revistas online, redes sociais e leitura

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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Revistas online, redes sociais e leitura Graciela Natansohn 1 Cíntia Guedes 2 Samuel Barros 3 Resumo: O artigo visa refletir sobre os desafios de definir revista em tempos de web 2.0, e co- mo estas publicações se inserem nas redes sociais. Analisar as transformações da leitura de re- vistas na web, de como o consumo e a recepção de mídias precisam se prover de novos concei- tos para compreender as formas contemporâneas de ser e participar da cultura da convergência, (Jenkins, 2008), e as formas específicas que as revistas adquirem para se adequar estas novas configurações. Palavras-chave: jornalismo de revista; leitura online; comunidades online. 1. Introdução Desde que O Cruzeiro apareceu, em 1928, as revistas não param de surpreender. Considerada a primeira grande revista brasileira, fez da imagem (ilustrações, fotos, la- yout) o objeto de desejo quase que voyeurístico para todas as gerações de leitores. Feita para ser olhada e apreciada, mais do que lida, desde aquela época as revistas vêm acom- panhando rapidamente as mudanças culturais, sociais e tecnológicas. No final do século XX, quando o jornalismo chegou nas redes digitais, elas também se trasladaram ao cibe- 1 Jornalista, mestre e doutora em Comunicação, docente do Programa de Pós-graduação em Co- municação e Cultura Contemporâneas daFacom/UFBA. E-mail: [email protected] 2 Aluna do curso de Produção Cultural e bolsista Pibic Facom/UFBA. E-mail: cintiague- [email protected] 3 Aluno do curso de Jornalismo e bolsista Pibic Facom/UFBA. E-mail: samu- [email protected]

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O artigo visa refletir sobre os desafios de definir revista em tempos de web 2.0, e como estas publicações se inserem nas redes sociais. Analisar as transformações da leitura de revistas na web, de como o consumo e a recepção de mídias precisam se prover de novos conceitos para compreender as formas contemporâneas de ser e participar da cultura da convergência, (Jenkins, 2008), e as formas específicas que as revistas adquirem para se adequar estas novas configurações.

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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo

USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009

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Revistas online, redes sociais e leitura

Graciela Natansohn 1 Cíntia Guedes 2 Samuel Barros3

Resumo: O artigo visa refletir sobre os desafios de definir revista em tempos de web 2.0, e co-mo estas publicações se inserem nas redes sociais. Analisar as transformações da leitura de re-vistas na web, de como o consumo e a recepção de mídias precisam se prover de novos concei-tos para compreender as formas contemporâneas de ser e participar da cultura da convergência, (Jenkins, 2008), e as formas específicas que as revistas adquirem para se adequar estas novas configurações. Palavras-chave: jornalismo de revista; leitura online; comunidades online.

1. Introdução

Desde que O Cruzeiro apareceu, em 1928, as revistas não param de surpreender.

Considerada a primeira grande revista brasileira, fez da imagem (ilustrações, fotos, la-

yout) o objeto de desejo quase que voyeurístico para todas as gerações de leitores. Feita

para ser olhada e apreciada, mais do que lida, desde aquela época as revistas vêm acom-

panhando rapidamente as mudanças culturais, sociais e tecnológicas. No final do século

XX, quando o jornalismo chegou nas redes digitais, elas também se trasladaram ao cibe-

1 Jornalista, mestre e doutora em Comunicação, docente do Programa de Pós-graduação em Co-municação e Cultura Contemporâneas daFacom/UFBA. E-mail: [email protected] 2 Aluna do curso de Produção Cultural e bolsista Pibic Facom/UFBA. E-mail: [email protected] 3 Aluno do curso de Jornalismo e bolsista Pibic Facom/UFBA. E-mail: [email protected]

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respaço, se recriaram e transformaram a tal ponto que a pergunta sobre o que é, hoje,

uma revista no ambiente web, não é nada fácil de responder.

