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Enlevo e gratidão pela vida e obra de S. Bento Menni
Dia 24 de Abril Um dia memorável para a família hospitaleira
A Casa de Saúde Bento Menni, no âmbito do encerramento das comemorações do I
Centenário da morte de São Bento Menni, levou a cabo um conjunto de iniciativas memoráveis para a família hospitaleira.
O dia começou em clima de festa para as utentes, razão de ser de todo o trabalho desenvolvido na missão hospitaleira e para as quais Bento Menni fundou a Congregação de Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Uma celebração eucarística participada e animada que envolveu um grande grupo de utentes, colaboradores e Irmãs.
Em seguida, a Irmã Isabel Morgado diretora da CSBM deu as boas vindas a um conjunto de pessoas - clínicos, arquitetos e engenheiros, jornalistas e Irmãs, que se reuniram para a reabertura da unidade 01 que foi remodelada com o intuito de proporcionar melhores condições de permanência aos utentes de psiquiatria de médio e longo internamento. Existindo a visão futura de com esta remodelação, e após terminarem as obras nas restantes unidades, podermos dar resposta assistencial a utentes do sexo masculino.
Boletim Janeiro-Abril - Núm.40 Ano 2015 - Casa de Saúde Bento Menni - Guarda
Bairro da Luz 6300-575 GUARDA * Telef.: 271200840 * Web: www.irmashospitaleiras.pt/csbm/
Sumário
- Encerramento Centenário da morte S. Bento Menni . Reabertura Unidade 01 . Eucaristia solene na Sé . Beira de honra
- Dia mundial da saúde . Marcha pela saúde mental
- Dia mundial do doente . Eucaristia . Entretenimento . Gesto da ASAG
- Risoterapia
- O Carnaval
- Pastoral JV . Aldeia da Ponte
- Enfermagem em reflexão . A importância do cuidar em SM . Resiliência em familiares
- Ação Pastoral . Ecos da missão . O Filho do carpinteiro . Via-Crucis . Só Tu és o caminho
- V Concurso Bento Menni
- Abertura e partilha de saberes
- Próximos eventos.
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A nossa Casa celebrou concomitantemente o seu vigésimo aniversário, e como tal a sua estrutura assistencial necessitava de algumas adaptações e melhoramentos face às exigências legislativas e às necessidades identificadas pela direção, equipa técnica, utentes e seus familiares bem como a própria comunidade envolvente.
Seguiu-se no período da tarde uma celebração eucarística solene na Sé da Guarda, presidida pelo Sr. Bispo D. Manuel Felício e concelebrada por um grupo de sacerdotes. Foi um momento fraterno e de comunhão entre todos os que se associaram a esta cerimónia e onde teve lugar a renovação do compromisso de 14 membros do grupo leigos hospitaleiros.
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Em clima de alegria e festa após o teminus da eucaristia todos se dirigiram para o magnifico edifício dos antigos passos do conselho, onde teve lugar um “Beira de Honra”, servido com elegância e destreza pelos alunos da escola profissional de Gouveia, onde os convivas puderam apreciar iguarias da região.
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Destacamos ainda a participação de algumas pessoas ilustres da nossa cidade, em
representação de organismos e entidades, algumas das quais nossas parceiras. Estiveram presentes: o Sr. Presidente da Câmara – Dr. Álvaro Amaro, a Sra. Vereadora da Ação Social – Dra. Ana Isabel Baptista, o Sr. Diretor da Segurança Social – Dr. Jacinto Dias, um Membro do Conselho de Administração do Hospital Sousa Martins – Enf. João Marques, a Coordenadora da Liga das Servas de Jesus – Irmã Graça Afonso, o Representante da Junta de Freguesia, Sr. José Currais, a Diretora da Escola Superior de Enfermagem-IPG – Profª. Paula Coutinho, a Diretora da Escola Básica do Bairro da Luz D. Lisdália Marques.
