s estudos e d
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Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado de Investimento Socialmente Responsável (ISR): um estudo sobre a participação da Vale no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
Ana Maria Botelho Marinho Cunha Gilse Barbosa Guedes Márcia Viana de Sá Earp
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SÉRIE ESTUDOS E DOCUMENTOS
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado
de Investimento Socialmente Responsável (ISR): um
estudo sobre a participação da Vale no Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE)
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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
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MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES
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Secretário Executivo
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CETEM – CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL
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SÉRIE ESTUDOS E DOCUMENTOS ISSN 0103-6319 ISBN 978-85-8261-102-9
SED - 98
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado de Investimento Socialmente Responsável (ISR): um estudo sobre a participação da Vale no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
Ana Maria Botelho M. da Cunha Especialização em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ. Tecnologista do CETEM/MCTIC
Gilse Barbosa Guedes M. Sc. em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da UFRRJ
Márcia Viana de Sá Earp Tecnólogo em Processamento de Dados pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas, ENCE/IBGE
CETEM/MCTIC
2019
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SÉRIE ESTUDOS E DOCUMENTOS
Carlos Cesar Peiter
Editor
Ana Maria Botelho M. da Cunha
Subeditora
CONSELHO EDITORIAL
Francisco R. C. Fernandes (CETEM), Gilson Ezequiel Ferreira
(CETEM), Alfredo Ruy Barbosa (consultor), Gilberto Dias Calaes
(ConDet), José Mário Coelho (CPRM), Rupen Adamian (UFRJ).
A Série Estudos e Documentos publica trabalhos que busquem
divulgar estudos econômicos, sociais, jurídicos e de gestão e
planejamento em C&T, envolvendo aspectos tecnológicos e/ou
científicos relacionados à área minerometalúrgica.
O conteúdo desse trabalho é de responsabilidade exclusiva do(s)
autor(es).
Valéria Cristina de Souza
Coordenação Editorial Editoração Eletrônica
Gilse Barbosa Guedes
Revisão
Ana Maria Silva Vieira de Sá
CRB7 3982 Catalogação na Fonte
Cunha, Ana Maria Botelho Marinho de Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado de investimento socialmente responsável (ISR): um estudo sobre a participação da Vale no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) / Gilse Barbosa Guedes, Márcia Viana de Sá Earp. __Rio de Janeiro: CETEM/MCTIC, 2019.
44p.:il. (Série Estudos e Documentos, 98)
1. Índice de Sustentabilidade Empresarial. 2. Desenvolvimento SustentáveI. I. Guedes, Gilse Barbosa. II. Earp, Márcia Viana de Sá. III. Centro de Tecnologia Mineral. IV. Título. V. Série.
CDD – 622.4
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SUMÁRIO
RESUMO _________________________________________ 7
ABSTRACT _______________________________________ 8
1 | INTRODUÇÃO __________________________________ 9
2 | OBJETIVO _____________________________________ 13
3 | RESULTADOS E DISCUSSÕES ___________________ 14
3.1 | O Investimento Sustentável e Responsável (ISR) 14
3.2 | Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) ___ 16
3.3 | A Vale no ISE ______________________________ 25
4 | CONCLUSÕES _________________________________ 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ___________________ 40
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RESUMO
O artigo estuda o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
da B3 – antiga BM&FBOVESPA -, com foco na participação da
Vale S.A. O trabalho apresenta um relato sobre o surgimento,
no mundo empresarial, da área Investimento Sustentável e
Responsável (ISR) que é representada por alguns índices,
dentre eles o Dow Jones Sustainability (DJSI), criado em 1999,
em Nova Iorque, e o ISE, instituído no Brasil, em 2005.
Palavras-chave
Índice de Sustentabilidade Empresarial, Investimento
Sustentável e Responsável, desenvolvimento sustentável.
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ABSTRACT
The article analyzes the composition of the Business
Sustainability Index (ISE) of B3, focusing on the Vale S.A.
The article presents an account of the emergence of the
Sustainable and Responsible Investment (ISR) area, which can
be measured by some indexes, among them the Dow Jones
Sustainability (DJSI), created in 1999 in New York, and the
Index BM&FBOVESPA (ISE), established in Brazil in 2005.
Keywords
Business Sustainability Index, Sustainable and Responsible
Investment, Sustainable Development.
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Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 9
009
1 | INTRODUÇÃO
Ao final da década de 1990, surgiu o Dow Jones Sustainability
Index (DJSI), o primeiro índice a ser criado no chamado
mercado de Investimento Socialmente Responsável (ISR).
Lançado em 1999 na Bolsa de Nova Iorque, o DJSI foi uma
sinalização de que o mundo das finanças ampliava espaço
para a rentabilidade de negócios que buscavam associar-se ao
tripé economia, meio ambiente e sociedade.
Ao final dos anos 90, calculava-se que era aplicado US$ 1 em
fundos éticos (carteira de ações associadas a princípios
culturais, morais, religiosos ou de preservação ambiental) para
cada US$ 8 em investimentos no mercado financeiro nos
Estados Unidos (MARCONDES; BACARJI, 2010).
O DJSI marcou o nascimento, em âmbito mundial, do mercado
ISR, uma interface entre o espaço das finanças e o do
desenvolvimento sustentável (SARTORE, 2011). Nos anos
2000, esse novo mercado ganhou força. Isto porque muitos
investidores passaram a recomendar a aplicação em carteiras
de ativos relacionadas à responsabilidade social corporativa ao
redor do mundo com as perspectivas de ampliação desta
modalidade de investimentos (MARCONDES; BACARJI, 2010).
Além do DJSI, no plano internacional surgiram outros índices
ISR. Em 2001, o segundo índice ISR foi criado, desta vez na
Bolsa de Londres, o FTSE4Good. Em 2003, surgiu o JSE SRI
Index na Bolsa de Joanesburgo, o terceiro índice ISR
(MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010;
SARTORE, 2011).
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10 Cunha, A.M.B.M. at alli
Em 2005, foi criado pela B3 (ex-BM&FBovespa) o Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE), o quarto índice ISR a ser
lançado em âmbito mundial e o primeiro da América Latina.
O ISE é tema do presente artigo com foco na participação da
mineradora Vale no ISE. O índice brasileiro é um indicador de
desempenho das cotações de uma carteira teórica1 de ações
de companhias de capital aberto listadas na B3 (MACEDO
et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010; SARTORE, 2011).
Para a escolha das ações que vão integrar a carteira do ISE
cuja vigência é anual, são convidadas a participar de um
processo seletivo as empresas com as 200 ações mais líquidas
da B3 na virada de cada período. Um conselho deliberativo, o
CISE, seleciona as ações das companhias com base em
critérios relacionados à sustentabilidade corporativa e cada
carteira anual pode ter ativos de no máximo 40 empresas.
