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RUBEN

ÓPICOS D

JOU

NS DE JES

DE ELETR

JI-PARANUTUBRO D

SUS SANTO

ROMAGNE

NÁ/RO DE 2013

OS

ETISMO

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RUBENS DE JESUS SANTOS

TÓPICOS DE ELETROMAGNETISMO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Física de Ji-Paraná, Universidade Federal de Rondônia, Campus de Ji-Paraná, como parte dos quesitos para a obtenção do Título de Licenciatura Plena em Física, sob a orientação do Prof. Dr. Walter Trennepohl Júnior.

JI-PARANÁ/RO OUTUBRO DE 2013

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Santos, Rubens de Jesus

S237a 2013

Tópicos de eletromagnetismo / Rubens de Jesus Santos; orientador, Walter Trennepohl Júnior. -- Ji-Paraná, 2013

71 f. : 30cm Trabalho de conclusão do curso de Licenciatura Plena em Física. –

Universidade Federal de Rondônia, 2013 Inclui referências

1. Eletricidade. 2. Eletromagnetismo. 3. Corrente contínua. 4. Corrente alternada I. Trennepohl Júnior, Walter. II. Universidade Federal de Rondônia. III. Titulo

CDU 53

Bibliotecária: Marlene da Silva Modesto Deguchi CRB 11/ 601

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho em

primeiro lugar a Deus, pois sem

a Sua ajuda seria impossível

chegar ao final. Dedico também

a toda minha família, pelo apoio

e compreensão nos momentos

de dificuldade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deu por ter permitido essa realização memorável em minha vida, onde me

auxiliou nos momentos críticos.

Agradeço a minha família pela cooperação e contribuição de forma significativa em

muitos aspectos diversos.

A todos os Professores do Campus que contribuíram de forma direta e indireta para

esta formação profissional.

Aos colegas de turma pela parceria, que tiveram o objetivo de estabelecer amizade e

orientar uns aos outros nos momentos de dificuldade.

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EPÍGRAFE

A ciência humana de maneira nenhuma nega a existência de Deus, quando considero

quantas e maravilhosas coisas o homem compreende, pesquisa e consegue realizar, então

reconheço claramente que o espírito humano é obra de Deus e a mais notável.

Galileu Galilei.

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RESUMO

Neste trabalho será feito um resumo dos principais conceitos físicos de eletricidade, como o conceito de carga elétrica, campo elétrico, potencial elétrico, capacitância, resistência, corrente, etc.. Em seguida evidenciaremos as diferenças entre a corrente contínua, estudada no ensino médio, e a corrente alternada. Finalmente mostraremos, brevemente, como se faz o transporte da corrente alternada da usina hidroelétrica até os consumidores. Também será feito uma revisão histórica sobre o surgimento da corrente alternada.

Palavras-chave: Conceitos de eletricidade. Corrente contínua. Corrente alternada.

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ABSTRACT

This work will be a summary of key physical concepts of electricity, as the concept of electric charge, electric field, electric potential, capacitance, resistance, current, etc. .. Then will highlight the differences between the current, studied in high school, and AC. Finally show, briefly, how does the transport of alternating current hydroelectric plant to consumers. Will also be made a historical review of the emergence of alternating current.

Keywords: Concepts electricity. Direct current. Alternating current.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 3.1 Linhas de força do campo elétrico...........................................................................28

Figura 3.2 Circuito regras das malhas.......................................................................................35

Figura 3.3 Regras dos nós.........................................................................................................35

Figura 3.4 Circuito RC série.....................................................................................................36

Figura 3.5 Circuito com capacitor.............................................................................................37

Figura 3.6 Queda de potencial do resistor ................................................................................37

Figura 3.7 Capacitor ligado a um resistor R.............................................................................39

Figura 4.1 Campo magnético rotativo trifásico........................................................................42

Figura 4.2 Turbina de Tesla .....................................................................................................43

Figura 4.3 Gerador de Tesla......................................................................................................44

Figura 4.4 Fonógrafo de Thomas Edison..................................................................................46

Figura 5.1 Eixos formando a parte real e imaginária................................................................48

Figura 5.2 Círculo trigonométrico............................................................................................50

Figura 6.1Circuito de corrente alternada em série com um resistor R......................................53

Figura 6.2 Solenóide.................................................................................................................55

Figura 6.3 Indutores..................................................................................................................56

Figura 6.4 Circuito RC série.....................................................................................................57

Figura 6.5 Diagrama fasorial e gráfico.....................................................................................58

Figura 6.6 Triângulos de tensão................................................................................................58

Figura 6.7 Circuito RC paralelo................................................................................................60

Figura 6.8 Diagrama fasorial....................................................................................................60

Figura 6.9 Triângulos................................................................................................................61

Figura 6.10 Diagrama esquemático..........................................................................................62

Figura 6.11 Diagrama fasorial..................................................................................................63

Figura 6.12 Diagrama esquemático..........................................................................................65

Figura 6.13 Ondas trifásica em equilíbrio.................................................................................66

Figura 6.14 Esquema de distribuição de energia......................................................................67

Figura 6.15 Rede monofásica e trifásica...................................................................................68

Figura 7.1 Polia de arrasto magnético.......................................................................................69

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................21

2 FUNDAMENTAÇÃO PEDAGÓGICA.............................................................................23

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA COM INTRODUÇÃO À ELETRICIDADE...........25

3.1 CARGA ELÉTRICA..........................................................................................................25

3.2 CONDUTORES E ISOLANTES........................................................................................26

3.3 FORÇA ELÉTRICA...........................................................................................................26

3.4 CAMPO ELÉTRICO..........................................................................................................27

3.4.1 Linhas de Campo Elétrico.............................................................................................28

3.5 POTENCIAL ELÉTRICO..................................................................................................29

3.6 BATERIAS.........................................................................................................................30

3.7 CAPACITORES ................................................................................................................30

3.8 CORRENTE ELÉTRICA...................................................................................................31

3.9 RESISTORES.....................................................................................................................31

3.10 EFEITO JOULE................................................................................................................33

3.11 LEI DE OHM...................................................................................................................33

3.12 POTÊNCIA.......................................................................................................................33

3.13 FONTE DE FORÇA ELETROMOTRIZ.........................................................................34

3.14 REGRAS DE KIRCHHOFF.............................................................................................34

3.14.1 Regra das Malhas.........................................................................................................35

3.14.2 Regra dos Nós...............................................................................................................35

3.15 CIRCUITO RC.................................................................................................................36

3.15.1 Carga de um capacitor................................................................................................36

3.15.2 Descarga de um capacitor...........................................................................................38

4 CONTEXTO HISTÓRICO DA CORRENTE ALTERNADA........................................41

4.1 NIKOLA TESLA E SUA CONTRIBUIÇÃO....................................................................41

4.2 THOMAS A. EDISON E SUA CONTRIBUIÇÃO...........................................................44

5 FUNDAMENTAÇÃO MATEMÁTICA............................................................................47

5.1 NÚMEROS COMPLEXOS...............................................................................................47

5.2 VETORES...........................................................................................................................48

5.3 FASORES...........................................................................................................................49

6 DIFERENÇA ENTRE CORRENTES CONTÍNUA E ALTERNADA..........................51

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6.1 CORRENTE ALTERNADA..............................................................................................51

6.2 CORRENTE CONTÍNUA.................................................................................................51

6.3 CORRENTES ALTERNADAS.........................................................................................52

6.4 CIRCUITO COM UM RESISTOR....................................................................................52

6.5 INDUTOR E INDUTÂNCIA.............................................................................................53

6.5.1 Lei de Ampère................................................................................................................54

6.5.2 Lei de Faraday................................................................................................................54

6.6 ANÁLISE FASORIAL.......................................................................................................57

6.6.1 Análise Fasorial de Circuitos RC Série........................................................................57

6.6.2 Circuitos RC Paralelo....................................................................................................59

6.7 IMPEDÂNCIAS COMPLEXAS........................................................................................62

6.7.1 Circuito RC Série...........................................................................................................62

6.7.2 Circuito RC Paralelo.....................................................................................................64

6.8 REDES DE ENERGIA.......................................................................................................65

6.8.1 Rede Monofásica............................................................................................................65

6.8.2 Rede Trifásica................................................................................................................66

7 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS NO ENSINO DE FÍSICA.........................................69

8 CONCLUSÃO......................................................................................................................71

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente utilizamos uma série de dispositivos que requerem energia que provem,

normalmente, de uma fonte que envia esta energia por meio de uma corrente alternada. Por

outro lado, o que os alunos de ensino médio aprendem é, no máximo, conceitos de corrente

contínua, que é minoritariamente utilizada pela sociedade em geral.

Como se observa, os alunos do ensino médio acabam não aprendendo conceitos sobre

a forma de energia elétrica que eles utilizam cotidianamente, já que mais de 90% da energia

elétrica usada hoje em dia é produzida por geradores de corrente alternada. Desta forma, neste

trabalho pretende-se mostrar as principais diferenças entre estes dois tipos de transmissão de

energia elétrica e as principais razões que nos levam a privilegiar a corrente alternada.

