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Servidor WWW.ASSEMPERJ.ORG.BR Revista ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ANO I / Nº 7 / OUTUBRO DE 2017 nstabilidade no serviço público é a solução? CCJ do Senado aprovou novas regras que põem em xeque a estabilidade dos funcionários públicos brasileiros. O PLS 116/2017, da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), prevê a demissão de servidores por “insuficiência de desempenho”, mas institui critérios muito subjetivos PÁGINAS 4 e 5 I A N S E M P A N S E M P ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO Contribuindo para o fortalecimento e independência do Ministério Público A N S E M P A N S E M P Desde 2005 a Ansemp defende as associações e os direitos dos servidores em busca de um Ministério Público brasileiro melhor. Leia em nossa reportagem a história, propostas e iniciativas da entidade. PÁGINA. 3 Projeto Bem Estar e Semana do Servidor são destaques no mês outubro PÁGINA. 6

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ServidorWWW.ASSEMPERJ.ORG.BR Revista ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ANO I / Nº 7 / OUTUBRO DE 2017Servidor

nstabilidade no serviço público é a solução?

CCJ do Senado aprovou novas regras que põem em xeque a estabilidade dos funcionários públicos brasileiros. O PLS 116/2017, da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), prevê a demissão de servidores por “insufi ciência de desempenho”, mas institui critérios muito subjetivos

PÁGINAS 4 e 5

IANSEMPANSEMP

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Contribuindo para o fortalecimento e independência do Ministério Público

ANSEMPANSEMP

Desde 2005 a Ansemp defende as associações e os direitos dos servidores em busca de um Ministério Público brasileiro melhor. Leia em nossa reportagem a história, propostas e iniciativas da entidade.

PÁGINA. 3

Projeto Bem Estar e Semana do Servidor são destaques no mês outubro

PÁGINA. 6

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ano 1 - n0 7 - setembro 2017

Após vários meses de atraso nos salários dos servidores do Estado do Rio de Janeiro por conta da crise econômica causada pelo endividamento exagerado e pela corrupção, nós trabalhadores do serviço público sofremos com mais um avanço da onda neoliberal no Estado brasileiro. Foi votado favoravelmente pela Comissão de Constituição, Justiça e Ci-dadania (CCJ) do Senado o Projeto de Lei (PLS 116/2017) que acaba com a estabilidade nos cargos públicos.

A Assemperj se manifesta publicamente contra a iniciati-va da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), que abre ainda mais brechas ao aparelhamento do Estado em favor de interesses políticos não republicanos. Em nossa matéria de capa, explicamos as motivações do Projeto e por que ele pre-judica o serviço público. Trazemos também uma reportagem sobre a Associação Nacional dos Servidores do Ministério Público (Ansemp) que, na sua apresentação institucional, reforça essa questão ao destacar como suas principais ati-vidades as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIN) contra o exacerbado número de cargos comissionados em Santa Catarina e no Ceará, dentre outras. A gestão adminis-trativa que privilegia o comissionamento em detrimento do

concurso tende a piorar ainda mais as condições da prestação do serviço público.

Mantendo nosso interesse em divulgar a cultura através do olhar dos servidores, contamos nesta edição com um arti-go abordando o � lme “Eu, Daniel Blake”. Ganhador da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2016, é uma ótima re� exão sobre a importância do serviço público para os cidadãos. Na mesma página, o nosso parceiro Sicoob Coomperj (Coope-rativa de Economia e Crédito Mútuo dos Integrantes do Mi-nistério Público do Estado do Rio de Janeiro) apresenta, por meio de uma de suas consultoras, as vantagens de contar com a prestação de serviços de um banco cooperativo.

A título de prestação de contas, apresentamos também nosso último diálogo com a Administração Superior tratan-do das pautas dos servidores. Divulgamos também a inédita enquete, realizada pela Assemperj em parceria com a Admi-nistração Superior através do Sistema Eletrônico de Votação acerca das atividades previstas para a Semana do Servidor, que terão continuidade visando melhores condições de trabalho e saúde após a jornada de trabalho dos servidores. Boa Leitura!!