Foi com o coração cheio que todos terminamos este dia! Com sentido de pertença e entrega que se via no rosto de cada um.
E das utentes que puderam estar na Sé e no Beira de Honra, recebemos os melhores ecos possíveis, nelas via-se uma expressão de esperança e reconhecimento por todo o trabalho realizado…bem-haja a todas!!!
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Terminamos destacando as palavras de São Bento Menni “uma pessoa vale mais que o mundo inteiro” e, acreditando nestas palavras, que venham mais vinte anos de trabalho e de contributo para uma saúde mental com qualidade.
Carla Costa Psicóloga clínica
A MARCHA PELA SAÚDE
No dia 7 de Abril de 2015 a Casa de Saúde de Bento Menni da Guarda, organizou uma marcha pela Saúde Mental, desde a Alameda Santo André até à Sé. À tarde, por volta das 15 horas, as pessoas começaram a juntar-se. Da Casa de Saúde, veio uma carrinha que fez várias idas e vindas para transportar as pessoas interessadas em participar.
Vieram
também 3 ou 4 turmas do primeiro ciclo que deram logo outra cor ao ambiente.
Mais algumas
instituições juntaram-se nas escadas enquanto esperávamos.
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Deu-se início à marcha: primeiro as crianças, fazendo uma linha comprida e estreita, depois uma faixa de pano com as informações necessárias a quem visse tamanha aglomeração de gente, e depois os adultos com uma linha larga e muito comprida. É de fazer notar que íamos acompanhados pela polícia que ia travando os carros das ruas adjacentes, e uma ambulância do INEM que felizmente não foi necessária.
Passámos em frente à PSP, à igreja da Misericórdia, ao Vivaci, depois subimos a rua da Torre e percorremos uma das ruas antigas até desembocar no largo da Sé. Nas escadas da Sé as pessoas tiveram que se revezar para caberem na fotografia que lhes foi tirada. Ao fim de um pouco mais de convívio, cada um foi andando para a respectiva carrinha ou foram a pé para casa.
Foi um bocadinho de tarde bem passado para chamar a atenção das pessoas para a saúde mental que tarde ou cedo pode atingir qualquer um. Eu acho que convém as pessoas estarem atentas aos seus sinais, às suas “manias”, à sua forma de ver o mundo, pois são sinais que podem querer dizer algo mais do que uma simples tendência.
Joana Silva
Nós achamos que eventos como este são sempre muito positivos para alertar a população em geral sobre a problemática das doenças mentais e favorecer e informar acerca de como tratar e prevenir este tipo de doenças.
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Esperamos que esta marcha também sensibilize para que, futuramente, existam menos barreiras arquitectónicas, de modo a termos todos os mesmos direitos a acessos dentro e fora da cidade.
Mª Dionísio Sena e Olga Guimas
Dia Mundial do Doente
1º Ato: A Eucaristia
A eucaristia do dia mundial do doente celebrou-se às 11h na
Igreja da Casa de Saúde Bento Menni. Foi uma participação onde
colaboraram as utentes, os familiares, o pessoal do Instituto,
voluntários e algumas pessoas da comunidade local.
Logo no início a Irmã Isabel Morgado fez uma introdução à
Eucaristia, a partir da mensagem do Papa Francisco para este dia,
extraído do Livro de Job “Eu era os olhos do cego e servia de pés
para o coxo.” O que nos conduz à ajuda e à solidariedade entre
todos especialmente em relação às pessoas que têm problemas.
Na segunda parte da Eucaristia o ofertório foi solenizado. Uma
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utente transportou uma lamparina que simbolizava a luz para o cego e um bastão que
simbolizava os pés para o coxo.
No momento da acção de graças a Enf.ª Cláudia
encenou o cântico “confio no Senhor” que o coro e a
assembleia cantaram. Esse cântico criou um momento muito
especial de grande espiritualidade. Algumas utentes utilizaram
pequenos instrumentos musicais. O coro foi dirigido pela
voluntária Aurora e pela organista Irmã Benedita.
