rios - material unesp

2
RIOS Cobrem vastas áreas da crosta e são muito importantes na modelagem do relevo continental Carregam anualmente para os oceanos: ~ 20 bilhões de toneladas de sedimentos clásticos ~ 2 a 4 bilhões de toneladas de carga em solução Obs. Atividade humana afeta sobremaneira o aumento deste volume, por meio de atividades na agricultura, em obras de engenharia e na retirada das matas que protegem o solo, acelerando a erosão. 1. Tipos de Fluxo a. Laminar linhas de fluxo não se cruzam/ lâminas de fluido não se misturam b. Turbulento c. Tipo de fluxo depende de 3 fatores: velocidade quanto maior maior turbulência geometria do canal maior profundidade maior turbulência viscosidade maior viscosidade menor turbulência (Água é pouco viscosa rios têm fluxos turbulentos) 2. Transporte a. Fluxo laminar – pode retirar e carregar apenas partículas pequenas argilas e siltes b. Fluxo Turbulento – dependendo da velocidade, pode carregar partículas desde tamanho argila, até seixos e matacões. c. Competência do Fluxo (Habilidade do fluxo em carregar material de determinado tamanho) vs Capacidade do Fluxo (Quantidade total de sedimento carregado pelo fluxo) Interações entre Velocidade e Volume do fluxo afetam a competência e a capacidade da corrente Ex.: Rio Amazonas (competência baixa // alta capacidade) Riachos caudalosos de áreas montanhosas (competência alta // baixa capacidade) 3. Formas de Leito Transporte por saltação provoca ondulações no leito (interface deposicional) Ripples = ondulações Dunas = ondulações de grande porte que ocorrem em grandes rios e campos de dunas eólicas - Ripples migram corrente abaixo - Erosão ocorre no lado anterior (barlavento/ stoss side) e deposição na frente do ripple (sotavento/ leeside) - Dunas migram mais lentamente, por isso ripples migram sobre seu stoss side Regime de Fluxo: Velocidade alta ou muito baixa fundo plano Velocidades médias passam de ripples a dunas 4. Tipos de Canal Vale fluvial comporta: - Canal (onde o fluxo corre) - Planície de Inundação (várzea=área plana, lateral ao canal, com nível ao topo do canal) 4.1. Canal Meandrante Típicos de áreas de baixo gradiente Carrega areias e sedimentos finos Barras em pontal 4.2. Canais Entrelaçados (Braided Streams) Típicos de áreas mais íngremes Carregam sedimentos mais grossos (areias + cascalhos) Migração dos canais dentro do vale; Barras de canal

Upload: colegio-arbos

Post on 24-Jan-2017

123 views

Category:

Education


0 download

TRANSCRIPT

RIOS

• Cobrem vastas áreas da crosta e são muito importantes na modelagem do relevo continental • Carregam anualmente para os oceanos: ~ 20 bilhões de toneladas de sedimentos clásticos

~ 2 a 4 bilhões de toneladas de carga em solução • Obs. Atividade humana afeta sobremaneira o aumento deste volume, por meio de atividades na agricultura,

em obras de engenharia e na retirada das matas que protegem o solo, acelerando a erosão.

1. Tipos de Fluxo a. Laminar – linhas de fluxo não se cruzam/ lâminas de fluido não se misturam

b. Turbulento c. Tipo de fluxo depende de 3 fatores: • velocidade → quanto maior ⇒ maior turbulência • geometria do canal → maior profundidade ⇒ maior turbulência • viscosidade → maior viscosidade ⇒ menor turbulência

(Água é pouco viscosa ⇒ rios têm fluxos turbulentos)

2. Transporte a. Fluxo laminar – pode retirar e carregar apenas partículas pequenas → argilas e siltes b. Fluxo Turbulento – dependendo da velocidade, pode carregar partículas desde tamanho argila, até seixos e matacões. c. Competência do Fluxo (Habilidade do fluxo em carregar material de determinado tamanho) vs Capacidade do Fluxo (Quantidade total de sedimento carregado pelo fluxo)