EXPEDIENTE

Travessa do Ouvidor, 38, 2º andar. Centro Rio de Janeiro RJ CEP: 20040-040 / (21) 2550-9130 e 2220-9763ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CONSELHO DIRETOR: Presidente: Flávio Sueth Nunes - Vice-presidente: Raphael Francisco Leite Pinto de Carvalho - Secretária Geral: Christiane Pinheiro Diretoria Jurídica: Aline Cícero CONSELHO DELIBERATIVO: Aline Ferreira Faria - Maria da Glória Araújo Amaral - Ricardo Arouca Cleaver CONSELHO FISCAL: Carlos Augusto Brizzante Gonçalves - Jairo Darella - Ricardo Souza Matos

Edição e texto: Eduardo Sá(JP 33266RJ)

Diagramação:Fernando Amorim

Ilustração: Fernando Pinto

Fotos: Assemperj e MPRJ

Tiragem: 2000 exemplares

Gráfi ca: Editora Folha Dirigida

ditorialECONSELHO DIRETOR (GESTÃO 17-18)

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ano 1 - n0 7 - setembro 2017

NSEMP UNIFICA AS LUTAS DOS SERVIDORES DOS MPsA

Desde 2005 a Associação Nacional dos Servidores do Ministério Público (Ansemp) defende as associações e os direitos dos servidores do Ministério Público brasileiro. Fundada em Salvador (BA) durante o 1º Encontro Nacional dos Servidores do Ministério Público, congrega entidades de todos os estados do país na luta pela autonomia e forta-lecimento da missão constitucional do Ministério Público.

Os servidores sentiram naquele momento a necessidade de uma representação política e jurídica da categoria a ní-vel nacional, de acordo com o atual presidente da Ansemp, Francisco Antônio Távora Colares, do Ministério Público do Ceará. Muitas di� culdades foram enfrentadas, até que em 2014 o Estatuto foi alterado e se tornou possível contar com os servidores do MP da União, complementou.

“Atuamos juridicamente em defesa dos servidores nas ações de inconstitucionalidade perante o Supremo e outras ações. Tem ainda a articulação com a Federação Nacio-nal dos Servidores do Ministério Público (Fenamp), que é constituída por sindicatos e tem atuação distinta de� nida em lei, e outras instâncias políticas no Congresso Nacional. As entidades estaduais continuam, pois a Ansemp é uma típica associação de associações”, explicou.

A diretoria da Ansemp é representada por quinze esta-dos das cinco regiões do país e, desde a última assembleia, o presidente da Assemperj, Flávio Sueth, foi eleito represen-tando o Estado do Rio de Janeiro. Sua sede � ca no estado do presidente em vigor, mas no IV Encontro Nacional do Fórum dos Trabalhadores do Ministério Público Brasilei-ro, previsto para meados de novembro em Goiânia (GO), haverá nova Assembleia Geral da Ansemp na qual será dis-cutida a criação de uma sede permanente em Brasília (DF). Também será discutida a revisão geral anual em relação à reposição das contas in� acionadas, as demandas dos esta-dos e a precarização nas relações de trabalho por conta de cargos comissionados ilegais.

Neste ano a Ansemp entrou com três ações de inconsti-tucionalidade no STF. Uma delas em Santa Catarina contra o programa MP Residente, que é uma espécie de estágio para quem já é graduado: uma precarização das relações de

trabalho no recrutamento de pessoal quali� cado de forma mais barata. Está sendo elaborada uma ação sobre o mesmo tema em Rondônia. O exacerbado número de comissio-nados também em SC foi outra ação, pois lá são em tor-no de 600 concursados e mais de 1200 comissionados não

submetidos ao concurso público. A ADIN no Ceará, que questiona os 300 cargos comissionados criados sem ser de direção, foi outra ação.

“Ano passado propusemos uma ação para assegurar o exercício da advocacia por parte dos servidores do MP e questionamos o auxílio moradia aos membros do MP, que compromete boa parte do orçamento. Vivemos um mo-mento muito conturbado da vida nacional, de ataque aos direitos dos trabalhadores (as) e a Ansemp junto aos seus parceiros pretende dar sua contribuição na luta pela preser-vação e ampliação de direitos. Para a própria existência da categoria ser mantida e a sociedade ser bene� ciada por um serviço público de qualidade”, concluiu Colares.

