secretaria de estado da educaÇÃo · 2014-04-22 · logo em seguida veio à luta pela qualidade do...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
O PAPEL DO CONSELHO ESCOLAR NA GESTÃO DEMOCRÁTICA
SANTA LUCIA – PARANÁ 2012
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O PAPEL DO CONSELHO ESCOLAR NA GESTÃO DEMOCRÁTICA
SCARIOT, Jaury Antonio 1 BORGES, Paulo Humberto Portos2
Resumo: Este texto tem por objetivo divulgar o trabalho de pesquisa
desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, do Governo
do Estado do Paraná. O objeto de estudo foi Conselho Escolar, pois o mesmo
tem um papel decisivo na democratização da educação e da escola, constituindo-
se um importante espaço no processo de democratização, na medida em que
reúne: diretores, professores, funcionários, estudantes, pais e outros
representantes da comunidade para discutir, definir e acompanhar o
desenvolvimento do projeto político pedagógico da escola, que deve ser visto,
debatido e analisado dentro do contexto nacional em que se vive, permitindo a
participação social, promovendo a gestão democrática. Busca-se, por meio deste
trabalho, aprofundar conhecimentos teórico-práticos e legais sobre o papel desse
órgão colegiado, bem como descobrir de que modo ele pode contribuir mais
efetivamente para a construção e democratização da gestão, especialmente no
que se refere à organização e realização do trabalho pedagógico. Sendo assim, o
desafio proposto ao Conselho Escolar é obter resultados positivos no aprendizado
dos educandos como forma de reduzir a evasão e a repetência, num projeto de
gestão participativa.
Palavras Chaves: “Gestão escolar”; “Democracia”; “Conselho Participativo”.
ABSTRACT: This paper aims to disseminate the research work developed at the
Educational Development Program - PDE, the State Government of Paraná. The
study object was the School Board, because it has a decisive role in the
1 Professor PDE 2010 docente no Colégio Estadual Orlando Luiz Zamprônio – Ensino Fundamental e Médio-
Santa Lúcia – Pr . E-mail: [email protected] e/ou [email protected] 2 Professor Orientador da Universidade do Oeste do Paraná – UNIOESTE- Campus de Cascavel.
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democratization of education and schools, constituting an important space in the
democratization process, in that it comprises: principals, teachers, staff, students,
parents and other community representatives to discuss, define and monitor the
development of political pedagogical project of the school, which must be
considered, discussed and analyzed within the national context in which we live,
enabling social participation, promoting democratic governance. Seeks, through
this work, further theoretical and practical knowledge and legal on the role of a
collective body, and discover how it can more effectively contribute to building and
democratization of management, especially as regards the organization and
completion of educational work. Thus, the challenge posed to the School Board is
to obtain positive results in students' learning as a way to reduce dropout and
repetition, a project of participative management.
KEYWORDS: “School Management”; “Democracy”; “Participation of the Board”.
1 Introdução
A definição do tema deste artigo apóia-se na concepção que temos do
conceito de Gestão Escolar Democrática, que nada mais é do que, a participação
da comunidade escolar e local, mediada pela participação do Conselho Escolar,
organizações associativas da escola.
Muitas são as concepções sobre gestão e democracia. Segundo Bastos
(2005), foi no final do período da ditadura militar que a gestão democrática tornou-
se um dos princípios fundamentais da educação na Constituição Brasileira,
advinda da reivindicação dos movimentos sociais a ser aplicada apenas ao ensino
público, restabelecendo o controle da sociedade civil sobre a educação pública,
possibilitando a eleição de gestores escolares e dos conselhos escolares,
garantindo a liberdade de expressão, de pensamento de criação e da organização
na coletividade escolar.
Desta forma, oportunizando com mais facilidade a luta por condições
materiais para aquisição e manutenção dos bens escolares, por salários dignos a
todos os envolvidos profissionalmente em educação.
A transição para democracia política não conseguiu abandonar o regime
de correlação de forças desiguais entre o Ministério da Educação e Cultura (MEC)
e as Secretárias de Educação, entre estas e as escolas. Neves relata que:
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A política educacional brasileira está permeada por forças desiguais. A apresentação de dois Planos Nacionais de Educação, um do governo e outro da sociedade civil, evidência o atual estágio entre, forças no final dos anos 1990, explicando a disputa do conflito entre duas propostas de sociedade e de educação - a proposta liberal-corporativa e a proposta democrática de massas - que vem se confrontando desde o final dos anos 80, onde acontecia a definição do processo da política educacional brasileira (Neves, 1998, p.18).
Para que se possa compreender melhor esta questão será analisada três
momentos importantes: a discussão ativa relacionada à gestão democrática, o
movimento de democratização da administração da educação, e as práticas
compartilhadas numa administração.
