sessÃo ordinÁria da assembleia municipal de...

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------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ----------------------- ----- SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, REALIZADA EM 22 DE FEVEREIRO DE 2011 ----------------------------------------- ----------------------------- ACTA NÚMERO TRINTA E OITO --------------------------- ----- No dia 22 de Fevereiro de 2011, reuniu na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, sob a presidência da sua Presidente efectiva, Excelentíssima Senhora Dra. Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor Nelson Pinto Antunes e pela Excelentíssima Senhora Deolinda Carvalho Machado, respectivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária. ----------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Adolfo Miguel Baptista Mesquita Nunes, Alberto Francisco Bento, Aline Gallash Hall, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Bela Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Bravo Martins de Campos, Ana Maria Gaspar Marques, Ana Rita Teles Patrocínio Silva, André Nunes de Almeida Couto, António José do Amaral Ferreira de Lemos, António Manuel, António Manuel Dias Baptista, António Manuel Freitas Arruda, António Manuel Pimenta Prôa, António Maria Almeida Braga Pinheiro Torres, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Duarte de Almeida, António Paulo Quadrado Afonso, Armando Dias Estácio, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Diogo Vasco Gonçalves Nunes de Bastos, Ermelinda Lopes da Rocha Brito, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando Pereira Duarte, Filipe António Osório de Almeida Pontes, Filipe Mário Lopes, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Gonçalo Maria Pacheco da Câmara Pereira, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Idália Maria Jorge Poucochinho Morgado Aparício, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, Inês Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho de Albuquerque D’Orey, João Augusto Martins Taveira, João Cardoso Pereira Serra, João Diogo Santos Moura, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, João Nuno de Vaissier Neves Ferro, João Paulo Mota da Costa Lopes, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, Joaquim Maria Fernandes Marques, John Law Rosas da Costa Jones Baker, Jorge Telmo Cabral Saraiva Chaves de Matos, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, José Joaquim Vieira Pires, José Manuel Marques Casimiro, José Maria Bento de Sousa, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luís Filipe Graça Gonçalves, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Cândida Rio Freitas Cavaleiro Madeira, Maria Clara Currito Gargalo Ferreira da Silva, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira, Maria de Lurdes de Jesus Pinheiro, Maria Elisa Madureira de Carvalho, Maria Filomena Dias Moreira Lobo, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria

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------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ----------------------- ----- SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, REALIZADA EM 22 DE FEVEREIRO DE 2011 ----------------------------------------- ----------------------------- ACTA NÚMERO TRINTA E OITO --------------------------- ----- No dia 22 de Fevereiro de 2011, reuniu na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, sob a presidência da sua Presidente efectiva, Excelentíssima Senhora Dra. Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor Nelson Pinto Antunes e pela Excelentíssima Senhora Deolinda Carvalho Machado, respectivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária. ----------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Adolfo Miguel Baptista Mesquita Nunes, Alberto Francisco Bento, Aline Gallash Hall, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Bela Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Bravo Martins de Campos, Ana Maria Gaspar Marques, Ana Rita Teles Patrocínio Silva, André Nunes de Almeida Couto, António José do Amaral Ferreira de Lemos, António Manuel, António Manuel Dias Baptista, António Manuel Freitas Arruda, António Manuel Pimenta Prôa, António Maria Almeida Braga Pinheiro Torres, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Duarte de Almeida, António Paulo Quadrado Afonso, Armando Dias Estácio, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Diogo Vasco Gonçalves Nunes de Bastos, Ermelinda Lopes da Rocha Brito, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando Pereira Duarte, Filipe António Osório de Almeida Pontes, Filipe Mário Lopes, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Gonçalo Maria Pacheco da Câmara Pereira, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Idália Maria Jorge Poucochinho Morgado Aparício, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, Inês Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho de Albuquerque D’Orey, João Augusto Martins Taveira, João Cardoso Pereira Serra, João Diogo Santos Moura, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, João Nuno de Vaissier Neves Ferro, João Paulo Mota da Costa Lopes, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, Joaquim Maria Fernandes Marques, John Law Rosas da Costa Jones Baker, Jorge Telmo Cabral Saraiva Chaves de Matos, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, José Joaquim Vieira Pires, José Manuel Marques Casimiro, José Maria Bento de Sousa, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luís Filipe Graça Gonçalves, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Cândida Rio Freitas Cavaleiro Madeira, Maria Clara Currito Gargalo Ferreira da Silva, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira, Maria de Lurdes de Jesus Pinheiro, Maria Elisa Madureira de Carvalho, Maria Filomena Dias Moreira Lobo, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria

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Isabel Homem Leal de Faria, Maria João Bernardino Correia, Maria José Pinheiro Cruz, Maria Luísa Rodrigues das Neves Vicente Mendes, Maria Margarida Matos Mota, Maria Teresa Cruz de Almeida, Maria Virgínia Martins Laranjeiro Estorninho, Mariana Raquel Aguiar Mendes Teixeira, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira, Nuno Roque, Patrocínia da Conceição Alves Rodrigues do vale César, Paulo Alexandre da Silva Quaresma, Paulo Miguel Correia Ferrero Marques dos Santos, Pedro Manuel Tenreiro Biscaia Pereira, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Pedro Miguel Ribeiro Duarte dos Reis, Rita da Conceição Carraça Magrinho, Rita Susana da Silva Guimarães Neves e Sá, Rodrigo Nuno Elias Gonçalves da Silva, Rogério da Silva e Sousa, Rosa Maria Carvalho da Silva, Rui Jorge Gama Cordeiro, Rui Manuel Pessanha da Silva, Salvador Posser de Andrade, Valdemar António Fernandes de Abreu Salgado, Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado, Vítor Manuel Alves Agostinho, Guilherme Bérrio, Luís Jorge Teixeira Mendes Silva, Carla Almeida, Nuno Vasco Cruz de Almeida Franco, Pedro paulo Machado Alves Mendes, António José Gouveia Duarte, João Capelo, Ricardo Amaral Robles. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pediram suspensão do mandato, que foi apreciada e aceite pelo Plenário da Assembleia Municipal nos termos da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, os seguintes Deputados Municipais:---------- ----- Gonçalo Matos Correia Castro de Almeida Velho (PS), por 45 dias, sendo substituído pela Deputada Municipal Maria Margarida Mota. ------------------------------ ----- Ismael do Nascimento Fonseca (PS), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Nuno Franco. -------------------------------------------------------------- ----- Rui Paulo Figueiredo, Renata Andreia Lajas, Paula Santos, António Maria Henrique, Maria Helena Sobral Sousa Ribeiro, Glória Teixeira e José Dias Ferreira, Deputados Municipais suplentes do PS, pediram a suspensão do mandato por um dia. - ----- Maria do Céu Guerra (IND.), por um dia, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal Pedro Paulo Mendes. ----------------------------------------------------------------- ----- João Álvaro Bau (BE), de 22 a 25 de Fevereiro de 2011, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Ricardo Robles. ----------------------------------------------------- ----- Foram justificadas as faltas e admitidas as substituições dos seguintes Deputados Municipais, Presidentes de Junta de Freguesia: ----------------------------------------------- ----- Maria Idalina Sousa Flora (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, por Guilherme Bérrio. ----------------------------------------------------- ----- Rosa do Egipto (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais, por Luís Jorge Teixeira Mendes da Silva. -------------------------------------------- ----- Alexandra Figueira (PS), Presidente da Junta de Freguesia da Encarnação, por Carla Almeida. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Carlos Lima (PCP), Presidente da Junta de Freguesia do Castelo, por João Capelo. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Jorge Ferreira (PCP), Presidente da Junta de Freguesia da Madalena, por António Duarte. -----------------------------------------------------------------------------------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal Manuel Falcão (PSD), renunciou ao seu mandato para o quadriénio 2009 a 2013, a partir do dia 17 de Fevereiro de 2010. ------------------ ----- A Câmara esteve representada pelo Senhor Presidente e pelos Srs. Vereadores: Manuel Salgado, Maria João Mendes, Graça Fonseca, Catarina Vaz Pinto, Manuel Brito, Fernando Nunes da Silva, Sá Fernandes e Helena Roseta. --------------------------- ----- Estiveram ainda presentes os Srs. Vereadores da oposição: António Monteiro e Lívia Tirone. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Às 15 horas e 25 minutos, constatada a existência de quorum, a Senhora Presidente declarou aberta a reunião, quarta da Sessão Ordinária iniciada no dia 22 de Fevereiro. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Seguidamente, nos termos regimentais, abriu o período destinado à intervenção do público. ------------------------------------------------------------------------------------------ ------------------------------ INTERVENÇÃO DO PÚBLICO ------------------------------ ----- Cláudia Boal de Faria, Rua das Flores, nº 71 – 3ºB, Lisboa, fez a seguinte intervenção: ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- “A minha intervenção diz respeito à proposta 726/2010, relativamente à zona de trânsito condicionado no Bairro de Santa Catarina e Bica. ---------------------------------- ----- Em Julho de 2009 fiz uma reclamação formal junto da Câmara Municipal relativamente à impossibilidade de acesso ao Parque de Camões na entrada que é exclusiva para utentes com avença. Tive oportunidade de falar nesse assunto mais tarde, no ano passado, na reunião descentralizada da Câmara, em Maio de 2009. Até agora não obtive qualquer resposta e o problema continua por solucionar. --------------- ----- Soube entretanto, durante o ano passado, que havia um projecto para condicionar o trânsito neste bairro e juntamente com outros moradores da Rua das Flores, que dá para o Largo Barão Quintela, fizemos um abaixo-assinado que visava englobar o Largo Barão Quintela na zona de trânsito condicionado de Santa Catarina. -------------- ----- Esta proposta, ao que eu soube, não foi incluída no projecto que está agora submetido à aprovação e eu colocava três questões relativamente a isto: ----------------- ----- Primeiro, porque é que não foi aceite esta sugestão dos moradores para incluir o Largo Barão Quintela na zona de trânsito condicionado de Santa Catarina? Achamos que é um largo já muito congestionado de trânsito e muito desqualificado, até também pela presença da corporação de bombeiros que ali existe. ----------------------------------- ----- Segundo, gostava de saber se está prevista a sinalização de entrada no largo que restrinja o acesso a moradores e a bombeiros e, se não estiver, se há possibilidade de passar a haver essa sinalização e também que o estacionamento no largo fique restrito a moradores. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em terceiro, uma pergunta um pouco mais abrangente, eu gostava de perceber porque é que há uma diferença tão grande entre aquilo que é a teoria e a prática. Ou seja, a Câmara anuncia que tem uma estratégia de reabitar as zonas históricas do Centro de Lisboa e, na prática, a acção no terreno não vai de encontro a esta política que é anunciada. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- As acções são no sentido de “chutar” as pessoas para fora dos bairros históricos e no fundo há um desprezo completo por aquilo que são as sugestões e reclamações dos

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munícipes, que visam apenas facilitar a logística de quem ali mora. Aliás, peço desculpa, é visível nesta câmara que eu estou a falar e a maior parte das pessoas não me está a ouvir. Isto mostra que há um espaço para ouvir os munícipes, mas na realidade vejo que há muitas pessoas a falar e se calhar houve poucas pessoas que ouviram o conteúdo da minha intervenção. ---------------------------------------------------- ----- Não estava prevista esta última parte, mas confesso que adicionei-a agora.”-------- ----- Armando da Silva Vasques, Av. de Ceuta Sul, lote 2-4, letra A, 1500-024 Lisboa, fez a seguinte intervenção: -------------------------------------------------------------- ----- “Já ando aqui há dez anos à procura de um andar que era meu e fiquei sem ele. Fui empregado do Estado. ------------------------------------------------------------------------ ----- Eu moro na Av. de Ceuta e nos últimos meses tenho sido assaltado. Já me estragaram dois esquentadores, um frigorífico, um ferro de engomar e o fogão. Vivo sozinho, tenho 77 anos de idade, estou farto de chegar à GEBALIS e dizer a minha situação. Já pedi transferência de residência e continuo a ser assaltado, maltratado e enxovalhado, a ponto de me chamarem nomes do pior que há no mundo, coisa que eu nunca fiz a ninguém. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Agradecia que fizessem o favor, quem tem o direito ou responsabilidade, porque a minha vinda aqui é para pedir uma vistoria à casa onde resido hoje sozinho, para ver as condições em que eu vivo. Muita gente aqui presente é capaz de saber as condições em que vivo, para justificar se a minha palavra é verdadeira. Eu acho que é, porque tinha uma casa na Rua Arco do Carvalhão, 227 – porta 2, particular, fui a tribunal e ofereceram-me 7.000 euros por uma casa que está em mais de 20.000 contos. Eu pergunto a todos os presentes o que é que se compra, depois de ter uma idade avançada e de trabalhar no Estado. -------------------------------------------------------------- ----- Já ando aqui há dez anos e acho que toda a gente deve saber quem sou eu e gostaria de levar daqui hoje uma resposta. Que fizessem uma vistoria à casa onde vivo hoje, na medida em que houve um doutor da CML que me disse, quando vim embora, expropriaram-me, que a minha casa estava em ruínas. Agora quero justificar a todos os presentes como é que a minha casa se encontra e os electrodomésticos que já perdi, que não posso fazer comida em casa e não posso viver sossegado. Tenho o direito de viver em paz e sossego o resto da minha vida.” ------------------------------------------------ ----- Francisca Ana Gomes, Rua Frei Manuel do Senaco, torre 1, 1ºB, 1170 Lisboa, fez a seguinte intervenção: ------------------------------------------------------------------------ ----- “Já não é a primeira vez que subo a este palco e a minha situação continua pior. No 20-B tenho um indivíduo, meu vizinho, que não me dá sossego até agora. ----------- ----- Eu vivo desesperada todas as noites, já há cinco ou seis anos. Arrasta os móveis durante a noite, atira bolas de ferro para o chão, corre, pula, mete toda a espécie de animais. Eu não posso dizer nada, que ainda por cima ameaça cortar-me em bocados para pôr na linha do comboio. -------------------------------------------------------------------- ----- Já lá vão seis anos que estou nesse desespero, de dia e de noite. Não posso estar na minha casa, não posso mexer nem sequer em água para lavar as mãos. Vou tomar banho em casa de outras pessoas e não posso fazer o comer na minha casa, que ele

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começa a martelar na casa de ponta a ponta para me desesperar, que é para eu sair dali.---------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Peço socorro para a polícia, que já lá foram algumas vezes e ele não aparece. Disseram-me há pouco tempo que a 10ª Esquadra da Penha de França não é para socorrer barulhos, é simplesmente para os crimes. -------------------------------------------- ----- Eu não tenho apoio nenhum, nem dos vizinhos. Certos vizinhos já chamaram o indivíduo à atenção, mas pior ele faz. Não tenho ninguém para me dar apoio no prédio. A polícia já disse que ele pode fazer o barulho que quiser, porque não há problema. Então porque é que ele não vai fazer na casa do senhor agente? Ele já disse que o senhor agente pode ir as vezes que quiser porque ele dá-lhe dinheiro para a cerveja. Não vejo dar e não vejo aceitar, não posso confirmar. ----------------------------- ----- Quando eu estou a ralhar com ele para parar os vizinhos estão a ouvir, quando ele está a marretar no chão e a fazer todo o barulho que quiser alguns vizinhos são a favor dele. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Eu conheço uma senhora que já pediu a transferência dois anos atrás e já tem. ---- ----- Eu peço por favor à Senhora Presidente, à Senhora Vereadora, ao Senhor Presidente, já vai em dois mandatos e eu nesse sofrimento. A Vereadora Ana Sara Brito deu um despacho que era o desgraçado, desculpem a expressão, que tinha que sair e não eu.” --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Ana Lucinda Monteiro da Silva Bateira, Rua Luís Cristino da Silva, 222 – 4ºE, 1950 Lisboa, fez a seguinte intervenção: ------------------------------------------------------- ----- “Eu venho por este meio expor a minha situação: --------------------------------------- ----- O meu agregado familiar é constituído pelo meu cônjuge e duas filhas menores, Lara de 6 anos e Íris nascida em 14.01.2011. -------------------------------------------------- ----- Residimos no domicílio dos avós do meu marido no Bairro dos Lóios por inexistência de alternativa habitacional. Saliento a existência de conflitos familiares, nomeadamente os ultimatos constantes dos avós do meu marido para sairmos da habitação. Dormimos todos no mesmo quarto, não possuindo privacidade. A minha filha Lara iniciou o 1º ciclo, não tendo um espaço adequado para estudar e brincar. ---- ----- Ao nível dos rendimentos, subsistimos com o valor dos subsídios de desemprego que é manifestamente insuficiente para fazermos face ao arrendamento de casa no mercado livre. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Já possuímos uma vida organizada, em que ambos tínhamos trabalho e vivíamos numa casa alugada, mas infelizmente ambos fomos despedidos quando terminou o contrato, data em que ficaríamos vinculados à empresa. Esta situação fez com que tivéssemos que abandonar a casa onde residíamos e vir viver com os avós do meu marido, situação que está a ser insustentável devido aos conflitos. ------------------------- ----- O meu marido encontra-se integrado em curso de formação profissional de ajudante familiar e apoio à comunidade com equivalência ao 9º ano de escolaridade.--- ----- No âmbito da saúde, quero igualmente referir que passei a minha gravidez com problemas graves de ansiedade, estando referenciada para tratamento a nível psiquiátrico. Também a minha filha Lara já começa a manifestar alguns comportamentos de ansiedade e sofrimento face ao ambiente familiar. --------------------