Assemperj é eleita para a nova diretoria no último encontro nacional realizado em Natal/RN

ADI 5454 - Ajuizada contra a Resolução 27/2008 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que veda o exercício da advocacia pelos servidores das instituições ministeriais estaduais

STF - RE 565089 - Amicus Curiae no Resp 565089, que versa sobre a revisão geral anual dos servidores públicos, insculpido no art. 37, X, da CF

Ações da Ansemp a nível Nacional

Diretoria eleita no XVII Encontro da Ansemp em Fortaleza (CE).

Foto:Assemp

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No dia 04 de outubro a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou novas re-gras que põem em xeque a estabilida-de dos funcionários públicos brasilei-ros. O projeto de lei (PLS 116/2017), da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), prevê a demissão de ser-vidores por “insu� ciência de desem-penho”. A Assemperj e as entidades que representam os servidores ques-tionam a iniciativa, que fragiliza ainda mais o Estado brasileiro no contexto atual de ataques aos serviços públicos.

A pauta ainda será analisada por outras três comissões antes de seguir para votação no Congresso, e caso aprovada afetará a carreira de quem trabalha em instituições federais, es-taduais e municipais. O relator do projeto, senador Lasier Martins (PSD--RS), alterou a proposta original que previa a avaliação de desempenho re-alizada pelo chefe do servidor e pro-pôs uma comissão responsável, mas isso ainda não resolve o problema se-gundo as entidades de classe.

A principal questão, segundo o presidente da Assemperj, Flavio Sue-th, é a criação de fatores subjetivos a serem incluídos nos critérios de ava-liação de su� ciência, entre eles des-taca o de “inovação”. É ine� ciente o servidor que executa as funções ine-rentes ao seu cargo, porém sem tra-zer inovações? Pela atual redação do projeto, isto poderá contribuir para a demissão.

O subjetivismo nas avaliações pode enfraquecer a qualidade do serviço pú-blico a ser prestado porque confere às che� as grande discricionariedade na atribuição de notas criando uma vul-nerabilidade do servidor sem repre-sentar, necessariamente, melhorias no trabalho a ser oferecido à sociedade.

O aperfeiçoamento das metas de trabalho, o oferecimento de maio-

res oportunidades de capacitação dos servidores e a transparência nos resul-tados alcançados no setor público se-

riam propostas mais e� cazes para ga-rantir a qualidade do serviço prestado

à população, do que a possibilidade de simples demissão.

Nem mesmo sob o aspecto eco-nômico é possível defender o projeto. O custo de formação de um servidor público, que acumula determinadas ex-pertises em sua área de atuação, é per-dido quando, por avaliação subjetiva, optasse por sua demissão como uma aparente solução rápida para ine� ciên-cia. Por outro giro, dispensar servidor acarreta sobrecarga de trabalho para os demais gerando, inevitavelmente, a mo-rosidade; combatida pela Constituição Federal.

O pano de fundo deste projeto pode alimentar o que há de pior na prática gerencial administrativa, aumentando a quantidade de cargos comissionados

“É inefi ciente o servidor que executa as funções inerentes ao seu cargo,

porém sem trazer inovações? Pela atual redação do projeto, isto poderá contribuir para

demissão”

rojeto do Senado afetará qualidade do serviço público

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Senadora que propôs PL de demissão de servidores não participou de 60% das votações em 2017

Foto:http://senadores.democratas.org.br/

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que, não raro, estão relacionados com o aparelhamento polí-tico do Estado e com o nepotismo.

Além disso, diverso do trabalhador celetista que possuía a garantida por tempo de serviço – FGTS, acrescido do de-sestimulo a demissão representado pela multa patronal, ao trabalhador público a Constituição outorga uma estabilidade já relativizada, haja vista a previsão de demissão por proce-dimento administrativo disciplinar, que pode ser motivado, desde já, por insu� ciência.

