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[email protected] ou ligue para 11 99832 3766 Revista AutoBus www.revistaautobus.com.br “O ônibus deve ser inovador, inteligente e ter prioridade” Edição 200 - 29 de outubro 2015 www.revistaautobus.com.br Informativo n° 200 Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP https://www.facebook.com/pages/Revista-AutoBus/723249597767433?fref=ts Agora você pode acompanhar a revista AutoBus no Facebook Semanalmente, o segmento de ônibus, seja ele brasileiro ou internacional, tem espaço garantido no Informativo Auto- Bus. Seu perfil vem salientar e confir- mar o debate em torno do transporte público e os benefícios que os serviços de ônibus podem promover em âmbitos urbano ou nas ligações entre cidades. A tendência do amanhã é reforçar mode- los de deslocamentos com reduzido im- pacto negativo ao ambiente. E, estar em conformidade com a divul- gação de um segmento de extrema im- portância em nosso desenvolvimento, com ampla presença no transporte cole- tivo, é essencial neste momento em que se busca a transformação dos atuais conceitos por uma imagem qualificada e moderna do modal, sempre reforçando o lema de que o ônibus, acima de tudo, é o veículo do futuro e da mobilidade. E o futuro é hoje. Ser mais atraente para um público jovem Essa percepção é uma iniciativa para que mais e mais pessoas possam utilizar os serviços de ônibus. Mas, a proposta não nos diz respeito. Enquanto no Brasil, o setor de transporte, mais especificamente o segmento de ônibus, vive cons- tantes lutas para sobreviver, tanto em lucratividade, como em produtividade, lá fora o pensamento é como conquistar mais usuários por meio de uma forma a- traente e moderna. Iniciativas inovadoras é que não faltam e nem faltarão. Para melhor entender o que se passa, no mercado europeu, a Busworld Acade- mia e a União Internacional de Transporte Rodoviário (IRU), mostraram tendên- cias relacionadas a imagem dos ônibus objetivando uma qualificação superior em sua operação. De acordo com especialistas das entidades voltadas ao interesse do modal, por muito tempo pairou uma visão de que os ônibus são um tipo de transporte para pessoas mais velhas, que não ofereciam qualquer estímulo em suas viagens. Po- rém, nos últimos anos, ações da indústria, dos operadores e de alguns poderes públicos, promoveram uma transformação de conceitos ao dispor de seduções internas e externas, com o maior uso da tecnologia de informação e comunica- ção, além de veículos mais modernos com a combinação de serviços especiais. Na atualidade, o que se busca é como aumentar essa atração e de que jeito po- de atingir o público mais jovem. Fala-se até em proporcionar ambientes internos dos ônibus com cores alegres para que as crianças possam ser clientes cativos dos serviços, e ainda no emprego de funções diferenciadas em linhas rodoviárias de médias e longas distâncias, como a oferta de refeições a bordo. Campanhas e marketing exclusivos também são levados em consideração para que as pessoas possam entender o ônibus como um veículo moderno e ideal para suas viagens. Como se vê, o segmento europeu de ônibus trabalha continuamente para que as operações conquistem maior espaço dentre os modais de transporte coletivo. Lá, o ônibus não é considerado um mal necessário. Ele faz parte de uma rede, interagindo com os diversos modais, exibindo uma imagem muito positiva quan- ta aos anseios por uma mobilidade urbana eficaz. Nessa oportunidade, toda a movimentação para se modernizar o modal pode servir de lição para a pátria do ônibus, que tem nos pilares de seu sistema de transporte público o emblema do veículo, transportando milhões e milhões de pessoas diariamente. Há muita coisa a fazer para transformar a imagem desgas- tada do modal aqui. Para isso, é preciso a ignição por parte dos setores envolvi- dos. O futuro dos serviços de ônibus no Brasil depende do agora. Pagando o pato novamente E por falar em serviços de ônibus, uma nova pesquisa feita pelo Ibope, sob en- comenda da CNI (Confederação Nacional da Indústria), mostrou que o transpor- te público urbano continua com nota baixa na avaliação da sociedade brasileira. Se em 2011 os índices de bom ou ótimo ficaram na casa dos 39%, em 2014 ca- iu, ficando apenas com 24% de resultado positivo. Já os que o consideravam ruim ou péssimo passaram no mesmo período de 28% para 36%. Isso é a res- posta pelo descaso do poder público que não olha o transporte coletivo como deveria. No contexto, o modal ônibus foi mais uma vez o agente crítico dessa situação de descrédito, afinal, é o principal meio de transporte de massa no Brasil. O últi- mo levantamento mostra que o tempo perdido dentro dos veículos é um verda- deiro retrocesso em termos de modernização. O ônibus é o que mais gasta tem- po nos deslocamentos. Dentre seus usuários, 22% ficam neles mais de duas