Da igreja da CSBM saímos nesse dia todos mais felizes
por termos celebrado um dia mundial que é nosso e que foi
instituído pelo Papa São João Paulo II que tanto acarinhou os
doentes.
M. Lurdes Ribeiro
2º: Um Manjar das Arábias O nosso olfacto e papilas gustativas andavam em círculos com tantos sabores e misturas,
doces e salgados.
Logo de manhã foi-nos oferecido um chocolate Regina com cheiro a infância. Mais tarde, as
surpresas não se reservaram. Ao entrar no refeitório os nossos olhos ficaram hipnotizados e as
narinas dilataram-se. Era o sumo de laranja, o pastelinho de bacalhau, o pudim e o bolinho de
chocolate…
A comida era óptima com sal q.b. como dita a O.M.S. (Organização Mundial de Saúde). Um
verdadeiro manjar das arábias, como ditar o nosso cérebro em turbilhões.
O dia terminou mas os olfactos e paladares pairam ainda na nossa mente. Um agradecimento
às irmãs hospitaleiras e aos funcionários da restauração.
Isabel Gantes
3º: Entretenimento e as Belas Golas
Depois do almoço houve um espectáculo de ilusionismo. O mágico fez a delícia das
crianças ao convidar um a um para ir ao palco ajudá-lo nas magias. Do tradicional jogo de cartas,
passou a perfurar um balão com uma agulha gigante, sem que este rebentasse. Depois fez
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aparecer uma pomba branca de dentro de uma caixa vazia. A seguir veio um coelho cinzento, que
demorou a sair, mas veio depois de as crianças dizerem a palavra mágica.
As crianças estavam em êxtase com a oportunidade de praticarem ilusionismo e de
subirem ao palco. Depois mudou a cor das flores em papel. Por fim
conseguiu transformar um lenço do tamanho da palma da mão num
lenço gigante, e depois inverteu o processo. O ilusionista fazia as
magias com uma lentidão estudada, sem dar a entender como é
que era.
Foi um excelente espectáculo.
Depois veio o rancho do Bento Menni que dançaram e cantaram as modas “Marcha Ó da
Guarda”, “Dá-me o teu amor”, Amendoeira” e
outras. Dançaram muito bem, não fosse o chapéu
da Gorete sempre a cair e teria sido perfeito.
4º: Gesto da ASAG
No final houve uma surpresa: por
iniciativa da ASAG (Associação dos Familiares e Amigos da Casa de Saúde Bento Menni),
ofereceram uma prenda a cada utente. Para algumas foi umas meias para dormir, para outras
uma gola dessas modernas que se usam agora.
Pode-se dizer que a gola trouxe uma lufada de ar fresco para
toda a casa. Brancas, pretas, rosas, cremes, cinza, vermelhas, do dia
para a noite, toda a gente passou a usar uma gola. Esta moda
tornou-se um “must”, uma necessidade, um elemento indispensável.
Já ninguém se sabe vestir sem uma gola. Às pintas, cor de leopardo, com desenhos índios,
às borlas, decoradas a prata, com lantejoulas, as golas entraram na moda e vieram para ficar:
quentes, fofas, volumosas e vistosas. Quem nos venha visitar não reconhece o sítio, tão mudadas
estão as utentes.
É bom de vez em quando mudar qualquer coisa no dia a dia da casa para continuar a
entusiasmar as senhoras e as ajudar a não cair na rotina. As golas tiveram esse efeito, e alegraram
substancialmente o espírito das senhoras.
Joana Silva
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Risoterapia - Uma proposta das estagiárias de Psicologia
A Terapia do Riso, também conhecida como
Risoterapia foi criada pelo Doutor Hunter “Patch”
Adams, na década de 60 e utiliza meios lúdicos,
como teatro, música, atividades que promovam o
bem-estar, levando as pessoas a atenuar a sua dor.
