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Sessão temática Cidade - 544
Saneamento e urbanização no Rio Grande do Sul durante os anos de
1916 a 1931: o papel da SOP - Secretaria de Obras Públicas. A cidade
de Iraí como referência.1
Luís Francisco da Silva Vargas2
Resumo: Nos anos 20 do século XX, o Rio Grande do Sul passava por grandes
obras de infraestrutura. A construção e abertura de estradas, ferrovias e canais fluviais
estavam aliadas ao plano de colonização de terras situadas no norte do estado que,
conjuntamente, com as obras de saneamento fizeram com que o poder público estadual
se confrontasse com uma nova realidade - a da organização urbana. Dentro deste
contexto, o Governo do Estado através da Secretaria das Obras Públicas (SOP),
desenvolveu e fiscalizou projetos e obras municipais de saneamento, que abrangiam a
captação e abastecimento de água, rede hidráulica, rede de esgotos e expansão da
cidade, desencadeando uma campanha de higienização que passa a ser, sinônimo de
urbanização, além do projeto para a nova “cidade das águas” de Iraí.
Palavras-chaves: Saneamento do Rio Grande do Sul - Evolução Urbana no Rio
Grande do Sul - História do Urbanismo no Rio Grande do Sul – SOP (Secretaria de
Obras Públicas do Estado do Rio Grande do Sul) - Saturnino de Brito.
Este artigo está centrado na história do Saneamento Urbano no Rio Grande do
Sul. Os Relatórios da Secretaria das Obras Públicas (SOP), do Governo do Estado do
Rio Grande do Sul, concernentes aos anos de 1916 até 1931, servem como referência.3
Neste período ocorreu a primeira ação pública regional de saneamento das cidades
gaúchas, por meio de projetos, planos, legislações, obras e intervenções urbanas,
executadas e fiscalizadas pelo governo estadual, através da Comissão de Saneamento do
1 Este texto trata-se de uma segunda visão sobre este tema, sendo alusivo ao 1º Colóquio Internacional de
História Cultural da Cidade Sandra Jatahy Pesavento - Sessão temática 1 – Cidade. 2 UFGRS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Planejamento Urbano e Regional –
PROPUR/UFRGS, 2011. E-mail: [email protected] 3 Para saber mais sobre esta primeira ação pública regional de saneamento das cidades gaúchas, assim
como mapas e imagens a que se reportam este artigo, ver a Dissertação de Mestrado: “Saneamento e
urbanização no Rio Grande do Sul durante os anos de 1916 a 1931: o papel da SOP - Secretaria de
Obras Públicas. A cidade de Iraí como referência”, (SILVA VARGAS, 2001). Disponível em: <
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/55504>.
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Estado, subordinada à SOP. Estas obras de saneamento orientaram o crescimento das
cidades e suscitaram novas espacialidades, que se traduziram no reforço da urbanização
do Estado. As infraestruturas sanitárias deixaram contribuições e permanências na
paisagem das cidades gaúchas, que são percebidas até hoje.
As relações entre salubridade, espaço e sociedade sempre acompanharam o ser
humano, em diversos períodos cronológicos, a cidade e o seu ambiente sempre
estiveram sujeitas a essas relações, que lhe dão estruturação, forma e estética, mas que
estão sujeitas a ordens e padrões ideológicos, sociais, culturais, econômicos e
tecnológicos. O desenvolvimento da industrialização, no século XIX, produziu um
crescimento urbano jamais visto em épocas anteriores. As epidemias e as doenças, que
já grassavam a sociedade, devido ao aumento das concentrações humanas, mostraram-se
mais avassaladoras. Portanto, as resoluções dos problemas urbanos salutogênicos se
tornaram um imperativo para os governos, sobretudo dos países em industrialização.
Junto a isso, o surgimento da teoria bacteriológica auxiliou na compreensão da
necessidade do saneamento urbano.
