Alemanha e do Brasil.

As duas chefes de Estado posaram para a foto oficial e seguiram para uma reunião de trabalho reservada. Mais cedo, ministros brasileiros e alemães tiveram encontros separados para tratar de acordos de suas áreas, como economia, educação, agricultura, trabalho, energia, cultura, saúde, previdência, meio ambiente, ciência e tecnologia, comércio exterior, entre outras.

No dia anterior, Merkel e a comitiva alemã foram recebidos em um jantar no Palácio da Alvorada por cerca de duas horas e meia. Após as reuniões no período da manhã, as duas chefes de Estado fizeram uma declaração à imprensa e seguiram para um almoço no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.

A pauta da visita também envolveu discussões sobre temas internacionais, como a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP21), que vai ocorrer em dezembro e a reforma do Conselho de Segurança da Organização das

Nações Unidas (ONU).Com a visita da chanceler alemã, o

governo brasileiro espera atrair mais investimentos do país europeu ao Brasil. Entre os focos, estão os projetos da segunda etapa do Programa de Infraestrutura e Logística, como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Angela Merkel e Dilma Rousseff

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Dentre os acordos bilaterais, do Brasil e a Alemanha, alguns projetos já estão em andamento, como fruto da cooperação já existente entre os dois países.

TECNOLOGIAS DE DEFESAO ministro da Defesa, Jaques

Wagner, e o vice-ministro de Defesa da Alemanha, Ralf Brauksiepe, fizeram um acordo que permite o compartilhamento de experiências sobre questões relacionadas à prevenção de conflitos internacionais e a operações de gerenciamento de crises. Segundo o Ministério da Defesa, essa resolução também abre espaço para atuação, por exemplo, em assuntos relacionados à política de defesa, treinamento e operações militares, pesquisa e desenvolvimento, aquisição de produtos, serviços de defesa e apoio logístico, além de assessoramento em equipamentos

Firmamos a posição de não ser somente compradores,

mas de desenvolver produtos em conjunto onde

haja transferência de tecnologiasMinistro da Defesa

Jaques Wagner

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Especial

de defesa, compartilhamento de conhecimentos e experiências nas áreas de ciência e tecnologia e intercâmbio de informações relacionadas a assuntos de segurança internacional.

“Eles [os alemães] têm um processo de acordo conosco no desenvolvimento de lançadores de microssatélites. Hoje, abrimos a possibilidade também na área de manutenção de submarinos e de desenvolvimento de tanques, porque já usamos os alemães. Firmamos a posição de não ser somente compradores, mas de desenvolver produtos em conjunto onde haja transferência de tecnologias”, afirmou Wagner.

Diante a declaração conjunta, sobre cooperação entre os dois países em missões de paz e no desenvolvimento de tecnologias de defesa, o ministro brasileiro também destacou a promulgação do chamado acordo-quatro de cooperação na área de defesa. “É um acordo guarda-chuva, que permite o incremento do relacionamento na área de defesa”, disse.

URBANIZAÇÃO E MEIO AMBIENTE

O ministro das Cidades, Gilberto Kassab e a ministra do Meio Ambiente, da Proteção da Natureza, Construção e Segurança Nuclear da Alemanha, Barbara Hendricks, assinaram termos de cooperação na área de saneamento,

aproveitamento energético e gestão de resíduos sólidos. Segundo o ministro, alguns projetos já estão em andamento, diante a cooperação efetiva entre os dois países.

Kassab destacou que os acordos são muito mais de transferência e troca de conhecimento do que de investimentos de recursos. “Não são recursos expressivos, porque são para estudos. […] Eles [os alemães] são muito mais avançados em tecnologia”, disse. Como exemplo, citou as incorporações nos projetos do Minha Casa, Minha Vida em termos de política de sustentabilidade.

Durante a reunião, também foi discutido o projeto de aproveitamento energético de biogás no Brasil, o Probiogás, com expressiva cooperação da Alemanha e a questão da eficiência energética nos sistemas de abastecimento de água, em especial nas cidades.

Na questão da mobilidade urbana, ficou definido um aprofundamento na parceria para aprimorar as condições estruturais que possibilitem o aumento da eficiência energética no setor, “apoiando instituições nacionais que visem fazer esse levantamento e, com isso, padronizar e contribuir para redução da emissão de gases de efeito estufa”, acrescentou Kassab.

[…] Eles [os alemães] são muito mais avançados em

tecnologiaMinistro das Cidades

Gilberto Kassab

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A cooperação técnica Brasil e Alemanha na área de gestão de resíduos sólidos urbanos foi assunto entre os dois ministros. “Buscamos desenvolver capacidade nas diferentes esferas de governo e nos setores, de modo a aproveitar o potencial de redução da emissão de gases de estufa por variadas medidas, entre elas a promoção da adequada gestão municipal de resíduos, o fomento à reutilização, reciclagem e tratamento de diferentes frações, a eficiência energética nos sistemas municipais e a destinação final adequada dos resíduos”, afirmou o ministro brasileiro.

POLÍTICAS DE SAÚDEOs dois países pretendem

compartilhar também experiências na valorização do parto normal e no enfrentamento dos acidentes de trânsito, com ações de prevenção e de cuidado qualificado.

