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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PITANGA
COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO ARROIO GRANDE – EFM
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
PITANGA
2013
“Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem;
lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize.”
Boaventura de Souza Santos
“SE ACREDITARMOS EM NOSSOS SONHOS...
SE FECHARMOS OS OLHOS PARA VÊ-LOS...
LOGO ALI AO ALCANCE DAS MÃOS...
SE EMPRESTARMOS TODA ENERGIA
DA NOSSA ALMA PARA BUSCÁ-LOS,
ENTÃO, COM CERTEZA UM DIA
NÃO PRECISAREMOS FECHAR OS OLHOS,
POIS TUDO QUE SONHAMOS
SERÁ VERDADE”.
Eliane Meneses
APRESENTAÇÃO
O Projeto Político Pedagógico se constitui como instrumento de planejamento
coletivo que orienta as atividades curriculares e a organização da escola, onde todos os
segmentos planejam, analisam, executam e avaliam. Neste sentido, este documento tem
como objetivo explicitar os momentos: situacional, conceitual e operacional desta Escola
de Educação Básica do Campo, com ênfase na construção da organização escolar e do
trabalho pedagógico garantindo suas especificidades, para o 6º, 7º, 8º e 9º anos do
ensino fundamental e médio no ano de 2013.
O Projeto Político Pedagógico da escola é um projeto que implica acima de tudo,
uma reflexão teórico-filosófica e política. Envolve estratégias e propostas de ação. Pois,
“...para educar, não basta indicar um horizonte e um caminho para se chegar lá. É preciso
indicar como se chegar lá e fazer o caminho, juntos. (Gadotti, 2001.)”
Pode-se afirmar que a grande inovação na escola brasileira, a partir dos novos
paradigmas educacionais é o fato de que a própria instituição escolar ganhou espaço para
organizar, juntamente com a comunidade em que se insere a sua proposta de trabalho
definida como Projeto Político Pedagógico. A escola usando da autonomia que lhe foi
conferida, passando a ter liberdade para escolher o seu caminho e sua forma de
caminhar, na busca de uma educação de qualidade, entretanto, avalia-se que o modelo
educacional vigente não provocou mudanças efetivas significativas de comportamento
para construir uma cidadania solidária, responsável e comprometida com o País e com
seu futuro, busca-se, então, um amplo e recente movimento de renovação pedagógica,
pensando a necessidade de alçar o ensino a um patamar democrático real, uma vez que
o direito à educação não se restringe ao acesso à escola. Este, sem a garantia de
permanência e de apropriação e produção do conhecimento pelo aluno, não significa,
necessariamente, o usufruto do direito à educação e à inclusão.
Dessa forma, o ensino se revela nas práticas cotidianas dos diversos profissionais
envolvidos, traduzindo seus compromissos com a educação de qualidade, garantindo aos
alunos a condição de retorno à prática social com condições para transformá-la de acordo
com a necessidade, agindo como cidadão consciente e responsável, reunindo condições
para efetivar a afirmação da Educação do Campo, como política pública, em um
processo de construção de um sistema público de educação para as escolas do campo,
com suas especificidades e características próprias.
Sendo considerada esta uma concepção de educação mais abrangente, onde se
trabalha pondo as especificidades como primeiro fundamento da Lei de Diretrizes e
Bases, em seu artigo 1º: A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais. Após conceber a educação como um processo amplo, a LDB
estabelece, no art. 2º, que aquele processo visa ao pleno desenvolvimento do educando.
Este, entretanto, desde o início de sua vida, apresenta ritmos e maneiras diferentes para
realizar toda e qualquer aprendizagem – andar, falar, brincar, comer com autonomia, ler,
escrever etc., como apontam as contribuições das ciências humanas. Pode-se dizer,
então, que uma educação voltada para tais perspectivas precisa ser pensada também
com o foco voltado para essas características:
• O ser humano é ser de múltiplas dimensões;
• Todos aprendem em tempos e em ritmos diferentes;
• O desenvolvimento humano é um processo contínuo;
• O conhecimento deve ser construído e reconstruído, processualmente e continuamente;
• O conhecimento deve ser abordado em uma perspectiva de totalidade;
• É importante uma gestão participativa, democrática e compartilhada, que tenha como
referência a elaboração coletiva do Projeto Político-Pedagógico, contemplando a
ampliação do Ensino Fundamental para 9 anos;
• A diversidade metodológica e a avaliação diagnóstica, processual e formativa devem
estar comprometidas com uma aprendizagem inclusiva, em que o aluno, dentro da escola,
aprenda de fato.
A preocupação com a melhoria da qualidade da Educação levantou a necessidade
de descentralização, democratização e compartilhamento da gestão escolar e,
consequentemente, “participação” tornou-se um conceito nuclear, assim, este documento
foi construído através da reflexão de todos os segmentos envolvidos: gestor,
especialistas, funcionários, docentes, alunos, pais e comunidade local, que em uma ação
conjunta teve como principal objetivo organizar todo o trabalho escolar, que priorizasse o
respeito e o trabalho coletivo como condições para a efetividade da qualidade de ensino.
Este documento apresenta o Histórico e Identificação da Escola; os objetivos gerais
embasados em aspectos legais e sociais; a organização física bem como os recursos
humanos e materiais.
Na sequência foi elaborado o ato situacional que retrata a realidade da escola,
realidade esta conhecida, através de relatos de alunos e pais e também através de um
questionário socioeconômico respondido por toda comunidade escolar. O ato conceitual,
que expressa toda linha norteadora teórica do processo educacional atual e almejado. O
ato operacional, que propõe como e o que fazer para aproximar as duas realidades, ou
seja, as ações e metas onde todos assumem o compromisso de mudar ou melhorar a
realidade constatada. Neste contexto, a participação de todos os envolvidos no dia-a-dia
da escola, nas decisões sobre os seus rumos, garante a produção de um planejamento
no qual estejam contemplados os diferentes "olhares" da realidade escolar, possibilitando
assim, a criação de vínculos entre pais, alunos, professores, funcionários e especialistas.
A presença do debate democrático possibilita a produção de critérios coletivos, na
orientação do processo de planejamento, que por sua vez, incorpora significados comuns
aos diferentes agentes educacionais, colaborando com a identificação desses, com o
trabalho desenvolvido na escola. Favorecendo a execução de ações através de
compromissos construídos entre aqueles diretamente atingidos pelo planejamento
educacional.
OBJETIVO GERAL
O Projeto Político Pedagógico tem por finalidade explicitar os interesses da
comunidade escolar, com a possibilidade de melhorar o programa de atividades a serem
desenvolvidas no ano letivo, através da utilização de métodos e ações efetivamente
práticas, produzindo em consequência, efeitos positivos em benefício do educando e a
maior participação deste, através da dinamização e diversificação de atividades
escolares.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, a Deliberação 014/99 e o parecer 04/98,
os estabelecimentos de ensino têm a responsabilidade de elaborar e executar sua
proposta pedagógica devendo haver o envolvimento do corpo docente e da comunidade
escolar, constituindo-se em um ato intencional e diversificado que atenda às políticas de
apoio e especificidades de cada modalidade de ensino, considerando as diferenças
culturais, regionais e locais que assegurem a formação do cidadão.
Tentando ultrapassar as análises comumente feitas sobre a situação existente na
maioria das escolas públicas brasileiras a respeito da limitação, dificuldade ou mesmo
inexistência de um trabalho coletivo organizado, coloca-se, primeiramente, a necessidade
de entender este como um grande desafio posto às pessoas interessadas e
comprometidas com a democratização do ensino: diretores, equipe pedagógica,
professores, funcionários, alunos, membros de conselhos escolares e representantes da
comunidade. Assim, é de suma importância que os sistemas induzam e estimulem as
linhas de ação coletiva nas escolas, intencionalmente voltadas para a construção de um
projeto pedagógico que reflita o desejo e o planejamento de cada comunidade escolar.
Nessa perspectiva, caberá ao conjunto da comunidade escolar, impulsionado pelos
sistemas, a sistematização do comprometimento de todos, com aquilo que se elencou
como relevante, para orientar as ações da escola em busca de um ensino de qualidade,
inclusive a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos.
Outro objetivo fundamental é que haja responsabilidade pela instrumentalização do
conhecimento elaborado para a construção de novo conhecimento, direcionado pelo
princípio pedagógico integrador, interdisciplinar e criativo com o planejamento participativo
já comentado. Para tanto se faz necessário um programa social condutor, que enfoque
uma concepção de homem e sociedade, em que se ressaltem os princípios e normas que
devem ser construídas em conjunto. Assim sendo, é fundamental desenvolver um ensino
pautado nos princípios de igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola; liberdade para aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a
arte e o saber; o pluralismo de ideias; o respeito à diversidade; a valorização profissional
da educação escolar e a gestão democrática.
Em uma escola, todos os segmentos têm sua função e na Sala de Recursos,
pretende-se incluir alunos com algum grau de deficiência intelectual ou outro tipo de
deficiência e transtornos, pois este tipo de atendimento objetiva trabalhar os
conhecimentos de forma individual e adaptadas às necessidades especificas de cada
educando inserido, para que esse consiga, dentro de seus limites intelectuais,
acompanhar a turma em que esta matriculado.
Faz-se necessários, (para um efetivo trabalho da Sala de Recurso), espaços
adequados, onde o professor possa desenvolver, de forma dinâmica, suas atividades,
suprindo assim as lacunas de aprendizagem que os alunos apresentam. Portanto, um
dos objetivos neste aspecto é ter espaço adequado para exercer este trabalho, de forma a
organizar materiais pedagógicos e um trabalho individualizado em ambiente que favoreça
o desenvolvimento e aprendizagem e um Currículo que seja uma construção social,
compreendido dentro das determinações históricas, do contexto em que é formulado e
trabalhado.
O currículo, os conteúdos, seu ordenamento e sequenciação, suas hierarquias e
cargas horárias são o núcleo fundante e estruturante do cotidiano da escola, dos tempos
e espaços, das relações entre educadores e educandos, da diversificação que se
estabelece entre os professores e a participação da comunidade é que faz com que todo
o processo educacional funcione.
Promover o envolvimento de toda a comunidade escolar, no processo de reflexão e
implementação do Projeto Político Pedagógico da escola, buscando a democratização,
compartilhamento da gestão e assegurando a qualidade do ensino de forma a possibilitar
o respeito e a participação de todos no processo educacional, com práticas docentes que
possibilitem a emancipação humana, no entanto, para que essa educação aconteça, é
necessário que se tenha um diagnóstico mais aproximado da realidade, assim
recomenda-se a utilização de procedimentos de avaliação para conhecer a comunidade,
explicitando o grupo constituinte da escola: alunos, pais, comunidade vizinha e
profissionais da educação. Igualmente relevante é que a escola valorize seu percurso
histórico e sistematize seus resultados, sobretudo sob a ótica do sucesso escolar dos
alunos. Essa ação implica uma pesquisa que deve ser feita por todos, inclusive com a
participação dos alunos, evidenciando para a comunidade a trajetória da escola, bem
como os indicadores de rendimento, de aproveitamento dos alunos e até, numa forma
mais sofisticada, as características dos estudantes egressos.
Esse trabalho coletivo é posto como uma prática repleta de desafios a serem vencidos,
mas, é um caminho reconhecidamente importante para uma escola que quer ser
democrática e compartilhada, para um processo pedagógico eficiente e para uma
qualidade de ensino desejada por todos.
Mostrar a visão macro do que a instituição escolar pretende ou idealiza, tanto no
que se refere às atividades pedagógicas, como às funções administrativas, garantindo
aos alunos o acesso e a permanência, numa escola pública de qualidade social,
empenhada em criar condições de aprendizagem para a compreensão e o discernimento
de suas interações, com o mundo, interferindo e interagindo nas relações sociais, sendo
capaz de estruturar e instrumentalizar todo o saber empírico e fazer uso do mesmo na
sua prática social.
HISTÓRICO
O Colégio Estadual surgiu no anseio de onze comunidades que fazem parte do
núcleo educacional da comunidade do Arroio Grande, num esforço coletivo dos
representantes da Associação da comunidade local, não medindo esforços para
concretizar o sonho e ver os alunos prosseguirem seus estudos na mesma escola, uma
vez que o prédio pertence à Escola Municipal Sagrada Família.
No ano de 2003 alguns representantes da comunidade local, bem como a Sra.
Clarisse Liana W. Volski, na ocasião Diretora da Escola Municipal Sagrada Família,
pertencente a mesma localidade, se organizaram com a finalidade de requerer a
autorização de funcionamento para o ensino fundamental de 6º ao 9º anos, adotando
todos os procedimentos legais bem como documentos que se fazem necessários a
realização do pedido.
No ano de 2004, a escola foi criada e autorizada a funcionar no período matutino,
de forma gradativa, através da resolução nº 4213/03 de 16/12/2003, sendo nomeada a
Senhora Luiza Wanderleia Petrechen, como diretora do estabelecimento.
Na perspectiva de viabilizar ainda mais a educação de qualidade e atender de
forma mais direta a comunidade escolar é que no ano de 2007, foi elaborado Processo
requerendo a Autorização de Funcionamento do Ensino Médio, o qual foi autorizado e
implantado de forma simultânea em 2008, através da Resolução nº 372 de 30/01/08,
mudando a nomenclatura, de Escola Estadual Arroio Grande - EF, para Colégio Estadual
Arroio Grande-EFM. Em 2009, através do Processo 750/09, a diretora Lucélia Terezinha
Dziubate Ferreira, requereu a concessão de Reconhecimento do Ensino Médio e em 03
de setembro de 2009, este pedido de Reconhecimento foi concedido, pelo Parecer do
CEE/CEB Nº 377/09.
IDENTIFICAÇÃO
O Colégio Estadual do Campo Arroio Grande – Ensino Fundamental e Médio,
situado na localidade do Arroio Grande, no Município de Pitanga, Estado do Paraná,
funciona em prédio cedido pela Prefeitura Municipal em dualidade administrativa, mantida
pelo Poder Público Estadual e administrada pelo Secretario de Estado da Educação –
SEED, nos termos da legislação em vigor.
OFERTA DE CURSOS/MODALIDADES
O Colégio Estadual do Campo Arroio Grande-EFM, oferta Ensino Fundamental –
Séries Finais de 6º ao 9º anos no período matutino; Sala de Recursos, CELEM-Espanhol
e Atividades Complementares Curriculares em Contraturno, no vespertino e Ensino Médio
no noturno.
Os alunos pertencentes a este estabelecimento, são oriundos de onze
comunidades: Parque Industrial, Rio do Meio de Cima, Rio Batista, Serra da Pitanga,
Barra do Espírito Santo, Olho D’Água, Arroio Grande, Barro Preto, Marrequinha, Gamelão
e Campina dos Freitas. Os alunos das localidades citadas utilizam o Transporte Escolar
que fica a cargo da Prefeitura Municipal de Pitanga, em parceria com o Governo Estadual.
Neste ano de 2013 contamos com 157 alunos regularmente matriculado distribuído
em 7 turmas de ensino regular e 87 em programas desenvolvidos por este
estabelecimento de ensino, sendo:
SÉRIE / MODALIDADE Nº DE
ALUNOS
6º Ano - EF 18
7º Ano -EF 24
8º Ano - EF 34
9º Ano - EF 20
1ª Série - EM 21
2ª Série - EM 16
3ª Série - EM 24
ATIVIDADE CURRICULAR
COMPLEMENTAR EM CONTRATURNO
82
CELEM - ESPANHOL 23 – TURMA 1
10 – TURMA 2
SALA DE RECURSO 10
PROGRAMA JAA (JOVEM AGRICULTOR
APRENDIZ) – 1º SEMESTRE
34
PROGRAMA BOVINOCULTURA
2º SEMESTRE
30
OBSERVAÇÃO: ALÉM DAS ATIVIDADES ACIMA MENCIONADAS, A DIREÇÃO E
EQUIPE PEDAGÓGICA REALIZAM EM CONTRATURNO, TRABALHO DE APOIO E
APROFUNDAMENTO PEDAGÓGICO DAS DISCIPLINAS DE PORTUGUÊS E
MATEMÁTICA, COM ALUNOS QUE APRESENTAM DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM.
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO
A estrutura física do Colégio é construída 80% em madeira e 20% em alvenaria,
possuindo:
Terreno: 5.000 metros quadrados, cercado com tela de 1,20 M.
Área construída: 782,5 metros quadrados
Salas de Aula: 04 com 35 metros quadrados cada;
01 com 42 metros quadrado;
01 com 41 metros quadrados;
01 com 40 metros quadrados;
Direção e Secretaria da Esc. Municipal: 21 metros quadrados;
Direção e Secretaria da Esc. Estadual: 20 metros quadrados;
Cozinha: 30 metros quadrados;
Despensa para alimentos: 9,90 metros quadrados;
Almoxarifado: 22,5 metros quadrados;
Sanitários: - masculino: 9,42 metros quadrados;
− feminino: 10,23 metros quadrados
− Sanitários para professores: 3,75 metros quadrados;
Lavanderia: 8,00 metros quadrados;
2 almoxarifados: 6,50 metros quadrados cada;
Área de Circulação Coberta: 360 metros quadrados;
Casa para vigia: 48 metros quadrados.
Laboratório de Informática e biblioteca conjugados: 34 metros quadrados.
A estrutura organizacional do estabelecimento tem a seguinte composição:
I – Direção:
− Diretora
−
II - Equipe-Pedagógica:
− Professor-Pedagogo;
- Corpo Docente;
IV. Equipe Administrativa:
- 1 secretária;
- 3 Agentes Educacionais II
- 5 Agentes Educacionais I – sendo 3 responsáveis pela limpeza e 2 pela
alimentação escolar.
V. Órgãos Colegiados:
- Conselho Escolar;
- Associação de Pais, Mestres e Funcionários;
−Grêmio Estudantil.
− O CONSELHO ESCOLAR TEM PODER SUPREMO NESTA INSTITUIÇÃO DE
ENSINO.