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2 FUNDAMENTAÇÃO PEDAGÓGICA

O referencial teórico-pedagógico que orientou as apresentações inspirou-se em

indicações da teoria sócio-histórica de Vygotsky [1], segundo as quais o processo de ensino e

a aprendizagem podem realizar-se por meio de interações sociais desde que estas sejam

adequadamente conduzidas por um parceiro mais capaz, o professor, com um bom domínio

do conteúdo abordado. Segundo Vygotsky [1]:

Trata-se de um procedimento pedagógico que já foi objeto de dissertação de mestrado no qual as atividades experimentais de demonstração têm duplo papel: o primeiro, de ilustrar e facilitar a apresentação dos conceitos apresentados; o segundo, de desencadear as interações sociais que, por meio da interação alunos-professor, possibilitem a compreensão desses conceitos. Para Vygotsky, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, seus conhecimentos se constituem a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que nele se internalizam conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a construção de conhecimentos e da própria consciência.

Diante deste conceito, ao ser feito algum tipo de experimento é necessário uma

reflexão sobre seus os fundamentos para que ao ser apresentado se tornem ricas e atraentes.

Muitas vezes os conteúdos explicados pelos professores em sala de aula não é bem

compreendido pelos alunos, as aulas não se tornam ricas e atraentes, surge então uma

necessidade de busca para o melhoramento através de recursos tais como incorporar uma

atividade prática logo após iniciar um novo conteúdo, método tal que levam os alunos a

deixar de serem apenas espectadores, tornando a ser participantes também nas atividades [1]:

Á medida que o material ia sendo trabalhado, iam sendo feitas perguntas e comentários para incentivar os alunos a interagirem socialmente no processo de ensino. Dessa maneira, cabia ao mediador propor questionamentos que direcionassem os alunos para o entendimento dos conceitos envolvidos. De acordo com a teoria sócio-histórico cultural de Vygotsky, a interação social é o veículo fundamental para a transmissão dinâmica do conhecimento social, histórico e cultural desenvolvido. Essa implica em um mínimo de duas pessoas intercambiando informações e está diretamente relacionada à aquisição de significados, por exemplo, palavras são signos linguísticos, números são signos matemáticos, etc.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA COM INTRODUÇÃO À ELETRICIDADE

3.1 CARGA ELÉTRICA

No passado os gregos observaram que o âmbar, que é uma espécie de rezina produzida

pela seiva de algumas árvores, quando atritado, atraía pequenos corpos como fragmentos de

palha, penas e outros objetos leves. Com esta observação principiou-se o estudo da carga

elétrica e, por fim, o estudo da eletricidade. A propriedade que produz a atração ou a repulsão

entre elétrons e prótons é denominada carga elétrica.

Sabe-se atualmente que matéria é constituída por átomos que são eletricamente

neutros. Cada átomo tem um pequeno núcleo, cuja massa é quase igual a massa do átomo,

constituído por prótons e nêutrons. Os prótons têm carga elétrica positiva e os nêutrons não

tem carga. Ao redor do núcleo ficam os elétrons, com massa muito menor que os prótons mas

com carga igual a dos prótons.

A carga líquida de um corpo é a soma de suas cargas elétricas. Num sistema isolado, o

princípio da conservação da carga diz que a carga líquida do sistema se conserva. A lei da

conservação da carga é uma lei fundamantal da natureza. O fenômeno observado pelos gregos

com o âmbar deve-se ao fato que quando se esfregam dois corpos, os elétrons dos átomos de

um deles podem passar para o outro. Assim, um deles fica com um excesso de elétrons e com

carga elétrica negativa, enquanto o outro fica com carga elétrica positiva. Desta forma, eles se

atraem.

O fato da carga de um corpo dever-se ao excesso ou falta de um número inteiro de

elétrons se expressa frequentemenete pela afirmação de que a carga elétrica é quantizada, isto

é, a carga eletrica q dos corpos podem ser escritas na forma q = ± ne, onde n é um número

inteiro e e é uma constante da natureza, conhecida como carga elementar, que é, no Sistema

Internacional, igual a 1,602 × 10-19 C.

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3.2 CONDUTORES E ISOLANTES

Em função da mobilidade dos elétrons num corpo pode-se classificar os materiais

como condutores ou isolantes. Assim, em materiais condutores, uma fração dos elétrons dos

átomos que o compõe pode se deslocar livremente pelo material, pois estes não ficam ligados

a um único átomo. Já os materiais não condutores ou isolantes possuem todos os seus elétrons

ligados rigidamente a um determinado átomo, de forma que todas as partículas carregadas

existentes no material não podem se deslocar através dele. Exemplos de materiais condutores

são: a água, o cobre, o ferro e outros metais e de materiais isolantes são: a madeira, a

borracha, o vidro e o plástico.

3.3 FORÇA ELÉTRICA

Experimentalmente, Coulomb verificou que a força elétrica entre duas partículas

carregadas com cargas q1 e q2, separadas por uma distância r tem a direção da linha que une

as partículas, sentido de repulsão para partículas de mesma natureza e atração para partículas

de naturezas diferentes e módulo dado por:

(3.1)

onde k0 = 8,99 × 109 Nm2/C2 é a constante eletrostática, que pode também ser escrita como k0

= 1/4πє0, onde є0 = 8,85 × 10-12 C2/Nm2 é a permissividade no vácuo.

Quando uma partícula se encontra numa região onde existem várias partículas

carregadas, a força total que atua sobre ela pode ser calculada de acordo com o princípio da

superposição, que diz que a força resultante atuando nela é a soma vetorial das forças que

cada partícula exerce sobre ela.

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3.4 CAMPO ELÉTRICO

No início do século XIX foi explicado o mecanismo de duas partículas eletrizadas,

colocadas próximas uma da outra, ou se atraírem, ou se repelirem, de acordo com o seu sinal,

com a introdução do conceito de campo. Nesta explicação o espaço que envolve uma carga

elétrica se torna modificado, pois surge nele um campo de forças elétrico. Significa dizer que

qualquer partícula eletrizada colocada na região do campo fica sujeita a uma força elétrica de

atração ou repulsão. A verificação experimental da existência de um campo elétrico em um

ponto qualquer consiste simplesmente em colocar um corpo carregado, chamado carga de

prova, neste ponto. Caso uma força de natureza elétrica for exercida sobre a carga de prova,

então existe um campo elétrico neste ponto. O campo elétrico é então um campo vetorial, pois

podemos associar a cada ponto do espaço um vetor campo elétrico na região próxima de um

corpo carregado. Quando houver duas cargas puntiformes de cargas Q1 e Q2, gerando um

mesmo campo, ocorrerá uma superposição de efeitos.

Matematicamente o campo elétrico num ponto do espaço se define como o

quociente entre a força resultante atuando numa partícula com uma pequena carga q0 positiva

e o valor da carga elétrica desta partícula, isto é:

(3.2)

Pela definição de campo elétrico e com a Lei de Coulomb pode-se observar que o

campo elétrico de uma carga puntiforme Q é radial, sendo que a direção do campo elétrico em

cada ponto tem a direção da carga que produz o campo. Se a carga Q for positiva, o sentido do

campo será de afastamento e, caso a carga seja negativa, o sentido do campo será em direção

a carga que gera o campo.

De forma geral, a intensidade e a orientação do campo elétrico podem variar de ponto

a outro. Caso a intensidade e a orientação forem constantes em uma determinada região, o

campo elétrico é dito uniforme nessa região.

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3.4.1 Linhas de Campo Elétrico

Para indicarmos o sentido e a direção do campo elétrico é comum ser usada uma linha

imaginária denominada linha de campo elétrico. Ao conjunto de linhas de força usadas para

representar o campo elétrico damos o nome de espectro de campo. As linhas de campo

elétrico são construídas de forma a terem o sentido do campo elétrico, a cada ponto na qual

elas passam o campo elétrico no ponto seja tangente a linha e o número de linhas por unidade

de área perpendicular as linhas de campo elétrico sejam proporcionais a intensidade do campo

elétrico.

Como as cargas positivas geram campo de afastamento, em que nascem linhas de

força, enquanto cargas negativas geram campo de aproximação, em que morrem as linhas de

força. Quando o campo elétrico é gerado por duas cargas elétricas de mesmo módulo e de

sinais contrários, cada linha de força parece nascer na carga positiva e morrer na carga

negativa, gerando o espectro da Figura 3.1 à direita. Quando o campo elétrico é gerado por

duas cargas idênticas e positivas, o campo é de afastamento em ambas. Parece então que as

linhas nascem em uma das cargas e se afastam da outra, dando- nos o espectro da Figura 3.1 à

esquerda.

