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1. APRESENTAÇÃO
O presente Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA) é um
modo de desenvolver junto às famílias assentadas do Projeto de Assentamento
União I, a consciência de preservação e recuperação ambiental, revertendo em
ampliação de renda através de sistemas de produção agroflorestal e
agrosilvipastoril, bem como melhorar os aspectos sócio-econômico-cultural e a
infraestrutura do assentamento, para tanto existe a intervenção orientada para
o Projeto de Assentamento União I, instituído no ano de 2008, com adoção do
código de SIPRA RO 0182000, que atualmente não apresenta a condição de
pleno desenvolvimento sustentável.
Por conseguinte, o PDA resume-se num conjunto de ações planejadas
para garantir ao Projeto de Assentamento - PA União I o nível desejado de
desenvolvimento sustentável, a curto, médio e longo prazo, proporcionando
crescimento da renda aos seus beneficiários, geração de empregos, aumento
da produção e melhores condições de vida e cidadania, preconizando os
requisitos considerados básicos para o alcance do esperado desenvolvimento,
através das possíveis soluções levantadas nas dimensões: social,
infraestrutura, econômica e ambiental, resultantes da intervenção de políticas
governamentais e de parcerias institucionais e privadas. Neste documento são
identificados os problemas e potencialidades do assentamento a partir do
diagnóstico participativo elaborado pelas famílias assentadas (homens,
mulheres, idosos, jovens e crianças) com apoio da assessoria técnica, social e
ambiental, seguido da definição da agenda de prioridades para cada dimensão
citada acima, contudo salvo as responsabilidades dos assentados envolvidos e
prazos estabelecidos para condução do plano, de forma que assegurem o
desenvolvimento do PA União I, dada devida atenção à legislação ambiental
vigente no país.
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1.1. OBJETIVOS
1.1.1. GERAL
Identificar os evidentes problemas e potencialidades, levantados de
modo participativo, com o envolvimento e comprometimento da comunidade,
inerentes às dimensões: econômica, social, ambiental e infraestrutura. Planejar
e implantar ações no intuito de solucionar de forma coerente os problemas
priorizados pelos atores.
1.1.2. ESPECÍFICOS
- Incluir ao máximo a participação das famílias rurais assentadas
para reflexão e análise crítica sobre a realidade socioeconômica do
assentamento dentro da proposta do desenvolvimento sustentável.
- Preconizar a união e interação da comunidade na priorização de
problemas coletivos;
- Estabelecer estratégias disponíveis em busca da transformação da
realidade atual, a serem realizadas pelas famílias assentadas, organizações
sociais, em parceria com INCRA, SEDAM, IDARON, CEPLAC, EMBRAPA,
EMATER, PREFEITURA e suas secretarias, e demais órgãos que possam ser
inseridos, objetivando a melhoria na qualidade de vida e sustentabilidade para
as 62 famílias de pequenos produtores rurais existentes no PA União I.
2. METODOLOGIA
2.1. Da Elaboração do Plano
A elaboração deste documento originou-se a partir do CRT. 3000/2014,
com a participação de três técnicos da Associação de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Estado de Rondônia (EMATER), contratada para prestação
de serviços de Assessoria Técnica e Extensão Rural nos Projetos de
Assentamentos do município de Parecis, sob coordenação da
Superintendência Regional do INCRA/RO.
O segundo estágio do trabalho ocorreu mediante treinamento e
nivelamento entre a equipe técnica de campo, equipe técnica de assessoria a
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escrita do PDA do PA União I, equipe técnica de revisão e coordenador
regional de ATER/EMATER.
Para início do plano no PA União I, equipe técnica de ATER-
INCRA/EMATER do núcleo Parecis adotou a seguinte estratégia de conduzir
os trabalhos em local centralizado dentro do PA na execução das oficinas,
sendo estas realizadas no período de junho a dezembro de 2014, para que
todos os agricultores fossem contemplados a participar diretamente do PDA.
Logo mais, nos próximos encontros, o trabalho passou a ser aplicado em
grupos, pois o intuito foi estabelecer dentre os assentados a formação de
quatro comissões dentro do PA, cada qual representando uma dimensão:
social, econômica-produtiva, infraestrutura e ambiental. Os problemas foram
priorizados em cada uma das quatro dimensões.
Primeiro Momento
No primeiro momento das oficinas, foram desenvolvidas técnicas de
sensibilização e mobilização dos beneficiários do assentamento União I. O
processo teve início com apresentação de técnicos de ATER e posteriormente
dos agricultores, falando o nome, a linha que residia e o tempo de moradia no
assentamento.
Figura 1: Apresentação da Equipe ATER/INCRA Figura 2: Apresentação Individual
Técnica “Nos Conhecendo”
A atividade inicial de integração utilizou-se da técnica de inclusão
intitulada “Nos Conhecendo” com objetivo de estimular reflexão sobre si
própria e propiciar a identificação com os outros membros do grupo, ao
mencionar informações sobre si mesmo que os outros, possivelmente
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desconheçam. Procedimento simples de entrega a cada participante uma
folha contendo as questões:
1. Qual o nome pelo qual é conhecido (apelido)?
2. Qual o nome do sítio? E o porquê do nome?
3. Eu sou: dizer uma característica pessoal
4. Eu gosto: partilhar uma preferência pessoal
5. Qual seu sonho perante o assentamento União I?
Na sequência o questionário respondido é lido frente a plenária, os
técnicos auxiliaram os agricultores que apresentaram maior grau de
dificuldade devido déficit literário.
Figura 3: Técnica de inclusão “Nos conhecendo”
Técnica do olho mágico
Esta dinâmica tem por objetivo sensibilizar os participantes à
necessidade do conhecimento do assentamento como um todo. É iniciada com
apresentação de um álbum seriado construído de papel, que mostra no
primeiro momento uma pequena imagem sem definição a qual vai ampliando-
se à medida que o álbum é folheado.
Figura 4: Técnica do Olho Mágico
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Neste momento os agricultores são estimulados a falar o que
perceberam com a apresentação da técnica, e foi observada a visão
centralizada que eles têm em relação ao assentamento, pois a maioria deles
está preocupado apenas com os problemas relacionados ao seu lote, ou no
máximo a linha em que moram.
Técnica do desenho dos mapas: passado, presente e futuro
Neste primeiro encontro, foi realizada, também, a técnica do desenho
dos mapas representando o passado, presente e futuro. Os assentados foram
divididos em três grupos: um formado pelos agricultores mais antigos para o
desenho do mapa do passado; outro grupo destinado á desenhar o mapa do
presente e o outro responsável em desenhar o mapa do futuro, de forma que
retratassem o assentamento que eles almejam. Para realização dessa
atividade, os grupos receberam papel madeira, pincéis atômicos e giz de cera,
e no final apresentaram seus mapas explicando em ordem cronológica.
No mapa do passado foi observado a luta dos pioneiros do PA União I.
Segundo relado do grupo, há aproximadamente 16 anos atrás, os agricultores
enfrentaram dificuldades como falta de infraestrutura, a exemplo falta de
energia elétrica. Foi muito interessante perceber na fala destes agricultores o
nível de organização que se estabeleceram entre eles. Todos tinham um único
objetivo, a conquista da terra. Estas pessoas no início estavam sozinhas,
porém posteriormente trabalhavam em grupo, cada um era responsável por
alguma atividade. Existia um grupo que abria a picada, outro grupo escolhia os
lotes e outros cuidavam da preparação dos alimentos. Durante o relato foi
exposta à questão da saúde, a malária era comum na época. A presença dos
animais silvestres também foi comentada de maneira mais singela, a caça fazia
parte da sobrevivência do grupo, no entanto o imóvel denominado Lote 52 que
deu origem ao PA União I encontrava-se desmatado em sua maior porção,
sendo o solo ocupado por área de pastagens.
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Figura 5: Desenho do mapa do passado
Na apresentação do mapa do presente, o grupo destacou a situação do
assentamento em relação à infraestrutura, tanto nos avanços como nas
dificuldades. Os agricultores identificaram as linhas que possuem energia,
estradas abertas, pontes quebradas, barracão de associação, tanques de leite,
caminhão, ônibus escolar e igrejas.
Figura 6: Desenho do mapa do presente
O grupo responsável pelo desenho do mapa do futuro teve maior
dificuldade em expor seus propósitos para o futuro, o que almejam ainda é
pouco, ficando claro a falta de perspectiva existente no meio rural dos
assentamentos de reforma agrária, se contentando com resolução das
necessidades básicas, pensando em resolver apenas os problemas mais
comuns, como: recuperação de estrada e pontes, construção de escola e de
espaço de lazer, não conseguindo ter uma visão mais progressista. Esta
atividade do desenho dos mapas confirma a situação apática do assentamento.
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Figura 7: Desenho do mapa do futuro
Técnica do Balão
Cada agricultor recebeu um balão, depois de inflados, foram orientados
a não deixá-los estourar. Percebeu-se que a maioria preocupou-se em cuidar
apenas do seu balão, não se importando com os outros. Após a atividade, a
equipe de ATER recolheu-os e convidou os participantes para uma reflexão.
Cada balão representava os problemas do assentamento. Em geral, às
pessoas estão mais preocupadas em resolver os problemas que lhes afetam, e
apenas a criticar a situação precária do PA, recusando-se de participar
ativamente do processo para resolução do problema.
Esta técnica revela exatamente, que se as pessoas passarem a se
ajudar, sem pensar somente em si, e sim, como uma comunidade organizada,
todos com um propósito comum, seria bem fácil manter os problemas mais
leves. Diferente se houver poucos representantes para resolver muitos
problemas.
Figura 8: Técnica do Balão
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Segundo momento
No segundo momento foi realizada a sensibilização voltado a origem das
famílias assentadas no PA União I e para o trabalho em grupo, fortalecendo a
união entre os assentados.
Técnica do mapa das famílias
Nesta técnica cada família recebe uma targeta de cartolina em formato
retangular para escrever o sobrenome familiar, quantos membros existem no
âmbito familiar e de onde vieram (Município, Estado e/ou País). Em seguida
ocorrem as apresentações da origem das famílias assentadas e constrói-se o
mapa das famílias.
Figura 9: Técnica da origem familiar
Figura 10: Mapa das famílias
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Técnica da “Qualidade”
Na sequência fez-se a técnica da “qualidade”, cada participante
anota em um pedaço de papel a qualidade que acha importante em uma
pessoa. Em seguida todos colocam os papéis no chão virado a parte
escrita para baixo, montando como um quebra cabeça em forma quadrada.
Após é chamado um beneficiário por vez para pegar um papel fazer a
leitura e apontar rapidamente a pessoa que tem esta qualidade. O objetivo
desta dinâmica é que todos beneficiários possam conhecer melhor as
qualidades uns dos outros.
Figura 11: Técnica da “Qualidade”
Técnica do conto “O rato e a ratoeira”
Para iniciar as atividades em grupo, aplicou-se a técnica do conto do
ratinho, que trata-se do conto da história de um ratinho preocupado com a
aquisição de uma ratoeira pelo casal de agricultores rurais afim de dar cabo no
ratinho. Então, este desesperado solicita ideias e ajuda por parte dos amigos
existentes na propriedade rural, sendo a galinha, o porco e a vaca, que muito
desinteressados, se dizem alheios ao problema, que no transcorrer da história,
leva a todos a reflexão de que todos precisamos uns dos outros na resolução
de problemas.
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Figura 12: Técnica do conto “O rato e a ratoeira”
Foram distribuídas tarjetas com numeração de 1 a 4, representando
cada dimensão, sendo elas: dimensão social, infraestrutura, econômica-
produtiva e ambiental.
Figura 13: Divisão dos grupos e respectivas dimensões
Técnica da corrida no pano
Em seguida formando-se grupo de quatro agricultores representantes de
cada dimensão para conquistar brindes, participando da técnica da corrida no
pano, de maneira que ao final, o grupo que melhor desempenhasse a técnica
sem retirar os pés do pano, recebia a premiação. Convidados a reflexão, sendo
observado pelos demais as estratégias no empenho para a conquista de
soluções dos problemas presentes no PA União I.
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Figura 14: Técnica da corrida no pano
Levantamento de Problemas e Potencialidades
Ao tratar dos problemas do assentamento, a interatividade e a
participação são imprescindíveis, pois gera uma ansiedade para possíveis
resoluções dos problemas. Quanto às potencialidades, poucas são destacadas
e outras por vezes nem percebidas.
Figura 15: Levantamento de problemas e potencialidades
A dimensão social trata de aspectos relacionados à assistência de saúde
na atenção primária, secundária e terciária prestada no município de Parecis e
consequentemente, no Projeto de Assentamento.
A situação educacional também é um fator muito discutido, sendo este,
relacionado ao transporte escolar, qualidade dos professores e merenda
escolar. Incluindo, também, a organização social, cultura e lazer.
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A dimensão infraestrutura aborda os investimentos no conjunto das
instalações necessárias às atividades do homem rural, como exemplo: as
estradas, pontes, energia elétrica, posto de saúde, ausência de estrutura física
de escola no PA, ônibus escolar, igrejas, campos de futebol, barracão de
Associação, tanques de leite, botija de inseminação, construção e reforma das
casas, saneamento básico e instalações para atividades produtivas (tulha,
terreirão, curral, barracão de ordenha e cerca).
Figura 16: Dimensão social Figura 17: Dimensão infraestrutura
A dimensão econômica está diretamente relacionada à produção do
assentamento gerando fatores que interferem na geração de renda, tais como:
comercialização e escoamento de produtos, qualidade do solo, ataque de
pragas e doenças, falta de investimento na agricultura, linhas de créditos,
culturas anuais e perenes, instalação de agroindústrias e sistema pecuário.
A dimensão ambiental fala dos aspectos ambientais perante a lei, como:
área degradada, SAF’s (Sistemas Agroflorestais), APP (Área de Preservação
Permanente), queimadas, recursos hídricos, fauna e flora do assentamento,
desmatamento e matas ciliares.
Figura 18: Dimensão econômica-produtiva Figura 19: Dimensão ambiental
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Técnica da “FOFA”
Os participantes foram divididos em 02 grupos para a realização da
técnica da FOFA, um grupo citou fortalezas (fatores internos que contribuem
para o seu melhor desempenho) e as oportunidades (fatores externos quem
poderiam influir positivamente no desenvolvimento do PA) e o outro grupo, as
fraquezas (fatores internos que influem negativamente sobre o desempenho) e
ameaças (fatores do meio externo quem influem negativamente e não podem
ser controlados). Esta técnica é realizada no intuito de nivelar o entendimento
sobre o verdadeiro sentido do levantamento de problemas e potencialidades
presentes no PA União I, haja visto a dificuldade em visualizar e elencar as
potencialidade existentes.
Figura 20: FO - Fortalezas e Oportunidades Figura 21: FA - Fraquezas e Ameaças
Figura 22: Técnica da “FOFA” – montagem final
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Técnica “Tocando em frente”
A continuidade das atividades deu-se pela técnica intitulada “Tocando
em frente” que se refere a letra de uma música que tem por objetivo sensibilizar
para o tipo de trabalho que a equipe passa a desenvolver, juntamente com as
famílias assentadas, de maneira contínua e sequenciada, que é a elaboração
do plano de desenvolvimento do assentamento, introduzindo elementos para
reflexão, por meio da música de Renato Teixeira: Tocando em frente.
A música é um excelente meio de se obter a participação dos
assentados. Vale salientar que os beneficiários relacionam os trechos da
música com às próprias vidas, sendo observado que a citação “ando devagar”,
faz analogia ao caminho a percorrer em busca da resolução dos problemas do
PA, bem como ao se tratar de “paz e união”, os levando a reflexão de que
esses são ingredientes importantes na relação com os companheiros.
Figura 23: Técnica “Tocando em frente”
Técnica do Diagrama de Venn
A aplicação do diagrama do Venn tem como objetivo colocar em
evidencia as relações que se estabelecem entre os membros do
assentamento e as instituições para reconhecer a importância destes
fatores nos processos de decisão e desenvolvimento comunitário.
Levando em consideração o envolvimento de alguns parceiros:
INCRA; EMATER; SENAR; prefeitura municipal e suas secretarias;
sindicato rural; SEDAM; IBAMA e organizações como comércio e
associação.
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No diagrama há quatro círculos e os beneficiários colam as tarjetas
conforme visualizam o envolvimento dos parceiros relacionados acima, se
está próximo ou longe do PA União I. Se existe alguma ligação ou forma de
contato, vínculo e/ou acesso.
Figura 24: Técnica Diagrama de Venn
Técnica das palavras
Em papel A-4 recortado em tiras foram escritas 25 palavras (amor,
paz, Deus, alegria, tristeza, felicidade, perdão, dentre outras), sendo as
tiras dobradas e colocadas em um recipiente, para que cada um
participante, retire uma tira e relate o significado da palavra escrita nesta
em relação a sua vida. Nesta técnica é possível observar o ponto de vista
dos atores envolvidos e se existe viabilidade em implantar projetos
almejados pelo público.
Figura 25: Técnica das palavras
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Terceiro momento
Elaboração das perguntas.
Para o trabalho de elaboração das perguntas para a “Pesquisa-ação”1,
todos reuniram-se começando as atividades com a divisão dos grupos de
acordo com a dimensão que cada um havia participado nos encontros
anteriores. Antes da elaboração das perguntas, foram relembrados os
problemas apontados nas dimensões: social, ambiental, econômica-produtiva e
de infraestrutura, sendo orientados a elaborarem perguntas objetivas, e que
estivesse de acordo com os problemas levantados. Depois de elaborado o
caderno de pesquisa-ação e cada pesquisador em sua respectiva dimensão,
ficaram estes, responsáveis em pesquisar a sua linha.
Figura 26: Questionário da pesquisa-ação
_______________________
1 Pesquisa-ação é uma metodologia baseada na INPA, a qual ajuda a impulsionar os processos de
desenvolvimento e a mantê-los em andamento, principalmente porque os participantes descobrem muitas coisas sobre sua realidade, aprendem como lidar com os problemas e a tentar resolvê-los, aumentando a própria consciência da realidade e da realidade social mais ampla, o que lhes permite encontrar soluções mais duradouras. A discussão, tendo como ponto de partida o cotidiano de vida e a própria linguagem é aprofundada, permitindo que os participantes expandam seu saber e sua competência (Furtado e Furtado, 2000).
Furtado, R; Furtado, E. A Intervenção Participativa dos Atores – INPA: uma metodologia de capacitação para o desenvolvimento local sustentável. Instituto Interamericano de Cooperação
para a Agricultura (IICA), Brasília, 2000. 180p.
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No cadastramento foram envolvidas 79 unidades familiares. Enquanto
que para a pesquisa-ação foi realizada uma amostragem de 35% das famílias
do PA, sendo considerada para efeito de cálculo a relação de beneficiários do
INCRA estabelecida no plano de trabalho de ATER, que é de 62 famílias,
totalizando o envolvimento de 22 famílias na pesquisa-ação. Metodologia
adotada mediante amostragem do tipo teia, em que os colaboradores de cada
linha indicam as famílias a serem entrevistadas naquela localidade. O
questionário de pesquisa-ação de cada dimensão foram aplicados pelos
assentados com o acompanhamento técnico ATER/INCRA/EMATER.
Figura 27: Pesquisa-ação
Em seguida, os dados são tabulados e analisados para apresentação
do resultado da pesquisa-ação, validação do diagnóstico, bem como a
identificação e a proporcionalidade de problemas e potencialidades.
Quarto momento.
O quarto encontro do PDA reuniu os agricultores e foram apresentados
todos os problemas identificados no assentamento União I durante as
oficinas. Este encontro possibilitou uma retrospectiva desde a primeira
oficina realizada. Os agricultores relembraram a importância da organização
social e o trabalho em grupo para facilitar o processo de resolução dos
problemas.
Em seguida uma reflexão possibilitou os agricultores à compreensão do
processo para a primeira etapa que resultará na elaboração do plano de
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ação. Nesta etapa foi realizada a priorização dos problemas de acordo com
as dimensões, ficando priorizados cinco problemas para cada dimensão.
Logo após, os problemas foram apresentados para a plenária, sendo a
priorização realizada em formato de votação com caricaturas de expressões
diferentes que representavam à gravidade dos problemas.
Figura 28: Priorização dos problemas
Cada agricultor recebeu três carinhas ( Triste Sério Alegre), e a
cada problema apresentado por dimensão era votado, cada um votava com
apenas uma carinha. A contagem dos votos foi feita pelos técnicos
juntamente com dois agricultores que estavam na posição de fiscais para
firmação da seriedade da priorização dos problemas, afinal, o início do
processo de evolução do Assentamento União I deu-se neste momento.
A técnica de votação através de carinhas que representam emoções
diferentes de tristeza, sisudez e alegria, facilita o entendimento do grau dos
problemas para a priorização, visto que cada um possui um peso diferente
na vida de cada agricultor.
Figura 29: Técnica de votação “carinhas”
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Após o fechamento da votação, foi feita a contagem de quais problemas
haviam recebido o maior número de carinhas tristes, das quais representava
maior nível de gravidade. Os três problemas mais votados foram priorizados.
Figura 30: Problemas priorizados
Após priorização dos problemas nas dimensões: social, ambiental,
infraestrutura e econômica-produtiva é interessante que logo ocorra a eleição
por aclamação das coordenadorias e/ou comissões das dimensões, da
coordenadoria geral e secretariado, pois estes serão os gestores do plano na
resolução dos problemas identificados e elencados como prioridade no
assentamento.
Figura 31: Formação das comissões
Mediante candidatura voluntária, ocorre a eleição por aclamação e a
anotação dos nomes dos coordenadores eleitos frente a missão que os
mesmos abraçaram, que é a busca pela resolução dos problemas nas
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respectivas dimensões. Ao término desta fase recebem uma salva de palmas
pela atitude tomada.
Figura 32: Anotação das comissões estabelecidas
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TABELA 1: Identificação e Priorização dos problemas do PA. União I, Parecis - RO PROBLEMAS SOCIO-ECONÔMICO-AMBIENTAIS E DE INFRAESTRUTURA TOTAL TOTAL TOTAL
Falta segurança no transporte escolar
Falta de incentivo na comercialização dos produtos agrícolas
41
39
02
04
00
00
Falta de escola para alfabetização de adultos
Ausência de associação de mulheres rurais
36
06
06
24
01
02
Ausência de posto telefônico no PA 05 02 32
Má conservação das estradas e pontes 40 02 01
Pouca disponibilidade de água potável 38 02 03
Infraestrutura inadequada da sede da associação
Falta de meio de transporte para escoamento da produção
37
37
04
04
01
02
Inexistência de agroindústria no PA
Terra fraca (solo ácido e pobre em nutrientes)
30
42
10
01
03
00
Dificuldade de acesso ao financiamento
Baixa produtividade das lavouras
40
39
01
03
02
01
Falta de investimento em sistemas de irrigação 39 05 00
Falta de máquinas e implementos para piscicultura 36 04 02
Ataque de pragas e doenças
Desmatamento de beiras de rios
43
31
00
10
00
02
Falta conscientização e educação ambiental
Erosão dos rios
22
20
04
20
13
02
Uso demasiado de agrotóxicos 19 21 01
40
Técnica da construção do plano de ação
Para construção do plano de ação os participantes foram divididos
em grupo conforme as dimensões: social, ambiental, infraestrutura e
econômica-produtiva trabalhadas anteriormente, afim de facilitar o
entendimento e a condução dos trabalhos, já que os mesmos encontravam-
se familiarizados com os problemas priorizados.
Figura 33: Divisão de grupo por dimensão
Sendo orientados a estabelecer diretrizes inerentes a resolução dos
problemas priorizados, identificando o problema, a provável solução, o que
fazer, quem é responsável em fazer e quando colocar em prática essa
decisão, depois deve-se transcrever em papel madeira e apresentar a
plenária, esta técnica tem o objetivo de apontar a devida importância e o
papel desempenhado por cada um deles na comunidade.
Figura 34: Construção do plano de ação
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2.2. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento a Implantação do Plano
O PDA representa a realidade do Assentamento, devendo ser
coerente e estar ao alcance da comunidade, para que esta possa contribuir
na implementação das ações. Para alcançar esses objetivos realizou-se a
aplicação do Auto-diagnóstico participativo para análise do sistema sócio-
econômico, ambiental e de infra-estrutura.
A participação dos assentamentos é fundamental no processo do
Auto-diagnóstico, pois garante aos assentados:
Que os resultados estejam conforme a própria realidade;
A apropriação do conhecimento;
A representação dos interesses da comunidade local na proposta
de desenvolvimento;
A escolha do projeto de acordo a sua aptidão;
A implementação do plano elaborado.
O método permite a caracterização e o diagnóstico da área de influência
do Projeto de Assentamento União I, a identificação dos problemas e
potencialidades segundo levantamento de informações a partir da participação
da comunidade na construção da proposta de desenvolvimento, análise e
aprovação do plano subdividido nos programas setoriais (organização espacial,
produtivo, social, ambiental), para que seja elencada a prioridade dentre os
principais problemas e agendada as possíveis soluções, desencadeadas em
ações e/ou projetos a curto, médio e longo prazos, traçados pelas famílias
assentadas (homens, mulheres, idosos, jovens e crianças) com apoio da
assessoria técnica, através de um processo participativo reflexivo e integrador,
possibilitando aos atores realizar uma análise crítica da realidade coletiva, para
proporcionar a tomada de decisão favorável ao alcance futuro do
desenvolvimento local e rural sustentável, priorizando a agricultura familiar, a
evolução social e a consciência ambiental.
O plano envolveu a equipe multidisciplinar do núcleo de Parecis do
programa de ATER/INCRA/EMATER, onde atuam no Projeto de Assentamento
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União I. A equipe é formada por três técnicos: um engenheiro agrônomo, uma
Assistente Social e um técnico em agropecuária.
Participaram como parceiros da elaboração do plano a Secretaria
Municipal de Educação de Parecis, no fornecimento de dados secundários e
participação direta no transporte dos agricultores com os ônibus escolares;
participou também no fornecimento de dados secundários os seguintes órgãos,
INCRA, EMATER, Prefeitura Municipal de Parecis, Secretaria Municipal de
Ação Social; Secretaria Municipal de Agricultura; Secretaria Municipal de
Saúde; Secretaria Municipal de Obras; SEDAM e IDARON.
3. CARATERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO – PA UNIÃO I
3.1. Geral
Projeto de Assentamento União I, polígono com perímetro de
17.839,22m e área total de 1.975,8403 ha, situado no setor 05 na gleba
Corumbiara, no município de Parecis - RO, imissão de posse por interesse
social para fins de reforma agrária, pelo processo INCRA/SR-17/RO nº
54300.002277/2008-87, cuja matrícula sob nº 755, folhas 353 do livro 2 RG do
Cartório do Registro Geral de Imóveis da Comarca de Pimenta Bueno-RO.
A área apresenta recursos hídricos, com alguns igarapés permanentes e
nascentes que formam boa malha hidrográfica. Os solos apresentam uma
fertilidade natural de fraca a média, porém dentro do padrão de solo comum no
Estado, prestando-se para exploração voltada ao mercado de consumo, desde
que observadas as adequações técnicas.