DO QUADRO DE PESSOAL
O corpo docente é composto de:
NOME DO PROFESSOR HABILITAÇÃO VÍNCULO DISCIPLINAANALICE BRESOLIN LETRAS/ESPANHOL QPM ESPANHOL
ANDRÉIA APARECIDA DOS
SANTOS
HISTÓRIA QPM HISTÓRIA E
SOCIOLOGIAANTONIO RICARDO VITOR ARTE SC02 ARTE
CELMA APARECIDA MIRANDA HISTÓRIA REPR ENSINO RELIGIOSOCLEIDE DAL SANTOS BIOLOGIA QPM BIOLOGIA DOUGLAS S. BUENO EDUCAÇÃO FÍSICA QPM EDUCAÇÃO FÍSICA
EDNA RITA SEBRENSKI LETRAS PORT. E
INGLÊS
QPM S. DE RECURSOS
SAA / PORTUGUÊSELDER LENA CIÊNCIAS REPR CIÊNCIAS
EFLEM B. DE MEDEIROS MATEMÁTICA QPM MATEMÁTICA
ELIZABETH TEREZINHA
ECKSTEIN
FÍSICA E
MATEMÁTICA
QPM FÍSICA
GLAUCIA DZIUBATE CANOVA LETRAS -
LITERATURA
QPM PORTUGUÊS E
PACCC DE
PORTUGUÊSIVANI MOSCHEN DE
MEDEIROS
MATEMÁTICA QPM MATEMÁTICA
JOANILDA IZABEL DOS
SANTOS
ARTE REPR ARTE
JOSELBA MARCIA DE
ANDRADE
PORTUGUÊS QPM PORTUGUÊS
LILIANE CINARA MICHELS QUÍMICA QPM QUÍMICALUCIANE APª GOMES FILOSOFIA REPR FILOSOFIA
LUCIANE TERESINHA KUHN FÍSICA REPR FÍSICALUANA BATISTA INGLÊS REPR INGLÊS
MARIANE MICHELLI G. DE
OLIVEIRA
BIOLOGIA REPR BIOLOGIA
MARLENE MACHADO MATEMÁTICA REPR MATEMÁTICAMIRNA AULY GRANDE HISTÓRIA QPM HISTÓRIA
NOEMI DA SILVA EDUCAÇÃO FÍSICA REPR XADREZTAÍS DE FÁTIMA VITOR GEOGRAFIA REPR GEOGRAFIA
TATIANE MARIA PEDROSO GEOGRAFIA REPR GEOGRAFIAROSELI KRAICHUK PORTUGUÊS QPM PORTUGUÊSSERGINA ANDRADE INGLÊS SC02 INGLÊS
TEREZINHA APª DE OLIVEIRA CIÊNCIAS QPM AFASTADA PDEVALÉRIA MAGALHÃES GEOGRAFIA QPM GEOGRAFIA
VANESSA L. DE OLIVEIRA EDUCAÇÃO FÍSICA REPR FUTEBOL
VILMA MARIA HEY LETRAS PORT. E
INGLÊS
QPM AFASTADA PDE
DO QUADRO DA EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA E ADMINISTRATIVA
NOME FUNÇÃO VÍNCULO FORMAÇÃOCERLI APARECIDA FERREIRA AGENTE
EDUCACIONAL I
CLAD ENSINO MÉDIO
GERSON MILUSKI DE
CARVALHO
AGENTE
EDUCACIONAL I
PSS ENS. SUPERIOR
(CURSANDO) JEFFERSON CIPRIANO
BERGER
AGENTE
EDUCACIONAL I
PSS EDUCAÇÃO
FÍSICAMARIA ZÉLIA BERTÃO DA
SILVA
AGENTE
EDUCACIONAL I
PSS ENSINO MÉDIO
VALDIRENE DE JESUS AGENTE
EDUCACIONAL I
QFEB ENSINO MÉDIO
CACILDA REGUEL DA LUZ AGENTE
EDUCACIONAL II
PSS ENSINO MÉDIO
ERALDO GRUBER DE LIMA AGENTE
EDUCACIONAL II
QFEB ENS. SUPERIOR
(CURSANDO) ROSICLÉIA DE MORAS PEDAGOGIA QFEB AGENTE DE
LEITURALUCÉLIA TEREZINHA D.
FERREIRA
DIRETORA QPM PEDAGOGIA E
DIREITOMARIA IVETE P. K. DE
OLIVEIRA
VICE-DIREÇÃO E
EQUIPE
PEDAGÓGICA
QPM PEDAGOGIA
MARCIA DZOBA EQUIPE
PEDAGÓGICA
QPM PEDAGOGIA
ROSELBA CORDEIRO DE
ABREU
EQUIPE
PEDAGÓGICA
QPM PEDAGOGIA
ATO SITUACIONAL
Atualmente o país vive um processo histórico de disputa de vários interesses
sociais, onde homens e mulheres se organizam em várias instituições, contribuindo com a
formação histórica da sociedade. Em meio a essa realidade, a população enfrenta
profundas desigualdades sociais, econômicas e culturais, decorrentes do mundo
capitalista, que favorece o individualismo entre as pessoas.
Nesse sentido, a escola pública, também acaba por enfrentar esses problemas,
uma vez que o alunado por ela assistida, advém das camadas mais desfavorecidas da
população, que são as mais atingidas pelas desigualdades sociais. Portanto fica evidente
que a escola tem um grande desafio que é o de superar essa realidade, ou seja, não cabe
somente à escola, mas a todos os segmentos da sociedade buscar reverter uma situação,
ora desigual.
E, para que a escola não acabe sendo mais um espaço de exclusão social,
procuramos oferecer oportunidades educacionais que garantam a educação básica de
qualidade para todos, acolhendo as diferenças e respeitando a diversidade e história de
vida de cada um, os saberes e os valores dos alunos, levando em consideração o
contexto histórico dos componentes da comunidade escolar, que no caso em questão é o
campo, reconhecendo este, como importante e utilizando o conhecimento empírico,
instrumentalizando este, para que haja mudança positiva no contexto.
É o que foi refletido na Conferência Nacional de 98: não se pode cair na falácia de
que o debate sobre a educação básica do campo substitui, ou é mais importante, do que
o debate sobre Reforma Agrária, sobre política agrária e agrícola, sobre relações de
produção no campo... Não há escolas do campo, num campo sem perspectivas, com o
povo sem horizontes e buscando sair dele. Por outro lado, também não há como
implementar um projeto popular de desenvolvimento do campo sem um programa de
educação para o campo, e sem expandir radicalmente a escolarização para todos os
povos do campo. E a escola pode ser um elemento muito importante de formação da
consciência das pessoas, para a própria necessidade de sua mobilização e organização
para lutar por um contexto social digno, no entanto, para se saber o que precisa ser feito é
necessário saber a realidade da comunidade e essa ação implica em se fazer uma
pesquisa que deve ser feita por todos, inclusive com a participação dos alunos,
evidenciando para a comunidade a trajetória da escola, bem como os indicadores de
rendimento, desempenho, de aproveitamento dos alunos e até, numa forma mais
sofisticada, as características dos estudantes egressos. Esse é o trabalho coletivo,
posto como uma prática repleta de desafios a serem vencidos. É um caminho
reconhecidamente importante para uma escola que busca ser democrática e
compartilhada; para um processo pedagógico eficiente e para a qualidade de ensino
desejada por todos.
Pensando nesta busca, o Colégio Estadual do Campo Arroio Grande- EFM,
procurou conhecer a realidade da comunidade escolar que formou a instituição de ensino,
desenvolvendo um questionário socioeconômico, onde todas as famílias responderam e
através deste, se pode ter o perfil do corpo discente e da comunidade escolar, para
depois estabelecer metas e estratégias de ação.
Com a implantação do ensino de nove anos, procura-se a possibilidade de
complementaridade e continuidade de processos de aprendizagem, assegurando a
característica de aprofundamento da complexidade dos conhecimentos sistematizados.
Isso significa que os conteúdos próprios do Ensino Fundamental estão articulados aos
conteúdos de outros níveis de ensino e se ampliam gradualmente, conforme as
possibilidades de compreensão dos alunos. A organização didática impõe certos
desafios aos professores como, por exemplo, a adequação dos diferentes conteúdos no
tempo escolar, de modo que todas as disciplinas tenham a mesma importância e se
estabeleça relação entre as mesmas.
Buscamos envolver as diversas disciplinas da escola, no movimento de
transformação do campo, se não estiver nele envolvidos os atores do processo, com
certeza será o conhecimento incompleto. Neste sentido, este colégio, procura utilizar o
conhecimento adquirido pelo aluno em sua prática social, transformar este conhecimento
em conhecimento científico, para que o aluno faça uso deste, em seu contexto, tornando
sua prática social modificada pela instrumentalização do conhecimento.
A escola, como espaço de inclusão social, deve proporcionar condições para a
aprendizagem de seus alunos, em que, sua prática e seus saberes concretos contribuam,
antes de tudo, para a sua emancipação humana.
Ao mesmo tempo em que a escola tenta negar toda prática que mantém qualquer
tipo de injustiça e desigualdades sociais, ela acaba, muitas vezes, por fortalecer a
exclusão social e cultural, e isso ocorre quando ela apenas dissemina informações –
Pedagogia Tradicional – e não integra em seu currículo o saber e a cultura da
comunidade a qual pertence, ou seja, deixa de pensar no contexto, que para esta
instituição de ensino é Campo e os alunos não adquirem o sentimento de pertencimento.
A intervenção educativa da escola só faz sentido se contribuir para a formação das
pessoas, contribuindo para que esta tenha condições de transformar ou atuar em sua
prática social, ensinando o que é necessário e significativo, respeitando as diferenças e
integrando o processo pedagógico ao saber já conquistado pelo educando em sua
trajetória de vida e experiências vividas em sociedade, para que o mesmo possa melhorar
seu contexto através dos saberes formais que adquiriu com a escolarização.
Em nosso país existem profundas desigualdades sociais, econômicas e culturais e
em nosso município não é diferente. A comunidade escolar assistida por nossa escola,
demonstra essas desigualdades socioeconômicas, pois conforme levantamento realizado
através de questionários referentes, aplicados às famílias e também em reuniões com
pais, pode-se constatar o seguinte quadro:
Escolarid.
Não
Alfab.
Ens. Fund.
Incompl.
Ens. Fund.
Completo
Ens.
Médio
Incompl.
Ens.
Médio
Compl.
Ens.
Superior
5% 40% 15% 22% 24% 4,00%
Profissão
Agricultor
Agricultor
ou
Serviços
Gerais
Professor e
aux.
administrativo
Outros Outros professor
60% 15% 14% 11%Moradia
(casa)
Própria Alugada Cedida
71% 2% 27%Renda
Familiar
Até 1
salário
De 1 a 3
salários
De 3 a 5
salários
Mais de 5
salários5% 76% 16% 3%
Percebeu-se que em quatro anos, houve uma mudança positiva significativa, com
relação à qualidade de vida das pessoas envolvidas neste contexto. Isso se deve ao
trabalho com a agricultura familiar e ao gado de leite na propriedade.
A comunidade assistida por este colégio pertence, em grande maioria, à classe de
média renda, formada por pequenos produtores rurais e possuem boas condições de
habitação, alimentação e vestuário.
Quanto às pessoas do sexo feminino, aconteceu também mudança, onde
passaram de um estado de subordinação, para estado de busca de emancipação social e
financeira. Continuam ajudando na agricultura e na bovinocultura, mas, com participação
nos lucros.
Dos nossos alunos, alguns não moram com a família de origem, ou seja, moram
com avós, tios, padrinhos e madrinhas, padrasto ou madrasta, muitas vezes dificultando o
relacionamento entre familiares e os vínculos afetivos, mas, temos também, muitos alunos
com família bem estruturada, no sentido de saber a sua função e comprometida com a
educação de seus filhos, proporcionando à todo momento situações de aprendizagem.
A escola, para muitos de nossos alunos é o único local onde há a possibilidade de
fazer amizades, de praticar esportes e lazer, de adquirir o hábito da leitura, de
entretenimento, de contato com recursos tecnológicos, enfim, de interação social.
Quanto ao aspecto pedagógico, alguns educandos apresentam dificuldades de
aprendizagem: na leitura, na produção, interpretação de textos com relação à ortografia e
na área lógico-matemática. Essas dificuldades são diagnosticadas primeiramente através
de sondagem feita pelos professores, que posteriormente encaminham os alunos para a
equipe pedagógica e direção, para que sejam avaliados por testes padronizados e
individualmente administrados, referentes às dificuldades apresentada. Depois de todas
as avaliações feitas, o educando é encaminhado para avaliação psicológica e outro
profissional competente para um diagnóstico clínico e então, se necessário, passa a
frequentar a Sala de Recursos, em contraturno, com a finalidade de sanar as lacunas.
O termo dificuldade de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a
uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho
acadêmico. Raramente são atribuídas a uma única causa. (SMITH; STRICK, 2001, P. 15).
Fatores biológicos e fatores externos contribuem significativamente para as dificuldades
de aprendizagem. Assim, com a finalidade de solucionar problemas de aprendizagem e
buscando qualidade de ensino, que este estabelecimento utiliza a metodologia a dialética,
onde, leva-se em consideração o conhecimento que o aluno já tem a respeito de um
determinado assunto, este, mediado pelo professor, chega ao conhecimento formal,
daquilo que já tinha como senso comum, ou seja, partindo da prática social inicial, para
através da mediação do professor, acontecer a instrumentalização desse saber e depois
voltar à prática social mais com posicionamento crítico e modificado.
Todo o processo educacional baseia-se na pedagogia histórico-crítica, utilizando a
metodologia dialética. O professor é mediador e aproveita todo o conhecimento do aluno
a respeito de um determinado assunto e então passa a instrumentalizar esse
conhecimento até que o aluno passe a entendê-lo cientificamente. Através de estudos e
pesquisas, buscam uma coerência entre: objeto, conhecimento empírico, perspectiva
teórica, abordagem metodológica e conhecimento científico. Dá-se predominância para
pesquisas exploratórias e descritivas, de natureza qualitativa, com destaque para estudos
de caso, bibliográfico, documental, análise de experiências, análise de políticas de
educação do campo e dos movimentos sociais, tendo em foco o campo e sua
transformação positiva. Há uma combinação de dados de fontes diretas, indiretas e
empíricos, resultantes da prática social, para a instrumentalização e sua volta a prática
social, fazendo com que a escola cumpra sua funçãol social.
Mesmo com uma educação voltada para o enriquecimento das atividades do
campo, por pertencerem à zona rural, muitos deles, acomodam-se, em sua condição de
“pequenos” produtores rurais, esperando no futuro, apenas atuar sob a mesma condição
de seus pais, não demonstrando interesse pelos estudos em busca de novas
possibilidades, exigindo assim, de todos os profissionais envolvidos no processo
educativo, uma grande responsabilidade no sentido de incentivar constantemente, dando
significado aos conteúdos e mostrando a importância da educação para a vida em
sociedade, tanto para o crescimento pessoal, quanto coletivo. Todos os segmentos desta
instituição de Ensino procuram analisar que a escola do campo não é, afinal, um tipo
diferente de escola, mas sim, é a escola reconhecendo e ajudando a fortalecer os povos
do campo, como sujeitos sociais, levando em consideração o que os alunos sabem, que
também podem ajudar no processo de humanização do conjunto da sociedade, com suas
lutas, sua história, seu trabalho, seus saberes, sua cultura e seu jeito, transformando
estes saberes de senso comum, em conhecimento científico, ajudando em sua prática
social. Procura-se situar e conceber os alunos do campo, como sujeitos, organizados e
em movimento, tendo em vista que não há escolas do campo sem a formação dos
sujeitos sociais do campo, que assumam e lutam por esta identidade e por um projeto de
futuro. Somente as escolas construídas política e pedagogicamente pelos sujeitos do
campo, conseguem ter as especificidades do campo, para permanecerem neste, mas,
com um posicionamento crítico e responsável de seu papel neste contexto.
Enfrentamos problema, com relação à frequência dos educandos, tendo em vista
que em dias chuvosos, alguns veículos do transporte escolar não conseguem chegar aos
seus destinos, pelo difícil acesso. Assim, os alunos acabam perdendo aulas e também
parte da motivação, muitas vezes dificultando o processo ensino-aprendizagem e
consequentemente o rendimento escolar. Outro problema é a falta de condições ou
programas que incentivem os jovens a permanecerem no campo e então estes saem em
busca de emprego nas grandes cidades, deixando a escolarização formal para um
segundo momento e só lembrando desta, quando as empresas pedem comprovação de
escolaridade.
Com relação ao atendimento e à demanda, são atendidas quinze turmas, sendo
quatro de Ensino Fundamental, três de Ensino Médio, uma de Sala de Recurso
multifuncional, duas turmas de Celem-Espanhol, três turmas de esporte e lazer (futebol,
futsal e xadrez), duas que atende o Programa de atividade curricular em contraturno,
sendo aprofundamento da aprendizagem- português e duas turmas de gado leiteiro.
Temos também o Projeto Janela Mágica, onde a agente de leitura, desenvolver atividade
paralela de incentivo à leitura.
O colégio funciona em dualidade administrativa, contando com um espaço físico de
apenas quatro salas de aulas disponíveis para a rede estadual; uma sala de recurso
multifuncional, uma sala para secretaria e direção; um laboratório de informática,
conjugado com a biblioteca, muitas vezes dificultando o trabalho pedagógico e de
aprendizagem.
Todos os profissionais da educação, que atuam nesta Instituição de Ensino,
participam de capacitações, aperfeiçoamentos e grupos de estudos aos sábados, cada
um dentro da sua área de atuação. Os funcionários também têm a oportunidade de
participar de cursos de formação para um melhor desempenho do seu trabalho. Esses
cursos são oferecidos, na sua grande maioria, pela SEED e outros em parceria com o
governo federal.
