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 SANDRA MAYUMI NISHI Efeito da infecção pelo Toxoplasma gondii  na expressão de genes associados à resposta imune em tecidos de suínos São Paulo 2004

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  • SANDRA MAYUMI NISHI

    Efeito da infeco pelo Toxoplasma gondii na

    expresso de genes associados resposta

    imune em tecidos de sunos

    So Paulo 2004

  • SANDRA MAYUMI NISHI

    Efeito da infeco pelo Toxoplasma gondii na expresso de

    genes associados resposta imune em tecidos de sunos

    Tese apresentada ao Programa de Ps-graduao em Epidemiologia Experimental e Aplicada s Zoonoses da Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia da Universidade de So Paulo para a obteno do ttulo de Doutor em Medicina Veterinria

    Departamento:

    Medicina Veterinria Preventiva e Sade Animal

    rea de Concentrao

    Epidemiologia Experimental e Aplicada s Zoonoses

    Orientadora:

    Profa. Dra. Solange Maria Gennari

    So Paulo 2004

  • Autorizo a reproduo parcial ou total desta obra, para fins acadmicos, desde que citada a fonte.

    DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAO-NA-PUBLICAO(Biblioteca da Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia da Universidade de So Paulo)

    T. 1433 Nishi, Sandra MayumiFMVZ Efeito da infeco pelo Toxoplasma gondii na expresso de genes

    associados resposta imune em tecidos de sunos / Sandra Mayumi Nishi. So Paulo : S. M. Nishi, 2004.

    149 f. : il.

    Tese (doutorado) - Universidade de So Paulo. Faculdade de MedicinaVeterinria e Zootecnia. Departamento de Medicina Veterinria Preventivae Sade Animal, 2004.

    Programa de Ps-graduao: Epidemiologia Experimental e Aplicadas Zoonoses.

    rea de concentrao: Epidemiologia Experimental e Aplicada sZoonoses.

    Orientador: Profa. Dra. Solange Maria Gennari.

    1. Sunos. 2. Toxoplasma gondii. 3. Imunologia. 4. Expressognica. 5. Real-Time RT-PCR. I. Ttulo.

  • FOLHA DE AVALIAO

    Nome da autora: NISHI, Sandra Mayumi

    Ttulo: Efeito da infeco pelo Toxoplasma gondii na expresso de genes associados resposta imune em tecidos de sunos

    Tese apresentada ao Programa de Ps-graduao em Epidemiologia Experimental e Aplicada s Zoonoses da Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Doutor em Medicina Veterinria

    So Paulo, 30 de novembro de 2004

    Banca Examinadora

    Prof. Dr. ________________________________ Instituio: ________________________

    Assinatura: ______________________________ Julgamento: _______________________

    Prof. Dr. ________________________________ Instituio: ________________________

    Assinatura: ______________________________ Julgamento: _______________________

    Prof. Dr. ________________________________ Instituio: ________________________

    Assinatura: ______________________________ Julgamento: _______________________

    Prof. Dr. ________________________________ Instituio: ________________________

    Assinatura: ______________________________ Julgamento: _______________________

    Prof. Dr. ________________________________ Instituio: ________________________

    Assinatura: ______________________________ Julgamento: _______________________

  • Dedico esta tese aos meus queridos familiares,

    minha av Toshiko Sakajiri ( in memorian),

    Aos meus pais, Izabel e Tadahisa,

    Aos meus irmos Augusto e Srgio, minha cunhada Rivnia e a minha sobrinha Talita,

    Aos meus tios Joo (in memorian) e Akiko, Aos meus primos-irmos Priscila e Daniel,

    Aos tios Edu, Akemi e Raquelzinha,

    Pela pacincia aos meus caprichos... Pela confiana, mesmo sem entender o que fao, Pelo respeito s minhas decises, Pelo carinho em todos os momentos e sem restries.

  • AGRADECIMENTOS

    Os experimentos apresentados nesta tese fazem parte de um projeto

    envolvendo equipes de pesquisadores do Animal and Natural Resources Institute

    (ANRI) e Beltsville Human Nutrition Research Center (BHNRC) do Departamento de

    Agricultura dos Estados Unidos da Amrica (USDA). Esta tese representa, desta

    forma, somente uma pequena parte dos experimentos realizados e um reflexo do

    esforo e do empenho de vrios profissionais.

    uma tarefa difcil listar nomes e expressar em palavras minha gratido

    a todos aqueles que de alguma forma participaram na execuo do experimento

    e tambm queles que indiretamente contriburam para que esta tese pudesse ser

    realizada. Com certeza haver aqueles que no foram aqui citados, mas no deixo

    de estender meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas responsveis para a

    minha formao pessoal e profissional.

    Agradeo Solange Maria Gennari, minha orientadora no curso de

    Mestrado, por lanar a oportunidade de dar continuidade a minha formao

    acadmica. Minha gratido por sempre abrir portas para novos horizontes, pela

    confiana e pela terna amizade.

    Joan K. Lunney, pesquisadora-chefe do antigo IDRL, atualmente

    pesquisadora do Animal Parasitic Diseases Laboratory do ARS, USDA. Joan foi, sem

    dvida, a grande incentivadora para a consolidao deste trabalho. Minha

    gratido pela receptividade, abrindo as portas do IDRL e introduo ao mundo

    da imunologia. Agradeo por todo apoio profissional e pessoal, pela confiana e

    pelo carinho nos momentos mais difceis.

    Harry Dawson, pesquisador do Nutrient Requirement & Function

    Laboratory (NRFL), BHNRC, USDA, a mente idealizadora deste experimento.

    Agradeo pelas inmeras sugestes, pela bem-humorada pacincia e pela

    dedicao, sempre disposto a dividir o vasto e invejvel conhecimento no campo

    da biologia molecular, da bioinformtica e da imunologia.

  • Terezinha Padilha, pelo incentivo e pela constante dedicao

    formao de pesquisadores e o intercmbio entre as instituies. Minha especial

    gratido, estendida tambm a David Bounds, pelo carinhoso apoio e pela ajuda

    em todos os momentos que precisei.

    Ao Joseph Urban Jr, pesquisador chefe do Nutrient Requirement &

    Function Laboratory pelo planejamento, pela pacincia e pelo apoio indispensvel

    para a execuo dos experimentos.

    Ao JP Dubey, pesquisador do APDL, pelas palavras de apoio, pela

    contribuio e pelas sugestes crticas para a conduo dos experimentos.

    Ao Federico Zuckermann, do Departamento de Patobiologia da

    Universidade de Illinois, pela pacincia e pelo suporte necessrio para a

    concretizao do intercmbio.

    Ethiopia Beshah pela amizade e pelo carinho. Obrigada por dividir os

    conhecimentos tcnicos, pelas advertncias e pela viso criteriosa que foi

    importante para a manuteno da boa qualidade dos resultados.

    Gloria Solano-Aguilar, pesquisadora do NRFL, pela inspirao e

    sugestes na realizao do experimento.

    Ao Atabak Royaee, ps-doc do antigo IDRL, atualmente ps-doutorando

    da Universidade de Massashussets, pelas sugestes teis para a anlise dos

    resultados e pelo companheirismo.

    Agradecimentos especiais a Daniel Kuhar e a Yi Chong, pela ajuda no

    processamento das amostras, pela dedicao e pela amizade, imprescindveis

    para a concluso dos experimentos e a manuteno de um alegre ambiente de

    trabalho.

    Aos colegas de laboratrio Alexander Rustico Domingo, Tonya Ledbetter,

    Jenny Kessler, Jeremy Samon, Pat Boyd e Chika Obele pelo agradvel convvio e

    pela ajuda, mesmo que involuntria, na manuteno da rotina laboratorial.

  • Ao Samuel Shen e ao Oliver Kwok por toda ateno dispensada e pelo

    fornecimento dos isolados de Toxoplasma gondii, pela realizao das provas de

    aglutinao modificada e auxlio na digesto das amostras para a prova de PCR.

    Ao William Hare, mdico veterinrio responsvel pelo Servio Veterinrio

    do ANRI-USDA, pela realizao das provas de avaliao heptica e do

    hemograma.

    Pat Allen e ao Eli Miramontes por permitir a utilizao do laboratrio e

    auxlio na realizao das deteminaes de xido ntrico.

    Ao Sreekumar Chirukandoth pelo auxlio nos exames histopatolgicos.

    Dolores Hill por permitir a utilizao do laboratrio para a realizao

    das provas de ELISA.

    Alm do corpo cientfico agradeo s secretrias Ruth Flester e Judy Sirk

    pela carinhosa dedicao e pela constante ateno aos procedimentos

    burocrticos.

    Aos queridos colegas Ricardo Arajo, Karen Tunin, Danielle Seipel da

    Silva, Hilda F. J. Pena, Rodrigo Martins Soares, Joo L. Garcia, Manoella Vianna,

    Jorge T. de Souza e Flora Piasentin pelo apoio, pela amizade e pelo

    companheirismo durante o perodo nos EUA.

    A todos os colegas cientistas e funcionrios do ANRI e do NRFL, USDA

    pelo agradvel convvio dirio.

  • Meus agradecimentos ao prof. Silvio A. Vasconcellos pela ateno e

    pela dedicao na conduo do curso de ps-graduao

    Maria Cristina Paick, Ana Virgnia P. de Almeida Prado, Danival Lopes

    Moreira e Tnia Delonero por toda a ateno dispensada e pelo empenho no bom

    funcionamento do Departamento.

    s secretrias Sandra, Cludia e Dayse do Servio de Ps-graduao e

    bibliotecria Elza M. Faquim da Biblioteca Virginie Buff DApice da FMVZ-USP pela

    simptica pacincia e pela ajuda nos procedimentos burocrticos.

    Muito obrigada,

    Sandra Nishi

  • Agradecimentos adicionais

    Ao National Pork Producers (EUA) e ao USDA pela concesso da bolsa

    durante todo o perodo de execuo dos trabalhos nos EUA e do suporte financeiro

    para a realizao dos experimentos.

    Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)

    pela concesso da bolsa durante o perodo final de elaborao da tese.

    Pr-reitoria de Ps-graduao da Universidade de So Paulo pela

    concesso de uma das passagens.

  • RESUMO

    NISHI, S. M. Efeito da infeco pelo Toxoplasma gondii na expresso de genes associados resposta imune em tecidos de sunos. [Effect of Toxoplasma gondii infection on immune related tissue gene expression in pigs]. 2004. 149f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinria) Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2004.

