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SEMINÁRIO REGIONAL SOBRE FUNDOS SOLIDÁRIOS
TEMA: FUNDOS SOLIDÁRIOS PARA UMA AMAZÔNIA SOLIDÁRIA
BELÉM
21 e 22 de Junho de 2011
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PARCEIROS
ABONG
APACC
BANCO DA AMAZÔNIA
CARITAS BRASILEIRA
CONSELHO DAS REDES DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DA AMAZÔNIA
FASE
FORUM PARAENSE DE ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA
SOMEC
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1. Apresentação:
Diversas organizações atuaram decisivamente na concepção e consolidação
do associativismo e cooperativismo na região amazônica, na perspectiva da
autonomia aos empreendimentos solidários.
Uma das alternativas para o enfrentamento às dificuldades dos pequenos
empreendedores na obtenção de financiamentos para os empreendimentos
comunitários foi o desenvolvimento da metodologia dos Fundos Solidários,
ocorrida junto aos grupos em vista de fomentar o empoderamento dos
excluídos, via geração de trabalho e renda, alicerçada nos princípios de
cooperação e solidariedade.
Os recentes apoios de recursos públicos a práticas de fundos solidários
demonstram a sua eficiência e a sua eficácia nos mais diversos espaços em
que são exercidas.
Na Região Norte não existe ainda experiências de apoio implementado pelo
poder público, porém há experiências sendo realizadas. Para que esta prática
ocorra, é necessário um conjunto de ações de promoção das mesmas. Foi
neste contexto que o Seminário de Fundos Solidários ocorreu. Com o intuito de
promover estas práticas e oferecer uma reflexão sobre os fundos solidários na
Amazônia. Ocasionando o nivelamento conceitual entre os participantes sobre
o tema, favorecendo o auto-reconhecimento das práticas como experiências de
fundos solidários, dentro do marco das finanças solidárias, intercâmbiando
experiências, identificando seus avanços e entraves.
O Seminário aconteceu nos dias 21 e 22 de junho de 2011, no auditório
Curumim, prédio da CNBB – Tv. Barão do Triunfo 3151 Bairro do Marco -
contou com cerca de 45 participantes de diversas entidades e grupos, entre
agentes de economia solidaria, agricultores familiares e de comunidades
tradicionais, representantes de bancos de microcrédito e pastorais sociais.
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2. Metodologia:
A proposta para o evento foi à utilização de três mesas.
No primeiro dia (21/06/2011): Duas mesas.
A 1ª mesa designada como “Nivelamento sobre fundos solidários”, a qual teve
como mediação Graça Costa (FASE) e, expositores Ademar Bertucci (Cáritas
Nacional) e Claricio dos Santos (BNB).
Depois de cada apresentação, abre-se espaço para os questionamentos e
esclarecimentos das dúvidas.
A 2ª mesa “Experiência com fundos solidários na Amazônia”. Mediador Daltro
Paiva (ABONG/APACC), expositores Agenor Nepomuceno (ASSEMA), Nazaré
Reis (Rede Bragantina – Santa Luzia), Rosiclei Soares (ABAA) e José Martins
(Rede Bragantina - Bragança).
Após exposição faz-se um “cochicho” e abre-se para fala dos participantes.
Ao segundo dia (22/06/2011): Uma mesa
3ª e ultima mesa “Ações e políticas públicas de apoio aos Fundos Solidários”.
Mediadores: 1º momento Daltro Paiva (Abong/APACC), 2º momento Lindomar
Silva (Cáritas Regional). Expositores: Claricio dos Santos (BNB), Mario Jorge
(Banco da Amazônia) e Graça Costa (Fundo DEMA).
Expositores apresentam e abre-se para questionamentos
Construção de uma agenda estratégica junto aos bancos.
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3. Nivelamento sobre fundos solidários
Graça Costa, mediadora da primeira mesa, faz a acolhida dos participantes
dando boas vindas. Ressaltando objetivos do Seminário e explicitando como se
dará toda a programação do evento.