A Equipe Multidisciplinar, conforme Deliberação 04/2006 – CEE/PR, Resolução nº
3399/2010 - GS/SEED e Instrução 010/2010 – SUED/SEED, é composta pelos seguintes
representantes de todos os segmentos do Colégio, de acordo com o porte do
Estabelecimento de Ensino: 01 Representante da Equipe Pedagógica; 01 Representante
dos Agentes Educacionais I e II; 01 Representante das Instâncias Colegiadas ( Conselho
Escolar ); 01 Representante dos Professores da área de Humanas; 01 Representante dos
Professores da área de Exatas e 01 Representante dos Professores da área de
Biológicas. Estes representantes trabalham direta e indiretamente com os demais
segmentos do colégio todas as questões ligadas à diversidade, tendo um Plano de Ação,
realizado coletivamente com todos os membros da Equipe, visando sanar dificuldades,
encontrar caminhos para o trabalho relacionados às demandas sócio-educacionais.
Nosso estabelecimento de ensino busca uma gestão democrática, onde as
instâncias colegiadas participam ativamente do processo educativo, em todos os
aspectos. O Conselho Escolar, sendo supremo, opina em todas as decisões
administrativas, financeiras e pedagógicas; a APMF (Associação de Pais, Mestres e
Funcionários), como órgão participativo, colabora na integração família – comunidade –
escola e também exerce a função fiscalizadora dos recursos públicos recebidos e
aplicados no estabelecimento. O Grêmio Estudantil auxilia e participa de todo o
processo educacional direta ou indiretamente.
Temos desenvolvido uma relação de compromisso com a formação e emancipação
humana, através do trabalho voltado a prática social dos alunos. Assim, contamos com a
colaboração de profissionais, como: técnicos agrícolas, agrônomos, veterinários,
ambientalistas e outros especialistas, que proporcionam ambientes de aprendizagem
voltados a temas pertinentes para a comunidade escolar, desenvolvendo ações referentes
a Educação do Campo e outros temas que envolvem este contexto, com o objetivo de
mostrar para os educandos que eles são necessários onde estão, e que é possível
através de uma agricultura familiar sustentável permanecer no campo, agindo nele com
qualidade, conhecimento e responsabilidade, pois educação do campo se constitui numa
ação “emancipatória” – incentiva os sujeitos do campo a pensar e agir por si, assumindo
sua condição de sujeito da aprendizagem, do trabalho e da cultura, rompendo com a
tutela de outrem, tendo a possibilidade de tomar suas próprias decisões, segundo seus
interesses e necessidades, tendo o direito de definir seus próprios caminhos, suas
intencionalidades e seus horizontes e para que isso seja possível, é que a pedagogia
utilizada é a Histórico-Crítica e a metodologia é à dialética, a qual é baseada na teoria
histórico-cultural.
Este método de ensino visa estimular a atividade e a iniciativa do aluno e do
professor; favorecer o diálogo dos alunos entre si e com o professor, sem deixar de
valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levar em conta os interesses
dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, sem perder de
vista a sistematização lógica do conhecimento, sua ordenação e gradação para efeitos do
processo de assimilação dos conteúdos cognitivos.
Com relação ao Currículo, este, a algum tempo deixou de ser entendido como uma
área meramente técnica, com uma série de métodos e procedimentos a serem seguidos
de maneira uniformizada, quase burocrática. Aquilo que está inscrito no Currículo não é
apenas informação – a organização do conhecimento corporifica formas particulares de
agir, sentir, falar e ver o mundo. O currículo é o dia a dia da escola e este é de
fundamental importância para o envolvimento e interação dos segmentos.
Nosso colégio está localizado no campo e um colégio voltado para a Educação do
Campo, precisa de todos os subsídios tecnológicos, para acompanhar as mudanças que
ocorrem dia-a-dia no mundo, e este colégio possui Laboratório de informática com 12
computadores, com acesso a internet, onde os educandos e toda a comunidade escolar
podem acessar diariamente e estar atualizados sobre tudo o que acontece no mundo,
tornando a Educação do Campo, uma educação voltada para as novas tecnologias,
levando em consideração suas especificidades. Juntamente com o laboratório de
informática, funciona a biblioteca, que conta com um acervo bibliográfico bom, podendo
os professores, alunos, funcionários e comunidade escolar, fazerem uso de livros de
histórias, poesias, romances, crônicas, contos de fadas, histórias em quadrinhos, assim
como dicionários, livros didáticos, revistas de entretenimento, informações e outros
materiais de leitura e estudo.
Estamos envolvidos em atividades relevantes para o desenvolvimento pleno de
nossos educandos, como: Agenda Ambiental Unificada; Agenda 21 Escolar; Jogos
Colegiais, Livro Revelando Almas de Poeta; Jornal Escolar; Projeto Janela Mágica
(Projeto de leitura); Programa JAA – Jovem Agricultor Aprendiz (duração de seis meses,
aulas ministradas por agrônomo); Curso Intensivo de Gado Leiteiro (duração de dois
meses, aulas ministradas por veterinário); Jardinagem e Reciclagem (com pneus velhos);
entre outras atividades.
A participação em atividades culturais e esportivas, proporcionam aos alunos uma
maior integração com outras escolas e com a comunidade em geral, além do
desenvolvimento da criatividade e criticidade, oportunizando a diversidade de
informações, o acesso às diferentes áreas do conhecimento e na pluralidade cultural.
O Colégio participa dos Jogos Colegiais e bimestralmente proporciona inter-salas e
jogos educativos, envolvendo os alunos e a comunidade.
Temos como eixo orientador de todo trabalho escolar, as Diretrizes Curriculares
Estaduais, onde Direção, professores, Equipe Pedagógica, Funcionários e Instâncias
Colegiadas, tiveram efetiva participação em Grupos de estudos e encontros
descentralizados realizados pelo NRE e pela escola, com objetivo de propor discussões e
buscar alternativas de mudanças que atendam as reais necessidades dos educandos e
da comunidade escolar, assim, as Diretrizes Curriculares Estaduais foram construídas e
procuram atender as necessidades do contexto, pois são documentos elaborados em
conformidade com a realidade, ou seja, foram construídos coletivamente e traçam
estratégias visando embasar o trabalho do professor e garantir a apropriação do
conhecimento pelos estudantes da rede pública, pois é decisivo o papel que o profissional
da educação realiza no dia-a-dia da escola. Esse fazer precisa ser objeto de reflexão, de
estudos, de planejamentos e de ações coletivas, no interior da escola, de modo
intimamente ligado às vivências cotidianas.
A frequência de encontros sistemáticos e coletivos para estudos e proposições,
permite uma articulação entre teoria e prática. As experiências revelam que essa
estratégia, além de mais bem qualificar o trabalho pedagógico, ainda democratiza as
relações intra-escolares, na medida em que oferece oportunidades semelhantes ao grupo
de profissionais da escola.
A reflexão dos profissionais da educação sobre a sua prática pedagógica para a
construção de um projeto político pedagógico autônomo, bem como a implementação das
diretrizes de democracia do acesso, condições para permanência e de democracia da
gestão, são essenciais para a qualidade social da educação. Os mesmos princípios
democráticos que fundamentaram a construção destas Diretrizes, solicitam, dos
professores, o engajamento para uma contínua reflexão sobre este documento, para que
sua participação crítica, constante e transformadora efetive, nas escolas de todo o
Estado, um currículo dinâmico e democrático, garantindo o acesso de todos, sem
discriminação e com muito respeito à diversidade, garantindo a apropriação do
conhecimento pelos estudantes da rede pública, levando em consideração a
especificidade de cada comunidade.
Para melhor acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, são realizadas,
na escola, reuniões com os pais, bem como reuniões com o Conselho Escolar, Conselho
de classe com a participação de representantes de cada segmento, onde além de discutir
as dificuldades de aprendizagem, disciplina, frequência, transporte escolar e outros, é um
momento de reflexão sobre o processo ensino-aprendizagem, propondo soluções e
definindo metas, onde todos são corresponsáveis pelo processo educacional, sanando as
dificuldades e propondo caminhos para a qualidade de ensino
Com relação à avaliação, procura-se avaliar de forma contínua, diagnóstica e
processual, levando em consideração que a avaliação da aprendizagem não é algo
meramente técnico. Envolve todo o contexto sócio-cultural, filosofia de vida, sentimentos e
posicionamento político. Embora ainda essas dimensões não sejam perceptíveis a todos
os professores, neste estabelecimento de ensino. O erro do aluno é utilizado como ponto
inicial, para compreender o raciocínio deste e rever a prática docente, fazendo a
reformulação necessária. Do mesmo modo, o educador faz uso de instrumentos de
avaliação diversos para que ao longo do período, possa acompanhar o processo ensino-
aprendizagem, mas, antes de pensar em instrumentos de avaliação, o professor reflete e
leva em consideração algumas questões fundamentais: Quem avalia? Por que e para que
se avalia? Quais os aspectos da realidade que devem ser avaliados? Quais os critérios?
Esses critérios se baseiam em quê? A partir dos resultados da avaliação, que decisões
serão tomadas?
Dessa maneira, procura-se desenvolver um sistema avaliativo que não tenha como
objetivo “classificar” ou “selecionar”. Fundamentamos nosso trabalho avaliativo, nos
processos de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais;
fundamentamos em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em diversos
contextos e se atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender. Somente
desta forma é possível falar em avaliação inicial (avaliar para conhecer melhor o aluno e
ensinar melhor), avaliação processual (observa-se todo o processo e durante este) e
avaliação final (avaliar ao finalizar um determinado processo didático). Assim, desenvolve-
se uma avaliação processual.
Se a avaliação contribuir para o desenvolvimento dos alunos, pode-se dizer que ela
se converte em uma ferramenta pedagógica, em um elemento que melhora a
aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino.
ATO CONCEITUAL
“Educação é o ato de produzir, direta e
intencionalmente, em cada individuo singular, a
humanidade que é produzida historicamente e
coletivamente pelo conjunto dos homens”.
(SAVIANI, 2005, p. 13).
Para garantirmos educação de qualidade, levando em consideração o
desenvolvimento pleno do educando, enquanto ser histórico-social, acontece a
implantação do Ens. Fundamental de nove anos, onde em 2001, no Plano Nacional de
Educação, em sua meta 2, estava propondo a implantação progressiva.
Em 2005, foi promulgada a primeira lei específica do Ens. Fundamental de nove anos , a
Lei nº 11.114/05, que altera o artigo 6º da LDB, tornando obrigatória a matrícula da
criança aos seis anos de idade no Ens. Fundamental. Enquanto esta lei modifica a idade
neste nível de ensino, a Lei nº 11.274/06 trata da duração do Ensino Fundamental,
ampliando-o para nove anos, com matrícula obrigatória aos seis. No estado do Paraná,
o Conselho Estadual de Educação expediu a Deliberação nº 03/06, promulgada em
05/07/2006. Logo em seguida, foram publicadas deliberações complementares, a
Deliberação 05/06, a 02/07 e a 03/07, que normatizam o processo de implantação.
Mais do que uma determinação legal, o Ensino Fundamental de nove anos
configura-se como a efetivação de um direito, especialmente às crianças que não tiveram
acesso anterior às instituições educacionais. Considerando que o cumprimento da
determinação legal, isoladamente, não garante a aprendizagem das crianças, é
fundamental um trabalho de qualidade no interior da escola , que propicie a aquisição do
conhecimento, respeitando a especificidade da infância e adolescência nos aspectos
físicos, psicológico, intelectual, social e cognitivo. Esse trabalho exige compartilhamento
de ações por parte dos órgãos que subsidiam a escola na sua manutenção de estrutura
física, pedagógica e financeira.
A sociedade vive hoje uma dinâmica muito acelerada de transformações, exigindo
das pessoas uma participação mais intensa e efetiva, que leve à ações mais precisas,
com vista à melhoria das condições de vida da população. Assim, cabe neste contexto,
uma prática pedagógica que proponha uma interação entre conteúdo e a realidade
concreta, visando a transformação da sociedade através da prática-teoria-prática, que
enfoca os conteúdos, como produção histórico-social de todos os homens, superando as
visões não-críticas e crítico-reprodutivistas da educação.
Buscamos nesta instituição, uma pedagogia de trabalho que leve em
consideração a historicidade do sujeito e a Filosofia que embasa à Pedagogia Histórico-
Crítica é o Materialismo Histórico-Dialético. Este preconizado por Marx, cujos
fundamentos são: A interpretação da realidade; a visão de mundo; a práxis (prática
articulada à teoria); a materialidade (organização dos homens em sociedade para a
produção da vida); e a concreticidade (caráter histórico sobre a organização que os
homens constroem através de sua história).
O princípio básico da lógica dialética é a contradição (tese, antítese e síntese). O
movimento dialético parte da realidade empírica (baseada na experiência, no real
aparente, o objeto como se apresenta à primeira vista), e por meios de abstrações
(reflexões, teorias elaboração do pensamento), chegar ao concreto pensado
(compreensão elaborada do que há de essencial no objeto-síntese de múltiplas
determinações).
Partindo do pressuposto de que a escola se constrói na sua relação com a
sociedade, ou seja, enquanto que a sociedade precisa de indivíduos comprometidos com
uma nova ordem social voltada para a cooperação, solidariedade e compromisso, a
escola precisa ter a responsabilidade com a formação desses sujeitos, visando acima de
tudo, à emancipação humana. Para que este processo se realize é preciso que o
movimento social reconheça a escola, e a escola reconheça à si mesma como um lugar
de formação, levando em consideração, segundo Saviani, a exigência de tratamento
diferenciado de respeito às diferenças individuais e aos diferentes ritmos de
aprendizagem bem como a ênfase na diversificação metodológica e técnica, no sentido
de suprir as carências dos educandos, sendo esta pedagogia que embasa o trabalho
nesta instituição: Pedagogia Histórico-Crítica, concepção que nasceu das necessidades
postas pela prática de muitos educadores, pois as pedagogias tradicionais, nova e
tecnicista não apresentavam características historicizadoras; faltava-lhes a consciência
dos condicionantes histórico sociais da educação (SAVIANI, 2007).
A Psicologia que embasa a Pedagogia Histórico-Crítica é a Teoria Histórico-
Cultural de Vigotski, onde o homem é compreendido como um ser histórico, construído
através de suas relações com o mundo natural e social.
O conhecimento, na perspectiva Histórico-cultural é construído na interação sujeito-
objeto a partir de ações socialmente mediadas. Suas bases são constituídas sobre o
trabalho e o uso de instrumentos, na sociedade e na interação dialética entre o homem e
a natureza.
Olhar a escola como um lugar de formação humana, significa, se dar conta de que
todos os detalhes que compõem o seu dia-a-dia, estão vinculados a um projeto de ser
humano, estão ajudando a humanizar ou a desumanizar as pessoas. Quando os
educadores se assumem como trabalhadores do humano, formadores de sujeitos, muito
mais, do que apenas professores de conteúdos de alguma disciplina, compreendem a
importância de discutir sobre suas opções pedagógicas e sobre quem são os sujeitos com
quem estão trabalhando e que contextos estão inseridos. Levando em consideração os
sujeitos e seu contexto, as famílias passam a compreender porque não podem deixar de
participar da escola, e de tomar decisões sobre seu funcionamento.
Saviani mostra que, para a formulação da teoria histórico-crítica, os conteúdos
escolares devem ser tratados como uma necessidade pessoal e social de modo que
depois de serem aprendidos possam ser instrumentos de mudanças sociais, devendo ser
incorporados dentro de uma totalidade, pois é a existência social dos homens que gera o
conhecimento, este, resultante do trabalho humano, no processo histórico de
transformação do mundo e da sociedade, através da reflexão sobre esse processo.
O conhecimento, como fato histórico e social supõe sempre continuidades,
rupturas, reelaborações, reincorporações, permanências e avanços (GASPARIN, 2005).
Assim, cabe ao professor na tendência histórico-crítica trabalhar cinco passos com o
educando, passos estes, propostos por Saviani: a prática social inicial (1º passo) que é
comum ao professor e aluno, sendo a bagagem cultural que ambos trazem de sua
realidade para dentro da escola; a problematização (2º passo) trata-se de detectar que
questões precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e, em consequência, que
conhecimento é necessário dominar (SAVIANI, 1992, p.80); a instrumentalização (3º
passo) trata-se da apropriação pelas camadas populares das ferramentas culturais
necessárias a luta social que travam diuturnamente para se libertar das condições de
abuso em que vivem; a “Catarse” (4º passo) que é a incorporação dos instrumentos
culturais, transformando agora em elementos ativos de transformação social e por último
a prática social final (5º passo) sendo a nova postura que o educando deve assumir
perante a sociedade.
Nosso colégio, está localizado no campo, assim, é preciso enxergar a educação,
como uma relação entre sujeitos do campo e para o campo e suas especificidades. A
escola reconhece seus educandos e suas famílias como sujeitos. O movimento social e
seus sujeitos igualmente reconhecem os educadores como sujeitos. E todos se vêm como
sujeitos de um movimento maior que é o movimento da história, exatamente o que
pressiona a cada um para que assuma esta condição de sujeito. Nesta concepção está
também a ideia de que são os seres humanos, as pessoas que fazem as transformações
sociais, ainda que sempre condicionadas pelo formato material das relações sociais em
que se inserem, e que não determinam pessoalmente.
Queremos, e estamos aprendendo que é possível, que a escola do campo se
vincule a este movimento pedagógico que não começa nem termina nela mesma, e que,
como disse o professor Miguel Arroyo em seu texto, (Coleção Por Uma EBC n.o 2) “tenha
como suas questões as grandes questões humanas do homem (ser humano) do campo:
terra, luta, justiça, participação, cooperação, saúde, ... Se é assim, a escola passa a ter um
sentido político, cultural, pedagógico bem mais amplo do que pode ter se fica isolada em si
mesma. E então vale ainda mais à pena lutar por ela e a escola levando em consideração
aspectos tão importantes, será significante para o educando, pois a intervenção educativa
da escola só faz sentido se contribuir para a formação do indivíduo, proporcionando-lhe
uma aprendizagem que contribua para sua vida em sociedade”.