    A toxoplasmose uma zoonose de ampla distribuio mundial afetando homens e diversas

    espcies animais. Levantamentos sorolgicos indicam elevados ndices de infeco, porm

    relatos de doena severa rara. A infeco pelo T. gondii induz uma intensa resposta imune

    mediada pelo interferon-J (IFN-J) que rapidamente controla a multiplicao parasitria. Com

    o objetivo de explorar a resistncia da espcie suna toxoplasmose como modelo de estudo

    para a compreenso dos mecanismos de defesa a infeco, foram realizadas infeces orais

    com 4,5 x 105 oocistos (cepa VEG) e colheitas de amostras de linfonodo hepato-esplnico

    (LN HS), mesentrico (LN M) e leo-clico (LN IC), fgado, sangue, leo, jejuno, bao e timo

    aos 2, 4, 7 e 14 dias ps-infeco (DPI). Analisou-se a expresso de 69 genes ligados a

    resposta de defesa s infeces pela Real-Time RT-PCR*. LN M, LN HS e fgado foram as

    amostras que apresentaram a maior quantidade de genes e maior intensidade de ativao

    enquanto que clulas mononucleares de sangue perifrico (CMSP) e timo apresentaram

    reduzida resposta infeco. A expresso e a produo de IFNG foram mais altas nas

    amostras de LN M e LN HS comparadas s amostras de LN traqueo-bronquial e CMSP,

    indicando diferentes nveis de resposta local. Intensa induo de resposta inata e inflamatria

    foi observada em vrios tecidos, envolvendo os genes IL1B, IL6, IFNA1, TNF, ORM1,

    MYD88, TLR2, TLR4; estimulao de resposta Th1, mediada por IFNG incluiu os genes

    IRF1, IL23A, IL18, STAT1, SOCS1, SOCS3, ICSBP1, TBX21; balanceada pela expresso de

    citocinas regulatrias IL10, TGFB1 e TGFB3. Uma proeminente induo de ARG1, INDO

    and SLC11A1 indica ativao de mecanismos de proteo do hospedeiro envolvendo

  • metabolismo de aminocidos (arginina, triptofano) e ferro. A presena de parasitas foi

    detectada no LN M aos 2DPI pela Real-Time PCR e pela imunohistoqumica. Aumento do

    nmero de parasitas no 4DPI foi seguida de intensa resposta inflamatria, edema e necrose

    tecidual no 7DPI principalmente no fgado e no LN M. Elevados nveis de AST srico no

    7DPI confirmam a leso de hepatcitos. A diminuio da inflamao e da quantidade de

    parasitas no 14DPI sugerem controle da proliferao parasitria. Elevados nveis de

    haptoglobina e xido ntrico sricos detectados aos 4DPI (D=0,05) indicam respectivamente a

    ativao de protenas de fase aguda e de macrfagos. A anlise de citometria de fluxo mostra

    elevao da porcentagem de clulas CD2/CD16 DP sugerindo envolvimento de clulas NK e

    no foram observadas alteraes na porcentagem de clulas CD4+/CD8+, CD3+/CD25+. A

    estimulao na expresso gnica, a produo de IFN-J, as determinaes sricas e leses

    histolgicas apresentam padro similar, com incio de resposta no 2DPI, elevao no 4DPI e

    7DPI e diminuio no 14DPI. A anlise da expresso de mRNA nos tecidos revelou alguns

    dos mecanismos de defesa do hospedeiro ativados durante a infeco pelo T. gondii.

    Observou-se uma equilibrada ativao de citocinas pr- e anti-inflamatrias envolvendo uma

    intrincada rede de mecanismos co-estimulatrios e regulatrios coordenando a resposta do

    tipo Th1. *Siglas dos genes segundo o Human Gene Nomenclature Committee (HGNC).

    Palavras-chave: Sunos. Toxoplasma gondii. Imunologia. Expresso gnica. Real-Time RT-

    PCR

  • ABSTRACT

    NISHI, S. M. Effect of Toxoplasma gondii infection on immune related tissue gene expression in pigs. [Efeito da infeco pelo Toxoplasma gondii na expresso de genes associados resposta imune em tecidos de sunos]. 2004. 149f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinria) Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2004.

    Toxoplasmosis is a widespread zoonosis affecting humans and large range of animal species

    worldwide. Serological surveillance indicates high infection rates, but rarely is associated to

    severe disease. T. gondii (Tg) infection induces a strong IFN-J dominated immune response

    that rapidly controls parasite replication. Pig resistance to toxoplasmosis was explored as an

    experimental model to evaluate host defense mechanisms. Pigs were fed 4.5 x 105 oocysts

    (VEG strain) and hepato-splenic (HS LN), mesenteric (MLN) and ileal lymph nodes (I LN),

    liver, blood, ileum, jejunum, spleen and thymus samples were collected at 2, 4, 7 and 14 days

    after infection (DAI). Gene expression analysis for a panel of 69 immune related genes were

    performed by Real-Time RT-PCR*. Most intense response were detected in MLN, HS LN

    and liver samples, whereas low changes were observed in periferic blood monocytes (PBMC)

    and thymus. IFNG mRNA expression and protein production were higher in MLN and HSLN

    cells than in tracheo-bronchial LN and PBMC, suggesting different levels of local response.

    Intense innate and inflammatory induction were observed in most of the tissues involving

    IL1B, IL6, IFNA1, TNF, ORM1, MYD88, TLR2, TLR4; stimulation of IFNG dominated Th1

    response included IRF1, IL23A, IL18, STAT1, SOCS1, SOCS3, ICSBP1, TBX21; balanced

    by expression of regulatory cytokines IL10, TGFB1 and TGFB3. Prominent ARG1, INDO

    and SLC11A1 upregulation indicate activation of host amino acid (arginine and tryptophan)

    and iron protective mechanisms. Tg parasites were detected by Real-Time PCR and

    immunohistochemistry in MLN as early as 2DAI. Increase of parasite burden at 4DPI was

    followed by an intense inflammatory response, edema and tissue necrosis in liver and LNM at

    7DPI. Increased serum AST levels at 7DPI confirmed liver damage. Reduced parasite

  • numbers and inflammatory response suggest control of parasite replication at 14 DPI. High

    serum haptoglobin and nitric oxide at 4DAI (D=0.05) indicate acute phase protein and

    macrophage activation, respectively. Flow citometry analysis showed increased percentage of

    CD2/CD16 DP suggesting involvement of NK cells, whereas no changes were observed at

    CD4+/CD8+, CD3+/CD25+ cells. Gene expression stimulation, IFN-J production, serum

    determinations and histological lesions showed similar pattern, of induction at 2DPI,

    increasing at 4DPI and 7DPI and decreasing at 14DPI. Tissue mRNA expression analysis

    revealed some of the host defense mechanisms activated during T. gondii infection. A balance

    of pro- and anti-inflammatory cytokine activation, involving an intricated co-stimulatory and

    regulatory mechanisms that coordinates Th1 response was observed.*Gene names according

    to Human Gene Nomenclature Committee (HGNC).

    Keywords: Pig. Toxoplasma gondii. Immunology. Gene expression. Real-Time RT-PCR

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 3.1 - Organograma de colheita e exame das amostras dos sunos experimentais Beltsville 2003 ............................................... 50

    Figura 3.2 - Visualizao grfica da amplificao pela Real-Time PCR. O ABI7700 detecta a emisso de fluorescncia - 'Rn (nas ordenadas) ao longo dos 40 ciclos trmicos da reao (na abscissa). Os resultados so expressos em valores de Ct que indica o nmero de ciclos necessrios para que o sinal fluorescente atinja o limiar de deteco - Beltsville 2003 ....... 63

    Figura 4.1.1 - Efeito da infeco pelo T. gondii na expresso gnica no linfonodo mesentrico (LN M), no linfonodo hepato-esplnico (LN HS), nas clulas mononucleares do sangue perifrico (CMSP), no fgado, no bao e no timo de sunos mensurado pela Real-Time RT-PCR. Aumento ou diminuio da expresso de mRNA nos grupos infectados em relao ao controle no-infectado Beltsville 2003 ....................................................... 91

    Figura 4.1.2 - Efeito da infeco pelo T. gondii na expresso gnica no linfonodo leo-clico (LN IC), no jejuno (JEJ) e no leo de sunos mensurado pela Real-Time RT-PCR. Aumento ou diminuio da expresso de mRNA nos grupos infectados em relao ao controle no-infectado Beltsville 2003 ................ 92

    Figura 4.2.1 - Efeito da infeco pelo T. gondii na expresso de genes no linfonodo mesentrico (LN M), no linfonodo hepato-esplnico (LN HS), no fgado, no leo e no jejuno de sunos mensurado pela Real-Time RT-PCR. Aumento ou diminuio da expresso de mRNA nos grupos infectados em relao ao controle no-infectado Beltsville 2003 ....................................................... 108

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 3.1 - Genes avaliados pela Real-Time RT-PCR nos sunos infectados por T. gondii. Funo primria, siglas dos genes, nomes e nomes alternativos, nmero de acesso no Genbank das seqncias utilizadas para o desenho dos primers e sondas e nmero do experimento (EXP) em que foi testado Beltsville - 2003 ............................................................................................. 58

    Quadro 4.1.1 - Deteco de T. gondii em tecidos de sunos nos diferentes dias ps-infeco (DPI) pelas tcnicas de PCR e imunohistoqumica (IHQ) - Beltsville 2003 ............................................................ 69

  • LISTA DE GRFICOS

    Grfico 4.1.1 - Nveis de aspartato aminotransferase (AST) srico em sunos dos grupos controle e infectados pelo T. gondii - Beltsville 2003 ............................................................................................. 71

    Grfico 4.1.2 - Nveis de IFN-J srico em sunos dos grupos controle e infectados pelo T. gondii medido pelo mtodo de ELISA - Beltsville 2003 ........................................................................ 72

    Grfico 4.1.3 - Produo de IFN-J por clulas mononucleares do sangue perifrico (CMSP), do linfonodo mesentrico (LN M), do linfonodo hepato-esplnico (LN HS) e do linfonodo traqueo-bronquial (LN TB) de sunos dos grupos controle e infectados pelo T. gondii durante cultivo em ConA por 24 horas medida pelo mtodo de ELISA - Beltsville 2003 ................................. 73

    Grfico 4.1.4 - Nveis de xido ntrico (NO) no soro de sunos dos grupos controle e infectados pelo T. gondii medido pelo mtodo de Griess - Beltsville 2003 ............................................................. 74

    Grfico 4.1.5 - Nveis de haptoglobina em sunos dos grupos controle e infectados pelo T. gondii medido por mtodo colorimtrico - Beltsville 2003 .......................................................................... 75

    Grfico 4.2.1 - Variao dos nveis de aspartato aminotransferase (AST) srico em sunos dos grupos Controle e infectados pelo T. gondii Beltsville 2003 ......................................................................... 97

    Grfico 4.2.2 - Produo de IFN-J por clulas mononucleares do sangue perifrico (CMSP), clulas do linfonodo mesentrico (LN M) e do linfonodo hepato-esplnico (LN HS) de sunos dos grupos controle e infectados pelo T. gondii durante cultivo em ConA por 24 horas medida pelo mtodo de ELISA - Beltsville 2003 . 99

  • Grfico 4.2.3 - Nveis de haptoglobina em sunos dos grupos controle e infectados pelo T. gondii medido por mtodo colorimtrico. Letras distintas entre grupos experimentais indicam diferena estatstica significante (D=0,05) - Beltsville 2003 .................... 100