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----- Peço por favor que tenham em atenção a situação da minha família e que nos atribuam uma casa onde possamos providenciar um ambiente calmo e propiciador de um desenvolvimento harmonioso para as minhas filhas. ------------------------------------- ----- Quero ainda acrescentar que estamos dispostos a aceitar uma casa que necessite de obras, responsabilizando-nos pelas mesmas.------------------------------------------------ ----- Este é um dos últimos recursos que eu tenho, porque já fui à Câmara, já fiz a minha inscrição. A minha pontuação foi muito baixa, porque dizem que a minha situação não é de extremos, não é grave. Foi-me dito na própria Câmara por uma assistente que se eu sofresse violência doméstica ou se fosse mãe solteira com três filhos a receber o rendimento mínimo, talvez tivesse direito. ------------------------------- ----- Não é esse o meu caso, mas realmente a minha situação também não é simples, porque nós estamos a viver com os avós do meu marido e estão constantemente a fazer-nos ultimatos para abandonarmos a casa. A minha filha não tem um sítio para estudar e brincar. Não temos privacidade porque estamos os quatro no mesmo quarto. - ----- Pode não ser um caso de violência física, mas tem sido uma grande violência psicológica que temos sofrido, não só eu, como a minha filha de seis anos que começa a entender algumas coisas, incluindo os conflitos e as pressões para sairmos da habitação. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sempre que me dizem que existe a possibilidade de ir à Câmara eu fui, se existia a possibilidade de ir ao IGAPHE eu fui. Disseram-me que na Segurança Social atribuíam casas e eu fui, embora lá me tenham dito que não têm conhecimento dessa situação. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Este foi um dos últimos recursos que eu tive para expor a minha situação e pedir ajuda.” ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Fábio José Laje Laurador da Silva, Quinta de São Lourenço, Parque Residencial dos Artistas de Circo, 1500 Lisboa, fez a seguinte intervenção: ------------- ----- “Em primeiro lugar gostaria de comunicar que no passado dia 8 de Fevereiro eu mesmo estive a falar nesta Assembleia, pedindo uma resposta da minha situação à Senhora Vereadora da CML, Senhora Helena Roseta. A resposta foi que “o Senhor Fábio já recusou duas ou três habitações”. ------------------------------------------------------ ----- Senhora Vereadora, o que posso dizer é que seguramente não estaríamos a falar do mesmo processo, ou então faça chegar a mim documentos assinados por mim e não por terceiros. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sou morador na Quinta de São Lourenço, uma morada também muito conhecida como Parque dos Artistas de Circo. Eu mesmo sou portador desta morada desde 1984, data essa em que nasci, como dizem os registos. ---------------------------------------------- ----- Contudo, as Senhoras e os Senhores aqui presentes sabem que está a decorrer um processo de realojamento, tanto de habitação como de indemnização, no Parque Residencial dos Artistas de Circo. --------------------------------------------------------------- ----- No início do processo foi-me pedida vária documentação para preencher os requisitos das indemnizações. No que toca da minha parte, todas elas foram entregues. Depois venho a saber pela boca da Senhora Vereadora que não tenho direito à indemnização porque em 2001 era menor de idade, visto que só agora tenho 26 anos. -

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----- Agora pergunto eu: o Senhor Mário Pereira é três meses mais novo que eu, mora lá há menos tempo que eu, como provam também os registos, e gostaria de saber porque é que ele tem direito e eu não tenho. Pode-me explicar porquê? Isso eu gostaria de saber.------------------------------------------------------------------------------------ ----- Mesmo depois de eu ter entregue documentos da escola primária nº 45 de Carnide, do ciclo preparatório de Telheiras, do médico e até de uma empresa em Benfica onde trabalhei dos 16 aos 17 anos, empresa essa onde tive um acidente de trabalho e também foi entregue documentação do seguro.” --------------------------------- ----- Cláudia Luísa Laje Laurador da Silva, Parque dos Artistas de Circo, fez a seguinte intervenção: ------------------------------------------------------------------------------ ----- “Eu sou mãe solteira e tenho três filhos. No passado dia 8 de Fevereiro cheguei aqui a expor a minha situação e desde então foi a pior coisa que eu fiz, porque o que estou a receber da CML são represálias. -------------------------------------------------------- ----- Fui despejada no dia 14 de Fevereiro com os meus filhos, a chover torrencialmente, eu e o meu irmão Fábio. A mulher dele com um relatório médico, com uma infecção pulmonar e com a bébé recém-nascida de 15 dias nos braços. É verdade que a polícia viu o relatório médico, mas não pôde fazer nada, porque as ordens da Senhora Vereadora Helena Roseta eram para tirar tudo. ------------------------ ----- Dormi na rua com os meus filhos essa noite. Não vou dizer que ainda estou na rua, porque não é verdade, estou na casa de um familiar com os meus filhos, a Palmira de seis anos e o Santiago de três anos. O meu filho de três anos tem problemas ao ver a polícia, faz xixi nas calcinhas. ----------------------------------------------------------------- ----- Eu pedi ao Senhor Comissário, quando chegou com mais de 20 polícias a rodearem a minha caravana, que afastasse os polícias derivado à situação do Santiago. O próprio Comissário sabe, porque viu com os próprios olhos. Então afastou toda a polícia da minha caravana, mas foi tudo retirado. --------------------------------------------- ----- Houve alguém que ligou para a Assessora da Senhora Vereadora Helena Roseta, a Senhora Paula Marques, e foi dito que era um engano, não podiam estar a tirar as minhas coisas. A pessoa disse para mandar parar as ordens, já que era um engano. “Não, não foi engano, as ordens foram mesmo para tirar”. ---------------------------------- ----- Desde então eu só vim aqui porque me foi atribuída uma tipologia três no Bairro da Cruz Vermelha, mais propriamente Musgueira Norte. Eu pedi, sendo mãe solteira, um local seguro para criar os meus filhos.” ---------------------------------------------------- ----- A Senhora Vereadora Helena Roseta, no uso da palavra, disse que tinha pedido o exercício de direito de resposta porque o assunto tinha-se vindo a arrastar em várias sessões da Assembleia Municipal, e pensava que os Senhores Deputados Municipais e os Munícipes que tinham intervindo, tinham direito a uma resposta no imediato. ------ ----- A situação dos munícipes Fábio e Cláudia que tinham acabado de ouvir, confirmava que era verdade, que tinham sido despejados no dia 14 de Fevereiro, por ordens suas, porque a atribuição dos fogos que lhes competia, já tinha sido feita, quer a um, quer ao outro; um T1 ao Fábio, e um T3 à Cláudia. ----------------------------------- ---- Nem um, nem outro tinham aceitado os fogos que a Câmara lhes tinha proposto, antes destes fogos já outros tinham sido propostos e, não foram igualmente aceites. E,

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de facto, tinham realizado um processo que envolvia 70 famílias, e que estas duas famílias tinham sido as únicas que não aceitaram os fogos que lhes foram propostos. -- ----- Achava que, com certeza, o Fábio com um bébé recém-nascido poderia ter ficado num tecto, e a Câmara tinha uma casa acabada de arranjar para que pudessem ficar nessa mesma casa, não quiseram. ---------------------------------------------------------------- ----- A mesma coisa se tinha passado com a Cláudia, não quis, a partir daí, disse que não poderiam colocar as pessoas à força nas casas que não queriam, agora também não podiam para um processo que envolvia compromissos da Câmara, do Município, com a Administração Regional de Saúde, da construção do Centro de Saúde, por causa de duas famílias que não tinham aceite nenhumas das soluções que lhes tinha sido propostas. E o Fábio sabia muito bem por que razões não teve, ainda, direito à indemnização, interpôs, salvo erro, providência cautelar, de memória não sabia exactamente se tinha interposto, ou se outros interpuseram, mas se porventura a nível judicial o Tribunal entendesse que a Câmara tinha procedido mal, estavam dispostos a cumprir aquilo que o tribunal decretasse. ------------------------------------------------------- ----- Do ponto de vista do processo, todos os munícipes foram tratados da mesma maneira, não tinha havido retaliações com ninguém, procuraram atender as pessoas da melhor maneira, havia ali dois Deputados Municipais que tinham acompanhado o processo: a Deputada Municipal Maria José, do PPD/PSD, e o Senhor Deputado Municipal Gonçalo da Câmara Pereira, do PPM, conheciam todos aqueles casos, sabiam que a Câmara tinha procurado responder a todos, e se havia duas pessoas que não tinham ficado satisfeitas com a solução era uma situação que os ultrapassava. De qualquer maneira, as casas estavam disponíveis, e se as quisessem ocupar as mesmas estavam atribuídas à família do Fábio e à família da Cláudia, as casas que nos termos da Lei os mesmos tinham direito a ocupar. ----------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, no uso da palavra, disse que gostaria de dar duas informações: a primeira era que a discussão da Informação Escrita do Senhor Presidente da Câmara iria transitar para a próxima semana, próxima Terça-feira, dia 1 de Março, pelo que depois de terminado o período antes da ordem do dia, poderiam iniciar com a ordem de trabalhos. Em segundo lugar, queria pedir aos Senhores Presidentes das Juntas de Freguesias, cujas escolas tinham participado no projecto da Assembleia das Crianças de Lisboa, iriam ser contactados durante a sessão pelas Técnicas que estavam responsáveis pela organização das sessões, e por isso, agradecia que os mesmos as atendessem, já tinham sido enviadas cartas aos Senhores Presidentes das Juntas de Freguesias no sentido de ajudarem no transporte das crianças, nalgumas freguesias eram muito poucos os meninos, mas para outras eram mais, e se fossem só as carrinhas da Câmara, as crianças passariam a manhã toda a viajar pela Cidade, acabando por não terem nenhum espaço na Assembleia. Portanto, gostaria de agradecer a boa colaboração porque a Assembleia das Crianças de Lisboa era um projecto importante de cidadania para as crianças do ensino básico, que iria ter lugar no Teatro Maria Matos, mas já todos tinham conhecimento disso e, portanto, só gostaria de pedir a boa colaboração de todos. --------------------------------------------------

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----- Depois, também dirigindo-se às Juntas de Freguesias, disse que a Assembleia tinha enviado uma comunicação, na semana anterior, sobre o Site da Assembleia Municipal, já construído para acolher as contribuições sobre a Reforma administrativa da Cidade. Tinham o endereço do site, www.reformaadministrativa.am-lisboa.pt. ------ ----- Disse que naquele site existia uma agenda onde iriam anunciar todas as actividades que os Senhores Presidentes de Juntas realizassem e que informassem, sobre a Reforma Administrativa. A Junta de Freguesia dos Anjos tinha informado a Assembleia Municipal, mesmo antes do referido site estar concluído, iria realizar amanhã uma discussão sobre o presente tema. Portanto, agradecia que fossem enviando esses contributos a fim de que aquela discussão fosse na verdade, participada. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Por outro lado, gostaria de pedir que no final das reuniões, certamente teriam uma acta, ou outro qualquer registo, onde constassem os contributos e que se quisessem que os mesmos fossem enviados à Assembleia Municipal para que pudessem ser publicitados no Site onde, igualmente, iriam estar todos os endereços das Juntas de Freguesia. --------------------------------------------------------------------------- ----- Terminado o período de intervenção do público, deu-o por encerrado, declarando aberto o período de Antes da Ordem do Dia --------------------------------------------------- ------------------------------- ANTES DA ORDEM DO DIA --------------------------------- ---------------------------- VOTO DE PESAR NÚMERO UM ------------------------------ ----- “Faleceu no passado dia 3 de Fevereiro, em Lisboa, António Borges Coutinho, açoriano, activo opositor do regime fascista, grande lutador pela liberdade e cidadão sempre empenhado em lutar por um verdadeiro e autêntico aprofundamento da democracia. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Nascido em 1923, numa família da aristocracia, com raízes na ilha de S. Miguel, António Borges Coutinho cedo assumiu a clara opção de lutar pela liberdade e pela democracia. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Iniciou a sua intensa intervenção cívica e política, em Ponta Delgada, na campanha do General Humberto Delgado em 1958. A partir desse momento toda a sua actividade passou a ser permanentemente vigiada pela PIDE, o que não o impediu de desenvolver um conjunto de iniciativas de luta contra a ditadura. Na sequência dessas actividades foi preso pela PIDE no dia 8 de Março de 1961, em Ponta Delgada, sendo transferido para Lisboa, onde foi posteriormente julgado em Tribunal Plenário. - ----- Durante os anos sessenta e até ao 25 de Abril de 1974, Borges Coutinho desenvolveu intensa actividade oposicionista, e como advogado também se empenhou na defesa de presos políticos. --------------------------------------------------------------------- ----- Exerceu a sua actividade de advogado em Lisboa, com escritório à Praça da Alegria, e pertenceu ao secretariado da Comissão de Defesa da Liberdade de Expressão antes do 25 de Abril, com José Saramago, Maria Isabel Barreno, António Areosa Feio e outros oposicionistas ao regime fascista. -------------------------------------- ----- Após o 25 de Abril, António Borges Coutinho foi nomeado Governador Civil do Distrito de Ponta Delgada, tendo-se empenhado fortemente na consagração de medidas pelo Governo Provisório que resolvessem ou atenuassem gravíssimos

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problemas económicos e sociais, muito agravados nos Açores pelo isolamento e pelos custos acrescidos gerados pela distância. ------------------------------------------------------- ----- Em 2001 foi agraciado pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Ordem da Liberdade, Grau de Grande Oficial. ----- ------------------------------------------ ----- O Grupo Municipal do PCP, propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua Sessão Ordinária de 22 de Fevereiro de 2011, delibere: manifestar o seu profundo pesar pelo falecimento de António Borges Coutinho, destacado militante comunista, resistente anti-fascista e lutador permanente pela democracia e por melhores condições de vida para o povo português; remeter o presente voto de pesar à família de António Borges Coutinho. -------------------------------------------------------------------- ----- Pelo Grupo Municipal do PCP – António Modesto Navarro.” ------------------------ ----- A Senhora Presidente submeteu à votação o voto de pesar número um, tendo a Assembleia deliberado aprová-lo, por unanimidade. --------------------------------------- ----- (A Assembleia, de pé, prestou um minuto de silêncio em homenagem a António Borges Coutinho) ----------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------- SAUDAÇÃO NÚMERO UM --------------------------------- -----------------8 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER----------------- ----- “Em 1910 e por proposta de Clara Zetkin, foi aprovado um dia de luta internacional da mulher, em homenagem à dura luta travada em 1857 pelas operárias de uma fábrica têxtil em Nova Iorque. Desde então, todos os anos, saem à rua milhares de mulheres em todo o mundo, unidas na defesa dos seus direitos e emancipação como forma de obtenção de uma condição de vida mais digna. ------------ ----- Apesar das muitas e significativas melhorias na vida das mulheres, um pouco por todo o mundo, são vários os motivos que infelizmente, ainda hoje nos levam a assinalar esta data, pois subsistem as discriminações, as desigualdades e as violações de direitos tão essenciais como o acesso à educação, à saúde e ao trabalho.--------------- ----- Em Portugal e segundo o INE, no último trimestre de 2010 existiam 323,6 mil mulheres sem trabalho, representando um crescimento de 14% do desemprego feminino, correspondendo a 52% do total de desempregados, o que torna imprescindível e urgente que actualmente, como há 154 anos atrás, se prossiga a luta por um emprego digno com direitos e horários de trabalho justos, pela estabilidade e a igualdade social e laboral. ------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que persistem muitos factores de discriminação, de retrocesso e de ameaça a direitos conquistados, é fundamental que se assuma o compromisso activo na construção de uma sociedade mais justa, em que se defenda os direitos das mulheres. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa, na sequência da presente proposta do Partido Ecologista “Os Verdes”, delibera: Saudar todas as mulheres portuguesas por ocasião da passagem do Dia Internacional da Mulher, em particular as trabalhadoras do Município de Lisboa, apelando à continuidade na reivindicação pela igualdade de direitos e de oportunidades; Dar conhecimento da presente Saudação às organizações de defesa dos direitos das Mulheres.” --------------------------- ----- (Subscrita pela Sra. Deputada Municipal Cláudia Madeira, do PEV) ----------------

