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ABRIL DE 2018 - ANO V - Nº 46
ELEIÇÕES 2018
EXEMPLAR G
RÁTIS
FLORIPA - SÃO JOSÉ - PALHOÇA - BIGUAÇU - SANTO AMARO DA IMPERATRIZ
SAGA DE MARÍA DE SANABRIA
MULHERES NAVEGADORASESTIVERAM NA ILHA EM 1550
Páginas 23 e 24
Páginas 18 e 19
Páginas 11 e 12
Página 8
Página 4
Página 2
CONVERSA DE ESQUINACOM FERNANDO DAMÁSIO
NEI DUCLÓS
MÓRMONS DEOLHO NAS URNAS
AVENTURAS DO CORSINHA DA PREFEITURASC LIDERA PÁGINASDE NAZISMO NA INTERNET
JUIZ EMBARGA OBRANA LAGOA PEQUENA
100 espanholas comandadas porMaría de Sanabria, saíram deSevilha em três pequenas naus eaportaram na Ilha de SantaCatarina no século XVI. Foi aprimeira expedição demulheres ao Novo Mundo.Páginas 6 e 7
LAGOA PEQUENA
2 ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
EDITORJurandir Camargo
COMERCIALFernando Damásio
DESIGN GRÁFICORonaldo Ferro
DIRETORESFernando Damásio e Jurandir Camargo
CIRCULAÇÃO: Florianópolis, São José, Biguaçu,Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz
ENDEREÇOS: Avenida Josué Di Bernardi, 185 - Sala 27Campinas, São José, Santa Catarina - CEP 88101-200Rua João Motta Espezim, 1.107 - Saco dos LimõesFlorianópolis, Santa Catarina - CEP 88045-400
[email protected]@gmail.com.br
Fone (48) 3333-6594 / 98477-1499www.bomdiafloripa.com.br
Tiragem: 6 mil exemplaresFUNDADO EM 11 DE OUTUBRO DE 2013
COLABORADORESCarlos Moura e Fernanda Damásio
OgovernadorEduardo PinhoMoreira
encontrou, literalmente, oseu “Ovo de Colombo”.A expressão popular,usada para dizer que umapessoa descobriu algo quevai lhe dar muitosproveitos, se encaixaperfeitamente no atualcenário político. Durante 7 anos como vice-governador, Pinho Moreira assumiu a cadeira doex-governador Raimundo Colombo dizendoque o Estado está quebrado. Quer dizer: todasaquelas maravilhas que Raimundo falava sobreseu governo e Santa Catarina, não eram verdade.
Pinho Moreira diz que o governo vive umagrave crise financeira, fechou 15 secretariasregionais, vai extinguir 20% dos cargoscomissionados, cancelará as reposições salariaisem 2018, e vai rever todos os contratos.
A folha salarial ultrapassou o limiteprudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, a
situação do governo catarinense é crítica desdeagosto de 2017, e o Estado não tem recursospara investimentos. Os salários engolem 49% dareceita, o repasse para os poderes mais 22% e oresto é para pagar dívidas.
“Se não forem feitos cortes urgentes, SantaCatarina ficará ingovernável em 2019”, anunciao novo inquilino da Casa da Agronômica.
Quer dizer: nós, catarinenses, que tínhamosuma vida feliz e contente nas propagandas doex-governador Raimundo Colombo, agoraestamos na boca do sapo.
Alguém não está falando a verdade para oscatarinenses.
PINHO MOREIRA DESCOBRE UM“OVO DE COLOMBO”
Pedrita investigadaMinistério Público Federal em Santa Catarina
instaurou inquérito civil para investigar o pedidode licença da Pedrita para ampliação, em mais 20anos, no prazo de exploração da pedreira no RioTavares. A empresa explora a jazida há 45 anos etem autorização para continuar operando até2021. Mas quer mais 20 anos até esgotar a vidaútil da pedreira. Pediu também ao Instituto doMeio Ambiente aumento da área de exploraçãoem quase 8,5 hectares.
As comunidades do Rio Tavares e Campechesão contra. A Pedrita faz seguidas explosões,com muita poeira e risco. Representantes dosbairros foram à Câmara de Vereadores e umacomissão analisa o problema. A procuradorafederal Analucia Hartmann também quer saberporque não existe estudo de impacto devizinhança dentro do projeto.
O juiz Marcelo Krás Borges acatou pedido daAmocam (Associação dos Moradores doCampeche) e determinou paralisação imediatadas obras do Loteamento Jardim Ilha de Maiorca,que estava sendo construído em área de restinga,ao lado das Lagoa Pequena, destruindo o únicocorredor ecológico entre as dunas do Campeche,Lagoa Pequena e o Maciço da Costeira. É umrisco ao equilíbrio ambiental da região.
O loteamento, na beira da Lagoa Pequena, noCampeche, foi aprovado pela Fatma e pela
prefeitura. A área, que durante anos foi defendidapela comunidade contra ocupações clandestinas,estava ameaçada pela venda de 114 lotes. Segundoa Amocam, a imobiliária Top, do Sul da Ilhaestava indo de casa em casa, na rua dos Canteirose região, prometendo só seriam construídas casas.“Se levarmos em consideração que o projeto doNovo Campeche também contemplava aconstrução de casas, já temos um padrão do queaconteceria”, alerta o presidente da Associação,Alencar Deck Vigano.
Vitória da comunidade
3ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
4 ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
Santa Catarina tem 45 milpáginas virtuais com conteúdonazista. O estado lidera o ranking,seguido do Rio Grande do Sul com42 mil. São as regiões com maisadeptos das ideias de Adolf Hitler.Os dados fazem parte do trabalhode monitoramento na internet feitopela antropóloga Adriana Dias, daUnicamp (Universidade Estadual deCampinas), que descobriu umcrescimento de 170% no númerode páginas virtuais (de 7,6 mil para20,5 mil) com conteúdo neonazistaem português, espanhol ou inglêsentre 2002 e 2009.
Só na região sul do Brasil, aestimativa é que a internet abriguemais de 100 mil simpatizantes daintolerante ideologia que matoumilhões de pessoas e colocou oplaneta em guerra mundial. Osestados do Sul lideram o ranking daintolerância. Os seguidores donazismo defendem a"superioridade" da raça branca eperseguição a negros, judeus ehomossexuais.
