seminário nelson werneck sodré

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BIOGRAFIA Militar, comunista, historiador, marxista. Este era Nelson Werneck Sodré nascido no dia 27 de abril 1911, no Rio de Janeiro. Após estudar em escolas públicas e em alguns internatos, ingressou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, em 1924, com 13 anos de idade, e na Escola Militar do Realengo, seis anos depois. Concluído o curso, Sodré foi designado para servir no Regimento de Artilharia de Itu. Chegou a ser instrutor na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, onde lecionava História Militar. Em 1951 foi desligado da Escola devido às posições políticas que assumiu publicamente – desde o início aliou-se à esquerda militar – por participar da diretoria do Clube Militar, empenhada na luta pelo monopólio estatal da pesquisa e exploração do petróleo no Brasil. Outra atitude que desagradou os militares mais conservadores foi a publicação, sob pseudônimo, de um artigo na Revista do Clube Militar, claramente identificado com as posições sustentadas à época pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), contrárias à participação do Brasil na Guerra da Coreia. Em 1955, iniciou suas atividades como professor do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), instituição que ajudou a fundar e consolidar e que contava com a desaprovação dos militares conservadores. Entre 1938 e 1945 publicou algumas centenas de artigos e sete livros: História da Literatura Brasileira , em 1938; Panorama do Segundo Império , em 1939 ; a segunda edição de História da Literatura Brasileira, em 1940 ; Oeste , em 1941 ; Orientações do Pensamento Brasileiro, em 1942 ; Síntese do Desenvolvimento Literário no Brasil, em 1943 ; Formação da Sociedade Brasileira, em 1944 e O que se Deve Ler para Conhecer o Brasil , em 1945 . Após a renúncia do presidente Jânio Quadros (25/08/1961), apoiou a posse do seu sucessor legal, o vice-presidente João Goulart, que fora vetada pelos ministros militares. Por conta disso, foi preso e interrogado durante dez dias e destacado, contra a sua vontade, para servir em Belém. Insatisfeito, passou à reserva no início de 1962 n a patente de general, pois possuía o curso de Estado-Maior.

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Nelson Werneck sodré, marxismo, PCB

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Page 1: Seminário Nelson Werneck Sodré

BIOGRAFIA

Militar, comunista, historiador, marxista. Este era Nelson Werneck Sodré nascido no dia 27 de abril 1911, no Rio de Janeiro.

Após estudar em escolas públicas e em alguns internatos, ingressou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, em 1924, com 13 anos de idade, e na Escola Militar do Realengo, seis anos depois. Concluído o curso, Sodré foi designado para servir no Regimento de Artilharia de Itu.

Chegou a ser instrutor na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, onde lecionava História Militar. Em 1951 foi desligado da Escola devido às posições políticas que assumiu publicamente – desde o início aliou-se à esquerda militar – por participar da diretoria do Clube Militar, empenhada na luta pelo monopólio estatal da pesquisa e exploração do petróleo no Brasil. Outra atitude que desagradou os militares mais conservadores foi a publicação, sob pseudônimo, de um artigo na Revista do Clube Militar, claramente identificado com as posições sustentadas à época pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), contrárias à participação do Brasil na Guerra da Coreia.

Em 1955, iniciou suas atividades como professor do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), instituição que ajudou a fundar e consolidar e que contava com a desaprovação dos militares conservadores.

Entre 1938 e 1945 publicou algumas centenas de artigos e sete livros: História da Literatura Brasileira , em 1938; Panorama do Segundo Império, em 1939; a segunda edição de História da Literatura Brasileira, em 1940; Oeste, em 1941; Orientações do Pensamento Brasileiro, em 1942; Síntese do Desenvolvimento Literário no Brasil, em 1943; Formação da Sociedade Brasileira, em 1944 e O que se Deve Ler para Conhecer o Brasil, em 1945.

Após a renúncia do presidente Jânio Quadros (25/08/1961), apoiou a posse do seu sucessor legal, o vice-presidente João Goulart, que fora vetada pelos ministros militares. Por conta disso, foi preso e interrogado durante dez dias e destacado, contra a sua vontade, para servir em Belém. Insatisfeito, passou à reserva no início de 1962 n a patente de general, pois possuía o curso de Estado-Maior.