No começo do século XX, com o fim do Império e com a República
recentemente proclamada, o Brasil, que, como um país ocidental periférico, se inseriu
tardiamente no contexto global e modernizador da industrialização. A partir de então,
durante a Primeira República, também denominada República Velha (de 15 de
novembro de 1899 até 3 de novembro 1930),4 começaram a ocorrer ações saneadoras de
ímpeto, como a reforma de Pereira Passos no Rio de Janeiro (então capital federal).5
Essas reformas procuravam apagar os resquícios de um passado colonial e
imperial. Ações como essa, nas cidades brasileiras, não visavam apenas ao meio físico,
mas também ao meio social. Estavam legitimadas por pensamentos e doutrinas
pretensamente científicas, que pregavam também o saneamento social dos espaços 4 A Primeira República ou República Velha começou com o fim do Império e a proclamação da
República, em 15 de novembro de 1899, estendendo-se até 3 de novembro 1930, encontrando final com a
tomada do poder por Getúlio Vargas, através da Revolução de 1930. 5 Durante a gestão do engenheiro Pereira Passos na Intendência da cidade do Rio de Janeiro, entre os anos
de 1902 e 1906, foi realizada uma grande intervenção urbana saneadora (nessa época, o Rio de Janeiro era
a capital do Brasil). Devido ao impacto dessa ação, com ímpeto avassalador sobre as moradias que eram
consideradas insalubres – demolindo-as, principalmente as que abrigavam a população de baixa renda –,
tais reformas receberam a alcunha de bota abaixo. Nessa conjuntura, aconteceu a Revolta da Vacina que
se tornou paradigmática: sendo a primeira revolta totalmente urbana no Brasil (SEVCENKO, N., 1984).
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urbanos e eram realizadas de forma impositiva pelas administrações governamentais.
Essas formas de pensamento encontravam autenticação no meio da intelectualidade da
época (médicos, advogados, engenheiros, professores, escritores e militares).
O Rio Grande do Sul, não ficou alheio a essa conjuntura. Fatores filosóficos,
políticos, sociais e econômicos locais associaram-se aos nacionais e mundiais, para
comporem no campo do saneamento urbano uma trajetória histórica com características
endógenas. A transformação da antiga Província do Rio Grande do Sul em Estado
acarretou a necessidade da criação de novas estruturas governamentais, o que fez com
que fosse criada a Secretaria das Obras Públicas (SOP).
A SOP foi instituída para atender às demandas por obras infraestruturais que
dariam aporte ao desenvolvimento social, econômico, industrial e urbano reclamados
pela modernidade. Além de ser responsável pela construção de prédios públicos, entre
suas atribuições, também estava a construção e a administração de redes de transporte,
de mobilidade no território, terrestres e fluviais (rodovias, ferrovias e canais
navegáveis). Também era de incumbência a construção de serviços que davam
retaguarda infraestrutural a essas redes, como pontes, estações férreas e portos.
Os Relatórios da SOP foram confeccionados durante os governos autoritários do
PRR – Partido Republicano Rio-Grandense. Suas administrações, programaticamente
alicerçadas pelo sistema filosófico positivista de Auguste Comte, procuravam passar a
imagem do sucesso e solidez de suas ações, fato este que deve ser levado em
consideração. Pelo governo estadual estar ligado filosoficamente ao positivismo
comteano, teve como resultado a geração de conflitos filosóficos e profissionais com a
classe médica. Em todo o país, prevaleceu a ação profissional combinada de
engenheiros e médicos. Por estarem alinhados à ideologia positivista, no Rio Grande do
Sul, foram os profissionais de engenharia que assumiram a responsabilidade, como
sujeitos históricos, pela coordenação, elaboração, fiscalização e execução dos projetos
de saneamento das cidades gaúchas.
Nessa época, os fluxos imigratórios europeus não haviam cessado. O Rio Grande
do Sul ainda ofertava terras disponíveis para que fossem colonizadas, sobretudo na
parcela norte do território gaúcho, que foram ficando escassas a partir da segunda
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década do século XX. Essas terras também foram ocupadas pelos descendentes dos
colonos, da primeira fase da colonização europeia, que havia se iniciado na primeira
metade do século XIX. Para administrar e supervisionar essas novas colônias, a SOP
contava com a Diretoria de Terras e Colonização. Essa diretoria também contribuiu para
o processo de urbanização do estado, uma vez que foi a responsável por elaborar e
executar os projetos urbanos para novas cidades, destinadas a serem sedes de colônias.
O ambiente e a vida social urbana, então, passaram a se desenvolver com mais ênfase
no Rio Grande do Sul, com o incentivo do poder público estadual.
Entre os prédios públicos e construções executadas pela SOP, destacam-se as
construções do novo porto fluvial de Porto Alegre e da nova sede do governo estadual
(Palácio Piratini), que estavam acompanhadas de planos de conjuntos, que previam
intervenções urbanas as quais modificavam a morfologia da cidade nos seus entornos.