Com as cartas de intenção para cooperação em áreas como biotecnologia, capacitação de profissionais e gestão de gastos públicos, os ministros do Brasil e da Alemanha, Arthur Chioro e Hermann Grohe, destacaram que os dois países já mantêm ações de cooperação em várias áreas, entre elas a saúde, e disse

considerar que hoje formam lançadas bases sólidas para aprofundar a relação.

“Cooperamos há muito tempo não só no combate ao HIV/Aids como também em benefício dos nossos pacientes, da nossa população, dos nossos povos, onde é necessário conjugar cooperação tecnológica com sustentabilidade financeira e excelência no atendimento”, declarou Hermann Grohe, após a reunião no ministério da Saúde.

COMBATE À FOME NO MUNDOO acordo entre os ministros do

Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, e da Alimentação e Agricultura da Alemanha, Christian Schmidt, reforçou a determinação dos dois países em promover métodos de produção

sustentáveis, investimentos responsáveis na agricultura e acesso justo e seguro a recursos naturais, como terras, florestas e brancos de pesca.

De acordo com os ministros, Brasil e Alemanha têm uma agenda comum, como cooperativas familiares, agroecologia e direito à alimentação. Para Patrus Ananias, os técnicos alemães podem ajudar os agricultores familiares brasileiros a aumentar e melhorar a produção de alimentos saudáveis.

REDUÇÃO - GASES DE EFEITO ESTUFA

A presidenta brasileira e a chanceler da Alemanha, apresentaram na durante a reunião, declaração conjunta dos dois países para o enfrentamento das mudanças climáticas. O texto inclui o compromisso com a descarbonização da economia até o fim deste século, o que significa reduções drásticas de emissões de gases de efeito estufa por meio de cortes significativos no uso de combustíveis fósseis.

Segundo Dilma, a declaração reflete o compromisso do Brasil e Alemanha para o êxito da próxima Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP-21), em

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Tenho certeza de que essa cooperação vai continuar para além deste encontro

Ministro da Alimentação e Agricultura da Alemanha

Christian Schmidt

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dezembro, em Paris.“Se queremos evitar que a

temperatura [do planeta] aumente em dois graus, nosso compromisso com a descarbonização no horizonte de 2100 é algo muito importante e relevante para todo o planeta”, disse a chefe de Estado brasileira ao lado de Merkel. Elas deram declaração à imprensa após reunião no Palácio do Planalto.

“Temos compromisso comum de descarbonização da economia até o fim do século”, acrescentou Merkel, que anunciou a criação de um fundo 500 milhões de euros que se destinará às questões relacionadas às mudanças climáticas.

Dilma também listou a restauração e recuperação florestal de 12 milhões de hectares, a meta de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030 e a neutralização das emissões de carbono associadas a supressão de vegetação na Amazônia como compromissos da declaração conjunta Brasil-Alemanha.

Merkel agradeceu a hospitalidade brasileira e disse que a cooperação entre Brasil e Alemanha será ampliada em novos encontros bilaterais. “Muito foi

feito, mas ainda temos muito à nossa frente, essas primeiras consultas foram muito intensas e num ambiente muito amigável e muito simpático”.

A presidenta brasileira encerrou a declaração agradecendo a visita e convidando Merkel e a comitiva alemã

para virem aos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. “Hoje abrimos novas frentes de trabalho conjuntas, estou certa que esses trabalhos gerarão numerosos resultados, veremos Alemanha e Brasil cada vez mais próximos no futuro”, disse a brasileira. n

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Especial

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WORLDSKILLS2015

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WORLDSKILLS2015 ACONTECE NO ANHEMBI EM SÃO PAULO

Presidente da WorldSkills afirma que esta foi a maior e melhor edição de todos os tempos da WorldSkills Competition

Por Milton Atanazio

Realizada a cada dois anos, a WorldSkills Competition é a maior competição de educação

profissional do mundo. Neste ano, de 12 a 15 de agosto, em São Paulo, competidores de mais de 60 países das Américas, Europa, Ásia, África e Pacífico Sul simulam desafios das profissões que devem ser cumpridos dentro de padrões internacionais de qualidade. Eles demonstram habilidades técnicas individuais e coletivas para executar tarefas específicas de cada uma das ocupações profissionais.

Ao longo de seus 65 anos de história, a Competição reúne jovens qualificados de todo o mundo que trocam experiências de seus ofícios. Eles representam os melhores alunos selecionados em olimpíadas de educação profissional de seus países, realizadas em etapas regionais e nacionais.

É a primeira vez na história que a WorldSkills Competition será realizada na América Latina. Na 43ª edição, em 2015 em São Paulo, espera-se superar o número de competidores registrado em Leipzig, Alemanha, em 2013 – mais de 1.000 participantes de 53 países disputaram medalhas em 46 ocupações.

Desta vez, quem organiza a competição é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI),detentor

de um dos cinco maiores complexos de educação profissional do mundo.

COMITÊ ORGANIZADORA Competição desse ano foi a maior,

teve mais Competidores e Avaliadores, e ocupou um espaço físico muito mais amplo: 213 mil metros quadrados. O que realmente me impressiona, e não sou ninguém da área técnica, foi o fato de a qualidade dos trabalhos e o nível de esforço serem maiores do que nunca. E se essa foi nossa principal meta na Competição, conseguimos atingi-la. A WorldSkills São Paulo 2015 superou todas as expectativas, entrando para a história da Competição: foi a maior e a melhor edição de todos os tempos.