Figura 3.1: Linhas de força do campo elétrico

Fonte: Imagem extraída da referência [2]

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3.5 POTENCIAL ELÉTRICO

Ao colocarmos uma carga de prova qo numa região onde existe um campo elétrico, sua

energia potencial é proporcional a qo, pois a força elétrica que atua sobre ela é proporcional a

sua carga elétrica. Assim, a energia potencial de uma partícula carregada por unidade de carga

será um valor que independe da carga da partícula e é definida como o potencial elétrico no

ponto onde a carga de prova é colocada.

Em geral quando uma força conservativa sofre um deslocamento d , a variação da

sua energia potencial dU é definida por:

dU = - .d

(3.3)

Sendo a força elétrica conservativa, a força exercida por um campo elétrico sobre

uma carga puntiforme qo é:

= qo

(3.4)

Segue então que quando uma partícula carregada sofre um deslocamento d , a variação

de sua energia potencial eletrostática é:

dU = - qo .d

(3.5)

Assim, a variação da energia potencial por unidade da carga, isto é, a diferença de

potencial dV entre os pontos que estão na extremidade do vetor deslocamento será:

dV = = - . d

(3.6)

No caso de um deslocamento finito de uma carga q0, do ponto a até o ponto b, a

variação do potencial será dada então por: ∆V = Vb – Va = ∆ = - . d (3.7)

Da relação acima pode-se dizer então que a diferença de potencial entre dois pontos a

e b é o negativo do trabalho por unidade de carga, realizado pelo campo elétrico sobre uma

pequena carga de prova positiva, quando esta se move do ponto a até o ponto b, pois o

trabalho é o negativo da variação da energia potencial, isto é, ∆ .

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3.6 BATERIAS

Baterias são dispositivos que, devido a certas reações químicas internas, mantém duas

extremidades metálicas, chamadas pólos, numa diferença de potencial fixa. O pólo da bateria

com maior potencial é representado pelo sinal + e o pólo de menor potencial é representado

pelo sinal -. Exemplos de baterias são as baterias de automóveis e pilhas

3.7 CAPACITORES

Um capacitor é um dispositivo feito para armazenar carga elétrica e, assim, energia

potencial elétrica, já que é necessário um trabalho para se juntar cargas elétricas de mesmo

sinal, sendo que este trabalho fica armazenado como energia potencial elétrica. Um capacitor

consiste simpresmente de dois condutores isolados, chamados de placas, contendo cargas

iguais mas de sinais opostos.

A capacitância de um capacitor cujo espaço entre as placas está preenchido com ar é

definida pela relação: C QV (3.8)

onde Q é a carga colocada na placa positiva e V a diferença de potencial entre as placas.

Caso o espaço entre as placas de um capacitor seja preenchido com um material

dielétrico, sua capacitância é aumentada por um fator k, isto é, será dada por C = kC0. Este

fator k é chamado de constante dielétrica do material colocado entre as placas, e deve ser

determinado experimentalmente. O efeito do dielétrico pode ser explicado em termos da ação

do campo elétrico produzido pelas placas sobre os átomos do dielétrico, que ficam

polarizados, criando um campo elétrico com sentido oposto ao campo elétrico produzido pelas

placas, fato que diminui a diferença de potencial entre as placas e, assim, aumenta a

capacitância do capacitor.

Pode-se carregar um capacitor ligando-se cada pólo de uma bateria a cada uma das

placas de um capacitor por um fio metálico. Como todos os pontos de um condutor isolado

estão no mesmo potencial, segue que deverá existir uma diferença de potencial entre as placas

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igual à diferença de potencial entre as placas da bateria. Esta diferença de potencial entre as

placas do capacitor implica na existência de um campo elétrico entre elas, que se deve a

existência de cargas iguais, mas de sinais opostos nas placas do capacitor. Assim, ligando-se

um capacitor a uma bateria, consegue-se carregar o capacitor, isto é, fazer que suas placas

tenham cargas iguais, mas de sinais contrários.

3.8 CORRENTE ELÉTRICA

Aplicando-se um campo elétrico numa região onde existem cargas livres, como num

condutor, obtém-se em resultado um movimento organizado das cargas elétricas. Este

movimento organizado de cargas elétricas é representado através da corrente elétrica i,

definida por: i dqdt (3.9)

onde dq é a carga que passa durante um intervalo de tempo dt numa certa área perpendicular

os movimento das cargas. O sentido da corrente é tomado convencionalmente como o sentido

do movimento das cargas positivas ou no sentido oposto ao movimento das cargas negativas.

Esta convenção foi adotada muito antes de se saber que os elétrons livres eram as partículas

que se deslocavam, transportando carga, nos condutores metálicos.

Uma corrente é chamada de contínua quando o sentido do movimento das cargas

elétricas não se altera no decorrer do tempo. Para se obter uma corrente contínua é preciso se

manter uma força elétrica constante sobre as cargas livres do condutor, através de um campo

elétrico.

3.9 RESISTORES

Em geral, quando se produz movimento das cargas livres como num condutor, elas

não se encontram num meio livre e deverão passar através dos átomos do material. Assim, os

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átomos do condutor oferecem uma resistência à passagem das cargas. Defini-se então a

resistência R de um condutor pela relação:

(3.10)

onde V é diferença de potencial aplicada nas extremidades do condutor e i é a corrente que

resulta da aplicação desta diferença de potencial.

Quando duas ou mais resistências estão ligadas em série, todas são percorridas pela

mesma corrente. Resistências em série podem ser substituídas por uma resistência equivalente

dada por

R R R R (3.11)

Quando duas ou mais resistências estão ligadas em paralelo, todas são submetidas à

mesma diferença de potencial. Resistências em paralelo podem ser substituídas por uma

resistência equivalente dada por 1R 1R 1R 1R (3.12)

Experimentalmente observa-se que a resistência R de um condutor de comprimento L

e seção reta uniforme de área A é dada por

R = ρ LA (3.13)

onde ρ é a a resistividade do material, que depende do tipo de material que compõe o

condutor.

A resistividade ρ da maioria dos materiais aumenta com a temperatura. Em muitos

materiais, incluindo os metais, a relação entre ρ e a temperatura T é dada pela equação:

ρ ρ ρ α T T (3.14)

onde To é uma temperatura de referência, ρo é resistividade na temperatura To e α é o

coeficiente de temperatura da resistividade do material.

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33

3.10 EFEITO JOULE

O efeito Joule é explicado pelo aquecimento dos condutores ao serem percorridos por

uma corrente elétrica. Para haver corrente é necessário se estabelecer um campo elétrico

dentro do condutor, que vai acelerar os elétrons livres do condutor, que vão se chocar com os

átomos do material. A cada colisão, parte da energia cinética do elétron livre é transferida

para o átomo com o qual ele colidiu, e esse passa a vibrar com uma energia maior. Esse

aumento no grau de vibração dos átomos do condutor tem como consequência um aumento de

temperatura. É através deste aumento de temperatura que ocorre o aparecimento da

incandescência nas lâmpadas incandescentes, devido ao fato que certos materiais emitem luz

quando estão em temperaturas elevadas. Existem dispositivos elétricos, chamados de

resistores, que são introduzidos num circuito para provocar deliberadamente o efeito joule,

como: chuveiro elétrico, secador de cabelo, aquecedor elétrico, ferro de passar roupas, etc..

3.11 LEI DE OHM

A Lei de Ohm diz que a resistência de um condutor é constante, isto é:

(3.15)

Os condutores que obedece à Lei de Ohm são chamados de condutores ôhmicos.

Experimentalmente observa-se que numa minoria dos condutores sua resistência depende da

diferença de potencial aplicada neles. Neste caso o condutor é dito não-ôhmicos.

3.12 POTÊNCIA EM CIRCUITOS ELÉTRICOS

Quando cargas elétricas se deslocam através de dispositivos cujas extremidades estão

numa certa diferença de potencial, como uma bateria ou um resistor, existe uma troca de

energia potencial entre as cargas elétricas e o dispositivo. Se o movimento das cargas é

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contínuo, esta transferência de energia também é contínua, sendo que a taxa na qual esta

transferência ocorre é dada por:

(3.16)

onde V é a diferença de potencial entre os terminais do dispositivo e i é a corrente elétrica que

o atravessa.

Quando a corrente atravessa um resistor, a potência, isto é, a taxa na qual é produzido

calor por efeito joule pode também ser escrito, com a Lei de Ohm, como:

(3.17)

3.13 FONTES DE FORÇA ELETROMOTRIZ

Uma fonte de força eletromotriz é um dispositivo que realiza trabalho sobre cargas

elétricas para manter uma diferença de potencial entre seus terminais. Se dW é o trabalho

realizado pela fonte para transportar uma carga positiva dq do terminal negativo para o

terminal positivo, a força eletromotriz da fonte é definida por: ε dwdq (3.18)

Exemplos destas fontes são as baterias, que convertem energia química em energia

elétrica, ou um gerador, que converte energia mecânica em energia elétrica. Uma fonte de fem

efetua trabalho sobre uma carga que a atravessa, aumentando a sua energia potencial. Uma

fonte de força eletromotriz é dita ideal quando não possui resistência interna.