Desde então, entregou-se totalmente à atividade intelectual de escritor e ao exercício do magistério no ISEB, onde passou a chefiar o Departamento de História. Foi nesse período que desenvolveu o único trabalho em parceria de sua carreira, História nova do Brasil. Após a deposição do presidente Goulart (31/03/1964) pelos militares, teve seus direitos políticos cassados por dez anos. Refugiado em uma fazenda de parentes em Fernandópolis (SP), foi preso no dia 26 de maio e enviado ao Rio de Janeiro, onde ficou detido durante 57 dias.

Como o regime militar havia tirado de Nelson Werneck Sodré o direito de ensinar, sua atividade passou a ser exclusivamente o estudo e a produção de novos livros. Um dos trabalhos em que continuou se empenhando foi História militar do Brasil, editado pela primeira

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vez em 1965. A última contribuição, e também sua 58a obra, foi publicada em 1995: A farsa do neoliberalismo.

Faleceu em Itu no dia 13 de janeiro de 1999.

Era casado com Yolanda Frugoli Sodré, com quem teve uma filha.

 Em sua tentativa de compreender os processos históricos que deram origem às diversas classes sociais brasileiras, em especial à burguesia nacional e suas relações com as demais classes, Sodré se apoia na visão econômica de tradição marxista, utilizando a categoria modo de produção como base da análise. Tanto sua linha de pesquisa, quanto as ações políticas aproximam-se do comunismo.

ISEB

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O INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS BRASILEIROS OU ISEB FOI UM ÓRGÃO CRIADO EM 1955, NO RIO DE JANEIRO, VINCULADO AO MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO E CULTURA, DOTADO DE AUTONOMIA ADMINISTRATIVA, COM LIBERDADE DE PESQUISA, DE OPINIÃO E DE CÁTEDRA. ERA DESTINADO AO ESTUDO, ENSINO E À DIVULGAÇÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS. O INSTITUTO FUNCIONOU COMO NÚCLEO IRRADIADOR DE IDEIAS E TINHA COMO OBJETIVO PRINCIPAL A DISCUSSÃO EM TORNO DO DESENVOLVIMENTISMO, TEMA IMPORTANTE DURANTE O GOVERNO DE JUSCELINO KUBITSCHEK.

FOI EXTINTO APÓS O GOLPE MILITAR DE 1964, E MUITOS DE SEUS INTEGRANTES, OS ISEBIANOS, FORAM EXILADOS DO BRASIL.

Leandro Konder, filósofo marxista brasileiro

Guido Mantega, economista brasileiro

Bresser Pereira, economista brasileiro

João Quartim de Moraes, professor filosofia e teoria política

Partido Comunista Brasileiro (PCB) é um partido político brasileiro de esquerda, que se define como um partido de militantes e quadros revolucionários que se formam na luta de classes, na organização do proletariado [5] e no estudo teórico das obras de Karl Marx e Friedrich Engels.[6] Sua base teórica para a ação prática é o marxismo-leninismo, que se pauta nos princípios desenvolvidos por Vladimir Lênin [7] .

PCB

Fundado em 25 de março de 1922, seu símbolo, segundo seus estatutos, "é uma foice e um martelo, cruzados, simbolizando a aliança operário-camponesa, sob os quais está escrita a legenda "Partido Comunista Brasileiro". Também conhecido como Partidão, seu número de código eleitoral é o 21.[8] É o partido mais antigo do país ainda em atividade, tendo sido fundado em 1922 e atualmente com 93 anos de existência.

Ceticismo:  falta de crença; descrença, incredulidade, dúvida.

http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/biografias/nelson_werneck_sodre

http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2603:catid=28&Itemid=23

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Werneck_Sodr%C3%A9

MARXISMO

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As linhas básicas do marxismo foram traçadas entre 1840 e 1850 pelo filósofo social alemão Karl Marx e o revolucionário alemão Friedrich Engels, sendo o sistema mais tarde completado e modificado por eles e por seus discípulos, entre eles, Trotsky, Lenine e Stalin.

