sai mp da gratificação para os servidores · 2019. 7. 21. · trato renovado são 107; e há...
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JANEIRO/2004 ANO XIX Nº 600 SEG-12 TER-13 QUA-14 QUI-15 SEX-16 SAB-17 DOM-18 sintufrj.org.br [email protected]
128%: reunião em Brasília
A coordenadora do SINTUFRJ, Neuza Luzia, está em Bra-sília para garantir reunião com o novo secretário de RecursosHumanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça,na mesa do qual está o processo dos 28%. Sérgio Mendonçaassumiu recentemente a Secretaria e é ex-dirigente do Dieese.
ENCARTEEstatuto do
Idoso já estávalendo
Bandidos ocupam durante 20 horasprédio da UFRJ
Cotas paranegros vai
virar leiPágina 5
Das 7h do sábado, dia 3, às 3h do domingo, dia 4, cincohomens armados ocuparam e saquearam o prédio da Di-visão de Ensino à Distância da UFRJ. O prédio fica junto àPrefeitura da Cidade Universitária e próximo à sede doSINTUFRJ. Página 7
Governo pagaterceira parcelados 3,17%Página 2
Sai MP dagratificação paraos servidoresPágina 3
2Pré-Vestibular
Curso do SINTUFRJ, que já consolidou tradi-ção de excelência, faz mudanças para ampliaracesso dos trabalhadores à educação. Página 4
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Doispontos
Aterceira parcela dos atrasadosdos 3,17% saiu na quarta-feirapassada, dia 7. A primeira foi
paga em janeiro e a segunda em agos-to de 2003. Mas para quem não lem-bra a origem desta dívida do governopara com os servidores, aí vai um bre-ve histórico.O que gerou estes atrasados?
O governo já reconheceu que deveo percentual de 3,17% decorrente dadiferença do IPC-r na implantação doPlano Real (25%) e o que foi pago aosservidores do Executivo na época(21,82%). O governo implantou o ín-dice no contracheque dos servidoresem geral em janeiro de 2002, reco-nhecendo o débito de janeiro de 1995a dezembro de 2001.Por que o servidor da universidadenão teve o índice implantado no con-tracheque?
Saem os 3,17%É que o governo sustenta que as
carreiras que tiveram alguma reestru-turação estão fora do grupo que deveter a incorporação. E que os atrasadosdevem ser pagos até a época da rees-truturação. Com isso, o governo consi-dera que, no caso dos funcionários dauniversidade, o índice de 3,17% deveser aplicado apenas até maio de 2001.E que não deve ser incorporado noscontracheques porque diz que houveuma reestruturação naquela época.Ganhamos os 3,17%?
Não. Conforme explicado pela edi-ção 550 do Jornal do SINTUFRJ, o queo servidor recebeu semana passadafoi a terceira das 14 parcelas dos atra-sados dos 3,17%.Cadê o cálculo dos 3,17%?
A matéria publicada na edição 550do Jornal do SINTUFRJ informou aoservidor que este vai receber apenas
A P O S E N T A D O S
A próxima reunião dosaposentados será rea-lizada na segunda quin-zena de fevereiro. Estarãoem pauta o Estatuto doIdoso e a Previdência So-cial. Não haverá encontroneste mês de janeiro de-vido à transição de co-mando no Sindicato.
os atrasados da dívida reconhecidapelo governo (a partir de janeiro de1995), e o índice não será incorpora-do ao salário.
Portanto, quem definiu o valor dadívida com cada servidor e das parce-las a serem pagas foi o governo pas-sado. Vale relembrar que este paga-mento não se trata de ganho da ação,e nem de nenhum acordo com o go-verno. Nossa ação continua valendo.O método de pagamento é muito pa-recido com o do acordo dos 28%: 14parcelas, duas por ano, sendo quedesta vez o trabalhador não foi obri-gado a assinar acordo abrindo mãoda ação.E a incorporação?
Conforme informado pelo Jornaldo SINTUFRJ, há uma ação que plei-teia a incorporação e que já há vitóriaem primeira instância.
A previsão da Pró-Reito-ria de Ensino de Graduação(PR-1) era de que nesta terça-feira seja publicado no Diá-rio Oficial o edital do proces-so de seleção para professo-res substitutos nas mais di-versas áreas da UFRJ.