3.14 REGRAS DE KIRCHHOFF

As regras de Kirchhoff servem para determinar a corrente num circuito e são as

seguintes e são duas, a regra das malhas e a regra dos nós. Num circuito, um nó é um ponto

onde se interceptam mais de um fio. Já uma malha é um conjunto de elementos dispostos de

modo a formar um caminho fechado.

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3.14.1 Regra das malhas

A regra das malhas diz que a soma algébrica das variações do potencial ao longo de

todos os elementos de circuito de uma malha é nula. Ela é consequência do fato que quando

um circuito está em um estado estacionário, o potencial em cada ponto de um circuito não

muda. Assim, por exemplo, no caso do circuito de malha única mostrada na figura 3.2, a regra

das malhas diz que ε – ri – Ri = 0, fato que nos permite determinar a corrente que circula na

malha.

Figura 3.2: Circuito regra das malhas

Fonte: Imagem extraída da referência [2]

3.14.2 Regra dos nós

A regra dos nós diz que em qualquer ponto de um circuito a soma das correntes que

chegam num ponto é igual à soma das correntes que deles saem. A regra dos nós é

consequência direta do princípio da conservação da carga elétrica e do fato que num circuito

não pode haver pontos de acumulação ou rarefação de cargas elétricas. No caso exemplificado

na figura 3.3, a regra dos nós diz que i = i1 + i2.

Figura 3.3.: Regra dos nós

Fonte: Imagem extraída da referência [2]

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36

3.15 CIRCUITOS RC

Um circuito RC consiste de um resistor e de um capacitor ligados em série e ligados

ou não também em série com uma fonte. Quando a fonte está presente no circuito temos o

carregamento do capacitor e quando ela está ausente temos a descarga do capacitor, como

mostrado na figura 3.4.

Figura 3.4: Circuito RC

Fonte: Imagem extraída da referência [3]

3.15.1 Carga de um capacitor

A Figura 3.5 mostra um circuito RC, isto é, contendo um capacitor e um resistor

ligados em série com um dispositivo de força eletromotriz. Inicialmente o capacitor está

descarregado. A chave S, originalmente aberta, é fechada no tempo t = 0, fazendo com que a

carga comece a fluir da bateria para o capacitor. Num instante posterior t, a carga na placa do

capacitor é q e a corrente é i. Com a lei das malhas, temos:

0 (3.19)

Assim, com a definição de corrente, podemos escrever a relação acima como: 0 (3.20)

cuja solução, que pode ser verificada por substituição direta, é dada por:

VC C

I VR

R

Vn

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37

1 (3.21)

onde τ = RC é a constante de tempo capacitiva do circuito. Da relação acima, observa-se que

no tempo t = 0 a carga no capacitor é nula e que, num tempo muito maior que τ, a carga do

capacitor será constante, isto é, o capacitor estará carregado, e será dada por q = Cε. Durante a

carga do capacitor, a corrente será dada por:

/

(3.22)

Figura 3.5: Circuito com um capacitor até a diferença de potencial

Fonte: Imagem extraída da referência [2]

Após a chave ser fechada, a corrente fluirá e será estabelecida uma queda de potencial

entre os terminais do resistor. Haverá também um armazenamento de carga e uma queda de

potencial entre os terminais do capacitor, conforme a figura 3.6. Figura 3.6: Queda de potencial do resistor e carga no capacitor

Fonte: Imagem extraída da referência [2]

ε

a

b

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R

C

ε

1 R

C

2

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3.15.2 Descarga de um capacitor

A Figura 3.7 mostra um capacitor que está ligado a um resistor R e uma chave S, que

inicialmente, está aberta. A diferença de potencial no capacitor é V0 = Q0/C, no instante

inicial, sendo C a capacitância.

No instante t = 0 a chave é fechada. Como há uma diferença de potencial no resistor,

há uma corrente elétrica que o percorre. A corrente inicial é

(3.23)

Esta corrente é provocada pelo deslocamento de carga da placa positiva para a

negativa através do resistor. Neste processo, porém, a carga do capacitor se reduz. Se a

corrente i tiver o sentido horário, ela mede a taxa de diminuição da carga do capacitor. Se Q

for esta carga, num instante t, a corrente neste mesmo instante é

(3.24)

Percorrendo o circuito no sentido da corrente, encontramos uma queda de potencial IR

no resistor e uma elevação de potencial Q/C no capacitor. A regra das malhas dá então 0

(3.25)

sendo que Q e i são funções do tempo. Usando a relação – dQ/dt no lugar de i, ficamos com 0

(3.26)

ou 1

(3.27)

Para resolver esta equação elementar, separamos as variáveis Q e t. Multiplicando os

dois membros da equação por dt e dividindo ambos por Q, vem

(3.28)

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39

Integrando de Q0 em t = 0 até Q no instante t, temos ln

(3.29)

Portanto

(3.30)

onde τ = RC é a constante de tempo capacitiva do circuito.

Figura 3.7: Capacitor que está ligado a um resistor R.

Fonte: Imagem extraída da referência [2]

Durante a descarga do capacitor, a corrente é dada por: dQdt

ou V .

(3.31)

ε

a

b

S1

R

C

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41

4 CONTEXTO HISTÓRICO DA CORRENTE ALTERNADA

A Corrente Alternada se popularizou quando Nikola Tesla [4] foi contratado por J.

Westinghouse para construir uma linha de transmissão entre Niágara e Búfalo, em Nova

York. Thomas Edison [5] fez o possível para desacreditar Tesla, mas o sistema polifásico de

Tesla foi adotado.

Na primeira metade do século XX, haviam sistemas de Corrente Alternada de 25 Hz

no Canadá e no norte dos EUA. Alguns destes sistemas perduram até hoje, por conveniência

das fábricas industriais que não tinham interesse em trocar o equipamento para que operassem

em frequências maiores, como ocorre atualmente. As baixas frequências facilitam construção

de motores de baixa rotação, já que a rotacão dos motores é diretamente proporcional à

frequência da corrente alternada.

Há também sistemas de 16,67 Hz em ferrovias da Suíça e Suécia. Sistemas de corrente

alternada de 400 Hz são usados nas indústria têxtil, aviões, navios, espaçonaves e em

grandes computadores. Na maioria dos países da América, inclusive Brasil e EUA, a

frequência da rede elétrica é de 60 Hz. Na Europa é usada a frequência de 50 Hz. A

frequência de 50 Hz também é usada em alguns países da América do Sul, como por exemplo,

a Argentina, a Bolívia, o Chile e o Paraguai.

A Corrente Alternada foi adotada para transmissão de energia elétrica a longas

distâncias, devido à facilidade relativa que esta apresenta para ter o valor de sua tensão

alterada por intermédio de transformadores. Além disso, as perdas de energia, provinda das

hidrelétricas, em corrente alternada são bem menores que em corrente contínua. No entanto,

as primeiras experiências e transmissões foram feitas com corrente contínua.

4.1 NIKOLA TESLA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA CORRENTE ALTERNADA

Nikola Tesla nasceu na aldeia de Smiljan, Império Austríaco, hoje a atual Croácia,

filho de pais sérvios. O seu certificado de batismo registra que nasceu a 9 de Julho de 1856,

filho do Padre Milutin Tesla. Nikola Tesla foi o quarto de cinco filhos. Nikola Tesla

frequentou a escola em Karlovac, conseguindo fazer quatro anos em apenas três.

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sistema telefónico do país. Desenvolveu também um aparelho que, de acordo com alguns, era

um repetidor ou amplificador de telefone, mas que segundo outros poderia ter sido o primeiro

alto-falante.

Figura 4.2: Turbina de Tesla

Fonte: Imagem extraída da referência [4]

Em 1882 deslocou-se para Paris para trabalhar como engenheiro na "Continental

Edison Company", desenhando aperfeiçoamentos em equipamentos elétricos. Quando viaja

pelos Estados Unidos e Europa, a partir de 1891, apresentou ensaios científicos, detalhando

aplicações insuspeitadas sobre a corrente alternada de alta frequência. Desenvolve a partir

desse período um conjunto extenso de inventos para produção e uso da eletricidade, como o

motor elétrico e registra uma centena de patentes, como o acoplamento de dois circuitos por

indução mútua, princípio adotado nos primeiros geradores industriais de ondas hertz, o

princípio e metodologia de criar energia (corrente alternada) através de campo magnético

rotativo, o motor assíncrono de campo giratório, entre outros. Inventou também a corrente

polifásica, computadores elétricos e ligação em estrela, novos tipos de geradores e

transformadores, comunicação sem fio, a lâmpada fluorescente, controle remoto por rádio e

protótipos de transmissão de energia.

Tesla era fluente em muitos idiomas. Além do sérvio, falava ainda sete outras línguas:

checo, inglês, francês, alemão, húngaro, italiano e latim.