Segundo Tavares (1990), uma pesquisa realizada nos anos de 1988 -
1990, na conjuntura determinada pelas conquistas da Constituição de 1988, os
deputados denominados de “Centrão” tiveram uma atenção especial na
determinação à inclusão da gestão democrática como princípio apenas destinado
exclusivamente ao ensino público, como ficou relatado na Constituição Federal de
1988.
A gestão democrática como princípio definido conforme lei, em alguns
estados e municípios, as autoridades continuam vetando as eleições diretas para
diretores escolares, alegando a inconstitucionalidade das eleições para o cargo
de gestão escolar; a proposta que conseguiram implantar sobre a implantação da
gestão democrática foi aquela em que o debate alcançou um compromisso
efetivo, da secretária de educação, do sindicato da categoria, das unidades
escolares e das comunidades.
Em relação à gestão escolar, Nunes afirma que,
A abertura das escolas para o mundo urbano tornou-se palco de conflitos e disputas. Em algumas escolas secundárias, o regime de self-government através do qual a gestão escolar era realizada pelos próprios alunos, organizados em conselhos, nos quais decidiam sobre sanções disciplinares, estímulos aos colegas retardatários, apoio aos menos ajustados, programas e estudos supletivos, atividades curriculares e extracurriculares, etc. foi lido como exercícios de “anarquia” que, sem sólidas raízes no circulo familiar dos alunos, invertia a hierarquia da autoridade escolar, promovendo a desordem (NUNES, 1992, p. 168).
estratégias e práticas tinham objetivo de garantir A democracia no Brasil foi
interpretada a partir das concepções de esquerda marxista. Também na década
de 1970-1980 um amplo movimento de toda sociedade em geral, e
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especificamente dos trabalhadores em educação, da população e das lideranças
de alguns partidos de esquerda, conseguiram articular o esboço de um projeto
político, cujas a participação da população nas decisões da administração pública,
na esfera da educação.
Com as inúmeras diversidades práticas existente no âmbito escolar, por
sua vez, não se sustentam sem uma concepção de sociedade ou de mundo.
Portanto, esta diversidade de práticas está em permanente movimento no dia a
dia escolar, seja para o sucesso ou para fracasso. Entende-se que as práticas de
gestão fazem parte desse cotidiano, pois estimula os conhecimentos e auxilia no
controle de gestão participativa.
Neste sentido, assim como a administração atinge a totalidade da escola,
a gestão democrática não pode ser uma proposta de democratizar apenas a
esfera administrativa. É fundamental que atinja todos os setores da escola,
principalmente os resultados em sala de aula.
Para que se efetive a democracia real em todos os níveis de trabalho
escolar deve estar subsidiada pela coletividade para as tomadas de decisões.
Sabe-se que o ambiente escolar tem a função social de transmitir o conhecimento
historicamente construído, porém, não pode; a escola ficar alheia a educação
política.
Ressaltando que por meio da introdução do processo eleitoral para
escolha dos diretores escolares e dos membros dos conselhos de escola e
comunidade, a partir das décadas de 1970 e 1980, considera-se uma conquista
para as escolas públicas. O voto é um direito adquirido na modernidade e, como
tal, é o melhor caminho para a escolha de gestores. Assim é necessário,
[...] buscar um conceito de democracia no qual a conquista do governo, por meio do voto popular, não esgote a participação da sociedade, mas ao contrário, permita a iniciar outro processo, gerando dois focos de poder democrático: um originário do voto; outro, originário de instituições diretas de participação (GENRO, 1997, p. 18- 19).
A gestão democrática abre para comunidade uma perspectiva de
reeducar o seu dirigente escolar, e colocar diante dele a necessidade de
administrar a escola com as representações de todos os segmentos dela com
comprometimento de gestão. Os profissionais da educação, os alunos, pais e
comunidades conscientes da necessidade de um projeto democrático de
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educação podem constituir “núcleos de pressão” e exigir do diretor eleito o
compromisso com a participação de todos na construção de uma escola
democrática.
É fundamental compreender a importância dos conselhos escolares, para
o cotidiano escolar, vozes diferentes e discordantes, como entidade importante no
conjunto das relações democráticas, para fazer refletir e provar que a realidade
não é homogênea e está sempre em movimento, pois as iniciativas se multiplicam
nas escolas, quando os mesmos são atuantes, é restabelecida a confiança na
coisa pública como bem comum, e os direitos e deveres passam a fazer parte do
cotidiano escolar.
Os sindicatos e associações dos educadores foram elementos
fundamentais para a articulação da luta pela qualidade do ensino. Essa
organização deu-se ao longo da década de 1970, tornando-se mais ativa na
década de 1980, em função de diversos fatores, desde o próprio processo de
redemocratização do país até as lutas específicas dos profissionais da educação.