Desde a criação do ISE, já foram selecionadas 14 carteiras
(MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010;
SARTORE, 2011).
A Vale foi selecionada pela primeira vez para compor o índice
na carteira de 2010/2011, fazendo parte, sucessivamente, das
quatro carteiras seguintes - 2011/2012, 2012/2013, 2013/2014
e 2014/2015 (B3, 2010; 2011; 2012; 2013; 2014). A mineradora
estava na lista das empresas elegíveis para a carteira de 2016
(cujo período base é 2015), mas não compôs o índice daquele
ano depois de ter tido a sua reputação abalada após a ruptura
da barragem de rejeitos de minério de ferro, fato ocorrido em
Mariana (MG), em 5 de novembro de 2015.
1 Carteira teórica é um conjunto de ações que compõe um índice.
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Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 11
0011
O reservatório de rejeitos, conhecido por Fundão, é de
propriedade da mineradora Samarco – empresa controlada
pela Vale e pela BHP Billiton (ARARIPE, 2015; B3, 2015;
2019b). O CISE não comentou a ausência da Vale na carteira
de 2016, seguindo um critério de sigilo que rege as decisões do
conselho.
A mineradora também não foi escolhida para compor as
carteiras dos 3 anos seguintes - 2015/2016, 2016/2017 e
2017/2018 (B3, 2019b). A Vale voltou a fazer parte do ISE na
carteira de 2018/2019 em decisão anunciada pela B3 no final
de novembro de 2018. Porém, o período de permanência na
carteira de 2019 foi curto.
Em 7 de fevereiro de 2019, o CISE decidiu pela exclusão das
ações da companhia da carteira de 2018/2019 a partir do dia
12 de fevereiro, levando em conta as consequências de outro
desastre que ocorreu em 25 de janeiro de 2019 no município
de Brumadinho (MG) com o rompimento da barragem de
rejeitos de minério de ferro na Mina de Córrego do Feijão, de
propriedade da Vale (B3, 2019a; OLIVEIRA, 2019).
A discussão do tema escolhido para este artigo é apresentada
em quatro partes, incluindo a Introdução. Em Resultados e
Discussões, a primeira seção 3.1. O Investimento
Sustentável e Responsável (ISR) trata do surgimento desta
modalidade de fundo de investimento no mercado de capitais,
além de outros aspectos; na seção 3.2. Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE) são apresentadas as
regras para a seleção das empresas para a composição do
ISE, além das questões relativas à exclusão das companhias; e
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12 Cunha, A.M.B.M. at alli
na última seção 3.3. A Vale no ISE é apresentado o histórico
de participação da Vale no índice. Por fim, são apresentadas
as Conclusões.
O artigo foi elaborado a partir de dados e documentos
disponíveis no site da B3, informações enviadas pela
assessoria de imprensa da bolsa de valores atendendo à
solicitação das autoras, notícias publicadas na mídia impressa,
páginas jornalísticas na internet e de bibliografia sobre o tema.
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Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 13
0013
2 | OBJETIVO
O objetivo do presente artigo foi analisar a trajetória de
participação da Vale no ISE. Foi apresentado um relato sobre o
ISE da B3 (ex-BM&FBOVESPA), o surgimento dos índices ISR
em âmbito mundial e o contexto internacional no que diz
respeito ao debate sobre o desenvolvimento sustentável.
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14 Cunha, A.M.B.M. at alli
3 | RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 | O Investimento Sustentável e Responsável (ISR)
O European Sustainability Forum (Eurosif) define que o
Investimento Sustentável e Responsável (ISR) é uma
modalidade de fundo de investimento que associa objetivos
financeiros com valores que estariam relacionados à
preservação ambiental, impactos sociais e questões de
governança (MACEDO et al., 2012).
O surgimento dos fundos ISR insere-se em um contexto de
transformações no mercado de capitais diante da tendência
global dos investidores de praticarem uma espécie de
capitalismo sustentável (SARTORE, 2011). Essa tendência foi
captada por estudos do Sustainable Investment Forum (SIF)
para a Europa e Estados Unidos, pelo Massachusetts Institute
of Technology (MIT) na pesquisa Sustainability Nears a Tipping
Point e pelos relatórios do Principles for Responsible
Investment (PRI) (MACEDO et al., 2012).
Na década de 60, foram verificado sinais de ampliação de
investimentos nos chamados fundos éticos (carteira de ações
associada a princípios culturais, morais, religiosos ou de
preservação ambiental) no contexto de crescimento das
mobilizações sociais pelos direitos civis, contra empresas
ligadas à Guerra do Vietnã, contra o regime do apartheid na
África do Sul, por exemplo, (MARCONDES; BACARJI, 2010).
Nos anos seguintes, desastres ambientais de grandes
proporções, como o acidente nuclear de Chernobyl, na antiga
União Soviética, em abril de 1986, motivaram discussões na
agenda internacional para um diagnóstico sobre os impactos
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Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 15
0015
da ação humana no meio ambiente (MARCONDES; BACARJI,
2010). Um dos marcos foi o relatório da Comissão sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento da ONU denominado Nosso
Futuro Comum ou Relatório Brundtland, introduzindo a
expressão desenvolvimento sustentável, que indicava a
necessidade de produção de bens para o presente sem
comprometer a existência das futuras gerações (CARVALHO;
BARCELLOS, 2010).
Nesse contexto, os investimentos no mercado de capitais foram
sendo ampliados. Na época da criação do Dow Jones
Sustainability Index, era calculado que, para cada US$ 8 em
investimentos no mercado financeiro nos Estados Unidos,
US$ 1 era aplicado nos chamados fundos éticos, ou seja, em
carteira de ações associadas a princípios culturais, morais,
religiosos ou de preservação ambiental (MACEDO et al., 2012;
MARCONDES; BACARJI, 2010; SARTORE, 2011).
Em 2005, foi a vez de a América Latina ganhar o seu primeiro
índice ISR, o Índice de Sustentabilidade Empresarial, criado
pela B3 (ex-BM&FBovespa). O ISE foi financiado inicialmente
pelo International Finance Corporation (IFC), braço financeiro
do Banco Mundial (Bird) (MACEDO et al., 2012; MARCONDES;
BACARJI, 2010; SARTORE, 2011).
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16 Cunha, A.M.B.M. at alli
3.2 | Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
O Conselho Administrativo do ISE, o CISE2, seleciona as
empresas que vão compor a carteira de cada ano.
