rx tórax - patrão intersticial
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Curso PneumoAtual de Radiologia – aula 4 1
Padrão intersticial
Gustavo de Souza Portes Meirelles1 1 – Doutor em Radiologia pela Escola Paulista de Medicina – UNIFESP
1 – Definição O interstício é uma rede de tecido conectivo que dá suporte aos pulmões e normalmente não é visível na
radiografia. Compreende as paredes dos brônquios e alvéolos, além dos septos interlobulares e do tecido
que acompanha brônquios e vasos pulmonares.
Várias doenças causam alterações intersticiais, que podem se manifestar como micronódulos, opacidades
reticulares ou alterações retículo-nodulares (forma mais comum de apresentação). Na descrição das
alterações deve-se sempre evitar os termos “infiltrado” e “acentuação da trama broncovascular”, por se
tratarem de termos inespecíficos, sem muito significado prático. Utilizar como descritivo a palavra
“opacidades”, caracterizada quanto ao seu tipo (reticular, nodular ou reticulo-nodular).
2 – Padrão micronodular
O padrão micronodular é decorrente de múltiplos nódulos medindo de 1 a 5 mm, que podem se tornar
coalescentes. Quando maiores, geralmente são decorrentes da somatória de alteração intersticial e acinar.
As principais causas do padrão micronodular são doenças infecciosas (tuberculose miliar, histoplasmose),
sarcoidose, pneumoconioses, pneumopatias intersticiais e algumas neoplasias (linfoma, bronquioloalveolar).
Causas mais raras são a amiloidose, hemossiderose pulmonar e histiocitose de Langerhans.
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Figura 1. Padrão micronodular na radiografia simples. Múltiplos
micronódulos esparsos, menores que 0,5 cm (silicose).
Figura 2. Sarcoidose com padrão micronodular na
radiografia simples.
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3 – Padrão reticular
O padrão reticular é composto por espessamentos septais, bandas (estrias) e opacidades lineares. Ocorre
principalmente nas pneumopatias intersticiais, como a pneumonia intersticial usual, asbestose, pneumonia
intersticial linfóide e pneumonia intersticial não específica, além de infecções (especialmente virais), edema
pulmonar e neoplasias com linfangite pulmonar carcinomatosa.
Figura 3. Alteração intersticial difusa, sob a forma reticular. Múltiplas
opacidades lineares no pulmão esquerdo (pneumopatia intersticial).
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Figura 4. Linfangite carcinomatosa. Padrão reticular de apresentação,
com estrias no pulmão direito. Paciente com neoplasia pulmonar
central direita (hilo direito de volume aumentado).
Figura 5. Padrão reticular no edema pulmonar. Espessamentos septais
e estrias no pulmão direito, além de derrame pleural e
aumento da vascularização apical.
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4 – Padrão retículo-nodular
Este talvez seja o padrão mais comum de apresentação, pois corresponde a uma somatória dos dois
primeiros. O achado clássico é o de micronódulos associados a opacidades reticulares, como
espessamentos septais e estrias. Pode ser visto em várias afecções, como pneumoconioses, infecções,
pneumopatias intersticiais e neoplasias. Muitas vezes é decorrente de faveolamento, presente nas doenças
pulmonares fibrosantes.
Figura 6. Asbestose com padrão reticulo-nodular. Micronódulos,
espessamentos septais e estrias.
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Figura 7. Padrão retículo-nodular na fibrose pulmonar idiopática.
Figura 8. Faveolamento em pneumonia intersticial usual por colagenose,
com padrão retículo-nodular na radiografia simples de tórax.
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5 – Leitura recomendada
Felson B. Chest roentgenology. WB Saunders, Philadelphia, PA, 1973: 574p.
Juhl JH, Crummy AB, Kuhlman JE. Paul and Juhl's Essentials of Radiologic Imaging. Lippincott Williams &
Wilkins, 1998, 1408p.
McLoud TC. Thoracic Radiology: The Requisites. Mosby, 1998, 512p.