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98 Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado de Investimento Socialmente Responsável (ISR): um estudo sobre a participação da Vale no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) Ana Maria Botelho Marinho Cunha Gilse Barbosa Guedes Márcia Viana de Sá Earp

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Page 1: S ESTUDOS E D

98

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado de Investimento Socialmente Responsável (ISR): um estudo sobre a participação da Vale no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

Ana Maria Botelho Marinho Cunha Gilse Barbosa Guedes Márcia Viana de Sá Earp

Page 2: S ESTUDOS E D

SÉRIE ESTUDOS E DOCUMENTOS

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado

de Investimento Socialmente Responsável (ISR): um

estudo sobre a participação da Vale no Índice de

Sustentabilidade Empresarial (ISE)

Page 3: S ESTUDOS E D

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Jair Messias Bolsonaro

Presidente

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES

Marcos Cesar Pontes

Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

Julio Francisco Semeghini Neto

Secretário Executivo

Lorenzo Jorge Eduardo Cuadros Justo Junior

Subsecretário de Unidades Vinculadas

Cesar Augusto Rodrigues do Carmo

Coordenador-Geral das Unidades de Pesquisa

CETEM – CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL

Fernando Antonio Freitas Lins

Diretor

Durval Costa Reis

Coordenador de Administração - COADM

Robson de Araújo D'Ávila

Coordenador de Planejamento, Gestão e Inovação - COPGI

Claudio Luiz Schneider

Coordenador de Processamento e Tecnologias Minerais - COPTM

Andréa Camardella de Lima Rizzo

Coordenadora de Processos Metalúrgicos e Ambientais - COPMA

Francisco Wilson Hollanda Vidal

Coordenador do Núcleo Regional do Espírito Santo - CONES

José Antônio Pires de Mello

Coordenador de Análises Minerais – COAMI

Page 4: S ESTUDOS E D

SÉRIE ESTUDOS E DOCUMENTOS ISSN 0103-6319 ISBN 978-85-8261-102-9

SED - 98

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado de Investimento Socialmente Responsável (ISR): um estudo sobre a participação da Vale no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

Ana Maria Botelho M. da Cunha Especialização em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ. Tecnologista do CETEM/MCTIC

Gilse Barbosa Guedes M. Sc. em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da UFRRJ

Márcia Viana de Sá Earp Tecnólogo em Processamento de Dados pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas, ENCE/IBGE

CETEM/MCTIC

2019

Page 5: S ESTUDOS E D

SÉRIE ESTUDOS E DOCUMENTOS

Carlos Cesar Peiter

Editor

Ana Maria Botelho M. da Cunha

Subeditora

CONSELHO EDITORIAL

Francisco R. C. Fernandes (CETEM), Gilson Ezequiel Ferreira

(CETEM), Alfredo Ruy Barbosa (consultor), Gilberto Dias Calaes

(ConDet), José Mário Coelho (CPRM), Rupen Adamian (UFRJ).

A Série Estudos e Documentos publica trabalhos que busquem

divulgar estudos econômicos, sociais, jurídicos e de gestão e

planejamento em C&T, envolvendo aspectos tecnológicos e/ou

científicos relacionados à área minerometalúrgica.

O conteúdo desse trabalho é de responsabilidade exclusiva do(s)

autor(es).

Valéria Cristina de Souza

Coordenação Editorial Editoração Eletrônica

Gilse Barbosa Guedes

Revisão

Ana Maria Silva Vieira de Sá

CRB7 3982 Catalogação na Fonte

Cunha, Ana Maria Botelho Marinho de Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado de investimento socialmente responsável (ISR): um estudo sobre a participação da Vale no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) / Gilse Barbosa Guedes, Márcia Viana de Sá Earp. __Rio de Janeiro: CETEM/MCTIC, 2019.

44p.:il. (Série Estudos e Documentos, 98)

1. Índice de Sustentabilidade Empresarial. 2. Desenvolvimento SustentáveI. I. Guedes, Gilse Barbosa. II. Earp, Márcia Viana de Sá. III. Centro de Tecnologia Mineral. IV. Título. V. Série.

CDD – 622.4

Page 6: S ESTUDOS E D

SUMÁRIO

RESUMO _________________________________________ 7

ABSTRACT _______________________________________ 8

1 | INTRODUÇÃO __________________________________ 9

2 | OBJETIVO _____________________________________ 13

3 | RESULTADOS E DISCUSSÕES ___________________ 14

3.1 | O Investimento Sustentável e Responsável (ISR) 14

3.2 | Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) ___ 16

3.3 | A Vale no ISE ______________________________ 25

4 | CONCLUSÕES _________________________________ 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ___________________ 40

Page 7: S ESTUDOS E D
Page 8: S ESTUDOS E D

RESUMO

O artigo estuda o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

da B3 – antiga BM&FBOVESPA -, com foco na participação da

Vale S.A. O trabalho apresenta um relato sobre o surgimento,

no mundo empresarial, da área Investimento Sustentável e

Responsável (ISR) que é representada por alguns índices,

dentre eles o Dow Jones Sustainability (DJSI), criado em 1999,

em Nova Iorque, e o ISE, instituído no Brasil, em 2005.

Palavras-chave

Índice de Sustentabilidade Empresarial, Investimento

Sustentável e Responsável, desenvolvimento sustentável.

Page 9: S ESTUDOS E D

ABSTRACT

The article analyzes the composition of the Business

Sustainability Index (ISE) of B3, focusing on the Vale S.A.

The article presents an account of the emergence of the

Sustainable and Responsible Investment (ISR) area, which can

be measured by some indexes, among them the Dow Jones

Sustainability (DJSI), created in 1999 in New York, and the

Index BM&FBOVESPA (ISE), established in Brazil in 2005.

Keywords

Business Sustainability Index, Sustainable and Responsible

Investment, Sustainable Development.

Page 10: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 9

009

1 | INTRODUÇÃO

Ao final da década de 1990, surgiu o Dow Jones Sustainability

Index (DJSI), o primeiro índice a ser criado no chamado

mercado de Investimento Socialmente Responsável (ISR).

Lançado em 1999 na Bolsa de Nova Iorque, o DJSI foi uma

sinalização de que o mundo das finanças ampliava espaço

para a rentabilidade de negócios que buscavam associar-se ao

tripé economia, meio ambiente e sociedade.

Ao final dos anos 90, calculava-se que era aplicado US$ 1 em

fundos éticos (carteira de ações associadas a princípios

culturais, morais, religiosos ou de preservação ambiental) para

cada US$ 8 em investimentos no mercado financeiro nos

Estados Unidos (MARCONDES; BACARJI, 2010).

O DJSI marcou o nascimento, em âmbito mundial, do mercado

ISR, uma interface entre o espaço das finanças e o do

desenvolvimento sustentável (SARTORE, 2011). Nos anos

2000, esse novo mercado ganhou força. Isto porque muitos

investidores passaram a recomendar a aplicação em carteiras

de ativos relacionadas à responsabilidade social corporativa ao

redor do mundo com as perspectivas de ampliação desta

modalidade de investimentos (MARCONDES; BACARJI, 2010).