Conhecidas, no mundo anglo-saxão, como e-zines, webzines, cyberzines, hyperzi-

nes, ou magazines online, no Brasil, como não há uma terminologia específica, elas

continuam a ser chamadas de revistas online ou webrevistas. Sejam projetos empresari-

ais, alternativos ou de auto-publicação, o que estas publicações trazem são formas muito

mais sofisticada em termos estéticos e de linguagem, ao incorporar praticamente todas

as ferramentas disponíveis no mundo digital. Assim como os jornais, as revistas passa-

ram por etapas diferentes até identificar e aproveitar as potencialidades e peculiaridades

do ciberespaço e hoje praticamente todas as revistas que circulam em papel têm seus

correlatos na web, com diferentes formatos e propostas, com versões mais ou menos

similares às impressas. Entretanto, a publicação digital está alcançando autonomia e

muitas tem existência apenas no ciberespaço. Daí, decorrem algumas das dificuldades

de definir claramente uma revista, diferenciando-a de um site de reportagens, por exem-

plo.

Território da criatividade por excelência, softwares para produção, edição, distri-

buição e leitura online aparecem sem parar. Os modelos de negócio das revistas comer-

ciais também está, aos poucos, mudando, passando-se a usar a web como plataforma

gratuita de distribuição, tal como tem feito no ultimo ano a revista Veja, que disponibi-

lizou todo seu acervo digitalizado ( http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx).

Do ponto de vista dos formatos, diversas tecnologias são utilizadas para a coloca-

ção online de revistas. Além de sites em html, formatos tais como PDF e softwares co-

mo o Flash estão em permanente renovação para permitir a disponibilização de revistas

mais interativas.

No Brasil, podem acessar-se dessa forma revistas especializadas em design, foto-

grafia, HQ, cinema e arte, tal como a Woof!4, Kino5, Ilustre!6, Cadernos de Tipografia7

e Soma8. No país algumas poucas revistas se distribuem em versão impressa e online

4 www.woofmagazine.net 5 www.revistakino.com/portugues/outras_edicoes.html 6 www.fav.ufg.br/ilustre 7 http://tipografos.net/cadernos/ 8 www.maissoma.com

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(idênticas). Do Vale do Paraíba, a 180MAG9 é uma revista de consumo com 20.000 e-

xemplares impressos e distribuição também gratuita em PDF.

Tecnologia como a do flip page foi criada para simular o folheio de revistas. É

um avanço que, associada ao formato PDF, permite que a experiência de leitura no

computador de réplicas de revistas impressas se aproxime da experiência “real”. Esse

recurso é possível por meio do uso da tecnologia Flash. Alguns dos compartilhadores de

revistas online (por exemplo, ver www.issuu.com) utiliza um tipo de tecnologia que

converte automaticamente o arquivo PDF enviado pelo usuário, para um arquivo em

Flash. O carregamento da revista se dá em “fluxo contínuo”, isto é, o conteúdo vai

sendo carregado na medida em que o usuário lê e folheia.

Nos últimos anos, o uso do Flash para publicação de revistas online tem superado

o simples folheio. O Flash é uma tecnologia criada para desenvolvimento de animações

e algumas dessas revistas tem utilizado a tecnologia Flash para criar revistas interativas

e multimidiáticas. No Brasil, existem pelo menos duas empresas oferecendo serviços de

publicação de revistas digitais em Flash e com flip page. A ContentStuff10 oferece o si-

tema CViewer. A FutureWay, com seu DigitalPages11, atende à editora Abril, por e-

xemplo. A Meio Digital12 foi a primeira revista brasileira gratuita a usar flash com ani-

mações.

Estas revistas, citadas acima apenas como exemplos de como cada vez mais as re-

vistas incorporam a multimedialidade, a hipertextualidade, a memória. Todas elas con-

servam o formato de revista impressa trasladada, via imagem metafórica, à web. Mas

também existe a possibilidade de incorporar o conhecimento coletivo e a colaboração de

fãs e leitores, em diferentes graus e temas, como veremos.

Neste sentido, é válida distinção realizada por Machado (2008) entre sistemas de

circulação ou de distribuição de notícias que, se bem refere-se aos jornais, é válida tam-

bém para o jornalismo praticado em revistas. Os primeiros são centralizados e limitam-

se à entrega de informações ao consumidor final, como é o caso das revistas distribuídas

em PDF. Os segundos não tem hierarquias rígidas e são descentralizados e participati-

9 http://www.180mag.com.br/ 10 www.contentstuff.com/ 11 www.digitalpages.com.br/ 12 www.meioemensagem.com.br/revista_meio_digital/

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vos, com sistemas ancorados em tecnologias dinâmicas e descentralizadas, típicas do

hiperespaço e tiram proveito dos recursos da web 2.0, que descreveremos. O que adver-

te Machado é que a escolha de um ou outro sistema não depende apenas da tecnologia,

mas do tipo de gestão e de relação que se pretende entre produtores e leitores.