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-------------------------------- SAUDAÇÃO NÚMERO DOIS ------------------------------- -----------------------SAUDAÇÃO AOS TRABALHADORES EM LUTA----------------- ----- “Considerando: ------------------------------------------------------------------------------- ----- Que as razões de luta dos/as trabalhadores/as crescem quando nos confrontamos com o aumento da injustiça social, que nos coloca perante sucessivos sacrifícios para os que vivem do seu salário, enquanto os grandes grupos económicos/financeiros acumulam, cada dia que passa, maiores lucros e quando o governo executa as ordens do patronato e penaliza os trabalhadores; ------------------------------------------------------- ----- Que os milhares de trabalhadores/as de vastos sectores e diversas áreas de actividade, nomeadamente dos transportes e comunicações, da segurança social, da PSP, da Polícia Judiciária, do sector da Justiça, dos professores, do sector empresarial do Estado, da Administração Pública e do sector privado, como REN, SEMAPA, Saint Gobain, estão envolvidos em processos de luta, demonstrando o grande descontentamento sentido pelos trabalhadores e a sua forte adesão às greves, manifestações, concentrações e outras iniciativas; -------------------------------------------- ----- Que os trabalhadores lutam contra o roubo nos salários, contra as privatizações, contra a redução da qualidade dos serviços públicos, contra a precariedade no emprego e a liberalização dos despedimentos, contra o aumento do custo de vida, contra o aumento da idade da reforma e contra a eliminação das prestações sociais; ---- ----- Que privatizar serviços, desrespeitar os direitos dos trabalhadores e das populações, são linhas de actuação do governo PS, com o apoio do PSD. ---------------- ----- O Grupo Municipal do PCP propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa na sua sessão ordinária de 22 de Fevereiro de 2011, delibere: Saudar e solidarizar-se com a luta dos/as trabalhadores/as portugueses/as, pela manutenção dos postos de trabalho, pelos seus direitos, contra os cortes nos salários e contra as privatizações; remeter a presente moção para Presidente da República, 1º Ministro, Grupos Parlamentares na Assembleia da República, CGTP-IN e UGT. -------------------------------------------------- ----- Pelo Grupo Municipal do PCP, A Deputada Municipal Deolinda Machado.”------- ---------------------------------- MOÇÃO NÚMERO UM ------------------------------------- -------- AGRAVAMENTO DA INSEGURANÇA NO BAIRRO DOS LOIOS ---------------- -----“Considerando que: --------------------------------------------------------------------------- ----- Os problemas de insegurança no Bairro dos Lóios, em Marvila, se têm agravado, sobretudo na zona das Escolas Damião de Góis e EB 9 dos Lóios, provocando medo nos moradores e nos alunos; ---------------------------------------------------------------------- ----- São cada vez mais frequentes os roubos e vandalização de viaturas, os assaltos com recurso à violência a moradores, sobretudo idosos, em plena via pública; ---------- ----- Na tentativa de aliciar as crianças ao consumo de droga, há indivíduos que circulam nos arredores das escolas Damião de Góis e EB 9 dos Lóios. ------------------- ----- A Comissão de Moradores do Bairro dos Lóios e a Associação Tempo de Mudar já manifestaram a sua preocupação, nomeadamente na Assembleia de Freguesia de Marvila. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do PCP, propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua Sessão Ordinária de 22 de Fevereiro de 2011 delibere: Manifestar o seu apoio à

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população do Bairro dos Lóios, à Comissão de Moradores do Bairro dos Lóios e à Associação Tempo de Mudar e a sua disponibilidade e para as acções que venham a ser desenvolvidas, com vista à resolução deste problema; Solicitar à Câmara Municipal de Lisboa que intervenha junto das autoridades competentes no sentido de ser melhorada a vigilância policial no Bairro, nomeadamente através da presença contínua de agentes da PSP no local; Encarregar a Comissão Permanente de Segurança e Protecção Civil do acompanhamento deste assunto, procedendo, nos termos do Artigo 69º do Regimento; Enviar esta Moção para Ministério da Administração Interna, Presidente do Conselho Municipal de Segurança, Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, Junta de Freguesia de Marvila, Assembleia de Freguesia de Marvila, Comissão de Moradores do Bairro dos Lóios e Associação Tempo de Mudar. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Pelo Grupo Municipal do PCP, A Deputada Municipal Lurdes Pinheiro.” ---------- ---------------------------------- MOÇÃO NÚMERO DOIS ---------------------------------- ------ Solidariedade a Todos os Povos do Mundo na Demanda pela Democracia -------- ----- “Os acontecimentos políticos recentes em países do Norte de África podem vir a representar uma viragem histórica em muitas nações rumo à implantação da democracia, ao Estado de Direito e à justiça social. ------------------------------------------ ----- O exemplo que hoje nos é dado a conhecer através da acção e reivindicação espontânea das populações por efectivas e reais liberdades políticas, constitui na prática a esperança que todos nós acarretamos por um mundo melhor. -------------------- ----- Regimes, lideranças, oligarquias e nomenclaturas de estado, com índole militarista e autoritária, têm sido, dia-a-dia, desafiados pelas suas populações e sociedade civil na exigência de mudanças completas de paradigmas governativos e constitucionais. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- O povo Tunisino foi o primeiro a libertar-se de uma liderança autoritária, personificada pelo ex-presidente Ben Ali e instalada no poder desde 1987, através de manifestações, greves e protestos populares que duraram entre Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- No dia 25 de Janeiro de 2011, inspirado pelo exemplo da Tunísia, o povo egípcio saiu em larga escala à rua exigindo o final do regime autoritário liderado por Hosni Mubarak nas últimas 3 décadas. ------------------------------------------------------------------ ----- Após quase 1 mês de protestos que resultaram em 365 mortos e milhares de feridos, a 11 de Fevereiro, Hosni Mubarak renunciou ao mandato presidencial entregando o poder ao Conselho Supremo das Forças Armadas, encarregado de levar a cabo um programa político de abertura que culmine na implantação de uma democracia de facto.-------------------------------------------------------------------------------- ----- Hoje, os protestos e as manifestações pró-democracia alastram-se a outros países do Magreb e do Médio Oriente. ------------------------------------------------------------------ ----- Na Líbia, activistas e oposicionistas que lutam por um regime diferente saíram também às ruas para contestar o governo de Muammar Khadafi, no poder desde 1969. ----- No Bahrein, uma das últimas monarquias absolutas do mundo, manifestantes fazem-se ouvir nas ruas da capital exigindo reformas políticas. -----------------------------

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----- Também no Yemen a voz popular está a contestar o sistema político ditatorial que vigora há mais de 30 anos. ------------------------------------------------------------------- ----- A demanda pela democracia e por melhores condições de vida representa neste e noutros quadrantes do mundo um avanço civilizacional. ------------------------------------ ----- Se o século XX, em determinadas regiões do mundo, ficou marcado pelas lutas de independência e pelo princípio da auto-determinação dos povos, com estes movimentos reformistas o século XXI fica de portas abertas para se construir como um século de consolidação da Liberdade, criando realidades onde os cidadãos passam efectivamente a ter o direito de escolher os seus governantes e os seus próprios destinos e desígnios nacionais.-------------------------------------------------------------------- ----- Como democratas que somos, desejamos a todos os povos do mundo que abracem o valor universal da liberdade e que possam rumar, se assim o entenderem, à conquista dos mesmos direitos e garantias individuais e colectivos que hoje sentimos no seio nosso país e na União Europeia.--------------------------------------------------------- ----- A nossa solidariedade estará com todos aqueles que comunguem dos ideais de paz entre os povos, de bem-estar social entre as populações e de respeito pelos cidadãos e pelo Estado de Direito. --------------------------------------------------------------- ----- Só em democracia e em liberdade os povos conseguem atingir níveis de desenvolvimento saudáveis e sustentáveis, exercendo e assegurando às suas sociedades e à comunidade internacional a defesa dos direitos humanos. ----------------- ----- Situações de violação dos mais elementares direitos humanos como as que são visíveis em países como Irão, Cuba ou a Coreia do Norte, entre outros, são insustentáveis e incompreensíveis no século em que vivemos. ----------------------------- ----- A negação de eleições livres e justas, de pluralidade política, a existência de aparelhos repressivos do estado, censura na imprensa e na internet, recusa de direitos políticos, judiciais, sociais e individuais, presos políticos e delitos de opinião; continuam a fazer parte da realidade quotidiana em muitos destes países. ---------------- ----- Democracia, pluralismo, debate e confronto pacifico de opiniões com respeito por todos os modos de vida, são elementos que constituem o caminho legítimo para a construção de um Estado de Direito.------------------------------------------------------------- ----- Esperemos que todos os povos do mundo possam um dia trilhar o seu caminho com a mesma liberdade que nós, portugueses e lisboetas, aprendemos a conquistar e a amar. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Com base no acima exposto, o Grupo Municipal do Partido Socialista vem propor à Assembleia Municipal, reunida na sua sessão de 22 de Fevereiro de 2011, que delibere: Solidarizar-se com os processos de transição democrática na Tunísia e no Egipto; Solidarizar-se com todos os povos do mundo que lutem pela implantação de regimes democráticos e pela construção de Estados de Direito, de forma pacífica e com o máximo respeito pelos direitos humanos.” --------------------------------------------- ----- (Subscrita pelo Líder da Bancada do PS, Miguel Coelho, e pelo Deputado Municipal Diogo Leão, do PS) ------------------------------------------------------------------- ---------------------------------- MOÇÃO NÚMERO TRÊS ---------------------------------- ---O esquecimento da tolerância zero ao estacionamento em segunda fila em Lisboa ---

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----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------- ----- O estacionamento irregular em segunda fila é responsável por graves transtornos à normal circulação rodoviária em Lisboa; ----------------------------------------------------- ----- A obstrução por um único automóvel estacionado num arruamento, por exemplo com duas vias de circulação e ocupando uma das vias, reduz, na prática, para metade a capacidade de escoamento do tráfego nesse arruamento;----------------------------------- ----- Os obstáculos causados por automóveis estacionados irregularmente provocam graves prejuízos à circulação de transportes colectivos. -------------------------------------- ----- Considerando ainda que: --------------------------------------------------------------------- ----- O combate ao estacionamento irregular em segunda fila deve constituir uma prioridade na gestão da mobilidade em Lisboa; ----------------------------------------------- ----- A fiscalização do estacionamento é uma competência do município através da Polícia Municipal e da EMEL;-------------------------------------------------------------------- ----- Os actuais responsáveis políticos do município declararam há mais de três anos o seu empenho e o seu compromisso na resolução do problema do estacionamento em segunda fila em Lisboa, tendo o mesmo apontado quais as artérias prioritárias nessa campanha.-------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa reunida no dia 22 de Fevereiro de 2011 delibera: --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Manifestar a sua preocupação pela constatação da prática generalizada do estacionamento em segunda fila na cidade de Lisboa;---------------------------------------- ----- Censurar a Câmara Municipal pela falta de empenho na resolução do grave problema do estacionamento irregular em segunda fila; -------------------------------------- ----- Exigir à Câmara Municipal a tomada de medidas eficazes para eliminar a prática do estacionamento em segunda fila em Lisboa. ------------------------------------------------ ----- Solicitar à Câmara Municipal a comunicação regular a esta Assembleia sobre as medidas tomadas e os resultados obtidos no combate ao estacionamento em segunda fila. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pelo Grupo Municipal do PPD/PSD, O Deputado Municipal António Prôa.” ------- ------------------------------- MOÇÃO NÚMERO QUATRO ------------------------------- ------Câmara Municipal de Lisboa deve decidir políticas da Carris e do Metro ----------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- O transporte colectivo constitui um elemento central da mobilidade em Lisboa e um instrumento decisivo na respectiva gestão; ------------------------------------------------ ----- O desenvolvimento de uma política de mobilidade depende da capacidade de definir o papel de cada elemento e do poder de decidir sobre a actuação dos instrumentos envolvidos; -------------------------------------------------------------------------- ----- O Metropolitano de Lisboa e a Carris, são empresas públicas tuteladas pelo Governo que asseguram o transporte público de passageiros, essencialmente no concelho de Lisboa. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando ainda que: -------------------------------------------------------------------- ----- A criação da Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa, podendo contribuir para a articulação dos transportes no âmbito da mobilidade da Área

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Metropolitana de Lisboa, não esgota o papel que as autarquias devem desempenhar na área da mobilidade, especialmente tratando-se de empresas com actividade centrada num único município; ----------------------------------------------------------------------------- ----- O papel da Câmara Municipal de Lisboa na desejável articulação de políticas de mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa carece de esta dispor de capacidade de intervenção junto dos operadores de transportes colectivos; -------------------------------- ----- A Câmara Municipal de Lisboa não dispõe de capacidade efectiva de decidir ou influenciar a definição de políticas de investimento ou de gestão da Carris e do Metropolitano de Lisboa; -------------------------------------------------------------------------- ----- O desenvolvimento de uma eficaz política de mobilidade em Lisboa depende da capacidade da Câmara Municipal de Lisboa em influenciar decisivamente as políticas, os investimentos e a gestão da Carris e do Metropolitano de Lisboa;----------------------- ----- Recorrentemente a Carris e o Metro têm tomado decisões no desenvolvimento da sua actividade e que não correspondem às prioridades e interesse do município.--------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa reunida no dia 22 de Fevereiro de 2011 delibera: --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Manifestar o empenho em contribuir para que seja encontrada uma solução que garanta ao município de Lisboa condições para influenciar de forma decisiva a política e a gestão nas empresas Carris e Metropolitano de Lisboa; ------------------------ ----- Instar a Câmara Municipal de Lisboa para que, salvaguardando os interesses do município, nomeadamente no que respeita ao desequilíbrio financeiro das empresas de transporte, negoceie com o Governo a implementação de um modelo que permita a efectiva intervenção da Câmara Municipal, em articulação com a Autoridade Metropolitana dos Transportes, nas decisões da Carris e do Metropolitano de Lisboa que pode passar pela transferência da tutela sobre estas empresas; ------------------------- ----- Apelar ao Governo que, no interesse do desenvolvimento de uma política adequada de mobilidade na cidade de Lisboa, condicione, desde já, qualquer decisão sobre projectos ou investimentos na Carris e no Metropolitano de Lisboa a consulta e parecer da Câmara Municipal de Lisboa, com o compromisso de o considerar vinculativo. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Pelo Grupo Municipal do PPD/PSD, O Deputado Municipal António Prôa.” ------- ------------------------------- MOÇÃO NÚMERO CINCO ----------------------------------- ------- Para uma intervenção urgente na Escola Básica Professora Aida Vieira ----------- ----- A Escola Básica Professora Aida Vieira, no Bairro Padre Cruz foi inaugurada, com pompa e circunstância, após conclusão das obras em Setembro de 2010;------------ ----- Dias depois da sua inauguração, constataram-se vários incidentes relacionados com o tecto falso, as janelas e as portas, tendo-se verificado sucessivas quedas de placas do tecto falso, de grelhas das janelas e empenas das portas; ------------------------- ----- O portão principal de entrada, apesar de projectada e prevista no projecto de construção da escola, continua por construir e os alunos continuam a usar uma porta lateral para aceder às instalações da Escola, tendo que atravessar buracos enlameados porque o pátio não está sequer arranjado. -------------------------------------------------------

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----- A cantina nova que tem todas as condições para servir refeições quentes, não está em funcionamento e as refeições continuam a ser servidas em regime de catering, o que pode pôr em causa a qualidade alimentar e ter consequências para a saúde dos alunos; ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- No último dia 17 do corrente mês, os encarregados de educação fecharam a escola a cadeado em protesto contra degradação persistente da Escola Básica Professora Aida Vieira; --------------------------------------------------------------------------- ----- Garantir o funcionamento da rede pública de escolas básicas de qualidade, com as melhores condições infra-estruturais e lectivas são uma das mais importantes prerrogativas da intervenção autárquica e é da responsabilidade do executivo camarário. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em face ao exposto, o Bloco de Esquerda propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em Sessão Ordinária, 22 de Fevereiro de 2011, delibere exigir ao Executivo: ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Actue com a máxima celeridade com vista à reparação de todas as anomalias que infelizmente vão surgindo colocam em causa o bom funcionamento da Escola;---------- ----- Proceda (e dê conhecimento à Assembleia Municipal) a um levantamento exaustivo de todas as situações que urge resolver;--------------------------------------------- ----- Informe esta Assembleia Municipal do calendário para a concretização da segunda fase da construção da Escola.” -------------------------------------------------------- ----- (O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda)---------------------------------------------- ------------------------------- MOÇÃO NÚMERO SEIS -------------------------------------- --------------------- Por um ensino de qualidade e contra a precariedade -------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- A existência de inúmeras e continuadas queixas de pais, professores e profissionais da educação relativamente às Actividades de Enriquecimento Curricular e às Componentes de Apoio à Família; ---------------------------------------------------------- ----- Na área laboral, as queixas apontam para a precariedade das relações laborais, o incumprimento da lei, através da não realização de contractos, incumprimentos no pagamento à segurança social, incumprimento das remunerações estipuladas, atrasos repetidos das remunerações, e insuficiências no enquadramento legal; -------------------- ----- Na área pedagógica, as queixas vão no sentido da ausência de projectos com consistência, empresas gestoras (depois transformadas em IPSS's) sem habilitações para as funções, muitas acusadas de má gestão e fraudulentas;------------------------------ ----- Os problemas existentes variam de escola para escola, junta para junta, autarquia para autarquia, num problema que assume demasiadas matizes; --------------------------- ----- É defensável a descentralização nestas áreas, mas já não é aceitável a falta de monitorização, acompanhamento e avaliação, numa abordagem e exigência comum de qualidade nos seus projectos pedagógicos, de seriedade na gestão e na dignidade de tratamento dos profissionais; --------------------------------------------------------------------- ----- Esta situação não pode continuar e é fundamental procurar respostas e soluções; -- ----- O Bloco de Esquerda propõe que Assembleia Municipal de Lisboa reunida em sessão Ordinária, em 22 de Fevereiro, delibere:------------------------------------------------