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 4.1.1 - Mdia e desvio-padro (DP) dos valores de aspartato aminotransferase (AST), alanino aminotransferase (ALT), gamaglutamil transferase (GGT), bilirrubinas totais (TBILI), bilirrubina direta (DBILI), protenas totais (PT), globulinas (GLOB), albumina (ALB) e proporo albumina/globulina (A/G) das amostras de soro de sunos infectados com T. gondii econtroles no infectados. Diferena estatstica (Estat.) segundo teste de Tukey-Kramer (D=0,05) - Beltsville 2003 ................. 71

    Tabela 4.1.2 - Variao da expresso de antgenos de superfcie em clulas do linfonodo mesentrico em sunos aps a infeco por T. gondii.Mdia das porcentagens relativas, respectivos desvio padro (DP) e diferena estatstica (Estat.) entre os grupos experimentais - Beltsville 2003 ................................................ 77

    Tabela 4.1.3 - Variao da expresso de antgenos de superfcie em clulas do linfonodo hepato-esplnico em sunos aps a infeco por T.gondii. Mdia das porcentagens relativas, respectivos desvio padro (DP) e diferena estatstica (Estat.) entre os grupos experimentais - Beltsville 2003 ................................................ 78

    Tabela 4.1.4 - Variao da expresso de antgenos de superfcie em clulas do linfonodo traqueo-bronquial de sunos aps a infeco por T.gondii. Mdia das porcentagens relativas, respectivos desvio padro (DP) e diferena estatstica (Estat.) entre os grupos experimentais - Beltsville 2003 ................................................ 79

    Tabela 4.1.5 - Variao da expresso de antgenos de superfcie em clulas mononucleares do sangue perifrico de sunos aps a infeco por T. gondii. Mdia das porcentagens relativas, respectivos desvio padro (DP) e diferena estatstica (Estat.) entre os grupos experimentais - Beltsville 2003 .................................... 80

  • Tabela 4.1.6 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de linfonodo mesentrico dos sunos do EXP I. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii.Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 .................................................... 82

    Tabela 4.1.7 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de linfonodo hepato-esplnico dos sunos do EXP I. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii.Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 ..................................................... 83

    Tabela 4.1.8 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de clulas mononucleares do sangue perifrico dos sunos do EXP I. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii. Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 ................ 84

    Tabela 4.1.9 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de fgado dos sunos do EXP I. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii. Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 85

    Tabela 4.1.10 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de bao dos sunos do EXP I. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii. Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 86

    Tabela 4.1.11 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de timo dos sunos do EXP I. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii. Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 87

  • Tabela 4.1.12 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de linfonodo leo-clico dos sunos do EXP I. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii.Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 ..................................................... 88

    Tabela 4.1.13 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de jejuno dos sunos do EXP I. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii. Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 89

    Tabela 4.1.14 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de leo dos sunos do EXP I. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii. Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 90

    Tabela 4.1.15 - Variao da expresso gnica em sunos aps infeco pelo T.gondii mensurado pela Real-Time RT-PCR. Aumento (valores positivos) ou diminuio (valores negativos) da expresso de RNAm nos linfonodos mesentrico (LN M), hepato-esplnico (LN HS) e clulas mononucleares do sangue perifrico (CMSP) dos grupos infectados em relao ao controle no-infectado Beltsville 2003 ......................................................................... 93

    Tabela 4.1.16 - Variao da expresso gnica em sunos aps infeco pelo T.gondii mensurado pela Real-Time RT-PCR. Aumento (valores positivos) ou diminuio (valores negativos) da expresso de RNAm em amostras de fgado, bao e timo dos grupos infectados em relao ao controle no-infectado Beltsville 2003 ............................................................................................ 94

    Tabela 4.1.17 - Variao da expresso gnica em sunos aps infeco pelo T.gondii mensurado pela Real-Time RT-PCR. Aumento (valores positivos) ou diminuio (valores negativos) da expresso de RNAm no linfonodo leo-clico (LN IC), no jejuno e no leo dos grupos infectados em relao ao controle no-infectado Beltsville 2003 ......................................................................... 95

  • Tabela 4.2.1 - Mdia e desvio-padro (DP) dos valores de aspartato aminotransferase (AST), alanino aminotransferase (ALT), gamaglutamil transferase (GGT), bilirrubinas totais (TBILI), bilirrubina direta (DBILI), fosfatase alcalina (ALP), protenas totais (PT), globulinas (GLOB), albumina (ALB) e proporo albumina/globulina (A/G) em amostras de soro de sunos infectados com T. gondii e controles no infectados. Diferena estatstica (Estat.) segundo teste de Tukey-Kramer (D=0,05) - Beltsville 2003 ......................................................................... 97

    Tabela 4.2.2 - Mdia e desvio-padro (DP) da contagem do nmero total de leuccitos (Leu), nmero total (T) e relativo (%) de neutrfilos (Ne), linfcitos (Li), moncitos (Mo), Eosinfilos (Eo), basfilos (Ba), nmero total de eritrcitos (He), concentrao de hemoglobina (Hb), volume globular (Hct), volume corpuscular mdio (MCV), hemoglobina corpuscular mdia (MCH) e concentrao hemoglobnica corpuscular mdia (MCHC) em sunos infectados com T. gondii e controle no-infectado. Diferena entre os grupos experimentais (Estat.) segundo teste de Tukey-Kramer, D=0,05 - Beltsville 2003 ............................ 101

    Tabela 4.2.3 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de linfonodo mesentrico dos sunos do EXP II. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii.Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 ...................................................... 103

    Tabela 4.2.4 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de linfonodo hepato-esplnico dos sunos do EXP II. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii.Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 ..................................................... 104

    Tabela 4.2.5 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de fgado dos sunos do EXP II. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii. Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 105

  • Tabela 4.2.6 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de leo dos sunos do EXP II. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii. Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 106

    Tabela 4.2.7 - Resultados da Real-Time RT-PCR em amostras de jejuno dos sunos do EXP II. Valores mdios de Ct e respectivos desvios padres (DP) nos grupos controle e infectados de acordo com o dia aps a infeco com T. gondii. Diferena estatstica (Estat.) segundo o teste de Tukey-Kramer (D = 0,05) - Beltsville 2003 107

    Tabela 4.2.8 - Variao da expresso gnica em sunos aps infeco pelo T.gondii, mensurado pela Real-Time RT-PCR. Aumento (valores positivos) ou diminuio (valores negativos) da expresso de RNAm nos linfonodos mesentrico (LN M), hepato-esplnico (LN HS) e fgado dos grupos infectados em relao ao controle no-infectado Beltsville 2003 ................................................ 109

    Tabela 4.2.9 - Variao da expresso gnica em sunos aps infeco pelo T.gondii, mensurado pela Real-Time RT-PCR. Aumento (valores positivos) ou diminuio (valores negativos) da expresso de RNAm no leo e no jejuno dos grupos infectados em relao ao controle no-infectado Beltsville 2003 ................................. 110

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS1

    Ac Anticorpo

    ALP Fosfatase alcalina

    ALT Alanino aminotransferase

    ANOVA Anlise de varincia

    ANRI Animal and Natural Resources Institute

    ARS Agricultural Research Service

    AST Aspartato aminotransferase

    BARC Beltsville Agricultural Research Center

    BHQ Black Hole Quencher

    CD Antgeno de superfcie

    cDNA DNA complementar

    CMSP Clulas mononucleares do sangue perifrico

    ConA Concanavalin A, lectina da Conavalia ensiformis

    CRP Protena C-Reativa

    CSF Fator estimulador de colnia

    DC Clula dendrtica

    DNA cido desoxirribonuclico

    DNase Desoxirribonuclease

    DP Duplo positivos

    DPI Dias ps-infeco

    EDTA cido etileno diaminotetracetato sdico

    ELISA Ensaio imunoenzimtico

    FAM 6-carboxifluorescena

    FCM Citometria de fluxo

    FITC Isotiocianato de fluorescena

    HBSS Hanks Balanced Salt Solution

    HE Hematoxilina e eosina

    HEPES N-2-hydroxyethylpiperazine-N'-2-ethanesulfonic acid

    1 Devido ao uso consagrado na literatura tcnica, algumas abreviaturas seguem as iniciais de sua grafia em ingls.

  • HGNC Human Gene Nomenclature Committee

    HUGO Human Genome Organization

    IDRL Immunology and Disease Resistance Laboratory

    IFN Interferon

    Ig Imunoglobulina

    IHQ Imunohistoqumica

    IL Interleucina

    INDO Indoleamine 2,3-dioxygenase

    iNOS NO sintase induzvel

    ITS1 Internal Transcribed Spacer 1

    LN Linfonodo

    LN HS Linfonodo hepato-esplnico

    LN IC Linfonodo leo-clico

    LN M Linfonodo mesentrico

    LN TB Linfonodo traqueo-bronquial

    MAT Teste de aglutinao mofidicado

    mRNA RNA mensageiro

    NCBI National Center for Biotecnology Information

    NK Clula Natural Killer

    NO xido ntrico

    NRFL Nutrient Requirements and Functions Laboratory

    PBESL Parasite Biology, Epidemiology and Systematics Laboratory

    PBS Soluo salina tamponada

    PCR Reao em cadeia pela polimerase

    PE Ficoeritrina

    PMA Phorbol 12-myristate 13-acetate

    RNA cido ribonuclico

    RNase Ribonuclease

    ROX 6-carboxy-x-rhodamine

    RT Transcrio reversa

    SFB Soro fetal bovino

    SLA Swine Leukocyte Antigen

    STAg Antgeno solvel de T. gondii

  • T Linfcito T ou referente ao Linfcito T

    TAMRA 5-(and 6)-carboxytetramethylrhodamine

    Tc Linfcito T citotxico

    TET Tetrachloro-6-carboxyfluorescein

    TGF Fator transformador de crescimento

    Th Linfcito T helper

    TIGR The Institute for Genomic Research

    TLR Receptor tipo Toll

    TNF Fator de necrose tumoral

    USDA The United States Department of Agriculture

  • LISTA DE SMBOLOS

    D - alfa

    E- beta

    J - gama

    G' - delta

    P - micro

    C - graus Celsius

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................ 30

    2 REVISO DA LITERATURA .............................................................. 32

    3 MATERIAL E MTODO ...................................................................... 45

    3.1 LOCAL ..................................................................................................... 45

    3.2 ANIMAIS .................................................................................................. 45

    3.3 Toxoplasma gondii .................................................................................... 46

    3.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL .................................................... 46

    3.5 SACRIFCIO DOS SUNOS E COLHEITA DAS AMOSTRAS ............ 49

    3.6 ISOLAMENTO E PREPARO DAS CLULAS ...................................... 50

    3.6.1 Separao de Clulas Mononucleares do Sangue Perifrico ............... 51

    3.6.2 Separao de Clulas dos Linfonodos ................................................... 51

    3.7 CULTURA IN VITRO ............................................................................... 52

    3.8 ANLISE DE SUBPOPULAES DE CLULAS ............................... 53

    3.9 PREPARO DAS AMOSTRAS PARA A REAL-TIME RT-PCR ............ 53

    3.9.1 Extrao de RNA ..................................................................................... 54

    3.9.2 Quantificao de RNA por Espectrofotometria ................................... 54

    3.9.3 Tratamento com DNase .......................................................................... 55

    3.9.4 Determinao da Concentrao e da Qualidade do RNA .................... 55

    3.9.5 Sntese de cDNA ...................................................................................... 56

    3.10 REAL-TIME PCR ................................. 56

    3.10.1 Genes ........................................................................................................ 57

    3.10.2 Otimizao da Real-Time PCR .............................................................. 62

  • 3.10.3 Condies da Reao e Anlise dos Resultados .................................... 62