Até sexta-feira, dia 9, a PR-1estava recebendo informaçõesdas unidades sobre a setoriza-ção das 432 vagas disponíveis.A distribuição das vagas naUFRJ foi definida pela Câma-ra de Corpo Docente do Con-selho de Ensino de Gradua-ção, segundo a solicitação dasunidades.
Segundo o pró-reitor, JoséRoberto Mayer, a distribuiçãode vagas atende integralmen-te ao pleito das unidades porsubstitutos.
A Pró-Reitoria de Pes-soal ainda aguarda a con-firmação do pagamento– autorizado pelo gover-no – de 342 processos deexercícios anteriores. Aprevisão era de que o pa-gamento sairia em folhasuplementar em janeiro.Esta folha é fechada naprimeira semana de ja-neiro.
Entre esses processosestá o referente ao abonopecuniário, ganho peloSINTUFRJ em 1998, queatinge 5.640 servidores.
Naquele ano, o Sindi-cato ganhou a ação refe-rente ao pagamento de1/3 de férias dos que fi-zeram a opção, não usu-fruíram estes dias de féri-as e nem receberam 1/3do salário. O governo nãopagou e acabou caindonos exercícios anteriores.Quem não vendeu fériasà época não tem direitoao abono.
Além do abono, háainda nesta leva proces-sos referentes a diferen-ças de progressão, anuê-nios, acerto de aposenta-doria e outras situaçõesque os servidores podemreceber com o fechamen-to da folha suplementar.
Se tudo correr dentro doprevisto, ainda hoje o editalserá concluído e, se publica-do amanhã, as unidades te-rão cinco dias úteis para rea-lizar as inscrições. O proces-so seletivo fica a cargo decada unidade. Depois dissoo processo é levado à homo-logação no CEG. O candidatoa substituto deve apresentar,além da documentação deidentificação, seu diploma degraduação.
Mais vagasNo dia 30 de dezembro foi
publicada no Diário Oficial aquantidade de cargos de pro-fessor que cada IFE poderiater. No caso da UFRJ, 3.726docentes em nível superior,incluídos aí permanentes e
substitutos. Como a UFRJ temhoje 3.110 professores per-manentes, o número de subs-titutos que pode ter é de 616.Os substitutos que terão con-trato renovado são 107; e háainda vagas destinadas aoensino fundamental e médiopara o CAp. Com isso estarãodisponíveis 432 vagas paraesta seleção. Estas foram dis-tribuídas para todas as uni-dades que solicitaram. Entreelas, as que historicamentetêm maior número de subs-titutos como Letras, CAp, EBA,Arquitetura e Faculdade deEducação. O IFCS, entre asunidades que sofrem cons-tantemente com a falta dedocentes, também foi aten-dido a contento, segundo aPR-1.
Edital de substitutosdeve sair terça-feira
A assessoria de comunicação da UFRJ está planejando atransmissão ao vivo, para todos os campi da UFRJ, das ses-sões do CONSUNI, CEG e CEPG. A veiculação permitirá quetodos conheçam as decisões tomadas pelos órgãos colegia-
dos superiores da uni-versidade. A comunida-de acadêmica poderá,dessa forma, ter umcontrole maior sobre agestão dos assuntos daUFRJ. E os técnicos-ad-ministrativos vão poderacompanhar o desem-penho de sua bancadanos conselhos superio-res da universidade.
Integração ao vivo
Abonopecuniário
JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ
Coordenação de Comunicação Sindical: Antonio Gutemberg Alves do Traco, Neuza Luzia e Gerusa Rodrigues / Edição: L.C. Maranhão / Reportagem: Ana deAngelis, Lili Amaral e Regina Rocha. Estagiária: Leticia Baumann / Projeto Gráfico: Luís Fernando Couto / Diagramação: Caio Souto e Luís Fernando Couto / Ilustração:André Amaral / Fotografia: Niko/ Revisão: Roberto Azul / Assistente de produção: Jamil Malafaia / Tiragem: 11 mil exemplares / As matérias não assinadas destejornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência: aos cuidados da Coordenação de Comunicação. Fax: 21 2260-9343.Tels: 2560-8615/2590-7209 ramais 214 e 215.
Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CGC:42126300/0001-61
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SALÁRIOS
Finalmente o governopublicou no dia 29 dedezembro a Medida
Provisória nº 160 instituin-do a gratificação temporá-ria para os servidores técni-co-administrativos da baseda Fasubra e do Sinasefe (es-colas técnicas federais). Ospercentuais que serão apli-cados aos salários são pro-venientes dos R$ 16 mi-lhões que o governo tinhaem caixa e que já estavamdestinados a esses servido-res. A expectativa, agora, éem relação data em que oabono vai aparecer nos con-tracheques.
O artigo 4º da MP diz quea gratificação será paga atéque seja promovida a rees-truturação do PUCRCE. A pri-meira parcela, retroativa a 1ºde dezembro de 2003, e fica-rá como gratificação até ou-tubro de 2004; a segunda em1º de novembro de 2004; e aúltima em 1º de dezembrode 2004. A gratificação nãoservirá de base de cálculopara qualquer outro benefí-cio. Veja, ao lado, os valoresde sua gratificação tempo-rária.
Plano de Cargo ÚnicoConforme noticiamos na
semana passada, o governose comprometeu com a Fa-subra de reabrir as discus-sões com a categoria. A pri-meira reunião da comissãointerministerial integradapor representantes dos tra-balhadores (Fasubra e Sina-sefe) já está marcada, e seráno dia 2 de fevereiro. A co-missão interministerial vaidiscutir reestruturação re-muneratória dos cargos, ouseja, tabela - o que não aten-de a expectativa dos técni-cos-administrativos.
ABONO: De acordo com a medida provisória, gratificação será paga em três parcelas
Governo publica MP parapagamento de gratificação
Veja tabela com o abono
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PRÉ-VESTIBULAR
Mais pertodo trabalhador
ENSINO: Meta do CPV para este ano é consolidar o trabalho no Fundão
O ano de 2004começa comnovidades no CursoPré-Vestibular(CPV) do SINTUFRJ.No compasso dasmudançasrealizadas em 2003– com a aberturadas turmas noFundão –, ostrabalhadores daUFRJ têm maisoutra oportunidade:os prestadores deserviço podem agoraparticipar do curso.“Este ano será o daconsolidação dotrabalho noFundão”, afirmaDarlan Montenegro,coordenador doCPV, que destaca adiminuição doíndice de evasão e apermanência dostrabalhadores comoum excelenteresultado.
As mudanças realizadas fo-ram feitas para atender os tra-balhadores da universidadeque procuravam o curso, masacabavam impedidos de estu-dar diante de sua realidade co-tidiana. Do ponto de vista pe-dagógico, foi feita uma adap-tação à rotina de estudo paraaqueles que estavam há anossem estudar. E em termos es-truturais, o horário foi flexibi-lizado, além de se criar turmasmais próximas aos locais detrabalho. Antes as turmas seconcentravam no IFCS. Fazer
Tradição de excelênciaO Curso Pré-Vestibular do SINTUFRJ existe há 17 anos.
E tem como mérito possibilitar o acesso dos trabalhadoresà universidade. Centenas ingressaram no curso superiorao longo desses anos, muitos na própria UFRJ. Mas sóentrar na universidade não é o único objetivo. Formarpoliticamente o trabalhador, resgatando sua auto-estima esolidificando sua identidade de classe, faz parte deste cur-so, o qual se insere num projeto maior, que é chamado“Universidade para os Trabalhadores”. Ele ambiciona queas atividades em educação, pesquisa e extensão estejamvoltadas para os interesses da maioria da população daUFRJ, isto é, seus trabalhadores.
EDITAL - Neste mês o Sindicato publicará o edital devagas. Em função da demanda houve um aumento de220 para 240 vagas. A seleção se faz através de sorteio. Avaga para o trabalhador da UFRJ sindicalizado é garan-tida. Para trabalhadores de outras categorias, depen-dentes e prestadores de serviço haverá uma prova bási-ca de primeiro grau. Mas independente da pontuaçãoporém, todos participam do sorteio. Podem se inscreverpara concorrer às vagas todos os sindicalizados e seusdependentes, prestadores de serviço da UFRJ e traba-lhadores de outras categorias.