O riso fortifica o sistema imunológico,
estimula funções cardiovasculares e liberta
endorfinas, substâncias que aliviam a dor. Quando
rimos, estamos não só a melhorar o nível emocional, mas também físico, mental e espiritual. O
riso atinge de várias formas as diversas partes do corpo. Por exemplo, no coração acelera o ritmo
cardíaco, assim o sangue circula melhor ocorrendo um aumento significativo na oxigenação de
células, tecidos e órgãos. Além disso, estimula a
libertação de substâncias benéficas para o corpo,
reduzindo o stress. Nesta terapia ocorre um bem-estar
tanto físico como mental, facilitando o processo de
relaxamento e contribuindo para um aumento da
capacidade de sentir, amar e ser criativo.
A atividade surgiu de uma proposta no âmbito da
concretização do estágio curricular relativamente ao 2º ciclo de estudos em Psicologia Clínica e
da Saúde pela Universidade da Beira Interior. Para tal, foram convidadas duas pessoas
especializadas nesta terapia para a realização da sessão no dia 20 de janeiro de 2015.
Esta sessão decorreu no ginásio e nela participaram, aproximadamente, 30 utentes
pertencentes às distintas valências da CSBM, sendo que na concretização da mesma estiveram
também presentes auxiliares e técnicos com o objetivo de prestar auxílio. As utentes, no geral,
aderiram bem às tarefas propostas pelas terapeutas, manifestando agrado, prazer e empenho na
sua realização. Além disso, a sessão provocou nas utentes uma sensação de bem-estar e
descontração, tendo estas revelado estar “menos stressadas e preocupadas”. Após o
questionamento acerca da sessão, grande parte das utentes demonstrou interesse em repetir esta
atividade.
Fernanda Lopes e Rita Salvador
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O Carnaval
O carnaval é uma época festiva caracterizada pela folia e, como já vem sendo hábito, dirigimo-nos, dia 13 de Fevereiro, até ao centro da cidade para vermos o desfile de carnaval das escolas, organizado pela Câmara Municipal da Guarda. Apesar do intenso frio que se fazia sentir, lá estavam os participantes, miúdos e graúdos, a espalhar sorrisos pelos presentes e a dançar ao som do grupo de tambores que os acompanhavam.
Terminámos a tarde com uma pequena visita ao Centro Comercial Vivaci para nos mantermos a par das novidades.
Passados uns dias, mais precisamente no dia 16, festejámos mais um Entrudo na nossa Casa de Saúde, recheado de muita criatividade e boa disposição.
O nosso cortejo encheu a casa de cor, música alusiva ao dia e, sobretudo, muitos sorrisos. Este ano achámos oportuno abordar o tema da higiene do sono, daí nos termos “trajado” com pijamas coloridos, de maneira a chamarmos à atenção para a necessidade de uma boa noite de sono. Terminámos com um saboroso lanche convívio e uma partilha de opiniões.
Marisa Ribeiro Monitora
Aldeia da Ponte
No dia 7 de Fevereiro de 2015 um pequeno grupo de jovens partiu da Guarda para palmilhar um dos muitos caminhos que deve ter percorrido S. Bento Menni. Já na Aldeia da Ponte juntaram-se dois jovens ao pequeno grupo.
O frio que lá se fazia sentir não possibilitou momentos de paragem longa para refletir e contemplar a beleza daquela terra. A caminhada em tarde serena teve início junto ao rio, próximo de
uma das capelas, de seguida dirigimo-nos para o Miradouro. Depois descemos em direção às ruinas do antigo Colégio da Aldeia da Ponte. Fomos surpreendidos pelo caminho com um convite à hospitalidade e por um cenário preparado pela colaboradora Adelaide, à nossa espera. Esta surpresa permitiu um pequeno diálogo sobre o nosso olhar para os pobres e o convite de Deus que Bento Menni assumiu de olhar com predileção.