A criação do Projeto de Assentamento União I possibilitou o
assentamento de 93 unidades agrícolas familiares, proporcionando um
benefício direto e imediato à aproximadamente 372 (trezentas e setenta e
duas) pessoas, e deu-se diante da necessidade de terra para assentamento de
famílias em Rondônia, surgiu como alternativa para atendimento a parte das
famílias que encontravam-se em acampamentos em condições de absoluta
precariedade aguardando o posicionamento definitivo do INCRA-RO.
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3.2. Específica
Denominação do Imóvel: Lote 52 Setor 05 Gleba Matriz Corumbiara.
Denominação do Assentamento: Projeto de Assentamento União I.
Reintegração de posse: Processo Judicial nº 2003.41.00.004266-2, cuja matrícula sob nº 755, folhas 353 do livro 2 RG do Cartório do Registro Geral de Imóveis da Comarca de Pimenta Bueno-RO.
Data de Imissão de Posse: 06 de maio de 2008, conforme consta no Auto de Imissão de Posse sob o Nº 018.2008.000498-7.
Portaria INCRA/Data de Criação: MEMO/INCRA/SR-17/Nº 320 de 06 de agosto de 2008, formaliza o Projeto Oficial de Criação sob o código 73.601. RESOLUÇÃO/INCRA/SR-17/Nº 021 de 19 de dezembro de 2008, regulamenta a proposta sob Carta Precatória Nº 0032/2008/SEPOD/1ª Vara. PORTARIA/INCRA/SR-17/Nº 129 de 22 de dezembro de 2008, aprova a criação do Projeto de Assentamento União I sob o SIPRA RO 0182000, publicada no Diário Oficial Nº 249, seção 1, página 148 em 23 de dezembro de 2008.
Distância sedes municipais: 10 km da sede do município de Parecis e 604 km de Porto Velho.
● Valor total dos investimentos realizados em benfeitorias e créditos (após imissão de posse): R$ 770.048,69
Valor da Terra Nua: R$ 2.000,00 /ha
Área Total: 1.975,8403 ha
Área Registrada: 1.975,8403 ha
Área Medida: 1.975,8403 ha
Área Requerida na lei de Reserva Legal: 987,9202 ha
Área Efetiva de Reserva Legal: 598,9092 ha
Área Requerida na lei de Preservação Permanente: 80,6447 ha
Área Efetiva de Preservação Permanente: 56,7861 ha
Área Média por Família: 25,0000 ha
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Capacidade do Imóvel: 93 parcelas
Número de Famílias Atual: 61
Existem 61 unidades agrícolas familiares atualmente identificadas, no
entanto a capacidade do assentamento prevista na portaria de criação é de
93 unidades agrícolas familiares.
Entidades representativas dos assentados INCRA - INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA UNIDADE AVANÇADA DE PIMENTA BUENO-RO CNPJ: 00.375.972/0024-57 Endereço: Av. Marechal Rondon, 1815 - centro de Pimenta Bueno/RO Telefone/fax: (069) 3451-2222 EMATER - ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE RONDÔNIA ESCRITÓRIO LOCAL DE PARECIS-RO CNPJ: 05.888.813/0001-83 Endereço: Av. Sete de Setembro, 578 – centro de Parecis/RO Telefone/fax: (069) 3447-1196 E-mail: [email protected] SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE PARECIS-RO CNPJ: 04.182.628/0001-06 Endereço: Av. Carlos Gomes, S/N – centro de Parecis/RO Telefone: (069) 3447-1207 ASPRAU-ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS DO ASSENTAMENTO UNIÃO I CNPJ: 03.305.641/0001-42 Endereço: Linha Kapa 06 Km 20 PA União I – zona rural de Parecis/RO Data de fundação: 19/03/1.999 Presidente: José Maurício Santana Números de sócios: 50
45
4. DIAGNÓSTICO RELATIVO À ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PA 4. 1. Localização e Acesso
O município de Parecis (Figura 35) pertence a mesorregião leste
rondoniense e a microrregião de Vilhena, também localiza-se dentro da faixa
de fronteira de 66 Km, distanciado a 558,6 Km da capital do estado de
Rondônia, Porto Velho, via BR-364, demarcado as coordenadas geográficas
61o36'05” de longitude WGr e 12o11'46” de latitude S.
Figura 35: Localização de Parecis - RO (IBGE, 2008)
O projeto de Assentamento União I (Figura 36), localiza-se no município
de Parecis, distante a 10 Km da sede do referido município, e 604 Km da
capital do Estado. O acesso principal se dá através da BR-364, sentido
Parecis/RO, partindo de Primavera ao sentido do município Parecis, a 50 Km
adentra-se pela K-24 até o PA.
Figura 36: Croqui de localização do PA União I (INCRA, 2008)
46
4.1.1. Posição Geográfica
Extremo Norte: E 662.429 e N 8.648.443; ao norte o PA União I limita-se
com o lote 42 do Setor 05 da gleba Corumbiara.
Extremo Sul: E 666.400 e N 8.648.418; ao sul o PA União I confronta-se
com o lote 62 do Setor 05 da gleba Corumbiara.
Extremo Leste: E 666.366 e N 8.643.460; no sentido leste o PA União I
confronta-se com o lote 53 do Setor 05 da gleba Corumbiara.
Extremo Oeste: E 662.425 e N 8.643.474; no sentido oeste o PA União I
limita-se com o lote 51 do Setor 05 da gleba Corumbiara.
4.2. Contexto Socioeconômico e Ambiental da Área de Influência do Projeto de Assentamento União I 4.2.1. Condições Climáticas
Por sua localização nas baixas latitudes (em torno de 10º Latitude Sul) e
por suas baixas altitudes, (em torno de 100 metros, com os níveis mais altos na
Chapada dos Parecis e na Serra dos Pacaás-Novos, pequenas áreas
ultrapassando os níveis de 600m), o Estado de Rondônia se caracteriza pelo
predomínio de altas temperaturas. A temperatura média anual resulta de 24º
em Vilhena a 25,5º em Porto velho. Não são raras, em qualquer mês, máximas
diárias de 35ºC (na planície) e de 32ºC (na Chapada), já tendo atingido 40º e
36º, respectivamente.
Entretanto, as máximas e as médias não podem ocultar a notável
regularidade de fortes decréscimos de temperatura no inverno, nas últimas
horas da noite: em alguns anos, as mínimas diárias são inferiores a 18ºC nas
planícies, e a 9ºC sobre as Chapadas. O projeto ABRACOS, Reserva Biológica
Federal do Rio Jaru, revela que nos meses de junho, julho e agosto, as
mínimas diárias na maioria dos dias são inferiores a 18ºC chegando em alguns
casos até os 14ºC.
As menores mínimas de inverno resultam da ocorrência do fenômeno da
friagem. Segundo informações do Atlas de Rondônia de 1985, a temperatura
mínima já atingiu 9,3ºC em Porto Velho e até -1,4ºC em Vilhena.
47
Portanto, se por um lado a constância de altas temperaturas em
qualquer mês torna a amplitude térmica anual insignificante (as diferenças
entre os valores médios mensais são inferiores a 1ºC), os decréscimos
noturnos de temperatura resultam em amplitudes diárias relativamente
notáveis, especialmente no inverno: média anual de 12ºC em Porto Velho e de
19ºC em Vilhena.
A média anual de umidade relativa do ar observada, pela Rede de
Estação Meteorológica Automáticas de Rondônia (REMAR) em 2008 (Figura
37), foi de 81,3%. Os valores de umidade superiores a 81% ocorrem no
período de novembro a maio e valores inferiores a 71% de julho a setembro,
sendo agosto o mês mais seco com média de 68,1%.
Figura 37: Umidade Relativa média anual (%) (REMAR, 2008)
A distribuição do total médio anual da precipitação para o estado de
Rondônia consta que os maiores valores foram registrados no setor norte, e os
menores na região oeste e sudoeste (Figura 38).
48
Figura 38: Precipitação total anual (mm) (REMAR, 2008)
A distribuição da precipitação ao longo do ano é bastante irregular. Nos
meses de novembro até março resulta numa concentração média de 1.477 mm
em Porto Velho, de 1.473 mm em Vilhena e de 1.900 mm no município de
Parecis, ou seja, ao redor do 70% do total da precipitação anual, enquanto que
a menor participação dessas depressões barométricas no inverno (junho-julho-
agosto) torna essa estação geralmente bastante seca: 146 mm (Porto Velho) e
58 mm (Vilhena), isto é 6,5% e 3% do total anual. Os índices
termopluviométricos (Figura 39) definem o inverno como uma estação
ecologicamente seca.
Figura 39: Índices termopluviométricos da microrregião de Vilhena (SEDAM, 2014)
As escassas chuvas do verão, devem-se quase que unicamente à
chegada das frentes polares. A abundante precipitação de novembro até março
resulta diretamente: a) da alta frequência de chuvas, com média de 95 dias de
49
chuvas, que representam 60% da ocorrência anual, enquanto junho-julho-
agosto, com apenas 10 dias, representam 6%; b) da frequência muito maior de
chuvas pesadas, porque enquanto as chuvas de concentração (superior a 10
mm/24 horas) são raras no inverno, no período de novembro-março são
comuns, atingindo, não muito raramente, precipitações superiores a 70 mm/dia.
4.2.2. Hidrografia
A hidrografia de Rondônia é constituída por três bacias principais (bacia
hidrográfica do rio Madeira, bacia hidrográfica do rio Guaporé/Mamoré e bacia
hidrográfica do rio Ji-Paraná ou Machado) e uma bacia secundária do rio
Roosevelt. Sendo que a hidrografia do município de Parecis (Figura 40) é
formada pelas bacias do rio Guaporé e do rio Machado, entre os principais rios
da bacia do rio Guaporé que banham a região, destacam-se os rios: Guaporé,
São Miguel, São Francisco e Cautarinho, apresentando as sub-bacias do rio
Escondido e do rio Branco, que juntando com os demais formam a drenagem
do tipo dentrítica. Quanto a bacia hidrográfica do rio Machado ou Ji-Paraná,
constituído pela junção dos rios Pimenta Bueno e Comemoração, representa a
drenagem mais importante da região, recebendo como afluentes os rios
Riozinho e São Pedro. O rio Apidiá possui suas nascentes na Serra dos
Parecis, em sua margem direita, recebe como afluentes cursos d’água de
pequeno porte, destacando-se apenas o igarapé Araçá.
Figura 40: Mapa hidrográfico do município de Parecis-RO (IBGE,2007)
50
4.2.3. Relevo e Solos
A caracterização morfológica adotada atualmente permite estabelecer
três unidades distintas de relevo: agradacionais, degradacionais e residuais. O
relevo cárstico não está evidenciado no município, embora estejam presentes
unidades carbonáticas. Os relevos agradacionais distribuem-se ao longo da
rede de drenagem atual, nas planícies aluviais e terraços tércio quaternários,
constituídos por superfícies de acumulação arenosa a argilo-arenosa, com
matéria orgânica disseminada.
Os relevos degradacionais, dominantes no território, variam amplamente
em suas formas, ocupando desde áreas arrasadas a suavemente ondulada
(Depressão Interplanáltica), planaltos dissecados e os chapadões areníticos
realçados na topografia (Planalto dos Parecis). A Depressão Interplanáltica
quando está escavada em rochas sedimentares apresenta um relevo arrasado
onde se destacam colinas semi-tabulares, interflúvios planos e vales amplos e,
quando escavado em rochas cristalinas torna-se suavemente ondulado. Por
fim, o Planalto dos Parecis constitui o relevo mais expressivo da região,
representado por uma superfície estrutural dissecada em patamares e alojada
em arenitos e pelitos.
Os relevos residuais, de ocorrência restrita a alguns morrotes de topo
plano e platôs, sendo constituídos por rochas lateríticas terciárias, onde se
destacam os horizontes concrecionário e o colunar, sustentando localmente o
relevo.
51
Figura 41: Relevo do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)
Em função da diversidade litológica e do relevo (Figura 41), os solos
apresentam grandes variações em suas propriedades morfológicas, físicas,
químicas e mineralógicas (Figura 42). Na região mais montanhosa ou que
apresenta relevo ondulado com influência de rochas intermediárias ou básicas
são predominantes os solos Podzólicos Vermelho-Amarelos Eutróficos e
Distróficos, com menor frequência ocorrem os Latossolos Vermelhos e
Vermelho-Amarelos Distróficos, todos solos bem drenados, com predomínio de
textura argilosa ou muito argilosa. Nas depressões interplanálticas, em
ambientes ainda dissecados com relevo de topos aplainados ou em encostas
que drenam para os cursos d´água, ocorrem os solos predominantes na área
de estudo, Latossolos Amarelos Distróficos, ácidos e com alta saturação por
alumínio.
52
Figura 42: Mapa de classes de solos do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)
Esses solos quando sofrem alguma influência de rochas intermediárias
podem apresentar caráter mesoférrico. Os solos formados de lateritos
imaturos, quando apresentam plintita ou petroplintita no perfil, são
classificados como Latossolos ou Argissolos plínticos (no quarto nível
categórico) ou até mesmo Plintossolos Argilúvicos e Pétricos, esse solos são
mais comuns nos terços médios e inferiores de encostas, onde afloram as
plintitas, porém também podem ocorrer em relevos aplainados,
predominantemente as Areias Quartzosas.
Nos terraços aluviais, próximos aos igarapés, formados de sedimentos
do quaternário, ocorrem Cambissolos.
4.2.4. Vegetação e Fauna
O Estado de Rondônia apresentava 53,7% de sua cobertura vegetal
original como Floresta Ombrófila Aberta. Apenas 3,9% era Floresta Ombrófila
Densa. A Floresta Estacional Semidecídua tomava 2,1%, savana (5,5%),
áreas pioneiras sob influência fluvial (3,7%), zona de transição (8,3%),
formações aluviais (0,24%) e outras formações (22,56%). No município de
Parecis, a formação vegetacional dominante é a Floresta Semidecidual, na
fronteira com os municípios de São Felipe D’Oeste e Primavera de Rondônia
há uma faixa de Floresta Ombrófila Densa, áreas de Savana e de Tensão
53
Ecológica (contatos entre tipos de vegetação). Parecis apresenta regiões
antropizadas caracterizada pela retirada da vegetação nativa para exploração
agropecuária, e quando abandonada formam capoeiras representadas pela
vegetação secundária (Figura 43).
Figura 43: Mapa das classes de vegetação do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)
A fauna é representada pela zona ZZ5, correspondente à região ao norte
da serra dos Pacaás Novos, a leste do Mamoré, ao sul do Madeira e a oeste do
rio Machado ou Ji-Paraná. A Mastofauna e a Avifauna são bem delimitadas em
todos os limites menos ao leste, feito pelo rio Machado ou Ji-Paraná. Espécies
que representam essa zona são, aves como, mutum (Mitu tuberosa), Jacamim
(Psophia viridis), tiriba (Pyrrhua perlata), araçari (Selenidera gouldi), primatas
como, macaco aranha (Ateles chamek), macaco prego (Cebus apelia);
jaguatirica (Leopardus pardalis), porco-do-mato (Pecari tajacu).
4.2.5. Unidades de Conservação
O Estado de Rondônia possui uma área de 23.851.280,00 ha, da qual
19,83% destinam-se às Unidades de Conservação. Atualmente o Estado conta
com 59 Unidades de Conservação, sendo: 25 Reservas Extrativistas
(1.390.196,99 ha), quatro Estações Ecológicas (245.241,60 ha), oito parques
(1.717.492,32 ha), quatro Reservas Biológicas (629.895,60 ha), 13 florestas
54
(756.280,86 ha), quatro Reserva Particular do Patrimônio Nacional (2.760,59
ha) e uma Área de Proteção Ambiental (6.141,00 ha). As Unidades de
Conservação dividem-se em dois grupos, Unidades de Uso Sustentável e
Unidades de Proteção Integral.
O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes
categorias de Unidades de Conservação: Estações Ecológicas, Reservas
Biológicas, Parques Nacionais, Monumentos Naturais e Refúgios de Vida
Silvestre. Salienta-se que no Estado de Rondônia não são encontradas as
duas últimas categorias acima citadas.
O grupo das Unidades de Uso Sustentável possui as seguintes
categorias de Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental,
Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas, Reservas de Desenvolvimento
Sustentável, Reservas de Fauna e Áreas de Relevante Interesse Ecológico,
sendo as Reservas de Fauna e Áreas de Relevante Interesse Ecológico não
presentes no Estado.
As Unidades de Conservação são de responsabilidade dos Governos
Federal, Estadual, Municipal ou de Domínio Particular, de acordo com o
decreto de criação das mesmas, o Estado de Rondônia possui: três Unidades
de Conservação Municipais, 41 Unidades de Conservação Estaduais, 11
Unidades de Conservação Federais e quatro Unidades de Conservação de
Domínio Particular (Quadro 1). Existe hoje, no IBAMA, proposta de criação de
uma Floresta Nacional e uma Reserva de Rendimento Sustentado.
55
Quadro 1: Situação legal das Unidades de Conservação do Estado de Rondônia.
A unidade de conservação existente na região e com proximidade com o
PA União I é a Reserva Indígena KWAZÁ (Figura 44).
56
Figura 44: Terra Indígena KWAZÁ no município de Parecis-RO (IBGE, 2007)
4.2.6. Situação Social e Demográfica
A rede urbana do Estado é composta, basicamente, pelos núcleos
demográficos ao longo da BR-364, destacando-se, além da capital Porto Velho,
as cidades do centro-sul do Estado, em função de certo dinamismo
agroindustrial. São os casos de Ji-Paraná e Cacoal, que disputam à liderança
do interior, mas com clara vantagem para a primeira.
Havia, de início, apenas os núcleos tradicionais ao norte e noroeste do
Estado, respectivamente Porto Velho e Guajará-Mirim, oriundos da ferrovia
Madeira-Mamoré. Em seguida surgiram os núcleos pioneiros ao longo da BR-
364, em torno dos antigos postos telegráficos (Ji-Paraná, Pimenta Bueno e
Vilhena) e/ou por conta dos projetos de colonização (Ouro Preto do Oeste). Por
último, as cidades surgem nas novas áreas de assentamento ao longo dos
eixos secundários da expansão colonizadora (Rolim de Moura). A urbanização
territorial rondoniense, constata que 63% da população do Estado reside em
cidades e 36% nas dez maiores cidades, sendo Porto Velho, Guajará-Mirim, Ji-
Paraná, Ariquemes, Cacoal, Vilhena, Jaru, Pimenta Bueno, Ouro Preto D’Oeste
e Rolim de Moura.
Esse sistema de povoamento é balizado por dois modos de produção do
espaço geográfico, duas dimensões de velocidade de mudança: um histórico,
ligado à evolução dos processos de exploração ecológica, isto é, da produção
do urbano propriamente dito, e outro tecnológico, em função da conectividade
57
às redes informais responsáveis pela contração do espaço-tempo (PUMAIN,
1997). Os projetos de colonização agrícola consistiram como o principal
atrativo a ocupação do Estado, então se esperava que a comercialização de
produtos agrícolas e a prestação de serviços à população rural fossem as
principais funções das pequenas cidades que cresceram no ultimo decênio.
Contudo, embora dada a devida importância à essas funções, a urbanização
também está relacionada ao crescimento da atividade industrial, tanto no
domínio da economia formal como na informal.
Não há dúvidas que o processo de ocupação territorial a partir de 1980,
quando ocorreu acentuada imigração para a região, caracteriza-se pela
crescente urbanização da população, mesmo assim, mais de dois terços da
população residia em áreas rurais (38%), no entanto sabe-se que uma parcela
significativa das famílias de pequenos proprietários rurais reside nas cidades e
vilas, então é possível que exista um contingente maior que dependa das
atividades rurais e agrícolas, embora residindo nas cidades.
4.2.7. Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico
Segundo o Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico de Rondônia
(ZSEE-RO), em Parecis, a Zona 1 é predominante, apresentando sub-zona 1.1,
que se classifica como região de grande potencial social e em acelerado
processo de ocupação. Esta sub-zona ocupa boa parte da extensão territorial
do município e por isso exige posturas de uso do solo e manejo em
conformidade com o ZSEE-RO, para que o futuro da região seja seguro,
também apresenta áreas característica da sub-zona 1.4, que compreende
ecossistemas de relevante interesse para conservação dos recursos naturais,
passiveis de uso sob manejo sustentável.
Parecis também conta com área institucional, Zona 3 formada pela sub-
zona 3.3, constituída de terras indígenas KWAZÁ.
4.2.8. Uso da terra, Economia e Sistemas de Produção
Segundo o IBGE (1999), o sistema de Classificação de uso da terra leva
em consideração o tipo de uso da terra na data do mapeamento, o manejo
empregado e a estrutura da produção (relações sociais de produção).
58
De qualquer forma, pode-se agrupar as categorias em três grandes
blocos: vegetação nativa (floresta e cerrado), ocupando 18.427.242 ha,
representando 77,61% da área territorial do Estado; áreas de serviço (cidades
e vilas, área construída e áreas de expansão urbana), somando 32.863 ha,
0,14% da área do Estado; e áreas produtivas que atinge 5.069.633 ha,
significando 21,35% da área do Estado.
Dentre as categorias que compõem a área aberta, o que mais se
expandiu foi a de pastagens plantadas, um aumento de quase 1,7 milhões de
hectares (293%). A porcentagem da área desmatada ocupada com pastagens,
passou de 55,2% para 76,8% da área aberta. Ocorreu comportamento
diferente com a área ocupada por lavouras, dentre estas, as principais culturas
(arroz, feijão, mandioca, milho, cacau e café), cerca de -18,4%. Os dados
indicam um acentuado processo de pecuarização do Estado, por um lado, e a
redução da área de lavouras, por outro. A evolução do rebanho bovino e as
quantidades produzidas dos produtos agrícolas reforçam esta tendência.
TABELA 2: Área ocupada com lavouras e pastagem por município no Território
Rio Machado (IBGE, 2000)
Municípios
Área
Lavoura (ha) Pastagem (ha) Lavoura (%) Pastagem (%)
Pimenta Bueno
3.294
164.501
1,96
98,04
Cacoal
43.062
137.363
23,87
76,13
Espigão do Oeste
11.992
128.408
8,54
91,46
Parecis
3.142
61.306
4,88
95,12
Ministro Andreazza
15.681
27.411
36,39
63,61
Primavera de Rondônia 6.177
32.270
16,07
83,93
São Felipe D'Oeste 6.448 33.917 15,97 84,03
Em todos os municípios existe uma predominância da área ocupada
com pastagem (Tabela 2). Mas existem municípios onde há boa relação entre a
área ocupada com pastagem e a ocupada com agricultura. Os municípios cuja
relação é mais equilibrada são: Ministro Andreazza, Cacoal e São Felipe do
Oeste.
O processo de colonização estimulou a construção civil, devido à
migração ter provocado a demanda por obras públicas e o crescimento do
mercado habitacional. Além do segmento da construção civil, as atividades do
59
setor secundário abrangem ainda o seguimento madeireiro, e seu
desdobramento na indústria moveleira, e a mineração, acompanhando esse
processo, vem se desenvolvendo a indústria de alimentos, laticínios e
agroindústrias como farinheira, abatedouro de frangos criados em sistema
colonial, defumados e pescado, devido ao potencial da exploração da atividade
de piscicultura com a riqueza de recursos hídricos no Estado. Importante
ressaltar que existe a pretensão de implantação da Usina mineradora de
calcário em Parecis.
5. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO UNIÃO I
5.1. Condições Físicas e Edafo-Climáticas do PA UNIÃO I
5.1.1. RELEVO
O relevo da área (Figura 45) é descrito como relevos degradacionais,
dominantes no território, variam amplamente em suas formas, ocupando
desde áreas arrasadas a suavemente ondulada (Depressão Interplanaltica) e
sofre influência do Planalto dos Parecis.
Figura 45: Mapa das unidades agroambientais com relevo do PA União I (INCRA/ATER/EMATER, 2014)
60
A Depressão Interplanáltica da Amazônia Meridional apresenta
altimetria em torno de 200 e 300 metros, e caracteriza-se por constituir uma
superfície rebaixada, entalhada por drenagem incipiente, sobre litologia Pré-
cambriana. Em meio à área dissecada, sobressaem alguns conjuntos de
relevo residual, com altimetria mais elevada e com características bem
diferenciadas. De maneira geral, os rios seguem padrão de drenagem
dendrítico, mostrando barrancos em suas margens (EMBRAPA, 1982; e
RIOTERRA, 2007).
Planalto dos Parecis, a constituição geológica dessa área é
caracterizada pela presença de terrenos sedimentares de arenito vermelho e
amarelo contendo cimento feldespático com concentração siliciosas.
O relevo predominante no PA União I é o suave ondulado. A Tabela 3
demonstra como se apresenta estimativamente o relevo no PA União I.
TABELA 3: Classificação do relevo no PA União I (INCRA, 2008)
Classes de Relevo
Classes de Declividade Área do Imóvel
(%) (Graus) (%) (ha)
Plano 0 a 2 0 - 1º08'45" 30 600
Suave Ondulado 2 a 5 1º08'45" - 2º51'45" 30 600
Moderadamente Ondulado 5 a 10 2º51'45" - 5º42'38" 0 0
Ondulado 10 a 15 5º42'38" - 8º31'51" 40 800
Fortemente Ondulado 15 a 45 8º31'51" - 24º13'40" 0 0
Montanhoso 45 a 70 24º13'40" - 34º59'31" 0 0
Escarpado > 70 > 34º59'31" 0 0
5.1.2. SOLOS
Segundo o mapa de levantamento de reconhecimento de intensidade
dos solos do Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Rondônia
(Figura 46), os solos que ocorrem no imóvel PA União I são os seguintes:
- PVe4 - PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO ABRÚPTICO
EUTRÓFICO – Tb A moderada textura arenosa/média fase florestal
subperenifólia relevo ondulado.
61
- PEa4 - PODZÓLICO VERMELHO ESCURO ABRÚPTICO ÁLICO
EPIDISTRÓFICO – Tb A moderada textura arenosa/média fase florestal
subperenifólia relevo ondulado.
- Re1 - SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS - Tb A chernozêmico textura
média fase florestal subcaducifólia relevo ondulado
- PVe6 - Associação de PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO
EUTRÓFICO + PODZÓLICO VERMELHO ESCURO ÁLICO EPIDISTRÓFICO
ambos A moderado textura arenosa/média fase floresta subperenifólia +
SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A chernozêmico textura média fase
florestal tropical subcaducifólia substrato arenito todos Tb relevo ondulado.
Os Podzólicos Vermelho Amarelo, atualmente denominados de
Argissolos (EMBRAPA, 1999), são definidos como um grupo de solos bem
desenvolvidos, bem drenados, ácidos, tendo delgada camada orgânica
(horizonte O) e horizonte organo-mineral A1 assentado sobre um horizonte A2
ligeiramente descolorido, o qual por sua vez repousa sobre um horizonte B
vermelho, vermelho-amarelado ou amarelo, com concentração de argila.
