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11 1 INTRODUÇÃO Pensar a educação pressupõe perceber o ser humano como aquele que é capaz de adquirir competências e habilidades que permitirão a sua convivência social e o fará se tornar um cidadão pleno de seus direitos e deveres. Não há como negar que a escola sempre teve um papel essencial na vida das pessoas, uma vez que esta possibilita o ingresso dos jovens e de todos os educandos no mundo do trabalho e da competitividade. Infelizmente, sempre se ensina aos alunos que a vida é uma selva e que vencerão os mais fortes, talvez por isso, os trabalhadores se tornem inimigos profissionais, vendo o outro como seu potencial adversário. No momento em que se ensinar aos alunos o quanto a vida pode ser dinâmica e bela a partir da convivência e da interação com o outro possibilitando aprendizados diversos e múltiplas inteligências a escola cumpra seu principal papel que é formar cidadãos e não meros competidores. Com base nessa premissa, a postura do educador e a visão que ele tem de mundo pode determinar que tipo de cidadão se forma. Sendo ele democrático, dinâmico, versátil, também assim será o seu aluno, partindo do pressuposto de que o educando é reflexo de seu professor este copiará, ou pelo menos levará para fora dos muros da escola o seu aprendizado e as suas referências. O educador-mestre não se compõe de forma autônoma e individual, é necessária uma interação entre este, o conhecimento e seu universo de trabalho. Pode e deve-se (re) construir uma

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1 INTRODUÇÃO

Pensar a educação pressupõe perceber o ser humano como aquele que é

capaz de adquirir competências e habilidades que permitirão a sua convivência social e

o fará se tornar um cidadão pleno de seus direitos e deveres.

Não há como negar que a escola sempre teve um papel essencial na vida

das pessoas, uma vez que esta possibilita o ingresso dos jovens e de todos os

educandos no mundo do trabalho e da competitividade. Infelizmente, sempre se ensina

aos alunos que a vida é uma selva e que vencerão os mais fortes, talvez por isso, os

trabalhadores se tornem inimigos profissionais, vendo o outro como seu potencial

adversário.

No momento em que se ensinar aos alunos o quanto a vida pode ser

dinâmica e bela a partir da convivência e da interação com o outro possibilitando

aprendizados diversos e múltiplas inteligências a escola cumpra seu principal papel que

é formar cidadãos e não meros competidores.

Com base nessa premissa, a postura do educador e a visão que ele tem de

mundo pode determinar que tipo de cidadão se forma. Sendo ele democrático, dinâmico,

versátil, também assim será o seu aluno, partindo do pressuposto de que o educando é

reflexo de seu professor este copiará, ou pelo menos levará para fora dos muros da

escola o seu aprendizado e as suas referências.

O educador-mestre não se compõe de forma autônoma e individual, é

necessária uma interação entre este, o conhecimento e seu universo de trabalho. Pode

e deve-se (re) construir uma nova visão de educação. Desde os primórdios e nas mais

remotas nações a educação sempre foi o essencial entre os seres, e depois de milênios

se descobre que o homem não conseguiu a coisa mais simples: conviver em sociedade.

A cada dia se percebe o quanto a sociedade vem mudando e óbvio isso se

reflete na escola, este fato é observado na grande dificuldade que as escolas estão

encontrando para desempenhar o processo de aprendizagem.

Ao repensar uma nova forma de fazer educação é preciso que se busque

uma nova postura no ato de educar e isso faz necessário que a escola esteja aberta a

todas as novas nuances que esta sociedade dinâmica necessita e para compreender

estes novos educandos inseridos num processo totalmente digital, mas que estão

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atentos às mudanças tanto sociais quanto culturais e exige uma escola mais preparada,

pronta para absorver tantas informações.

A esta nova clientela se faz jus um desenvolvimento que trace ideologias

próprias que não sejam tão interligadas ao que o Estado espera que a escola ensine,

pois, a reflexão e a criticidade é própria deste público do século XXI.

Este trabalho monográfico pretende trazer à tona uma discussão presente

nas falas de muitos trabalhadores da educação que joga sempre a culpa de tudo que dá

errado na educação no sistema. Mas afinal quem é o sistema, o que o sistema espera, o

quanto realmente o ato de educar está ligado ao sistema?

São perguntas geradoras de muitas dúvidas e, no entanto, não há muitas

respostas prontas para isso, obstante a isso é necessário repensar a educação e tentar

descobrir quem é o Estado e quanto esse está envolvido nas suas escolhas no ensinar.

O professor precisa (re) construir saberes a partir de uma postura que não

evidencie a vontade dos que detém o poder, mas que sejam discursos pautados em

uma grande e volumosa experiência de mundo, há a necessidade de se repensar os

valores ideológicos ensinados e ao mesmo tempo questionar: quem realmente está

submetido as propostas de quem? Professor não quer ensinar porque acredita que está

fazendo mais do que realmente deveria ou usa uma desculpa para continuar se

esquivando de um dever que é seu independentemente de sua posição

política/partidária.

O objetivo deste trabalho é trazer para a discussão o quanto o sistema

realmente está inserido no espaço da escola e como este interfere no espaço escolar,

será que as ideologias dominantes estão na escola ou elas são apenas desculpas para

que os educadores não façam de forma satisfatória o que lhe é permitido, educar se faz

necessário, mas será que os educadores estão sendo preparados para isso?

A busca incessante pela melhoria da educação, principalmente nessa

geração tão saturada de informações, mas que ao mesmo tempo se faz tão

desinformada, pois os tempos mudaram, os alunos mudaram, todavia, a escola não

acompanhou esse desenvolvimento e o que se percebe são educadores sem usufruir os

equipamentos e todos os aparatos tecnológicos em suas aulas e sem inovar suas

posturas em sala de aula. Buscam sempre um culpado para suas frustrações e não

conseguem disfarçar suas insatisfações, então há que se questionar se realmente são

as ideologias dominantes que estão impedindo os professores de desenvolverem seu

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trabalho ou eles simplesmente estão fazendo aquilo que os discursos ideológicos

querem sem se importarem com o que vai acontecer depois?

Desmistificar essa ideia de que não fazem por culpa do sistema é fazer

exatamente o que se espera para que as mudanças nos processos educativos

aconteçam, portanto é preciso se fazer o discurso anti ideológico, pois assim estar-se-á

buscando novas possibilidades de educação que vise escolas mais democráticas,

menos submissas, mais atraentes, pois os educandos precisam sentir que mais do que

reproduzir conhecimento a escola também o produz e o respeita nessa produção em

que todos precisam ser coautores de suas próprias histórias.

Compreender a carência que as escolas públicas têm é importante para que

se tenha novas metodologias, novos conteúdos, novas percepções de mundo e, acima

de tudo, um novo pensar sobre fazer educação.

Para um melhor desenvolvimento do trabalho foi preciso divide-lo em quatro

capítulos que ficarão assim dispostos: no primeiro capítulo será descrito como as

escolas foram inseridas no contexto social e a sua importância para o desenvolvimento

cognitivo e cultural das crianças e de todos os indivíduos que delas participam; no

segundo capitulo se faz necessário um estudo sobre a ideologia e como ela se faz

presente nos mais diversos contextos sociais, culturais e educacionais; o terceiro

capitulo discorrerá a respeito da desmistificação das ideologias dominantes no contexto

escolar público no Alto da Lagoinha, nas escolas Santa Maria e Livino Ferrari e o quarto

capitulo discorrerá a respeito dos levantamentos de dados feitos durante o processo de

pesquisa.

Portanto, é importante e se faz necessária essa discussão para que se

compreenda como a escola pode estar ou não a serviço do Estado ou dos seus

educandos e, assim pronta para prepará-los para o mundo social e cultural e não

apenas para prestar as provas e medir conhecimento, mas serem capazes de produzi-lo.

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2 PROBLEMA DA PESQUISA

Um grande problema gerador dos conflitos da educação e se não o único

é a maior preocupação com a leitura e não com a escrita de forma autônoma, mas a

escrita forçada, cópias intermináveis que talvez nada tenha contribuído para o

desenvolvimento das crianças da primeira infância, isso pode ter gerado o grande

problema da educação que é a possibilidade dos alunos de não ser escritor/leitor, mas

meros copistas.

Uma constatação, muitas vezes, angustiante é perceber que os pais não

têm muita informação quanto a real função do professor na educação e cobra deste uma

postura mais enérgica quanto ao seu filho para que este possa aprender a ler e a

escrever precocemente, pois fica parte do tempo comparando seu filho com o do vizinho

e espera deste um desenvolvimento semelhante.

Infelizmente, se tem a ilusão que a função da escola é apenas ensinar a ler

e escrever e esquece que a maior missão da escola é formar cidadãos dignos,

cumpridores de seus deveres e compreendam que estar no espaço escolar é fazer parte

da formação de uma nação, plena de todos os seus direitos.

Por que os professores insistem em se sentirem controlados pelo

estado e fazem apenas o jogo dos que detêm o poder?

Quando se fará uma educação voltada para o educando e não para

obedecer a desejos de elites burguesas?

O que realmente os professores têm como sistema?

As escolas públicas estão preparadas para este novo público que

necessita de uma educação mais dinâmica e professores mais preparados?

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3 HIPÓTESE

A priori o grande problema da educação está em não aceitar que a única

responsável pela mudança no ato de educar é a escola e os envolvidos neste espaço

que é o único propicio para educar de forma sistemática.

Vale salientar o grande propósito da educação que é formar cidadãos

críticos conscientes de seus direitos e deveres, e isso acontecerá quando os professores

estiverem mais preparados para aceitar os grandes desafios de educar e não se

sentirem impotentes, incapazes de realizarem a tarefa a qual escolheram de forma

espontânea e cientes de seu papel e sua importância social e educacional.