Depois do registo fotográfico em grupo, seguimos para a casa acolhedora e aquecida da D. Lurdes e do Sr. José que já nos esperavam com um chá quente e outras
surpresas. O calor da casa tão hospitaleira recompôs-nos do frio que se fazia sentir no exterior, pelo que reconfortados nos dirigimos para a Igreja onde decorreu o momento de oração com a participação de alguns membros da comunidade.
Ao voltar para a Guarda, já de noite, sentíamos a experiência feliz de ter caminhado pelos caminhos que Bento Menni percorreu e ficou o convite aberto para regressar com um tempo mais favorável.
Ir. Susana Silva
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Enfermagem em Reflexão
1. A Importância do cuidar em Saúde Mental
A intervenção e o cuidar em saúde mental representam um enorme
desafio às competências dos profissionais de saúde. Paralelamente ao conhecimento e
preparação em termos teóricos e científicos que são exigidos, os profissionais precisam de ter
uma enorme disponibilidade em termos pessoais, sensibilidade, flexibilidade, boas competências
de interação, empatia e espírito de empreendedorismo.
Segundo Lima Verde "Sem saúde mental não existe saúde". A saúde mental é
imprescindível para cada um de nós, família, sociedade. A forma como as pessoas lidam com a
doença mental é diferente de como lidam com outros problemas de saúde, como por exemplo
uma ferida ou a diabetes, isto devido, ao estigma que o doente mental ao longo da história foi
acumulando.
O papel aqui torna-se preponderante na mudança como vemos o doente mental, a forma
como intervimos para que o próprio doente não se sinta ele próprio aprisionado na própria
doença estigmatizante!
Na unidade 01 e 02 (Deficiência Mental) existe a procura incessante de promoção de bons
cuidados e de implementação de novos projetos, de promoção de autonomia na higiene, escolha
de vestuário, etc. Desenvolver novas formas de integração do doente em cada atividade,
sensibiliza não só o doente como aqueles que se encontram ao seu redor, fomentando a sua
própria auto estima assim como a sua importância no cuidar do outro!
Antes de cuidar, o profissional de saúde deve cuidar de si mesmo e com saúde então
prevenir, cuidar e intervir. A diferença não é feita pelos outros, é feita por cada um de nós, em
cada ação, em cada projeto. Não deixar escapar a oportunidade de fazer o bem, bem feito! É
necessária uma abordagem humanizada por meio do relacionamento interpessoal de pacientes,
enfermeiros e as equipes responsáveis pela assistência ao doente mental. As competências
diversas de cada profissional devem ser integradas a partir de valores éticos, assegurando um
espaço de interconexão entre os saberes e as práticas.
Enf.ª Susana Pacheco e Enf.º Rui Costa
2. Resiliência em familiares de Doentes institucionalizados com demência
Cláudia Janela, enfermeira na Casa de Saúde Bento Menni com mais três enfermeiras da
ULS da Guarda: Cátia Martins, Sónia Lobo e Teresa Santos realizaram um estudo de investigação
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com o objetivo de analisar as estratégias de resiliência que utilizam os familiares de doentes
institucionalizados com demência.
A resiliência, palavra central no estudo, define-se como a capacidade dos indivíduos e
famílias lidar com determinada situação adversa, desafios e dificuldades, ou seja, reagir com
flexibilidade, ultrapassando os efeitos da situação adversa, apresentando uma atitude otimista e
mantendo um equilíbrio dinâmico.
As alterações decorrentes de um processo de demência têm repercussões a nível físico,
psíquico e social, afeta a autonomia e tem impacto na família. A decisão da institucionalização é
descrita pelas famílias como uma situação de crise, por isso o interesse em estudar este momento
de decisão que envolve tantos fatores e emoções. Este momento pode originar na família
sentimentos de culpa, tristeza mas também de alívio.
Assim, através de um questionário foram colhidos dados com vários familiares de doentes
institucionalizados com demência da CSBM, que se disponibilizaram prontamente a participar no
estudo. Responderam a três questões abertas acerca da mudança na forma de encarar a vida
depois da institucionalização, alterações resultantes da institucionalização do familiar e
estratégias utilizadas para ultrapassar a situação de internamento do familiar, mas também
responderam a uma escala de resiliência que mede a competência individual para lidar com as
adversidades, crises e dificuldades.