As inscrições serão nos dias 2, 3 e 4 de fevereiro, das 16hàs 20h. A prova de seleção está marcada para 7 de feverei-ro, no horário de 8h às 12h. O sorteio será no dia 9, às 18h.A matrícula será feita nos dias 10 e 11 de fevereiro. E a aulainaugural, no dia 12 de fevereiro.
o Curso Pré-Vestibular do SIN-TUFRJ para aqueles que dese-jam ingressar na vida acadê-mica ou se qualificar para dis-putar o concorrido mercado detrabalho está ao alcance detodo trabalhador.
Mudanças“O saldo é muito positivo.
As mudanças deram maiorfôlego ao curso e aos profes-sores. Ter o curso no Fundãoaproximou a categoria docurso e conseqüentementedo Sindicato”, afirma ElisiaMaia, também coordenado-ra do CPV. Na área de Exatas,por exemplo, foram adota-dos livros de física e quími-ca, duas matérias que tradici-onalmente são uma dor decabeça para a maioria dos es-tudantes. Tudo para facilitara vida de quem enfrenta duase até três jornadas, levando-se em conta o cuidado com afamília e a casa.
O Sindicato conseguiu ne-gociar com a Reitoria um ho-
rário mais flexível para os fun-cionários. As turmas funcio-narão de 2ª a 6ª das 16h às19h50 e aos sábados das 8hàs 13h. Estas duas turmas sãoexclusivamente compostaspor funcionários que esta-rão liberados para o estudo.Até 2002 eram 3 turmas, to-das no IFCS, e mistas. Em2003 ampliou-se para quatro,duas no Fundão e duas noIFCS, em função da deman-da dos trabalhadores pormais turmas.
As turmas no IFCS ficaramdivididas para os dependen-tes adolescentes e outra parafuncionários da UFRJ, traba-lhadores de outras categori-as e dependentes que traba-lham. A iniciativa provou-secorreta, a coordenação doCPV comemora a participa-ção do maior número de tra-balhadores no curso nos úl-timos anos: mais de cem. An-tes, o perfil se concentravamais nos dependentes.
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A maioria absoluta(82,2%) de estudantes dasuniversidades brasileiras sãobrancos, segundo o IBGE. Deolho nesta estatística perver-sa, o governo deve editar ain-da este mês uma medida pro-visória autorizando as uni-versidades públicas a insti-tuírem programas de cotaspara negros em seus vestibu-lares.
Um grupo de trabalho in-terministerial foi criado emsetembro para estudar medi-das que facilitem o acesso denegros ao ensino superior.Suas propostas serão apre-sentadas ao presidente Lulae enviadas à Casa Civil.
José Geraldo de Souza,diretor do departamento dePolítica de Ensino Superiordo MEC, explicou que as uni-versidades têm autonomiapara decidir como fazer suaseleção e que a MP seria umagarantia legal para as quequeiram instituir o sistema.
Além da medida provisó-ria, um decreto vai criar o Pró-Negro – uma coordenaçãodentro da Secretaria de Ensi-no Superior (Sesu) para im-plantar ações afirmativas nasuniversidades, criar incenti-vos e ajudar as instituiçõesque adotarem as cotas.
Um sucessoO jornalista Élio Gaspari,
colunista de alguns dos prin-cipais jornais do país, desta-cou os méritos da propostado governo com um exem-plo hipotético: um curso demedicina com cem vagas,20% para negros, com notade corte em 3.500 pontos. Onovo sistema matricula os 20negros que tiverem as melho-res notas acima da linha decorte. No sistema atual en-tram 98 brancos e dois ne-gros. No novo serão 80 bran-cos e 20 negros: 18 brancosficam de fora apesar de te-rem notas melhores. “Issonão é uma anomalia, é a es-sência de qualquer progra-ma de ação afirmativa pormeio da adoção de cotas. Ano-malia é um sistema de ensi-no com 98% de estudantesbrancos.”
UFRJ ainda discuteNo ano passado, uma co-
missão foi criada pelo entãoreitor em exercício, Sérgio
Fracalanzza, para disseminara discussão através de umseminário sobre políticas deação afirmativas nas univer-sidades, com participação doSINTUFRJ. Quando AloísioTeixeira assumiu, há seis me-ses, uma audiência havia sidosolicitada pela Coordenaçãode Políticas Sociais, para con-tinuar a discussão, mas nãoaconteceu. Desde então, a di-reção busca a continuidadedo debate.