ho- ras no deslocamento; 28%, entre uma e duas horas; e 51%, até uma hora. É justificável todo esse processo contrário à sua evolução, pois o sistema, em sua grande maioria dos casos não recebe qualquer menção de melhora ou qualifica- ção, mantendo-se sempre no arcaico modelo de operação. A batalha entre ôni- bus e automóvel pode ser vista diariamente nas médias e grandes cidades bra- sileiras. Por ser um modal flexível, tem todas as condições de ser ampliado e aperfeiço- ado, por meio de uma rede integradora à outros modais e da disponibilidade de serviços avançados, com custos e tempo reduzidos de implantação e condições operacionais muito próximas aos sistemas férreos. Uma chance às suas qualidades Diferente do que acontece na Europa, a indústria brasileira de ônibus não sabe valorizar o seu produto. Marketing é algo muito distante quando o assunto é mostrar toda a qualidade de chassis e carroçarias aqui fabricados. Sem querer fazer comparativos entre a realidade brasileira e europeia, o fato é que os fabri- cantes do velho continente, sendo que algumas marcas também estão instala- das por aqui, ressaltam melhor todas as qualidades que um ônibus pode impri- mir, tanto em serviços rodoviários, como nas operações urbanas, estas mais contundentes. Seja por campanhas eventuais ou publicidade contínua, é comum no mercado europeu ver peças muito bem elaboradas e vídeos que revelam co- mo o modal é importante no desenvolvimento econômico, nas vidas das pessoas e na mobilidade urbana. Cá para os trópicos, o ônibus só aparece em vídeo quando é para receber críti- cas por uma atuação nada merecedora de prêmio, geralmente por uma impren- sa que, em geral, também não compreende os benefícios do transporte público, preferindo o lugar comum do sensacionalismo imediato. Tirando anúncios feitos em veículos editoriais segmentados (revistas), a importância do modal não en- contra em outro canal algum respaldo de valorização. Um automóvel tem todo um apelo de status e modernidade quando é para ser divulgado. Já um ônibus, se perde em meio a um sistema de deslocamento confuso e cheio de percalços na motorização urbana. Dizem que a propaganda é a alma do negócio. Muitas marcas sabem explorar com sabedoria esse lema. Mas, em solo brasileiro, ainda não amadurecemos para trilhar este caminho. Se é preciso inovar na configuração dos ônibus, também é necessário revelar tais novidades, não só para um público segmentado, mas sim para aquelas pes- soas não envolvidas com o setor, muitas das quais usuárias do transporte, para que possam conhecer o que existe de mais moderno no conceito veicular. Se o veículo não é merecedor de um lugar ao sol no ramo publicitário, o que dirá de sua operação, de seus serviços e da forma como poderia ser utilizado de modo eficaz em vários cenários? Não há ênfase em suas características e vanta- gens em função do mesmo não sofrer modificações em sua imagem, em seu u- so. Só lhe resta o papel para servir de painel itinerante de anúncios de variados produtos. É uma mídia sobre rodas que não proporciona a oportunidade de se auto valorizar. Quem sabe um dia, o ônibus possa ser o espelho de sua propa- ganda e a sociedade o enxergue de uma maneira bem mais convidativa. No jogo da produção de ônibus o Brasil mostra grande expertise, mas deixa a desejar em sua transmissão, não exibindo seus principais lances de maneira fascinante. AMD lança nova carroçaria Com sede em Caxias do Sul, a AMD En- carroçadora e Implementadora apresen- tou recentemente seu mais novo produ- to idealizado para o transporte urbano. Com o nome de Alamo, o projeto é iden- tificado para chassis com motorização dianteira. Suas linhas externas seguem a tendência de um visual mais limpo, com materiais utilizados mais leves e com itens que aumentam a segurança e conforto dos passageiros, motoristas e cobradores. Um destaque está na aplicação de uma estrutura diferenciada de peças exter- nas. Os para-choques dianteiro e trasei- ro foram divididos cada um em três par- tes. Assim, dependendo da colisão, não é necessário trocar toda a peça. A AMD ainda ressalta o sistema multiplex, que foi incorporado para o gerenciamento das funções da carroçaria, mostrando preventivamente eventuais problemas que poderão surgir durante a operação. O painel de instrumentos conta com u- ma tela LCD de 7 polegadas interligado com a câmara de ré. A nova carroçaria tem comprimento que varia entre 9,6 a 12,2 metros, largu- ra de 2,50 metros e altura de 3,22 m sem ar-condicionado ou a 3,43 m com ar -condicionado. Busworld 2015 A 41ª edição do maior salão internacional de ônibus foi novamente sucesso em termos de novidades do mercado, novas tecnologias, novos fabricantes e, principalmente, tudo o que o ônibus pode representar para o desenvolvimento e melhoria da mobilidade urbana. Cerca de 410 expositores, sendo 67 diferen- tes fabricantes de