As companhias são avaliadas a partir de critérios de
comprometimento com a sustentabilidade corporativa, que está
relacionada à eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça
social e governança corporativa (MACEDO et al., 2012;
MARCONDES; BACARJI, 2010; SARTORE, 2011).
Ferramenta do mercado de capitais para análise comparativa
da performance de empresas listadas na B3, o ISE pode servir
de referencial (benchmark) para os chamados investimentos
sustentáveis. O ISE é calculado em tempo real pela B3 ao
longo do pregão a partir dos preços dos últimos negócios
fechados no mercado à vista (MACEDO et al., 2012;
MARCONDES; BACARJI, 2010; SARTORE, 2011; B3, 2015b).
A vigência do ciclo anual da carteira, que é formada por no
máximo 40 empresas, tem início na primeira segunda-feira de
janeiro – ou dia subsequente em caso de não haver
negociações na bolsa de valores na segunda – e encerra-se
em janeiro do ano posterior, no dia anterior ao início do novo
período da carteira. O Centro de Estudos em Sustentabilidade
(GVCes) da Escola de Administração de Empresas de São
2 O CISE é composto por 11 instituições: BM&FBOVESPA, Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), International Finance Corporation (IFC), Grupo de Instituições Fundações e Empresas (GIFE), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) (MACEDO et al., 2012).
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Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 17
0017
Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) é o
responsável pelo desenho metodológico do ISE (MACEDO
et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010; SARTORE, 2011;
B3, 2015b).
A metodologia baseia-se em um questionário para avaliar o
desempenho das empresas nas práticas relacionadas ao
desenvolvimento sustentável, mas não se restringe a analisar
as ações nas tradicionais dimensões ambiental, social e
econômico-financeira, conhecidas como TBL (triple bottom
line). Na avaliação, foram incluídas outras quatro dimensões:
Geral, Natureza do Produto, Governança Corporativa e
Mudanças Climáticas. Cada dimensão é subdividida em
critérios que, por sua vez, são subdivididos em indicadores
(MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010;
SARTORE, 2011; B3, 2015b).
As dimensões Ambiental, Social, Econômico-financeira e de
Mudanças Climáticas abarcam, nos questionários de
avaliação, os temas relativos à gestão (indicadores de
programas, metas e monitoramento), por exemplo. Como há
uma diversidade de empresas no ISE que fazem parte de
diferentes setores econômicos, a dimensão ambiental é
subdividida em seis modelos de questionários de acordo com
os seis grupos de empresas agrupados conforme a natureza
da produção, áreas afins etc.
O setor mineral insere-se no grupo da dimensão Ambiental B
que reúne as corporações de artefatos de cobre; ferro e aço;
fertilizantes; minerais metálicos; petróleo e gás (exploração e
ou refino); petroquímicos; e siderurgia (MACEDO et al., 2012;
MARCONDES; BACARJI, 2010; B3, 2015b).
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18 Cunha, A.M.B.M. at alli
Em relação à dimensão Geral, avalia-se o comprometimento
da empresa com acordos globais relacionados ao
desenvolvimento sustentável e a transparência das ações,
como a publicação de relatório anual de sustentabilidade,
por exemplo. Quanto à dimensão Natureza do Produto,
procura-se identificar as iniciativas das empresas para evitar
eventuais danos e riscos à saúde dos consumidores e de
terceiros (MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI,
2010; B3, 2015b).
De forma voluntária, as empresas respondem a perguntas
objetivas dos questionários que abarcam todas as dimensões
citadas. As companhias também precisam apresentar
documentos para comprovar, de forma amostral, o que foi
respondido. Tendo como base as respostas objetivas, é gerado
um resultado com o desempenho quantitativo e um
desempenho qualitativo com os documentos encaminhados
pelas empresas.
Com o conjunto de informações, é produzida uma matriz de
resultados a ser analisada pelo CISE para a escolha dos
integrantes da carteira anual de ações do ISE cujo cálculo e
gestão técnica do índice são de responsabilidade da B3
(MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010; B3,
2015b).
Já foram selecionadas 14 carteiras do ISE (B3, 2019b).
Na carteira de 2016/2017, foi definido como pré-requisito para
a participação no ISE o disclosure, ou seja, a disponibilização,
pelas empresas, das respostas dos questionários. Também
foram incluídos no questionário os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODSs), definidos como
prioritários pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 19
0019
São feitas perguntas voltadas à identificação de práticas
empresariais relacionadas aos ODSs, e a de indicadores e
metas que dizem respeito aos ODSs e seus resultados
esperados (B3, 2016).
As carteiras são subdivididas em nove grupos setoriais,
conforme classificação da B3. No grupo financeiro, estão
bancos e empresas de cartões de crédito. No grupo utilidade
pública, estão as empresas de energia e as companhias de
saneamento. Em materiais básicos, fazem parte as
companhias do setor mineral, metalurgia, celulose, indústria
química e de petróleo (MACEDO et al., 2012; MARCONDES;
BACARJI, 2010; B3, 2015b).
No grupo consumo cíclico, são incluídas as lojas de
departamento. Em consumo não-cíclico, estão as
corporações de produtos cosméticos e de alimentação.
No grupo telecomunicações, estão as operadoras de
telefonia. No grupo bens industrializados, fazem parte as
empresas do setor de construção de aviões e de maquinários
em geral. Em construção e transporte, estão as companhias
de transporte aéreo e concessionárias de rodovias. No grupo
saúde, fazem parte as empresas do setor de saúde (MACEDO
et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010; B3, 2015b).
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20 Cunha, A.M.B.M. at alli
3.2.1 | Positive screening, negative screening e a reputação das empresas
O ISE não restringe a participação de setores, adotando o
positive screening (cenário positivo). Outros índices, como o
FTSE4Good, aplicam o negative screening (cenário negativo)
com critérios que vetam, já no processo seletivo, a inclusão de
empresas de determinados setores, como os de armas e de
tabaco (SARTORE, 2011).
As chamadas empresas elegíveis (candidatas à carteira de um
determinado ano) podem não compor o índice já no processo
seletivo. As próprias corporações podem decidir que não farão
parte do ISE, já que a participação é voluntária. Embora não
seja adotado o negative screening, o CISE pode rejeitar a
participação de uma determinada empresa após análise dos
questionários e documentos apresentados (MARCONDES;
BACARJI, 2010).
Está previsto no regulamento do ISE que uma companhia pode
deixar de integrar a carteira do ano seguinte, caso não atenda
aos critérios de sustentabilidade avaliados nos questionários e
documentos apresentados (MARCONDES; BACARJI, 2010).
