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SÃO PAULO, 10 DE MARÇO DE 2015.

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SÃO PAULO, 10 DE MARÇO DE 2015.

Á partir de abril, comércios só poderão utilizar sacolas recicláveis

http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=38816238&I

dEmpresaMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0

Mudanças climáticas foram determinantes para guerra na Síria

A seca aliada às políticas frágeis de distribuição de água na Síria fizeram com que 1,5

milhão de pessoas deixassem os campos em direção às cidades, por não conseguirem

plantar

Gabriel Garcia, de INFO Online

Uma estiagem causada pelo aquecimento global estimulou a guerra civil na Síria,

segundo um estudo publicado na segunda-feira (2).

Usando dados meteorológicos, pesquisadores da universidade da Califórnia

descobriram que a estiagem ocorrida entre 2007 e 2010 não foi natural, mas

relacionada ao aquecimento global causado pelo homem no último século.

Apesar de a região ser historicamente propensa a períodos de estiagem, Colin Kelley,

líder da equipe de cientistas que organizou o estudo, afirma que "uma seca tão severa

tornou-se duas ou três vezes mais provável" graças à mudança climática gerada pelos

gases do efeito estufa.

Os autores do estudo admitem que a guerra civil na Síria foi causada por outros

fatores, como corrupção e desigualdade social. Mas os pesquisadores consideram que

a estiagem teve um "efeito catalisador" para o conflito, que já matou 200 mil pessoas

no país.

Estudos anteriores revelam que a seca, aliada às políticas frágeis de distribuição de

água na Síria, fez com que 1,5 milhão de pessoas saíssem do campo em direção às

grandes cidades do país, por não terem o que plantar.

O imenso fluxo migracional agravou a crise socioeconômica do país, que levou à

revolução contra o presidente Bashar al-Assad, em 2011.

Essa não é a primeira vez que um estudo afirma que as mudanças climáticas estão

relacionadas com conflitos armados.

No ano passado, a ONU alertou que as alterações no clima do planeta podem levar ao

aumento de disputas por terras e recursos naturais. O Pentágono, também em 2014,

afirmou que as mudanças climáticas são um "multiplicador de ameaças", que podem

aumentar a instabilidade política no mundo.

Água poluída mata mais que Aids e câncer de mama, revela pesquisa

Quase 800 mil mulheres morrem por ano por falta de saneamento básico.

Estudo foi realizado pela organização americana WaterAid.

Quase 800 mil mulheres morrem por ano por falta de acesso a banheiros seguros e

água limpa (Foto: Anderson Barbosa/G1)

Doenças transmitidas pela água poluída e pelo saneamento ruim representam a quinta

maior causa de mortes de mulheres em todo mundo, matando mais que a Aids, a

diabetes ou o câncer de mama, revelaram pesquisadores.

Quase 800 mil mulheres morrem todos os anos por falta de acesso a banheiros seguros

e água limpa, de acordo com a organização desenvolvimentista WaterAid, que analisou

dados do Instituto de Métricas da Saúde, centro de estudos sediado em Seattle, nos

EUA.

“Esta situação completamente inaceitável afeta a educação, a saúde, a dignidade de

mulheres e meninas e, em última instância, resulta em mortes precoces e

desnecessárias”, disse a diretora-executiva da WaterAid, Barbara Frost, em

comunicado.

As únicas doenças mais mortíferas para as mulheres do que a falta de saneamento de

qualidade são doenças cardíacas, derrames, infecções das vias respiratórias inferiores

e doenças pulmonares obstrutivas crônicas, de acordo com o relatório.

Sem acesso a 'direito humano'

Mais de um bilhão de mulheres, ou uma em cada três em todo o mundo, não têm

acesso a um toalete seguro e particular, e 370 milhões –uma em dez– não contam com

água limpa, segundo a WaterAid.

Mais de dois bilhões de pessoas passaram a ter acesso à água limpa entre 1990 e 2012,

mas quase 750 milhões continuam sem recurso ao que a Organização das Nações

Unidas (ONU) reconheceu ser um direito humano.

A água poluída e o saneamento ruim estão na raiz de problemas como a mortalidade

materna e infantil e a violência sexual.

Muitas mulheres em países em desenvolvimento dão à luz em casa, sem acesso à água

limpa, expondo-se e aos seus bebês a infecções.

Sem banheiros seguros, mulheres e garotas têm que se aventurar ao ar livre para fazer

suas necessidades, muitas vezes à noite, arriscando sofrerem assédio e abuso sexual.

Além disso, em muitos países pobres é considerado responsabilidade de mulheres e

meninas encontrar água, o que as força a passar várias horas do dia indo e voltando de

poços e as impede de frequentar escolas e cuidar de suas famílias.

