saúde no trabalho · líquido amniótico, líquido sinovial sêmen e secreção vaginal suor,...
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Saúde no Trabalho
Problemas ocupacionais em áreas críticas
Dr. Marcos José C. Baptista
Médico do trabalho coordenador
Risco: probabilidade de ocorrência de um dano à saúde ou à
integridade física.
Ocupacional: relacionado fatores presentes no ambiente de trabalho.
RiscoOcupacional
Acidente
Exposição
Lesão corporal
Perturbaçãofuncional
Doença Conseqüência
Pessoa
Sociedade
Riscos ocupacionais
ferimentos, quedasAcidentes
posturas incorretas, transporte de peso, repetitividadeErgonômicos
bactérias, fungos, protozoários, vírusBiológicos
poeiras, fumos, gases, vaporesQuímicos
ruído, vibrações, temperaturas extremas, radiações ionizantesFísicos
Riscos ocupacionais
Disponibilidade de consultas informais.
Capazes de cuidar da própria saúde.
Hospitais são direcionados para o tratamento e não para a prevenção.
“Quem cuida não adoece”, doença é para o paciente.
Estória
História
Profissionais de saúde não são categoria de risco
Porquê?
ferimentos, quedasAcidentes
posturas incorretas, transporte de peso, repetitividadeErgonômicos
bactérias, fungos, protozoários, vírusBiológicos
poeiras, fumos, gases, vaporesQuímicos
ruído, vibrações, temperaturas extremas, radiações ionizantesFísicos
Riscos ocupacionais em hospitais
RISCO BIOLRISCO BIOLÓÓGICOGICO
RISCO ERGONÔMICORISCO ERGONÔMICO
DOR E MORTEDOR E MORTE
+
““ Minha vida tomou um novo rumo no dia em que uma Minha vida tomou um novo rumo no dia em que uma
agulha contaminada perfurou minha mão. Conto agulha contaminada perfurou minha mão. Conto
minha histminha históória em nome de todos que enfrentam esse ria em nome de todos que enfrentam esse
risco. Minha mensagem: risco. Minha mensagem: isso não precisa isso não precisa acontecer.acontecer.””
LyndaLynda Arnold, 1997Arnold, 1997
Acidentes com risco biológico
A MELHOR PREVENA MELHOR PREVENÇÇÃOÃO
ÉÉ NÃO NÃO
SE ACIDENTAR!!!SE ACIDENTAR!!!
Acidentes com risco biológico
Acidentes com risco biológico
PercutâneaPercutânea
MucosaMucosa
Pele não Pele não ííntegrantegra
RIS
CO
RIS
CO
Sangue e materiais com sangue
RIS
CO
RIS
CO
Líquidos de serosas, líquor, líquido amniótico, líquido sinovial
Sêmen e secreção vaginal
Suor, lágrima, fezes, urina, secreção pulmonar, saliva e vômitos
Acidentes com risco biológico
Hepatite BHepatite B soroconversãosoroconversão doendoençça cla clíínicanica
HBeAg+ 37-62% 22-31%
HBeAg- 23-37% 1-6%
Hepatite CHepatite C1,8 % (0-7%)
HIVHIV0,3% (percutânea e sangue)
Riscos de transmissão
CDC-MMWR, 2001; 50: RR-11
ARB – Avaliação
SusceptibilidadeSusceptibilidadeacidentadoacidentado
PacientePacientefontefonte
ExposiExposiççãoão
FluidoFluidoe gravidadee gravidade
CondutaConduta
Prevalência do HBV/HCV/HIVPrevalência do HBV/HCV/HIV
Risco nas Risco nas ááreas de origemreas de origem
Gravidade do acidenteGravidade do acidente
PacientePacientefonte conhecidofonte conhecido AcidentadoAcidentado
HBsAgAnti-HCVAnti-HIV (teste rápido)
Anti-HBsAgAnti-HCVAnti-HIV
PacientePacientefonte fonte
desconhecidodesconhecido
AUTO
RIZ
AÇÃO
ARB – Avaliação
Condutas para o HIV
Material de risco?
Anti-HIV conhecido?
Acidente com risco biológico
PEP não indicada
nAnti-HIV positivo?
n s
Tipo de exposição
Mucosa oupele não íntegra
Percutânea
Grande volume?
1 2
Risco elevado?
3
n
s s
n
Carga viral alta?
s
A
n
B
s
C
n
Indicar PEP expandida2+B, 3+A, 3+B
Indicar PEP básica2+A
Considerar PEP1+B, 2+C, 3+C
PEP não indicada1+A, 1+C
s
Profilaxia Pós-Exposição (PEP)
Experiência mundial: 103 casos comprovados, 219 prováveis.
Indicação: exposição com risco significativo.
Iniciar o mais rápido possível.
Duração 4 semanas.
Efeito protetor: 81% (1 estudo).
HMG, U/C, TGO/TGP em 0 e 14 dias (glicemia se IP).
Não afastar do trabalho.
