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José Manuel Diaz FranciscoCoordenador de Comunicação e Segurança
SEGURANÇA NUCLEAR
16.08.2011
Primeira Semana de Engenharia
Nuclear da COPPE / UFRJ
TÓPICOS:
• A Eletrobras Eletronuclear
• Considerações do Projeto
• Licenciamento
• Segurança Operacional
• Evolução do conceito de Segurança
• Cultura de Segurança
• Desafios
• Evoluções
UMA PERSPECTIVA DA EMPRESA
GERAÇÃO
TRANSMISSÃO
DISTRIBUIÇÃO
CONSUMIDORES
Concessionárias
• Industriais
• Residenciais
• Comerciais
• Outros
UMA PERSPECTIVA
DA EMPRESA
Convênios c/ Secr.
Assuntos Estratégicos
da Pres. República &
EPE: novos sítios
(2010)
ANGRA 2
Potência: 1.350 MW
Tecnologia: Siemens/KWU
Operação: Jan/2001
ANGRA 1
Potência: 640 MW
Tecnologia: Westinghouse
Operação: Jan/1985
CONSIDERAÇÕES DA SEGURANÇA NO
PROJETO DAS USINAS
Sistemas de segurança:
• redundantes,
• independentes,
• fisicamente separados e
• de tecnologias diversas.
Sistemas de segurança passivos:
• numerosas barreiras protetoras de concreto e aço,
• os edifícios de contenção
que protegem contra aumento da pressão interna e
LIBERAÇÂO DE RADIAÇÃO e IMPACTOS EXTERNOS
(terremotos, maremotos, inundações e explosões)
Licença Prévia , Licença de Instalação e
Licença de Operação
LICENCIAMENTO AMBIENTALIBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis
LICENCIAMENTO NUCLEARCNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
Aprovação do Local, Licença de Construção,
Autorização para Utilização de Material Nuclear,
Autorização para Operação Inicial e Autorização para
Operação Permanente.
SEGURANÇA OPERACIONAL
Consiste em assegurar que as diversas
formas de operação da instalação não
acarretem nenhum dano
ao trabalhador,
à sociedade e
ao meio ambiente.
SEGURANÇA: CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
Projeto Adequado
e
Construção Apropriada
Adequar o
Desempenho
Humano
Garantir
a
Segurança
Performance Humana
„Mecanizada‟: -análise de função e tarefas
-organizar funcionalmente
-estabelecer estrutura de
comando e controle
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS - FATOS NOVOS
• Séries de acidentes e “quase acidentes”
• Descoberta de deficiências
de projetos
• Descoberta de erros humanos
significativos
• Diversidade das combinações de
acidentes
• Dinamismo e mudanças nas condições da indústria
• Dinamismo e mudanças das condições ambientais
• Evolução tecnológica
• Mudanças e consequentes pressões do ambiente
externo
1979: Acidente em Three Mile Island 2,
EUA - Fatores Humanos
Reator a água e grafite
RMBK
1986: Acidente em Chernobyl 4,
Ucrânia - Fatores Humanos e
Organizacionais
PWR
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS - FATOS NOVOS
03/2011: Acidente em Fukushima Daiichi
- Japão
BWR
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
CHERNOBYL: A International Atomic Energy Agency
(IAEA) desenvolve estudo das causas do evento.
Criado o International Nuclear Safety Advisory Group
(INSAG), que indicou:
Emitido o documento Nº 75-INSAG-4, Safety Culture
IAEA
CULTURA DE SEGURANÇA
DEFICIENTE EM CHERNOBYL
CULTURA DE SEGURANÇAIAEA Safety Series No 75-INSAG-4 define
Cultura de Segurança como:
“O conjunto de características e atitudes nas
organizações e indivíduos que estabelece
como prioridade absoluta que assuntos
relacionados com a segurança recebam
atenção compatível com a importância dos
mesmos”.
Aplicabilidade:. Desenvolvimento do projeto
. Construção e comissionamento
. Operação normal
. Operações especiais: partida, testes e paradas
. Evolução do projeto e da operação
. Situações de emergência
. Descomissionamento da instalação
Atitude
Questionadora
Política de Segurança
Explícita
Estruturas Gerenciais
Recursos
Comunicação
CULTURA DE
SEGURANÇA
Comunicação
Tomada de Ação
Prudente e Rigorosa
Definição de
Responsabilidades
Identificação e Controle
de Práticas de Segurança
Treinamento e Qualificação
Méritos e Penalidades
Auditorias, Revisões e
Comparações
Comunicação
Auto-regulação
Compromisso Individual
Compromisso do
Gerente
Compromisso da
Organização
Cultura de Segurança: O Conceito
Cultura: cultivar, cuidar, desenvolver.