Mendonça (apud SAVIANI, 1977), considera que, nesse período, os
movimentos reivindicativos expressaram-se por meio de dois indicadores
distintos: o primeiro, centrado em preocupações com significado social e político
da educação, com a conquista de uma escola pública de qualidade aberta a todos
e voltada principalmente para as camadas não dirigentes; o segundo, centrado
em preocupações corporativas e econômicas, que se expressaram de maneira
mais concreta nas greves de professores. O primeiro indicador da organização
educacional fez-se representar pelas entidades de caráter acadêmico, voltadas
para a produção científica e para a proposição e a análise de políticas públicas
orientadas para a construção de uma escola pública de qualidade. O segundo
indicador da organização educacional, de caráter sindical, deu-se pela articulação
de inúmeras entidades locais e regionais em torno da CNTE - Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação, que reúne os sindicatos
representativos dos profissionais da educação básicos, e em torno do Andes - o
Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior.
O importante é que essa organização dos educadores em torno de seus
sindicatos e de suas associações acadêmico-científicas influenciou uma
diversidade de iniciativas pedagógicas e de gestão educacional em diversas
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partes do país. Logo em seguida veio à luta pela qualidade do ensino,
acompanhada de movimentos fortes pela participação nos processos de gestão,
entendendo que através de uma alteração no sistema de ensino no interior das
escolas, a gestão escolar foi ampliada e democratizada. Mecanismos de
democratização da gestão escolar e de ampliação de processos participativos no
conjunto da administração pública foi uma realidade que acompanhou o processo
de redemocratização do país.
Diversos estados e municípios brasileiros com um sistema de ensino
diferenciado colaboraram para a consolidação do princípio da Gestão
Democrática, finalmente consignado na Constituição Federal de 1988, no seu
Artigo 206, Inciso VI. A inclusão da gestão democrática do ensino público nesta
Carta Magna foi uma inovação, uma vez que nenhuma outra Constituição anterior
o fez. Ao instituir essa diretriz de política pública educacional como princípio do
ensino público em todos os níveis, tornou-a um imperativo legal determinando que
a legislação infraconstitucional regulamentasse a questão, “na forma da lei”.
Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), esperava-se que ampliasse a compreensão legal sobre o princípio da
gestão democrática institucionalizando alguns mecanismos já consolidados pelas
experiências em desenvolvimento no país. A tramitação do processo da LDB,
aliado às disputas políticas no interior do Congresso Nacional, terminou com a
redução da ampliação sobre o tema legal da gestão democrática.
Em dezembro de 1988, por iniciativa do Deputado Octávio Elíseo (PSDB-
MG), foi apresentado o Projeto de Lei 1.158-A/88, fixando em 83 artigos as
diretrizes e bases da educação nacional, tomando por base estudos de Saviani
(1988), publicado na Revista da ANDE. Esse projeto não continha nenhuma
referência explícita à gestão democrática como princípio do ensino público.
Curiosamente, o educador, que individualmente mais influenciou na elaboração
do primeiro projeto da LDB apresentado à Câmara Federal após a promulgação
da Constituição de 1988, não considerou um desafio a ser enfrentado pelo país, a
democratização dos processos de gestão educacional.
O substitutivo apresentado pelo Deputado Jorge Hage (PSDB-BA) em
junho de 1990, após a incorporação de inúmeras emendas, foi aprovado na
Comissão de Educação Cultura e Desporto da Câmara Federal. No que se refere
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à educação tivemos importantes avanços, sendo incorporada a democratização
da educação, dentre os quais o da gestão democrática.
Somente em 13/5/1993 o projeto tramitou no Plenário da Câmara Federal,
com o intuito de ser aprovado, tendo sido alterado pelas resistências de setores
conservadores, especialmente pelos privatistas (SAVIANI, 1997). No Senado da
República, o projeto sofreu todos os tipos de modificação. A maior delas deu-se
pelo fato de ter sido apresentado outro projeto alternativo pelo Senador Darcy
Ribeiro, em 20/5/1992, antes, portanto, da aprovação do projeto da Câmara
Federal pelo plenário.
As referências à gestão democrática no texto da LDB sancionada nem
sempre são diretas. A expressão é citada três vezes:
a primeira, ao nominar os princípios da educação nacional, repetindo e
ampliando a determinação constitucional, fixando, no artigo 3o, inciso VIII,
que o princípio da gestão democrática será desenvolvido na forma desta lei
e da legislação dos sistemas de ensino, ampliando o ordenamento
constitucional com os mecanismos que viessem a ser criados pelos
diferentes sistemas de ensino nas Assembléias Legislativas, nas Câmaras
Municipais e nos Conselhos Estaduais de Educação;
a segunda referência, no artigo 14, determinou a participação dos
profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola,
bem como a participação da comunidade escolar local, em conselhos
escolares ou equivalentes. Ao não definir o que entende por comunidade
escolar e local, a LDB deixou o campo aberto à interpretação das
legislações e normas estaduais e municipais;
a terceira referência, relativa ao ensino superior, determinou que a gestão
democrática se desse pela constituição de órgãos colegiados deliberativos,
cuja composição prevê a participação dos docentes em setenta por cento
dos assentos.