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----- Que a Câmara Municipal de Lisboa inicie conversações com o Ministério da Educação e todas as partes envolvidas: Juntas de Freguesia, Sindicatos, professores, Associações de Pais, agrupamentos escolares e empresas de forma a fazer um diagnóstico da situação e promover soluções no sentido da dignificação destas actividades, quer seja no domínio laboral, quer seja na qualidade da gestão e do projecto pedagógico, promovendo legislação e regulamentação apropriada, mecanismos de acompanhamento, monitorização e avaliação com participação dos actores envolvidos. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Apelar às entidades competentes para fazer uma auditoria às empresas e IPSS que têm operado nesta área. ----------------------------------------------------------------------- ----- Dar conhecimento desta moção aos órgãos de soberania, aos sindicatos, aos movimentos contra a precariedade, aos agrupamentos escolares, às Associações de País da área de Lisboa, ao Ministério da Educação e ao Tribunal de Contas.” ----------- ----- (O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda)----------------------------------------- ------------------------------- MOÇÃO NÚMERO SETE -------------------------------------- --------------------------- Pela Reposição do Eléctrico 24 -------------------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------- ----- Segundo informações vindas a publico a requalificação do Cais do Sodré prevê a construção de um novo jardim e o fim da linha do Eléctrico 24; ---------------------------- ----- Foi aprovada por unanimidade em 2007 nesta Assembleia Municipal do PEV, uma recomendação pela reposição da circulação carreiras de eléctricos desactivados, nomeadamente a do Eléctrico 24; --------------------------------------------------------------- ----- Foi ainda aprovada por esta Assembleia Municipal, a Recomendação Nº5 do Bloco de Esquerda Por uma Politica Séria de Mobilidade Sustentável para Lisboa que apelava à apresentação de um plano de medidas preventivas de acalmia de tráfego na cidade de Lisboa, dotando-as das condições satisfatórias para a prática de velocidades compatíveis com os peões e a circulação de modos suaves, começando, desde já, pelas áreas criticas que inclui precisamente a zona do Cais do Sodré;----------------------------- ----- Os Estudos de Caracterização da Qualidade do Ar na Área do Bairro Alto e Baixa Pombalina, alertam para as grandes concentrações de poluentes (monóxido de carbono, benzeno e partículas) e frisam a necessidade da implementação de medidas programáticas para a melhoria da qualidade do ar; -------------------------------------------- ----- Se sabe que a necessidade do cumprimento das obrigações nacionais face ao Protocolo de Quioto obriga, necessariamente, a um claro e forte incentivo à utilização dos transportes públicos;--------------------------------------------------------------------------- ----- O eléctrico, para além, de ser um dos modos de transporte mais suaves e ambientalmente mais sustentáveis cuja utilização e promoção devem ser reforçadas, constitui um ex-líbris para atracção turística da cidade Lisboa; ----------------------------- ----- A recuperação para a cidade de Lisboa da Zona Ribeirinha e a sua subsequente requalificação urbana têm obrigatoriamente de ser em termos urbanísticos da competência dos órgãos democraticamente eleitos pelos cidadãos de Lisboa, Câmara e Assembleia Municipal;-----------------------------------------------------------------------------

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----- A Câmara Municipal de Lisboa e o seu Executivo devem envidar todos os esforços ao seu alcance para garantir que a mobilidade em Lisboa se façam através dos modos suaves de transporte.------------------------------------------------------------------ ----- O Bloco de Esquerda propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em Sessão Ordinária, em 22 de Fevereiro, delibere: ----------------------------------------------- ----- Exigir à Câmara Municipal de Lisboa que intervenha junto da Sociedade Frente Tejo, da Carris e da sua tutela para a reposição da circulação da linha do Eléctrico 24, conforme as aspirações de milhares de cidadãos lisboetas que dela sempre usufruíram.” ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- (O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda)---------------------------------------------- ------------------------------- MOÇÃO NÚMERO OITO -------------------------------------- --------------Pela criação do Certificado Municipal de Acessibilidade------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------- ----- A promoção da acessibilidade constitui um elemento fundamental na qualidade de vida das pessoas; -------------------------------------------------------------------------------- -----A promoção da acessibilidade é um meio imprescindível para o exercício dos direitos que são conferidos a qualquer membro de uma sociedade democrática, contribuindo decisivamente para um maior reforço dos laços sociais, para uma maior participação cívica de todos aqueles que a integram e, consequentemente, para um crescente aprofundamento da solidariedade no Estado social de direito;------------------- ----- A 22 de Julho de 2009, a Câmara Municipal aprovou o Plano Municipal de Acessibilidade Pedonal;--------------------------------------------------------------------------- ----- Este Plano Municipal tem como objectivos impedir a criação de novas barreiras, programar a adaptação do edificado existente e mobilizar a comunidade para a construção de uma cidade para todas as pessoas e que o âmbito de intervenção do Plano inclui todos os edifícios municipais, o espaço público sob tutela da Câmara e o exercício dos deveres previstos na lei ao nível do licenciamento e da fiscalização; ------ ----- O conjunto das pessoas com mobilidade condicionada é bastante amplo e alargado, nomeadamente as pessoas em cadeiras de rodas, pessoas incapazes de andar ou que não conseguem percorrer grandes distâncias, pessoas com dificuldades sensoriais, tais como os invisuais ou surdos, e ainda aquelas que, em virtude do seu percurso de vida, se apresentam transitoriamente condicionadas, como as grávidas, as crianças e os idosos; -------------------------------------------------------------------------------- ----- Constitui uma das tarefas principais do Estado, de acordo com a Constituição da República Portuguesa, a promoção do bem-estar e qualidade de vida da população e a igualdade real e jurídico-formal entre todos os portugueses, ciframos a alínea d) do artigo 9º e o artigo 13º da Constituição da Republica Portuguesa, bem como a realização de “uma política nacional de prevenção e de tratamento, reabilitação e integração dos cidadãos portadores de deficiência e de apoio às suas famílias”, o desenvolvimento de “uma pedagogia que sensibilize a sociedade quanto aos deveres de respeito e solidariedade para com eles” e assumpção do “encargo da efectiva realização dos seus direitos, sem prejuízo dos direitos e deveres dos pais e tutores” (Cfr. n.º 2 do artigo 71º CRP); --------------------------------------------------------------------

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----- Considerando, ainda, que a alínea d) do artigo 3º da Lei de Bases da Prevenção, Habilitação, Reabilitação e Participação das Pessoas com Deficiência (Lei n.º 38/2004, de 18 de Agosto) determina “a promoção de uma sociedade para todos através da eliminação de barreiras e da adopção de medidas que visem a plena participação da pessoa com deficiência”; ------------------------------------------------------- ----- Se assiste, cada vez mais, nas cidades a uma crescente preocupação dos cidadãos e das instituições pela reabilitação do património edificado, dos elementos estruturais no exterior e no interior, e que o trabalho desenvolvido e a desenvolver em prol do esbatimento de barreiras arquitectónicas e das mentalidades, consubstanciado na remodelação de espaços, instalação de infra-estruturas, espaço público e acessos a equipamentos e edifícios, tem aqui a sua grande oportunidade de corrigir as lacunas de mobilidade em mutas intervenções; ---------------------------------------------------------- ----- É principal prioridade de todo e qualquer executivo camarário tornar a cidade apta para todos os seus cidadãos independentemente das suas capacidades de mobilidade; ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A cidade tem por obrigação natural respeitar as limitações físicas e sensoriais das pessoas que lhe dão vida, porque a cidade existe pelas pessoas e para as pessoas; ------- ----- Esta temática merece uma atenção redobrada numa cidade como Lisboa, com a uma topografia tão peculiar, onde as suas colinas acentuam as grandes dificuldades de mobilidade dos seus habitantes e onde os seus passeios e calçadas são, a maior parte das vezes, perigosas e limitativas para quem nelas tem de circular; ------------------------ ----- A cidade de Lisboa tem um número muito significativo de habitantes idosos, em cerca de 25% da sua população, e que estes condicionalismos tem de ser encarados com a devida seriedade e urgência; -------------------------------------------------------------- ----- A grande maioria dos edifícios que albergam os serviços públicos na cidade, não são acessíveis a pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida e/ou idosos; -------- ----- Nenhum espaço ou edifício aberto ao público pode ser local de discriminação, e que a acessibilidade é justamente “a possibilidade e a capacidade das ruas, praças, jardins e edifícios assegurarem a todos uma igual oportunidade de utilização sem barreiras”; -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pelas implicações que tem na segurança, no conforto e na autonomia dos utilizadores, a acessibilidade é um factor primordial de qualidade de vida que beneficia todas as pessoas, com ou sem deficiência;------------------------------------------ ----- Para tal, todos tem um papel a desempenhar, e que o Município de Lisboa tem por obrigação envolver a sociedade civil, promover o debate sobre estas mesmas questões, incentivar acções de sensibilização para estas problemáticas, denunciar e punir os incumpridores e felicitar, agraciar e incentivar aqueles que cumprem. ---------- ----- O Grupo Municipal do Partido da Terra, propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião de 22 de Fevereiro de 2011, delibere:-------------------------------- ----- Propor à Câmara Municipal de Lisboa a criação do Certificado Municipal de Acessibilidade; -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Definir os critérios de avaliação e as normas de actuação que deverão estar a cargo do núcleo de acessibilidades do Departamento de Planeamento de Infra-

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estruturas da Câmara Municipal e que deverá compreender um projecto de aplicação e uma calendarização rigorosa; --------------------------------------------------------------------- ----- Numa primeira fase, submeter à verificação/fiscalização, pelas equipas técnicas da Câmara Municipal de Lisboa, os edifícios públicos municipais existentes, bem assim como que em cada verificação/fiscalização, seja emitido um Certificado de Acessibilidade de afixação obrigatória na entrada do edifício em questão, com a menção de “Edifício Acessível ou então Edifício Não Acessível”, consoante seja o caso.--------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pelo Grupo Municipal do MPT, O Deputado Municipal John Rosas.” --------------- ------------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO UM ------------------------- ----------------------------------Serviços Municipais--------------------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- A situação económica e financeira da Câmara Municipal de Lisboa, caracterizada sobretudo por um elevadíssimo nível de endividamento;------------------------------------- ----- O vasto sector empresarial local, na sua quase totalidade com capitais próprios inferiores ao determinado pela lei vigente e também com um endividamento excessivo e cada vez maior e mais caro; --------------------------------------------------------------------- ----- As Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2011 não prevêem uma suficiente amortização da dívida do Município;------------------------------------------------ ----- A carga fiscal que pesa sobre os Munícipes já atingiu níveis que reclamam a sua diminuição; ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Esta Câmara não tem conseguido diminuir a despesa nem mesmo após a brutal redução salarial aos seus funcionários imposta pelo Governo; ------------------------------ ----- Não é conhecido, de forma exaustiva e precisa a participação directa ou indirecta do Município em Associações, Fundações e outras entidades e a despesa envolvida a curto e médio prazo;-------------------------------------------------------------------------------- ----- É hoje claro que o Bom Governo Autárquico tem um valor económico e social fundamental quer para as próprias autarquias quer para a sociedade em que se inserem e é a razão primeira e última da sua existência; ------------------------------------------------ ----- São escassas as propostas de sistematização e aplicação das boas práticas de governo municipal e a sua adopção generalizada; --------------------------------------------- ----- Face ao exposto, o Grupo Municipal do CDS/PP propõe à Assembleia Municipal de Lisboa que solicite à Câmara Municipal de Lisboa que: ---------------------------------- ----- Confirme a existência de 184 endereços onde o Município tem instalados diversos serviços ou actividades; ----------------------------------------------------------------- ----- Quais os custos, directos e indirectos, com a manutenção destes serviços dispersos e a fundamentação da sua mais-valia geográfica; ---------------------------------- ----- Informe qual o custo de mudança do Gabinete da Presidência para o Intendente; -- ----- A confirmar-se a mudança para o Intendente, qual a logística que a comporta e respectivos custos. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Pelo Grupo Municipal do CDS-PP, o Deputado Municipal António Ferreira de Lemos.” ---------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO DOIS -----------------------

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--------------------------------Plano de Pormenor da Matinha----------------------------- ----- “Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- São objectivos estratégicos, assumidos por diversos Planos, Programas e Cartas deliberados ou apresentados em Câmara Municipal de Lisboa, garantir a boa qualidade do espaço público urbano e sua dotação com os necessários equipamentos colectivos.-------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que, segundo os Objectivos Estratégicos do Programa Local de Habitação de Lisboa — deliberado em Reunião de Câmara de 11 de Novembro de 2009 (Proposta n.º 1115/2009) e aprovado em Sessão da Assembleia Municipal de 12 de Janeiro de 2010 — e mais especificamente, conforme o descrito no seu Objectivo B (Melhorar a qualidade da vida urbana e a coesão territorial), o Município de Lisboa deve pugnar por "completar, redimensionar, gerir e manter a rede de equipamentos de proximidade". --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando as carências e necessidades identificadas nas Cartas de Equipamentos de Lisboa, nomeadamente a Carta Educativa — deliberada em Reunião de Câmara de 2 de Abril de 2008 (Proposta nº 165/2008) e aprovada em Sessão da Assembleia Municipal de 29 de Abril de 2008 — e a Carta de Equipamentos de Saúde — deliberada em Reunião de Câmara de 15 de Abril de 2009 (Proposta nº 314/2009) e aprovada em Sessão da Assembleia Municipal de 2 de Junho de 2009. ----------------- ----- Considerando que, segundo a Proposta nº 617/2010 — referente a Equipamentos, Metas Ambientais e Fogos a Custos Acessíveis nos Planos de Pormenor, deliberada em Reunião de Câmara de 5 de Janeiro de 2011 — "todos os Planos de Pormenor a submeter à apreciação da CML e AML devem conter uma planta, com a localização, e um quadro resumo, com o dimensionamento, de todos os equipamentos colectivos e espaços verdes necessários, previstos pelas cartas e documentos sectoriais aprovados, nomeadamente a Carta Educativa, a Carta dos Equipamentos de Saúde, a Carta Desportiva, as Orientações Estratégicas para os Equipamentos Sociais - Infância e o Plano Verde, na respectiva área de intervenção e na área envolvente enquanto área de influência".------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que o Plano de Pormenor da Matinha — cuja discussão se encontra agendada para a Sessão da Assembleia Municipal de 22 de Fevereiro de 2011 — inclui 3 áreas de reserva para equipamento, a saber: E2, E3 e E5. -------------------------- ----- Considerando que tanto a Carta Educativa, como o Relatório da 1ª fase do Programa Local de Habitação de Lisboa — apresentado em Reunião de Câmara de 11 de Fevereiro de 2009 — identificam um défice de equipamentos pré�escolares e sociais para a infância para a área geográfica em causa. E que a Carta de Equipamentos de Saúde identifica um vasto conjunto de carências na área dos cuidados continuados na cidade de Lisboa, que a inclusão de um equipamento no PP da Matinha contribuiria para atenuar, em complementaridade com algumas unidades hospitalares privadas e públicas projectadas nas imediações. -------------------------------- ----- Considerando que qualquer das parcelas E2 e E3 têm área suficiente para a construção de uma Unidade de Cuidados Continuados. E que a parcela E5, dada a proximidade da parcela reservada à construção de uma Escola Básica Integrada,