    3.11 DETERMINAO DE IFN-J .................................................................. 65

    3.12 PERFIL HEPTICO E HEMOGRAMA .................................................. 65

    3.13 DETERMINAO DE XIDO NTRICO ............................................. 66

    3.14 DETERMINAO DE HAPTOGLOBINA ............................................ 66

    3.15 DETECO DE ANTICORPOS ANTI-T. gondii ................................... 66

    3.16 DETECO DE T. gondii ........................................................................ 67

    3.17 ANLISE ESTATSTICA ....................................................................... 67

    4 RESULTADOS ........................................................................................ 68

    4.1 EXPERIMENTO I .................................................................................... 68

    4.1.1 Exames Histo-Patolgicos e Parasitolgicos ......................................... 68

    4.1.2 Pesquisa de Anticorpos Anti-T. gondii .................................................. 70

    4.1.3 Perfil Heptico ......................................................................................... 70

    4.1.4 Determinao de IFN-J ........................................................................... 72

    4.1.4.1 IFN-J Srico .............................................................................................. 72

    4.1.4.2 Produo de IFN-J .................................................................................... 73

    4.1.5 Determinao de NO ............................................................................... 74

    4.1.6 Determinao de Haptoglobina ............................................................. 75

    4.1.7 Anlise de Subpopulaes de Clulas .................................................... 75

    4.1.8 Expresso Gnica .................................................................................... 81

    4.2 EXPERIMENTO II ................................................................................... 96

    4.2.1 Pesquisa de Anticorpos Anti-T. gondii .................................................. 96

    4.2.2 Perfil Heptico ......................................................................................... 96

    4.2.3 Determinao de IFN-J ........................................................................... 98

  • 4.2.3.1 IFN-J Srico .............................................................................................. 98

    4.2.3.2 Produo de IFN-J .................................................................................... 98

    4.2.4 Determinao de Haptoglobina ............................................................. 99

    4.2.5 Hemograma ............................................................................................. 100

    4.2.6 Expresso Gnica .................................................................................... 102

    5 DISCUSSO ............................................................................................ 112

    6 CONCLUSES ....................................................................................... 133

    REFERNCIAS ...................................................................................... 135

    APNDICES .............................................................................................. 145

  • 30

    1 INTRODUO

    A toxoplasmose uma zoonose de ocorrncia mundial causada pelo protozorio

    Toxoplasma gondii (NICOLLE; MANCEAUX, 1908). Este agente se destaca por possuir uma

    ampla diversidade de hospedeiros incluindo vrias espcies de mamferos e aves. Inquritos

    sorolgicos indicam um elevado nmero de infectados tanto na populao humana quanto nos

    animais, entretanto relatos de quadros clnicos severos e infeces letais so pouco freqentes

    (DUBEY; BEATTIE, 1988).

    O T. gondii um parasita intracelular obrigatrio, capaz de invadir e se multiplicar no

    interior de qualquer clula nucleada, sem predileo por tipo tecidual. A infeco se

    caracteriza na maior parte dos casos por uma fase inicial aguda de intensa replicao do

    parasita, seguida de uma fase crnica, assintomtica em que o parasita se reproduz

    lentamente.

    Os mecanismos de defesa do hospedeiro exercem um papel crucial no controle da

    atividade do parasita. Na fase inicial da infeco ocorre o processo de reconhecimento

    antignico e ativao do sistema de defesa especfica. A consolidao da resposta

    imunolgica especfica inibe eficientemente a replicao do T. gondii, porm no capaz de

    destru-lo. O T. gondii por sua vez possui mecanismos de evaso do sistema imune,

    assumindo uma forma de baixa imunogenicidade formando cistos em tecidos onde se mantm

    vivel por anos, provavelmente por toda vida do hospedeiro.

    Alteraes na funo imunolgica do hospedeiro podem reativar a infeco crnica, o

    que a caracteriza como uma doena oportunista. Quando associado a doenas debilitantes e

    imunossupressoras produz leses intensas devido a reproduo descontrolada do parasita que

    levam o indivduo a bito (DUBEY; BEATTIE, 1988).

  • 31

    O principal modelo experimental para o estudo da toxoplasmose a infeco em

    camundongos. A manipulao gentica e os recursos de biologia molecular fornecem

    informaes valiosas para a compreenso dos mecanismos biolgicos envolvidos na etiologia

    da doena. Existem, entretanto, diferenas metablicas entre humanos e camundongos que

    devero ser estudadas com a utilizao de espcies animais de grande porte como modelo

    experimental (HEIN; GRIEBEL, 2003; MESTAS; HUGHES, 2004).

    Em comparao aos camundongos, os sunos apresentam maior resistncia infeco

    pelo T. gondii, comportando-se de modo parecido aos humanos. Os sintomas clnicos so

    pouco intensos e similares aos observados em outras infeces sistmicas. Quando aparentes

    os sintomas so observados nas primeiras semanas ps-infeco, incluindo febre,

    linfoadenomegalia, hiporexia e apatia. Aps este breve perodo, a infeco controlada pelo

    sistema imune e o parasita se mantm latente em cistos teciduais (DUBEY; BEATTIE, 1988;

    DUBEY et al., 1996).

    Apesar do grande nmero publicaes sobre o assunto, os mecanismos responsveis

    pelo controle da multiplicao e da manuteno dos cistos teciduais em fase de latncia ainda

    no foram completamente identificados. O presente trabalho explora a resistncia da espcie

    suna toxoplasmose como modelo de estudo para a compreenso dos mecanismos de defesa

    envolvidos durante a fase aguda da infeco. Foram quantificados a expresso de 69 genes em

    diferentes tecidos do hospedeiro, obtendo-se assim a variao da expresso dos genes em

    diferentes dias aps a infeco e tambm o padro de resposta nos diferentes tecidos.

    Paralelamente expresso gnica nos tecidos, a resposta imunolgica foi abordada por

    indicadores sricos, cultura de clulas e histopatologia.

  • 32

    2 REVISO DE LITERATURA1

    Infeces experimentais em camundongos so o ponto inicial para o estudo dos

    mecanismos de defesa toxoplasmose. A facilidade de manuteno de linhagens isognicas,

    aliada possibilidade de manipulao gentica, a obteno de vrias geraes em um curto

    espao de tempo e a elevada suscetibilidade da espcie infeco pelo T. gondii tornou o

    camundongo o modelo padro para esse tipo de estudo. A supresso ou a introduo de genes

    em camundongos geneticamente modificados permitiu determinar o papel fisiolgico da

    protena por eles codificada frente a diversas condies experimentais.

    Por outro lado, infeces em culturas de clulas mostraram a capacidade de resposta

    de diferentes isolados de clulas ao parasitismo. Tipos celulares de origens e de funes

    variadas como clulas epiteliais (DENNEY; ECKMANN; REED, 1999), fibroblastos

    (BLADER; MANGER; BOOTHROYD, 2001; BRENIER-PINCHART et al., 2002;

    CHANNON et al., 2002), clulas dendrticas e macrfagos (CHAUSSABEL et al., 2003;

    ROBBEN et al., 2004), esplencitos (GAZZINELLI et al., 1993; ROBBEN et al., 2004)

    responderam infeco pelo T. gondii por meio de liberao de diferentes fatores ligados

    quimiotaxia, induo de resposta inflamatria e com efeito microbicida.

    Ambos modelos experimentais, camundongos e cultivo em clulas, tm sido

    intensamente explorados no estudo da interao hospedeiro-parasita. Ao considerar diferenas

    biolgicas entre espcies e condies laboratoriais artificiais torna-se difcil a extrapolao de

    1 Nota da autora: Na reviso de literatura foram utilizadas as siglas e abreviaturas adotadas na publicao original. No experimento da tese, foram utilizadas as siglas de genes conforme o Human Gene Nomenclature Committee (HGNC) do Human Genome Organization (HUGO) apresentandas no site em janeiro de 2004. Devido a constantes atualizaes na nomenclatura, eventuais diferenas podem ser notadas entre as siglas aqui publicadas e siglas atualmente vigentes. As protenas seguem a nomenclatura do The Journal of Immunology Standard Abbreviations. Desta maneira, IFNG, TNF, IL12A, NOS2A referem-se aos genes e IFN-JTNF-D, IL12p35, iNOS referem-se s respectivas protenas.

  • 33

    dados experimentais para a compreenso de fenmenos reais. A defesa contra a infeco pelo

    T. gondii formada por uma cascata de eventos, envolvendo componentes da imunidade

    inata que iro exercer importante papel na consolidao da resposta especfica

    A resposta inata pode ser observada em diferentes tipos celulares, independente de sua

    origem ou funo primria (YAP; SHER, 1999). Embora inespecfica, possui componentes

    importantes para a ativao, a diferenciao celular e a consolidao da defesa especfica.

    O controle efetivo da infeco pelo T. gondii feito pela imunidade mediada por

    clulas. A defesa celular envolve a ativao escalonada de tipos celulares especializados que

    se interagem atravs da expresso de antgenos de superfcie, da secreo de mediadores

    especficos, conhecidos como citocinas, e sua interao sobre receptores prprios. Desta

    maneira, a avaliao do perfil das citocinas produzidas durante uma dada infeco, fornece

    importantes pistas a respeito do grau e da forma de ativao da imunidade celular. Na

    literatura as citocinas so tambm encontradas sob as designaes quimiocinas, linfocinas e

    fatores de crescimento (PAUL, 1999).

    A imunidade humoral representada pela produo de anticorpos especficos o

    principal indicador para o diagnstico da toxoplasmose na populao. Possui grande valia

    para a deteco dos indivduos infectados, porm no fornece informaes sobre o estado

    imune ou a resistncia do hospedeiro (DUBEY; BEATTIE, 1988; FILISETTI; CANDOLFI,

    2004).

    As citocinas so molculas proteicas, produzidas e secretadas pelas clulas em

    resposta a um estmulo, isto , sua produo induzida em um dado momento e cessa to logo

    o fator estimulatrio seja eliminado ou reprimido. Exercem funo local sobre os tecidos e

    podem possuir atividade autcrina, agindo sobre as prprias celulas produtoras, ou parcrina,

    isto , agindo sobre diferentes alvos celulares (PAUL, 1999).

  • 34

    Diferentes padres de citocinas so secretados em resposta a diferentes formas de

    infeco, resultando em diferentes respostas efetoras. A partir destas observaes,

    desenvolveu-se o conceito do paradigma das respostas do tipo Th1/Tc1 e tipo Th2/Tc2. A

    resposta Th1/Tc1, envolveria as clulas T helper e citotxicas mediadas por citocinas como o

    interferon gama (IFN-J e fator de necrose tumoral alfa (TNF-D que so induzidas por

    infeces intracelulares, como por exemplo vrus e bactrias. A resposta Th2/Tc2 por sua vez,

    estaria associada s citocinas interleucina-4 (IL-4), IL-5 e IL-13 produzidas em resposta a

    infeces extracelulares, por exemplo helmintos. As respostas Th1 e Th2 so contra-

    balanceadas por mecanismos de inibio, desta forma, citocinas Th1 inibem a expresso de

    citocinas Th2 e a ausncia de estimulao Th1 levaria a produo de resposta Th2

    (JANKOVIC; LIU; GAUSE, 2001; PEARCE; SCOTT; SHER, 1999; SZABO et al., 2003).