É fundamental para a compreensão destas inter-relações e das dinâmicas naturais
e sociais que os alunos sejam orientados a observar as características da vida das
pessoas no contexto da sociedade capitalista, dividida em classes sociais e com
interesses econômicos distintos.
Para que essa aprendizagem seja significativa, a escola deve trabalhar o
conhecimento como construção/processo que se dá por meio da interação entre os
alunos e através da mediação do professor entre o saber científico e o saber do aluno e a
educação do campo, segundo Salomão Hage, isto incentiva as populações do campo a
assumirem a condição de sujeitos da aprendizagem. “Temos de entender que a educação
é importante para o desenvolvimento e que o desenvolvimento é importante para a
educação”.
Temos um conjunto amplo de cultura e de populações que precisam dialogar para
que se desenvolvam sem eliminar as demais, neste sentido, torna-se necessária uma
educação que abranja a todos os envolvidos e os faça refletir sobre o contexto, pois
quando o conhecimento é tratado como produto/informação e não como parte do todo, o
aluno é visto como objeto e não como sujeito do processo de aprendizagem, sendo
levado, dessa forma, a repetir e memorizar informações. Portanto para que o cidadão
atue como sujeito participativo da sua história e da história de seu entorno, ele precisa se
apropriar da cultura produzida pela humanidade, mas apresentando condições de intervir
na sua realidade, transformando-a.
A pedagogia Histórico-Crítica, proposta por Dermeval Saviani e por ele chamada,
inicialmente, de Revolucionária, sugere uma prática pedagógica que parta da realidade
social concreta, ou Prática Social Inicial, e leve os alunos a compreenderem as diversas
dimensões ou relações, que os conteúdos ensinados têm com suas vidas, objetivando
ações na comunidade, reforçando valores e contribuindo para a cidadania. “O método
de ensino preconizado pela pedagogia histórico-crítica, considerado um meio de
apropriação de conhecimento, inspira-se na concepção dialética da ciência e
assume a forma de uma trajetória a ser percorrida, um caminho cujos momentos
particulares são vistos como passos dinamizadores de um movimento único e
orgânico, pois funda-se na realidade e mantém permanentemente o vínculo entre
educação e sociedade, realçando a necessidade da educação ter um ponto de
partida e um ponto de chegada.” (Wachowicz apud Scalcon, 2002, p.123)
Esta proposta pedagógica, baseia-se na teoria dialética do conhecimento, ou seja, no
uso do método dialético prática-teoria-prática, a qual considera que o conhecimento se
origina do mundo material e não das ideias (Idealismo). Portanto, através da ação
humana na natureza, criando as bases materiais para sua sustentação e
desenvolvimento, é que o homem cria os conhecimentos e se constitui como um ser
histórico, transformando-se num ser com as características do momento específico vivido.
Neste contexto da pedagogia histórico-crítica, a Educação do Campo tem a
intenção – de mostrar os movimentos sociais – apresentando uma rede conceitual em
torno do termo cultura e, a partir dela, desenvolver análises da cultura política regional,
estadual e nacional e a possibilidade dos movimentos sociais, através de suas lutas,
conferirem novos significados aos valores sociais que orientam as relações políticas.
Nesse sentido, aponta-se que os movimentos sociais, especialmente os do campo, que,
se quiserem construir a diferença no enfrentamento das atuais formas de produção da
desigualdade, devem dominar a construção dos novos significados da cultura dominante
considerando a complexidade dos contextos atuais.
Somente com a adoção de um instrumental de estudo que dê conta da totalidade
da realidade social é possível elaborar a sua crítica e sustentar a convicção para
transformação social, tendo em vista que partem dos princípios defendidos e das práticas
sociais desenvolvidas pelos movimentos, para discutir a formação e a importância da
educação, a territorialidade do campo, da escola e da educação do campo; constituição
de sujeitos coletivos; democracia e emancipação; as teorias críticas, eurocentrismo,
exclusão e saberes; diversidade e precariedade, concepção urbanocêntrica de mundo.
Para Corazza (Gasparin, 2005), o conhecimento origina-se na experiência, no
empírico, a síncrese; é abstraído, a análise; e finalmente transformado em um novo
conhecimento, a síntese. Dessa forma o conhecimento é assimilado e, portanto, uma
metodologia educacional de aprendizagem que queira ser realmente transformadora
deverá ser aquela que leva em conta estes fatores, como diz Saviani (1991, p.83): “(...) o
movimento que vai da síncrese (“a visão caótica do todo”) à síntese (“uma rica
totalidade de determinações e de relações numerosas”) pela mediação da análise
(“as abstrações e determinações mais simples”) constitui uma orientação segura
tanto para o processo de descoberta de novos conhecimentos (o método
científico) como para o processo de transmissão-assimilação de conhecimentos (o
método de ensino).”
Conceitos como tempo, espaço, sociabilidade, individuação, cultura, cultura
política, pós-colonialismos, modernidade, habitos, campo, subjetividade, classe social,
escolarização, traços linguageiros, pedagogia libertadora, identidade, relações de poder,
políticas públicas, protagonismo dos movimentos sociais, demonstram a abrangência da
temática da Educação do Campo, para o campo e as relações que as pessoas
estabelecem entre si mediadas pelas condições materiais do processo de produção de
sua existência social são as que efetivamente pesam na formação das pessoas, - é o ser
social que forma a consciência, nos disse Marx, - e aquelas que permitem trabalhar suas
diversas dimensões ao mesmo tempo. As relações sociais constituem os sujeitos que
produzem conhecimentos, mas também sentimentos, valores, comportamentos,
habilidades, ações cotidianas e ações extraordinárias...
Dessa forma a função da escola vem a ser a mediação dos saberes concretos para
a promoção, apropriação e incorporação do saber e da cultura formal, mas, sobretudo
contribuir para o desenvolvimento das capacidades do sujeito e para a construção das
condições subjetivas para que ele possa intervir positivamente na evolução do contexto
em que está inserido e do mundo, contribuindo na construção histórica. Através da
mediação do professor, seu planejamento e o método, os alunos chegariam a um
conhecimento mais elaborado, permitindo-lhes mudar a maneira de ver o mundo e
interferirem na prática social.
Ao falar na função da escola deve-se pensar a questão do currículo, se ele está
atendendo as reais necessidades dos educandos e da comunidade escolar, no que diz
respeito ao conhecimento escolar e as experiências de aprendizagem. Pode-se dizer que
é por meio do currículo que as diferentes sociedades procuram favorecer a assimilação e
a reconstrução dos conhecimentos historicamente acumulados. Entretanto o processo de
construção do conhecimento ocorre em meio a conflitos e lutas, devido às desigualdades
que caracterizam nossa sociedade.
Nas tendências curriculares tradicionais, o conhecimento era visto como conjunto
de fatos objetivos externos ao indivíduo, bastando apenas ser transmitido sem
questionamentos por parte dos sujeitos. As tendências contemporâneas mais modernas,
a centralidade era posta nas experiências a serem vividas pelo aluno. Para que o aluno
seja capaz de produzir conhecimento, torna-se necessário que agregue experiências
individuais que possui, aos conhecimentos científicos, dando a compreensão dos
aspectos sócio-políticos, econômicos e culturais da sociedade, tornando-se um sujeito
ativo na mudança de seu ambiente, pois quando se fala de transformação da sociedade
entende-se que cada pessoa, ao cumprir sua função, estará também contribuindo para
uma melhoria do seu entorno social como um todo.
Na metodologia dialética, a abordagem inicial de um assunto é o que se chama de
Prática Social Inicial. Diferente da Pedagogia Tradicional que é a simples apresentação
do conteúdo a ser estudado, nesse momento da aula se questiona o conhecimento prévio
dos alunos a respeito do tema a ser tratado. Dessa forma o conteúdo passa a ter sentido
para cada um, na medida em que os alunos vão se dando conta dos momentos em que o
tema acontece na rotina do mundo vivido, através do noticiário, ou que faz parte do
cotidiano de cada um, no seu bairro, na sua cidade. “A Prática Social Inicial é sempre
uma contextualização do conteúdo. É um momento de conscientização do que
ocorre na sociedade em relação aquele tópico a ser trabalhado, evidenciando que
qualquer assunto a ser desenvolvido em sala já está presente na prática social,
como parte constitutiva dela.” (Gasparin, 2005, p.24).
Nas palavras de Moraes (1997, p. 132), a revisão do papel da escola ocasiona em
seu entorno mudanças satisfatórias ao conciliar em seu meio “[...] a emancipação de
sujeitos históricos capazes de construir seu próprio projeto de vida.”
A relevância da função e do papel da escola é reconhecida quando lhe cabe
desencadear no seu meio, reflexões que facilitem discernir a dimensão emancipatória,
incorporando as mais diversificadas situações para as quais os desafios atuais da
sociedade contemporânea requerem posicionamentos e alternativas de seus cidadãos.
Neste sentido, concebendo-se que a sociedade, por meio de suas instituições, deve
assegurar à seus cidadãos um futuro de oportunidades dignas, a escola – como uma
dessas instituições – deve contemplar, em sua função social, as necessidades existentes
e futuras da comunidade.
Para isso, enquanto lócus democrático, a escola necessita compor pautas de
reflexões, análises e discussões internas ao processo educacional, contemplando alguns
aspectos como: os atores sociais e seus saberes; o seu próprio processo de envolvimento
– professores, diretores, coordenadores e comunidade escolar – as mudanças sociais,
políticas e econômicas ocorridas no mundo contemporâneo que afetam a escola e os
processos educacionais e a garantia de que todos os cidadãos tenham oportunidade de
uma educação de qualidade. Reunir estes elementos, em um processo analítico e
comprometido com a realidade educacional e do país, significa buscar elementos para
que todos os atores sociais consigam atuar, participar e transformar a realidade, por isso
a necessidade de uma educação voltada para as necessidades do campo, levando
sempre em consideração os saberes do campo, para que estes saberes sejam
instrumentalizados e então possam ser úteis para a mudança da prática social e o papel
da escola neste contexto globalizado é o de elevar o nível de instrução dos indivíduos
dentro de suas especificidades para que participem ativamente em uma vida democrática.
Nessa perspectiva, a gestão escolar democrática requer a descentralização do poder do
diretor, a autonomia do corpo docente e do quadro administrativo, a participação de
alunos e comunidade na construção coletiva e na definição dos objetivos da escola,
visando construir uma escola comprometida com a emancipação humana e a
transformação social. “Os objetivos sociopolíticos da ação dos educadores voltados
para as lutas pela transformação social e da ação da própria escola de promover a
apropriação do saber para a instrumentação científica e cultural da população, é
possível não só resistir às formas conservadoras de organização e gestão como
também adotar formas alternativas, criativas, que contribuam para uma escola
democrática a serviço da formação de cidadãos críticos e participativos e da
transformação das relações sociais presente”. (LIBÂNEO, 2006, p. 328)
Segundo Paro (2005) “quando se fala em educação remete-nos a pensar no
homem como um ser histórico, que transcende o que é natural, pois ele busca a
liberdade em suas ações... O homem só se faz sujeito quando participa,
produzindo uma ação e respondendo por ela, e essa ação só é produzida
coletivamente, sendo que o homem não se faz só”.
A gestão da escola pública é exercida, pelo diretor, sendo responsabilidade da
comunidade escolar a sua escolha através de processo eletivo, que veio como um dos
meios para democratizar o ensino. Entretanto a democratização da escola pública vai
muito mais além da escolha do diretor. É necessário ampliar os canais de participação da
comunidade escolar, já que a escola não está sozinha, ela encontra-se inserida nesse
contexto geral que é a sociedade e levamos em conta a prática dos movimentos sociais
que têm mostrado de acordo com Ciavatta (2002, p. 102) que a prática social é educativa
e que no pedagógico há política, assim como vice-versa. E ainda segundo ela “A
educação pode não ser democrática, mas a prática da democracia é, em si,
educativa”. Portanto a política educacional deve ter como rumo fundamental a
democracia.
É preciso garantir não só o acesso dos educandos na escola, mas principalmente a
sua permanência levando-os a aprender com vontade e prazer, oferecendo um ensino de
qualidade, que seja significativo e que possam sentir-se parte integrante. Realizar uma
gestão democrática significa acreditar que todos juntos têm mais chances de encontrar
caminhos para atender às expectativas da sociedade a respeito da atuação da escola.
Ampliando o número de pessoas que participam da vida escolar é possível estabelecer
relações mais flexíveis e menos autoritárias entre educadores e alunos e com isso o
desejo de todos por uma escola mais justa e igualitária pode tornar-se possível.
Ainda, Paro (2004, p. 12) contribui ao dizer que o Conselho Escolar, sendo este a
representação de todos os segmentos da comunidade escolar “é
um instrumento que existe e precisa ser aperfeiçoado com vistas a que se torne o
embrião de uma verdadeira gestão colegiada que esteja articulada com os
interesses populares da escola”. Considerando essa colocação de Paro, é que a escola
deve se aprimorar na instrumentalização e capacitação dos partícipes, para que as ações
sejam efetivadas substancialmente na prática.
Diante de todo esse contexto, nosso Colégio tem como concepções de:
INFÂNCIA / CRIANÇA
A concepção de infância e de desenvolvimento infantil como construção histórica
foi uma das grandes contribuições dos estudos de Vygotsky (2007) que, ao analisar o
desenvolvimento humano privilegia a interação social na formação da inteligência e das
características essencialmente humanas. Em outras palavras, nos tornamos humanos a
partir da interação com outros seres humanos. É, portanto “a partir de sua inserção num
dado contexto cultural, de sua interação com membros de seu grupo e de sua
participação em práticas sociais historicamente construídas, que a criança incorpora
ativamente as formas de comportamento já consolidadas na experiência humana”(REGO,
1995, p55).
Analisando as concepções dos referenciais vemos que este apresenta aspectos de
valorização à infância, na qual a criança é compreendida como alguém atuante, que
possui uma cultura, um jeito de ser próprio. Com isto, a prática educativa deve buscar
compreender um ensino que alcance esses objetivos, onde valorize esses aspectos da
infância que os Referenciais curriculares trazem, mas isso será possível a partir de uma
nova perspectiva de reconhecer a criança como produtora e não como somente produto a
ser formada. Isto proporciona que as crianças desenvolvam autonomia de realizar suas
escolhas e participem no que se refere às atividades de seu ambiente escolar e faz
também, com que nestas interações, nestas trocas de opiniões, a criança construa sua
identidade, sua maneira de ser, isto porque segundo Guimarães (2003) "a identidade
pressupõe um processo de interação entre individuo e sociedade, capaz de fornecer as
condições para que uma nova situação diferencial se estabeleça". Ou seja, essa troca,
essa socialização de ideias entre as crianças favorece novos aprendizados e novas
construções em sua identidade fazendo as ter "voz". Segundo Paula (2005) diz "as
crianças são sujeitos atuantes e por isso, criticas e construtoras de seu mundo". As
crianças nesta perspectiva possuem culturas que são construídas a partir das
ressignificações que fazem das ações dos adultos tornando assim sujeitos que recriam o
seu modo e a sua forma de entender e compreender aspectos do mundo, sujeitos
construtores de uma cultura própria.
HOMEM
O homem é um ser social, ele atua e interfere na sociedade, que se encontra com
o outro nas relações familiares, comunitárias, produtivas e também na organização
política, garantindo assim sua participação ativa e criativa nas diversas esferas da
sociedade. O homem, como sujeito de sua história, segundo participação ativa e criativa
nas diversas esferas da sociedade. Como sujeito de sua história, segundo Santoro “...é
aquele que na sua convivência coletiva compreende suas condições existenciais
transcende-as e reorganiza- as, superando a condição de objeto, caminhando na
direção de sua emancipação participante da história coletiva”. Partindo do
pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico, faz-se necessário compreendê-lo
em suas relações inerentes a natureza humana. O homem é, antes de tudo, um ser de
vontade, um ser que se pronuncia sobre a realidade.
Nesse processo de múltiplas relações em determinado momento
histórico, assim, acumula experiências e em decorrência destas, através da
instrumentalização destas, ele produz conhecimento. Sua ação intencional e planejada,
mediada pelo trabalho,produzindo bens matérias e não materiais são apropriados de
diferentes formas pelo homem, conforme Saviani (1992).
EDUCAÇÃO – ESCOLA
A educação constitui um direito social que historicamente foi alcançado através de
lutas, a partir da expansão e democratização das oportunidades de escolarização.
A escola pública e gratuita é uma constante na realidade brasileira. Para a
construção da realidade, se faz necessário à garantia de condições objetivas como
financiamento pelo poder público, o projeto político pedagógico, a autonomia escolar, a
conscientização e participação cotidiana de dirigentes escolares, professores e demais
funcionários, estudantes e pais. Para isto é fundamental um trabalho amplo de
mobilização e conscientização de todos os envolvidos. A educação se caracteriza como
todas as manifestações humanas que buscam a apropriação da cultura produzida pelo
homem.
A escola neste contexto é um espaço privilegiado de produção e socialização do
saber e se encontra organizada por meio de ações educativas que visam à formação de
sujeitos concretos: éticos, participativos, críticos e criativos; garantindo assim o acesso ao
saber formal, para instrumentalizar e amparar o historicamente acumulado. A escola
deve considerar o desenvolvimento cognitivo, a diversidade cultural e de gênero, as
diferenças existentes, pluralizar os debates, tornar as relações internas mais igualitárias e
levar em conta a diversidade e as possibilidades de diversos grupos em interação, onde
haja articulação com a experiência social do educando ligada à luta contra as
desigualdades sociais. Através do conhecimento, dar condições para que o ser humano
possa interagir na sociedade, sentindo-se parte desta, agindo com responsabilidade,
sendo criativo e participativo, consciente da realidade do mundo.
Organizar os elementos necessários à assimilação do saber, fazendo a distinção
entre o essencial e o acidental, o principal e o secundário, entre o essencial e o acidental,
o principal e o secundário, o fundamental e o acessório.
