sacrificando o próprio filho

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SACRIFICANDO O PRÓPRIO FILHO Mt 26.39 "Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" Jesus estava disposto ao sacrifício. Jamais poderemos avaliar a profundidade dessa oração de Jesus no Getsêmani. Não que Jesus não quisesse seguir o caminho da morte como Cordeiro de Deus. Nesse sentido Ele já tinha tomado Sua decisão, que anunciou previamente aos Seus discípulos: "Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado; mas, ao terceiro dia, ressurgirá" (Mt 20.18-19). Nessa única frase Jesus predisse de maneira compacta todos os acontecimentos da Paixão e da Páscoa. Através da Sua concordância com a vontade de Deus em seu aspecto mais central, Ele mesmo tornou-se o centro da vontade divina. A salvação da humanidade tem seu fundamento na concordância de Jesus em caminhar em direção ao Calvário. Para Ele e o Pai não havia outro caminho para a salvação de pecadores ímpios. Mas esse caminho tinha de ser assim tão penoso e horrível para o amoroso, puro e inocente Filho de Deus? Gostaríamos de tê-lO poupado desses grandes sofrimentos! Seu discípulo Pedro também pensava assim: "E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens." (Mt 16.22-23). Esta passagem mostra de maneira extremamente nítida o abismo, provocado pela queda, entre a forma de pensar humana, afetada pelo pecado, e os desígnios de Deus. A maneira humana de pensar, que ficou sujeita à influência de Satanás, rejeita caminhos de sofrimento. Temos de aprender a pensar conforme a maneira de Deus, da forma como ensinam as Escrituras. Foi a vontade de Deus que Seu Filho bebesse até a última gota o amargo cálice do sofrimento, suportasse o maior escárnio e as mais profundas dores físicas e emocionais. E Jesus concordou com esse caminho, dizendo "Sim, Pai!" Somente esse caminho levava à nossa salvação e à Sua maior glória e plenitude de poder. Por mais profundamente que uma pessoa tenha caído, se pedir perdão pelos seus pecados, recebê-lo-á. Jesus não oferece uma graça barata, sem valor, porque conquistou-a com Seu sangue. E qual foi a resposta que Deus, o Pai, deu a Seu Filho quando este orou: "...todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres"? - Nenhuma! Deus se calou nessa hora. Não houve mais resposta. Essa foi a provação mais forte pela qual Jesus teve de passar: não receber mais resposta de Deus quando mais precisava dela. Jesus poderia ter desesperado nessa hora; Ele, que sempre foi um com o Pai, que podia dizer: "eu sabia que sempre me

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SACRIFICANDO O PRPRIO FILHOMt 26.39"Todavia, no seja como eu quero, e sim como tu queres"Jesus estava disposto ao sacrifcio. Jamais poderemos avaliar a profundidade dessa orao de Jesus no Getsmani.No que Jesus no quisesse seguir o caminho da morte como Cordeiro de Deus.Nesse sentido Ele j tinha tomado Sua deciso, que anunciou previamente aos Seus discpulos:"Eis que subimos para Jerusalm, e o Filho do Homem ser entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenaro morte. E o entregaro aos gentios para ser escarnecido, aoitado e crucificado; mas, ao terceiro dia, ressurgir"(Mt 20.18-19). Nessa nica frase Jesus predisse de maneira compacta todos os acontecimentos da Paixo e da Pscoa. Atravs da Sua concordncia com a vontade de Deus em seu aspecto mais central, Ele mesmo tornou-se o centro da vontade divina.A salvao da humanidade tem seu fundamento na concordncia de Jesus em caminhar em direo ao Calvrio. Para Ele e o Pai no havia outro caminho para a salvao de pecadores mpios. Mas esse caminho tinha de ser assim to penoso e horrvel para o amoroso, puro e inocente Filho de Deus?Gostaramos de t-lO poupado desses grandes sofrimentos! Seu discpulo Pedro tambm pensava assim:"E Pedro, chamando-o parte, comeou a reprov-lo, dizendo: Tem compaixo de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecer. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satans! Tu s para mim pedra de tropeo, porque no cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens."(Mt 16.22-23). Esta passagem mostra de maneira extremamente ntida o abismo, provocado pela queda, entre a forma de pensar humana, afetada pelo pecado, e os desgnios de Deus. A maneira humana de pensar, que ficou sujeita influncia de Satans, rejeita caminhos de sofrimento. Temos de aprender a pensar conforme a maneira de Deus, da forma como ensinam as Escrituras.Foi a vontade de Deus que Seu Filho bebesse at a ltima gota o amargo clice do sofrimento, suportasse o maior escrnio e as mais profundas dores fsicas e emocionais. E Jesus concordou com esse caminho, dizendo "Sim, Pai!" Somente esse caminho levava nossa salvao e Sua maior glria e plenitude de poder. Por mais profundamente que uma pessoa tenha cado, se pedir perdo pelos seus pecados, receb-lo-. Jesus no oferece uma graa barata, sem valor, porque conquistou-a com Seu sangue. E qual foi a resposta que Deus, o Pai, deu a Seu Filho quando este orou: "...todavia, no seja como eu quero, e sim como tu queres"? - Nenhuma! Deus se calou nessa hora. No houve mais resposta. Essa foi a provao mais forte pela qual Jesus teve de passar: no receber mais resposta de Deus quando mais precisava dela. Jesus poderia ter desesperado nessa hora; Ele, que sempre foi um com o Pai, que podia dizer: "eu sabia que sempre me ouves" (Jo 11.42). Deus se calou, e o Filho seguiu pelo caminho do sacrifcio mesmo quando a comunicao com o Pai foi interrompida. No podemos avaliar o significado mais profundo desse fato. Uma misso assim to difcil s podia ser confiada ao Filho amado de Deus. E Ele seguiu esse caminho por amor a voc e a mim. S dessa maneira Deus pde salvar as pessoas da impiedade delas. Nessa hora, nossa salvao estava em jogo.O SACRIFCIO DO CALVRIO PERFEITOO primeiro Ado trouxe o pecado e a perdio ao mundo. O ltimo Ado nos trouxe, com Sua morte, a libertao do poder do pecado e da morte. Ele o sabia, e por isso morreu com as palavras vitoriosas "Est consumado!" em Seus lbios. Assim Ele fez tudo o que Deus exigia e pagou o preo pelos nossos pecados. O vu rasgado no templo abre o acesso ao Santo dos Santos, ao corao do Pai. Pela vitria alcanada no Calvrio, nem a morte conseguiu ret-lO. S aceitando e recebendo pessoalmente o sacrifcio perfeito do Calvrio possvel viver uma vida crist de alegria e vitria na f. Jesus Cristo, o incio e o fim, e continua sendo o centro de nossa salvao, pois Ele continuamente intercede por ns, e por Ele recebemos propiciao pelos nossos pecados:"Nessa vontade que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas"(Hb 10.10). Todos os que buscam refgio no sacrifcio perfeito de Jesus tornam-se justos pelo Seu sangue e passam a fazer parte de Seu Reino. Nessa posio devemos permanecer, mas tambm avanar na santificao! O apstolo Paulo nos exorta com muita insistncia:"Por isso, celebremos a festa (da Pscoa) no com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malcia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade"(1 Co 5.8).