Os dados da pesquisa mostramainda que há comunidades deorientação neonazistas em 91% das250 redes sociais monitoradas, e
que o número de blogs sobre oassunto cresceu mais de 550% noperíodo.
- Geralmente, eles atendem aoproselitismo na juventude. O jovemem busca de uma causa acabarecebido pelo grupo, que oconvence de que o negro ou ojudeu tomou seu espaço nomercado de trabalho, nauniversidade, etc. - disse AdrianaDias à Agência Brasil.
O perfil dos neonazistas éformado principalmente por jovens,muitas vezes com bom nívelsocioeconômico.
Os intolerantes
Número estimado desimpatizantes com base emusuários na internet que fazemdownloads de conteúdos nazistas:
Santa Catarina: 45 milRio Grande do Sul: 42 milSão Paulo: 29 milParaná: 18 milDistrito Federal: 8 milMinas Gerais: 6 mil
SC LIDERA PÁGINAS DE NAZISMO NA INTERNET
Agora em abril, a grifecatarinense Lança Perfume, deCriciuma, foi acusada de fazerapologia ao nazismo com a suacoleção “Berlin Lab Collection”,inspirada na Alemanha dos anos 40.
Consumidores viram apologiaao nazismo nas roupas da coleção.
As peças imitam as vestimentasmilitares dos alemães e algumastrazem a Cruz de Ferro,condecoração do exército alemão efamoso símbolo das tropas nazistas,ao lado da suástica.
A marca acabou pedindodesculpas aos consumidores.
Grife acusada de apologia
Divulgação/BD
5ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
6 ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
Na história das navegaçõespara as terras do NovoMundo, ou em busca de
um caminho para as Índias peloOceano Pacífico, a Ilha de SantaCatarina foi um porto estratégico.No meio do caminho entre o Riode Janeiro e o Rio da Prata, eraaqui que os navegadores europeusreabasteciam-se com alimentos eágua e reparavam suas naus.
Muitos navegadores epersonagens importantes dahistória passaram por aqui.Algumas expedições, no entanto,ainda são pouco conhecidas. Naedição passada, o jornal Bom Diapublicou reportagem da jornalistaRaquel Wandelli sobre a presençade navegadores chineses na Ilha deSanta Catarina entre os anos de1421 e 1423. O relato tem comobase a pesquisa do ilhéu FaustoGuimarães, funcionário públicoque é reconhecido na China e nosEstados Unidos como o maiorpesquisador sobre a presença doschineses nesta região antes dachegada de Cabral. Agente devigilância do INSS, Fausto jálançou a sua quarta publicaçãosobre a passagem de dois doscinco almirantes da dinastiachinesa Ming pelo Brasil, entre osanos de 1421 e 1423, época em quea diáspora chinesa pelo mundoincluiu um período depermanência na Ilha de SantaCatarina.
Outra jornalista e escritora,Rosana Bond, também publicoulivros com informações inéditassobre Aleixo Garcia, o náufragoque viveu no litoral catarinensedesde 1516 e que, trilhando o
milenar Caminho de Peabiru, foi odescobridor do Império Inca antesdos espanhóis.
Guiado pelos índios guaranis deSC, Aleixo foi o primeiro branco acaminhar pelo Peabiru, rotaindígena que ligava o Atlântico aoPacífico. O livro tem importantesdescobertas, como um controversotrecho do Peabiru seguido naviagem aos Andes, e o episódio damorte de Aleixo. Em suaspesquisas, Rosana encontrourelatos sobre um grupo guaraniboliviano que viveu no litoralcatarinense 500 anos atrás e queviajou junto com Aleixo Garcia aoImpério Inca. “Esses guaranis sãoconhecidos na Bolívia, mas nuncafalaram a respeito de seusancestrais de origem atlântica e daexpedição. Mas, em segredo, elesrealizam até hoje um ritualhomenageando o litoralcatarinense.
Outra história fascinante é aexpedição de 100 mulheresespanholas comandadas
por María de Sanabria, a primeiracapitã dos mares, que zarpou nodia 10 de abril de 1550 da praia deSanlúcar de Barrameda, emSevilha, com três pequenasembarcações em direção ao NovoMundo, ao Rio da Prata.
Depois de quase um ano nomar, enfrentando fome, sede,piratas e tempestades María deSanabria entrou com suacaravela na Baía Sul, numaenseada entre a Ilha e ocontinente.
Esta saga é contada no livro“María de Sanabria – A lendária
expedição das mulheresque atravessaram oAtlântico no Século XVI”,do autor Diego Bracco,um ítalo-uruguaio quemora em Sevilha e éprofessor de históriapelo Instituto deProfessores do Uruguaie doutor pelaUniversidade de Sevilhae pelo ProgramaEuropeu de Doutorado.
“Entre o fim do ano de1550 e o princípio doseguinte, a armada
desembarcou naIlha de SantaCatarina, noatual estadobrasileiro domesmo nome.Em 1551, a nau e acaravela quehaviamconseguidochegar foram apique. Emconsequência,osexpedicionáriostiveram dedesistir decontinuar aviagem por mar”,relata.
É envolvente como Braccodetalha no livro quando as nauscomandadas por María deSanabria se aproximaram da Ilha.“Um dia, ao meio-dia, a altura dosol coincidiu coma a Ilha de SantaCatarina, e então mudaram derumo e se dirigiram à costa. Aproa procurou o canal de águaresguardada, entre a ilha e ocontinente. O vento, como setivesse se animado e ressoprasseironia, fortaleceu-se e empurroupara o sul. No meio da manhãvirou, começou a soprar comforça do leste e a nave escorregoupara a sua perdição. As âncorasbateram fundo, mas a areia não assegurou suficientemente. Amargem foi se aproximando empasso mais lento e exibiu as coresde suas areias e montanhas”.
Era entre o fim do ano de 1550 einício do ano seguinte quando aarmada desembarcou na Ilha deSanta Catarina. Em 1551, a nau e acaravela que haviam conseguidochegar foram a pique. Osexpedicionários tiveram quedesistir de continuar a viagem pormar.