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poderia ser afectada a um equipamento pré�escolar e social para a infância, ou seja, um Jardim-de-infância e uma Creche. ----------------------------------------------------------- ----- Considerando, finalmente, que a identificação destas necessidades concretas deveriam ser vertidas, quanto antes, para o Plano de Pormenor em questão. -------------- ----- Os Deputados Municipais Independentes, abaixo identificados, propõem que a Assembleia Municipal de Lisboa delibere recomendar à Câmara Municipal de Lisboa, que:---------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Afecte uma das parcelas de equipamento, E2 ou E3, do Plano de Pormenor da Matinha para a construção de uma Unidade de Cuidados Continuados, assim como a parcela E5 a um equipamento pré-escolar e social para a infância, ou seja, um Jardim-de-infância e uma Creche”.------------------------------------------------------------------------ ----- (Subscrita pelos Deputados Municipais Independentes; Maria do Céu Guerra de Oliveira e Silva, Ana Maria Gaspar Marques, Filipe Mário Lopes, José Alberto Ferreira Franco e Paulo Miguel Correia Ferrero Marques dos Santos) --------------------- ------------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO TRÊS ----------------------- -----Acordo entre Câmara Municipal de Lisboa e Orquestra Sinfónica Portuguesa----- ----- “A Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) foi criada em 1993, pelo, à época, Secretário de Estado da Cultura (Dr. Pedro Santana Lopes) na Direcção-Geral dos Espectáculos e dos Direitos de Autor (dirigida pelo Eng.º António Xavier); pelo Maestro Álvaro Cassuto e pela Dra. Arminda Agostinho da Silva (Directora executiva). ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Apesar das várias dificuldades, tem conseguido manter uma louvável actividade sinfónica, com participações em prestigiantes festivais de música, tanto nacionais como internacionais e uma programação de concertos regular, ajudando assim à divulgação da música erudita portuguesa, para além de grandes obras clássicas.--------- ----- As suas colaborações demonstram o alto nível que já atingiu num curto espaço de tempo, dignificando assim a contribuição portuguesa nesta área da Cultura, como poderão atestar os trabalhos desenvolvidos junto da Radiodifusão Portuguesa, através da transmissão dos seus concertos pela Antena 2 e da participação em iniciativas da própria RDP; os prémios Pedro de Freitas Branco para Jovens Chefes de Orquestra, Jovens Músicos-RDP e Tribuna Internacional de Jovens Intérpretes. ---------------------- ----- Destacam-se ainda as seguintes participações: 8.º Torneio Eurovisão de Jovens Músicos transmitido pela Eurovisão para cerca de quinze países (1996); o concerto de encerramento do 47.º Festival Internacional de Música y Danza de Granada (1997); o concerto de Gala de Abertura da Feira do Livro de Frankfurt; o concerto de encerramento da Expo 98; o Festival de Música Contemporânea de Alicante (2000); e ainda o Festival de Teatro Clássico de Mérida (2003), só para citar os mais importantes.------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A Orquestra já teve a oportunidade de trabalhar sob a direcção de alguns dos mais notáveis maestros, nomeadamente Rafael Frühbeck de Burgos, Alain Lombard, Nello Santi, Alberto Zedda, Harry Christophers, George Pehlivanian, Michel Plasson, Krzysztof Penderecki, Djansug Kakhidze, Milán Horvat, Jeffrey Tate e Iuri Ahronovitch. ----------------------------------------------------------------------------------------

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----- Os maestros titulares têm sido alguns dos mais importantes da actualidade em Portugal, tais como Álvaro Cassuto (que conduziu a Orquestra na gravação dos seus dois CD’s para a “Marco Polo”, das Sinfonias nº 1, 5, 3 e 6 de Joly Braga Santos), José Ramón Encinar e Zoltán Peskó e Donato Renzetti.-------------------------------------- ----- Actualmente é composta por 110 instrumentistas, liderados pelo Maestro Titular Julia Jones e integrada nos corpos do Teatro Nacional S. Carlos, embora com actividade autónoma. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Sabendo que: ---------------------------------------------------------------------------------- ----- A Orquestra Sinfónica Portuguesa é um organismo de prestígio da Cultura erudita em Portugal, representando o país em algumas das mais importantes festividades do género internacionalmente;----------------------------------------------------- ----- É a única Orquestra Sinfónica no mundo que não possui qualquer lugar onde possa ensaiar e guardar os seus instrumentos; -------------------------------------------------- ----- Paga quantidades exorbitantes no aluguer de espaços, nem sempre próprios para o efeito, bem como nas deslocações dos músicos e dos instrumentos, de cada vez que vão ensaiar, com o risco de danificarem o material (por vezes irrecuperavelmente) nessas deslocações; --------------------------------------------------------------------------------- ----- A Câmara Municipal de Lisboa possui alguns imóveis devolutos, sem uso, e com condições que permitam a instalação provisória de um organismo deste nível e qualidade, beneficiando do seu uso e manutenção, como poderia ser o caso do Convento das Mónicas; ---------------------------------------------------------------------------- ----- O grupo municipal do Partido Popular Monárquico propõe a esta digníssima Assembleia que, na sua reunião ordinária de 22 de Fevereiro de 2011, delibere: --------- ----- Estabelecer um acordo com a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP), com a possibilidade de disponibilização, se possível, de um espaço camarário para a instalação da OSP; ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Para usufruir desse espaço, a OSP faria a manutenção do mesmo, sendo responsável pelos encargos subjacentes a essa mesma manutenção;------------------------ ----- Contribuir com este acordo para a dignificação da Cultura Portuguesa, de forma a reactivar um imóvel da Câmara, evitando a sua degradação, e alojando uma das principais instituições culturais portuguesas; --------------------------------------------------- ----- Enviar esta Recomendação aos Excelentíssimos Senhores: ---------------------------- ----- Presidente da República, Professor Aníbal Cavaco Silva; ------------------------------ ----- Primeiro-Ministro, Eng. José Sócrates; ---------------------------------------------------- ----- Ministério da Cultura, na pessoa da Senhora Ministra, Dra. Gabriela Canavilhas - ----- Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa ----------------------- ----- Vereadora da Cultura da CML, Dr.a Catarina Vaz Pinto ------------------------------- ----- O Maestro Titular da OSP, Maestro Júlia Jones. ----------------------------------------- ----- Pelo Grupo Municipal do PPM, a Deputada Municipal Aline Gallasch-Hall” ------ ---------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO QUATRO -------------------- --------- Preservação e promoção dos Relógios Históricos da Cidade de Lisboa--------

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----- O primeiro relógio mecânico de que se tem conhecimento em território português foi o da Sé de Lisboa, aí colocado em 1377, tendo sido o primeiro grande marcador do tempo colectivo de Lisboa e um exemplar de relojoaria grossa. ---------------------------- ----- Em 1915 foi instalado no Cais do Sodré o relógio que marcava a hora oficial. Ainda hoje lá se encontra, embora o mecanismo tenha mudado. O primeiro veio da Alemanha e estava sincronizado com um pêndulo astronómico situado no Observatório de Hamburgo e ligado por uma linha de telégrafo privativa ao Observatório da Ajuda. Em 2001 a velha máquina mecânica foi substituída por uma de quartzo e o ano passado o sistema passou a ser assistido por um computador ligado a um relógio atómico do Observatório de Lisboa. -------------------------------------------- ----- Existem muitos relógios emblemáticos que contam as horas e os minutos de Lisboa mas, agora, na era digital e electrónica, estão votados ao esquecimento e ao abandono, quer por parte das autoridades competentes pela sua manutenção, quer pelos próprios cidadãos que por eles passam, sem se aperceberem da sua existência. -- ----- Estes relógios públicos e históricos devem ser preservados e mantidos em boas condições por serem um testemunho da nossa Arte e História. ------------------------------ ----- Considerando que a cidade de Lisboa possui uma diversidade de tipologias e mecanismos de relojoaria férrea, grossa, de torre, pública ou monumental; --------------- ----- Considerando que a Fundação Portuguesa das Comunicações possui um espólio de diferentes tipos de relógios dos antigos CTT, Marconi e TLP, que tem depositado em armazéns; ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta do Partido Ecologista “Os Verdes”, recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que:-------------------------------------------------------------------------- ----- Proceda à inventariação dos locais com Relógios Públicos na cidade, visando a sua salvaguarda, preservação e manutenção. --------------------------------------------------- ----- Promova a criação de um Núcleo Museológico do Tempo em parceria com a Fundação Portuguesa das Comunicações.------------------------------------------------------- ----- Proceda à criação de um Roteiro de Relógios Históricos de Lisboa em colaboração com as Instituições Universitárias como forma de valorizar o nosso património e promover à sua divulgação junto das escolas e postos de turismo. --------- ----- Esta recomendação seja enviada ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo (DRCLVT), Patriarcado de Lisboa, Associação de Turismo de Lisboa, CP - Comboios de Portugal, Rede Ferroviária Nacional (REFER), Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), CTT - Correios de Portugal e Fundação Portuguesa das Comunicações.” ----------------------------------------------------- ----- (Subscrita pela Sra. Deputada Municipal Cláudia Madeira, do PEV) ---------------- ----------------------------RECOMENDAÇÃO NÚMERO CINCO ------------------------ --------Centro de divulgação e apoio aos agricultores urbanos na cidade de Lisboa----- ----- Actualmente o nosso país importa cerca de 80% daquilo que consome, o que nos torna extremamente dependentes do exterior. Além disso, todos estes produtos percorrem milhares de quilómetros, seja por camião, barco ou avião, antes de

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chegarem aos consumidores nas mais diversas superfícies comerciais, facto este que contribui bastante para o aumento das emissões de CO2 e, consequentemente, para o agravamento do fenómeno das alterações climáticas. ----------------------------------------- ----- As nossas cidades devem, cada vez mais, assumir um papel preponderante e de mudança relativamente a este fenómeno, seja através da promoção do uso de transportes públicos em detrimento do transporte individual, do aumento dos espaços verdes e arborizados nas cidades, da promoção da produção e consumo locais, entre outros. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- É, por isso, urgente concretizar uma mudança nas nossas cidades, tornando-as mais sustentáveis e eficientes, sob o ponto de vista ambiental, social e económico, e potenciadoras também da economia do país; -------------------------------------------------- ----- A criação de hortas urbanas, e a sua disseminação pela cidade em locais possíveis, constitui uma quebra no continuum de construção e impermeabilização dos solos, minimizando o fenómeno de cheias e inundações, cada vez mais frequentes na cidade de Lisboa, além de, em muitos casos, representar a forma de sustento e suporte de muitas famílias que as cultivam; -------------------------------------------------------------- ----- Considerando que está actualmente em curso um projecto para a renovação e legalização das actuais hortas urbanas existentes no Vale de Chelas, através da criação de um parque hortícola com cerca de 16 hectares, os quais serão divididos em aproximadamente 400 talhões, e depois cedidos aos hortelãos, mediante pagamento de uma taxa de ocupação anual, e que é de todo o interesse dar seguimento a este projecto; ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando ainda que a criação de uma estrutura que permita uma convergência de actividades, que permita um maior estreitamento entre os mundos rural e urbano, participativa, onde os agricultores urbanos possam trocar experiências e realidades sobre práticas agrícolas sustentáveis, obter conhecimentos e formação, reveste-se de grande importância para a cidade de Lisboa e para a população em geral; ----- Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta do Partido Ecologista " Os Verdes", recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que:------------------------------------------------------------------- ----- Promova a criação de um espaço para que os agricultores possam divulgar os seus produtos, e que represente também um centro de partilha de recursos e conhecimentos sobre agricultura sustentável, troca de experiências, com refeições biológicas, palestras e mostra de projectos individuais ou colectivos. ---------------------- ----- Divulgue posteriormente a existência deste espaço à população, com informação da importância de consumir produtos locais e da forma como estes contribuem para a diminuição da dependência do exterior, apoiando a economia nacional e local, contribuindo também, para a diminuição do fenómeno das alterações climáticas.------- ----- (Subscrita pela Sra. Deputada Municipal Cláudia Madeira, do PEV) ---------------- ----------------------------RECOMENDAÇÃO NÚMERO SEIS ---------------------------- ----------- Dia Internacional da Mulher Contra a Violência Doméstica------------------ ----- “Considerando que: --------------------------------------------------------------------------

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----- O Dia Internacional da Mulher foi adoptado pelas Nações Unidas, não só para lembrar as conquistas sociais, politicas e económicas das mulheres, mas também a discriminação e a violência a que muitas delas ainda são submetidas em todo o mundo;------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Portugal não é excepção, e no que diz respeito a matérias de violência doméstica a situação é bastante preocupante, já que os processos de factos criminosos detectados pela APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vitima) registaram um acréscimo de 25% em 2010 face ao ano anterior, nomeadamente os maus tratos físicos (4389), e os maus tratos psicológicos (5293), sendo que o perfil tipo de uma vitima é do de sexo feminino (87%).------------------------------------------------------------------------------------- ----- No balanço sobre vítimas mortais por violência doméstica do ano de 2010 Lisboa esteve em destaque pela negativa com oito casos; --------------------------------------------- ----- É ainda imensa a violência doméstica em Portugal, imenso o receio de as vitimas se darem a conhecer e ao que se passa com elas, devido a medo de represálias também violentas, ou não saberem como resolver a situação sentindo-se por isso desapoiadas, muitas das vitimas acabam por se refugiar no silêncio; ----------------------- ----- Neste contexto a dignidade da mulher é constantemente ultrajada, o que origina ou aumenta a sua falta de auto-estima, além de que este factores levam há perda de respeito por si mesma e que ainda grande parte das mulheres desconhece os seus direitos e subvaloriza as suas capacidades. Tornam-se cada vez mais apagadas, submissas e sem coragem para denunciar injustiças e maus-tratos, ou para pedirem ajuda e lutarem por si e por tudo a que têm direito, quer a nível pessoal, familiar, doméstico, social e inclusive laboral; ------------------------------------------------------------ ----- A violência doméstica é encarada como uma grave violação dos Direitos Humanos e o seu combate deve ser empreendido como um dos objectivos essenciais para a consecução de uma sociedade justa e igualitária, implicando uma politica concertada e estruturada e que exige também o dotar-se o País de estruturas de apoio e atendimento, já previamente definidas no III Plano Nacional Contra a Violência Doméstica, onde estes objectivos estão em consonância com orientações e normas nacionais, internacionais e europeias nas quais Portugal se encontra vinculado e com as quais se comprometeu.-------------------------------------------------------------------------- ----- É importante que as autarquias realizem o trabalho, muito sóbrio, de criação das condições e estruturas que lhes cabem adaptando-se à nova legislação que consta no IV Plano Nacional Contra a Violência Doméstica para o triénio 2010/2013 (D. da República, Resolução de Conselho de Ministros, nº 10072010 – 17 Dezembro) e a Lei 112/2009/16 Setembro. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Embora existindo situações sempre preocupantes de violência doméstica em alguns casos sobre homens, idosos ou crianças, é sobre as mulheres que recai a esmagadora maioria destes abusos. -------------------------------------------------------------- ----- Apesar de todos os avanços da legislação portuguesa, este tipo de crime não está a diminuir e demonstram a ineficácia no combate a situações extremadas de violência doméstica. As instituições responsáveis não podem ficar indiferentes perante tal

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situação e os cidadãos em geral têm que contribuir para mudar o rumo dos acontecimentos. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, na sua sessão ordinária de 22 de Fevereiro de 2011, por proposta do Grupo Municipal do Bloco de Esquerda, delibera condenar todas as formas de violência doméstica, sexual e de género e recomendar que: ---------- ----- A CM Lisboa promova no próximo dia 8 de Março – Dia internacional da mulher, uma grande e abrangente Campanha de Esclarecimento à população sobre matérias de Violência Doméstica. ---------------------------------------------------------------- ----- A CM Lisboa enriqueça algumas das principais Bibliotecas Municipais com literatura acerca da temática da Igualdade de Géneros e Violência Doméstica. ---------- ----- A CM Lisboa apresente um Plano Municipal para a Igualdade de Género de Lisboa (PMIG), compromisso decorrente da subscrição da “Carta Europeia para a Igualdade das Mulheres e dos Homens na Vida Local”, enquadrando-se, também, nos objectivos do III Plano Nacional para a Igualdade – Cidadania e Género. ----------------- ----- (O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda)---------------------------------------------- ----------------------------RECOMENDAÇÃO NÚMERO SETE --------------------------- ----------“Harmonização da Intervenção Social na Cidade, face às Alterações procedentes da Reorganização Administrativa e Reorganização dos Serviços Municipais----------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando: -------------------------------------------------------------------------------- ----- Que a discussão pública que agora se inicia, cuja primeira finalidade se prende com a procura de uma maior eficácia na gestão da cidade, provocará, de imediato, a alteração das fronteiras das freguesias da cidade;---------------------------------------------- ----- Que esta alteração torna inevitável a geração de novas centralidades na cidade de Lisboa;------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Que foi aprovada nesta mesma Assembleia Municipal a reorganização dos serviços do município de Lisboa, através da qual o executivo camarário propôs alterar de forma radical a intervenção destes serviços na cidade, com repercussões previsíveis nas rotinas e na organização da oferta dos serviços prestados aos munícipes; ------------ ----- Que se torna inevitável o reequacionamento de um conjunto de serviços prestados á população de Lisboa por outras entidade que, embora não dependam directamente da acção da Câmara Municipal têm, no entanto, uma extraordinária repercussão na vida dos cidadãos de Lisboa, nomeadamente no que respeita à intervenção Social;---------------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, a necessidade de reajustar as diversas sinergias existentes na cidade de Lisboa, por forma a que a transição seja, no mínimo eficaz e que tendencialmente seja harmonizada a intervenção Social na cidade de acordo com o novo mapa administrativo e de acordo com a reorganização dos serviços camarários. ---------------- ----- O Grupo Municipal do Partido da Terra, propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida na sua reunião de 22 de Fevereiro de 2011, delibere:---------------------- ----- Propor à Câmara Municipal de Lisboa a criação de um grupo de trabalho, constituído por técnicos da Câmara Municipal de Lisboa, sem encargos adicionais para o Município com consulta da Comissão Permanente de Intervenção Social e