Além do DJSI, no plano internacional surgiram outros índices

ISR. Em 2001, o segundo índice ISR foi criado, desta vez na

Bolsa de Londres, o FTSE4Good. Em 2003, surgiu o JSE SRI

Index na Bolsa de Joanesburgo, o terceiro índice ISR

(MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010;

SARTORE, 2011).

Page 11: S ESTUDOS E D

10 Cunha, A.M.B.M. at alli

Em 2005, foi criado pela B3 (ex-BM&FBovespa) o Índice de

Sustentabilidade Empresarial (ISE), o quarto índice ISR a ser

lançado em âmbito mundial e o primeiro da América Latina.

O ISE é tema do presente artigo com foco na participação da

mineradora Vale no ISE. O índice brasileiro é um indicador de

desempenho das cotações de uma carteira teórica1 de ações

de companhias de capital aberto listadas na B3 (MACEDO

et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010; SARTORE, 2011).

Para a escolha das ações que vão integrar a carteira do ISE

cuja vigência é anual, são convidadas a participar de um

processo seletivo as empresas com as 200 ações mais líquidas

da B3 na virada de cada período. Um conselho deliberativo, o

CISE, seleciona as ações das companhias com base em

critérios relacionados à sustentabilidade corporativa e cada

carteira anual pode ter ativos de no máximo 40 empresas.

Desde a criação do ISE, já foram selecionadas 14 carteiras

(MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010;

SARTORE, 2011).

A Vale foi selecionada pela primeira vez para compor o índice

na carteira de 2010/2011, fazendo parte, sucessivamente, das

quatro carteiras seguintes - 2011/2012, 2012/2013, 2013/2014

e 2014/2015 (B3, 2010; 2011; 2012; 2013; 2014). A mineradora

estava na lista das empresas elegíveis para a carteira de 2016

(cujo período base é 2015), mas não compôs o índice daquele

ano depois de ter tido a sua reputação abalada após a ruptura

da barragem de rejeitos de minério de ferro, fato ocorrido em

Mariana (MG), em 5 de novembro de 2015.

1 Carteira teórica é um conjunto de ações que compõe um índice.

Page 12: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 11

0011

O reservatório de rejeitos, conhecido por Fundão, é de

propriedade da mineradora Samarco – empresa controlada

pela Vale e pela BHP Billiton (ARARIPE, 2015; B3, 2015;

2019b). O CISE não comentou a ausência da Vale na carteira

de 2016, seguindo um critério de sigilo que rege as decisões do

conselho.

A mineradora também não foi escolhida para compor as

carteiras dos 3 anos seguintes - 2015/2016, 2016/2017 e

2017/2018 (B3, 2019b). A Vale voltou a fazer parte do ISE na

carteira de 2018/2019 em decisão anunciada pela B3 no final

de novembro de 2018. Porém, o período de permanência na

carteira de 2019 foi curto.

Em 7 de fevereiro de 2019, o CISE decidiu pela exclusão das

ações da companhia da carteira de 2018/2019 a partir do dia

12 de fevereiro, levando em conta as consequências de outro

desastre que ocorreu em 25 de janeiro de 2019 no município

de Brumadinho (MG) com o rompimento da barragem de

rejeitos de minério de ferro na Mina de Córrego do Feijão, de

propriedade da Vale (B3, 2019a; OLIVEIRA, 2019).

A discussão do tema escolhido para este artigo é apresentada

em quatro partes, incluindo a Introdução. Em Resultados e

Discussões, a primeira seção 3.1. O Investimento

Sustentável e Responsável (ISR) trata do surgimento desta

modalidade de fundo de investimento no mercado de capitais,

além de outros aspectos; na seção 3.2. Índice de

Sustentabilidade Empresarial (ISE) são apresentadas as

regras para a seleção das empresas para a composição do

ISE, além das questões relativas à exclusão das companhias; e

Page 13: S ESTUDOS E D

12 Cunha, A.M.B.M. at alli

na última seção 3.3. A Vale no ISE é apresentado o histórico

de participação da Vale no índice. Por fim, são apresentadas

as Conclusões.

O artigo foi elaborado a partir de dados e documentos

disponíveis no site da B3, informações enviadas pela

assessoria de imprensa da bolsa de valores atendendo à

solicitação das autoras, notícias publicadas na mídia impressa,

páginas jornalísticas na internet e de bibliografia sobre o tema.

Page 14: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 13

0013

2 | OBJETIVO

O objetivo do presente artigo foi analisar a trajetória de

participação da Vale no ISE. Foi apresentado um relato sobre o

ISE da B3 (ex-BM&FBOVESPA), o surgimento dos índices ISR

em âmbito mundial e o contexto internacional no que diz

respeito ao debate sobre o desenvolvimento sustentável.

Page 15: S ESTUDOS E D

14 Cunha, A.M.B.M. at alli

3 | RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 | O Investimento Sustentável e Responsável (ISR)

O European Sustainability Forum (Eurosif) define que o

Investimento Sustentável e Responsável (ISR) é uma

modalidade de fundo de investimento que associa objetivos

financeiros com valores que estariam relacionados à

preservação ambiental, impactos sociais e questões de

governança (MACEDO et al., 2012).

O surgimento dos fundos ISR insere-se em um contexto de

transformações no mercado de capitais diante da tendência

global dos investidores de praticarem uma espécie de

capitalismo sustentável (SARTORE, 2011). Essa tendência foi

captada por estudos do Sustainable Investment Forum (SIF)

para a Europa e Estados Unidos, pelo Massachusetts Institute

of Technology (MIT) na pesquisa Sustainability Nears a Tipping

Point e pelos relatórios do Principles for Responsible

Investment (PRI) (MACEDO et al., 2012).

Na década de 60, foram verificado sinais de ampliação de

investimentos nos chamados fundos éticos (carteira de ações

associada a princípios culturais, morais, religiosos ou de

preservação ambiental) no contexto de crescimento das

mobilizações sociais pelos direitos civis, contra empresas

ligadas à Guerra do Vietnã, contra o regime do apartheid na

África do Sul, por exemplo, (MARCONDES; BACARJI, 2010).

Nos anos seguintes, desastres ambientais de grandes

proporções, como o acidente nuclear de Chernobyl, na antiga

União Soviética, em abril de 1986, motivaram discussões na

agenda internacional para um diagnóstico sobre os impactos

Page 16: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 15

0015

da ação humana no meio ambiente (MARCONDES; BACARJI,

2010). Um dos marcos foi o relatório da Comissão sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento da ONU denominado Nosso

Futuro Comum ou Relatório Brundtland, introduzindo a

expressão desenvolvimento sustentável, que indicava a

necessidade de produção de bens para o presente sem

comprometer a existência das futuras gerações (CARVALHO;

BARCELLOS, 2010).

Nesse contexto, os investimentos no mercado de capitais foram

sendo ampliados. Na época da criação do Dow Jones

Sustainability Index, era calculado que, para cada US$ 8 em

investimentos no mercado financeiro nos Estados Unidos,

US$ 1 era aplicado nos chamados fundos éticos, ou seja, em

carteira de ações associadas a princípios culturais, morais,

religiosos ou de preservação ambiental (MACEDO et al., 2012;

MARCONDES; BACARJI, 2010; SARTORE, 2011).