Os dados foram analisados e interpretados posteriormente, dando aqui a conhecer os
resultados obtidos. As respostas obtidas para a escala global de resiliência, remetem para que a
população de familiares estão entre uma resiliência média a elevada, ou seja, demonstram
capacidade média a elevada de reagir perante as dificuldades, tentando manter uma atitude
positiva.
Da análise de conteúdo quanto às três questões abertas, obtiveram-se respostas que
traduzem um sentimento de resiliência, aceitação e interiorização. O processo de
institucionalização afetou a vida familiar, interferindo em aspetos na própria saúde, esfera afetiva
e profissão.
Na maioria dos resultados obtidos, os sentimentos quanto à institucionalização são
sentimentos positivos de segurança ao longo do tempo, embora fosse a última opção familiar.
As estratégias dos familiares utilizadas para lidar com a situação, no sentido geral foi o
apoio emocional de amigos, funcionários e irmãs da CSBM, apoio psicológico, manter ocupação
com rotinas quotidianas, visitar frequentemente o familiar, voluntariado e recorrer a terapias
alternativas.
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Concluindo, houve a possibilidade de se identificarem estratégias de resiliência utilizadas,
que possam ajudar a melhorar outras estratégias de familiares que se encontrem nas mesmas
circunstâncias.
Enf.ª Cláudia Janela
Ecos da missão
Fazemos, neste número, uma breve ressonância de
algumas atividades, da responsabilidade do serviço de Pastoral,
que tiveram mais relevo, no passado mês de março, por incluírem
uma maior participação de utentes, colaboradores, Irmãs e
voluntários.
No dia 10 de março, por transferência do dia 08, que este ano ocorreu ao domingo,
celebrámos a Festa Litúrgica de S. João de Deus. Além de uma Eucaristia Festiva, foi feita uma
homenagem na Unidade 07, da qual S. João de Deus é patrono, nesta Casa de Saúde.
Sublinhamos a mensagem principal do encontro, centrada nessa figura incontornável que
é S. João de Deus. Um homem, permanentemente, insatisfeito em cada experiência vivida; um
coração inquieto, sempre em busca de mais, sempre em busca de uma verdade mais funda!...
Neste clima de inquietude, a graça divina espreitava a ocasião para operar nele uma
transformação profunda, até preencher inteiramente aquele coração talhado para o Infinito e
marcado pelo desejo de plenitude.
Com a autoridade, de quem tinha feito a experiência, clamava no seu pregão que se
tornou intemporal: “ Fazei o bem, irmãos, fazei o bem a vós mesmos”. Ele bem sabia, pela
prática da vida diária, que há sempre mais alegria em dar do que em receber!...
O Filho do Carpinteiro
No dia 19 de março a Igreja Universal celebrou a Solenidade de S.
José, esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ao assumir a condição humana, O Filho de Deus, tornou-Se
semelhante aos homens e aceitou ser chamado, O Filho do Carpinteiro! Escolhido por Deus,
para exercer a paternidade humana, junto do Seu próprio Filho, S. José vive e assume esta missão
da forma mais digna e sublime! O serviço da verdadeira paternidade ou maternidade consiste na
missão de ajudar a que o outro se identifique, através de um modelo na relação interpessoal. Só
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se aprende a ser homem por identificação. E S. José dá a Jesus essa imagem identificativa. O pai
(ou a mãe) é a fonte criadora que promove o filho, fazendo-o ser quem é – pela transmissão de
vida no contexto da relação paternal ou maternal.