ônibus, de 36 países, estiveram presentes em 10 pavilhões do centro de convenções Xpo da cidade belga de Kortrijk, em uma área de qua- se 50 mil m². Uma extensa gama de veículos foi exposta, com versões elétrica, híbrida, a gás natural, diesel ou etanol. Carroçarias com piso baixo, Low Entry ou piso convencional, com degraus, portando de cinco a 28 metros de comprimento. Os mais variados tipos, convencional, articulado, biarticulado, midi e minibus para sistemas urbanos ou rodoviários, atendendo as necessidades e desejos dos passageiros como forma de atraí-los, com preço e serviço para garantir o retor- no sobre o investimento dos operadores. Nada melhor do que passear pelos estandes das principais montadoras para conhecer de perto um pouco do que, deseja-se, um dia chegue ao mercado bra- sileiro. Para quem trabalha no setor ou tem interesse pelo assunto ônibus, o evento é, sem dúvida, um pedacinho do paraíso aqui na Terra. Colaborou José Carlos Secco Foto - Divulgação/Busworld Fotos - Divulgação Foto - Reprodução Foto - Busworld O futuro no lixo Literalmente, o futuro parece estar destina- do ao lixo. Explico melhor. A ficção científica relatada no cinema comprova isso, como por exemplo, a trilogia De Volta para o Futuro, onde um personagem, que já tinha ido para o futuro, abastece a máquina do tempo com restos de alimentos de uma lixeira, e o carro saiu do presente para o futuro voando. Será que das telas a tecnologia de transfor- mação do lixo em combustível pode ser um conceito viável para a atualidade? Para a Scania a resposta é sim. A produção de com- bustível a partir de matéria orgânica para a utilização em veículos do transporte público com um nível baixíssimo de emissões já se encontra disponível. Um chassi da montadora, tem propulsor que pode ser abastecido com um combustível com base orgânica, que pode ser gerado por meio de dejetos de aves, lixo urbano, restos de alimentos entre outras fontes. De acordo com a Scania, a arte ultrapassa os limites da ficção para estar presente na vida real. A inspiração da engenharia da fa- bricante pensa na tecnologia do futuro. Ou melhor, do presente. Foto - Scania Volvo preparada para a produção em série de seu modelo elétrico A Volvo apresentou recentemente na Bus- world o seu modelo elétrico 7900 com a configuração comercial, o que significa di- zer que ele já pode ser produzido em série para aqueles mercados urbanos que têm o compromisso da sustentabilidade ambien- tal. “Estamos alcançando mais um marco em nossa busca por um transporte susten- tável e um ambiente urbano mais limpo e mais silencioso no futuro. Já podemos ofe- recer uma linha de produtos completa, que permite o estabelecimento de um sistema de transporte urbano com ônibus eletrifica- do. Soluções que possibilitam que qualquer cidade avance em direção ao futuro”, disse Håkan Agnevall, presidente da Volvo Buses. O veículo, segundo a Volvo, opera silen- ciosamente e sem emissões, sendo cerca de 80% mais eficiente em energia do que o correspondente convencional a diesel. Suas baterias de íon de Lítio são carregadas tan- to pelo sistema de frenagem regenerativa, como pela rede de energia elétrica no ponto final de cada linha. O carregamento usando a rede elétrica leva entre três e seis minu- tos, isto é, dependendo da topografia, carga e condições climáticas. A configuração dessa nova versão traz u- ma imagem especial. Cada minuto de recar- ga das baterias permite de 5 a 10 minutos de deslocamento. Para a fabricante sueca, a oportunidade de recarregar no ponto final cria uma infraestrutura de ônibus elétrico cujo tamanho e peso deixam de ser afeta- dos pelo tamanho da bateria. O modelo 7900 tem 12 metros de comprimento e dois eixos, com carroçaria de alumínio, três por- tas, piso baixo e um interior claro e areja- do. Foto - Divulgação BYD vence licitação nos EUA A fabricante chinesa de ônibus elétricos BYD venceu há poucos meses uma licita- ção do Departamento de Transportes do Esta- do Washington (WSDOT), EUA, para o forneci- mento de até 800 ônibus em várias categorias, de 9 a 18,5 metros de comprimento, tanto no segmento rodoviário, como urbano. Uma das exigências do contrato era que determinados modelos tivessem sistemas de recarga elétrica sem contato, do tipo wireless , compatíveis aos que serão implantados nas rotas dos veículos. Tal tecnologia foi desenvolvida em parceria entre a BYD e a empresa WAVE. Sua capacida- de é de 50 kW. De acordo com a montadora, o estado norte- americano de Washington continua a mostrar liderança no movimento de eletrificação do transporte, se destacando a nível nacional por tomar uma posição tão firme na melhoria da qualidade do ar de suas cidades. Para essa completa reformulação no modelo de tração a ser aplicado, levou-se em consideração avali- ações rigorosas de cada fabricante e seus produtos alternativos. Fotos - Divulgação

