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SEGUINDO VIAGEM PELA
HISTÓRIA DE BELO VALE...
Antônio Moura
Edição
2012
“Seguindo viagem pela história de Belo Vale...”
Criação/Redação: – O autor.
Digitação/Revisão: O autor.
Capa: Foto “Bandeira de Belo Vale” – O autor. Revisão Geral: O autor
Edição: .... exemplares (2012)
PROMOVE ARTES GRÁFICAS E EDITORA.
(31) 3486.2696
Todos os direitos reservados exclusivamente ao autor.
Proibida a reprodução parcial e/ou total sem a expressa autorização
do autor. (Lei 9.610/98)
Antônio Geraldo Malta de Moura - 1964
Rua Sandoval Marinho, Nº 215, B. Santo Antônio, Belo Vale, MG –
CEP 35.473–000 – E-mail: [email protected]
DEDICATÓRIA
A Jesus, autor da vida , consumador da fé. Razão de toda minha
existência. Causa e consequência de tudo.
A Cátia, Lucas e Clara, ternos e eternos amores.
A meus pais, Ninico e Fezinha, alicerces forjados na luta.
Às minhas irmãs, grandes companheiras, a todos os familiares,
amigos e irmãos na fé.
ÍNDICE
Palavra do Autor ................................................................. 7
Apresentação ............................................................ 9
Prefácio ............................................................................... 11
Capítulo I – Dados Geográficos do Município ............... 12
Capítulo II – Cronologia História e Destaques Turísticos .. 26
Capítulo III – Símbolos Cívicos Municipais ................. 45
Capítulo IV – História do Poder Legislativo .................. 50
Capítulo V – Prefeitos e Vice-Prefeitos ............................. 61
Capítulo VI – Curiosidades e “Causos” Políticos ............ 68
Capítulo VII – Curiosidades Históricas e “Folclóricas” ..... 77
Capítulo VIII – História da Comarca ............................. 93
Capítulo IX – Logradouros e Prédios Públicos ............... 98
Capítulo X – Esportes ............................................... 110
Capítulo XI – Epílogo ............................................... 116
Anexos, Mapas e Fotos .............................................. 118
Bibliografia e Menções ............................................... 141
O Autor ..................................................................... 148
Apoio Cultural ........................................................... 150
PALAVRA DO AUTOR
Quando da Edição do Livro “De São Pedro do Paraypeba a
Belo Vale. Uma viagem na história...” em 2005, deixei claro não ter a
pretensão de me fazer um “escritor”, pois tamanha ousadia eu não
teria. Assim continuo pensando.
Apenas sonhei em ver a História de Belo Vale registrada.
Esta ousadia sim, eu a tive, lançando mão de vastas
informações obtidas quando no exercício de várias funções, públicas,
sociais e profissionais.
Qual não foi a minha grata surpresa ao ver que um simples e
humilde projeto, rapidamente alcançou grande repercussão com uma
aceitação bem acima daquela imaginada.
Imediatamente começaram a chegar comentários, sugestões e
até cobranças sobre omissões, involuntárias, é claro.
Desde então percebi a profunda necessidade de realizar
correções, acréscimos e atualizações, mas esbarrando sempre nas
mesmas dificuldades, especialmente na escassez de material impresso
e arquivos corretos e regulares.
Este segundo “trecho de nossa viagem” pela história de Belo
Vale, não é uma segunda edição, na sequência da primeira
publicação, mas uma continuidade natural da história. Com certeza,
repete informações da primeira narrativa, pois não há como mudar
fatos históricos. Mas com toda certeza, vem enriquecido com mais
detalhes e informações, graças inclusive às críticas que foram
humildemente bem recebidas e aplicadas.
Ficam aqui os nossos sinceros agradecimentos a todos os
colaboradores, informantes, críticos, registrando de forma especial
nossa gratidão àqueles que contribuíram para a conclusão de mais
esta etapa.
Permanece a consciência de que também este trabalho está
aquém da grandeza de nossa querida Belo Vale, bem como ainda
faltar fatos e personagens nesta “viagem” que continua sendo feita
dia a dia.
Também permanece a forte crença de que num futuro não
muito distante, Belo Vale ganhe uma narrativa mais digna de sua
grandeza e, se de alguma forma, nosso pequeno gesto contribuir para
tal, já me sentirei plenamente realizado.
O mais importante é que indiferenças e diferenças políticas,
ideológicas ou de qualquer outra natureza, não ofusquem o brilho de
nossa história, diante de um passado tão rico e um futuro tão
promissor.
Como disse um desconhecido autor: “Tudo que deixamos
nessa vida, que não seja apagado pelo vento, pela água, pelo fogo ou
pelo tempo, são os rastros deixados pela memória”.
Continua assim, o sonho, a viagem...
“Carpent tua poma nepotes”.
Teus netos colherão os frutos.
O Autor
Belo Vale, abril de 2012.
*****
APRESENTAÇÃO Quando recebi o convite do grande amigo respeitado
Advogado e Pastor, Dr. Antônio Geraldo Malta de Moura, tendo me
honrado com a incumbência de trazer ao público belovalense e a
todos os apaixonados pela historiografia dos municípios mineiros, a
reviver o legado deixado por quem já contribuiu com o crescimento
dessa terra, fiquei extremamente lisonjeado.
Quando faço referência ao ilustre causídico e historiador, o
Dr. Antônio Geraldo Malta de Moura, tenho a liberdade de dizê-lo,
além de operador do direito, historiador e advogado de almas,
honrado com sua postura sempre equilibrada, na busca constante de
resgatar a história dos munícipes, por intermédio das pesquisas e bate
papos informais no dia a dia, temos o seu lado humano de amigo,
pessoa que acolhe os menos favorecidos, dando-lhes a atenção que
lhe é merecedora. Homem judicioso de predicados que se faz
respeitado e amado pelos seus sempre conterrâneos, podendo, sempre
contar com sua guarida.
Os ensaios historiográficos sobre os municípios mineiros são
de enorme veemência como proveniência de informação da vida
social que pulsa na alma dos mineiros. Até a primeira metade do
século XIX não havia historiografia regional, por uma razão muito
simples: somente Imperadores, Reis, Papas e Cardeais que por serem
nobres, eram os personagens exclusivos da história. O historiador
valorizava os grandes impérios, as riquezas acumuladas, os feitos
heroicos dos viajantes, generais e guerreiros vitoriosos. Porém,
somente no Romantismo operou uma reação muito forte e destronou
o elitismo aristocrático elegendo outro sujeito da história, o homem
comum, a terra natal do historiador, o trabalhador, o indígena, o
amor, a família, a música e a arte, o acontecimento vivenciado no
entorno do historiador.
Quanto à obra, vem preencher uma lacuna na história de Belo
Vale, grande oportunidade de conhecer a historiografia do Município,
rica em narração metódica dos fatos notáveis ocorridos na vida do
povo simples e acolhedor de cada lugarejo rurícola e da cidade, com
seu jeito peculiar e pacato que só o interior mineiro ainda conserva
até os dias hodiernos. A notável obra busca ainda o legado de homens
públicos que dedicaram a construir uma cidade mais justa e ordenada,
tornando-se o chão pelo qual caminharemos até a velhice mais
segura, fazendo-o dessa aventura existencial mais proveitosa na
medida em que “esse” chão for confiável.
Neste instante quero aplaudir o ilustre escritor e nobre colega
de profissão, o Dr. Antônio Geraldo Malta de Moura, por transpor em
palavras o que a vida nos oferece em acontecimentos, podendo,
colocar a disposição dos leitores a referida obra. No ensejo
cumprimento os belovalenses presentes e ausentes, como também os
amantes da historiografia mineira, convidando-os a não perder a
oportunidade ímpar de compartilhar o legado deixado pelos homens
simples e comuns, como também pelo homem público que compôs a
história do nosso eterno Vale do Paraopeba, nossa Belo Vale.
BERTIE SIMÃO DE MOURA - Possui graduação em DIREITO - Faculdades
Arnaldo Janssen (2009) e graduação em Gestão em Representação Comercial pelo
Centro Universitário Newton Paiva (2003), pós-graduação Especialização em
Estratégica de Marketing e Vendas pelo Centro Universitário Newton Paiva (2004),
pós-graduação em Docência do Curso Superior, pelo Centro Universitário Newton
Paiva (2004), pós-graduando em Direito Processual Civil Aplicado pelo CEAJUF
(2010). Atualmente professor da Faculdade Arnaldo Janssen, no Curso de Direito.
Advogado, com atuação nas áreas do Direito Civil, Processo Civil e Previdenciário.
PREFÁCIO
A tarefa que recebi de prefaciar esta obra desencadeou-me
dois sentimentos. O primeiro claro, de imensa alegria pelo convite, o
segundo, de muita responsabilidade. Responsabilidade porque quem
prefacia uma obra, penso eu, deve ter o cuidado de sucintamente falar
dela e de seu autor, de modo a remeter logo os leitores, a seu
conteúdo.
Na verdade sinto-me a vontade para cumprir tal tarefa, por se
tratar de registro da História de Belo Vale, principalmente ao período
que fui testemunha viva dos acontecimentos sociais, políticos,
culturais e religiosos dos últimos 30 anos da História de nossa terra.
Antônio Geraldo Malta Moura, Teólogo, Advogado,
Professor, Pastor da Igreja Batista de Belo Vale, Ativista
Comunitário reconhecido pela Edilidade local, após um exílio
forçado na Capital Mineira para trabalhar, reatou logo seus laços com
Belo Vale, aqui atuando profissionalmente, sempre atento aos fatos
históricos.
No Livro você vai conhecer de forma objetiva o relato de
fatos, lugares, acontecimentos que ora nos assusta e assombra como
verdadeiros fantasmas, mas que ao mesmo tempo aponta
possibilidades de mudanças, e, nos faz refletir sobre o fato de que
“Quem não conhece sua História, corre o risco de cometer os
mesmos erros do passado” e, que a premissa maior da História é
resgatar o passado, entender o presente e lutar para a construção de
um futuro melhor.
Ao mergulhar no emaranhado das letras e deliciarmos do bom
relato da História, concluo, citando Pablo Milanês e Chico Buarque
de Holanda:
“E quem garante que a História
É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória
A História é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que se negue
É um trem riscando trilhos
Abrindo novos espaços
Acenando muitos braços
Balançando nossos filhos.”
MARIA APARECIDA DA GLÓRIA MAIA (FIA), é professora da
rede estadual com Licenciatura Curta em Geografia (PUC-MG);
Bacharel com Licenciatura Plena em História (PUC-MG); Pós-
Graduada em Educação Ambiental (UNIVERSIDADE CASTELO
BRANCO-RJ)
*****
CAPÍTULO I
DADOS GEOGRÁFICOS, SOCIAIS,
EDUCACIONAIS E ECONÔMICOS
DO MUNICÍPIO.
1.1 – GEOGRAFIA DO MUNICÍPIO
Posição Geográfica: Macrorregião: Central – Microrregião: Itaguara
– Zona Metalúrgica – (Integrante do quadrilátero ferrífero).
Coordenadas Geográficas: Na sede, Latitude: 20º40’78” e Longitude:
44º02’42”. Na porta da Igreja Matriz: 20°24’29” sul – 44° 01’27”
oeste.
Altitude:
Máxima: 1.612 metros na Serra da Bandeira ou Mascates;
Mínima: 786 metros no leito do Rio Paraopeba;
Na Cidade: 797 metros na Estação Ferroviária.
Clima: Ameno, variando com o tropical de altitude.
Índice Médio Pluviométrico Anual: 1.200mm a 1700mm.
Temperatura: Média Anual 21,90o C;
Média Máxima Anual: 26,80o C;
Média Mínima Anual 14,30o C.
Reservas Minerais: Ferro e Manganês.
Relevo Topográfico: Plano: 20%, Ondulado: 70%, Montanhoso: 10%
Área do Município: Revisada pelo IBGE, foi encontrada uma área de
367,17 Km², sendo apenas 5 km² de área urbana.
Municípios Limítrofes: Bonfim, Brumadinho, Moeda, Ouro Preto,
Jeceaba, Piedade dos Gerais e Congonhas.
Bacia Hidrográfica: Da Bacia do Rio São Francisco, é banhado pelo
Rio Paraopeba, que tem como principais afluentes do Rio Paraopeba
no Município: Ribeirão dos Paivas e Ribeirão dos Cordeiros.
Acidentes Geográficos: Serra da Bandeira ou Mascates e Serra da
Moeda.
Bioma: Mata Atlântica.
População (Fonte IBGE 2010):
Urbana: 3.295.
Rural: 4.291.
TOTAL: 7.536.
População Últimos Censos:
Ano Total
1970 8.746
1980 7.251
1991 7.040
2000 7.429
2007 7.267
2009 7.470
2010 7.536
Gentílico: Belovalense.
Distâncias (Km):
Belo Horizonte: 85 – Rio de Janeiro: 395 – Vitória: 570 – São
Paulo: 660 - Brasília: 805 – Congonhas: 45 – Moeda: 14 –
Conselheiro Lafaiete: 62 - Ouro Branco: 60 – Bonfim: 38 –
BR 040 via MG 442: 23 Km.
1.2 – DEMAIS INFORMAÇÕES
1.2.1 HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO
Belo Vale conta com pequenas hospedarias e restaurantes
com comida simples da tradicional culinária mineira.
Hospedagem: Hotel Paraíso, Pousada Egg Maia, Pousada
Barkanas, Pousada Vargem do Cedro e Balneário Cachoeira do
Moinho.
Restaurantes: Além da alimentação servida nos
estabelecimentos acima, tem-se o Restaurante da Conceição,
Restaurante do Tote, Restaurante Dona Preta, Restaurante do
Maradona, Restaurante do Silvinho e uma pequena churrascaria ao
lado da Rodoviária.
1.2.2 PRINCIPAIS EVENTOS
Pré-Carnaval no primeiro sábado que antecede o Carnaval, com o
denominado bloco “Mamãe Virei Bicha”.
Carnaval de Rua.
Semana Santa – Encenações bíblicas com grupo de teatro local.
Festa de Sant’Ana – 26/07.
Aniversário da Cidade – 17/12.
1.2.3 TRANSPORTES
Exclusivamente rodoviário, com serviços à comunidade rural
e linhas diárias para Congonhas e Belo Horizonte.
O acesso principal é pela MG 442 (23 km de asfalto) entrando
no trevo da BR 040, próximo à usina da Vale, sentido BH/RIO.
1.2.4 LOCAIS CULTURAIS
Biblioteca Municipal Maria José Jacques Penido – Lei 443 de
28/06/71.
Museu do Escravo – Único no Gênero no Brasil – Lei 504 de
09/05/75.
Fazenda Boa Esperança – Tombada pelo IEPHA – MG.
Nota do Autor: Como ser percebe, falta espaço cultural para
nossa cidade, inclusive, um Auditório, Teatro ou Cinema, onde
nossos valores possam se desenvolver.
1.3 – ECONOMIA
A economia local é diversificada, indo de pequenas atividades
de subsistência a participação de gigantes multinacionais. O destaque
fica claro para as atividades minerárias, agropecuárias e um enorme
potencial para o turismo.
Belo Vale é uma cidade de pequeno porte e tem sua economia
carente de investimentos, tanto privados quanto públicos, tendo
sofrido dois duros golpes em sua realidade econômica.
O primeiro golpe veio durante a Administração 1967 – 1971,
não imputando aos Administradores, à época, qualquer intenção em
prejudicar o Município, mas infelizmente, o prejuízo foi enorme e
continuará refletindo por toda a posteridade.
O que realmente aconteceu foi que a divisa de Belo Vale, que
ia próximo às margens da BR 040, foi recuada para o alto da serra, no
chamado divisor de águas naturais. Economicamente, isto
representou um grande prejuízo para o Município pois se isto não
tivesse ocorrido, com toda certeza estaríamos recebendo muito mais
nos direitos denominados “Royalties” do minério extraído pelas
mineradoras, já que quase todas as minas estariam situadas em solo
belovalense.
O segundo golpe se deu por volta do ano de 1998, quando o
Município de Ouro Preto ajuizou uma ação contra os Municípios de
Congonhas, Santa Bárbara e Belo Vale, pleiteando os créditos do
ICMS, exclusivamente para si. A tese alegada foi que o local do
beneficiamento do minério se dá em solo ouro-pretano, o que
infelizmente foi acatado pelos Tribunais através de uma medida
liminar. Com isto, a receita municipal mensal que girava em torno de
R$200.000,00 (duzentos mil reais), chegou a cair para até
R$80.000,00 (oitenta mil reais) em alguns períodos.
No dia 27/12/2000, com a cassação da dita liminar, Belo Vale
voltou a receber os direitos do imposto gerado. Infelizmente para o
saudoso Prefeito Taquinho, faltavam apenas quatro dias para o fim do
seu mandato, que ficou marcado por um período de estagnação ante
aos fatos ocorridos.
A partir daí o Município voltou a respirar reiniciando seu
processo de desenvolvimento. Entretanto, no ano de 2003, Ouro
Preto conseguiu em instâncias judiciais superiores, alcançar seu
objetivo e levar para os seus cofres, toda a receita gerada pelo ICMS.
Considerando que uma grande parte da comunidade e da
própria economia interna, girava em torno da Administração Pública,
não houve como evitar o caos. É que além de não conseguir arcar
com a maioria de seus compromissos, a Municipalidade se viu
impedida de realizar obras desejadas e necessárias e o pior,
comprometeu o pagamento de todo o funcionalismo, uma verdadeira
tragédia social.
Com a queda da liminar em 2000, o Município voltou a
respirar reiniciando seu processo de desenvolvimento. Entretanto, no
ano de 2003, Ouro Preto conseguiu em instâncias judiciais
superiores, alcançar seu objetivo e levar para os seus cofres, toda a
receita gerada pelo ICMS.
Desde então, graças a alguns novos investimentos e,
principalmente, a mudança de metodologia da apuração do VAF
(Valor Adicionado Fiscal) e uma maior fiscalização de tais cálculos,
entre outros, a arrecadação municipal tem aumentado, estando
prevista uma receita orçamentária para algo em torno de
R$2.000.000,00 (dois milhões de reais) mensais no ano de 2012.
1.4 – COMÉRCIO
O comércio é pequeno, porém variado. Aqui tem quase tudo.
Desde os produtos industrializados comercializados na cidade, até
aqueles aqui mesmo produzidos ou explorados.
Um destaque é o surgimento do comércio do artesanato local,
que de forma tímida e sensível, vem crescendo e se tornando numa
fonte de geração de emprego e renda informal, que com certeza
encontraria seu justo e real espaço, desde que houvesse uma política
adequada de desenvolvimento principalmente do turismo.
1.5 – AGROPECUÁRIA
A economia se baseia principalmente nas atividades
agropecuárias.
Na pecuária há um franco desenvolvimento do setor, com a
criação de gado leiteiro e também de corte, com os criadores
aprimorando seus rebanhos e inserindo as melhores raças para o ramo
a ser explorado, principalmente, a raça nelore.
Na agricultura, Belo Vale tem conseguido destaque até
mesmo no entreposto da CEASA, graças especialmente a uma
sempre crescente produção de tangerina (mexerica ponkan),
chegando mesmo a ser “apelidada” de “Rainha da Tangerina”.
Nossa produção é vendida também para vários Estados da
Federação, especialmente Rio de Janeiro e Estados do Nordeste.
Também há a produção de mandioca, feijão, batata, milho,
batata-doce, melancia. Também começa a proliferar as plantações de
cana-de-açúcar, uma vez terem sido instalados diversos alambiques
no Município.
1.6 – INDÚSTRIA
O que existe de fato no Município são pequenas indústrias,
que desenvolvem suas atividades de forma quase artesanal, com um
tímido incremento de novas técnicas e equipamentos.
Diversos alambiques foram instalados e começam a se
destacar no setor, com uma considerável produção. Alguns produtos
já conseguiram sobressair no mercado e recebem elogios dos
“entendidos” no assunto. Algumas de nossas cachaças, que já
receberam o selo de qualidade da AMPAC, são apresentadas em
exposições do ramo. Já se fala em exportação do produto, inclusive
para países do velho mundo.
1.7 – MINERADORAS
A atividade mineradora é grande em nosso Município, rico
em ferro e manganês.
Após sofrer uma queda vertiginosa em função da Ação
Judicial ajuizada pelo Município de Ouro Preto no final da década de
1990, hoje se pode perceber uma franca recuperação tanto pela nova
metodologia de cálculo quanto a novos investimentos.
Destaca neste setor as Empresas Vale, CSN, Namisa,
Mineração Pollaris, Mineração Terra Seca e Mineração Nogueira
Duarte.
Não há como negar que a atividade minerária, provoca uma
intervenção profunda no meio ambiente, fato que vem sendo
fiscalizado constantemente pelos representantes do Ministério
Público na Comarca de Belo Vale junto às empresas, inclusive, com
as firmaturas de Termos de Ajustamento de Condutas (TAC).
O maior problema enfrentado pela comunidade é sem dúvida,
a questão do tráfego, já que é utilizado o mesmo ramal rodoviário
(MG-442), tanto pelas empresas quanto pelos usuários.
Lado outro, além de algumas intervenções sociais, pode ser
percebido um considerável aumento da utilização de mão de obra
local, o que quer dizer, geração de empregos para os belovalenses,
isto sim, um enorme benefício para a população, já que dezenas de
jovens não mais precisam sair de Belo Vale para conseguir um
trabalho.
Não restam dúvidas de que o Poder Público Municipal, as
Empresas Mineradoras e, especialmente, a Comunidade, devem estar
constantemente sentadas numa mesa de negociação, onde as questões
econômicas possam ser confrontadas com aquelas de cunho
ambiental, ecológico e social, buscando sempre um meio termo
comum, já que Belo Vale não pode se dar ao luxo de prescindir de
nenhuma delas, tampouco de suas “riquezas” naturais.
1.8 – MEIO AMBIENTE
Embora a cidade possua o Conselho Municipal do Meio
Ambiente, sua atuação termina por ser mais política, com pouca
atuação no setor, inclusive, porque a própria sociedade não participa
ativamente, salvo quando em defesa de interesse próprio.
Algumas entidades teem tentado fazer uma política de
conscientização e interação da comunidade, destacando-se as ações
da Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de
Belo Vale (APHAA-BV).