2. Revistas na Web 2.0 e na cultura da convergência

A circulação de conteúdos jornalísticos através de diferentes sistemas midiáticos,

diferentes dispositivos, a participação ativa do público e o comportamento não previsí-

vel dos leitores são os fenômenos com os quais o jornalismo atual tem que lidar. Estes

novos processos envolvem tecnologias e questões culturais e comportamentais dos pú-

blicos, hoje tidos como ativos participantes na criação, difusão, e consumo de produtos

culturais.

Nos apropriamos da noção de “convergência cultural” de Jenkins (2008), no senti-

do de que, mais do que a concentração de conteúdos num aparelho técnico, convergên-

cia significa fluxo, circulação, movimento de dados, informações e pessoas, em busca

de experiências de entretenimento e informação, possibilitado pelos processos de digita-

lização, em múltiplos suportes.

Do ponto de vista cultural, a convergência estimula também o fluxo informal e

não autorizado de informação, a cooperação entre múltiplos atores sociais e a emergên-

cia de uma cultura participativa, onde o alternativo e o comercial se misturam. Também

expressa-se na distribuição de conteúdos através de diversos suportes, no uso cotidiano

de tecnologias digitais de distribuição (CD´s, arquivos MP3, podcast, celular, computa-

dor, palm, TV, internet), na maior familiaridade com novos tipos de interação social que

essas tecnologias permitem, e no domínio mais pleno das habilidades conceituais que os

consumidores desenvolveram (JENKINS, 2008; RECUERO, 2006).

A interação social propiciada pelas revistas impressas, quando transladadas ao ci-

berespaço, potencializa-se, gerando processos comunicacionais peculiares, que vão a-

lém da leitura, avançando para a autonomia do campo da recepção, até a colaboração e a

interação horizontal entre produtores e leitores. O fenômeno da convergência tecnológi-

ca e cultural além de permitir a produção e distribuição de material jornalístico em vá-

rias plataformas e suportes multimediáticos (vídeos, textos, áudio, etc.) propicia várias

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formas (simultâneas) de consumo e de agregação social, gerando novos protocolos de

participação e práticas culturais. Comunidades digitais tais como Orkut, Twitter, Face-

book, HI5, Myspace, Flickr e aplicativos como fotologs e blogs são o cenário propicio

para estudar as interações entre revistas e redes sociais e são pontos de partida (e de

chegada) de grupos que se agregam em torno de marcas de revistas, criticando, propon-

do pautas, contestando conteúdos, discutindo desenho e softwares. Funcionam como

“comunidades de marcas” ou como “comunidades de conhecimento” (JENKINS, 2008).

É no ambiente de convergência cultural que se produzem modos de consumo co-

munitário, que se manifestam na criação de comunidades digitais específicas. Em al-

guns casos, esses espaços são parte das estratégias corporativas para assegurar o envol-

vimento dos leitores com os produtos. Contudo, os públicos podem construir suas pró-

prias ferramentas interativas ou usar as oferecidas para objetivos desviados dos interes-

ses dos produtores. Justamente, como o desenho da interface de uma revista pode mode-

lar a interação, impor restrições ou ampliar horizontes de intervenção do usuário no

produto, as comunidades de leitores vem compensar expectativas de diálogo não satis-

feitas pelos produtos.

Podemos afirmar que as revistas estão começando a se apropriar das potencialida-

des da web 2.0 no que se refere a alguns dos princípios definidos por Cobo Romani e

Pardo Kuklinski (2007): a) na criação de redes sociais ao redor dos produtos; b) na ge-

ração de conteúdos por parte dos usuários, c) na classificação e organização da informa-

ção, indexando e sindicando conteúdos, d) usando várias aplicações e serviços (ma-

shups) e e) no uso da web como plataforma.

O termo web 2.0 foi popularizado por O’Reilly (2005) quem descreve suas princi-

pais traços: o uso da World Wide Web como plataforma de trabalho, o fortalecimento

da inteligência coletiva; a gestão das bases de dados, os modelos de programação mais

leves e simples, os softwares multi-dispositivos e a experiência do usuário como ali-

mentação enriquecedora.