Ademar Bertucci: Metodologia: Slide “Fundos Solidários e Finanças
Solidárias da Economia Solidária”.
O expositor Ademar Bertucci, fez um breve histórico de como se iniciou o fundo
solidário, e de como a Cáritas entrou nesse processo, juntamente com outros
empreendimentos.
Convidada pelo BNDES, a partir de experiências já vivenciadas por alguns
grupos no estado do Pará que já trabalhavam como economia solidária, a
Cáritas passa a acreditar que é possível se fazer um fundo solidário de
autogestão.
É preciso que se entenda que o fundo solidário é
uma metodologia de ação, que trabalha diferentes
formas de utilização desse recurso na garantia de
alguns princípios básicos, tais quais: formar e
organizar a população permitindo à comunidade
organizada se tornar protagonista do seu próprio
desenvolvimento social e econômico.
Bertucci comenta que, com exceção do Banco do Nordeste, os bancos buscam
a lucratividade, se apoiando na fala de que a sustentabilidade esta na garantia
da sobrevivência do banco, quando na verdade deveriam estar garantindo a
sobrevivência da população.
O fundo solidário se situa como parte da luta da Economia Solidária, o que é
interessante se abrir um parêntese para se falar do SIES – Sistema de
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Informação sobre Economia Solidária – pela primeira vez a economia solidária
faz parte do sistema de informação, hoje existe uma lei que prevê esta
modalidade.
Há seis anos a Cáritas Nacional vem cadastrando empreendimentos que se
caracterizam como economia solidária. O que se pretende com isso? Fazer
com que o Fundo Solidário funcione como uma ação empreendedora de
economia solidária de autogestão.
A Rede de Fundos Solidários existe para fortalecer as ações políticas e para se
tornar visível o estado precisa reconhece o Fundo como uma política publica.
“Inclusão social sem articulação é exclusão” (Bertucci,A.)
Claricio dos Santos: Metodologia: Slide “Por uma política publica de
apoio aos fundos rotativos solidários”
FUNDOS ROTATIVOS SOLIDÁRIOS:
1. É uma metodologia de apoio financeiro às atividades produtivas
2. de caráter associativo
3. mediante compromissos devolutivos voluntários,
4. gerenciados por organizações sem fins lucrativos,
5. considerando formas flexíveis de retorno monetário ou de
equivalência por produto ou serviços,
6. dirigidas para o atendimento de comunidades ou grupos comunitários
7. que adotem princípios de participação e convivência solidária.
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Claricio inicia a conversa falando sobre a proposta do Banco do Nordeste
quanto instituição, ressaltando
que, é necessário que se trate o
fundo solidário como um processo
de política pública, provocando os
participantes ao diálogo para que
possam fazer suas colocações,
críticas e esclarecer dúvidas.
É importante antes mais nada, ao
se pensar na implantação do
projeto, se pensar na diversidade
cultural e territorial, respeitando
que cada espaço possui suas
pluralidades e convergências.
Um desafio: Ser capazes de criar instrumentos que estejam orientados nas
dimensões culturais e territoriais do espaço a ser trabalhado.
O Fundo Rotativo Solidário, sendo uma metodologia de apoio financeiro às
atividades produtivas, mediante compromissos devolutivos e voluntários, pela
primeira vez coloca-se explicitamente que uma organização sem fins lucrativos,
o caso do BNB, esteja no gerenciamento deste projeto.
EIXOS DE ENREDAMENTO DOS FRS
Eixo político: autogestão, autonomia, cooperação,
solidariedade e democracia.
Eixo econômico: intercâmbio, troca e reciprocidade.
Eixo ambiental: agroecologia, inculturação e territorialidade.
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Resumo da apresentação:
1. Diversidade dos Fundos: Diversidades de gerir o fundo respeitando a
dinâmica local.
2. Sustentabilidade do desenvolvimento local territorial x sustentabilidade
bancária: A visão do local muitas vezes entra em confronto com a
visibilidade do banco.