A normativa a ser regulamentada através do aludido pro-jeto de lei prevê a apuração anual do desempenho funcional dos servidores por uma comissão avaliadora, levando princi-palmente em conta a produtividade e qualidade do serviço. Os trabalhadores terão o direito ao contraditório e a ampla defesa garantidos, mas ainda assim desagrada as entidades em defesa dos servidores pelas razões já expostas.

A matéria regulamenta o artigo 41, parágrafo primeiro,

da Constituição, que já determina que o servidor estável – após três anos de estágio probatório – � ca sob risco de perder seu cargo público em caso de resultado insatisfatório. A dis-cussão aberta pelo projeto é a de� nição de critérios de ava-liação que permitam melhorar o serviço prestado, contudo o meio eleito pelo legislador, demissão, é ine� caz posto que não atinge os � ns objetivados.

O próprio MPRJ, por exemplo, já promoveu a não con� r-mação de servidores em cargo público por avaliações baixas durante o estágio experimental, instrumento que, por si só, já cumpre o papel da avaliação.

Por � m, devemos nos lembrar que o conceito de estabilida-de se traduz na proteção última do serviço público a ser pres-tado, e não na manutenção do cargo público ocupado por de-terminada pessoa, eis que esta poderá a qualquer momento ser exonerada, seja através de sentença judicial transitada em jul-gado, seja através de procedimento administrativo disciplinar.

O TRABALHO COMO ELE É...A Assemperj inicia uma série mensal com quadrinhos a respeito de situações vividas pelos servidores públicos em sua rotina de trabalho.

Se você tem uma história para nos contar, envie para [email protected]

rojeto do Senado afetará qualidade do serviço público Foto:http://senadores.democratas.org.br/

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ano 1 - n0 7 - setembro 2017

Entre os dias 02 e 06 de outubro a As-semperj realizou uma enquete, de forma inédita, em parceria com o Sistema Ele-trônico de Votação do MPRJ. Anuncia-mos o Projeto Bem Estar Servidor, com o aval da Administração Superior, que visa integrar os servidores e oferecer melho-res condições de trabalho e saúde a partir do aproveitamento dos espaços físicos da instituição após a jornada de trabalho.

Os associados tiveram oportunidade de escolher três atividades, de acordo com a votação da tabela ao lado. O proje-to será implementado durante a Semana do Servidor, que acontece entre os dias 23 e 27 de outubro, na Sede do MPRJ. A As-semperj irá gerir o projeto e intermediar a relação entre os pro� ssionais a serem contratados e remunerados diretamente pelos servidores.

As atividades vão ocorrer de acordo com a disponibilidade de espaço e pro� s-sionais acertados com a Administração, e divulgadas em seguida.

rojeto Bem Estar Servidor

8 de Outubro, Dia do Servidor Público - Nada a comemorar

P

2POR MARCO CATANHO

VOTOS APURADOSHITT (TREINO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE): É UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS COMPLETO E INTENSO QUE DURA MENOS DE 25 MINUTOS E NÃO USA APARELHOS.

350

YOGA - PRÁTICA QUE VISA HARMONIZAÇÃO DO CORPO E DA MENTE ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO, POSTURA E MEDITAÇÃO.

347

MAT PILATES: ESPÉCIE DE AULA DE PILATES COMPACTADA COM EXERCÍCIOS EM UM FORMATO MAIS DINÂMICO E EFICAZ COM OBJETIVOS ESTÉTICOS E TERAPÊUTICOS.

339

DANÇA DE SALÃO 227

JIU-JITSU 95

ARTETERAPIA: DESENVOLVIMENTO DE PRÁTICAS ARTÍSTICAS RELACIONADAS A PROCESSOS TERAPÊUTICOS.

82

OUTRAS ARTES MARCIAIS 81

ATELIER DE PINTURA (ASSEMPERJ) 58

BIODANZA: “A DANÇA DA VIDA”. PROCESSO TERAPÊUTICO QUE USA A DANÇA E A MOVIMENTAÇÃO PARA INDUZIR VIVÊNCIAS INTEGRADORAS E FACILITAR A EXPRESSÃO.