Com certeza o Poder Público Municipal precisa elaborar uma
política pública no tocante ao tema, já que o Município sofre grandes
intervenções, não podendo abrir mão do desenvolvimento, mas com a
responsabilidade de preservar nosso maior patrimônio, o “vale belo”.
1.09 – EDUCAÇÃO
A rede municipal de ensino é formada hoje (2012), por treze
escolas municipais, sendo duas na cidade e onze na zona rural, da
Pré-Escola à 4a série do Ensino Fundamental. Temos ainda uma
unidade do Projeto Curumim. As Escolas Municipais são as
seguintes:
DENOMINAÇÃO MOTIVAÇÃO
Rosa Malaquias Professora.
Maria da C. M. C. Soares (Filinha) Diretora e Professora.
Benedito Valadares Governador de Minas Gerais.
Eugênio Sampaio Funcionário Municipal.
Eurico Gaspar Dutra Presidente da República.
José Antônio Cordeiro Doou o terreno para a Escola.
José Fernandes Doou o terreno para a Escola.
Mestra Macrina Professora, Mãe de Antônio Lara Rezende.
Padre Virgílio Monteiro Penido Vigário em Belo Vale.
Pedro José de Lima Doou o terreno para a Escola.
Santana do Paraopeba Berço de Belo Vale.
Tiago Teodoro Doou o terreno para a Escola.
Valeriano José da Silva Doou o terreno para a Escola.
O Município é atendido pela rede estadual de ensino através
da Escola Estadual Gama Cerqueira, que absorveu em um passado
não muito distante, alunos das antigas escolas estaduais no
Município, Grupo Escolar Dr. Gama Cerqueira (Governador
Mineiro) e Grupo Escolar Camilo Boaventura (Coletor Estadual em
Belo Vale, nos idos de 1950). Oferece atualmente o complemento do
Ensino Fundamental (5a a 8
a séries) e o Ensino Médio (antigo 2
o
grau).
Embora tenha tido em 2003 o funcionamento de uma unidade
da UNIPAC, que ofertou o Curso Normal Superior, o projeto não
prosseguiu, assim como alguns Cursos Técnicos Profissionalizantes
que chegaram a funcionar, mas também não tiveram sequência com
novas turmas.
Nota do Autor nº 01 – As Escolas Municipais Maria Pereira da Silva e
Nair Teixeira, foram unificadas com a nova denominação de Maria da Conceição
Monteiro de Castro Soares (D. Filinha). Mesmo sendo todas, dignas e ilustres
senhoras de nossa comunidade, com um vasto serviço prestado à educação dos
belovalenses, esta alteração gerou muita polêmica e está em fase de consolidação.
Nota do Autor nº 02 – As Escolas Municipais José Emílio da Silva, José
Pinto, Juscelino Kubtischek, Domiciano F. Monteiro Castro, Santareno Pereira
Barbosa, Miguel Antônio Cordeiro e Melo Viana, embora ainda regularmente
registradas, não se encontram em efetivo funcionamento.
Nota do Autor nº 03 – A Mestra Macrina, se chamava Macrina Augusta
Albergaria Lara, natural de Ouro Preto e mudou-se para a Fazenda Boa Esperança
com seu marido Antônio Sebastião de Resende, sendo mãe de 10 filhos, entre eles,
Antônio de Lara Rezende que nasceu em São Gonçalo da Ponte (Belo Vale). A
“Mestra” faleceu aos 40 anos de idade, no dia 16 de dezembro de 1903.
1.10 – TURISMO
O Brasil é um país privilegiado já que possui inúmeros
quilômetros de praias, pantanal mato-grossense, cidades históricas e a
Amazônia.
Belo Vale também foi beneficiado pela natureza. Possui além
de vales e montanhas de belezas indescritíveis, cachoeiras naturais de
águas límpidas e também um acervo histórico constituído de Igrejas
centenárias, com a arte barroca impregnada em seus interiores,
Fazenda da Boa Esperança, (datada do século XVIII) e Museu do
Escravo, o único no gênero no Brasil e o local do traslado do
primeiro documento público oficial registrado em Minas Gerais.
Como se percebe, possuímos um vasto campo a ser explorado,
em todos os segmentos do turismo: histórico, artístico, natural,
ecológico e rural.
Infelizmente até o momento, nem o Poder Público nem a
iniciativa privada se despertaram para investimentos no setor, a
verdadeira “mina de ouro” do século XXI.
1.11 – SAÚDE
A cidade é servida, e bem servida, por modernos consultórios
de odontologia e competentes médicos, tanto públicos como
particulares.
Temos uma Policlínica moderna, com consultórios médicos,
odontológicos, salas de laboratório e de Raios-X, controle de
epidemiologia com vacinações e prevenções, além de uma clínica de
fisioterapia.
Somos privilegiados por contar com o Hospital e Maternidade
Henrique Penido. Um Hospital de pequeno para médio porte, que
muito tem contribuído com a população belovalense, principalmente
por facilitar a vida de muitos, que não precisam se deslocar para
centros maiores, a não ser em casos mais complicados.
O Hospital, um antigo sonho da comunidade, foi efetivamente
iniciado numa Ação do então Prefeito Antônio Pinto Ribeiro Júnior,
concluído na gestão do Prefeito José Fernandes Braga e remodelado
quando João Eustáquio era o Prefeito Municipal. Foi neste meio
tempo, transferido à iniciativa privada.
Tem hoje em seus quadros societários e corpo médico, a
presença marcante do Dr. Antônio Leite Silva, Dr. João Batista
Vieira Vignolli e Dra. Solange Perez Martins, três profissionais de
vasta experiência que elegeram Belo Vale para viver e estabelecer
raízes.
Dado á enorme importância social, urge uma maior parceria
entre o Poder Público, a Comunidade e o Hospital, para que ao
contrário de ser constantemente ameaçado de fechamento, possa até
mesmo vir a ser ampliado para o bem coletivo, não só do Município,
mas de toda a região.
1.12 – OS MOVIMENTOS COMUNITÁRIOS
E REPRESENTATIVOS
Os movimentos comunitários e representativos em Belo Vale
teem avançado, mas ainda carecem de maior conscientização tanto da
sociedade quanto do Poder Público e Gestores.
O Sindicato dos Produtores Rurais, antiga Associação Rural
criada em 1956, é um ícone e tem como seu Presidente atual, o
Senhor Tereziano José Bernardino Neto, com forte presença não
somente no Município mas na região.
A Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental
de Belo Vale (APHAA-BV), criada em 1985, é presidida por Selma
Moura, mas sua consolidação somente foi possível graças às atuações
dos idealistas: Glória Maia, Marcos Virgílio, Maria Alair Emediato,
Rogério Carvalho e o incansável Tarcísio Martins.
A Associação Evangélica de Belo Vale, entidade fundada em
1998 e há tempos, o braço social da Igreja Batista Betel Nacional, é
liderada pelo Senhor Jefferson Alves da Silva.
A Associação dos Bairros Santo Antônio e Região tem a sua
frente o Senhor Fernando dos Santos e a Associação dos Moradores
Vítimas das Enchentes pelo Senhor Newton Emediato.
Por toda a zona rural existem Associações, como a
ACOPRUJA em João Alves, AMOLAR em Lages e as Associações
dos Pintos, Costas, Santana, Boa Morte, Chacrinha.
Nota do Autor: O caminho para o desenvolvimento passa
obrigatoriamente pela comunidade. A Associação é o melhor atalho para a
conquista do que se pretende. É importante ressaltar que uma Associação
não é para se fazer “politicagem”. Existe para realizar e obter conquistas,
independente do Poder Público. E reivindicar deste mesmo Poder Público,
quando necessário, com imparcialidade e autoridade.
1.13 – CONSELHOS MUNICIPAIS
Existem hoje, legalmente, os Conselhos Municipais do
Patrimônio Histórico, Artístico e Natural, da Saúde, da Assistência
Social, do Meio Ambiente, da Criança e do Adolescente, da
Educação, da Merenda Escolar e o Conselho Tutelar da Criança e do
Adolescente. Somente este último é remunerado e seus membros são
eleitos diretamente pela comunidade. Seu atual Presidente é o Senhor
Ilton César Parreiras.
Os demais Conselhos são paritários, com a participação do
Poder Público e da comunidade, através de Associações e Órgãos.
Por serem formados com forte presença política e indicações
do Poder Público, suas atuações são tímidas e precisam de maior
participação popular. Precisa ainda de liberdade, para exercerem suas
funções. A comunidade precisa participar mais e buscar seu espaço.
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CAPÍTULO II
CRONOLOGIA HISTÓRICA E
DESTAQUES TURÍSTICOS
2.1 – PROVÁVEL HISTÓRICO CRONOLÓGICO
DE BELO VALE
Conciliar dados históricos e cronologia é uma tarefa árdua e recheada
de controvérsias.
É que para relatar a história de um povo é necessário mais do que
vontade. Diversos historiadores consagrados divergem em seus
trabalhos no que diz respeito às datas, aos fatos, lugares e
acontecimentos.
Para montar um esquema cronológico da história de Belo Vale, é
preciso aos acontecimentos da exploração de Minas Gerais, mas a
própria história mineira também é envolta de controvérsias e
divergências. Certo é que a colonização da região do Paraopeba
coincide com os acontecimentos datados do princípio da colonização
da Província de Minas Gerais.
É preciso muita prudência para relatar e catalogar os acontecimentos,
porque muitas vezes, o que se tem são apenas relatos transmitidos
oralmente, de geração em geração.
Infelizmente, a falta de arquivos e a mente criativa de alguns
“aventureiros”, tornam este, um terreno um tanto incerto e inseguro.
Nosso trabalho, inicia com os primeiros registros históricos da
exploração de terras mineiras, mas entendemos que a história de Belo
Vale, inicia-se mesmo por volta do ano de 1675 mais ou menos, já
que os melhores historiadores pesquisados dão como certa a saída de
Matias Cardoso, da Bandeira de Fernão Dias de São Paulo em 1673.
Este Matias Cardoso, tinha a missão de vir à frente do histórico
desbravador, abrindo “picadas” ou trilhas pelas matas e
estabelecendo roças e criação de víveres para alimentar e facilitar a
entrada da Bandeira pelo “sertão”. Como o detentor do direito de
exploração das terras mineiras chegou nestas redondezas em torno do
ano de 1675, é esta atualmente, a data mais indicada para colocar
início na história da região e de Belo Vale, em particular.
Até o momento podemos assim situar os acontecimentos da história
de Belo Vale, conforme a bibliografia pesquisada.
2.2 – DAS ENTRADAS POR MINAS GERAIS
Em 1573, o explorador
Sebastião Fernandes Tourinho, sai de Porto Seguro e desce
pelo Vale do Jequitinhonha descobrindo minas de esmeraldas.
Sucessivas expedições, chefiadas por Antônio Dias Adorno,
Mauro Azevedo, Antônio Rodrigues, Bartolomeu Bueno,
durante décadas, seguem por este caminho. Visam não
somente a exploração de pedras preciosas e ouro, mas
também estão imbuídos do firme propósito de escravizar
índios.
Alguns registros
históricos mencionam, que já em 12/03/1603, o Bandeirante
Nicolau Barreto chegou ao sertão do Rio Paracatu, afluente da
margem esquerda do Rio São Francisco, já se aproximando da
região conhecida como Vale do Paraopeba.
Em 21/09/1664, Fernão
Dias Paes Leme recebe, da Coroa Portuguesa, uma Carta
Régia, na qual era mencionada a existência de riquezas em
solo mineiro. Abria-se assim o processo para a exploração
oficial destas terras.
Em 20/12/1672 o Rei de Portugal, já conhecedor das riquezas
abundantes por estas terras mineiras, outorgou a Fernão Dias
Paes Leme uma carta patente, onde era nomeado Governador
das minas de prata e esmeraldas e detentor do direito de
explorar pedras preciosas.
2.3 – DESCORTINA-SE NO HORIZONTE DA
HISTÓRIA, UM VALE DOS MAIS BELOS
Em 1673, Matias Cardoso de Almeida, capitão e mestre de
campo, partiu de São Paulo com 125 homens
aproximadamente, organizando lugares de pouso e plantações
para suprir a Bandeira de Fernão Dias. Matias Cardoso era um
experiente sertanista que já havia atingindo algumas vezes as
serras da Mantiqueira e Espinhaço, sendo por isto escolhido
para seguir na frente. Na mesma região, onde mais tarde seria
fundado o segundo povoado mineiro, Matias Cardoso de
Almeida formou um conjunto de roças de grãos e víveres, que
serviria para abastecer e suprir novas bandeiras. Estas roças
receberam o nome de Roças Novas de Matias Cardoso de
Almeida. Segundo alguns, provavelmente é este o mesmo
lugar onde se localiza o povoado belovalense de Roças
Novas, na mesma região de Vargem de Santana.
Em 21/07/1674, Fernão Dias começou sua aventura na
companhia de grande comitiva, com aproximadamente 1241
homens. Nesta comitiva se destacavam entre outros, seu
irmão e sacerdote católico, Padre João Leite da Silva, seu
genro Manoel Borba Gato, seu filho Garcia Rodrigues Paes e
um segundo filho, bastardo, José Dias - que mais tarde se
rebelou contra o pai. E ainda: Antônio Bicudo de Alvarenga,
Antônio Gonçalves Figueira, Antônio do Prado da Cunha,
Baltazar da Costa Veiga, Bartolomeu da Cunha Gago,
Belchior da Cunha, Diogo Barbosa Leme, Domingos Cardoso
Coutinho, Francisco Pires Ribeiro, João Bernal, João
Carvalho da Silva, José de Castilhos, José de Seixas Borges,
Marcelino Teles, Pedro Leme do Prado e seu sobrinho
Francisco Dias da Silva. Este liderava os índios que os
acompanhavam na missão. Partindo de São Paulo, da
Capitania de São Vicente, seguindo o curso do Rio Tietê e
passando pelo Vale do Paraíba, chegou à Serra da
Mantiqueira. A partir dali, atingiu e fundou novas terras,
incluindo Ibituruna, o primeiro povoado de Minas Gerais, nas
proximidades do Rio das Mortes, oito meses depois de
iniciado o percurso.
Já no ano de 1675, a Bandeira chegou numa linda região, às
margens do rio Paraopeba (que quer dizer rio do peixe chato)
e ali fundou o segundo povoado de Minas Gerais, São Pedro
do Paraypeba.
Em 09/03/1681, D. Rodrigo de Castelo Branco, de origem
portenha (Castel Branco), saiu de São Paulo como enviado
real para encontrar a Bandeira de Fernão Dias, acompanhado
de um dos filhos do bandeirante. No final do mês de junho,
quando se encontrava repousando na região das Roças Novas
de Matias Cardoso, foi surpreendido com a chegada da
Bandeira chefiada por Garcia Rodrigues Paes. Esta voltava do
sertão, das paragens de Vupabuçú, trazendo o corpo
embalsamado do bandeirante que morreu sem encontrar as
esmeraldas, na verdade encontrou turmalinas. Em 28/06/1681,
o nome de São Pedro do Paraypeba foi oficializado quando
aconteceu a transcrição do primeiro documento público,
realizado em toda a história de Minas Gerais. Isto se deu em
razão deste fato ter sido na véspera do dia dedicado ao
Apóstolo Pedro. Hoje, infelizmente, este lugar está reduzido a
umas poucas ruínas.
Entre os anos de 1675 e 1681, fazia parte da Bandeira de
Fernão Dias, o Senhor Antônio Gonçalves Figueira. Alguns
historiadores, entre eles Décio Lima Jardim e Márcio Cunha
Jardim, creditam a este bandeirante a fundação de um arraial,
distante a oito quilômetros de Sant’Ana, e que mais tarde,
ficou conhecido como São Gonçalo da Ponte.
2.4 – CONSTRUÇÕES DE IGREJAS E
CONSOLIDAÇÃO DA REGIÃO
No começo de 1730, os portugueses Manoel Teixeira Sobreira
e Manoel Machado, iniciaram um garimpo e, segundo a
tradição, descobriram ouro na região no dia 26/07. Em
cumprimento a uma promessa feita por Sobreira, erigiram no
alto da colina, uma Igreja homenageando a santa do dia.
Deram para esta Igreja o nome de Sant’Ana, por volta de
1735. Mais tarde o povoado passou a ser conhecido como
Santana do Paraopeba.
Em 04/04/1750 a Igreja de Santana do Paraopeba foi provida
de vigário.
Em 1757, outros dois portugueses, Gonçalo Álvares e Paiva
Lopes chegaram ao arraial, próximo ao rio Paraopeba, onde
construíram duas igrejas. Uma dedicada a Nossa Senhora da
Boa Morte, localizada a 06 km do arraial e inaugurada em
1760. A segunda dedicada a São Gonçalo do Amarante e
inaugurada em 1764. Posteriormente, com a construção de
uma ponte em frente à igreja, o arraial passou a ser conhecido
como São Gonçalo da Ponte.
Em 1826 a Igreja de São Gonçalo da Ponte também foi
provida de vigário.
Em 1832, com o Decreto de 14/07, os curatos de Santana do
Paraopeba e São Gonçalo passaram a pertencer ao curato de
Bonfim, da Comarca de Ouro Preto.
2.5 – CRIAÇÃO DO DISTRITO DE SÃO GONÇALO DA
PONTE E SUA ELEVAÇÃO A FREGUESIA
Em 1839, foi aprovada a Lei 116 de 09/03 criando o Distrito
de São Gonçalo da Ponte, em Bonfim. Perdeu esta condição
em 01/04/1842 (Lei 202) e recuperando o “status” de Distrito
através da Lei 472 de 31/04/1850.
Em 04/07/1857, de acordo com a Lei 816, o Distrito de São
Gonçalo da Ponte foi elevado à condição de Freguesia. Pela
Lei, 1254 de 25/11/1865 a freguesia foi transferida para
Santana do Paraopeba. Voltou para São Gonçalo da Ponte em
16/09/1870 (Lei 1667) e novamente para Santana do
Paraopeba em 30/11/1880 (Lei 2706). Em 1881, São Gonçalo
da Ponte readquiriu a condição de Freguesia. Aqui cabe
esclarecer, que até a Proclamação da República, o “status” de
Freguesia indicava tanto uma condição civil dentro do
Governo Imperial, quanto uma unidade eclesiástica, dentro do
sistema católico, já que a Igreja Católica era a religião oficial
do Império.
2.6 – “QUE BELO VALE!”
Em 1914, o professor Mário França Pinto, encantado com a
beleza da região, exclamou: “que belo vale”! Foi proposta ao
Congresso Mineiro a mudança do nome do Distrito. Em
18/09/1914 a Lei Estadual 622 alterou o nome de São
Gonçalo da Ponte para “Bello Valle”.
2.7 – DESENVOLVIMENTO E PROGRESSO LEVAM À
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE BELO VALE
Também em 1914, operários e engenheiros chegaram à região
para abrir a malha ferroviária da Estrada de Ferro Central do
Brasil (EFCB).
Em 20/06/1917 é inaugurada a sede da estação ferroviária de
“Bello Valle”, aportando na região muitos imigrantes
estrangeiros, empresários e comerciantes. Com isto, o distrito
de Belo Vale começou a crescer e a se desenvolver, surgiram
pequenas fábricas, um jornal e um comércio variado, que se
destacou na região. O trem de passageiros circulou de 1917 a
meados dos anos 90, sendo que nos últimos tempos recebeu
os singelos apelidos de “Barreirão” já que seu ponto de
partida saiu do Centro de BH indo para o Barreiro ou
simplesmente, o “cata jeca”. Enquanto circulou o trem de
passageiros, a estação era ponto de encontro, especialmente
da juventude, que ali se encontrava, nos horários de chegada e
partida dos comboios. Muitas famílias originaram-se em
romances que ali nasceram, num momento mágico e
eternizado no tempo.
Em 1933, foi formada a C.P.V. (Comissão Pró–Vila),
constituída pelos Senhores: Coronel Pedro Rocha Possas,
Padre Virgílio Penido, Engenheiro José Pacheco, Euclides
Rodrigues Silva, Joaquim Rodrigues Silva, João Ferreira
Mendonça, Antônio Marinho, José Ostórgio Silva, Capitão
Semeão Emediato e Professor Modestino Melo.
Finalmente em 17/12/1938, o então Governador, Benedicto
Valladares Ribeiro, assinou o Decreto 148 emancipando o
Distrito de Belo Vale de Bonfim e passando Santana do
Paraopeba e Moeda à condição de Distritos de Belo Vale.
No dia 18/12/1938, às 21 horas, a Rádio Inconfidência
transmitiu a notícia do Decreto-Lei que instituía o Município,
levando a população da Vila de Belo Vale para as ruas com
gritos, folguedo e ovações ao Governador Benedicto
Valladares e demais empreendedores do grande feito.
Em 21/12/1938, às 08 horas e 30 minutos, os Senhores:
Modestino Melo, Joaquim Silva e Simeão Emediato,
desembarcaram na Estação Ferroviária local, com o Decreto
que instituía o Município de Belo Vale.
Em 01/01/1939, o Município foi instalado oficialmente, com a
nomeação do Sr. Joaquim Rodrigues Silva como primeiro
Prefeito Municipal. A sede do Paço Municipal foi no prédio
conhecido como “Casarão dos Araújo”, na época, propriedade
do Sr. Antônio Pinto. A Comissão que elaborou toda a
solenidade, além dos membros da C.P.V., que tanto fizeram
para que Belo Vale fosse emancipado, contava com a atuante
participação dos Senhores: Dr. Vitor Macedo, José Augusto
Teixeira, Coronel Juscelino Luiz do Carmo, Capitão José
Agostinho da Silveira, Major Domingos Rodrigues Rabelo,
Capitão José Romão Paiva, Ramiro Alves Carmo, Antônio
Vieira Santos, Antônio Lobo, José A. de Matos, Antônio de
Castro Malta, José Ubaldo de Castro Malta, Martiniano Pinto,
Antônio Alves, José Augusto Pedra, Emílio Pedra, Antônio
Emediato, Zeferino Vieira, Amarílio Braga, Ubaldo Teixeira,
Francisco Coutinho, Henrique Penido Filho, Acácio
Guimarães e Sílvio Fernandes.
Em 1940 foi realizado o primeiro Censo do Município de
Belo Vale.