3. Cidadania de autogestão emancipatória (diferente do microcrédito):
Política capaz de atender pessoas excluídas do sistema, a exemplo do
indivíduo que não possui CPF.
4. Incidências política no mundo da vida para além do mercado
5. Reconhecimento público como direito para além do mercantilismo e
empreendedorismo individualista
Claricio “Pelo direito dos trabalhadores produzirem e viverem em
cooperação de maneira sustentável”. Significado do lema: Consiste na
resistência de movimentos sociais associativos e produtivos contra o modelo
econômico hegemônico e excludente.
Abre-se para questionamentos
Daltro: Sendo devolução voluntária como funciona o compromisso de
devolução? É obrigatório quando se entra nesse processo de construção do
fundo? O fundo está sempre ligado a uma formação produtiva?
Aldalice: Baseado nas realidades regionais, no caso da Amazônia, o que seria
mais viável, atendendo as especificidades locais: O microcrédito ou Fundo
Rotativo Solidário? Quais são as exigências de cada um, que possibilite os
princípios levantados por Claricio, como a autogestão, o fortalecimento, a
formação interna, integração da comunidade, a apropriação do conhecimento
não apenas da questão financeira, mas também da gestão política do processo
que leve a autonomia desses grupos?
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Luiz Dantas: Do ponto de vista atual do governo federal, referente à
experiência antecipatória, qual a perspectiva que temos desta experiência
entrar como um marco regulatório de políticas públicas?
Levando em consideração a diversidade de experiências de região para região,
como se analisa os Fundos Rotativos Solidários, sobre tudo nas regiões
metropolitanas de caráter urbano?
Esclarecimento de dúvidas
Ademar: A Cáritas tem um peso muito grande dos Fundos na área rural, o Rio
Grande do Sul a exemplo as experiências tanto rurais e urbanas são bastante
equivalentes, não se pode afirmar que somente a área rural está inserida nesse
processo.
Referente ao Microcrédito e ao Fundo Solidário, pode-se trabalhar os dois
lados, a exemplo do trabalho feito no Ceará, um em Fortaleza e outro em Bom
Jardim. O que se percebe neste jogo? A possibilidade de se aumentar a ação
cidadã.
Devolução voluntária, formalizar no financiamento dos fundos solidários a
discussão do compromisso de devolução voluntária, é nesse caminho que
caímos na idéia que a devolução é um credito e isso supõe a ação e reflexão
da comunidade quando ela se incorpora a um projeto do fundo solidário, passa
a associa a devolução a uma concepção de solidariedade, para garantir que
outras famílias possam ser atendidas pelo fundo. É a adesão da comunidade a
um processo de solidariedade que ajuda ou não a questão do financiamento.
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4. E
xperiências com fundos solidários na Amazônia
Dinâmica de facilitação: Cada entidade convidada apresentou em formato de
slide suas experiências enquanto fundo solidário, partindo do seguinte aspecto:
histórico, tempo de existência, abrangência ou alcance, metodologia, avanços
e dificuldades.
Vídeo: Cordel do Fundo Solidário
Entidades convidadas para a toca de experiências:
A
ssema/MA – Agenor Nepomuceno
R
ede Bragantina/Santa Luzia – Nazaré Reis
A
BAA/Bujarú – Rosiclei Soares
R
ede Bragantina/Bragança – José Martins
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Quem História Alcance Como fazem Avanços Dificuldades
ASSEMA
- Resposta a angústia das mulheres. Relações justas de gênero. - Uma forma de romper com o estigma de que a mulher é apenas o cuidar da casa e dos filhos. - Estratégia: buscar financiamentos capazes de satisfazer anseios produtivos específicos, que possibilite maior integração das mulheres e jovens na unidade de produção familiar, de forma qualitativa e quantitativa na geração de renda.
- Grupos de mulheres. - Jovens no sistema de ensino de alternância (EFR) - 42 comunidades, totalizando 96 famílias beneficiadas.