Algumas mulheres ficaram poraqui, outras seguiram para o atualestado de São Paulo procurandoamparo dos portugueses que aliviviam. Um grupo, quase seismeses depois, seguiu com Maríade Sanabria rumo a Assunção, noParaguai. Não se sabe quantaseram, mas é provável que tenhamfeito o mesmo caminho de Álvar
Núñez Cabeza de Vaca, “primeirogovernador da Ilha de SantaCatarina”, que usou as trilhas doCaminho do Peabiru, comorientação dos índios tupis-guaranis, para embrenhar-se nasterras do Novo Mundo.
A maior parte das poucasfontes relacionadas à expediçãoSanabria, segundo o autor eprofessor de história DiegoBracco, estão guardadas noArquivo Geral das Índias deSevilha e no Arquivo Geral daNação Argentina. Há alguns anos,quando Bracco esteve no Brasilpara lançar o livro María deSanabria, relatou ao jornal Gazetado Povo, de Curitiba, que existemquatro documentos cominformações não muitodetalhadas sobre a expedição demulheres que aportou na Ilha deSanta Catarina no Século XVI.
No Dicionário Mulheres doBrasil – De 1.500 até a atualidade,de Maria Aparecida Schumaher, asevilhana María de Sanabria écitada: “Espanhola e filha deMência Calderón de Sanabria eJuan de Sanabria. Chegou aoBrasil com sua mãe e suas irmãsno dia 1º de janeiro de 1552, naexpedição que aportou no litoralde Santa Catarina. Viveu nessaregião durante a segunda metadedo século XVI e foi uma dasprimeiras mulheres europeias,que se tem registro histórico, aparticipar do projeto de ocupaçãodas “terras brasílicas”.
A SAGA DE MARÍA DE SANABRIA
EXPEDIÇÃO DE MULHERES ESTEVE NA ILHA EM 1550Eram três naus com 100 mulheres, comandadas por María de Sanabria, que ficou seis mesesna Ilha de SC até seguir a Assunção, para assumir o governo do novo território espanhol
A SAGA DE MARÍA DE SANABRIA
7ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
DISCÍPULA DE CABEZA DE VACA
Aexpedição das 100mulheres comandadas porMaría de Sanabria foi quase
um acaso. Seu pai, Juan deSanabria, era quem deveria vir paraa América, porque assumiria ogoverno de Assunção, no Paraguai,que havia acabado de depor ÁlvarNuñez Cabeza de Vaca do poder.Cabeza de Vaca, um grande eousado navegador (esteve na Ilhade Santa Catarina anos antes), foidesignado governador do Rio daPrata. Suas tentativas de limitar osabusos dos europeus contra asmulheres indígenas, no entanto,parecem ter influenciado nacriação do movimento que acaboutirando-o do poder. Mas Juan deSanabria não chegou a substituí-loporque morreu pouco antes departir para a missão.
Seu filho, herdeiro do poder,meio-irmão de María de Sanabria,
nunca veio ao Rio da Prata. Foramas três filhas e a viúva de Juan deSanabria, Mencía Calderón, queassumiram a herança e decidiramfazer a travessia, incentivadas porCabeza de Vaca, o grande mentor
da expedição Sanabria.A travessia do Oceano
Atlântico das três naus com 100mulheres comandadas por Maríade Sanabria é um poucoromantizada pelo autor DiegoBracco. São escassos osdocumentos com detalhes daviagem e de como elasenfrentaram as enfermidades e ospiratas. O que se sabe é que graçasa essas destemidas mulheres acoroa da Espanha conseguiu evitarque o domínio do território fossetomado por mestiços. “A coroatemia que, com a grandequantidade de mestiços, a classeespanhola, pura, se perdesse e,assim, não conseguisse dominar oterritório”, afirma Bracco.
No interior do Rio da Prata,documentos encontradoschamavam o local de Paraíso deMaomé. No Alcorão (livro sagradodo islamismo), há registro de 72mulheres para cada homem quemereça as graças de Alá. NoParaguai, era o que estavaacontecendo. Espanhóis tinham,cada um, cerca de 80 a 100indígenas. A coroa temia que, coma grande quantidade de mestiços, aclasse dominante perdesse oterritório. Foi por isso queautorizou a expedição das 100mulheres. As espanholas deveriamcasar-se com os homens queestavam descobrindo a América.
Segundo Bracco, algumasficaram na costa brasileira e secasaram. María de Sanabria, quepermaneceu seis meses na Ilha atéseguir para Assunção, teve doisfilhos, que foram duas grandesfiguras dos séculos 16 e 17. O filhodo primeiro casamento, batizado
de Hernando, se tornoufranciscano e foi um protagonistada vida religiosa no Rio da Prata efundador da Universidade deCórdoba. O segundo, de umaprovável relação extra-conjugal deMaría de Sanabria, também sechamava Hernando, mas ficouconhecido como Hernandarias, dajunção Hernando Arias. Ele foitrês vezes governador do Rio daPrata.
O primeiro marido de María deSanabria foi preso logo quechegaram a Assunção, seis anosdepois dela ter partido daEspanha. Seu nome era Hernandode Trejo. Não é certo que Maríatenha engravidado do segundofilho três anos antes de casar pelasegunda vez.
Motivo - O que levou 100mulheres a embarcarem em umaexpedição tão perigosa e comdestino incerto? Para o autorDiego Bracco seriam pessoas queestavam tentando a própria sorte,que queriam mudar de vida.“Imagino que as mulheres fugiamde coisas que elas temiam naépoca: como o seu própriopassado, a inquisição, de ter umnome ruim e não ter um bom dotepara se casar. Importante lembrar,porém, que a Espanha nesta épocatambém foi o país que permitiu amelhor situação para as mulheresque sofriam com o preconceito degênero. Com a saída dos homenspara conquistar a América, elascuidaram da propriedade e dodinheiro”.
O detalhe importante destahistória ainda pouco conhecida éverificar que em Santa Catarina aluta de mulheres por liberdade eigualdade já tem mais de cincoséculos. Desde quando adestemida María de Sanabriacolocou os pés nas areias da Ilhaem 1551.