Aloísio Teixeira achoucorreta a preocupação dogrupo de trabalho com o ca-ráter fechado e elitista da uni-versidade. No entanto, emsua opinião, o sistema de co-tas não resolve o problema,mas, sim, democratizar oacesso, aumentar o númerode vagas, reduzir a evasão eestabelecer programas depermanência dos estudantes
na Universidade através debolsas. “Acho que cota é umafalsa solução”, diz o reitor,avaliando que a questão nãoé apenas racial, mas, sobre-tudo, social.
Teixeira informa que um
grupo de trabalho da PR-1 es-tuda o tema. Uma das pro-postas em estudo é sua su-gestão da avaliação dos estu-dantes começar desde o en-sino médio da rede pública.O resultado, que ele aguardapara os próximos dias, seráencaminhado aos colegiadose submetido à discussão. Há
um esforço para concluir oprocesso de modo a influirna norma ou lei que o gover-no prepara: “É claro que aparticipação da comunidadeé indispensável, particular-mente do Sindicato, DCE eAdufrj. A posição da UFRJ re-fletirá o pensamento da co-munidade como um todo.”
O reitor comenta que se oprograma não for obrigató-rio, “vamos continuar perse-guindo o que a Universidadeconsidera o melhor sistemapara democratizar o acesso,o que estamos estudando”.
ApoioA coordenadora-geral do
SINTUFRJ e militante do Mo-vimento Negro Unificado, De-nise Góes, avalia que já passada hora de a UFRJ, maior uni-versidade pública do país, en-trar a fundo no debate: “As opi-niões individuais neste mo-mento não devem ter muitopeso, pois não contribuemmuito para a formação, e mui-to menos servir de contrapon-to, o que realmente interessa éouvir a comunidade e acom-panhar as ações da sociedadecomo um todo.”
Para Denise, a sociedadebrasileira sempre proporcio-nou 100% de cotas para osnão-negros, por isso se faznecessária a implementaçãode políticas de ações afirma-tivas, para que se possibilitea oportunidade do acesso e amanutenção nas universida-des públicas.
“Tentamos no ano passa-do ter uma radiografia nesteaspecto que auxiliaria na for-mação do pensamento da co-munidade, com a realizaçãodo censo e de um seminário,mas infelizmente tivemoseste amplo processo inter-rompido, que hoje se resu-me ao trabalho realizado pelaPR-1”, diz Denise, informan-do que o SINTUFRJ, vai reali-zar um censo racial e de gê-nero, o qual revelará o perfildos trabalhadores da UFRJ epossibilitará futuramente acriação de um programa deações afirmativas para seraplicado na estrutura univer-sitária. “É necessário romper-mos a barreira da invisibili-dade, e para tal, evidente-mente, buscamos contar como apoio da Reitoria”.
Cota para negros
vai virar lei
MP dará amparo legal às Ifes para adotarem o sistema decotas. SINTUFRJ vai promover um censo racial e de gênero,
para evidenciar realidade.
Retrato dadesigualdade
Segundo o IBGE, detodos os brasileiros comcurso superior, apenas14,3% são negros.
O contingente de es-tudantes das universida-des brasileiras é formadoem sua maioria absoluta(82,2%) por brancos.
Dados do último Pro-vão: nas federais 61% dosformandos são brancos;4,4% são negros; 30,3% sãopardos.
DENISE GÓES.Coordenadora-geral
do SINTUFRJ
CONJUNTURA
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REFORMAS
AFoto: Niko Júnior
Adufrj, o SINTUFRJ eo DCE da UFRJ se reu-niram na última sema-
na com o intuito de construiro Grupo de Trabalho Conjun-to sobre Política Educacional.Uma instância de discussão(sem caráter deliberativo)que tem por objetivo prepa-rar as intervenções dos técni-cos-administrativos, profes-sores e estudantes na defesados interesses do conjunto dacomunidade universitária. Aidéia de criar o Grupo surgiucom o anúncio pelo governode realizar nos próximos me-ses a reforma universitária,cujo alvo são as instituiçõespúblicas federais de ensinosuperior do país.
Mas as entidades quecompõem o GT não preten-dem pautar seus debatesapenas pela agenda do go-verno, conforme ocorreucom o GT Previdência, orga-nizado pelas mesmas entida-des que atuam na UFRJ e quese ocupou exclusivamente desustentar a discussão teóricasobre a reforma do governo.