Figura 46: Mapa levantamento de solos do PA União I (ZEE - INCRA/ATER/EMATER, 2014)
62
O Solo PVe6 é uma associação entre os solos PVe4, PEa4 e Re1. O
Solo tipo PVe4 ocorre em áreas de relevo ondulado, com declividade de 10 a
20%, configurando muitos riscos de erosão, devendo estar sempre coberto por
pastagens ou vegetação natural para atenuar risco. O Solo PEa4 apresenta
maior quantidade de argila, favorecendo o escoamento superficial das águas
pluviais, acelerando a erosão, é indicado para o aproveitamento de uso
agrícola, o que torna este solo mais indicado para pastagens. As
características da classe Re1 (solos litólicos), com relevo ondulado e a pouca
espessura desse solo, impedem seu aproveitamento dentro de um sistema de
manejo desenvolvido, pois apresenta limitações à mecanização da agricultura,
sua fertilidade natural permite que seja utilizado para fins agrícolas, num
sistema de manejo pouco desenvolvido, baseado na tração animal e no
trabalho braçal.
Entre as características morfológicas principais destes solos podem ser
citadas: diferença textural marcante entre os horizontes A e B; presença de A2
(ou não) pouco evoluído; transição clara e gradual e por vezes difusa entre os
horizontes; horizonte Bt estruturado, contendo blocos subangulares e/ou
angulares, moderada e fortemente desenvolvida; e presença de películas
(filmes) de argila no horizonte B (VIEIRA, 1983).
Enquanto que no mapa de levantamento de solos do Projeto RADAM
Brasil (Figura 47), os solos que ocorrem no imóvel PA União I são os
seguintes:
- PVD1 - PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO e LITOSSOLO textura
arenosa/média fase floresta subperenifólia relevo ondulado.
- LLD18 - LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO DISTRÓFICO textura
argilosa fase floresta subperenifólia relevo plano a suave ondulado.
63
Figura 47: Mapa levantamento de solos do PA União I (RADAM - INCRA/ATER/EMATER, 2014)
Compreende solos não hidromórficos com horizonte A moderado e B
latossólico em um perfil normalmente profundo, onde o teor de argila se dilui
lentamente em profundidade. Tratam-se de solos envelhecidos, normalmente
ácidos a fortemente ácidos, de boa drenagem apesar de serem argilosos.
As características fundamentais dizem respeito a natureza e constituição
do material do solo, que indica o caminho seguido pelos processos
intempéricos, que consiste de sesquióxidos, argilas minerais silicatadas de
retículo 1:1, quartzo e outros minerais silicatados altamente resistentes à
intemperização. Os óxidos livres de alumínio podem estar ou não presentes,
assim como também concreções de óxidos de ferro, manganês, alumínio ou
titânio. O conteúdo de silte é geralmente baixo, sendo normalmente menor que
8% ou 15% para solos da formação barreiras (VIEIRA, 1983).
Os Latossolos Vermelho Amarelo são normalmente distróficos, sendo
estes denominados atualmente como Latossolos Vermelho Amarelo Distróficos
(EMBRAPA, 1999), apresentando declividade média de 2 a 8%, ocorrem em
relevo plano a suave ondulado, podendo também, com menos freqüência,
64
aparecer em áreas onduladas ou forte onduladas, a vegetação pode ser de
floresta densa, aberto ou mista com palmeiras, semi-caducifólia ou caducifólia.
As principais características destes solos são: transição difusa ou
gradual entre os horizontes, exceto quando existir Ap; ausência ou escassez de
cerosidade nos peds; baixa capacidade de troca catiônica das argilas;
colorações vermelhas, avermelhadas, amarelas ou brunadas no horizonte B;
ausência ou quase ausência de argila natural com cargas negativas em parte
do horizonte subsuperficial, que apresenta baixa relação carbono/argila (menor
que 0,015); o conteúdo de argila natural é normalmente baixo (grau de
floculação próximo a 100%), no horizonte B2 é menor que 1%, exceto quando o
Ki for muito baixo e o pH em KCl for mais alto que o pH em H2O; ausência ou
quase ausência de desenvolvimento estrutural. A estrutura, quando aparece, é
muito reduzida ou pouco desenvolvida, sendo na grande maioria maciça; solo
muito friável a friável quando úmido; apresenta alta porosidade e alta
permeabilidade; possui normalmente baixo conteúdo de fósforo assimilável;
apresenta normalmente baixa saturação de bases no perfil e alta porcentagem
de saturação com alumínio nos solos distróficos; o valor de Ki deve ser menor
que 2,2, sendo normalmente encontrado menor que 2,0; os minerais primários
sujeitos à intemperização estão praticamente ausentes, compreendem, em
conjunto, uma quantidade menor que 4% de minerais intemperizáveis ou 6%
de muscovita, na fração areia, podendo conter na fração menor que 0,05 mm
(silte+argila) não mais que traços de alofana, ou argilominerais do grupo
esmectita e somente pequena quantidade de ílita, sendo que a clorita
aluminosa aparece com freqüência; a relação silte/argila deve ser menor que
0,7 nos solos de textura média e 0,6 nos solos de textura argilosa; a relação
Al2O3/Fe2O3 aparece com valores altos, igual a 9,0; o Fe2O3 compreende 5 a
11% da fração argila; e a capacidade de troca catiônica é menor que 13
meq/100g de argila (VIEIRA, 1983).
5.1.3. Recursos Hídricos
A microbacia do PA União I (Figura 48 – MAPA A1) é formada pela sub-bacia
do rio Pimenta Bueno ou Apidiá (nome indígena), ramificado por igarapés
permanentes, entre eles, o igarapé do boi, igarapé Água Milagrosa e igarapé
65
Paraguaio. Existe boa disponibilidade de águas superficiais, porém existem
propriedades que não possui curso de águas como: rios, nascentes ou outras
fontes naturais.
Figura 48: Mapa dos recursos hídricos do PA União I (ATER/INCRA/EMATER, 2014)
O uso atual dos recursos hídricos no assentamento restringe-se apenas
ao consumo humano, higiene, lavagem de roupa e pesca, inclusive os rios e
igarapés correspondem a 53% das fontes de água (Figura 49).
Figura 49: Principais fontes de água do PA União I (INCRA/ATER/EMATER, 2014)
66
5.1.4. FLORA
O Projeto de Assentamento União I apresenta em sua biodiversidade,
entre as espécies mais comuns pode-se encontrar: Farinha Seca
(Dimorphandra mollis), Bolão (Schistostemon retusum), cumaru ferro (Dipteryx
odorata Willd.), sumaúma (Ceiba pentandra), garapeira (Apuleia Leiocarpa
(Vog.) Macbr), bandarra (Schizolobium amazonicum), pinho cuiabano (Parkia
Multijuga), imbireira (Deguelia Hartschabachii), copaíba (Copaífera multijuga),
faveiro (Dimorphandra mollis Benth), embaúba (Cecropia tubulosa), além de
uma grande variedade de palmeiras (Palmaceae), como babaçu (Orbignya
phalerata), e muitas outras espécies, juntamente com a grande diversidade de
bromélias (Bromeliaceae), orquídeas (Orchidaceae) e plantas sarmentosas.
Figura 50: Babaçu (O. phalerata) Figura 51: Embaúba (Cecropia sp.)
Madeiras de lei como cedro rosa (Cedrella odorata), freijó (Cordia
goeldiana) e ipê (Tabebuia serratifolia), foram exploradas antes da
desapropriação, pelos madeireiros de forma desordenada e sem controle dos
órgãos competentes (IBAMA e SEDAM).
Figura 52: Plantas nativas Figura 53: Área preservada
67
5.1.5. FAUNA
O Assentamento pertence à zona ZZ5 (Distribuição geográfica dos
animais), representada por uma grande diversidade de animais, mamíferos,
aves, peixes, insetos e répteis.
De acordo com o depoimento dos assentados, foram constatadas as
existências das seguintes espécies:
Entomofauna – Caracterizado por uma rica biodiversidade, abelhas
indígenas e européias (Hymenopteras – Apis mellifera spp.), corta paus e
escaravelhos (Coleopteros).
Avifauna – Jandaia (Aratinga leucophthalmus), periquito (Brotogeris),
papagaio (Erythrura psittacea), jacamim (Psophia viridis), inhambu (Tinamus
tão), macuco (Tinamus solitarius), jacu (Tayassu pecari), gavião (Heterospizios
meridionalis) dentre outras espécies de aves.
Figura 54: Papagaio (Erythrura psittacea)
Ictiofauna – Acará (Geophagus brasiliensis), lambari (Astyanax sp),
traíra (Hoplias malabaricus), peixe-elétrico (Apteronotus albifrons), piau
(Leporinus), mandi (Pimelodus maculatus), dentre outros.
Herpetofauna – Cobra coral (Micrurus Lemniscatus), pico de jaca
(Lochesis Muta), jararaca (Bothrops jararaca), jacaré (Caiman yacaré).
Mastofauna – Macaco (Ateles chaguarouba), anta (Tapirus terrestris),
irara (Eira barbara), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), cutia (Myoprocta
68
exilis), paca (Agonti Paca), veado vermelho (Mazana americana), queixada
(Tayassu pecari), cateto (Pecari tajacu), tatu (Priodontes maximus), dentre
outros mamíferos.
Em relação aos animais silvestres foram citados alguns que são vistos
com frequência no assentamento, dentre eles, lobete, gambá, gavião, macaco,
cobras, cateto, anta, capivara, jacutinga, cutia, paca, tatu e veado. Sobre o
consumo de carne de caças, 25% dos entrevistados afirmaram que existe e
destacam as espécies paca, tatu, cateto e veado.
5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal
O inevitável impacto ambiental provocado pela ação antrópica visível no
MAPA A2 (Figura 55), foi em decorrência da instalação das famílias
assentadas no PA, pois efetuaram pequenas derrubadas, área aberta para a
construção das primeiras instalações (casa, galinheiros, chiqueiros) e
implantação dos cultivos, porém as famílias assentadas normalmente
implantam sistemas agrícolas nos moldes da agricultura itinerante (derruba e
queima), observando-se superficialmente as condições de solo, sua estrutura,
condições topográficas do terreno, os recursos hídricos, bem como outras
especificações da região, e sem a preocupação de conter os agentes de
erosão, com o uso da prática rotação de culturas, consórcios e manutenção de
cobertura vegetal, e, ainda, sem a manutenção da fertilidade do solo, o que não
contribui para a recuperação das características químicas do solo.
69
Figura 55: Mapa da cobertura vegetal e uso da terra do PA União I (ATER/INCRA/EMATER, 2014)
Mas a maior proporção da área aberta está relacionada com a expansão
das áreas ocupadas por pastagens cultivadas (Tabela 4), que no território
brasileiro, a partir da década de 1970, deveu-se principalmente à expansão da
pecuária na região de Cerrado e da Amazônia (FARIA et al., 1971).
TABELA 4: Distribuição do uso e ocupação do solo no Projeto de Assentamento União I, Parecis - RO
ÁREA Unidade (ha)
APP preservada 56,7861 APP à recuperar 23,8586 Corpos D’Água 16,2291 Vegetação Nativa 598,9092 Cobertura Vegetal/Capoeira 444,6216 Área Antropizada/Pastagens 835,4357 Estradas Vicinais Total
11,09 Km 1.975,8403
Fonte: INCRA (2008)
Esse aumento deveu-se, em parte, ao aumento do cultivo de espécies
de gramíneas do gênero Brachiaria. No PA União I a área ocupada por
pastagens, dentre os cultivares de Brachiaria, uma das mais utilizadas é o
70
capim-Marandu [Brachiaria brizantha (A. Rich.) Stapf cv. Marandu],
caracterizado por formar touceiras, com hábito de crescimento prostado, possui
mérito especial pela sua resistência às cigarrinhas (Zulia spp. E Deois
flavopicta), bom valor nutritivo, alta produção de matéria seca e de sementes,
persistência e com distribuição estacional da produção em cerca de 30% na
seca e 70% no período das chuvas.
No que se refere à área cultivada, pode-se observar que parece haver
uma desarmonia entre a agricultura que se pratica e a que se adaptaria melhor
aos solos do assentamento, sendo notório que solos de potencial produtivo, ou
são hoje abandonados, ou são usados de maneira inadequada.
5.1.7. Reserva Legal e Área de Preservação Permanente
No Projeto de Assentamento União I, constatou-se 33,17% da área total
de Reserva Legal preservada, sendo 2,87% Áreas de Preservação Permanente
(Figura 56).
As árvores mais encontradas são utilizadas para madeira de cerca. Os
agricultores ressaltam que, para que se possa fazer um reflorestamento, que
exista algum meio para que eles possam estar adquirindo as mudas, tanto por
parte do governo que poderia estar fornecendo estas.
71
Figura 56: Situação Atual da Área de Preservação do PA União I (EMATER/SEDAM, 2014)
Dada à evolução do uso das terras (aumento das áreas de culturas
perenes e manutenção das áreas de culturas anuais) o total das superfícies
queimadas tenderia a diminuir, no entanto a queimada ainda é utilizada como
prática agrícola por 9% dos assentados entrevistados, para realizar a limpeza
de pasto e controle do ataque das cigarrinhas-de-pastagens. O outro motivo é
a falta de recursos financeiros para aquisição de insumos externos para
correção e manutenção das pastagens, onde o frete também encarece os
custos.
Os assentados ressaltam que a falta de informações e de conhecimento
sobre Legislação Ambiental, na implantação do PA União I, foi o principal fator
que acarretou a degradação e o mau uso dos recursos naturais, desmatamento
de áreas de mata ciliar, encostas e morros, resultando na situação atual da
realidade ambiental do assentamento.
5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agro-Ecossistemas
A paisagem constitui uma determinada porção do espaço que resulta da
combinação dinâmica e complexa dos elementos físicos, biológicos e
antrópicos, sendo um conjunto único e indissociável em perpétua evolução. O
72
conteúdo da paisagem é encontrado nas qualidades físicas da área que são
importantes para o homem e nas formas do uso do solo na área. É possível
observar no PA União I áreas com relativa homogeneidade na paisagem a
partir da análise das interações entre os elementos solo, relevo, vegetação, uso
e ocupação do solo. Essas porções do espaço que apresentam relativa
homogeneidade ambiental constituem as unidades ou estratos da paisagem.
Quanto ao solo, são comuns Latossolos e Podzólicos que apresentam,
geralmente, como fator limitante, baixa fertilidade natural, ou seja pobres em
nutrientes e de baixa capacidade de troca catiônica. A classe Latossolo
Vermelho Amarelo é bastante comum do tipo distrófico e ampla no que se
refere à coloração e teores de Fe2O3. A classe de Podzólico Vermelho Amarelo
ocupa na paisagem, via de regra, as áreas de relevo mais acidentado, com
superfícies pouco suaves e também em áreas de relevo suave mais jovens. No
entanto, apresenta potencial para o cultivo de plantas perenes nativas ou
cultura especial, a exemplos: pimenta-do-reino e maracujá, que se mantém
melhor, bem como as pastagens da espécie Brachiaria.
Figura 57: Paisagem típica de área Figura 58: Paisagem típica de área de
de Latossolos solos podzólicos (Argissolos)
Desta maneira, o CROQUI A3 inerente à estratificação de ambientes
apresenta grande importância não só por possibilitar a análise e melhor
entendimento das suas características e dinâmica, mas também por viabilizar o
planejamento do uso de diversos territórios, em variadas escalas. Este fato
torna-se ainda mais relevante por acreditar-se que a combinação entre estes
dois saberes: técnico e local, além de serem complementares, podem gerar um
planejamento compartilhado diferente da forma verticalizada e imposta dos
planejamentos convencionais. Destacando-se que a litoestrutura (Figura 59)
73
condiciona o relevo e a vegetação, portanto, há uma integração entre os
elementos geologia, geomorfologia, pedologia e uso e ocupação do solo que
compõem a paisagem.
Figura 59: Croqui da Estratificação Ambiental dos Agroecossistemas do PA União I (ATER/INCRA/EMATER, 2014)
Ao elaborar-se o mapa na oficina de autodiagnóstico, utiliza-se da noção
de “lugar”. Lugar, enquanto categoria geográfica constitui uma porção do
espaço com a qual um indivíduo ou uma comunidade possui laços afetivos e de
identidade.
As bases sobre as quais os lugares são construídos é a própria vivência
do cotidiano. Consiste, portanto, na espacialização daquilo que se vive e se
conhece a partir do dia a dia. Apesar de algumas informações contidas no
mapa constituem algo previamente existente, como no caso do nome dos
lugares representados, a organização das informações e da localização dos
elementos é algo que é construído a partir do espaço vivido, seja individual ou
coletivamente.
Neste contexto, o contato com a natureza de maneira direta permitem o
desenvolvimento de laços afetivos com o meio bastante específicos, além de
conhecimentos peculiares acerca da lida e características da “terra”. Em
74
campo, o mapa da sub-bacia do Rio Pimenta Bueno foi elaborado de maneira
comunitária pelos moradores do PA União I. Cinco elementos receberam
destaque: o relevo acidentado e a área das nascentes, os principais caminhos
e acessos, as casas, as igrejas que compõem a comunidade e a rede de
drenagem principal. Estes elementos estão fortemente presentes na vida dos
moradores.
O relevo acidentado, em inúmeros morros, constitui um marco
referencial que delimita não só o campo visual da comunidade, mas também
permite o desenvolvimento de uma singularidade típica. Os morros estão
associados às nascentes, responsáveis por abastecer a comunidade.
Os caminhos e acessos são percorridos diariamente pelos moradores ao
se deslocarem para o trabalho, ou ao se movimentarem dentro da própria
comunidade. Foram desenhadas casas e estruturas físicas como pontes, a
exemplo, com o nome do morador mais próximo. Isto denota o forte laço de
vizinhança existente entre os moradores. A drenagem é algo muito presente no
dia a dia, considerando que uma das nascentes existentes no PA União I
origina-se na parcela rural nº 25 e atravessa as parcelas rurais 45 e 46, sendo
a parcela rural de nº 46, totalmente dependente dessa disponibilidade de água
por gravidade, pois o lote apresenta déficit hídrico. Foram lembradas também
áreas em que são úteis à prática da agricultura por apresentarem solos mais
férteis, bem como interessante a ressalva de que o uso do solo é basicamente
destinado ao cultivo de pastagens devido a criação e exploração da
bovinocultura leiteira. Ressalta-se, ainda, que todos os elementos foram
abordados e representados sempre de maneira integrada pelos moradores. Os
morros foram associados às nascentes. Estas, por sua vez, foram associadas
aos cursos d’água. Aos riachos e córregos estavam ligadas as estradas e
principais vias de acesso à comunidade. O mapa resume esta integração dos
elementos que estão presentes na vida dos moradores: o relevo, os riachos, as
estradas e as igrejas estão misturados em uma representação tridimensional.
Os outros elementos como os tipos de solo foram lembrados principalmente
quando é feita alusão ao uso da terra, e a vegetação quanto a exigência
mínima da legislação ambiental, como conservação de Áreas de Preservação
Permanente e Reserva Legal. Não ocorre comumente a compartimentação ao
meio acadêmico. É relatado o que veem de modo relacionado, sendo lembrado
75
dos pontos mais altos, associados ao relevo da bacia, e montaram o mapa
utilizando a ocupação – estradas, igrejas, associação, além dos rios, sempre os
relacionando com o cotidiano.
5.1.9. Capacidade de Uso do Solo
De acordo com o Sistema de Classificação da Capacidade de Uso no
MAPA A4 (Figura 60), sendo este possivelmente o sistema mais influente de
todos, sendo este estruturado pelo Serviço de Conservação do Solo dos EUA
para agrupar solos em classes de capacidade de uso para planejamento
agrícola, principalmente sob um enfoque de produção sustentável, isto é, uso
sem degradação socioecológica, com formas de controle de erosão e poluição
ambiental.
Figura 60: Mapa da Capacidade de Uso do Solo do PA União I (ATER/INCRA/EMATER, 2014)
Este sistema agrupa os solos em oito classes, sendo que os solos do PA
União I (Tabela 5) podem ser agrupados nas classes III, IV, V, VI e VIII sendo
classes caracterizadas no Mapa Aptidão Agrícola das Terras para Proposta de
Uso (2010).
76
Classe III – São solos que requerem medidas intensivas ou
complexas a fim de poderem ser cultivados seguro e permanente com
produção de colheita entre média e elevadas, com problemas complexos de
conservação.
Classe IV – São terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou
em extensão limitada, com sérios problemas de conservação.
Classe V – São terras cultiváveis apenas em casos especiais
de algumas culturas permanentes e adaptadas, em geral, para pastagem ou
reflorestamento, sem necessidade de práticas especiais de conservação.
Classe VI – São terras cultiváveis apenas em casos especiais
de algumas culturas permanentes e adaptadas, com problemas especiais de
conservação.
Classe VIII - São terras impróprias para culturas, pastagens ou
reflorestamento, podendo ser destinadas à preservação da flora e da fauna
silvestres ou para fins de recreação, turismo ou de armazenamento de água.
TABELA 5: Classes de Capacidade de Uso dos solos do PA União I,
Parecis/RO (INCRA, 2008)
Classes de Capacidade de Uso I II III IV V VI VII VIII
Área (%) 45 20 5 10 20
Classificação do Solo Fertilidade Natural
X Profundidade Efetiva
Drenagem Interna
X Deflúvio Superficial
Pedregosidade Fatores Risco de Inundação
X Declividade %
X X
X Erosão
Textura Seca Edafológica
Restrição Legal de Uso X
E conforme o Sistema FAO/Brasileiro, criado no Brasil, no início da
década de 60, sendo este um sistema de classificação de aptidão agrícola,
esse sistema considera implicitamente na sua estrutura, os denominados níveis
77
de manejo, reconhecendo que os problemas de solo não são igualmente
importantes para o grande e o pequeno produtor, de fato para uma agricultura
mecanizada os problemas relativos aos impedimentos à mecanização são
fundamentais, enquanto que para agricultura familiar, que em geral não usa
máquinas, isto já não é tão importante.
Esse sistema de classes de aptidão agrícola, também considera uma
estimativa de viabilidade de redução dos problemas através do uso de capital e
técnicas, vale ressaltar que existem problemas mais complexos que outros, e
que possivelmente por falta de capital, contexto de agricultura familiar, para os
mesmos não haverá técnicas de redução, porém existem técnicas de
convivência, as quais sintetizam as qualidades do ecossistema em relação a
cinco parâmetros: nutrientes, água, oxigênio, mecanização e erosão, sendo
manejos aplicáveis à agricultura familiar, proporcionando, dessa forma, uma
produção satisfatória.
Os solos do Projeto de Assentamento União I são classificados
conforme a aptidão agrícola das terras para proposta de uso, delineados da
seguinte maneira:
1aB(c) – são solos que apresentam classe de aptidão regular sob o
sistema de manejo A, classe de aptidão boa sob o sistema de manejo B e
classe de aptidão restrita sob o sistema de manejo C.
Significando que são solos que apresentam como alternativa de
utilização, o cultivo de lavouras e pastagem plantada, salvo as devidas
restrições de uso nos níveis de manejo de média a intensa viabilidade de
melhoramento e conservação do solo, sendo a classe b considerada
economicamente compensadora.
5sn – são solos que, de modo geral, são inaptas para lavouras e
pastagem plantada, porém apresentam classe de aptidão regular para serem
utilizadas para silvicultura quanto para pastagens naturais.
Ao recorrer à tabela-guia da classificação de aptidão agrícola da região
tropical úmida (Resende et al., 2002), foi possível verificar que os solos do PA
União I podem ser classificados com aptidão regular para os parâmetros
78
nutrientes, oxigênio e erosão, enquanto que para água e mecanização são
classificados como inaptos. No entanto existem práticas de manejo pertinentes
às classes de viabilidade de melhoramento, conforme cada parâmetro, para a
questão de deficiência de nutrientes, existe as técnicas, correção da acidez do
solo, adubação verde, adubação com NPK, adubação foliar, incorporação de
esterco e rotação de culturas. Para deficiência de água, recomenda-se o
plantio em faixas, ajustamento de cultivos à época das chuvas, seleção de
culturas adaptadas à falta de água, principalmente no período da seca. Para
suscetibilidade à erosão, realizar o mínimo de preparo do solo (aração mínima
e gradagem leve), enleiramento de restos culturais e terraços em nível, cultivos
em contorno, pastoreio controlado, em casos de maiores declives,
interceptores e controle de voçorocas. Quanto aos impedimentos a
mecanização, realizar a limpeza e sistematização do terreno, remoção de
pedras e de restos vegetais (troncos e raízes), em casos de solos friáveis,
drenagem.
Uma característica representativa dos solos do PA União I, trata-se da
relação entre o tipo de horizonte B e utilização em agricultura evidencia a
validade do uso desta característica diferencial (B textural ou B latossólico), em
classificação de solos, que no caso dos Latossolos, a principal limitação é a
carência de nutrientes, as outras condições de solos que interessam ao uso,
como os atributos físicos, são bons ou, pelo menos, razoáveis. Desse modo,
com a mudança nos aspectos socioeconômicos, é possível tornar esses solos
bastante produtivos.
É possível que este fato tenha maior importância para o futuro da
população local do que se pode pensar, visto que grande parte das áreas do
município e, consequentemente, do território do Projeto de Assentamento
União I, estão embasadas em solos com as características acima.
5.1.10. Análise Sucinta dos Potenciais e Limitações dos Recursos Naturais e da Situação Ambiental do Assentamento
Os recursos naturais como água, solo e floresta, constituem-se no maior
e mais importante patrimônio produtivo disponível no PA, porém precisam ser
conservados.
79
Para se implantar um modelo de desenvolvimento sustentável no
assentamento, considerando os aspectos socioeconômicos e ambientais,
depende da avaliação do impacto ambiental provocado pela ação antrópica
decorrente das atividades agropecuárias sem a adoção de práticas de
conservação ambiental, haja vista, a ocorrência de derrubadas às margens de
rios e igarapés, em áreas de declividade acentuada, bem como o plantio de
culturas perenes de forma a não considerar o relevo predominante (plantio em
nível).
Como principais problemas identificados no PA podem ser citados a
erosão dos rios, o uso indiscriminado de agrotóxicos e a falta de
conscientização ambiental para preservação das áreas de reserva legal e de
preservação permanente.
5.2. Organização Espacial Atual
O assentamento União I abrange um total de 06 estradas vicinais,
denominadas Linhas 80 e 85, Linhas Kapa 04, 06 e 08, e um travessão, com
uma capacidade para 93 parcelas rurais, totalizando 62 famílias assentadas
(Quadro 2).
Quadro 2: Descritivo da situação ocupacional do PA União I
Fonte: ATER/INCRA/EMATER (2014)
A infraestrutura demonstrada no MAPA B1 (Figura 61), dimensão
bastante dinâmica, portanto para melhor detalhamento da situação em que se
encontra o PA União I, está subdividida nos seguintes tópicos: estradas,
pontes, energia, galpão de associação, igrejas e fontes de água, sendo
também relatado no decorrer do presente plano de recuperação sobre grupos
informais, meios de comunicação e de transporte, sistema educacional e de
capacitação profissional.
80
Figura 61: Mapa da Infraestrutura do PA União I (INCRA/ATER/EMATER, 2014)
Estradas
As estradas é um dos itens mais importante da infraestrutura, pois é dela
que os assentados dependem para o escoamento de seus produtos, acesso à
saúde, educação e todos os serviços oferecidos pelos órgãos das esferas
municipal, Estadual e Federal.