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Promoção de Igualdade de Direitos e de Oportunidades e nomeados pela Câmara Municipal de Lisboa, com a finalidade de:------------------------------------------------------ ----- Em função das alterações estruturais recentemente ocorridas, encetar negociações com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no sentido de, com esta entidade, criar um mecanismo de adaptação e harmonização dos serviços prestados pelo Município de Lisboa aos seus munícipes e dos serviços que, por imperativo legal, aquela instituição dedica aos cidadãos de Lisboa; ------------------------------------------------------ ----- Dotar o grupo de trabalho a constituir com os meios necessários para que este desenvolva uma metodologia que permita, num futuro próximo, uma melhor coordenação da intervenção da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e que os critérios que venham, a definir esta intervenção estejam sujeitos a parecer obrigatório da Câmara Municipal de Lisboa, como entidade gestora do território da cidade.--------- ----- Pelo Grupo Municipal do MPT, o Deputado Municipal John Rosas” ---------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Prôa (PSD), no uso da palavra, disse que, pretendia fazer duas referências a duas moções apresentadas pelo PSD, e que ambas diziam respeito a questões relacionadas com a mobilidade na Cidade de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A primeira dizia respeito ao problema, persistente, das segundas filas na Cidade de Lisboa, problemas que implicam para a vida dos Lisboetas e a ausência de medidas efectivas que resolvessem esses problemas. --------------------------------------------------- ----- E começaria por citar duas notícias com data diferentes; a primeira com a data de 25 de Setembro de 2007, e lendo só o início da notícia, “Duas semanas depois do início do programa da Câmara Municipal de Lisboa, “Tolerância Zero ao Estacionamento Ilegal”, os passeios estão mais libertos e os condutores mais sensibilizados, apesar de ainda existirem situações de abusos de acordo com a Polícia Municipal da Cidade”. Estávamos em 2007, e resultava do balanço efectuado pela Polícia Municipal da Cidade de Lisboa relativamente à grande medida anunciada pelo Senhor Presidente da Câmara que, em Setembro de 2007, já lá iam mais de três anos, anunciava com pompa e circunstância, que a sua grande prioridade em Lisboa seria acabar com as segundas filas em Lisboa, tolerância zero às segundas filas em Lisboa.-- ----- Perguntou se três anos depois, qual era a situação que se vivia em Lisboa relativamente a essa matéria, se tinha melhorado, qual era a opinião de quem todos os dias utilizava a Cidade de Lisboa, se as coisas estavam melhor? --------------------------- ----- Disse que se recordavam, certamente, que o Senhor Presidente da Câmara, inclusivamente, tinha definido um conjunto de artérias prioritárias em termos da intervenção daquela grande medida, que iria resolver o problema do estacionamento ilegal, Avenidas como a Av. 5 de Outubro, Av. João Crisóstomo, Rua de S. Bento, Av. Almirante Reis, enfim, um conjunto de artérias que facilmente os Senhores Deputados poderiam identificar com o tal problema das segundas filas, mas que infelizmente não era um problema que existiu e que já não existia, era um problema que estava exactamente igual. -------------------------------------------------------------------- ----- Mais de três anos depois, a promessa do Senhor Presidente da Câmara em resolver o estacionamento ilegal na Cidade de Lisboa, o problema estava exactamente

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na mesma. Cabia perguntar ali qual era a credibilidade de afirmações majestáticas que diziam que conseguiam, e não sabia, com uma varinha mágica, resolver aquele tipo de problemas. Cabia ali perguntar, o que tinha sido feito, quais os resultados em concreto, daquele anúncio, daquela operação, daquela prioridade apresentada pelo Senhor Presidente António Costa. --------------------------------------------------------------- ----- E do ponto de vista, de quem era cidadão da Cidade de Lisboa, as coisas não tinham melhorado e estavam exactamente na mesma, parecia-lhe inteiramente pertinente, que aquela Assembleia Municipal, usando o seu dever de ser a voz dos Cidadãos de Lisboa, que chamasse a atenção para a impossibilidade daquela situação permanecer sem resolução e, sobretudo, sem qualquer assunção de responsabilidade pelo insucesso verificado relativamente aquela matéria. ------------------------------------- ----- Ainda sobre essa questão, disse que, havia uma notícia naquele dia, a qual fazia referência, seguramente por coincidência, à transferência da Divisão de Trânsito da Polícia de Segurança Pública, para a Polícia Municipal de Lisboa. Bem sabia que era um anúncio de algo que se iria concretizar para breve, tal como referia a própria notícia, e portanto, registava ali, a prudência de como se atirava para o ar uma ideia de algo que era reivindicado, e bem, pela Cidade, havia muito, mas cuja data em concreto, também ainda não se sabia quando iria ocorrer. Mas registava a notícia de que a Polícia Municipal iria ser reforçada, sobretudo porque era algo que lhe parecia ser positivo de sublinhar, que as responsabilidades da Divisão de Trânsito iriam passar para a responsabilidade da Câmara. E ainda bem. -------------------------------------------- ----- Mas isso também significava uma acrescida responsabilidade, pois se até à data, e passados três anos, a Câmara Municipal com a Polícia Municipal e, já agora, a Polícia Municipal com o reforço em 2009, de mais 150 agentes e era ali que entrava a terceira notícia que gostaria de referir, dizia-se, em 2009; “os 150 agentes que serão transferidos da PSP para a Polícia Municipal eram”, segundo palavras do Senhor Presidente Câmara “Esses agentes terão uma missão muito clara, o combate ao estacionamento em segunda fila e em cima dos passeios”, estas palavras em 2009, e, portanto, para além daquele instrumento reforçado em 2009, de actuação da Polícia Municipal, da capacidade de intervenção da fiscalização do estacionamento ilegal que era próprio da EMEL, tínhamos agora um terceiro instrumento ao serviço da Câmara Municipal de Lisboa que era o reforço das competências que eram transferidas da Divisão de Trânsito e, com aquela notícia, Senhores Deputados, não acreditava que dali a três anos fosse aceitável que pudessem estar ali a discutir, ainda, o problema do estacionamento em segunda fila, em Lisboa. E portanto, esperava que se em três anos, com capacidade em intervir, a Câmara não o tenha feito, não tenha sido capaz de o fazer, de resolver este problema aos Lisboetas, esperava que com aquela notícia, dali a algum tempo, pudessem estar ali a observar o Senhor Presidente da Câmara a anunciar que, finalmente, resolvia pelo menos, parte do problema que tanto afectava os Lisboetas. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Relativamente à segunda moção que era apresentada pelo PSD, disse que era uma moção, como já tinha referido, que se referia com questões relacionadas com a mobilidade na Cidade de Lisboa, e tinha haver muito em concreto, com a situação de

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duas empresas, de dois operadores de transportes públicos na Cidade de Lisboa, a CARRIS e o Metropolitano de Lisboa. Duas empresas que tinham, recorrentemente, prestado maus serviços à Cidade, duas empresas que na sua actuação não tinham, também de forma sistemática, respeitado aquilo que eram as preocupações, desde logo, dos Lisboetas, nem tão pouco, tinham respeitado aquelas que eram as preocupações que lhes eram transmitidas pelos Órgãos do Município de Lisboa; quer pela Câmara, quer pela Assembleia Municipal. ----------------------------------------------- ----- Aquelas duas empresas, e o Senhor Presidente, e muito bem, e relativamente a isso tinha recolhido sempre o aplauso e o apoio do PSD, tinha sublinhado esses erros na actuação dessas empresas, e essa deficiente operação na Cidade de Lisboa. -------------- Recordassem, por exemplo, do que fora a reestruturação das carreiras da CARRIS, que não salvaguardou os interesses de tantos moradores, em tantas zonas da Cidade de Lisboa, cuja posição da Câmara foi crítica, mas que esbarrou na indiferença da CARRIS. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Recordassem também, que o Metropolitano de Lisboa tem tido, nos últimos anos, optado por fazer investimentos errados do ponto de vista técnico, mas também do ponto de vista do serviço à Cidade como foi, por exemplo, a extensão da linha até a Amadora, ou como foi, também, a extensão da linha até Odivelas. Dois erros, dois erros que custavam dinheiro todos os dias ao Metropolitano de Lisboa, duas intervenções que não resolveram os problemas, duas intervenções que eram de forma generalizada, apontadas como dois bons exemplos daquilo que não deveria ser feito em matéria de transporte público com aquelas características. Ainda, assim, o Metropolitano de Lisboa optou naqueles casos em concreto por fazer o favor, por facilitar a vida ao Partido Socialista, e dizia isso com toda a clareza; o Metropolitano de Lisboa ao invés de estar ao serviço dos interesses da Cidade de Lisboa tinha estado, infelizmente, nos últimos anos, ao serviço dos interesses do PS. ------------------ ----- Recordassem a grande promessa de campanha do então candidato do partido Socialista à Amadora que foi; a extensão da linha do metropolitano até à Falagueira, recordava bem que essa tinha sido a grande promessa. --------------------------------------- ----- Mas também, Odivelas, recentemente Concelho, com eleições de Presidência Socialista, tinha ganho as eleições, e que claramente tinha beneficiado com a intervenção do metropolitano na extensão da linha até Odivelas. -------------------------- ----- Disse que foram duas intervenções erradas que serviram o Partido Socialista mas que não tinham servido os interesses da Cidade. ---------------------------------------------- ----- Quanto àquilo que realmente importava que era o interesse da Cidade de Lisboa, e quanto àquela matéria parecia-lhe que era tempo de, relativamente à CARRIS e relativamente ao Metropolitano de Lisboa, o Município de Lisboa ter uma palavra decisiva no que respeitava às suas políticas, à sua estratégia de desenvolvimento. Não cabia na cabeça de ninguém um município com a importância do Município de Lisboa tivesse que operar quase que exclusivamente dentro do seu território, dois operadores de transporte público que eram dois instrumentos centrais da mobilidade da Cidade de Lisboa, e que não tivesse qualquer capacidade para intervir, para condicionar a sua actuação, isto não cabia na cabeça de ninguém e julgava que era tempo, de uma vez

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por todas, que a Câmara, e sabia que o Senhor Presidente, ou julgava saber, e esperava não ter nenhuma surpresa, que o senhor Presidente concordava que era fundamental que o Município pudesse ter uma intervenção decisiva naquelas duas operadoras e, portanto, queria ali, em nome do PSD dizer uma vez mais, Senhor Presidente, que teria sempre o apoio na reivindicação da transferência da competência, com que modelo não sabia, não sabia se era através da simples transferência de tutela porque talvez atrás da simples transferência da tutela viesse o gigantesco défice que aquelas empresas tinham, não sabia. Mas provavelmente, era obrigação do Governo tratar, por exemplo, e em primeiro lugar, de resolver o problema do desequilíbrio crónico em termos financeiros daquelas empresas, e depois ter a responsabilidade de colocar nas mãos de quem tinha condições para decidir essa decisão em matérias de grandes opções por parte daquelas empresas e que era o Município de Lisboa. -------------------- ----- Antes de terminar a sua intervenção, gostaria de fazer ali uma referência à Autoridade Metropolitana dos Transportes. Disse ser da opinião que aquele organismo tinha um papel fundamental na articulação, na coordenação dos transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa. Mas que isso não era incompatível com a capacidade que a Câmara deveria de ter em condicionar as grandes opções de operadores que operavam quase exclusivamente, na Cidade de Lisboa. Era perfeitamente, articulável, era desejável que assim fosse, agora o que não era suportável por mais tempo era que nem a Autoridade Metropolitana de Lisboa, nem o Município de Lisboa tivessem qualquer intervenção nas opções daquelas duas empresas e, portanto, deixava ali o reparo, o apelo para que em situação impar, em termos políticos, a Câmara Municipal e o Governo, que eram sustentados e suportados pelo mesmo partido, pudessem encontrar uma solução que beneficiasse a Cidade de Lisboa e que, afinal de contas, recolocasse aquelas duas empresas centradas naquilo que devia de ser as suas preocupações e que era servir os Lisboetas. ---------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Diogo Leão (PS), no uso da palavra, disse que, vinha ali apresentar a moção de solidariedade a todos os povos do mundo na demanda pela Democracia, subscrita pelo Grupo Municipal do Partido Socialista. ----------------- ----- Como era sabido, os Lisboetas eram cidadãos do mundo tal como tinham sido desde cedo, num passado distinto. Eram solidários e enraizadamente democratas como era possível constatar no dia-a-dia, eram conhecidos e reconhecidos aquém e além fronteiras como cidadãos cosmopolitas, amigos de todos os povos do mundo. ---- ----- Por essas razões e por outras, não eram, nem deveriam de ser, indiferentes àquilo que se passava no panorama internacional que nos rodeava. -------------------------------- ----- As transformações políticas que actualmente se assistia, na região do Magreb, e em muitos outros pontos do globo, eram de facto, situações muito complexas, muitas vezes no limiar e que deviam de ser analisadas do ponto de vista externo, caso a caso, e de forma prudente. Mas fosse qual fosse o rumo futuro dos processos em curso, a verdade era que em todos os casos as populações pareciam querer imprimir mudanças estruturais nos sistemas políticos e nas realidades em que viviam. ------------------------- ----- Disse que, cada nação tinha efectivamente, os seus problemas específicos, o seu contexto, a sua realidade. Mas o que era facto, era que as manifestações populares

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destes últimos meses tinham feito sentir as vozes dos povos contra regimes ditatoriais, oligárquicos, despotistas absolutos e, até mesmo, de inspiração teocrática. --------------- ----- Disse que, em tais regimes os direitos humanos continuavam a ser ignorados e transgredidos, ou então figuravam apenas como adorno de forma fictícia e facilmente, contornada na letra das suas Constituições e Leis fundamentais. Acreditavam por isso que os povos que aspiravam uma forma de governo e de organização social democrática mereciam o nosso respeito, todos os povos que mostravam, hoje, a rejeição de fundamentalismos de todas as naturezas deviam de ter a possibilidade de construir livremente, as suas sociedades trabalhando para a edificação de Estados de Direito. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- As transformações que resultassem daquela onda generalizada de protestos e indignações, se rumassem num caminho que permitisse aos seus cidadãos, homens e mulheres, adquirirem direitos políticos, sociais, judiciais, e laborais, efectivos, reais e progressistas, podiam ser benéficas para a construção de um mundo melhor e para a afirmação do Século XXI como um tempo de liberdades, não apenas formalmente conquistadas e adquiridas, mas plenas e acessíveis a todos. --------------------------------- ----- A causa da democracia era sempre uma causa justa, assim propunha àquela Assembleia o reconhecimento de solidariedade ao início dos processos de transição democráticos da Tunísia e no Egipto. As suas expectativas iam no sentido do povo tunisino e do povo egípcio saberem orientar o seu futuro, fugindo de radicalismos, orientando o seu estado social interno, e também externo, promovendo valores como a paz e a concórdia dentro e fora das suas fronteiras. ------------------------------------------- ----- Não podendo adivinhar os desfechos dos processos populares que estavam em curso no Iémen, na Líbia, no Barém, entre outros, disse que desejava simplesmente que fossem apenas, fossem atingidas condições de promoção de reformas políticas efectivas no respeito pelo sentido democrático das populações. Ainda, no caso daqueles países, condenava, como aliás, fazia a ONU, a União Europeia e uma ampla parte da Comunidade Internacional, o uso excessivo e repressivo de violência por parte dos governos vigentes. Apelava, assim, às partes envolvidas que a par com as manifestações pacíficas populares, encontrassem espaço para fazer vingar o diálogo como instrumento chave para a promoção das transformações políticas desejadas. ----- ----- Disse que, também em outros continentes, e em outras regiões do mundo, e como era referido no corpo, nos considerandos da referida moção, a preocupação face à violação dos direitos humanos, cabia-lhe demonstrar a incompreensão face a alguns regimes continuarem a subsistir sem democracia, alimentado aparelhos repressivos, sistemas de partido único, e demonstrando incapacidade de lidar com elementares direitos individuais. Era o caso, por exemplo, do Irão que continuava a ser governado com instituições de inspiração teocrática, supra governativas, e com uma guarda pretoriana do regime que punia delitos políticos, religiosos e de opinião, continuava a ser o caso de Cuba que não respeitava princípios elementares como o “Habeas Corpus”, que ainda tinha um sistema de partido único, e ainda, mantinha presos políticos, pese embora reconheça os recentes avanços de cariz reformista, mas que ainda eram bastante insuficientes. ---------------------------------------------------------------