Nesta quinta-feira, dia 15,o GT vai se reunir para sele-cionar os temas para estudo,quando também será deli-neado um calendário para re-alização de encontros e se-minários abertos para a co-munidade.
Reforma Universitáriana ordem do dia
Seis dirigentes do SINTU-FRJ e da Adufrj e nove do DCEcompareceram à primeirareunião que organizou o GTde Política Educacional. AAPG não mandou represen-tante, mas confirmou partici-pação no Grupo de Trabalho.A preocupação de estudan-tes, técnicos-administrativos
Objetivo: GT quer fortalecer a organização na defesa dos Interesses da comundidade
Grupo discutepolítica educacional
e professores com a reformauniversitária do governo foio principal ponto das análi-ses de conjuntura feitas nareunião.
O coordenador do SINTU-FRJ Agnaldo Fernandes con-siderou que os estudantes te-rão um papel muito impor-tante a desempenhar na lutapela defesa da universidadepública de qualidade e gra-tuita, considerando que o go-verno pretende com a refor-ma do ensino superior insti-tuir a cobrança de mensali-dade nas instituições fede-rais. E defendeu como vitalpara o fortalecimento do mo-vimento a qualificação da in-tervenção da categoria nosembates que sucederão esteano.
A presidente da Adufrj,Sara Granemann, acreditaque o governo não fará a re-forma universitária e do en-sino em geral nos moldes dareforma da Previdência So-cial, quando tudo o que que-ria foi aprovado. “A modela-gem será no varejo e não numgrande projeto, por isso é ne-cessário iniciar já a discus-são sobre a reforma naUFRJ”, disse.
O professor Miguel Bran-dao, que é também dirigenteda Adufrj, avalia que se os in-telectuais não conseguiremse organizar para se contra-porem à reforma, é prováveluma derrota no curto prazo.“Nossa principal força é aideológica, por isso é impor-tante a criação desse GT”,concluiu.
Chantal Russi, coordena-dora do SINTUFRJ, defendeuuma discussão para valer so-bre paridade no GT de Políti-ca Educacional como formaobjetiva de unir todos os seg-
mentos da universidade semos ranços de discriminação.“Se não se estabelecer a pari-dade, fica difícil organizarpara a luta”, afirmou.
Para o diretor do DCE, Lu-ciano Barbosa, o governo vaitentar aprovar a reforma uni-versitária logo no primeirosemestre deste ano, para evi-tar maiores desgastes nacampanha eleitoral de prefei-tos e vereadores que ocorre-rá a partir de julho. “Temosque nos organizar para con-vencer as pessoas contra odiscurso do governo de quea universidade pública temservido apenas à classe mé-dia que pode pagar. Por issomesmo não vai ser fácil orga-nizar os estudantes para essaluta, sendo fundamental oGT.”
O professor da Faculdade de Educação da UFRJRoberto Leher, que acompanhou as discussões do semi-nário “A universidade no século XXI”, realizado em no-vembro, em Brasília, não tem dúvidas de que a propostade reforma universitária que o governo apresentará àsociedade faz parte do receituário político do Banco Mun-dial para os países latino-americanos. Para esse debatenão foram convidados os reitores das universidades pú-blicas federais, os sindicatos de professores e de traba-lhadores em Educação, estudantes e partidos políticos.
Segundo Leher, a reforma discutida no seminário par-te de um tripé constituído pelo Banco Mundial, o governoe a ONG francesa Orus, dirigida pelo filósofo Edgar Mo-rin. O primeiro vértice do tripé é o próprio Ministério daEducação e o governo, que sustentam ser inviável mantera gratuidade do ensino superior nas instituições públi-cas. O segundo vértice é o Banco Mundial, com a suapolítica de ajuste estrutural para os países latino-ameri-canos. E o terceiro vértice do projeto é o Instituto Orus. Ointelectual Edgar Morin, um dos mentores da reformauniversitária no governo de Miterrand, agora vai ensinaro governo brasileiro como adequar as nossas universida-des às novas tecnologias e ao mercado, disse Leher.