A resposta para uma educação mais dinâmica, acessível e democrática é

uma nova postura do educador, pois este precisa estar atento para as mudanças e o

novo público que a escola recebe, neste mundo da informação estar pronto para lecionar

é, antes de tudo, reconhecer que não se sabe o suficiente e que o grande mérito deste

novo educador é a pesquisa, a aceitação do novo, do diferente e, mediante a isso

reconhecer que o que sabemos torna-se obsoleto muito rápido.

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4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Repensar a educação como o momento crucial para a formação de um cidadão pleno de sus direitos e deveres no processo de alfabetização, possibilitando a construção de conceitos, cidadania, ética e o processo de escrita a partir de uma desconstrução das ideologias dominantes e elitistas.

4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Narrar a própria história a partir da escrita e da visão de mundo que a escola

desperta na criança.

Construir e reconstruir as diversas possibilidades de conhecimento e

aprendizagem que a escola possibilita a partir dos contextos ideológicos.

Reconhecer a escola como patrimônio da comunidade levando em conta a

sua importância social, econômica, cultural e política.

Posicionar-se como construtores de uma nova nação com conhecimento

libertador e plena consciência de sua cidadania.

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5 JUSTIFICATIVA

Este trabalho justifica-se pela necessidade de se repensar as práticas

pedagógicas permeadas pelas ideologias dominantes, muitas vezes denominadas pelos

educadores como “sistema”, e isso impossibilita que estes se percebam como

multiplicadores de conhecimentos e continuem apenas reproduzindo aquilo que os

opressores querem.

Não há que se esquecer do quanto a escola é essencial na formação de

opinião e no senso de cidadania que tanto se busca na percepção de um mundo mais

humano. Pensando neste processo se faz importante uma nova consciência do que

educar para a vida e para a cidadania, infelizmente as pessoas ainda acreditam que a

função da escola é ensinar a ler e escrever.

Posto que a educação esteja além de uma sala de aula, se faz necessário

um olhar mais crítico e inovador a respeito do papel da educação. Nesta perspectiva a

escola tem uma nova função que permite ao educando ver o mundo como seu, e não

como mero coautor de sua história.

Os professores precisam se perceber parte maior deste sistema que pode e

deve mudar a realidade daqueles que estão inseridos no processo de escolarização. O

estado tem parte nisto, mas o ambiente escolar se faz com aqueles que de fato são

responsáveis pelo ato de educar.

Segundo Louis Althusser,1998 em sua obra aparelhos ideológicos de

estado, o Estado é um aparelho repressor, por isso se faz jus repensar a educação

como um espaço para a liberdade, uma vez que o conhecimento deve nos tornar livres.

Desta forma, não se faz educação a partir do ponto de vista do que um ou

outro espera, mas com sabedoria, paciência, sapiência, e principalmente, cidadania,

pois tornaremos os educandos parceiros do ato de educar e não meros coautores.

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6 METODOLOGIA

Para que o presente trabalho seja realizado será necessária uma intensiva

observação in loco, afinal, sou também responsável social do objeto de pesquisa,

pesquisa de campo com entrevista sob a forma de questionário e registros fotográficos

do cenário pesquisado.

Haverá, então, uma análise dos dados coletados em fontes bibliográficas,

para desta forma contrapor com os dados fornecidos pelos envolvidos no processo

político educacional, pois falar de educação englobará todos da comunidade que além

de estarem inseridos no mesmo, aos quais estão envolvidos nas mudanças de postura

na consciência do que é se educar e participar da vida ativa de sua comunidade.

O levantamento de dados permitirá uma análise mais profunda dos

problemas que acontecem nas escolas de Ensino Fundamental I e II do povoado do Alto

da Lagoinha, na cidade de Ubaíra, pois será feita uma abordagem histórico-social dos

principais fatores que contribuem para a constatação de um processo social que merece

uma atenção especial das autoridades e das políticas públicas.

Assim, fica registrado que este projeto foi desenvolvido a partir de pesquisa

de campo, análise de dados, questionários, estudos bibliográficos e um contato direto do

pesquisador com o objeto pesquisado para uma maior constatação, dando veracidade

aos fatos coletados.

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7 TIPOS DE ABORDAGENS

Para a construção deste trabalho monográfico será feita uma abordagem de

pesquisa, observação e coleta de dados a partir de entrevistas com os profissionais das

referidas instituições de ensino.

Com esta perspectiva será utilizada uma abordagem mista, pois serão

utilizados métodos de abordagens diferentes, que possibilitará uma leitura mais

completa do tema abordado e como este será contemplado com mais dinamicidade.

O método mais observado será o hipotético dedutivo, pois nada pode ser

definitivo, há que se continuar buscando novas maneiras de discutir e se apropriar de

questões relacionadas à educação e concepção para uma melhoria no processo

investigativo e continuar buscando soluções para atenuar os graves problemas

observados e/ou particularizá-los se for o caso.

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8 TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa proposta para a elaboração dos resultados após os estudos

será feita a partir de uma descrição dos dados, para um maior detalhamento das

características dos fenômenos apontados e, assim, dar mais credibilidade ao exposto.

Para tanto, serão necessárias as coletas de dados, entrevistas, observação

e construção de forma imparcial as peculiaridades encontradas em cada escola. A

observação dos ambientes será imprescindível para que se obtenha um resultado

imparcial em relação como a escola é importante no âmbito comunitário e o quão esta

se faz presente na vida da comunidade local e escolar.

Buscar maneiras de inserir os alunos no contexto social da comunidade

também precisa ser uma função inerente à escola.

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9 LEVANTAMENTO DE LITERATURA

A pensar a educação como único meio de transformar a realidade daqueles

que necessitam de auxílio para adquirirem habilidades no processo de ensino

aprendizagem, se faz urgente uma nova percepção do ensino numa perspectiva de

mudança de consciência daqueles que estão inseridos na escola.

Estar no processo de educar permite que nos tornemos responsáveis

pelo futuro de uma nação, essa realidade é notória através de novas metodologias, a

postura do educador nesta situação é muito importante, pois não é fácil inserir pessoas

neste processo que não se sentem parte dele.

Paulo Freire, um dos maiores educadores, desenvolveu métodos que,

durante décadas, foram utilizados para educar os jovens e adultos. Percebe-se nestes

métodos a oportunidade de inseri-los no mundo alfabetizado e letrado, permitindo que

estes estejam engajados nas mudanças que ocorrem à sua volta.

A pedagogia tem de ser forjada com ele (o oprimido) e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade. Pedagogia que faça da opressão e de suas causas objeto da reflexão dos oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta por sua libertação, em que esta pedagogia se fará e refará. (FREIRE. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.)

Assim, como define Freire, a educação deve ser utilizada para libertação, e

isso acontecerá quando os educandos souberem diferenciar o seu opressor do que o

oprime, então estará pronto para exercer de forma lúcida o seu papel de cidadão para

compreender os seus direitos e os seus deveres. Não cabe mais neste cenário a

educação bancaria, na qual o educador acredita que o aluno nada sabe, é um papel em

branco e precisa ser preenchido por alguém que acredita saber tudo.

O educando precisa ter uma educação que problematize, o faça refletir e

perceber o seu lugar no espaço escolar e o quanto este o fará ainda mais engajado nos

problemas do seu dia-a-dia e se posicione como co(autor) de sua realidade.

Para muitos, a educação não é mais que um processo feito para satisfazer

os interesses daqueles que ditam as regras (o sistema), mas é o professor-alfabetizador

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que terá a missão de mostrar aos seus alunos o quanto esta oportunidade é importante

para torná-los cidadãos conscientes e participativos da vida letrada que o cerca.

Segundo Althusser:

[...] os AIE não são a realização da ideologia em geral, ou mesmo a realização sem conflitos da ideologia da classe dominante. A ideologia da classe dominante não se torna dominante por graça divina, ou pela simples tomada de poder do Estado. É pelo estabelecimento dos AIE, onde está ideologia é realizada e se realiza que ela se torna dominante. Ora, esse estabelecimento não se dá por si só, é, ao contrário, o palco de uma dura e ininterrupta luta de classes: antes de mais nada, contra as antigas classes dominantes e suas posições nos antigos e novos AIE, em seguida contra a classe explorada (ALTHUSSER, 1980, p. 100).

Por isso, há que se pensar em uma educação mais democrática que sirva

para os educandos realmente se tornarem cidadãos e não apenas repetidores de

conceitos, o conhecimento deve ser utilizado para a preparação do aluno para a vida e

não apenas para satisfazer a vontade daqueles que acreditam pensar educação, mas

apenas defendem seus interesses.

Os educadores devem estar mais atentos em suas posturas em sala de

aula, pois eles podem estar reproduzindo aquilo que o aparelho ideológico espera, até

mesmo sem perceber.

Não se pode pensar na educação da mesma forma que se pensava há anos,

uma vez que esta tem em seu currículo perspectivas diferentes, pois o público alvo tem

outras pretensões. Faz-se necessário uma humanização da escola, para que esta seja

de fato um espaço de letramento e não apenas mais um espaço que formará

analfabetos funcionais que servirão de objetos de manobras para interesses políticos e

escusos, possibilitando uma educação que, na verdade, não educa, mas manipula,

esconde, persuade e oprime tanto os educandos quanto os educadores.

Portanto, não haverá educação enquanto não houver consciência do quanto

é necessária uma nova postura no ato de educar para uma clientela necessitada de uma

educação diferente, voltada para um público diferenciado, cheio de novas ideias,

anseios e percepções de mundo menos equivocadas.

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10 A HISTÓRIA DAS ESCOLAS SANTA MARIA E LIVINO FERRARI E A SUA RELAÇÃO COM O SOCIAL

A priori em qualquer comunidade a instituição escolar representa parte

desta, levando em consideração que esta reproduz aquilo que está inserido na vida e na

personalidade daqueles que a compõe. Se faz necessário, então que antes de trazer à

tona a discussão sobre as escolas aqui em questão, se faça uma pequena abordagem

sobre a história e a forma como estão se faze presentes na comunidade do Alto da

Lagoinha.