Em 2005, foi a vez de a América Latina ganhar o seu primeiro

índice ISR, o Índice de Sustentabilidade Empresarial, criado

pela B3 (ex-BM&FBovespa). O ISE foi financiado inicialmente

pelo International Finance Corporation (IFC), braço financeiro

do Banco Mundial (Bird) (MACEDO et al., 2012; MARCONDES;

BACARJI, 2010; SARTORE, 2011).

Page 17: S ESTUDOS E D

16 Cunha, A.M.B.M. at alli

3.2 | Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

O Conselho Administrativo do ISE, o CISE2, seleciona as

empresas que vão compor a carteira de cada ano.

As companhias são avaliadas a partir de critérios de

comprometimento com a sustentabilidade corporativa, que está

relacionada à eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça

social e governança corporativa (MACEDO et al., 2012;

MARCONDES; BACARJI, 2010; SARTORE, 2011).

Ferramenta do mercado de capitais para análise comparativa

da performance de empresas listadas na B3, o ISE pode servir

de referencial (benchmark) para os chamados investimentos

sustentáveis. O ISE é calculado em tempo real pela B3 ao

longo do pregão a partir dos preços dos últimos negócios

fechados no mercado à vista (MACEDO et al., 2012;

MARCONDES; BACARJI, 2010; SARTORE, 2011; B3, 2015b).

A vigência do ciclo anual da carteira, que é formada por no

máximo 40 empresas, tem início na primeira segunda-feira de

janeiro – ou dia subsequente em caso de não haver

negociações na bolsa de valores na segunda – e encerra-se

em janeiro do ano posterior, no dia anterior ao início do novo

período da carteira. O Centro de Estudos em Sustentabilidade

(GVCes) da Escola de Administração de Empresas de São

2 O CISE é composto por 11 instituições: BM&FBOVESPA, Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), International Finance Corporation (IFC), Grupo de Instituições Fundações e Empresas (GIFE), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) (MACEDO et al., 2012).

Page 18: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 17

0017

Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) é o

responsável pelo desenho metodológico do ISE (MACEDO

et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010; SARTORE, 2011;

B3, 2015b).

A metodologia baseia-se em um questionário para avaliar o

desempenho das empresas nas práticas relacionadas ao

desenvolvimento sustentável, mas não se restringe a analisar

as ações nas tradicionais dimensões ambiental, social e

econômico-financeira, conhecidas como TBL (triple bottom

line). Na avaliação, foram incluídas outras quatro dimensões:

Geral, Natureza do Produto, Governança Corporativa e

Mudanças Climáticas. Cada dimensão é subdividida em

critérios que, por sua vez, são subdivididos em indicadores

(MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010;

SARTORE, 2011; B3, 2015b).

As dimensões Ambiental, Social, Econômico-financeira e de

Mudanças Climáticas abarcam, nos questionários de

avaliação, os temas relativos à gestão (indicadores de

programas, metas e monitoramento), por exemplo. Como há

uma diversidade de empresas no ISE que fazem parte de

diferentes setores econômicos, a dimensão ambiental é

subdividida em seis modelos de questionários de acordo com

os seis grupos de empresas agrupados conforme a natureza

da produção, áreas afins etc.

O setor mineral insere-se no grupo da dimensão Ambiental B

que reúne as corporações de artefatos de cobre; ferro e aço;

fertilizantes; minerais metálicos; petróleo e gás (exploração e

ou refino); petroquímicos; e siderurgia (MACEDO et al., 2012;

MARCONDES; BACARJI, 2010; B3, 2015b).

Page 19: S ESTUDOS E D

18 Cunha, A.M.B.M. at alli

Em relação à dimensão Geral, avalia-se o comprometimento

da empresa com acordos globais relacionados ao

desenvolvimento sustentável e a transparência das ações,

como a publicação de relatório anual de sustentabilidade,

por exemplo. Quanto à dimensão Natureza do Produto,

procura-se identificar as iniciativas das empresas para evitar

eventuais danos e riscos à saúde dos consumidores e de

terceiros (MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI,

2010; B3, 2015b).

De forma voluntária, as empresas respondem a perguntas

objetivas dos questionários que abarcam todas as dimensões

citadas. As companhias também precisam apresentar

documentos para comprovar, de forma amostral, o que foi

respondido. Tendo como base as respostas objetivas, é gerado

um resultado com o desempenho quantitativo e um

desempenho qualitativo com os documentos encaminhados

pelas empresas.

Com o conjunto de informações, é produzida uma matriz de

resultados a ser analisada pelo CISE para a escolha dos

integrantes da carteira anual de ações do ISE cujo cálculo e

gestão técnica do índice são de responsabilidade da B3

(MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010; B3,

2015b).

Já foram selecionadas 14 carteiras do ISE (B3, 2019b).

Na carteira de 2016/2017, foi definido como pré-requisito para

a participação no ISE o disclosure, ou seja, a disponibilização,

pelas empresas, das respostas dos questionários. Também

foram incluídos no questionário os Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODSs), definidos como

prioritários pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Page 20: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 19

0019

São feitas perguntas voltadas à identificação de práticas

empresariais relacionadas aos ODSs, e a de indicadores e

metas que dizem respeito aos ODSs e seus resultados

esperados (B3, 2016).

As carteiras são subdivididas em nove grupos setoriais,

conforme classificação da B3. No grupo financeiro, estão

bancos e empresas de cartões de crédito. No grupo utilidade

pública, estão as empresas de energia e as companhias de

saneamento. Em materiais básicos, fazem parte as

companhias do setor mineral, metalurgia, celulose, indústria

química e de petróleo (MACEDO et al., 2012; MARCONDES;

BACARJI, 2010; B3, 2015b).

No grupo consumo cíclico, são incluídas as lojas de

departamento. Em consumo não-cíclico, estão as

corporações de produtos cosméticos e de alimentação.

No grupo telecomunicações, estão as operadoras de

telefonia. No grupo bens industrializados, fazem parte as

empresas do setor de construção de aviões e de maquinários

em geral. Em construção e transporte, estão as companhias

de transporte aéreo e concessionárias de rodovias. No grupo

saúde, fazem parte as empresas do setor de saúde (MACEDO

et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010; B3, 2015b).

Page 21: S ESTUDOS E D

20 Cunha, A.M.B.M. at alli

3.2.1 | Positive screening, negative screening e a reputação das empresas

O ISE não restringe a participação de setores, adotando o

positive screening (cenário positivo). Outros índices, como o

FTSE4Good, aplicam o negative screening (cenário negativo)

com critérios que vetam, já no processo seletivo, a inclusão de

empresas de determinados setores, como os de armas e de

tabaco (SARTORE, 2011).

As chamadas empresas elegíveis (candidatas à carteira de um

determinado ano) podem não compor o índice já no processo

seletivo. As próprias corporações podem decidir que não farão

parte do ISE, já que a participação é voluntária. Embora não

seja adotado o negative screening, o CISE pode rejeitar a

participação de uma determinada empresa após análise dos

questionários e documentos apresentados (MARCONDES;

BACARJI, 2010).