Receita do Banco Mundial
GRUPO DE TRABALHO.A idéia do GT de PolíticaEducacional surgiu com
o anúncio da reformauniversitária
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FUNDÃO
Durante 20 horas (das7h do sábado do dia 3às 3h do domingo do
dia 4) cinco homens arma-dos ocuparam e saquearamo prédio da Divisão de Ensi-no à Distância da UFRJ. O pré-dio fica junto à Prefeitura daCidade Universitária e próxi-mo à sede do SINTUFRJ. Se-gundo relato que os dois se-guranças da empresa Staff fi-zeram à Vigilância da UFRJ eà polícia, eles teriam sido ren-didos pelo grupo e mantidosamarrados e amordaçadoscom fios e fitas adesivas até amadrugada de domingo. Osladrões levaram 15 compu-tadores, sete impressoras, umscanner, disquetes, uma tele-visão de 29 polegadas, umasecretária eletrônica, um apa-relho de fax – equipamentosdo projeto TV Escola da Divi-são de Ensino à Distância,vinculada à Pró-Reitoria deDesenvolvimento e Extensão.
Além de todos os equipa-mentos de informática, os la-drões levaram também osdisquetes que reúnem todoo trabalho intelectual dasequipes que atuam no proje-to. Atualmente, os profissio-nais trabalhavam na forma-ção da quarta turma do pro-jeto, que inclui 1.018 profes-sores da rede pública do Es-tado do Rio. Segundo a dire-tora da TV Escola, Maria An-tonieta Teixeira de Almeida,apenas é possível recuperaros dados dessa turma e daterceira, mas os da primeira esegunda turmas não, o quepode comprometer a emis-são dos diplomas.
R e i n c i d ê n c i a Esta não foi a primeira
vez que a coordenação da TVEscola da UFRJ perde equi-
ASSALTO: Bandidos ocupam por 20 horas prédio da universidade e saqueiam TV Escola
Roubo desmonta umaDivisão da UFRJ
pamentos, obrigando a coor-denação geral do projeto(UNB) a repô-los. Não há dú-vidas de que a Universidadesai desgastada de mais esteepisódio, principalmenteporque poderia ter sido evi-tado se houvesse segurançano local. Em março do anopassado foi o prédio ondefunciona a Incubadora de Co-operativas que foi saqueado,perdendo vários computado-res. A preocupação atual daReitoria é com a ida do Nú-cleo de Estudos em Saúde Co-letiva (NESC) para o mesmoprédio da Divisão de Ensinoà Distância. E por causa dissojá começa a ser pensada umaforma de aumentar a segu-rança na área e em todo ocampus do Fundão.
A vice-reitora, Sylvia Var-gas, que recebeu do reitor aincumbência de articular umacomissão para elaborar umplano de segurança para oFundão, disse que já foramrealizadas 10 reuniões. Umdesses encontros aconteceuna própria Secretaria de Se-gurança Pública. Durante es-ses encontros vários proble-mas foram identificados e re-lacionada uma série de pro-vidências que podem ser to-madas para enfrentar a situa-ção. Além das ações diretasde segurança, a vice-reitoradisse que outros pontos fo-ram abordados, como altera-ção nas rotas de circulaçãono Fundão, reforço da ilumi-nação externa e ocupação so-cial do campus, com a pro-gramação de várias ativida-des. A expectativa de SylviaVargas é que as discussõescom as autoridades sejam re-tomadas o mais rápido pos-sível. Neste sentido, ele temprocurado as autoridades.
O que é projetoA Divisão de Ensino à Dis-
tância da UFRJ integra o pro-grama de Ensino a Distânciado Ministério da Educação, etem a coordenação nacionalda Universidade de Brasília.O objetivo é formar profes-sores do ensino fundamen-tal e médio para a utilizaçãoda televisão como instru-mento pedagógico. Estes pro-fessores são cadastrados pela
Secretaria Estadual de Edu-cação. Os cursos trazem in-formações sobre a utilizaçãoda TV Escola nas salas deaula, além de orientar sobrea produção de vídeo. A turmaatual é formada por 1.014 alu-nos. A divisão tem como co-ordenadoras Cleide Lima eSheila Chirolla e como dire-tora da divisão Maria Anto-nieta. O programa conta, ain-da, com oito professores. O
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Fotos: Niko Júnior
professor Marcus França,pró-reitor de Extensão, disseque dentro de um mês a divi-são voltará a funcionar emoutro local ainda a ser defi-nido. Ele informou que o es-paço onde houve o assaltoserá utilizado para outro fim– uma espécie de centro deconvivência e serviços para acomunidade da Maré, onde aUFRJ já atua em outros pro-gramas.