53

KARATÊ 41

JUDÔ 39

NULO 2

BRANCO 7

A ascensão de Michel Temer, resultado de um golpe político-jurídico-midiático sob a forma de impedimento de Dilma Rousse� , marca a tomada de assalto do Estado pelos representantes dos interesses da elites econômicas, principalmente da oligarquia � nanceira. Rompe-se o pactu-ado pela Constituição de 1988 e inicia-se o desmonte do incipiente Estado do bem--estar social.

O ultraliberalismo posto em prática ataca os fundamentos do próprio Estado liberal moderno. Os direitos sociais con-quistados nos últimos três séculos e que só se efetivaram como política de Estado no Brasil com a Era Vargas, com a proposta de prevalência do coletivo sobre o individual e de um sistema de solidariedade nos países ocidentais, com a � nalidade de prover a educação, a saúde, o transporte público e a previdência e assistência social, estão ame-açados.

O desmonte do Estado passa por um ataque aos servidores públicos, como ob-

servamos na aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado da proposta que acaba com a estabilidade no serviço público. A prosperar tal medida, viveremos um retrocesso. O clássico “Co-ronelismo, enxada e voto”, de Vitor Nunes Leal, permanece atual. Um alerta de que voltaremos ao tempo em que o Estado brasileiro era apropriado por poucos para impedir o atendimento público das neces-sidades de muitos, na medida em que os servidores públicos serão substituídos pe-los apaniguados dos políticos que lotearão ainda mais o Estado.

Os servidores públicos precisam com-

bater o falso discurso do Estado “inchado” e ine� ciente. É preciso defender uma reforma tributária que estabeleça a progressividade, para sustentar um serviço público que está longe de atender as necessidades de grande parcela da população, conforme os dados abaixo.

Urge a adoção de novas estratégias para esclarecer a sociedade civil e o pró-prio servidor, sobre importância da fun-ção pública, o porquê de sua existência, necessidade e valorização.

Marco Catanho é Professor de História.

Urge a adoção de novas estratégias para esclarecer a sociedade civil e o próprio servidor, sobre importância da função pú-blica, o porquê de sua existência, necessidade e valorização. Marco Catanho, Professor de História.

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ano 1 - n0 7 - setembro 2017

Por que as Cooperativas de Crédito estão em evidência na mídia?

Cooperativa de Crédito é uma Ins-tituição Financeira, onde você encontra os mesmos produtos e serviços de um banco. Supervisionada e � scalizada pelo Banco Central, possui o FGCoop, Fundo Garantidor de R$ 250.000,00, igual dos Bancos, para os mesmos produtos: di-nheiro em c/c, poupança, aplicação em RDC e em LCA.

A vantagem? Diferente de um ban-co não visa lucro. Tem por objetivo

Eu, Daniel BlakeO jargão publicitário costuma se re-

ferir ao Cinema como sendo “a maior diversão”. A de� nição, embora verda-deira, é incompleta; além de divertir, o Cinema pode buscar também, por exemplo, a re� exão do público sobre o seu tema. Essa percepção pode decor-rer da apresentação de um contraste de experiências ou, como acontece em “Eu, Daniel Blake” (2016), ser fruto da absoluta proximidade entre aquilo que é retratado e a pessoa a quem a obra se dirige, caso em que a problematização decorre da identi� cação do público com a realidade retratada.

O � lme de Ken Loach apresenta Daniel Blake, que seria o típico traba-lhador braçal brasileiro, não fosse o fato de residir na Inglaterra. Na trama, o carpinteiro, após sofrer um infarto, é obrigado a se afastar do trabalho e se vê às voltas com a burocracia estatal na tentativa de obter algum amparo.

Em tempos de (mais uma) refor-ma previdenciária, o longa serviu de argumento para todos os lados. Quem é favorável, viu nele uma denúncia da falência do estado do bem-estar social; quem é contra, encarou a obra como uma demonstração do modus operan-di estatal para a inviabilização do exer-cício de direitos sociais. Pondo-se de lado qualquer questão ideológica, cha-ma atenção o processo gradativo de de-sumanização imposto ao protagonista, que se torna invisível enquanto afunda em formulários e procedimentos que mais di� cultam que facilitam o exer-cício dos seus direitos. Nesse processo, em que o homem é visto como simples tarefa, da qual todos querem se livrar, a humanização somente é alcançada atra-vés do convívio com Katie e seus � lhos, vítimas do mesmo descaso e, portanto, capazes de nutrir por Blake a empatia que os agentes públicos lhe negam.