Figura 62: Estrada vicinal do PA União I
Pontes
A falta de manutenção de algumas pontes nas linhas causa grandes
transtornos aos agricultores, pois dificulta ou muitas vezes impossibilita a
81
passagem de veículos, o que além de dificultar o tráfego dos agricultores,
prejudica o escoamento da produção. A Tabela 06 quantifica a necessidade de
conservação de bueiros e pontes no PA União I.
TABELA 6: Levantamento da quantidade de bueiros e pontes com
necessidade de recuperação (INCRA/ATER/EMATER, 2012)
Necessidade de Recuperação
LINHAS Bueiros Pontes
LINHA 80 4 0
LINHA KAPA 04 3 0
TRAVESSÃO 2 2
LINHA KAPA 06 1 3
LINHA KAPA 08 2 3
LINHA 85 0 5
TOTAL 12 13
Energia
O Governo Federal iniciou, em 2003, o desafio de acabar com a
exclusão elétrica no País, com a implantação do Programa Luz para Todos.
O PA União I é atendido pelo programa Luz para Todos do Governo
Federal, fornecido pela Eletronorte. De acordo com o levantamento de dados
todos os beneficiários tem acesso à eletrificação rural. Também encontrou-se
beneficiário que optou por utilização de placas de absorção de energia solar.
Figura 63: Captação de energia solar
Galpão de Associação
Atualmente, se faz presente no PA União I, a Associação de Produtores
Rurais do Assentamento União – ASPRAU, com estrutura básica para
82
realização de suas reuniões. A Associação é uma forma de organização social
fundamental para o desenvolvimento econômico e social de uma comunidade
rural, pois é através dela que o repasse de benfeitorias acontece. Muitas
emendas parlamentares dependem de associação para que haja o repasse de
verbas. Um projeto de assentamento que não há associação ativa, a população
sofre muitas dificuldades em conseguir recursos e melhorar a infraestrutura
local.
Figura 64: Associação ASPRAU
Igrejas
As igrejas representam uma grande unidade de organização social no
meio rural, através delas os agricultores além de expressarem sua fé, resolvem
diversos problemas relacionados principalmente ao meio social da zona rural.
O PA União I possui três igrejas, sendo uma católica e duas evangélicas. É
através delas que a comunidade rural tem um acesso maior ao meio cultural e
de lazer, promovido através das festas comunitárias religiosas.
Figura 65: Igreja em construção
83
Fonte de Água
O poço amazônico é uma forma de fonte de água no PA União I, apesar
da quantidade de recurso hídrico que o assentamento possui, em alguns locais
foi diagnosticada a falta de água no período da seca, até mesmo os poços
secam. Além da disponibilidade de água (Figura 67), vale ressaltar sobre a
reclamação por parte dos assentados inerente a qualidade da água também
(Figura 66). Esse é um problema social que está relacionado ao meio
ambiente.
Figura 66: Qualidade da água
Figura 67: Disponibilidade de água
5.3. Situação do Meio Socioeconômico e Cultural 5.3.1. HISTÓRICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO UNIÃO I
A trajetória da conquista da área deu-se através da evolução dos
acontecimentos de importância histórica, descrita pelos assentados durante a
dinâmica dos mapas, passado, presente e futuro:
*1997: Chegada das famílias rurais na área, localizada na Gleba
Corumbiara, Lote 52 do Setor 05;
*1997: A partir do mês de agosto, iniciou-se o processo de demarcação
através de picadas e distribuição de lotes. Também foi o início dos primeiros
plantios de lavoura branca.
*1998: Acompanhamento do processo jurídico, o policiamento chegou a
vir, mas não houve despejo.
*2008: Criação do Projeto de Assentamento União I; Construção em
madeira de Igrejas. O INCRA entregou os primeiros cadastros de SIPRA;
84
Ocorreu a abertura e construção de 5 Km de estradas vicinais (Kapa 04) e
dando continuidade três anos depois na construção de mais 5 Km (Kapa 06).
*2012: Implementação de créditos do Fomento e Adicional, Apoio Mulher
e de Instalação e a assistência técnica INCRA/ATER/EMATER através do
Contrato 8.000/2012.
*2014: Demarcação oficial das parcelas rurais; Construção em alvenaria
da Igreja Católica e do Posto de Saúde;
*2014: Continuação do Programa de Assessoria Técnica e Extensão
Rural INCRA/ATER/EMATER pelo Contrato 3.000/2014 e implementação de
créditos de habitação. Recuperação de malhas viárias através do Programa
Estadual FITHA. Iniciou implementação das linhas de crédito PRONAF em
diferentes modalidades.
5.3.2. População e Organização Social
A população do assentamento está representada na sua maioria por
casais, entre casados e os que vivem em união estável, representando um total
de aproximadamente 73% da população (Figura 68). A zona rural é um
ambiente predominantemente familiar, cujos casais trabalham em parceria para
produção e sustentabilidade da família. A mulher do campo tem tomado lugar
de destaque na agregação de valor dos produtos rurais, como queijos, doces,
pães, compotas, e artesanatos. A geração de renda por parte das mulheres
tem contribuído para o desenvolvimento sustentável da família rural. O governo
acreditando na potencialidade das mulheres criou linhas de créditos específicos
a elas, para que as mesmas possam contribuir cada vez mais com a renda
familiar.
85
Figura 68: Estado Civil dos Beneficiários (Autodiagnóstico, 2014)
Analisando a quantidade de famílias existentes no PA, observa-se que o
número de membros por cada família é de baixa à média, já que em sua
maioria possui média de quatro membros, fora o casal. Para o perfil de uma
agricultura familiar, quando o número de membros é muito baixo, de uma a
duas pessoas, isto dificulta o processo de produção, pois reduz a quantidade
de mão de obra. Porém um dos motivos para o baixo número de membros por
família é o êxodo rural dos jovens que vão para a cidade em busca de
trabalhos assalariados. A ida dos jovens rurais para a cidade é um dos maiores
problemas sociais que acontece às famílias integradas a agricultura familiar no
país. Devido à dificuldade em gerar renda, ou até mesmo valores culturais, em
que os pais não possuem o costume de repassar parte da renda oriunda do
trabalho do jovem no lote, para o mesmo, então este sai o quanto antes de
casa.
Origem
Observando a Figura 69, nota-se que além do Estado de Rondônia, o
predomínio da origem dos assentados é da região Sudeste e Sul do país, isto
tem um peso importante nos valores socioculturais e até mesmo de produção
da comunidade.
86
Figura 69: Naturalidade da População do PA União I (Autodiagnóstico, 2014)
Um dos costumes observado na produção agrícola, que é oriunda de
regiões frias, é a aragem do solo. Esta é uma técnica empregada pelos
agricultores vindos dessas regiões, porém não deveria ser utilizada, ou utilizar-
se o mínimo possível, visto que a aragem interfere nos atributos físicos do solo,
sabido que o excesso de mecanização pode provocar com o decorrer dos
anos, a compactação do solo, o que futuramente prejudicará a produtividade
local. No entanto, outros valores culturais contribuem com o desenvolvimento
do assentamento, como a produção de alimentos derivados de leite, pois a
maioria das famílias possui a habilidade em produzir esses produtos,
repassada empiricamente de uma geração para outra.
Grupos informais
Os grupos informais são formas de organizações sociais
importantíssimas para o desenvolvimento do assentamento. Foi diagnosticada
a presença de um grupo de mulheres rurais que apresenta o interesse em
formalizar uma nova associação no assentamento.
87
Figura 70: Grupo de mulheres rurais
Benefícios Sociais
Dentre os benefícios fornecidos pelo governo federal, a Bolsa família
ainda é o programa que beneficia o maior número de famílias no PA União I
(Figura 71), porém não é o suficiente para gerar qualidade de vida, o benefício
apenas contribui para a fome zero entre os cidadãos brasileiros.
Figura 71: Distribuição dos benefícios sociais (Autodiagnóstico, 2014)
88
5.4. Infraestrutura Física, Social e Econômica
Quadro 3: Infraestrutura física, social e econômica do PA União I
INFRA-ESTRUTURA Locais Quantidade TOTAL
Associação Rural Kapa .06
01
01
Tanque resfriador de leite
Kapa 04. 06 e 08 08 tanques
08
Maquinário agrícola Kapa 06 01 Trator Associação 01 Trator Particular
02
Implementos agrícolas Kapa 06 01 Carretilha 01Distribuidor de CaCO3
01 Plantadeira 01Grade de discos
04
Posto de Saúde Kapa 06 01 01
Campo de Futebol Kapa 06 01 01
Igrejas Kapa 04, 06 e 08
03 03
Fonte: ATER/INCRA/EMATER (2014)
Figura 72: Trator e implementos agrícolas Figura 73: Granelização do leite
Meios de Comunicação
No Assentamento União I, o meio de comunicação mais utilizado é a
Antena Rural, que permite que telefones móveis funcionem através da
conecção a antena. A operadora existente no local é a Tim . Existe outro meio
de comunicação bem representativo no assentamento, é o rádio, onde as
89
informações são repassadas por duas emissoras locais (AM e FM), sendo
programas destinados diretamente aos ouvintes produtores rurais, diariamente.
Além do meio de comunicação televisivo, existem os informativos
realizados pelas igrejas, bem como as conversas informais entre os
assentados realizadas nos terreiros das moradias, ou no “boteco” do
assentamento, lembrando, ainda, das informações repassadas nas reuniões da
associação.
Figura 74: Meios de comunicação existentes no PA (Pesquisa-ação, 2014)
5.5. Sistemas Produtivos
O Projeto de Assentamento União I, na sua base agrícola destaca como
principais culturas: o feijão (Phaseolus vulgaris), o milho (Zea mays), a
mandioca (Manihot sp.), a banana (Musa spp.) e o café (Coffea canephora)
(Tabela 7), sendo estas as principais fontes de proteínas e carboidratos de
origem vegetal, as quais fazem parte da alimentação da população local.
90
TABELA 7: Produção vegetal do PA União I, referente à safra de 2012.
Culturas Área plantada
Área colhida
Produção (t)
Rendimento kg/ha
Feijão 97,07 97,07 39,41 406
Milho 94,65 94,65 141,97 1500
Mandioca 140,40 140,40 2.386,80 17000
Banana 100,40 100,40 698,78 6960
Café 289,60 289,6 159,85 552
Fonte: EMATER (2012)
Desde o período pioneiro da colonização de Rondônia, a cafeicultura é a
lavoura mais expressiva em área plantada. Em todos os municípios do Estado
cultiva-se café Conilon, com relação ao perfil tecnológico da cafeicultura
rondoniense, admite-se que a atividade cafeeira seja explorada em pequenas
propriedades rurais, em geral de 25 a 100 hectares (ha), abrangendo cerca de
30 mil unidades de produção, ou seja, 25% dos estabelecimentos rurais
cadastrados em Rondônia, portanto a cafeicultura, representa, juntamente com
a pecuária bovino leiteira, as principais fontes de renda financeira para as
famílias da zona rural. No Projeto de Assentamento União I esse diagnóstico
não difere, sendo estas as principais atividades agropecuárias exploradas.
Figura 75: Lavoura Cafeeira
Quanto o cultivo cafeeiro, vale salientar que área média dos cafezais é
de 2,5 a 5,0 hectares, utilizando de espaçamentos variados, desde 2,0 m x 1,0
m até 4,0 m x 2,0 m, sendo que a produção média gera em torno de 10 sacas
de 60 kg por hectare, ainda observa-se que o cafezal em grande parte das
91
propriedades encontra-se com baixa produtividade, devido à idade da lavoura e
a ausência da aplicabilidade de tratos culturais, como poda, desbrota e recepa,
além da questão da adubação de manutenção e da correção da acidez do solo
na ocasião do plantio. São precárias as condições de infraestrutura de apoio a
produção de café, utilizando-se de terreiro compactado (chão batido) e tulha
rústica, e ainda a comercialização é realizada diretamente aos atravessadores,
que geralmente desvalorizam o valor comercial do produto.
Figura 76: Orientação sobre poda do cafeeiro Figura 77: Derriça no pano (Colheita)
Em se tratando de preparo do solo (Figura 78), principalmente no caso
de cultivo de culturas anuais, a maioria dos agricultores opta pelo método
manual por conta do custo da mecanização. Já na questão de utilização de
insumos, poucos fazem uso de adubos orgânicos, como casca de café e
esterco bovino, geralmente, disponíveis na parcela, e quando o fazem, utilizam
em hortas domésticas ou frutíferas ao redor da moradia, alguns compram e
usam insumos inorgânicos, mas a maioria não utiliza nenhum tipo de insumo
como mostra a Figura 79.
Figura 78: Preparo do solo (Pesquisa-ação)
Figura 79: Uso de insumos (Pesquisa-ação)
92
Figura 80: Cultivo do feijoeiro Figura 81: Feijão grão armazenado
Verifica-se também a implantação pontuais de SAF’s e café (Coffea
canephora) consorciado com essências florestais, lavoura de pupunha (Bactris
gasipaes), açaí (Euterpe oleracea), banana (Musa spp.), coco (Cocos nucifera),
pimenta do reino (Piper nigrum L.) e urucum (Bixa orellana), bem como as
lavouras de mandioca (Manihot sp.), milho (Zea mays), arroz (Oryza sativa) e
feijão (Phaseolus vulgaris), em regime de subsistência (Figura 82), e o
excedente é comercializado.
Figura 82: Levantamento de áreas plantadas de culturas exploradas no PA
(Autodiagnóstico, 2014)
93
Figura 83: Cultura do coqueiro Figura 84: Cultivo de citrus
Após as reuniões de distribuição de sementes (Figura 85),
principalmente de hortaliças, observou-se a aceitação dos assentamentos em
cultivá-las, e ainda melhorou a questão da segurança alimentar e nutricional
das famílias.
Figura 85: Distribuição de sementes de hortaliças
Figura 86: Pimenta-do-reino
Figura 87: Horta Doméstica
Quanto à diversificação da propriedade rural no PA União I, ainda está
incipiente, porém existe expressiva quantidade de agricultores que deseja
94
diversificar a produção em seus lotes, no intuito de melhorar a renda e a
qualidade de vida familiar, conforme consta na Figura 88.
Figura 88: Proporção da população com interesse na diversificação de produção
(Pesquisa-ação, 2014)
A Tabela 8 representa o sistema pecuário do PA União I, que na sua
base pecuária destaca a criação e comercialização dos seguintes animais:
bovinos, ovinos e caprinos, equídeos, suínos e aves.
TABELA 8: Levantamento das espécies animais de interesse zootécnico no
PA União I, Parecis – RO
Espécie Total
Bovinos 1.912 Ovinos/Caprinos 49 Equídeos 74 Suínos 208 Aves 2.449
Fonte: Dados cadastrais (ATER/INCRA/EMATER, 2012)
A pecuária leiteira é uma das principais atividades econômicas
desenvolvidas no PA União I e o uso de pastagens como base da alimentação
do rebanho proporciona redução nos custos de produção em comparação com
sistemas que utilizam grãos na dieta. No entanto, foi diagnosticado pelos
produtores que um grande entrave a produção do leite é a estacionalidade da
produção forrageira, bem como o intenso ataque de cigarrinha das pastagens,
95
e também a degradação das pastagens, reduzindo a produção de forragem, e
consequentemente, a produção de leite.
Figura 89: Bovinocultura Leiteira
A baixa produção animal nos trópicos é atribuída, principalmente, a uma
nutrição inadequada, em consequência da sazonalidade na produção
forrageira. Durante os meses de alta precipitação, o pasto apresenta maior
velocidade de rebrota, o que resulta em adequado desempenho animal.
Entretanto, durante a seca ocorre perda de peso, em consequência do baixo
consumo de matéria seca digestível, atribuído ao fato do pasto estar maduro e
a baixa disponibilidade de forragem (EUCLIDES et al., 1990 citado por
Monteiro, 2009).
Figura 90: Manejo de pastagem
Conforme Gomide et al. (1985) citado por Monteiro (2009), após 6
meses de forragem abundante, sobrevém o período de seca em que os pastos,
se submetidos ao subpastejo, completam seu ciclo e tornam-se fibrosos, com
baixo valor nutritivo; se superpastejado oferecem quantidades desprezíveis de
forragem para o rebanho. Em qualquer dos casos, o resultado é a subnutrição
e comprometimento da saúde, fertilidade e produtividade do rebanho.
96
Em muitas das propriedades a expansão das áreas de pastagens
chegou ao seu limite, e o crescimento da atividade agropecuária depende da
intensificação e tecnificação do uso da terra. Espécies forrageiras que
aumentem a produtividade animal e ajudem na recuperação de pastagens
degradadas são de fundamental importância para a sustentabilidade da
atividade agropecuária, pois a produtividade e a perenidade das pastagens
decorrem, entre outros fatores, da capacidade de reconstituição ou de
manutenção da área foliar após a desfolhação.
Desse modo, técnicas de manejo, como correção e adubação de
pastagens, piquetiamento das pastagens e uso de métodos alternativos de
irrigação no período de seca, devem ser desenvolvidas para o uso mais
eficiente da forragem produzida, sem prejuízos à persistência da planta
forrageira na pastagem e o desenvolvimento de modelos que permitam a
simulação de cenários diferentes, como a formação e manejo racional de
capineiras, tanto de cana-de-açúcar (Saccharum L.), quanto de capim-elefante
(Pennisetum purpureum Schum.), o uso de banco de proteína com espécies de
leguminosas, como leucena (Leucaena leucocephala), feijão guandu (Cajanus
cajan) e mucuna preta (Mucuna aterrima), e a conservação da forragem
excedente, respeitada as técnicas adequadas para as diferentes espécies
passíveis desse processo, poderão ser de grande valia para o planejamento do
sistema produtivo e no suporte de tomada de decisões dentro da propriedade,
podendo favorecer a produção de forragens gramíneas e leguminosas
(quantitativa e qualitativamente), não só visando um incremento na produção
animal, mas também, na eficiência global do sistema produtivo.
No entanto, é ínfimo o número de propriedades que apresente uma
pequena área de capineira, seja de cana ou capim-elefante (variedades
encontradas: Napier e Roxo), e quando a possui pouco se usa, ou ainda, se
usa de maneira tradicional, com apenas um corte na época de estiagem
prolongada, não aproveitando ao máximo o potencial produtivo dessas
gramíneas, e fornecendo uma forragem com baixo valor nutritivo. Segundo
Whiteman (1980) citado por Monteiro (2009), o valor nutritivo da forragem
decresce quando a planta atinge a maturidade. Com o avanço da idade da
planta, ocorre o aumento da proporção de colmo comparado com a de folha,
97
reduzindo o valor nutritivo da forragem, visto que a digestibilidade da fração
colmo é 46% inferior à da folha.
Figura 91: Capineira de cana-de-açúcar
A prática utilizada expressivamente para complementar a alimentação
do rebanho é a suplementação mineral (Figuras 92 e 93), através da oferta da
mistura de sal mineral com sal branco, os quais são comprados no comércio
local de Parecis e/ou por vendedores, que passam nas propriedades
oferecendo estes suplementos aos produtores.
Figura 92: Realização de suplementação Figura 93: Suplementação alimentar animal
Um fator limitante observado pelos assentados é que não utilizam
técnicas de melhoramento genético animal, no entanto apresentam interesse
em aderir à prática de inseminação artificial, no intuito de melhorar a genética
do rebanho voltada para aumento da produção de leite.
Quanto à criação de pequenos animais, destacam-se a avicultura
(galinhas) e suinocultura, para o consumo e comercialização do excedente. O
sistema de criação de aves é extensivo (soltas no terreno) destinado à
produção de carne e ovos.
98
Figura 94: Criação de aves
Quanto aos Suínos, os produtores utilizam manejo e instalações rústicas
(pocilgas) e a produção é destinada ao consumo das famílias tendo como
objetivo a segurança alimentar. Nesse contexto, constatou-se que a
comercialização desses animais é realizada esporadicamente, e apenas
algumas famílias o fazem, quando apresentam excedentes.
Figura 95: Instalações rústicas (pocilgas)
Constata-se ainda a caprinocultura e ovinocultura pontuais, sendo que
existe grande potencial produtivo para criação e exploração destes pequenos
ruminantes, além de que a carne poderia ser consumida pelos assentados,
garantindo a segurança alimentar e nutricional, pois além de ser saborosa,
apresenta qualidade anticarcinogênica. Em se tratando da piscicultura
apresenta o interesse em sistemas produtivos rústicos e de pequena escala.
99
Figura 96: Criação de ovinos
Figura 97: Tanque para piscicultura
Destaca-se ainda a pesca artesanal para a subsistência das famílias
assentadas, seja em córregos, lagoas e rios presentes nas áreas e adjacências
do assentamento.
Outra observação, bastante interessante, retrata a origem da renda das
famílias assentadas, estima-se que 36% destas, retiram a renda para o
sustento familiar apenas de esforços aplicados dentro do lote (Figura 98),
sendo que 64% dos produtores do PA União I apresentam mão-de-obra
diversificada, além das atividades agrícolas desenvolvidas no assentamento,
foi observada a existência de produtores que exerce outras atividades, através
da prestação de serviços, que englobam as seguintes funções: pintor, pedreiro,
carpinteiro, diarista e mecânico.
Figura 98: Origem da renda familiar (Pesquisa-ação, 2014)
100
5.5.1. Análise Sucinta dos Sistemas Produtivos
Em relação ao sistema agrícola convém relatar que dentre os problemas
enfrentados nos empreendimentos rurais destacam-se o escoamento deficiente
da produção, devido falta de transporte, junto com a falta de recursos
financeiros para a aplicação das alternativas tecnológicas adequadas,
englobando a dificuldade de acesso à linha de crédito, desconhecimento das
práticas de uso e conservação de solo, beneficiamento e comercialização da
produção, além dos problemas causados por ataques de pragas e doenças. Os
sistemas produtivos do PA União I, tanto no que tange agricultura e pecuária,
quanto em silvicultura, há possibilidade de melhoria de produção em qualidade
e quantidade, sendo necessária aplicabilidade de técnicas culturais e práticas
de manejo a diferentes espécies cultivadas e exploradas no assentamento,
como exemplo, práticas de adubação de manutenção adequada as culturas,
poda e desbrota dos cafezais, plantio em curva de nível, respeitar o
espaçamento adequado as culturas exploradas, replantio e desbaste em
hortaliças folhosas, a prática do amontoa em tubérculos, preservação de mata
nativa (habitat natural dos inimigos naturais), uso de cultura isca e caldas
agroecológicas para o combate de pragas e doenças, aperfeiçoar instalações
das criações de animais, disponibilizar bebedouro e comedouro suficientes,
rotacionar pastejo, dentre outras práticas como vacinação e desvermifugação
dos animais.
Figura 99: Sigatoka em bananais
Figura 100: Ataque de cupins em cafezais
De maneira geral, foi diagnosticado que os produtores PA União I
utilizam agrotóxicos, principalmente herbicidas, normalmente nas áreas de
pastagens para controle de ervas daninhas. A situação mais crítica é que os
mesmos não fazem uso de equipamentos de proteção individual (EPI), apenas
101
usam bota de borracha ou botina, ficando desprotegidos, principalmente as
vias respiratórias e demais mucosas, contra este tipo de pesticida. Ainda foi
diagnosticado, que a devolução das embalagens não é entregue em seu total
ao posto de recolhimento, tendo destinos inapropriados.
Figura 101: Uso irracional de agrotóxicos
Para tanto deve ser trabalhado questão de consciência ambiental,
transição agroecológica, questão da responsabilidade socioambiental, saúde
humana e do meio ambiente, utilizando essas temáticas em palestras, reuniões
e visitas técnicas para que os assentados visualizem a problemática e se
sintam envolvidos a mudar o cenário com ações práticas em sua rotina de
afazeres na propriedade e na comunidade através de mutirões e campanhas
englobando a população local na mesma visão holística para a perspectiva de
qualidade de vida.
5.6. Serviços de Apoio à Produção 5.6.1. Assistência Técnica e Pesquisa
INCRA
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) é uma
autarquia federal com a missão prioritária de realizar a reforma agrária, manter
o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da União.
Nos últimos anos, o INCRA incorporou entre suas prioridades a
implantação de um modelo de assentamento com a concepção de
desenvolvimento sustentável. O objetivo é implantar modelos compatíveis com
as potencialidades e biomas de cada região do País e fomentar a integração
espacial dos projetos. As atividades desenvolvidas são: Programa Terra Sol,
102
Projeto Cartão Verde e emissão de DAP (Declaração de Aptidão ao PRONAF-
A).
Figura 102: Reunião sobre crédito instalação
EMATER
A EMATER, Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do
Estado de Rondônia, vem implementando programas e projetos da política
agrícola do Estado, sem custo ao agricultor e visa, única e exclusivamente, o
desenvolvimento sustentável, através de prestação de serviço qualificado,
eficiente e tecnológico. Disponibiliza de programas que possibilitam o
desenvolvimento econômico, social e cultural, levando às famílias rurais a
possibilidade de melhoria significativa na quantidade e qualidade de produção,
que consequentemente, proporciona melhoria na qualidade de vida. Os
esforços da EMATER englobam as atividades: reuniões, palestras, visitas
técnicas, capacitação profissional do agricultor, através de cursos e
demonstração de técnicas agropecuárias.
Figura 103: DM - Amostragem de solo Figura 104: Curso - Segurança Alimentar
Além de executar os programas voltados à bovinocultura leiteira, que
preconiza o aumento da produção e melhoria da qualidade higiênica do leite, o
103
manejo integrado de pastagens e o combate à cigarrinha-das-pastagens, o
programa Inseminar, através do abastecimento de nitrogênio as botijas de
sêmen, o programa de Mecanização Agrícola à Agricultura Familiar que
disponibiliza horas de maquinário para construção de tanques para atividade
de piscicultura quando a propriedade rural encontra-se regularizada na questão
ambiental e a ATER (Assessoria Técnica e Extensão Rural à Reforma Agrária),
que envolve a assessoria técnica, social e ambiental.
Figura 105: DM - Califórnia Teste Mastite Figura 106: Piscicultura - Qualidade da água
SEAGRI
A SEAGRI (Secretaria Estadual de Agricultura) atua com programas
como PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional
de Alimentação Escolar).
Figura 107: Incentivo à Agricultura Familiar
IDARON
A IDARON (Agência de Defesa Sanitária Agrosilvipastoril do Estado de
Rondônia) tem a função de fiscalizar a vacinação contra febre aftosa e
brucelose, no intuito de manter o rebanho bovino livre de doenças, também,
realiza o controle de trânsito dos animais e fiscaliza os estabelecimentos de
104
abate, para que os animais não sejam transportados sem a Guia de Trânsito
Animal (GTA), garantindo aos consumidores, os produtos de origem animal
dentro das normas de qualidades estabelecidas mundialmente. Além de outras
atividades relacionadas à defesa sanitária vegetal e uso racional de defensivos
agrícolas como, emissão de permissão de trânsito de vegetais, fiscalização da
emissão de Certificado Fitossanitário de Origem – CFO, cadastramento de
agrotóxicos e coleta itinerante de embalagens vazias.