As cidades do interior do estado já existentes e consolidadas também receberam essas
intervenções que, na época, eram denominadas melhoramentos. Entre as obras
realizadas nas cidades gaúchas obtêm destaque as de saneamento urbano.
Tais obras foram planejadas, coordenadas, implantadas, executadas e
fiscalizadas pela SOP, através da Comissão de Saneamento do Estado. Ao historiografar
os projetos e as obras dessa comissão não se pode deixar de relacionar, mesmo que de
forma abrangente, o contexto social, cultural, econômico, ideológico e político do
começo do século XX. Esse empenho teve como principal objetivo um entendimento
amplo dos motivos e das maneiras como o saneamento foi o maior responsável pela
urbanização do Rio Grande do Sul. Essa relação pôde ser bem delineada através da
análise dos Relatórios da SOP, entre os anos 1916 a 1931.
O Relatório do ano de 1916 marca o início desse período. Ele é o primeiro a citar
a existência das Fontes do Mel. Este foi o motivo gerador para que se elaborasse o plano
urbanístico da nova cidade de Iraí, planejada para ser uma cidade de águas curativas e
medicinais (estância hidromineral). O fato encontra-se relacionado à Primeira Guerra
Mundial, que impedia a elite brasileira de viajar para as estações termais europeias,
tendo que procurar as estações brasileiras (MARRAS, 2006).
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Já a instituição da Comissão de Saneamento do Estado, em 11 de setembro de
1918, através do Decreto nº 2.371, encontra-se próxima de dois acontecimentos: a
chegada da epidemia mundial de gripe espanhola ao Rio Grande do Sul, em 1918, e a
criação, em nível federal, do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP),
estabelecido pelo poder legislativo federal em 1919, sendo implantado pelo decreto nº
3.987, publicado em 2 de janeiro de 1920. Entre as prerrogativas desse órgão, estava a
de intervir nos estados que ainda não haviam feito o saneamento de suas cidades.
Apesar de que essas medidas estatais saneadoras terem sido implantadas no Rio
Grande do Sul já na fase final da República Velha, elas procuravam acompanhar a
conjuntura mundial e nacional e adquiriram um caráter de planejamento urbano e
regional, suscitando novas territorialidades, transformando, desenvolvendo e criando
cidades. Estas ações levaram à percepção de que essa política exigia a articulação entre
o planejamento espacial, a medicina, os conhecimentos das ciências sociais e o poder
político, ajudando no fortalecimento político e administrativo do governo estadual.
O término desse período está associado à ascensão de Getúlio Vargas à
Presidência do Estado do Rio Grande do Sul, que imprimiu profundas mudanças
estruturais na SOP. Entre essas reformas estavam o fim da Diretoria de Terras e
Colonização6 (SPONCHIADO, 2000). O seu ex-diretor, o engenheiro Carlos Torres
Gonçalves, passou a comandar a Diretoria de Viação Fluvial7. Os estudos e projetos de
organização urbana, que eram desenvolvidos pela Diretoria de Terras e Colonização,
passaram então a ser de competência da Comissão de Saneamento do Estado.
Entre os anos de 1932 a 1938 não foram encontrados relatórios, na antiga
mapoteca da SOP. O período indicado coincide aproximadamente com a Revolução de
1930 (que teve início em outubro de 1930 e culminou com a tomada do poder e posse
de Getúlio Vargas na Presidência do Brasil, em 3 de novembro de 1930), até a
decretação do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, também por Getúlio Vargas.
6 O Decreto nº 4.242, de 2 de janeiro de 1929, extinguiu a Diretoria de Terras e Colonização, sendo criada
a Diretoria da Agricultura, Indústria e Comércio, que acumulou encargos da extinta Diretoria de Terras e
Colonização (SPONCHIADO, 2000). 7 O engenheiro Carlos Torres Gonçalves, ex-diretor de Terras e Colonização da SOP, figura importante na
concepção do Plano Regional de Viação, foi remanejado para chefiar a Diretoria da Viação Fluvial, o que
acarretou perda de influência política. Logo em seguida, veio a se aposentar. Em 1936, transferiu sua
residência para o Rio de Janeiro, vindo a falecer em 19 de junho de 1974 (CASSOL, E., 2003).