PEP básica: AZT 300mg + 3TC 150 mg 2x/dia
PEP expandida: básica + inibidor de protease (indinavir 400 mg 3x/dia ou nelfinavir 750 mg 3x/dia)
---Anti-HBs positivo
Sorologia acidentado(0, 3 e 8 meses)
vacina IM
Sorologia acidentado(0, 3 e 8 meses)vacina IM + HBIg
Vacina IMAnti-HBs negativo
Sorologia acidentado(0, 3 e 8 meses)
vacina IM
Sorologia acidentado(0, 3 e 8 meses)vacina IM + HBIg
Vacina IMNão vacinado ou vacina < 3 doses
HBsAg positivoHBsAg negativo
Paciente-fontedesconhecido
Paciente-fonte conhecidoAcidentado
Condutas para o HBV
HBIg = 0,06 mg/Kg IM (se > 5 ml, dividir aplicação)
Até 7 dias após o acidente, ideal até 24-48 horas
Pode ser aplicado HBIg + vacina
Condutas para o HCV
Seguimento clínicoSeguimento clínicoSeguimento clínicoAnti-HCV positivo
Anti-HCV e TGPacidentado
(0, 3 e 8 meses)
Anti-HCV e TGPacidentado
(0, 3 e 8 meses)PCR para HCV - 3 meses
-Anti-HCV negativo
Anti-HCV positivoAnti-HCV negativo
Paciente-fonte desconhecido
Paciente-fonte conhecidoAcidentado
Condutas para o HCV
Ausência de profilaxia específica.
Em caso de soroconversão: 15-20% cura espontânea.
Ausência de consenso sobre conduta ideal.
Interferon no tratamento na fase aguda?
PCR positivo em 6-12 semanas.
Se houver soroconversão:
Tratar imediatamente?
Aguardar clareamento viral?
Não indicado NegativoNegativoNegativoConhecido
HIV, HBV*, HCVDesconhecidoDesconhecidoDesconhecidoDesconhecido
HIV, HBV*, HCVDesconhecidoDesconhecidoDesconhecidoConhecido
HCVPositivoNegativoNegativoConhecido
HBV* e HCVPositivoPositivoNegativoConhecido
HBV*NegativoPositivoNegativoConhecido
HIV, HBV*, HCVPositivoPositivoPositivoConhecido
HIV e HBV*NegativoPositivoPositivoConhecido
HIVNegativoNegativoPositivoConhecido
AcompanhamentoAnti-HCVHBsAgAnti-HIVPaciente-fonte
Acompanhamento em ARB
“Seja a mudança que você quer ver no mundo”
Mahatma Gandhi
via aérea
sangue e fluidos orgânicos
transmissão fecal-oral
contato com o paciente
PacientePaciente ProfissionalProfissional
“Intimidade Biológica”
Imunização de profissionais de saúde
Hepatite B
Formação acadêmica (antes do contato com paciente).
Três doses: 0, 30 e 180 dias.
Anti-HBs após 30-60 dias (título protetor > 10 mUI/ml).
Eficácia 90-95%.
Não reatores = repetir esquema.
Imunização de profissionais de saúde
Transmissão nosocomial documentada
Hepatite B
Sarampo
Caxumba
Rubéola
Varicela
Gripe
Bolyard et al, Am J Inf Control 1998; 26:289-354
Imunização de profissionais de saúde
População adulta
Tétano
Difteria
Outras patologias
Hepatite A
Febre amarela
Doença meningocócica
Coqueluche
Bolyard et al, Am J Inf Control 1998; 26:289-354
Afastamento do trabalho x doenças infecciosas
Resolução clínica + três BAAR negativosTbc pulmonar
Melhora clínica (avaliar risco)Gripe
Resolução clínica e 24 horas de tratamentoEscabiose
Até lesões em crostaHerpes zoster
Até lesões em crosta (contato com imunodeprimidos)Herpes simples
Resolução clínicaDiarréia infecciosa
Diminuição da secreçãoConjuntivite
Bolyard et al, Am J Inf Control 1998; 26:289-354
Tuberculose ocupacional
RISCO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Prevalência de Tbc
Perfil de pacientes
Grupo ocupacional
Espaço de trabalho
Tempo de trabalho na área da saúde
Menzies D et al, N Eng J Med 1995; 332: 92-8
Tuberculose ocupacional
SITUAÇÕES DE MAIOR RISCO
Formas pulmonares ou vias aéreas
BAAR positivo
Tratamento inadequado
Imagem cavitária
Procedimentos indutores de tosse
Não proteção da boca e do nariz
Tosse intensa e freqüente
CDC-MMWR, 1994; 43: RR-13
Tuberculose ocupacionalHierarquia de controle
Adaptado CDC-MMWR, 1994; 43: RR-13
triagemPAS
isolamento
tratamentoadequado
Tuberculose ocupacionalMedidas administrativas
identificaçãoprecoce
treinamentoPAS
Tuberculose ocupacionalControles de engenharia
pressãonegativa
trocas de ar
remoção departículas
CUSTO x BENEFÍCIO
Tuberculose ocupacionalProteção respiratória
paciente:máscara cirúrgica
PAS:respirador N95
Tuberculose ocupacional
TESTETUBERCULÍNICO
(2 aplicações)
NÃOREATOR
REATORFRACO
REATORFORTE
T Tperiódico
X BCG
??