- Mobilizam a comunidade para identificar e discutir o processo. - Perfil dos envolvidos garantindo o caráter associativo. - Técnico tem o papel de acompanhamento e elaboração técnica do projeto. - Atividades de acordo com a vocação e perfil das famílias.
- Empoderamento das mulheres (capacidade de negociação) e jovens: autogestão do projeto. - Segurança alimentar. - Fortalecimento da equidade nas relações de gênero. - Produção de novos conhecimentos (ligados as lutas e preservação de seus modos de vida).
- Como garantir que se efetive a devolução? - Assessoria técnica em todo o processo (antes-durante-depois) = quadro técnico pequeno da ASSEMA. - Tabus dentro da comunidade = homens que mantém posturas machistas. - Recursos são pequenos frente às demandas que são bem maiores.
COOPERATIVA COMAR GRUPO DE MULHERES DA COMUNIDADE PIMENTEIRA ASSOCIAÇÃO DAS MULHERES (AMOL) (Rede Bragantina/Sta. Luzia do Pará)
COMAR: - Micro-projeto para apoiar as atividades agrícolas GRUPO DE MULHERES: - Formam o fundo a partir de venda de roupas usadas Associação AMOL: - Vendas de produtos e serviços de costura e pintura Uma experiência e
COMAR: - Mulheres e suas famílias, -comunidades de agricultores (as) familiares, - pessoas da comunidade de modo geral.
COMAR: - Acesso aos recursos para apoio e devolução GRUPO DE MULHERES: - Gestão coletiva AMOL: - Gestão coletiva
COMAR: -Melhoria da produção e da infra-estrutura GRUPO DE MULHERES: - Segurança alimentar, venda nas feiras, remédios caseiros, recuperação de práticas medicinais tradicionais, visibilidade da associação. AMOL: -Confiança das sócias, manutenção de um
COMAR: - Foram utilizadas práticas da grande produção (como os insumos químicos)
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Quem História Alcance Como fazem Avanços Dificuldades
vivências ancestrais na comunidade (troca de dias, troca de mão de obra)
capital de giro para manter as atividades Gerais: Autonomia para as iniciativas, Criatividade, Pagamento tributos da associação, Confiança nos grupos, Criação do fundo da Rede Bragantina por meio do trabalho coletivo.
Gerais: Capital é pequeno, Atraso na devolução do recurso investido, Necessidade de formação permanente, Gestão contábil.
ABAA
- Inicia a organização a partir de ações voltadas para a produção de arroz, com apoio de entidades estrangeiras e pelo FNO (BASA), mas o processo faliu porque descuidou do sistema de produção (que era insustentável) e uma política de crédito imediatista e individualista. Retomam o processo a partir de assessoria qualificada, rejuvenescer a associação e ter o foco da sustentabilidade.
-Diversificação de projetos produtivos. - Financiamentos da cooperação internacional e recursos públicos estaduais. - Contratos de venda com o setor privado e fornecimento para o PAA e PNAE - O fundo tem como lastro os 15% do lucro líquido da venda dos produtos, mensalidades das famílias, - Devolução é de produtos e não em dinheiro - Realiza empréstimos
Autonomia produtiva
- Ampliação da estrutura e mecanização para os agricultores(as) associados(as) -Integração produtiva
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Compartilhamento de outras experiências (Participantes do seminário):
Quem História Alcance Como fazem Avanços Dificuldades
Hermínio Feio (SOMEC)
Já existe um conjunto de fundos instituídos. Uma questão central é, que tipo de fundo queremos trabalhar desvinculados dos recursos públicos? Dentro do marco legal dos fundos é preciso discutir sobre as finalidades para o processo de aplicação. Incluir na discussão do Marco Regulatório a questão dos fundos, quando à sua captação e gestão. Outra questão importante a discutir é a questão da tributação em relação aos fundos, uma vez que a lei tributária diferenciada foi desconsiderada pelas normativas da Receita Federal.
A questão das redes é um desafio para a região amazônica, considerando as peculiaridades regionais e a extensão geográfica.