Figura 108: Coleta itinerante de embalagens de agrotóxicos vazias
A IDARON acompanha os estabelecimentos comerciais agropecuários,
verificando a temperatura das vacinas que são disponibilizadas aos produtores
rurais em período de campanha de vacinação e a comercialização de
agrotóxicos, que deve ser realizada mediante recomendação técnica
devidamente habilitada e apresentação de receituário agronômico.
EMBRAPA
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) é uma
instituição pública brasileira, vinculada ao MAPA, cujos objetivos são a
produção de conhecimento científico e desenvolvimento de técnicas de
produção para a agricultuta e a pecuária brasileira.
Tem como missão viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e
inovação para a sustentabilidade da agricultura em benefício da sociedade
brasileira. Está sob a sua coordenação o Sistema Nacional de Pesquisa
Agropecuária-SNPA, constituído por instituições públicas federais, estaduais,
universidades, empresas privadas e fundações, que, de forma cooperada,
executam pesquisas nas diferentes áreas geográficas e campos do
conhecimento científico. Além de realizar pesquisas e divulgar os resultados,
105
também organiza eventos como Dia de Campo e Seminários, inserindo os
agricultores a esse universo de informações, e também disponibiliza e/ou
distribui sementes e mudas de espécies adaptadas a região, com cunho
cientifico e experimental.
5.6.2.Crédito
A Instrução Normativa INCRA Nº 93, de 5 de março de 2010, fixa
valores e normas gerais para a implementação do Crédito Instalação aos
beneficiários dos projetos da Reforma Agrária, que consiste no provimento de
recursos financeiros, sob forma de concessão de crédito, visando assegurar os
meios necessários para instalação e desenvolvimento inicial e/ou recuperação
dos projetos do Programa Nacional de Reforma Agrária. São modalidades de
concessão de Crédito Instalação: Apoio Inicial; Apoio Mulher; Aquisição de
Materiais de Construção; Fomento; Adicional do Fomento; Semi-árido;
Recuperação/Materiais de Construção; Reabilitação de Crédito Produção e
Crédito Ambiental.
Os valores e os objetivos das modalidades são os seguintes:
a)Apoio Inicial: R$ 3.200,00; visa suprir as necessidades básicas, bem
como ao fomento inicial de processo produtivo para sua instalação nos Projetos
de Assentamento da Reforma Agrária.
b)Apoio Mulher: R$ 2.400,00; concedida para utilização exclusiva da
mulher titular do lote, que compõe a unidade familiar, residentes e domiciliadas
no Projeto de Assentamento, visa o desenvolvimento de atividades agrícolas
e/ou comerciais no âmbito dos Projetos de Assentamento da Reforma Agrária.
No PA União I foram realizadas 20 adesões ao crédito Apoio Mulher,
sendo 04 para cultivo de maracujá, 04 para cultivo de abacaxi, 03 para
implantação de pomar, 04 para criação de frangos e 05 para bovinocultura
leiteira.
c)Aquisição de Materiais de Construção: R$ 15.000,00; concedida às
famílias assentadas, residentes e domiciliadas nos Projetos de Assentamento,
para auxiliar na construção de suas unidades habitacionais.
No PA União I foram realizadas 53 adesões para aquisição de materiais
de construção.
106
Figura 109: Reunião sobre crédito habitação
d)Fomento: R$ 3.200,00; visa o fortalecimento das atividades produtivas
e ao desenvolvimento dos Projetos de Assentamento da Reforma Agrária.
e)Adicional do Fomento: R$ 3.200,00; visa a continuidade do
fortalecimento das atividades produtivas e ao desenvolvimento dos Projetos de
Assentamento da Reforma Agrária.
Em 2012, no PA União I foram realizadas 61 adesões entre os créditos
fomento e adicional.
f)Semi-árido: Até R$ 2.000,00; se destina a atender as necessidades de
segurança hídrica das famílias residentes e domiciliadas em Projetos de
Assentamento, localizados nas áreas circunscritas pelo Semi-árido,
reconhecidas pelo IBGE.
g)Recuperação/Materiais de Construção: até R$ 8.000,00; se destina a
recuperação das unidades habitacionais nos Projetos de Assentamento que
apresentem necessidade de reforma e/ou ampliação, após realização do laudo
de vistoria.
h)Reabilitação de Crédito de Produção: até R$ 6.000,00; se destina à
recuperação da capacidade de acesso a novos créditos, possibilitando a
quitação de financiamentos contraídos no âmbito do Programa Especial de
Crédito para Reforma Agrária - PROCERA.
i)Crédito Ambiental: R$ 2.400,00; se destina a financiar o plantio de
árvores e a realização dos tratos culturais, durante dois anos, a partir da
instalação de sistema agroflorestal - SAF, necessária à restauração ambiental
da área de reserva legal dos assentamentos.
107
O Ministério do Desenvolvimento Agrário fomenta o Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, que é um programa do
Governo Federal criado em 1995, com o intuito de atender de forma
diferenciada os pequenos produtores rurais que desenvolvem suas atividades
mediante emprego direto de sua força de trabalho e de sua família. Tem como
objetivo o fortalecimento das atividades desenvolvidas pelo produtor familiar,
de forma a integrá-lo à cadeia de agronegócios, proporcionando-lhe aumento
de renda e agregando valor ao produto e à propriedade, mediante a
modernização do sistema produtivo, valorização do produtor rural e a
profissionalização dos produtores familiares.
As linhas de crédito do PRONAF com potencial de oferta aos
beneficiários são as seguintes:
Pronaf A – crédito destinado aos agricultores familiares assentados pelo
Programa Nacional de Reforma Agrária que não foram contemplados com
operação de investimento sob à égide do PROCERA ou com crédito de
investimento para estruturação no âmbito do PRONAF; e beneficiados por
programas de crédito fundiário do Governo Federal. Sendo o limite nessa linha
de crédito o valor de R$ 20.000,00, tendo a assistência técnica gratuitamente,
nos projetos de assentamento contemplados com o Programa de ATER.
Pronaf Alimentos – crédito especial para estimular a produção de cinco
alimentos básicos da mesa dos brasileiros – arroz, feijão, mandioca, milho e
trigo. Os agricultores terão 30% a mais de crédito para a produção dessas
culturas.
Pronaf Mulher – crédito especial de investimento relacionados com
projetos específicos de interesse das esposas ou companheiras dos
agricultores familiares, sempre que o projeto técnico ou a proposta contemplar
atividades agregadoras de renda e/ou novas atividades exploradas pela
unidade familiar, observadas as condições previstas para os Grupos “C”, “D” e
“E”, limitado a um crédito em cada grupo, independentemente dos tetos de
investimentos já concedidos à unidade familiar.
108
Pronaf Jovem – crédito especial de investimento relacionados com
projetos específicos de interesse de jovens, de 16 a 25 anos, que tenham
concluído ou estejam cursando o último ano em centros familiares de formação
por alternância ou em escolas técnicas agrícolas de nível médio ou que tenham
participado de curso de formação profissional, filhos(as) dos agricultores
familiares enquadrados nos Grupos “C”, “D” e “E”, que apresentem projeto
técnico ou proposta contemplando as atividades agregadoras de renda e/.ou
novas atividades exploradas pela unidade familiar, observadas as condições:
juros 1% ao ano e prazo de pagamento de até 10 anos, com 5 anos de
carência e teto máximo de R$ 6.000,00, limitado a um crédito em cada grupo,
independentemente dos tetos de investimentos já concedidos a unidade
familiar.
Pronaf Florestal – Crédito especial de investimento destinados ao
financiamento de projetos de silvicultura e sistemas agroflorestais e exploração
extrativista sustentável, para produtores enquadrados nos Grupos “C” e “D”,
observadas as condições de juros de 4% ao ano, com bônus de adimplência de
25% na taxa de juros; prazo de até 12 anos, com até 8 anos de carência;
limites/tetos de R$ 4.000,00 (Grupo C) e R$ 6.000,00 (Grupo D), limitado a dois
créditos por unidade familiar independentemente dos tetos de investimentos já
concedidos a unidade familiar.
Pronaf Agroindústria – Créditos de investimento para Agregação de
renda à atividade rural (agroindústria), destinado a produtores enquadrados
nos Grupos “C” , “D” e “E”, cooperativas, associações ou outras pessoas
jurídicas e que comprovam, em projeto técnico, que mais de 70% da matéria
prima a ser beneficiada ou industrializada seja de produção própria ou de
associados participantes, observadas as condições: juros de 4% ao ano, com
bônus de adimplência de 25% na taxa de juros; prazo de pagamento de até 16
anos, quando envolvidos os recursos dos Fundos Constitucionais e até 8 anos,
com até 5 anos de carência, quando envolver as demais fontes de recursos.
O fomento de política pública ao crédito rural, em parceria com o Banco
BASA e Banco do Brasil, destaca-se a linha de crédito PRONAF (Programa
Nacional do Fortalecimento da Agricultura Familiar), sendo aplicado no Projeto
109
de Assentamento União I, as modalidades PRONAF A e PRONAF mais
alimentos. Esses investimentos são empregados para iniciação ou ampliação
da pecuária leiteira e aumento na produção de alimentos, além de melhoria na
infraestrutura da propriedade, como curral e cerca.
5.6.3. Capacitação Profissional
O município de Parecis atualmente oferece diversos cursos
profissionalizantes, disponibilizados por diferentes entidades.
O SENAR atua com a missão de desenvolver atividades de Formação
Profissional Rural e atividades de Promoção Social voltadas para o "Homem
Rural", contribuindo com sua profissionalização, integração na sociedade,
melhoria da qualidade de vida e pleno exercício de cidadania. Através da
parceria com a EMATER/ATER tem disponibilizado cursos, ministrados dentro
do assentamento, nas temáticas: pintura em tecidos e fabricação de queijos e
doces.
Figura 110: Comercialização dos doces produzidos
A EMATER/ATER, constituída por equipes multidisciplinares,
acompanha os desejos dos agricultores dentro do assentamento, com isso,
vem organizando e ministrando cursos em diferentes dimensões, sendo na
produtiva, realizado no PA União I, os cursos sobre condução da lavoura
cafeeira, manejo do gado leiteiro e atividade de piscicultura. Na dimensão
socioeconômica, foram realizados os cursos sobre segurança alimentar e
nutricional, preparo de doces de origem vegetal. E na dimensão
socioambiental: palestras sobre preservação de matas ciliares.
110
Figura 111: Capacitação rural
A UNIR em Rolim de Moura oferece cinco cursos de graduação
(Agronomia, Pedagogia, História, Medicina Veterinária e Engenharia Florestal),
com portas abertas para receber alunos dos assentamentos, dos distritos, dos
núcleos urbanos, do município e dos municípios vizinhos.
5.7. Serviços Sociais Básicos
Compete à Secretaria de Ação Social a execução as ações político-
administrativas com relação às esferas estadual e federal; o apoio às
atividades relacionadas a ações comunitárias; atuar na orientação e
recuperação social e integrar-se aos projetos sociais de outras políticas
públicas, que visem o desenvolvimento e o atendimento à população usuária.
O combate às consequências geradas pela pobreza como a exclusão
social, a garantia de acesso às políticas públicas essenciais para a vida como
educação, saúde, cultura, esporte e lazer e o desenvolvimento de uma política
de inclusão social das camadas mais pobres da população são as diretrizes da
Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS.
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unidade
pública da política de assistência social, de base municipal, integrante do
SUAS, localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco
social, destinado à prestação de serviços e programas assistenciais de
proteção social básica às famílias e indivíduos. As atividades desenvolvidas
são:
-Emissão da CTPS;
111
-Cursos profissionalizantes oferecidos pelo CRAS que ajudem no
aumento da renda familiar
-Emissão do Passe Livre Federal aos idosos com idade ≥ 60 anos;
-Emissão do Passe Livre Estadual aos idosos com idade ≥ 65 anos;
-Emissão de passe estadual para deficientes;
-Encaminhamento de pessoas encaminhadas ao INSS para recebimento
do BPC (Benefício de Prestação Continuada);
O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC-
LOAS, é um benefício da assistência social, integrante do Sistema Único da
Assistência Social – SUAS, financiado pelo Governo Federal, cuja a
operacionalização do reconhecimento do direito é do Instituto Nacional do
Seguro Social – INSS e assegurado por lei, que permite o acesso de idosos e
pessoas com deficiência às condições mínimas de uma vida digna.
O idoso deverá comprovar que possui 65 anos de idade ou mais, que
não recebe nenhum benefício previdenciário, ou de outro regime de
previdência e que a renda mensal familiar per capita seja inferior a ¼ do
salário mínimo vigente.
O Programa Viver Melhor tem a intenção de proporcionar diversão,
assistência e qualidade de vida ao público da terceira idade. Através da
Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS), além do acompanhamento
físico serão desenvolvidas atividades recreativas, acompanhamento
psicológico e demais ações que proporcionem uma melhor qualidade da vida
para a terceira idade do município.
PAIF/CRAS
População em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza,
privação ou ausência de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos,
com vínculos familiares, comunitários e de pertencimento fragilizados e
vivenciam situações de discriminação etária, étnica, de gênero ou por
deficiências, entre outros.
A secretaria de ação social oferece o auxílio funeral para famílias de
baixa renda com um salário mínimo, oferece abrigo para crianças e
adolescente em situação de vulnerabilidade social.
112
5.7.1. Educação
A estrutura educacional do Município de Parecis é composta por três
escolas municipais, incluindo educação infantil e ensino fundamental, e uma
escola estadual com ensino fundamental e médio.
Quadro 4: Escolas existentes no município de Parecis - RO
Escola Esfera Ensino Alunos Funcionários
E.E.E.F.M Benedito Laurindo Gonçalves Estadual
Fundamental e Médio
325
33
E.M.E.I.E.F José Cestari Municipal Infantil e Fundamental
586
54
E.M.E.F Antônio Cândido Silveira Municipal Fundamental
28
02
E.M.E.F Dom Pedro II Municipal Fundamental 22 02
APAE Maria Divina Mercly Municipal Especial 21 05 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (2014)
O município oferece aos professores com intuito de aprimorar o
conhecimento dos profissionais cursos como: PROINFO, PROLETRAMENTO,
EDUCAÇÃO ATIVA e de GESTÃO. As escolas trabalham com projetos
políticos pedagógicos como PROEMI, Mais Educação e Atleta na Escola, e
apoio da supervisão geral do município.
O Projeto de Assentamento União I não possui nenhuma estrutura física
escolar. As escolas estão distribuídas da seguinte maneira, duas maiores
localizadas na zona urbana, ou seja, a população rural é dependente do
transporte coletivo escolar, e as duas menores na zona rural, sendo uma
localizada na linha 90 Kapa 00 e a outra na APROSAP do PA Rio São Pedro.
As aulas são diárias de segunda às sextas-feiras das 7:30 h a 11:30 h
período matutino e das 12:30 h as 16:45 h no período vespertino, há também
aula em alguns sábados para a conclusão e fechamento do calendário letivo.
De acordo com o levantamento de dados, um dos problemas do projeto
de Assentamento União I frente a educação é a necessidade de instalação de
infraestrutura escolar no assentamento para atender a demanda de
alfabetização de adultos. Os agricultores estão satisfeitos com a qualidade de
113
ensino oferecida pelos professores, porém estão insatisfeitos com a falta de
segurança no transporte escolar.
Merenda Escolar
A alimentação da escola é atendida pelo PNAE – Programa Nacional de
Alimentação Escolar, porém ainda não há alimentos oferecidos pela agricultura
familiar da região, já que o programa exige a compra de no mínimo 30%
dessas famílias. O fato é que a produção dos assentamentos ainda é baixa, e a
utilização de agrotóxico é alta, visto que é uma exigência a não utilização
destes.
NÍVEL DE ESCOLARIDADE DO ASSENTAMENTO
Desde o início do século passado, pessoas que não podiam mais viver
do seu trabalho foram obrigadas a buscar alternativas em outras regiões. O
êxodo rural possibilitou a saída dos jovens muito cedo da casa de seus pais,
fazendo com que os mesmos tivessem que trabalhar como prestadores de
serviço para poder se manter, logo, o abandono dos estudos era previsível.
Outros na época eram impossibilitados de frequentassem a escola pelos
próprios pais, para que pudessem ajudar no roçado, gerando renda para o
sustento da família. Essa é uma realidade que perpetuou por muitos anos, e
que hoje faz parte da história da maioria dos agricultores do PA União I, do
qual em seus relatos, retratam uma vida de muita luta iniciado desde a infância
o trabalho no campo.
O retrato dos assentamentos da reforma agrária é representado por
agricultores que lutaram por muitos anos para conseguirem um pedaço de terra
na região amazônica, trabalharam o suficiente que não tiveram mais tempo de
parar e estudar. Conforme mostra a Figura 112, no projeto de Assentamento
União I a realidade não é diferente.
114
Quadro 5: Grau de Escolaridade da população do PA União I por Faixa Etária
Fonte: Autodiagnóstico (2014)
Figura 112: Escolaridade da população do PA União I (Autodiagnóstico, 2014)
Atualmente, a falta de oportunidade de educação para adultos é um
problema apontado pelas famílias que vivem no assentamento.
A descontinuidade dos estudos (Figura 113) representa uma taxa de
91% dos beneficiários do PA União I.
Figura 113: Descontinuidade dos estudos no PA União I (Autodiagnóstico, 2014)
FAIXA ETÁRIA
ANALFABETO
ESCOLARIDADE
ENSINO MÉDIO ENSINO
SUPERIOR Total EDUCAÇÃO
INFANTIL ENSINO FUNDAMENTAL
Até 6 1 1
7 a 10 6 1 7
11 a 14 9 3 12
15 a 17 6 6 12
18 a 24 2 1 11 14
25 a 40 1 19 16 1 34
+ de 40 9 50 12 71
TOTAL 10 78 45 21
115
5.7.2. Saúde e Saneamento
Em Parecis, há um hospital Municipal de pequeno porte, com uma média
de oito leitos, porém não há divisão de alas, os leitos são separados de acordo
com os quartos. A seguir, o Quadro 6, caracteriza a infraestrutura do Hospital
Municipal, neste realiza-se exames laboratoriais de sangue, urina e fezes,
sendo os principais: hemograma completo, glicemia em jejum, colesterol, Aslo,
Psr (funções reumáticas) e Fr (fator reumático). No entanto, a maioria dos
casos, sendo estes mais graves, são encaminhados aos municípios vizinhos,
com São Felipe do Oeste, Cacoal ou até mesmo para Porto Velho.
Quadro 6: Caracterização da Infraestrutura do Hospital Municipal
INFRAESTRUTURA DO HOSPITAL FRANCISCO AMARAL DE BRITO
*01 sala de exame; *08 leitos; *01 autoclave; *01 estufa; *01 sala de ultrassom simples; *01 lavanderia; *01 almoxarifado de estoque de medicação; *01 farmácia básica; *01 sala de administração; *01 sala odontológica; *01 depósito de material de limpeza; *02 salas de distribuição; *01 sala de nutrição; *01 copa, 01 cozinha e 01 refeitório; *02 enfermarias; *01 laboratório de análise clínica;
Emergência:
*01 sala de recepção; *01 sala de espera; *01 sala de triagem; *01 sala de observação; *01 sala de pronto-atendimento;
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2014)
O atendimento hospitalar é feito por ordem de chegada ou grau de
gravidade, não há preferência de atendimento para a zona rural. No município
116
é acompanhado o pré-natal e os RN’s (recém-nascidos) no hospital recebem
as devidas vacinas necessárias (Hepatite B e BCG).
As consultas que não são realizadas no município são agendadas pelo
próprio hospital para as cidades citadas anteriormente. Em relação aos
medicamentos, o município fornece os que estão de acordo com o protocolo do
SUS. O hospital dispõe de uma ambulância para o transporte de pacientes
transferidos ou encaminhados a outras localidades.
O PSF – Programa de Saúde da Família é realizado por duas equipes
de multiprofissionais, compostas por médico, clínico odontológico, técnico em
saúde bucal, enfermeiro, técnico de Enfermagem e Agente de Saúde.
Quadro 7: Quadro de funcionários da saúde no município de Parecis-RO
QUADRO DE FUNCIONÁRIOS HPP FRANCISCO AMARAL DE BRITO
*03 médicos; *01 enfermeira; *10 técnicos de enfermagem; *02 auxiliares; *01 bioquímico farmacêutico; *01 técnico em laboratório;
PSF: *01 médico; *01 técnico de enfermagem; *01 enfermeiro; *01 clínico odonto; *01 técnico em saúde bucal; *15 agentes comunitários de saúde;
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2014)
O projeto assentamento União I foi contemplado com uma Unidade
Básica de Saúde, que encontra-se em fase de conclusão da construção. O
projeto possui uma estrutura com uma sala de emergência/curativo; uma sala
de consulta médica; um almoxarifado; uma sala odontológica; uma sala de
consulta de enfermagem; uma sala de vacina e triagem; dois banheiros
(masculino e feminino) adaptados para idosos e deficientes físicos.
117
Figura 114: Unidade Básica de Saúde PA União I
Situação da saúde no PA União I
No assentamento União I, o atendimento à saúde é oferecido pelo
programa de saúde da família, o qual os agricultores são acompanhados em
suas residências por um (a) agente de saúde.
Os principais programas de saúde do SUS que atendem ao município de
Parecis são:
-Programa da saúde da mulher que realiza o preventivo, pré-natal, e
orientações de saúde como o auto-exame das mamas, planejamento familiar e
etc.
-Hiperdia: programa que acompanha pacientes portadores de
hipertensão e diabetes. Fazendo o controle da glicemia e PA - Pressão Arterial
mensalmente.
-Bolsa família: a pesagem das crianças beneficiárias do programa bolsa
família é acompanhada mensalmente na unidade.
-PACS (Programa Agentes Comunitários de Saúde);
-SINAN (Sistema de Informação de Agravo e Notificação);
-SIM (Sistema de Informação de Mortalidade);
-SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional);
-SINASC (Sistema de Informação sobre nascidos Vivos);
-Programa Nacional de Controle da Hanseníase – MH;
Saneamento Básico
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o saneamento básico
é o gerenciamento ou controle dos fatores físicos que podem exercer efeitos
nocivos ao homem, prejudicando seu bem-estar físico, mental e social.
118
O Projeto de Assentamento União I não possui qualquer representação
mínima de saneamento básico, pois não há recolhimento de lixo doméstico,
abastecimento de água potável e esgotamento sanitário. O uso de fossa negra
é representado por 57% dos assentados e ocupantes (Figura 115). Com o
benefício do crédito instalação, para aquisição de materiais de construção
proporcionará a fossa séptica a 53 famílias do assentamento, este fator é uma
potencialidade do assentamento.
Figura 115: Destino do esgoto (Autodiagnóstico, 2014)
O destino do lixo é um fator preocupante tanto na área social de saúde,
quanto na área ambiental, apesar de estarem relacionados. O elevado índice
de famílias que utilizam do método de queimar o lixo como opção de destino
final (Tabela 9), o que contribui no desenvolvimento de doenças do aparelho
respiratório, principalmente em crianças e idosos, já que muitas vezes
embalagens tóxicas estão presentes no meio do lixo, como é o caso das
embalagens de agrotóxicos. A ATER/EMATER em parceria com a IDARON,
realizou no mês de junho de 2012, a coleta de embalagens vazias de
agrotóxicos no assentamento, para que fossem devolvidas ao posto de
recolhimento.
119
TABELA 9: Destino do lixo orgânico e inorgânico e das embalagens de
agrotóxicos vazias no PA União I
Destino
Lixo Embalagens de
Orgânico Inorgânico agrotóxicos vazias
Adubação 7 Descarte 71 Aterro
7
Queima
71 6 Céu aberto
5 Reciclagem
Posto de Recolhimento
65 Reutilização
2 Outro
Fonte: Autodiagnóstico (2014)
Tratamento de água
A água é uma das maiores fontes de proliferação de microrganismos. No
Assentamento PA União I, a predominância do uso de hipoclorito como
tratamento da água (Figura 116), em algumas situações não procede como o
melhor recurso, isso porque alguns agricultores não sabem a dosagem certa a
ser utilizada para que tenha eficácia. O número de agricultores que não fazem
nenhuma medida de tratamento é preocupante, uma proporção muito elevada,
representada por 28% das famílias do PA. Isso reflete no alto índice de
doenças causadas por verminoses.
Figura 116: Tratamento de água aplicado no PA União I (Autodiagnóstico, 2014)
120
5.7.3. Cultura e Lazer
A falta de lazer no assentamento é um dos fatores sociais citados como
problema pelos assentados. Apesar das poucas opções, predomina no
Assentamento União I, os jogos esportivos (futebol), festas religiosas e festas
alusivas a datas comemorativas, como dia das mães, dos pais e das crianças e
festas juninas (Figura 117).
Figura 117: Participação em eventos sociais no PA União I (Autodiagnóstico, 2014)
Todo município tem a tradição em realizar as feiras comunitárias, tem
como atrativo as comidas típicas e comercialização de produtos agropecuários,
no ano de 2013 expôs os primeiros resultados oriundos da Assistência Técnica
e Extensão Rural – ATER/INCRA/EMATER, que tem sido parceira dos meios
culturais, onde agricultores do PA União I e demais assentamentos do
município de Parecis, puderam expor seus produtos de artesanato e produção
caseira de doces e pães, bem como a produção agrícola dos assentamentos.
Figura 118: Feira municipal
121
A equipe de ATER/INCRA/EMATER, também proporcionou diferentes
eventos à comunidade, dentre as datas comemorativas do calendário nacional,
como Dias das Mães e Dia das Crianças.
Figura 119: Festa comunitária
O município de Parecis também oferece algumas opções de lazer como
à Exposição Agropecuária, que ocorre anualmente e atrai pessoas dos
municípios circunvizinhos, o que gera renda para o município. Além de trazer
artistas de outras regiões do país para abrilhantar o show do evento.
As belezas naturais também são pontos atrativos para o lazer e turismo,
pois a região de Parecis possui imensa riqueza em recursos hídricos, o que
representa um ponto forte para o Ecoturismo e pesca. A falta de condições
financeiras e dificuldade de acesso limitam o lazer dos assentados.
No ano de 2013, a equipe técnica de ATER/INCRA/EMATER, organizou
um intercâmbio tecno-produtivo aos assentados do PA União I à Estrela de
Rondônia, contribuindo com a cultura e lazer dos agricultores.
Figura 120: Intercâmbio em Estrela de Rondônia
122
5.7.4. Habitação
Com o objetivo de suprir as necessidades básicas, fortalecer as
atividades produtivas, desenvolver os projetos, auxiliar na construção de suas
unidades habitacionais, o INCRA oferece aos assentados das famílias dos
projetos de assentamento, o crédito Instalação que é concedido em várias
modalidades, dentre elas a aquisição de materiais para construção das casas e
aquisição de materiais para a reforma.
O assentamento é constituído de 100% das casas em madeira (Quadro
8) dezesseis anos atrás, aproximadamente, na abertura do PA União I, como
havia muita oferta de madeira na região, sendo então utilizada na construção
das casas pelos próprios assentados.