Para tanto, há apresentada aqui parte de uma comunidade declarada como

povoado que pertence ao município de Ubaíra e está localizada na zona rural.

A ESCOLA MUNICIPAL SANTA MARIA

LEGISLAÇÃO QUE CREDENCIA A ESCOLAÉ necessário que as Unidades Escolares se organizem de forma operante e

que suas legislações estejam estruturadas e sedimentadas nas leis que regem o país. A

Escola Municipal Santa Maria preocupa-se em manter sua organização funcional dentro

do que é norteado pelas leis educacionais.

Portaria de Criação: Nº. 2984 - D.O: 19 de março de 1882;

Lei nº. 9,394 de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases;

Regimento Comum das Escolas Municipais de Ubaíra.

10.1 HISTÓRICO DA ESCOLA

A Escola Municipal Santa Maria foi inaugurada no dia 05 de agosto de 1980

e tinha como entidade mantenedora o Governo do Estado da Bahia. A cerimônia de

inauguração contou com a presença do prefeito da época, o Senhor Mário Muniz

Monteiro e outras autoridades municipais.

No início do seu funcionamento, a sua estrutura física contava apenas com

duas salas de aula, dois banheiros e uma cantina. Com o crescimento da matrícula nos

anos seguintes tornou-se necessário a sua ampliação, com a construção de mais duas

salas de aula, dando a característica física que possui na atualidade.

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No seu quadro inicial de professores a Escola possuía os seguintes

profissionais: Maria Florisa Silva Santos, Esmelinda de Almeida Lobo, Eunice Souza

Santos e Marlene Rodrigues Tourinho e ainda o pessoal de apoio ou agente de serviço:

José Edson Miranda de Almeida e Maria São Pedro de Almeida. Todos esses

profissionais desempenharam serviços relevantes à Escola contribuindo assim com o

bom desempenho da mesma no cenário municipal.

A primeira diretora foi a professora Maria Florisa Silva Santos, esta realizou

um trabalho voltado ao desenvolvimento integral do alunado, bem como, da comunidade

local, sobre o qual sempre exerceu uma forte liderança assistencialista no intuito de

sanar as dificuldades comunitárias. Além da diretora acima citada, a escola foi também

dirigida por: Elizabete Souza dos Santos e Nívea Roberta Lobo.

Com o processo de municipalização em 1991, a Escola passou a ser

administrada pela Prefeitura Municipal de Ubaíra. Durante o período de administração

municipal a escola contou com o apoio nas suas dificuldades, principalmente no que diz

respeito a questão de material didático e manutenção da infraestrutura escolar,

colaborando assim com o êxito no desempenho acadêmico dos alunos no que se refere

ao processo ensino aprendizagem.

Em agosto de 2010 comemorou-se trinta anos da Escola e na oportunidade

foi organizado um desfile que contou com a presença do prefeito municipal (atuante no

período), o Senhor Lúcio Passos Monteiro, a Secretária Municipal de Educação do

período, a Senhora Maria Helena Rocha e alguns vereadores. Na organização do desfile

foram homenageados os antigos funcionários, alunos e os docentes e discentes da

atualidade. E para animar a festa contamos com a participação da Fanfarra de Santa

Inês.

10.1.2 FILOSOFIA DA ESCOLA

A Escola Municipal Santa Maria prima formar um cidadão inserido num

processo de busca pelo conhecimento, identidade e autonomia, em que possa

reconhecer-se como indivíduo atuante, digno, crítico, e consciente da sua capacidade de

interpretar e interagir como sujeito transformador do meio em que vive, valorizando a

Educação do Campo.

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A escola se propõe a construir uma escola democrática capaz de concretizar

seus objetivos desenvolvendo uma educação humanizadora, trabalhando valores de

liberdade, solidariedade, dignidade, respeito e justiça.

10.1.3 MISSÃO

Nossa missão é oferecer um ensino com qualidade, por meio de

profissionais qualificados para garantir a satisfação e o atendimento aos requisitos dos

nossos educandos, direcionando nossos esforços para formação de um ser humano

crítico, atuante, que conheça seus direitos e cumpra seus deveres, que consiga ter uma

ideia do mundo.

Esforçar-se em prol da educação e da cidadania, da criança em situações de

vulnerabilidade social e em condições de média e baixa renda social através de

atendimento de qualidade. Criar condições de operacionalização dos dispositivos do

Estatuto da Criança e do Adolescente, dentro de nossa área de

competência. Os profissionais buscam a formação exigida e possuem hoje, na sua

maioria formação na área educacional. Desta maneira, proporcionar aos estudantes um

ambiente de recreação e educação apropriado, no qual podem obter carinho, atenção e

cuidados.

10.1.4 VISÃO DE FUTURO

Nossa escola será um espaço privilegiado com transparência e igualdade,

visando a excelência do aprendizado, respeitando as qualidades individuais do sujeito e

sua participação ativa nas atividades escolares e extraescolares.

VALORES

RESPEITO – Deve-se nascer a partir dos próprios informadores para que os

educandos percebam que as pessoas devem ser respeitadas independentemente de

suas diferenças e semelhanças.

SOLIDARIEDADE – É fundamental o ser humano ter um espírito coletivo

comprometido, ajudando um ao outro no alcance dos objetivos, prestando um serviço de

relevante interesse social.

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DISCIPLINA - Tem a mesma etimologia da palavra "discípulo", que significa

"aquele que segue". A disciplina é um hábito interno que facilita cada pessoa o

cumprimento de suas obrigações, é um autodomínio, é a capacidade de utilizar

a liberdade pessoal, isto é, a possibilidade de atuar livremente superando os

condicionamentos internos e externos que se apresentam na vida cotidiana.

A questão da disciplina é bastante complexa, uma vez que, um grande

número de variáveis influencia o processo de ensino-aprendizagem. No entanto, apesar

dessa complexidade, a verdade é que há um consenso sobre o fato de que sem

disciplina não se pode fazer nenhum trabalho pedagógico significativo.

COLETIVIDADE – Trata-se da colaboração respeitando as necessidades e

as capacidades de cada um.

ESCOLA MUINICIPAL LIVINO FERRARI

10.2 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A escola está localizada no Alto da Lagoinha, um pequeno povoado do

município de Ubaíra, que fica a 45 km da sede, no estado da Bahia. Nos primórdios, a

escola era instalada em local improvisado, já que não existiam condições de

infraestrutura apropriadas para seu funcionamento. No decorrer dos anos 80 foi

construída a primeira escola do Ensino Fundamental I, a Escola Santa Maria, e no ano

de 1994 foi construído o Colégio Municipal Livino Ferrari. Em 1995, a escola começou a

funcionar com apenas 05 professores, 01 diretora, vice-diretora, mais 02 funcionários,

tendo 04 turmas e 118 estudantes.

A escola dispõe atualmente de uma Coordenadora Pedagógica que auxilia

os trabalhos juntamente com os professores, vinculando e articulando o trabalho à

consolidação da Proposta Pedagógica da Instituição. Com isso, as discussões a respeito

dos trabalhos pedagógicos acontecem entre a coordenação, professores e direção. Nos

encontros, que geralmente ocorrem no início de cada unidade, são propostas atividades,

projetos, oficinas e orientações diante das dificuldades apresentadas pelos professores.

Atualmente a escola em questão possui um total de 140 estudantes, com

idade média de 11 a 18 anos e funciona nos turnos matutino e vespertino, sendo que

são estudantes da própria comunidade e de comunidades circunvizinhas. A partir dos

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alunos matriculados foi feito um levantamento e chegou-se à conclusão de que o

número de mulheres é maior que o de homens (duas mulheres a mais que os homens),

porém a distribuição nas turmas não é equilibrada visto que em algumas tem mais do

sexo feminino e em outras tem mais do sexo masculino.

Para atender a esses/as, a instituição de ensino conta com um quadro de

docentes composto por 8 (oito) professores/as todos com formação acadêmica, todos os

profissionais são efetivos com alguns anos de docência o que facilita o contato dos

professores com os alunos, uma vez que a maior parte dos docentes moram na própria

comunidade, porém não há profissional com formação em Educação Especial. A

coordenação não desenvolve um trabalho especifico para esse aluno o que dificulta

ainda mais o trabalho dos professores, segundo depoimento do professor regente. A

escola possui dois (2) alunos com necessidades especiais: um com espectro do Autismo

e uma outra aluna com dislexia. Neste estágio Supervisionado, no qual foi utilizada

apenas a observação, nos atentemos para o aluno com espectro Autismo.

A escola tem como missão assegurar aos alunos um ambiente favorável à

formação de sujeito crítico, político e atuante na sociedade. Buscando um efetivo

envolvimento da família e demais segmentos da escola, entidades públicas e privadas

na intenção de fortalecer as ações estratégicas para promover uma educação de

qualidade.

A Instituição de ensino em questão tem como visão tornar-se uma Instituição

Educacional de referência no município de Ubaíra, reconhecida pela excelência o

trabalho desenvolvido e comprometido com a formação dos cidadãos, pautados nos

valores éticos e humanos.

A equipe gestora é composta de: um diretor, um vice-diretor, uma

coordenadora pedagógica e um secretário escolar. Como a escola oferece apenas

Ensino Fundamental II, os estudantes, para prosseguirem com seus estudos, precisam

deslocar-se para outras cidades, tais como: Mutuípe, Amargosa, Jiquiriçá e Ubaíra que

oferecem o Ensino Médio.

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11 O QUE É IDEOLOGIA E COMO ELA SE APRESENTA NO ESPAÇO ESCOLAR.

A ideologia é a forma como cada ser, indivíduo se dispõe em relação a um

tema, uma discussão ou um fato. Está diretamente ligada a uma forma especifica de

lidar com situações que permeiam o dia a dia, muitos atribuem essa designação para

atrelar ao fato de muitos serem subjugados, humilhados ou serem submissos a uma

determinada circunstância.