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----- Disse que a Coreia do Norte se afirmava no mundo como o caso mais grave e mais representativo da ausência de todo o tipo de liberdades. Para além de ser um país com um arsenal nuclear e de espírito profundamente militarista, demonstravam de forma regular atitudes provocatórias face a estados vizinhos, ameaçando a paz e a segurança, pelo menos, naquela região do globo. --------------------------------------------- ----- Em resumo, o Partido Socialista apresentava aquela moção naquele plenário, pedindo que o mesmo se pudesse solidarizar com os processos de transição democráticos, em curso, na Tunísia e no Egipto, estendendo também a sua solidariedade a todos os povos do mundo que de forma pacífica se expressavam pela adesão à causa da democracia, ao respeito pelos direitos humanos e à construção de Estados de Direito, onde os cidadãos pudessem conceber objectivos pessoais, e colectivos, em comunhão com a liberdade do próximo e sem temerem poderes políticos, arbitrários ou ditatoriais. -------------------------------------------------------------- ----- Pedia, portanto, em nome do Grupo Municipal do PS, a aprovação daquela moção pois se os povos do mundo conseguissem evitar fundamentalismos, populismos e demagogias, estavam certos de que os sentimentos do povo de Lisboa iam no sentido de apoiar aquelas transformações políticas em nome dos princípios universais que sustentavam a democracia como a melhor forma de governo. ------------ ----- A Senhora Deputada Municipal Maria de Lurdes Pinheiro (PCP), no uso da palavra, disse que, vinha ali falar sobre a moção do PCP sobre o agravamento da insegurança no Bairro dos Lóios, mais concretamente junto às Escolas Damião de Góis e EB 9 dos Lóios. Problemas, esses, que se vinham a agravar, criando muitos problemas de insegurança junto dos moradores e dos alunos, sendo cada vez mais frequentes os roubos, a vandalização das viaturas e os assaltos com recurso à violência a moradores, sobretudo aos mais idosos e em plena via pública. ----- Na tentativa de aliciar as crianças ao consumo de drogas, disse existirem indivíduos a circularem nos arredores das referidas escolas, sendo que a Comissão de Moradores do Bairro dos Lóios e a Associação Tempo de Mudar já tinham manifestado as suas preocupações, nomeadamente na Assembleia de Freguesia de Marvila. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, o Grupo Municipal do PCP propunha à Assembleia que deliberasse manifestar o seu apoio à população do Bairro dos Lóios, à Comissão de Moradores do Bairro e à Associação Tempo de Mudar, bem como a sua disponibilidade para as acções que viessem a ser desenvolvidas com vista à resolução daquele problema. ------ ----- Propunha igualmente, solicitar à Câmara Municipal que interviesse junto das autoridades competentes no sentido de ser melhorada a vigilância policial no Bairro, nomeadamente através da presença contínua de agentes da PSP no local. ---------------- ----- E ainda, encarregar a Comissão Permanente de Segurança e Protecção Civil de acompanhamento daquele assunto, procedendo um dos termos do artigo 69º, do Regimento. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Por último, propunha que aquela moção fosse enviada ao Ministério da Administração Interna, ao presidente do Concelho Municipal de Segurança, ao Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, à Junta de Freguesia de Marvila, à

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Assembleia de Freguesia de Marvila, à Comissão de Moradores do bairro dos Lóios e à Associação tempo de Mudar. ------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Ferreira de Lemos (CDS-PP), no uso da palavra, disse que, vinha ali apresentar a recomendação nº 1 do CDS-PP, referindo que essa recomendação tinha sido motivada fundamentalmente por duas razões; a primeira pela manifestação de intenção do Senhor Presidente da Câmara mudar a Presidência para o Intendente, e a segunda, um pouco depois, por um artigo longo e muito bem escrito e muito bem informado, da Jornalista Helena Matos publicado no Jornal “Público”, cerca de 10 dias antes. Neste artigo era referido que existiam 184 endereços, e não como estava, por lapso, na respectiva recomendação do CDS-PP, 184 endereços, portanto, com a mudança do Senhor Presidente ficariam em 185 endereços aqueles que a Câmara possuía na Cidade de Lisboa. ----------------------------- ----- Ora, tudo aquilo não lhe parecia ser possível com o estado actual da Câmara e, sobretudo, o que o fazia trazer ali aquela recomendação era saber se de facto se confirmava, porque ainda mantinha a esperança de que algum desmentido viesse a uma página inteira do “Público”, repetia, subscrita por Helena de Matos, mas que até à data, nada. Nem uma alteração, nem um esclarecimento. ---------------------------------- ----- Assim, agradecia que a Câmara desse sequência aquela recomendação do CDS-PP. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Rita Silva (BE), no uso da palavra, disse que, gostaria, em primeiro lugar, de fazer uma breve nota sobre o processo de preparação da discussão pública sobre a Reforma Administrativa da Cidade. Disse ter sido proposto, e bem, que a Assembleia Municipal participasse activamente naquele processo, sendo que teriam várias reuniões para se poder organizar a forma como o processo de discussão pública iria decorrer. --------------------------------------------------- ----- No entanto, manifestava ali algumas preocupações sobre documentos que lhe tinham sido apresentados naquele dia, e sobre os quais o BE não se pudera pronunciar uma vez que eram já factos consumados. Assim, o que o Grupo Municipal do BE queria ali dizer era que consideravam que o cartaz de anúncio referente à discussão pública era tudo menos um anúncio de discussão pública e um convite à participação. - ----- Portanto, aquele cartaz não anunciava o debate de 15 de Março, e era somente um exercício de propaganda e de elogio à proposta de Executivo Municipal e que aparecia como um facto consumado, a própria proposta. Acrescia que o referido cartaz tinha o logótipo da Câmara e da Assembleia, muito embora a Assembleia não tivesse sido convidada a pronunciar-se sobre o mesmo. E assim, o BE não se revia naquele cartaz e achavam que, mais uma vez, tinha havido um desrespeito por aquela Assembleia e, como tal, o BE não poderia deixar de manifestar o seu desacordo em relação aquela situação. --------------------------------------------------------------------------- ----- Relativamente às propostas colocadas naquele PAOD, o BE acompanhou a moção do PCP e saudavam os trabalhadores que desenvolviam várias lutas na época em que vivíamos, com os maiores ataques a Direitos e ao Estado Social alguma vez sofridos na história da nossa Democracia, fazendo pagar a crise do capitalismo os

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mesmos de sempre, os que sempre foram e continuavam a ser explorados, deixando impunes aqueles que provocaram a crise. ------------------------------------------------------ ----- Também, e no sentido de defesa dos trabalhadores e do serviço público de educação, o BE apresentava uma moção sobre as actividades de enriquecimento curricular e sobre os CAF’s porque consideravam ser necessário colocar um ponto final na forma como se estava a tratar os profissionais afectos aquelas actividades, e um ponto final às irregularidades existentes, algumas delas relacionadas com promiscuidades diversas associadas a determinados partidos políticos e suas clientelas, que tinham descoberto ali um negócio que não estava a servir a qualidade do serviço público e estava a dar origem a muitas e graves irregularidades. -------------- ----- Solicitavam, assim, à Câmara Municipal que promovesse um diálogo com todos os actores e o Ministério para que se conseguisse produzir as alterações fundamentais naquelas matérias e, pediam que a Câmara fosse o motor desse processo que, até agora, tinha estado sem qualquer tipo de resposta. -------------------------------------------- ----- Solicitavam, também, que fossem promovidas as medidas necessárias para a realização de uma auditoria às várias empresas que tinham vindo a operar naquela área. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que o BE apresentava ali, também, uma moção pela dignificação da Escola Básica do Bairro Padre Cruz, a qual apresentava vários problemas ao nível do edificado e que constantemente vinha a ser ignorado. ---------------------------------------- ----- Propunham também, uma recomendação sobre o Dia Internacional da Mulher para que fossem promovidas mais campanhas de informação, sensibilização e a aplicação do plano municipal para a igualdade de género em Lisboa, e apontavam como particularmente graves os números que tinham vindo a público sobre a quantidade e a natureza dos ataques a que as mulheres eram sujeitas no âmbito da violência doméstica. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Apresentavam, ainda, uma moção que defendia o transporte público; defendiam mais eléctricos e não a supressão de linhas como recentemente tinha vindo a público.-- ----- Acompanhavam igualmente, a moção de solidariedade para com os povos do mundo na sua demanda pela Democracia, e esperavam, efectivamente, que fosse à Democracia que chegassem, sabendo também, que a Democracia nunca seria um processo acabado, nem na Tunísia, nem em Portugal. Saudavam aquela moção, mas apelavam também, a que dali para a frente se tivesse uma maior atenção sobre os negócios que fazíamos com determinados ditadores que existiam pelo mundo fora, que esses negócios não se fizessem. E relembravam, ainda, alguns povos que ainda não tinham sido ali mencionados, mas que o BE fazia questão de mencionar: o povo saraui, o povo angolano, o povo afegão, iraquiano, os quais viviam sobre democracias que eram forjadas e que não respeitavam os direitos humanos. Relembravam, ainda, o povo chinês o qual era importante mencionar. ------------------------------------------------- ----- Por fim, e relativamente à moção do MPT sobre a intervenção social, o BE achava que a intervenção social da Câmara, as preocupações eram pertinentes mas parecia-lhes que havia confusões e incorrecções em termos das competências dos órgãos municipais. E, por isso, não iriam votar favoravelmente. ---------------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal John Rosas (MPT), no uso da palavra, disse que, era com enorme satisfação, em nome do partido que representava ali naquela Assembleia, o Partido da Terra, que vinha ali submeter à consideração dos presentes a aprovação de uma moção e de uma recomendação na área da intervenção social. Era para si uma grande honra poder submeter ali dois apelos àquela casa, apelos, esses, com os quais pretendiam contribuir, por um lado, para a promoção da acessibilidade das pessoas com limitações físicas e sensoriais, que davam vida à cidade, e por outro lado, para o reequacionamento de serviços prestados à população de Lisboa por outras entidades que, embora não dependam directamente da acção da Câmara municipal, tinham no entanto, uma extraordinária repercussão na vida dos Cidadãos de Lisboa, porque a cidade existia pelas pessoas e para as pessoas. ------------------------------------- ----- Disse que, fosse por motivos de incompreensão administrativa, nomeadamente na persistente construção de barreiras arquitectónicas, espalhadas um pouco por toda a Cidade, fosse por motivos de descoordenação dos serviços camarários agravados pela actual conjuntura económico-social, que tinha vindo a assolar o país, a verdade era que enquanto responsáveis políticos não poderiam permanecer de braços cruzados face à amplitude dos problemas que assolavam as pessoas que viviam e trabalhavam em Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Os apelos que ali trazia manifestavam-se da seguinte forma: primeiro uma exortação para que aquela Assembleia propusesse à Câmara Municipal de Lisboa que promovesse a criação de um certificado municipal de acessibilidades, que definisse os critérios de avaliação e as normas de actuação que deveriam estar a cargo do Núcleo de Acessibilidades do Departamento de Planeamento de Infra-estruturas da Câmara Municipal de Lisboa, e que, numa primeira fase, submetesse à verificação e fiscalização das equipas técnicas da Câmara Municipal, os edifícios públicos municipais existentes mediante a emissão do certificado de acessibilidade, da fixação obrigatória na entrada do edifício em questão com a menção de edifício acessível, ou edifício não acessível, consoante fosse o caso. ------------------------------------------------ ----- Por último, uma recomendação dirigida aquela Assembleia Municipal para que promovesse a harmonização da intervenção social na Cidade fase às alterações procedentes da reorganização administrativa e da reorganização dos serviços municipais através da criação de um grupo de trabalho constituído por técnicos da Câmara em articulação com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, para a criação de um mecanismo de adaptação e harmonização dos serviços prestados pelo município de Lisboa aos seus munícipes, e dos serviços que, por imperativo legal, a Santa Casa da Misericórdia dedicava aos Cidadãos de Lisboa. ------------------------------------------- ----- Os apelos que o MPT fazia ali eram, no seu entender, facilmente exequíveis assim houvesse vontade política e que todos assim quisessem. Era por tudo aquilo, que o Partido da Terra, que se assumia como um partido ecologista tendo por base o humanismo e a solidariedade, formulava votos para que a Cidade de Lisboa pudesse contribuir para o reequacionamento dos serviços que eram prestados à população de Lisboa por forma a respeitar as limitações físicas e sensoriais das pessoas que davam vida, porque, como já tinha dito, a Cidade existia pelas pessoas e para as pessoas. -----

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----- O Senhor Deputado Municipal Gonçalo da Câmara Pereira (PPM), no uso da palavra, disse que, o Grupo Municipal do PPM ia fazer um breve apontamento sobre as moções, os votos de pesar e as recomendações. Sobre o voto de pesar do Dr. António Borges Coutinho disse ter sido bom recordarem aquela figura, descendente que era dos Duques de Palmela, e filho dos Marqueses da Praia do Monforte, soube de facto marcar os monárquicos, que não eram todos de direita, e que eram altamente abrangentes e, por isso, quando por vezes se conotava o Partido Popular Monárquico com a extrema direita estavam enganados, o PPM era muito mais abrangente, eram monárquicos, e não republicanos. --------------------------------------------------------------- ----- Portanto, era bom recordar aquela boa figura a quem chamaram o “Marquês Vermelho”, mas haviam mais Marqueses Vermelhos no país. ------------------------------ ----- Em relação às recomendações do PEV, disse que o PPM aprovaria aquelas moções e saudações do PEV em relação ao Dia Internacional da Mulher porque em Portugal as mulheres eram muito maltratadas pois os portugueses tinham uma cultura muito marialva, mas o marialvismo, conforme dizia o Senhor Presidente da Câmara, era dar uma flor a uma mulher e considerar, a mulher, um ser superior, ou igual, nunca inferior que era o caso deste país, onde se maltratava mulheres, onde a mulher quase que não tinha direito a ser um ser individualizado. ------------------------------------ ----- Em relação aos relógios históricos da Cidade de Lisboa disse que realmente ninguém ainda se tinha lembrado que Lisboa tinha este património, e agora recordava que o antigo relógio do Cais do Sodré tinha desaparecido e, já agora, disse que gostava de saber onde é que poderia estar o original porque este tinha sido retirado e, no seu lugar, tinha sido colocado outro novo e nunca mais ninguém soube, nem se falou, do relógio original e, se este, tinha aparecido. ----------------------------------------- ----- Quanto às hortas urbanas, disse que o PPM, desde 1974, falava das hortas urbanas e, era bom, que ao fim de 30 anos a Cidade se revisse num programa lançado, e inédito, em 1974, do PPM, e que por momentos tinha dado frutos. ---------------------- ----- Quanto à questão do Certificado Municipal da Acessibilidade, realmente, tinha sido uma coisa que o MPT se tinha lembrado e que o PPM apoiava porque tudo o fosse dar acessibilidade a todos aqueles que não tinham eram muito bom. E se os edifícios tivessem aquele certificado, estava convencido que os proprietários rapidamente se colocariam em campo, fazendo eles próprios aquela acessibilidade. ---- ----- Relativamente à recomendação sobre a Reorganização Administrativa da Cidade do MPT, era evidente que se tratava de um caso que o PPM votaria contra porque tratava-se de uma recomendação que dava por certa aquela Reforma Administrativa da Cidade e, quanto ao PPM, mal de nós se o povo de Lisboa aceitasse aquela Reforma Administrativa e aquela divisão; o fim de metade das freguesias. Portanto, o PPM votaria sempre contra aquela recomendação. ------------------------------------------- ----- Quanto à reposição do eléctrico 24, disse que o PPM entendia ser muito importante que esse eléctrico não desaparecesse, Lisboa era das poucas cidades do mundo que ainda tinha eléctricos, era um factor de turismo e uma maneira muito agradável de se circular dentro da Cidade de Lisboa. -----------------------------------------

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----- Em relação à proposta do PPM sobre a Orquestra Sinfónica de Lisboa, disse que como todos sabiam a referida orquestra dependia do Governo, como já tinha lembrado o Senhor Deputado António Prôa, mas o PPM tinha alterado, na alínea 1); Estabelecer um acordo com a Orquestra Sinfónica de Lisboa com a possibilidade de a Câmara disponibilizar um espaço para a instalação da Orquestra Sinfónica de Lisboa”. Entendia que não era uma obrigatoriedade da Câmara, mas deixava ali uma chamada de atenção que a Orquestra Sinfónica de Lisboa era a única orquestra do mundo que não tinha um espaço, e que se o Governo não resolvia o assunto, os presentes ali tinham o dever de tentar arranjar um espaço para o efeito, já que havia tantos prédios devolutos na Cidade de Lisboa, no sentido de os elementos da Orquestra Sinfónica poderem guardar os seus instrumentos, e porque era um factor de cultura nacional. ---- ----- A Senhora Deputada Municipal Claúdia Madeira (PEV), no uso da palavra, disse que, com a saudação que apresentavam Os Verdes pretendiam saudar todas as mulheres portuguesas pela ocasião do Dia Internacional da Mulher, em particular as trabalhadoras do Município de Lisboa, apelando à continuidade na reivindicação pela igualdade de direitos e de oportunidades. ------------------------------------------------------ ----- Disse que apesar das muitas significativas melhorias na vida das mulheres, um pouco por todo o mundo, ainda agora, em pleno século XXI, eram várias as discriminações, as desigualdades e as violações de direitos. Recordaram que de acordo com os dados recentes, as mulheres, em Portugal, representavam 52% do total de desempregados. De facto, as mulheres representavam uma camada da sociedade mais vulnerável e era necessário assumir um compromisso activo na construção de uma sociedade mais justa, em que se defenda os direitos das mulheres. ------------------ ----- Também de acordo com aquelas posições, o PEV votaria favoravelmente a saudação aos trabalhadores em luta, apresentada pelo PCP, e a recomendação do BE acerca da problemática da violência doméstica. ----------------------------------------------- ----- Através da recomendação sobre a criação de um centro de divulgação e apoio aos agricultores urbanos na Cidade de Lisboa, o PEV pretendia que aquele centro, além de permitir que os agricultores urbanos pudessem divulgar e promover os seus produtos, fosse também um centro que estreitasse as relações entre os mundos rural e urbano. --- ----- O PEV considerava de extrema importância que, a par da recente iniciativa da criação de um parque hortícola no Vale de Chelas, deveria existir igualmente aquele centro de partilha de conhecimentos e recursos sobre agricultura sustentável que comportasse diversas actividades como; mercados, refeições biológicas, palestras sobre consumo responsável e sustentabilidade ambiental. E que pudesse, também, servir outros parques hortícolas que, posteriormente, viessem a ser criados na Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Lembravam, ainda, que aquelas hortas urbanas contribuíam para a preservação e manutenção dos solos, e para o desenvolvimento sustentável da Cidade de Lisboa. Por outro lado, aquelas hortas apelavam por si, à importância de produzir e consumir local, como também, representavam uma quebra na excessiva pressão urbanística a que as cidades se encontravam sujeitas. --------------------------------------------------------