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conta to@rev is taau tobus .com.br ou l i g ue para 11 99832 3766

Revista AutoBus www.revistaautobus.com.br

“O ônibus deve ser inovador, inteligente e ter prioridade”

Edição 200 - 29 de outubro 2015

www.revistaautobus.com.br

Informativo n° 200

Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP

https://www.facebook.com/pages/Revista-AutoBus/723249597767433?fref=ts

Agora você pode acompanhar a revista AutoBus no Facebook

Semanalmente, o segmento de ônibus, seja ele brasileiro ou internacional, tem espaço garantido no Informativo Auto-Bus. Seu perfil vem salientar e confir-

mar o debate em torno do transporte público e os benefícios que os serviços de ônibus podem promover em âmbitos urbano ou nas ligações entre cidades. A tendência do amanhã é reforçar mode-los de deslocamentos com reduzido im-pacto negativo ao ambiente.

E, estar em conformidade com a divul-gação de um segmento de extrema im-portância em nosso desenvolvimento,

com ampla presença no transporte cole-tivo, é essencial neste momento em que se busca a transformação dos atuais

conceitos por uma imagem qualificada e moderna do modal, sempre reforçando o lema de que o ônibus, acima de tudo, é o veículo do futuro e da mobilidade. E o futuro é hoje.

Ser mais atraente para um público jovem

Essa percepção é uma iniciativa para que mais e mais pessoas possam utilizar os serviços de ônibus. Mas, a proposta não nos diz respeito. Enquanto no Brasil, o setor de transporte, mais especificamente o segmento de ônibus, vive cons-tantes lutas para sobreviver, tanto em lucratividade, como em produtividade, lá

fora o pensamento é como conquistar mais usuários por meio de uma forma a-traente e moderna. Iniciativas inovadoras é que não faltam e nem faltarão.

Para melhor entender o que se passa, no mercado europeu, a Busworld Acade-mia e a União Internacional de Transporte Rodoviário (IRU), mostraram tendên-cias relacionadas a imagem dos ônibus objetivando uma qualificação superior em sua operação.