Ao retratar com tanta � delidade o sentimento de impotência de seu perso-nagem, Ken Loach constrói uma ponte

incômoda entre Brasil e Inglaterra, evi-denciando que, seja no chamado primei-ro mundo, seja nos países em desenvol-vimento, o trabalhador será visto sempre como uma simples e desvalorizada en-grenagem.

Celso Rodrigues Ferreira Junior é analista processual e colaborador do site Almanaque Virtual

8 de Outubro, Dia do Servidor Público - Nada a comemorar

piniãoOMYRIAN LUND

oferecer os melhores produtos e servi-ços aos seus associados, que são donos e clientes ao mesmo tempo. Os em-préstimos e � nanciamentos tendem a ser bem mais baratos, as tarifas, nem se fala, as aplicações em RDC apresen-tam taxas maiores que as oferecidas pelos bancos.

As sobras? Rateadas entre os coo-perados. O que você deposita para ser sócia(o) tem remuneração, juros ao capital, e é uma reserva � nanceira sua. Seguros, consórcios, previdência, são in� nitamente mais vantajosos que os oferecidos pela rede bancária e com ex-celentes bandeiras. Aplicativo no celular, não deixa a desejar para nenhum banco.

Desvantagem? Difícil dizer.Cuidados? Você é sócio, portanto é

recomendável que participe das assem-bleias e conheça a situação econômico--� nanceira da sua Cooperativa. De qualquer forma, a cooperativa que faz parte de um sistema tem por trás uma CENTRAL e uma CONFEDERAÇÃO, que podem intervir e fazer cogestão, se for necessário. Hoje os sistemas já são tão grandes que podem ser comparados a um grande banco, no quesito de risco.

Eu conheci o cooperativismo de crédito em 2001, quando me convi-

daram, como professora da FGV, para dar uma aula, Tendências do Mercado Financeiro adaptadas para Cooperati-vas de Crédito, no encerramento de um curso de MBA em Gestão em Coopera-tivas. De lá para cá, sou cooperada na pessoa física e na jurídica. Não preciso ter e não tenho mais conta em bancos. Eu, como você, também não conhecia esse segmento, mas � quei encantada com a proposta de ser tratada de forma diferenciada, de ver o apoio e as exigên-cias do Banco Central para o pro� ssio-nalismo crescente do segmento.

Além das aulas, sou consultora de algumas cooperativas, entre elas a Si-coob Coomperj, onde você, servidor, pode se associar e ainda, se desejar, fazer curso de Educação Financeira e agendar consulta de Planejamento Financeiro Pessoal e/ou Famliar, para organizar sua vida � nanceira nesse momento tão de-licado para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Conheça e con� ra as di-ferenças no atendimento, nos produtos e nos serviços!

Myrian Lund é Planejadora Finan-ceira Pessoal e Fsmiliar, Profesdora/Co-ordenadora de MBAs pela FGV e Con-sultora no Sicoob Coomperj

inema| CRÍTICAC POR CELSO RODRIGUES FERREIRA JUNIOR

POR MARCO CATANHO

Urge a adoção de novas estratégias para esclarecer a sociedade civil e o próprio servidor, sobre importância da função pú-blica, o porquê de sua existência, necessidade e valorização. Marco Catanho, Professor de História.

Foto: reprodução internet

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Representantes da Assemperj e do Sindsemp-RJ realizaram no dia 03 de outubro a reunião mensal com a Ad-ministração Superior. Situação � nan-ceira, Teletrabalho, Semana do Servi-dor e exclusão do pagamento do plano de saúde da margem consignável do contracheque, dentre outros temas, foram abordados durante a audiência.

Tratou-se da atualização da situa-ção � nanceira do Estado e do MPRJ, arguindo-se, novamente, a grande de-fasagem � nanceira por que passam os servidores, pois, além de três anos sem recomposição das perdas in� acionárias, experimentam redução real da liquidez de seus rendimentos, ante o recente au-mento da alíquota previdenciária.