Está previsto no regulamento do ISE que uma companhia pode

deixar de integrar a carteira do ano seguinte, caso não atenda

aos critérios de sustentabilidade avaliados nos questionários e

documentos apresentados (MARCONDES; BACARJI, 2010).

Segundo um levantamento da B3 publicado no livro “ISE –

sustentabilidade no mercado de capitais”, quatro empresas que

estavam na primeira carteira do ISE não conseguiram se

manter na carteira do ano seguinte. Em 2007, oito empresas

não se mantiveram no ISE, em 2008 esse número recuou para

seis e, em 2009, duas empresas da carteira anterior não se

classificaram. Este levantamento não apresenta o nome das

corporações nem as justificativas para a tomada das decisões

(MARCONDES; BACARJI, 2010).

Page 22: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 21

0021

A partir de publicações acadêmicas, notícias de jornais e sites

jornalísticos, foi possível identificar dois casos de saída de

empresas do ISE envolvendo problemas relativos aos impactos

ambientais e sociais provocados pelas corporações. São os

casos da Petrobras e o da Vale. Nesta seção, será relatado o

caso da Petrobras, já o da Vale, tema central do artigo, será

abordado na subseção 3.3.1 do texto.

Com histórico de investimentos em programas socioambientais

e culturais, além de prestígio no mercado brasileiro à época, a

Petrobras integrou, em 2005, o Índice de Sustentabilidade do

Setor de Energia instituído pelo banco de investimento

Goldman Sachs e, em setembro de 2006, a companhia foi

listada na carteira do Dow Jones Sustainability, segundo

Sartore (2011).

A Petrobras hesitou em compor o ISE por discordar de seu

formato metodológico, mas acabou decidindo candidatar-se

para integrar o índice (SARTORE, 2011). A Petrobras

permaneceu no ISE por dois anos consecutivos, nas carteiras

de 2006/2007 e 2007/2008 (B3, 2019b).

À época, organizações da sociedade civil vinham se

manifestando sobre o descumprimento, por parte da Petrobras,

da resolução nº 315 do Conselho Nacional de Meio Ambiente

(Conama) editada em 2002, que determinava que o

fornecimento de diesel deveria ocorrer com baixos teores de

emissão de gases particulados, entre os quais o enxofre.

Entre as organizações que se manifestavam sobre o assunto,

estava o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade

Social, integrante do CISE (MACEDO, et al., 2012; SARTORE,

2011).

Page 23: S ESTUDOS E D

22 Cunha, A.M.B.M. at alli

No final de 2008, o conselho do ISE divulgou que a Petrobras

estaria fora do ISE na renovação da carteira do ano seguinte

(2009), notícia que teve grande repercussão naquele contexto.

Em meio à polêmica, o Instituto Ethos manifestou-se

publicamente sobre as razões que levaram à saída da

Petrobras do ISE, relacionando a decisão tomada pelo CISE ao

descumprimento da resolução do Conama por parte da

companhia. Por esta razão, o CISE suspendeu, por 1 ano, a

participação do instituto no conselho como punição pela quebra

do sigilo, já que é vedado que se tornem públicas as razões

pelo ingresso (ou saída) de uma empresa no ISE.

A Petrobras não mais voltou a fazer parte das carteiras

subsequentes (MACEDO et al., 2012; SARTORE, 2011).

Conforme o regulamento do ISE, também está prevista a

exclusão de uma empresa durante o período de vigência da

carteria em casos em que uma determinada corporação entrar,

por exemplo, em regime de recuperação judicial, falência ou se

um número significativo de ações for retirado de circulação em

razão de uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA)

(MARCONDES; BACARJI, 2010).

Conforme dados disponibilizados no site da B3, três empresas

deixaram de integrar carteiras do ISE, tendo como base uma

das regras citadas acima. Em 24 de setembro de 2012, a

Redecard realizou uma OPA, deixando de integrar a carteira de

2011/2012. Em 28 de outubro de 2015, foi a vez de o BicBanco

realizar uma OPA, ficando de fora da carteira de 2014/2015.

Em 21 de junho de 2016, a Oi entrou em situação especial,

ficando de fora da carteira de 2015/2016 (B3, 2019b).

Page 24: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 23

0023

Uma corporação também pode ser excluída na vigência de

uma determinada carteira se o CISE deliberar que houve

mudança nos níveis de sustentabilidade e responsabilidade

social da empresa avaliada (MARCONDES; BACARJI, 2010).

Com base nos dados disponibilizados pela B3, esta regra foi

aplicada no caso da Vale, que foi excluída da carteira de

2018/2019 após o rompimento da barragem de rejeitos em

Brumadinho, fato que ocorreu em 25 de janeiro de 2019 (B3,

2019a).

A reputação das empresas é uma variável importante na

seleção das companhias que integrarão o ISE ou na

permanência das mesmas. Nesse sentido, um monitoramento e

análise de notícias sobre as empresas participantes do ISE são

realizados pela agência de comunicação Imagem Corporativa,

que encaminha um relatório sobre o assunto ao CISE

(MACEDO et al., 2012; MARCONDES; BACARJI, 2010).

O objetivo do monitoramento de imprensa é implementar “um

processo estruturado de diálogo com as empresas para o

esclarecimento de questões críticas de suas atuações nas

dimensões social, ambiental, econômico-financeira e de

governança corporativa que tenham sido veiculadas na grande

imprensa”, segundo informou a B33.

Para o processo de monitoramento, foram definidos “critérios,

objetivos e fluxos de acompanhamento de acordo com o nível

de impacto de cada evento” que envolve uma determinada

empresa e que tenha sido noticiado na imprensa. O “evento”

3 As informações foram enviadas pela assessoria de imprensa da B3 às autoras sobre as regras de monitoramento de imprensa em resposta a perguntas sobre a decisão de exclusão da Vale da carteira de 2018/2019 após o rompimento da Barragem 1, de propriedade da mineradora, no município de Brumadinho (MG).

Page 25: S ESTUDOS E D

24 Cunha, A.M.B.M. at alli

pode ser classificado como “leve”, “médio”, “grave” ou

“gravíssimo”. O ISE classifica os “eventos”, considerando

quatro variáveis: frequência/ocorrência sistemática; intensidade

ou magnitude do impacto; tempo de duração do evento; e

públicos impactados4.

Para cada um dos quatro tipos de “evento”, foi estabelecido um

determinado procedimento a ser adotado. Se o “evento” for

considerado “leve”, a empresa não é contactada pelo ISE e o

“fato é apenas incluído em relatório mensal enviado ao CISE

para conhecimento”. Sendo o “evento” classificado como

“médio”, o ISE entra em contato com a companhia “apenas

para informe de conhecimento do fato”.5

Em caso de o “evento” ser classificado como “grave”, a

empresa é contactada “para solicitação de esclarecimento, com

prazo de 10 dias úteis para retorno” pela empresa. Sendo o

“evento” “gravíssimo”, “é realizado contato com solicitação de

esclarecimento, com prazo de cinco dias úteis para retorno”6 da

companhia envolvida no evento.