Segundo a avaliação dos organizadores o que mais chamou atenção foi durante a Cerimônia de

Abertura, ver o entusiasmo dos jovens Competidores, principalmente no “Desfile das Nações”, onde eles entraram com suas bandeiras e em coro, fizeram os gritos de guerra. É um espetáculo que vale a pena ser visto, chamou minha atenção. Essa etapa envolveu os Competidores e criou uma certa ligação com o público. Essa seria a primeira coisa que chamou minha atenção. A música e a dança de cada região do Brasil deram grande destaque ao País também. A maioria das pessoas ao redor do mundo conhece o Brasil por uma ou duas coisas: a floresta Amazônica, o Rio de Janeiro; e acredito que com a apresentação da Cerimônia de Abertura, o público pode conhecer melhor a diversidade do país. O Brasil deve ser do tamanho da Europa. Considere a diferença que temos da Escandinávia ao Mediterrâneo, é para nós uma diferença

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Ministro da Educação do Brasil, Renato Janine Ribeiro e o ministro da Educação da República da Belarus, Sr.Mikhail Zhuravkov

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

natural. Aqui, essa diferença se apresenta dentro do mesmo país. Outro aspecto que chamou a minha atenção foi o espaço destinado à Competição. Algumas áreas são tão grandes quanto campos de futebol. É como se estivéssemos em um campo jogando. Precisamos de uma bicicleta para ir de um lado ao outro do evento. A disposição, o espaço, a possibilidade de as pessoas terem acesso a uma área externa, tudo isso é muito bom. O entusiasmo das crianças que visitaram o evento foi um show à parte, lindo de ver. O envolvimento com os pontos de informação, a curiosidade, a observação de tudo o que aconteceu, as conversas entre elas.

De acordo com Simon Bartley,

“Outro fato que gostaria de mencionar é o de termos chamado a atenção da mídia mundial, e fico extremamente contente com isso. Temos a BBC, as televisões nacionais da Coreia do Sul, Japão, China, Índia; todos eles, incluindo o Brasil, claro. Além disso, tivemos Ministros e ONGs participando do Programa de Conferências e visitando a Competição”, ressalta.

Perguntado sobre qual mensagem que daria aos jovens Competidores, destacou que “A minha mensagem aos Competidores reflete o que eu disse na Cerimônia de Abertura. Vou me expressar em uma ordem diferente. Primeiro, diria a eles para que quando chegarem aos seus países, que olhem para trás e considerem

os trabalhos realizados aqui como, primeiramente, prazerosos. Em segundo lugar, como algo que os complemente como pessoas. E em terceiro, como algo que aprimore suas habilidades técnicas para que possam seguir suas carreiras em um patamar melhor e mais avançado do que antes. Todos são campeões. Desejo a todos sucesso em suas carreiras, e peço que continuem passando a mensagem aos seus irmãos, pais e escolas de que a educação vocacional, artística, técnica e profissional é um caminho absolutamente válido para o progresso, independentemente do nível de conhecimento de cada um. A educação profissional pode ser para todos”, finaliza.

ACORDO BELARUS X BRASILO ministro da Educação da República da

Belarus, Sr.Mikhail Zhuravkov acompanhado de sua comitiva, estiveram prestigiando o evento e trouxeram uma equipe para participação, em 15 modalidades.

Na ocasião ainda, reuniu-se com o ministro da Educação do Brasil o Sr. Renato Janine Ribeiro, onde celebraram um Acordo de cooperação educacional entre o Governo da República da Belarus e o Governo da República Federativa do Brasil.

O Ministro da Educação da República da Belarus Sr.Mikhail Zhuravkov realizou uma reunião bilateral com o Presidente de WorldSkills International o Sr.Simon Bartley, e também participou da Conferência Internacional para Ministros – Século XXI: Iniciativas para promover o ensino técnico e vocacional. n

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Saúde

O

MINISTRO DA SAÚDE DIZ QUE BRASIL VIVE EPIDEMIA DE CESARIANAS

Segundo pesquisa, 54,7% dos partos brasileiros são cesáreas, muito acima da recomendação de 15% da Organização Mundial da Saúde

Da redação

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou no dia 21 considerar inadmissível a

proporção de cesarianas realizadas no Brasil. Segundo ele, o país vive uma epidemia desse tipo de parto.

Com dados de 2013, a Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo ministério em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 54,7% dos partos brasileiros são cesáreas, muito acima da recomendação de 15% da Organização Mundial da Saúde (OMS). Fora do Sistema Único de Saúde (SUS), a proporção chega a 88%.

“Precisamos reconhecer que vivemos uma epidemia de cesarianas”, afirmou Chioro. Sobre os riscos de uma cesariana mal indicada, o ministro disse que o governo não está lidando com um problema simples. “É um problema de saúde pública extremamente grave.”

Chioro ressaltou que não se trata de criminalizar a cesariana, o médico ou a mulher, no momento em que o parto é

necessário. Ele esclareceu, entretanto, que a cesariana mal indicada traz 120 vezes mais riscos de prematuridade para a criança, aumenta em 24% o risco de mortalidade neonatal e aumenta em três vezes o risco de mortalidade materna.