Obviamente, nem todas as revistas contemporâneas apresentam estas característi-

cas. O que observamos é uma tendência para o enriquecimento das experiências dos lei-

tores/usuários/produtores, verdadeiros “prosumers”. O que parece estar em curso é a

transformação dos atuais modelos de negócios (de distribuição fechada, paga) , para um

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modelo que integre a tecnologia, o princípio de comunidade e o negócio (O´REILLY,

2005).

3. Revistas e redes sociais A idéia de rede social nas relações mediadas por computador entra em evidência

com o surgimento e a explosão dos chamados social network sites (SNSs) (BOYD e

ELLISON, 2008, p. 210). A emergência desta nova dinâmica de organização online é

apontada como o grande diferencial da web 2.0. Boyd e Ellison (2008) descrevem os

social network sites como:

(…) web-based services that allow individuals to (1) construct a public or semi-public profile within a bounded system, (2) articulate a list of other us-ers with whom they share a connection, and (3) view and traverse their list of connections and those made by others within the system. The nature and nomenclature of these connections may vary from site to site (BOYD E EL-LISON, 2008, p. 211)

A análise das redes sociais na internet vale “não somente como expressões de re-

des sociais offline mas como complexificações destas mesmas.” (RECUERO, 2009,

p.16). Vale lembrar que o conceito de redes sociais é bastante discutido. Boyd e Ellison

(2008) diferenciam dois tipos de redes. A primeira caracteriza-se pela ênfase na relação

entre pessoas, sendo a disponibilização de conteúdo apenas uma conseqüência destas

relações. Estes são os sites mais próximos à idéia de “site de relacionamentos”, como

por exemplo Orkut e Facebook. A segunda categoria de sites são os que possuem como

característica principal a possibilidade de disponibilizar conteúdo, como o Youtube e o

Flickr. Boyd e Ellison diferenciam estas categorias denominando-as como Social Net-

working e Social Network respectivamente (ibid, p.211).

Ao realizar uma preliminar observação das redes sociais ligadas à revistas na in-

ternet, encontramos algumas características que desde já nos parece importante ressal-

tar. No Orkut encontramos dois tipos de comunidades, a primeira tem por objetivo ini-

cial reunir leitores para debater os temas abordados na revista, a qualidade das matérias

e o que gostariam de ver e ler nas próximas edições. Essa é a dinâmica observada, por

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exemplo, nas comunidades dedicadas as revistas Boa Forma, TPM, Capricho, Bravo e

Atrevida, todas elas criadas por cidadãos que possuem unicamente o vínculo de leitor

com a revista. A segunda maneira de fomentar discussões acerca de publicações no Or-

kut é através de comunidades “moderadas” por atores institucionais, ou seja, comunida-

des onde o conteúdo postado pelo participante é previamente avaliado por um ou mais

membros ligados à revista, é o caso da revistas Época, Caras, Capricho, e Veja, por e-

xemplo.

Identificamos que as redes sociais do primeiro grupo, que podem ser moderadas

ou não, se diferenciam por serem iniciativas espontâneas, de cidadãos comuns, sem in-

teresses comerciais ou de divulgação do produto, no caso, da revista. Ao contrário, estas

redes servem muitas vezes como espaço de críticas severas às revistas. Já o segundo

grupo descrito é caracterizado por redes criadas por atores institucionais, ligados de al-

guma forma à revista e que, portanto, objetivam a divulgação da marca. Ressaltamos

que algumas marcas possuem mais de uma comunidade, obviamente quando criadas

pela instituição existe apenas uma “oficial”. É o caso da revista Veja, por exemplo, que

possuí uma comunidade oficial13, moderada por um ator institucional, e várias outras14,

criadas por pessoas e, a maioria, com o objetivo de criticar os conteúdos da publicação.

No Twitter e no Facebook, as páginas de revistas são quase que exclusivamente

dedicadas à divulgação da marca. Temos como exemplos no Twitter as revistas Boa

Forma, Bravo, Capricho, Atrevida, Caras, Criativa Online, Trip, TPM, VIP, Cult, Monet

e Galileu, para citar as mais conhecidas, e no Facebook destacamos as redes criadas pe-

las revistas Capricho, Tu, e Atrevida. As redes do Twitter e do Facebook são utilizadas

para divulgação da marca e do conteúdo e a dinâmica encontrada pelos atores sociais

institucionais para promover a interatividade com os leitores consiste em publicar cha-

madas para as matérias e chamar atenção para os temas, quase sempre disponibilizando

o link direto para página da revista online.