DIEGO BRACCO
8 ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
Que motivo teria aprefeitura de São Josépara deixar durante um
ano e 10 dias um automóvel Corsada sua frota, ano 2010, em boascondições de uso, recolhido nopátio da empresa Sinasc, emPalhoça, para onde são levadoscarros apreendidos pela polícia porinfrações às leis de trânsito?Ninguém na prefeitura conseguiuresponder.
O recolhimento do Corsinha,que passou 375 dias no sol e nachuva e já estava indo a leilão, sóterminou quando este jornaldescobriu o veículo no pátio daSinasc e procurou a prefeiturapedindo informações. Em poucashoras os papéis foram colocadosem dia, no Detran, e o veículo daVigilância Sanitária finalmenteganhou a liberdade. Alguémpagou, no dia 19 de abril último olicenciamento de 2017 (o de 2018já venceu mas ainda há prazo parapagamento) e o veículo foi retiradodo pátio da Sinasc. Mas ninguémsoube informar para onde foi
levado o pobre do Corsinha.Mas o carro deixou um rastro
de perguntas. Por exemplo: quempagou os R$ 13.125,00 (issomesmo, 13 mil) de diárias pelapermanência de 375 dias no pátioda Sinasc (a diária da estadia custaR$ 35,00); e mais os R$ 140,00 doguincho, o que eleva a dívida paraR$ 13.265,00?
No depósito de carrosapreendidos, a funcionária Aline,
gerente de pátio, disse que “aSinasc pagou a estadia”. Quando orepórter identificou-se, eladesligou o telefone. Recebeumensagem pelo Messenger, masbloqueou a comunicação.
No contrato de prestação deserviços nº 111/2007, firmadoentre a prefeitura de São José e aSinasc, na época do ex-prefeitoFernando Elias, nenhuma cláusulafala em isenção para veículos da
prefeitura. A cláusula quinta,parágrafo 1º, item IV, diz queveículos só serão liberados com aapresentação do “comprovante depagamento de despesas comremoção e estadia do veículo”.
Mais perguntas: por quê o carrofoi deixado todo esse temporecolhido se a multa pela infração,à época, era de apenas R$ 127,00?A gerência de transporte daVigilância Sanitária admitiu aausência do carro durante 375 dias.Ninguém sentiu falta do Corsinha?Não fazia falta? Por quê a correriapara pagar a multa e liberar oCorsa depois que o jornalperguntou sobre o veículo?Ninguém soube responder.
Mas o importante é que ahistória teve um final feliz, não émesmo? O pobre do Corsinha jásaiu da “prisão” onde ficou 375dias. Na verdade, é um verdadeiroherói do serviço público, poisapesar de tanto tempo abandonadoe maltratado deve voltar a servir asociedade.
AVENTURAS DO CORSINHA DA PREFEITURA DE SÃO JOSÉ
DEPOIS DE 375 dias recolhido no pátio da Sinasc, Corsinha foiresgatado pela prefeitura e deve voltar às atividades
Sinasc/Divulgação/BD
9ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
Depois de assistir duranteanos o avanço das igrejasevangélicas na política
partidária (o exército evangélico noCongresso tem 93 deputados e 3senadores), a missão religiosa maisdiscreta do Brasil, a Igreja de JesusCristo dos Santos dos ÚltimosDias, mais conhecida como IgrejaMórmon, decidiu participar dadisputa eleitoral.
Em uma convenção recente daIgreja em Salt Lake City, no estadode Utah (EUA), onde fica o núcleoda doutrina, foi feita uma“pregação de chamamento paraque os mórmons ocupem espaçosdesde as associações de moradoresaté Assembleias Legislativas,Câmara Federal e o Senado”.
Hoje os mórmons têm apenasum solitário representante naCâmara Federal, o deputadoMoroni Torgan (DEM). Ele teveuma colega de fé na bancada, acatarinense Romanna GiuliaCeccon Leandro Remor Marcelino,suplente de deputado federal comnome quase bíblico que assumiumandato durante quatro meses, denovembro de 2011 a março de2012.
Agora os mórmons começam adiscutir candidaturas por todo opaís. Em São José e Florianópolisdois membros da Igreja jácolocaram seus nomes paradisputar vaga na Assembleia e naCâmara Federal.
Wellington Zacheu, funcionárioda Receita Federal emFlorianópolis, 51anos e há 48membro da Igreja Mórmon, vaiconcorrer a deputado federal; e emSão José o conhecido radialista epublicitário Valdeci Motta, ex-apresentador da Rádio Guararemae agora no comando do programapopular matinal Pão com Ovo, naRádio Mais Alegria, disputará vagana Assembleia Legislativa. Os doisfiliaram-se ao Podemos, partido docandidato a presidente ÁlvaroDias.
Wellington Zacheu diz que “aIgreja incentiva a disputa para queo Congresso tenha pessoasmelhores. Defendemos a liberdadee a família”.
O radialista Valdeci Motta,bastante conhecido na GrandeFlorianópolis, principalmente emSão José e Palhoça, diz que a IgrejaMórmon encontra pouco apoiopolítico para seus trabalhos sociais
e que esse é um dos motivos pelosquais decidiu enfrentar as urnas.Os mórmons querem elegerparlamentares que defendampolíticas públicas com a visão daIgreja.
Força eleitoral – Exatamentecomo as 15 grupos evangélicas quejá têm 100 representantes noCongresso, eleitos por umaavalanche de votos de seus
milhares de adeptos, os candidatosmórmons catarinenses tambémesperam contar com o apoio dosquase 40 mil membros nas 70igrejas espalhadas de Florianópolisa Porto União. “Somos quase 40mil membros em Santa Catarina,sem contar os familiares eamigos”, avalia Valdeci Motta.
Se os mórmons forem fiéistambém no voto, já podem sonharcom representação no parlamento.
A VEZ DOS MÓRMONS NA POLÍTICAConvenção da Igreja nos EUA fez “pregação de chamamento” para que bispos eélderes ocupem espaços nas Assembleias Legislativas e no Congresso
NOS EUA,FORÇA ELEITORAL
Na casa dos fundadores da religião Mórmon, os EstadosUnidos, a política faz parte do dia a dia da Igreja há muito tempo.Seu atual expoente é o republicano Mitt Romney, que disputou aeleição de presidente em 2012 e perdeu para Barack Obama,reeleito.