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Em 1936 (próximo ao ano da declaração do Estado Novo), a Comissão de
Saneamento do Estado foi transformada em Diretoria de Saneamento e Urbanismo, da
Secretaria de Obras Públicas (SOP).8 A partir de então, os convênios firmados com as
prefeituras, para a implantação, ampliação e exploração dos serviços de água e esgoto,
também passaram a compreender o planejamento, o projeto, a execução e a
administração dos serviços de saneamento e urbanismo (RIBEIRO, 1992; BARROS
FILHO; BOJUNGA, 2006).
Rio Grande e Bagé foram as primeiras cidades, a receberem obras e projetos de
saneamento urbano. Anteriormente, ambas já possuíam projetos de saneamento que
haviam sido executados de maneira parcial. Ao lado disso, pesava o fato de serem
estratégicas no contexto sociopolítico da época. Bagé, por ser uma importante cidade do
sul do estado e um dos centros políticos da elite pecuarista, na época representava um
dos segmentos sociais importantes para que fosse assegurada a governabilidade do
estado. Já a cidade de Rio Grande tinha relevância devido ao seu porto, que se constituía
como essencial no plano de mobilidade no território que foi desenvolvido pela SOP.
O plano de mobilidade no território desenvolvido pela SOP9 tratava-se do Plano
Geral de Viação do Estado, instituído em 19 de abril de 1913 (SOP, Relatório de
1913)10
. Todo o processo de saneamento urbano que foi realizado naquele tempo estava
inserido nesse Plano. Flávio Villaça (1999) expõe que a ideia de um plano com as
denominações global, integral, geral ou de conjunto são antecessores do plano diretor.
A partir da palavra plano foi escolhida a expressão planejamento urbano
para designar essa forma específica de ação – ou de discurso – do Estado
8 A respeito da Diretoria de Saneamento e Urbanismo, da Secretaria de Obras Públicas, Demétrio Ribeiro
(1992: 136) afirma: “A tradição urbanística do governo estadual, a despeito de seu embasamento teórico
limitado, constitui um elemento importantíssimo para explicar o papel pioneiro que coube ao Rio Grande
do Sul na institucionalização do planejamento urbano em termos nacionais”. 9 Mesmo não tendo sido encontradas referências a Saint-Simon nos Relatórios da SOP que foram
esmiuçados, os engenheiros da SOP encaixam-se na definição de engenheiros sansimonistas. Auguste
Comte, o principal teórico e fundador do positivismo, foi secretário de Saint-Simon. Os engenheiros
sansimonistas acreditavam que o território se desenvolveria e se industrializaria à medida que as redes de
transportes o integrassem (LEPETIT, 2001). 10
O tempo que separa o Plano Geral de Melhoramentos, de Porto Alegre (1914) da instituição do Plano
Geral de Viação (1913) é de apenas um ano de diferença. Para conhecer mais profundamente o Plano
Geral de Melhoramentos de Porto Alegre, ver: “O Plano de Melhoramentos de Porto Alegre: o plano que
orientou a modernização da cidade” (SOUZA, C. F. de, 2010).
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sobre o espaço urbano, caracterizado por uma suposta visão de geral ou de
conjunto. (VILLAÇA, 1999: 181).
Os antecedentes do planejamento urbano estado começaram na fundação de
núcleos para os imigrantes europeus. Esse processo assumiu conotações científicas, que
foram aplicadas nos projetos para novas cidades, destinadas aos contingentes dos
colonizadores que estavam povoando o norte do estado, (RIBEIRO, 1992). Assim,
pode-se mencionar a importância que teve a Diretoria de Terras e Colonização, no
processo de urbanização do estado.
Os projetos para as novas cidades coloniais, no início, eram simples quadrículas
de ruas tracejadas, que não se preocupavam com os condicionantes físicos de seus
sítios. No entanto, durante o processo de adaptar esses projetos aos sítios topográficos,
originaram-se “[...] algumas características científicas, quer ao nível de planejamento
espacial, quer ao nível das normas a serem aplicadas na organização dos núcleos
urbanos” (RIBEIRO, 1992: 135). Essa afirmação pode ser confirmada na promulgação
do Novo Regulamento de Terras, de 1922, que entre as suas normativas estava a de que
mais nenhum projeto poderia ser feito sem que levasse em conta a topografia do terreno
e sem que se previssem redes de águas e esgotos. Isso exigia a realização de estudos,
nomeados como organização urbana.