    No que se refere toxoplasmose, a citocina-chave para o estudo da resistncia o

    IFN-Jenvolvendo a atividade de clulas Th1. Infeces experimentais em camundongos

    revelam que a produo de IFN-J um passo crtico para a proteo do hospedeiro contra a

    infeco pelo T. gondii. A ausncia do gene ou a deficincia na produo de IFN-J ou de seu

    respectivo receptor leva replicao descontrolada do parasita e o hospedeiro evolui

    rapidamente para a morte (FUJIGAKI et al., 2002; SCHARTON-KERSTEN et al., 1996b;

    YAP; SHER, 1999).

    A produo de IFN-J por linfcitos T e clulas NK responsvel pela ativao de

    macrfagos e das prprias clulas NK (FILISETTI; CANDOLFI, 2004) e est fortemente

    associado a induo da converso de taquizotos para bradizotos (BOHNE; HEESEMANN;

    GROSS, 1993; JONES; BIENTZ; ERB, 1985).

    Este efeito protetor do IFN-J deve, entretanto, possuir mecanismos regulatrios

    visando impedir efeitos imunopatolgicos. Ao comparar de linhagens de camundongos

    suscetveis e resistentes toxoplasmose aguda observou-se, de forma intrigante, nveis de

  • 35

    IFN-J sricos mais elevados nas linhagens sucetveis que nas resistentes. Esta elevada

    concentrao de IFN-J foi associada a um processo inflamatrio agudo com edema e necrose

    tecidual bastante intensas no fgado e no linfonodo mesentrico (MCLEOD et al., 1989). A

    produo exacerbada de IFN-J foi tambm observada nas infeces letais causadas por

    isolados de T. gondii altamente virulentos (GAVRILESCU; DENKERS, 2001; MORDUE et

    al., 2001).

    Para melhor compreender a cascata de ativao da resposta Th1 e tomando o IFN-J

    como referncia, diversos trabalhos buscam identificar os mediadores resposveis pela

    induo da produo de IFN-J, a sinalizao intracelular e as vias efetoras ativadas pelo IFN-

    J.

    Ao longo da infeco a ativao do sistema imune ocorre por mecanismos mltiplos.

    Alm de reconhecimento de antgenos do T. gondii, a leso celular e citlise geram sinais no

    especficos que alertam as clulas fagocitrias da presena do agressor (SCOTT; HUNTER,

    2002).

    Os mecanismos de defesa ativados nesta fase precoce da infeco so mecanismos

    inespecficos porm importantes para a organizao da resposta especfica. Nesta fase inicial,

    clulas fagocitrias como as clulas dendrticas (DC), moncitos e macrfagos desempenham

    um papel essencial no reconhecimento do agente invasor, na apresentao antignica e

    gerao sinais especficos para as clulas efetoras (PAUL, 1999).

    Nos camundongos a IL-12 a principal citocina indutora da produo de IFN-J. As

    DCs controlam a magnitude e a qualidade da resposta Th1 com a produo de interleucina-12

    (IL-12) (SCOTT; HUNTER, 2002). A ausncia de IL-12 aumenta a suscetibilidade

    infeco, com menor produo de mediadores inflamatrios, maior replicao parasitria e

    morte em menor espao de tempo (ARAUJO et al., 2001). Tanto parasitas ntegros quanto

    antgenos solveis so capazes de induzir IL-12 e desta forma, estimular clulas efetoras

  • 36

    como linfcitos T e clulas Natural Killer (NK) a produzir IFN-J(GAZZINELLI et al., 1994).

    Nas clulas NK a sntese de IFN-J dependente de IL-12 e pode ser aumentada pelo IFN-J,

    pelo TNF-D e pela IL-2 (GAZZINELLI et al., 1993). Acredita-se que na fase inicial da

    infeco, as clulas NK e os macrfagos so os principais responsveis pela resistncia inata,

    no-especfica (FILISETTI; CANDOLFI, 2004).

    A IL-12 tambm citada como importante citocina na manuteno da resistncia

    contra a toxoplasmose crnica. Camundongos IL-12 deficientes conseguiram responder

    infeco quando tratados com IL-12 exgena. Ao redor de trs semanas aps a interrupo do

    tratamento observou-se um intenso aumento do nmero de cistos imaturos no crebro,

    associadas a reas de necrose e morte por encefalite aguda (YAP; PESIN; SHER, 2000).

    Da mesma maneira que as DCs e as clulas NK, os macrfagos tambm contribuem na

    modulao da imunidade pela secreo de IL-12 e se destacam por exercer funes efetoras

    anti-microbianas. A produo de reagentes oxidativos, xido ntrico e atividade de enzimas

    lisossomais constituem alguns dos vrios mecanismos microbicidas dos macrfagos

    (STAFFORD; NEUMANN; BELOSEVIC, 2002).

    O mecanismo de ativao do sistema imune controlado por uma intrincada rede de

    citocinas. Parte destes mecanismos j so bem definidos no modelo experimental dos

    camundongos, mas alguns experimentos em sunos sugerem possveis diferenas na resposta

    entre as espcies. Um exemplo a via de ativao da produo de IFN-J pela ao da IL-12.

    Solano-Aguilar et al. (2002) no obtiveram xito ao estimular a produo de IFN-J em

    linfcitos de sunos in vitro utilizando IL-12 recombinante (rIL-12) espcie especfica. O

    mesmo experimento utilizando linfcitos de bovinos, a rIL-12 suna mostrou-se ativa,

    estimulando a produo de IFN-J.

    Ao comparar a induo de mRNA em culturas de clulas mononucleares do sangue

    perifrico de sunos e bovinos, observa-se um aumento da expresso de IL12RE2 nos bovinos,

  • 37

    mas no nas clulas de sunos, o que leva a supor que a baixa resposta dos sunos IL-12

    esteja ligada reduzida quantidade de receptores prprios (SOLANO-AGUILAR et al.,

    2002).

    Este fato leva a considerar a possibilidade de vias alternativas de induo da produo

    de IFN-J independentes da IL-12. Sabe-se que camundongos infectados e tratados com

    anticorpos monoclonais (mAc) anti-IL12 so capazes de produzir IFN-J (SCHARTON-

    KERSTEN et al., 1996a).

    O estudo da atividade das citocinas deve portanto englobar todo um conjunto de

    citocinas que apresentam funes similares, pois sabe-se que diferentes citocinas so capazes

    de produzir o mesmo efeito final e agindo muitas vezes em sinergismo (LUNNEY, 1998). Um

    exemplo deste efeito observado na ao sinrgica da IL-18 em relao IL-12, aumentando

    a produo de IFN-J (CAI; KASTELEIN; HUNTER, 2000).

    Camundongos deficientes de STAT4, protena envolvida na sinalizao intracelular da

    IL-12, so muito sensveis a infeco pelo T. gondii por apresentar baixos nveis de IFN-J. A

    administrao associada de IL-2 e IL-18 foi capaz de induzir a produo de IFN-J e aumentar

    a sobrevida dos camundongos (CAI et al., 2000).

    Este mesmo efeito foi observado em camundongos portadores de uma deficincia na

    sinalizao da IL-12 que conseguiram recuperar a produo de IFN-J quando tratados com

    IL-18 (YAP et al., 2001).

    Ao pensar em similaridades estruturais, a IL-23 se assemelha IL-12 ao compartilhar

    a mesma a subunidade p40. Ambas so citocinas heterodimricas, diferindo entre si pela

    associao das subunidades p19 e p35, respectivamente.

    Infeces experimentais em camundongos e estimulao de DCs in vitro indicaram

    uma elevao da expresso de mRNA para IL23, levantando uma possvel via alternativa de

    ativao do IFN-J. Entretanto, em camundongos geneticamente modificados, a supresso dos

  • 38

    genes p40 e p35 geraram maiores prejuzos resposta contra o T. gondii do que a do gene p19

    (LIEBERMAN et al., 2004).

    Em infeces in vivo fica evidente que juntamente com o IFN-J outras citocinas

    inflamatrias agem na proteo contra o T. gondii. A deficincia de receptores para o TNF-D

    e a enzima iNOS tambm levam a uma maior suscetibilidade a infeco por T. gondii (YAP et

    al., 1998; YAP; SHER, 1999).

    Em humanos os mecanismos de ativao associados a taquizotos vivos, mortos e

    antgenos solveis de T. gondii (STAg) so distintos. Parasitas vivos induzem a produo de

    IL-12 por DC humanas envolvendo vias ligadas a interao de antgenos CD40 e seu

    respectivo ligante, o CD40L, o que no observado em estudos com lisados do T. gondii

    (SUBAUSTE; WESSENDARP, 2000). Nos camundongos esta interao CD40-CD40L no

    essencial resposta imune, pois DCs de camundongos deficientes em CD40 so capazes de

    produzir IL-12 em resposta a STAg e infeco com parasitas vivos (REICHMANN et al.,

    2000).

    A interao CD40-CD40L citada como uma das possveis vias que substituem a via

    de sinalizao do TNF (PEARCE; SCOTT; SHER, 1999).

    Na imunidade inata a molcula adaptadora MyD88 est vinculada a ativao dos

    receptores Toll-like (TLR). Sabe-se que esta via dos TLRs tambm est envolvida na resposta

    infeco, pois camundongos deficientes do gene MYD88 apresentam baixos nveis de IL-12

    srico e uma multiplicao descontrolada do T. gondii (SCANGA et al., 2002).

    Em oposio ao raciocnio anterior em que diferentes citocinas levam ao mesmo efeito

    final, importante ressaltar que uma citocina pode possuir funes mltiplas, isto , uma

    nica citocina capaz de induzir diversas vias efetoras. O estudo de uma nica citocina

    fornece uma lista de possveis formas de controle da infeco pelo T. gondii, entretanto no

    possvel afirmar qual a via mais importante.

  • 39

    Ao se falar em clula efetora e atividade anti-microbiana sabe-se que no somente

    clulas derivadas da medula ssea, mas tambm clulas somticas de origem no-

    hematopoitica respondem ao estmulo do IFN-J e do TNF-Disto , potencialmente vrios

    tipos celulares podem responder s citocinas. O mecanismo efetor responsvel pelo controle

    do T. gondii ainda no foi elucidado, existindo vrias teorias sobre os possveis fatores

    envolvidos.