Crise hídrica se agrava em Minas; RJ e SP têm alívio

Enquanto reservatórios do Paraíba do Sul, Cantareira, Guarapiranga e Alto Tietê

respiram, sistema mineiro agoniza e fortalece ameaça de rodízio

As aguardadas chuvas de verão, mesmo acima da média, foram insuficientes para

interromper a trajetória de queda das reservas de água em Minas Gerais, embora

tenham dado um refresco à seca em São Paulo e no Rio de Janeiro nos dois primeiros

meses do ano. Levantamento feito pelo site de VEJA com base em dados dos órgãos

que monitoram o nível dos reservatórios nos três Estados do sudeste brasileiro mostra,

no entanto, que a gravidade da crise hídrica segue longe de ser superada.

Apreensivos, os governadores Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo, Luiz Fernando

Pezão (PMDB), do Rio de Janeiro, e Fernando Pimentel (PT), de Minas, possuem planos

de racionamento na gaveta, mas hesitam em decretá-los. Eles devem esperar até o fim

de março para reavaliar a situação das reservas e só tomar a decisão quando a estação

chuvosa terminar. Além de obras urgentes e de planos como a interligação entre os

sistemas Cantareira e Paraíba do Sul, os três governantes optaram, por enquanto, por

fazer manobras na distribuição para evitar o desabastecimento completo, reduzir a

pressão no período noturno e intensificar campanhas educativas. Em São Paulo, está

em vigor um programa com sobretaxa em caso de consumo excessivo e bônus por

economia - outra medida que Rio de Janeiro e Minas ainda avaliam.

A menos de um mês do fim da estação chuvosa, as reservas de água no Sudeste

continuam muito abaixo da série histórica. A situação é ainda pior em Minas, onde o

quadro se agravou entre janeiro e fevereiro. Os reservatórios da Região Metropolitana

de Belo Horizonte podem entrar em colapso em junho ou julho, segundo a Companhia

de Saneamento do Estado de Minas Gerais (Copasa). A Grande BH é abastecida

principalmente por dois sistemas: o Paraopeba, formado por três reservatórios, e o Rio

das Velhas, do qual a companhia retira água diretamente do leito. De 1º de janeiro a

1º de março, o volume de água nos reservatórios do Paraopeba caiu 3,1%.

Os três reservatórios abastecem juntos 2,3 milhões de pessoas. O Rio das Velhas

atende a outras 2,4 milhões. Entre os reservatórios, o Serra Azul tem a pior situação,

embora seja o único que se recuperou, em 2,1% de sua capacidade, nos dois primeiros

meses do ano. Estava em situação agonizante no fim de janeiro, beirando o volume

morto: sua represa tinha trechos com apenas um córrego visível. De lá para cá, a

reserva aumentou e está em 9,3% da capacidade total, de 88 milhões de litros. A

queda foi mais acentuada (6%) no maior dos reservatórios belorizontinos, o Rio

Manso, que pode armazenar até 150 milhões de litros, mas operavava com 42,2% da

capacidade até a última sexta-feira. O Vargem das Flores, da região de Betim e

Contagem, tinha somente 30% do seu total de 43 milhões de litros. Sua represa perdeu

no período 3,7 pontos porcentuais.

Para combater a crise, a Copasa iniciou uma campanha, no fim de janeiro, com

objetivo de poupar em 30% o consumo de água. Mas a redução ficou em apenas 9,4%

na Grande BH no primeiro mês - em todo o Estado, a economia foi menor, 7,4%.

O sudeste em crise hídrica

• 1 de 3(Foto: VEJA.com/VEJA)

Minas Gerais

As chuvas nos dois primeiros meses do ano aliviaram a seca em São Paulo e no Rio de

Janeiro, mas não interromperam a trajetória de queda em Minas Gerais. Veja a

situação atual nos três sistemas de produção de água que se tornaram ícones do

desabastecimento. Permanecem em situação mais grave o Cantareira (SP), o Serra Azul

(MG), além de Paraibuna e Santa Branca, que abastecem o Rio, apesar de estarem

localizados em solo paulista. Dados de 06/03/2015

• 2 de 3(Foto: VEJA.com/VEJA)

São Paulo

As chuvas nos dois primeiros meses do ano aliviaram a seca em São Paulo e no Rio de

Janeiro, mas não interromperam a trajetória de queda em Minas Gerais. Veja a

situação atual nos três sistemas de produção de água que se tornaram ícones do

desabastecimento. Permanecem em situação mais grave o Cantareira (SP), o Serra Azul

(MG), além de Paraibuna e Santa Branca, que abastecem o Rio, apesar de estarem

localizados em solo paulista. Dados de 06/03/2015

• 3 de 3(Foto: VEJA.com/VEJA)

Rio de Janeiro

As chuvas nos dois primeiros meses do ano aliviaram a seca em São Paulo e no Rio de

Janeiro, mas não interromperam a trajetória de queda em Minas Gerais. Veja a

situação atual nos três sistemas de produção de água que se tornaram ícones do

desabastecimento. Permanecem em situação mais grave o Cantareira (SP), o Serra Azul

(MG), além de Paraibuna e Santa Branca, que abastecem o Rio, apesar de estarem

localizados em solo paulista. Dados de 06/03/2015

Respiro - Já o nível armazenado nos principais reservatórios que abastecem as regiões

metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro apresentou saldo positivo em janeiro

e fevereiro. No mês passado, a pluviometria sobre o Sistema Cantareira bateu

recorde em vinte anos, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São

Paulo. Foram 322,4 milímetros de água. Desde 1995 a região não registra um volume

de chuvas maior em fevereiro.