Dentre as modificações e mutilações impostas pelo projeto do Senado na
temática da gestão democrática ressalta-se a não adoção do Fórum Nacional de
Educação. No plano da legislação federal, além da LDB, a gestão democrática
foi objeto de regulamentação na Lei 10.127, de 9/1/2001, que estabeleceu o
Plano Nacional de Educação (PNE) com vigência para os seguintes dez anos. De
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maneira semelhante ao processo de discussão e aprovação da LDB, o processo
legislativo que levou à sanção da lei que estabelece o PNE teve a participação
ativa do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública.
O PNE aprovado incentiva a criação de Conselhos Municipais de
Educação e a definição de normas de gestão democrática com a participação da
comunidade. As leis sancionadas no âmbito federal, como se pode depreender,
avançaram muito pouco na institucionalização de mecanismos concretos de
gestão democrática, deixando aos sistemas de ensino suprir essa lacuna, o que
permite na falta de parâmetros gerais, toda sorte de interpretações sobre o
significado e o conteúdo dessa diretriz de política educacional.
A gestão democrática do ensino público tem se materializado nos
sistemas de ensino dos estados e dos municípios por meio de mecanismos como
a escolha participativa de dirigentes escolares, particularmente com a utilização
de eleições diretas, como a constituição de conselhos escolares de caráter
deliberativo, pela descentralização administrativa e pedagógica das unidades
escolares e pela ampliação de sua autonomia.
A participação no âmbito da gestão de políticas sociais supõe a inclusão
de indivíduos e grupos nos processos e mecanismos criados para que o controle
da população sobre o Estado possa ser exercido. No campo da educação, em
especial em relação à democratização da escola e de seus sistemas de ensino,
bem como em relação ao controle social e a gestão de políticas públicas, é
importante considerar que a democratização não ocorre apenas pelo aumento da
participação daqueles que já são atuantes por força de seus deveres
profissionais- professores, especialistas, técnicos, auxiliares- mas pela inclusão
dos que são ainda postos de lado em função dos mais variados argumentos -
pais, estudantes e comunidade em geral.
Estas participações têm suas expressões nos conselhos, quase todos
induzidos pela Constituição Federal de 1988 e criados por legislações
complementares atinentes às políticas públicas nas respectivas áreas
governamentais. Esses conselhos são respostas às demandas por participação
popular na gestão das políticas públicas formuladas nas últimas décadas.
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A Constituição Federal do Brasil, promulgada no ano de 1988, estabelece
a gestão democrática do ensino público, como um dos sete princípios a serem
observados ao se ministrar o ensino, em todos os níveis (Inciso VI do Artigo 206).
Ao fazê-lo, a Constituição institucionalizou, no âmbito federal, práticas
ocorrentes em vários sistemas de ensino estaduais e municipais. E, neste sentido,
o artigo 14 da LDB, Lei nº 9394/96, aprovada em 1996, afirmando o principio da
gestão democrática, instituído com a Constituição Brasileira, dispõe que: os
sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público
na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os
seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração
do projeto político pedagógico da escola; II – participação das comunidades
escolar e local em Conselhos Escolares ou equivalentes.
Desse modo, a LDB, ao encaminhar para os sistemas de ensino as
normas para a gestão democrática, indica dois instrumentos fundamentais: a
elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola, contando com a
participação dos profissionais da educação e a participação das comunidades
escolar e local em Conselhos Escolares ou equivalentes.
A esse respeito, a lei estabelece o princípio da gestão democrática, ou
seja, a necessidade de que a gestão das escolas se efetive por meio de
processos coletivos envolvendo a comunidade local e escolar.
Segundo FERREIRA,
Gestão significa tomar decisões, organizar, dirigir as políticas educacionais que se desenvolvem na escola comprometidas com a formação da cidadania [...] é um compromisso de quem toma decisões – a gestão -, de quem tem consciência do coletivo – democrática -, de quem tem responsabilidade de formar seres humanos por meio da educação (FERREIRA, 1999, p. 1241).
Assim, para que a gestão democrática aconteça, entende-se ser
necessária a garantia de mecanismos e condições para que espaços de
participação, tomada de decisões e descentralização do poder ocorram.
Para a efetivação de uma gestão democrática, a comunidade escolar, de
forma integral, deverá envolver, desde os alunos, passando pelo orientador,
coordenador, secretária, diretor, funcionários, bem como pelos diferentes
segmentos da sociedade.
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Como explicita Gadotti,
A gestão democrática deve estar impregnada de certa atmosfera que se respira na escola, na circulação das informações, na divisão de trabalho, no estabelecimento do calendário escolar [...]. A gestão democrática é, portanto, atitude e método. A atitude democrática é necessária, mas não é o suficiente. Precisa-se de método democrático de efetivo exercício da democracia. Ela também é um aprendizado. Demanda tempo, atenção e trabalho (GADOTTI, 2000, p.36).