A escola deverá favorecer o desenvolvimento contínuo através da interação dos
indivíduos entre si e o meio no qual se insere; meio este natural e social. Amparar e
instrumentalizar conhecimentos para que todos os educandos possam fazer uso dos
saberes que são investidos na vida cotidiana, não só os saberes fundamentais, mas
também os saberes tecnológicos, econômicos, jurídicos e científicos. Esse ensino deve
ser diretamente articulado com a experiência social do educando, ligada a luta contra as
fontes de desigualdade social.
Nunca houve tantas pessoas aprendendo tantas coisas ao mesmo tempo em
nossa sociedade atual, uma sociedade na qual aprender constitui não apenas uma
exigência social, mas, uma nova forma de conceber e gerir o conhecimento, sejam da
perspectiva cognitiva ou social. Na vida as pessoas permanentemente estão formando
sentidos e compartilhando-os com familiares, amigos, professores, enfim, com o meio em
que estão inseridos.
Vivemos na era da incerteza, na qual, mais do que aprender verdades
estabelecidas e indiscutidas é necessário aprender a conviver com a diversidade de
perspectivas. É na escola que incidem de forma indireta e intencional os valores éticos,
políticos e estéticos da comunidade, visando a mudança e a melhoria da sociedade em
geral. São os conhecimentos significativos que tem como ponto de partida a experiência
do aluno, permitindo a apropriação e a compreensão mais ampla do mundo físico e social,
aplicando-se de forma pertinente e duradoura as muitas práticas que configuram a vida
humana.
Mudar a forma de aprender dos alunos requer também, mudar a forma de ensinar
de seus professores, sabendo-se que tais concepções estão profundamente arraigadas e
que vão exigir mudança de mentalidade para encarar essa nova cultura de aprendizagem.
Apesar das inúmeras oportunidades de elaborar conhecimentos significativos, nenhuma
substitui a que acontece na sala de aula, porque na escola a construção dos saberes é
deliberada. Tanto o professor quanto o Projeto Político Pedagógico tem uma intenção:
existem objetivos a serem alcançados e por isso ocorre uma seleção do que vai ser
ensinado e aprendido. Essa aprendizagem é também sistemática, pois se dá de acordo
com a organização e sequência da metodologia de ensino escolhida pelo docente.
Para construção do conhecimento, a escola deve ser um espaço de produção,
resistência e transgressão, ela deve auxiliar na formação de indivíduos não conformistas,
questionadores, rebeldes, que caminhem na contra mão dos valores e das identidades
celebradas em nossa sociedade, mas, deve-se constituir um espaço de lutas, buscas,
relações, diálogo, práticas, confrontos e desafios. A escola conta hoje com os seguintes
desafios:
- Tornar-se um espaço de criação e de crítica cultural, sendo a cultura o eixo principal do
currículo;
- A escola deve ser um espaço de pesquisa, construção e reconstrução do conhecimento;
- Os conhecimentos escolares necessários a uma educação de qualidade devem
possibilitar ao aluno, tanto o bom desempenho no mundo imediato, como a análise e
transcendência das tradições culturais;
- Os conhecimentos e os processos educacionais devem buscar formar sujeitos
autônomos, críticos e criativos que visem compreender e transformar o mundo em que
vivem, se isso for necessário, dando a prática social um novo e positivo enfoque;
- A escola, no mundo contemporâneo, precisa tomar decisões, pautadas em princípios
não apenas acadêmicos, mas também políticos e culturais, com base nos sujeitos que
dela participam, com estudo, debate e crítica, sempre levando em conta a sociedade em
que vivemos, o mundo globalizado, as culturas, as desigualdades e as diferenças
culturais;
- Cabe a escola, questionar o saber estabelecido e garantir ao aluno as possibilidades de
construir novos conhecimentos, baseados no seu cotidiano, ao passo que o novo
conhecimento produz-se a partir do velho, negando e transformando num processo
dialético de continuidade e ruptura.
A escola cumpre seu papel se ao questionar conhecimento, contribui para a
emancipação do indivíduo, conscientizando-o das contradições da sociedade,
desvendando os mecanismos de exploração e de dominação. Deve permitir que os
dominados tenham acesso aos conhecimentos monopolizados pelos dominantes e os
utilizem como arma não só para entender a realidade, mas também para transformá-la. A
educação deve contribuir para adequar o indivíduo a sua época, formando-o tanto para
atuação no sentido do desenvolvimento das forças produtivas, quanto para o
aperfeiçoamento das relações sociais de novo tipo.
Para tratar de assuntos tão importantes, como é a avaliação escolar e outros que
envolve o processo ensino/aprendizagem, a LDB, lei 9394/96, estabelece o
comprometimento com uma educação e uma aprendizagem que tenha qualidade, assim,
ela garante a autonomia da escola na definição de sua proposta pedagógica (inciso I do
art. 12, art. 15, parágrafo 1o do art. 23, letra “c” do inciso II do art. 24, inciso III do art 24) ,
bem como seu compromisso e seus profissionais com a aprendizagem dos alunos, não
da maioria, nem da minoria, mas de todos (inciso IX do art. 4o, inciso V do art. 12,inciso III
e IV do art. 13, inciso V do art. 24 e parágrafo do art. 32 ). A análise da Lei 9394/96
permite concluir, portanto, que ela considera a autonomia, a flexibilidade e a liberdade,
como meios necessários ao resgate dos compromissos da escola e dos educadores com
uma aprendizagem de qualidade.
Dentro deste contexto, a avaliação é compreendida como uma prática que alimenta
e orienta a intervenção pedagógica.
Achamos melhor iniciar pela definição de avaliação apresentada por Luckesi
(1995), o qual ao falar em avaliação da aprendizagem, prefere defini-la como sendo um
juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão. A concepção de
avaliação que marca a relação de professores e alunos, segundo Hoffmann (1996), é a
que define essa ação como julgamento de valor de resultados alcançados. É um dos
principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados da
aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar, aperfeiçoar o processo de
aprendizagem dos educandos e diagnosticar os resultados . A avaliação acontecerá em
função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica. Para que o ato de avaliar seja
entendido na sua totalidade, há que se considerar que o mesmo faz parte do processo de
construção do conhecimento, onde o aluno adquire conhecimento e busca sua autonomia.
Temos consciência de que a verificação do rendimento escolar é de total
responsabilidade da escola, por instrumentos previstos no Regimento Escolar e
observadas as diretrizes da Lei que concluem: avaliação contínua e cumulativa,
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
ano sobre os trabalhos e provas ou exames finais. A avaliação das atividades discentes,
devem contemplar múltiplas formas e procedimentos, afinal, são múltiplas as formas
através das quais os seres humanos, cada um na sua particularidade, aprendem e
demonstram que aprenderam, porque são infinitos os caminhos que os mesmos utilizam
para se apossarem do saber.
Assim, vale ressaltar que o espaço da sala de aula, os conteúdos, a metodologia
das aulas devem ser repensadas, sendo essa uma das principais medidas de
democratização, ou seja, buscar a ressignificação das ações, tempos e espaços
escolares de forma que a escola possa garantir que a vivência do aluno não seja negada.
Ao contrário, essa vivência deve ser oportunidade de contextualizar os interesses e
dificuldades do aluno com o conteúdo, de modo que a escola possa colaborar na melhoria
de vida de seu educando, através da ação ensino-aprendizagem que ela oferece, e
consequentemente na colaboração para a transformação social.
No entanto, em qualquer nível de ensino em que ocorra, a avaliação não existe e
não opera por si mesma; está sempre a serviço de um projeto ou de um conceito teórico,
ou seja, é determinada pelas concepções que fundamentam a proposta de ensino, como
afirma Caldeira (2000): “A avaliação escolar é um meio e não um fim em si mesma;
está delimitada por uma determinada teoria e por uma determinada prática
pedagógica. Ela não ocorre num vazio conceitual, mas está dimensionada por um
modelo teórico de sociedade, de homem, de educação e, consequentemente, de
ensino e de aprendizagem, expresso na teoria e na prática pedagógica.” (p. 122).
A avaliação surge como instrumento mediador entre o conhecimento que o aluno já
traz de sua experiência de vida, o conhecimento que ele adquire na escola através da
interação com os sujeitos integrantes do processo educacional bem como do
conhecimento adquirido através dos conteúdos significativos ministrados pelo professor. A
avaliação da aprendizagem escolar auxilia o educando no seu desenvolvimento pessoal e
a transformação da prática social, pois ela atende às expectativas da população que
espera resultados sobre a qualidade do ensino através do desenvolvimento do educando,
uma vez que ele é cidadão atuante na sociedade e como tal deve agir neste contexto com
criatividade e responsabilidade.
Nessa direção, podemos partir do pressuposto de que a avaliação, como prática
escolar, não é uma atividade neutra ou meramente técnica, isto é, não se dá num vazio
conceitual, mas é dimensionada por um modelo teórico de mundo, de ciência e de
educação, traduzida em prática pedagógica.
Um segundo pressuposto é que a prática de avaliação dos processos de ensino e
de aprendizagem ocorre por meio da relação pedagógica que envolve intencionalidades
de ação, objetivadas em condutas, atitudes e habilidades dos atores envolvidos.
A avaliação precisa ir além da verificação da aprendizagem, obtida através de
testes e provas, que visam obter um produto pronto e acabado. Ela deve ser um processo
de formação coletiva, construído com base na interação e no diálogo entre os sujeitos
envolvidos na dinâmica escolar, possibilitando conhecer cada vez mais o aluno e a
realidade que o integra.
Como prática formalmente organizada e sistematizada, a avaliação no contexto
escolar realiza-se segundo objetivos escolares implícitos ou explícitos, que, por sua vez,
refletem valores e normas sociais. Segundo Villas-Boas (1998), “...as práticas
avaliativas podem, pois, servir à manutenção ou à transformação social” (p. 21).
Ainda para a referida autora, “a avaliação escolar não acontece em momentos
isolados do trabalho pedagógico; ela o inicia, permeia todo o processo e o conclui,
por isso a importância da autonomia”.
A partir do princípio da autonomia e do seu direito de definir sua proposta
pedagógica (inciso I do art. 12), a Escola decide sobre as formas e procedimentos a
serem utilizados na avaliação da aprendizagem dos alunos. Para a efetivação desse
direito, a participação efetiva dos docentes na elaboração da proposta pedagógica é uma
das melhores formas de se obter um padrão de qualidade no processo ensino –
aprendizagem. A avaliação educacional, neste estabelecimento de ensino, seguirá
orientações contidas no artigo 24, da LDB 9394/96, e compreende as seguintes formas
para acontecer, cumprindo o papel a que se propõe:
- avaliação investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações
necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
- contínua: permite a observação permanente do processo ensino-aprendizagem e
possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;
- sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando
instrumentos diversos para o registro do processo;
- abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do
educando;
- permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo
educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da
escola.
Assim sendo, podemos dizer que a avaliação, como parte integrante do
Planejamento do Processo de Ensino - Aprendizagem apresenta três funções:
1 - Função Diagnóstica
Tem por finalidade realizar uma sondagem de conhecimentos e experiências já
disponíveis no aluno, bem como a existência de pré - requisitos necessários à aquisição
de um novo saber. Permite ainda identificar progressos e dificuldades de alunos e
professores diante do objetivo proposta.
2 - Função Formativa
Tem por finalidade proporcionar o feedback (retroalimentação) para o professor e
para o aluno, durante o desenvolvimento do processo ensino - aprendizagem . Propicia
aos envolvidos ( professor / aluno ) no processo ensino - aprendizagem, a correção de
falhas, esclarecimentos de dúvidas e estímulo a continuação do trabalho para alcance do
objetivo. Proporciona também ao docente informações sobre o desenvolvimento do
trabalho , adequação de métodos e materiais , comunicação com o aluno e
adequabilidade da linguagem ( ESTRATÉGIAS ) .
3 - Função Somativa
Tem o propósito de oferecer subsídios para o registro das informações relativas ao
desempenho do aluno . Considerando que a função somativa da avaliação visa
proporcionar uma medida que poderá ser expressa em uma nota ou conceito sobre o
desempenho do aluno, entendemos que a mesma acontecerá ao final de cada unidade de
ensino ou ao final de cada bimestre ou ainda no final do ano letivo, por ocasião do
Conselho de Classe , visto que esta avaliação é que proporcionará um diálogo mais
objetivo entre os professores.
A preocupação com a avaliação é uma tônica da Lei 9.394/96. Ao longo dos 92
artigos, o termo avaliação (e suas variações) aparece 24 vezes, e o termo verificação (do
rendimento ou da aprendizagem), duas. São, assim, pelo menos vinte e seis referências
explícitas à ideia de avaliar, seja relacionando-a a instituições, a alunos, aos docentes, ou
aos processos educativos como um todo.
A avaliação utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais com: provas escritas
e orais, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas, participação
em trabalhos , atividades complementares propostas pelo professor, que possam elevar o
grau de aprendizagem dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única
oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas será analisado pelo
educando e professor, em conjunto, observando quais são seus avanços e necessidades,
e as consequentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.
Os critérios e procedimentos para atribuição de notas seguem abaixo:
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade
educativa;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados
expressos em uma escala de 0 (zero ) a 10,0 (dez vírgula zero );
- a Média Bimestral (M.B ) será obtida a partir da média das notas dos trabalhos
(tarefas ,debates, pesquisas, oralidade , apresentações, relatórios, seminários etc) e
avaliações (provas );
- para fins de promoção ou certificação , a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero ),
de acordo com a Resolução no 3794/04- SEED;
- o educando deverá atingir, bimestralmente em cada disciplina o mínimo 6,0 (seis vírgula
zero ). Caso isso não aconteça, terá direito à recuperação de estudos, a fim de alcançar a
média e rever conteúdos. Os alunos que obtiverem nota acima de 6,0 (seis vírgula zero )
também poderão participar da recuperação;
- para os educandos que obtiverem êxito, a média final corresponderá à média aritmética
entre as avaliações e os trabalhos;
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos
próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar
do educando.
No entanto, no fazer cotidiano, pouca coisa tem mudado principalmente no tocante
às práticas avaliativas. Com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN) no 9394/96 em seu artigo 13, incisos III e IV normatiza sobre
o papel do professor em relação ao zelar pela aprendizagem do aluno, bem como
estabelecer estratégias de recuperação de estudos para os alunos de menor rendimento.
Este princípio é reforçado pelo artigo 24 inciso V que orienta os procedimentos para a
verificação do rendimento escolar, com ênfase na alínea e que trata da obrigatoriedade de
estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de
baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus
regimentos.
A recuperação de estudos significa ter o erro como hipótese de construção do
conhecimento, aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando, a
reorientação dos estudos. Ela se dará concomitante ao processo ensino – aprendizagem,
considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os
educandos, independente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação da
aprendizagem dar-se-á de forma permanente e concomitante ao processo ensino-
aprendizagem, durante o ano letivo. Será organizada com atividades significativas, por
meio de procedimentos didáticos metodológicos diversificados, mediante as atividades
concluídas pelo mesmo.
Paro defende que: “A recuperação deveria ser pensada como princípio derivado da
própria avaliação. Esta, num processo contínuo e permanente, embutido no próprio
exercício de ensinar e aprender diagnosticaria os problemas e dificuldades que a
recuperação também num processo contínuo e permanente, de solucionar (ou intentar
soluções) pelo oferecimento de novos recursos e alternativas de ação.” (2001, p. 42)
A recuperação será individualizada, organizada com atividades significativas, com
indicação de roteiro de estudos, exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades
significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme descrito no Regimento
Escolar para que o aluno consiga adquirir o conhecimento que precisa encontra-se em
defasagem. Na proposta de recuperação da aprendizagem deverá estar indicada a área
de estudos e os conteúdos das disciplinas, levando o aluno a se apropriar plenamente
dos conhecimentos até então defasados.
Com a função classificatória, a avaliação constitui-se num instrumento estático e
frenador do processo de crescimento; com a função diagnóstica ao contrário ela constitui-
se num momento dialético do processo de avançar no desenvolvimento da ação do
crescimento para autonomia, do crescimento da competência. Como diagnóstica, ela será
um momento dialético do “senso” do estágio em que se está e de sua distância em
relação à perspectiva que está colocada como ponto a ser atingido à frente. (LUCKESI,
1986, p.47)
O resultado obtido na avaliação, após estudos de recuperação, em que o aluno
demonstre ter superado as dificuldades, substituirá a nota anterior, referente aos mesmos
objetivos, prevalecendo a nota maior. As atividades avaliativas que servirão de
recuperação deverão ficar arquivadas na instituição.
FINALIDADE DO COLÉGIO:
O Colégio Estadual do Campo ARROIO GRANDE - Ensino Fundamental e Médio
tem por finalidade:
• A valorização da escola como espaço social responsável pela apropriação do do
saber universal.
• Socialização do saber elaborado às camadas populares, entendendo apropriação
crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento de compreensão da
realidade social e atuação crítica e democrática para a transformação desta
realidade.
• Reflexão coletiva que favoreça o diálogo, o respeito e a autocrítica;
• Enfrentamento das relações de dominação, contribuindo para articulação de
práticas emancipatórias fundamentais na solidariedade, reciprocidade e no trabalho
coletivo;
• Construção de prática coletiva de avaliação contínua dos processos de
organização do trabalho pedagógico e da aprendizagem;
• Discussão crítica sobre os conflitos, as tensões e as rupturas que precisam ser
enfrentadas;
• Indagação face às desigualdades, que exige uma tomada de atitude;
• O exercício democrático da liberdade ética, assegurando a aprendizagem para
todos enquanto finalidade e obrigação da educação escolar;
• Entendimento das diferentes visões de mundo e de formas possíveis para criar o
novo, a partir do que já existe de condições reais e de práticas dos sujeitos do processo
educativo;
• Trabalho com as demandas sócio-educacionais, fazendo com que o tema seja
abordado constantemente, acontecendo a interdisciplinaridade e não em momentos
isolados ou de maneira fragmentada.