De acordo com especialistas das entidades voltadas ao interesse do modal, por

muito tempo pairou uma visão de que os ônibus são um tipo de transporte para pessoas mais velhas, que não ofereciam qualquer estímulo em suas viagens. Po-rém, nos últimos anos, ações da indústria, dos operadores e de alguns poderes públicos, promoveram uma transformação de conceitos ao dispor de seduções internas e externas, com o maior uso da tecnologia de informação e comunica-ção, além de veículos mais modernos com a combinação de serviços especiais.

Na atualidade, o que se busca é como aumentar essa atração e de que jeito po-de atingir o público mais jovem. Fala-se até em proporcionar ambientes internos dos ônibus com cores alegres para que as crianças possam ser clientes cativos dos serviços, e ainda no emprego de funções diferenciadas em linhas rodoviárias de médias e longas distâncias, como a oferta de refeições a bordo. Campanhas e marketing exclusivos também são levados em consideração para que as pessoas possam entender o ônibus como um veículo moderno e ideal para suas viagens.

Como se vê, o segmento europeu de ônibus trabalha continuamente para que as operações conquistem maior espaço dentre os modais de transporte coletivo. Lá, o ônibus não é considerado um mal necessário. Ele faz parte de uma rede, interagindo com os diversos modais, exibindo uma imagem muito positiva quan-ta aos anseios por uma mobilidade urbana eficaz.

Nessa oportunidade, toda a movimentação para se modernizar o modal pode servir de lição para a pátria do ônibus, que tem nos pilares de seu sistema de

transporte público o emblema do veículo, transportando milhões e milhões de pessoas diariamente. Há muita coisa a fazer para transformar a imagem desgas-tada do modal aqui. Para isso, é preciso a ignição por parte dos setores envolvi-dos. O futuro dos serviços de ônibus no Brasil depende do agora.

Pagando o pato novamente

E por falar em serviços de ônibus, uma nova pesquisa feita pelo Ibope, sob en-comenda da CNI (Confederação Nacional da Indústria), mostrou que o transpor-te público urbano continua com nota baixa na avaliação da sociedade brasileira. Se em 2011 os índices de bom ou ótimo ficaram na casa dos 39%, em 2014 ca-

iu, ficando apenas com 24% de resultado positivo. Já os que o consideravam ruim ou péssimo passaram no mesmo período de 28% para 36%. Isso é a res-posta pelo descaso do poder público que não olha o transporte coletivo como deveria.

No contexto, o modal ônibus foi mais uma vez o agente crítico dessa situação

de descrédito, afinal, é o principal meio de transporte de massa no Brasil. O últi-mo levantamento mostra que o tempo perdido dentro dos veículos é um verda-

deiro retrocesso em termos de modernização. O ônibus é o que mais gasta tem-po nos deslocamentos. Dentre seus usuários, 22% ficam neles mais de duas ho-ras no deslocamento; 28%, entre uma e duas horas; e 51%, até uma hora. É justificável todo esse processo contrário à sua evolução, pois o sistema, em sua grande maioria dos casos não recebe qualquer menção de melhora ou qualifica-ção, mantendo-se sempre no arcaico modelo de operação. A batalha entre ôni-

bus e automóvel pode ser vista diariamente nas médias e grandes cidades bra-sileiras.

Por ser um modal flexível, tem todas as condições de ser ampliado e aperfeiço-ado, por meio de uma rede integradora à outros modais e da disponibilidade de serviços avançados, com custos e tempo reduzidos de implantação e condições operacionais muito próximas aos sistemas férreos.

Uma chance às suas qualidades

Diferente do que acontece na Europa, a indústria brasileira de ônibus não sabe valorizar o seu produto. Marketing é algo muito distante quando o assunto é mostrar toda a qualidade de chassis e carroçarias aqui fabricados. Sem querer fazer comparativos entre a realidade brasileira e europeia, o fato é que os fabri-

cantes do velho continente, sendo que algumas marcas também estão instala-das por aqui, ressaltam melhor todas as qualidades que um ônibus pode impri-mir, tanto em serviços rodoviários, como nas operações urbanas, estas mais contundentes. Seja por campanhas eventuais ou publicidade contínua, é comum no mercado europeu ver peças muito bem elaboradas e vídeos que revelam co-mo o modal é importante no desenvolvimento econômico, nas vidas das pessoas e na mobilidade urbana.

