secretaria de estado da educação ... - · pdf filequal estão...
TRANSCRIPT
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO SECRETARIA D E ESTADO DA JUSTIA
PLANO ESTADUAL DE EDUCAO NAS PRISES
TERESINA 2012
2
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCA O SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIA
PLANO ESTADUAL DE EDUCAO NAS PRISES
Plano Estadual de Educao nas Prises apresentado Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao, Diversidade e Incluso e ao Departamento Penitencirio Nacional como parte da proposio para obteno de apoio financeiro, com recursos do Plano de Ao Articulada e/ou do Fundo Penitencirio Nacional, para ampliao e qualificao da oferta de educao nos estabelecimentos penais, nos exerccios de 2012, 2013 e 2014.
TERESINA 2012
3
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIA
IDENTIFICAO
GESTO:
RGO PROPONENTE: GOVERNO DO ESTADO DO PIAU CNPJ: 06.553.481/0001-00 Endereo: : Av. Antonino Freire, 1450, centro CEP: 64001-040 Telefone: (86) 3221-5001 Nome do Responsvel: Wilson Nunes Martins Cargo: Governador do Estado
RGOS EXECUTORES:
SECRETARIA DE EDUCAO E CULTURA - SEDUC CNPJ: 06.554.129/0001-96 End: Av. Pedro Freitas, s/n - Centro Administrativo CEP: 64018-900 Telefones: (86) 3216-3200/ 3216-3334 E-mails: [email protected]/ ueja.seduc.pi@g mail.com Nome do Responsvel: tila Freitas Lira Cargo: Secretrio de Educao SECRETARIA DA JUSTIA - SEJUS CNPJ: 07.217.342.0001.07 End: Av. Pedro Freitas, s/n - Centro Administrativo , Bloco G, 2 andar CEP: 64018-900 Telefones: (86) 3216-1743 / 3216-1740 E-mails: [email protected] / gabjus@justica .pi.gov.br Nome do Responsvel: Joo Henrique Ferreira de Alen car Pires Rebllo Cargo: Secretrio da Justia
4
SUMRIO
1 APRESENTAO ....................................................................................... 06
2 CONCEPES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA OFERTA DE
EDUCAO NO SISTEMA PRISIONAL .......................................................... 06
3 HISTRIA DA EDUCAO EM PRISES NO ESTADO .......................... 09
4 DIAGNSTICO DA EDUCAO EM PRISES NO ESTADO .................. 09
4.1 ESPELHO GERAL DO ESTADO ............................................................... 09
4.2 INFORMAO POR ESTABELECIMENTO PENAL ............................... 09
5 GESTO........................................................................................................ 25
5.1 ATRIBUIES E COMPETNCIAS ........................................................ 25
5.2 REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA ........................................... 25
5.3 GESTO DE PESSOAS ........................................................................... 26
5.4 REGISTROS ESCOLARES ...................................................................... 30
5.5 ARTICULAO E PARCERIA ................................................................. 30
6 FINANCIAMENTO ....................................................................................... 30
7 ORGANIZAO DA OFERTA DE EDUCAO FORMAL ........................ 31
8 ORGANIZAO DA OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL E DA
QUALIFICAO PROFISSIONAL .................................................................... 31
9 FORMAO / CAPACITAO DOS PROFISSIONAIS ............................. 32
10 PRTICAS PEDAGGICAS E ATENDIMENTO DIVERSIDA DE.......... 34
11 CERTIFICAO ........................................................................................ 34
12 INFRAESTRUTURA FSICA ..................................................................... 34
13 MATERIAL DIDTICO E LITERRIO ...................................................... 35
14 REMIO DA PENA PELO ESTUDO ....................................................... 36
15 ATENDIMENTO S CRIANAS ............................................................... 36
5
16 ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAO ................ 36
17 PLANO DE AO ..................................................................................... 37
17.1 META I AMPLIAO DA MATRCULA DA EDUCAO FO RMAL ...... 37
17.2 META II AMPLIAO DA OFERTA DE EDUCAO NO
FORMAL ............................................................................................................ 40
17.3 META III AMPLIAO DA OFERTA DE QUALIFICAO
PROFISSIONAL ............................................................................................... 41
17.4 META IV AMPLIAO DO NUMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES
DE CERTIFICAO ............................................................................................ 42
17.5 META V AMPLIAO DO NUMERO DE BIBLIOTECAS E DE
ESPAOS DE LEITURA .................................................................................... 43
17.6 META VI MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE
EDUCAO ....................................................................................................... 45
ANEXOS
6
1 APRESENTAO
O Plano Estadual de Educao em Prises do Estado do Piau, teve incio em 2011, atravs de uma ao do PAR (Plano de Ao Articulada 2007-2010). A elaborao do plano previa a contratao de consultoria para realizao do diagnstico da situao educacional nos presdios. Aps a concluso deste, as Secretrias da Educao e da Justia realizaram o I Seminrio, objetivando a elaborao do Plano e teve como estrutura as quatro dimenses do PAR (Gesto Educacional, Formao de professores e de profissio nais de Servio e Apoio Escolar , Prticas Pedaggicas e Avaliao e Infraestrutura Fsica e Recursos Pedaggicos ). O seminrio foi realizado no perodo de 25 a 27 de maio de 2011, envolvendo professores, gerentes de presdios, agentes penitencirios, assistentes sociais, diretores e coordenadores pedaggicos das escolas certificadoras, tcnicos das Gerncias Regionais de Educao e membros do Conselho Estadual de Educao. A abertura foi presidida pelo Secretario da Justia e estiveram presentes representantes da Comisso de Direitos Humanos da Cmara Municipal de Teresina, da Delegacia Regional do Trabalho e da Universidade Federal do Piau.