Ter o cuidado de criar a questão da legalidade, mas garantindo o sempre processo.
Jailma Gonçalves (APACC )
Entidade buscou a formação dos agricultores (as), por meio de transição agroecológica.. Identificou que os atendidos (as) não tinham
Como garantir a devolução dos recursos, garantindo a liquidez do fundo e sua sustentabilidade? Como trabalhar de forma articulada as experiências
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recursos para desenvolver as práticas produtivas, para enfrentar isso, a entidade emprestou dinheiro. A partir desta prática houve a criação de uma cooperativa de micro-crédito, que inicialmente deu certo, mas que hoje tem em caixa R$ 200,00, mas emprestados se tem R$ 60.000,00.
que existem em nível local.
Solange Oliveira (RMERA)
Não esquecer de trabalhar a questão do consumo sustentável. Manter permanente atenção quanto às relações de gênero, como se dá a gestão (econômica e política) de forma a garantir a equidade de gênero. A gestão dos empreendimentos é um desafio, no sentido e que muitas vezes as práticas se contrapõem aos próprios princípios da Ecosol. Desafio: aprender a gerenciar, tendo em conta o marco legal que está posto. Capacitação é um elemento fundamental, um processo de aprendizado
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contínuo.
Ademar Bertucci (CARITAS NACIONAL)
Lembra que a OCB é um resquício da ditadura e está nas mãos ou lógica do capital.
Como o processo que estamos iniciando consegue potencializar a busca por uma legislação mais adequada a Ecosol. A mística é um elemento metodológico do processo. Equipamentos + formação técnica não é suficiente, é preciso uma preocupação permanente em relação à formação dos valores novos. A questão dos fundos para além da superação das condições objetivas de miséria. Diferentes origens de fundos (pequenas vendas, recursos externos, recursos públicos) Produção para a segurança alimentar.
A inserção dentro da institucionalidade, traz uma série de exigências. Articular a ação em nível comunitário, mas que deve se ligar com níveis mais amplos.
Nazaré Reis (Rede Bragantina)
Há uma presença ou avanço das multinacionais em relação às oleaginosas (Natura, Berac, ...), disputando a consciência das comunidades e na venda dos produtos.
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Há confronto com as comunidades que estão dentro do processo
Nonato Costa (Banco da Amazônia)
Em relação ao crédito, há pouca ou nenhuma demanda às linhas de crédito, tais como PRONAF Mulher, Mais Alimento, etc. Há muitas linhas de financiamento, que podem ser acessadas.
O crédito é um elo na cadeia do fomento ao desenvolvimento, que deve estar acrescido de uma série de outras ações.
Clarício dos Santo (BNB)
As experiências demonstram a capacidade de fomento de recursos a partir da própria comunidade, ou seja, do espírito associativista.
Como construir uma relação entre as experiências que já existem dos fundos rotativos com os aportes dos Bancos. Outro desafio de dialogar é a possibilidade do diálogo entre os fundos rotativos e os fundos constitucionais.
Cláudio Marques (C. do Araguaia)
Seus limites se deram no sentido da própria origem ligada a agentes fomentadores externos (EMATER, IGREJA, ...) que eram a base de apoio.
Manter o processo do espírito de construção é um desafio. Questões a enfrentar é que os processos devam vir de baixo para cima, qualificando mais pessoas que sejam das comunidades ou estejam a disposição de fazer este fomento desde a comunidade.
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Para fins avaliativos do primeiro dia de Seminário, foi adotada a dinâmica do
QUE BOM, QUE PENA, QUE TAL.
QUE
BOM
- A presença e interação dos bancos - Rever amigos (as) - Exemplo prático - Participação ativa
PENA
- Indisciplina com horário - Celulares ligados - Bancos não podem agir - Faltou apresentar uma experiência de Belém
TAL
- Outros momentos com os bancos - Construir uma agenda com os bancos - Convidar o poder público para dar outros momentos - Organizar o ambiente em círculo - Iniciar com o encontro com dinâmica
Em comemoração a São João, um jantar junino foi oferecido aos participantes.