A escola deve organizar-se em torno dos cinco princípios norteadores, que são:
igualdade, liberdade, gestão democrática, valorização dos profissionais de educação e
reconhecimento do pluralismo de ideias,tendo como meta, a instrumentalização dos
saberes da prática social para a sua transformação, dando ao aluno, condições de atuar
no seu contexto, com qualidade e ter qualidade é ter clareza, objetividade, bom senso,
conhecimento, eficácia e domínio do que se faz.
A qualidade aqui pretendida é a de possibilitar a escolha de um caminho de vida,
próprio, ser respeitado nessa escolha e de poder viver de modo digno e satisfatório, sem
sofrer pressão ou discriminação por sua escolha, aptidões, cor, credo ou valores.
Cabe ressaltar que tanto o racismo quanto o preconceito estão sendo vivenciados
cotidianamente, e se fundamentam precisamente no entendimento da diferença /
diversidade como desigualdade. Ainda se observa que determinados comportamentos
são considerados superiores a outros, criando-se assim, uma hierarquia baseada em
modelos e critérios de humanidade.
É necessário combater as causas da exclusão e discriminação, assegurando que os
planos de educação, tenham foco concentrado na luta contra a desigualdade de
oportunidade educacional, superando todo e qualquer preconceito ou discriminação, pois
estes, muitas vezes, são a grande causa da falta às aulas, da repetência, da evasão e do
abandono, ou seja, da não conclusão da Educação Básica.
A inclusão não deve ser apenas educacional, mas também social. Para que isso
possa acontecer, há necessidade de se valorizar o professor, de promover o acesso e a
permanência do aluno na escola, com sucesso e qualidade, enfim, o sistema precisa ser
inclusivo. A garantia da escola pública para todos significa proporcionar acesso a todos.
Tornar a escola democrática é permitir que a maior parcela das camadas populares nela
ingresse e permaneça. Apenas a matrícula não garante a permanência do aluno na
escola. A cultura escolar deve permitir que os educandos tenham um transcurso contínuo
e progressivo, com apresentação de resultados efetivos de aprendizagem, que permita
proceder às críticas dos mecanismos sociais de dominação, para desmascarar as
desigualdades sociais e explicitar a ligação entre educação e realidades sociais.
Vivemos em um dos países de maior diversidade cultural e racial do mundo, cada
vez mais se consolida no mundo a convicção de que a pluralidade cultural é ponto central
na consideração da educação nas sociedades democráticas, em que deixa de ser um
problema para se tornar riqueza a ser explorada. Por meio de um convívio escolar bem
estruturado, voltado para as questões de diversidade cultural, de gênero e diferença
social, propicia-se ao aluno o desenvolvimento de atitudes de repúdio às práticas de
desrespeito a outras culturas, valores, orientação sexual, classes sociais e outras,
tornando hábito comum, o respeito a todos os seres humanos.
A diversidade gera preconceitos, que se manifestam na forma de intolerância ou
desprezo com relação ao que é diferente. Este é um texto que deve transpor os muros da
escola, pois aprender a conviver significa, também, aprender a não desprezar e ignorar as
diversas contribuições que formam a identidade nacional.
A ânsia de aceitar a diversidade, não pode levar ao relativismo pedagógico.
Quaisquer que sejam suas diferenças, os alunos precisam aprender determinados
conteúdos e construir conhecimentos que contribuam para a mudança da prática social.
Uma educação democrática é aquela em que todos os envolvidos podem participar
na definição dos rumos da educação, e não só os dirigentes, professores, acadêmicos e
técnicos.
A escola é um espaço público para a convivência fora da vida privada, íntima,
familiar. Ao nos capacitarmos para a convivência participativa na escola, participamos de
um processo de aprendizagem que também nos ensina como participar do restante da
vida social. A escola como esfera pública democrática pode possibilitar a capacitação de
pais, alunos e educadores para a participação na busca de soluções para os problemas
da escola, do bairro, da cidade, do Estado, do País e da vida da espécie humana no
Planeta.
A democracia é um processo de negociação permanente dos conflitos de interesses
e ideias. Para haver essa negociação permanente é preciso o respeito à diferença. Uma
escola que respeita a diferença é uma escola pluralista que ensina a viver em uma
sociedade que também é heterogênea. Segundo Diniz e Vasconcelos (2004), “o princípio
fundamental da Educação Inclusiva consiste em que todas as crianças devem aprender
juntas, onde isso for possível, não importando quais dificuldades ou diferenças elas
possam ter.”
Um ponto de partida para que exista o respeito à diversidade na escola é aceitarmos
que os agentes que interagem na escola têm interesses, visões de mundo e culturas
diferentes e nenhum de nós tem o monopólio da verdade, da inteligência e da beleza. Daí
a necessidade de negociações permanentes para que todos façam concessões, e todos
tenham ao menos parte dos seus interesses e valores contemplados no espaço público
da escola.
O reconhecimento pelos outros é uma necessidade humana, já que o ser humano é
um ser que só existe através da vida social. Como também nos ensina Charles Taylor
(1994: 58), “um indivíduo ou um grupo de pessoas podem sofrer um verdadeiro
dano, uma autêntica deformação se a gente ou a sociedade que os rodeiam lhes
mostram como reflexo, uma imagem limitada, degradante, depreciada sobre ele.”
Um falso reconhecimento é uma forma de opressão. A imagem que construímos
muitas vezes sobre os portadores de deficiências e grupos como: pobres, negros,
prostitutas, homossexuais, é deprimente e humilhante para estes e causa-lhes sofrimento
e humilhação, ainda mais por que tais representações depreciativas são construídas
quase sempre para a legitimação da exclusão social e política dos grupos discriminados.
Para que haja respeito à diversidade na escola é necessário que todos sejam
reconhecidos como iguais em dignidade e em direito. Mas para não nos restringirmos a
uma concepção liberal de reconhecimento, devemos também questionar os mecanismos
sociais, como a propriedade, e os mecanismos políticos, como a concentração do poder,
que hierarquizam os indivíduos diferentes em superiores e dominantes, e em inferiores e
subalternos.
O gestor deve ter como ponto de partida a concepção de que ele é um “líder
político”, defensor da educação e articulador da organização do processo educacional e
do direito de todos de usufruírem com qualidade deste processo.
Quanto à participação da comunidade a LDB (Lei de Diretrizes de Bases, no
9.394/96) é bastante clara quando ressalta o dever que a escola tem de integrar-se a
comunidade, e a importância da participação do professor como formador de ideias e
figura que se posta na comunidade escolar a ser seguida, desta forma tem grande
responsabilidade em exercer e propor essa participação . O que se percebe é que cada
vez mais os pais estão buscando agir como partícipes na gestão da escola, porém essa
participação não basta acontecer apenas na área do discurso com os pais. A Avaliação
da escola pela comunidade, segundo Navarro (2004) vem a ser um processo eficaz para
que se constate problemas e siga em rumo das resoluções conjuntamente.
Libâneo (2004), argumenta da seguinte forma sobre a participação dos pais na
escola: “A exigência da participação dos pais na organização e gestão da
escola corresponde as novas formas de relações entre escola,
sociedade e trabalho, que repercutem na escola nas práticas de
descentralização, autonomia, co-responsabilzação, telerculturalismo.
De fato, a escola não pode ser mais uma instituição isolada em si
mesma, separada da realidade circundante, mas integrada numa
comunidade que interage com a vida social ampla”. (p.114)
A aproximação da teoria a prática poderá acontecer desde que a comunidade atue
na escola através de uma ação política, e para isso é necessário ter o conhecimento, a
competência técnica aliada ao compromisso político da transformação social. A efetivação
das transformações desejadas no âmbito da implantação de ações democráticas nas
escolas deve contar com a instrumentalização dos partícipes através da ressignificação
das relações entre escola e comunidade interna e externa.
Assim vale ressaltar que o espaço da sala de aula, os conteúdos, a metodologia das
aulas devem ser repensada sendo essa uma das principais medidas de democratização,
ou seja, buscar a ressignificação das ações, tempos e espaços escolares de forma a
escola garantir que a vivência do aluno não seja negada. Ao contrário, essa vivência
deve ser oportunidade de contextualizar os interesses e dificuldades do aluno com o
conteúdo, de modo que a escola possa colaborar na melhoria de vida de seu educando
através da ação ensino-aprendizagem que ela oferece, e consequentemente na
colaboração para a transformação social.
Como a gestão é responsável por realizar a mediação no seio da prática social
global (Saviani, 1990, p. 120) tem como princípio assegurar “uma educação
comprometida com a sabedoria” de viver junto respeitando as diferenças, comprometida
com a construção de um mundo mais humano e justo para todos os que nele habitam,
independentemente de cor, credo ou orientação sexual.
O desafio de transformar a escola num espaço de vivência participativa, na
perspectiva da gestão democrática, implica a prática permanente do planejamento
participativo, o rompimento com os limites das relações hierarquizadas, com os
incômodos da divisão e do cumprimento de responsabilidades, zelando para que não haja
fragmentação nas ações desenvolvidas no contexto escolar. Os princípios da gestão
democrática, contidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
ressaltam: a participação dos profissionais da educação na elaboração do PPP da escola
e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares equivalentes. A
adoção de estratégias de ampliação da jornada escolar para atendimento aos alunos com
déficit na aprendizagem; o acompanhamento com monitoramento desses alunos; a
criação e a dinamização do Grêmio Estudantil; a ênfase na mobilização e articulação dos
pais e alunos estimulando-os a participar da gestão escolar e suas várias instâncias
proporcionam a obtenção de melhores êxitos individuais e coletivos, favorecendo a
construção de novos caminhos para um melhor desempenho escolar. Desta forma
possibilita mediatizar uma prática pedagógica qualitativamente adequada às
necessidades e interesses das camadas populares.
Legalmente, observamos que a gestão democrática está amparada tanto pela
Constituição Federal (CF 05/10/1988), quanto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB de 20/12/1996) e também pelo Plano Nacional de Educação (PNE – Lei n.
10.127, 09/01/ 2001).
Na CF no Cap. III que se intitula “Da Educação, da Cultura e do desporto” o Art. 206,
VI afirma “gestão democrática do ensino público, na forma da lei; e ainda no item VII –
“garantia de padrão de qualidade”. A LDB/96, no Art. 3o. Item VIII reafirma tal idéia,
utilizando os termos: “gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino”. E os artigos 12 a 15 da mesma Lei, reafirmam a
autonomia pedagógica e administrativa das unidades escolares, a importância da
elaboração do Projeto Político-Pedagógico da Escola, acentuando a importância da
articulação com “as famílias e a comunidade, criando processos de integração da
sociedade com a escola” (Art. 12, item VI).
A gestão constitui um processo pedagógico e apresenta um caráter dinâmico,
dialético e que se dá no movimento político administrativo da escola. Ele constrói-se no
interior da mesma sendo inerente ao processo pedagógico. A gestão democrática
pressupõe autonomia administrativa e financeira, dentro do previsto pela SEED. Isto
acontece pelas novas relações sociais que estabelece, pela democratização das decisões
e emancipação dos atores do processo.
Genuíno Bordignon e Regina Gracindo (2002), ao abordarem a temática, afirmam
que “a gestão democrática para se constituir enquanto tal deve se amparar num paradigma
emergente que tem como características básicas uma concepção dialética da realidade, o
entendimento de que existe uma relação intersubjetiva entre sujeito e objeto do
conhecimento e que entende o homem como sujeito histórico que sofre os condicionantes
da realidade atual, mas que traz consigo a capacidade histórica de nela intervir”.
Uma administração desse tipo deve ser capaz de garantir a participação da
comunidade interna e externa, a fim de que assuma o papel de co-responsável no projeto
pedagógico. Em consequência, essa prática produz resultado pedagógico imediato e
concreto mais seguro e garantido, pois é na prática que se desenvolve a consciência.
Para que haja uma gestão democrática na escola, é fundamental a existência de
espaços propícios oportunizando novas relações sociais entre os diversos segmentos
escolares. “O poder não se situa em níveis hierárquicos, mas nas diferentes esferas de
responsabilidade, garantindo relações interpessoais entre sujeitos iguais e ao mesmo
tempo diferentes. Essa diferença dos sujeitos, no entanto, não significa que um seja mais
que o outro, ou pior ou melhor, mais ou menos importante, nem concebe espaços para a
dominação e a subserviência, pois estas são atitudes que negam radicalmente a cidadania.
As relações de poder não se realizam na particularidade, mas na intersubjetividade da
comunicação entre os atores sociais. Nesse sentido, o poder decisório necessita ser
desenvolvido com base em colegiados consultivos e deliberativos.” (BORDIGNON e
GRACINDO, 2002, p. 151-152).
O Conselho Escolar constitui uma forma colegiada da gestão democrática, onde os
segmentos escolares e a comunidade local se congregam, para juntos construírem uma
educação de qualidade. Sua função básica e primordial é conhecer a realidade e indicar
caminhos que levem à realidade desejada. O papel do Conselho Escolar é o de ser o
órgão consultivo, deliberativo, fiscal e mobilizador, sobre questões político-pedagógicas,
administrativas e financeiras da escola. Assim, é imprescindível que todos os segmentos
trabalhem em prol da qualidade de ensino, fazendo com que a finalidade da escola seja
alcançada. Para isso é necessária a tomada de decisões e uma destas é o conselho de
classe participativo, pois este é um instrumento de possibilidades transformadoras da
Escola, como espaço de discussão, análise e sugestões.
O grêmio estudantil constitui uma das instâncias colegiadas de suma importância, é
uma agremiação civil, representando o corpo discente do Colégio, de duração
indeterminada, com objetivos culturais, esportivos, sociais e de classe. Defende os
interesses e direitos do corpo discente e de cada estudante em particular, nos diversos
setores do processo educacional, auxiliando para que se cumpra a função social da
escola. Promove a união da classe, fortalece os sadios princípios de coordenação e
disciplina, de iniciativa e liderança, colaborando intimamente com a Direção do
Estabelecimento e com os poderes constituídos, em todas as iniciativas que visem a
melhoria e a expansão do Ensino, em particular, o enriquecimento das oportunidades de
Educação. Realiza intercâmbios de caráter cultural, educacional, desportivo e social, com
entidades congêneres, sem quebra do estatuto. Pugna pela democracia, pela
independência a respeito das liberdades fundamentais do homem sem distinção de
cor,sexo, nacionalidade,convicções políticas ou religiosas.
Com relação a APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários), é um órgão de
representação dos pais, mestres e funcionários do Estabelecimento de Ensino, não tendo
caráter político-partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos. Tem como objetivos:
discutir sobre as ações de assistência ao educando, de aprimoramento do ensino e
integração família-escola-comunidade; prestar assistência aos educandos, professores e
funcionários assegurando melhores condições de eficiência escolar; buscar a integração
dos segmentos da sociedade organizada; estimular os educandos a participar de sua
organização de grupo (Grêmio Estudantil); representar os reais interesses da comunidade
escolar para melhorar a qualidade de ensino, objetivando uma escola pública gratuita e
universal; gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que forem repassados
através de convênios; colaborar na manutenção e conservação do prédio escolar e suas
instalações. A APMF é regida por Estatuto próprio, sendo todos os casos relacionados à
mesma, julgados de acordo com esse documento.
A partir do momento em que todos se envolvem no processo educacional da escola,
torna-se mais fácil a conquista da autonomia que é fundamental para definir sua
identidade. Esta remete-nos para regras e orientações criadas pelos sujeitos envolvidos,
nas ações educativas. Não é um valor absoluto, mas um valor que se determina numa
relação de interação social. Assim é necessário que a escola fundamente seu conceito de
autonomia na responsabilidade de todos, sem deixar de lado os outros níveis da esfera
administrativa da escola. Para ser autônoma, a escola não pode depender somente dos
órgãos centrais e intermediários, mas necessita criar uma proposta pedagógica que
oportunize os envolvidos na mesma, a assumir uma nova atitude de liderança, onde as
reflexões sobre as finalidades sócio-políticas e culturais do colégio sejam priorizadas.
Autonomia requer competência. Construir uma autonomia, neste enfoque, exige o
domínio seguro de conhecimentos específicos, a utilização de uma metodologia eficaz, a
consciência crítica e o propósito firme de conhecer as reais necessidades de seu grupo
de trabalho. Numa instituição educativa a autonomia envolve quatro dimensões básicas
articuladas entre si: administrativa, jurídica, financeira e pedagógica.
Para se ter autonomia pedagógica, segundo Libâneo (1990) “...para a compreensão
do trabalho docente, requer um professor capaz de encarar sua tarefa como parte da
prática social global, para o que precisa adquirir um conhecimento teórico que lhe permita
pensar e agir sobre o real histórico e, também dominar os meios operacionais”.
Neste contexto, o plano de formação continuada no estado do Paraná tem por
objetivo possibilitar aos envolvidos na educação: o desenvolvimento e o aprimoramento
dos conhecimentos necessários ao bom desempenho do profissional.
A resolução n° 2007/05, estabelece que a Formação Continuada no Paraná, seja
proporcionada através do Programa de Desenvolvimento Educacional e do Programa de
Capacitação, objetivando o desenvolvimento dos profissionais da Educação e melhoria da
qualidade de Ensino.
O aperfeiçoamento dos conhecimentos da área específica é efetivado através de
Cursos de Graduação, Pós Graduação e Programas de Formação Continuada, ofertados
por Instituições de Ensino Superior.
DEMANDAS SÓCIO EDUCACIONAIS
As demandas sócio-educacionais possuem uma historicidade, por vezes fruto das
contradições da sociedade capitalista, outras vezes oriundos dos anseios dos movimentos
sociais, e, por isso, prementes na sociedade contemporânea. São de relevância para a
comunidade escolar, pois estão presentes nas experiências, práticas, representações e
identidades dos educandos e educadores. Entre os desafios Educacionais
Contemporâneos destacamos:
• Educação do campo: construção de um projeto político pedagógico, capaz de
delinear a identidade da escola do campo e para o campo. Tendo como pressupostos
uma teoria pedagógica que parta da prática social dos sujeitos do campo e esteja
compromissada em solucionar os problemas que as escolas do campo vêm enfrentando.