VULNERÁVEL.A foto é um
registrocontundente davulnerabilidadedo prédio que
abrigava aDivisão da UFRJ
invadida pelossaqueadores:parte do muro
erguido para aproteção do
prédio desaboue nunca foirecuperado
ÍNDIAÍNDIADe Porto Alegre a Mumbai,
na Índia (continente asiático),o movimento antiglobalizaçãoreedita a quarta versão do seuencontro anual, que foi bati-zado de Fórum Social Mundi-al (FSM). A terceira e mais sig-nificativa edição do encontroreuniu mais de 100 mil pes-soas no Brasil (em Porto Ale-gre, Rio Grande do Sul) - opaís-sede do FSM até o anopassado. Agora, de 16 a 21 dejaneiro, a mística Índia, do lí-
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A vez
ÍNDIAda
der pacifista Mahatma Ghan-di e do líder espiritual Buda,será o ponto de convergên-cia. São esperados cerca de75 mil participantes, dosquais 10 mil estrangeiros, quecontinuarão a debater globa-lização, fundamentalismo,racismo, exclusão social, mi-litarização, direitos humanose alternativas ao neolibera-lismo.
A escolha da Índia, apesardas críticas dos defensores
pela permanência do FSM noBrasil, foi defendida pelos or-ganizadores como forma deintegrar os movimentos so-ciais asiáticos e internaciona-lizar o evento. É colocar real-mente na prática a diversida-de deste encontro, que já vi-rou agenda oficial do movi-mento antiglobalização mun-dial. O FSM nasceu em 2001,para fazer um contraponto aoFórum Econômico Mundial,realizado anualmente na ci-
Quarta edição do Fórum Social Mundial começa nesta sexta-feira, na cidade de Mumbai
De Porto Alegre para o mundoO Fórum Social Mundial tornou-se a vedete dos mo-
vimentos sociais. A cada edição, a cidade de Porto Alegrese esmerou para receber uma multidão de pessoas epersonalidades internacionais para discutir os grandestemas da atualidade. Quem teve a oportunidade de par-ticipar não se arrependeu. O SINTUFRJ, nos dois últi-mos encontros, levou sua delegação proporcionandouma experiência ímpar para os trabalhadores da UFRJ.
Nos painéis, onde se realizaram as grandes conferên-cias, figuras, como o ativista Noam Chomsky, atraiam aatenção de centenas de pessoas que se espremiam numcalor infernal para sorver as críticas à política de Bush eao imperialismo. Um dos locais em que esse encontrode culturas marcou os corações das pessoas foi o giná-sio do Gigantinho. Lá, japoneses, franceses, indianos,ingleses, italianos e latino-americanos celebraram a vi-tória sobre o Fórum Econômico de Davos.
Esperamos que a quarta edição do FSM avance. Atéagora os encontros se limitaram a proposições. Lógicoque as agendas de luta acabam por integrar e reforçar asiniciativas para combater a globalização neoliberal. Po-rém está mais do que na hora de dar ao FSM um outrocaráter, pois os encontros acabam por se tornar umagrande e festiva confluência de raças do mais alto nívelintelectual e nada mais.
dade de Davos, na Suíça. Delá para cá ganhou dimensão,personalidade e vida própria.Dele surgiram os fóruns so-ciais regionais, nacionais econtinentais na América Lati-na, Europa e Oceania, osquais mantiveram acesa achama da insurgência e o de-bate sobre outra possibilida-de de vida para além do capi-talismo.
Até julho serão realizados
o Fórum Social Peru, o IVFórum Local de Autorida-des Locais, na Espanha, eo Fórum Mundial de Edu-cação em Porto Alegre. Olema do FSM “Um outromundo é possível” conti-nua mais atual do quenunca em mundo invadi-do pela opressão dos paí-ses ricos, desigual e sôfre-go de solidariedade. A horaé em Mumbai.
EM PORTO ALEGRE. Militantes de várias partes do mundo participaram do Fórum em 2003