Não se pode esquecer que somente a previsão legal não garante a
realidade e a equidade dos direitos e faz com que o espaço escolar tenha uma
gestão democrática. A democracia também se torna fictícia, passando a existir
como promessa e não como realidade. E, de acordo com Paulo Freire: “a
democracia como qualquer sonho, não se faz com palavras desencarnadas, mas
com reflexão e prática” (FREIRE, 2003, p.91). Tanto a Constituição Federal
Brasileira quanto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDBEN
prevêem a gestão democrática como princípio do ensino.
Nesse sentido, muitos estudiosos da educação apontam a promoção da
participação da comunidade escolar como necessária para a efetivação da gestão
democrática no âmbito educacional.
Por comunidade escolar se entende todos aqueles que direta ou
indiretamente contribuem para o funcionamento dos estabelecimentos de ensino
(alunos, pais, professores, funcionários e comunidade em geral). Nessa
perspectiva, o Conselho Escolar assume lugar central na discussão, pois junto
com a escola compartilha interesses comuns na busca por uma educação de
qualidade.
A gestão democrática da escola pública requer a participação coletiva das
comunidades escolar e local na gestão dos recursos financeiros, de pessoal, de
patrimônio, na construção e na implementação de projetos educacionais, na
elaboração e implementação do Regimento Escolar, do PDE e na construção e
implementação da Proposta Pedagógica. Luk (1998) acrescenta que:
A gestão participativa reconhece que a vida organizacional contemporânea é altamente complexa, assim como seus problemas. Os educadores e pesquisadores na década de 70 começaram a prestar maior atenção ao impacto da gestão participativa na eficácia das escolas como organizações. Ao observar que não é possível para o diretor solucionar sozinho todos os problemas e questões relativas à sua escola, adotaram a abordagem participativa fundada no principio de que, para a organização ter sucesso, é necessário que os diretores busquem o
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conhecimento especifico e a experiência dos seus companheiros de trabalho. Os diretores participativos baseiam-se no conceito da autoridade compartilhada, por meio do qual o poder e delegado a 8, representantes da comunidade, ou seja, Conselho Escolar (LUK, 199p.19).
Os Conselhos Escolares são órgãos colegiados compostos por
representantes das comunidades escolares e locais, surgiram no cenário
educacional brasileiro no inicio da década de 80, embalados pelo movimento de
redemocratização do país, resultado da reorganização da sociedade civil. Essa
nova organização popular buscava formas de participação e representação direta,
que tem como atribuição deliberar sobre questões político-pedagógicas,
administrativas, financeiras, contribuindo no aprendizado e no âmbito da escola
(ALMEIDA, 2006).
No que se refere ao papel do Conselho Escolar numa gestão
democrática, conforme pesquisa de Daniel Garcia Flores, grande porcentagem
não tem conhecimento sobre as atribuições legais e funcionamento do Conselho
Escolar. Os alunos apresentam o maior índice de desconhecimento, mas há
também professores que declaram não ter conhecimento desses aspectos.
Apenas o funcionário, o supervisor responde conhecer tudo a respeito do
Conselho Escolar. Questiona-se também, que espécie de atuação pode ter um
conselho cuja maioria dos membros não sabe nada a respeito de sua
abrangência, competência, área de atuação e poder de decisão. Contudo,
O Conselho é uma instância de participação dos diferentes segmentos interessados na melhoria da escola pública através da atuação dos seus maiores interessados: pais, alunos, professores, funcionários e autoridades educacionais. As maiores críticas estão no emperramento desta participação, passando pela manipulação dos conselhos por diretores, extrema burocracia, chegando a má vontade em participar, denunciada por diferentes elementos (VIETEZ, 1997, p. 122).
Compreendendo a educação como prática social que visa o
desenvolvimento de cidadãos conscientes, autônomos e emancipados e que o
Conselho Escolar como um mecanismo de gestão democrática colegiada tem
como tarefa principal acompanhar o desenvolvimento da prática educativa e, nela,
o processo de ensino-aprendizagem e este órgão colegiado terá como função
conhecer a realidade e indicar caminhos que levem a realidade desejada, a
construção de uma escola cidadã e de qualidade.
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De forma global, não basta avaliar o desempenho do aluno de forma
descontextualizada. Deve-se, assim, identificar outros aspectos a serem
contemplados, como; contexto social na qual a escola esta inserida, as condições
da escola para uma aprendizagem relevante, os mecanismos utilizados na gestão
democrática da escola (DEL VECCHIO DE LIMA, 2007, pg.8).
A gestão democrática é, portanto, atitude e método. A atitude democrática é necessária, mas não é suficiente. Precisamos de métodos democráticos de efetivo exercício da democracia. Ela também é um aprendizado, demanda tempo, atenção e trabalho (GADOTTI,2000, p. 4).
Nesse sentido, o Conselho Escolar no desenvolvimento de suas ações,
sempre de forma co-responsável e parceiro da direção da escola deve ter
conhecimento das necessidades reais da escola tanto no aspecto pedagógico
quanto no administrativo.