5. Ações e políticas públicas de apoio aos fundos solidários
Mario Jorge (Banco da Amazônia): Metodologia: Slide “O Banco da
Amazônia”
A criação do Microcrédito no Banco da Amazônia, veio como forma de
provocação para fomentar a necessidade de apoio à população de baixa renda
com atuação no mercado informal em áreas urbanas e rurais da Região
Amazônica. É um financiamento que necessita de uma metodologia específica,
exige organização, inserção no mercado e capacidade empreendedora.
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Processo Metodológico de Microcrédito:
Levantamento Socioeconômico;
Orientação educativa sobre a necessidade do microcrédito;
Gestão e desenvolvimento do empreendimento
5 Cs do Crédito: Caráter, Capacidade, Capital, Colateral e Condições
Consolidação das garantias
Avaliação com base em critérios financeiros e não financeiros
Liberação do crédito
Acompanhamento
Renovação
Público alvo: Mulheres, chefes de família, empreendedoras, com experiência
em atividades produtivas e que tenham dificuldades de acesso ao crédito em
instituições financeiras formais. Pessoas físicas e jurídicas com renda bruta
anual de até sessenta mil reais. Participantes de grupos produtivos, associação
de economia solidária ou cooperativa do mesmo setor econômico.
Resposta a alguns questionamentos feitos pelos participantes:
Por conta da inadimplência se tornar algo corriqueiro, os bancos foram
proibidos de financiar credito para associações, o financiamento somente pode
ser feito a empreendedores individuais.
O banco está disposto a construir uma parceria com a economia solidária:
Microcrédito Orientado X Economia Solidária.
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Claricio dos Santos: Metodologia: Slide “Por uma política pública de
financiamento dos Fundos Solidários”
Desafios para uma política de desenvolvimento regional: O crescimento do
PIB nordestino é maior do que o PIB do Brasil, porém, estatísticas da
Extrema Pobreza continuam concentradas na Região Nordeste.
As estatísticas do SIES apontam que a Economia Solidária está
concentrada no Nordeste, o que contradiz a versão de que o nordestino não
tem o espírito associativista como o povo do sul.
ORIENTAÇÕES DA CARTA-CONVITE, AVISOS E EDITAIS
As propostas devem ser elaboradas levando-se em conta:
• Atuação econômica: é a base de motivação que agrega esforços e
recursos pessoais e outras organizações para produção, beneficiamento,
crédito, comercialização e consumo.
• Solidariedade: expressa na justa distribuição dos resultados alcançados;
nas oportunidades que levam à melhoria das condições de vida de
participantes; no compromisso com um meio saudável; na participação nos
processos de desenvolvimento territorial ou local; nas relações com
movimentos sociais e populares emancipatórios; no bem-estar dos
trabalhadores e consumidores.
Respeito ao meio ambiente: as atividades produtivas não geram
impactos negativos na qualidade de vida dos trabalhador (a)s, e nem
para a reprodução dos bens da natureza.
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COMO FUNCIONA UM FUNDO SOLIDÁRIO?
Recurso financeiro não reembolsável para atividades produtivas solidárias ou de
infra-estrutura comunitária (geralmente atividades coletivas)
A comunidade, apoiada por uma entidade de apoio, seleciona a atividade a ser
apoiada e elabora o projeto (protagonismo comunitário)
A comunidade/o grupo, apoiada pela entidade de apoio, cria um mecanismo de
devolução do recurso para um Fundo Solidário.
A devolução pode acontecer nas mais diversas formas: dinheiro, produtos,
serviços, moeda social, etc.
Os recursos do Fundo Solidário são aplicados pela própria comunidade em outros
projetos comunitários.
Ações integradas: o recurso financeiro não reembolsável apóia atividades de
mobilização, organização comunitária, capacitação e assessoria técnica além das
atividades produtivas
Os beneficiários são pessoas que não têm acesso a outros instrumentos
financeiros, tais como o micro-crédito.