13 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=85454789 14 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=786181 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=12156304 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=30548270 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=34512837

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Por fim, observamos também a rede de disponibilização de vídeos Youtube. O

Youtube possibilita aos usuários a criação de canais onde se pode publicar uma série

de vídeos de uma mesma temática ou mesmo uma série de programas, desta maneira, a

rede é utilizada por atores institucionais ligados às revistas para disponibilizar conteú-

dos em vídeo complementares às matérias publicadas nas revistas impressas e online. A

busca no site nos indicou o canal da revista Capricho como uns dos mais visitados pelos

usuários do Youtube. A revista Boa Forma também possui um canal.

Em relação a dinâmica de utilização das redes sociais online, acreditamos que as

estratégias utilizadas pela revista Boa Forma são interessantes para descrever as poten-

cialidades do processo. Cabe destacar que a revista Boa Forma, em sua versão impressa,

tem periodicidade mensal e seu conteúdo trata de assuntos relativos à saúde e a estética

corporal, com um tom fortemente didático, repleto de dicas para a conquista do “corpo

ideal”: programas de malhação, dietas, receitas de mulheres famosas, dicas de compor-

tamento saudável, etc. A versão on-line da Boa Forma tem a mesma proposta editorial

da versão impressa, porém com a preocupação de explorar as potencialidades oferecidas

pela internet.

Boa Forma explora sistematicamente a interação dos leitores com a interface,

mediante enquête, testes e ferramentas de interação pré-definidas (respostas fechadas),

tais como o cálculo do índice de massa corpórea, a partir de dados providos pelo leitor

ou o cálculo de calorias de menus e alimentos. Se utiliza da distribuição multiplatafor-

ma, mediante o envio de newsletters aos leitores cadastrados, e elabora conteúdo para

ser acessado via celular; envia SMS com dicas de dietas. Agrega fóruns de discussão de

pessoas que estão tentando perder peso, onde os leitores falam de suas dificuldades em

alcançar ou manter peso. Alguns canais linkam para o site da UOL, onde se apresentam

programas de TV, vídeos ou bate-papos desse portal.

A Boa Forma tem ainda quatro blogs anunciados na página principal – Blog da

Redação, Blog da Corredora, Malhadora de Carteirinha, O Gostoso da Dieta – e uma

seção que funciona com estrutura de blog – Grávida em Boa Forma. Nos comentários,

as leitoras interpelam diretamente as autoras, pedem e oferecem conselhos, trocam ex-

periências, revelam dificuldades, entre outras práticas que nos fazem crer se tratar de

uma conversa entre amigas confidentes, como exemplificam os comentários no Blog da

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Corredora: “Bruna querida! Vc está com um corpaço! Não de atenção para o que os

outros falam, confie em vc!” postado em 03 de agosto de 2009, ou “Também estou su-

per nervosa, tem uma prova aqui em Piracicaba dia 26/07 e é de 8,6km,será que vou

conseguir??? O bom é que temos umas as outras,né?”, postado em 13 de julho de

2007.

A revista disponibiliza na sua home page os links para os perfis no Orkut, Twit-

ter e Youtube. A comunidade do Orkut linkada na home page é a maior em número de

membros, mas foi criada por uma leitora e não há moderação, nem por isso a revista

deixa de acompanhar as discussões e as críticas. O fato de que a revista está permanen-

temente observando as redes sociais, mesmo as que surgiram espontaneamente, é cons-

tatado quando encontramos intervenções diretas de atores institucionais, que utilizam a

rede social para realizar pesquisas e para produzir conteúdo, como aconteceu em 04 de

agosto de 2009, quando o perfil do orkut de Sandra Ribeiro criou um fórum na comuni-

dade da revista15, solicitando ajuda das leitoras para responder uma pesquisa sobre “es-

cova progressiva” para matéria que sairia na próxima edição da revista, Sandra assina

como “atendimento ao leitor”.