Outro dado destacado pela pesquisa e pelo ministro revela que 53,5% das cesarianas feitas no Brasil são marcadas com antecedência, antes que a mulher entre em trabalho de parto. Na rede particular de saúde, o percentual chega a 74,2%.

“O que se tem é um exagero. O que se tem é uma marcação inaceitável com antecedência, a fim de atender a outros interesses que não são os da natureza”, acrescentou. “É inadmissível que tenhamos essa proporção.”

Arthur Chioro disse que o momento é de profissionais, entidades médicas, universidades e governo se apropriarem dos dados para planejar mudanças na organização e gestão dos serviços de saúde, inclusive dando mais multidisciplinariedade ao atendimento. nMinistro da Saúde, Arthur Chioro

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ArtigoVereador Edson Sardano

AEdson Sardano

A CORRUPÇÃO NOSSA DE CADA DIA

A tire a primeira pedra quem nunca comprou um DVD pirata, quem nunca pediu um atestado

médico para faltar à escola, quem nunca pediu para “livrar” o filho de servir ao exército, quem nunca pagou uma consulta ou tratamento sem nota para ficar mais barato, quem nunca fez uma venda de imóvel por um valor menor para reduzir o imposto, quem nunca transgrediu uma lei de trânsito, quem nunca dirigiu depois de “apenas” uma cervejinha...

Faltaria espaço para descrever comportamentos rotineiros tidos como inocentes, justificados pelo “todo mundo faz”, é só um pouquinho, no meu caso é diferente,é só essa vez, e por aí vai.

O nome disso é corrupção. Não foram os políticos que inauguraram a corrupção. Ela é uma companheira da índole do ser humano desde que ele se entende por integrante de uma sociedade, por mais rudimentar que fosse, mas movido por impulsos ligados à satisfação de desejos e interesses.

No princípio usava- se a força, uma forma corrupta de se obter algo em detrimento de outrem, prevalecendo,a grosso modo, a lei do mais forte.

Com a evolução das relações sociais e a regulação da convivência por meio de normas gerais, o uso da força foi perdendo espaço, mas a necessidade de obter vantagens indevidas permaneceu. Mudou-se o instrumento. Nasceu a corrupção como a entendemos hoje.

A política, não há dúvida, é o campo onde ela aparece em sua forma mais

MINICURRÍCULO

*EDSON SARDANO é casado, pai de três filhos, natural de Santo André, Coronel da reserva da Polícia Militar do Estado de S. Paulo, bacharel em direito, pós-graduado em filosofia do direito e professor universitário.Ocupou o cargo de Secretário de Segurança Pública de Santo André. Foi comandante do 10º batalhão da PM e participou da criação do 41º batalhão da PM da cidade. Foi conselheiro dos Direitos da Criança e do Adolescente, e da Federação das Entidades Assistenciais de Santo André (FEASA).

audaciosa, pois por definição, ela é a força de toda a sociedade, de modo que um simples desvio em sua natureza produz resultados extremamente danosos.

Também a política não pode ser resumida aos políticos, ou seja: por mais que reclamemos de uma parcela deles, entra eleição, sai eleição, lá estão os mesmos novamente, nos braços do povo. Às vezes literalmente.

Quem deseja uma sociedade melhor, mais justa, onde a honestidade seja a regra, deve estar preparado, acima de tudo, para fazer a sua parte. Não pode passar pela cabeça de uma pessoa honesta que ela está fazendo papel de boba, que não sobreviverá no mundo corrupto, onde a “lei de Gerson” vigora com toda força.

A honestidade é um valor pessoal. Não é um troféu para ser exibido, nem uma postura condicionada ao comportamento alheio. Se eu preciso que os outros sejam honestos primeiro fica difícil vislumbrar uma chance de progresso.

Criamos uma sociedade gananciosa, competitiva e, não raras vezes, predadora. Formamos os filhos ensinando que “o mundo é dos espertos”.

Agora é hora de ensinar-lhesque o conceito de esperto mudou: esperto é quem respeita as leis, a natureza, o seu semelhante e, em suma, a sua própria consciência.

Os séculos de agressões físicas e morais a que nos impusemos trouxeram uma sociedade desequilibrada, onde valores são sinônimos de fraqueza e só os fortes sobrevivem.

Nunca fomos tão fortes materialmente falando e, ao mesmo tempo, nunca estivemos tão subjugados por múltiplas

fraquezas,sejam a violência urbana, a desigualdade social, o desequilíbrio ambiental e, de forma ainda mais dolorosa, o desequilíbrio emocional, que ainda neste século vai envolver boa parte da população nas suas múltiplas manifestações, como pânico, depressão, bipolaridade etc.

Corrupção emocional. Olha ela aí de novo!

Corrupção é, por definição, um desvio de finalidade. Não é algo para se procurar nos outros. É algo para se corrigir intimamente, buscando a harmonia física e mental, postura imprescindível para uma vida de sucesso. Taí outra palavra corrompida: Todos temos direito ao sucesso!

Definir seu verdadeiro significado pode ser a chave da felicidade. n

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CPI

A

CPI DO FUTEBOL APROVA PLANO DE TRABALHO PARA OS PRÓXIMOS MESES

A proposta apresentada pelo relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), prevê que o relatório final seja votado até o fim de novembro

Da redação

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol aprovou no dia 11 o plano

de trabalho que vai orientar as investigações nos próximos meses. A proposta apresentada pelo relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), prevê que o relatório final seja votado até o fim de novembro. A primeira audiência, no dia 18, deverá ter a participação dos jornalistas Juca Kfouri, Sérgio Rangel, Jamil Chade e José Cruz.