EXEMPLOS DE FUNDOS SOLIDÁRIOS
Programa de cisternas: a família que recebeu uma cisterna contribui pequenos
pagamentos mensais para um fundo comunitário aplicado para beneficiar outras
famílias
Um grupo de famílias recebe cabras, cada família se compromete para devolver
uma ou várias crias para beneficiar novas famílias
Banco de semente: Um grupo de famílias recebe um financiamento para uma
horta ou plantação e devolve sementes para um banco de sementes
Um grupo de produtores de baixa renda recebe um financiamento para iniciar
uma atividade produtiva e se compromete para devolver uma parte do lucro para
um fundo rotativo. Geralmente trata-se de uma devolução sem juro ou devolução
parcial do recurso recebido.
Existe uma grande variedade de práticas de fundos solidários, de acordo com cada
realidade
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Graça Costa (Fundo DEMA): Metodologia: Vídeo “Somos a floresta”
Exibição do Vídeo. Graça Costa faz colocações a cerca do Fundo DEMA.
O Fundo DEMA possui um comitê gestor, constituído por organizações desta
região. A FASE, sendo um dos membros desta comissão foi escolhida para
fazer a gestão jurídica, administrativa e financeira do DEMA.
Situação atual do Fundo DEMA: Ganhou legitimidade. Isso se deu a partir do
trabalho que vem executando de 2003 aos dias atuais.
O recurso recebido pelo DEMA é a receita gerada do valor principal, obtido
através da venda de toras de madeira, que foram extraídas ilegalmente na
Amazônia. Este valor principal é depositado diretamente na receita da União. O
IBAMA, órgão responsável por fazer a negociação da comercialização das
madeiras, juntamente com a FASE, é também o fiscalizador e quem faz o
acompanhamento da alteração bancaria do banco.
Cerca de dois anos atrás, o comitê gestor, começou uma discussão de
aprofundar e ampliar essa experiência, através de debates que pudessem
multiplicar e estimular outras organizações para dar continuidade a
experiências como a do Fundo DEMA.
“Fundo DEMA tem tudo a ver com o que nós
estamos discutindo na consolidação dos fundos
solidários”. Declara Ademar
Finalizando o evento, Solange Oliveira coordena uma dinâmica, da qual
envolve música “Sal da Terra – Beto Guedes”, onde a dinâmica se dá a partir
do canto da mesma e da escolha de trechos da música para serem recitadas,
envolvendo os participantes numa corrente fraterna e uníssona.
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Marcos Leite colabora com o término do Seminário, recitando um poema de
Lila Ripoll, que se chama “Grito”:
Não, não irei sem grito.
Minha voz nesse dia subirá.
E eu me erguerei também.
Solitária. Definida.
As portas adormecidas abrirão
passagem para o mundo.
Meus sonhos, meus fantasmas,
meus exércitos derrotados,
sacudirão o silêncio de convenção
e as máscaras de piedade
compungida.
Dispensarei as rosas, as violetas,
os absurdos véus sobre meu rosto.
Serei eu mesma. Estarei
inteira sobre a mesa.
As mãos vazias e crispadas,
os olhos acordados,
a boca vincada de amargor.
Não. Não irei sem grito.
Abram as portas adormecidas,
levantem as cortinas,
abaixem as vozes
e as máscaras
que eu vou sair inteira.
Eu mesma. Solitária.
Definida.