O monitoramento de imprensa é realizado nos seguintes jornais

e revistas: jornais de amplitude nacional7 – Folha de S. Paulo,

O Estado de S. Paulo, O Globo, Valor Econômico; jornais de

4 Idem (nota de rodapé nº 3).

5 Idem (nota de rodapé nº 3).

6 Idem (nota de rodapé nº 3).

7 Segundo a B3, o monitoramento também faz referência à análise de notícias no jornal Brasil Econômico, mas ele não está mais em circulação.

Page 26: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 25

0025

amplitude regional – A Crítica, Correio Braziliense, Estado de

Minas, Jornal do Comércio, Zero Hora; revistas – Carta Capital,

Época, Época Negócios, Exame, IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e Veja.

Segundo informou a assessoria de imprensa da B38, o

monitoramento compõe um sistema de gerenciamento de

crises em caso de envolvimento de uma corporação em alguma

situação crítica.

3.3 | A Vale no ISE

A Vale ingressou pela primeira vez no ISE na carteira de

2010/2011, sendo escolhida, sucessivamente, para compor as

quatro carteiras seguintes de 2011/2012, 2012/2013,

2013/2014 e de 2014/2015. A mineradora ficou 3 anos

consecutivos fora do ISE. Em 29 de novembro de 2018, a B3

anunciou a escolha da Vale para integrar a carteira de

2018/2019. Porém, a mineradora foi excluída desta carteira em

decisão anunciada pela B3 em 7 de fevereiro de 2019,

conforme será destacado na subseção 3.3.1 do artigo.

A seguir, será feito um detalhamento da composição das seis

carteiras do ISE que contaram com a participação da Vale para

apresentar uma amostra do perfil econômico do índice ao longo

dos seis períodos selecionados.

Nas seis carteiras do ISE analisadas nesta seção, os três

maiores grupos setoriais são o de utilidade pública, onde

estão listadas as empresas dos setores de energia e de

saneamento básico; o financeiro, representado por bancos, e

8 Idem (nota de rodapé nº 3).

Page 27: S ESTUDOS E D

26 Cunha, A.M.B.M. at alli

materiais básicos, que reúne companhias dos setores de

mineração, petróleo, celulose, siderurgia e químico (B3, 2010;

2011; 2012; 2013; 2014; 2018; 2019b9).

O ingresso da Vale na carteira de 2010/2011 marcou a entrada

do setor mineral no ISE. Nesta carteira, foram incluídas 47

ações de 38 companhias. As ações somaram R$ 1,17 em valor

de mercado, o correspondente a 46,1% do valor de mercado

total das empresas com ações negociadas na B3 em 24 de

novembro de 2010 (B3, 2010).

Na carteira de 2010/2011, o maior número de empresas é o do

grupo setorial utilidade pública com 13 companhias – AES

Tietê, Cemig, Cesp, Coelce, Copasa, Copel, CPFL Energia,

Eletrobrás, AES Eletropaulo, EDP Brasil, Light S/A, Sabesp e

Tractebel. Em seguida, o grupo setorial financeiro aparece em

segundo lugar com nove empresas – BicBanco, Bradesco,

Banco do Brasil, Itaúsa, Itaú-Unibanco, Redecard, Santander,

SulAmérica e Ultrapar (B3, 2010).

Em terceiro lugar, estão as companhias do grupo setorial

materiais básicos, com sete empresas. Além da Vale, fazem

parte a Braskem, Duratex, Fibria, Gerdau, Metalúrgica Gerdau

e Suzano Papel. Em seguida, estão as companhias do grupo

telecomunicações – Telemar, TIM Participações S/A e Vivo;

consumo não-cíclico – BRF S/A e Natura; bens

industrializados – Embraer e Indústrias Romi; consumo

cíclico – Anhanguera; e construção e transportes – Even

(B3, 2010).

9 O levantamento também foi feito com base em dados enviados pela B3 a pedido das autoras.

Page 28: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 27

0027

Abaixo, a composição da carteira de 2010/2011 (B3, 2010):

Na carteira de 2011/2012, fizeram parte 51 ações de 3810

companhias, que totalizaram R$ 961 bilhões em valor de

mercado, o que equivale a 43,72% do total do valor das

empresas com ações na B3 (B3, 2011).

Nesta carteira, o maior grupo setorial é novamente o de

utilidade pública, com 13 corporações – AES Tietê, Cemig,

Cesp, Copel, Coelce, Copasa, CPFL Energia, EDP Brasil,

Eletrobrás, AES Eletropaulo, Light S/A, Sabesp e Tractebel.

Em segundo lugar, está o financeiro, com nove empresas –

Banco do Brasil, BicBanco, Bradesco, Itaúsa, Itaú-Unibanco,

Redecard11, Santander, SulAmérica e Ultrapar; e em terceiro

10 O número de empresas da carteira de 2011/2012 caiu para 37, pois a Redecard deixou de integrar o índice depois de ter realizado uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) em 24/09/12 (B3, 2019b).

11 A Redecard deixou de integrar a carteira (B3, 2019b).

Page 29: S ESTUDOS E D

28 Cunha, A.M.B.M. at alli

lugar o de materiais básicos, com sete empresas – Duratex,

Fibria, Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Suzano Papel, Vale S/A e

Braskem (B3, 2011).

Em seguida, aparecem as companhias de construção e

transportes – CCR, Ecorodovias e Even; consumo não-

cíclico – BRF S/A e Natura; telecomunicações – Telemar e

TIM Part. S/A; bens industrializados – Embraer; e consumo

cíclico – Anhanguera (B3, 2011).

Abaixo, a composição da carteira de 2011/2012 (B3, 2011):

A carteira 2012/2013 reuniu 37 companhias com 51 ações,

totalizando R$ 1,07 trilhão em valor de mercado, o que

corresponde a 44,81% do total do valor das empresas com

ações negociadas na B3 (B3, 2012).

Na composição da carteira, identifica-se, mais uma vez, que

o maior grupo setorial é o de utilidade pública, com 13

companhias – AES Tietê, Cemig, Cesp, Copel, Coelce,

Page 30: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 29

0029

Copasa, CPFL Energia, EDP Brasil, Eletrobrás, AES

Eletropaulo, Light S/A, Sabesp e Tractebel. Em segundo lugar,

o financeiro, com oito empresas - Banco do Brasil, BicBanco,

Bradesco, Itaúsa, Itaú-Unibanco, Santander, SulAmérica,

Ultrapar. Com sete empresas, está o de materiais básicos –

Braskem, Duratex, Fibria, Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Suzano

Papel e Vale S/A (B3, 2012).

A seguir, estão os grupos telecomunicações – Telefônica,

Telemar e TIM Participações S/A; construção e transportes –

CCR S/A, Ecorodovias e Even; consumo não-cíclico – BRF

S/A e Natura; e bens industrializados – WEG (B3, 2012).

Abaixo, a composição da carteira de 2012/2013 (B3, 2012):

Page 31: S ESTUDOS E D

30 Cunha, A.M.B.M. at alli

Na carteira de 2013/2014, foram listadas 40 empresas com 51

ações cujo valor de mercado era de R$ 1,14 trilhão, o que

representava 47,16% do total do valor das companhias com

ações que foram negociadas na B3. Assim como nas carteiras

anteriores, o grupo setorial utilidade pública liderou com 13

companhias – AES Tietê, Cemig, Cesp, Coelce, Copasa,

Copel, CPFL Energia, EDP BR, Eletrobrás, AES Eletropaulo,

Light S/A, Sabesp e Tractebel (B3, 2013).