Segundo um levantamento da B3 publicado no livro “ISE –
sustentabilidade no mercado de capitais”, quatro empresas que
estavam na primeira carteira do ISE não conseguiram se
manter na carteira do ano seguinte. Em 2007, oito empresas
não se mantiveram no ISE, em 2008 esse número recuou para
seis e, em 2009, duas empresas da carteira anterior não se
classificaram. Este levantamento não apresenta o nome das
corporações nem as justificativas para a tomada das decisões
(MARCONDES; BACARJI, 2010).
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Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 21
0021
A partir de publicações acadêmicas, notícias de jornais e sites
jornalísticos, foi possível identificar dois casos de saída de
empresas do ISE envolvendo problemas relativos aos impactos
ambientais e sociais provocados pelas corporações. São os
casos da Petrobras e o da Vale. Nesta seção, será relatado o
caso da Petrobras, já o da Vale, tema central do artigo, será
abordado na subseção 3.3.1 do texto.
Com histórico de investimentos em programas socioambientais
e culturais, além de prestígio no mercado brasileiro à época, a
Petrobras integrou, em 2005, o Índice de Sustentabilidade do
Setor de Energia instituído pelo banco de investimento
Goldman Sachs e, em setembro de 2006, a companhia foi
listada na carteira do Dow Jones Sustainability, segundo
Sartore (2011).
A Petrobras hesitou em compor o ISE por discordar de seu
formato metodológico, mas acabou decidindo candidatar-se
para integrar o índice (SARTORE, 2011). A Petrobras
permaneceu no ISE por dois anos consecutivos, nas carteiras
de 2006/2007 e 2007/2008 (B3, 2019b).
À época, organizações da sociedade civil vinham se
manifestando sobre o descumprimento, por parte da Petrobras,
da resolução nº 315 do Conselho Nacional de Meio Ambiente
(Conama) editada em 2002, que determinava que o
fornecimento de diesel deveria ocorrer com baixos teores de
emissão de gases particulados, entre os quais o enxofre.
Entre as organizações que se manifestavam sobre o assunto,
estava o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade
Social, integrante do CISE (MACEDO, et al., 2012; SARTORE,
2011).
![Page 23: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/23.jpg)
22 Cunha, A.M.B.M. at alli
No final de 2008, o conselho do ISE divulgou que a Petrobras
estaria fora do ISE na renovação da carteira do ano seguinte
(2009), notícia que teve grande repercussão naquele contexto.
Em meio à polêmica, o Instituto Ethos manifestou-se
publicamente sobre as razões que levaram à saída da
Petrobras do ISE, relacionando a decisão tomada pelo CISE ao
descumprimento da resolução do Conama por parte da
companhia. Por esta razão, o CISE suspendeu, por 1 ano, a
participação do instituto no conselho como punição pela quebra
do sigilo, já que é vedado que se tornem públicas as razões
pelo ingresso (ou saída) de uma empresa no ISE.
A Petrobras não mais voltou a fazer parte das carteiras
subsequentes (MACEDO et al., 2012; SARTORE, 2011).
Conforme o regulamento do ISE, também está prevista a
exclusão de uma empresa durante o período de vigência da
carteria em casos em que uma determinada corporação entrar,
por exemplo, em regime de recuperação judicial, falência ou se
um número significativo de ações for retirado de circulação em
razão de uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA)
(MARCONDES; BACARJI, 2010).
Conforme dados disponibilizados no site da B3, três empresas
deixaram de integrar carteiras do ISE, tendo como base uma
das regras citadas acima. Em 24 de setembro de 2012, a
Redecard realizou uma OPA, deixando de integrar a carteira de
2011/2012. Em 28 de outubro de 2015, foi a vez de o BicBanco
realizar uma OPA, ficando de fora da carteira de 2014/2015.
Em 21 de junho de 2016, a Oi entrou em situação especial,
ficando de fora da carteira de 2015/2016 (B3, 2019b).
![Page 24: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/24.jpg)
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 23
0023
Uma corporação também pode ser excluída na vigência de
uma determinada carteira se o CISE deliberar que houve
mudança nos níveis de sustentabilidade e responsabilidade
social da empresa avaliada (MARCONDES; BACARJI, 2010).
Com base nos dados disponibilizados pela B3, esta regra foi
aplicada no caso da Vale, que foi excluída da carteira de
2018/2019 após o rompimento da barragem de rejeitos em
Brumadinho, fato que ocorreu em 25 de janeiro de 2019 (B3,
2019a).
A reputação das empresas é uma variável importante na
seleção das companhias que integrarão o ISE ou na
permanência das mesmas. Nesse sentido, um monitoramento e
análise de notícias sobre as empresas participantes do ISE são
realizados pela agência de comunicação Imagem Corporativa,
que encaminha um relatório sobre o assunto ao CISE
(MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010).
O objetivo do monitoramento de imprensa é implementar “um
processo estruturado de diálogo com as empresas para o
esclarecimento de questões críticas de suas atuações nas
dimensões social, ambiental, econômico-financeira e de
governança corporativa que tenham sido veiculadas na grande
imprensa”, segundo informou a B33.
Para o processo de monitoramento, foram definidos “critérios,
objetivos e fluxos de acompanhamento de acordo com o nível
de impacto de cada evento” que envolve uma determinada
empresa e que tenha sido noticiado na imprensa. O “evento”
3 As informações foram enviadas pela assessoria de imprensa da B3 às autoras sobre as regras de monitoramento de imprensa em resposta a perguntas sobre a decisão de exclusão da Vale da carteira de 2018/2019 após o rompimento da Barragem 1, de propriedade da mineradora, no município de Brumadinho (MG).
![Page 25: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/25.jpg)
24 Cunha, A.M.B.M. at alli
pode ser classificado como “leve”, “médio”, “grave” ou
“gravíssimo”. O ISE classifica os “eventos”, considerando
quatro variáveis: frequência/ocorrência sistemática; intensidade
ou magnitude do impacto; tempo de duração do evento; e
públicos impactados4.
Para cada um dos quatro tipos de “evento”, foi estabelecido um
determinado procedimento a ser adotado. Se o “evento” for
considerado “leve”, a empresa não é contactada pelo ISE e o
“fato é apenas incluído em relatório mensal enviado ao CISE
para conhecimento”. Sendo o “evento” classificado como
“médio”, o ISE entra em contato com a companhia “apenas
para informe de conhecimento do fato”.5
Em caso de o “evento” ser classificado como “grave”, a
empresa é contactada “para solicitação de esclarecimento, com
prazo de 10 dias úteis para retorno” pela empresa. Sendo o
“evento” “gravíssimo”, “é realizado contato com solicitação de
esclarecimento, com prazo de cinco dias úteis para retorno”6 da
companhia envolvida no evento.