Em 23/11/1947, pela primeira vez na história, os belovalenses
foram às urnas para eleger seu Prefeito e Vice-Prefeito,
sufragando pela maioria de votos, o Sr. José Emílio da Silva
Filho. Este já havia sido Prefeito nomeado anteriormente e
dividiu a chapa com Santareno Pereira Barbosa, que também
assumiu o cargo de Prefeito quando do falecimento do titular.
No dia 01/01/1948, tomam posse o primeiro Prefeito e Vice-
Prefeito eleitos pelo voto direto dos cidadãos belovalenses,
bem como o primeiro Legislativo Municipal.
Em 12/12/1953, ao mesmo tempo em que o Distrito de Moeda
e Coco foram emancipados, instalou-se pela primeira vez a
Comarca de Belo Vale, por intermédio da Lei Estadual 1039,
abrigando os Municípios de Belo Vale e Moeda.
Em 1969, Belo Vale perdeu a condição de Comarca. Em 1986
readquire a condição de Comarca através de Lei Estadual.
Finalmente, a 13/09/1994 a Comarca é reinstalada. Em
19/01/2001, com a publicação no Diário Oficial de Minas
Gerais, Moeda volta a pertencer à Comarca de Belo Vale.
Nota 1: Segundo Diogo de Vasconcelos, autor de História Antiga de
Minas Gerais, o primeiro lar da Pátria mineira é Ibituruna. O segundo é
São Pedro do Paraypeba, hoje Santana do Paraopeba, Distrito de Belo
Vale, seguidos sucessivamente por Piedade do Paraopeba, Sumidouro,
Tucumbira, Serro Frio, Itamarandiba e assim por diante.
Nota 2: Digno de nota é o fato de que sempre houve uma transferência
da sede da Paróquia, ora em São Gonçalo da Ponte, ora em Santana do
Paraopeba. Transferências estas motivadas pela situação política. Se
remontarmos toda a história, esta alternância fica bem caracterizada.
Quando um grupo prevalecia, a sede era aqui. Quando outro grupo
dominava, mudava-se para ali. Isto se deu principalmente em meados
do século XIX.
Nota 3: A descoberta de ouro em 1730 pelos portugueses Manoel
Teixeira Sobreira e Manoel Machado, merece um estudo mais
aprofundado. Não ficaram vestígios de nenhuma exploração do valioso
metal em nossas redondezas. (?).
Nota 4: Em 2008, por muito pouco a Comarca de Belo Vale não sofria
um duro golpe, com o Município de Moeda deixando de pertencer a
mesma e voltando à Comarca de Brumadinho. Tal evento somente não
se concretizou graças a um movimento suprapartidário, que envolveu
diversos grupos políticos dos dois Municípios, o que fez com que a
Emenda proposta na Assembléia Legislativa fosse retirada. Se tal
tivesse ocorrido, dificilmente a Comarca de Belo Vale permaneceria
instalada.
Nota 5: Segundo a bibliografia pesquisada o “fundador” da região, foi
Matias Cardoso, quando implementou as “roças” para abastecer a
Bandeira de Fernão Dias, em torno do ano de 1675.. Já o que hoje
temos como cidade de Belo Vale, foi fundado por Antônio Gonçalves
Figueira, em algum momento entre os anos de 1675 e 1681, não sendo
ainda possível precisar tal data. Já os portugueses Gonçalo Álvares e
Paiva Lopes, a quem “alguns” creditam o título de fundadores de Belo
Vale, foram estes, os construtores das Igrejas Matriz e de Boa Morte.
2.2 – PRINCIPAIS DESTAQUES TURÍSTICOS
DE BELO VALE
FAZENDA BOA ESPERANÇA
Construída por volta dos meados do Século XVIII segundo
alguns, pela família Mendonça, sabe-se apenas que o responsável da
construção era um português e que teria cobrado a quantia de
quatrocentos mil réis para acompanhar a obra.
A área da fazenda era de quinze mil alqueires aproximadamente,
com alguns chegando a mencionar tal área em vinte e cinco mil. Hoje
tem uma área de 318 hectares. Foi construída uma capela anexa à
casa grande, com pinturas do famoso Mestre Ataíde, provavelmente
em meados do século XVIII. A construção desta Capela é atribuída a
Francisco Vieira Servas, um dos destaques da arte barroca na época.
O altar da capela é pintado a ouro e o crucifixo ali existente é uma
obra com traços similares aos usados pelo “Aleijadinho”, o que faz
com que alguns mais ousados o identifique como o autor da mesma.
É uma grande fazenda com vinte e cinco cômodos, com senzala
(seus alicerces da mesma podem ser vistos ao lado da casa) e
inúmeros escravos, podendo vir a atingir 1000 escravos
aproximadamente.
Por volta de 1790 foi adquirida pela família Monteiro de Barros,
na pessoa do Coronel Romualdo José Monteiro de Barros, o Barão do
Paraopeba.
Era este, filho de Manuel José Monteiro de Barros, da família
Monteiro de Barros e Castro. Este tinha quatro irmãos: Manoel José
Monteiro de Barros, Matheus Herculano Monteiro, Marcos Antônio
Monteiro de Barros - que veio a ser ordenado Padre - e Lucas
Antônio Monteiro de Barros. Este último veio a ser condecorado com
os títulos de Barão e Visconde de Congonhas.
O Barão do Paraopeba, Romualdo José Monteiro de Barros, por
três vezes fez parte Junta Provisória Governativa de Minas Gerais,
chegando a assumir a Presidência da Província Mineira. Alguns
relatos dão conta de que D. Pedro I escolher a Fazenda para pernoitar
em uma de suas campanhas pelo movimento da Independência.
Outra figura ilustre que esteve diretamente envolvida com a
Fazenda Boa Esperança, é o poeta Carlos Drumond de Andrade,
quando Chefe do SPHAN, durante o processo de tombamento do
conjunto, sendo um dos pareceristas a opinar sobre o mesmo.
Depois de passar por vários proprietários, entre eles, Joaquim
Pinto Lara de Rezende, José Ferreira de Mendonça, Eleziário Ferreira
de Fróis e Antônio Procópio da Silva, mais tarde, foi adquirida pelo
Governo do Estado de Minas Gerais e doada ao IEPHA/MG, sendo
então, tombada pelo IEPHA/MG.
A Fazenda situa-se a 06 km da sede do Município e em seu auge,
estima-se que tenha tido mais de 800 escravos.
CALÇADA
Esta estrada foi muito usada pela nobreza, que algumas vezes se
hospedava na Fazenda da Boa Esperança e também a utilizava para
transportar sua produção.
Ao que tudo indica, era uma estrada vicinal, que cortava a Serra
do Mascate e que ligava a Fazenda ao Forte das Casas Velhas e,
consequentemente ao Rio de Janeiro e Ouro Preto pela Estrada Real.
Era usada pelos nobres que frequentavam a Fazenda Boa Esperança
também servia para escoamento de sua produção.
Toda feita em pedras, possuía canaletas para as águas pluviais
que ainda podem ser vistas em alguns pontos.
MARCO DA VARGEM DE SANTANA
Local onde foi lavrado o primeiro documento oficial de Minas
Gerais, quando do traslado do corpo de Fernão Dias para São Paulo e
da entrega das posses das feitorias e arraiais fundados.
Nas proximidades do segundo povoado de Minas Gerais, São
Pedro do Paraypeba, encontraram-se duas bandeiras. Uma vindo de
São Paulo, pelo Rio das Mortes, chefiada por D. Rodrigo de Castel
Branco e pelo filho de Fernão Dias. A outra que voltava do sertão,
das paragens de Vupabuçú e chefiada por Garcia Rodrigues Paes,
trazendo o corpo embalsamado do grande explorador, que morreu
sem encontrar as sonhadas esmeraldas.
Encontra-se, nas proximidades, uma placa colocada pelo então
Prefeito de Belo Vale, Antônio Pinto Ribeiro Júnior. Este marco faz
lembrar a ocorrência deste fato memorável da história mineira e fica
a 07 km da sede municipal. O Poder Público precisa valorizar mais
este monumento histórico.
IGREJA DE SANTANA
Construída pelos portugueses Manoel Teixeira Sobreira e Manoel
Machado, aproximadamente, em 1735, em São Pedro do Paraypeba,
hoje Santana do Paraopeba. Estes descobriram ouro nesta região em
meados de 1730, mais precisamente no dia 26/07.
A tradição diz que por isto, erigiram no alto da colina uma Igreja
homenageando a Santa do dia. Outros argumentam que já existia ali
uma pequena Capela bem rústica, que foi substituída por aquela de
pedra que hoje temos ali. Ainda.
Existem, atrás do altar principal, dois crânios humanos,
tradicionalmente identificados como dos dois construtores da Igreja.
Possui também um cemitério centenário em seu entorno. O certo é
que a Igreja servia de ponto de referência, podendo ser vista de vários
pontos, entre elas, do alto da Serra da Moeda, do alto da Serra do
Mascate, do local denominado “Porto Alegre” às margens do Rio
Paraopeba, entre outros.
Por alguns períodos foi Sede da Paróquia.
A Igreja, foi administrada por décadas pelo Senhor Luiz de
Castro, legado deixado a seu filho, está situada a 08 km da sede do
Município.
Nota do Autor: Alguns já disseram ser a Igreja de Santana, a
segunda construída em Minas Gerais. O que perto dali realmente
ocorreu, foi a fundação do segundo povoado mineiro, São Pedro do
Paraypeba, conforme os historiadores pesquisados mais confiáveis.
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA BOA MORTE
Fundada em 1760 pela bandeira de Gonçalo Álvares e Paiva
Lopes que chegaram nesta região por volta de 1757.
A Igreja apresenta uma talha primorosa, com colunas torsas e
detalhamento barroco. Em sua sacristia, existem algumas pinturas
que são atribuídas ao Mestre Manoel da Costa Ataíde. Um prédio
simples, mas rico nos detalhes em pedra, no Presbitério, Pia
Batismal, Púlpito, possuindo ainda dois altares laterais de tábuas
recortadas.
Está em vias de ser totalmente reformada graças a uma
intervenção da APHAA-BV.
IGREJA MATRIZ DE SÃO GONÇALO
Fundada pelos mesmos portugueses Gonçalo Álvares e Paiva
Lopes em 1764.
Construída toda em pedra, conta com três altares, sendo dois
laterais e o altar-mor, no mais clássico estilo barroco e com esculturas
de anjos, tradicionalmente reconhecidas como esculpidas por
escravos.
Consagrada a São Gonçalo do Amarante, passou a ser conhecida
como São Gonçalo da Ponte, em virtude da construção de uma ponte
de madeira em frente à Igreja. É no estilo tradicional setecentista e
talha barroca. Em época de seca, pode-se ver os restos dos pilares da
ponte no leito do Rio Paraopeba.
FORTE DAS CASAS VELHAS
Construído em pedras, especialmente o minério fartamente
encontrado no lugar, possui evidências de ter sido constituído de um
muro com postos para sentinelas, algumas construções acessórias,
inclusive um quartel e um depósito.
Estas ruínas da antiga alfândega e forte militar da época do ciclo
do ouro, situa-se no alto da Serra conhecida como do Mascate,
extensão da Serra da Moeda, aproximadamente a 12 km da sede
municipal e que teria servido também de forte militar.
Sendo verídica esta tradição, ali teriam ficado alguns presos
políticos, existindo até mesmo a possibilidade de alguns
Inconfidentes ali terem passado algum tempo.
RUÍNAS DA CHACRINHA DOS PRETOS
Situada a 06 km de Belo Vale, alguns defendem a tese de ter sido
uma espécie de quilombo. Traços deste tipo de comunidade ainda
podem ser notados na vila e nos remanescentes do lugarejo, como a
forma de vida, os casamentos quase sempre entre eles e o
consequente parentesco entre todos.
Tímidos estudos têm sido realizados para a comprovação
histórica deste fato controverso.
Ali também se encontra a ruína de uma fazenda, que conforme
uma tradição criada num passado não muito distante, pertencia a um
senhor chamado José de Paula Peixoto. Este era conhecido como
“Milhão e Meio”, por possuir uma fortuna avaliada nesta quantia.
Teria sido visitada por D. Pedro I em março de 1822, quando
recebeu da viúva do ditoso fazendeiro, uma doação de cinquenta
contos de réis para a causa da Independência do Brasil.
Não há nenhuma evidência concreta quanto a estes fatos, mas se
tal fazenda realmente existiu por volta da proclamação da
Independência, dificilmente um quilombo nas mesmas imediações se
manteria seguro, com as características próprias deste tipo de
comunidade, o que seria historicamente contraditório.
RUÍNAS DE ARROJADO LISBOA
Localizadas a 12 km de Belo Vale, foi, conforme a tradição
relata, a extensão de uma antiga fazenda pertencente a José de Paula
Alvarenga Peixoto. Este possuía uma boa produção de utensílios para
as Igrejas, para os ricos e nobres de Minas Gerais, por possuir ali um
forno de fundir metais como prata e ouro.
Nota do Autor: Nesta história acontece uma confusão, motivada
talvez por imprudência literária de alguns precipitados “historiadores”.
Há uma provável associação do nome do cidadão conhecido como
“Milhão e Meio”, que na verdade chamava-se José de Paula Peixoto e
ao inconfidente Inácio José de Alvarenga Peixoto. Historiadores mais
confiáveis relatam que o inconfidente Inácio José de Alvarenga Peixoto
e sua esposa D. Bárbara Heliodora foram proprietários sim de um
grande latifúndio que começava na região de São João Del Rei e que
atingia as margens do Rio Paraopeba. Tal fato é comprovado pelos historiadores Décio Lima Jardim, Márcio Cunha Jardim e em especial,
o historiador José Pedro Xavier da Veiga.
MUSEU DO ESCRAVO
Situado na sede do Município, único no gênero em todo o Brasil.
Possui cerca de três mil peças originais, da época da escravidão,
contando ainda com peças do figurino do filme “Quilombo dos
Palmares”, doadas pelo cineasta Cacá Diegues.
O Museu teve sempre como grande incentivador, o
Reverendíssimo Padre Luciano Penido. Possui também um prédio em
formato de “U”, que lembra as senzalas das grandes fazendas.
Recebeu doações da família de Nelson Moura Brasil, segundo
alguns, aparentado com o humorista Jô Soares e sua construção foi
acompanhada pelo arquiteto europeu Paulo Bojanic.
Seu acervo possui cerca de quase 4000 peças distribuídas em suas
seis salas e na réplica da senzala construída em seu pátio.
Construído originalmente para funcionar na Basílica do Bom
Jesus foi transferido para Belo Vale e inaugurado quando do
Centenário da Lei da Abolição da Escravatura.
CASARÃO DOS ARAÚJO
Conhecido como “sobrado da praça”, construção de 1929 e sede
do primeiro paço municipal.
Pertenceu à família de Antônio Pinto, que o cedeu gentilmente
para sede do Poder Executivo Municipal quando da instalação do
Município, sendo posteriormente transferido à família Araújo.
Todos os esforços para o tombamento e mesmo para aquisição do
imóvel nunca lograram o êxito desejado e necessário, mesmo tendo
sido oficialmente, tombado pelo Conselho Municipal.
CONJUNTO FERROVIÁRIO
Constituído pela sede da Estrada de Ferro Central do Brasil,
pelo escritório e armazém, por duas plataformas, duas casas
residenciais e uma caixa d’agua para abastecimento dos prédios e
locomotivas, inclusive resfriamento, inauguradas em 1917.
Também chegou a ser tombado pelo Conselho Municipal,
porém nenhum acordo para a sua conservação alcançou sucesso junto
aos proprietários.
Teve uma de suas plataformas descaracterizada e é de se
estranhar que quase todos os prédios das Estações Ferroviárias do
Ramal do Paraopeba estejam preservadas, menos a de Belo Vale.
2.3 – CACHOEIRAS
Cachoeira da Serra – 11 km da sede
Balneário Cachoeira do Moinho – 08 km da sede (Com
hospedaria)
Cachoeira da Boa Esperança – 06 km da sede
Cachoeira do Zé Pinto – 06 km da sede
Cachoeira da Usina (ruínas da antiga usina de energia elétrica) –
06 km da sede
CAPÍTULO III
SÍMBOLOS CÍVICOS MUNICIPAIS
HINO DE BELO VALE
O Hino de Belo Vale foi instituído através de concurso
regulamentado pela Lei Municipal no 666 de 27/11/1982 e oficializado
pela Lei Municipal no 673 de 30/12/1982, após ter sido escolhido pela
Comissão especialmente nomeada para este fim.
Letra: Antônio Pinto Ribeiro Júnior
Música: Padre Absalão Martinho Coelho
I
Salve Belo Vale de bonanças
Salve, salve terra dos amores
Da mocidade, fé e esperanças
Passado cheio de honras e valores
Céu apoteótico, iluminado
Esplêndido de estrelas e de sol
Chão magnífico e idolatrado
Perene beleza do arrebol
Montanhas claras ou nebulosas
Tesouros de opulentas riquezas
Metálicas, rudes, majestosas
Plenas de poesia e de beleza
Belo Vale eterno de ideais
Intocável e varonil
II
Nos vergéis de lindos laranjais
Divina sinfonia lá dos céus
Altivo ao infinito salmodiais
As maravilhas das obras de Deus
Parahypeba dos bandeirantes
Das épicas canções dos tropeiros
Dos aboios, dos mitos berrantes
E dos imbatíveis pioneiros
Do mais amado vale do mundo
Nas lonjuras, saudades e dores
E no soluço amargo e profundo
Todos voltam terra dos amores
Belo Vale eterno de ideais
Intocável e varonil
PARTITURA MUSICAL DO HINO DE BELO VALE
Nota do Autor: Embora nesta partitura conste o nome Pe.
Absalão Martins Coelho, seu nome correto era Pe. Absalão Martinho
Coelho.
HISTÓRIA DA BANDEIRA E DO BRASÃO
Os símbolos de Belo Vale, além do Hino, são a Bandeira e o
Brasão, regularmente instituídos pela Lei Municipal 468 de
29/08/1972 e criados pelo heraldista e Professor Arcioné Antônio
Peixoto de Faria.
A heráldica brasileira é no estilo daquela primeira usada em
Portugal, mas com forte influência francesa, de onde herdamos
nossos cânones e regras.
O Brasão Municipal é encimado pelo coroa mural, símbolo
dos brasões de domínio, sendo de seis torres. Duas torres à frente, são
vistas na sua totalidade; outras duas, nas laterais, são parcialmente
visíveis e ainda duas semiocultas na outra face da coroa. As torres
são de cor prata e com classificação para uma cidade de terceira
grandeza, sede de Município.
As três merletas pretas no centro do escudo reproduzem as
armas da família Leme e as panóplias constituídas pelos arcabuzes
entrecruzados brocantes sobre chapéu de abas largas, são aqueles
usados pelos bandeirantes. Na parte inferior, o triplo mantel de
argente representa o terreno riquíssimo em minérios de ferro e aço. A
buzina de caça, alude à pecuária e seu principal personagem, o
boiadeiro. O aguado de góles representa o Rio Paraopeba, com suas
águas vermelhas. Os galhos de laranjeiras frutados lembram a época
em que o Município foi um dos maiores produtores de laranja do
Estado de Minas Gerais. As datas fazem referência à emancipação
política em 1938 e à criação do Brasão e da Bandeira Municipal em
1972. As cores teem o mesmo significado especificados nas
representações da Bandeira de Belo Vale.
Já nossa Bandeira segue a tradição heráldica portuguesa. É
esquartelada, sendo os quartéis azuis, constituídos de duas faixas
brancas carregadas de faixas vermelhas e o Brasão no centro, a
representar o Governo Municipal.
O fato de ser esquartelada em formato de cruz é uma
representação do espírito cristão de seu povo.
A cor branca é símbolo da paz, amizade, trabalho,
prosperidade, pureza e religiosidade. A cor vermelha dedicação, amor
pátrio, audácia, intrepidez, coragem, valentia. O azul simboliza a
justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade e representando assim,
as propriedades rurais municipais.
VOCABULÁRIO DO HINO E DA DESCRIÇÃO
DO BRASÃO E BANDEIRA
Aboios – Canto plangente dos vaqueiros guiando as boiadas.
Apoteótico – Deslumbrante, visão de glória, elogioso.
Arcabuzes – Armas de fogo antigas da espécie dos bacamartes.
Argente – Prateado, da cor prata.
Arrebol – Vermelhão da aurora ou do por do sol.
Bonanças – Bom tempo, calmaria, sossego, tranquilidade, sereno.
Brasão – Escudo de armas, insígnia da nobreza, timbre.
Brocantes – Cortante, pontiagudos, uma arma de ponta cortante.
Cânones – Regra, decisão de concílio, catálogo, tabela.
Épicas – Que diz respeito à epopeia e aos heróis, ações heroicas.
Esplêndido – Brilhante, magnífico, admirável, grandioso.
Esquartelada – Dividida em quatro partes.
Góles – Esmalte heráldico vermelho com traços verticais.
Heráldica – Arte dos brasões, conjunto dos seus emblemas.
Heraldista – Aquele que domina a heráldica.
Mantel – Toalha de mesa ou de altar, roupas de mesa.
Merletas – Pequenos pássaros vistos de perfil.
Opulentas – Rica, magnífica, pomposa, abundante, copiosa.
Panóplias – Armaduras de cavaleiros europeus, símbolo de armas.
Parahypeba – Paraopeba, no dialeto indígena: rio do peixe chato.
Perene – Que dura muitos anos, eterno, incessante.
Quartéis – Quarta parte, cada parte de um escudo.
Varonil – Forte, másculo, heroico.
Vergéis – Jardins, pomares.
CAPÍTULO IV
HISTÓRIA DO PODER
LEGISLATIVO MUNICIPAL
HISTÓRIA DA CÂMARA MUNICIPAL
DE BELO VALE
O Poder Legislativo é um dos Poderes que formam a
verdadeira democracia, porque é neste Poder que se encontram os
legítimos representantes do povo.
A história brasileira reservou à Câmara Municipal um papel
de destaque, sendo inclusive, a Câmara Municipal, a mais antiga
instituição política do País, datando de 1549, quando na cidade de
Salvador/BA, o primeiro Governador Geral criou a primeira Casa dos
representantes do povo. Isto há mais de 463 anos.
Muitas outras instituições foram criadas e foram extintas ao
longo de nossa história, mas a Câmara Municipal permaneceu.