Um dos desafios que se apresenta ao Conselho Escolar é aprender a
construir uma forma de lidar com as diferenças que marcam os sujeitos que estão
envolvidos no processo educativo, garantindo não somente o respeito a essas
diferenças, mas abrindo espaço para que cada um possa demonstrar e ser
atendido nas suas necessidades e potencialidades (DEL VECCHIO DE LIMA,
2006, p.12).
Outra função do Conselho Escolar é auxiliar que as ações propostas pelo
Projeto Político-Pedagógico (PPP), principalmente no que tange a aprendizagem
dos alunos, pois no PPP está a garantia de unidade do trabalho escolar; condição
para uma educação emancipadora que é, por origem, democrática e de qualidade
(DEL VECCHIO DE LIMA, 2006, p.12).
Segundo Luk (2008), a preocupação com a qualidade de ensino e a
conquista gradual da autonomia levou a transformação de várias práticas na
escola e, principalmente, de sua forma de gestão.
No que diz respeito à efetiva participação da comunidade, Abranches
ressalta que:
Deve tomar parte das decisões dos assuntos públicos nos parece, por vezes, utopia se pensarmos nos inúmeros desafios que ainda devem ser superados, principalmente, por que estamos tratando da construção de sujeitos o que requer mais atenção e mais trabalho, além da paciência para romper toda resistência e a falta de conhecimento e informação dos indivíduos. (ABRANCHES, 2003, p. 79)
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Portanto, o processo de gestão escolar deve estar atrelado à comunidade
a qual pertence, e o papel do gestor escolar deve estar sempre somando forças
com professores, funcionários, alunos, pais na construção de uma gestão
democrática coletiva no processo educacional, buscando concentrar esforços na
redescoberta de uma nova educação que crie uma comunidade mais civilizada
para existir, interagir, sonhar, realizar, um projeto que visa à essência do
conhecimento ao educando propiciando o crescimento profissional de todos os
envolvidos.
2 Metodologia
Este trabalho é resultante da implementação pedagógica na escola, foi
desenvolvido com alunos do 6º e 7º Ano do Ensino fundamental do Colégio
Estadual Orlando Luiz Zamprônio - Ensino Fundamental e Médio, na cidade de
Santa Lúcia, Estado do Paraná. Para que isso se efetivasse, os trabalhos foram
embasados por leis e pesquisa bibliográfica de estudiosos atuais, concernente ao
assunto.
A implementação em sala de aula é uma exigência do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), as atividades foram desenvolvidas tendo
como base o Material Didático Pedagógico (Caderno Temático), bem como dos
conhecimentos adquiridos nesse processo, segundo os objetivos propostos pelo
Projeto de Intervenção.
Assim, para aplicar as ações do Caderno Temático que foi confeccionado
sob a orientação do Professor Paulo Humberto Porto Borges da IES - Unioeste de
Cascavel, com o mesmo titulo do presente trabalho, optou-se por trabalhar com
as turmas do 5º e 6º série ensino fundamental, pelo fato do tema pesquisado se
tratar, especificamente dos problemas levantados por professores dessas turmas,
no combate a evasão e a repetência visando a qualidade de ensino.
Como primeira ação, participação na semana pedagógica e apresentação
da intervenção pedagógica que seria aplicada na escola. Na reunião estavam
presentes direção, equipe pedagógica, professores, funcionários Presidente da
APMF e os componentes do Conselho Escolar para apresentação do projeto,
para que ficassem cientes dos objetivos a serem alcançados, com o intuito de que
os mesmos colaborassem e participassem na realização da proposta.
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Salienta-se que a participação dos membros do Conselho Escolar na
reunião teve como objetivo a sensibilização dos conselheiros para a importância
da participação dos mesmos na instituição escolar levando o conhecimento de
sua real função, mesmo alguns já membros do CE, desconhecem as suas
atribuições, expondo a eles o poder grande que exercem até com relação aos
alunos, para que juntos possamos, entrar num consenso para buscar melhoria do
processo ensino-aprendizagem, e com relação à evasão desistência e indisciplina
do aluno, as medidas a serem tomadas na construção de uma Gestão
Democrática.
Por se tratar de um tema sobre o qual a escola sempre buscou trabalhar,
“a participação” da comunidade na escola por meio do conselho escolar, e por ser
um tema relevante, por tratar-se de coletividade e desta ação em conjunto buscar
melhoria na qualidade educacional, a redução da evasão desistência e
indisciplina do aluno, com isso asseguramos o cumprimento da função da
instituição escolar, que é todos estarem na escola. Tendo em vista que,
É na escola e em sua comunidade que espaços alternativos constituem a defesa do interesse de uma educação de qualidade, gratuita e democrática, promotora da cidadania e da humanização do aluno e da sociedade. Os Conselhos Escolares colocam-se nesse contexto, como um mecanismo público de controle, defesa e construção do interesse da educação pública. (WERLE, 2003, p.46).