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Figura 4.3: Gerador de Tesla

Fonte: Imagem extraída da referência [4]

4.2 THOMAS ALVA EDISON E SUA CONTRIBUIÇÃO NA CORRENTE CONTÍNUA

Thomas Alva Edison nasceu numa família de classe média, em 11 de fevereiro de

1847, em Milan Ohio, EUA. O pai, Samuel Edison, canadense de origens holandesas, vende

bugigangas, é marceneiro, carpinteiro, negociante de imóveis. A mãe, Nancy Eliot Edison, ex-

professora canadense, tem a cargo sete crianças, das quais três falecem ainda pequenas. Vão-

se três meses de aulas e Thomas Edison deixa a classe. Nunca mais voltaria a frequentar uma

escola. A mãe toma a seu cargo a educação do menino e ele, por seu lado, aprende o que mais

lhe interessa. Acaba por devorar todos os livros da mãe com temas sobre ciência. Monta um

laboratório de química no sótão e, de vez em quando, faz tremer a casa. Arranja, entretanto,

um emprego como ardina no comboio que faz a ligação entre Port Huron e Detroit. Vende

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jornais, sanduíches, doces e frutas dentro dos trens. O guarda da estação local deixa-o guardar

os doces e os jornais num vagão vazio. Sobrava tempo para leituras e para experiências no

laboratório que, sorrateiramente, Edison havia instalado num dos vagões (certa vez, o vagão

pegou fogo devido às experiências que lá empreendera). Agravam-se os problemas que tem

com os ouvidos e ele fica surdo. Aprendeu o código Morse e construiu telégrafos artesanais.

Frequentava um curso e tornava-se telegrafista na terra natal. Mas, como não dispensa a

companhia dos instrumentos, provoca outro acidente e quase faz explodir o gabinete. Durante

cinco anos trabalhou por toda a parte. Aproveitou um emprego que tinha, à noite, para se

entreter com as suas engenhocas. Para evitar surpresas (às vezes mete-se a dormir), inventa

um sistema elétrico que envia de hora a hora um sinal aos vigilantes. Inventa também uma

ratoeira elétrica para caçar os ratos no quarto da pensão.

Edison registrou seu primeiro invento - uma máquina de votar, pela qual ninguém se

interessou - quando tinha 21 anos. Muda-se para Nova Iorque em 1869 para se estabelecer

como inventor independente. Chega esfomeado e sem dinheiro. Dois anos mais tarde,

inventou um indicador automático de cotações da bolsa de valores. Vendeu-o por 40 mil

dólares e ainda assinou um contrato com o Western Union, situação que lhe permitiu

estabelecer-se por conta própria em Newark, subúrbio de Nova York. No Natal de 1871,

casou-se com uma jovem de 16 anos, Mary Stilwell, uma de suas empregadas, que era

perfuradora de fitas telegráficas. Ele a pediu em casamento batendo uma moeda em código

morse. Diz-se que, terminada a cerimônia, o noivo esqueceu as núpcias, enfiou-se na oficina e

de lá só voltaria de madrugada. Mary morreria doze anos depois, de febre tifóide. Edison se

casaria mais uma vez, com Mina Miller. Nos dois casamentos, teve seis filhos, três de cada

um.

Em 1876, já famoso, a grandeza de seus recursos e a amplitude de suas atividades

motivaram a construção de um verdadeiro centro de pesquisas em Menlo Park. Era quase uma

cidade industrial, com oficinas, laboratórios, assistentes e técnicos capacitados. Nessa época,

Edison chegou a propor-se a meta de produzir uma nova invenção a cada dez dias. Não

chegou a tanto, mas é verdade que, num certo período de quatro anos, conseguiu patentear

300 novos inventos, o que equivale praticamente a uma criação a cada cinco dias. Em 1877

inventou o fonógrafo. O aparelho consistia em um cilindro coberto com papel de alumínio.

Uma ponta aguda era pressionada contra o cilindro. Conectados à ponta, ficavam um

diafragma (um disco fino em um receptor onde as vibrações eram convertidas de sinais

eletrônicos para sinais acústicos e vice-versa) e um grande bocal. O cilindro era girado

manualmente conforme o operador ia falando no bocal (ou chifre). A voz fazia o diafragma

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vibrar. Conforme isso acontecia, a ponta aguda cortava uma linha no papel de alumínio.

Quando a gravação estava completa, a ponta era substituída por uma agulha; a máquina desta

vez produzia as palavras quando o cilindro era girado mais uma vez.

Figura 4.4: Fonógrafo de Thomas Edison

Fonte: Imagem extraída da referência [5]

Em 1878, com 31 anos, propôs a si mesmo o desafio de obter luz a partir da energia

elétrica. Edison tentou inicialmente utilizar filamentos metálicos. Foram necessários enormes

investimentos e milhares de tentativas para descobrir o filamento ideal: um fio de algodão

parcialmente carbonizado. Instalado num bulbo de vidro com vácuo, aquecia-se com a

passagem da corrente elétrica até ficar incandescente, sem, porém derreter, sublimar ou

queimar. Em 1879, uma lâmpada assim construída brilhou por 48 horas contínuas e, nas

comemorações do final de ano, uma rua inteira, próxima ao laboratório, foi iluminada para

demonstração pública. Edison ainda aperfeiçoou o telefone (com o microfone a carvão

empregado até hoje), o fonógrafo, e muitas outras invenções. Em conjunto, essas realizações

modificaram os hábitos de vida em todo o mundo e consagraram definitivamente a tecnologia.

Thomas Alva Edison morreu a 18 de outubro de 1931.

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5 FUNDAMENTAÇÃO MATEMÁTICA

5.1 NÚMEROS COMPLEXOS

Define-se a unidade imaginária, representada pela letra i, como sendo a raiz quadrada

de -1 e que também é uma solução da seguinte equação polinomial quadrática:

x2 + 1 = 0

(5.1)

Defini-se também um número complexo z, por um número que pode ser escrito como

a soma de um número ou parte real com um número ou parte imaginária, isto é, que pode ser

escrito como:

(5.2)

Os números complexos tem as seguintes propriedades:

• Igualdade: a + bi = c + di a = c e b = d, isto é, dois números complexos são iguais

se, e somente se, suas partes reais e imaginárias são iguais.

• Adição: (a + bi) + (c + di) = (a + c) + (b + d)i, isto é, a soma de dois números

complexos é um número complexo cuja parte real é a soma das partes reais das

parcelas e cuja parte imaginária é a soma das partes imaginárias das parecelas.

• Multiplicação: (a + bi) (c + di) = (ac - bd) + (ad + bc)i, isto é, o produto de dois

números complexos é o resultado do desenvolvimento de (a + bi)(c + di), aplicando a

propriedade distributiva e levando em conta que i2= - 1, isto é: (a + bi)(c + di) = a(c +

di) + bi(c + di) = ac + adi + bci + bdi2 = (ac - bd) + (ad + bc).

Argand e Gauss associaram a cada número complexo z = a + bi um ponto P do plano

de Argand-Gauss, que se trata de um plano cartesiano na qual a parte real do complexo é

representada por um ponto do eixo horizontal, que passa a ser chamado de eixo real, e a parte

imaginária, por um ponto do eixo vertical que passa a chamar-se eixo imaginário.

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Figura 5.1: Eixos formando a parte real e imaginária.

Fonte: Imagem extraída da referência [6]

O ponto P, correspondente ao número complexo z = a + bi, é chamado de imagem ou

afixo de z. Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo destacado, temos:

ρ2= a2 + b2 ρ= √ (5.3)

A grandeza ρ é chamada de módulo de z e pode também ser indicada por |z|. O ângulo θ que é tal que 0 ≤ θ < 2π, formado pelo eixo real e a reta-suporte do

segmento OP, no sentido anti-horário, é chamado de argumento de z para z ≠ 0. Da figura

acima, observa-se que cos θ = a/ρ e sem θ = b/ρ. Com isto, podemos escrever z = a + bi como:

z = ρ(cos θ + isen θ) (5.4)

5.2 VETORES

A Física lida com um grande número de grandezas que têm tanto amplitude como

direção e sentido. Por isto ela precisa de uma linguagem matemática especial – a linguagem

dos vetores – para descrever essas grandezas. Uma partícula que se move ao longo de uma

linha reta pode se deslocar em apenas dois sentidos. Para uma partícula que se move em 3

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dimensões, contudo, um sinal positivo ou negativo não é suficiente para se indicar direção e

sentido. Neste caso, deve-se usar um vetor. Um vetor tem módulo ou magnitude, assim como

direção e sentido, e os vetores seguem certas regras de combinação. Uma grandeza vetorial é

uma grandeza que tem tanto módulo quanto direção e sentido e pode, portanto, ser

representada por um vetor. São exemplos de grandezas físicas vetoriais o deslocamento, a

velocidade e a aceleração.