Desta vez, verificou-se que o grupo setorial materiais básicos

aparece pela primeira vez com o mesmo número de integrantes

do financeiro nas carteiras em que a Vale teve participação.

Cada grupo ficou com oito corporações – materiais básicos:

Braskem, Duratex, Fibria, Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Klabin

S/A, Suzano Papel e Vale S/A; financeiro: Banco do Brasil,

BicBanco, Bradesco, Cielo, Itaú-Unibanco, Itaúsa, Santander e

SulAmérica (B3, 2013).

A exemplo das carteiras citadas anteriormente, em menor

número estão os grupos setoriais telecomunicações – Oi,

Telefônica e TIM Participações S/A; construção e transportes

– Ecorodovias, Even e CCR S/A; bens industrializados –

Embraer e WEG; consumo cíclico – BRF S/A e Natura; saúde

– Fleury (B3, 2013).

A seguir, a composição da carteira de 2013/2014 (B3, 2013):

Page 32: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 31

0031

Para a carteira de 2014/2015, foram selecionadas 51 ações de

4012 empresas. As ações totalizaram R$ 1,22 trilhão em valor

de mercado, representando 49,87% do total do valor das

companhias com ações negociadas na B3 (B3, 2014).

Com 11 empresas, o grupo setorial utilidade pública

mantém-se na liderança em termos numéricos – AES Tietê,

Cemig, Eletrobrás, Sabesp, AES Eletropaulo, Copel, CPFL

Energia, Light S/A, Coelce, Tractebel, EDP Brasil. Em segundo

lugar, com oito empresas, está o financeiro – Itaúsa, Cielo,

Itaú-Unibanco, Santander, Banco do Brasil, SulAmérica,

BicBanco13 e Bradesco.

12 O número de empresas da carteira de 2014/2015 caiu para 39, pois o BicBanco realizou uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) em 28/10/15 (B3, 2019b).

13 BicBanco deixou de integrar a carteira 2014/2015 (B3, 2019b).

Page 33: S ESTUDOS E D

32 Cunha, A.M.B.M. at alli

Em terceiro lugar, está o de materiais básicos, com sete

companhias, – Klabin S/A, Braskem, Duratex, Fibria, Gerdau,

Metalúrgica Gerdau e Vale S/A (B3, 2014).

Em seguida, estão o grupo setorial de construção e

transportes – JSL, Even, Ecorodovias e CCR S/A; consumo

cíclico - B2W Digital, Lojas Americanas e Lojas Renner; bens

industrializados – Embraer e WEG; consumo não-cíclico –

BRF S/A e Natura; telecomunicações – Telefônica Brasil e

TIM Participações S/A; saúde – Fleury (B3, 2014).

Abaixo, a composição da carteira de 2014/2015 (B3, 2014):

Depois de 3 anos fora do ISE, a Vale voltou a fazer parte do

índice na carteira de 2018/2019. É a 14ª carteira, com vigência

de 7 de janeiro de 2019 a 3 de janeiro de 2020. Entretanto, a

mineradora permaneceu no ISE por pouco tempo, tendo sido

excluída do índice no período de vigência da carteira por

decisão do CISE após o rompimento de uma de suas

barragens de rejeitos de minério de ferro localizada na cidade

mineira de Brumadinho (B3, 2018).

Page 34: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 33

0033

A seguir, será apresentada a composição da 14ª carteria, a

exemplo do detalhamento das demais carteiras que contaram

com a participação da Vale. Para esta carteira, foram

selecionadas 30 companhias com 35 ações, que, juntas,

somam R$ 1,73 trilhão em valor de mercado – 48,66% do total

do valor das corporações com ações negociadas na B3 (com

base no fechamento do pregão de 27 de novembro de 2018).

A partir de 12 de fevereiro de 2019, a carteira passou a contar

com 29 empresas com a saída da Vale (B3, 2019a; 2019b).

Esta carteira é formada por um menor número de companhias

em comparação com as outras cinco carteiras analisadas

anteriormente. A exemplo das carteiras anteriores, o grupo

setorial utilidade pública mantém-se na liderança com nove

empresas – AES Tietê, Celesc, Cemig, CPFL Energia, Copel,

EDP Brasil, AES Eletropaulo, Engie Brasil14 e Light S/A.

Em segundo lugar, ficou o grupo financeiro, com seis

empresas - Banco do Brasil, Bradesco, Cielo, Itaúsa, Itaú-

Unibanco e Santander Brasil. Em terceiro lugar, apareceu o de

materiais básicos, com quatro empresas - Braskem, Duratex,

Klabin e Vale15 (B3, 2018), e o de consumo cíclico, também

com quatro companhias - B2W Digital, Lojas Americanas, Lojas

Renner e MRV16.

14 Anteriormente, a Engie Brasil era a Tractebel.

15 A Vale deixou de integrar a carteira de 2018/2019 em 12 de fevereiro de 2019 em razão de uma decisão tomada pelo CISE em 7 de fevereiro de 2019 (B3, 2019a; 2019b).

16 A MRV realizou uma cisão em 21/12/18. Os investidores passaram a ter ações da MRV e da Log a partir desta data. Segundo a B3, conforme as regras para estes casos, as ações da Log passaram a integrar o ISE até a tomada de uma decisão sobre o caso que estava prevista para maio de 2019 (B3, 2019b).

Page 35: S ESTUDOS E D

34 Cunha, A.M.B.M. at alli

Os demais grupos ficaram com a seguinte composição:

construção e transportes – CCR e Ecorodovias –,

telecomunicações – Telefônica Brasil e Tim Participações

S/A –, consumo não-cíclico – Natura –, bens

industrializados – WEG – e saúde – Fleury (B3, 2018).

Abaixo, a composição da carteira de 2018/2019 (B3, 2018)17:

17 A imagem considera a composição da carteira 2018/2019 com 30 integrantes (com a participação da Vale).

Page 36: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 35

0035

A imagem abaixo compara, em termos porcentuais, os três

maiores grupos setoriais – utilidade pública, financeiro e

materiais básicos – nas 14 carteiras do ISE (B3, 2019b):

O grupo materiais básicos é o terceiro maior grupo setorial

nas carteiras analisadas. Porém, percebe-se que o grupo

perdeu em número e representatividade em relação à

diversidade dos setores econômicos brasileiros, conforme

pode-se verificar nas 14 carteiras destacadas no gráfico acima

e no detalhamento desta seção. Um dos setores que está fora

do ISE atualmente é a mineração, que era representada pela

Vale. A seguir, será apresentado um relato sobre a saída da

Vale do ISE.

Page 37: S ESTUDOS E D

36 Cunha, A.M.B.M. at alli

3.3.1 | A Vale sai do ISE

Após 5 anos consecutivos integrando as carteiras do ISE, em

2016 (cujo período base é 2015) a Vale não foi escolhida para

compor a carteira referente àquele ano (B3, 2015), embora

estivesse na listagem das empresas elegíveis. A mineradora

não integrou o índice na carteira de 2015/2016 e nas carteiras

dos 2 anos subsequentes (B3, 2015; 2016; 2017; ARARIPE,

2015; EXAME, 2015).