O monitoramento de imprensa é realizado nos seguintes jornais
e revistas: jornais de amplitude nacional7 – Folha de S. Paulo,
O Estado de S. Paulo, O Globo, Valor Econômico; jornais de
4 Idem (nota de rodapé nº 3).
5 Idem (nota de rodapé nº 3).
6 Idem (nota de rodapé nº 3).
7 Segundo a B3, o monitoramento também faz referência à análise de notícias no jornal Brasil Econômico, mas ele não está mais em circulação.
![Page 26: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/26.jpg)
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 25
0025
amplitude regional – A Crítica, Correio Braziliense, Estado de
Minas, Jornal do Comércio, Zero Hora; revistas – Carta Capital,
Época, Época Negócios, Exame, IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e Veja.
Segundo informou a assessoria de imprensa da B38, o
monitoramento compõe um sistema de gerenciamento de
crises em caso de envolvimento de uma corporação em alguma
situação crítica.
3.3 | A Vale no ISE
A Vale ingressou pela primeira vez no ISE na carteira de
2010/2011, sendo escolhida, sucessivamente, para compor as
quatro carteiras seguintes de 2011/2012, 2012/2013,
2013/2014 e de 2014/2015. A mineradora ficou 3 anos
consecutivos fora do ISE. Em 29 de novembro de 2018, a B3
anunciou a escolha da Vale para integrar a carteira de
2018/2019. Porém, a mineradora foi excluída desta carteira em
decisão anunciada pela B3 em 7 de fevereiro de 2019,
conforme será destacado na subseção 3.3.1 do artigo.
A seguir, será feito um detalhamento da composição das seis
carteiras do ISE que contaram com a participação da Vale para
apresentar uma amostra do perfil econômico do índice ao longo
dos seis períodos selecionados.
Nas seis carteiras do ISE analisadas nesta seção, os três
maiores grupos setoriais são o de utilidade pública, onde
estão listadas as empresas dos setores de energia e de
saneamento básico; o financeiro, representado por bancos, e
8 Idem (nota de rodapé nº 3).
![Page 27: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/27.jpg)
26 Cunha, A.M.B.M. at alli
materiais básicos, que reúne companhias dos setores de
mineração, petróleo, celulose, siderurgia e químico (B3, 2010;
2011; 2012; 2013; 2014; 2018; 2019b9).
O ingresso da Vale na carteira de 2010/2011 marcou a entrada
do setor mineral no ISE. Nesta carteira, foram incluídas 47
ações de 38 companhias. As ações somaram R$ 1,17 em valor
de mercado, o correspondente a 46,1% do valor de mercado
total das empresas com ações negociadas na B3 em 24 de
novembro de 2010 (B3, 2010).
Na carteira de 2010/2011, o maior número de empresas é o do
grupo setorial utilidade pública com 13 companhias – AES
Tietê, Cemig, Cesp, Coelce, Copasa, Copel, CPFL Energia,
Eletrobrás, AES Eletropaulo, EDP Brasil, Light S/A, Sabesp e
Tractebel. Em seguida, o grupo setorial financeiro aparece em
segundo lugar com nove empresas – BicBanco, Bradesco,
Banco do Brasil, Itaúsa, Itaú-Unibanco, Redecard, Santander,
SulAmérica e Ultrapar (B3, 2010).
Em terceiro lugar, estão as companhias do grupo setorial
materiais básicos, com sete empresas. Além da Vale, fazem
parte a Braskem, Duratex, Fibria, Gerdau, Metalúrgica Gerdau
e Suzano Papel. Em seguida, estão as companhias do grupo
telecomunicações – Telemar, TIM Participações S/A e Vivo;
consumo não-cíclico – BRF S/A e Natura; bens
industrializados – Embraer e Indústrias Romi; consumo
cíclico – Anhanguera; e construção e transportes – Even
(B3, 2010).
9 O levantamento também foi feito com base em dados enviados pela B3 a pedido das autoras.
![Page 28: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/28.jpg)
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 27
0027
Abaixo, a composição da carteira de 2010/2011 (B3, 2010):
Na carteira de 2011/2012, fizeram parte 51 ações de 3810
companhias, que totalizaram R$ 961 bilhões em valor de
mercado, o que equivale a 43,72% do total do valor das
empresas com ações na B3 (B3, 2011).
Nesta carteira, o maior grupo setorial é novamente o de
utilidade pública, com 13 corporações – AES Tietê, Cemig,
Cesp, Copel, Coelce, Copasa, CPFL Energia, EDP Brasil,
Eletrobrás, AES Eletropaulo, Light S/A, Sabesp e Tractebel.
Em segundo lugar, está o financeiro, com nove empresas –
Banco do Brasil, BicBanco, Bradesco, Itaúsa, Itaú-Unibanco,
Redecard11, Santander, SulAmérica e Ultrapar; e em terceiro
10 O número de empresas da carteira de 2011/2012 caiu para 37, pois a Redecard deixou de integrar o índice depois de ter realizado uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) em 24/09/12 (B3, 2019b).
11 A Redecard deixou de integrar a carteira (B3, 2019b).
![Page 29: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/29.jpg)
28 Cunha, A.M.B.M. at alli
lugar o de materiais básicos, com sete empresas – Duratex,
Fibria, Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Suzano Papel, Vale S/A e
Braskem (B3, 2011).
Em seguida, aparecem as companhias de construção e
transportes – CCR, Ecorodovias e Even; consumo não-
cíclico – BRF S/A e Natura; telecomunicações – Telemar e
TIM Part. S/A; bens industrializados – Embraer; e consumo
cíclico – Anhanguera (B3, 2011).
Abaixo, a composição da carteira de 2011/2012 (B3, 2011):
A carteira 2012/2013 reuniu 37 companhias com 51 ações,
totalizando R$ 1,07 trilhão em valor de mercado, o que
corresponde a 44,81% do total do valor das empresas com
ações negociadas na B3 (B3, 2012).
Na composição da carteira, identifica-se, mais uma vez, que
o maior grupo setorial é o de utilidade pública, com 13
companhias – AES Tietê, Cemig, Cesp, Copel, Coelce,
![Page 30: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/30.jpg)
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 29
0029
Copasa, CPFL Energia, EDP Brasil, Eletrobrás, AES
Eletropaulo, Light S/A, Sabesp e Tractebel. Em segundo lugar,
o financeiro, com oito empresas - Banco do Brasil, BicBanco,
Bradesco, Itaúsa, Itaú-Unibanco, Santander, SulAmérica,
Ultrapar. Com sete empresas, está o de materiais básicos –
Braskem, Duratex, Fibria, Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Suzano
Papel e Vale S/A (B3, 2012).