Nem toda grandeza física envolve uma direção. Temperatura, pressão, energia, massa

e tempo, por exemplo, não “apontam” no sentido espacial. Chamamos tais grandezas de

escalares e lidamos com elas pelas regras da álgebra comum. Temos grande liberdade de

escolha de um sistema de coordenadas, porque as relações entre vetores são independentes da

localização da origem do sistema de coordenadas nem da orientação de seus eixos.

5.3 FASORES

Fasores são vetores que giram no sentido anti-horário com uma velocidade angular

constante ω. Assim, se o fasor tem amplitude A, num instante em que faz um ângulo θ com o

eixo, sua projeção ortogonal nos eixos x e y são dadas por Ax = A cos θ e Ay = A sen θ. Como

a velocidade angular do fasor é constante, segue que o ângulo θ que o fasor a cada instante

com o eixo x é dado por θ = ωt + θ0, onde θ0 é o ângulo que o fasor fez com o eixo x no

tempo t = 0. Com isto podemos escrever as projeções ortogonais do fasor nos eixos x e y

como:

Ax = A cos (ωt + θ0) e Ay = A sen (ωt + θ0) (5.5)

Na figura 5.2 observa-se a projeção ortogonal no eixo y de um fasor de amplitude Vm

que faz inicialmente um ângulo θ0 = 0 com o eixo x.

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Figura 5.2: Projeção ortogonal de um fasor de amplitude Vm no eixo y.

Fonte: Imagem extraída da referência [6]

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6 DIFERENÇA ENTRE A CORRENTE CONTÍNUA E A ALTERNADA

6.1 CORRENTE ALTERNADA

Ao se tratar de corrente alternada, podemos dizer que mais de 90% da energia elétrica

usada hoje em dia é produzida por geradores de corrente alternada. A grande vantagem da

corrente alternada em relação à corrente contínua está no fato de que a corrente alternada pode

ser usada para transportar a energia elétrica a grandes distâncias usando altas tensões a baixas

correntes, o que reduz consideravelmente as perdas de energia elétrica nas linhas de

transmissão. No destino, essa energia é transformada, quase sem perdas para as tensões mais

baixas e mais seguras, que são normalmente usadas nas indústrias e residências. A indução

magnética é o fenômeno físico em que se baseiam os transformadores responsáveis por essas

mudanças dos níveis de tensão e corrente. Essas mudanças são fundamentais, pois os

transformadores que existem numa linha de transmissão só funcionam recebendo esse fluxo

de elétrons alternado.

6.2 CORRENTE CONTÍNUA

Na Corrente Contínua o fluxo de elétrons passa pelo fio sempre no mesmo sentido.

Como não há alternância, essa corrente não é aceita pelos transformadores e não ganha

voltagem maior. O Resultado é a energia elétrica que não pode seguir muito longe. Por isso, a

corrente contínua é usada em pilhas e baterias, mas ela não serve para transportar energia

entre uma usina e uma cidade. Na corrente contínua o desperdício de energia elétrica é

grande. Isso porque a corrente contínua não pode, facilmente, ficar com uma voltagem muito

alta.

Há muitos equipamentos eletrônicos que só funcionam com corrente contínua,

possuindo transformadores internos, que adaptam à corrente alternada que chega pela tomada.

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6.3 CORRENTES ALTERNADAS

Uma corrente é chamada de corrente alternada quando o sentido do movimento das

cargas livres do condutor varia ao longo do tempo. Para se obter este efeito, a fonte de força

eletromotriz deve mudar de polaridade ao longo do tempo. A mudança de polaridade mais

fácil de se estudar e que tem mais interesse prático é aquela na qual a variação da polaridade

da fonte varia harmonicamente. Neste caso, a tensão na fonte de tensão pode ser descrita

como: sen (6.1)

onde εm é a amplitude ou valor máximo desta grandeza, ω é a frequência angular ϕ é a fase

inicial da oscilação.

6.4 CIRCUITOS COM UM RESISTOR

A Figura 6.1 mostra um circuito simples de corrente alternada, constituído por uma

fonte de força eletromotriz alternada e um resistor. Na figura, os sinais de menos e de mais

indicam os lados da fonte de força eletromotriz com o potencial elevado e com o potencial

baixo, quando a corrente tem o sentido da seta. No resistor também aparecem os sinais de

mais e de menos, para simbolizar a queda de potencial, sempre com a corrente no sentido da

seta. O ponto onde a corrente entra no resistor tem potencial mais elevado que o do ponto por

onde a corrente sai do resistor. A queda de voltagem no resistor é

VR = V+ - V- = iR

(6.2)

Se for a fem do gerador, a regra das malhas, aplicadas ao circuito, dá

– VR = 0

(6.3)

Assim, com as relações 6.1, 6.2 e 6.3 temos então que a corrente no resistor será dada

por:

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sen (6.4)

ou seja, a corrente no resistor estará em fase com a tensão tanto na resistência como na fonte.

Figura 6.1: Circuito de corrente alternada em série com um resistor R.

Fonte: Imagem extraída da referência [2]

6.5 INDUTOR E A INDUTÂNCIA

As primeiras fontes conhecidas de magnetismo foram os ímãs. No entanto,

posteriormente se descobriu que a agulha de uma bússola era defletida por uma corrente

elétrica. Com isto, descobriu-se que quando uma carga elétrica pontual q se move com

velocidade , ela produz um campo magnético , dado por

µ4π (6.5)

onde é o vetor posicão do ponto onde está sendo produzido o campo magnético em relação

ao ponto onde a carga se encontra e µ é uma constante de proporcionalidade, chamada de

permeabilidade do espaço livre, que possui um valor exato igual a 4π . 10-7 Tm/A = 4π . 10-7

N/A2.

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6.5.1 Lei de Ampère

A lei de Ampère relaciona a componente tangencial Bt do campo magnético somada

em torno de uma curva fechada C com a corrente ic que passa através de qualquer superfície

limitada por C. Ela pode ser usada para obter uma expressão para o campo magnético nas

situações que apresentem um elevado nível de simetria e é expressa matematicamente como: . µ (6.6)

A lei de Ampère é válida para qualquer curva C, desde que as correntes sejam

permanentes e contínuas. Isto significa que a corrente não varia no decorrer do tempo e que a

carga não está sendo acumulada em nenhum lugar.

6.5.2 Lei de Faraday

Após a descoberta de que correntes produzem campos magnéticos, descobriu-se que

variações de campo magnético produzem campos elétricos e, assim, correntes elétricas. As

forças eletromotrizes e as correntes provocadas por um campo magnético variável são

denominadas forças eletromotrizes induzidas e correntes induzidas. O processo em si é

denominado indução magnética. Uma força eletromotriz induzida num circuito é igual, em

módulo, à taxa de variação do fluxo magnético através do circuito, isto é:

ε . (6.7)

onde dS é o módulo de um elemento de área da superfície na qual existe variação de campo

magnético.

Auto-indutância é a capacidade que um condutor possui de induzir um campo

magnético em si mesmo quando a corrente o varia, onde o valor do campo magnético e o

fluxo magnético em cada ponto são proporcionais a corrente i, portanto:

= Li

(6.8)

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onde L, a constante de proporcionalidade, é chamada de auto-indutância. É possível encontrar

o fluxo magnético através de um solenóide de comprimento l, N voltas e raio r transportando

uma corrente i através da equação:

µ 2

(6.9)

O fluxo magnético é o produto do número de voltas, da intensidade do campo

magnético e da área limitada por uma espira que é igual a = NBA. O campo magnético

dentro do solenóide é dado por B = µ nI, onde n = N/l é um número de voltas por unidade de

comprimento e expressando a área A que é igual a em termos do raio da solénoide, como

mostra a Figura 6.2. Figura 6.2: Solenóide

Fonte: Imagem extraída da referência [2]

A auto-indutância de um circuito depende do tamanho de uma bobina, da forma

geométrica da bobina, do número de espiras ou enrolamento da bobina e das propriedades

magnéticas do material no qual existe um campo magnético. Já a indutância mútua acontece

quando a corrente num condutor ou numa bobina varia, este fluxo pode interceptar qualquer

outro condutor ou bobina nas vizinhanças, induzindo tensões em ambos.