Seguindo o critério de sigilo, o conselho do ISE não comentou

a ausência da empresa na carteira de 2015/2016 (ARARIPE,

2015, SARTORE, 2011). De acordo com Araripe (2015),

analistas financeiros e especialistas em sustentabilidade

avaliaram que, à época da decisão, a Vale havia tido a sua

reputação abalada após a ruptura, em 5 de novembro de 2015,

da barragem de rejeitos de minério de ferro conhecida por

Fundão, em Mariana (MG), de propriedade da mineradora

Samarco, empresa controlada pela Vale e a BHP Billiton.

Antes do anúncio oficial do conselho do ISE, veículos de

comunicação e sites de notícias destacavam a opinião de

especialistas, que já previam que a Vale não estaria listada na

carteira de 2015/2016 em razão do impacto socioambiental

provocado pelo rompimento da barragem (EXAME, 2015).

Foram contabilizados 19 mortos no maior desastre ambiental

registrado até então.

Segundo Araripe (2015), em nota, após a divulgação da

carteira de 2015/2016, o diretor-executivo de Finanças e

Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani Pires, disse

que a empresa entendia que a decisão do CISE refletia a

Page 38: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 37

0037

reação dos conselheiros ao colapso da barragem em Mariana,

acrescentando, no entanto, que a mineradora tinha

compromisso com a sustentabilidade em suas operações.

Depois de 3 anos fora do ISE, a Vale foi escolhida com mais 29

empresas para a 14ª carteira do ISE de 2018/2019 em decisão

anunciada em 29 de novembro de 2018 pela B3

(B3, 2018). A mineradora estava na lista de empresas elegíveis

para as carteiras de 2015/2016, 2016/2017 e 2017/2018, mas

não foi selecionada (B3, 2015; 2016; 2017).

Única representante do setor mineral na 14ª carteira, a Vale

permaneceu, no entanto, apenas 37 dias nesta carteira, com

vigência de 7 de janeiro de 2019 a 3 de janeiro de 2020 (B3,

2018; 2019a; 2019b). Em comunicado divulgado em 7 de

fevereiro de 2019, a B3 anunciou a exclusão da Vale da

carteira após o rompimento da barragem 1 da Vale, em

Brumadinho (MG), em 25 de janeiro de 2019, pouco mais de 3

anos após o colapso do reservatório de rejeitos da

Samarco, em Mariana (MG), empresa controlada pela Vale e a

mineradora BHP (B3, 2019a; 2019b; SANTOS e MILANEZ,

2019).

No comunicado, a B3 informou que as ações da companhia

deixariam de integrar a carteira do ISE a partir de 12 de

fevereiro de 2019 (B3, 2019a; 2019b). Segundo a bolsa de

valores, a decisão tomada em reunião ordinária do CISE em 7

de fevereiro levou "em conta os efeitos do desastre ocorrido em

25/01/19 no município de Brumadinho - MG, amplamente

divulgado nos meios de comunicação, no Brasil e no exterior"

(B3, 2019a; 2019b).

Page 39: S ESTUDOS E D

38 Cunha, A.M.B.M. at alli

Conforme o comunicado, a exclusão da mineradora do ISE

"não deve ser tomada como pré-julgamento das

responsabilidades da companhia". Porém, é uma decisão

baseada na "aplicação do disposto no Regulamento do ISE e

na sua metodologia". O conjunto de regras do índice

estabelece que "serão excluídos da carteira ativos que forem

de emissão de uma empresa cujo desempenho de

sustentabilidade, no entendimento do CISE, tenha sido

significativamente alterado em função de algum acontecimento

ocorrido durante a vigência da carteira" (B3, 2019a; 2019b).

Com base nos dados disponibilizados pela B3 em seu site, é a

primeira vez que uma empresa é excluída por mudanças no

chamado "desempenho de sustentabilidade" de uma empresa

(B3, 2019a; 2019b).

Após a tragédia de Brumadinho, a Vale também foi excluída do

Pacto Global, lançado no ano 2000 pelo então secretário das

Nações Unidas, Kofi Annan, com o objetivo de estimular as

empresas a alinhar suas estratégias e operações a 10

princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho,

meio Ambiente e anticorrupção.

A mineradora também foi suspensa por 2 meses do Instituto

Ethos e só seria autorizada a se vincular novamente à

organização social depois de "assumir as responsabilidades"

pelo desastre, detalhar as iniciativas que estavam sendo

tomadas para reparar os danos e assumir o compromisso de

praticar um "modelo sustentável" de mineração (OLIVEIRA,

2019: 3; PACTO GLOBAL - REDE BRASIL, 2019).

Page 40: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 39

0039

4 | CONCLUSÕES

No artigo, foi apresentado um relato sobre a tendência mundial

de formação de um mercado de finanças sustentáveis,

tendência que tem sido acompanhada pelo Brasil.

Esse processo esbarra, no entanto, no quanto realmente são

concretas e eficientes as ações das companhias relacionadas

ao desenvolvimento sustentável e que são patrocinadas pelo

mercado de capitais.

Para o debate sobre o tema, considera-se importante discutir o

histórico de participação da Vale no ISE, assim como os casos

analisados de idas e vindas da empresa na formação do índice

após duas tragédias socioambientais em Minas Gerais.

Este trabalho aponta para a necessidade de ampliar a

investigação da temática como forma de qualificar o debate

sobre o longo caminho que a Vale e outras corporações

precisam seguir para comprovar para a sociedade que

efetivamente incorporam, em seus processos de gestão e

operacionais, o desenvolvimento sustentável.

Page 41: S ESTUDOS E D

40 Cunha, A.M.B.M. at alli

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 42: S ESTUDOS E D

Mineração, desenvolvimento sustentável e o mercado... 41

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MACEDO, F.; BARBOSA, H.; CALLEGARI, I.; MONZONI, M.; SIMONETTI, R. O valor do ISE - principais estudos e a perspectiva dos investidores. São Paulo: BM&FBOVESPA. 2012. Disponível em: http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em 15 jul. 2017.

MARCONDES, A. W.; BACARJI, C. D. ISE – sustentabilidade no mercado de capitais. São Paulo: Report Editora. 2010. Disponível em: http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em: 15 jul. 2017.

Page 43: S ESTUDOS E D

42 Cunha, A.M.B.M. at alli

OLIVEIRA, F. O preço da imagem arranhada. Rio de Janeiro: O Globo. p. 3. 15 mar. 2019.

PACTO GLOBAL - Rede Brasil. Disponível em: https://pactoglobal. org.br/a-iniciativa. Acesso em 13 mar. 2019.

SANTOS, R. S. P. ; MILANEZ, B. A culpa é da Vale. Mas o que é a Vale? São Paulo: Folha de S. Paulo. p. C6 e C7. 3 mar. 2019.