O cronograma estabelece também oitivas dos presidentes das federações estaduais de Futebol nos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, Pernambuco, do Rio Grande do Sul, Amazonas, Acre e Distrito Federal. O objetivo é esclarecer aspectos de organização e funcionamento das entidades regionais de administração do desporto, tais como organização das competições, desenvolvimento do futebol regional e das categorias de base, definição de calendário e o relacionamento com as entidades desportivas filiadas.

A CPI deverá ouvir os presidentes dos clubes Atlético Mineiro, Flamengo, Vasco da Gama, Grêmio, Palmeiras, Sport do

Recife e São Paulo. A ideia é compreender a realidade organizacional e financeira dos clubes brasileiros, a relação deles com as entidades de administração do desporto, as relações trabalhistas e a organização das competições nacionais.

Estão previstos ainda depoimentos de representantes de entidades ligadas aos atletas, entre elas, o Bom Senso Futebol Clube e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol. Os senadores querem ouvir as demandas e avaliações delas sobre os problemas enfrentados pelo futebol brasileiro, inclusive na área trabalhista.

Os ex-jogadores Pelé, Zico, Ricardo

A ideia é compreender a realidade organizacional e financeira dos clubes

brasileiros, a relação deles com as entidades de

administração do desporto, as relações trabalhistas

e a organização das competições nacionais

A proposta apresentada pelo relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), prevê que o relatório final seja votado até o fim de novembro

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

Rocha, Cafu, Carlos Alberto Torres, Roque Júnior também serão ouvidos, os dois primeiros em sessões exclusivas. Eles deverão ser indagados sobre a organização das competições e a relação dos jogadores com os clubes. Os técnicos Luiz Felipe Scolari, Carlos Alberto Parreira e Dunga serão convidados para falar na CPI.

Em outras rodadas de oitivas, deverão ser convidados ex e atuais dirigentes

da CBF, como Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero. A comissão vai abordar a organização da Copa do Mundo da Federação Internacional de Futebol (Fifa) ocorrida no ano passado no Brasil.

Os depoimentos dos dirigentes da CBF estão entre os principais objetivos do presidente da comissão, senador Romário (PSB-RJ). Embora o relator tenha previsto que eles fiquem para o final, o presidente tem poder para

adiantá-los, se assim desejar.“Eu concordei com o plano de

trabalho do relator, senador Romero Jucá, muito bem feito, muito bem elaborado. A única coisa que não ficou certa foi exatamente a data em que essas pessoas virão aqui, convidadas ou convocadas. Então, dependendo do que for acontecendo nos próximos dias, no curso natural da CPI, essa possibilidade é realmente viável – antecipar a vinda do ex-presidente da CBF e do atual”, disse Romário.

Para Jucá, no entanto, a comissão não pode ficar centrada apenas na CBF e deve servir para ajudar a solucionar os problemas do futebol brasileiro como um todo. “Nossa ideia é contribuir para a melhora do futebol. Quero ter, primeiro, uma visão geral, começar a ouvir da base, das federações, passando pelos clubes, para construir uma lógica de como funciona o sistema como um todo. Se formos discutir só a gestão da CBF, não vamos ter as informações do que vem a ser o futebol que deságua nela.” nSenador Romário (PSB-RJ)

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Marcha das Margaridas

O combate à violência contra as mulheres é uma das principais reivindicações das agricultoras presentes em Brasília

AA presidenta Dilma Rousseff anunciou no dia 12, ao discursar na cerimônia

de encerramento da 5ª Marcha das Margaridas, no Estádio Mané Garrincha, a criação de patrulhas rurais para combater a violência contra a mulher no campo. A presidenta disse que o governo terá “tolerância zero” contra esse tipo de violência. “Faremos parcerias com as forças policiais que atuam em nível local para que as mulheres vítimas de violência sejam assistidas de maneira correta e haja de fato prevenção da violência e do feminicídio.”

O combate à violência contra as mulheres é uma das principais reivindicações das agricultoras presentes em Brasília. O nome do movimento é inspirado na sindicalista paraibana Margarida Maria Alves, assassinada há 32 anos na frente do marido e dos filhos. “Meu compromisso é combater a violência contra mulheres de maneira implacável”, afirmou.

Durante o evento, Dilma disse ainda ter assinado decreto com as novas regras do Programa Nacional de Crédito Fundiário, após 17 anos

DILMA PROMETE COMBATER VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO CAMPO

Da redação

sem revisão. Ela anunciou também a ampliação dos limites de renda familiar anual e patrimônio familiar máximo para que as famílias possam requisitar crédito. Os valores dobraram, foram para R$ 30 mil e R$ 60 mil, respectivamente.

Dilma informou ainda que serão ampliados os serviços especializados de atenção à mulher rural, como cursos voltados para a capacitação de 10 mil promotoras legais pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego e prometeu ampliar o número de vagas em creches e pré-escolas nas cidades e no campo. “Até 2018, o Ministério da Educação garantirá 1,2 mil espaços nas escolas para creches. [Haverá também a] conclusão da implantação em escolas

rurais existentes para atender crianças prioritariamente de 4 e 5 anos.”