Há uma atribuição, ainda, a questão da ideologia dominante, seja ela de

cunho social, religioso ou político. Aqui tratemos da ideologia que está por trás da forma

como cada professor ou profissional da educação vê o ato de educar e tudo que rege

esta árdua tarefa.

Muitos dizem que não realizam sua atividade profissional em sala de aula

porque o sistema quer que todos sejam ruins e que os alunos não aprendam, todavia é

questionável quando se tem a ideia de que o professor forma o maior sistema da

educação, uma vez que todos podem se ausentar na escola e se houver o professor e

os educandos as aulas acontecerão, no entanto, se faltar o professor e todos estiverem

no espaço escolar a aula não acontecerá, pois o maior patrimônio de uma escola ou de

um espaço de educação é o professor e o educando.

Para Karl Marx, a ideologia mascara a realidade. Os pensadores adeptos

dessa escola consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara

um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades.

Há que se buscar uma (re) educação dos profissionais envolvidos neste

processo e uma nova possibilidade de mudança do que realmente se quer que o aluno

aprenda. Há, na verdade, uma preocupação apenas com o conteúdo, sem querer saber

se o que está ensinando e a forma como se ensina é o que realmente o aluno quer

aprender.

Segundo Paulo Freire relata em sua obra Pedagogia da Autonomia:

Pormenores assim da cotidianidade do professor, portanto igualmente do aluno, a que quase sempre pouca ou nenhuma atenção se dá, têm na verdade um peso significativo na avaliação da

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experiência docente. O que importa, na formação docente, não é a repetição mecânica do gesto, este ou aquele, mas a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do medo que, ao ser "educado", vai gerando a coragem. (Paulo Freire, 1996, pg.26.)

Os alunos são inseridos num processo de ensino/aprendizagem pré-

estabelecido e sem muita dinamicidade, percebe-se que estes não compreendem a

verdadeira função da escola, pois o professor não ensina e o aluno realmente não

aprende. Não há uma preocupação com o que o aluno espera da escola, apenas

colocam os programas, projetos, eventos e os sentimentos do aluno não são levados em

consideração, uma vez que o desejo do aluno não pode se sobrepor ao da escola e,

assim vão remando, empurrando-os, subjugando, atendendo os desejos e vontades

apenas dos que se sentem possuidor dos direitos e das ideologias que regem o trabalho

e o ato de educar.

A priori o que deveria interessar à escola é o posicionamento dos alunos e

pais sobre as metodologias, os tipos de profissionais que estão inseridos no

estabelecimento escolar. No entanto, se percebe uma banalização sobre a escolha dos

profissionais da educação, servindo, muitas vezes, de promessas de emprego em

palanques, cabide de emprego para eleger candidatos e, na pior das hipóteses lugar

para aqueles que ainda não tem opção do que fazer e não escolheram uma profissão.

O professor não está vetado a ensinar apenas o que está explícito no

planejamento, numa aula de discussão ou debate há muito mais informações que,

muitas vezes, o conteúdo em si, não é planejar por planejar, mas para a interação

É necessário que repense a forma como se escolhe os profissionais da

educação, pois muitas vezes, se tem a impressão que a educação é cabide emprego

para os políticos que muito promete e por não terem o que fazer vão entupindo as

escolas de pessoas despreparadas e sem muita função nos setores educacionais, até

porque neste processo todos são responsáveis por educar, desde o porteiro até a

direção da escola, cada um contribui de forma diferente, mas com o mesmo intuito,

educar.

Para Hamilton Werneck há uma forma muito clara de solucionar os

problemas relacionados aos profissionais da educação:

A solução seria definir os limites do emprego, entregar as tarefas a profissionais competentes e dedicados, aumentar-lhes o salário e acabar com este convívio de “faz de conta”, aos poucos levando o país ao mais desastroso descrédito. (Hamilton Werneck, 1992, pg. 17)

30

Assim, se define uma classe com valorização profissional, dedicação

exclusiva e um maior encantamento pelo ato de educar. Haveria um novo

direcionamento para a educação. No Brasil os professores acabam acumulando funções

e cargas horárias por não existir uma estrutura educacional bem definida, isso acarreta

um cansaço físico e mental que com certeza atrapalha no bom andamento de seu

trabalho. O professor se preocupa com o ensino e a pesquisa diária para aulas, mesmo

que fingidas.

Segundo Carlos Libâneo:

A prática escolar consiste na concretização das condições que asseguram a realização do trabalho docente. Tais condições não se reduzem ao estritamente "pedagógico", já que a escola cumpre funções que lhe são dadas pela sociedade concreta que, por sua vez, apresenta-se como constituída por classes sociais com interesses antagônicos. A prática escolar assim, tem atrás de si condicionantes sociopolíticos que configuram diferentes concepções de homem e de sociedade e, consequentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola, aprendizagem, relações professor-aluno, técnicas pedagógicas etc. (José Carlos Libaneo, 1982, p.3)

A sala de aula é um espaço no qual se forma cidadãos conscientes de

sua plena condição de direitos e deveres, mediante a sua percepção de mundo e de

espaço, com isso é esperado que nessas circunstâncias se assegure ao educando a

possibilidade de uma sociedade mais igualitária, menos egoísta, mais politizada e,

sobretudo com uma visão sociopolítica de sua realidade.

As práticas pedagógicas adotadas pela escola e/ou pelos professores que a

compõe deixa óbvio que tipo de ideologia está impregnada no contexto educacional e

que tipo de educando esta forma, a partir de suas vivencias. Não se pode esperar de

uma escola que traz resquícios autoritários uma postura totalmente democrática, pois

perpetuará neste espaço as ideias de comando, ainda, submisso.

E, não obstante a isso se faz necessário enfatizar que todas as ideologias

precisam de pensamentos que as sustentem, com as dominantes no âmbito escolar não

seria diferente, presentes, muitas vezes, pela gestão, os profissionais da educação não

compreendem esse processo, simplesmente porque se traz a ideia de que obedecer é

melhor que questionar, não há necessidade de se bater de frente, contestar,

argumentar, apenas segui-las impostas por interesses obscuros que nem sempre tem

objetivos definidos.

31

Há de se lamentar dos profissionais que escolhem a sua profissão a partir de

pressupostos que nem eles mesmos conhecem ou por falta de opção, pois isso acarreta

um problema muito corriqueiro entre as pessoas insatisfeitas profissionalmente. Desta

maneira, é necessário conhecer as perspectivas profissionais e salariais do que se

pretende exercer para evitar frustrações e negligências na profissão.

É notória que há uma preocupação com a atual situação da educação

brasileira que vem se arrastando com uma pedagogia caótica, profissionais

descontentes que nada ensinam alunos que pouco aprendem, conteúdos fragilizados

pelo despreparo, muitas vezes, dos profissionais que estão cansados de lutar contra um

sistema educacional que perdeu a sua capacidade de ensinar, uma escola

desestruturada, projetos ineficazes e pais, muitas vezes, negligentes.

Segundo o educador Freire, a educação deverá servir para libertar e

emancipar o conhecimento e o indivíduo, para que ele se empodere da sua realidade,

não há que se permitir uma educação que reprima, oprima ou condene aqueles que

estão inseridos no processo. Nessa perspectiva o aprender está intimamente ligado à

sua livre expressão do pensar, do conhecer, do saber e, principalmente da possibilidade

de mudar a sua realidade a partir do que você vê e sabe do mundo que o rodeia.

Se a educação é libertária e é nesse espaço que se deve promover a

democracia não é possível que os educadores se tornem opressores e se façam

reprodutores do discurso ideológico de estado, pois este oprime, retrai e ofusca qualquer

chance que o educando possa ter em sua longa jornada de preparação o para o

enfrentamento direto da repressão imposta de forma dissimulada e camuflada pelos

textos, ideologias, frases prontas e discursos, muitas vezes, imperceptíveis, mas

eficientes em seu contexto de persuasão e condicionamento de comportamento.

Werneck, afirma em sua obra “se você finge que ensina, eu finjo que

aprendo”, de forma bem acentuada o papel da escola na vida da sociedade: “Uma

sociedade livre só se constrói com responsabilidade. Uma educação voltada para a

formação do caráter responsável é uma imposição desta mesma sociedade. ” É

contraditório o discurso da real prática e função do educar. Fez-se de um direito, um

privilégio.

Infelizmente, as escolas estão cada dia mais distantes dos alunos, eles

estão agregados no espaço escolar, mas não se sentem parte deste espaço e, por isso

mesmo vemos escolas sendo depredadas, destruídas e não conseguem encantar mais

os educandos de forma que eles mal chegam na escola já estão querendo ir embora.

32

Os educandos estão perdendo o interesse por aprender e apreender, cada

vez há um egresso destes menos preparados, mais frustrados e com uma ideia

totalmente distorcida do papel e da importância da escola na sua formação social,

psicossocial, cultural e religiosa.

Este mesmo sistema que corrobora com a formação intelectual e cognitiva

deste indivíduo de forma distorcida e errônea, cobra cidadãos conscientes e plenos de

suas obrigações. Quando a escola, segundo Werneck, não tem a função de formar um

cidadão detentor de saberes, dignidade, responsabilidade civil, cumpridores de seus

deveres, está sendo refutado ao educando o direito de ser pleno.

Cobra-se do educando uma postura de crítico e reflexivo de sua realidade,

todavia isso deverá acontecer se não for para questionar e criticar a escola, caso isso

aconteça o educando é polêmico, não aceita regras, não sabe seguir o regulamento,

tudo pode ser criticado, desde que não o faça no ambiente escolar.