Mesmo com a derrota, a Igreja ganhou evidência com acandidatura Romney, que já foi bispo em Boston. Ele não fuma,não bebe e ainda oferece 10% de seus rendimentos como dízimo(US$ 4,1 milhões nos últimos dois anos). Também foi o maiorarrecadador de recursos naquela eleição (US$ 56 milhões só em2011).
Divulgação/BD
EM FLORIANÓPOLIS E SÃO JOSÉ, mórmons e apoiadores filiam-se ao Podemos para disputar eleição
10 ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
Aprimeira capela depropriedade da Igreja deJesus Cristo dos Santos
do Últimos Dias, os Mórmons,na América do Sul foiconstruída em Joinville, em 25de outubro de 1931. A maioriade seus membros era de origemalemã.
Roberto Lippelt e sua esposaAugusta chegaram ao Brasil em1923, procedentes daAlemanha, e solicitaram à IgrejaMórmon que enviasse materialpara evangelização. Opresidente da MissãoSulamericana, Reinhold Stoff,também alemão, veio da sede damissão em Buenos Aires paravisitar Joinville. Retornou maistarde com élderes (missionários)para ensinar “as pessoas quefalavam alemão no Brasil”.
Os primeiros conversosentraram para a Igreja em 1929.Dois anos depois, em 25 deoutubro de 1931, a primeiracapela de propriedade dosmórmons na América do Sul foiinaugurada em Joinville.
Pode-se dizer que a cidadefoi o berço da Igreja Mórmonno Brasil. Em Santa Catarina, amaioria dos pioneiros mórmonsera da nacionalidade alemã. Omaterial de ensino da Igreja sófoi traduzido para o portuguêsem 1937. Em 1933 também foiorganizado em SC a Sociedadede Socorro, com a participaçãode 24 mulheres.
Em 1986 o Brasil tornou-seo terceiro país fora dos EstadosUnidos a ter 50 “estacas”(equivalente a uma diocese).Esse número dobrou em 1993com a organização da centésima“estaca”, em São Leopoldo, RioGrande do Sul. A partir de1995, com 23 missões, o Brasilpassou a ser o país com o maiornúmero delas fora dos EstadosUnidos.
Segundo seus dirigentes, aIgreja Mórmon tem umhistórico de participação emesforços humanitários no Brasil.O programa de serviçodenominado “Mãos QueAjudam” foi reconhecido em2002 como uma das maisimportantes organizaçõesvoluntárias do país.
JOINVILLE, BERÇO DA IGREJA MÓRMON NO BRASILOs pioneiros mórmons em Santa Catarina eram alemães. Construíram nacidade a primeira capela de propriedade da Igreja na América do Sul
Fotos: Divulgação/BD
11ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
Há poucas dias, o site dojornal El País emportuguês trouxe uma
interessante matéria sobre ocrescimento da fé evangélica sobreas urnas da América Latina.Segundo o jornal, a doutrina setransformou em “um ator políticodeterminante em muitos países,impondo valoresultraconservadores e fazendoretroceder as liberdades”.
A matéria dos repórteres TalitaBedinelli, Ana Marcos e JavierLafuente, baseados em São Paulo,Bogotá e Cidade do México avaliaque, nos próximos meses, com aproximidade das eleições no Brasilas igrejas evangélicas devem setornar um dos principais pontos deperegrinação política.
Essa “dependência do apoioevangélico”, de acordo com ElPaís, “migrou do PT às vésperasdo impeachment e hoje está livre”para o candidato que conseguirconvencer que está apto a atenderos anseios de uma comunidade quejá representa mais de dois em cadadez brasileiros.
“A aproximação entre a políticae a religião evangélica é umaconstante que se estendeu por todaa América Latina, onde a doutrinase expande a um ritmo vertiginoso.Em uma região onde existem 425milhões de católicos (40% dapopulação católica mundial), emum contexto em que a IgrejaCatólica é liderada pelo primeiropapa latino-americano, osevangélicos somam 20%, quandohá seis décadas mal chegavam a3%”.
Esses dados são do PewResearch Center, que conduzpesquisas sobre temas sociais.
O Brasil, a Colômbia e oMéxico, três grandes países quenesse ano realizam eleições serão otermômetro para avaliar o poderdos evangélicos nas urnas. Hoje,eles são protagonistas em debatessobre família e atacam o aborto eos casamentos igualitários.Também apelam à fé para erigir-secomo ativos na luta contra acorrupção. Foi com essa premissaque Fabricio Alvarado, pastorevangélico, quase chegou ao poderna Costa Rica há poucas semanas.
“O ex-presidente Luiz InácioLula da Silva foi talvez quem
melhor soube entender essefenômeno. O Brasil é o exemplomais claro de como os evangélicospermearam a política. No final dadécada de 80 os representantesdessa religião conseguiram eleger32 parlamentares com a campanha“irmão vota em irmão”. Nasúltimas eleições o número chegoua 77 (incluindo três senadores). OPT de Lula se beneficiou duranteos últimos anos desse apoioimprovável, muitas vezes à custade políticas públicas caras àesquerda”, diz El País.
O caso se repete no México. Ofavorito em todas as pesquisas, oduas vezes candidato presidencialAndrés Manuel López Obrador,decidiu unir seu partido, o Morena,considerado de esquerda, a umpartido ultraconservador, oEncontro Social.
O poder dos evangélicos nãoserá determinante no México,segundo o site do jornal espanhol,mas na Colômbia ele é real. Emoutubro de 2016, os colombianosrecusaram em plebiscito, por umapequena diferença, o acordo depaz negociado com a guerrilha dasFarc. Dois milhões de fiéis, deacordo com cálculos dasprincipais igrejas dessa doutrina,votaram não. Pastores garantemque existem entre 8 a 12milhões de evangélicos emuma população de 48 milhõesde habitantes. É o credo quemais
cresce. “Contam com umpoderoso alto-falante: 145emissoras e 15.000 centrosreligiosos, de acordo com dados doConselho Evangélico”, diz areportagem.