A presidenta anunciou ainda a implantação de pelo menos mais 100 mil cisternas produtivas até 2018, garantindo água para produção e implantação de quintais produtivos agroecológicos. Ela ainda disse que vai continuar trabalhando na elaboração do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos, mas não detalhou quando será lançado.

Dilma Rousseff falou também que tem o compromisso de não deixar que haja recuo nas conquistas democráticas do país e citou o trecho de uma canção do compositor Lenine para dizer que “enverga, mas não quebra”.

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Ela agradeceu o apoio recebido pelas agricultoras, dizendo que juntas elas não vão permitir que “ocorra qualquer retrocesso nas conquistas sociais, democráticas do nosso país”.

Ao encerrar o discurso, a presidenta afirmou que a garantia de não haver retrocessos faz parte do centro da razão do seu governo, e disse que terminaria sua fala citando Lenine. “As palavras de Lenine descrevem muito bem a fase de hoje, e as decididas margaridas de todo o Brasil, dentre as quais eu me incluo: “Em noite assim como esta, eu cantando numa festa, ergo o meu copo e celebro os bons momentos da vida. E nos maus tempos da lida eu envergo

mas não quebro”, disse, trocando a expressão original “tarde” pela “noite”.

DEFESA DOS DIREITOS DA MULHER TRABALHADORA

No discurso que antecedeu o da presidenta Dilma Rousseff, a coordenadora-geral da Marcha das Margaridas, Alessandra Lunas, disse que a marcha não significava um enfrentamento, mas uma luta pelos direitos das trabalhadoras do campo. “Estamos na rua garantindo o não retrocesso do direito das trabalhadoras”, afirmou. Ela disse também que o movimento está com Dilma. “Estamos juntas, sim. Estamos juntas à presidenta Dilma Rousseff.”

PAUTA DE REIVINDICAÇÕESSobre a pauta de reivindicações da

marcha, entregue ao governo federal há pouco mais de um mês, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, disse, ao discursar, que o governo estuda todos os pedidos. “Muitas pautas que vocês trazem serão atendidas, algumas, não neste momento, mas certamente estaremos juntas construindo avanços”. Segundo ela, uma das demandas trazidas na última marcha, em 2011, foi a de unidades móveis de enfrentamento à violência contra as mulheres. Desde então, 54 foram entregues aos estados e municípios, além de uma unidade móvel no Arquipélago do Marajó, no Pará.

“Vocês certamente marcham em um país muito diferente para todas as mulheres, muito diferente do país de antes de 2000, quando seguiram em marcha pela primeira vez. Mas também diferente do país de 2011 quando marcharam pela última vez”, disse a ministra.

De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), organizadora do evento, a meta de reunir 70 mil pessoas na marcha foi atingida. A Polícia Militar do Distrito Federal estimou em 35 mil o número de participantes do evento. No Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, com capacidade para 72 mil pessoas, o anel inferior, com capacidade para 22,3 mil, estava ocupado pelos integrantes da marcha.

A Contag confirmou que duas mulheres participantes da Marcha das Margaridas, uma de Sergipe, Maria Pureza, outra do Piauí, Maria Alzenir, chegaram a Brasília na noite do dia 12 com problemas cardíacos. Elas foram levadas para um hospital, onde ficaram internadas, mas acabaram morrendo. n

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ABM

A Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF) substituiu o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF)

EEntidade municipalista mais antiga do Brasil, com 70 anos de história, a Associação

Brasileira de Municípios conhece profundamente os principais desafios enfrentados pelas Prefeituras e a saúde pública sempre esteve entre as pautas centrais do municipalismo. É evidente entre a sociedade brasileira que há um subfinanciamento da área, realidade que demanda a criação de novas fontes de recursos.

Em 27.08.2015, a imprensa abordou a articulação do Governo Federal para o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF). A Associação

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MUNICÍPIOS APOIA RETORNO DA CPMF

Da redação Brasileira de Municípios, que há anos propõe essa alternativa para o avanço do SUS, apoia a medida e defende que os recursos provenientes dessa fonte sejam destinados exclusivamente para a Saúde.

A entidade ainda destaca a necessidade de definir com clareza, através do diálogo entre os entes federativos, a parcela que caberá aos municípios e propõe que a

Ministro da Saúde Artur Chioro e o Presidente da entidade

Eduardo Tadeu Pereira

distribuição entre as Prefeituras siga os critérios do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), para que os pequenos municípios sejam contemplados de forma justa.

A Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF)

substituiu o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), que havia sido criado em 13 de julho de 1993, durante o governo de Itamar Franco, cujo ministro da Fazenda era Fernando Henrique Cardoso. O IPMF vigorou de 1º de janeiro de 1994 até 31 de dezembro de 1994, durante a implementação do Plano Unidade Valor de Referência (U.V.R.). Tinha uma alíquota de 0,25% que incidia sobre os débitos lançados nas contas mantidas pelas instituições financeiras e transações gerais da economia. Inicialmente, pretendia-se que viesse a substituir o Imposto de Renda, uma vez que é um instrumento que atinge as chamadas “Grandes Fortunas Constitucionais”. Mostrou-se mais eficaz que o Imposto de Renda, pois gerava muito mais recursos. n

A ABM, que há anos propõe essa alternativa para o avanço do SUS, apoia a

medida e defende que os recursos provenientes dessa

fonte sejam destinados exclusivamente para a Saúde

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ArtigoGisele Victor Batista

QGisele Victor Batista

QUE PAÍS É ESSE? A OPERAÇÃO LAVA JATO, NA SUA 18ª FASE DE OPERAÇÃO, CAUSA A REVOLTA AOS BRASILEIROS!