Para as turmas escolhidas para a aplicação das atividades foi
apresentado o tema, os objetivos propostos e que os alunos tivessem consciência
e soubessem o que é o PDE e os resultados deste na prática pedagógica. No
decorrer da implementação, os alunos foram reunidos diversas vezes para que
soubessem da importância do trabalho que estava sendo feito em beneficio a
eles, com o envolvimento do Conselho Escolar, Direção, Equipe Pedagógica e os
pais dos alunos envolvidos no projeto para obter resultados relevantes.
A operacionalização das atividades em sala de aula ocorreu de forma
sistematizada, sendo a parte mais significativa de todo o estudo por se tratar de
um projeto de pesquisa-ação.
Como sistematização dos trabalhos e já estar sendo traçadas as ações a
serem desenvolvidas, foram reunidos os pais dos alunos envolvidos no processo
pedagógico que explanar como seria o trabalho junto aos seus filhos, no intuito de
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orientá-los e solicitar o auxílio na recuperação das dificuldades encontradas no
rendimento escolar e no combate a evasão e a repetência dos alunos. Faziam
parte da reunião os membros do Conselho Escolar para demonstrar que estavam
comprometidos com a qualidade do ensino.
Para que todos os segmentos que compõem a comunidade escolar
possam contribuir e responsabilizar-se pela construção do projeto da escola é
garantir a efetiva representatividade dos segmentos de pais e alunos, já
assegurados aos professores e funcionários, almejando com isso os resultados
positivos no aprendizado dos educando reduzindo a evasão e repetência, num
projeto de gestão participativa democrática (LUK, 1998, p.115).
Corroborando com Paro (2004) que é nos espaços da contradição que a
comunidade precisa atuar. Assim, o Conselho Escolar, como órgão consultivo,
deliberativo e de mobilização mais importante do processo de gestão
democrática, deve superar as funções meramente administrativas e não deve se
configurar apenas como um instrumento de fiscalização e controle por parte do
Estado, mas como parceiro de todas as atividades que se desenvolvem no interior
da escola.
No decorrer do desenvolvimento da implementação, observou-se que os
alunos estavam mais participativos nas atividades e frequentando as aulas e que
estavam gostando dos encaminhamentos desenvolvidos, através de aulas
expositivas, incentivo a apresentação de trabalhos em grupos, aula com
pesquisas no laboratório de informática troca de experiências entre eles, dos
trabalhos que estavam em andamento. Tudo isso acompanhado pela pedagoga
da escola e o professor PDE, onde todos se sentiam a vontade e colocavam cada
um sua situação familiar, e os impactos no aprendizado com suas dificuldades de
assimilação dos conteúdos propostos.
Nesse sentido é possível, em nossas instituições de ensino, oferecer
situações em que os alunos possam propor recusar, concordar, modificar,
produzir, oferecendo condições para participar com autonomia, possibilitando que
o Conselho escolar e os pais estejam presentes nas tomadas de decisões e
modificando a realidade em relação aos aspectos pedagógicos. A relação entre
os pais e os alunos na superação da dificuldade, com o objetivo não só de
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reprodução dos saberes acumulados, mas também de transformação da
realidade, tanto social como educacional.
Assim, por meio da participação dos sujeitos sociais nos processos
coletivos de decisão, e que são mediatizadas a formação para a cidadania
transformando a escola em espaço de produção e socialização formando sujeitos
participativos e críticos, através de uma ação intencional da práxis
transformadora, por outro lado,
O paradoxo do Conselho de Escola (CE) pode ser resumido no seguinte: todos louvam o seu papel imprescindível para o bom funcionamento da escola, como instrumento de democratização da gestão e de construção do seu projeto pedagógico; entretanto, há um verdadeiro consenso que, no seu funcionamento real, o CE não cumpre esse papel. (Pinto, 1999, p. 219)
Um dos grandes desafios do projeto na gestão democrática é trazer para
a escola a comunidade em que ela está inserida, e fazer com que estas pessoas
participem ativamente do processo de gestão e que a construção de
conhecimento pelos alunos seja efetivada; e consequentemente com isto, seja
reduzido a evasão e a repetência.
3 Resultado da Pesquisa
Como resultados das atividades na Escola, os pais e os membros do
Conselho Escolar tiveram a compreensão de que há necessidade de se fortalecer
a atuação do Conselho Escolar e dos pais no processo educativo.
Em relação Conselho Escolar que é um órgão co-gestor, que auxiliar nas
decisões e implementações de ações inovadoras na escola como também, auxilia
na busca de alternativas para enfrentar dificuldades de aprendizado ou
disciplinares dos alunos, na busca do aprendizado e a permanência do aluno na
escola. Para que houvesse a participação do Conselho no acompanhamento das
práticas escolares foi necessário que tivessem conhecimento dos instrumentos
para a compreensão deste processo e das questões legais que a sustentam.