    A produo de reagentes txicos como o xido ntrico (NO) um dos mecanismos

    envolvidos no controle das infeces intracelulares por bactrias. A enzima responsvel pela

    produo de NO pelas clulas a NO sintase (NOS). Esta enzima encontrada em diversas

    isoformas, sendo a iNOS a forma expressa em clulas imunes ativadas (STAFFORD;

    NEUMANN; BELOSEVIC, 2002). A induo da iNOS observada em vrios tipos celulares,

    entretanto a funo microbicida do xido ntrico (NO) parece estar restrita aos moncitos e

    macrfagos (NATHAN; XIE, 1994).

    Em camundongos a induo da iNOS e a produo de NO importante na defesa

    macrofgica contra o T. gondii, porm acredita-se que no seja o nico mecanismo envolvido

    (HAYASHI et al., 1996; YAP; SHER, 1999). Infeces no-letais em camundongos normais

    tornam-se letais em camundongos deficientes do gene para a iNOS (DENKERS, 1999). Nos

    humanos, esta atividade ainda controversa.

    Ativao de mecanismos de depleo de nutrientes ao parasita a outra hiptese para

    a diminuio da atividade dos taquizotos. O IFN-J induz uma intensa produo de

    indoleamine 2,3-dioxigenase (INDO) nos macrfagos. Esta enzima que seria responsvel pela

    depleo de triptofano necessrio para a replicao do T. gondii (PFEFFERKORN, 1984).

    Porm somente a depleo de triptofano no suficiente para garantir a inibio da

    multiplicao do parasita (MACKENZIE et al., 1999).

  • 40

    A interao entre as diversas vias efetoras podem levar a resultados diferentes do

    esperado. A produo de NO pode inibir a expresso de INDO em macrfagos ativados por

    IFN-J (ALBERATI-GIANI et al., 1997).

    A ativao da enzima arginase leva a depleo de arginina. A ausncia de arginina,

    substrato para a enzima NO sintase, levaria a uma baixa produo de NO favorecendo o

    crescimento parasitrio (VINCENDEAU et al., 2003).

    Conforme avanam os conhecimentos acerca das citocinas observa-se uma

    necessidade de uma maior compreenso das mltiplas interaes que regem a resposta imune.

    Partindo-se do conceito de que o equilbrio entre citocinas pro e anti-inflamatrias seria

    fundamental para assegurar o combate da infeco sem levar a auto-destruio de tecidos do

    organismo, a ativao de fatores reguladores cumprem um importante papel na fase de

    recuperao e regenerao celular (DENKERS, 1999). A atividade regulatria

    desempenhada tanto no meio extracelular por meio da secreo de citocinas regulatrias ou no

    intracelular pela ao de supressores da sinalizao.

    O efeito da hiperativao inflamatria e imunolgica foi descrito em camundongos

    com infeces letais. Foram observadas excessiva produo de citocinas como IFN-J e TNF-

    D associada a leses intensas em tecido heptico e cerebral (MORDUE et al., 2001).

    Dentre as citocinas regulatrias a IL-10 e o TGF-E so as provveis citocinas

    envolvidas no controle do efeito Th1 durante a toxoplasmose aguda. Embora primariamente

    classificada como uma citocina Th2, trabalhos recentes tm sugerido associar a IL-10 a

    clulas T regulatrias (COUSINS; LEE; STAYNOV, 2002; VOLK et al., 2001). Sabe-se que

    a IL-10 possui efeito inibitrio sobre as citocinas IL-2, IFN-JTNF-D e fator estimulador de

    colnia granuloctica-macrofgica (GM-CSF), inibindo a resposta Th1, por supresso da IL-

    12 (LEONARD, 1999).

  • 41

    A leso mais severa observada em camundongos deficientes em IL-10 infectados por

    T. gondii foi a necrose aguda de segmentos intestinais e do fgado. Interessantemente o

    bloqueio do efeito do IFN-J, da IL-12 ou das clulas CD4+ por meio de anticorpos

    monoclonais prolongou a sobrevida destes camundongos (SUZUKI et al., 2000).

    O TGF-E inibe a atividade macrofgica induzida pelo IFN-J por meio da inibio da

    produo de TNF-D (LANGERMANS et al., 2001).

    O efeito inibitrio pode ocorrer no meio intracelular. Normalmente a juno da

    citocina em seu receptor produz uma sinalizao intracelular que envolve a ativao de

    molculas intracelulares como JAKs (Janus family kinases) e STATs (Signal transducers and

    activators of transcription). Cabe aos supressores da sinalizao das citocinas (suppressors of

    cytokine signaling - SOCS) regular a sinalizao intracelular (FUJIMOTO; NAKA, 2003).

    SOCS1 foi inicialmente descrito como uma molcula induzida por STAT (STAT-

    induced STAT inhibitor). Atualmente sabe-se que induzida tambm pela insulina,

    lipopolissacardeos (LPS), CpG DNA e outras molculas que no ativam STATs. um

    regulador negativo da sinalizao de vrias citocinas, entre elas IFN-J, IL-6 e IL-4

    (FUJIMOTO; NAKA, 2003).

    A ausncia do gene SOCS1 em camundongos causa morte antes de trs semanas de

    vida, com retardo no crescimento, linfocitopenia, doena heptica e falncia mltipla de

    rgos. Os linfcitos destes camundongos apresentam-se ativados, mesmo quando criados em

    condies specific-pathogen-free (SPF). Camundongos SOCS1 e IFNG duplo negativos no

    apresentam as leses inflamatrias observadas nos somente SOCS1 negativos e possuem uma

    sobrevida maior (FUJIMOTO; NAKA, 2003).

    O padro da resposta contra diferentes agentes indica que ocorrem diferentes

    mecanismos de ativao da imunidade adaptativa. Moncitos e clulas dendrticas humanas

    infectadas in vitro apresentaram padres de expresso gnica distintos quando incubadas com

  • 42

    Mycobacterium tuberculosis, Leishmania major, Leishmania donovani, T. gondii e Brugia

    malayi (CHAUSSABEL et al., 2003).

    Frente a complexidade de fatores envolvidos na resposta a infeco pelo T. gondii e

    considerando a possibilidade da ativao de vias distintas a aquelas observadas nos

    camundongos, a espcie suna foi escolhida como modelo de estudo para o presente

    experimento.

    A compilao das informaes at aqui reunidas foi empregada para listar os

    principais genes de interesse no estudo da infeco pelo T. gondii. A compreenso dos fatores

    envolvidos na resistncia dos sunos a toxoplasmose aguda poder no futuro apontar novos

    caminhos para o desenvolvimento de adjuvantes de vacinas, imunoestimulantes e de terapias.

    A tcnica da Real-Time PCR foi escolhida por permitir a quantificao do produto da

    PCR de uma forma bastante acurada e de uma maneira bastante simples quando comparada s

    provas de PCR competitivo (BUSTIN, 2000; ZARLENGA; HIGGINS, 2001). Robustez, boa

    linearidade e capacidade de deteco de pequenas variaes de DNA a tornaram uma boa

    alternativa para os estudos de resistncia a doenas, resposta a drogas e funes metablicas.

    Visando o emprego da espcie suna como modelo para o estudo de resistncia a

    doenas e afeces nutricionais, Dawson et al. (2001) catalogaram seqncias de sunos

    publicadas em diferentes bancos de acesso pblico (Genbank, TIGR), desenvolveram e

    testaram primers e sondas espcie especficos.

    Os primeiros testes da Real-Time RT-PCR em sunos avaliaram o padro de resposta

    de 24 genes infeco por T. gondii e por Ascaris suum. Os resultados mostraram-se bastante

    consistentes com o esperado, revelando uma tendncia a induo de citocinas Th1 na

    toxoplasmose e citocinas Th2 na infeco pelo A. suum (DAWSON et al., 2002a).

    A boa performance da Real-Time RT-PCR levou ampliao da lista de genes a

    serem testados. Um outro experimento avaliou-se 12 genes em amostras de linfonodo

  • 43

    mesentrico e fgado de sunos infectados por T. gondii. Em ambos os tecidos houve forte

    induo dos genes IFNG e IRF1. Alm destes dois genes, no fgado observou-se alteraes

    tambm em outros genes associados induo da resposta Th1, como HLX1, MYD88,

    STAT1, TBX21, CD8A, CD8B e CD28 (DAWSON et al., 2004).

    Nos experimentos iniciais de Dawson et al. (2002a) os sunos foram necropsiados aps

    7 e 14 dias ps-infeco (DPI) pelo T. gondii e observou-se uma forte induo de IFNG no

    dia 7 e uma diminuio da resposta no dia 14, sugerindo uma tendncia a resoluo do

    processo aps este perodo. No presente experimento as necrpsias foram realizadas em dias

    mais precoces de infeco e avaliados um maior nmero de genes.

    Os genes foram selecionados com base em dados registrados em publicaes recentes

    a respeito dos fatores ligados resistncia e imunopatologia da toxoplasmose e foram

    categorizados segundo a funo primria em: 1) genes housekeeping (constitutivo); 2) defesa

    inata e inflamatria; 3) resposta Th1; 4) resposta Th2; 5) efetor; 6) regulatrio; 7) co-

    estimulatrio e 8) apoptose.

  • 44

    Os principais objetivos deste trabalho foram:

    - a quantificao da expresso gnica em tecidos de sunos infectados pelo T. gondii,

    - a avaliao da variao da expresso em diferentes perodos durante a infeco aguda,

    - a observao do padro de resposta local em diferentes tecidos e desta forma,

    - identificar possveis genes associados a resistncia a infeco.

    Complementando a avaliao da expresso gnica, a resposta imune dos sunos foi

    tambm acompanhada por meio de determinaes sricas de IFN-J, xido ntrico e

    haptoglobina; anlise de subpopulaes de clulas por citometria de fluxo e cultura de clulas

    para mensurao de produo de IFN-J. A presena do T. gondii foi confirmada pela

    identificao do parasita nos tecidos e associado a leses histopatolgicas.

  • 45

    3 MATERIAL E MTODO

    3.1 LOCAL

    O experimento foi realizado nas instalaes do Departamento de Agricultura dos

    Estados Unidos da Amrica (USDA), na cidade de Beltsville, Estado de Maryland, EUA. Os

    sunos experimentais foram mantidos em instalaes prprias da Unidade de Parasitologia

    Animal (APU) seguindo as Normas de Biosegurana do USDA. Todo material biolgico foi

    processado nos Laboratrios: Immunology and Disease Resistance Laboratory (IDRL),

    Parasite Biology, Epidemiology and Systematics Laboratory (PBESL)1, pertencentes ao

    Animal and Natural Resources Institute (ANRI) e Nutrient Requirements and Functions

    Laboratory (NRFL), do Beltsville Human Nutrition Research Center, Agricultural Research

    Service (ARS), USDA.

    3.2 ANIMAIS

    Sunos Poland China x Landrace provenientes da fazenda experimental do USDA,

    foram alojados em instalaes apropriadas com rao comercial balanceada e gua ad libitum.

    O manejo dirio dos animais assim como todo procedimento experimental foram executados

    pelo pessoal tcnico responsvel seguindo as normas de conduta aprovadas pelo Beltsville

    Area Animal Care and Use Committee do ANRI, USDA.

    1 Atualmente IDRL foi incorporado ao PBESL e denominado Animal Parasitic Diseases Laboratory.

  • 46

    Antes do incio do experimento, amostras de sangue foram colhidas para deteco de

    anticorpos sricos anti-T. gondii por meio da prova de aglutinao modificada (MAT).