Cá para os trópicos, o ônibus só aparece em vídeo quando é para receber críti-cas por uma atuação nada merecedora de prêmio, geralmente por uma impren-sa que, em geral, também não compreende os benefícios do transporte público, preferindo o lugar comum do sensacionalismo imediato. Tirando anúncios feitos em veículos editoriais segmentados (revistas), a importância do modal não en-contra em outro canal algum respaldo de valorização. Um automóvel tem todo

um apelo de status e modernidade quando é para ser divulgado. Já um ônibus, se perde em meio a um sistema de deslocamento confuso e cheio de percalços na motorização urbana. Dizem que a propaganda é a alma do negócio. Muitas marcas sabem explorar com sabedoria esse lema. Mas, em solo brasileiro, ainda não amadurecemos para trilhar este caminho.

Se é preciso inovar na configuração dos ônibus, também é necessário revelar tais novidades, não só para um público segmentado, mas sim para aquelas pes-

soas não envolvidas com o setor, muitas das quais usuárias do transporte, para que possam conhecer o que existe de mais moderno no conceito veicular.

Se o veículo não é merecedor de um lugar ao sol no ramo publicitário, o que dirá de sua operação, de seus serviços e da forma como poderia ser utilizado de modo eficaz em vários cenários? Não há ênfase em suas características e vanta-gens em função do mesmo não sofrer modificações em sua imagem, em seu u-so. Só lhe resta o papel para servir de painel itinerante de anúncios de variados

produtos. É uma mídia sobre rodas que não proporciona a oportunidade de se auto valorizar. Quem sabe um dia, o ônibus possa ser o espelho de sua propa-ganda e a sociedade o enxergue de uma maneira bem mais convidativa.

No jogo da produção de ônibus o Brasil mostra grande expertise, mas deixa a desejar em sua transmissão, não exibindo seus principais lances de maneira fascinante.

AMD lança nova carroçaria

Com sede em Caxias do Sul, a AMD En-carroçadora e Implementadora apresen-tou recentemente seu mais novo produ-to idealizado para o transporte urbano.

Com o nome de Alamo, o projeto é iden-tificado para chassis com motorização dianteira. Suas linhas externas seguem

a tendência de um visual mais limpo, com materiais utilizados mais leves e com itens que aumentam a segurança e conforto dos passageiros, motoristas e

cobradores. Um destaque está na aplicação de uma

estrutura diferenciada de peças exter-nas. Os para-choques dianteiro e trasei-ro foram divididos cada um em três par-tes. Assim, dependendo da colisão, não

é necessário trocar toda a peça. A AMD ainda ressalta o sistema multiplex, que foi incorporado para o gerenciamento das funções da carroçaria, mostrando preventivamente eventuais problemas que poderão surgir durante a operação. O painel de instrumentos conta com u-

ma tela LCD de 7 polegadas interligado com a câmara de ré.

A nova carroçaria tem comprimento que varia entre 9,6 a 12,2 metros, largu-ra de 2,50 metros e altura de 3,22 m sem ar-condicionado ou a 3,43 m com ar-condicionado.

Busworld 2015

A 41ª edição do maior salão internacional de ônibus foi novamente sucesso em termos de novidades do mercado, novas tecnologias, novos fabricantes e, principalmente, tudo o que o ônibus pode representar para o desenvolvimento e melhoria da mobilidade urbana. Cerca de 410 expositores, sendo 67 diferen-

tes fabricantes de ônibus, de 36 países, estiveram presentes em 10 pavilhões do centro de convenções Xpo da cidade belga de Kortrijk, em uma área de qua-se 50 mil m².

Uma extensa gama de veículos foi exposta, com versões elétrica, híbrida, a gás natural, diesel ou etanol. Carroçarias com piso baixo, Low Entry ou piso convencional, com degraus, portando de cinco a 28 metros de comprimento. Os mais variados tipos, convencional, articulado, biarticulado, midi e minibus para

sistemas urbanos ou rodoviários, atendendo as necessidades e desejos dos passageiros como forma de atraí-los, com preço e serviço para garantir o retor-no sobre o investimento dos operadores.