SARTORE, M. de S. O contencioso sociedade – ISE – Petrobrás. 35º Encontro Anual da ANPOCS. GT 16 – Grupos Dirigentes e Estruturas de Poder. 2011. Disponível em: http://www. anpocs.com/index.php/35o-encontro-anual-2011. Acesso em: 10 jul. 2017.

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SÉRIES CETEM

As Séries Monográficas do CETEM são o principal material de

divulgação da produção científica realizada no Centro. Até o

final do ano de 2018, já foram publicados, eletronicamente e/ou

impressos em papel, mais de 340 títulos, distribuídos entre as

seis séries atualmente em circulação: Rochas e Minerais

Industriais (SRMI), Tecnologia Mineral (STM), Tecnologia

Ambiental (STA), Estudos e Documentos (SED), Gestão e

Planejamento Ambiental (SGPA) e Inovação e Qualidade (SIQ).

A Série Iniciação Científica consiste numa publicação eletrônica

anual.

A lista das publicações poderá ser consultada em nossa

homepage. As obras estão disponíveis em texto completo para

download. Visite-nos em http://www.cetem.gov.br/series.

Últimos números da Série Estudos e Documentos

SED-97 - Diretrizes básicas para avaliação da qualidade de resultados analíticos. Jéssica Zickwolf Ramos, Líllian Maria Borges Domingos, Zuleica Carmen Castilhos, 2018.

SED-96 - Mineral resources and territories: human, socio-environmental and economic impacts. Francisco Rego Chaves Fernandes, Ana Maria Botelho Marinho da Cunha, Eliane Rocha Araujo, Keila Valente de Souza, Renata Damico Olivieri, Renata de Carvalho Jimenez Alamino, Rodrigo Braga da Rocha Villa Verde, 2018.

SED-95 - Disposição de rejeitos de mineração: as opções tecnológicas para a redução dos riscos em barragens. Gilse Barbosa Guedes, Claudio Luiz Schneider, 2018.

Page 45: S ESTUDOS E D

INFORMAÇÕES GERAIS

CETEM – Centro de Tecnologia Mineral

Avenida Pedro Calmon, 900 – Cidade Universitária

21941-908 – Rio de Janeiro – RJ

Geral: (21) 3865-7222

Biblioteca: (21) 3865-7218

E-mail: [email protected]

Homepage: http://www.cetem.gov.br

NOVAS PUBLICAÇÕES

Se você se interessar por um número maior de exemplares

ou outro título de uma das nossas publicações, entre em

contato com a nossa biblioteca no endereço acima.

Solicita-se permuta.

We ask for interchange.

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O Centro de Tecnologia Mineral - CETEM é um instituto de pesquisas, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC, dedicado ao desen-volvimento, à adaptação e à difusão de tecnologias nas áreas minerometalúrgica, de materiais e de meio ambien-te.

Criado em 1978, o Centro está localizado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro e ocupa 20.000m² de área construída, que inclui 25 laboratórios, 4 plantas-piloto, biblioteca especializada e outras facilidades.

Durante seus 41 anos de atividade, o CETEM desenvolveu mais de 800 projetos tecnológicos e prestou centenas de serviços para empresas atuantes nos setores minerome-talúrgico, químico e de materiais.

O CETEM

Desenvolver tecnologias inovadoras e sustentáveis, e mobilizar competências visando superar dasafios nacio-nais do setor mineral.

Missão Institucional

O Centro de Tecnologia Mineral - CETEM é um instituto de pesquisas, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC, dedicado ao desen-volvimento, à adaptação e à difusão de tecnologias nas áreas minerometalúrgica, de materiais e de meio ambien-te.

Criado em 1978, o Centro está localizado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro e ocupa 20.000m² de área construída, que inclui 25 laboratórios, 4 plantas-piloto, biblioteca especializada e outras facilidades.

Durante seus 41 anos de atividade, o CETEM desenvolveu mais de 800 projetos tecnológicos e prestou centenas de serviços para empresas atuantes nos setores minerome-talúrgico, químico e de materiais.

O CETEM

Desenvolver tecnologias inovadoras e sustentáveis, e mobilizar competências visando superar dasafios nacio-nais do setor mineral.

Missão InstitucionalMissão InstitucionalDesenvolver tecnologias inovadoras e sustentáveis, e mobilizar competências visando superar desafios nacionais do setor mineral.

O CETEMO Centro de Tecnologia Mineral - CETEM é um instituto de pesquisas, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC, dedicado ao desenvolvimento, à adaptação e à difusão de tecnologias nas áreas minerometalúrgica, de materiais e de meio ambiente.

Criado em 1978, o Centro está localizado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro e ocupa 20.000m² de área construída, que inclui 25 laboratórios, 4 plantas-piloto, biblioteca especializada e outras facilidades.

Durante seus 41 anos de atividade, o CETEM desenvolveu mais de 800 projetos tecnológicos e prestou centenas de serviços para empresas atuantes nos setores minerometalúrgico, químico e de materiais.

O Centro de Tecnologia Mineral - CETEM é um instituto de pesquisas, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC, dedicado ao desen-volvimento, à adaptação e à difusão de tecnologias nas áreas minerometalúrgica, de materiais e de meio ambien-te.

Criado em 1978, o Centro está localizado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro e ocupa 20.000m² de área construída, que inclui 25 laboratórios, 4 plantas-piloto, biblioteca especializada e outras facilidades.

Durante seus 41 anos de atividade, o CETEM desenvolveu mais de 800 projetos tecnológicos e prestou centenas de serviços para empresas atuantes nos setores minerome-talúrgico, químico e de materiais.

O CETEM

Desenvolver tecnologias inovadoras e sustentáveis, e mobilizar competências visando superar dasafios nacio-nais do setor mineral.

Missão Institucional

O Centro de Tecnologia Mineral - CETEM é um instituto de pesquisas, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC, dedicado ao desen-volvimento, à adaptação e à difusão de tecnologias nas áreas minerometalúrgica, de materiais e de meio ambien-te.

Criado em 1978, o Centro está localizado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro e ocupa 20.000m² de área construída, que inclui 25 laboratórios, 4 plantas-piloto, biblioteca especializada e outras facilidades.

Durante seus 41 anos de atividade, o CETEM desenvolveu mais de 800 projetos tecnológicos e prestou centenas de serviços para empresas atuantes nos setores minerome-talúrgico, químico e de materiais.

O CETEM

Desenvolver tecnologias inovadoras e sustentáveis, e mobilizar competências visando superar dasafios nacio-nais do setor mineral.

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O Centro de Tecnologia Mineral - CETEM é um instituto de pesquisas, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC, dedicado ao desen-volvimento, à adaptação e à difusão de tecnologias nas áreas minerometalúrgica, de materiais e de meio ambien-te.

Criado em 1978, o Centro está localizado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro e ocupa 20.000m² de área construída, que inclui 25 laboratórios, 4 plantas-piloto, biblioteca especializada e outras facilidades.

Durante seus 41 anos de atividade, o CETEM desenvolveu mais de 800 projetos tecnológicos e prestou centenas de serviços para empresas atuantes nos setores minerome-talúrgico, químico e de materiais.

O CETEM

Desenvolver tecnologias inovadoras e sustentáveis, e mobilizar competências visando superar dasafios nacio-nais do setor mineral.

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