• Educação Ambiental: busca promover o desenvolvimento da Educação Ambiental
em um processo permanente de formação e de busca de informação voltada para a
preservação do equilíbrio ambiental, para a qualidade de vida e para a compreensão das
relações entre o homem e o meio bio-físico, bem como para os problemas relacionados a
estes fatores.
• Enfrentamento a violência: visa ampliar a compreensão e formar uma
consciência crítica sobre a violência e, assim transformar a escola em local de
conhecimento e formação humana.
• Prevenção ao uso indevido de drogas: busca debater assuntos presentes em
nosso cotidiano como: drogadição, vulnerabilidade, preconceito e discriminação ao
usuário de drogas, narcotráfico, violência, influência da mídia, diversidade de gênero,
entre outros.
• História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena: busca a valorização da
história e cultura dos afro-brasileiros, africanos e indígenas, tendo como objetivo maior o
direito dos negros de se reconhecerem na cultura nacional, expressarem as visões
próprias de mundo, manifestar com autonomia seus pensamentos. Visa também medidas
concretas para o combate ao racismo e a toda forma de discriminação, pois, numa
perspectiva interdisciplinar e relacionada com contextos reais, o processo ensino-
aprendizagem exige situações de aprendizagem que requer a efetiva colocação em
prática de alguns princípios fundamentais que ficaram apenas no papel por serem
considerados utópicos ou de difícil viabilização e um destes é o acesso a línguas
estrangeiras modernas.
Embora seja certo que os objetivos práticos - entender, falar, ler e escrever - a que a
legislação e especialistas fazem referência são importantes, quer nos parecer que o
caráter formativo intrínseco à aprendizagem de Línguas Estrangeiras não pode ser
ignorado. Torna-se, pois, fundamental, conferir ao ensino escolar de Línguas Estrangeiras
um caráter que, além de capacitar o aluno a compreender e a produzir enunciados
corretos no novo idioma, propicie ao aprendiz a possibilidade de atingir um nível de
competência linguística capaz de permitir-lhe acesso a informações de vários tipos, ao
mesmo tempo em que contribua para a sua formação geral enquanto cidadão.
Para garantir o acesso ao mundo globalizado, no âmbito da LDB, as Línguas
Estrangeiras Modernas recuperam, de alguma forma, a importância que durante muito
tempo lhes foi negada. Consideradas, muitas vezes e de maneira injustificada, como
disciplina pouco relevante, elas adquirem, agora, a configuração de disciplina tão
importante como qualquer outra do currículo, do ponto de vista da formação do indivíduo.
Assim, integradas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, as Línguas
Estrangeiras assumem a condição de serem parte indissolúvel do conjunto de
conhecimentos essenciais que permitem ao estudante aproximar-se de várias culturas e,
conseqüentemente, propiciam sua integração num mundo globalizado.
Na concepção vygotskiana, o desenvolvimento humano ocorre por meio de uma
interação dialética entre o indivíduo e o meio, mundo físico e social, suas dimensões
cultural e interpessoal, do qual faz parte desde o seu nascimento. "Nesse processo, o
indivíduo ao mesmo tempo que internaliza as formas culturais, as transforma e intervém
em seu meio. É, portanto, na relação dialética com o mundo que o sujeito se constitui e se
liberta", partindo dessa premissa e transportando-a para a educação, Moita Lopes (2003)
afirma que: "Se a educação quer fazer pensar ou talvez pensar para transformar o mundo
de modo a se poder agir politicamente, é crucial que todo professor e, na verdade todo
cidadão entenda o mundo em que vive e, portanto, os processos sociais, políticos,
econômicos, tecnológicos e culturais que estamos vivenciando. Não se pode transformar o
que não se entende. Sem a compreensão do que se vive, não há vida política".
Assim, pensando no desenvolvimento integral do educando, temos o CELEM -
Centro de Língua Estrangeira Moderna - Espanhol: que objetiva ofertar aos alunos deste
Colégio acesso a Língua Espanhola. O funcionamento acontece duas vezes por semana,
quatro aulas semanais. Tem duração de dois anos, em que os alunos concluintes
recebem certificação. O processo avaliativo segue as normas avaliativas do
estabelecimento, descritas no Regimento Escolar.
Quando os alunos que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem em ,
deficiências intelectuais ou algum tipo de necessidades educacionais especiais têm
assegurado pela Constituição Federal de 1988, o direito à educação (escolarização)
realizada em classes comuns e ao atendimento educacional especializado complementar
ou suplementar à escolarização, que deve ser realizado preferencialmente em salas de
recursos na escola onde estejam matriculados, em outra escola. Esse direito também
está assegurado na LDBEN – Lei nº. 9.394/96, no parecer do CNE/CEB nº. 17/01, na
Resolução CNE/CEB nº. 2, de 11 de setembro de 2001, na lei nº. 10.436/02 e no Decreto
nº. 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
O Atendimento Educacional Especializado é uma forma de garantir que sejam
reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com Necessidades
Educativas Especiais. Este pode ser em uma Sala de Recursos (Área da deficiência
Intelectual e Transtornos Funcionais Específicos), ou seja, um espaço organizado com
materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o
atendimento às necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer suporte
necessário às necessidades educacionais especiais dos alunos, favorecendo seu acesso
ao conhecimento. Esse atendimento deverá ser relizado em contraturno ao horário das
classes comuns. “...uma nova gestão dos sistemas educacionais prevê a prioridade de
ações de ampliação do acesso à Educação Infantil, o desenvolvimento de programas para
professores a adequação arquitetônica dos prédios escolares para a acessibilidade.
Preconiza também a organização de recursos técnicos e de serviços que promovam a
acessibilidade pedagógica e nas comunicações aos alunos com necessidades
educacionais especiais em todos os níveis, etapas e modalidades da educação”. (ALVES,
2006, p. 11)
A Sala de Recurso Multifuncional é um serviço especializado de natureza
pedagógica, que apoia e complementa o atendimento educacional realizado nas classes
de ensino regular do Ensino Fundamental, mediante a necessidade do cumprimento da
legislação educacional. Esse atendimento encontra amparo legal na Constituição Federal
de 1988; na LDBEN no 9.394/96; na Lei no 10.172/01 que aprova o PNE; na Lei no
7.853/89, regulamentada pelo Decreto no 3.298/99, que dispõe sobre as pessoas com
deficiência, sua integração social, assegurando pleno exercício de seus direitos
individuais e sociais: na Lei no 8.069/90 que estabelece as normas e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade.
Para frequentar a Sala de Recurso Multifuncional, é necessário que o aluno
apresente algum indicativo e sejam seguidos procedimentos conforme instrução 13/2008,
como os demonstrados abaixo:
1- processo de avaliação no contexto escolar, para a identificação de alunos com
indicativos de Deficiência Mental/Intelectual, deverá enfocar aspectos pedagógicos
relativos à aquisição da língua oral e escrita, interpretação, produção de textos, cálculos,
sistema de numeração, medidas, entre outros, e das demais áreas do desenvolvimento
considerando habilidades adaptativas, práticas sociais e conceituais, acrescidas do
parecer psicológico.
2 - O processo de avaliação no contexto escolar, para a identificação de alunos com
indicativos de Transtornos Funcionais Específicos (Distúrbios de Aprendizagem – dislexia,
disortografia, disgrafia e discalculia), deverá enfocar aspectos pedagógicos relativos à
aquisição da língua oral e escrita,interpretação, produção, cálculos, sistema de
numeração, medidas, entre outras, acrescidas de parecer psicológico e complementada
com parecer fonoaudiológico e/ou de especialista em psicopedagogia e/ou de outros que
se fizerem necessários.
3 - O processo de avaliação no contexto escolar, para a identificação de alunos com
indicativos de Transtornos Funcionais Específicos (Transtornos de Déficit de Atenção e
Hiperatividade), deverá enfocar aspectos de cálculos, sistema de numeração, medidas,
entre outros, acrescidos de parecer psiquiátrico e/ou neurológico e complementada com
parecer psicológico.
4 - Os resultados pertinentes à avaliação realizada no contexto escolar, deverão ser
registrados em relatórios, com indicação dos procedimentos de intervenção para o plano
de trabalho individualizado e/ou coletivo, bem como demais encaminhamentos que se
fizerem necessários, devidamente datado e assinado por todos os profissionais que
participam do processo.
5 - Todo o trabalho realizado durante a avaliação no contexto escolar, descrito no
Relatório, deverá ser sintetizado em ficha “Síntese – Avaliação Pedagógica no Contexto
Escolar e Complementar”, devidamente datada e assinada por todos os profissionais que
participaram do processo.
6 - Quando o aluno da Sala de Recursos frequentar a classe comum em outro
estabelecimento, deverá apresentar declaração de matrícula e relatório de avaliação
realizado no contexto escolar por equipe multiprofissional.
7 - O aluno egresso de Escola de Educação Especial, Classe Especial e Sala de
Recursos de séries iniciais deverá apresentar o último Relatório Semestral da Avaliação,
indicando a continuidade de Atendimento de Apoio Especializado e cópia do Relatório de
Avaliação realizada no contexto escolar por equipe multiprofissional.
Quanto aos aspectos Pedagógicos, o trabalho pedagógico especializado na Sala de
Recursos deve constituir um conjunto de procedimentos específicos de forma a
desenvolver o processo cognitivo, motor e sócio-afetivo necessários para apropriação e
produção de conhecimentos.
Após a exposição extensiva do Marco Situacional e após o Marco Conceitual,
podemos observar que a sociedade vive hoje uma dinâmica muito acelerada de
transformações, exigindo das pessoas uma participação mais intensa e efetiva, que leve à
ações mais precisas, com vista à melhoria das condições de vida da população. Assim,
cabe neste contexto, uma prática pedagógica que proponha uma interação entre
conteúdo e a realidade concreta, visando a transformação da sociedade através da
prática-teoria-prática, que enfoca os conteúdos, como produção histórico-social de todos
os homens, superando as visões não-críticas e crítico-reprodutivistas da educação e
levando toda a sociedade a pensar de maneira crítica e responsável.
ATO OPERACIONAL
Em nosso país, a escola pública atende a grande maioria da população em idade
escolar. Entretanto, esse atendimento ainda não corresponde às expectativas da
população, devido aos altos índices de repetência e evasão, má formação dos
professores, falta de recursos e outros problemas que afetam a qualidade do ensino
oferecido aos alunos.
Todos os envolvidos com a educação, sejam eles gestores, equipe técnico-
pedagógica, professores, pais, alunos devem sentir-se responsáveis pelo processo
educacional, primando pela melhoria do ensino e pela democratização da escola pública.
Com a implantação simultânea do Ensino Fundamental de nove anos, a partir de
2012, toda a instituição de ensino, ou seja, todos os atores envolvidos no processo
educacional, necessitam estar atentos, pois se no contexto político, as diferentes
concepções sobre a infância influenciaram ou justificaram as políticas educacionais, com
limites e possibilidades; no contexto pedagógico , a discussão e definição de uma
concepção de infância é primordial na condução do trabalho. Essa concepção orientará
os conceitos sobre ensino, aprendizagem e desenvolvimento, seleção de conteúdos,
metodologia, avaliação, organização de espaços e tempos com atividades desafiadoras,
enfim, o planejamento do trabalho organizado não apenas pelo professor, mas, por todos
os profissionais da instituição. Assim, nesta instituição de ensino, procuramos efetivar a
participação da comunidade escolar, sendo que, para implementar ainda mais este
processo, realizaremos reuniões mensais para chamar a comunidade a participar, na
tomada de decisões, não só pelo processo de democratização da escola e da sociedade,
mas, porque a escola não pode funcionar isoladamente, tendo em vista que está inserida
numa sociedade concreta que possui especificidades, expectativas e necessidades que
precisam ser consideradas.
Democratizar a gestão significa delimitar os papéis de cada segmento dentro da
escola, fazendo com que todos cumpram sua função, de forma solidária e cooperativa.
Nesse sentido, o diretor é o grande articulador das ações na instituição de ensino,
possibilitando a construção do trabalho educativo, priorizando as questões pedagógicas.
O Trabalho coletivo, que buscamos, objetiva conseguir melhores resultados na
efetivação da função social da escola. Desta forma as instâncias colegiadas têm papel
importante no contexto escolar, pois conta com a participação de todos os segmentos da
comunidade escolar. Exemplo disso é o Conselho Escolar que garante a participação de
todos os interessados na gestão da escola, pois é composto de representantes de pais,
professores, alunos, funcionários e direção. Mas para que ele realmente funcione é
necessário compromisso de todos, assegurando a participação na tomada de decisões.
Com a gestão democrática a comunidade escolar avança na conquista da cidadania,
pois identifica direitos e deveres vivenciando-os nas relações que mantém com os vários
segmentos, ao mesmo tempo amplia suas possibilidades e no decorrer do processo
educacional possibilitaremos situações de encontros e discussões pertinentes ao
processo ensino/aprendizagem.
Para muitas dessas questões foram discutidas ações que visam melhorá-las, dentre
as quais destacamos o importante trabalho do professor quanto às atividades em duplas,
trios ou grupos, que além de propiciar as necessárias trocas de informações, criam
situações que favorecem o desenvolvimento da sociabilidade, da cooperação e do
respeito mútuo, garantindo aprendizagens significativas. O principal objetivo é favorecer a
troca, o intercâmbio e o trabalho cooperativo entre os alunos, contemplando a diversidade
cultural, social e também a de gênero, que se apresentam em nossas escolas. O contato
pessoal do professor nos grupos é imprescindível para orientar melhor os alunos, bem
como para o acompanhamento de seus progressos e defasagens.
Percebemos que o trabalho costuma ser mais produtivo quando os participantes
assumem diferentes tarefas para sua execução, cada elemento contribuindo de alguma
forma, sendo enfocado o que em cada um se sobressai.
As atividades escolares estarão voltadas prioritariamente para educação do campo,
instrumentalizando as práticas sociais e dando significação aos conteúdos.
A forma de avaliação seguirá a legislação vigente, sendo continua e cumulativa,
(soma de valores), tendo como instrumentos: avaliações individuais, em duplas e em
grupos, trabalhos em grupos, produção de textos, poesias, parodias, participações em
palestras e atividades diversificadas. O professor fará observações diárias, considerando
o desempenho dos alunos nas atividades propostas, portanto a avaliação será
permanente.
Antes do Conselho de Classe, será realizado o Pré-conselho, onde a equipe
pedagógica e direção, dialogam com cada professor a respeito de alunos e de turmas e o
Conselho Participativo, acontece em sala de aula, com a participação de todos os alunos,
através do questionamento sobre todos os segmentos. A partir destas práticas, no
conselho de classe, são debatidos pontos que precisam ser melhorados ou modificados e
então, depois deste momento, é feito em sala de aula, reunião com os alunos, com a
finalidade de dar um retorno sobre o que foi tratado no Conselho Participativo.
Uma boa prática para despertar o gosto pela leitura que utilizamos, é o Jornal Mural,
onde os alunos classificam matérias de jornal ou revistas de seu interesse e trazem para
a sala de aula, sendo que a classe elege as melhores e o professor organiza as matérias
no Jornal Mural, o qual fica a disposição de todos os alunos no saguão do colégio. As
matérias podem ser trocadas semanalmente ou quinzenalmente. Pretendemos envolver
todos os professores na realização desse trabalho, assim a cada quinzena, um professor
ficará responsável em selecionar juntamente com os alunos, materiais referentes à sua
área de conhecimento, variando temas de geografia, história, ciências, português, etc...
Sabemos que muitos de nossos alunos não possuem livros em casa, assim a escola
acaba sendo o único local onde eles têm acesso ao texto escrito de forma organizada.
Assim, só a escola pode proporcionar a eles o acesso aos diferentes tipos de texto, de
modo que possam apropriar-se da língua escrita, sentindo-se parte da sociedade, do
mundo que os rodeia.
Acontece diariamente o intervalo da leitura, onde a agente de leitura no horário de
intervalo proporciona leitura de gibis, livros de poucas páginas e outras leituras, onde os
alunos discutem o que leram, declamam poesia e cantam. Tudo com o objetivo de
despertar o gosto pela leitura.
A escola pretende manter alguns projetos que já vem desenvolvendo, dentre os
quais, destaca-se a participação na MOSTR’ARTE, no FERACOMCIÊNCIA, jogos
colegiais, Feira do Conhecimento, jogos inter-salas, Feira do empreendedor, Teatro,
Gincana da matemática e Mostra de Talentos (do colégio). Nesta perspectiva propõe-se
mudar a forma tradicional que fragmenta os conteúdos em estruturas disciplinares. Por
isso é necessário concretizar os princípios teóricos para que a teoria e prática se unam,
para dar a prática social a transformação necessária.
Referente a educação do Campo, pretendemos realizar anualmente a Feira do
Agricultor (troca de experiências, conhecimentos e interação comunidade/escola); Noite
cultural com apresentações realizadas pelos pais e alunos; contação de histórias, contos,
história das comunidades pertinentes a este contexto; reuniões mensais para discutir
temas pertinentes para a comunidade e contexto escolar.
A escola como um instrumento para a transformação da realidade, tem a
preocupação em propiciar aos alunos o discernimento necessário do que cabe a cada um
deles como cidadãos transformadores e construtores de uma sociedade mais igualitária.
Sabendo que no espaço educacional existe diversidade cultural, econômica, política
e de gênero, dos sujeitos participantes do processo educacional, há a preocupação em
atender a todos os alunos sem qualquer tipo de discriminação de raça, cor, etnia, classe
social, crença, sexo e outras características individuais. Portanto um dos grandes desafios
da escola é aprender a lidar com as diferenças existentes no âmbito escolar, garantindo
não somente o respeito a elas, mas sobretudo, abrindo espaço para que todos possam
demonstrar e serem atendidos nas suas necessidades e potencialidades. Neste sentido, a
equipe multidisciplinar fará um trabalho de valorização de “respeito”com o outro e de
conhecimento da legislação vigente.
