seminário intolerância gluten
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Trigo e o glúten
Grupo 1:
- Amanda Figueroa;
- Jéssica Teles;
- Layse Cordoba;
- Lucas Ribeiro.
Introdução- O trigo (Triticum aestivum) é a principal fonte de glúten utilizada na alimentação humana:
- É o segundo cereal mais produzido mundialmente (5 a 6 ton/ano);
- Consumo humano: massas alimentícias, farinha, pão, entre outros.
- O glúten também se encontra na cevada, triticale, centeio, aveia.
Glúten:
- É o maior constituinte proteíco de muitos cereais;
- É uma proteína amorfa composta pela mistura de cadeias protéicas longas de gliadina e glutenina.
Introdução
Glúten
Figura 1 - Estrutura do glúten
Fonte: JORNALBIOQUIMICAP, 2014.
Introdução
Doença Celíaca (DC)
Definição:
- Intolerância permanente ao glúten, caracterizada pela atrofia total ou subtotal da mucosa do intestino delgado;
- Enteropatia inflamatória autoimune
- Acomete indivíduos de qualquer idade e de ambos os sexos, com predomínio do feminino(3:1);
- A prevalência na população geral é em torno de 1/200 pessoas;
- É causada por pré-disposição genética.
Doença Celíaca (DC)
Doença Celíaca (DC)
- Quando ingerimos proteínas, estas são “quebradas” no estômago e intestino formando aminoácidos ou dipeptídeos que são absorvidos;
- A molécula de glúten é resistente às enzimas que “quebram” as proteínas e como resultado, “sobra” uma cadeia de 33 aminoácidos que é a fração tóxica (gliadina);
- A gliadina se aloja sob as células da mucosa onde estão as vilosidades e algumas pessoas (celíacos) desenvolvem uma reação imunológica contra a gliadina e destroem a mucosa (onde ela está aderida).
Doença Celíaca (DC)
- Então a gliadina é a fração do glúten envolvida na DC;
- Há outras proteínas quimicamente semelhantes à gliadina que são a hordeína (cevada) e a secalina (centeio) que não são exatamente glúten, mas são consideradas como tal porque são tóxicas para as pessoas com DC também.
Mucosa do intestino delgado com vilosidades atrofiadas
Figura 2 - Microvilosidades intestinais
Fonte: ACELPAR, 2014.
Mucosa do intestino delgado com vilosidades normais
Doença Celíaca (DC)
Figura 3 - Microvilosidades intestinais
Fonte: QUEIROZ, 2014.
Classificação de Marsh
É uma classificação histológica (microscópica) do estado da mucosa intestinal no que se refere à DC.
Ela leva em conta o grau de atrofia e a presença de células inflamatórias. Sua graduação vai de 0 (normal) a 3 (3a, 3b, 3c). O estágio 3c significa atrofia total.
Mesmo no grau mais avançado de atrofia pode haver regressão para o normal com a dieta sem glúten.
Doença Celíaca (DC)
Doença Celíaca (DC)- Além das microvilosidades atrofiadas, outra variante da doença celíaca é a Dermatite Herpetiforme, ou doença de Duhring-Brocq.
- É uma doença cutânea crônica e benigna que se caracteriza por uma sensação de queimadura intensa e coceira. O paciente apresenta lesões de pele pruriginosas apresentando também intolerância permanente ao glúten.
Figura 4 - Dermatite
Herpetiforme
Fonte: WIKIPÉDIA, 2014.
Apresenta-se nas seguintes formas:
clássica, não clássica e assintomática.
Doença Celíaca (DC)
Clássica
- Ocorre nos primeiros anos de vida ( 1° ao 3° ano), onde ocorre a introdução de alimentos como papinha de pão, sopas com macarrão e bolachas;
- Caracteriza-se pela diarréia crônica, vomitos, irritabilidade, anorexia, déficit de crescimento, distensão abdominal e atrofia da musculatura glútea.
Não clássica (ou Atípica)
- Manifesta-se mais tarde, com quadro mono ou paucissintomático. Os pacientes podem apresentar manifestações isoladas, que muitas vezes não chamam tanto a atenção;
- Podem apresentar baixa estatura, constipação intestinal, osteoporose, esterilidade, artrite, fadiga, ganho de peso, manchas e alteração do esmalte dental.