Por isto, a escola deve organizar-se democraticamente, com membros do
Conselho Escolar, com vistas ao alcance de objetivos transformadores, buscando
entender aos interesses dos alunos, oportunizando condições de participação dos
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pais na vida dos seus filhos quanto à aprendizagem refletindo na melhoria e
qualidade do ensino-aprendizagem.
Outro fator importante, a garantia de que todas as estâncias da escola
tenham representatividade no Conselho Escolar, o que implica em tornar a escola
pública mais democrática e participativa, legitimando-a como espaço de
socialização do conhecimento.
Assim, para que todos os segmentos que compõem a comunidade
escolar possam contribuir e responsabilizar-se pela construção do projeto da
escola, um desafio que se põe para o Conselho nesse projeto PDE, é garantir a
efetiva representatividade dos segmentos de pais e alunos, já assegurados aos
professores e funcionários, almejando com isso os resultados positivos no
aprendizado dos educando.
Nos resultados, não se pode deixar de dar ênfase a produção do Material
Didático Pedagógico (Caderno Temático) que foi uma construção a partir dos
pressupostos teórico-metodológicos do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE) e foi desenvolvido juntamente com o Conselho Escolar tendo
como enfoque a reflexão e intervenção no Conselho escolar destacando suas
possibilidades e contribuições na escola pública, para que o aluno permaneça em
sala de aula e que possa construir a sua aprendizagem, desta forma, evitando a
evasão escolar e repetência. Todo este processo foi permeado por debates,
estudos para que houvesse o fortalecimento do Conselho Escolar, como um
órgão co-gestor nas tomadas de decisões escolares.
O conteúdo do caderno Temático foi distribuído desta forma:
1) O surgimento da gestão democrática: a) Participação Coletiva na
Gestão; b) Democratização da Educação; c) Instituição dos Conselhos; d)
Função do Conselho Escolar e suas atribuições; e) O papel do Conselho Escolar
e sua Importância na Gestão; f) Comunidade Escolar no Âmbito Educacional.
2) A Consolidação da Gestão Democrática Participativa: a) Planos
Educacionais; b) Processo Eleitoral; c) Ações Sindicais.
O objetivo maior nessa proposta de implementação foi obter resultado
educacional satisfatório, na avaliação de processos e prática de gestão que
assegure a melhoria dos resultados de desempenho, avaliando o Projeto Político
Pedagógico; o rendimento escolar; freqüência escolar; uso dos resultados de
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avaliação; satisfazendo a comunidade escolar na transparência dos resultados e
principalmente o combate a evasão e a repetência.
Importante pontuar que esse estudo não terá fim, os primeiros passos
foram dados e as sementes lançadas, as discussões foram iniciadas. Deve-se dar
continuidade dando oportunizando e organizando espaços de discussão, estudos
e reflexão, pois existe a premente necessidade de continuar desenvolvendo e
incentivando ações coletivas na escola.
4 Considerações Finais
A implementação da escola teve como objetivo contribuir com a reflexão
sobre a importância da participação do Conselho Escolar na Gestão Democrática
da Escola Pública, este trabalho faz parte das atividades do PDE, que tem como
política a formação continuada para o professor da rede pública paranaense,
dando condições de atualização dos conhecimentos teórico práticos, permitindo a
reflexão teórica sobre a prática, possibilitando a práxis pedagógica.
A função principal do Conselho Escolar deve estar ligada à essência do
trabalho escolar, isto é, ao desenvolvimento da prática educativa fundada na
cidadania, na vida coletiva e na transmissão do saber científico ou dos
conhecimentos histórica e socialmente produzidos.
Portanto, o Conselho Escolar é um órgão auxiliador da gestão escolar, é
possível sim, promover a participação dos seus membros num trabalho
direcionado ao educando, numa perspectiva de aprendizagem e permanência dos
alunos, conhecer a realidade e indicar caminhos que leve a melhoria desejada, a
fim de acompanhar o desenvolvimento da prática educativa e, nela, o processo
ensino-aprendizagem obtendo resultados satisfatórios na evasão e repetência
conferindo autonomia a escola, através da participação dos diversos setores.
Não se pode negar que a gestão democrática se caracteriza como um
processo coletivo de decisões e ações, cuja legalidade se origina da participação
efetiva, sabe-se que é difícil o caminho a ser traçado pelo gestor democrático,
mas não impossível, pois os resultados acontecem quando se coloca em ação o
planejado e que as mudanças vão sendo construídas no dia a dia.
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À medida que a escola disponibiliza os bens materiais e culturais
socialmente produzidos pela humanidade, de forma que todos os indivíduos
possam se apropriar dos mesmos, estará enfim, cumprindo o seu papel. Logo,
gestão democrática é igual à cidadania. Ou seja, a cidadania só será vivenciada
na prática da democracia. Sem autonomia, os sujeitos tornam-se meros
cumpridores de regras impostas, não se vêem como co-responsáveis pela
construção de seus espaços.
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