    3.3 Toxoplasma gondii

    Foram utilizadas amostras de T. gondii das cepas VEG e RH fornecidas pelo PBESL.

    Oocistos de T. gondii da cepa VEG foram isolados de fezes de gatos

    experimentalmente infectados (DUBEY et al., 1996). Aps a esporulao, a infectividade e a

    viabilidade dos oocistos foram testados em camundongos (DUBEY et al., 1998) e utilizados

    como inculo nas infeces experimentais.

    A cepa VEG foi primariamente isolada de um paciente humano portador de HIV,

    caracterizada como um isolado avirulento para camundongos e genotipicamente classificada

    como do tipo III baseada em anlise do gene SAG (DUBEY et al., 1996; HOWE et al., 1997).

    Taquizotos de T. gondii da cepa RH foram isolados e purificados do lquido asctico

    de camundongos experimentalmente infectados e utilizados como controle positivo nas

    reaes de PCR.

    3.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

    Foram realizados dois experimentos similares, utilizando sunos com idades variando

    de trs a cinco meses de idade infectados oralmente com 4,5 x 105 oocistos de T. gondii (cepa

  • 47

    VEG). Os animais infectados foram necropsiados aps dois, quatro, sete e 14 dias de

    infeco. Para cada dia de infeco, foi necropsiado um animal controle.

    Os grupos experimentais foram denominados 2DPI, 4DPI, 7DPI e 14DPI de

    acordo com o tempo de infeco em dias ps-infeco e Controle para o grupo de animais

    no-infectados.

    EXPERIMENTO I

    No primeiro experimento (EXP I) foram utilizados doze animais. Os grupos 2DPI e

    4DPI eram constitudos por trs animais, enquanto que os grupos Controle, 7DPI e 14DPI

    eram formados por dois animais.

    A resposta de defesa dos animais foi avaliada por meio de:

    - Mensurao da expresso gnica em amostras de linfonodos mesentrico (LN M),

    hepato-esplnico (LN HS), leo-clico (LN IC), clulas mononucleares do sangue perifrico

    (CMSP), fgado, bao, timo, jejuno e leo por meio de transcrio reversa seguida de reao

    em cadeia pela polimerase em tempo real (Real-Time RT-PCR).

    - Mensurao dos nveis sricos de IFN-J, de xido ntrico (NO) e de haptoglobina.

    - Produo de IFN-J pelas clulas mononucleares do sangue perifrico (CMSP) e

    linfonodos.

    - Anlise de subpopulaes de clulas por citometria de fluxo (FCM).

    A presena do T. gondii e as leses teciduais foram avaliadas por meio de:

    - Deteco de T. gondii em amostras de LN M, fgado, pulmo, bao e leo por meio

    da Real-Time PCR.

  • 48

    - Exames histopatolgicos corados pela Hematoxilina e Eosina (HE) e

    imunohistoqumica (IHQ).

    - Funo e leso heptica foi avaliada por meio de mensurao srica de enzimas

    hepticas, protenas totais, albumina, globulinas, bilirrubinas total e direta.

    A partir dos resultados preliminares do EXP I, procedeu-se um segundo experimento

    (EXP II), em que foram testados um painel distinto de genes na Real-Time RT-PCR. Foram

    mantidos 30 genes do painel anterior, excludos 18 e includos 18 novos genes.

    EXPERIMENTO II

    No segundo experimento (EXP II) foram utilizados 16 animais, quatro controles e trs

    animais para cada grupo infectado (2DPI, 4DPI, 7DPI e 14DPI).

    A resposta imune destes animais foi acessada por meio de:

    - Mensurao da expresso gnica em linfonodos mesentrico e hepato-esplnico,

    fgado, jejuno e leo utilizando Real-Time RT-PCR.

    - Mensurao dos nveis sricos de haptoglobina.

    - Produo de IFN-J pelas CMSP, clulas dos LN M e LN HS.

    A infeco e a leso causada pelo T. gondii foi avaliada por meio de:

    - Exames histopatolgicos corados pela HE e IHQ.

    - Perfil heptico por meio de mensurao srica de enzimas hepticas, protenas totais,

    albumina, globulinas, bilirrubinas total e direta.

  • 49

    3.5 SACRIFCIO DOS SUNOS E COLHEITA DAS AMOSTRAS

    Animas foram sacrificados por superdosagem de anestsicos e imediatamente

    necropsiados. Amostras de tecidos e sangue foram separados e adequadamente

    acondicionados para cada prova a ser realizada (Figura 3.1):

    1) Colheita de tecidos para mensurao de expresso mRNA: Fragmentos de

    linfonodos mesentrico, traqueo-bronquial, leo-clico e hepato-esplnico; jejuno, leo,

    fgado, bao e timo foram colhidos e imediatamente congelados em nitrognio (N2) lquido,

    transportados ao laboratrio e mantidos em freezer 70C at o processamento.

    2) Sangue total em tubos contendo anti-coagulante (cido etileno diaminotetracetato

    sdico - EDTA) para separao das CMSP e hemograma.

    3) Linfonodos (hepato-esplnico, traqueo-bronquial, mesentrico) em meio de colheita

    (Apndice A) para separao de clulas mononucleares para FCM e cultivo em meio para

    avaliao da produo de IFN-J.

    4) Amostras de LN M, fgado, bao, pulmo e leo foram mantidas em gelo e enviadas

    ao laboratrio para extrao de DNA para deteco de T. gondii.

  • 50

    5) LN M, fgado, bao, pulmo e leo foram fixados em formol tamponado para exame

    histopatolgico.

    6) Sangue para separao de soro para deteco de anticorpos sricos anti-T. gondii,

    avaliao do perfil heptico, IFN-J srico, NO e haptoglobina.

    Todos os animais e material descartvel utilizados foram incinerados aps a colheita

    das amostras.

    Figura 3.1 - Organograma de colheita e exame das amostras dos sunos experimentais Beltsville - 2003

    3.6 ISOLAMENTO E PREPARO DAS CLULAS

    Procedeu-se o isolamento de clulas do sangue perifrico e dos linfonodos

    mesentrico, hepato-esplnico e traqueo-bronquial para a realizao das culturas in vitro (item

    Sunos infectados por T. gondii

    DNAReal-Time PCR

    T. gondii

    mRNAReal-Time RT-PCRexpresso de genes

    HistologiaH&EIHQ

    TECIDOSLN M, LN HS, LN TB

    Fgado, Bao, SangueJejuno, leo, Timo

    CulturaProduo de IFN-J

    FCMAg de superfcie

    CLULAS

    CMSP, LN M,LN HS, LN TB

    Ac a-T. gondiiMAT

    NO

    IFN-JELISA

    Funo hepticaAST, ALP, ALTPT, Alb, Glob,

    Bilirrubina

    Haptoglobina

    SORO

    HemogramaContagens deeritrcitos eleuccitos

    SANGUE TOTAL

  • 51

    3.7), anlise fenotpica de subpopulaes por citometria de fluxo (item 3.8) e extrao de

    RNA (item 3.9.1).

    3.6.1 Separao de Clulas Mononucleares do Sangue Perifrico

    Clulas mononucleares circulantes no sangue perifrico foram separadas por meio de

    gradiente de densidade. Para isto, foram colhidos 15 a 20 ml de sangue total em tubos

    contendo EDTA e imediatamente enviados ao laboratrio para o processamento.

    Clulas mononucleares foram separadas utilizando o meio para separao de linfcitos

    (Lymphocyte Separation Medium, LSM, Cappel, Aurora, EUA)2 conforme instrues da bula.

    As clulas recuperadas foram lavadas em meio PBL (Apndice B) e ressuspensas em meio

    blastognico (Apndice C).

    A determinao do nmero total de clulas e a estimativa da porcentagem de clulas

    vivas foram feitas por microscopia ptica utilizando Azul de Trypan e hemocitmetros de

    Neubauer.

    3.6.2 Separao de Clulas dos Linfonodos

    A separao das clulas dos linfonodos foi realizado segundo Solano-Aguilar (2000).

    (SOLANO-AGUILAR et al., 2000). As amostras de linfonodo removidas durante a necrpsia

    2 Composio LSM=6,2g Ficoll e 9,4 Na diatrizoate / 100ml; Densidade = 1.0770-1.0800 g/ml a 20C.

  • 52

    foram imediatamente colocadas em tubos cnicos contendo meio de colheita (Apndice A) e

    mantidas em recipientes contendo gelo.

    Aps a remoo tecido conjuntivo e adiposo adjacente, o linfonodo foi delicadamente

    cortado em pequenos fragmentos em placas de Petri contendo meio de colheita, liberando as

    clulas do tecido. A suspenso de clulas foi filtrada em malhas de nylon estreis de 210 Pm.

    As clulas foram lavadas em HBSS (Hanks Balanced Salt Solution, Gibco, EUA) ou

    RPMI-1640 (Invitrogen, Calsbad, EUA) e ressuspensas em meio blastognico. A contagem

    do nmero total de clulas e da porcentagem de viabilidade foi realizada seguindo o mesmo

    procedimento descrito acima.

    3.7 CULTURA IN VITRO

    Para avaliao da atividade das CMSP e das clulas dos LN, estas foram incubadas a

    2,5 x 106/ml em meio de cultura completo (Apndice D) estimuladas com Concanavalin A

    (ConA - Sigma, Saint Louis, EUA) a 10 Pg/ml por 48 horas a 37C e 5% de CO2. Ao trmino

    do perodo de incubao o sobrenadante foi separado por centrifugao e mantido a 20C

    para posterior mensurao de IFN-J.

  • 53

    3.8 ANLISE DE SUBPOPULAES DE CLULAS

    A caracterizao fenotpica de sub-populaes de CMSP e clulas isoladas dos LN M,

    HS e TB foi realizada por citometria de fluxo aps a identificao por meio de anticorpos

    monoclonais anti: CD45 (clone 74-9-3), SLAI (clone PT85), CD2 (clone MSA4), CD16

    (clone G7), CD3 (clone BB23 8E6), CD25 (clone 231-3B2), CD4 (clone 74-12-4), CD8

    (clone 76-2-11), SLAII DQ (clone TH16), SWC3 (clone 74-22-15B) e CD21 (clone CC51)

    (SAALMUELLER et al., 1998). Aps incubao com anti-Ig especfico (IgG1, G2a ou G2b)

    conjugado a isotiocianato de fluorescena (FITC) ou ficoeritrina (PE), a proporo relativa das

    sub-populaes foi estimada aps a leitura de dez mil clulas por citometria de fluxo no

    EPICS-XL MCL (Beckman-Coulter, EUA). Foram tambm realizadas as determinaes de

    populaes de clulas duplo-positivas (DP) para CD2/CD16, CD3/CD25, CD4/CD8 e

    SWC3/SLADQ. (SOLANO-AGUILAR et al., 2001; SOLANO-AGUILAR et al., 2000).