Na noite de 27 de maio as urnasdemonstrarão se o poder dosevangélicos também édeterminante para colocar e retirarpresidentes. “A priori, Iván Duque,candidato do Centro Democrático,o partido criado pelo ex-presidenteÁlvaro Uribe, é quem está maispróximo de ganhar o apoioevangélico, já que é apoiado porAlejandro Ordóñez, o ex-procurador da Colômbia quedefende que “a restauração dapátria passa pela restauração dafamília”. Um único modelo defamília, formada por um homem euma mulher. O candidato Duque,por enquanto, não se pronunciousobre esse assunto em um aparenteexercício de neutralidade.
“O fato dos evangélicos seremmais fiéis ao poder do que a uma
tendên-
cia política ficou claro no Brasil. Oprocesso que levou aoimpeachment de Dilma diluiu opoder político do PT e, com isso,os apoios evangélicos ficaram pelocaminho. A dúvida, agora, é paraonde migrarão esses apoios naseleições presidenciais de outubro.Por ter posições semelhantes àsdefendidas por boa parte dosevangélicos, Jair Bolsonaro, ocandidato da extrema direita, secoloca como o que pode ter maisoportunidades de atrair seu apoio.Bolsonaro, um militar da reservaque defendeu publicamentetorturadores da ditadura e quer quea população tenha o direito deportar armas, foi até batizado porum pastor, em 2016, nas águas doRio Jordão, em Israel”, diz amatéria do El País.
A FÉ EVANGÉLICA NAS URNASDoutrina já é um ator político determinante nas eleições em muitospaíses latino-americanos, avalia o jornal espanhol El País
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POESIA NUM TEMPO MAU
NEI DUCLÓS
Há espaço para a poesia nesta época de tantaviolência e intolerância? Sim, a palavra fora damoldura aborda o tempo mau com o mesmo
sentimento e garra de um poema de amor. Aqui, publicamosalguns poemas meus sobre esse temporal permanente entreo indivíduo e seu entorno. É o conflito e o convívio, o amore a solidão, a memória e a cólera, o medo e a tolerância.
São poemas publicados em livros impressos e virtuais,que podem ser adquiridos com o [email protected]
PESADELO
Quando vier a guerra, e será breveVeremos nosso bairro como a SíriaFugiremos entre corpos empilhadosdo quarto que perdeu quatro paredes
O barulho das balas, os pedágiosOnde o passe é tudo o que salvamosMais o terror de ver humanosA criar atrocidades entre lobosCairão sobre nós junto ao remorsoDe não termos levantado a tempo
O pesadelo é querer a pazdepois de mortos
SOBRE O CRIME
Um crime não vem sozinhoVem de crimes, seus vizinhosDe outro crime submissoque a lei do crime redimePara que o crime sobrevivapor ser o crime possível
E há quem se incrimineNos comentários avulsosPassaporte para os crimesno espaço cada vez mais curtoque chegam ainda mais pertoNa rua onde o crime imperaE invade a cena do crime
E por ser tão acessívelparece que o crime é justopor vingar os outros crimesQue impregnam a cidadaniaEsta sim, o crime vistocomo o maior entre os crimesCondenada ao silêncioQue é a única cadeiaDe todos os crimes impunes
A pena do crime hediondoCalar-se por toda a vida
A MESMA MOEDA
Palavras ofensivas ferem profundamenteTiram pedaço de corpo presenteLevam para o ralo tua consciência
Tentas recompor o que perdeste, mas em vãoTeu tecido luminoso aquele espaço não recuperaPode cicatrizar, como sinais de uma guerra
Pior quando devolves na mesma moedaA ferida então fica enorme
NUNCA O AMORFOI TÃO BREVE
Nunca o amor foi tão brevenem a esperança tão ralao corpo tão humilhadoe tão distante a alma
a mentira vestiu painéis nas vitrinesentrou no rádio, nas casasnas redações escolarese nas revistas do armário
nunca o desencontro ceifou tantonem a tristeza esteve tão forteo beijo não era este esforçoas estações não ficavam doentes
o tempo em que nascicorrompeu a palavranascer, foi só o que fize nunca foi tão caro
UM POEMA POR ANO
Um poema por anocasa da solidãoventos de sono
Árvores da infância furando o coraçãona saliva, sangue
O tempo sendo jogado fora do balãolastro de fome
Cada vez mais longea paisagem do amore seus rebanhos:promessas que não se cumprempássaros que não voam
IDADE DA PÓLVORA
Tudo cabeno paiol de imagenso mágico, a lógicaa linguagem na florda idade
Nada cabe nesta salanosso amor, nossa fábrica
Para viverprecisa baixar o valecomo os rios sem nomee a fome das águias
A solidão é de quemataca. a tocaia na mãocom um tacape
A escuridão é teu passopossível autorda claridade
18 ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
19ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
SOB AS ORDENS DE NETUNO
Vivi no alto mar, agora estou na terrano cais da minha infância onde herdei o espólioMeus pais velam no canto remoto das lavandashá quadros de cardumes, esquadras de um impérioCenários que navego nas rotas da memória
Escrevo na varanda histórias de outras erasbravura de marujos, doçura de sereiasGaivotas me visitam ao sabor da ventaniame falam das mudanças e do assombro dos mistérios. Do amor recebo cartas
Navios soam apitos quando passam pertomensagens de viagens, ecos do desertoSou o velho capitão sob as ordens de NetunoPerguntam se estou pronto para novas aventurasa Deus eu me recolho nos livros e na espuma
Um homem tem seu norte na conquista do eternodomínio sobre as ondas, vozes do cadernominha caneta compõe a dura trajetóriao braço que foi forte, o olhar que rompe a aurorae o tempo aos meus pés como um cão que dorme
É TEMPO DE PERDÃO
É tempo de perdão pelo tempo perdidoÉ a perda de tempo que nos mantém cativosNão o tempo sem valor ou a chance friaMas o tempo do coração em queda livre
É tempo de perdão pela vida no exílioTempo sem razão do obscurantismoTempo escoado pela falta de um gritoA fala enterrada do tempo partido
É tempo de perdão pelo que poderia ter sidoPor jogarmos o tempo pela janela de vidroOnde não vemos o tempo que o vento sibilaE perdemos a canção sem tempo nem brilho