O conteúdo que ganha destaque nas redes sociais é aproveitado pela revista tanto

no site como também na versão impressa; essa também ganhou uma seção chamada In-

teratividade, que traz o conteúdo do site para revista impressa, e dentro desta seção um

quadro fixo atualiza os leitores da versão impressa sobre os temas mais discutidos pelas

leitoras no Orkut, e muitas vezes atende as sugestões das leitoras que fazem parte da

rede com reportagens, entrevistas e capas nas versões impressa e online. A capa que

trouxe Ivete Sangalo, em abril de 2008 , foi festejada pelas leitoras participantes da co-

munidade do Orkut , pois teria sido um pedido atendido.

No Twitter o perfil foi criado por atores institucionais e a linguagem adotada

personifica a revista. O perfil trata os demais membros da rede como “amigas” ou “me-

ninas” e sugere dicas de emagrecimento, dieta, beleza etc, sempre disponibilizando o

link que leva à matéria da revista online, e também sempre usando a primeira pessoa do

singular como por exemplo: Meninas, não esqueçam que amanhã tem bate-papo, às

15 http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=368424&tid=5366103591036539108

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15h, com o Marco Antonio de Biaggi! Ele vai tirar todas as dúvidas!! , postado em 21

de julho.

O canal da Boa Forma no Youtube16disponibiliza entrevistas, reportagens rela-

cionadas às matérias, making of das matérias e um programa semanal.

Destas redes sociais ligadas à revista Boa Forma surgiu ainda uma série de blogs

de leitoras da revista que postam sobre seu processo individual de emagrecimento. Estes

blogs são “favoritos” uns dos outros, criando assim uma rede que, ainda que indireta-

mente, está ligada à revista. Algumas leitoras-blogueiras deixam explicito o objetivo de

serem vistas pela revista e anseiam estar nas páginas das edições, servindo como exem-

plos para as demais leitoras17.

A ligação entre revista e redes sociais é, portanto, um processo dinâmico que

notadamente reconfigura os processos de interação entre revista e leitor, entre jornalista

e leitor e ainda entre leitores e outros leitores. Percebemos também a mudança no pro-

cesso de produção de conteúdo das revistas, que precisam não somente dar conta de

preencher de forma interessante as páginas das suas edições online e impressa, mas

também produzir conteúdos que circulem nas redes sociais da internet que obedecem à

dinâmicas distintas (como escrever com o limite de 140 caracteres, o exemplo do Twit-

ter), e ainda estabelecer uma dinâmica de apropriação dos conteúdos em destaque nas

redes sociais, que neste caso funcionam como medidores de audiência.

Embora a versão online da revista Boa Forma trate dos mesmos temas e que al-

gumas matérias da revista Boa Forma impressa possam ser acessadas na íntegra na ver-

são online, não podemos afirmar que o conteúdo das duas seja idêntico. Ao que parece,

a revista atentou para as possibilidades de utilização das potencialidades da internet para

disponibilizar conteúdo multimídia na versão online e aumentar a interação entre o lei-

tor e a interface.

16 http://www.youtube.com/boaforma 17 Exemplos: http://www.leticialight.blogger.com.br/ http://magranovamente.zip.net/ http://janaembuscadopesoideal.blogspot.com/

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4. Concluindo: ler em rede, uma leitura social

Diz Scalzo que “as revistas cobrem funções culturais mais complexas que a sim-

ples transmissão de notícias. Entretêm, trazem análise, reflexão, concentração e experi-

ência de leitura” (SCALZO, 2004, p. 13). Estas experiências tem mudado com a dispo-

nibilização online.

Há rupturas e continuidades entre a leitura solitária da revista, na solidão do quarto

ou no silêncio do consultório e a leitura em redes digitais. Primeiro, no que se refere ao

texto, e sua estrutura em folhas e páginas de papel, para a experiência á frente do com-

putador. Não só pela postura corporal, e a relação com o espaço (uma mini-notebook ou

um Iphone podem serem lidas na cama, como um caderno ou revista, ou até numa ba-

nheira, se se corre o risco de mergulhar e acabar com eles; mesmo assim, são experiên-

cias diferentes). Clicar sobre um arquivo que simula o designer de uma página (tal co-

mo faz o flip) não é o mesmo que virar uma página de papel, onde os elementos senso-

riais em jogo são outros: o tipo de papel, a gramatura, o brilho, o tipo de encadernação,

o tamanho, o peso... Todavia, há questões de legibilidade. Nem todas as revistas dispo-

nibilizadas na web são de fácil leitura. Muitas parecem destinadas a serem vistas, mas

do que lidas, pois a resolução nem sempre é adequada.