Que a corrupção sempre existiu no Brasil, isto é fato! Que alguns políticos

brasileiros sempre se beneficiaram do dinheiro público, através de esquemas inescrupulosos, isto não é novidade para ninguém! Que os processos licitatórios no país são manipulados e fraudados, já é do conhecimento comum! Agora, tudo isso reunido num único processo de investigação, envolvendo doleiros, vários partidos políticos, pessoas ligadas ao governo, grandes empreiteiras e seus executivos, resultou na maior investigação policial do país, que chocou a população brasileira e o resto do mundo.

A Operação Lava Jato, como é conhecida, iniciou investigando uma rede de doleiros que atuavam em vários Estados, mas acabou por revelar um vasto esquema de corrupção na Petrobras, envolvendo políticos de vários partidos e as maiores empreiteiras do país. A operação recebeu esse nome devido ao uso, pela quadrilha, de uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar dinheiro de origem ilícita, por volta de 1997.

A denuncia inicial foi realizada, em 2008, pelo empresário Hermes Magnus, pois o bando de corruptos tentou lavar dinheiro em sua empresa. A partir daí, ocorreram inúmeras diligências

investigativas, sendo que a fase ostensiva deu-se em 17 de março de 2014. Esta data foi marcada pelo o cumprimento de mais de uma centena de mandados de busca e apreensão, prisões temporárias, preventivas e conduções coercitivas, tendo como objetivo apurar um esquema de lavagem de mais de dez bilhões de reais.

O esquema é tão grande que a operação Lava Jato teve que ser dividida em fases, alcançando, até agora, a 18ª etapa de operação (veja quadro explicativo). Acuados, muitos dos envolvidos utilizam-se a delação premiada para reduzir suas penas, ou seja, usam esse benefício legal que é concedido a um criminoso delator que aceite colaborar na investigação e entregar seus companheiros. Assim, quanto mais a investigação avança, maior fica o número de pessoas envolvidas neste repugnante plano de corrupção.

Longe de terminar, a operação Lava Jato, em cada etapa, mostra como políticos e empresários desviaram dinheiro da maior empresa símbolo do país: a Petrobras. Contudo, apesar de assistir suas riquezas sendo corroídas pelas garras da corrupção, o que gera sentimento de revolta nos corações de milhões de brasileiros, o anseio por justiça é muito maior, com a esperança que a ética, quem sabe um dia, seja uma realidade possível no país.

O esquema é tão grande que a operação Lava Jato teve que ser dividida em fases, alcançando, até agora, a 18ª etapa de

operação. Acuados, muitos dos envolvidos utilizam-se a delação premiada para

reduzir suas penas

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

ENTENDA UM POUCO DE COMO OCORRERAM AS 18 FASES:

Fases da Operação Data Detalhes da Operação

Primeira fase 17/03/14A Polícia Federal (PF) cumpriu prisões temporárias e preventivas de 24 pessoas em 7 estados, entre elas o doleiro Youssef, acusadas de lavagem e desvio de dinheiro, evasão de divisas, entre outros crimes. Na operação foram apreendidos R$5 milhões em dinheiro e 25 carros de luxo, joias, obras de artes e armas.

Segunda fase 20/03/14 PF cumpriu 6 mandados de busca e 1 de prisão temporária. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, foi preso temporariamente, devido aos indícios de receber uma Land Rover do doleiro Youssef.

Terceira fase 11/04/14 A Polícia Federal cumpriu 16 mandados de busca e apreensão, 1 prisão temporária e 4 de conduções coercitivas. O objetivo era reunir provas sobre a ligação de Paulo Roberto da Costa com o doleiro Youssef na empresa Ecoglobal Ambiental.

Quarta fase 11/06/14 PF cumpre 1 mandado de busca e 1 mandato de prisão preventiva. Paulo Roberto Costa é preso novamente pois tinha US$ 23 milhões em contas bloqueadas na Suíça.

Quinta fase 01/07/14 PF cumpre 7 mandados de busca, 1 mandato de prisão temporária e 1 de condução coercitiva. O executivo João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado e Iara Galdino da Silva são presos por gerenciar R$ 5 milhões na Suíça contas do doleiro Youssef.

Sexta fase Polícia Federal cumpriu no RJ 12 mandados, sendo 11 deles de busca e apreensão e 1 de condução coercitiva de empresas e pessoas próximas ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Sétima fase:Operação Juízo Final 14/11/14

Polícia Federal cumpriu 49 mandados de busca, 6 de prisão preventiva e 21 de prisão temporária, tendo como alvos os presidentes e diretores de grandes empresas, como OAS, IESA Óleo & Gás, Camargo Corrêa Construções, UTC Engenharia e Construtora Queiroz e Galvão, as quais somavam R$ 59 milhões em contratos com a Petrobras.