O indutor é um dispositivo elétrico que armazena energia na forma de campo

magnético ao ser percorrido uma corrente elétrica no dispositivo. Um indutor é geralmente

construído com uma bobina de material condutor, por exemplo, fio de cobre, como é

mostrado na figura 6.3. Um núcleo de material ferromagnético aumenta a indutância

concentrando as linhas de força de campo magnético que fluem pelo interior das espiras, isto

acontece porque são materiais que têm valores positivos muito grandes da capacidade

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magn

form

ferro

elem

nética. O f

mam mome

omagnetism

mentos entre

ferromagnet

entos mag

o se manif

si.

tismo surge

gnéticos, o

festa no fer

Fonte: Im

e da forte

ou na viz

rro, no cob

Figura 6.3: In

magem extraída

interação e

zinhança d

balto e no

ndutores

a da referência

entre os elé

de átomos

níquel puro

a [2]

étrons local

s ou mol

os, e nas l

56

lizados que

léculas. O

ligas destes

6

e

O

s

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57

6.6 ANÁLISE FASORIAL DE CIRCUITOS RC EM SÉRIE E EM PARALELO NA

CORRENTE ALTERNADA

6.1 ANÁLISE FASORIAL DE CIRCUITOS RC EM SÉRIE

Um circuito RC em série, cuja resistência R e capacitância C estão associadas em série

ao circuito da fonte de alimentação de tensão de corrente alternada. A tensão total eficaz V do

circuito é a soma fasorial da tensão eficaz no resistor VR (em fase com a corrente eficaz I que

circula no circuito, sendo a mesma para IR e IC) com a tensão eficaz no capacitor VC. V= VR VC; (6.10)

I = IR + IC. (6.11)

Figura 6.4: Circuito RC série alimentado por uma fonte de tensão corrente alternada

Fonte: Imagem extraída da referência [7]

O diagrama fasorial e os gráficos de ondas senoidais das grandezas instantâneas

correspondentes estão mostrados na Figura 6.5. Considera-se em todos os diagramas fasoriais

que os módulos dos fasores são os valores eficazes das grandezas em questão.

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Figura 6.5: Diagrama fasorial (a) e gráficos de ondas senoidais (b) de um circuito RC série em C.A.

Fonte: Imagem extraída da referência [7]

As expressões matemáticas correspondentes às grandezas instantâneas são:

ε=εm(sen ωt+90− ); (6.12)

εR=εR,msen(ωt 90 ; (6.13)

εC=εR,msenωt; (6.14)

i=imsen(ωt 90 . (6.15)

A partir dos valores eficazes, os triângulos de tensão, impedância e potência

apresentam-se:

Figura 6.6: Triângulos de tensão (a), impedância (b) e potência (c).

Fonte: Imagem extraída da referência [7]

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Da Figura 6.6a, obtém-se:

V= √Vr Vc (6.16)

e também:

cos = VR/V (6.17)

tan =VC/VR (6.18)

A partir da Figura 6.6b, obtém-se:

V/I=Z= impedância do circuito; (6.19)

VR/I=R=resistência; (6.20)

VC/I=XC= reatância capacitiva (6.21)

Z2= R2 + X2C (6.22)

cos =R/Z; (6.23)

tan =XC/R (6.24)

As expressões matemáticas obtidas a partir do triângulo de potência da Fig. 6.6c são:

Pap= VI= potência aparente (VA); (6.25)

P= VR I = VI cos =potência real (w); (6.26)

Prc=VC I = VI sen = potência reativa (VArc). (6.27)

6.6.2 Circuito RC Paralelo

Em um circuito RC paralelo, a resistência R e o capacitor C estão conectados em

paralelo (ver Figura 6.7). Nesta configuração, as tensões nos componentes serão as mesmas

da fonte. A corrente total será a soma fasorial das correntes nos ramos do circuito. O diagrama

fasorial e os gráficos de ondas senoidais para a tensão e correntes no circuito RC paralelo são

mostrados na Figura 6.8.

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V=VR=VC; (6.28)

I=IR+IC. (6.29)

Figura 6.7: Diagrama de um circuito RC paralelo, em corrente alternada

Fonte: Imagem extraída da referência [7]

Figura 6.8: Diagrama fasorial (a) e gráficos de ondas senoidais (b) de i, iC, iR, e ε.

Fonte: Imagem extraída da referência [7]

As expressões matemáticas das correntes e tensão eficazes são:

ε=εmsenωt; (6.30)

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i=imsen(ωt ; (6.31)

iR= iR,m sen ωt; (6.32)

iC = iC,m sen(ωt 90). (6.33)

Os triângulos de correntes, impedância e potência eficazes, são respectivamente:

Figura 6.9: Triângulos de: (a) correntes; (b) impedância; e (c) potência

Fonte: Imagem extraída da referência [7]

A partir da Fig. 6.9a obtém-se:

I2=IR2 +IC

2 (6.34)

e da Fig.6.9b obtém-se: IV = Z ; (6.35)

IC/V = 1/XC ; (6.36)

IR/V=1/R; (6.37)

1/Z2=1/XC2+1/R2. (6.38)

A partir da Fig. 6.9c obtém-se:

Pap= VI= potência aparente (VA); (6.39)

P= V IR = VI cos =potência real (w); (6.40)

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Prc=V IC = VI sen = potência reativa (VArc). (6.41)

O ângulo de defasagem ( ) pode ser calculado em qualquer caso por:

cos = IR/I; (6.42)

ou

cos = ZR (6.43)

ou

cos = P/Pap. (6.44)

6.7 IMPEDÂNCIAS COMPLEXAS EM CIRCUITOS RC

As impedâncias de circuitos RC podem ser representadas na forma complexa, sendo

esses circuitos de duas formas: RC em série e RC em paralelo.

6.7.1 Circuito RC Série

Considera-se um circuito RC série e seus diagramas esquemáticos e fasorial na figura

6.10.

Figura 6.10: Diagrama esquemático (a) e fasorial (b) de um circuito RC Serie, em corrente alternada

Fonte: Imagem extraída da referência [7]

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Na Fig.6.10b, tem-se que:

I = I 90° ;

VC = VC 0° ;

como

XC=VC/I = (VC 0°) / (I 90°) = VC/I 90° = XC 90°;

onde

XC = ωC; (6.45)

Logo a reatância de um capacitor representada na forma complexa será:

XC= -j ωC (6.46)

Multiplicando-se o numerador e o denominador, da última expressão, por j e lembrando-se

que

j2= -1,

tem-se a outra forma complexa da reatância capacitiva.

XC = ω

.

(6.47)

O resistor, como já foi visto, na forma complexa não tem parte imaginária. Lembre-se

que o diagrama fasorial da Fig.6.11b gira com velocidade angular ω e que a posição em que

foram colocados os fasores é pura conveniência, eles poderiam ser representados como na

figura a seguir: Figura 6.11: Diagrama fasorial de um circuito RC série

Fonte: Imagem extraída da referência [7]

O que importa é que, num caso ou no outro, a corrente I no circuito está adiantada em

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relação à tensão. A tensão V, que também pode ser representada na forma complexa, é obtida

somando-se VR com VC, isto é, a expressão complexa torna-se:

V = VR + VC (6.48)

dividindo-se esta expressão por I, resulta:

V/I = VR/I+VC/I; (6.49)

onde,

V/I=Z = impedância complexa do circuito; (6.50)

VR/I= R = resistência do circuito; (6.51)

VC /I = -j ωC =

ωC = reatância do capacitor; (6.52)

desta forma, a impedância do circuito RC série valerá:

Z= R+XC (6.53)

Z=R-j ωC; (6.54)

Z=R+ωC. (6.55)

6.7.2 Circuito RC Paralelo

Considera-se um circuito RC paralelo e seu diagrama fasorial representados na Fig.

6.12. A principal diferença para o circuito RC série e a tensão no resistor e capacitor ser a

mesma da fonte de alimentação ε. Consequentemente, a corrente total não é a mesma para R e

C. Figura 6.12: Diagrama esquemático (a) e fasorial (b) de um circuito RC paralelo em corrente alternada

Fonte: Imagem extraída da referência [7]

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Neste circuito em paralelo, a corrente total complexa I é obtida somando-se as

correntes complexas que passam pelo resistor e pelo capacitor, resulta

I=IR+IC; (6.56)

dividindo esta expressão por V, resulta:

I/V = IR/V+IC/V; (6.57)

e fazendo-se as substituições para impedância complexa do circuito Z, resistência do circuito

R e reatância capacitiva XC,

1/Z = 1/R+1/XC; (6.58)

obtém-se a expressão para a impedância complexa do circuito RC paralelo:

Z = R + jωC. (6.59)

6.8 REDES DE ENERGIA

6.8.1 Rede Monofásica

Uma rede monofásica é constituída apenas de uma fase elétrica e um neutro, devendo

também possuir um condutor de equipotencialização chamado de "terra", no entanto, apesar

da palavra “monofásica” (mono = um) fazer referência a uma rede com apenas uma fase, é

comum no meio técnico a denominação monofásico para os motores elétricos que não são

trifásicos, ou seja, denomina-se motor monofásico os motores que funcionam com menos de

três fases, mesmo que utilize duas fases ao invés de uma, porém, o correto do ponto de vista

da terminologia normalizada é: trifásico, quando circuito à três fases, bifásico, quando circuito

a duas fases, e monofásico, quando circuito com apenas uma fase.

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6.8.2 Rede Trifásica

O sistema trifásico é composto por três fases e é a forma mais comum de geração,

transmissão e distribuição de energia elétrica. As amplitudes e o defasamento das fases são

idênticos entre si, por isso que dizem que é equilibrado, se não forem idênticas é chamado de

sistema trifásico desequilibrado.