Não é quando o pai exerce autoridade, quando repreende, ou mesmo quando estimula,
que é verdadeiramente pai; mas quando se põe abaixo, no serviço abnegado e o faz experimentar
a condição de filho muito amado de Deus. A lógica do amor é sempre a lógica de esvaziamento
em favor do outro!... O Pai, Deus é quem faz o Filho ser Senhor: “ Este é o Meu Filho muito
amado”.
São José, pela sua humildade, exemplo de vida e silenciamento (esquecido de si) elevou
Jesus à Sua condição Divina: O Filho muito amado de Deus. Viveu o que ensinou João Batista: “É
preciso que Ele [Jesus] cresça e eu diminua” (Jo 3,30).
A Unidade 05/06 celebrou o seu patrono, em clima de festa, em dois momentos,
particularmente importantes: a celebração solene da Eucaristia e um momento de reflexão e
oração, no refeitório grande, que envolveu um vasto número de participantes: na visualização de
um PowerPC, centrado nos ensinamentos do Evangelho, referentes à figura de S. José; e em vários
momentos de Oração partilhada, durante cerca de 1hora.
Via – Crucis
“Quem procura salvar a sua vida há-de perdê – la; e quem a
perder, há-de conservá-la” (Jo 12,25). Esta é a fórmula basilar da
existência humana – semelhante ao mistério do grão de trigo – que explica a plenitude de todas
as vidas entregues por amor. Só através da morte, como oferta de si mesmo, chegaremos a
produzir fruto abundante de vida nova!
A Via – Crucis, que percorremos pelas Unidades, Ateliers, locais de encontro e lugares de
culto, no passado dia 27 de março, última 6ª feira da Quaresma, pretendeu ser o anúncio pastoral
do amor de um Deus que assume pessoalmente os sofrimentos dos homens, descendo ao meio
deles até à morte de Cruz (cf. Fl 2,8).
O mesmo Deus chama-nos, diariamente, a condividir o sofrimento dos irmãos que trazem,
no seu corpo, o mistério da dor ou são agredidos na sua dignidade de filhos muito amados de
Deus.
A Via – Crucis é o caminho para nos perdermos a nós próprios, cruzando o caminho do
serviço aos nossos irmãos que sofrem. Foi isto, que tentámos simbolizar e rezar no nosso
percurso por cada uma das Unidades onde nos encontrámos pessoalmente com o irmão
desfigurado, pela sua deficiência, dependência, ou impotência….
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Participou, neste exercício, um grupo organizado de utentes, coordenado por vários
colaboradores, que deram a este jornal o seguinte testemunho: “Fez-nos muito bem à mente e à
alma este trajeto; e até o nosso corpo agradeceu o envolvimento e o contacto direto com o mistério
do sofrimento, sobretudo nas Unidades 02 e 04, que quase desconhecíamos”.
Na expetativa gloriosa, que o dom da fé nos garante, realizámos este exercício, para nos
encontramos dignos de ressuscitar com Cristo, na gloriosa manhã de Páscoa; e, pelos efeitos da
Ressurreição, caminharmos para uma vida cada vez mais renovada.
Vivemos à procura de leis, de regras, de normas que nos indiquem caminhos de Infinito e
de Plenitude; e só Tu és o caminho!
Vivemos preocupados com o sentido da existência, com o significado das opções que
fazemos, com a verdade das nossas palavras e gestos; e só Tu és a verdade!
Vivemos angustiados com o amanhã, tememos a dor e a morte, receamos desaparecer no
vazio do esquecimento; e só Tu és a vida!
Na 3ª 5ª feira de cada mês, um grupo organizado de utentes, cerca de 20, coordenado
pela responsável do serviço de pastoral, tem Encontro marcado com o Senhor da Água que jorra
até à Vida Eterna! Só essa água pode extinguir a nossa sede de bem, de verdade e de beleza!... Só
essa água, que nos foi doada por Jesus Cristo, pode irrigar os desertos da nossa alma inquieta e
insatisfeita, “enquanto não repousar em Deus”, segundo as célebres palavras de S. Agostinho.