Somente ausentou-se de sua função nos períodos de exceção, leia-se
ditaduras, como no Governo Getúlio Vargas e na ditadura militar -
quando no máximo, eram ocupadas por representantes dos grupos
dominadores e simplesmente referendavam os interesses da minoria
que ocupava o poder.
A Câmara Municipal, desta forma, é um testemunho vivo e
heroicamente presente no Brasil. Desde o Brasil-Colônia, passa pela
fase do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, Brasil-Império e
se consolida no Brasil-República.
O povo desta região, onde está localizado o nosso querido
Belo Vale, teve seus primeiros representantes Municipais quando o
primeiro Governador de Minas, D. Antônio de Albuquerque, em
1711, criou as Câmaras de Mariana, Sabará e Ouro Preto.
Toda a nossa região pertencia à circunscrição da Câmara
Municipal de Ouro Preto. Posteriormente, ficamos vinculados à
Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete, Congonhas do Campo e
por último, à Câmara Municipal de Bonfim.
Belo Vale não teve sua primeira Câmara Municipal logo que
se emancipou do Município de Bonfim. O Legislativo Municipal só
veio a existir em Belo Vale a partir de 1948. Tal fato se deu em
função do Município ter sido criado em 1938, na vigência do Estado
Novo e no auge da ditadura de Getúlio Vargas.
Mais tarde, com o fortalecimento dos movimentos
democráticos ao final da 2a Guerra Mundial, incluindo o fim do
Estado Novo, as Câmaras Legislativas foram reabertas e criadas,
como no caso de nosso Município.
Como na maioria dos Municípios brasileiros, a Câmara
Municipal de Belo Vale esteve vinculada ao Poder Executivo, física,
administrativa e financeiramente. Isto não quer dizer que por lá não
tenham passado nobres representantes do povo e defensores
incondicionais da democracia e dos interesses populares.
A partir da posse dos Vereadores eleitos pela 13a Legislatura,
sob a Presidência do Sr. Antônio Geraldo Malta de Moura, a Câmara
Municipal começou a se aproximar mais da população, com reuniões
abertas e divulgação antecipada do calendário das mesmas. Também
começou a ser divulgado em informativos locais, um relatório de
todas as decisões e votações realizadas pela Casa.
Desta Legislatura faziam parte os Srs. Ananias Antônio de
Oliveira, Antônio Geraldo Malta de Moura, Ataídes Geraldo
Teixeira, Dionísio Carlos Fernandes, Giovane Álvaro Vieira Castro,
José Luciano Teixeira, Otacílio José da Silva, Sônia Rezende do
Sacramento e Vicente Moreira dos Santos,
No dia 30/04/1997, numa iniciativa do Presidente da Câmara,
Sr. Antônio Geraldo Malta de Moura, com a anuência dos demais
membros da Mesa Diretora, Srs. Dionísio Carlos Fernandes e
Giovane Álvaro Vieira de Castro, foi encaminhado o Projeto de
Resolução 005/97 mudando o endereço da Sede do Poder Legislativo
e que foi aprovado por unanimidade.
Mais do que a mudança de endereço, isto simbolizava a
desvinculação do Poder Legislativo ao Poder Executivo, que
literalmente saía de debaixo dos “olhos” do Poder Executivo. A
primeira reunião desta nova fase ocorreu em 12/05/1997, numa sala
anexa à Biblioteca Municipal.
Em 10/09/1997, também por iniciativa do Presidente da
Câmara, Sr. Antônio Geraldo Malta de Moura e com a concordância
dos demais membros da Mesa Diretora, foi aprovado por
unanimidade o Projeto de Resolução 008/97, que criava a
independência administrativa e financeira da Câmara Municipal de
Belo Vale a partir de 1998. Com isto, a C
Nesta mesma Legislatura, ainda foi eleita a primeira mulher
para ocupar uma vaga na Câmara Municipal. Isto ocorreu na pessoa
da Sra. Sônia Rezende do Sacramento, que no biênio 1999/2000 se
tornou também a primeira mulher a ocupar a Presidência do Poder
Legislativo Municipal.
Na 14a Legislatura, sob a Presidência do Sr. Márcio José dos
Santos Malta, foi construída a sede própria da Câmara Municipal de
Belo Vale, completando assim a independência entre os Poderes
Executivo e Legislativo.
Desde então, cada um dos Presidentes que tem passado pela
Casa do Povo tem contribuído com o aprimoramento e
funcionamento do Legislativo, em questões de equipamentos,
infraestrutura e valorização deste Poder, fundamental à democracia.
Muito mais precisa ser feito para que tal independência esteja
consolidada, ficando reservado aos nobres vereadores das futuras
Legislaturas, o papel de serem livres e de promoverem a liberdade
daquela que é a Casa do Povo.
Atualmente e pela segunda vez na história, tem como
Presidente uma mulher, a Senhora Ana Lúcia Fernandes de Castro
Parreiras.
Dezenas de cidadãos belovalenses passaram pela Câmara
Municipal de Belo Vale, sendo que o povo ainda não tem a real
noção da importância do Poder Legislativo, que não pode nem deve
substituir o Executivo nas ações das políticas públicas, nem
tampouco fazer o Vereador o papel de assistente social.
Deve a Câmara Municipal e todos os seus integrantes, legislar
e fiscalizar para que o povo seja dignamente representado.
LEGISLATURAS
Primeira Legislatura – 01/01/48 a 31/01/51
Amarílio Augusto da Rocha Braga, Antônio Antunes Ribeiro, Eliseu
Alves Goes, Francisco José da Silva, João Cordeiro de Brito, José
Ostórgio da Silva, José Vieira dos Santos, Luiz de Moura Lima,
Oscar Alves Ferreira.
Segunda Legislatura – 31/01/51 a 06/02/55
Abílio Cerqueira Pereira, João Cordeiro de Brito, José Ostórgio da
Silva, Joaquim Antônio Caetano, Joaquim Henrique Alves, Joaquim
Pereira da Silva, Joaquim Rodrigues de Moura, Paulo Jonas da Silva,
Sílvio Fernandes de Araújo.
Também foram empossados ao longo da Legislatura: Domingos do
Carmo Fernandes, substituindo Sílvio Fernandes de Araújo; Miguel
Antônio Cordeiro, substituindo Domingos do Carmo Fernandes e
Sebastião Gomes da Silva, substituindo José Ostórgio da Silva.
Terceira Legislatura – 06/02/55 a 31/01/59
Abílio Cerqueira Pereira, Alcino Antônio da Silva, Antônio Teixeira,
Décio Vieira dos Santos, Francisco Fernandes Filho, José Dias de
Souza, José Sabino Filho, Manoel Alfredo Rezende Pereira, Ramiro
Alves do Carmo.
Também foram empossados ao longo da Legislatura: Francisco de
Castro Teixeira que substituiu Abílio Cerqueira Pereira; Joaquim
Henrique Alves que substituiu Décio Vieira dos Santos; José Augusto
Pedra que substituiu José Dias de Souza; José Vieira de Oliveira que
substituiu Ramiro Alves do Carmo.
Quarta Legislatura – 31/01/59 a 31/01/63
Abílio Cerqueira Pereira, Alcino Antônio da Silva, José de Assis
Cunha, José do Carmo Fernandes, José Vieira de Oliveira, Joaquim
Henrique Alves, Paulo Lourenço Diniz, Raimundo Antônio Cordeiro,
Sebastião Moreira da Silva.
Também foram empossados ao longo da Legislatura: João Alves de
Moura substituindo José do Carmo Fernandes, Jorge Justino dos
Santos substituindo Abílio Cerqueira Pereira.
Quinta Legislatura – 31/01/63 a 31/01/67
Antônio da Silva Cardoso Filho, Antônio Dias Costa, Antônio José
da Silva, Antônio Monsueto, Euclides Francisco Nicolau, Geraldo
Antônio Cordeiro, Glicério José de Souza, José de Assis Cunha,
Josué Fernandes de Paulo.
Também foi empossado ao longo da Legislatura: Ulisses Gomes dos
Santos em substituição a Antônio Monsueto.
Sexta Legislatura – 31/01/67 a 31/01/71
Belmiro de Oliveira Carmo, Euclides Rodrigues Silva, Francisco
Paulo de Oliveira, Geraldo Magela Maciel, Geraldo Vieira dos
Santos, João Batista Vieira, José Augusto Fernandes Braga, José
Cordeiro da Mata, Rubens Pereira Leijoto.
Também foi empossado ao longo da Legislatura: Antônio dos Santos
Vieira substituiu Geraldo Magela Maciel.
Sétima Legislatura – 31/01/71 a 31/01/73
Antônio dos Santos Vieira, Antônio Sebastião de Resende, Belmiro
de Oliveira Carmo, Euclides Rodrigues Silva, Francisco Paulo de
Oliveira, Geraldo Vieira dos Santos, Jorge Fernandes do Carmo, Luiz
Gonzaga Maciel, Rubens Pereira Leijoto.
Oitava Legislatura – 31/01/73 a 31/01/77
Antônio Antonino Dias, Antônio de Castro Braga, Antônio Teixeira
da Silva, Belmiro de Oliveira Carmo, Geraldo Marques Sacramento,
Geraldo Vieira dos Santos, José Vieira de Oliveira, Raimundo
Marques Ribeiro, Vicente Fernandes da Mata.
Nona Legislatura – 31/01/77 a 01/02/83
Altamir Rezende, Antônio Gentil Fernandes, Antônio Teixeira da
Silva, Belmiro de Oliveira Carmo, Carlos Teixeira Neto, Dionísio
Antônio Vieira, José Amarílio de Oliveira, Manoel Salustiano do
Prado, Raimundo Marques Ribeiro.
Também foi empossado ao longo da Legislatura: Agostinho Ferreira
Lima substituiu Altamir Rezende.
Décima Legislatura – 01/02/83 a 31/12/88
Antônio de Castro Malta Filho, Antônio Gentil Fernandes, Antônio
Teixeira da Silva, Bernardino Alves de Sena, Íris Monteiro Braga,
José Moroço Braga, Paulo de Castro Moreira, Salvador José Maia,
Simião Januário do Carmo.
Décima Primeira Legislatura – 31/12/88 a 01/01/93
Ataídes Geraldo Teixeira, Geraldo Vicente do Carmo, João de
Castro, José Eustáquio dos Reis, José Moroço Braga, Luiz Alves
Barbosa, Marconi Augusto Fernandes de Castro Braga, Paulo de
Castro Moreira, Wanderlei de Castro.
Décima Segunda Legislatura – 01/01/93 a 01/01/97
Antônio Geraldo Ferreira, Ataídes Geraldo Teixeira, Carlos Alves de
Souza, Geraldo José Eustáquio da Silva, Geraldo Ribeiro dos Santos,
João de Castro, José Moroço Braga, Luiz Alves Barbosa, Vicente de
Paula das Chagas.
Décima Terceira Legislatura – 01/01/97 a 01/01/01
Ananias Antônio de Oliveira, Antônio Geraldo Malta de Moura,
Ataídes Geraldo Teixeira, Dionísio Carlos Fernandes, Giovane
Álvaro Vieira Castro, José Luciano Teixeira, Otacílio José da Silva,
Sônia Rezende do Sacramento, Vicente Moreira dos Santos.
Décima Quarta Legislatura – 01/01/01 a 31/12/04
Daniel Santana Pedra, Geraldo José Eustáquio da Silva, Geraldo
Ribeiro dos Santos, Giovane Álvaro Vieira Castro, Márcio José dos
Santos Malta, Otacílio José da Silva, Sebastião Tadeu Alves
Teodoro, Sérgio Eli do Carmo, Waltenir Liberato Soares.
Décima Quinta Legislatura – 01/01/05 a 31/12/08
Amarílio Geraldo de Sena, Dionísio Carlos Fernandes, Geraldo José
Eustáquio da Silva, José de Moura Rocha, José Vicente do Carmo,
Márcio José dos Santos Malta, Rosalee Fernandes Pereira, Valdeci
Fernandes da Mata, Waltenir Liberato Soares.
Também foi empossado ao longo da Legislatura, José Inocêncio de
Souza em substituição a José Vicente do Carmo por determinação do
TER/MG.
Décima Sexta Legislatura – 01/01/09 a 31/12/12
Ana Lúcia Fernandes de Castro Parreiras, Antônio de Castro Malta
Filho, Ataídes Geraldo Teixeira, Dionísio Carlos Fernandes, Geraldo
Salvador dos Santos, José de Moura Rocha, José Vicente do Carmo,
Maurício Rodrigues Pereira e Ronei Barbosa da Silva.
PRESIDENTES EM EXERCÍCIO CÂMARA
MUNICIPAL DE BELO VALE
Antônio Antunes Ribeiro 01/01/48 a 31/01/1951
Abílio Cerqueira Pereira 01/02/51 a 06/02/1955
Abílio Cerqueira Pereira 07/02/55 a 14/11/1958
Manoel Antônio Resende Pereira 15/11/58 a 31/01/1959
Alcino Antônio da Silva 01/02/59 a 31/01/1963
Antônio da Silva Cardoso Filho 01/02/63 a 21/03/1966
Glicério José de Souza 22/03/66 a 31/01/1967
Rubens Pereira Leijoto 01/02/67 a 31/01/1971
Rubens Pereira Leijoto 01/02/71 a 12/06/1971
Belmiro de Oliveira Carmo 13/06/71 a 26/06/1971
Luiz Gonzaga Maciel 27/06/71 a 15/04/1972
Geraldo Vieira dos Santos 16/04/72 a 31/01/1973
Antônio de Castro Braga 01/02/73 a 31/01/1977
Dionísio Antônio Vieira 01/02/77 a 01/02/1983
Íris Monteiro Braga 02/02/83 a 21/02/1985
Antônio Teixeira da Silva 22/02/85 a 31/01/1987
Salvador José Maia 01/02/87 a 31/12/1988
Geraldo Vicente do Carmo 01/01/88 a 29/12/1990
Paulo de Castro Moreira 30/12/90 a 31/12/1992
João de Castro 01/01/93 a 06/01/1995
Geraldo Ribeiro dos Santos 07/01/95 a 31/12/1996
Antônio Geraldo Malta de Moura 01/01/97 a 31/12/1998
Sônia Rezende do Sacramento 01/01/99 a 31/12/2000
Márcio José dos Santos Malta 01/01/01 a 31/12/2002
Otacílio José da Silva 01/01/03 a 31/12/2004
Waltenir Liberato Soares 01/01/05 a 31/12/2006
Geraldo José Eustáquio da Silva 01/01/07 a 31/12/2008
Geraldo Salvador dos Santos 01/01/09 a 31/12/2010
Ana Lúcia Fernandes de Castro Parreiras 01/01/11 a 31/12/2012
Nota do Autor: As datas foram devidamente revisadas e atualizadas
após a edição anterior.
PRINCIPAIS REALIZAÇÕES DO LEGISLATIVO
MUNICIPAL
Independência Física e Administrativa da Câmara Municipal
Presidente Antônio Geraldo Malta de Moura
Sede da Câmara Municipal
Presidente Márcio José dos Santos Malta
*****
CAPÍTULO V
PREFEITOS E VICE-PREFEITOS
PREFEITOS DO MUNICÍPIO
DE BELO VALE
Joaquim Rodrigues Silva (Nomeado pelo Governador)
01/01/1939 a 10/04/1945
José Emílio da Silva Filho (Nomeado pelo Governador) 11/04/1945 a
23/11/1945
Paulo Emílio Pinto (Nomeado pelo Interventor de MG)*
24/11/1945 a 09/11/1946
José Emílio da Silva Filho (Nomeado pelo Governador)
10/11/1946 a 30/12/1946
Aci Nígri do Carmo (Nomeado pelo Interventor de MG) *
31/12/1946 a 12/01/1947
Roberto Otávio Gonçalves (Nomeado pelo Governador) 13/01/1947 a
12/05/1947
Joaquim Antônio Teixeira (Nomeado pelo Governador)
13/05/1947 a 31/12/1947
José Emílio da Silva Filho
01/01/1948 a 11/10/1950
Santareno Pereira Barbosa
12/10/1950 a 03/02/1951
Amarílio Augusto da Rocha
04/02/1951 a 05/02/1955
Francisco José da Silva
06/02/1955 a 31/01/1959
Milton Monteiro Guimarães
01/02/1959 a 31/01/1963
Joaquim Rodrigues Silva
01/02/1963 a 31/01/1967
Benevides José Fernandes da Mata
01/02/1967 a 31/01/1971
Antônio Pinto Ribeiro Júnior
01/02/1971 a 31/01/1973
José Vitarelli
01/02/1973 a 31/01/1977
Antônio Pinto Ribeiro Júnior
01/02/1977 a 31/01/1983
José Fernandes Braga
01/02/1983 a 31/12/1988
João Eustáquio
01/01/1989 a 31/12/1992
José Fernandes Braga
01/01/1993 a 31/12/1996
João Eustáquio
01/01/1997 a 31/12/2000
Matuzalém de Castro Braga
01/01/2001 a 31/12/2004
Wanderlei de Castro
01/01/2005 a 31/12/2008
Wanderlei de Castro
01/01/2009 a 31/12/2012
Nota do Autor: As datas foram devidamente revisadas e
atualizadas após a edição anterior.
VICE-PREFEITOS DE BELO VALE
Santareno Pereira Barbosa - 01/01/1948
Vice de José Emílio da Silva Filho
Paulo Alves do Carmo - 04/02/1951
Vice de Amarílio Augusto da Rocha
Joaquim Pereira da Silva - 06/02/1955
Vice de Francisco José da Silva
Antônio dos Santos Vieira – 01/02/1959
Vice de Milton Monteiro Guimarães
José Vieira de Oliveira – 01/02/1963
Vice de Joaquim Rodrigues Silva
Joaquim Pereira da Silva – 01/02/1967
Vice de Benevides José Fernandes Mata
José Augusto Fernandes Braga – 01/02/1971
Vice de Antônio Pinto Ribeiro Júnior
Luiz Gonzaga Maciel – 01/02/1973
Vice de José Vitarelli
José Vieira de Oliveira – 01/02/1977
Vice de Antônio Pinto Ribeiro Júnior
Geraldo Ribeiro dos Santos - 01/02/1983
Vice de José Fernandes Braga
Íris Monteiro Braga – 01/02/1989
Vice de João Eustáquio
Simião Januário do Carmo - 01/01/1993
Vice de José Fernandes Braga
José Moroço Braga - 01/01/1997
Vice de João Eustáquio
Ataídes Geraldo Teixeira - 01/01/2001
Vice de Matuzalém de Castro Braga
Antônio Leite Silva - 01/01/2005
Vice de Wanderlei de Castro
Simião Januário do Carmo - 01/01/2009
Vice de Wanderlei de Castro
Nota do Autor: Os Senhores Paulo Emílio da Silva e Aci
Nígri do Carmo, não foram nomeados Prefeitos de Belo Vale. Foram
nomeados para responderem pelo Expediente do Município, pois não
havia a figura do Vice-Prefeito.
PRINCIPAIS REALIZAÇÕES DAS
ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS –
EXECUTIVO
Praça Cláudio Pinheiro (Matriz)
Prefeito Milton Monteiro Guimarães
Energia pela CEMIG
Prefeito Joaquim Rodrigues Silva
Ampliação do Sistema de Tratamento de Água
Prefeito Antônio Pinto Ribeiro Júnior
Hospital e Maternidade Henrique Penido
Prefeito Antônio Pinto Ribeiro Júnior, Prefeito José Fernandes Braga
e Prefeito João Eustáquio
Praça dos Três Poderes
Prefeito José Vitarelli
Prédio Sede da Prefeitura Municipal (Paço Municipal)
Prefeito José Fernandes Braga
Asfaltamento da MG 442 a BR 040 – Obra do DER/MG
Obra do Governo Estadual na Adm. Prefeito José Fernandes Braga
Museu do Escravo
Prefeito José Fernandes Braga
Terminal Rodoviário
Prefeito João Eustáquio
Telefonia (DDD) pela TELEMIG/EMBRATEL
Prefeito João Eustáquio
Velório Municipal
Prefeito João Eustáquio
Ponte sobre o Rio Paraopeba na Chacrinha
Prefeito João Eustáquio
Reinstalação da Comarca de Belo Vale
Prefeito José Fernandes Braga
Viaduto Juquinha Braga
Prefeito José Fernandes Braga
Asfaltamento das Ruas da Sede do Município
Prefeito José Fernandes Braga
Policlínica Municipal
Prefeito Matuzalém de Castro Braga
Instalação de Curso Superior (Convênio UNIPAC)
Prefeito Matuzalém de Castro Braga
Assinatura do Convênio com a COPASA
Prefeito Matuzalém de Castro Braga
Asfaltamento da “Reta” e da Vila Gameleira
Prefeito Matuzalém de Castro Braga
Calçamento Parcial (Bairros Santo Antônio, Boa Vista, Ipanema)
Prefeito Wanderlei de Castro
Passeio que liga o Bairro Niterói ao Bairro Santo Antônio
Prefeito Wanderlei de Castro
Construção da Nova Ponte Melo Viana
Obra do Governo Estadual na Adm. Prefeito Wanderlei de Castro
Nota do Autor: É evidente que muitas outras obras foram
realizadas, tais como Escolas, Postos de Saúde, Pontes, Iluminação Pública
entre outras, foram implementadas por quase todos os gestores públicos.
Apenas enumeramos as de maior destaque.
CAPÍTULO VI
CURIOSIDADES POLÍTICAS
Belo Vale sempre teve disputas políticas acirradas, como manda a
tradição mineira. Histórias de compra de votos, de juízes, escrivães,
urnas violadas, inversão de boletins de resultados. No entanto, nada
foi efetivamente comprovado.
Belo Vale foi palco de muitas histórias. Uma delas diz que um
candidato, acreditando ter muitos votos, dispensou uns e passou
outros para os companheiros. Quando as urnas foram abertas, o
candidato foi surpreendido com apenas um voto.
Também tem a história do vereador que foi eleito por ser mais
velho, ante a um empate com um concorrente.
Não faltam também, algumas folclóricas como aquela do
Vereador que ao ser discutido o “tombamento” de um prédio público,
o mesmo não perguntou se o prédio não dava ainda uma boa reforma.
Outra diz que um Vereador procurou o Prefeito insatisfeito com a
construção de uma obra indagando quem tinha autorizado a mesma.