Vaa’ + Vbb’ + Vcc’ =0 (6.60)

Figura 6.13: Esquema de ondas trifásicas equilibrada

Fonte: Imagem extraída da referência [8]

O sistema de produção, transporte e distribuição de energia elétrica tem a seguinte

constituição:

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67

Figura 6.14: Esquema de distribuição de energia elétrica

Fonte: Imagem extraída da referência [8]

Nas centrais há geradores alternados (acionados por turbinas hidráulicas ou máquinas

térmicas). A tensão produzida (por exemplo: a 12KV) é elevada para valores situados entre

60KV a 400KV. O transporte de energia elétrica é feita pelas linhas de alta tensão até às

subestações, situados junto dos centros consumidores.

Os transformadores baixam a tensão para 10KV. Nas cidades há redes de cabos

subterrâneos que transportam a energia até aos pontos de transformação onde a tensão é

reduzida a 220 V para alimentar instalações de baixa tensão. Cada posto de transformação

alimenta um grande consumidor, fábrica, ou um grupo de pequenos consumidores, conjunto

de edifícios residenciais.

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Figura 6.15: Rede monofásica e trifásica

Fonte: Imagem extraída da referência [9]

O disjuntor da rede não armava. Foi solicitado pelo dono da fazenda um técnico para

verificar sua energia, pois ele estava sem poder trabalhar em atividades como fazer ração para

os animais, tirar água e também sem iluminação na sua residência. De início o técnico tentou

ligar o disjuntor, mas ele fazia barulho e desarmava, indicando um curto na linha.

Passou então a examinar os cabos nus da rede que alimenta a residência e o motor, mas até aí

tudo estava normal. Seguiu-se depois à rede que leva energia para o motor do poço artesiano

(submerso) caminhando uns 400 metros foram encontradas duas fases em curto. Depois de

desfazer o curto, o disjuntor pôde armar normalmente e a energia foi restabelecida.

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7 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS NO ENSINO DE FÍSICA

É interessante iniciar uma sondagem de pré-concepções de alunos do ensino médio por

meio de um questionário com questões de múltipla escolha para facilitar o trabalho de coleta

de respostas e a avaliação dos resultados com dois objetivos: avaliar o conhecimento dos

alunos sobre a corrente alternada e obter elementos que oriente na preparação do material

instrucional para a apresentação em sala de aula, ao nível do ensino médio. Depois de

preparado o material e escolhida à estratégia pedagógica, serão realizadas as apresentações em

sala de aula por um dos autores, na mesma turma de alunos que participaram da sondagem

inicial. Primeiramente é feito um círculo com as carteiras ao redor da mesa do professor, que

foi colocada no centro da sala de aula para que todos possam ter uma boa visualização das

demonstrações. Os alunos vão sendo informados do que será feito e a vontade para fazer

perguntas ou interagirem com o pesquisador a qualquer momento. Dentro dos conceitos de

corrente alternada várias experiências podem ser apresentadas. Dentre as experiências, por

exemplo, como consequência mais relevante da descoberta, seria apresentado o gerador de

corrente elétrica alternada, demonstrando como se dá a geração de eletricidade em usinas

hidrelétricas e também a polia de arrasto magnético mostrado na Figura 7.1. Julgamos que

essas demonstrações serão mais adequadas no sentido de desencadear interações sociais.

Figura 7.1: Polia de arrasto magnético

Fonte: Imagem extraída da referência [10]

No experimento, dois discos um de aço (Daço) e outro de alumínio (DAl), quando

dispostos frente a frente, podem ser afastados ou aproximados. O disco de aço, em cuja face

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estão colados vários ímãs (I), pode girar por meio de uma correia e manivela; o disco de

alumínio pode girar livremente.

Os discos são aproximados até uma distância de aproximadamente 1,0 cm. Em

seguida, com a manivela, faz-se girar o disco de aço onde os ímãs estão colados. Observa-se

então que o disco de alumínio, metal não ferromagnético, também começa a girar. Isso ocorre

porque o movimento de rotação faz com que o fluxo do campo magnético dos ímãs varie

enquanto atravessa o disco de alumínio essa variação, de acordo com a Lei de Faraday, faz

aparecer nesse disco, correntes circulares induzidas. As correntes induzidas no disco de

alumínio geram campos magnéticos que tendem a opor-se ao movimento do disco de aço, mas

como este se move pela ação externa do operador da demonstração, que gira a manivela, é o

disco de alumínio quem é arrastado.

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8 CONCLUSÃO

Os resultados deste trabalho podem contribuir para a descoberta de novas formas de se

apresentar um tema aos alunos, mais acessível à realidade da nossa escola atual, não somente

em relação ao conceito de energia elétrica, mas também de vários outros tópicos que são, ou

poderão ser abordados no ensino médio.

Através de experimentos simples e de baixo custo é possível mostrar experimentos

elaborados sobre corrente alternada verificando também as leis que envolvem os respectivos

experimentos. Por meio de circuitos, podem ser explorados os conceitos de isolantes,

condutores e de associações de resistências. Ainda podem-se usar os dados colhidos pelos

estudantes para a representação de grandezas físicas em gráficos e analisá-los em busca de

informações relevantes sobre os conceitos estudados.

A ênfase da educação deixa de ser a memorização da informação transmitida pelo

professor e passa a ser a construção do conhecimento realizada pelo aluno de maneira

significativa, sendo o professor o facilitador deste processo de construção.

Cabe ao professor propor desafios aos seus alunos, contextualizando conteúdos e

coletando dados por meio de diferentes instrumentos tomando sempre o cuidado para que a

experimentação seja utilizada de maneira a gerar um aprendizado significativo e não apenas a

manipulação de objetos.

As aulas práticas no ensino de Física devem acontecer de maneira mais intensa para

que ocorra uma validação do conteúdo abordado e uma associação da física com o dia-a-dia

do aluno de forma a ligar o assunto com a realidade. O ato de ensinar não beneficia só o

aluno, mas faz o professor atualizar-se e até adquirir novos conhecimentos.

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REFERÊNCIAS

[1] VYGOTSKY, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente. 6ª Ed. São Paulo: Martins Fontes. 1998. p. 40.

[2] TIPLER, P., MOSCA, G. Física. 5ª Ed. Rio de Janeiro: LTC. 2006. p.144-162, 301-311. v.2. [3] SEARS, F., SEMANSKY, M., YOUNG, H. Física eletricidade e magnetismo. 2ª Ed. Rio de Janeiro: LTDA/LTC. 1984. P. 620-633, 708-711, 738-753. v.3.

[4] Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Nikola Tesla>. Acesso em: 19 jun. 2012, 22:25:00.

[5] Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Edison>. Acesso em: 19 jun. 2012, 17:45:00.

[6] IEZZI, Gelson. Fundamentos de Matemática elementar – números complexos. 6ª Ed. São Paulo: ATUAL. 1993. p. 8-12. v.6.

[7] Disponível em: <http://dee.ufcg.edu.br/~gutemb/Conceitos%20Basicos.pdf>. Acesso em: 17 de jun. de 2012, 14:55:00.

[8] Disponível em: <http:// ltodi.est.ips.pt/smarques/SCE/Microsoft%20Word%20-%20Circuitos%20Polif%C3%A1sicos.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012, 23:49:00.

[9] Disponível em: <http://www.sabereletronica.com.br/secoes/leitura/974>. Acesso em: 10 jun. 2012, 13:05:00.

[10] ERTHAL, J. P. C. Atividades experimentais de demonstração para o ensino da corrente alternada ao nível do ensino médio. Disponível em: <http:// www.periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/5812/5802>. Acesso em: 15 jun. 2012, 09:36:00.

[11] Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_alternada>. Acesso em: 19 jun. 2012, 13:43:00.

[12] HALLYDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. Fundamentos de Física. 7ª Ed. Rio de Janeiro: LTC. 2006. p. 13-178. v.1.

[13] EDUCAÇÃO. S. E. Diretrizes Curriculares para a Educação Básica. Curitiba, 2006.

[14] MORAES, Maria Cândida. O paradigma Educacional Emergente. 11ª Ed. Campinas, SP: Papirus. 2005. p.31,198.

[15] SÉRÉ, M. G. O Papel da Experimentação no Ensino da Física. Disponível em: <http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6560/6046>. Acesso em: 17 jun. 2012, 14:37:00.

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[16] CHIQUITO, A. J. Um sistema simples para a verificação da lei de Ohm. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num2/v13a15.pdf>. Acesso em:13 maio 2009, 17:46:00.

[17] VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

[18] TIPLER, Paul. Física. 4ªEd. Rio de Janeiro: LTC. 2007. P.2-6, 118-135, 277-278. v.2.

[19] CALÇADA, C., SAMPAIO, J. Universo da Física. 2ª Ed. São Paulo: ATUAL. 2005. v.3.