Em nossa escola, os professores possuem a preocupação em utilizar a prática
docente para abordarem temas relacionados às demandas sócio-educacionais, pois, num
país com tanta desigualdade social como o nosso, para grande parte da população, a
escola ainda representa a única fonte de cultura letrada, sendo, portanto, um dos raros
espaços para exercitar o pensamento e adquirir conhecimento, para mudar a prática
social.
Sabe-se que o Currículo deve assegurar as aprendizagens fundamentais
estabelecidas para o país e, ao mesmo tempo, que se identifique com a realidade e a
cultura local. Portanto, através dos programas que já estão sendo desenvolvidos e outros
que a escola pretende desenvolver, busca-se o significado dos conteúdos de ensino e das
práticas desenvolvidas na escola, identificando os conteúdos relevantes para a
compreensão de mundo e valorização da comunidade local.
Com relação à formação continuada os professores consideram importante os
estudos desenvolvidos no Colégio, envolvendo professores, funcionários, pedagogos e o
diretor, pais e alunos, assim daremos continuidade. Os temas precisam estar voltados
para a realidade da escola, sendo que os critérios de organização, ficarão à cargo da
direção e equipe pedagógica, dependendo da necessidade do momento.
A função político-pedagógica primordial da escola é a formação de pessoas que
atuem e participem da construção de uma nova ordem social, e isso implica a
necessidade de um ensino de qualidade para todos. Portanto, a preocupação da escola
não é apenas com o acesso, mas com a permanência do aluno no processo educativo,
dessa forma, o Conselho de Classe surge como um momento onde buscamos soluções
para os problemas que dificultam o bom andamento do processo ensino/aprendizagem.
O Projeto Político Pedagógico da escola será avaliado pelos professores, equipe
pedagógica, direção, comunidade escolar e aprovado pelo conselho escolar. Será flexível
e sujeito à mudanças sempre que se fizer necessário.
REFERÊNCIAS
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autores: Angela Mari Gusso...[et al] / organizadores: Arleandra Cristina Talin do Amaral,
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PLANO DE AÇÃO PARA GESTÃO 2012/2014
Este documento foi elaborado para que sirva de instrumento norteador para
ações que estão sendo colocadas em prática na gestão 2012/2014 pela direção do
C.E. Do Campo Arroio Grande- EFM, bem como para dar continuidade às que já estão
em andamento.
Durante a elaboração do plano procuramos ouvir todos os segmentos da
comunidade escolar para que sua formatação fosse completa e democrática,
buscando alimentá-lo com os anseios da mesma, na busca por melhorias na escola
como um todo. Vamos buscar durante os anos que corresponde a gestão, melhorar o
processo de ensino e aprendizagem através de uma maior aproximação entre equipe
pedagógica e professores, com ações práticas e objetivas, buscando a superação da
evasão escolar que, principalmente no Ensino Médio apresenta índices altos, ações
estas, que começaram pela abertura de programas de incentivo à permanência dos
alunos.
O incentivo deverá constante a professores e funcionários com relação a
busca pela capacitação, o que com certeza a enriquecer todo o processo de ensino
em que estamos envolvidos, também seguiremos em nosso propósito de dar
condições de participação de professores e alunos nos diversos projetos e eventos
promovidos pela SEED ou outros, que venham a contribuir na formação tanto de
professores quanto de educandos, tomando, por exemplo, Jogos Colegiais, FERA e
outros, buscando sempre o intercâmbio e a troca de experiências entre alunos e
professores que fazem parte de uma realidade diferente da nossa.
Buscaremos sempre melhores condições de transporte para nossos alunos,
procurando minimizar as dificuldades que estes enfrentam para chegarem até o
colégio.
Pedimos no ano de 2009, reparos e melhorias para o Colégio junto ao
Governo Estadual, vindo isso a acontecer em 2011. Daremos continuidade às
solicitações e pedidos que beneficiem toda a comunidade escolar.
Resumindo, de modo geral lutaremos com muita dedicação e garra pelo
ensino de qualidade, buscando incessantemente preparar nossos alunos para que
sejam pessoas atuantes dentro de nossa sociedade, motivando professores e
valorizando diariamente seu árduo trabalho, lembrando sempre que estes profissionais
enfrentam também uma jornada difícil, semelhante a dos nossos alunos para chegar
até o colégio, estaremos sempre reconhecendo este trabalho, procurando melhorar o
máximo possível as condições para sua atuação.
O ponto de partida de nossa meta é o desafio de agir imediatamente,
mudando paradigmas e comportamentos. A palavra não só tem sentido quando
articulada por alguém que sabe igualmente dizer sim. Assim traçamos nosso Plano de
Ação, pois, como Diretora, acredito que a responsabilidade é a habilidade de
responder com nossos talentos e capacidades ao que nos é atribuído, e que ser
responsável é usar bem esses talentos e habilidades para o bem coletivo, de modo
alegre, leve, mas, acima de tudo, responsável.
PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO DO COLÉGIO ARROIO GRANDE – EFM
I- ESTABELECIMENTO:
Colégio Estadual do Campo Arroio Grande – EFM
MUNICÍPIO:
Pitanga
NÚCLEO:
Pitanga
DIRETTORA:
Lucélia Terezinha Dziubate Ferreira
II – OBJETIVOS GERAIS:
O presente Plano de Ação visa nortear as ações da direção da acima citada escola,
para a Gestão 2012/ 2014, onde esta pretende ser uma articuladora para a efetiva
participação dos envolvidos no processo de ensino, para a gestão democrática
descentralizada, autônoma e eficiente e competente .
Tais ações têm como objetivos:
• o fortalecimento da autonomia do colégio em busca de soluções participativas para
os problemas enfrentados no dia-a-dia da instituição;
• o envolvimento de todos, num trabalho paritário, coletivo e de responsabilidade
comum, transformando a prática social;
• mapear o entorno da instituição, revelar espaços de aprendizagem, construir trilhas
educativas que potencializem os equipamentos da comunidade, reconheçendo
seus saberes e democratizando o processo de educação como responsabilidade
social e função de todos os segmentos da instituição de ensino;
• busca de qualidade de ensino e promoção do coletivo como responsabilidade
social
III – AÇÕES:
1. Esfera Pedagógica:
• Criação de um ambiente harmonioso, de confiança mútua, onde possam acreditar
no trabalho uns dos outros, através de reflexão contínua e sensibilização;
• Promover ações para melhoria do rendimento escolar;
• Promover o espírito de equipe e de união entre direção, professores, funcionários,
alunos, pais e comunidade escolar;
• Incentivar a participação dos alunos, professores e comunidade escolar em
atividades voltadas para o processo ensino/aprendizagem, dando enfoque para a
educação do campo;
• Garantir espaço e tempo para discutir a política pedagógica da instituição;
• Promover momentos de troca de experiência, para discutir sobre problemas
enfrentados em sala de aula e possíveis soluções;
• Promover reuniões com os pais , com a finalidade de buscar a efetiva participação
no processo ensino/aprendizagem de seus filhos;
• Possibilitar o contato direto e constante com às famílias dos alunos, buscando a
interação entre comunidade e escola, bem como conhecer a realidade de cada
educando, favorecendo o sucesso escolar dos alunos;
• Promover palestras e debates sobre diversos temas, auxiliando o corpo docente
em suas atividades e disciplinas;
• Promover palestras com especialistas, para os pais e comunidade escolar, sobre
temas relevantes para o bom andamento do trabalho pedagógico, como: papel da
escola, papel da família, indisciplina, sexualidade, respeito a diversidade cultural,
social e de gênero, valores, normas internas, legislação pertinente e outros temas
solicitados pelos envolvidos;
• Busca de parcerias comunitárias, com universitários e outros profissionais
habilitados (serviço social, psicologia, agronomia, veterinária e de outras áreas que
possam ser pertinentes no decorrer do processo, para um desenvolvimento
pedagógico mais efetivo, bem como auxílio na superação de obstáculos à
qualidade de ensino;
• Promoção de momentos destinados à reflexão bimestral sobre o processo ensino
aprendizagem ( conquistas, desafios, expectativas, angústias e aspirações),
através de Conselho de Classe participativo e de reuniões com as instâncias
colegiadas (representação) e a comunidade escolar como um todo;
• Dar abertura a novas iniciativas, mediante ambiente flexível e aberto à inovação;
• Promover a transparência de práticas, atividades e programas;
• Orientar a compreensão de normas e regulamentos, zelando pelo seu
cumprimento;
• Promover o compartilhamento de realizações e méritos e também a troca de
práticas e experiências;
• Criar vínculos entre as iniciativas individuais, transformando-as em ganhos
coletivos;
• Promover a comunicação aberta e relacionamento interpessoal amistoso e cordial;
• Criar uma linha de trabalho, orientada por objetivos claros e comuns;
• Colocar o aluno e sua aprendizagem como o foco de todas as ações da instituição
e de seus profissionais.
2. Esfera patrimonial:
Como o Colégio do Campo Arroio Grande – EFM, funciona em dualidade
administrativa, sendo o prédio pertencente a Administração municipal, os reparos e
melhorias ficam restritas, mas, já foram realizadas em 2011, uma reforma, no entanto,
não houve uma melhora no espaço físico para garantir a efetividade de todas as ações
pertinentes, mas, já foi anunciada a construção de uma escola nova, através da parceria
com o governo federal. Além do já mencionado, a pretensão é:
• aquisição de mais duas mesas de ping-pong, pois conseguimos 02, mas, por falta
de espaço adequado e devido à umidade e o deslocamento de um espaço para
outro, uma já está inservível;
• compra de mais materiais esportivos, culturais e artísticos;
• manutenção da iluminação e também a pintura da quadra de esportes;
• aquisição de mais equipamentos eletroeletrônicos (data show, DVD, micro-sistem,
microfone sem fio, caixa de som e outros (alguns já foram adquiridos);
• aquisição de mais mobiliário para o refeitório, tendo em vista que o que temos é
insuficiente para atender a demanda;
• maior espaço físico para biblioteca, laboratório de informática, química, física e
matemática.
IV – RESPONSÁVEL:
A responsabilidade pela efetiva concretização deste plano de ação é de toda
comunidade escolar, mas, a articulação para que haja a efetivação é do gestor, pois, o
processo pedagógico é alicerçado pelo processo de gestão, em constante construção na
instituição e se faz a partir de algumas práticas sócio-educativas como: informação
socializada, gestão participativa, política de gestão, gestão e processo político
pedagógico, organização administrativa, integração escola-comunidade e inclusão com
igualdade e respeito.
Se depender da vontade desta gestora, o Colégio Estadual do Campo Arroio
Grande - EFM, será reconhecida pela excelência em educação, pela atuação
comprometida e transformadora na sociedade, pelo referencial disciplinar, pela inclusão
social, pela valorização dos profissionais da educação e dos alunos, mas, a meta principal
é “ser cada vez melhor”, para que alunos, pais, motoristas, professores, funcionários e
direção, sintam orgulho de dela fazerem parte, como co-responsáveis pelo sucesso.
V – CRONOGRAMA:
No decorrer dos três anos de gestão, buscaremos efetivar todas as ações propostas e
outras que surgirem.
VI – AVALIAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO:
Acontecerá semestralmente, através de reuniões com toda comunidade escolar para o
diagnóstico do processo de gestão. E também acontecerá através de relatórios
periódicos divulgados aos segmentos da comunidade escolar. Após a divulgação das
ações realizadas, ouvindo sugestões quanto a possíveis falhas de execução
evidenciadas, proporcionando assim uma maior eficácia dentro do que se planeja para os
três anos em questão.
Uma escola de qualidade é gerida com competência, criatividade e entusiasmo, de
forma participativa e colegiada, sendo que a direção deve estar aberta às necessidades
da comunidade, comprometida com a formação integral e o sucesso de seus alunos,
coordenando e avaliando dentro da realidade em que está inserida, pronta para resolver
as questões diárias da Gestão Escolar e de suas dinâmicas.
“As crianças precisam crescer no exercício desta capacidade de pensar, indagar-se e de
indagar, de duvidar, de experimentar hipóteses de ação, de programar e de não apenas
seguir os programas mais do que propostos, impostos. As crianças precisam ter
assegurado o direito de decidir, o que se faz, decidindo. Se as liberdades não se
constituem entregues a si mesmas, mas, a sua assunção ética de necessários limites,
não se faz sem riscos a serem corridos por elas e pela autoridade ou autoridades, com
que dialéticamente se relacionam.” ( FREIRE, p.1997, p.58-59)
PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA
Todo o trabalho da equipe pedagógica está voltado para o processo
ensino/aprendizagem como um todo, sendo avaliado constantemente, para garantir a sua
efetividade. Dentre todas as ações, coloca-se como primordiais as seguintes:
-Realizar um Planejamento Coletivo, para que a interdisciplinaridade seja
concretizada, tornando-se uma prática constante em todos os segmentos do
Colégio;
- Organizar atividades de formação constante para os educadores do Colégio a fim
de que possam preencher os requisitos estabelecidos no Marco Operacional;
- Intensificar a participação de todos os segmentos, nas atividades realizadas pelo
colégio para que haja articulação e integração da comunidade escolar;
- Oportunizar a Participação e a Formação integral do educando, preparando-o
efetivamente para o cumprimento de seu papel sócio-cultural;
- Divulgar e orientar os alunos quanto à filosofia do Colégio e o Regimento Escolar;
-Tomar decisões conjuntas, tendo pelo menos um representante de cada segmento
da comunidade escolar;
- Fazer acontecer sistematicamente o Conselho de Classe, dando prioridade ao
processo qualitativo;
- Promover gincanas, atividades lúdicas, encontros de formação, reuniões de pais,
palestras, comemorações sociais ao longo do ano letivo, criando espaço de
aprendizagem e de reflexão;
- Promover a apropriação da Proposta Pedagógica e aplicação da mesma em
todos os Níveis de ensino do Colégio, bem como a vinculação entre teoria e
prática. Que sejam socializados os conteúdos entre os técnicos e professores dos
vários segmentos, bem como um maior esclarecimento acerca da Proposta
Pedagógica;
- Promover estudo sistemático da Proposta Pedagógica e operacionalizá-la através
de oportunidades de aprendizagem eficaz;
- Mediar a formação do educador, para que esta seja uma prática constante,
abordando temas sobre relações interpessoais nos encontros de formação;
- Priorizar a formação integral do educando para que esta seja prioridade na
elaboração dos conteúdos específicos e condizentes com as diferentes faixas
etárias, interesses e realidades dos alunos, permitindo a troca de experiências;
- Orientar a seleção dos conteúdos, baseados na realidade local;
- Adequar o currículo, para atender a necessidade dos alunos;
- Divulgar as ações pedagógicas desenvolvidas na instituição, bem como os
eventos culturais e sociais para toda a comunidade escolar;
- Orientar a realização de planejamentos que envolvam as áreas e conteúdos afins;
- Aprofundar o conhecimento sobre as demandas sócio-educacionais, para garantir
que se buscará desenvolver um trabalho condizente com os objetivos propostos;
- Promover a integração escola-comunidade, fortalecendo a participação
democrática.
PLANO DE AÇÃO DO CONSELHO ESCOLAR
O Conselho Escolar é o órgão supremo da escola; agrega representantes dos pais,
alunos, funcionários, professores e direção da escola, construindo-se como meio
permanente da prática democrática e participativa nos aspectos consultivos, deliberativos
e fiscalizador.
É o órgão gestor que cria mecanismos de participação efetiva e democrática da
comunidade escolar, desde a definição da programação e aplicação de recursos
financeiros, do projeto político-administrativo-pedagógico, da elaboração e alteração do
Regimento Escolar, da definição do calendário escolar, observando a legislação vigente.
Realizada a cada dois anos, a eleição para Conselhos Escolares nas Escolas
Públicas, busca a comunidade escolar para junto à direção garantir uma gestão
efetivamente democrática.
CONSELHO ESCOLAR
Cabe ao Conselho Escolar:
- Analisar e aprovar o Plano Anual do estabelecimento;
- Analisar, acompanhar, avaliar e dar parecer ao Projeto Político Pedagógico da
escola;
- Decidir sobre a aplicação dos recursos financeiros, prestando contas do mesmo;
- Propor melhorias no Processo Educacional como um todo, visando uma
aprendizagem de qualidade;
- Deliberar sobre outros assuntos encaminhados pela direção, pertinentes ao
âmbito escolar.
PLANO DE AÇÃO – CORPO DOCENTE
- Elaborar e implementar juntamente com a Equipe Pedagógica e demais membros
da comunidade escolar, o Projeto Político Pedagógico do Estabelecimento de
Ensino;
- Participar da escolha de livros e materiais didáticos;
- Promover e participar de reuniões, cursos de capacitação e outros eventos,
visando uma formação continuada;
- Elaborar planos de trabalho docente, sempre procurando usar a
interdiciplinaridade para dar significado ao que é ensinado, partindo do
conhecimento do aluno, para o conhecimento formal e sistematizado;
- Elaborar plano de recuperação paralela, para os alunos que não conseguiram
atingir o objetivo de resultados satisfatórios, oferecendo também para os que
quiserem fazer a recuperação, mesmo com resultados positivos alcançados, com a
finalidade de melhorarem ainda mais;
- Assegurar o respeito aos educandos em suas diversidades, especificidades e
ritmo de aprendizagem, visando um “diálogo” entre os diferentes, no âmbito
escolar;
- Considerar as datas de entrega de documentos solicitados pelo estabelecimento
ou pelo NRE.
- Mediar o conhecimento no processo de aprendizagem do aluno, visando um
ensino onde o qualitativo seja prioridade;
-
REFERÊNCIAS
BEHRENS, Marilda Aparecida. O Paradigma Emergente e a Prática Pedagógica. 2ª ed. Curitiba: Champagnat, 2000.
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Sociedade, Educação e Cultura. Petrópolis, RJ: ed. Vozes, 2002.
CHAUÍ, Marilena. “Ideología e Educação”, Revista Educação e Sociedade, ano II, nº 5 (janeiro), p. 24-40, São Paulo: Cortez/Autores Associados.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org.), Projeto Político Pedagógico da Escola: Uma construção coletiva. São Paulo: Editora Papirus, 1995, p. 11-35.