A seguir, estão os grupos telecomunicações – Telefônica,
Telemar e TIM Participações S/A; construção e transportes –
CCR S/A, Ecorodovias e Even; consumo não-cíclico – BRF
S/A e Natura; e bens industrializados – WEG (B3, 2012).
Abaixo, a composição da carteira de 2012/2013 (B3, 2012):
![Page 31: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/31.jpg)
30 Cunha, A.M.B.M. at alli
Na carteira de 2013/2014, foram listadas 40 empresas com 51
ações cujo valor de mercado era de R$ 1,14 trilhão, o que
representava 47,16% do total do valor das companhias com
ações que foram negociadas na B3. Assim como nas carteiras
anteriores, o grupo setorial utilidade pública liderou com 13
companhias – AES Tietê, Cemig, Cesp, Coelce, Copasa,
Copel, CPFL Energia, EDP BR, Eletrobrás, AES Eletropaulo,
Light S/A, Sabesp e Tractebel (B3, 2013).
Desta vez, verificou-se que o grupo setorial materiais básicos
aparece pela primeira vez com o mesmo número de integrantes
do financeiro nas carteiras em que a Vale teve participação.
Cada grupo ficou com oito corporações – materiais básicos:
Braskem, Duratex, Fibria, Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Klabin
S/A, Suzano Papel e Vale S/A; financeiro: Banco do Brasil,
BicBanco, Bradesco, Cielo, Itaú-Unibanco, Itaúsa, Santander e
SulAmérica (B3, 2013).
A exemplo das carteiras citadas anteriormente, em menor
número estão os grupos setoriais telecomunicações – Oi,
Telefônica e TIM Participações S/A; construção e transportes
– Ecorodovias, Even e CCR S/A; bens industrializados –
Embraer e WEG; consumo cíclico – BRF S/A e Natura; saúde
– Fleury (B3, 2013).
A seguir, a composição da carteira de 2013/2014 (B3, 2013):
![Page 32: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/32.jpg)
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 31
0031
Para a carteira de 2014/2015, foram selecionadas 51 ações de
4012 empresas. As ações totalizaram R$ 1,22 trilhão em valor
de mercado, representando 49,87% do total do valor das
companhias com ações negociadas na B3 (B3, 2014).
Com 11 empresas, o grupo setorial utilidade pública
mantém-se na liderança em termos numéricos – AES Tietê,
Cemig, Eletrobrás, Sabesp, AES Eletropaulo, Copel, CPFL
Energia, Light S/A, Coelce, Tractebel, EDP Brasil. Em segundo
lugar, com oito empresas, está o financeiro – Itaúsa, Cielo,
Itaú-Unibanco, Santander, Banco do Brasil, SulAmérica,
BicBanco13 e Bradesco.
12 O número de empresas da carteira de 2014/2015 caiu para 39, pois o BicBanco realizou uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) em 28/10/15 (B3, 2019b).
13 BicBanco deixou de integrar a carteira 2014/2015 (B3, 2019b).
![Page 33: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/33.jpg)
32 Cunha, A.M.B.M. at alli
Em terceiro lugar, está o de materiais básicos, com sete
companhias, – Klabin S/A, Braskem, Duratex, Fibria, Gerdau,
Metalúrgica Gerdau e Vale S/A (B3, 2014).
Em seguida, estão o grupo setorial de construção e
transportes – JSL, Even, Ecorodovias e CCR S/A; consumo
cíclico - B2W Digital, Lojas Americanas e Lojas Renner; bens
industrializados – Embraer e WEG; consumo não-cíclico –
BRF S/A e Natura; telecomunicações – Telefônica Brasil e
TIM Participações S/A; saúde – Fleury (B3, 2014).
Abaixo, a composição da carteira de 2014/2015 (B3, 2014):
Depois de 3 anos fora do ISE, a Vale voltou a fazer parte do
índice na carteira de 2018/2019. É a 14ª carteira, com vigência
de 7 de janeiro de 2019 a 3 de janeiro de 2020. Entretanto, a
mineradora permaneceu no ISE por pouco tempo, tendo sido
excluída do índice no período de vigência da carteira por
decisão do CISE após o rompimento de uma de suas
barragens de rejeitos de minério de ferro localizada na cidade
mineira de Brumadinho (B3, 2018).
![Page 34: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/34.jpg)
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 33
0033
A seguir, será apresentada a composição da 14ª carteria, a
exemplo do detalhamento das demais carteiras que contaram
com a participação da Vale. Para esta carteira, foram
selecionadas 30 companhias com 35 ações, que, juntas,
somam R$ 1,73 trilhão em valor de mercado – 48,66% do total
do valor das corporações com ações negociadas na B3 (com
base no fechamento do pregão de 27 de novembro de 2018).
A partir de 12 de fevereiro de 2019, a carteira passou a contar
com 29 empresas com a saída da Vale (B3, 2019a; 2019b).
Esta carteira é formada por um menor número de companhias
em comparação com as outras cinco carteiras analisadas
anteriormente. A exemplo das carteiras anteriores, o grupo
setorial utilidade pública mantém-se na liderança com nove
empresas – AES Tietê, Celesc, Cemig, CPFL Energia, Copel,
EDP Brasil, AES Eletropaulo, Engie Brasil14 e Light S/A.
Em segundo lugar, ficou o grupo financeiro, com seis
empresas - Banco do Brasil, Bradesco, Cielo, Itaúsa, Itaú-
Unibanco e Santander Brasil. Em terceiro lugar, apareceu o de
materiais básicos, com quatro empresas - Braskem, Duratex,
Klabin e Vale15 (B3, 2018), e o de consumo cíclico, também
com quatro companhias - B2W Digital, Lojas Americanas, Lojas
Renner e MRV16.
14 Anteriormente, a Engie Brasil era a Tractebel.
15 A Vale deixou de integrar a carteira de 2018/2019 em 12 de fevereiro de 2019 em razão de uma decisão tomada pelo CISE em 7 de fevereiro de 2019 (B3, 2019a; 2019b).
16 A MRV realizou uma cisão em 21/12/18. Os investidores passaram a ter ações da MRV e da Log a partir desta data. Segundo a B3, conforme as regras para estes casos, as ações da Log passaram a integrar o ISE até a tomada de uma decisão sobre o caso que estava prevista para maio de 2019 (B3, 2019b).
![Page 35: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/35.jpg)
34 Cunha, A.M.B.M. at alli
Os demais grupos ficaram com a seguinte composição:
construção e transportes – CCR e Ecorodovias –,
telecomunicações – Telefônica Brasil e Tim Participações
S/A –, consumo não-cíclico – Natura –, bens
industrializados – WEG – e saúde – Fleury (B3, 2018).