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AGENDA OU AÇÕES ESTRATÉGICAS APONTADAS
ARTICULAÇÃO GERAL E CRIAÇÃO DE
UMA AMBIÊNCIA FAVORÁVEL
AGENDA COM O BANCO DA AMAZÔNIA
- Incluir no processo de discussão os governos (executivos) e os bancos estaduais. - A composição de um GT sobre Fundos Rotativos Solidários. - Manter uma dinâmica permanente e constante de pressão coletiva sobre os agentes que podem apoiar os fundos solidários. - Estimular a inclusão das ações e iniciativas de FRS que estão sendo vivenciadas na Amazônia num processo mais orgânico do movimento do FRS e da construção de uma Política Nacional de FRS. - Definir com antecedência as demandas e propostas do movimento para o diálogo sobre a questão do FRS. - Investir na rearticulação do movimento Ecosol, identificando e construindo uma agenda política comum entre os seus diversos sujeitos políticos e atores sociais (Fórum, Experiências locais, Rede etc.), sem desconsiderar a singularidade destes sujeitos e atores. - Ter em conta na discussão dos instrumentos regulatórios a ênfase nos processos da Ecosol. - Como garantir condicionantes e exigências legais que expressem a legalidade que queremos, ou seja, uma legalidade que não seja entrave ao fluxo que é próprio do movimento e descaracterização de sua identidade?
- Na relação com o Banco da Amazônia um ponto importante é a discussão sobre orçamento. - Articular as áreas afins do Banco da Amazônia para a questão dos fundos solidários - Analisar as possibilidades apresentadas pelo Banco da Amazônia como início do processo de diálogo (Patrocínio Cultural, as linhas de apoio e financiamento como PRONAF B e Amazônia Florescer , inclusive considerando o protagonismo que o mesmo desenvolverá no Programa de superação da Miséria. - Construir uma agenda proativa de diálogo e interpelação ao Banco da Amazônia em seus diversos níveis institucionais e formatos (informal, formal, institucional). - Dialogar com setores abertos no Banco da Amazônia sobre como o movimento pode contribuir na discussão de revisão do Edital de patrocínio do Banco, seja de modo consultivo ou deliberativo. - Intensificar o diálogo com os bancos - Parte do FNO seja dirigida para o RFS - Aproveitar o momento que o governo se encontra com o Combate a Fome
COMPROMISSOS PRÁTICOS
Criação do GT, Comissão, com a tarefa:
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- Discutir com os bancos para tornar efetivo o apoio aos FRS - Discutir a questão do PRONAF, que tem levado ao endividamento os agricultores (as). - Identificar potenciais apoiadores de fundos, como as empresas que exploram as oleaginosas nativas, em vista de que devolvam o que tem tirado da região. - Organizar um seminário para continuar aprofundando as experiências que foram apresentadas, tanto dos bancos quanto das iniciativas de FRS - Uma agenda de incidência nacional sobre o PPA federal, em vista do diálogo com os bancos. - Considerar na agenda de discussão os aportes de recursos de empresas, tais como a BioVale, Natura, etc - Discutir as questões dos FRS no âmbito dos territórios da cidadania, considerando que há uma grande diversidade de experiências, assim como com o FPES - Um novo seminário efetivamente regional, com a presença dos outros estados da Amazônia - Seminários micro-regionais sobre o tema, para que as organizações locais se apropriem e possam também contribuir. Tendo também a participação de atores institucionais, como o Banco da Amazônia. - Realizar e incentivar o trabalho de base, multiplicando os processos em nível local, estimulando as dinâmicas locais. - Estimular uma relação mais orgânica com o comitê nacional.
NOVAS INCLUSÕES NA COMISSÃO
- Fórum de Empreendedores (as) da Economia
PRÓXIMA REUNIÃO
Data: 4 de julho de 2011,
Local: FASE,
Hora: 15 h.
Pauta:
- Construção da agenda;
- Discussão do processo do Edital de Patrocínio Cultural do Banco da Amazônia.
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AVALIAÇÃO FINAL DO SEMINÁRIO (Dinâmica: QUE BOM, QUE PENA, QUE TAL)
QUE
BOM - Numero expressivo de participantes - Banco da Amazônia do começo ao fim do seminário - Participação de pessoas de outras regiões - Contribuição dos grupos e experiências - Nivelamento e metodologia pensada para o evento - Evento bem pensado do começo ao fim - Comissão pensada para participar deste Seminário PENA - Que já acabou TAL - Sairmos com a chama da esperança acesa - Clareza para construir algo melhor