Foi quando o Prefeito deu uma pigarreada e disse: “Ora foi você
mesmo quando aprovou o projeto”.
Mas hilária mesma, dizem, foi quando um Vereador, ante a um
debate acalorado durante a discussão de um tema, para acalmar os
ânimos assim discursou: “Reuni nóis renói, discuti nóis discote, mas
resolver que é bão, nóis num resolve é nada. Sunga a sessão”.
Se estas histórias são verídicas, não se sabe, é o que corre de boca
em boca. Algumas curiosidades, devidamente registradas nos anais
da história belovalense, são as seguintes:
O primeiro Prefeito de Belo Vale, Sr. Joaquim Rodrigues
Silva, foi nomeado para assumir o Cargo a partir de
01/01/1939 pelo Sr. Governador do Estado, tal qual seu
sucessor, Sr. José Emílio da Silva Filho, em 11/04/1945. Este
se licenciou do cargo, sendo substituído interinamente pelo
Sr. Paulo Emílio Pinto, nomeado pelo Interventor Federal do
Estado de Minas Gerais para responder pelo Expediente da
Prefeitura. José Emílio da Silva Filho reassumiu suas funções
em 10/11/1946 e afastou-se em 31/12/1946. Nesta mesma
data, O Sr. Aci Nígri do Carmo, foi nomeado pelo Interventor
Federal do Estado de Minas Gerais e respondeu interinamente
pelo Expediente da Prefeitura. Em 13/01/1947, o Sr. Roberto
Otávio Gonçalves, assumiu como Prefeito nomeado pelo
Governador do Estado. Foi substituído em 13/05/1947 pelo
Sr. Joaquim Antônio Teixeira, também Prefeito nomeado pelo
Governo Estadual. Nestas ocasiões, após serem nomeados
pelo Governo Estadual, os Prefeitos eram empossados na
Capital do Estado perante o Secretário de Estado do Interior e
quando regressavam, se dava a transmissão solene do Cargo.
Conta-se que na ocasião do Decreto no
148, que instituía o
Município, veio um certo senhor, Dr. Roberto Coutinho, com
a missão de preparar a cerimônia de instituição do novo
Município e a posse de seu Prefeito. Este senhor não foi
Prefeito de Belo Vale por quatorze dias, como alguns
"historiadores" chegam a afirmar.
Os primeiros atos oficiais do Município de Belo Vale, foram
as nomeações dos servidores, Modestino Melo, Gutemberg
Marinho, José Ubaldo de Castro Malta, Sílvio Fernandes de
Araújo, entre outros.
Os Srs. Paulo Emílio Pinto e Aci Nigri do Carmo, quando
assumiram a direção do Município, o fizeram por nomeação
do Interventor Federal de Minas Gerais, para responderem
pelo Expediente da Prefeitura, na ausência do titular, em
virtude de não haver, em ambos os casos, a figura do Vice-
Prefeito. Assim, o Aci Nígri do Carmo, circunstancialmente,
entra na lista dos Prefeitos em Exercício de Belo Vale, tendo
exercido tais funções, apenas quatorze dias.
Os Srs. Paulo Emílio Pinto e Roberto Otávio Gonçalves,
foram nomeados oficialmente para responder pelo Município
de Belo Vale nos períodos de 24/11/45 a 10/11/46 e 13/01/47
a 13/05/47 respectivamente. O primeiro respondendo pelo
Expediente e o segundo nomeado Prefeito, sendo que segundo
consta, nenhum dos dois eram belovalenses ou aqui tinham
negócios, tendo suas nomeações, caráter exclusivamente
político. Até o momento não se encontrou nada a respeito dos
dois, que pudesse melhor identificá-los. Já o Sr. Roberto
Coutinho, como já dissemos, não ocupou o cargo de Prefeito.
Já o Sr. Joaquim Antônio Teixeira, nomeado Prefeito, no
período de 13/05/47 a 01/01/48, era da região de Santana do
Paraopeba, tendo sido casado com D. Luíza, popularmente
conhecida como D. Dinhá.
Em 23/11/1947, pela primeira vez na história, os belovalenses
foram às urnas para eleger seu Prefeito e Vice-Prefeito, sendo
sufragado pela maioria de votos, o Sr. José Emílio da Silva
Filho. Este já havia sido Prefeito nomeado anteriormente e
dividiu a chapa com Santareno Pereira Barbosa. Este último
também assumiu o cargo de Prefeito quando do falecimento
do titular. Ou seja, na primeira eleição direta para Prefeito de
Belo Vale, a população elegeu, na prática, dois Prefeitos de
uma só vez.
Primeiro Prefeito eleito de Belo Vale, José Emílio da Silva
Filho e Primeiro Presidente da Câmara Municipal, Antônio
Antunes Ribeiro, curiosamente, pertenciam ao Distrito de
Moeda, do Município de Belo Vale, à época.
Quando em 1953, Moeda se emancipou de Belo Vale, o Sr.
Paulo Alves do Carmo que foi Vice – Prefeito de Belo Vale
quando da Administração do Sr. “Marico”, articulou para que
a Vila Gameleira e região de Massangano, pertencentes ao
Distrito de Santana do Paraopeba, fossem incorporados pelo
novo Município. Entretanto o Sr. “Totonho Vieira”, grande
líder político da região na época, não aceitou. Argumentando,
inclusive, que não poderiam dividir as terras da Santa
(Santana). O Sr. Paulo Alves do Carmo, que mais tarde seria
Prefeito em Moeda por três mandatos, pressentindo que tal
polêmica poderia inviabilizar a emancipação de Moeda,
aceitou que a divisa entre os Municípios fosse o Rio
Paraopeba, divisa natural e assim conseguiu o apoio
necessário, concretizando seu propósito.
O Sr. Antônio Pinto Ribeiro Júnior, quando foi eleito para o
seu primeiro mandato, foi candidato único. Assim, precisava
atingir um total de votos que fosse superior a 50% daqueles
válidos. Conseguiu com tranquilidade, sendo então eleito para
um mandato de apenas dois anos, naquele que à época era
chamado de “mandato tampão”.
Nenhum político conseguiu três mandatos de Prefeito até o
momento. O Sr. Antônio Pinto Ribeiro Júnior, candidatou-se
duas vezes (1970/1976) e se elegeu em ambas. Em 1996,
tentaria um terceiro mandado, mas afastou-se oficialmente do
pleito. Entretanto, como as cédulas já haviam sido impressas,
seu nome constou da relação e mesmo afastado, ainda recebeu
alguns votos. Já os Srs. José Vitarelli disputou as eleições de
1972, 1982 e 1988 vencendo apenas a primeira. Matuzalém
de Castro Braga (Teco), foi eleito Prefeito em 2000, tendo
disputado quatro pleitos (1992/2000/2004/2008) e José
Fernandes Braga, seu irmão, igualmente disputou a Prefeitura
por quatro vezes (1982/1992/2000/2008), tendo sido eleito em
1982 e 1992. Um fato interessante é que Matuzalém e José
Braga são irmãos e disputaram simultaneamente os pleitos de
1992, 2000 e 2008.
Joaquim Rodrigues Silva e José Emílio da Silva Filho
obtiveram dois mandatos para Prefeito, sendo que os
respectivos primeiros mandatos se deram por nomeação do
Governador do Estado de Minas Gerais. Posteriormente,
ambos voltaram ao Poder Executivo Municipal nos braços
dos eleitores que os elegeram pelo voto direto. Já os Senhores
Antônio Pinto Ribeiro Júnior, José Fernandes Braga, João
Eustáquio e Wanderlei de Castro também conseguiram dois
mandatos para Prefeito e todos por vontade direta dos
belovalenses.
Apenas uma vez, o Vice–Prefeito assumiu o lugar do titular.
Isto ocorreu quando do falecimento do Sr. José Emílio da
Silva Filho e foi Sr. Santareno Pereira Barbosa que assumiu o
cargo de Prefeito. Curiosamente, o Sr. Santareno foi o
primeiro Vice-Prefeito eleito de Belo Vale e o único a assumir
o cargo em substituição do titular.
Apenas três vereadores conseguiram ocupar o cargo de
Prefeito de Belo Vale: Amarílio Augusto da Rocha (Marico),
em 1951 e Francisco José da Silva, em 1955. Ambos fizeram
parte da Primeira Câmara Municipal. Em 2004, após 50 anos,
o Sr. Wanderlei de Castro também alcançou a façanha se
reelegendo em 2008.
Apenas dois vereadores conseguiram eleger-se Presidente da
Câmara Municipal em duas Legislaturas: Abílio Cerqueira
Pereira e Rubens Pereira Leijoto, sendo que o primeiro
manteve-se no Cargo por quase oito anos.
Apenas dois Vice-Prefeitos não foram também vereadores.
Em oito das quatorze oportunidades, o Vice-Prefeito saiu
direto da Câmara para a Prefeitura.
Os campeões de eleições belovalenses são os Senhores José
Vieira de Oliveira (Zezito) e Ataídes Geraldo Teixeira. O
primeiro, obteve três mandatos de Vereador, sendo que em
um deles era suplente, mas assumiu o Cargo e dois mandatos
de Vice-Prefeito, cinco mandatos no total. Já o segundo,
obteve quatro mandatos como Vereador e um como Vice-
Prefeito.
Estes dois, são seguidos por José Moroço Braga, que venceu
três disputas consecutivas para a Câmara Municipal, seguida
de um quarto mandato como Vice–Prefeito. Já o Sr. Belmiro
de Oliveira do Carmo (Bilico), e o Vereador Ataídes Geraldo
Teixeira são os Vereadores que mais mandatos legislativos
conquistaram, com quatro eleições. “Bilico” foi ainda o
Presidente da Câmara pelo menor período de tempo, quatorze
dias. Entretanto, o Sr. Antônio Teixeira da Silva (Totonho do
Cinico) exerceu a vereança por praticamente igual período de
tempo, mas sendo eleito para três mandatos, sendo que dois
deles foram prorrogados em decorrência de mudanças na
legislação eleitoral.
De 1970 a 2008, na disputa pelo Poder Executivo Municipal,
sempre estiveram envolvidos diretamente, em chapas
majoritárias, integrantes das famílias Pinto, Vieira, Braga e
Vitarelli.
Algumas famílias conseguiram eleger pais e filhos para o
cargo de vereador, sendo eles, entre outros: Alcino da Silva e
Antônio Teixeira da Silva; Geraldo Vieira dos Santos e
Dionísio Antônio Vieira; Geraldo Marques do Sacramento e
Sônia Rezende do Sacramento; Antônio de Castro Braga e
Marconi Augusto Fernandes de Castro Braga; Antônio de
Castro Malta Filho e Márcio José dos Santos Malta; João
Cordeiro de Brito e José Cordeiro de Brito; Amarílio Augusto
da Rocha e José Augusto Fernandes Braga; Francisco de
Castro Teixeira e Paulo de Castro Moreira; Manoel Alfredo
Rezende Pereira e Altamir Rezende; Bernardino Alves de
Sena e Amarílio Geraldo de Sena. Francisco Paulo de
Oliveira teve dois de seus filhos eleitos, Josué Fernandes de
Paulo e Ananias Antônio de Oliveira. Já Domingos do Carmo
Fernandes teve três filhos Vereadores: Simião Januário do
Carmo, Jorge Fernandes do Carmo e Geraldo Vicente do
Carmo.
Tradicionalmente, a região de Roças Novas, elege dois
representantes à Câmara Municipal e também elegeu várias
vezes o Vice-Prefeito da região. Na eleição de 2004, num fato
inédito, a região conseguiu eleger quatro vereadores.
Sônia Rezende do Sacramento foi a primeira mulher eleita à
Câmara Municipal de Belo Vale, para a Legislatura de
1997/2000.
Sônia foi ainda, a primeira mulher a ocupar o cargo de
Presidente da Câmara, no biênio 1999/2000, fato repetido
agora pela Vereadora Ana Lúcia Fernandes de Castro
Parreiras (2011/2012).
Pela primeira vez na história política local, uma mulher, Rita
Rezende, candidatou-se ao Executivo, na chapa do PT,
concorrendo como candidata a Vice-Prefeita em 2004. Já Ana
Maria Marinho foi a primeira mulher a concorrer ao cargo de
Prefeita. Com certeza, marcos divisores na participação
política feminina local.
A Câmara Municipal de Belo Vale obteve sua independência
política e física, deixando de funcionar no prédio do Paço
Municipal em 1997, bem como a independência contábil,
financeira e administrativa, em 1998, no mandato do
Presidente à época 1997/1998, Sr. Antônio Geraldo Malta de
Moura.
A Sede própria da Câmara Municipal foi construída e
inaugurada em 2002 sob a Presidência do Sr. Márcio José dos
Santos Malta, um marco na história do Legislativo.
Outro fato político interessante é que o cargo de Juiz de Paz
era obtido por intermédio de eleições conjuntas com as
eleições municipais, tal como prevê atualmente a Constituição
do Estado de Minas Gerais.
*****
CAPÍTULO VII
CURIOSIDADES HISTÓRICAS E
“FOLCLÓRICAS” DE BELO VALE
FATOS HISTÓRICOS E PERSONAGENS
FOLCLÓRICOS
Esta sessão, não contempla todos os acontecimentos,
localidades e personalidades que merecem uma nota de destaque.
Também tudo aqui mencionado merece uma pesquisa mais
aprofundada.
7.1 O NOME PARAOPEBA E O RIO
Para a maioria dos historiadores, o nome Paraopeba, vem da
palavra indígena “Paraypeba”, que quer dizer rio do peixe chato.
Outros pronunciam o nome originalmente como Piraipeba e ainda
Paraupava ou Paraupebas. Além de traduzir o vocábulo para rio do
peixe chato, alguns o traduzem para rio chato, rio plano e rio de água
rasa.
O Rio Paraopeba tem sua nascente ao sul do Município de
Cristiano Otoni e percorre sua extensão de 510 km aproximadamente
até atingir sua foz, na Represa de Três Marias no Município de
Felixlândia.
Entre os seus afluentes neste percurso, destaca-se mais
próximos a nós, o Rio Camapuã vindo de Jeceaba, o Rio Macaúbas
de Bonfim e o Rio Manso em Brumadinho. Por sua vez, é um dos
principais afluentes do Rio São Francisco.
Muitos historiadores, quando citam o nome do povoado de
Paraopeba no Vale de mesmo nome, não se referem ao povoado que
deu origem à cidade mineira de Paraopeba ou o Distrito de Piedade
do Paraopeba em Brumadinho. Fazem referência ao atual povoado de
Santana do Paraopeba, antes São Pedro do Paraopeba e que foi a
primeira localidade de Minas Gerais a levar este vocábulo no nome.
7.2 POVOADO DE VARGEM DE SANTANA
Provavelmente fundado por Manoel Sobreira e Manoel
Machado, também possui vestígios de uma comunidade de escravos
ou execra-vos que ali se estabeleceram.
Foi neste mesmo ponto, que a tradição diz ser o local do
traslado dos restos mortais de Fernão Dias Paes Leme no encontro
das Bandeiras, oportunidade em que foi redigido o primeiro
documento oficial de Minas Gerais.
7.3 POVOADO DE BOA MORTE
Este povoado, aparentemente foi criado para prover de víveres
e hortifrutigranjeiros, o Forte das Casas Velhas, mas ou menos no
início do Século XVIII.
Segundo a tradição, a partir de um determinado momento, o
povoado de Boa Morte, passou a funcionar como uma vila para onde
eram enviados os escravos velhos da Fazenda Boa Esperança, que já
não podiam trabalhar, para que ali passassem os últimos dias de suas
vidas. O nome foi ratificado com a entronização da imagem de Nossa
Senhora da Boa Morte. Hoje, ainda se percebe traços marcantes dos
seus ancestrais moradores.
7.4 POVOADO DE CHACRINHA
O povoado da Chacrinha, tem uma característica muito
peculiar. É que além de ser constituído na sua quase totalidade, de
integrantes da raça negra, quase todos possuem laços sanguíneos
entre si.
Alguns creditam a esta comunidade a condição de
“remanescente quilombola”, mas tal somente pode ser em função da
nova significação do termo, que admite hoje, comunidades assim
definidas para grupos de escravos livres que permaneceram juntos.
É que dado à proximidade com a Fazenda da Boa Esperança e
as próprias ruínas de uma antiga fazenda ali existente,
descaracterizam a condição original dos “quilombos”, que se
situavam distantes das grandes fazendas, já que constituíam de
escravos fugidos de seus senhores.
7.5 MANOEL TEIXEIRA SOBREIRA
Construtor da Igreja de Santana, juntamente com Manoel
Machado. Manoel Teixeira Sobreira deixou diversos descendentes na
região. Ainda hoje existem ali remanescentes pela sua árvore
genealógica. Também podem ser encontrados os descendentes dos
escravos que ele possuía. Dizem que conquistou muitas terras pela
imposição e pela força, tornando-se um grande latifundiário.
7.6 O INCONFIDENTE ALVARENGA PEIXOTO
Inácio José de Alvarenga Peixoto, um dos principais
integrantes da Inconfidência Mineira, era proprietário de terras que
formavam um grande latifúndio, formado pelas Fazendas do Engenho
dos Pinheiros, da Boa Vista, Santa Rufina e Fazenda do Paraopeba.
Esta última se localizava já no Vale do Paraopeba,
possivelmente podendo chegar às redondezas de Arrojado Lisboa.
A sede da Fazenda Paraopeba hoje está no Município de
Conselheiro Lafaiete, na região entre São Brás do Suaçuí e próximo a
Congonhas. Suas divisas na época são bastante imprecisas, mas é
certo que atingia os limites das Comarcas do Rio das Mortes, Rio das
Velhas e Vila Rica.
Da divisa de Congonhas com Jeceaba até a divisa Arrojado
Lisboa, em linha reta são cerca de 8 km, comprovada a proximidade.
Sua esposa Dona Bárbara Heliodora, após o desterro de seu
marido e do confisco de suas propriedades, segundo alguns ficou
louca. Mas outros, entendem também ter sido uma estratégia para
preservação de alguns bens, já que o Advogado Cláudio Manoel da
Costa, conseguiu livrar alguns bens do confisco, alegando que não
pertenciam ao Inconfidente, já que em nome de terceiros.
Se isto de fato ocorreu, como narrado por alguns
historiadores, é mais uma importante informação que coloca Belo
Vale diretamente no caminho do maior movimento de independência
da história brasileira.
Nota do Autor: Estas informações são passíveis de maior
atenção e estudo.
7.7 O BARÃO DO PARAOPEBA
Nascido em Congonhas entre 1770 e 1780, segundo alguns
relatos, desde novo empreendeu-se no ramo da indústria e mineração,
vindo a possuir até uma mina de ouro. Muito interessante, que
juntamente com vários de seus sócios, foi um dos precursores da
exploração de minério de ferro nesta região.
Segundo a narrativa folclórica, o Barão, era “dono” de muitos
escravos e era muito cruel. Conta a lenda, que teria enterrado no pátio
da fazenda, uma considerável quantia em ouro. Pela sua avareza e
crueldade com os escravos, reza a mesma lenda, que nas noites de
sexta-feira, sai pela estrada da fazenda e ruas da cidade arrastando
uma grande e pesada corrente.
Na realidade, ele foi proprietário da Fazenda Boa Esperança e
se chamava Romualdo José Monteiro de Barros. Era rico e dono de
muitos escravos, dizem que chegou a possuir mais de mil. Tendo
caído nas graças da nobreza, ficou conhecido como “Barão do
Paraopeba”.
O Barão do Paraopeba, por três vezes fez parte da Junta
Governativa Provisória de Minas Gerais, como já dito antes,
chegando a assumir a Presidência da Província Mineira.
Foi ainda Coronel de Milícias e cavaleiro da Ordem de Cristo.
Curioso que foi o título de Barão do Paraopeba, forma como
veio a ser conhecido historicamente, somente foi concedido pelo
Decreto Imperial de 2 de dezembro de 1854, somente um ano antes
de seu falecimento, que é noticiado como tendo ocorrido em
16/12/1855.
7.8 LELECO
Manoel Messias de Almeida foi pai de onze filhos. Sempre
viveu com sua inseparável companheira “branquinha”, como gostava
de denominar a tradicional cachaça da região. Sempre querido por
todos, jamais importunou quem quer que seja.
Era um artista nato. Seus trabalhos com bambu (balaios,
samburás, esteiras, forros para telhados, miniaturas de vários objetos)
eram admirados por todos. Produzia muito, mas consumia tudo com
sua “branquinha”. Era também um trovador, com diversas trovas
decantadas em versos que se perderam no tempo. Uma de suas
pérolas:
“Levantei muito cedinho, cheio de imaginação
Fui sentar no meu jardim, curtindo minha paixão
A Rosinha me chamou, para me dar consolação
Ela diz que também sofre, neste mundo de ilusão.”
Faleceu atropelado na MG 442, via de acesso a Belo Vale, nas
proximidades do Bairro Santo Antônio, em 18/04/2003.
7.9 COLÉGIO PADRE VIRGÍLIO
Por muitos anos, Belo Vale teve o privilégio de possuir um
dos melhores Colégios da região. Este recebeu o nome de Padre
Virgílio por ele ter empreendido e envidado esforços para que o
mesmo fosse instalado na cidade. Era administrado por Irmãs de
Caridade (Vicentinas) e sua qualidade de ensino sempre foi
reconhecida.
Embora, ainda hoje, o ensino de Belo Vale seja de boa
qualidade, não há que se negar que com a extinção do Colégio,
perdemos, além de uma conceituada instituição, parte de nossa
história. Por ali passaram os belovalenses que puderam prosseguir
seus estudos, além de muitos alunos de cidades vizinhas, como
Moeda, Bonfim, e Jeceaba.
7.10 BELO VALE NA 2a GUERRA MUNDIAL
Belo Vale teve participação na Segunda Guerra Mundial,
sendo que entre outros, defenderam o Brasil, o Sr. Joaquim Damas,
conhecido por Sr. Jacques, tendo este ficado em prontidão no
Nordeste para defender a costa brasileira, José Donato e o Sr. Jorge
Justino dos Santos, o Jorge do Lucas de Laranjeiras, que combateu
nos campos de batalha na Europa e foi recebido com grande festa
quando retornou. Este foi eleito vereador, posteriormente.