• Sociologia: … tudo o que é aprendido … partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo ….. É o aspecto da vida social que se relaciona com a produção do saber, arte, folclore, mitologia, costumes, etc..
• Antropologia - inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes … aptidões e hábitos … como membro de uma sociedade.
De uma maneira geral, cultura é entendida como o homem fazendo parte do seu ambiente.
Tentativas de mudança cultural em uma organização sempre criam resitências.
Aspectos Básicos da Cultura de Segurança
• Cultura de Segurança faz parte da Cultura
Organizacional, e relaciona todos os tipos e aspectos
de segurança (nuclear, projeto, operacional,
radiológica, industrial, ambiental, física, etc.)
• O objetivo é fazer a Cultura de Segurança forte e
sustentável, fazendo da segurança o foco principal
de todas as atividades.
22
• Idéias
• Crenças
• Considerações fundamentais
• Considerações organizacionais
• Consequências da Segurança ou da falta de Segurança
• Palavras, idioma, imagens
• Comportamento
• Objetivos físicos
O “Iceberg”
1986 1991 1999 20021992
INS
AG
1
1995 1999 2003
1998 2006
INS
AG
7
2009
IAEA – DOCUMENTOS RELEVANTES
CARACTERÍSTICAS DA CULTURA DE SEGURANÇA DE UMA ORGANIZAÇÃO
• A Segurança é um valor forte
• A responsabilidade pela Segurança é claramente definida
• A Segurança é integrada em todas as atividades
• A liderança é claramente baseada na Segurança
• Constante busca do aprendizado (learning organization)
(GS-G-3.1)
Cada
Característica
tem diversos
Atributos
Exemplos de Boas Práticas
Políticas de Segurança
Revisões Sistemáticas
Cultura de Segurança
Programas Internacionais (IAEA, WANO)
Planejamento do Trabalho & Análise de Riscos
Medidas e Procedimentos para Situações de Desvios
Fatores Humanos, Procedimentos, Ergonomia, Treinamentos
Gerenciamento do Conhecimento
Programas de Manutenção de Configuração
Indicadores de Desempenho
Programa de Experiência Operacional Interna & Externa
(continua)
• Programa de Experiência Operacional Interna & Externa
Exemplos de Boas Práticas
Evento
Grave
Eventos de
Importância
Média
Eventos
Reportáveis
Pequenos Eventos
e Quase Eventos
(continuação)
ELEVADOS PADRÕES DE SEGURANÇA
ProjetoLicenciamento
& Regulação
Treinamento
I A E A
Organizações Internacionais
Política de Gestão Integrada de Segurança
Pla
no
Estr
até
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Pla
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cia
etc.
Responsabilidade Socioambiental e Monitoração
Práticas Operacionais
Conceito de Defesa em Profundidade
• Avaliação dos riscos
• Barreiras físicas
• Redundâncias
• Medições, Controles, Alarmes e Proteções
• Defesas adicionais - não físicas
• Plano de Emergência
Defesas adicionais - não físicas
Especificações técnicas
Procedimentos normais e de emergência
Treinamento e capacitação de pessoal
Garantia da qualidade
Órgãos Reguladores
Auto avaliações e avaliações independentes
Ferramentas de Desempenho Humano
Avaliação de riscos operacionais
Indicadores de desempenho
Experiência operacional
Plano de ações corretivas
Controle da configuração da instalação
etc.
. Avanços tecnológicos e modernizações
. Mudanças do ambiente
externo
. Globalização
Risco de perder a
configuração da instalação (projeto, documental, operacional e
conhecimento)
Transições econômicas e
políticas
Através de take-overs e, em
alguns casos, por
organizações de outras áreas
de produção
Desafios
(continua)
. Foco na produtividade e competitividade
- Redução de pessoal
- Reorganização, mergers
- Perda do conhecimento e consequente ausência
de foco na segurança e no homem
. Envelhecimento de instalações, pessoal
e organização
Desafios
etc.