Marxismo é um método de análise socioeconômica sobre as relações de classe e conflito social, que utiliza uma interpretação materialista do desenvolvimento histórico e uma visão dialética de transformação social. A metodologia marxista utiliza inquéritos econômicos e sociopolíticos e que se aplica à crítica e análise do desenvolvimento do capitalismo e o papel da luta de classes na mudança econômica sistêmica.

Essa doutrina se compõe de uma teoria científica, o materialismo histórico, e de uma teoria filosófica, o materialismo dialético. Segundo o materialismo,  o mundo material é anterior ao espírito e este deriva daquele. Marx chama de infra-estrutura a estrutura material da sociedade, sua base econômica, que consiste nas formas pelas quais os homens produzem os bens necessários à sua vida.

A superestrutura corresponde à estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica. A posição do marxismo, é que a infra-estrutura determina a superestrutura, mas ao tomar conhecimento das contradições, o homem pode agir ativamente sobre aquilo que o determina. As manifestações da superestrutura passam a ser determinadas pelas alterações da infra-estrutura decorrentes da passagem econômica do  sistema feudal para o capitalista. O movimento dialético da história se faz por um motor, que é a luta de classes. Essa luta acontece porque as classes tem interesses antagônicos. No modo de produção capitalista essa relação de antagonismo se dá porque o capitalista detém o capital e o operário não possui nada, tendo que vender a sua força de trabalho.

A partir desse ponto, Marx formula uma de suas conceitos mais conhecidos que é a mais-valia. Esse mais-valia é concebida quando o trabalhador vende ao capitalista a sua força de trabalho por um valor estipulado num contrato. Acontece que ele produz mais do que esperado, e como ele fica com tempo disponível dentro da empresa ele produz um excedente que é a mais-valia. Essa mais-valia não é dividido com o trabalhador e fica nas mãos do capitalista que vai acumulando o capital. A mais-valia é portanto o valor que o trabalhador cria além de sua força de trabalho e é apropriado pelo capitalista.

Outro conceito que Marx constrói é o da alienação. O trabalhador quando vende a sua força de trabalho se torna estranho ao produto que concebeu. Essa perda do produto causa outras perdas para o trabalhador, como a separação da concepção e execução do trabalho, e ainda com o avanço tecnológico, ele fica sujeito ao ritmo da linha de montagem, não tendo controle sobre o seu ritmo normal de trabalho. Para que o trabalhador não se revolte, o capitalismo usa de mecanismos de introdução de ideologia na cabeça das pessoas, para que estas se conformem com a situação de desigualdade.

MARXISMO-LENINISMO

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Marxismo-leninismo é uma linha de pensamento político que combina os conceitos de imperialismo e centralismo democrático marxista de Vladimir Lenin e a mudança de foco revolucionário dos países desenvolvidos para os subdesenvolvidos.

O Marxismo-leninismo é uma adaptação das teses do filósofo alemão Karl Marx por parte de Lenin. Formou as bases ideológicas para a criação do bloco comunista centrado na URSS.

A maioria dos atuais partidos comunistas ainda adotam o Marxismo-leninismo como a sua ideologia de base, embora muitos tenham adaptado o termo a novas condições políticas, sociais e econômicas. 

A TEORIA DO IMPERIALISMO

Lenine, com efeito, acrescentou ao marxismo a teoria do imperialismo que veio transformar o dualismo social da luta de classes dos proletários contra o capitalismonum dualismo geográfico global, onde já não são apenas classes que se opõem, mas zonas geográficas  que avançam e recuam. E é, a partir de então, que a doutrina se cristaliza.

Imperialismo é a política de expansão e o domínio territorial, cultural ou econômico de uma nação sobre outras, ou sobre uma ou várias regiões geográficas.

O ESTADO UNIVERSAL

O comunismo soviético, ao apresentar esta intenção de Estado Universal, vai assim transformar-se no Islão do século XX onde, como assinala Jules Monnerot,  o poder temporal e público é acompanhado de um poder menos visível que, operando para além das fronteiras do império, enfraquece e mina as estruturas sociais das comunidades vizinhas. Deste modo, como o Islão conquistador, ignora a distinção do político e do religioso e, se aspira simultaneamente ao duplo papel de Estado universal e de doutrina universal, não é, desta vez, no interior de uma civilização de um 'mundo' coexistindo com outras civilizações, com outros 'mundos', mas à escala da Terra. O sovietismo vai mesmo assumir-se como uma propaganda fidei da pretensa igreja universal de Moscovo, onde os partidos comunistas actuavam como os missionários, como ordens religioso-militares, conforme os ditames do Komintern. e pelo princípio do cujus regio ejus religio. Missionários que, contudo, deveriam hamonizar-se com as tradições locais e aceitar um certo sincretismo religioso (p. 126) Sempre a ânsia pela totalidade da ligação entre a teoria e a prática, sempre o engano sobre o absoluto nesse sucedâneo de religião.