Conta-se, que para não ser considerado apto quando da
convocação para a guerra, teve “valente” que chegou a se mutilar
para escapar do alistamento, arrancando o próprio dedo, já que não se
admitia nenhuma deficiência quando do alistamento.
7.11 A CONSTRUÇÃO DA ESTRADA
BELO VALE/ BR 040
Existe uma corrente de comentários, passados de geração em
geração, relatando que a estrada que liga Belo Vale à BR 040, hoje a
MG 442, tem o atual traçado devido ao fato de um forte político da
época ter sua fazenda na mesma região. Mas o melhor percurso seria
passando por Moeda, o que diminuiria consideravelmente a distância
entre Belo Vale e a Capital. Até hoje este é um sonho de quase todos
os belovalenses.
Outro percurso poderia ser pela Boa Esperança, atingindo a
BR 040 nas proximidades do Posto Belvedere. Disto não há registros,
mas é o que se comenta.
Mas há também uma outra corrente de comentários, também
passados entre gerações, que a estrada na verdade, foi aberta por um
dono de mineração, conhecido como “turco minerador”. Ele teria
aberto uma estrada, precária, para transportar minério do alto da serra
até à estação central em Belo Vale.
Esta polêmica é passiva e merecedora de estudos para que
possa ser devidamente esclarecida, sem que se intente denegrir a
imagem de quem quer que seja, principalmente porque seus reflexos
perduram ainda hoje.
Ainda no que diz respeito à estrada, quando a mesma foi
aberta ou ampliada como alguns queiram, os políticos à época, que se
empenharam para a obtenção de recursos para a empreitada, foram
principalmente os Srs. Otacílio Negrão de Lima, Pimenta da Veiga e
Ermelindo Paixão.
7.12 PATRIMÔNIO E
OBJETOS HISTÓRICOS
Belo Vale perdeu muito de sua identidade, por falta de uma
política séria em relação ao seu patrimônio. Muito de nossa história
se perdeu no tempo.
Estão no Museu Mineiro, as imagens de Nossa Senhora do
Rosário, São Miguel e um Crucifixo. Infelizmente, as imagens de São
José de Botas, Santa Luzia, Senhor da Coluna, um “Santo do Pau-
Ôco” e uma Custódia, continuam com destino ignorado, quando
deveriam estar em nosso Município.
Há ainda a lenda da bengala da ponta coberta de ouro que
também tomou rumo incerto.
Estas peças com certeza, formam um acervo histórico
riquíssimo e que acrescentariam muito para que as gerações futuras
conhecessem suas origens. Esta polêmica, no entanto, é digna de
futuros e profundos esclarecimentos.
7.13 A REFORMA DA IGREJA MATRIZ
A reforma da Igreja Matriz é envolta por grande polêmica.
Segundo relatos de um integrante da Comissão
Arquidiocesana de Arte Sacra, houve em um passado não muito
distante, um restaurador estrangeiro, Sr. Paulo Bojanic, que impôs
uma descaracterização da Igreja Matriz. Haja visto ter realizado
modificações no Templo, pois considerou aquilo que pode ser visto
em sua terra natal, no distante leste europeu. Muitos foram os que
acreditaram que se restaurava aquilo que deveria ser a obra original
dos verdadeiros construtores.
O prejuízo histórico, cultural e artístico embora não seja
irreversível, com certeza significa um atraso na preservação de nossa
memória. Tudo precisa ser urgentemente confirmado, para que
possamos recuperar nossa verdadeira história.
7.14 A PARÓQUIA DE SÃO GONÇALO
Após a construção das Igrejas de Sant’Ana (1735), Nossa
Senhora da Boa Morte (1760) e São Gonçalo (1764), houve um
desenvolvimento da religiosidade na região, que culminou como já
dito anteriormente, com a vinda do primeiro Vigário para a Igreja de
São Gonçalo, isto em 1826.
No dia 04/07/1857 o Distrito de São Gonçalo da Ponte foi
elevado a condição de Freguesia, “status” tanto civil quanto
eclesiástico dentro do Governo Imperial, já que a Igreja Católica era a
religião oficial dos monarcas.
Vale reprisar que por aproximadamente 25 anos (1857 –
1881), houve um “vai e vem” da sede da Freguesia, ora sediada em
São Gonçalo da Ponte, ora em Sant’Ana do Paraopeba.
Outro fato interessante ocorrido, é que conforme se
alternavam no poder, as correntes políticas da região, a Paróquia
pertencia ora a Bonfim, ora a Piedades dos Gerais e ainda a
Congonhas.
Por aqui passaram dezenas de Padres, inclusive membros de
famílias locais, como a do Barão do Paraopeba, Monteiro de Barros.
Também tivemos Padres oriundos da terra, seja por nascimento ou
descendentes de famílias belovalenses: Pe. Luciano Jacques Penido,
Pe. Edson Vieira, Pe. João Rezende, Pe. Wallace Maria Emediato
entre outros, bem como aqueles que aqui viveram como Padre
Absalão Martinho Coelho e Padre (Irmão) Joaquim.
Mais recentemente, a partir do século XX, estiveram à frente
da Paróquia de São Gonçalo os seguintes Padres:
Pe. Jacinto Pinheiro, Pe. Virgílio Monteiro de Castro Penido,
Pe. José Mendes de Aguiar, Pe. Antônio Donato de Lima, Pe.
Altamiro de Faria, Pe. José Soares Guimarães, Pe. José Maria
Magalhães, Pe. Francisco de Assis Vale, Pe. Absalão Martinho
Coelho, Pe. Paulo Ribeiro Faria, Pe. Calixto Emanuel Ardisson, Pe.
Atanásio Coelho, Pe. Eduardo Pedro Lopes e atualmente, Pe. Ivan
Alves da Silva.
7.15 HISTÓRIA DE SÃO GONÇALO
De acordo com pesquisas realizadas na Enciclopédia Barsa,
Gonçalo nasceu por volta do ano 1200, em Arriconha, lugarejo perto
de Guimarães, Portugal. Assim como se dá com sua morte, seu
nascimento também é controverso, com alguns historiadores
colocando seu nascimento na região de Braga, no ano de 1187.
Estudou no Arcebispado de Braga e após sua ordenação
assumiu a Paróquia de São Paio de Riba de Vizela. Pouco tempo
depois, deixou um clérigo, seu parente, em seu lugar e foi fazer uma
peregrinação por Roma e pela Terra Santa. Quando voltou, quatorze
anos mais tarde, o seu substituto, um sobrinho não lhe devolveu a
Paróquia. Gonçalo então foi pregar na região de Entre-Douro-e-
Minho, onde dizem, ter realizado alguns milagres. Ingressou na
ordem de São Domingos (Dominicana) e fixou residência em
Amarante até a sua morte em 10 de janeiro de 1259, embora alguns
coloquem a data do seu passamento por volta do ano 1262. Daí o
nome de São Gonçalo do Amarante.
Embora seja reconhecido como Santo pelos fiéis, é
oficialmente reconhecido pela Igreja como Beato Gonçalo de
Amarante, não tendo sido levado a termo, nenhum dos três processos
de canonização. Entretanto, por autorização do Papa Júlio III, teve o
culto à sua memória liberado em 24 de abril de 1551.
7.16 BELO VALE: NOSSO POVO, NOSSA ARTE
Já falamos do Leleco e sua arte em bambu, maravilhosamente
admirada e pouquíssima explorada. Marísia do Prado vem
conquistando seu espaço nas artes cênicas, atuando nos teatros da
capital. Denise Nascimento é desenhista e ilustradora de livros. José
Gonçalves cria esculturas em madeira e cimento. Antônio do Hotel
realiza pinturas em tela e couro. Mauro Euzébio trabalha com
pinturas em madeira e cerâmica. "Zé Bitú" é um grande escultor de
peças em madeira. Todos possuem admirável talento e muita
sensibilidade.
No mundo das letras, Newton Emediato já lançou alguns
livros e Sílvia Araújo (Silvinha), belovalense que reside na Capital, é
escritora já com diversas condecorações e escritos.
Também Tarcísio Martins, tem se posicionado como um
ícone, tendo publicado um livro sobre a Fazenda da Boa Esperança,
além de um trabalho jornalístico, social e cultural impar em prol de
nossa comunidade e história.
Destaque especial nesta área, para Antônio Pinto Ribeiro
Júnior, um autêntico poeta da terra, autor da letra do Hino de Belo
Vale.
7.17 BELO VALE E SUA MÚSICA
Belo Vale possui inúmeros talentos na área da música.
O maior destaque ao longo de toda a sua história, é sem
dúvida alguma, a Banda de Música Santa Cecília de São Gonçalo da
Ponte em Belo Vale, por onde passaram dezenas de pessoas, em sua
quase totalidade, belovalenses, que deram sua contribuição à
musicalidade da cidade.
A Banda, fundada em 14/06/1951 por muitos anos participou
de inúmeras celebrações, especialmente religiosas, encantando a
todos com suas execuções.
Quando da gestão da Senhora Maria de Paula Malta Cardoso,
foram adquiridos por intermédio de parcerias e doações, vários
instrumentos que até hoje ainda servem à Corporação, embora não
tenha mais a mesma atuação. Outros nomes que muito contribuíram
para que a Banda pudesse viver novos tempos, são sem dúvida
nenhuma, Alexandre Rezende (da Dejore) e a incansável Dinha do
Taco.
Muitos outros belovalenses também se destacaram com sua
música, como o Deca do Jóia, Professor Dário, Ronildo, Emílio entre
outros.
Atualmente, alguns jovens valores insistem em seguir a
tradição musical, lutando por um espaço. É o caso do Ronanzinho
Vieira que toca em barzinhos da região, o Marcos Soares e o
Professor Flávio Teixeira, que tocam em bandas na Capital. Por aqui,
temos a Banda Hi-Fi, formada por adolescentes belovalenses que
tocam entre outros estilos, especialmente o rock in rol. São eles: Ian
Duarte, Juninho Vitarelli, Renatinho e Fernando Fernandes.
Também o Grupo Sete Garotos da Vila está conquistando seu
lugar, já tocando em diversos eventos inclusive, em outros
Municípios da região. Sua composição atual é constituída dos jovens
Serginho, Juninho, Edvan, Rafael, Dó, Flavinho e Edmilson.
No estilo Gospel, começa a se destacar o Ministério de
Louvor Além dos Vales, da Igreja Batista em Belo Vale. Atualmente
composto por Adriana, Ariana, Cátia Moura, Célio, Eder, Fernanda,
Guilherme, Jean, Lílian e Lucas Moura, o grupo tem participado de
eventos em Belo Horizonte, Contagem e já chegou a ministrar num
Congresso de Juventude realizado no Rio de Janeiro em 2011.
Existem claro, outros valores, buscando inclusive formação
acadêmica na música, porém, destacando os que por aqui tem
permanecido.
7.18 A ENERGIA ELÉTRICA
A energia de Belo Vale era precária, mas bem serviu por
muito tempo. A energia era gerada na região da Pedra, onde ainda
hoje podem ser vistos restos da barragem, bem como as ruínas das
casas de força e dos funcionários que ali trabalhavam.
No ano de 1967, com a ajuda do então Deputado Cláudio
Pinheiro, o Município conseguiu junto ao Governador Israel
Pinheiro, o fornecimento de energia elétrica pela CEMIG, com a
transmissão sendo feita através de linhas partindo de Congonhas. Isto
foi um marco para Belo Vale, pois a demanda era maior do que
aquilo que a antiga usina poderia oferecer. Vale destacar que boa
parte do custo de tal investimento foi da própria comunidade, num
claro exemplo de que, com união, a população alcança seus objetivos.
Hoje, muitos vão até à cachoeira da usina tomar banho e mal
sabem que aquelas águas, por muito tempo forneceram iluminação
para nossos pais e avós.
7.19 – DONA NANÁ E A
RELIGIÃO EVANGÉLICA
A primeira notícia que se tem sobre a “fé evangélica” em Belo
Vale, remonta a 26/07/1936, curiosamente uma das datas mais
festivas da região, quando se celebra o dia dedicado à Sant’Ana,
oportunidade em que o Sr. Ramiro Vicente Fernandes, antigo
morador de Roças Novas de Cima, retorna de São Paulo/SP trazendo
uma “nova fé”. Em 29/09/1945 é inaugurado o primeiro templo
evangélico da região, ligado à denominação Batista, no povoado de
Roças Novas de Cima, mais precisamente no local hoje denominado
"Noiva do Cordeiro”.
Na área urbana porém, é com Dona. Lair, da família Pedra
dos Santos, ou simplesmente Dona Naná, como era conhecida por
todos, foi por assim dizer, a precursora da causa evangélica na cidade
de Belo Vale.
Dona Naná, em uma época na qual a discriminação religiosa
era muito mais imponente e ostensiva, enfrentou os preconceitos e a
tradição local, abrindo as portas para a difusão e propagação da
“religião evangélica”.
Em um pequeno cômodo em sua casa, à Rua Paraopeba, ela
colocou meia dúzia de pequenos bancos e fez daquele lugar um ponto
de pregação. Com uma velha e surrada Bíblia, iniciou uma
“revolução” no tradicional costume religioso local.
Não seria exagero dizer que, nas pegadas de sua caminhada,
encontraram o caminho aberto, as várias correntes evangélicas hoje
aqui existentes (Nova Jerusalém, Universal, Mundial, Deus é Amor),
com destaque para as já consolidadas Assembléia de Deus,
Evangelho Quadrangular e Batista Nacional.
Mas a primeira comunidade evangélica a atuar em solo
belovalense foi a Igreja Batista da Convenção Batista Brasileira
(CBB), que realizou um trabalho missionário nos arredores de Roças
Novas de Cima. Ali foi construído, na primeira metade do século
passado, um pequeno templo de belas características no alto de uma
colina.
Este trabalho começou no dia 26 de julho de 1936, quando o
Sr. Ramiro Vicente Fernandes, um antigo morador do lugar que havia
se mudado para São Paulo, retornou para a terra natal. Este viveu por
certo tempo propagando sua “nova” fé. Em março de 1945 foi
iniciada a construção da “Igrejinha” e inaugurada em 29/09/1945.
Hoje, resta no lugar, como fruto deste trabalho, algumas
famílias que se mantiveram fiéis aos padrões bíblicos. A Capela ficou
muito tempo abandonada, tendo sido recuperada e onde acontecem,
eventualmente, algumas reuniões.
Cabe registrar aqui, os nomes dos Pastores Ailton da
Assembléia de Deus e José Carlos de Souza da Igreja do Evangelho
Quadrangular, que ousadamente se instalaram no início dos anos 80
numa comunidade tradicionalmente católica, propagando a fé
evangélica, deixando um legado que hoje é real e inquestionável.
7.20 CARTÓRIOS
O Cartório de Registro de Pessoas Naturais de Belo Vale
(Distrito Sede), foi instalado em 26/12/1878, portanto ainda
no período imperial.
O Cartório de Registro de Imóveis foi instalado em
01/04/1955, sendo que até então os registros eram efetivados
em Bonfim, que era a sede da Comarca.
A grande preciosidade, no entanto, é o Cartório de Registro
Civil e Tabelionato de Notas do Distrito de Santana do
Paraopeba (Costas), que data de 16/08/1856. Instalado cerca
de cem anos antes do Cartório de Registro de Imóveis, é sem
dúvida a instituição civil mais antiga do Município.
CAPÍTULO VIII
A HISTÓRIA DA COMARCA DE
BELO VALE
Tal qual se deu com a questão da Paróquia, com sucessivas
alterações de sede, também a Comarca de Belo Vale passou por
situação parecida, já tendo pertencido à Comarca de Bonfim e de
Congonhas.
Em dezembro de 1953, quando da emancipação dos Distritos
de Moeda e Coco, a Lei Estadual 1.039 criou a Comarca de Belo
Vale, incluindo o novo Município recém-criado. Em 1969, o
Município perdeu a condição de Comarca readquirindo esta condição
em 1986.
A Comarca só foi reinstalada em 13/09/1994, na
administração do Sr. José Fernandes Braga, com sua jurisdição
abrangendo apenas o Município de Belo Vale.
Com o número reduzido de processos, Belo Vale enfrentou,
constantemente, o “fantasma” de perder a condição de Comarca. Foi
iniciado um trabalho político para sua consolidação, que envolveu os
Prefeitos de Belo Vale e Moeda, à época, Srs. João Eustáquio e Luiz
França, além das duas Câmaras Municipais, Deputados e amigos.
Uma das formas de amenizar, consideravelmente, a situação,
era a volta do Município de Moeda para a jurisdição da Comarca de
Belo Vale. Se existiam pessoas empenhadas para que isto
acontecesse, também se enfrentava forte oposição.
Entre aquelas autoridades que se envolveram na questão, teve
forte participação, a Câmara Municipal de Belo Vale. No dia
26/03/1998, alguns Vereadores belovalenses, juntamente com o
Prefeito de Belo Vale, reuniram-se com o Prefeito de Moeda, Sr. Luiz
França, quando foi sugerida uma visita dos Edis belovalenses à
Câmara Municipal de Moeda.
Coincidentemente, neste mesmo dia, aquela Câmara tinha
sessão ordinária marcada. Os vereadores Antônio Geraldo Malta de
Moura, Presidente da Câmara de Belo Vale, acompanhado do
Vereador do PMDB à época, Vicente Moreira dos Santos, ali
compareceram, sendo muito bem recebidos pelos vizinhos e colegas
edis.
Durante a reunião do Legislativo Moedense, o Presidente da
Câmara, Antônio Moura, falou da importância da adesão de Moeda à
Comarca de Belo Vale e das vantagens que isto representaria para
todos, principalmente pela distância entre Moeda e Belo Vale ser
bem menor do que entre Moeda e Brumadinho. Destacou também
que os irmãos moedenses e belovalenses tiveram as mesmas origens
e que Belo Vale já era referência entre os Municípios nas áreas de
Educação, Saúde e Bancária.
Após a manifestação de vários vereadores, foi proposto que se
fizesse um pedido oficial àquela Egrégia Casa, discorrendo sobre a
união das duas cidades na mesma Comarca. Assim, no dia
31/03/1998, em reunião ordinária da Câmara Municipal de Belo
Vale, foi aprovada, por unanimidade, a Indicação 002/1998 de autoria
do Presidente Antônio Moura, endereçada ao Legislativo Municipal
de Moeda, na pessoa do então Presidente daquela Casa, Sr. Antônio
Cézar. Posteriormente, ambas as casas, encaminharam o pedido
formalmente, o que é claro, não foi a única razão da vinda de Moeda
para a Comarca de Belo Vale. As autoridades que analisavam a
questão viram ali, na vontade unânime das duas Câmaras
Legislativas, uma manifestação da maioria das duas comunidades,
através dos seus legítimos representantes.
Finalmente, em 19/01/2001, o Diário Oficial de Minas Gerais
publicou a vinculação do Município de Moeda à Comarca de Belo
Vale. Em março de 2001, o jornal “Folha do Paraopeba” publicou a
matéria “Belo Vale e Moeda de mãos dadas”, anunciando a
conclusão do processo, inclusive reportando à aprovação unânime
das duas Câmaras Municipais. Apenas omitiu, que tal aprovação se
deu na Legislatura 1997/2000.
Recentemente, uma Emenda proposta na alteração da divisão
judiciária do Estado de Minas Gerais quase que retornou o Município
de Moeda à Comarca de Brumadinho, o que provavelmente seria a
extinção da Comarca de Belo Vale.
Uma campanha suprapartidária envolvendo autoridades e
personalidades de ambos os Municípios fez com que a Emenda fosse
retirada.
A campanha que começou com uma publicação e divulgação
no sítio virtual da Igreja Batista de Belo Vale
(www.batistabelovale.com.br) ganhou enorme repercussão e embora
tenha tido vários defensores, coube ao então Deputado Estadual
Lafaiete Andrada, a proposta de retirada da Emenda.
JUÍZES QUE ATUARAM EM BELO VALE COM
MAIOR DESTAQUE
Quando da primeira fase da Comarca (1953-1970), admitia-se
a existência de Juízes “leigos”, inclusive com os Juízes de Paz dos
Municípios vindo a assumir o Exercício das funções de Juiz de
Direito em substituição.
Nesta primeira fase, destacaram-se os Juízes Titulares, Dr.
João Lúcio dos Santos e Dr. João Quintino. Oportunamente, seja por
vacância do cargo, licenciamentos ou férias, foram substituídos pelos
Juízes de Paz, que eram eleitos pelo voto direto do povo, entre eles
destacando os Senhores Tiago Dias e Antônio Teixeira de Moura,
que chegaram a dar algumas sentenças além de vários despachos.
Na nova fase inaugurada em 1994, raríssimas vezes tivemos
um Juiz Titular, sendo que a Comarca funcionou até o presente, na
maioria das vezes, com a presença de Juízes em cooperação das
vizinhas Comarcas de Bonfim, Congonhas e Conselheiro Lafaiete.
Destaque para os Magistrados:
Dra. Luziene Medeiros – Juíza Titular.
Dr. Marco Aurélio Ferrara Marcolino – Juiz Cooperador de
Bonfim.
Dr. Daiton Alves de Almeida – Juiz Cooperador de Bonfim.
Dra. Raquel de Paula Rocha Soares – Juíza Titular.
Dr. Paulo Roberto Caixeta – Juiz Cooperador de Congonhas.
Dr. José Leão Santiago Campos – Juiz Cooperador de
Congonhas e Conselheiro Lafaiete.
Dr. Francisco Eclache Filho – Juiz Cooperador de Congonhas.
Dr. José Aluízio Neves – Juiz Cooperador de Conselheiro
Lafaiete.
Dra. Flávia Generoso de Mattos – Juíza Cooperadora de
Congonhas.
Se por um lado prevalece este rodízio entre os Juízes que
veem cooperar na Comarca de Belo Vale, maior ainda é a alternância
dos Promotores de Justiça. É que o Ministério Público impõe um
rodízio quadrimestral, o que faz com que algumas dezenas de
Promotores já tenham passado por nossa Comarca, tornando ainda
mais difícil mencionar todos, razão pela qual não registramos
nenhum nome, para se evitar um involuntário esquecimento.
CAPÍTULO IX
LOGRADOUROS E PRÉDIOS
PÚBLICOS
NOSSAS RUAS E AVENIDAS
As Ruas e Avenidas, abaixo descritas, receberam suas
respectivas denominações, em homenagem a personalidades que se
destacaram na vida de Belo Vale.