Causas Comuns (IAEA)
• Declínio de desempenho sem reação
• Excessivo foco em aspectos técnicos (não “comportamentais”)
• Relações humanas deficientes (ex.: relação da gerência com o
„campo‟ - presença “no campo” com padrões estabelecidos)
• Falta de programas efetivos que permitam uma supervisão
adequada, „convivendo com problemas‟ ao invés de resolvê-
los
• Falta de competência em examinar e entender a importância e
consequencia dos fatores humanos
• Inabilidade e incompetência dos Reguladores em intervir
SALA DE CONTROLE DIGITAL
Angra 3Sala de Controle Angra 2
Sala de Controle Angra 1
Original
Renovada
EVOLUÇÕES DAS SALAS DE CONTROLE
EVOLUÇÕES DOS PROCEDIMENTOS
• Procedimentos de operação normal
• Procedimentos de operações infreqüentes
• Procedimentos de operação anormais
• Procedimentos de emergência
• Procedimentos mais objetivos
• Uso e aderência aos procedimentos
• Identificação de ações que podem afetar a Segurança
• Dupla verificação
• Verificação independente
• Evitar descontinuidade de ações importantes
• Revisão periódica
• Etc.
OUTRAS EVOLUÇÕES
• Comitê de Experiência Operacional (participação de
profissional da área de Fatores Humanos)
• Comitê de Fatores Humanos• Treinamentos (2009: FH para 1.400, ‘trabalho em equipe’ para
200 profissionais de segurança, e diversos em liderança)
• Técnicas Claras de Comunicação (ex.: em 3 vias)
• Auto-verificação (PARE: Pare-Avalie-Realize-Examine)
• Reunião Pré-Trabalho• Reunião Pós-Trabalho
• Observação de tarefa• Política sobre usos de Drogas & Álcool• Avaliação de desempenho
• Avaliação de clima• Etc.
Relatório Pós-Fukushima: Eletronuclear planeja investir R$ 300
milhões em programa de melhoria contínua das usinas de Angra
Em 14/03/2011 criado Grupo de Trabalho -GT para analisar informações
da evolução do evento.
Acompanhados os estudos e propostas dos diversos organismos
nacionais e internacionais (IAEA, WANO, WENRA).
Previamente ao acidente, em andamento estudos de melhoria da
segurança das usinas e do plano de emergência.
GT- primeiro relatório. Programa de melhoria contínua (R$ 300 milhões)
para 5 anos:
• auto-avaliação,
• melhoria de projetos e procedimentos,
• fortalecimento da segurança e confiabilidade.
Relatório Pós-Fukushima: Eletronuclear planeja investir R$ 300
milhões em programa de melhoria contínua das usinas de Angra
(cont.)
De imediato, executada uma série de verificações de segurança,
propostas pela Associação Mundial de Operadores Nucleares (WANO)
Em uma segunda etapa, iniciado o desenvolvimento do
chamado teste de estresse para as usinas Angra 1 e Angra 2, de acordo
com o padrão das Associações dos Órgãos Reguladores
Nucleares da Europa Ocidental (WENRA) - avaliação
das condições existentes frente a acidentes
além das bases de projeto.
Relatório Pós-Fukushima: Eletronuclear planeja investir R$ 300
milhões em programa de melhoria contínua das usinas de Angra
(cont.)
Foco em quatro áreas
1) Verificação das bases de projeto (estruturas/sistemas/equipamentos):
• Onda – usinas preparadas para onda de até 4m. Implantar um sistema
de monitoração de movimento de mar. Acessos aos edifícios de
segurança de Angra 1 e 2 a 5,6ms. Angra 3 será 6,6ms.
• Tsunamis - Local de baixo risco sísmico, não sujeito a tsunamis.
• Chuvas – estudos das cotas de alagamento para pior chuva em mil e 10
mil anos.
• Encostas – Já têm monitoramento contínuo. Nova verificação
independente.
• Tornados – Angra 3 já considera. Estudo para Angra 1 e 2.
• Terremotos – Projeto já conservativo, mas será reanalisado.
(cont.)
Relatório Pós-Fukushima: Eletronuclear planeja investir R$ 300
milhões em programa de melhoria contínua das usinas de Angra
(cont.)
Foco em quatro áreas
2) Definição de medidas para mitigação de acidentes severos:
Recursos para controlar acidentes que excedam as condições postuladas)
Exemplos: implantação de procedimentos e recursos para gerenciamento
de acidentes severos.
3) Definição de recursos externos adicionais para mitigação de
catástrofes naturais. Possibilidade de utilização de equipamentos móveis
para suprimento de energia elétrica e bombeamento de água
para resfriamento do reator e das piscinas de combustível)
4) Reavaliação das condições do plano de emergência.
Exemplo: cais marítimos e diversas quadras
poliesportivas – heliportos.
(cont.)