Demétrio Ribeiro afirma que “[...] para atender alguns problemas cruciais da
população, entre os quais o do saneamento das cidades [...] um planejamento urbano
mínimo, ainda que rudimentar, era indispensável para projetar as infra-estruturas
sanitárias” (RIBEIRO, 1992: 135)11
. Muitos dos projetos de saneamento elaborados
pela SOP eram acompanhados por projetos de expansão urbana, que tinham nas redes
sanitárias o objeto definidor dos traçados viários propostos, os quais também se
enquadravam nos estudos e nos projetos considerados de organização urbana.
11
No prolongamento desta citação, Demétrio Ribeiro (idem: 135) assevera: “O bom nível da engenharia
sanitária brasileira, na época, evidenciado em trabalhos como os de Saturnino de Brito, conferiu a esses
planos urbanos traços de seriedade e de coerência que haveriam de contribuir para o trânsito da ideia
de planejamento moderno em nosso meio”.
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Durante a análise dos Relatórios da SOP, se pode analisar o processo de
planejamento para a cidade das águas de Iraí, como cidade nova que foi, com suas
peculiaridades. Desse projeto, é possível tirar algumas conclusões:
A existência das fontes termais e minerais do Mel mostrou-se como o elemento
constitutivo para fundamentar a elaboração do projeto para Iraí. Toda a organização
espacial de seu projeto tinha o balneário, principal equipamento urbano da cidade, como
elemento estruturador. O estudo para a organização urbana de Iraí se deu de maneira
mais aprofundada e elaborada, chegando inclusive a receber um segundo projeto em
1929, com adaptações no projeto original de autoria de Carlos Torres Gonçalves (que o
havia concebido, em 1919). Nessa ocasião foram introduzidas modificações no projeto
sanitário de Saturnino de Brito pelo chefe da Comissão de Saneamento do Estado, o
engenheiro Antônio de Siqueira. Isso denota uma continuidade de projeto, com a sua
revisão e atualização.
Os Relatórios da SOP pesquisados no período de 1916 a 1931 mostram a
importância que Iraí detinha dentro do projeto político da SOP, de colonizar e
desenvolver a parcela norte do estado. Segundo Flávio Villaça (1999), essas
características do discurso e da ação do estado sobre o espaço urbano aproximam Iraí
mais do conceito de plano do que de projeto.
Nos Relatórios da SOP dos anos de 1916 e 1917, encontram-se as primeiras
menções às águas termais das Fontes do Mel. Cronologicamente, esses dois volumes
situam-se próximos à criação da Comissão de Saneamento do Estado, em 1918. A
fundação de cidades voltadas ao lazer, combinadas com a exploração de águas
curativas, tratava-se de um projeto político intervencionista do Estado, que esteve
presente em outras regiões do país, adquirindo um caráter nacional. Esse projeto era
possuidor de uma ideologia higienista e sanitarista, ao mesmo tempo
desenvolvimentista, social e de lazer, (MARRAS, 2006).
O plano para Iraí, de 1919, demonstra que o Rio Grande do Sul buscava
acompanhar a conjuntura mundial e nacional. Essa constatação é contundente no
momento em que, no ano de 1920, foi editado um volume independente, de autoria da
Diretoria de Terras e Colonização, que versa “[...]sobre a organização das Estâncias de
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Águas do Município de Palmeira” (SOP, Relatorio das estancias de aguas do municipio
da Palmeira, 1920, s/p). Nesse compêndio registrou-se uma viagem de estudos,
realizada em novembro de 1919, a seis estâncias de águas minerais do país, com o
objetivo de coletar de dados para um estudo de viabilidade urbanística para o projeto da
nova cidade de Iraí.
O anteprojeto de 1919, elaborado por Carlos Torres Gonçalves, se torna
paradigmático dentro desse processo, pois se trata da segunda cidade projetada no
Brasil, no período moderno, a ter um prévio projeto de saneamento (águas e esgotos) – a
primeira foi Belo Horizonte. “Ficará sendo este o primeiro caso, no Rio Grande do Sul
de uma cidade installada com o serviço previo de aguas e esgottos; e o segundo no
Brazil, o primeiro havendo sido Bello Horizonte” (SOP, Relatório de 1922: 422).