Quadro 8: Identificação do número, funcionalidade e qualidade das habitações no PA União I
Fonte: Autodiagnóstico (2014)
As novas casas construídas nas regiões de assentamentos estão sendo
feitas de alvenaria. O Assentamento União I foi contemplado em 2014 com
adesão de crédito instalação para construção de 61 novas moradias.
O contrato de crédito instalação apresenta a cláusula obrigatória da
construção do banheiro no interior da moradia com as devidas instalações
hidrossanitárias adequadas. O restante das modificações fica a critério dos
moradores, podendo recuperar telhado, madeiramento, esquadrias, ou ainda,
ampliar cômodos, instalar cerâmica e etc. Este benefício proporcionará
conforto, saúde e qualidade de vida aos assentados. Para a realização deste
N.º Padrão da
Casa
Cobertura Piso Instalação sanitária Instalação Hidráulica
Instalação Elétrica
telha terra cimento cerâmica
sem privada sanitário S N S N
Alvenaria
Barro taipa
61 Madeira 61 7 54 14 24 23 17 44 61
Lona
123
trabalho, a mão-de-obra pode ser aproveitada dos próprios beneficiários que
atuam, além de agricultores, como pedreiro, carpinteiro e eletricista.
Figura 121: Moradias no PA União I
5.8. Análise das limitações, potencialidades e condicionantes
As limitações variam conforme o nível de manejo do solo, bem como
florestal, e também conforme o contexto socioeconômico local, assim, diante
dos recursos escassos e com limitações intrínsecas relativas à união e
convivência coletiva, prevê-se que a criatividade será a solução, vivenciando a
idéia de que não existe ambiente ruim, há apenas usos inapropriados.
Segue abaixo a relação de problemas e potencialidades sugeridos pelas
famílias rurais durante o processo de autodiagnóstico do Projeto de
Assentamento União I, nas suas respectivas dimensões (social, infraestrutura,
econômica e ambiental):
DIMENSÃO SOCIAL Problemas:
-É difícil agendar consultas;
-Falta pediatra ;
-Falta medicamento;
-Faltam aparelhos de fazer exames no hospital;
-Falta segurança no transporte escolar;
-Falta uma quadra de esportes;
-Não tem espaço de lazer;
-Não tem aula noturna para os adultos;
-Falta atendimento médico no postinho;
-Dificuldade de acesso à ambulância;
-Falta atendimento odontológico no assentamento;
124
-Faltam cursos profissionalizantes, a exemplo informática.
Potencialidades:
-Energia;
-Igrejas;
-Posto de saúde;
-merenda escolar;
-Festividades das igrejas;
-Associação;
-Campinho de futebol.
INFRAESTRUTURA Problemas:
-Falta de transporte de linha;
-Má conservação das estradas;
-Pontes em péssimo estado de conservação;
-Falta de disponibilidade de insumos agrícolas como calcário;
-Não tem transporte de escoamento da produção para comercialização
na feira municipal.
Potencialidades:
-Energia;
-Igreja;
-Associação;
-Tanque resfriador de leite;
-Área de Pastagem;
-Recuperação de pontes;
-Recuperação de estradas;
-Assessoria técnica da ATER/INCRA/EMATER;
-Trator;
-Transporte escolar.
DIMENSÃO ECONÔMICA Problemas:
-Solos fracos;
-Ataque de pragas (cigarrinhas, cupins, vaquinhas, lesmas, formigas);
-Falta de escoamento da produção;
-Baixo preço dos produtos agrícolas;
-Proibição das queimadas para fins agrícolas;
-Falta de investimento na agricultura;
-Morosidade da regularização fundiária;
125
-Burocracia do INCRA
-Dificuldade de acesso ao crédito (burocracia).
Potencialidades:
-Terra para produzir;
-Produção leiteira;
-Granelização do leite;
-Suínos;
-Criação de aves;
-Produção cafeeira;
-Plantio de mandioca;
-Plantio de pimenta-do-reino;
-Hortas domésticas;
-Cultivo de frutíferas em pomar;
-Adubação orgânica;
-Feira municipal.
DIMENSÃO AMBIENTAL Problemas:
-Queimadas;
-Poluição do ar;
-Excesso de poeira;
-Assoreamento dos rios, devido derrubada nas margens;
-Secas prolongadas;
-Perda das produções;
-Enchentes;
-Desmatamento;
-Desaparecimento de espécies de animais silvestres;
-Falta do Licenciamento ambiental;
-Uso indiscriminado de agrotóxicos;
Potencialidades:
-Preservação das margens dos rios;
-Presença de animais silvestres;
-Solo;
-Clima;
-Beleza da paisagem natural;
-Extração de ervas medicinaiss;
-SAF’s (Sistemas Agroflorestais);
-Exploração de madeira para cerca;
-Coleta itinerante de recolhimento das embalagens de agrotóxico;
126
6. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO PROJETO DE ASSENTAMENTO UNIÃO I
6.1. Apresentação
Plano de Desenvolvimento do Projeto de Assentamento União I com a
participação do programa de Assistência Técnica e Extensão Rural à Reforma
Agrária ATER/INCRA/EMATER 2014, que dará direção às atividades sócio-
econômicas-ambientais, construído coletivamente mediante realização de
oficinas em que envolveram - se agricultores e agricultoras do PA União I.
Desta forma foi possível atingir a todos os responsáveis pelo comprometimento
de realizar ações nas dimensões: social, ambiental, infraestrutura e econômica
para o alcance do desenvolvimento do Assentamento.
Este plano de ação está apoiado numa análise ampla e interdisciplinar
que articula as distintas dimensões da realidade e envolve os diferentes atores,
desde os níveis governamentais até a comunidade organizada em torno de
propostas concretas na busca de soluções criativas.
A relevância do documento repousa principalmente no acúmulo de
discussões através das quais levantaram-se os desafios, necessidades e
expectativas da realidade do PA União I. Com base no Autodiagnóstico foram
estruturadas as políticas públicas e as estratégicas para promover ações de
proteção, recuperação e ampliação das necessidades sócio-econômico-
ambientais, visando ao desenvolvimento sustentável em níveis local, regional e
nacional.
Os programas constantes do documento pretendem articular a demanda
entre os agricultores e agricultoras do PA União I e os parceiros representantes
da sociedade no âmbito, local, regional e nacional, promovendo a auto-
sustentabilidade e oportunizando a participação direta dos atores envolvidos no
processo, promovendo o direito ao exercício da cidadania em seu ambiente.
O novo plano pretende enfrentar alguns desafios como: ampliar as
ações de programas que hoje já estão presentes no PA União I; criar novos
programas focando o fortalecimento do assentamento e sociedade civil;
aprofundando a inserção das políticas públicas, através da participação nas
diversas instâncias de representações na comunidade.
127
Espera-se que o Plano de Desenvolvimento do Assentamento União I,
tendo em vista uma relação dialógica entre os sujeitos envolvidos, seja apenas
o começo da implementação do desenvolvimento sustentável no setor de
Desenvolvimento Agrário do Estado de Rondônia.
6.2. Objetivos e Diretrizes Gerais
● Contribuir para a melhoria da qualidade do meio rural do PA União I,
tendo como foco o fortalecimento da agricultura familiar, buscando a
competitividade da agricultura rondoniense, bem como adequando os produtos
às exigências dos consumidores;
● Estimular a produção de alimentos regionalmente adaptados, bem
como a diversificação de cultivos, visando alcançar a segurança alimentar
sustentável da população;
● Estimular e apoiar o desenvolvimento rural, através de ações de
caráter educativo, executadas conjuntamente com entidades parceiras públicas
e privadas, com vistas à execução e implementação de ATER, voltados para a
saúde, educação, nutrição, fomento, agroindústria, armazenagem,
comercialização e meio ambiente;
● Participação nas políticas agrícolas nas esferas Federal, Estadual e
Municipal;
● Adotar o planejamento das ações com base no território rural, sempre
considerando os aspectos econômicos, sociais, ambientais, culturais e políticas
de desenvolvimento sustentável;
● Apoiar os agricultores familiares no resgate do saber local, capaz de
servir como ponto de partida para ações transformadoras da realidade;
● Potencializar processos de inclusão social e de fortalecimento da
cidadania, levando em consideração os aspectos éticos, étnicos, culturais,
sociais, econômicos, políticos e ambientais;
● Estimular a utilização de tecnologias apropriadas e o aproveitamento
dos recursos naturais, com base no zoneamento socioeconômico e ecológico
do Estado;
128
● Elaborar estudos estratégicos que visem agregar valores à produção e
favoreça maior eficácia produtiva e inovadora das organizações de produtores,
com intuito de projetá-las no ambiente competitivo;
● Contribuir na orientação dos processos de organização social rural e
de capacitação de produtores, de jovens e de mulheres rurais;
● Manter a sociedade informada do papel exercido pela ATER/ INCRA
no contexto da economia rondoniense, intensificando e ampliando a
comunicação social, a fim de criar uma imagem positiva da instituição,
sobretudo perante os beneficiários de ATER.
6.2.1. Organização Espacial
● Promover o fortalecimento da infraestrutura física, social e produtiva,
através de novas estruturas e/ou manutenção das existentes;
● Facilitar acesso a linhas de crédito que possam contemplar os projetos
produtivos;
● Trazer ao PA iniciativas públicas que viabilizem opções de lazer e de
práticas culturais no assentamento.
6.2.2. Serviços e Direitos Sociais Básicos
● Promover a melhoria na qualidade de vida e das condições de trabalho
dos assentados através do fortalecimento dos serviços sociais básicos (saúde,
educação e saneamento);
● Viabilizar as famílias assentadas, educação de qualidade, por meio de
um programa de educação voltado para o meio rural adequado a realidade,
que respeite e valorize a cultura local; Erradicar o analfabetismo; Zelar pela
inclusão da população assentada nos programas de educação formal, especial
e continuada; Garantir capacitação profissional para atender aos programas
sociais e produtivos;
● Melhorar a circulação nas estradas internas e de acesso para atender
seguramente ao transporte escolar;
● Proporcionar o acesso a saúde através da implantação de estrutura
operacional e funcional de saúde para atender as famílias no PA, com serviços
gerais, principalmente de primeiros socorros e exames preventivos; Garantir o
129
atendimento médico e odontológico da população através de programas
curativos (oferecidos pelo SUS) e preventivos (saneamento e tratamento da
água, entre outros);
● Estimular práticas esportivas, culturais e de lazer, através de
campeonatos, feiras, eventos religiosos, entre outros;
● Promover ações de inclusão das famílias assentadas em políticas
públicas, aos programas sociais, atividades cívicas e de regularização de
documentos.
6.2.3 - Sistemas Produtivos
● Melhorar a qualidade do sistema produtivo agrícola através da
incorporação dos princípios da agroecologia;
● Adotar tecnologias para recuperar áreas degradadas, e para
neutralização de acidez e fertilização do solo;
● Adotar tecnologias para agregação de valor da produção,
especialmente na produção de leite, mandioca, banana, abacaxi e maracujá;
● Melhorar a qualidade do sistema produção e criação de animais, com
tecnologias para a bovinocultura leiteira e a criação em sistema colonial de
aves e suínos;
● Desenvolver a capacidade produtiva dos assentados, através de
promoção de eventos de capacitação profissional e o fortalecimento da
assistência técnica contínua;
● Buscar nichos de mercado como os programas PAA e PNAE.
6.2.4. Meio Ambiente
● Estimular o uso racional dos recursos naturais renováveis, mediante
aplicabilidade de projetos de recuperação e conservação de reserva legal e
áreas de preservação permanente;
● Promover eventos de educação ambiental para sensibilização da
comunidade, a fim de promover a difusão de conhecimentos e adoção de
práticas conservacionistas de manejo do solo;
● Desenvolver projetos sustentáveis para evitar os danos ambientais
referentes ao uso indiscriminado de agrotóxicos.
130
6.2.5. Desenvolvimento Organizacional
● Incentivar e fortalecer as formas de organizações sociais (associação
rural e grupo informal de mulheres rurais) existentes no PA;
● Estimular o envolvimento e participação ativa das mulheres e jovens
rurais na associação;
● Fortalecer e intensificar o trabalho da coordenação gestora do Plano
de Desenvolvimento do Assentamento.
6.2.6. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento à Implantação do Plano
A equipe técnica de ATER está inserida na base da implantação do
plano de Desenvolvimento do assentamento, tendo em vista a execução do
programa. A participação dos técnicos nas negociações e discussões,
acontece de forma integrada dentro do que a sua competência técnica lhe
permite, acreditando que sem a participação integrada das famílias que são os
maiores interessados no processo, não há possibilidade de êxito do programa.
O objetivo principal é a assessoria técnica, social e ambientalmente às
famílias assentadas, tornando-os unidades de produção estruturadas, inseridas
de forma competitiva no processo de produção, voltadas para o agronegócio da
agricultura familiar.
A equipe técnica e assentados devem agir de forma integrada e
participativa, acreditando na trabalho de desenvolvimento dos parceiros
municipal e regional, de forma ambientalmente sustentável, tomando como
referência o PDA, o que será expresso nos projetos executivos para ampliação
do potencial produtivo e introdução de processos de beneficiamento, além dos
cuidados dirigidos à comercialização e aos grupos sociais.
Para as atividades sociais de implementação do Plano, a equipe técnica
atuará com ações que terão o sentido de identificar recursos, viabilizar a
formulação do projeto executivo, acompanhar processos e projetos para
construção e melhoria da situação ocupacional do assentamento. As atividades
relacionadas à saúde serão acompanhadas com trabalhos de educação
continuada, cujas famílias rurais receberão orientações sobre saúde sexual e
131
reprodutiva; planejamento familiar; saúde do trabalhador rural; segurança
alimentar, saúde bucal e saúde preventiva através da atenção primária em
saúde, por meio de atividades com palestras, oficinas e dias especiais. Quanto
as atividades na dimensão econômica, a assessoria será realizada conforme
as técnicas de agroecologia, por meio de visitas, reuniões, palestras e cursos
nas temáticas recuperação de lavoura cafeeira, cultivo de hortaliças e
frutíferas, exigência nutricional e alimentar de matrizes leiteiras, manejo de
pastagem e formação de área de capineira. A assessoria técnica ambiental de
ATER do INCRA desenvolverá esforços que estimulem trabalhos de Educação
Ambiental, em parceria com o SEDAM/GEAV; promoverá visitas temáticas
sobre questões ambientais; subsidiará a identificação de demanda , elaboração
e aplicação do crédito ambiental, para apoiar o desenvolvimento de ações de
reposição de áreas de Reserva Legal, via implantação de SAF’s; promoverá
mutirão para coleta e destinação de embalagens de agrotóxicos (IDARON),
para estender aos agricultores, a devida destinação dos resíduos sólidos;
assessorará na implantação de viveiros de espécies frutíferas e florestais;
levará conhecimentos e esclarecimentos sobre os dispositivos legais inerentes
ao meio ambiente (CONAMA); sensibilizará parceiros e jovens agricultores
quanto às questões ambientais que ocorrem no PA; Facilitará o acontecimento
de cursos existentes nos diversos temas ambientais do SENAR. Os parceiros
para estas atividades orientadoras do processo de desenvolvimento
sustentável serão: SEMAGRI, Prefeitura Municipal de Parecis, SEDAM/GEAV,
SENAR demais entidades governamentais ou não governamentais afins.
6.3. Programas
O PDA é um plano estruturado em uma visão holística do Assentamento,
em que a articulação de todos em torno de um único objetivo, gera a promoção
do desenvolvimento sustentável visando a inclusão social das famílias do PA
União I.
A sensibilização dos agricultores e de suas famílias sobre o sentido da
reforma agrária promoveu um entendimento de que não é a penas uma política
que gera transformações na realidade do assentamento. Deste modo o objetivo
132
desejado de sensibilização e participação ativa na implementação do plano por
parte das famílias, torna-se cada vez mais real.
As ações propostas convergem para a construção de um ambiente
favorável ao desenvolvimento do projeto de assentamento União I, zelando
pela responsabilidade na aplicação dos recursos públicos e pelo seu retorno
social.
O plano exigirá um modelo de gestão com distribuição de
responsabilidades entre as organizações sociais existente, com efetiva
participação dos agricultores e agricultoras, dos jovens, com os movimentos
sociais, com as entidades govenamentais e não-governamentais nas esferas
local, regional e nacional; com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA) e a empresa de prestação de serviços de ATER, a
EMATER/RO. O modelo será detalhado no programa de desenvolvimento
organizacional de gestão do PDA.
6.3.1. Programa Organização Espacial
Conforme as premissas levantadas durante as oficinas coletivas, foi
possível verificar que a organização espacial do PA União I necessita melhoria
da estrutura física da organização social, com ambientes distintos para
reuniões, espaço para realização de capacitações profissionais e também área
de lazer, porém a maior preocupação está voltada para falta de disponibilidade
de água potável no assentamento. Outra questão priorizada está relacionada
ao escoamento da produção agrícola. Para estes três problemas priorizados
pelos assentados, acredita-se que o plano de ação preconizado na agenda de
prioridades da dimensão de infraestrutura (Tabela 10), estabelecido
coletivamente nas oficinas consiga concretizar as prováveis soluções. Além
destes, também foram elencados problemas na questão de regularização
fundiária e a necessidade de implantação de agroindústrias com a observação
de que a produção agropecuária fortemente presente no PA União I é a cadeia
do leite, seguida do cultivo de frutíferas, sendo então recomendado,
primeiramente a capacitação profissional das famílias dispostas a atuar na
condução dos trabalhos na agroindústria, quer seja na produção de derivados
133
do leite, ou na produção de alimentos de origem vegetal, com potencial para
doces, compotas e geleias ou preparo de polpas de frutas.
TABELA 10: Agenda de prioridades e plano de ação da dimensão
infraestrutura
PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO INFRAESTRUTURA
Problema Solução Como fazer? Quem vai fazer? Até quando fazer?
I. Falta sede adequada Construir a sede
Elaborar projeto via associação dos produtores rurais Coordenadoria de 22/04/2.015
da associação da ASPRAU e encaminhar aos Infraestrutura e
parceiros: Prefeitura Equipe de ATER
e Governo do Estado
II. Falta água potável Perfurar cinco
Apresentar demanda através de encaminhamento Coordenadoria de 22/04/2.015
poços semi- para FUNASA Infraestrutura e
artesianos no PA
Equipe de ATER
III. Falta transporte para Ter acesso ao Solicitar mediante Coordenadoria de 22/04/2.015
escoamento da caminhão que ofício a Secretaria Infraestrutura e Produção transporte a Municipal de Equipe de ATER Produção Agricultura
Fonte: Autodiagnóstico (2014)
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
O Programa de Cadastro de Terras e Regularização Fundiária viabiliza
aos agricultores familiares a permanência na terra, por meio da segurança
jurídica da posse do imóvel. Permite também o conhecimento da situação
fundiária brasileira, tornando-se um instrumento para o planejamento e a
proposição de políticas públicas locais, como o crédito rural e a assistência
técnica. São beneficiários do Programa os pequenos posseiros e os
proprietários dos imóveis rurais objetos da ação de cadastro e regularização
fundiária. As áreas prioritárias são aquelas nas quais há ocorrência de posses
passíveis de titulação, incidência de “grilagens”, concentração de pequenas
propriedades bem como as áreas onde existam projetos de desenvolvimento
territorial e local.
Com base nos cadastros literal e gráfico dos imóveis, os técnicos do
INCRA poderão identificar os imóveis passíveis de regularização. Aqueles que
134
estiverem em terras devolutas, as quais deverão ser arrecadadas pelo Estado
para processo de regularização, poderão receber o título de posse. Mas, para
isso, o posseiro terá que comprovar por meio de documentos que mora na
terra, vive dela e pratica a agricultura familiar. O limite da área não deverá
ultrapassar 100 hectares, para terras devolutas federais ou de 100 a 250
hectares, para terras do estado.
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO PROJETO
DE ASSENTAMENTO
O programa tem a finalidade de promover ou recuperar projetos de
assentamentos rurais de infraestrutura básica necessária à viabilização do
processo produtivo e do desenvolvimento sustentável, tendo a função de
organização agrária. A priorização é feita a partir do levantamento das
demandas de infraestrutura, dos Projetos de Assentamento a serem
beneficiados com a implantação ou recuperação de estradas viciais, rede
elétrica, saneamento básico e sistemas de captação de e distribuição de água
e etc, visando proporcionar as condições físicas necessárias para o
desenvolvimento sustentável dos Assentamentos. Os trabalhos relativos ao
desenvolvimento do projeto de assentamento serão planejados e executados
com a efetiva participação da comunidade assentada, de modo a estimular a
organização comunitária. A infraestrutura será implantada, pela ordem de
prioridade, por meio de parcerias municipais, estaduais ou execução direta. A
Base Legal está contida na Constituição Federal; Lei 4.504/1964 e Medida
provisória nº 2.183-56/ 2001.
PROGRAMA TERRA SOL
O Terra Sol é uma ação de fomento à agregação de valor à produção.
Apoia a agroindustrialização e a comercialização por meio da elaboração de
planos de negócios, pesquisa de mercado, consultorias, capacitação em
viabilidade econômica e gestão e implantação/recuperação/ampliação de
agroindústrias. Atividades não agrícolas - como turismo rural, artesanato e
agroecologia, também são apoiadas. A Ação foi criada em 2004 e faz parte do
Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA) e do Plano Plurianual (PPA) que
define os programas prioritários do Governo Federal. A Ação Terra Sol visa
135
propiciar o aumento de renda dos Projetos de Assentamentos da reforma
agrária, por meio de atividades socioeconômicas sustentáveis, valorizando as
características regionais, experiências e potencialidades locais, com ênfase na
Agroecologia.
Os assentados e assentadas da Reforma Agrária em Projetos de
Assentamento implantados ou reconhecidos pelo Incra podem participar do
Terra Sol, por meio de projetos coletivos, elaborados com a participação efetiva
dos beneficiários e proposto por suas entidades representativas. Projetos
realizados em parcerias com prefeitura municipal e o Estado são muito
importantes, especialmente para ações que envolvam aquisição de
equipamentos, construções e reformas. A proposta e o projeto devem nascer
da vontade das pessoas em trabalhar conjuntamente para agregar valor a seus
produtos aumentando assim sua renda. Com a organização dos interessados e
o apoio de sua entidade representativa, deverá ser elaborada uma proposta
contendo o Projeto Básico e o Plano de Trabalho a ser encaminhado para a
Superintendência Regional do Incra (SR) do Estado responsável pelo Projeto
de Assentamento envolvido. Este momento deve ser acompanhado pelo
técnico da assistência técnica (ATER) do Incra do Estado e de parceiros
interessados na implantação do projeto. Em princípio, pode ser proposto
qualquer negócio, desde que possibilite a agregação de renda para os
assentados e esteja dentro dos seguintes eixos: agroindustrialização,
comercialização, atividades pluriativas e agroecologia. Priorizam-se aqueles
negócios nos quais esteja prevista a utilização de matéria prima do próprio
assentamento, que trabalhe o desenvolvimento sustentável, a agroecologia e
que tenha a participação do maior número de famílias de assentados, incluindo
a mulher e o jovem.
136
Quadro 9: Cronograma das atividades da organização espacial do PA União I
Nº. Atividade Meses
J
AN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
A
GO
SET
OUT
NOV
DEZ
1 Reunião com órgãos competentes
X X X
2 Elaboração de projetos para construção da sede da associação e das agroindústrias de derivados do leite e polpa de fruta
X X X X X X
3 Apresentar demanda da titulação ao INCRA
X X
4 Definir os pontos de distribuição de água
X X
5 Construir e concentrar as infraestruturas em âmbito central no assentamento
X X X X X X X X
Fonte: Autodiagnóstico (2014)
6.3.2. Programa Produtivo
O modelo de produção agrícola proposto nas oficinas de planejamento
participativo compatibiliza a aptidão agrícola do solo, o perfil sociocultural e a
disponibilidade de força de trabalho das famílias, sendo observado no decorrer
do processo de diagnóstico, certa resistência por parte dos assentados em
adotar tecnologias diferentes das tradicionais, um dos pontos preconizados
pelos mesmos, foi o uso de calcário para corrigir a acidez do solo, bem como a
utilização de defensivos para controle de pragas e doenças e uso de
fertilizantes para adubação de produção.
No entanto, tem-se trabalhado na premissa de que as tecnologias
tradicionais devem ser adequadas à realidade do assentamento e aplicadas
racionalmente, pois para realizar a calagem e a adubação deve-se
primeiramente realizar a análise de solo, de modo que conforme o resultado e
interpretação da mesma evitarão a subestimação e a superestimação de
aplicação desses insumos externos, sendo que a subestimação não
proporcionará adequada neutralização da acidez do solo, fazendo com que a
137
aplicação de fertilizantes seja desperdiçada devido fato da dinâmica de
absorção e disponibilidade de nutrientes do solo para a planta, dependa da
faixa de pH, geralmente entre 6,0 e 6,5 unidades de pH, além dos demais
parâmetros dos atributos físico-químicos do solo, como teor de argila (%), CTC
e poder tampão do solo.
Quanto à superestimação de calagem, se torna ainda mais dificultosa a
readequação da estrutura física do solo, sendo ainda mais preocupante em
solos que apresentam argilas caulinitas, provocando a perturbação no
esqueleto dimensional das argilas, o que causa a erosão do solo.
Na questão de utilização de defensivos, sabido da toxicidade destes, é
importante realizar a capacitação quanto a aplicação, que deve ser
preconizados os princípios de segurança, como uso de equipamentos
individuais de proteção, sabido dos agravos a saúde humana e do meio
ambiente, além desses defensivos serem utilizados somente no caso de
extrema necessidade, ou seja, quando o monitoramento de pragas e doenças
detectar a viabilidade econômica de uso e que o não controle dessas
infestações provocará perda total da produção, sendo sempre preferível
realizar a prevenção dos ataques, como realizar a rotação de culturas,
preservação de florestas como cultura isca para refúgio de pragas, além de
favorecer a condição do micro clima na lavoura.
Para recuperação da fertilidade natural dos solos e nutrição das plantas,
torna-se imprescindível a adoção de técnicas agroecológicas como, adubação
orgânica associada à adubação verde, uso de biofertilizantes e conservação do
solo.
De maneira que far-se-á a transição para uso da agroecologia na
temática de condicionante do solo, que além de melhorar a estrutura física do
solo através do incremento de matéria orgânica, automaticamente disponibiliza
nutrientes essenciais as plantas.
Um ponto bastante interessante dos modelos definidos pelos assentados
é a proposta da diversificação de atividades na unidade produtiva, associando
lavoura de culturas anuais e perenes, no sentido de garantir segurança
alimentar, renda mensal, renda sazonal e poupança para aplicação em
investimentos futuros. Apoia-se também no uso da biodiversidade, com suporte
de recursos biológicos e de paisagem, como a piscicultura.
138
Assim, os modelos estão delineados para áreas médias de 5,0 ha,
representados em áreas de 1,0 ha (Tabelas 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e
20), associando as culturas adequadas para os tipos de solos do assentamento
e necessárias para o incremento de renda as famílias e garantia da segurança
alimentar e nutricional das mesmas, como: arroz, feijão, milho, mandioca,
melancia, café, banana, bem como para produção animal, para os produtos
carne e leite, ofertando a quantidade e qualidade de alimento volumoso de
acordo com as exigências nutricionais de ruminantes, no caso a recuperação
de pastagens, formação e manejo racional de capineiras.