Nada melhor do que passear pelos estandes das principais montadoras para conhecer de perto um pouco do que, deseja-se, um dia chegue ao mercado bra-sileiro. Para quem trabalha no setor ou tem interesse pelo assunto ônibus, o

evento é, sem dúvida, um pedacinho do paraíso aqui na Terra.

Colaborou José Carlos Secco

Foto - Divulgação/Busworld

Fotos - Divulgação

Foto - Reprodução

Foto - Busworld

O futuro no lixo

Literalmente, o futuro parece estar destina-do ao lixo. Explico melhor. A ficção científica relatada no cinema comprova isso, como por exemplo, a trilogia De Volta para o Futuro,

onde um personagem, que já tinha ido para o futuro, abastece a máquina do tempo com restos de alimentos de uma lixeira, e o carro saiu do presente para o futuro voando.

Será que das telas a tecnologia de transfor-mação do lixo em combustível pode ser um conceito viável para a atualidade? Para a

Scania a resposta é sim. A produção de com-bustível a partir de matéria orgânica para a utilização em veículos do transporte público com um nível baixíssimo de emissões já se encontra disponível.

Um chassi da montadora, tem propulsor que

pode ser abastecido com um combustível com base orgânica, que pode ser gerado por meio de dejetos de aves, lixo urbano, restos de alimentos entre outras fontes.

De acordo com a Scania, a arte ultrapassa os limites da ficção para estar presente na vida real. A inspiração da engenharia da fa-

bricante pensa na tecnologia do futuro. Ou melhor, do presente.

Foto - Scania

Volvo preparada para a produção em série de seu modelo elétrico

A Volvo apresentou recentemente na Bus-world o seu modelo elétrico 7900 com a configuração comercial, o que significa di-zer que ele já pode ser produzido em série

para aqueles mercados urbanos que têm o compromisso da sustentabilidade ambien-tal. “Estamos alcançando mais um marco em nossa busca por um transporte susten-tável e um ambiente urbano mais limpo e mais silencioso no futuro. Já podemos ofe-recer uma linha de produtos completa, que

permite o estabelecimento de um sistema de transporte urbano com ônibus eletrifica-do. Soluções que possibilitam que qualquer cidade avance em direção ao futuro”, disse Håkan Agnevall, presidente da Volvo Buses.

O veículo, segundo a Volvo, opera silen-

ciosamente e sem emissões, sendo cerca de 80% mais eficiente em energia do que o correspondente convencional a diesel. Suas baterias de íon de Lítio são carregadas tan-to pelo sistema de frenagem regenerativa, como pela rede de energia elétrica no ponto final de cada linha. O carregamento usando

a rede elétrica leva entre três e seis minu-tos, isto é, dependendo da topografia, carga e condições climáticas.

A configuração dessa nova versão traz u-ma imagem especial. Cada minuto de recar-ga das baterias permite de 5 a 10 minutos de deslocamento. Para a fabricante sueca, a

oportunidade de recarregar no ponto final cria uma infraestrutura de ônibus elétrico cujo tamanho e peso deixam de ser afeta-dos pelo tamanho da bateria. O modelo 7900 tem 12 metros de comprimento e dois eixos, com carroçaria de alumínio, três por-

tas, piso baixo e um interior claro e areja-do.

Foto - Divulgação

BYD vence licitação nos EUA

A fabricante chinesa de ônibus elétricos BYD venceu há poucos meses uma licita-ção do Departamento de Transportes do Esta-do Washington (WSDOT), EUA, para o forneci-

mento de até 800 ônibus em várias categorias, de 9 a 18,5 metros de comprimento, tanto no segmento rodoviário, como urbano. Uma das exigências do contrato era que determinados modelos tivessem sistemas de recarga elétrica sem contato, do tipo wireless, compatíveis aos que serão implantados nas rotas dos veículos.

Tal tecnologia foi desenvolvida em parceria entre a BYD e a empresa WAVE. Sua capacida-de é de 50 kW.

De acordo com a montadora, o estado norte-americano de Washington continua a mostrar liderança no movimento de eletrificação do

transporte, se destacando a nível nacional por tomar uma posição tão firme na melhoria da qualidade do ar de suas cidades. Para essa completa reformulação no modelo de tração a ser aplicado, levou-se em consideração avali-ações rigorosas de cada fabricante e

seus produtos alternativos. Fotos - Divulgação