Tuberculose ocupacional
BCG
T Tperiódico + INH
Perda do marcador
Eficácia em adultos
Falsa proteção
Risco de disseminação
Baixo custo
Efetividade
Adesão
Alto custo
Hepatotoxicidade
Tuberculose ocupacional
Contato TBc
TT prévio?Realizar TT > 10 mm?
> 10 mm?
Repetir em 8 a 12 semanas
Descartar doença
n s n
n
s
s
Viragem? Encerran
s
Doença? QuimioprofilaxiaTratamentons
Tuberculose ocupacional
CUIDADO!!
Broncoscopia
Entubação traqueal
Aspiração traqueal
Coleta de escarro induzido
Pentamidina inalatória
Adaptado CDC-MMWR, 1994; 43: RR-13
Doença meningocócica
RISCO = CONTATO NÃO PROTEGIDO
Exame ORF
Respiração boca a boca
Entubação traqueal
Manipulação de TOT
PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO
Após confirmação bacteriológica
Rifampicina 600 mg 12/12 h - 2 dias
Ciprofloxacina 500 mg - dose única
Ceftriaxona 250 mg IM - dose única
Bolyard et al, Am J Inf Control 1998; 26:289-354
Alergia ao látex
lipídeosfosfolipídioscarboidratosproteínas
tiuramcarbamatosfenilenediamina
talco
Alergia ao látex
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Dermatite irritante de contato (não imunológica)
Dermatite alérgica de contato (hipersensibilidade tipo IV)
Hipersensibilidade tipo I
Alergia ao látex
Exposição repetida (sensibilização).
Prevalência em PAS - 3 a 17%.
Reação cruzada com alimentos (banana, castanhas, kiwi, abacate,
tomate).
Confirmação diagnóstica:
- hipersensibilidade tipo IV: patch-test
- hipersensibilidade tipo I: prick-test, IgE específica (RAST)
Alergia ao látex
PREVENÇÃO
Qualidade do sabão e papel toalha.
Luvas com baixo teor de proteína.
Trocar marca da luva.
Luvas sem talco.
Não utilizar cremes e loções.
Luvas sem látex (vinil ou nitrile).
Distúrbios músculo-esqueléticos
LOMBALGIADISTÚRBIOS DO OMBRO
Transferência do paciente do leito para maca e vice-versa.
Transferência do paciente do leito para cadeira e vice-versa.
Transferência do paciente para sanitários.
Banho no leito.
Mobilização e posicionamento do paciente no leito.
Manipulação de extremidades.
Movimentação de equipamentos
Owen B, Surg Serv Man 1999; 5: 15-21
Distúrbios músculo-esqueléticos
PREVENÇÃO
Rotinas de trabalho para movimentação de pacientes
Treinamento dos profissionais
Condicionamento físico
Dispositivos ergonômicos
Distúrbios músculo-esqueléticos
Dispositivos ergonômicos
Saúde mental no trabalho
condições de trabalho
condições de trabalho
carreiracarreiracomunicação
internacomunicação
interna
relacionamentos pessoais
relacionamentos pessoais
controle do trabalho
controle do trabalho
latitude de decisão
latitude de decisão
demandademanda
equilíbrio pessoal x profissional
equilíbrio pessoal x profissional
PERCEPÇÃOPERCEPÇÃOvalores
experiências evivências
personalidade
mecanismosde defesa
formação
conhecimento
DOSES DIÁRIAS DE DOR E MORTE
atitudes
Saúde mental no trabalho hospitalar
jornada de trabalho
ruído de equipamentos
ritmo de trabalho
pacientes
trabalho noturno
óbito de crianças
HOSPITAL
Palco do sofrimento mental e social do
adoecimentoReconhecimento
social
Saúde mental no trabalho hospitalar
N Eng J Med 1972; 287: 372-5
RISCO DE SUICÍDIO
Médicos: 1,15
Médicas: 2,27
Am J Psy 2004; 161: 2295-2302
Saúde mental no trabalho hospitalar
JAMA 2003; 289: 3161-66
PARTICULARIDADES
Álcool - mais elevado entre 35 e 44 anos
Tabaco - menor
Maconha, cocaína e heroína - menor
Benzodiazepínicos e opiáceos - maior
Saúde mental no trabalho hospitalar
ESPECIALIDADES MÉDICAS
Cirurgiões e pediatras - menor em geral
Anestesistas e OS - maior em geral
Psiquiatras - maior BZD
Anestesistas - maior opiáceos
JAMA 1992; 267: 2333-9
USO DE DROGAS
Saúde mental no trabalho hospitalar
MEDIDAS PREVENTIVAS ?
OBRIGADO!Marcos José Campello Baptista