Nessa ocasio foram discutidas as seguintes temticas: Democratizao do acesso Educao Bsica nos Presdios, Elevao do Padro de Qualidade da Educao nas Unidades Prisionais, Valorizao dos Profissionais que Atuam nas Unidades Prisionais e consolidao do Regime de Colaborao entre as Secretarias de Educao, Justia e outras instituies afins. As discusses deram-se por meio de palestras e grupos de trabalhos (GTs).
A partir do Decreto n 7626/2011, que institui o Plano Estratgico de Educao no mbito do Sistema Prisional, em 2012 foi realizado o II Seminrio Estadual para reelaborao do Plano Estadual de Educao em Prises, considerando as discusses e orientaes a partir do seminrio nacional, realizado com o intuito de orientar as unidades federadas a nova estrutura do plano.
A metodologia de elaborao do Plano, nessa nova estrutura, deu-se a partir da instituio de uma comisso no nvel central, entre a Secretaria de Educao e de Justia, que tem como atribuio a coordenao e sistematizao da produo j elaborada no I e II Seminrios Estadual e a devolutiva da anlise dos grupos de trabalho local. No nvel local foi escolhido um coordenador (professor) que tem como atribuio, juntamente com os demais representantes, analisar a produo do nvel central, sugerir e acrescentar informaes necessrias ao documento em questo.
2 CONCEPES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA EDUCAO NO SISTEMA PRISIONAL
A implantao de Educao em presdios, apesar de ser um direito do homem encarcerado, sempre foi alvo de anlises e crticas, pois a condio de encarceramento de uma forma holstica tem evoludo pouco durante todos esses anos. Em pases desenvolvidos, mesmo existindo vrias regulamentaes e leis, os direitos bsicos das pessoas encarceradas nem sempre so respeitados. Contudo,
7
sabido que os direitos do homem encarcerado so violados no s no tocante a educao, mas a sade e alimentao, dentre outros.
. Para LEME (2007), necessrio refletirmos sobre a educao escolar dentro das prises no sentido de encontrarmos respostas para questes como: por que os presos estudam? O que homens (mulheres) na condio de prisioneiros buscam na escola?. Segundo o autor, todo indivduo tem uma histria relacionada vida escolar, mesmo que rpida, e com alunos encarcerados no diferente, nesse ponto que devemos focar no sentido de resgatar aquilo que a escola deixou de significativo, nestes indivduos.
Corroborando,Miranda (2008) diz que a educao na priso deve levar em conta o individuo, sua historia, sua situao, seu meio, sua continuidade de vida aps o encarceramento. Para tanto, necessita de condies, estudos e motivaes particulares e, principalmente, uma ateno sensvel a respeito do desejo dos detentos. Isso implica se pensar em Projetos Pedaggicos especficos que contemplem metodologias prprias do contexto penitencirio, combinando educao, formao profissional e atividades culturais.
O contexto educacional na priso muito diferente. Os professores, geralmente, no fazem parte da instituio penitenciaria. Representam para os detentos uma relao com a liberdade da qual esto temporariamente privados e natural que queiram falar sobre a vida externa. Muitos no tm acesso a jornais, biblioteca, no ouvem a rdio, no assistem televiso. Esto vidos por relaes humanas e o espao educativo representa um espao privilegiado para falarem de suas vidas, de suas expectativas frustradas, de como pensam em refazer suas vidas. H um desejo de restaurarem suas imagens