Oitava fase 14/01/15 A PF cumpriu um mandado de prisão preventiva contra Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, acusado de participação num esquema de corrupção contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, entre 2006 e 2012.

Nona fase:Operação My Way

05/02/15

PF cumpriu de 62 mandados de busca e apreensão, prisões temporárias e preventivas e conduções coercitivas, em quatro estados, para colher elementos de investigação acerca de operadores que atuaram na intermediação no pagamento de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobrás. A operação teve como alvo a Diretoria de Serviços da Petrobras e da BR distribuidora. O Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto foi levado para depor. Durante essa fase foram apreendidas na casa de Zwi Skornicki quarenta e oito obras de arte que foram levadas para o Museu Orcar Neimeyer.

Décima fase:Operação “Que país é

esse?”16/03/15

A PF cumpriu 18 mandados no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde o ex-diretor Renato Duque foi preso novamente. No dia 27 de março de 2015, o empresário Dário Queiroz Galvão, sócio da Galvão Engenharia é preso, pois tinha contas na suíça no valor de 20 milhões de Euros. No dia 8 de abril de 2015, a justiça sequestrou R$163,5 milhões da empresa Queiroz Galvão.

Décima primeira fase:Operação “A origem” 10/04/15

A PF cumpriu 32 mandados, sendo 7 de prisão, 16 de busca e apreensão e 9 de condução coercitiva. Esta fase teve operações em seis estados: Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram presos o ex-deputado André Vargas, Leon Vargas (irmão de André Vargas), o ex-deputado Luiz Argôlo, Élia Santos da Hora (secretária de Argôlo), o ex-deputado Pedro Corrêa, Ivan Mernon da Silva Torres e Ricardo Hoffmann. A operação chegou ao Ministério da Saúde e à Caixa Econômica Federal.

Décima segunda fase 15/04/15 A PF deu inicio a uma nova fase com dois mandados de prisão, um de condução coercitiva e um de busca e apreensão em São Paulo, onde o tesoureiro do PT, João Vacari Neto, foi preso. A cunhanda e a mulher de Vaccari são envolvidas no processo.

Décima terceira fase 21/05/15

A PF cumpriu um mandado de prisão (Milton Pascowitch), um de condução coercitiva e 4 de busca e apreensão. Os mandados de busca e apreensão em São Paulo foram feitos na casa de José Adolfo Pascowitch, irmão de Milton Pascowitch. Os outros dois foram feitos um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais. De acordo com o MP, a empresa JD Consultoria, de José Dirceu, recebeu mais de R$1,4 milhões em pagamento da Jamp Egenheiros Associados Ltda, empresa que pertence a Milton Pascowitch.

Décima quarta fase:Operação “Erga Omnes”

19/06/15PF tinha como alvos os executivos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Guitierrez. Foram cumpridos 38 mandados de busca, 8 de prisão preventiva, 4 de prisão temporária e 9 de condução coercitiva. Os mandados judiciais foram cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Porto Alegre.

Décima quinta fase:Operação “Conexão

Mônaco”2/07/15

A PF cumpriu 5 mandados judiciais, sendo 4 de busca e apreensão e 1 de prisão preventiva. O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada foi preso pela movimentação 10 milhoes de Euros no Principado de Mônaco, em recursos ilícitos obtidos em propinas nos negócios da empresa. Operação Politeia (em grego faz referência ao livro “A República de Platão”, que descreve uma cidade perfeita onde a ética prevalece sobre a corrupção), deflagrou em 14 de julho de 2015, uma operação com 53 mandados de busca e apreensão em casas de políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras.

Décima sexta fase:Operação “Radioatividade”

28/07/15A PF cumpriu 30 mandados judiciais em 5 cidades. Entre as prisões estavam o ex-diretor presidente da Eletronuclear e o presidente da global AG Energia.

Décima sétima fase;Operação “Pixuleco”

03/08/15PF cumpriu 40 mandados judiciais, sendo 3 de prisão preventiva, 5 de prisão temporária, 26 de busca e apreensão, e 6 de condução coercitiva. José Dirceu e seu irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva foram presos na operação, acusados por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Décima oitava fase:Operação “Pixuleco II” 13/08/15

A PF cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em Brasília, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Foi preso na operação

o ex-vereador do PT, Alexandre Romano, suspeito de arrecadar vantagens indevidas superiores a R$50 milhões. n

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“Dialogar não é aderir.” “Para a população, o que importa é saber se a justiça funciona ou

não.”

Frases

MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, EDSON FACHIN, após

jantar com a Presidente Dilma

JUIZ FEDERAL SÉRGIO MORO, responsável pela investigação sobre a

roubalheira à Petrobras

“O PMDB tem sido o centro da governabilidade.”

VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, MICHEL TEMER, elogiando o papel

do partido na estabilidade

“Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta,

mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta.”

“Nada começa que não tenha que acabar, tudo o que começa

nasce do que acabou.”

PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF ao anunciar novas vagas no Pronatec

Aprendiz

“Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles.”

RUY BARBOSA (1849-1923), jurista, escritor e político

JOSÉ SARAMAGO (1922-2010), escritor, roteirista, jornalista,

dramaturgo e poeta português

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A cara e a Voz do Legislativo | 63

A Cara e a Voz do Legislativo!

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