A sociedade mudou, com isso temos jovens inseridos num processo mais

dinâmico com poucas responsabilidades, as crianças não são mais obrigadas a cumprir

com tarefas diárias que os pais consideram muito “pesadas” para serem feitas pelos

filhos. “Assim, os filhos não lavam o carro da família, não limpam alguma coisa dentro de

casa, nem arrumam a própria cama pela manhã, não aprendem a fazer a alimentação

[...]”. (Werneck, 1992, pg. 17)

Sendo deixada de lado a importância das atividades e responsabilidades do

dia-a-dia que norteiam a base educacional e cidadã dos indivíduos, mas esta mesma

família que limita, evita os esforços, negam a automação, exigirá de seus filhos uma

postura que lhe foi retirada ou pelo menos negada a priori, mas que lhe será cobrada

sempre, senão pela família, o fará as instituições que definem as regras que delimitarão

as ações desse indivíduo na sociedade.

Contrapondo-se ao que realmente se espera da escola há uma inevitável

comparação com o Mestre Freire que assim como Werneck, preocupa-se com uma

educação de qualidade e profissionais preparados para ensinar. Não se pode conceber

um ensino deturpado, omisso, ineficaz e, acima de tudo descomprometido com a função

que lhe é cabível; formar cidadãos e não meros reprodutores de saberes.

Se a sala de aula é um espaço de democratização não é possível que ainda

se continue formando educandos que apenas reproduzem saberes, fica, então, a

questão quem realmente não quer que os educandos aprendam o sistema ou próprio

33

professor que tem desculpas para sua negligência e sua postura que apenas repete o

discurso ideológico do faz de conta.

Assim, é necessário que se repense nesse processo educacional que tudo

aceita, pouco faz e muito cobra. Faz-se urgente a busca por métodos, profissionais e

propostas curriculares que realmente funcionem. Historicamente o país se acostumou a

ter um povo pouco instruído, muito submisso e uma educação elitista. Está no momento

de mudar esse panorama e buscar uma educação de qualidade e realmente para todos.

12 ESCOLA X IDEOLOGIA DOMINANTE

Pensar no desenvolvimento da comunidade do alto da Lagoinha, é ao

mesmo tempo falar das escolas que fazem parte deste povoado, no qual se encontra o

Ensino Fundamental I e II.

Essas escolas são essenciais para o bom desenvolvimento da comunidade

e também para o comércio, pois este recebe a movimentação dos educandos das

comunidades circunvizinhas.

É percebido nessas escolas uma grande influência das decisões políticas ao

passo que são praticamente as únicas fontes de empregos públicos de que o povoado

dispõe. Isso torna as escolas, infelizmente, possibilidade de conseguir um salário e, são,

muitas vezes, uma fonte de garantir votos.

Os profissionais ficam à mercê da vontade do vai e vem de prefeitos e com

eles o troca-troca de funcionários que não são efetivos e, óbvio isso reflete no resultado

e no andamento das atividades escolares.

Percebe-se que isso também interfere no rendimento dos educandos, pois

quando estes estão se acostumando com os professores e os profissionais da educação

eles são abruptamente trocados, na maioria das vezes, sem nenhuma explicação.

Nesta organização feita de forma arranjada que quase sempre beneficia

apenas os eleitores que mais estão próximos aos detentores do poder e aqueles que

podem apadrinhar seus correligionários, nesta perspectiva as ideologias que orientam o

espaço escolar são aquelas que melhor se adequam àqueles que estão no poder.

Então, como se pode esperar uma educação idônea e uma escola cada vez

mais democrática se os valores educacionais estão intimamente ligados ao poder e aos

34

interesses de uma classe que quanto mais luta para se consolidar no poder mais se

tornam opressores de suas próprias falácias.

Se faz urgente repensar a forma de se entender educação e como esta se

propõe a este público tão exigente e necessitado de uma escola nova que os prepare

para a vida e não apenas para o ENEM e as provas impostas para medir capacidades e

habilidades dos alunos, que na verdade apenas constatam dados conhecidos e sabidos

pelos envolvidos no processo de educar. Tornar a escola um lugar agradável é

fundamental para que tenhamos educandos mais felizes e acreditem em poder

transformar o Brasil num país melhor.

Os profissionais da educação precisam se empenhar em seu trabalho e

buscar uma forma eficaz de fazer educação, pois só assim o seu desempenho e o seu

papel enquanto educador fará a diferença, isso será possível quando a sala de aula for

vista como espaço de se fazer democracia e lugar de se formar cidadãos e não

reprodutores de informações e perceba no ato de educar um maior compromisso com o

que é ensinado e uma maior percepção de mundo dentro da escola.

Aqueles que realmente fazem diferença no processo de educar não podem

acreditar e nem se deixar envolver pelas ideologias dominantes, sendo transformados

em fantoches, pois vivemos num país livre e democrático e é assim que se deve

comportar todos que estão inseridos no processo de libertação tão defendida por Freire

e que será alcançada apenas pela educação feita por quem se percebe democrático e

fazedor de democracia.

As ideologias que permeiam as escolas não podem estar atreladas ao

desejo de alguém que mal conhece a escola. Vê-se os envolvidos na educação

repetirem há anos o mesmo discurso: que não farão o jogo do Sistema. Mas afinal quem

é o sistema? Como ele pode influenciar no trabalho do professor? O que o sistema

defende? São perguntas que merecem atenção quando há uma discussão sobre

educação.

O professor é o maior sistema que rege a escola, pois ele é quem está na

coluna estruturante da mesma, conhece o seu educando e desperta neste o amor pela

vida, pela escola e pelo mundo.

Segundo Libaneo:

Uma boa parte dos professores, provavelmente a maioria, baseia sua

prática em prescrições pedagógicas que viraram senso comum,

incorporadas quando de sua passagem pela escola ou transmitidas

35

pelos colegas mais velhos; entretanto, essa prática contém

pressupostos teóricos implícitos. Por outro lado, há professores

interessados num trabalho docente mais consequente, professores

capazes de perceber o sentido mais amplo de sua prática e de

explicitar suas convicções. Inclusive há aqueles que se apegam à

última tendência da moda, sem maiores cuidados em refletir se essa

escolha trará, de fato, as respostas que procuram. (José Carlos

Libaneo, 1982, p.3)

É preciso se auto avaliar quando se busca resultados a partir do que se

ensina, pois há sempre uma intenção ao se escolher um conteúdo, mesmo quando o

educador se coloca como imparcial, no entanto, implicitamente não há de se negar a

vontade de que o educando se perceba autor e não apenas ouvinte em sala de aula,

repensar conceitos, buscar valores, aceitar novas concepções de vida e reavaliar

posturas e atitudes dentro do contexto escolar e social é inerente à aprendizagem.

Desmistificar as ideologias dominantes nas práticas pedagógicas dentro da

escola é estar atento ao discurso anti-ideológico citado amplamente nas discussões

primeiras, recompor uma educação que valha para todos e permeie o mundo de todos

sem a necessidade de um aprisionamento de ideias e opressão de seus valores, se faz

urgente uma postura mais democraticamente assumida pelos educadores e, dessa

forma assumir uma posição de questionador, crítico e reflexivo de suas possibilidades.

Não rotular as práticas pedagógicas, nem repetir metodologias apenas

porque todos fazem demonstra um real interesse em ser diferente, fazer acontecer a

partir de suas convicções, percepções e, acima de tudo, pesquisas embasadas em

estudos elaborados para a melhoria do educando com conhecimento do público que

será recebido pelo educador, não fazer diagnósticos sem o conhecimento prévio da

turma é um passo importante para uma educação mais direcionada e menos abstrata.

Usar a desculpa de que trabalha mal e que não prepara boas aulas porque o

sistema quer assim é, na verdade, uma mentira contada tantas vezes que muitos

acreditam ser verdade. Mas isso apenas consolida algo discutido neste trabalho

monográfico que é a real responsabilidade de quem ensina em detrimento de quem

aprende.

Não assumir a responsabilidade de educar nos moldes da democracia tem a

ver com o compromisso que cada educador tem com o ato de educar e com o

36

empoderamento que lhe é dado quando escolhe estar na educação. Mostrar aos

educandos que suas escolhas farão ou não um cidadão de bem, conhecedor ou não de

seus direitos e deveres.

Assim, o chão da escola se faz jus quando o educando se sente parte dele e

se mobiliza para uma postura mais participativa no âmbito da escola, é preciso que os

reais interessados no processo de aprender que são os educandos se tornem cada vez

mais participativos e engajados nas situações político-econômicas do país, tornando-os

não meros coadjuvantes, mas autores de sua própria história.

13 CRONOGRAMA

Mês de outubro 2017.

1ª SEMANA 2ª SEMANA 3ª SEMANA

Elaboração do

plano de pesquisa.

Produção dos

elementos pretextuais.

Estudo dos

dados

Leitura

superficial dos textos

Elaboração do

projeto de pesquisa.

Elaboração

dos textos por capítulos

Pesquisa

bibliográfica

Levantamento

dos textos de pesquisa

Elaboração

das questões para

pesquisa

Mês de novembro 2017.

1ª SEMANA 2ª SEMANA 3ª SEMANA

Observação Entrega das

37

do espaço da pesquisa questões aos

entrevistados

Coleta dos

dados

Elaboração do

terceiro capitulo

Construção

dos textos finais

Leitura dos

textos produzidos

Construção

das considerações finais

Leitura

completa do trabalho

Entrega do

trabalho pronto

14 RECURSOS

Para a elaboração deste projeto de pesquisa monográfica foram

utilizados:

Material de consumo: folhas de sulfite, lápis, caneta, borracha,

caderno,

Material permanente: computador, impressora, cartucho à tinta,

impressão, scanner, pen drive, notebook.

Recurso humano: professores e profissionais da educação para

as entrevistas.

38

15 LEVANTAMENTO DE DADOS

O presente capitulo discorrerá sobre os dados coletados com observações e

entrevistas realizadas durante o processo de execução deste trabalho, busca-se nesse

tópico refletir sobre o quanto as ideologias permeiam o trabalho pedagógico nas escolas

que deram origem a esse trabalho monográfico, para isso foram entrevistadas pessoas

que fizeram parte do quadro de funcionários ou ainda estão inseridos no contexto

dessas escolas.