Observa-se, especialmente nas novas gerações, que a leitura não é mais o ato soli-

tário descrito por Chartier (1998) senão o ato por meio do qual incorpora-se na cultura

contemporânea, socializam-se conhecimentos e, mais do que nada, se geram processos

de identificação e identidade, onde o que importa não é o que se lê senão quem e como

se lê, e que relações sociais geram-se a partir dessa leitura (HIDALGO, 2009). As revis-

tas operam com a segmentação, com informações de nível mais pessoal, e oferecem as-

suntos que se tornam presentes na vida dos leitores e que são compartilhados ou reco-

nhecidos, isto é, temas que participam da composição dos processos identitários, de ex-

pectativas e anseios que são parte da vida deste público (TAVARES, 2007).

Tentamos compreender o lugar das revistas web à luz do papel que as mídias digi-

tais jogam na vida das novas gerações, onde ler é estar conectados com os outros e com

uma série complexa de dispositivos; onde só se lê o que é gostoso de ler, considerado

importante e interessante. Ainda, se mediante a incorporação nem é necessário ir para o

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próprio site da publicação (como no caso do Issuu) já que o produto pode ser incluído

em qualquer blog, website ou página de internet, como entender os processos de leitura,

como compreender os processos cognitivos, interpretativos e de sentido deflagrados nos

usuários quando os contextos de leitura são tão diferentes? Sabemos que não é o mesmo

ler um texto em uma revista semanal que ler o mesmo texto em um blog. O sentido

construído depende de fatores que não estão apenas no leitor e no texto, mas no contex-

to de produção desse material, no projeto editorial e intelectual dos autores, da trajetória

do meio.

Enfim, como descreve Hidalgo, referindo-se à relação com as mídias digitais,

La Alejandría digital estará en la palma de la mano. Junto a nuestro perfil y nuestro patrón de navegación-lectura estarán nuestros contactos, nuestras re-comendaciones, emociones y todo lo que deriva de la lectura. La diferencia del papel revolución a la pantalla digital, es que ahora todos sabrán qué es lo que nos hace llorar. El habla como experiencia instantánea y satisfacción inmediata es el corazón de la socialización web. Leer, en esa modalidad, se-rá la modalidad digital de las charlas de café (HIDALGO, 2009ª).

A cultura contemporânea da convergência, onde Jenkins localiza a circulação de

conteúdos e a busca de conexões entre em meio a conteúdos mediáticos dispersos como

sua marca fundamental, nos faz pensar nas reflexões de Chartier (1998, p.73) sobre as

relações entre fluxo e estoque. Na cultura digital é o fluxo, são as modalidades diferen-

tes de difusão que modificam o estoque. Quiçá os autores da era multimídia sejam go-

vernados, não mais pela tirania das formas das revistas tradicionais mas, no próprio pro-

cesso da criação, pela pluralidade das formas de apresentação do conteúdo permitida

pelo suporte eletrônico. É a própria noção de texto que é transformada e que carrega,

desde o momento do processo de criação, os rastros dos usos e interpetações permitidos

pelas suas diferentes formas.

A geração multimídia, como a chama Morduchowicz (2008) e multitarefas não

trocou a TV nem o rádio pelo computador; ao contrário, usam todos os meios disponí-

veis em forma simultânea. Os mídias online geram novas formas de sociabilidade juve-

nil e não anulam sua vida social. Não há relação direta entre acesso e uso dos meios:

livros disponíveis em casa não são lidos e computadores com internet ausentes em mui-

tos lares não impedem o uso contínuo em locais fora de casa, como lan houses ou esco-

SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo

USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009

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las. O consumo juvenil serve para pensar, como diz Canclini (1999) para se integrar,

para ser e estar no mundo. Isto significa consumir os mesmos produtos, as mesmas mú-

sicas, os mesmos filmes, os mesmos seriados, as mesmas HQ’s, as mesmas revistas. Os

mesmos sites nos mesmos e em diferentes dispositivos, plataformas, aparelhos. E não só

ler, como publicar, criticar, propor, se organizar, serem ouvidos, e as revistas sabem

que não ficam fora desta lógica.

Referências

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