Rua Olívio Villefort (Centro) - Olívio Villefort era um dos
líderes políticos do Partido dos “Periquitos” no Município de
Bonfim, onde se elegeu Prefeito Municipal. Era profundo conhecedor
das leis e adotou Bonfim por sua terra. Belo Vale pertencia à
Comarca de Bonfim e os belovalenses tinham de se deslocar até a
cidade para resolverem suas pendências. Quase sempre, eram
ajudados pelo Sr. Olívio Villefort, que face à amizade com os
belovalenses, foi homenageado com uma rua do centro de nossa
cidade.
Rua Moreira da Rocha – (Niterói) - Moreira da Rocha foi
líder do Partido “João de Barro”, no Município de Bonfim. Foi
Prefeito do Município quando Belo Vale era apenas uma Vila.
Rua Coronel Pedro Rocha (Centro) - Pedro Rocha Possas
era empresário do ramo de laticínios, comerciante e solidário com as
causas sociais. Foi um dos maiores articuladores e membro da
Comissão Pró-Vila, que levou à emancipação de Belo Vale.
Rua Dr. Victor de Freitas (Bairro Niterói) –O Engenheiro
da E.F.C.B., Dr. Victor Figueira de Freitas, desde os primórdios da
Empresa no Município, trabalhou de mãos dadas aos interesses de
Belo Vale. Seu nome figurava antigamente na Rua da Casa Paroquial
que foi alterada para homenagear o Dr. Vitarelli. Passou assim a
denominar uma outra Rua no Bairro Niterói.
Avenida Governador Valadares (Bairro da Estação) -
Benedicto Valladares Ribeiro foi o Governador de Minas Gerais que
assinou o Decreto que transformou Belo Vale em Município, em
17/12/1938.
Avenida Paiva Lopes (Centro) - Paiva Lopes foi
companheiro de Gonçalo Álvares. Bandeirante, segundo a tradição,
desprovida de fundamentação histórica, foi um dos fundadores do
povoado de São Gonçalo do Amarante, popularmente conhecido
como da Ponte. Na verdade ele influenciou o desenvolvimento do
arraial. Foi também um dos construtores das Igrejas de N. S. da Boa
Morte e de São Gonçalo do Amarante.
Rua Gonçalo Álvares (Centro) - Gonçalo Álvares foi
bandeirante e parceiro de Paiva Lopes nas construções das Igrejas de
N. S. da Boa Morte e de São Gonçalo do Amarante, bem como no
desenvolvimento do arraial.
Rua Mário França Pinto (Bairro Vila Carijós – Curumim) - Mário França Pinto, ao visitar a região e maravilhado com as
belezas naturais do lugar exclamou a célebre frase: “que belo vale!”.
Mal sabia que naquele momento rebatizava nossa querida cidade.
Rua Antônio Teixeira de Moura (Bairro Ipanema) -
Antônio Teixeira de Moura foi um conceituado alfaiate. Também foi
Juiz Substituto de Direito da Comarca de Belo Vale, Delegado de
Polícia nomeado pelo Governador do Estado e Juiz de Paz eleito pela
comunidade em eleições diretas e simultâneas à de Prefeito e
Vereadores, na qual obteve uma das mais expressivas votações.
Avenida Antônio de Castro Malta (Bairro Niterói) -
Antônio de Castro Malta foi Juiz de Paz, Tabelião do Cartório de
Registro de Notas, Oficial do Cartório de Registro Civil, político
atuante e membro da Comissão Pró-Vila. Atuou na organização e
preparação das solenidades de instalação do Município, quando da
emancipação política de Belo Vale. Também foi o representante do
Poder Público na inauguração da Ponte Melo Viana em 1926.
Rua Delfino Malaquias de Sena (Bairro Ipanema) -
Delfino Malaquias de Sena era ferroviário e participava ativamente
dos Corais da Igreja. Atleta nos áureos tempos do time do Carijós
Atlético Clube. Juntamente com o Irmão Joaquim e seus
companheiros inseparáveis, José Roza (Tibamba), José Nicomedes,
José Pedra, Benevides Oliveira (Xavita ou Jóia) entre outros, fundou
a Associação Católica Esportiva Belovalense (A.C.E.B.), e foi, se não
o maior, o mais fiel de seus torcedores.
Rua Jovelino Pereira da Silva (Bairro Ipanema) - Jovelino
Pereira da Silva, popularmente conhecido como “Dió”, era de origem
humilde e sempre participou dos trabalhos de assistência aos mais
carentes. Foi um “vicentino” nato e muito caridoso. Um dos que
sempre trabalhou pelo ideal da construção de um hospital em Belo
Vale, muito embora tenha sido esquecido pelas autoridades
municipais da época.
Rua Pe. Absalão Martinho Coelho (Bairro Ipanema) -
Absalão Martinho Coelho foi um padre que serviu em Belo Vale por
muitos anos. Estava presente no incêndio que destruiu um dos
prédios do Seminário do Caraça. Era muito querido por todos e um
mestre ao piano. Compôs a música do Hino de Belo Vale.
Rua Pe. Francisco de Assis Vale (Bairro Ipanema) -
Francisco de Assis Vale, o Padre Vale, serviu por longos anos como
Pároco de Belo Vale. Torcedor “fanático” do Atlético Mineiro, uma
de suas paixões juntamente com a inseparável “latinha de rapé”. Da
geração atual de Belo Vale, batizou, ministrou a primeira comunhão
ou casou quase todos os contemporâneos. Foi sempre muito querido
por todos.
Rua Antônio Rodrigues de Moura (Bairro Ipanema) -
Antônio Rodrigues de Moura era um membro atuante da comunidade
belovalense. Exerceu as funções de Juiz de Paz e Juiz de Direito
substituto.
Rua Milton Monteiro Guimarães (Bairro Ipanema) -
Milton Monteiro Guimarães, foi Prefeito de Belo Vale de 31/01/1959
a 31/01/1963.
Rua José Rafael de Rezende (Bairro Vila Carijós –
Curumim) - José Rafael de Rezende era conhecido como “Juquinha
da Ponte”. Foi dono de uma pequena serraria. Cedeu parte das terras
onde hoje está a entrada principal da cidade.
Rua José Augusto de Rezende (Centro) - José Augusto de
Rezende era o dono do Hotel Paraíso, o mais antigo da cidade. Foi
ainda Juiz de Paz do Município.
Rua Antônio de Freitas Vitarelli (Centro) - Antônio de
Freitas Vitarelli era um médico popular, caridoso e sempre disposto a
atender e ajudar àqueles que precisavam de seus serviços. Muitas
vezes nem recebia. Com seu chapéu e sua “malinha”, estava sempre
pronto a ajudar aqueles que lhe procuravam, fosse a qualquer hora do
dia ou da noite.
Rua José Ubaldo de Castro Malta - (Bairro Santo
Antônio) - José Ubaldo de Castro Malta foi um dos primeiros
funcionários públicos municipais. Membro da Comissão Pró-Vila,
Juiz de Paz e Delegado de Polícia do Município. Não permitia que os
presos fossem maltratados dando-lhes sempre tratamento digno.
Rua Padre Jacinto - Jacinto Pinheiro foi um dos mais
tradicionais párocos de Belo Vale.
Rua Professor Modestino Melo (Bairro Niterói) -
Modestino de Melo foi o primeiro funcionário nomeado do
Município e orador oficial em todos os eventos de destaque. Também
fez parte da Comissão Pró-Vila.
Rua Joaquim Rodrigues Silva (Bairro Bela Vista) –
Joaquim Rodrigues Silva era um dos principais membros da
Comissão Pró-Vila e redator do Jornal "O Bello Valle". Foi o
primeiro Prefeito de Belo Vale, nomeado pelo Governador Benedicto
Valladares. Anos mais tarde voltou ao cargo máximo do Município,
desta vez, consagrado e eleito pelo povo.
Rua Euclides Rodrigues Silva (Bairro Vila Carijós –
Torre) - Euclides Rodrigues Silva era irmão de Joaquim Rodrigues
Silva e foi eleito vereador de Belo Vale. Também foi integrante da
Comissão Pró-Vila, que elaborou todos os trabalhos para a
emancipação de Belo Vale.
Rua Salvador José Maia (Bairro Vila Carijós – Torre) -
Salvador José Maia era líder de folia de reis. Também foi vereador e
Presidente da Câmara Municipal de Belo Vale.
Rua Vicente de Paula Carvalho (Bairro Vila Carijós –
Torre) - Vicente de Paula Carvalho, o Vicente do Eurico, foi
comerciante e político, chegando a se candidatar a vereador.
Rua Antônio Alves Filho (Centro) - Antônio Alves Filho foi
um homem empreendedor e teve sempre uma participação ativa na
comunidade local em seus tempos áureos, tanto política como
socialmente.
Rua Augusto Pedra - Augusto Pedra era membro atuante da
comunidade local. A Rua que leva seu nome está onde, antigamente,
possuía uma gleba de terras.
Rua Antônio Marinho (Niterói) - Antônio Marinho foi
membro da Comissão Pró-Vila e cedeu parte das terras para abertura
de ruas na entrada da cidade. Também foi Juiz de Paz.
Avenida Tancredo Neves (Centro – Vila Carijós) -
Tancredo Neves foi Senador da República, Primeiro Ministro do
Regime Parlamentarista, Governador de Minas Gerais e eleito
Presidente da República.
Praça Padre Virgílio Penido - Virgílio Penido foi pároco de
Belo Vale por muitos anos e membro da Comissão Pró-Vila.
Rua Basilício de Faria (Bairro Niterói) - Basilício de Faria
era o antigo proprietário das terras onde, hoje, está o bairro Niterói.
Cedeu o terreno para o antigo campo do Carijós, sendo também parte
do seu terreno. A rua que hoje leva o seu nome está na principal
entrada da cidade.
Rua Higino Maciel (Bairro Niterói) - Higino Maciel era avô
de dois Vereadores e de um Vice–Prefeito em Bonfim, com forte
apoio da política na região de Belo Vale.
Rua Tereziano (Centro) - Tereziano José Bernardino cedeu
terras para a abertura de ruas na cidade, sendo que seus filhos foram
Juízes de Paz e Tabeliães do Município.
Rua Antônio Martins - Antônio Martins cedeu os terrenos
para a abertura de ruas na Vila Carijós e para a construção do campo
de futebol do Carijós Atlético Clube. Também o campo recebeu o seu
nome.
Rua Victor Mendonça de Castro (Bairro Vila Carijós –
Torre) - Victor Mendonça de Castro era um cidadão estimado e
respeitado por todos. Sempre participou ativamente da vida da
comunidade.
Ponte Melo Viana – A ponte tem uma curiosidade, pois é um
prédio público estadual, ou seja, pertence ao Estado de Minas Gerais
e não ao Município. Melo Viana foi Senador da República e benfeitor
belovalense. A ponte foi parcialmente com as enchentes de 1997
vindo a desmoronar totalmente naquelas de 2008. Foi reconstruída
em 2010 pelo Governador do Estado, Dr. Aécio Neves.
Viaduto Juquinha Braga - "Juquinha Braga" era irmão do
ex-Prefeito, Sr. Marico. Seus filhos também se destacaram na política
local, com Antônio de Castro Braga, se elegendo vereador e
Presidente da Câmara Municipal. Já os Srs. José Fernandes Braga e
Matuzalém de Castro Braga, foram eleitos Prefeitos de Belo Vale.
Passarela "Seu Zé" - A passarela do viaduto recebeu o nome
de “Seu Zé” em homenagem ao Alício do Cassimiro, morto na
travessia férrea.
*****
NOSSAS PRAÇAS
Praça Cláudio Pinheiro (Centro)
É mais conhecida como Praça da Matriz. Cláudio Pinheiro foi
um Deputado sempre bem votado na região. Entre outros benefícios,
ajudou na vinda da energia elétrica através da CEMIG, durante os
mandatos do Governador Israel Pinheiro e do Prefeito Joaquim
Rodrigues Silva, isto em 1967. Quanto à Praça propriamente dita, foi
totalmente remodelada na gestão do Prefeito Milton Monteiro
Guimarães, juntamente com a urbanização da Avenida Presidente
Kennedy. A praça foi descaracterizada com a construção do viaduto,
que foi uma obra necessária e útil para a cidade, mas que poderia ter
sido construído em outro local.
Praça D. Trindade (Bairro Niterói)
Maria da Trindade Lara Pinto foi, por duas vezes, Primeira
Dama de Belo Vale. Era incentivadora e organizadora de trabalhos
sociais. A praça foi uma justa homenagem em reconhecimento pela
sua caridade. Também veio abrir um espaço cultural para a cidade,
embora tal espaço não tenha ainda sido descoberto, a não ser em
algumas raríssimas apresentações artísticas.
Praça Maria Cordeiro (Vila)
Conhecida como Praça da Vila, é um ponto de encontro para
os moradores do bairro, com mesas para jogos de damas e baralho,
sendo muito frequentada à noite e nos finais de semana. O nome de
Dona Maria Cordeiro, que residia em frente a Praça, foi uma propícia
inspiração, já que a mesma gostava de “passar o tempo” jogando
baralho e “proseando” com os amigos.
Praça dos Três Poderes (Centro)
Mais conhecida como Praça da Prefeitura, é erroneamente
chamada por alguns de Praça Professor Lara Rezende. De acordo
com as pesquisas feitas no Livro de Leis da Prefeitura, nada foi
encontrado a respeito da alteração do nome da Praça. Foi encontrada
apenas a permissão para se colocar na Praça dos Três Poderes, um
busto do ilustre filho belovalense e escritor Lara Rezende.
Praça Antônio Manoel
A Praça da saída oeste da cidade, no acesso a Catombeira,
leva o nome de Antônio Manoel, ferroviário e líder da Guarda de
Nossa Senhora do Rosário (Congado) por muitos anos.
Praça Padre Virgílio
O adro da Capela Nossa Senhora do Sagrado Coração de
Jesus, é conhecido como Praça Padre Virgílio, um dos idealizadores e
construtores da Capela e Pároco, à época.
PRÉDIOS PÚBLICOS
Policlínica Municipal D. Maria do Carmo Fernandes
Maria do Carmo Fernandes era mãe do Presidente da Câmara
Municipal, Sr. Antônio de Castro Braga e de dois Prefeitos de Belo
Vale, Srs. José Fernandes Braga e Matuzalém de Castro Braga.
Hospital e Maternidade Henrique Penido
O hospital foi construído e inaugurado pela municipalidade e
mais tarde transferido à rede privada. Recebeu o nome de Henrique
Penido em homenagem a um conceituado farmacêutico local.
Prédio Euclides Rodrigues Silva (Câmara)
A sede do Legislativo Municipal, numa justa homenagem, é
denominada Prédio Euclides Rodrigues Silva, Vereador por dois
mandatos e membro da Comissão Pró - Vila.
Salão Manoel Prado (Câmara)
O Salão Nobre (Plenário) de reuniões da Câmara Municipal
homenageou o Sr. Manoel Salustiano do Prado, Ferroviário,
Vereador, Vicentino e voluntário de trabalhos sociais.
Fórum José Alves Martins
Sede da Comarca de Belo Vale, homenageia o ex Prefeito de
Bonfim Sr. José Alves Martins que também foi proprietário de uma
farmácia em Belo Vale.
Terminal Rodoviário José Pedro dos Santos
A Rodoviária de Belo Vale leva o nome de José Pedro dos
Santos, Delegado de Polícia e Juiz de Paz do Município e pai do
Coronel da Polícia Militar de Minas Gerais, Sr. Benedito Sebastião.
Ambos, pai e filho, mesmo distantes, sempre defenderam os
interesses da municipalidade.
Prédio do Sindicato Rural
A sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Belo Vale,
Moeda e Piedade dos Gerais, leva o nome de Abílio Cerqueira
Pereira. Foi vereador por três mandatos consecutivos, Presidente da
Câmara Municipal em duas Legislaturas, um dos fundadores da
Associação Rural e seu primeiro Presidente. Muito embora não seja
ligado ao Poder Público, merece ser destacado.
Nota do Autor: As Escolas Públicas já foram identificadas no
tópico sobre a educação no Município.
*****
CAPÍTULO X
ESPORTES
ESPORTES
No esporte, a juventude pratica principalmente o voleibol e o
ciclismo. Aliás, diversas medalhas foram conquistas por nossos
jovens, inclusive nos Jogos Estudantis de Minas Gerais, onde alunos
da Escola Estadual Gama Cerqueira, sempre tiveram um grande
destaque no voleibol e no xadrez.
No passado, Belo Vale chegou a ter dois bons times de
Voleibol que faziam belos jogos na região e entre si, na antiga quadra
do Colégio Padre Virgílio. De um lado, o “Manchester” criado e
comandado pela Educadora Cenira do Sabino e onde jogavam:
Lisinho, Tintim, Nenem do Willes, Eduardo, Ernane Rodrigues,
Rafael (Faé) e Sidimar Ruz. De outro, o Atlântida DIRIGIDO PELO
Valmor, que trazia o Alecir, Marcelo Armando, Marconi, Vadinho,
Zé Augusto, Gildésio, Dely e Nando do Djalma.
Merece uma menção honrosa, a Escolinha de Xadrez, criada e
mantida pelo incansável Zé Bitu e família. Desde os primeiros passos
neste esporte, até a conquista de medalhas em vários torneios, há todo
um belo trabalho para o desenvolvimento de muitos belovalenses,
não enquanto campeões, mas acima de tudo, cidadãos.
Outro esporte que tem tido uma boa aceitação é o Taekwondo,
modalidade inserida em nosso meio pelo Professor Giovanni,
Delegado de Polícia, desde que aqui chegou. Em vários torneios tem
sido grande o destaque dos atletas de Belo Vale, inclusive, já tendo
obtido conquista interestadual com o jovem Rodrigo Fernandes.
Temos também alguns atletas maratonistas, que têm
representado nosso Município nas principais provas por todo o
Brasil: São Silvestre, Maratonas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte. Dentre estes atletas, destaca-se o Gerson da Chacrinha.
Muitos de nossos jovens, se devidamente acompanhados e
incentivados, possuíram e possuem talentos, para se destacarem em
muitas modalidades esportivas.
O que tem faltado é apoio ao esporte. Investimentos em áreas
desportivas adequadas e incentivo para que nossos jovens possam
encontrar no esporte, um meio de desenvolverem, mais do que
qualquer outra coisa pessoal, a saúde, a solidariedade, a amizade, o
espírito associativo e comunitário.
Sem dúvida o futebol prevalece sobre todas as demais práticas
esportivas.
Chegamos a ter alguns atletas com passagem pelo futebol
profissional, sem grandes destaques nos últimos tempos, mas tendo
os casos do Walmor e "Tião Moreira", que jogaram na época do
futebol arte, no Náutico de Recife, Vila Nova de Nova Lima e Sete
de Setembro da Capital, como bons exemplos. Também é digno de
nota, a passagem de Agostinho Barbosa, pelos quadros de arbitragem
da Federação Mineira de Futebol. Agostinho chegou ainda a ocupar a
Presidência da Associação dos Árbitros de Minas Gerais e a Vice-
Presidência da Associação dos Árbitros de Futebol a nível nacional.
A supremacia por este esporte pode ser confirmada com
diversas equipes espalhadas por toda a zona rural, com cada povoado
possuindo seu time local.
Na cidade existe a simpática equipe do Vila Nova, mas as
agremiações que se destacaram, e ainda hoje, dividem a atenção dos
desportistas, são o Carijós e a ACEB. Estes são “ferrenhos rivais”
dentro e fora dos campos, apesar de muitos dos principais atletas
belovalenses dos últimos trinta anos, jogarem pelas duas equipes.
No único campeonato municipal, disputado por ambas as
equipes, o Carijós foi o campeão do 1o turno e a ACEB venceu o 2
o
turno.
Motivados pela rivalidade e polêmicas sobre arbitragens, não
disputaram as finais previstas, não se conhece o Campeão daquela
disputa até hoje.
*****
O “CARIJÓS ATLÉTICO CLUBE”
É o mais antigo clube da cidade, um dos mais tradicionais de
toda região e campeão de vários torneios regionais.
O campo de futebol do Carijós era no bairro Niterói, nas
terras do Sr. Basilício de Faria. O Sr. Antônio Pinto, pai do Sr.
Antoninho comprou aquelas terras, mas a viúva do Sr. Basilício
nunca mencionou a existência de um contrato entre a família e a
Diretoria do Carijós.
O Sr. Antônio Pinto continuou permitindo os jogos do Carijós
em suas terras. Mas certa vez, quando seus filhos, Antoninho e
Geraldo, ainda bem moços, passavam com os animais, justamente
durante um jogo entre o Carijós e um time de Conselheiro Lafaiete, a
molecada espantou os animais. O Sr. Antônio Pinto, lançando mão de
uma foice, foi até ao campo, com a partida em andamento e cortou as
traves que eram de madeira, acabando com o jogo e não mais
permitindo que ali se jogasse futebol.
A Diretoria do Carijós, liderada pelo Sr. Joaquim Silva,
acionou a Justiça, mas não obteve sucesso em permanecer com o
campo, pois não havia nenhum documento assinado pelo Sr. Antônio
Pinto autorizando a utilização do terreno.
A polêmica só foi resolvida quando o Sr. Antônio Martins
cedeu o terreno no alto da vila para a construção do campo do
Carijós, e numa justa homenagem, o Estádio foi denominado
“Estádio Antônio Martins”.
O símbolo original do Carijós, era um “índio” que vinha
estampado na camisa do clube. Em virtude de algumas brigas, o
clube começou a ser rotulado, pejorativamente, de “time dos índios”.
Os carijosenses decidiram mudar o símbolo e a escolha recaiu sobre o
“galo carijó”, mantido até hoje.
Nos gramados de seu estádio e nas arenas adversárias, com a
camisa preta e branca e sob o símbolo do galo carijó, seus atletas
desfilaram seu talento e habilidades, honrando a agremiação e suando
a “segunda pele”.