Abaixo, a composição da carteira de 2018/2019 (B3, 2018)17:
17 A imagem considera a composição da carteira 2018/2019 com 30 integrantes (com a participação da Vale).
![Page 36: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/36.jpg)
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 35
0035
A imagem abaixo compara, em termos porcentuais, os três
maiores grupos setoriais – utilidade pública, financeiro e
materiais básicos – nas 14 carteiras do ISE (B3, 2019b):
O grupo materiais básicos é o terceiro maior grupo setorial
nas carteiras analisadas. Porém, percebe-se que o grupo
perdeu em número e representatividade em relação à
diversidade dos setores econômicos brasileiros, conforme
pode-se verificar nas 14 carteiras destacadas no gráfico acima
e no detalhamento desta seção. Um dos setores que está fora
do ISE atualmente é a mineração, que era representada pela
Vale. A seguir, será apresentado um relato sobre a saída da
Vale do ISE.
![Page 37: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/37.jpg)
36 Cunha, A.M.B.M. at alli
3.3.1 | A Vale sai do ISE
Após 5 anos consecutivos integrando as carteiras do ISE, em
2016 (cujo período base é 2015) a Vale não foi escolhida para
compor a carteira referente àquele ano (B3, 2015), embora
estivesse na listagem das empresas elegíveis. A mineradora
não integrou o índice na carteira de 2015/2016 e nas carteiras
dos 2 anos subsequentes (B3, 2015; 2016; 2017; ARARIPE,
2015; EXAME, 2015).
Seguindo o critério de sigilo, o conselho do ISE não comentou
a ausência da empresa na carteira de 2015/2016 (ARARIPE,
2015, SARTORE, 2011). De acordo com Araripe (2015),
analistas financeiros e especialistas em sustentabilidade
avaliaram que, à época da decisão, a Vale havia tido a sua
reputação abalada após a ruptura, em 5 de novembro de 2015,
da barragem de rejeitos de minério de ferro conhecida por
Fundão, em Mariana (MG), de propriedade da mineradora
Samarco, empresa controlada pela Vale e a BHP Billiton.
Antes do anúncio oficial do conselho do ISE, veículos de
comunicação e sites de notícias destacavam a opinião de
especialistas, que já previam que a Vale não estaria listada na
carteira de 2015/2016 em razão do impacto socioambiental
provocado pelo rompimento da barragem (EXAME, 2015).
Foram contabilizados 19 mortos no maior desastre ambiental
registrado até então.
Segundo Araripe (2015), em nota, após a divulgação da
carteira de 2015/2016, o diretor-executivo de Finanças e
Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani Pires, disse
que a empresa entendia que a decisão do CISE refletia a
![Page 38: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/38.jpg)
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 37
0037
reação dos conselheiros ao colapso da barragem em Mariana,
acrescentando, no entanto, que a mineradora tinha
compromisso com a sustentabilidade em suas operações.
Depois de 3 anos fora do ISE, a Vale foi escolhida com mais 29
empresas para a 14ª carteira do ISE de 2018/2019 em decisão
anunciada em 29 de novembro de 2018 pela B3
(B3, 2018). A mineradora estava na lista de empresas elegíveis
para as carteiras de 2015/2016, 2016/2017 e 2017/2018, mas
não foi selecionada (B3, 2015; 2016; 2017).
Única representante do setor mineral na 14ª carteira, a Vale
permaneceu, no entanto, apenas 37 dias nesta carteira, com
vigência de 7 de janeiro de 2019 a 3 de janeiro de 2020 (B3,
2018; 2019a; 2019b). Em comunicado divulgado em 7 de
fevereiro de 2019, a B3 anunciou a exclusão da Vale da
carteira após o rompimento da barragem 1 da Vale, em
Brumadinho (MG), em 25 de janeiro de 2019, pouco mais de 3
anos após o colapso do reservatório de rejeitos da
Samarco, em Mariana (MG), empresa controlada pela Vale e a
mineradora BHP (B3, 2019a; 2019b; SANTOS e MILANEZ,
2019).
No comunicado, a B3 informou que as ações da companhia
deixariam de integrar a carteira do ISE a partir de 12 de
fevereiro de 2019 (B3, 2019a; 2019b). Segundo a bolsa de
valores, a decisão tomada em reunião ordinária do CISE em 7
de fevereiro levou "em conta os efeitos do desastre ocorrido em
25/01/19 no município de Brumadinho - MG, amplamente
divulgado nos meios de comunicação, no Brasil e no exterior"
(B3, 2019a; 2019b).
![Page 39: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/39.jpg)
38 Cunha, A.M.B.M. at alli
Conforme o comunicado, a exclusão da mineradora do ISE
"não deve ser tomada como pré-julgamento das
responsabilidades da companhia". Porém, é uma decisão
baseada na "aplicação do disposto no Regulamento do ISE e
na sua metodologia". O conjunto de regras do índice
estabelece que "serão excluídos da carteira ativos que forem
de emissão de uma empresa cujo desempenho de
sustentabilidade, no entendimento do CISE, tenha sido
significativamente alterado em função de algum acontecimento
ocorrido durante a vigência da carteira" (B3, 2019a; 2019b).
Com base nos dados disponibilizados pela B3 em seu site, é a
primeira vez que uma empresa é excluída por mudanças no
chamado "desempenho de sustentabilidade" de uma empresa
(B3, 2019a; 2019b).
Após a tragédia de Brumadinho, a Vale também foi excluída do
Pacto Global, lançado no ano 2000 pelo então secretário das
Nações Unidas, Kofi Annan, com o objetivo de estimular as
empresas a alinhar suas estratégias e operações a 10
princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho,
meio Ambiente e anticorrupção.
A mineradora também foi suspensa por 2 meses do Instituto
Ethos e só seria autorizada a se vincular novamente à
organização social depois de "assumir as responsabilidades"
pelo desastre, detalhar as iniciativas que estavam sendo
tomadas para reparar os danos e assumir o compromisso de
praticar um "modelo sustentável" de mineração (OLIVEIRA,
2019: 3; PACTO GLOBAL - REDE BRASIL, 2019).
![Page 40: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/40.jpg)
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 39
0039
4 | CONCLUSÕES
No artigo, foi apresentado um relato sobre a tendência mundial
de formação de um mercado de finanças sustentáveis,
tendência que tem sido acompanhada pelo Brasil.
Esse processo esbarra, no entanto, no quanto realmente são
concretas e eficientes as ações das companhias relacionadas
ao desenvolvimento sustentável e que são patrocinadas pelo
mercado de capitais.