Para consolidar as questões abordadas foram elaborados alguns

questionamentos a respeito das ideologias inserias nas escolas e a sua interferência no

processo pedagógico. Para tanto, segue abaixo respostas de pessoas inseridas no

processo educativo dessas escolas. Por motivo de preservação da identidade dos

entrevistados os nomes não serão citados.

Na primeira questão procurou se entender o porquê de alguns profissionais

insistirem nas questões de controle do Estado sobre as suas práticas pedagógicas e o

quanto elas interferem em seu trabalho pedagógico.

Como esses se colocam frente as intervenções em seu trabalho e o que

fazer para mudar essa situação, muitas vezes apenas mistificada e não se consolida de

fato, a percepção de controle está apenas em suas ideologias e percepções, mas

interfere na preparação e execução de suas aulas.

A segunda questão faz alusão a escola elitista que busca defender

interesses apenas da classe dominante e não leva em consideração a aprendizagem de

39

forma igualitária e socialmente posta para todos, apesar de no discurso ser esta a fala

de quem propõe a educação.

Com uma proposição mais incisiva ao educador o que se pretende na

terceira questão é compreender o que este define como sistema e como este é

percebido no chão das escolas.

A quarta questão pretende trazer à tona uma questão muito dantes discutida

por todos os envolvidos no processo educacional há anos e não se tem uma resposta

exata para esse questionamento, no entanto se faz necessária uma discussão ainda

mais contundente sobre o tema e nada melhor que saber disso de um professor

envolvido no processo.

Essa questão tenta buscar resposta para uma grande incógnita que permeia

a educação nesse novo contexto social e econômico/político, para demonstrar como a

escola e os professores vem lidando com esse público mais dinâmico, informado e mais

exigente.

Não obstante à realidade da grande maioria das escolas a quinta questão

aborda um tema mais polêmico, evidenciando como as escolas ficam, muitas vezes, a

mercê da vontade dos políticos, principalmente nas cidades do interior, nas quais as

influências são mais contundentes e mais diretas.

Se faz importante um diálogo de como a política interfere no âmbito escolar,

propiciando uma escola menos democrática, grupos de profissionais da educação

inseguros, pois nem sempre têm uma estabilidade profissional e isso interfere no

rendimento e no resultado final da aprendizagem e do desenvolvimento dos trabalhos na

escola.

A sexta questão faz uma alusão ao que acontece na comunidade devido a

interferência da política nas escolas, todavia tenta traçar um viés do que pode ser feito

para que essa realidade mude e as escolas se tornem mais autônomas e possa decidir

junto ao seu grupo de trabalho aquilo que é inerente e imprescindível para um bom

andamento e rendimento dos resultados finais propostos por quem está inserido no

processo educacional das escolas.

Indubitavelmente as escolas nesta comunidade estão inseridas num

contexto de extrema importância para os que aqui (Povoado do alto da Lagoinha)

moram e todas as comunidades circunvizinhas, mas não foge à regra das demais em

relação a inserção da política em seu contexto, pois está arraigada em sua história o

envolvimento político partidário em muitas das decisões tomadas neste espaço, assim

40

se faz jus a esta pesquisa e as conclusões aqui relatadas para que se possa consolidar

a pesquisa a partir de uma proposta de observação e entrevistas aos que estão

diretamente ou indiretamente ligados a este processo educacional.

Para tanto se faz necessária uma intervenção de cunho opinativo aos dados

aqui relatados, uma vez que o mérito desta pesquisa não é interferir no processo

corrente, mas descrever como as ideologias dominantes são capazes de modificar todo

o processo pedagógico que a priori deveria ser imparcial.

No intuito de corroborar com a pesquisa acadêmica de posse a uma

discussão tão veemente e atual busca-se postular que o mestre/educar aquele que além

da prática traz em si a práxis. Além de estar atento as questões pedagógicas o educador

pode e deve procurar alternativas que o faça repensar suas práticas quando estas não

satisfizerem o seu alunado numa ótica de SER reflexivo e detentor de opiniões,

permitindo novos olhares da realidade e de suas habilidades e competências.

Assim, a partir desta pesquisa o que se observa é o quanto os educadores

ainda estão arraigados de velhos conceitos que insistem em permear as práticas

pedagógicas e o quanto se faz difícil desvencilhar destes. Nortear as práticas

pedagógicas partindo do princípio das posturas anti ideológicas, somente desta forma se

repensará a sociedade/escola como parceiras e não adversárias do processo educativo.

41

15.1 QUESTÕES PARA O TRABALHO MONOGRÁFICOA Desmistificação Das Ideologias Dominantes Nas Práticas Pedagógicas

Das Escolas Públicas Do Alto Da Lagoinha.

1. Por que os professores insistem em se sentirem controlados pelo

estado e fazem apenas o jogo dos que detêm o poder?

Conquanto os professores não participem como interlocutores legítimos da definição de diretrizes educativas são – junto com a escola – alvo preferencial de desqualificação política e profissional. Nessa linha de pensamento entende-se que o professor é o protagonista da situação onde está inserido. Não apenas o professor é objeto da política, mas também os sindicatos o são, a relativa ao seu fazer profissional. Nesse aspecto, o professor vem sendo atingido por vários fatores, um dos, está na profissão porque não foi aceito em outros empregos; é incapaz para outras funções e a docência foi o que lhe restou; acomodou-se na carreira porque não há incentivos para desempenhos diferentes; não se preocupa com a qualidade do que faz porque seu salário é irrisório. Essas e muitas outras imagens denegatórias justificam uma ação dura sobre a realidade docente, e faz com que cruzem os braços e aceitem ao que lhe for imposto. Numa sociedade onde a educação vira cabide de emprego seria atípico professores lutarem pelos seus direitos, já que me é conveniente estar como professor (e não ser licenciado para tal), é conveniente também aceitar tais manipulação.

2. Quando se fará uma educação voltada para o educando e não para

obedecer a desejos de elites burguesas?

A partir do momento em que todos aprenderem buscar seus direitos, e isso

se dá numa escola onde forme cidadãos pensantes e agentes do conhecimento,

42

entendo que, enquanto estivermos professores ocupando lugares errados, teremos

alunos errantes, mas quando a educação deixar de ser opressora aos nossos alunos e

tivermos professores verdadeiramente capazes ai sim, teremos alunos pensantes e

brilhantes, formadores de opiniões e valentes, esses serão o futuro, porque no nosso

presente essa educação voltada para o educando não deixa de existir. Enquanto houver

jogos de interesses a educação não surtirá efeito em nossa sociedade.

3. O que realmente os professores têm como sistema?

O sistema é um conjunto de elementos interconectados em harmonia, isso

implica num todo formado e organizado, quando falo de sistema coloco todos, porque

um sistema não se faz sozinho. Desta maneira é sabido que o professor sempre coloca

a culpa no sistema pelo seu fracasso, por sua incompetência, mas é impressionante

como poucos sabem que os principais atores do nosso sistema, são eles mesmo.

4. As escolas públicas estão preparadas para este novo público que

necessita de uma educação mais dinâmica e professores mais preparados?

Infelizmente as escolas ainda não se prepararam para essa nova clientela, que já vem com um conhecimento prévio mais antenados, a escola fica pra trás nesse sentido pois não consegue trazer o novo, isso torna um espaço chato, desagradável e sem informação, pois o lúdico é transmitido tradicionalmente e nada oferece as esses educando que chegam com uma perspectiva de espaço diferente ao da sua realidade, desta maneira o professor não atende as necessidades do aluno, pois muitas vezes o professor é quem pede orientação para o aluno no manuseio de algum aparelho tecnológico.

Assim como que a escola poderá ofertar um espaço dinâmico se o próprio

espaço o “aluno que o conduz”

5. O quanto você acredita que a política tem influenciado o trabalho nas

escolas públicas do Alto da Lagoinha?

Tem influenciado notadamente, se formos aos números acredito que

80%,isso significa uma desaceleração no desenvolvimento educacional local, onde

tínhamos uma referência enquanto escola Rural, e ao passar dos tempos essa

referência foi distorcida pelas conquistas políticas, conquistas essas que, impossibilitam

a educação de chegar ao mesmo patamar de outrora esta visão se discute o porquê de

tais feitos, uma das inquietações é justamente a perseguição e a opressão por parte de

quem se faz mais alto no poder.

43

6. Como a realidade da política local pode ser mudada para que possa

ser diminuída a sua influência sobre as decisões das escolas neste povoado?

No tocante essas mudanças só acontecerão quando entenderem que uma

gestão não se sustenta sozinha, é necessário o todo para que haja uma harmonização,

quando falamos de escola entende-se que as decisões têm que partir do coletivo e não

do particular oriundos de partidarismos. Precisa se repensar a maneira de como a

política está intercalada no segmento educacional tornando uma política descentrada e

desfocada na educação e voltada apenas na opressão, submissão dos seus opositores.

Penso que para desmistificar esse fato, seria uma política democrática, por exemplo: a

oferta de eleições na escolha dos gestores escolares, sem a inconveniência de “Quem

indique” para o cargo, deixaria de ser um cargo de confiança por parte do gestor

(prefeito e/ou vereador) e passaria a ser um cargo por escolha do corpo escolar e

comunidade local.

Desta maneira a política deixaria de existir “partidária” e seria uma política

voltada para a realidade e necessidade da instituição escolar.

44

QUESTÕES PARA O TRABALHO MONOGRÁFICO

A Desmistificação Das Ideologias Dominantes Nas Práticas Pedagógicas

Das Escolas Públicas Do Alto Da Lagoinha.

1. Por que os professores insistem em se sentirem controlados pelo

estado e fazem apenas o jogo dos que detêm o poder?