Mais importante sistema do Estado e em situação mais crítica, o Cantareira recuperou

4,4% do volume de água no período - começou janeiro com 7,2% de sua capacidade e

no dia primeiro de março tinha 11,6%. Nessa conta, entram as duas cotas de volume

morto que aumentaram em 29%, ou 287,9 bilhões de litros, suas fontes originais. O

sistema Cantareira estaria, porém, negativo em cerca de 20% se não tivesse recebido

duas cotas extras de água ao longo do ano passado. Isso porque, desde que recebeu a

primeira parcela do volume morto (182,5 bilhões de litros), o Cantareira gastou mais

água do que tinha acumulado à época. O mesmo ocorreu quando a segunda cota

(105,4 bilhões de litros) foi bombeada para o sistema em dezembro, ocasião em que a

primeira acabou, e o nível de água ameaçava zerar. Em uma contagem artificial, que

soma a água aproveitada do fundo das represas com a do volume útil, o Cantareira

possui agora 11,7% do total de sua capacidade, 982,7 bilhões de litros. Ou seja, tem

um nível de água semelhante ao que a segunda cota do volume morto acrescentou ao

sistema.

O sistema Alto Tietê, também anabolizado por um volume morto de 39,46 bilhões de

litros (água que fica abaixo da estrutura de captação das represas), ficou com saldo

positivo de 6,5% nos dois primeiros meses deste ano. Nesta sexta, o segundo maior

sistema da Grande São Paulo operava com 18,7% de sua capacidade - 573,81 bilhões

de litros, destinados às casas de 4,5 milhões de pessoas. Como a Sabesp divulga o nível

de água como a soma do volume morto adicionado (6,6% da capacidade) com o

naturalmente disponível nas represas, os números ficam menos alarmantes.

A recuperação foi maior na Represa da Guarapiranga, na Zona Sul da capital paulista,

responsável por suprir água para 5,2 milhões de pessoas. O reservatório, que assim

como o Alto Tietê passou a atender demanda transferida pela Sabesp para aliviar o

Cantareira, registrou saldo de 21,2% em janeiro e fevereiro. É um dos que opera com

mais folga: 62,9% de seus 171,19 bilhões de litros - este, sim, sem contar nenhum

volume adicionado.

Gráfico de cálculo da capacidade das represas do Rio mostra diferença entre volume

morto e volume útil(ANA/ONS/VEJA)

Parte da Bacia do Paraíba do Sul, os quatro grandes reservatórios de Paraibuna, Santa

Branca, Jaguari e Funil têm uma particularidade: eles desempenham dupla função, a

geração de energia elétrica e o abastecimento industrial, agrícola e residencial. Por

causa da seca, Paraibuna e Santa Branca passaram da faixa zero no fim de janeiro e

obrigaram o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a interromper a produção

de energia. O volume morto nessas represas é contado a partir do zero, a quantidade

de água que não se usa para geração de energia - a imensa cota não operacional que

se acumula no fundo das represas do Sistema Interligado Nacional.

Se os reservatórios estivessem repletos, os volumes úteis seriam de 2,6 trilhões de

litros no Paraibuna, 307 bilhões de litros no Santa Branca, 792 bilhões de litros no

Jaguari e 605 bilhões de litros em Funil. Segundo os últimos dados disponíveis (de

quinta-feira), o Paraibuna operava com 2,05% do volume útil total; o Santa Branca com

1,62%; o Jaguari com 10,09%; e o Funil com 33,04%, a maior folga no volume útil.

Segundo dados divulgados pelo ONS e pela Agência Nacional de Águas (ANA), volume

morto total do Paraibuna possui 2,096 trilhões de litros; o do Santa Branca tem 131,2

bilhões de litros. A reserva técnica do Jaguari representa 443,1 bilhões de litros. E a do

reservatório Funil 282,6 bilhões de litros. Essas reservas poderiam abastecer cerca de

12 milhões de pessoas no Grande Rio por mais seis meses, estimam autoridades do

governo estadual.

O ONS também divulga a capacidade geral dos reservatórios, soma dos volumes útil e

morto de cada unidade. Seguindo este cálculo, metodologia diferente da aplicada em

São Paulo, a capacidade total do sistema equivalente do Paraíba do Sul seria de 7,3

trilhões de litros. Somando os volumes útil e morto verificados na última quarta-feira,

Paraibuna teria atualmente 45,45% de sua capacidade; Santa Branca, 30,95%; Jaguari,

42,25%; e Funil, 54,42%. Números bem menos assustadores que podem passar uma

sensação tranquilizante - perigosa para o meio ambiente e para quem depende de um

recurso natural de escassez iminente.