Tabela 11: Custo de recuperação de 1 ha de pastagem. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago
Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Destoca/enleiramento serviço contratado h/t 2,0 140,00 280,00
Gradagem serviço contratado h/t 3,5 60,00 210,00
Aplicação de calcário mão de obra familiar D 2,0 30,00 60,00
Replantio mão de obra familiar h/t 1,0 60,00 60,00
Adubação de cobertura mão de obra familiar D 4,0 30,00 120,00
Pulverização mão de obra familiar D 2,0 30,00 60,00
Subtotal 790,00
2 Custo – insumos
Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Adubação orgânica Esterco bovino M3 30,0 8,75 262,50
Adubação de cobertura uréia Kg 100,0 1,00 100,00
Adubação de cobertura cloreto de potássio Kg 100,0 1,40 140,00
Calagem calcário c/ frete T 2,0 130,00 260,00
Replantio sementes Kg 12,0 5,00 60,00
Controle de ervas daninhas herbicida L 2,0 64,00 128,00
Subtotal 950,50
Custo de produção total 1.740,50
Fonte: EMATER (2012)
139
Tabela 12: Custo de recuperação de lavoura cafeeira de 1 ha para produção estimada em 50 sc/ha/ano.
1 Custo - mão-de-obra e serviço pago Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Desbrota mão de obra familiar D 8,0 30,00 240,00
Poda mão de obra familiar D 10,0 30,00 300,00
Capina manual mão de obra familiar D 3,0 30,00 90,00
Capinas químicas mão de obra familiar D 4,0 30,00 120,00
Roçagem mecanizada mão de obra familiar D 2,0 30,00 60,00 Controle de pragas e doenças mão de obra familiar D 1,5 30,00 45,00
Espalhar palha de café mão de obra familiar D 1,0 30,00 30,00
Análise de solo serviço contratado Ud 1,0 35,00 35,00
Adubação de cobertura mão de obra familiar D 2,0 30,00 60,00
Calagem mão de obra familiar D 0,3 30,00 9,00
Colheita do café serviço contratado Latas 1100,0 1,50 1650,00
Secagem do café mão de obra familiar D 7,0 30,00 210,00 Transporte para beneficiamento serviço contratado sc ben. 55,0 2,00 110,00
Beneficiamento do café serviço contratado sc ben. 55,0 8,40 462,00
Subtotal 3421,00
2 Custo - insumos
Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Capina química herbicida glifosato L 2,0 26,00 52,00
Espalhar palha de café palha de café c/ frete m3 5,0 8,75 43,75
Adubação de cobertura uréia Kg 133,0 1,00 133,00
Adubação de cobertura cloreto de potássio Kg 44,0 1,40 61,60
Adubação de cobertura fte-br 12 Kg 25,0 3,50 87,50
Adubação de cobertura superfosfato triplo Kg 67,0 1,60 107,20
Calagem calcário c/ frete T 0,4 130,00 52,00 Controle de pragas e doenças oxicloreto de cobre Kg 4,0 23,00 276,00 Controle de pragas e doenças
inseticida organofosforado L 4,0 34,00 68,00
Colheita do café pano p/ colheita 6x3m Ud 1,0 25,00 50,00
Colheita do café saco p/ colheita Ud 25,0 1,00 25,00
Colheita do café peneira Ud 2,0 36,00 72,00
Colheita do café lata ud 2,0 2,00 4,00
Secagem do café saco p/ café em coco ud 143,5 0,80 114,80
Secagem do café lona 8x8 ud 4,0 25,00 100,00
Secagem do café rodo 60x20 ud 1,0 21,00 21,00
Subtotal 1267,85
Custo de produção total 4.688,85
Fonte: EMATER (2012)
140
Tabela 13: Custo de implantação de 1 ha da cultura da banana.
1 Custo - mão-de-obra e serviço pago
Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Análise de solo serviço contratado ud 1,0 35,00 35,00
Limpeza do terreno mão de obra familiar d 8,0 30,00 240,00
Calagem mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00
Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00
Gradagem serviço contratado h/t 1,5 60,00 90,00
Abertura das covas mão de obra familiar d 10,0 30,00 300,00
Adubação de plantio mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00
Preparo de mudas mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00
Plantio mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00
Adubação de cobertura mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00
Capina manual mão de obra familiar d 12,0 30,00 360,00
Aplicação de defensivos mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00
Desbaste mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00
Subtotal 1775,00
2 Custo – insumos
Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Adubação orgânica esterco de curral m3 30,0 8,75 262,50
Adubação de cobertura uréia kg 500,0 1,00 500,00
Adubação de cobertura cloreto de potássio kg 400,0 1,40 560,00
Adubação de cobertura superfosfato triplo kg 200,0 1,60 320,00
Calagem calcário c/ frete t 0,8 130,00 104,00
Plantio Mudas ud 1220,0 0,80 976,00
Aplicação de defensivos fungicida L 1,0 100,00 100,00
Aplicação de defensivos inseticida kg 1,0 9,75 9,75
Subtotal 2832,25
Custo de produção total 4.607,25
Fonte: EMATER (2012)
141
Tabela 14: Custo de implantação de 1 ha da cultura da melancia.
1 Custo - mão-de-obra e serviço pago Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00 Gradagem serviço contratado h/t 1,5 60,00 90,00 Coveamento mão de obra familiar d 5,0 30,00 150,00 Adubação de plantio mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00 Plantio mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00 Adubação de cobertura mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00 Pulverização mão de obra familiar d 8,0 30,00 240,00 Colheita mão de obra familiar d 40,0 30,00 1200,00 Subtotal 2160,00
2 Custo – insumos Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Adubação orgânica Esterco de galinha M3 5,0 8,75 43,75 Adubação de cobertura uréia kg 260,0 1,00 260,00 Adubação de cobertura cloreto de potássio kg 200,0 1,40 280,00 Adubação de plantio fte-br 12 kg 50,0 3,50 175,00 Adubação de plantio superfosfato triplo kg 150,0 1,60 240,00 Calagem calcário c/ frete t 2,0 130,00 260,00 Plantio sementes kg 0,3 66,66 20,00 Controle de pragas e doenças oxicloreto de cobre kg 12,0 23,00 276,00 Controle de pragas e doenças
inseticida organofosforado L 2,0 34,00 68,00
Controle de pragas e doenças espalhante adesivo L 1,0 20,00 20,00 Subtotal 1642,75 Custo de produção total 3.802,75
Fonte: EMATER (2012)
Tabela 15: Custo de implantação de 1 ha da cultura do milho. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Análise de solo serviço contratado ud 1,0 35,00 35,00 Calagem mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00 Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00 Gradagem serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00 Semeadura mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00 Pulverização mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00 Adubação de cobertura mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00 Aplicação de formicida mão de obra familiar d 0,1 30,00 3,00 Subtotal 458,00
2 Custo - insumos Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Calagem calcário c/ frete t 2,5 130,00 325,00 Adubação de plantio NPK 08-28-16 + Zn t 0,4 949,00 379,60 Adubação de cobertura NPK 30-0-20 t 0,3 905,00 271,50 Semeadura sementes sc 1,2 198,00 237,60 Aplicação de formicida formicida kg 2,0 9,75 19,50 Capina química herbicidas L 3,0 26,00 78,00 Controle de pragas inseticidas L 0,4 34,00 13,60 Subtotal 1324,80 Custo de produção total 1.782,80
Fonte: EMATER (2012)
142
Tabela 16: Custo de implantação de 1 ha da cultura do arroz. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago
Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Análise de solo serviço contratado ud 1,0 50,00 50,00
Calagem serviço contratado h/t 1,0 60,00 60,00
Aração serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00
Gradagem serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00
Semeadura serviço contratado h/t 2,0 30,00 60,00
Pulverização mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00
Adubação de cobertura mão de obra familiar d 1,5 30,00 45,00
Capina manual mão de obra familiar d 0,1 30,00 3,00
Arranquio manual mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00
Amontoa manual mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00
Trilha em batedeira serviço contratado h/m 1,0 60,00 60,00
Secagem manual mão de obra familiar d 0,2 30,00 6,00
Subtotal 764,00
2 Custo - insumos
Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Calagem calcário c/ frete t 2,0 130,00 260,00
Adubação de plantio NPK 08-28-16 + Zn t 0,4 949,00 379,60
Adubação de cobertura NPK 30-0-20 t 0,3 905,00 271,50
Semeadura sementes sc 0,6 198,00 118,80
controle de doenças fungicidas L 3,0 100,00 300,00
Controle de pragas inseticidas L 0,4 34,00 13,60
Secagem sacaria ud 60,0 0,80 48,00 Subtotal 1391,50 Custo de produção total 2.155,50
Fonte: EMATER (2012)
Tabela 17: Custo de implantação de 1 ha da cultura do feijoeiro. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Análise de solo serviço contratado ud 1,0 50,00 50,00 Calagem serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00 Aração serviço contratado h/t 4,0 60,00 240,00 Gradagem serviço contratado h/t 4,0 60,00 240,00 Semeadura serviço contratado h/t 2,0 30,00 60,00 Pulverização mão de obra familiar d 4,0 30,00 120,00 Adubação de cobertura mão de obra familiar d 1,5 30,00 45,00 Capina manual mão de obra familiar d 0,1 30,00 3,00 Arranquio manual mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00 Amontoa manual mão de obra familiar d 2,0 30,00 60,00 Trilha em batedeira serviço contratado h/m 2,0 60,00 120,00 Secagem manual mão de obra familiar d 0,2 30,00 6,00 Subtotal 1124,00
2 Custo – insumos Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Calagem calcário c/ frete t 0,5 130,00 65,00 Adubação de plantio NPK 08-28-16 + Zn t 0,3 949,00 284,70 Adubação de cobertura NPK 30-0-20 t 0,2 905,00 181,00 Semeadura sementes sc 1,0 198,00 198,00 Aplicação de defensivo fungicidas L 0,4 100,00 40,00 Capina química herbicidas L 1,0 26,00 26,00 Secagem sacaria ud 30,0 0,80 24,00 Subtotal 818,70 Custo de produção total 1.942,70
Fonte: EMATER (2012)
143
Tabela 18: Custo de implantação de 1 ha da cultura da mandioca. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago
Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Análise de solo serviço contratado ud 1,0 35,00 35,00
Limpeza do terreno mão de obra familiar d 0,5 30,00 15,00
Calagem mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00
Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00
Gradagem serviço contratado h/t 1,5 60,00 90,00
Sulcação serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00
Sulcação e adubação mão de obra familiar d 0,8 30,00 24,00
Transporte de mudas mão de obra familiar d 0,6 30,00 18,00
Plantio mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00
Adubação de cobertura mão de obra familiar d 0,8 30,00 24,00
Capina manual mão de obra familiar d 8,0 30,00 240,00
Aplicação de formicidas
mão de obra familiar d 0,6 30,00 18,00
Colheita mão de obra familiar d 5,0 30,00 150,00
Subtotal 974,00
2 Custo - insumos
Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Adubação orgânica palha de café m3 5,0 8,75 43,75
Adubação de cobertura Uréia kg 60,0 1,00 60,00
Adubação de cobertura cloreto de potássio kg 60,0 1,40 84,00
Adubação de cobertura superfosfato triplo kg 120,0 1,60 192,00
Calagem calcário c/ frete t 0,8 130,00 104,00
Plantio Mudas m3 6,0 6,00 36,00 Aplicação de formicidas formicidas kg 1,0 9,75 9,75
Subtotal 529,50
Custo de produção total 1.503,50
Fonte: EMATER (2012)
144
Tabela 19: Custo de implantação de 1 ha de capineira de cana-de-açúcar. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago
Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Análise de solo serviço contratado ud 1,0 35,00 35,00
Limpeza do terreno mão de obra familiar d 0,5 30,00 15,00
Calagem mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00
Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00
Gradagem serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00
Sulcação serviço contratado h/t 5,0 60,00 300,00
Sulcação e adubação mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00
Transporte de mudas mão de obra familiar ud 0,2 30,00 6,00
Plantio mão de obra familiar d 0,8 30,00 24,00
Fechamento de sulcos serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00
Adubação de cobertura mão de obra familiar d 0,2 30,00 6,00
Pulverização mão de obra familiar d 0,3 30,00 9,00
Aplicação de formicidas mão de obra familiar d 0,1 30,00 3,00
Subtotal 878,00
2 Custo – insumos
Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Capina química herbicidas L 6,0 26,00 156,00
Adubação orgânica esterco bovino m3 30,0 8,75 262,50
Adubação de cobertura uréia kg 300,0 1,00 300,00
Adubação de cobertura cloreto de potássio kg 200,0 1,40 280,00
Adubação de cobertura fte-br 12 kg 50,0 3,50 175,00
Adubação de cobertura superfosfato triplo kg 200,0 1,60 320,00
Calagem calcário c/ frete t 3,0 130,00 390,00
Plantio Mudas t 10,0 50,00 500,00
Aplicação de formicidas formicidas kg 1,0 9,75 9,75
Subtotal 2393,25
Custo de produção total 3.271,25
Fonte: EMATER (2012)
145
Tabela 20: Custo de implantação de 1 ha de capineira de capim-elefante. 1 Custo - mão-de-obra e serviço pago
Atividade Item Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Análise de solo serviço contratado ud 1,0 35,00 35,00
Limpeza do terreno mão de obra familiar d 0,5 30,00 15,00
Calagem mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00
Aração serviço contratado h/t 3,0 60,00 180,00
Gradagem serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00
Sulcação serviço contratado h/t 5,0 60,00 300,00
Sulcação e adubação mão de obra familiar d 1,0 30,00 30,00
Transporte de mudas mão de obra familiar ud 0,2 30,00 6,00
Plantio mão de obra familiar D 0,8 30,00 24,00
Fechamento de sulcos serviço contratado h/t 2,0 60,00 120,00
Adubação de cobertura mão de obra familiar D 0,2 30,00 6,00
Pulverização mão de obra familiar D 0,3 30,00 9,00
Aplicação de formicidas mão de obra familiar D 0,1 30,00 3,00
Subtotal 878,00
2 Custo – insumos
Atividade Insumo Unidade Quantidade R$/unid. Total (R$)
Capina química herbicidas L 3,0 26,00 78,00
Adubação orgânica esterco bovino m3 30,0 8,75 262,50
Adubação de cobertura uréia kg 200,0 1,00 200,00
Adubação de cobertura cloreto de potássio kg 100,0 1,40 140,00
Adubação de cobertura fte-br 12 kg 50,0 3,50 175,00
Adubação de cobertura superfosfato triplo kg 150,0 1,60 240,00
Calagem calcário c/ frete T 3,0 130,00 390,00
Plantio Mudas T 5,0 50,00 250,00
Aplicação de formicidas formicidas Kg 1,0 9,75 9,75
Subtotal 1745,25
Custo de produção total 2.623,25
Fonte: EMATER (2012)
QUADRO 10: Desempenho econômico de 1 ha de produção das culturas: café, mandioca, banana, milho, arroz, feijão, pastagem, cana-de-açúcar e capim-elefante.
Fonte: EMATER (2012)
Produto
Produtividade Preço Valor da Custo Margem Relação Ponto de Margem
Estimada Produção Total Bruta B/C Nivelamento Segurança
(T) (T) (%)
Café 3 2.166,70 6.500,00 4.688,85 1.811,15 1,38 2,16 28,00
Mandioca 18 110,00 1.980,00 1.503,50 476,50 1,31 13,66 24,11
Banana 13 692,30 9.000,00 4.607,25 4.392,75 1,95 6,65 48,84
Milho 3 666,65 2.000,00 1.782,80 217,20 1,12 2,67 11,00
Arroz 3 777,75 2.333,35 2.155.50 177,85 1,08 2,77 7,66
Feijão 1,5 3.000,00 4.500,00 1.942,70 2.557,30 2,31 0,64 57,33
Pastagem 35 240,00 8.400,00 1.740,50 6.659,50 4,82 7,25 79,28
Cana 60 120,00 7.200,00 3.271,25 3.928,75 2,2 27,26 54,56
Capim-elefante 80 240,00 19.200,00 2.623,25 16.576,75 7,31 10,93 86,33
146
Para os problemas priorizados pelos assentados foi construído um plano
de ação (Tabela 21), cuja função primordial é estimular o comprometimento
dos assentados para que sejam sujeitos das mudanças por eles sugeridas no
assentamento.
TABELA 21: Agenda de prioridades e plano de ação da dimensão econômico-produtiva do PA União I
PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO ECONÔMICA
Problema Solução Como fazer? Quem vai fazer? Até quando fazer?
I. Burocracia ao acesso Adesão ao crédito Levantar demanda Coordenadoria 30/04/2.015 da linha de crédito rural
para solicitar a Econômico-produtiva
PRONAF A
emissão da DAP e e Equipe de ATER
documento da terra pelo INCRA
II. Dificuldade de Aquisição de Realizar amostragem Coordenadoria 30/06/2.015 acesso a insumos insumos agrícolas e análise de solo Econômico-produtiva Agrícolas
Adquirir os insumos e Equipe de ATER
coletivamente e
solicitar da prefeitura
o transporte III. Falta incentivo a Ter acesso ao Solicitar mediante Coordenadoria 30/08/2.015
Produção caminhão que ofício a Secretaria Econômico-produtiva
transporte a Municipal de e Equipe de ATER
Produção Agricultura
Fonte: Autodiagnóstico( 2014)
A consolidação das ações estabelecidas no presente Plano de
Desenvolvimento do Assentamento União I conta com o apoio dos programas e
projetos relacionados abaixo, sendo estes justamente desenvolvidos para o
fortalecimento da agricultura familiar em âmbito nacional, estadual e municipal.
PROJETO DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL
A implantação do PA União I ocorreu em uma área de solos de baixa
fertilidade natural e com peculiaridades do ponto de vista ambiental. As práticas
agroecológicas incorporam cuidados específicos relativos ao ambiente e aos
problemas sociais e enfocam não somente a produção, mas também a
sustentabilidade ecológica. Todavia são tecnologias de baixo custo cabíveis
para a agricultura familiar. Objetiva o processo de transição agroecológica
através da capacitação de agricultores, estimulando a implantação de técnicas
alternativas para recuperação da fertilidade do solo e o uso de defensivos
naturais contra pragas e doenças, bem como a diversificação da produção.
147
Conta com a parceria das instituições: INCRA, EMATER-RO, Secretaria
Municipal de Agricultura, Fundação Banco do Brasil, Projeto Padre Ezequiel e
EMBRAPA na realização de eventos como cursos, palestras e intercâmbios de
capacitação sobre ecologia, na implantação de hortas PAIS (Produção
Agroecológica Integrada e Sustentável) e na assessoria técnica sobre
consórcios culturais e preparo de compostagem.
PROJETO DE MANEJO DO SOLO
Os solos de terra firme da Amazônia, predomina em sua maioria, baixa
fertilidade natural, elevada acidez, incidência de alumínio tóxico e baixa
disponibilidade de fósforo, estes são fortes obstáculos para o desenvolvimento
de agrossistemas sustentáveis na região. O sistema de preparo do solo para
agricultura implantado no assentamento ao longo dos anos foi o tradicional.
Esse modelo apresenta certa vantagem no início pela ação da cinza em
disponibilizar temporariamente nutrientes as plantas, porém logo o sistema
torna-se insustentável, pois o solo da região é bastante intemperizado e de
baixa fertilidade natural. Nesse contexto, os agricultores tem encontrado
dificuldade em manejar estes solos de forma a garantir a produção ao longo do
tempo. Muitos cultivam por um ínterim e em seguida abandonam a área, para
que a capoeira se estabeleça. A problemática relacionada a insustentabilidade
produtiva é a falta de manutenção da fertilidade natural do solo através do uso
de práticas como a calagem e a adubação do solo, sendo a única
condicionante para execução do projeto, o custo elevado do transporte dos
insumos agrícolas, sabido que os assentados possuem acesso ao maquinário
para mecanização agrícola. A condução desse projeto depende da parceria
das seguintes instituições: INCRA, EMATER-RO, SEAGRI, Secretaria
Municipal de Agricultura, EMBRAPA e Associação ASPRAU.
PROGRAMA PARA BOVINOCULTURA LEITEIRA
O Estado de Rondônia possui uma área de aproximadamente 6.300
milhões de hectares de pastagens (EMATER, 2008), com um rebanho de
11.176.201 milhões de cabeças (IDARON, 2008). A produção anual estimada é
de 720.659.755 milhões de litros de leite (IBGE, 2008). A produtividade média
do rebanho é de 3,8 litros/vaca/dia. O programa enfatiza para a qualidade dos
148
produtos da bovinocultura, através de cursos, dias de campo, encontros e
palestras, incentiva a melhoria genética de seus rebanhos e divulgação o
potencial da pecuária leiteira do estado de Rondônia. Promovido pelo Governo
Estadual, no âmbito da Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do
Desenvolvimento Econômico e Social – SEAPES, através da EMATER-RO e
parceiros, têm por objetivo promover o setor, envolvendo os agricultores da
atividade leiteira e obter conhecimentos sobre técnicas de produção de leite a
pasto e ainda, aprimorar o manejo dos animais.
PROGRAMA DE CONTROLE DAS CIGARRINHAS DAS PASTAGENS
As cigarrinhas são insetos sugadores das gramíneas (pastagens, cana-
de-açúcar, arroz, milho) e que durante o período de seca permanece na
pastagem na forma de ovo. Com o início do período chuvoso estes dão origem
às ninfas, que são as formas jovens das cigarrinhas. Atualmente as cigarrinhas
tem sido responsáveis por grande redução na produção de carne e leite, seus
danos variam de 15 a 100% dependendo da espécie da gramínea cultivada,
manejo e condições climáticas.
A implantação do laboratório para produção do fungo Metarhizium
anisopliae no Estado de Rondônia, utilizado no controle biológico das
cigarrinhas, uma equipe formada por técnicos da EMATER, SEAPES, IDARON,
Prefeitura de Pimenta Bueno e da Associação Rural de Pimenta, deu-se
através de com convênio firmado entre o Governo do Estado e a Associação
Rural de Pimenta Bueno com repasse de recursos financeiros à referida
entidade. A equipe composta por técnicos da IDARON, SEAPES, EMATER,
CEPLAC, SEDAM, EMBRAPA, DFA e Associações Rurais de Pimenta Bueno,
está elaborando um Programa de Controle das Cigarrinhas das Pastagens, o
qual será inserido nas políticas públicas do Governo do Estado voltadas para o
setor agropecuário.
PROGRAMA DE PISCICULTURA
É uma política estadual de base estruturante, com a participação da
Secretaria de Estado de Agricultura e EMATER no processo de gestão e
149
execução, criada para fortalecer o segmento de aquicultores e piscicultores do
Estado, que exploram e desejam investir na atividade de forma econômica e
profissional, com a finalidade de possibilitar o beneficiamento de áreas rurais
previamente selecionadas, consideradas propícias a piscicultura, voltando suas
ações a construção e ampliação de tanques, com o intuito de potencializar a
produção e estimular o setor de pescado em Rondônia.
As atividades estão projetadas para um ano, considerando atividades de
curto e longo prazo. A cada ano/safra serão repetidas as mesmas ações.
Quadro 11: Cronograma de atividades do sistema produtivo.
Nº. Atividade Meses
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
O u t
Nov
Dez
1 Atividades de planejamento da produção
X X X X
2 Articulação agências de crédito/operadoras PRONAF
X X X X X
3 Formulação propostas de crédito X X X X X X X X X X X X
4 Acompanhamento do processo para liberação e ajustes
X X X X X X
5 Articulação com fornecedores e aquisição de insumos
X X X X X X
6 Instalação dos projetos e acompanhamento
X X X X X X X X X X
7 Oficinas de planejamento de colheita
X X X X X X
8 Articulação com os agricultores e formalização de termos de
compromisso com a Associação
X X X X X X X X X
9 Colheita, tratamentos pós-colheita, armazenamento e
entrega dos produtos comercializados
X X X X X X X X
10 Atividades de avaliação e programação da próxima safra
X X X X X X
11 Monitoramento X X X X X X X X X X X X
12 Capacitação de agricultores X X X X X X X X X X X X
Fonte: Autodiagnóstico (2014)
150
6.3.3. Programa de Garantias de Direitos Sociais
Quanto aos programas sociais necessários para melhorar a qualidade
de vida das famílias assentadas, sendo enfatizadas as áreas de educação,
saúde e cultura/lazer, de acordo com o diagnóstico são as áreas que
apresentam as principais carências. Há a necessidade de buscar formas
alternativas de atuação em saúde, como fitoterapia e homeopatia, como forma
de potencializar os recursos locais, reduzindo custos e promovendo a
participação comunitária. No intuito de garantir a população assentada acesso
a assistência médica convencional e alternativa, por meio de ações preventivas
e curativas. E para obtenção de sucesso na execução do plano de ação
(Tabela 22), devem ser dirimidas ações em sintonia aos programas
relacionados a seguir.
TABELA 22: Agenda de prioridades e plano de ação dimensão social do PA União I PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO SOCIAL
Problema Solução Como fazer? Quem vai fazer? Até quando fazer?
I. Falta segurança no Obter segurança Requerer maior Coordenadoria 20/03/2.015 transporte escolar no transporte atenção ao transporte Social
Escolar escolar junto a e Equipe de ATER
Secretaria Municipal de Educação
II. Dificuldade na Realização da feira Organizar junto a Coordenadoria 20/04/2.015 comercialização da Comunitária Secretaria Municipal Social
Produção Semanalmente de Agricultura e Equipe de ATER
o planejamento e a
execução da feira
Comunitária III. Falta escola de Construir um Realizar o projeto e Coordenadoria de 15/03/2.015
alfabetização para ambiente propício encaminhar a Social Adultos para alfabetizar Secretaria Municipal e Equipe de ATER Adultos de Educação
Fonte: Autodiagnóstico( 2014)
PRONERA
Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), tem a missão de
ampliar os níveis de escolarização formal dos trabalhadores rurais assentados.
Atua como instrumento de democratização do conhecimento no campo, ao
151
propor e apoiar projetos de educação que utilizam metodologias voltadas para
o desenvolvimento das áreas de reforma agrária.
Os jovens e adultos de assentamentos participam de cursos de
educação básica (alfabetização, ensino fundamental e médio), técnicos
profissionalizantes de nível médio e diferentes cursos superiores e de
especialização. O Pronera capacita educadores, para atuar nas escolas dos
assentamentos, e coordenadores locais, que agem como multiplicadores e
organizadores de atividades educativas comunitárias.
O programa apoia projetos em todos os níveis de ensino, conforme
relacionado abaixo:
Educação de jovens e adultos (EJA) – Desenvolve-se por meio da
alfabetização e continuidade dos estudos escolares nos ensinos fundamental e
médio. Os projetos contêm três ações básicas:
•Alfabetizar e escolarizar jovens e adultos nos dois segmentos do ensino
fundamental;
•Capacitar pedagogicamente e escolarizar educadores no ensino
fundamental para que venham a atuar como agentes multiplicadores nas áreas
de reforma agrária;
•Formar e escolarizar os coordenadores locais para atuarem como
agentes sociais multiplicadores e organizadores de atividades educativas
comunitárias.