Afirmo, que falta primeiro os mesmos compreenderem o seu real papel e

função dessa sociedade educacional e depois disto, compreender o que venha ser esse

Estado. Acreditam que esse Estado, seja apenas os governantes, uma vez, que os

mesmos nem sabem a sua identidade nesse campo educacional. Precisa-se intender

que os mesmos são os primeiros a fazerem parte deste Estado, falta agora perguntar

para os mesmos se estão aptos a serem mestres e não meros professores e qual a sua

parte/contribuição para com o Estado.

2. O que realmente os professores têm como sistema?

Fazendo uma análise breve do ensino e das políticas públicas, iremos

compreender e entender que o ensino precisa na verdade de pessoas (profissionais),

que estejam abertos/alinhados ao novo, que vem avançado e falta os educadores

compreenderem esses avanços e não dizer que a educação mudou, alunos mudaram.

Realmente o ensino mudou, a educação modelou a sua perspectiva pedagógica e

didática, mas o ensino vem se reconstruindo. O que comprova isto, são as legalidades

e diretrizes, a LDBEN de 71, que era direcionada apenas para o mercado capitalista, a

45

educação infantil era direcionada apenas na revolução industrial e vinculada ao

trabalho e renda, a de 96 que vem numa nova perspectiva para atender o social, as

políticas públicas direcionadas ao ensino e a suas peculiaridades, e o ensino inclusivo,

que outrora, dito apenas como maldição e após anos de exclusão o ensino ganha

uma ajuda e contribuição para com o ensino. Sobretudo, as leis são sempre

repaginadas, porém falta realmente um aguçamento maior para com os profissionais,

uma vez que, estes que estarão mediando o conhecimento e as habilidades.

3. Quando se fará uma educação voltada para o educando e não para

obedecer a desejos de elites burguesas?

Precisamos fazer/mostrar um novo olhar sobre a política para a comunidade, fazendo com que se compreenda o papel da política e a sua compreensão e empoderamento para com a sociedade. A mesma tem sido/vem, sendo feita de forma errônea, uma vez, que serve como suporte de palanque, faltando assim, realmente um olhar mais encaminhativo para o ensino. Vale ressaltar, que não se pode dizer que a mesma não tem influenciado, contribuiu e muito, em alguns pontos (com relação a sociedade estudantil que se tem hoje, os estudantes que se fazem perceptivos com relação à política e sua demanda para com a sociedade). A comunidade precisa se fazer presente nas questões que remete ao ensino-aprendizagem, a qual deve ser primordial e sucinto para os governantes, porém primeiramente precisamos apresentar-se a eles que o ensino deva ser prioridade e crucial, para com as políticas públicas e a participação deles no processo educacional.

4. O que realmente os professores têm como sistema?

Afirmo, que falta primeiro os mesmos compreenderem o seu real papel e função

dessa sociedade educacional e depois disto, compreender o que venha ser esse Estado.

Acreditam que esse Estado, seja apenas os governantes, uma vez, que os mesmos nem

sabem a sua identidade nesse campo educacional. Precisa-se intender que os mesmos

são os primeiros a fazerem parte deste Estado, falta agora perguntar para os mesmos

se estão aptos a serem mestres e não meros professores e qual a sua parte/contribuição

para com o Estado.

5. O quanto você acredita que a política tem influenciado o trabalho nas

escolas públicas do Alto da Lagoinha?

46

Afirmo, que esse viés está atrelado a uma dimensão educacional de ensino: políticas públicas, ensino, prática pedagógica e educador. Nas políticas públicas argumentada, posso citar que a escola ela precisa ser autônoma e deliberativa, enfatizando que a escola tem seu papel na sociedade e a mesma tem autonomia em suas escolhas, propostas, ações e metas de estudo/trabalho e causa. Precisa-se se perceber que a escola (educação), é um espaço/base que se pode contribuir muito para com as políticas públicas locais, em forma de passar as informações sobre a função e a parceria de ambos para com os mesmos e que é nela que tudo se reconstrói, se muda, não deixando de acreditar que a educação deve ser prioridade para que se mude a sociedade e não se tendo a política que se tem e a forma como a mesma acontece na sociedade a qual está sendo de estudo/pesquisa.

6. Como a realidade da política local pode ser mudada para que possa

ser diminuída a sua influência sobre as decisões das escolas neste povoado?

Afirmo, que esse viés está atrelado a uma dimensão educacional de ensino: políticas públicas, ensino, prática pedagógica e educador. Nas políticas públicas argumentada, posso citar que a escola ela precisa ser autônoma e deliberativa, enfatizando que a escola tem seu papel na sociedade e a mesma tem autonomia em suas escolhas, propostas, ações e metas de estudo/trabalho e causa. Precisa-se se perceber que a escola (educação), é um espaço/base que se pode contribuir muito para com as políticas públicas locais, em forma de passar as informações sobre a função e a parceria de ambos para com os mesmos e que é nela que tudo se reconstrói, se muda, não deixando de acreditar que a educação deve ser prioridade para que se mude a sociedade e não se tendo a política que se tem e a forma como a mesma acontece na sociedade a qual está sendo de estudo/pesquisa.

47

Esta terceira entrevista está embasada do ponto de vista de como o aluno vê

a política inserida na escola e o quanto ela interfere na aprendizagem.

QUESTOES PARA O TRABALHO MONOGRÁFICO

A Desmistificação Das Ideologias Dominantes Nas Práticas Pedagógicas

Das Escolas Públicas Do Alto Da Lagoinha.

1. Por que os professores insistem em se sentirem controlados pelo

estado e fazem apenas o jogo dos que detêm o poder?

Porque é exatamente isso que acontece são controlados pela gestão e nem

se quer tem direito de reclamar, pois pode ser usado contra ele.

2. Quando se fará uma educação voltada para o educando e não para

obedecer a desejos de elites burguesas?

Quando pararem de pensar que qualquer indivíduo pode entrar em uma sala

de aula para ensinar.

3. O que realmente os professores têm como sistema?

Sistema avaliativo, sistema de conteúdo, sistema de ensino...

48

4. As escolas públicas estão preparadas para este novo público que

necessita de uma educação mais dinâmica e professores mais preparados?

Não, pois não tem uma estrutura tecnológica e estrutural para abrigar esses

alunos e professores.

5. O quanto você acredita que a política tem influenciado o trabalho nas

escolas públicas do Alto da Lagoinha?

Tem influenciado, de uma forma negativa (desvio de verbas, pouca

aplicação em projetos...).

6. Como a realidade da política local pode ser mudada para que possa

ser diminuída a sua influência sobre as decisões das escolas neste povoado?

Uma nova gestão mais democrática.

16 CONSIDERAÇÕES E DISCUSSÕES FINAIS

Este trabalho monográfico propôs um repensar da educação a partir da

formação de cidadãos conscientes e plenos de seus direitos e deveres, tendo a escola

como espaço de se fazer democracia e postular conceitos a partir de discussões e

leituras desde a alfabetização, pois é desde criança que se entende o mundo e as suas

concepções políticas.

Para que esse trabalho fosse consolidado com êxito foi proposto a

observação e esta aconteceu nas escolas de forma a perceber como a política e as

ideologias dominantes se fazem presentes nas práticas pedagógicas dos professores e

nas concepções que se tem de educação.

Foi determinante para esse trabalho a metodologia da observação e

entrevista àqueles envolvidos no processo e se deu por meio de questões relativa ao

tema, para a consolidação das questões foram necessárias escolher professores e

alunos envolvidos no espaço escolar e no contexto de ensino/aprendizagem.

O objetivo desses questionamentos era observar o quanto se perde ao

relacionar a educação aos desejos e interesses daqueles que acreditam saber o que

deve ser ensinado a partir do convívio e da observância do espaço escolar,

vislumbrando uma melhor postura do educador quando se perceber como alguém que

pode fazer a diferença para a real mudança do ato de educar.

49

No tocante aos resultados o que se observa é que os profissionais ainda se

sentem muito ligados aos preceitos políticos, sentem a resistência da própria

comunidade em se desfazer de conceitos arraigados de valores adquiridos ao longo do

tempo, como a política do assistencialismo em que preferem fingir que não vê que lutar

contra, aceitar a situação e não se expor com quem está no poder.

O que se consolida com essa pesquisa é que mesmo tendo acesso à

informação e passando pelo processo de graduação e sabendo que ele é o único que

pode fazer diferença no processo de educar o professor/educador ainda se deixa

manipular e persuadir pelos interesses políticos, pois eles não alcançaram o

empoderamento de sua importância no âmbito escolar, social e quiçá de sua própria

história.

A necessidade de sobreviver e a falta de opção, muitas vezes, insere na

educação pessoas que nunca se imaginaram educadoras, mas por estar no interior

sem perspectiva e as escolas na comunidade serem a única forma de conquistar um

emprego, mesmo reconhecendo que ali não é o lugar que eles gostariam de exercer a

profissão acabam aceitando.

Isso, óbvio traz à tona uma questão muito discutida entre os profissionais da

educação, como que a política tem interferido no trabalho pedagógico em escolas a

mercê dos desejos e interesses dos que detêm o poder e acreditam não atrapalhar o

andamento das práticas pedagógicas, do desenvolvimento do trabalho pedagógico e

nos resultados finais nessas escolas.

Mediante a isso cabe trabalhar nas escolas assuntos de interesse coletivo e

proporcionar um ambiente de discussão mais profunda e poder sensibilizar os

educandos para que haja uma mudança de postura dos envolvidos no processo

educacional.

É necessário que a escola como mediadora defina e redefina continuamente

o modo como as pessoas alteram a qualidade do meio e como se distribuem os

custos e os benefícios decorrentes da ação destas no processo social, até porque se

faz urgente uma percepção do educando de como a política direta ou indiretamente

mexe com o seu cotidiano dentro e fora da escola.