Assintomática (ou Silente)
- Não há sintomas;
- São realizados exames (marcadores sorológicos) em familiares de primeiro grau do celíaco, que têm mais chance de apresentar a doença (10%);
- Deve-se fazer a biópsia do intestino delgado;
-Se não tratada, pode surgir complicações como: câncer de intestino, anemia, osteoporose, abortos de repetição e esterilidade.
Diagnóstico
- Apenas a endoscopia com biópsia do intestino delgado associada à sorologia positiva para doença celíaca permitem o diagnóstico definitivo. Este é o padrão ouro no diagnóstico da
doença celíaca.
- São feitos uso de anticorpos séricos para o diagnóstico da doença celíaca:
• anticorpo antiendomísio IgA (EMA IgA; maior precisão diagnóstica) • Anticorpo anti-transglutaminase tecidual IgA (tTG IgA)
• Anticorpo antigliadina IgA (AGA IgA) • Anticorpo antigliadina IgG (AGA IgG)
Testes sorológicos para a doença celíaca podem ser divididos em dois grupos, baseados nos seus antígenos alvo:
• Testes para anticorpos anti-transglutaminase tecidual (anti-tTG) • Testes para anticorpo antigliadina
Diagnóstico
- Se a DC permanece sem diagnóstico, os riscos são:
- Câncer (excluído câncer colorretal);• Linfomas malignos;
• Neoplasia do intestino delgado;• Tumores orofaríngeos;
• Adenocarcinomas de cólon;• Infertilidade não explicada (12%);
• Osteoporose (risco aumentado em pacientes clinicamente sintomáticos);• Atraso no crescimento;• Doenças auto-imunes.
Tratamento
- Seguir durante toda a vida uma dieta isenta de glúten, que permite a cura do dano das microvilosidades do intestino;
- Durante os primeiros meses de tratamento, evitar consumo de produtos que contenham lactose;
- Celíacos necessitam de uma lista detalhada de alimentos que devem ser evitados.
Qual a relação entre DC e intolerância à lactose?
- A lactose é hidrolisada pela ação da enzima lactase, a qual é produzida nas células intestinais;
- Como na DC existe um dano na célula intestinal, a produção de lactase fica prejudicada e, como conseqüência, há dificuldade na absorção da lactose;
- Essa deficiência melhora com a dieta e, posteriormente o leite poderá ser reintroduzido.
ReferênciasARAUJO, H. M. C.; ARAUJO, W. M. C.; BOTELHO, R. B. A.; ZANDONADI, R. P. Doença celíaca, hábitos e práticas alimentares e
qualidade de vida. Rev. Nutr. [online]. 2010, vol.23, n.3, pp. 467-474.
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EMBRAPA. Trigo. Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/culturas/trigo/>. Acesso em: 19 mar. 2014.
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SDEPANIAN, V. L., MORAIS, M. B, NETO, U.F. Celiac disease: clinical characteristics and methods used in the diagnosis of patients registered at the Brazilian Celiac Association. Jornal de Pediatria. Vol. 77, n° 2. 2001.
JORNALBIOQUIMICAP. O TRIGO E AS DOENÇAS DO CORAÇÃO. Disponivel em: <http://jornalbioquimicap.blogspot.com.br/2012/12/o-trigo-e-as-doencas-do-coracao.html>. Acesso em: 19 mar. 2014.
QUEIROZ, R. P. Doença celíaca. Disponivel em: <http://www.rqueiroznutri.com.br/dica/doenca-celiaca>. Acesso em: 19 mar. 2014.
RIO SEM GLÚTEN. DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE DOENÇA CELÍACA. Disponivel em: <http://www.riosemgluten.com/perguntas_frequentes.htm>. Acesso em: 19 mar. 2014.
WGO - World Gastroenterology Organisation. DOENÇA CELÍACA. Disponivel em: <http://www.worldgastroenterology.org/assets/downloads/pt/pdf/guidelines/celiac_disease_pt.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2014.