O Relatório da SOP de 1928 expõe que quando Iraí recebeu um segundo projeto,
Saturnino de Brito, através de solicitação dessa secretaria, propôs mudanças no plano
urbanístico do engenheiro Carlos Torres Gonçalves, diretor de Terras e Colonização da
SOP. Mudanças também foram introduzidas pelo engenheiro Antonio de Siqueira, que
era o chefe da Comissão de Saneamento do Estado. Esse foi um dos últimos trabalhos
que contou com a participação de Saturnino de Brito antes da sua morte.
Iraí é a combinação do urbanismo com atividades econômicas e produtivas, com
saúde pública, acessibilidade, qualidade de vida e preocupação ambiental possuindo,
ainda, um peculiar e original traçado. O plano para esta cidade desenvolveu-se em um
contexto no qual o papel do poder público era coordenar e incentivar diversas iniciativas
para a produção de um espaço urbano de qualidade, promovendo a integração da cidade
com o campo, com grandes áreas verdes, que permeavam o tecido urbano. Este plano se
preocupou com a elaboração e a execução do desenho urbano. Isso mostra, que a SOP –
além de elaborar, coordenar e executar projetos urbanos – também desenvolveu
propostas, ainda que rudimentares, de planejamento regional e urbano.
O plano para Iraí conseguiu absorver e conjugar influências de ideias diferentes,
além de paradigmas urbanos antagônicos: o urbanismo formalista de Haussmann, que
teve origem no sanitarismo, através de eixos viários da cidade, com avenidas parques e
boulevares arborizados; a oposição aos traçados urbanos, rígidos e geométricos,
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empregando o traçado orgânico; a valorização dos aspectos pitorescos da cidade,
remetendo a Camillo Sitte; o urbanismo das cidades jardins, de Ebenezer Howard, com
a presença de áreas verdes; e ainda o zoneamento funcional.
O zoneamento, inserido no plano para Iraí, era um fator inédito. Foi proposto um
projeto que a dividiu em duas zonas. Uma delas, a zona urbana, também denominada
cidade jardim, que seria onde ficariam as emergentes minerais, ficando separada da
cidade industrial pelo Arroio do Mel. Desse setor partiria uma linha férrea que a ligaria
à capital do estado e ao porto de Rio Grande. O interessante nisso é a difusão do
zoneamento funcional que aconteceu na Europa, entre os anos 1920 e 1930, o que mais
uma vez demonstra que os autores do seu plano urbano (engenheiros e técnicos) tinham
conhecimento das novas propostas do urbanismo em âmbito internacional.
A teoria da cidade jardim foi proposta por Ebenezer Howard, quando escreveu
“Peaceful Path to Real Reform”, em 1898, que foi publicado novamente, em 1902 com
o título de: “Garden Cities of To-morrow” (HOWARD, 1996; OTTONI, 1996). A
concepção de cidade jardim propunha o urbano próximo ao rural e à natureza, além do
traçado orgânico. A cidade jardim tem dois modelos importantes: Letchworth, a
primeira cidade-jardim da história, de 1909, e Welwyn, de 1920. Na planta do primeiro
projeto urbano para Iraí, o ano de sua elaboração consta como 1919.
Outra afirmativa de que o plano para Iraí estava em conformidade com o seu
tempo foi a presença de um planejamento integrado, ainda que rudimentar e incipiente.
Nesse aspecto, Flavio Villaça (1999) declara que o planejamento integrado se opunha
ao modelo que perdurava até a década de 1930.
A cidade [...] é também um organismo econômico e social, gerido por um
aparato político-institucional. Os planos não podem limitar-se a obras de
remodelação urbana; eles devem ser integrados tanto do ponto de vista
interdisciplinar como do ponto de vista espacial, integrando a cidade em sua
região. (VILLAÇA, 1999: 212).
A reunião desses fatores criou em Iraí uma situação de projeto extremamente
original, que se encaixava na busca de uma distinta forma espacial, cuja intenção era
atrair turistas e investimentos econômicos. Esse plano se torna emblemático, uma vez
que naquela época eram feitos grandes avanços na área da saúde e higiene, sendo que o
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principal objetivo da nova cidade era ser uma estância de águas minerais (cidade das
águas, cidade de cura). O núcleo urbano conjugava indústrias, comércio, residências e
também a sede da então recém-fundada colônia de Iraí. Tudo isto demonstra que a
cidade foi concebida, a partir de um relatório de viabilidade técnica. Este fatoo se
encontra temporalmente próximo ao planejamento de Belo Horizonte, que foi a primeira
cidade nova no Brasil a receber um estudo como esse, na execução do seu plano.