Ensino Médio e Técnico Profissionalizante – Destina-se à formação de
professores no curso Normal e à formação de Técnicos Jovens e Adultos nas
áreas de reforma agrária. Objetivam formar nos assentamentos profissionais
capazes de contribuir para a melhoria das condições de vida das comunidades
e promoção do desenvolvimento das áreas de reforma agrária.
Ensino Superior – Destina-se ao cumprimento da garantia de formação
profissional, mediante cursos de graduação ou pós-graduação, em diversas
áreas do conhecimento que qualifiquem as ações dos sujeitos que vivem e/ou
trabalham para a promoção do desenvolvimento sustentável dos
assentamentos. Promovem o diálogo e a pesquisa científica entre as
comunidades e as universidades, desenvolvendo metodologias apropriadas
para as diversidades territoriais.
152
Para promover o desenvolvimento sustentável, as ações do programa
têm como base a diversidade cultural e sócio-territorial, os processos de
interação e transformação do campo, a gestão democrática e o avanço
científico e tecnológico. Já as práticas educacionais têm como princípios o
diálogo, a práxis e a transdisciplinaridade. O Pronera é uma parceria do Incra
com movimentos sociais e sindicais de trabalhadores e trabalhadoras rurais,
instituições públicas de ensino, instituições comunitárias de ensino sem fins
lucrativos e governos estaduais e municipais.
O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou o governo federal a
firmar convênios com entidades estaduais e municipais da área de educação
visando à promoção de cursos de alfabetização de jovens e adultos, formação
técnica e de nível superior. São ações que beneficiam assentados e filhos de
pequenos agricultores e fazem parte do Programa de Educação na Reforma
Agrária (Pronera), executado pelo Incra. A decisão foi confirmada no dia 1º de
dezembro de 2010, em seção extraordinária do plenário, cujo voto do relator,
ministro Augusto Nardes, recebeu apoio dos demais conselheiros.
ARCA DAS LETRAS
Criado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em 2003, o
programa Arca das Letras promove o acesso à leitura por meio da implantação
de bibliotecas nas comunidades rurais brasileiras. Atende famílias de
agricultores, assentados da reforma agrária, pescadores, quilombolas,
indígenas e populações ribeirinhas. Os agentes de leitura realizam as
atividades da biblioteca rural: empréstimo dos livros, incentivo à leitura e
campanhas de ampliação dos acervos. Todo o trabalho é voluntário. Os
agentes de leitura são moradores das comunidades atendidas e recebem a
biblioteca em suas casas ou em um local de fácil acesso, indicado pelas
famílias. Os livros são armazenados em móveis-bibliotecas, denominados
arcas. A fabricação segue um padrão cuidadosamente organizado para receber
o acervo inicial, que tem cerca de 200 livros, e também o material básico de
trabalho do agente de leitura. Entre nesta categoria para ter acesso às
instruções detalhadas do móvel-biblioteca.
153
PNAE
O Programa Nacional de Alimentação Escolar –PNAE, conhecido como
Merenda Escolar, consiste na transferência de recursos financeiros do Governo
Federal, em caráter suplementar, aos estados, Distrito Federal e municípios,
para a aquisição de gêneros alimentícios destinados à merenda escolar, sendo
no mínimo 30% desta, oriunda da agricultura familiar .
Os beneficiários da Merenda Escolar são alunos da educação infantil
(creches e pré-escolas), do ensino fundamental, da educação indígena, das
áreas remanescentes de quilombos e os alunos da educação especial,
matriculados em escolas públicas dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, ou em estabelecimentos mantidos pela União, bem como os alunos
de escolas filantrópicas, em conformidade com o Censo Escolar realizado pelo
INEP no ano anterior ao do atendimento. O Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da
Educação, é o responsável pela normatização, assistência financeira,
coordenação, acompanhamento, monitoramento, cooperação técnica e
fiscalização da execução do programa.
O montante dos recursos financeiros a ser repassado será calculado
com base no número de alunos devidamente matriculados no ensino pré-
escolar e fundamental em escolas municipais e qualificadas como entidades
filantrópicas ou por elas mantidas, utilizando-se para esse fim os dados oficiais
de matrículas obtidos no censo escolar relativo ao ano anterior ao do
atendimento.
CAMINHO DA ESCOLA
O programa Caminho da Escola foi criado em 2007 com o objetivo de
renovar a frota de veículos escolares, garantir segurança e qualidade ao
transporte dos estudantes e contribuir para a redução da evasão escolar,
ampliando, por meio do transporte diário, o acesso e a permanência na escola
dos estudantes matriculados na educação básica da zona rural das redes
estaduais e municipais. O programa consiste na aquisição, por meio de pregão
eletrônico para registro de preços realizado pelo FNDE, de veículos
padronizados para o transporte escolar. Existem três formas para estados e
municípios participarem do Caminho da Escola: com recursos próprios,
154
bastando aderir ao pregão; via convênio firmado com o FNDE; ou por meio de
financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), que disponibiliza linha de crédito especial para a aquisição de ônibus
zero quilômetro.
TRANSPORTE ESCOLAR
O Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE) tem
por objetivo garantir o acesso e a permanência nos estabelecimentos escolares
dos alunos do ensino fundamental público residentes em área rural que utilizem
transporte escolar, por meio de assistência financeira, em caráter suplementar,
aos estados, Distrito Federal e municípios.
CASA DIGITAL
O Território Digital é parte do Território da Cidadania, estratégia de
desenvolvimento sustentável regional e garantia de direitos sociais
desenvolvida pelo Governo Federal em parceria com estados, municípios e a
sociedade civil. Espaços públicos e gratuitos com acesso a computadores e
internet, as Casas Digitais do projeto podem ser instaladas em assentamentos,
escolas agrícolas, comunidades tradicionais, sindicatos e Casas Familiares
Rurais.
A conexão das Casas Digitais à internet será feita por meio do Programa
Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), do Ministério
das Comunicações. Cada Casa está equipada com dez computadores,
mobiliário, impressora, webcam e servidor. Elas também possui tecnologia de
transmissão de voz pela internet (VoIP), serviço oferecido pelo Gesac que
propicia uma alternativa de comunicação a famílias que não possuem linha
telefônica.
PROJETO CULTURA E LAZER
As opções de lazer e eventos culturais no assentamento são bastante
limitadas. Para a melhoria da qualidade de vida da população rural essas
atividades devem ser valorizadas e promovidas. Os jovens muitas vezes
deixam a zona rural por falta de opções de entretenimento. O objetivo é
estimular a realização de atividades culturais e de lazer no assentamento,
155
através da promoção de campeonatos de futebol e de seções de cinema no
campo, organização de feira da agricultura familiar, com apresentações
culturais, gincanas entre associações e exposição de produtos, incentivo a
eventos religiosos, festas típicas e demais manifestações culturais. Como
parceiros para realização deste projeto têm-se INCRA, EMATER-RO,
Prefeitura Municipal de Parecis e Secretaria Municipal de Esporte e Cultura.
Quadro 12: Cronograma de atividades da dimensão social.
Nº. Atividade Meses
J
an
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
dez
1 Melhorar estrutura de transporte escolar
X X X X
2 Implantar casa digital X X
3 Educação de Jovens e Adultos X X X X X X X
4 Educação a distância X X X
5 Campeonatos X X X X X
6 Feira da agricultura familiar X
7 Cinema no campo X X X X
8 Eventos religiosos X X X X X X X X X X X X
9 Festas típicas e outros X X X X X X X X X X X X
10 Capacitação sobre saúde preventiva
X X X X X
11 Curso de homeopatia X
12 Implantação de hortas medicinais
X X X X X X X
13 Campanhas de vacinação X X X
Fonte: Autodiagnóstico (2014)
6.3.4. Programa de Garantia de Direitos Ambientais
As atividades ambientais previstas para este tópico foram definidas em
conjunto com os anseios dos agricultores, e será o assessoramento técnico
para a construção de viveiro temporário coletivo, incentivando trabalhos em
mutirões para a produção de espécies florestais e frutíferas, de acordo com as
156
necessidades dos produtores, para produção de mudas com fins de
recuperação de áreas degradadas, recomposição áreas de preservação
permanente, construção de pomares domésticos e implantação de Sistemas
Agroflorestais. Estão previstos também trabalhos práticos para a incorporação
de técnicas e práticas que utilizem insumos provenientes da própria parcela ou
abundantes no assentamento, para controle de pragas, nutrição vegetal
condizentes com as culturas a serem implantadas.
Ação: construção de viveiro para produção de mudas de espécies
florestais e frutíferas com fins de estabelecimentos de SAF’s e recuperação de
áreas degradadas.
Custo para produção de 5.000 mudas de espécies florestais em viveiros
temporários rústicos, nas proximidades das áreas a serem recuperadas, via
projetos de recuperação de áreas degradadas.
Quadro 13: Custo de produção de 5.000 mudas de espécies florestais em viveiro temporário rústico.
Discriminação
Unidade
Quantidade
Valor unitário
Valor total
Demarcação d/h 01 30,00 30,00
Limpeza d/h 03 30,00 90,00
Instalação de palanques
d/h 03 30,00 90,00
Cobertura d/h 03 30,00 90,00
Construção dos canteiros
d/h 02 30,00 60,00
Moirões unidade 20 25,00 500,00
Tábuas unidade 20 10,50 210,00
Palha de babaçu
unidade 100 1,00 100,00
Pregos Kg 05 3,50 17,50
Caibros unidade 24 9,00 216,00
Ripas unidade 24 4,00 96,00
Sacolinhas milheiro 05 26,00 130,00
Adubo orgânico Kg 250 0,25 62,50
Adubo químico Kg 20,6 2,20 45,32
Defensivos orgânicos
Litros 30 1,00 30,00
Preparo do substrato
d/h 05 30,00 150,00
Fonte: EMATER (2012)
157
PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Considerando a educação ambiental um processo contínuo, a SEDAM
desenvolve programas e projetos que conjugam com os princípios gerais de
educação ambiental baseados na sensibilização, compreensão,
responsabilidade, competência e cidadania, a exemplo do Projeto Agente
Ambiental Voluntário; Educação Ambiental nas Escolas e Grupo de
Educadores Ambientais Voluntários.
As atividades e ações programadas, objetivam promover a
sensibilização da população sobre a importância e a necessidade da
preservação e da conservação do meio ambiente. Anualmente os educadores
ambientais da SEDAM realizam ações de acordo com o calendário de datas
ambientais como o Dia da Água, Dia Mundial do Meio Ambiente, Dia da Árvore,
Conferências do Meio Ambiente e Dia do Rio; essas datas também serão
usadas oportunamente para firmarmos trabalhos em parcerias com estes
agentes.
Este programa possui o objetivo de descrever e desenvolver atividades
conjuntas com os parceiros envolvidos no processo, direta ou indiretamente, de
forma a viabilizar as ações necessárias e orientadoras do processo de
desenvolvimento sustentável a curto e longo prazo conforme descrição da
agenda de prioridades e plano de ação da dimensão ambiental (Tabela 23).
TABELA 23: Agenda de prioridades e plano de ação da dimensão ambiental do PA União I
PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO AMBIENTAL
Problema Solução Como fazer? Quem vai fazer? Até quando fazer?
I. Ataque de pragas e Utilizar de técnicas Solicitar orientação e Coordenadoria 30/04/2.015 Doenças para o controle de capacitação técnica Ambiental
pragas e doenças profissional junto a e Equipe de ATER
EMATER e SENAR
II. Falta de conscienti- Orientação aos Solicitar campanhas Coordenadoria 30/12/2.015 zação ambiental e assentados sobre e palestras com a Ambiental
orientação dos órgãos responsabilidade participação da e Equipe de ATER Fiscalizadores socioambiental SEDAM e IDARON
III. Desmatamento de Recuperação das Construir viveiro para Coordenadoria de 30/09/2.015 APP's APP's desmatadas produção de mudas Ambiental
frutíferas e florestais e Equipe de ATER
Fonte: Autodiagnóstico( 2014)
158
CRÉDITO AMBIENTAL – CARTÃO VERDE
Segue as premissas da NORMA DE EXECUÇÃO/INCRA/DD/N° 84 de
02 de setembro de 2009, a qual estabelece o fluxo operacional para
concessão, aplicação, fiscalização e prestação de contas do Crédito Instalação,
na modalidade Crédito Ambiental, no âmbito dos Projetos de Assentamento do
Programa de Reforma Agrária, que estabelece o fluxo operacional para
concessão, aplicação, fiscalização a prestação de contas do Credito Instalação,
na modalidade Credito Ambiental, no âmbito dos Projetos de Assentamento do
Programa de Reforma Agrária.
A caracterização da área de reserva legal - ARL a ser recuperada com o
SAF, as estratégias para recuperação e o cronograma de implantação e
desenvolvimento do SAF serão definidos por meio do Projeto de Recuperação
Ambiental.
O Projeto de Recuperação Ambiental pode ser elaborado por técnico do
INCRA, técnicos da equipe ATES, integrante de Termo de Cooperação Técnica
entidades contratadas ou conveniadas ou técnicos indicados pelos
beneficiários deverá prever a recuperação de, no mínimo, dois hectares por
unidade familiar.
Projeto de Recuperação Ambiental, de no mínimo dois hectares, por
unidade familiar, deve ser aprovado por técnico habilitado. Esse profissional
pode ser servidor do INCRA, ou de outros órgãos públicos federais, estaduais,
distritais ou municipais, integrantes do Termo de Cooperação Técnica ou
Convênio.
A modalidade Crédito Ambiental destinada a financiar, durante dois
anos, a implantação e o desenvolvimento de sistemas agroflorestais, para a
recuperação de área de reserva legal – ARL e de preservação permanente -
APP, concomitantemente em acordo da superintendência regional.
O valor do Credito Ambiental é definido e atualizado por Instrução
Normativa do INCRA.
A liberação é feita em até 24 (vinte a quatro) parcelas mensais, mediante
depósito em conta específica, aberta na agência de relacionamento do
assentado (a) beneficiário (a).
Ao INCRA cabe:
159
I. Assegurar os recursos;
II. Selecionar os assentamentos a serem atendidos;
III. Definir o agente financeiro que gerenciara os recursos;
IV. Firmar contrato de prestação de serviços com o agente financeiro;
V. Enviar a relação dos assentados (as) beneficiários (as) ao agente
financeiro, mediante oficio a outros meios cabíveis;
VI. Prestar todas as orientações técnicas a legais aos demais participantes;
VII. Acompanhar a fiscalizar a aplicação dos recursos, por meio de seus
prepostos.
Quadro 14: Cronograma de atividades da dimensão ambiental.
Nº. Atividade Meses
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
1 Atividades de educação ambiental
X X X X X X X X X X X X
2 Elaboração de Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)
X X X
3 Elaboração projetos Cartão Verde
X
4 Escolha dos locais a recuperar X X
5 Aquisição de materiais X X X X X X X
6 Instalação de viveiro temporário X X
7 Semeadura X X X X X X
8 Rustificação e plantio X X X X
9 Mutirão para PRAD X
Fonte: Autodiagnóstico (2014)
6.3.5. Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano
O Programa de Desenvolvimento Organizacional de Gestão do Plano foi
elaborado da seguinte forma: as comissões e/ou coordenadorias foram
formadas a partir de votação em plenária com os agricultores do PA União I. As
comissões/coordenadorias são representadas por dimensões social, ambiental,
econômica e infraestrutura do assentamento. Para acompanhamento dos
160
trabalhos e ações que serão realizadas no assentamento de acordo com as
propostas do plano, foi também oficializada a coordenadoria geral representada
por coordenador, vice-coordenador; secretário e vice-secretário. Cada qual
responsável em acompanhar as atividades do plano. As ações serão
desenvolvidas a partir das parcerias com instituições municipais e estaduais,
em especial os órgãos: INCRA, EMATER, IDARON, EMBRAPA, SEDAM,
Prefeitura e suas Secretarias.
Figura 122: Organograma do sistema gestor do PDA
Para gestão do Plano de Desenvolvimento do Assentamento União I,
são agendadas as reuniões nas instituições para tratar das negociações
oficialmente com cada representante das entidades. A principal condicionante
desse modelo de gestão é o paradigma instaurado em relação à organização
associativa. Por conseguinte, o acompanhamento do plano será contínuo,
assistida pela assistência técnica (ATER) com o INCRA até a resolução, que
terá um período de no máximo 5 anos para conclusão.
161
6.3.6. Assessoria Técnica e Extensão Rural à Reforma Agrária – ATER/INCRA
A assistência técnica deverá ser prestada, preferencialmente, pelo
responsável pela formulação do PDA. O modelo de gestão do Plano prevê,
além do envolvimento do ATER e das famílias assentadas, a participação do
INCRA, de organizações públicas de ensino, pesquisa e assessoria técnica e
da sociedade civil. A construção de parcerias é relevante em todas as áreas,
sendo estes parceiros, a EMBRAPA, Secretaria de obras, Secretaria do Bem
estar Social, Secretaria de Educação, Secretaria de Agricultura, Secretaria de
saúde, SENAR, EMATER, INCRA, IDARON, INSS e SEDAM.
A evolução do desenvolvimento do Assentamento União I nas
dimensões social, econômica e ambiental depende principalmente da atuação
das comissões definidas para a gestão do PDA, nas dimensões: econômica,
social, infraestrutura e ambiental. Obviamente, que os técnicos participarão das
discussões, já no seu estágio inicial, considerando que a sua competência é
para execução dos serviços de ATER do planejamento à avaliação, mas de
forma integrada junto às famílias assentadas que são os atores principais e os
maiores interessados no sucesso do programa.
O objetivo básico é assessorar técnica, social e ambientalmente às
famílias assentadas, tornando-os unidades de produção estruturadas, inseridas
de forma competitiva no processo de produção, voltadas ao agronegócio da
agricultura familiar.
A equipe técnica e assentados deve agir de forma integrada à dinâmica
do desenvolvimento municipal e regional, de forma ambientalmente
sustentável, tomando como referência o PDA, para ampliação do potencial
produtivo e introdução de processos de beneficiamento, além dos cuidados
dirigidos à comercialização e aos grupos sociais.
162
Quadro 15: Cronograma de atividades de ATER.
Nº. Atividade Meses
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
1 Oficinas participativas X X
2 Estabelecimento de parcerias X X X X X X X X
3 Orientação e monitoramento da equipe gestora do PDA
X X X X X X X X X X X X
4 Orientações técnicas X X X X X X X X X X X X
5 Capacitação dos assentados X X X X X X X X X X X X
6 Avaliação da execução do plano X
7 Relatório do plano X
Fonte: Autodiagnóstico (2014)
6.4. Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Subprograma e/ou Programa
A viabilidade econômica do Plano de Desenvolvimento do Assentamento
União I está estreitamente ligada à viabilidade dos modelos produtivos
individuais a serem adotados pelos assentados, a possibilidade do
desenvolvimento de atividades não agrícolas, como a fabricação de
artesanatos, principalmente efetuados pelas mulheres, ao potencial no
desenvolvimento de projetos coletivos tais como agroindústrias, aproveitando-
se do potencial produtivo de matérias-primas para estas, como leite e frutas, a
utilização produtiva das terras de acordo com a aptidão agrícola e ao uso
sustentável dos recursos naturais do Assentamento.
Os modelos produtivos apresentados neste PDA são oriundos das
oficinas participativas de planejamento realizadas para elaboração deste Plano.
A partir do Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico foi possível identificar
todas as possibilidades de exploração agrícola das terras do imóvel e também
as indicações quanto ao manejo adequado dos solos, tendo cuidado com as
técnicas aplicáveis para cada situação socioambiental, respeitando os atributos
de cada tipo de solo existente no PA União I.
Os modelos produtivos construídos em conjunto com os agricultores
familiares são economicamente viáveis e estão voltados para as oportunidades
163
de mercado regional. É importante destacar que é fator condicionante para a
eficiência econômica: o nível tecnológico empregado na produção, o
acompanhamento técnico pela equipe de ATER e a preservação do meio
ambiente, tendo em vista a transição agroecológica como peça fundamental
para recuperação da fertilidade natural dos solos, considerando a melhoria da
condição físico-química e a conservação do solo. Neste PDA, foram
apresentados custos de produção para as culturas, café, mandioca, banana,
melancia, arroz, feijão, milho, pastagem, capineiras de cana-de-açúcar e de
capim-elefante, as três últimas para garantir a alimentação animal,
principalmente no período da seca, quando a falta de quantidade e qualidade
de alimento volumoso, provoca a queda da produção leiteira do PA União I,
sendo corrigido essa falha do setor pecuário do assentamento, poder-se-á
encaminhar para o melhoramento genético desses animais, foram
apresentados, também, os indicadores econômicos de forma preliminar como
ferramenta orientadora no processo de elaboração dos projetos produtivos por
parte da equipe de ATER. A necessária análise de Viabilidade Econômica
deverá ser realizada na ocasião da elaboração dos projetos executivos tais
como as linhas de crédito PRONAF. Vale ressaltar que os cálculos de
viabilidade econômica, através da avaliação do custo de produção, tratam-se
de valores aproximados, sendo estes alterados mediante o resultado e
interpretação da análise de solo.
7. Detalhamento dos Mapas/Croquis
A1 – Mapa da bacia ou sub-bacia de localização do projeto de
assentamento: apresentado na página 65 expõe uma visão geral do contexto
ambiental da área de inserção do Projeto de Assentamento União I, em
destaque as informações de uso do solo e cobertura vegetal.
A2 – Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal: exibido na
página 69 confirma de maneira detalhada as informações sobre o uso atual do
solo quando aponta a área antropizada constituída basicamente de áreas de
pastagens, também as áreas remanescentes de vegetação, reserva legal e as
áreas de preservação permanente.
164
A3 – Croqui da Estratificação Ambiental dos Agros-Ecossistemas:
exposto na página 73 representa a distribuição espacial das unidades
agroambientais do PA União I, enfatizando o uso da terra e cobertura vegetal,
hidrografia existente e informações de curva de nível a fim de visualização
tridimensional de relevo.
A4 – Mapa da Organização Territorial Atual: anunciado na página 75
demonstra a organização espacial do assentamento, constata a localização
das áreas produtivas, evidenciando a atividade pecuária bovinocultura leiteira,
também expressa às áreas de reserva para preservação e conservação da
fauna e flora presentes no PA, e demais obras de infraestrutura, como: igrejas,
estradas vicinais e pontes.
B1 – Mapa do Anteprojeto de Parcelamento Incluindo Áreas de
Reserva Legal e Preservação Permanente e Infraestrutura Existente e
Projetada: ilustrado na página 80 contempla as áreas comunitárias como a
sede da associação que em seu entorno encontra-se a unidade básica de
saúde e o campo de futebol, além das demais obras de infraestrutura: casas,
igrejas, tanques de leite, estradas vicinais e pontes, também indica as áreas de
Reserva Legal e de Preservação Permanente, a hidrografia e índices do relevo.
8. Disposições Gerais
O Plano de Desenvolvimento do Assentamento União I foi elaborado
conforme os princípios do Manual Operacional de ATER. O plano será
disponibilizado para as instituições públicas e instituições privadas que
interagem com o PA União I, também para as associações e/ou representantes
das comissões das áreas temáticas do assentamento.
A partir dos problemas e potencialidades apresentados no item 5.8.1. ao
5.8.4., foram elaborados programas temáticos, com a participação dos
assentados. É interessante que estes programas se materializem em projetos e
ações concretas, pois foram formulados em estreita sintonia com a situação
diagnosticada para cada dimensão. Por assim ser, acredita-se que há
acessibilidade tanto em termos de compreensão quanto de execução e espera-
165
se que sua operacionalização facilite e atenda satisfatoriamente os anseios dos
agricultores, os principais envolvidos, sendo suas vidas influenciáveis pelas
ações, subsidiando suas necessidades e trazendo benefícios para toda a
família e, consequentemente, para o assentamento em que vivem.
Espera-se, ainda, que as ações sugeridas neste documento (PDA) sirvam
de base para o desenvolvimento do assentamento, seu maior objetivo. E, que a
partir dele, os moradores possam sentir estimulados para continuar o processo
de mudança da realidade vivida por eles. Realizando as atividades propostas
de modo a transformar o real para o ideal.
166
9. Referências Consultadas
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7, p. 805-812, 2001.
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COY, M. Relações entre campo e cidade em áreas de colonização
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matogrossense. In: I Congresso de Americanitas. Anais... Amisterdan,
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EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação do Solo.
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de Rondônia. Campinas: EMBRAPA – Monitoramento por satélite,
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edição. Editora Ceres. São Paulo, 1983. 313p.
WHITEMAN, P.C. Tropical pasture science. Oxford: Oxford University press, 1980. 392p.
170
ANEXO I
(Questionário de Pesquisa-ação)
171
Dimensão Social 01) Você acha importante participar de uma associação? ( ) Sim ( ) Não 02) Você participa de alguma associação? ( ) Sim ( ) Não
03) O que a associação faz? 04) As mulheres e jovens participam da associação?
( ) Sim ( ) Não
05) Você acha importante ter alfabetização e ensino fundamental para os adultos? ( ) Sim ( ) Não
06) Como você considera a qualidade de ensino? ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Regular
07) Qual a qualidade da água para o consumo? ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Regular
08) E quantidade da água? ( ) Suficiente ( ) Insuficiente
Dimensão Ambiental 01) Quais são os rios que existe no assentamento? 02) Tem matas na beira dos córregos, rios e igarapés? ( ) Sim ( ) Não 03) É importante a preservação dessas matas nas beiras dos rios? Por que? 04) Quais os animais que são vistos com frequência no assentamento? 05) No assentamento é consumida carne de caça? Quais? ( ) Sim ( ) Não Quais ________________________________ 06) O que você acha das queimadas? Elas podem causas danos ao meio
ambiente? 07) Você utiliza veneno? Qual é o mais usado? O que você faz com as
embalagens vazias?
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Dimensão Econômica 01) O que você gostaria de produzir em sua propriedade e por que não
produz?
02) Qual é o principal produto de sua propriedade?
03) Como você faz o preparo da terra? ( ) Mecanizado ( ) Manual ( ) Tração animal ( ) Fogo
04) Faz correção do solo? ( ) Sim ( ) Não
05) Qual adubação você faz em seu solo? ( ) Orgânico ( ) Mineral
06) Trabalha com algum tipo de melhoramento genético animal? ( ) Sim ( ) Não 07) Faz suplementação alimentar com seus animais?
( ) Sim ( ) Não Qual ________________________________
08) Você fez algum financiamento? Para que?
09) Você está com dificuldade em pagar as parcelas do financiamento? ( ) Sim ( ) Não
10) Você precisa de trabalhar fora de sua propriedade, para complementar sua renda? ( ) Sim ( ) Não
11) Tem assistência técnica? Está satisfeito com a assistência? ( ) Sim ( ) Não
Dimensão Infraestrutura 01) A família recebeu auxilio habitação?
( ) Sim ( ) Não
02) Como está a qualidade do ônibus escolar? ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Regular
03) Quais as estruturas de lazer existentes no assentamento?
04) Quais os principais meios de transporte?
05) Quais os principais meios de comunicação existente no assentamento?
06) Qual o documento da terra que você tem?