Apesar de omitir um ou outro nome, não há como deixar de
citar: Laranjeira, Roque, Bené Rapadura, Delfino, Chico da Duia,
Tute, Nil, Ladico, Nonô do Sanfona, Nonô Cordeiro, Zé Padre,
Nicomedes, Cabaça, Tito, Rato, Tarcísio Salgueiro, Walmor, Tião,
Trovão, Adair, Vaninho, Paulo Diniz, Nenego, João do Bené,
Diquinho, Vadinho, Nem do Rato, Herivelto, Mauro entre outros.
Com certeza, por manter até hoje a invencibilidade na
categoria principal frente ao seu maior rival, não há como esquecer
um jogo, válido pelo campeonato regional. A ACEB vencia por
quatro gols a um, jogando em seus domínios e quando parecia que,
finalmente, obteria sua primeira vitória frente ao rival, o Carijós com
garra e disposição, alcançou um empate dramático e heroico. O
empate teve sabor de conquista de título, face às circunstâncias da
partida.
Sua apaixonada torcida mantém viva a tradição alvinegra,
tendo entre os seus torcedores mais “fanáticos e históricos”, os
Senhores João Maia, João Duarte, Nate e Gute.
*****
A “A.C.E.B.”
A Associação Católica Esportiva Belovalense foi fundada em
07/09/1968, pelo irmão Joaquim, um seminarista que aqui residiu por
alguns anos, vindo mais tarde a se ordenar Padre.
Com o apoio da comunidade e de vários amantes do futebol,
como Delfino, Nicomedes, Zé Pedra, José Roza, Benevides (Jóia),
Ninico, Luiz Barbosa, Siduca, entre tantos. O clube trouxe ao seio da
sociedade, jovens valores tanto como esportistas quanto cidadãos
como Sílvio, Mixirica, Miranda, Tijolo, Dão, Manoel Teixeira,
Paulinho, Manoel Barbosa, Miro, Tilau, Laci, Claret, Rui, Treco,
Délcio, Oduvaldo, Juca, Cabaça, Carlinhos, Tito, Irã e tantos outros.
Depois de ter sua “casa” no lugar denominado Campo do
Irmão, a ACEB adquiriu seu Estádio próprio, batizado de
“Domingão”, numa justa homenagem a um de seus pioneiros e
técnico, Domingos Eugênio Filho, o Dominguinhos.
Além das jornadas esportivas que lotavam o “campo do
irmão” aos domingos e feriados, a ACEB promovia bailes
memoráveis e as inesquecíveis “horas dançantes” no clube velho
(atual salão irmão Joaquim), no velho salão “cajube” e ainda, na atual
sede social. Bons tempos, nostálgicos e porque não dizer, inocentes,
que não voltam mais.
O clube nunca venceu o Carijós, seu maior rival, na categoria
principal. Seus torcedores, no entanto, não se esquecem de um jogo
válido pela final do 2o turno do único campeonato de Belo Vale
disputado por ambas as equipes. O placar estava 2 x 2 e o empate já
dava o título do returno para a ACEB. No “desespero”, o Carijós foi
todo ao ataque numa cobrança de escanteio. No contra ataque, o
centroavante Manoel Barbosa dominou a bola, ainda no campo de
defesa, ultrapassou a linha média, caminhou pela intermediária e
quando invadiu a área driblando o goleiro carijó, o árbitro apitou
impedimento. Uma grande confusão resultou no término do
campeonato, sem que se houvesse a decisão, já que o adversário tinha
conquistado o 1o turno.
A ACEB também conquistou vários torneios regionais, com
seus atletas trajando primeiro, o verde e amarelo, canarinhos como a
seleção nacional e atualmente o alviceleste.
Sua torcedora símbolo era a D. Nega do Bambu. Coube ao
Deca do Jóia, marcar o primeiro gol da agremiação que nascia, para
“progredir e incentivar o progresso”, seu lema até os dias de hoje.
CAPÍTULO XI
EPÍLOGO
A administração do Município de Belo Vale nunca foi, nem
será fácil para ninguém, ainda que alguns possam imaginar que assim
o seja.
Devido a sua enorme extensão territorial, o custo de
manutenção de estradas, escolas, assistência médica e todas as
demais carências e necessidades de seu povo é altíssimo.
Divergências políticas à parte, não há lugar na história, para
críticas pessoais, pois todos, funcionários, assessores, Vereadores,
Vice–Prefeitos e Prefeitos, de uma forma ou de outra, trabalharam e
contribuíram para o crescimento de Belo Vale. Crescimento neste
caso, não tem conexão com valores financeiros ou econômicos
especificamente.
Belo Vale cresceu ao longo dos anos, na cultura, na
solidariedade, na história e principalmente, na formação de sua
identidade única, forjada no íntimo de cada um de seus filhos e de
seus admiradores.
No fim desta narrativa, fica meu tributo a pessoas que eu vi
nos seus singelos cotidianos, vivendo na singularidade deste Vale tão
Belo: Dona Belmira, Dona Ana do Sílvio, Dona Raimunda Leijoto,
Dona Zezé Faria, Eduardo do Sande, João Carlos, Dió, Manoel
Prado, Nicomedes, Delfino, Zé Pedra, Xavita, João do Gomes, Dona
Maria Rocha, entre tantos que fizeram parte de minha infância, ao
lado de meus avós, Vó Mundica, Mãe Sinhá e Pai Moura.
Como disse um desconhecido autor: “Tudo que deixamos
nessa vida, que não seja apagado pelo vento, pela água, pelo fogo ou
pelo tempo, são os rastros deixados pela memória”.
*****
Nossa história não termina aqui...
Continua sendo vivida por cada belovalense, nato ou por
adoção, que alicerçados em seu rico e belo passado, vive o hoje na
luta incansável por dias ainda melhores...
ANEXOS, MAPAS E FOTOS.
DECRETO-LEI 148 DE 17/12/1938 QUE CRIOU O
MUNICÍPIO DE BELO VALE
FIXA A DIVISÃO TERRITORIAL DO ESTADO,
QUE VIGORARÁ, SEM ALTERAÇÃO, DE 1º DE
JANEIRO DE 1939 A 31 DE DEZEMBRO DE 1943
E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O Governador do Estado de Minas Gerais, usando de
suas atribuições,
Considerando que o decreto-lei nacional no
311, de 2
de março de 1938, que dispõe sobre a divisão territorial do país
estabeleceu que somente por leis quinquenais poderá ser modificado
o quadro territorial – administrativo e judiciário – de qualquer
Unidade da Federação, tanto na delimitação e categoria de seus
elementos, quanto na respectiva toponímia (artigo 16);
Considerando que, pelo decreto-lei no
522, de 28 de
junho último, o Governo Federal prorrogou até 31 de dezembro
próximo o prazo concedido ao Governo de cada Unidade da Federada
para fixar, de acordo com as instruções baixadas pelo Conselho
Nacional Geografia, em primeira lei quinquenal, o novo quadro
territorial respectivo, ao qual será apensa a descrição sistemática dos
limites de todas as circunscrições distritais e municipais que nela
figurarem;
Considerando que a Assembléia Geral do Conselho
Nacional de Estatística, em sua Resolução no
108, de 19 de julho de
último, sugeriu normas para a fixação da nova divisão territorial; (...)
Considerando, também, que o decreto estadual no
88,
de 30 de março de 1938, dando execução à lei nacional no 311; (...)
Considerando, ainda, que a efetiva instalação do novo
quadro territorial do Estado, ora fixado, exige múltiplas medidas
administrativas e que essa instalação será parte integrante de um
notável acontecimento nacional conquanto no dia 1o de janeiro de
1939, entrará em vigor, em todo o país; (...)
Considerando, finalmente; (...)
Decreta:
(...)
Art. 3o–A divisão territorial do Estado, que vigorará de
1o de janeiro de 1939 a 31 de dezembro de 1943, é fixada nesta lei.
(...)
Palácio do Governo, em Belo Horizonte, aos 17 de
dezembro de1938.
Benedicto Valladares Ribeiro–Governador do Estado
18.1 – Anexo 1 do Decreto–Lei 148
de 17 de dezembro de 1938.
Quadro da divisão territorial administrativa e judiciária do Estado
para o quinquênio 1939-1943.
(...)
XXVII – MUNICÍPIO DE BELO VALE (No 48)
a) LIMITES MUNICIPAIS
1 – Com o Município de Bonfim:
Começa no entroncamento do divisor entre os ribeirões de
São Mateus e dos Cordeiros com o divisor da vertente da margem
direita do ribeirão Macaúbas, no alto próximo do “Curral Moreira”;
continua pelo divisor da vertente da margem direita do ribeirão ou rio
Macaúbas até a foz deste, no rio Paraopeba.
2 – Com o Município de Brumadinho:
Começa no rio Paraopeba, na foz do rio Macaúbas; sobe pelo
rio Paraopeba até a foz do córrego dos Gomes; continua pelo divisor
da vertente da margem esquerda do córrego dos Gomes ou Taquaruçu
até o morro do Pai Pedro; segue pelo espigão, contornado as
cabeceiras do córrego Taquaruçu, até defrontar a cabeceira do
córrego de Limeira; desce por este córrego até sua foz, no córrego
dos Martins ou da Papa; atravessa este e segue pelo espigão fronteiro,
passando pelo Alto da Carapuça, até o divisor geral dos rios
Paraopeba e das Velhas.
3 – Com o Município de Itabirito:
Começa no divisor geral entre os rios Paraopeba e das Velhas,
no seu entroncamento com o divisor de águas entre os córregos da
Suzana e da Papa ou dos Martins; continua pelo referido divisor
geral, constituído pela Serra da Moeda, até a Serra das Almas, no
ponto situado entre as cabeceiras do córrego das Almas e ribeirão
Porto Alegre.
4 – Com o Município de Ouro Preto:
Começa na Serra das Almas, no ponto situado entre as
cabeceiras do córrego das Almas e ribeirão Porto Alegre; continua
pela cumiada da Serra das Almas até a Serra da Boa Morte, no ponto
de entroncamento do divisor entre os rios Paraopeba e Itabira com o
divisor de águas entre o rio Maranhão e ribeirão Mata Porcos.
5 – Com o Município de Congonhas do Campo:
Começa na Serra da Boa Morte, no entroncamento do divisor
do ribeirão Mata Porcos e rio Maranhão com o divisor dos rios
Paraopeba e Itabira; continua pelo divisor da vertente da margem
direita do rio Maranhão, passando pelo alto da Casa de Pedra, serra
do Mascate, até o alto do Batateiro; continua pelo divisor da vertente
da margem direita do ribeirão do Esmeril, passando pelas serras da
Boa Vista e dos Paulistas, até o ponto fronteiro à cachoeira do Salto
no rio Paraopeba; alcança este rio, na referida cachoeira.
6 – Com o Município de João Ribeiro:
Começa no rio Paraopeba, na cachoeira do Salto; desce pelo
rio Paraopeba até a foz do córrego Caiuába; sobe por este córrego até
a Lagoa do Bananal; daí sobe o espigão da margem esquerda do
córrego e segue pelo mesmo espigão, entre os córregos Caiuába e
Capela de Santa Cruz, até o alto da moenda; daí, pela Estrada de
Lagoinha a Belo Vale até atingir o córrego Vargem Grande; desce
por este córrego até sua foz, no ribeirão São Mateus, entre as
fazendas Bela Vista e da Grota; sobe pelo ribeirão São Mateus até a
foz do córrego Tamanqueiro; pelo espigão entre este córrego e o
ribeirão e depois, pelo divisor entre os ribeirões São Mateus e
Cordeiros, até o seu entroncamento com o divisor da margem direita
do ribeirão Macaúbas, no alto próximo do “Curral Moreira”.
*****
BIBLIOGRAFIA E MENÇÕES
BIBLIOGRAFIA GERAL DO TRABALHO
LIVROS
‘
BARBOSA, Waldemar Almeida. Dicionário Histórico
Geográfico MG. Editora Itatiaia, Belo Horizonte, 1971, pg.
68.
BARREIROS, Eduardo Canabrava. Roteiro das Esmeraldas.
Editora José Olympio, 1979, págs. 30, 49 a 61.
COSTA, Joaquim Ribeiro. Toponímia de Minas Gerais.
Imprensa Oficial do Estado, 1970, págs. 169 e 363.
GUILHERMINO, César. Minas Gerais, Terra e Povo.
Editora Globo, 1970, pg. 30.
JARDIM, Décio Lima e JARDIM, Márcio Cunha. História e
Riquezas do Município de Brumadinho (págs. 15, 18, 20, 27,
37, 46, 114, 115 e 117) publicado pela Prefeitura Municipal
de Brumadinho, 1982.
MARTINS, Tarcísio. Fazenda Boa Esperança, Belo Vale.
Edição do Autor, Belo Horizonte, 2007.
MOURA, Bertie. Moeda, Nossa Terra, Nossa Gente. Gráfica
e Editora Geraes, 2003, págs. 26, 55.
RESENDE, Antônio de Lara. Memórias (Vol. 1 e 2). Editora
Record, Belo Horizonte, 1972.
SANTOS, Lúcio José dos. História de Minas Gerais.
Imprensa Oficial, Belo Horizonte, 1972, págs. 38 a 43.
SILVA, José Joaquim da. Tratado de Geografia Descritiva
Especial da Província de Minas Gerais. Fundação João
Pinheiro, Belo Horizonte, 1997, pg. 37;
TORRES, João Camilo Oliveira. A Igreja de Deus em Belo
Horizonte. Editora N/d, Belo Horizonte, 1972, págs. 94, 112.
TRINDADE, Cônego Raimundo. Instituições de Igrejas no
Bispado de Mariana. Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 145,
págs. 96, 263, 287.
VASCONCELOS, Diogo. História Antiga de Minas Gerais.
Editora Itatiaia, Belo Horizonte, 1974, págs. 80 e 88 3a
Edição, Volume I.
LIVROS PÚBLICOS
Lei Orgânica Municipal de Belo Vale. Edição de
Setembro/1999.
Livros de Atas da Prefeitura Municipal de Belo Vale.
Livros de Atas e de Reuniões da Câmara Municipal de Belo
Vale.
Livros de Leis e Livros de Decretos da Prefeitura Municipal
de Belo Vale.
Livros de Portarias e Livros de Registros da Prefeitura
Municipal de Belo Vale.
Livros de Termos de Posse da Prefeitura Municipal de Belo
Vale.
Regimento Interno da Câmara Municipal de Belo Vale.
Edição de Novembro/2000.
PERIÓDICOS E ENCICLOPÉDIAS
Dicionário Escolar de Belo Vale. Adm. 1993/1996 (Com as
devidas correções pelo autor).
Enciclopédia Barsa. Enciclopédia Britannica Editores Ltda.,
Vol. 7, 1966, pg. 87.
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Edição do IBGE,
1958, págs. 184 a 187.
Jornal “Belovalense”, exemplares editados pela Prefeitura
Municipal.
Jornal “O Bello Valle”, edição especial de 28/12/1938.
ARTIGOS E PUBLICAÇÕES LITERÁRIAS
MENEZES, Ivo Porto de (Arquiteto). Histórico da Comissão
Arquidiocesana de Arte Sacra (C.A.A.S.) – (Paróquia de Belo
Vale).
MOURA, Antônio de Paiva. Artigo. Informativo da Câmara
Municipal de Moeda n° 01.
VASCONCELOS, Salomão. Publicação na Imprensa sob o
título: “Belo Vale na Cronologia Mineira”.
Os personagens da Inconfidência Mineira (pg. 63) – Volume
XVI.
PUBLICAÇÕES ELETRÔNICAS
Sítio da Câmara Municipal de Congonhas/MG.
˂www.camaracongonhas.mg.gov.br˃. Acesso em 02/03/2012.
Sítio do Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais –
IGA (CETEC). www.iga.br˃. Acesso em 02/03/2012.
Sítio do IBGE. ˂www.ibge.gov.br˃. Acesso em 02/03/2012.
Sítio do DER. ˂www.der.mg.gov.br˃. Acesso em 02/03/2012.
Sítio do DNPM. ˂www.dnpm.gov.br˃. Acesso em
02/03/2012.
Sítio das Estações Ferroviárias do Brasil.
˂www.estacoesferroviarias.com.br˃. Acesso em 02/03/2012.
Sítio de Moeda. ˂www.moedamg.com.br˃. Acesso em
02/03/2012.
Sítio de São Gonçalo do Sapucaí.
˂www.tudoave.com/sgs19.htm˃. Acesso em 02/03/2012.
ENTREVISTAS INFORMAIS
BRAGA, Amarílio Augusto da Rocha.
BRAGA, José Fernandes.
CARDOSO, Maria de Paula Malta.
CARMO, Paulo Alves.
EUSTÁQUIO, João.
MACIEL, Geraldo Magela.
RIBEIRO JÚNIOR, Antônio Pinto.
SILVA, Euclides Rodrigues.
VITARELLI, José.
CITAÇÕES E COMENTÁRIOS SOBRE A EDIÇÃO
DO LIVRO DE “SÃO PEDRO DO PARAYPEBA A
BELO VALE. UMA VIAGEM NA HISTÓRIA...”
PUBLICADA PELO AUTOR EM MARÇO DE 2005.
Lançado em março o livro: De São Pedro do Paraypeba a Belo
Vale. Uma viagem na história... , de Antônio Moura. Diz o autor
com certa simplicidade que a obra “conta uma pequena parte da
gloriosa história do povo belovalense”. Quem já viu sabe da riqueza
de detalhes com que a história é contada por ele.
www.dejore.com.br, abril de 2005.
Agradecemos e ressaltamos o trabalho literário do Dr. Antônio
Moura “De São Pedro do Paraypeba a Belo Vale. Uma viagem na
história...”, obra da qual extraímos diversas informações e que
sugerimos como livro de cabeceira para quem se proponha a
conhecer em detalhes a história da cidade.
D.A. Guimarães, A Gazzetta e Guia Objetivo BV 2008.
MOURA, Antônio Geraldo Malta de. De São Pedro do Paraypeba a
Belo Vale: uma viagem na história. Belo Vale: Autor, 2005. 106p.
Obra muito rica em informações sobre o município de Belo Vale,
tanto na história remota quanto a vida administrativa
contemporânea; as atividades econômicas, culturais e sociais de
todos os tempos. O autor soube aproveitar-se das fontes primárias,
secundárias e atividades profissionais exercidas no município para
constituir o elenco de informações sobre Belo Vale. Antônio de Paiva Moura Professor da Escola Guignard – UEMG.
Jornal Circuito Notícias de Brumadinho, MG, 14 de janeiro de 2011.
O Belo vira páginas numa emocionante história revelada por
Antônio Moura (Cocoto). Numa pesquisa constante há mais 09
anos, Antônio Geraldo Malta de Moura, lança seu primeiro livro:
“De São Pedro do Paraypeba a Belo Vale. Uma viagem na
história". Sua noite de autógrafos ocorreu no lugar Kakareco às
19:00 horas do dia 24 de março, abrindo histórias perdidas na
lembrança dos belovalenses. Antônio não pretende parar, prepara
sua segunda edição que estará mais incrementada, ampliando,
trazendo toda realidade do passado para o presente. Antônio leva a
população belovalense a viajar no passado em busca de
conhecimentos. Informativo “O Belo Vira Arte” de 19/08/2005, da Secretaria de Educação
da Fundação Vale do Rio Doce.
O AUTOR
ANTÔNIO GERALDO MALTA DE MOURA
(Popularmente conhecido como “Cocoto”).
Belovalense nascido em 27/10/1964, filho de Sebastião Ferreira
de Moura e Maria da Fé Fernandes Malta Moura. É casado com
Cátia e pai de Lucas e Clara.
Foi Secretário da ACEB na gestão de Adair Pereira.
Chefe de Setor da Mercantil do Brasil Financeira/BH 1984-1995.
Ex-aluno da Escola Gama Cerqueira e do Colégio Padre Virgílio,
concluiu o 2o Grau nos Exames Supletivos da S.E.E./1991.
Credenciado ao Ministério da Igreja Quadrangular/1991.
Formado em Contabilidade no Colégio Minas Gerais, BH/1994.
Líder na Igreja Batista Betel de 1994/1997 e de 2000/2002.
Eleito Vereador de Belo Vale na Legislatura 1997/2000.
Presidente da Câmara no biênio 1997/98.
Vice-Presidente da AVALPA 1997/98.
Atuou na formação dos Conselhos da Saúde, Patrimônio
Histórico, Meio Ambiente e Assistência Social (1997/98).
Bacharelou-se na Faculdade de Teologia Filadélfia
Internacional/1998.
Organizou em 1998, a Associação Evangélica de Belo Vale.
Participou do Censo 2000 como recenseador do IBGE.
Chefe do Serviço da Fazenda do Município de Belo Vale em
2001/2003.
Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente em 2002/2003, organizando a eleição do 1o
Conselho Tutelar Municipal de Belo Vale.
Ajudou a organizar e foi Presidente da Associação dos Bairros
Santo Antônio, Boa Vista e Região (2002/2003).
Membro da Ordem dos Ministros Batistas Nacionais – MG/2002.
Pastor da Igreja Batista Betel Nacional em Belo Vale desde 2002.
Professor substituto de Filosofia, Sociologia e História na Escola
Estadual Dr. Gama Cerqueira – Belo Vale em 2004.
Bacharelou-se na Faculdade de Direito de Conselheiro
Lafaiete/2005 sendo o Orador de sua turma.
Na ORMIBAN/MG atuou como Membro da Comissão de
Política, da Comissão de Reforma do Estatuto e na Comissão de
Sufrágio.
Membro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção MG/2006.
Pós-graduado (Especialista) em Administração de Casas
Legislativas pela Universidade Gama Filho/2010.
Assessor Jurídico da Câmara Municipal de Belo Vale desde 2006.
Aprovado para lecionar Direito Tributário e Direito Financeiro na
FDCL, não houve compatibilização de horários declinando do
convite, 2012.
Recebeu em 15/12/2010, em Sessão Solene do Legislativo
Municipal de Belo Vale, MG, a condecoração de Moção de
Louvor e Aplauso por seu ativismo comunitário.
Lançou em 2005, a Edição Independente do Livro “De São Pedro
do Paraypeba a Belo Vale. Uma viagem na história...”
Agora em 2012, lança o Segundo Livro “Seguindo Viagem pela
História de Belo Vale”, pela Editora Promove.
ESTA PUBLICAÇÃO RECEBEU O
ESSENCIAL INCENTIVO E MANIFESTO
APOIO CULTURAL DA MINERAÇÃO
POLLARIS LTDA.