• Interações entre Velocidade e Volume do fluxo afetam a competência e a capacidade da corrente Ex.: Rio Amazonas (competência baixa // alta capacidade) Riachos caudalosos de áreas montanhosas (competência alta // baixa capacidade)

3. Formas de Leito

• Transporte por saltação provoca ondulações no leito (interface deposicional) • Ripples = ondulações • Dunas = ondulações de grande porte que ocorrem em grandes rios e campos de dunas eólicas - Ripples migram corrente abaixo

- Erosão ocorre no lado anterior (barlavento/ stoss side) e deposição na frente do ripple (sotavento/ leeside) - Dunas migram mais lentamente, por isso ripples migram sobre seu stoss side

• Regime de Fluxo: Velocidade alta ou muito baixa → fundo plano Velocidades médias → passam de ripples a dunas

4. Tipos de Canal

• Vale fluvial comporta: - Canal (onde o fluxo corre) - Planície de Inundação (várzea=área plana, lateral ao canal, com nível ≡ ao topo do canal)

4.1. Canal Meandrante

• Típicos de áreas de baixo gradiente • Carrega areias e sedimentos finos • Barras em pontal

4.2. Canais Entrelaçados (Braided Streams)

• Típicos de áreas mais íngremes • Carregam sedimentos mais grossos (areias + cascalhos) • Migração dos canais dentro do vale; Barras de canal

5. Planície de Inundação: Área inundada nas cheias – sedimentos finos e vegetação são comuns • Diques naturais – passagem do canal pra P.I. • Rompimento de diques naturais em cheias • Problemas de enchentes em cidades que ocupam vastas áreas de flood plains

6. Descarga fluvial • A descarga varia muito de:- um rio para outro - uma estação do ano para outra - ano para ano, etc.

• Descarga: volume de água que passa por uma seção do canal num determinado tempo

D = área da seção do canal (m2) x velocidade do fluxo (m/s) = m3/s

7. Perfil Longitudinal • Os rios apresentam equilíbrio dinâmico entre - erosão do canal e - deposição no canal • O rios demarcam o desenho do vale fluvial, com base numa combinação de fatores: - topografia

- clima - fluxo (descarga e velocidade) - rocha subjacente (resistência ao intemperismo e erosão) • Perfil – seção longitunal e côncava do rio (comum a todos rios) • Nível de base – nível (altitude) em que o rio desaparece, penetrando em corpo d’água (lago ou oceano) - Rios não podem cortar abaixo do nível de base - Perfil longitudinal é controlado pelo nível de base regional

8. Terraços Fluviais • Resultam de soerguimentos regionais ou de aumento da descarga que faz com que o canal eroda a antiga

planície de inundação. • Formam “degraus”

9. Padrões de Drenagem

• O rio principal e seus afluentes podem ter padrões distintos, dependendo das características do substrato rochoso (sua litologia, relevo, condicionamento tectônico, etc)

- dendrítica [drendos (grego) = árvore] substrato rochoso homogêneo → camadas sedimentares horizontais ou ígneas maciças

- retangular → condicionamento tectônico por falhas ou fraturas - treliça → vales paralelos em camadas dobradas com elevada inclinação, expondo rochas de diferentes resistências à erosão - radial → rios fluem radialmente a partir de uma elevação (dômica, vulcânica)

10. Deltas

• Sedimentos que chegam à foz dos rios, na costa marinha, podem provocar a progradação da costa, constituindo deltas costeiros.

• Os deltas resultam da deposição de sedimentos fluviais, retrabalhados na costa por agentes marinhos (ondas e marés)

• Elementos deltaicos

- planície deltaica – parte subaérea, de deposição essencialmente fluvial (depósitos areno-cascalhosos) - frente deltaica – deposição subaquática, formando barras retrabalhadas por ondas e marés (depósitos arenosos) - prodelta – deposição subaquática fina, à frente da frente deltaica.