Quem não reza, não sabe, nem imagina, a força, a graça e os bens que a oração nos
alcança!... Com Jesus, em oração, vamos ter capacidade de olhar o mundo com os olhos de Deus
e não com o olhar que os meios de comunicação nos impõem! Aprenderemos a ser livres,
mansos e humildes de coração, por identificação com o próprio Cristo!.. E, despreocupados de
nós mesmos, podemos dedicar-nos ao serviço dos irmãos necessitados. Por isso, queremos estar
perto do Seu poço, onde corre a água viva que nos dá alento na caminhada, que fortifica a nossa
fé, que tonifica a nossa Esperança e que robustece a nossa Caridade, para amarmos os irmãos
com os sentimentos do próprio Coração de Cristo.
Lurdes Diogo Assistente espiritual
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V Concurso Bento Menni
Ao longo do ano 2013 e 2014 fomos preparando a nossa participação no V Concurso Bento Menni. Apresentamos dois trabalhos na área científica: Qualidade de vida nos doentes com demência - Programa de intervenção multidisciplinar e Impacto de um programa de estimulação multissensorial de snoezelen em pessoas idosas institucionalizadas; e quatro trabalhos na área artística. Não obtivemos nenhum prémio em especial, apenas uma menção honrosa. Deixamos a visualização dos trabalhos referentes à área artística e menção honrosa.
Presépio menniano
Uma explosão de Amor
Um Coração sem fronteiras
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Abertura e partilha de saberes
1. Visitas institucionais
2. Estágios Neste período decorreram diversos estágios na CSBM num total de 40 alunos, de diferentes áreas.
- Iniciaram estágio: . 8 alunos do curso de Enfermagem da Escola Superior de Saúde do IPG;
. 2 alunas de Serviço Social do Instituto Politécnico de Castelo Branco;
. 2 alunos do curso Técnico Auxiliar de Saúde do ” As de Aprender”;
. 2 alunas do curso Técnico Auxiliar de Saúde do NERGA;
. 1 Mestrado Integrado de Gestão da Escola Superior de Tecnologia e Gestão - IPG.
- Mantém o estágio: 2 alunas de Psicologia da UBI - Covilhã.
- Finalizaram estágio: . 15 alunos do curso de Auxiliar de Saúde da Escola Profissional, EnsiGuarda;
. 8 alunos do curso de Enfermagem da Escola Superior de Saúde do IPG.
3. Ações de formação desenvolvidas
No 1º quadrimestre de 2015, realizamos diversas formações por áreas e serviços, abrangendo a
grande maioria dos profissionais e voluntários.
ð Um total de 118 horas e VF: 848 horas, correspondendo 39 horas a ações de formação
interna, VF: 682h e 79 horas a ações de formação externa, VF: 166h.
Ana Escada A.S.
Dia Participantes Proveniência Objetivo
06.janeiro
80 crianças, 5 professores e 2 assistentes operacionais
Agrupamento de Escolas da Sé - Bairro da Luz Guarda
Cantar as Janeiras
13.abril 8 alunos do curso de Enfermagem
Escola Superior de Saúde da Guarda IPG
Conhecer a instituição e posterior estágio na Casa de Saúde
20.abril 27 alunos do curso Técnico Auxiliar de Saúde e 2 professores
EnsiGuarda Escola Profissional da Guarda
Conhecer a instituição e os diversos programas
29.abril 4 alunas do CET – Curso Especialização Tecnológica
Instituto Politécnico da Guarda (IPG)
Conhecer a instituição e programas de intervenção
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CONTINUAMOS A REFLETIR:
Frase inspiradora: Todos vocacionados - - “Uma vocação de caridade”
EVENTOS:
8 Maio: Passeios 8 01/6: Celebração do 134º aniversário de fundação da Congregação de Irmãs Hospitaleiras do S.C. Jesus; 8 14/6: Arraial hospitaleiro; 8 20/6: Participação na Festa da Sardinha – CSI; 8 25/6: Peregrinação hospitaleira a Fátima.