    3.9 PREPARO DAS AMOSTRAS PARA A REAL-TIME RT-PCR

    As amostras de tecidos e clulas foram conservadas em freezer 70C para a

    determinao da expresso gnica. Foram realizadas extraes do RNA, determinao da

    concentrao do RNA, remoo de possveis resduos de DNA genmico, verificao da

    qualidade e da concentrao do RNA aps o tratamento com DNase e sntese de cDNA.

  • 54

    3.9.1 Extrao de RNA

    Amostras de clulas ou de tecido foram homogenizadas no reagente Trizol

    (Invitrogen, Carlsbad, EUA). Foram empregadas as propores de: 1x107 clulas em 1 ml de

    reagente Trizol ou at 50 mg de tecido em 1 ml de reagente Trizol. Os tecidos congelados

    foram inicialmente macerados com cadinho e pistilo em nitrognio lquido e imediatamente

    homogenizadas em Trizol utilizando homogenizador de tecidos (Polytron, EUA).

    O RNA foi extrado seguindo protocolo do fabricante (Invitrogen, Carlsbad, EUA) e

    mantido em freezer 70C.

    3.9.2 Quantificao de RNA por Espectrofotometria

    Amostras de RNA foram diludas em tampo TrisEDTA (10mM Tris-HCl, 1mM

    EDTA pH 8,0). A concentrao do RNA foi estimada aps leitura da absorvncia a 260 e 280

    nm em espectrofotmetro (DU640, Beckman Coulter, EUA).

  • 55

    3.9.3 Tratamento com DNase

    Com intuito de remover possveis resduos de DNA genmico, todas as amostras de

    RNA foram adsorvidas em colunas RNeasy (Qiagen, Valencia, EUA) e incubadas com DNase

    (RNase-free DNase set, Qiagen, Valencia, EUA).

    3.9.4 Determinao da Concentrao e da Qualidade do RNA

    A concentrao e a integridade do RNA foram mensuradas pelo RNA 6000 nano

    Assay utilizando o equipamento Agilent 2100 Bioanalyzer (Agilent Technologies, Palo Alto,

    EUA). A quantificao do RNA foi determinado baseado no padro RNA 6000 Ladder

    (Ambion, Austin, EUA).

  • 56

    3.9.5 Sntese de cDNA

    cDNA foi sintetizado por transcriptase reversa a partir de 10 Pg de RNA total

    utilizando Superscript II RnaseH- Reverse Transcriptase e Oligo(dT)12-18 (Invitrogen,

    Carlsbad, EUA) em presena de inibidores de ribonucleases (RNaseOUT recombinant

    ribonuclease inhibitor, Invitrogen, Carlsbad, EUA), seguindo as recomendaes do fabricante.

    As amostras de cDNA foram mantidas em freezer 20C at a realizao das provas

    de Real-Time PCR.

    3.10 REAL-TIME PCR

    Reagentes espcie especficos foram desenvolvidos para a realizao da Real-Time

    PCR. Antes do incio dos experimentos, a capacidade de deteco das variaes na expresso

    dos genes foi testado em sunos submetidos a diferentes infeces (DAWSON et al., 2002b).

  • 57

    3.10.1 Genes

    A seleo dos genes foi realizada a partir de dados obtidos da literatura referente a

    defesa contra a toxoplasmose em camundongos. Foi dada nfase resposta associada ao IFN-

    J, genericamente conhecida como resposta Th1 e tambm includos genes ligados induo,

    modulao, apoptose e resposta inflamatria conforme apresentado no quadro 3.1. Os genes

    podem possuir funes diferentes das aqui listadas porm foram arbitrariamente organizados

    segundo a funo primria pela qual foi testado.

    As siglas seguem a nomenclatura oficial adotada para genes humanos conforme o

    Human Gene Nomenclature Committee (HGNC) do Human Genome Organization (HUGO).

    Devido a constantes atualizaes na nomenclatura, possveis diferenas podem ser notadas

    entre as siglas aqui adotadas e as atualmente vigentes. As informaes do quadro referem-se

    s publicadas em janeiro de 2004 no site e foram

    mantidos os nomes originais em ingls.

  • 58

    (continua)

    Funoprimria Gene Nome e nomes alternativos

    Nmero de acesso EXP

    Housekeeping RPL13A Ribosomal protein L13a Z84103 I

    Housekeeping RPL32 Ribosomal protein L32 F14630 I e II

    Inato / Inflamatrio IFNA1 Interferon, alpha 1 X57191 I e II

    Inato / Inflamatrio IL1B Interleukin 1, beta X74568 I e II

    Inato / Inflamatrio IL6 Interleukin 6, interferon beta 2 M86722 I e II

    Inato / Inflamatrio ORM1 OrosomucoidD-acid glycoprotein M35990 I

    Inato / Inflamatrio TNF

    Tumor necrosis factor; TNF superfamily, member 2, TNFA X54001 I e II

    Inato / Inflamatrio TNFRSF1A

    Tumor necrosis factor receptor superfamily, member 1A, TNFR p55, TNFR1 U19994 I

    Inato / Inflamatrio TLR2 Toll-like receptor 2 BF442348 I e II

    Inato / Inflamatrio TLR4 Toll-like receptor 4 TC43435 I e II

    Inato / Inflamatrio CRP C-Reactive protein, pentraxin-related AB005545 II

    Inato / Inflamatrio MYD88

    Myeloid differentiation primary response gene 88, MyD88 AY435217 II

    Inato / Inflamatrio FCGR3A

    Fc fragment of IgG, low affinity IIIa, receptor , CD16 AF372453 II

    Inato / Inflamatrio IL8 Interleukin 8, CXCL8 M86923 II*

    Inato / Inflamatrio CCL2 Chemokine (C-C motif) ligand 2, MCP-1 Z48479 II*

    Inato / Inflamatrio CCL5 Chemokine (C-C motif) ligand 5, RANTES F14636 II*

    Quadro 3.1 Genes avaliados pela Real-Time RT-PCR nos sunos infectados por T. gondii. Funo primria, siglas dos genes, nomes e nomes alternativos, nmero de acesso no Genbank das seqncias utilizadas para o desenho dos primers e sondas e nmero do experimento (EXP) em que foi testado Beltsville - 2003

  • 59

    (continua)

    Funoprimria Gene Nome e nomes alternativos

    Nmero de acesso EXP

    Th1 IFNG Interferon gamma X53085 I e II

    Th1 IFNR1 Interferon gamma receptor 1, CDw119 II

    Th1 IL12A Interleukin 12A (Natural killer cell

    stimulatory factor 1, cytotoxic lymphocyte maturation factor 1, p35)

    L35765 I e II

    Th1 IL12B Interleukin 12B (Natural killer cell

    stimulatory factor 2, cytotoxic lymphocyte maturation factor 2, p40)

    U08317 I e II

    Th1 IL12RB2 Interleukin 12 receptor, beta 2 AF448143 I e II

    Th1 IL15 Interleukin 15 U58142 I e II

    Th1 IL18 Interleukin 18, interferon-gamma-inducing-factor AF176949 I e II

    Th1 IL18R Interleukin 18 receptor AB079258 II

    Th1 IL23A Interleukin 23, alpha subunit p19, SGRF AB030002 I

    Th1 IRF1 Interferon regulatory factor 1 TC86234 I e II

    Th1 HLX1 H2.0-like homeo box 1 TC98154 II**

    Th1 ICSBP1 IFN consensus sequence binding protein 1 AY435218 II**

    Th1 TBX21 T-bet AY435216 II**

    Th1 LEP Leptin F167719 I

    Th1 LEPR Leptin Receptor AF203034 I

    Th1 STAT1 Signal transducer and activator of transcription 1, 91kDa TC95137 I e II

    Th1 STAT4 Signal transducer and activator of transcription 4 AB020984 I e II*

    Th1 SOCS1 Suppressor of cytokine signalling 1, STAT-induced STAT inhibitor 1, SSI1 TC63788 I

    Th1 SOCS2 Suppressor of cytokine signalling 2, STAT-induced STAT inhibitor 2, SSI2 BE031084 I

    Quadro 3.1 Genes avaliados pela Real-Time RT-PCR nos sunos infectados por T. gondii. Funo primria, siglas dos genes, nomes e nomes alternativos, nmero de acesso no Genbank das seqncias utilizadas para o desenho dos primers e sondas e nmero do experimento (EXP) em que foi testado Beltsville - 2003

  • 60

    (continua)

    Funoprimria Gene Nome e nomes alternativos

    Nmero de acesso EXP

    Th2 IL4 Interleukin 4 X68330 I e II

    Th2 IL5 Interleukin 5, colony-stimulating factor, eosinophil SSC010088 I e II*

    Th2 IL13 Interleukin 13 AF385626 I e II

    Th2 GATA3 GATA binding protein 3 TC62266 II

    Th2 STAT6 Signal transducer and activator of transcription 6 TC56734 I

    Th2 SOCS3 Suppressor of cytokine signalling 3, STAT-induced STAT inhibitor 3, SSI3 BM485092 I

    Efetor INDO Indoleamine-pyrrole 2,3 dioxygenase, IDO TC38943 I e II

    Efetor NOS2A Nitric oxide synthase 1, inducible, iNOS U59390 I e II

    Efetor ARG1 Arginase 1, liver AYO39112 I e II

    Efetor SLC11A1

    Solute carrier family 11, proton-coupled divalent metal ion transporters, member 1

    (Natural Resistance Associated Macrophage Protein, NRAMP1)

    AF132037 I e II

    Efetor SLC11A2

    Solute carrier family 11, proton-coupled divalent metal ion transporters, member 2

    (Natural Resistance Associated Macrophage Protein, NRAMP2)

    AW417353 I

    Efetor IGM IgM, Immunoglobulin M constant region M92050 I e II

    Efetor IGG IgG, Immunoglogulin G constant region AF062384 I e II

    Efetor IGA IgA, Immunoglobulin A constant region U12594 I e II

    Efetor CD19 B-lymphocyte antigen AF466765 I

    Regulatrio IL2 Interleukin 2 X56750 I

    Regulatrio IL2RA Interleukin receptor, alpha; CD25 U78317 I

    Regulatrio IL10 Interleukin 10 L20001 I e II

    Quadro 3.1 Genes avaliados pela Real-Time RT-PCR nos sunos infectados por T. gondii. Funo primria, siglas dos genes, nomes e nomes alternativos, nmero de acesso no Genbank das seqncias utilizadas para o desenho dos primers e sondas e nmero do experimento (EXP) em que foi testado Beltsville - 2003

  • 61

    (concluso)

    Funoprimria Gene Nome e nomes alternativos

    Nmero de acesso EXP

    Regulatrio TGFB1 Transforming growth factor, beta 1 M23703 I e II

    Regulatrio TGFB2 Transforming growth factor, beta 2 X70142 I

    Regulatrio TGFB3 Transforming growth factor, beta 3 X14150 I

    Regulatrio CSF2 GM-CSF, Colony stimulating factor 2, granulocyte-macrophage D21074 I

    Regulatrio MHC2TA MHC class II transactivator, CIITA AY084053 I e II

    Co-estimulatrio ICOS Inducible T-cell co-stimulator BE015025 II

    Co-estimulatrio CD3E

    CD3E antigen,