CENTRALISMO DEMOCRÁTICO

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Nos partidos comunistas leninistas, chama-se centralismo democrático a um sistema de organização interno no qual, diante de uma determinada questão programática, as bases do partido tem direito à discussão livre da mesma questão, eventualmente podendo até mesmo constituir facções.

O direito ao dissenso, entretanto, exige a organização de teses escritas, para pautar uma discussão interna. O grupo em discordância defende suas posições e, em seguida, há a votação das questões debatidas.

Determinadas teses tendo em vista questões sensíveis e a eleições para órgãos de direção partidária, passam por este processo deliberativo até o momento em que se chegue a uma decisão ou à escolha de uma direção, ou ambos.

Resolvida a contenda, normalmente por voto majoritário, todos os militantes do partido encontram-se a defender e implementar as posições e teses adotadas, independente da posição defendida pelo filiado.

TROTSKISMO

O trotskismo é a doutrina do revolucionário russo Leon Trotski, que consiste em defender o marxismo-leninismo, combatendo a burocracia no Estado Operário que se fortaleceu com a ascensão de Josef Stálin ao poder em 1924 na URSS. Dos pontos do marxismo-leninismo, Trotsky trabalhou e teorizou a respeito da Revolução Permanente, sua principal divergência com Stalin, que defendia a tese conhecida como "socialismo em um só país" oposta a sua Teoria da Revolução Permanente que defendia a expansão da revolução para além das fronteiras da URSS. No final de sua vida, Leon Trotsky fundou a IV Internacional, que após sua morte não conseguiu levar adiante a luta do seu fundador. Hoje, as diversas correntes políticas que se reivindicam trotskistas têm alguma origem na IV Internacional.

O trotskismo é uma doutrina marxista baseada nos escritos do político e revolucionário ucraniano Leon Trótski. É formulada como teoria política e ideológica e apresentada como vertente do comunismo por oposição ao stalinismo. Em 1946 Hermínio Sacchetta, dirigente trotskista brasileiro nos anos 40 e 50, define assim o trotskismo:

TERCEIRA INTERNACIONAL - COMINTERN

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Do russo Коммунистичекий Интернационал (Kommunisticheskiy Internatsional) abreviação de Internacional Comunista ou III Internacional, reunião internacional dos Partidos Comunistas de diversos países, que funcionou de 1919 até 1943. A Internacional Comunista foi sucessora e continuadora da Primeira Internacional e herdeira das melhores tradições da Segunda Internacional. A fundação da Internacional Comunista significou a criação de um Estado Maior político-ideológico do movimento revolucionário do proletariado. Lênin foi o organizador e inspirador da Internacional Comunista, que defendeu o marxismo revolucionário frente às deformações oportunistas e revisionistas de direita e de "esquerda". A Internacional Comunista buscou a formação de quadros dirigentes dos Partidos Comunistas e a sua transformação em partidos revolucionários de massa, partidos de novo tipo.

A Internacional Comunista foi dissolvida em 1943 como um gesto de conciliação de Stalin para com a Forças Aliadas (Estados Unidos, Inglaterra).

QUARTA INTERNACIONAL

Fundada por Trotski, em 1938, nove anos após ter sido expulso da URSS. Em França os grupos que se reclamavam desta Internacional participaram no movimento de Maio de 1968, onde ganharam alguma influência política. Com muita influência nos conflitos sociais das décadas de 1970 e de 1980. Entre os grupos mais influentes na França: a “Liga Comunista Revolucionária”, fundada em 1938, a “Luta Operária”, a “Voz Operária” bem como o Partido Comunista Internacional, dirigido por Pierre Boussel, dito Lambert.