A Administração comprometeu-se em corrigir a atual interpretação admi-nistrativa quanto à fruição do auxílio educação, de forma que seja possível o reembolso de cursos de pós-graduação para os dependentes, até o limite de idade estabelecido. A medida minorará a diversidade ainda existente quanto à regulamentação interna deste benefí-cio. Continuaremos acompanhando a questão � nanceiro-orçamentária do MPRJ, logrando que a e� ciente gestão dos recursos disponíveis possa reper-cutir em melhorias das defasagens re-muneratórias de membros e servidores.

A Assemperj também apresentou sugestões de aperfeiçoamento das ro-tinas de trabalho do CAAI (Centro de Apoio Administrativo e Institucional dos Procuradores de Justiça), dentre

as quais houve imediato acolhimento pela Coordenação do setor da publica-ção mensal do movimento dos Analis-tas Processuais, publicação do quadro de férias e de licença prêmio, na pági-na da intranet do CAAI.

O desconto do plano de saúde no contracheque dos servidores foi ques-tionado em relação à limitação da margem consignável. A base de cál-culo não atende às necessidades dos trabalhadores, de modo a diminuir as possibilidades de empréstimos e � nanciamentos, dentre outros meca-nismos � nanceiros. A Administração informou que essa questão está sob avaliação na Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Stic) e que dará encaminhamento mais ágil ao procedimento.

Atendendo a alguns outros pleitos em curso da Assemperj, haverá uma

atualização da regulamentação dos CRAAIS (Resolução 1531/09). Uma comissão já foi instalada e está avalian-do a resolução de 2009, sendo consenso que alguns dos parâmetros administra-tivos precisam ser atualizados.

A operação do MGP foi também abordada, ressaltando-se as di� culda-des para utilizar o sistema. A Admi-nistração reconheceu a necessidade de contínuo aperfeiçoamento, a� rmando que estão sendo desenvolvidas ferra-mentas tecnológicas que facilitarão a operação do módulo. Contudo, a necessidade de conferir maior preci-são aos dados informados acerca das atividades desenvolvidas pelo MPRJ impõe a ampliação do uso do sistema interno, que consiste em banco de da-dos imprescindível à garantia de trans-parência da Instituição.

eunião Mensal com a Administração SuperiorR

T e l e t r a b a l h oNo dia 09 de outubro ocorreu a 1ª Reunião do Grupo de Avaliação do Teletrabalho, na qual foram avaliadas as experiências colhidas nos Grupos de Tutela Coletiva e Habeas Corpus, que contam com Procuradorias de Justiça em regime de teletrabalho desde julho deste ano.O principal problema abordado foi a instituição do regime misto de trabalho nestes órgãos, havendo servidores em teletrabalho que partilhavam afazeres com servidores presenciais que fi caram sobrecarregados. A Assemperj reafi rma que a defi nição do teletrabalho pelo MPRJ não deve gerar qualquer contrapartida para os servidores que optem em não aderir a este regime, sob pena de subverterem-se as premissas estabelecidas na Resolução CNMP n° 157/17.Na ocasião, a Administração manifestou sua intenção de ampliação do teletrabalho a todas as Procuradorias de

Justiça. O início da construção de regras aplicáveis às diversas realidades de trabalho existentes nestes órgãos de atuação constituirá a pauta da próxima reunião do Grupo de Avaliação do Teletrabalho ainda em outubro. Entre os objetivos da ampliação da possibilidade de adesões ao regime de teletrabalho estão a melhoria das condições para a fruição de férias entre os analistas e o compartilhamento de estações de trabalho entre os servidores em home offi ce. A Coordenação do CAAI suspendeu, temporariamente, as marcações de férias e invalidou os deferimentos já concedidos, referentes ao ano de 2018. A ASSEMPERJ recebeu diversas comunicações de associados que, por já terem recebido a confi rmação de férias para o ano vindouro, planejaram viagens e assumiram compromissos, o que será levado ao conhecimento da Coordenação.

Foto:Assemperj