Durante todo o período de observação foi percebido sempre uma postura de

aceitação, uma vez que não se via discussão sobre o que era determinado e quando

50

não aceitam a situação apenas reclamam entre os próprios colegas, mas não se

colocam como aqueles que não aceitam e querem mudanças.

Lamentavelmente, a educação está longe de mudar, pois muitos têm nessas

escolas a única forma de conseguir trabalhar e ter um salário que nem sempre é digno,

no entanto, fonte de renda e como não são efetivos ficam presos as regras do jogo

político que se impõe pela sobrevivência e bem-estar mesmo que provisório.

A escola deve estar preocupada em formar cidadãos que se preocupem com

as suas ações. Sensibilizar as pessoas para essas questões pode amenizar os grandes

problemas de falta de informação e promover uma discussão sobre o quanto se faz

necessária uma mudança de postura por não ser apenas uma questão social, mas

política, ideológica e ocorre em diversos contextos social, espacial e temporal.

Uma proposta de Educação mais democrática pressupõe escolhas, nessa

perspectiva não se deve dizer que ela seja neutra. A sua prática não deixa alternativa ao

educador, este precisa comprometer-se com todas as questões relacionadas à política

para passar-se do discurso para a ação.

Lembrar o que diz Althusser quanto não se sentir parte dos aparelhos

ideológicos de estado, mas repensar as ideologias que os compõe, definindo e

redefinindo padrões e comportamentos reproduzidos sem muitas contestações que,

muitas vezes, estão ligadas e interligadas ao senso comum.

A educação é indispensável no processo de desenvolvimento do conceito

cidadão e escola, sobretudo os educadores, tem grande responsabilidade e importância,

uma vez que trabalham com crianças e jovens que serão os professores do futuro. E se

bem instruídos serão sensibilizados e cuidarão melhor do seu país.

Esse trabalho pretende que as pessoas envolvidas ou não no processo

educativo repensem suas posturas em relação ao ato de educar e se faça ouvir quando

o assunto for relevante à sua formação acadêmica ou apenas para o conhecimento

sistemático de como a educação é influenciada pelos meios externos sejam eles

políticos, econômicos ou sociais.

Dessa forma, a escola é o ponto de partida para a sensibilização dos

envolvidos no processo de educar-se pelo diálogo de forma igualitária e civilizatória do

ponto de vista educativo e social. Permite que a comunidade também seja inserida de

forma mais participativa nas atividades e adquira habilidades e desenvolvimento de

atitudes visando à participação individual e coletiva.

51

Para finalizar este trabalho não poderia deixar de citar um trecho do livro de

Demerval Saviani, p.37, 1999, no qual define:

“Enquanto aparelho ideológico, a escola cumpre duas funções básicas: contribui para a formação da força de trabalho e para a inculcação da ideologia burguesa. Cumpre assinalar, porém, que não se trata de duas funções separadas. Pelo mecanismo das práticas escolares, a formação da força de trabalho se dá no próprio processo de inculcação ideológica. Mais do que isso: todas as práticas escolares, ainda que contenham elementos que implicam um saber objetivo (e não poderia deixar de conter, já que sem isso a escola não contribuiria para a reprodução das relações de produção). São práticas de inculcação ideológica. A escola é, pois, um aparelho ideológico, isto é, o aspecto ideológico é dominante e comanda o funcionamento do aparelho escolar em seu conjunto. Consequentemente, a função precípua da escola é a inculcação da ideologia burguesa. Isto é feito de duas formas concomitantes: em primeiro lugar, a inculcação explícita da ideologia burguesa; em segundo lugar, o recalcamento, a sujeição e o disfarce da ideologia proletária. ”

REFERÊNCIAS

ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos de Estado. Posições 2. Rio de Janeiro:

Graal, 1980.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GADOTTI, Moacir. Educação e Compromisso. Campinas: Papirus, 1985.VALDÉS,

Maria Teresa Moreno. A Educação especial na perspectiva de Vygotsky.

LIBÂNEO, José Carlos – Democratização da escola pública – a pedagogia crítico-social dos conteúdos, 21º edição, 2006.

MONTEIRO, Tereza Cristina Val. “REGRAS DA ABNT PARA TCC: conheça as

principais normas”. 2014.

PIMENTA, S. G.; GONÇALVES, C. L. Revendo o Ensino de 2º Grau: Propondo a Formação de Professores. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1992.

SAVIANI, Demerval J, Escola e democracia: teorias da educação, 32. ed. Campinas,

SP: Autores Associados, 1999.

Site:https://br.search.yahoo.com

http://www.conexaorio.com

52

GLOSSÁRIO

AARRAIGADOS; adj. Masc. pl. Aquilo que se estabeleceu ou se fixou na memória, nos

costumes de uma sociedade, de um povo ou de um indivíduo.

BBANALIZAR; vtd. Tornar algo sem valor, sem importância.

CCONSOLIDAR; vtd, vi, verbo pronominal. Agregar empresas ou organizações em uma só.

CORROBORAR; vtd. Confirmar a existência ou a verdade de.

DDESMISTIFICAR; vtd destituir o caráter místico ou misterioso de.

DESVENCILHAR-SE; vti ou vi desprender, desamarrar.

DETURPADO; adj. Masc. sing. Que teve o seu conteúdo adulterado, modificado.

EELITISTA; adj. Próprio do que há de melhor e mais valorizado no que diz respeito ao

social, refere-se à elite.

ERRÔNEA; adj. Aquilo que é caracterizado pelo erro.

53

ESCUSOS; adj. Masc. pl. aquilo que é feito às escuras, que excita desconfiança.

FFALACIAS; subs. Fem. Aquilo que está ligado ao discurso falso, enganoso, mas que se

passa por verdadeiro. O mesmo que enganos, erros, falatórios, falsetas, falsidades.

IIN LOCO; expressão em latim; no próprio local.

INDUBITAVELMENTE; adverbio de modo inquestionavelmente, aquilo que não se pode

duvidar.

NNegligência; subs. Fem. = falta de cuidado, incúria, falta de apuro de atenção, desleixo.

PPERMEADOS; adj. masc. pl. que se coloca no meio, atravessado.

PERSUASÃO; subs. Fem. sing. Consiste em utilizar recursos simbólicos para induzir.

POLITIZAR; VI. Tornar alguém político que compreenda seus deveres e direitos, tornar-se

consciente de seu papel cidadão.

PRIMÓRDIOS; subs. Masc. Plural; o que acontece primeiro, principio, começo.

PRIORI;(do latim “de antes” ou “ do anterior”, a posteriori do latim “do seguinte” ou “do

depois”, expressão filosófica para distinguir dois tipos de conhecimento ou argumento.

QQUIÇÁ; adv. Aquilo que pode ou não acontecer, de uma maneira possível, mas que não se tem

certeza.

RRESQUICIOS; subs. Masc. pl. vestígios.

SSALIENTAR; VTD tornar saliente, notável.

SUBJUGADOS; adj. Masc. pl. se dominar pela força, se sujeitar.

54

ANEXOS

55

A Escola: __________________________________________________________

Diretor (a): _________________________________________________________

Solicitamos de V. Sª a autorização para que seja efetivada uma Pesquisa de

Campo em sua escola de Ensino Fundamental I neste Conceituado Estabelecimento

de Ensino.

A Pesquisa se constitui como ferramenta essencial para que o(a)

graduando(a) em Pedagogia tenha conhecimento do futuro campo de atuação

profissional. Com isso, não podemos pensar a formação do professor sem que este

se torne um esmero pesquisador, pois, é pesquisando que o educador encontrará

condições para lidar com os desafios vivenciados no cotidiano educacional.

Este trabalho é uma atividade curricular obrigatório e terá carga horária de 20

horas em sala de aula, para observação, coparticipação e regência. Para tanto,

desejamos firmar parceria entre está conceituada Instituição de Ensino e a Futuros

Consultoria Educacional LTDA para a realização da pesquisa.

Antecipadamente, nos responsabilizamos em atender as normas constantes

desta Instituição.

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Encaminhamos _________________________________________________, para

a realização da pesquisa.

Cronograma e Carga Horária da Pesquisa:

Observação e Coparticipação: 20 horasEstamos ao seu inteiro dispor para qualquer esclarecimento.

Atenciosamente,

SILVANA PÊSSOA

TERMO DE ACEITE DO(A) PESQUISADOR(A)

Autorizamos o(a) pesquisador(a) ________________________________________,

matriculada na disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica VI, do Curso de Pedagogia,

a realizar suas atividades - Pesquisa de Campo - nesta Instituição.

NOME: __________________________________________________________________

Diretor (a), Vice-diretor (a) ou Coordenador (a) Pedagógico(a)

NOME DA INSTITUIÇÃO:__________________________________________________________________

ENDEREÇO:__________________________________________________________________

BAIRRO: ___________________________ CIDADE: ______________________

CEP: ______________________________ FONE: ________________________

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APÊNDICE

Carimbo da instituição/ Rubrica do responsável pela instituição e data da autorização

58

QUESTÕES PARA O TRABALHO MONOGRÁFICO

A Desmistificação Das Ideologias Dominantes Nas Práticas Pedagógicas Das

Escolas Públicas Do Alto Da Lagoinha.

1. Por que os professores insistem em se sentirem controlados pelo estado e

fazem apenas o jogo dos que detêm o poder?

2. Quando se fará uma educação voltada para o educando e não para

obedecer a desejos de elites burguesas?

3. O que realmente os professores têm como sistema?

4. As escolas públicas estão preparadas para este novo público que necessita

de uma educação mais dinâmica e professores mais preparados?

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5. O quanto você acredita que a política tem influenciado o trabalho nas escolas

públicas do Alto da Lagoinha?

6. Como a realidade da política local pode ser mudada para que possa ser

diminuída a sua influência sobre as decisões das escolas neste povoado?

ESCOLA MUNICIPAL SANTA MARIA

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