É tempo de perdão pelo poema sem sentidoA palavra que o tempo repassa sem ruídoPelo tempo que arranjamos longe do espíritoEsse tempo não redime o estranho convívio
É tempo de perdão para dizer meu amigoDe construir uma fogueira do tempo antigoQue se aviste de longe, no tempo redivivoE que nos faça curar o tempo e sua ferida
É tempo de perdão no ano que se finaTempo de comunhão mesmo que termineQuando temos tempo no instante tísicoÉ só um aperto de mão no tempo assassino
É tempo de perdão, venha ter comigoAlgum tempo que desperte a pedra insensívelE que tenha tempo composto no caprichomesmo que o tempo devore seus filhos
É tempo de perdão e não de arrependidosÉ tempo de oração, do pão que é repartidoLugar comum do tempo, feito de granitoOnde pousamos o rosto do tempo infinito
POESIA NUM TEMPO MAU
SOLDADO, LAVRADOR, POETA
Ninguém gosta de partir sem deixar marca Coloquei ferro no gado e azeitei armas Parti menino com um canhão no ombro Vi generais fugirem a cavalo pelo barro E soldados trocarem de farda em plena luta Vi bandeiras demais e a gritaria me cansou Voltei para ver minha mãe que lá estava Cuidando das crianças e da terra Apareci com barba ainda rala, mas antigo E decidi ficar para consertar a cerca
Ninguém gosta de ficar sem uma bala À noite eu perdi o sono ouvindo passos Eram javalis de palha, roendo aldravas As palavras me escapavam como a água Percebi que havia um morro derrubado E fui tirar satisfações no povoado Fui então atirado numa vala, porque bebi E não sabia distinguir mais nada
Voltei a pé, contando os passos Recebeu-me Luzia, aquela que não fala Levou-me ao catre e interrompeu a faina Só para me colocar o corpo enxuto e claro Casei por um motivo nobre, o amor veio depois Quando ela me deu filhos e pude então ver Deus
Só fiquei intrigado um dia quando uma tropa que eu vi morrer voltou cruzando o túnel Os fuzileiros vieram morder meus calcanhares Mas eu não dei a ordem que os levou para a tumba Um cão me farejava, quis rasgar minha alma Fui para dentro de casa e pela primeira vez rezei Na manhã seguinte a chuva inundou a colheita E vi-me pobre novamente
Agora vou de novo para a guerra Nenhum general vai fugir, não vou deixar Voltarei com espólio, voltarei com prata Quero semear o trigo onde hoje há pedra Venham me dizer que não devo partir Ninguém gosta de viver sem cravar a lança E fazer um sulco na província morta
Sou soldado, lavrador, poeta Tentem me tirar o sono, estarei alerta Ainda parto em dois essa quimera que fustiga a janela feito musa Sou o duro amor que peita o inverno Não faço flor nem fruto, faço trigo Vendo no mercado o que liberta
20 ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
DESTAQUEFernanda
Felicidade em dobroO papai Eleno Lummertz e amamãe Anna Paula Machado
registraram os últimos meses degestação antes da chegada das
primogênitas Melina e AnaVictória, sob as lentes da fotógrafa
Priscila Borba.
Conhecimento4º turma de Formação em Coaching Sexual e de Relacionamentosministrado pelo Instituto Anna Neves e Anaí Valentina, na cidade deBalneário Camboriú.
MamãeThays Silveiraaguardava ansiosa achegada de Valentín.A fotógrafa PriscilaRezende eternizoueste momentomágico.
Vida longaMichelle e Glaubercomemoraram comseus familiares e amigosos 2 anos de vida doEzequiel.
ParaísoDeyse Locatelliescolheu a ilhade Fernando deNoronha paracomemorar seuaniversário aolado do maridoGuilhermeHaviaras.
21ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
UMA PROPOSTA DE VIDAA família Góes tinha um sonho: plantar alimentos sem agrotóxicos. Trocou a praiapela zona rural e, hoje, a OrganiGóes é certificada pelo Instituto Biodinâmico
Trocar a vida na praia peladura vida no campo. Foiisso o que fizeram Ricardo
Góes e Silvia Góes. Era 2007 e ocasal, que tem curso superior ecurtia a tranquilidade da praia doCampeche, em Florianópolis,decidiu construir uma nova vidano Alto Vale do Itajaí.
Com a experiência de trabalhossociais e uma grande vontade detransformar outras realidades,Ricardo e Silvia descobriram que ofuturo estava na zona rural, emChapadão do Lageado, umpequeno munícipio na região deItuporanga.
Ali, num pequeno sítio, semluxo mas com muita determinaçãopara realizar seu sonho passaram adedicar-se, em 2009, ao cultivo dealimentos em sistema de plantiototalmente orgânico, em a árealivre de agrotóxicos. O esforçovaleu a pena: a área está certificadapelo Instituto Biodinâmico (IBD)desde 2015. O IBD é a maiorcertificadora da América Latina e aúnica certificadora brasileira deprodutos orgânicos comcredenciamento IFOAM (mercadointernacional).
Com o tempo e conhecendomelhor a região, identificarammuitos desafios, o que já eraesperado em um município queocupa a 222ª posição do IDH(Índice de Desenvolvimento
Humano) entre os 295 municípioscatarinenses. Mas Ricardo e Sílviaseguiram em frente, em busca deoportunidades.
Em uma área fortementeinfluenciada pelos interesses deindústrias fumageiras, perceberamque era possível pequenosagricultores se levantarem, juntocom suas famílias, em busca dequalidade de vida. Consolidaram acerteza de que o caminho era oplantio de hortaliças, frutas everduras em um sistema orgânico,sustentável nos aspectos social,econômico e ambiental.
Mas a dificuldade deescoamento destes produtos e aquase desistência de algunsprodutores exigiu mais superações:
a família Góes teve que aflorar oinstinto empreendedor e, em 2016,colocou em prática atividades delogística e comercialização deprodutos orgânicos direto doprodutor para amigos econhecidos de Floripa. Aospoucos, o negócio foi tomandoforma através de uma marketing100% “boca-a-boca”, o queacabou gerando resultados emtoda a Ilha e na GrandeFlorianópolis.