Iraí recebeu seu primeiro projeto em 1919, ou seja, quase duas décadas após o
plano de Belo Horizonte. Iraí também estava associada ao Plano Geral de Viação, pois
os engenheiros da SOP envolvidos no processo de planejamento da nova cidade
estavam preocupados em integrá-la por vias de acesso fluviais, férreas e terrestres. Um
incipiente código de edificações encontra-se presente no seu plano. Eram prestadas
instruções referentes à ocupação do lote urbano – a contar seis meses de sua concessão,
ele deveria ser limpo e cercado. Também foram estabelecidas regras para as
construções, como pé direito mínimo, prazos para a edificação de casas (um ano quando
fosse de madeira e dois anos, quando de alvenaria), área da superfície habitável inferior
e sua cobertura, que deveria ser de, no mínimo, duas águas.
Iraí aproxima-se do conceito de cidade ideal, uma vez que seu projeto possui
valores éticos, morais e filosóficos que estavam de acordo com os conceitos e a política
desenvolvimentista, social e econômica aplicada pelo PRR. Consoante ao que afirma
Bronislaw Baczko, para se contrapor a uma cidade problema, a solução elaborada pela
cidade utópica, na literatura iluminista, é “[...] construir cidades física e moralmente
sãs, onde tudo é previsto para assegurar a saúde e a comodidade de seus habitantes”
(BACZKO, 1978 apud GIOVANAZ, 1999: 38). 12
Essa sucessão de políticas públicas que foram desenvolvidas durante toda a
década de 1920, pela SOP e pelas Intendências, em prol do saneamento urbano no Rio
Grande do Sul, resultou em intervenções, estudos, projetos ou obras para 30 cidades
gaúchas, que se dividem em: 21 cidades oriundas do começo da ocupação territorial do
12
Segundo Amanda Cristina Franco (2005), as estâncias hidrominerais são protagonistas importantes na
historiografia das cidades novas no Brasil (FRANCO, A. C., 2005). Em 1946, um decreto do presidente
Eurico Gaspar Dutra proibiu os jogos de azar no Brasil, o que acarretou o fechamento de muitos cassinos
e hotéis. Com o fechamento dos cassinos, cidades inteiras perderam investimentos.
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estado; seis cidades da primeira fase da colonização europeia do Rio Grande do Sul;
duas cidades novas coloniais, que estavam situadas ao norte (incluindo Iraí); 13
mais a
capital, Porto Alegre. O engenheiro Saturnino de Brito elaborou projetos para 13 dessas
cidades, sendo que em 12 delas o pedido partiu da SOP – Pelotas foi a exceção, pois seu
projeto foi realizado por solicitação da Intendência Municipal. Desses projetos, cinco
tiveram participação ou alterações introduzidas pela equipe da Comissão de Saneamento
do Estado. A SOP, por intermédio da Comissão de Saneamento do Estado e de sua
equipe de engenheiros, foi a autora de 15 projetos de saneamento.
Através da pesquisa e da descrição dos Relatórios da SOP, publicados entre os
anos de 1916 e 1931, podemos concluir que: a SOP tinha uma política de saneamento
que ia além da simples implantação de infraestrutura de águas e esgotos, mas que se
traduzia em planejamento e averiguou-se que os projetos e as obras descritos estavam
de acordo com os princípios e as concepções do urbanismo que vigoravam na época.
Todo o processo de saneamento urbano realizado no Rio Grande do Sul estava
legitimado pela sociedade, sendo efetivado através da figura do Estado, sob a forma da
técnica, que então se encontrava comprometida com um projeto ideológico. Tudo isso
atuava como objetivo da ação prática na sociedade, procurando seguir a conjuntura
modernizadora da época, suscitando e criando espaços, ao mesmo tempo em que tinha
uma dimensão social.
Os engenheiros sansimonistas entendiam que os fatores econômicos incidiam
sobre o território, influenciando em sua dimensão espacial. Através da mobilidade no
território, a sociedade se industrializaria, com a sua consequente urbanização
(LEPETIT, 2001; MENESES, 2001). O que pode ser atestada ao verificar-se que o
Plano Geral de Viação era resultante da prática profissional dos engenheiros da SOP
que priorizavam a construção de redes viárias. Esse plano objetivava a criação de
benefícios econômicos ao estado, interligando cidades e regiões, impulsionando a vida
urbana, criando novos núcleos e dotando os já existentes de equipamentos públicos e
infraestruturas. A técnica, naquele momento histórico e conjuntural, era a da circulação
13
Apesar de se mencionar a necessidade de prever os serviços de águas e esgotos para o projeto da nova
cidade colonial de Santa Rosa, não se localizou nos relatórios a informação de que tenha realmente
recebido um projeto de saneamento e que ele tenha sido executado, contudo por ser mencionada, ela
entrou no computo geral das cidades saneadas.