Para o debate sobre o tema, considera-se importante discutir o
histórico de participação da Vale no ISE, assim como os casos
analisados de idas e vindas da empresa na formação do índice
após duas tragédias socioambientais em Minas Gerais.
Este trabalho aponta para a necessidade de ampliar a
investigação da temática como forma de qualificar o debate
sobre o longo caminho que a Vale e outras corporações
precisam seguir para comprovar para a sociedade que
efetivamente incorporam, em seus processos de gestão e
operacionais, o desenvolvimento sustentável.
![Page 41: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/41.jpg)
40 Cunha, A.M.B.M. at alli
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARARIPE, S. Vale está fora do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA de 2016. 2015. Diponível em: http://www.plurale.com.br/site/noticias-detalhes.php?cod=14534&cod Secao=5. Acesso em: 13 abr. 2017.
CARVALHO, P. G. M; BARCELLOS, F. C. Mensurando a sustentabilidade. In: MAY, P. H. (org.). Economia do Meio Ambiente: teoria e prática. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
B3. Seleção ISE 2010/2011. São Paulo: B3. 2010. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 15 jul. 2018.
B3. Seleção ISE 2011/2012. São Paulo: B3. 2011. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 15 jul. 2018.
B3. Seleção ISE 2012/2013. São Paulo: B3. 2012. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 15 jul. 2018.
B3. Seleção ISE 2013/2014. São Paulo: B3. 2013. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 15 jul. 2018.
B3. Seleção ISE 2014/2015. São Paulo: B3. 2014. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 15 jul. 2018.
B3. Seleção ISE 2015/2016. São Paulo: B3. 2015a. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 15 jul. 2018.
![Page 42: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/42.jpg)
Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 41
0041
B3. Metodologia do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). São Paulo: BM&FBOVESPA. 2015b. Disponível em: http://www.bm fbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-sustentabilidade/in dice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 15 jul. 2017.
B3. Seleção ISE 2016/2017. São Paulo: B3. 2016. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 15 jul. 2018.
B3. Seleção ISE 2018/2019. São Paulo: B3. 2018. 2018. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/noticias/carteira-do-ise.htm. Acesso em 2 dez. 2018.
B3. Composição carteira do ISE. 2019a. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/noticias/composicao-carteira-do-ise.htm. Acesso em 7 fev. 2019.
B3. Evolutivo das carteiras. 2019b. Disponível em: http: //www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-susten tabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 10 fev. 2019.
EXAME. Índice de Sustentabilidade para 2016 encolhe e exclui Vale. São Paulo: Editora Abril. 2015. Disponível em: http://exame.abril.com.br/negocios/indice-de-sustentabilidade-para-2016-encolhe-e-exclui-vale/. Acesso em: 13 abr. 2017.
MACEDO, F.; BARBOSA, H.; CALLEGARI, I.; MONZONI, M.; SIMONETTI, R. O valor do ISE - principais estudos e a perspectiva dos investidores. São Paulo: BM&FBOVESPA. 2012. Disponível em: http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 15 jul. 2017.
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42 Cunha, A.M.B.M. at alli
OLIVEIRA, F. O preço da imagem arranhada. Rio de Janeiro: O Globo. p. 3. 15 mar. 2019.
PACTO GLOBAL - Rede Brasil. Disponível em: https://pactoglobal. org.br/a-iniciativa. Acesso em 13 mar. 2019.
SANTOS, R. S. P. ; MILANEZ, B. A culpa é da Vale. Mas o que é a Vale? São Paulo: Folha de S. Paulo. p. C6 e C7. 3 mar. 2019.
SARTORE, M. de S. O contencioso sociedade – ISE – Petrobrás. 35º Encontro Anual da ANPOCS. GT 16 – Grupos Dirigentes e Estruturas de Poder. 2011. Disponível em: http://www. anpocs.com/index.php/35o-encontro-anual-2011. Acesso em: 10 jul. 2017.
![Page 44: S ESTUDOS E D](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022012503/617cfe4263a44f202d5f6095/html5/thumbnails/44.jpg)
SÉRIES CETEM
As Séries Monográficas do CETEM são o principal material de
divulgação da produção científica realizada no Centro. Até o
final do ano de 2018, já foram publicados, eletronicamente e/ou
impressos em papel, mais de 340 títulos, distribuídos entre as
seis séries atualmente em circulação: Rochas e Minerais
Industriais (SRMI), Tecnologia Mineral (STM), Tecnologia
Ambiental (STA), Estudos e Documentos (SED), Gestão e
Planejamento Ambiental (SGPA) e Inovação e Qualidade (SIQ).
A Série Iniciação Científica consiste numa publicação eletrônica
anual.
A lista das publicações poderá ser consultada em nossa
homepage. As obras estão disponíveis em texto completo para
download. Visite-nos em http://www.cetem.gov.br/series.
Últimos números da Série Estudos e Documentos
SED-97 - Diretrizes básicas para avaliação da qualidade de resultados analíticos. Jéssica Zickwolf Ramos, Líllian Maria Borges Domingos, Zuleica Carmen Castilhos, 2018.
SED-96 - Mineral resources and territories: human, socio-environmental and economic impacts. Francisco Rego Chaves Fernandes, Ana Maria Botelho Marinho da Cunha, Eliane Rocha Araujo, Keila Valente de Souza, Renata Damico Olivieri, Renata de Carvalho Jimenez Alamino, Rodrigo Braga da Rocha Villa Verde, 2018.
SED-95 - Disposição de rejeitos de mineração: as opções tecnológicas para a redução dos riscos em barragens. Gilse Barbosa Guedes, Claudio Luiz Schneider, 2018.
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INFORMAÇÕES GERAIS
CETEM – Centro de Tecnologia Mineral
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O Centro de Tecnologia Mineral - CETEM é um instituto de pesquisas, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC, dedicado ao desen-volvimento, à adaptação e à difusão de tecnologias nas áreas minerometalúrgica, de materiais e de meio ambien-te.
Criado em 1978, o Centro está localizado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro e ocupa 20.000m² de área construída, que inclui 25 laboratórios, 4 plantas-piloto, biblioteca especializada e outras facilidades.
Durante seus 41 anos de atividade, o CETEM desenvolveu mais de 800 projetos tecnológicos e prestou centenas de serviços para empresas atuantes nos setores minerome-talúrgico, químico e de materiais.
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Desenvolver tecnologias inovadoras e sustentáveis, e mobilizar competências visando superar dasafios nacio-nais do setor mineral.
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O CETEMO Centro de Tecnologia Mineral - CETEM é um instituto de pesquisas, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC, dedicado ao desenvolvimento, à adaptação e à difusão de tecnologias nas áreas minerometalúrgica, de materiais e de meio ambiente.
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