Hoje, a OrganiGóes tem quatrosócios e três colaboradores diretos.Produz e comercializa os orgânicosatravés do delivery com menos de24 horas após a colheita, “semprefocado na satisfação dos clientes”.A visão de negócio é atender
principalmente mulherespreocupadas com a alimentação desuas famílias, pessoas que buscamuma alimentação saudável,restaurantes e pequenos mercados.
“Com o sonho de mudarrealidades, estimular a economialocal através da produção dealimentos limpos e proporcionarsaúde para todos os envolvidosnesta cadeia, desde o produtos atéas famílias catarinenses querecebem os nossos produtos,trabalhamos com muita dedicaçãopara alçar voo e conquistar novoshorizontes”, diz Ricardo Goes.
ONDE FICAChapadão do Lageado é um
município essencialmente agrícolaque fica a 163 Km deFlorianópolis. Possuiu mais de 600pequenas unidades de produçãorural. Sua população, segundoestimativa do IBGE em 2017 é de2.953 habitantes, mais de 80%deles vivendo na zona rural. Omunicípio, de colonização alemã,foi fundado em 29 de novembrode 1995.
RICARDO E SÍLVIA: o sonho estava no campo
AMANDA e hortaliça do sistema orgânico
SÍTIO DA
ORGANIGÓES:produtos orgânicosem área livre deagrotóxicos
APICULTURA EPOLINIZAÇÃO:diversificação deprodutos dequalidade
22 ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
Fernando Damásio
e-mail: [email protected](48) 98477-1499
Cidadão honorárioA SDR já foi extinta mas o vereador Clonny
Capistrano, de São José, continua colhendo osfrutos de seu trabalho à frente da SecretariaRegional da Grande Florianópolis. Agora oreconhecimento foi na cidade de São Pedro deAlcântara, onde Clonny recebeu o título deCidadão Honorário do município.
Comunidade cansouMoradores do Saco dos Limões e região
cansaram de esperar pelas promessas das ditasautoridades e decidiram resolver por contaprópria um problema que tirava a tranquilidadee o sono de todos. Expulsaram os craqueirosque ocuparam uma área no aterro da Baia Sul(foto). Eles ameaçavam, roubavam epromoviam desordens. Se algum voltar, o corovai comer novamente.
Prestigiando SJDeputado Natalino Lazare, do Podemos, foi
prestigiar a sessão solene de entrega de títuloshonorários na Câmara de Vereadores de SãoJosé. O presidente da Casa, Orvino Coelho deÁvila, fez questão de receber o deputado naentrada do parlamento.
Bem com a vidaO boa praça Marcelo do Vitinho, como é
carinhosamente conhecido por todos, e que fazum belo trabalho junto a sua comunidadesempre encontra um tempinho pra curtir seucoleirinha. Para quem passa por perto e diz quenunca ouviu o passarinho cantar, Marcelo dizque o “culeira” é compositor.
Nova cabeçaFernando Souza, o popular Cabeça, assumiu
cadeira de vereador em São José no lugar dotitular, Tulio Maciel. A coluna parabeniza onovo edil.
Campeões de violênciaApenas 10 municípios dos 295 existentes em
Santa Catarina, respondem por 46,09% doscrimes violentos (mortes, roubos e violênciadoméstica) entre fevereiro de 2017 e janeiro de2018. Desses, três estão na GrandeFlorianópolis: São José, Florianópolis e Palhoça.As outras cidades são Joinville, Blumenau,Chapecó, Itajaí, Criciúma, Lages e BalneárioCamboriú. Juntas, somaram 32.529 das 69.653ocorrências (1.151 mortes, 51.532 casos deviolência doméstica e 16.970 roubos) registradasnesse período.
Comcap?Depois de deixar a cidade sem coleta de lixo
mais uma vez, porque os funcionários cruzaramos braços em apoio à paralisação comandada peloSintrasem, contra o projeto das OS cresceu arevolta contra a empresa. Pagar taxa do lixo paraquê, sem não recolhe? Tem muita gentedefendendo a privatização da Comcap. Nasprincipais cidade de SC (Joinville, Blumenau, SãoJosé), a coleta já é feita por empresas particulares.Detalhe: essas cidades nunca ficam semrecolhimento de lixo.
23ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
FamíliaJuliano Damasio com sua esposa Carlota e o filho Pedro fixaram residênciaem Itajaí. Na foto, hora do descanso em família, que é a base de tudo.
Agora no PREx-vereador Amauri dos Projetos, que já passou por vários partidos,
agora filiou-se ao PR, que tem como cacique o deputado Jorginho Melo.Amauri diz que os cargos que o PR tem na prefeitura de São José deverãoser mantidos e até ampliados pela prefeita Adeliana Dal Pont. A intençãodele é aproximar-se de Adeliana, de olho nas eleições de 2020.
InseparáveisGrupo de amigos se encontra semanalmente para colocar o papo em dia
e programar a semana. Dr. Anderson, o grande líder, garante que a turmaestá unida e pensando seriamente nas eleições de 2018.
Grupo forteWellington, vereador Marcelo de Rancho Queimado, Irmão
Luciano da Cidade da Esperança, deputado Natalino Lazare, estecolunista , empresário Zeca Furtado e o radialista e publicitárioValdeci Mota fazem parte de um seleto grupo que filiou-se aoPodemos. O projeto político visa 2018 e 2020.
Ordem na cidade
Agentes da Guarda Municipal, Polícia Militar e Polícia Civilcomeçaram (19/4) em São José a operação Choque de Ordem, paracoibir ocorrências de perturbação do sossego em locais públicos.
Também haverá fiscalização de bares, boates, distribuidoras debebidas e casas noturnas. A operação foi motivada pelo altíssimoíndice de ocorrências de perturbação da ordem e do sossego nos finaisde semana, segundo o comandante da GMSJ, Marcelo Luiz de Souza.A operação contou com a escolta da Rocam 7°BPM e a participação de60 agentes públicos, incluindo fiscais da Fundação Municipal do MeioAmbiente, que realizaram a medição do barulho nos estabelecimentoscom música ao vivo e mecânica, por meio da utilização de umequipamento denominado decibelímetro.
24 ABRIL DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz
NOVANOVADO CONTINENTE