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(LEPETIT, 2001). Portanto beneficiar as cidades gaúchas com redes de água e esgotos
estava de acordo com o projeto desenvolvimentista implantado no estado do Rio Grande
do Sul, representado pelo Plano Geral de Viação. Esse fato demonstra, que os princípios
e as concepções de urbanismo que a SOP detinha estavam de acordo com os princípios
do urbanismo em vigoravam na época.
A efetivação desse plano era assegurada pelo aparato político-institucional
gerido de forma despótica pelo Partido Republicano Riograndense (PRR), que lhe
permitia intervir na sociedade com ações impositivas. Sustentado pela filosofia
positivista, que era opositora do liberalismo econômico e político, o Estado era o
responsável sobre os serviços públicos, através de uma visão estatizante. Flávio Villaça
(1999) sustenta que é a ação ou o discurso do Estado sobre o espaço urbano (neste caso
específico, o espaço do território regional), caracterizado pelo uso da palavra plano
associada a geral, que fundamenta a expressão planejamento urbano.
Os projetos de saneamento propostos por Saturnino de Brito e pela Comissão de
Saneamento do Estado também contemplaram os estéticos. Pode-se citar o exemplo dos
canaletes sanitaristas utilizados nas cidades de Pelotas e Rio Grande, que, além de
servirem como elementos estruturadores das vias públicas onde se localizavam, também
lhes imprimiam uma beleza harmônica, podendo lhes outorgar a denominação de
boulevares sanitaristas (ANDRADE, C. R. M., 1999)14
.
Por fim, pode-se afirmar que as reformas urbanas de cunho higienista e
sanitarista denotaram intervenções radicais que buscavam a superação de um passado
colonial e, também, procuravam adaptar a sociedade a um modo de produção
capitalista, centrado na industrialização. Dessa maneira, modernizar a sociedade
significava intervir no espaço urbano e adequá-lo aos novos padrões políticos,
econômicos, culturais e sociais.
14
O termo boulevard é empregado no segundo volume, do Relatório da SOP de 1924, quando versa sobre
dois canais de cimento armado, que eram destinados ao projeto de drenagem das águas pluviais do
saneamento da cidade de Rio Grande. Para ratificar a presença da técnica aliada à estética, destaca-se uma
passagem do primeiro volume do Relatório de 1924 sobre o projeto do engenheiro Saturnino de Brito
para a cidade de Cachoeira do Sul: “O auctor projectou o augmento da cidade, procurando ligar o util e
o bello ao hygienico [...]” (SOP, Relatório de 1924, 1 v.: 110).
Sessão temática Cidade - 557
Leva-se em conta que as intervenções urbanas estavam relacionadas com as
bases do higienismo e do sanitarismo, constituindo-se em demandas exigidas pelo
avanço econômico, social, populacional e técnico-científico pelo qual passava o estado
do Rio Grande do Sul nas primeiras décadas do século XX. Deduz-se que os planos, os
projetos e as obras traduziram-se em modernidade, suscitando novas espacialidades, que
alteraram fisicamente as cidades já existentes no estado. Esse processo tinha como
caraterística princípios que tornaram possível um planejamento regional, que envolvia
práticas simultâneas de intervenção e regulação do poder público estadual. Tais ações se
traduziram em reforço à urbanização, revestindo-se de interesse aos pesquisadores
dedicados à análise da evolução histórica, tanto urbana como do território regional.
Pode-se afirmar que sanear significou também planejar. O saneamento foi o
principal responsável pela introdução do urbanismo em sua acepção moderna no estado
do Rio Grande do Sul. As obras, os projetos, as leis e as ações públicas de saneamento,
realizadas pela SOP durante os anos 1920, também foram sinônimos de modernização.
A visão global de cidade encontrava-se presente nos planos e projetos, da mesma forma
que a questão regional e urbanística.
Referências
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Saturnino de Brito. Volume X. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1943.
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