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----- Disse que não retiravam o mérito do que era proposta, ao nível das hortas urbanas, mas o PEV entendia ser uma importante mais valia, para a Cidade, que além da existência de um mercado de venda de produtos produzidos naquelas hortas, se apostasse naquele centro integrado com todas as valências anteriormente referidas. ---- ----- O PEV apresentava, também, uma moção que propunha a promoção e a preservação dos relógios históricos da Cidade de Lisboa. Segundo constava, o primeiro relógio mecânico em território português de que se tinha conhecimento, tinha sido colocado, em 1377, na Sé de Lisboa. Depois, daquele, ao longo dos tempos, vários relógios tinham sido colocados em vários locais da Cidade. Existiam muito relógios emblemáticos, e que actualmente estavam vetados ao esquecimento e ao abandono, por parte das autoridades competentes pela sua manutenção, como também passavam completamente despercebidos aos olhos dos cidadãos. Como exemplos disse que tínhamos o relógio da Torre do Galo, na Ajuda, o da Estação dos Correios na Praça D. Luís, o da Igreja de S. Paulo, o relógio de Sol, e muitos outros. Estes relógios históricos deviam de ser preservados e mantidos em boas condições porque eram um testemunho da nossa arte e história, fazendo parte do património colectivo e deviam por isso, serem estimados. E era naquele sentido que o PEV apresentava aquela recomendação, propondo que a Câmara Municipal de Lisboa procedesse à inventariação aos locais com relógios públicos na Cidade, visando a salvaguarda, preservação e manutenção, e que promovesse a criação de um núcleo museológico do tempo em parceria com a Fundação Portuguesa das Comunicações. E que procedesse através de parcerias, à criação de um roteiro de relógios históricos. ----------------------- ----- O PEV considerava de muita importância preservar aqueles relógios históricos, contribuindo para a sua divulgação e valorização. -------------------------------------------- ----- Por fim, e sobre a reposição do eléctrico 24, e tal como constava dos seus considerandos, em 2007 o Grupo Municipal “Os Verdes”, tinha apresentado uma recomendação naquele sentido, aprovada por unanimidade, e que apesar de nada ter sido feito até à data, e uma vez que o documento entretanto apresentado, previa a reposição daquela carreira, o PEV iria votar a favor. ----------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal José Franco (IND), no uso da palavra, disse que, os Deputados Municipais Independentes iriam votar favoravelmente a moção nº 5, apresentada pelo BE, relacionada com a Escola Básica do Bairro Padre Cruz e, em particular, saudavam a nova versão ali distribuída e que no entender dos Independentes já apontava na direcção correcta, ou seja, no sentido de estimular o executivo que as obras que eram necessárias e urgentes, que fossem executadas e que, aliás, achariam útil que mesmo naquele dia, antes da votação daquela moção, o executivo se pronunciasse relativamente ao que já pudesse estar em curso. --------------- ----- Relativamente às recomendações, e aproveitava para assinalar que a recomendação nº 2, apresentada pelos Deputados Independentes, e que também tinha o apoio do Grupo Municipal do PS, iria ser, por deliberação da Conferência de Representantes, transferida para o ponto da ordem de trabalhos em que se iria tratar, efectivamente, do Plano de Pormenor da Matinha. E, assim, aguardavam por aquela

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oportunidade para que se pudessem pronunciar sobre alguns aspectos de conteúdo daquela recomendação. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Finalmente, gostaria de prestar a discordância dos Independentes, formal, e sublinhava “formal”, em relação à recomendação nº 1, apresentada pelo Grupo Municipal do CDS-PP, a qual se referia à instalação física dos serviços municipais----- ----- Portanto, o que estava naquele documento, recomendação nº 1, e que aliás o Senhor Deputado Ferreira de Lemos já tinha tido a oportunidade de comentar, tratava-se de uma legítima preocupação dos munícipes e dos Grupos Municipais de saber o que passava com a afectação dos edifícios aos serviços municipais, com os custos, etc., etc. Portanto, os deputados Independentes estavam, obviamente, preocupados com a transparência da situação do município e das despesas, que a parte dos seus edifícios representavam, só que aquilo era matéria de requerimento que deveria de ser endereçado ao executivo da Câmara Municipal de Lisboa, apoiavam que aquele requerimento fosse, assim, endereçado, e não achavam correcto que ao invés de serem colocadas as perguntas pelo canal apropriado, o qual previa que se fizessem perguntas ao Executivo, se trouxesse para a Assembleia, prematuramente, recomendações a fim de se obter algum impacto político e assim, naquele sentido, propunham a retirada daquela recomendação e a sua transformação num requerimento, sem o qual votariam contra a recomendação nº 1. ---------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Maria Albertina (PSD), Presidente da Junta de Freguesia da Ameixoeira, no uso da palavra, disse que, e dirigindo-se ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, andava, o mesmo, a fazer pela Cidade de Lisboa, reuniões descentralizadas as quais disse considerar uma boa política para a Cidade, ouvir todos os munícipes, no entanto, todos os apelos que os Senhores Presidente de Junta e o público em geral, lhe faziam, nada era concretizado, ou muito pouco era feito. As coisas não funcionavam e quem estava mais perto da população sentia-se incapaz de resolver os problemas. ---------------------------------------------------- ----- Relativamente aos transportes, a Ameixoeira estava muito mal servida de transportes públicos, na zona dos PER’s não havia transportes, no Alto do Chapeleiro o último autocarro era às 20:00 horas, durante o fim de semana, pura e simplesmente, não havia transportes no Alto do Chapeleiro. A população precisava de ir ao médico e não tinham como se deslocar, assim, era lamentável que uma freguesia de Lisboa, como era a Ameixoeira, tivesse problemas idênticos às freguesias do interior do país.-- ----- Disse já ter reunido, por diversas vezes, com a CARRIS e que a única resposta que tinha recebido foi a de que a Ameixoeira estava bem servida de transportes públicos. Sabia que o Senhor Presidente da Câmara não poderia concordar com aquela opinião da CARRIS, porque no seu folheto de campanha para as últimas eleições referia; “Queremos uma freguesia com um melhor serviço de transportes públicos e que abranja toda a população”. Concordou e disse também querer o mesmo. ------------ ----- Disse, ainda, que na Rua José Viana, PER 1, a rua não tinha alcatrão e o autocarro deixou simplesmente, de lá passar. A Estrada de S. Bartolomeu necessitava de ser repavimentada, a Azinhaga das Galinheiras, bem como toda a zona histórica,

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estavam intransitáveis, cheias de buracos, tendo o fluxo de trânsito aumentado, consideravelmente, desde a construção dos PER’s e do Eixo Norte/Sul. ------------------ ----- Por outro lado, a Rua Fernando Cabral já se encontrava pronta, mas ainda não tinha sido aberta ao transito, não tinha sinalética. --------------------------------------------- ----- Disse que informava o Senhor Presidente da Câmara que por toda a freguesia existiam colectores partidos e entupidos, ruas sujas, contentores a necessitarem de ser lavados, iluminação pública com muitas falhas, tinha uma zona, que era o PER 3 o qual se encontrava sem iluminação pública desde Dezembro de 2010, caniços por cortar, a entrada na Cidade no sentido Loures-Lisboa estava completamente, abandonada.------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Quanto às promessas de regularização das AUGIS, das três, uma, ou a promessa ficou na gaveta, ou não havia desenvolvimento nenhum, ou, a própria, como Presidente da Junta de Freguesia da Ameixoeira, não sabia de nada. ----------------------- ----- Quanto à Quinta dos Cantares, havia 5 anos que andava a alertar para o estado preocupante da barreira de acesso á Quinta dos Cantares. Infelizmente, no passado Sábado, esta barreira tinha caído; as pessoas estavam isoladas, os carros imobilizados, não havendo sequer um acesso de emergência. Viviam naquele local 5 famílias, a maioria idosos e uma criança deficiente. ------------------------------------------------------- ----- Disse que o Senhor Presidente da Câmara tinha de agir rapidamente. Na passada quarta-feira, à noite, tinha caído uma árvore enorme na Freguesia da Ameixoeira, na qual ficaram danificados vários carros, felizmente que nenhuma pessoa tinha ficado ferida. A Polícia Municipal esteve no local e que, por isso, teve conhecimento daquela situação, sendo que a dita árvore não tinha sido removida do local, toda a zona estava intransitável, e o estacionamento estava ocupado com pedaços da referida árvore. Já lá ia uma semana e, assim, pedia ao Senhor Presidente da Câmara que ordenasse aos serviços responsáveis a remoção da árvore. ---------------------------------------------------- ----- Por último, Jardim de Santa Clara uma promessa do Senhor Vereador Sá Fernandes de que estaria requalificado em 2011, no entanto, não tinha, ainda, lançado concurso parta tal. Perguntou qual era afinal o ponto da situação. -------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Belarmino Silva (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Marvila, no uso da palavra, disse que, vinha ali falar da moção nº 1, e que não era contra a moção porque quanto mais Escola Segura melhor. No entanto, gostaria de dizer que, aquela moção, não era correcta e que tinha algumas inverdades e, por isso, vinha ali rebatê-las. Quando se dizia, na moção, que toda aquela zona se tinha agravado, nomeadamente ao redor da Escola dos Lóios e a Escola 9, o que provocava medo aos moradores e alunos, o próprio tinha falado com o Senhor Comissário da 14ª Esquadra, o qual lhe tinha confirmado que até à data, nenhuma reclamação tinha dado entrada na referida Esquadra, referente àquele assunto. E em Outubro de 2010, altura em que se realizou a mencionada conversa, porque o próprio pertencia ao Concelho de Gestão da Escola Damião de Góis. Entre outros temas, também o problema da droga teria sido abordado naquela data, falando, para além do Comissário, com a Escola Segura e, nunca mais, existiu nada que tivesse, entretanto, surgido. -----------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Entretanto, disse que quem apareceu na Assembleia de Freguesia tinha sido um Senhor da Comissão de País da Escola 9, que tinha ido abordar o referido assunto, em Novembro de 2010. A partir dali, o que tinha sido dito na Assembleia de Freguesia, era que a própria Junta de Freguesia iria junto de quem de direito, naquele caso da polícia, para que fossem realizadas averiguações, sendo que o Comissário disse que até à data nenhuma reclamação tinha sido apresentada. Perguntou se, então, as pessoas eram assaltadas e não iam à polícia. Nunca foram feitas quaisquer referências, nem à polícia, nem à Junta de Freguesia. --------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Deolinda Machado (PCP), no uso da palavra, disse que, o PCP levava ali uma saudação a todos os trabalhadores e trabalhadoras em luta cujas razões já eram conhecidas dado o aumento da injustiça social a que estavam vetados, os sacrifícios sucessivos em que viviam, nomeadamente, os seus salários, em confronto com aquilo que não acontecia aos grandes grupos económicos e financeiros que continuavam a acumular lucros, e que continuavam a acumular outra ordem de ordenados na penalização dos trabalhadores e naquilo que era para eles, acumulação de lucros como já tinha referido. ----------------------------------------------------------------- ----- Eram vastos os sectores e as áreas de actividade que estavam em luta, quer do sector público, quer do sector privado. E, por exemplo, no próximo dia 12 de Março, iria realizar-se uma grande acção de luta no Campo Pequeno por parte dos professores, e no dia 19 de Março, dia do pai, e porque os pais também tinham que lutar pelos direitos dos filhos, naturalmente iriam estar em grande massa numa manifestação nacional, em Lisboa, contra o roubo nos salários, contra as privatizações no que respeitava os direitos dos trabalhadores, porque importava, também, que o Estado e as empresas tivessem lucros, e que se nacionalizasse, não os prejuízos, e que aquilo que dava lucro se entregasse a quem queria somente ficar com ele, em detrimento daquilo que eram os direitos dos trabalhadores. Por isso não podiam estar, obviamente, de acordo com a liberalização dos despedimentos que estavam em curso, assim como não podiam estar igualmente de acordo com o aumento do custo de vida, como aquele que assolava todas as famílias, em particular a população mais desprotegida da sociedade. Por isso, o PCP saudava e propunha à Assembleia Municipal que, naquela sessão, se propusesse e se deliberasse saudar e se solidarizar com a luta de todos os trabalhadores, manutenção dos postos de trabalho, pelos seus direitos contra os cortes de salário e contra as privatizações, e remeter-se aquela saudação para as entidades oficiais como, na saudação, constavam. ----------------------- ----- Um segundo aspecto, era que o PCP dirigia também à Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, um requerimento que tinha em conta o Plano Gerontológico Municipal, e pediam, tendo em conta o envelhecimento da população em geral, e da população da Cidade de Lisboa, em particular, o isolamento a que estavam vetados, e tendo em conta, também, o Plano Gerontológico Municipal aprovado em Março de 2008, e que dessa data até à presente, seguramente, se tinha agravado a situação de muitas e muitos idosos. ----------------------------------------------- ----- Considerando a realidade socioeconómica de muitos dos idosos e, sabiam da disparidade também, de freguesia para freguesia, e de bairro para bairro, e sabendo de

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situações deveras preocupantes no país, mas também, na Cidade de Lisboa, quantas delas indignas para um ser humano, o Grupo Municipal do PCP vinha, assim, requerer à Senhora Presidente da Assembleia Municipal que providenciasse as diligências necessárias junto da Câmara Municipal de Lisboa no sentido de, com a maior brevidade possível, serem prestados alguns esclarecimentos, os quais passava a elencar: que medidas foram tomadas para adaptar a Cidade ao envelhecimento, de acordo que o estudo já referenciado e previstas naquele Plano; Que soluções práticas e imediatas estavam a ser tomadas para responder à situação dos idosos no Município de Lisboa; Que áreas estavam a ser abrangidas, que população, e que pessoas também estariam a ser abrangidas pela Tele-Assistência; Para quando a concretização do Observatório Gerontológico Municipal. -------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal João Serra (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Santa Isabel, no uso da palavra, disse que, uma nota muito breve no sentido de explicar o sentido de voto do Partido Social Democrata relativamente à moção nº 6, apresentada pelo BE. --------------------------------------------------------------- ----- Disse que era do conhecimento o fenómeno das CAFs e o fenómeno das AECs até porque as Juntas de Freguesia eram parceiros incontornáveis naqueles programas, os quais eram da maior importância para a Cidade, fosse pelo aspecto formativo para as crianças de Lisboa, fosse pelo desempenho do papel que era fundamental, e que era o de permitir que muitas dezenas famílias da Cidade de Lisboa, compatibilizar os horários profissionais dos pais com ao horários escolares dos filhos. E, portanto, disse que era do conhecimento de todos o que ali se estava a falar. Era verdade que o processo seria passível de ser melhorado, era verdade que o sistema não era perfeito, era verdade que aquele podia e deveria ser melhorado em vários aspectos e um deles, por exemplo, que era aflorado na moção, era o aspecto do regime laboral dos colaboradores das CAFs e das AECs que deveria, de facto, ser definitivamente clarificado e, portanto, o PSD concordava e apoiava de forma completamente, natural tudo aquilo que fosse tentativas no sentido de melhorar a prestação daquele serviço, e que era um serviço fundamental para as famílias da Cidade de Lisboa. ------------------- ----- Disse que onde o PSD não se revia era, precisamente, no tom de desconfiança que lhes parecia que resultava da referida moção. Lançava-se assim, um manto de suspeição sobre uma actividade que decorria diariamente na Cidade de Lisboa, uma actividade na qual as Juntas de Freguesia eram parceiros incontornáveis, uma actividade onde as Juntas investiam muito do seu esforço e muita da sua capacidade, e uma actividade que, apesar de não ser perfeita, e de ser passível de melhoramentos, não merecia, certamente, tal manto de suspeição que aquela moção parecia querer lançar. E portanto, naquele sentido, e considerando que a referida moção tinha três pontos, o PSD iria votar favoravelmente o primeiro e o terceiro ponto, e abstinham-se relativamente ao segundo ponto e por uma razão simples; porque não queriam obstaculizar o que quer que fosse naquela matéria, estando sempre disponíveis para esclarecerem aquilo que deveria de ser esclarecido. ------------------------------------------ ----- Para finalizar, disse que iria lançar um repto ao BE; mais e melhor do que suspeições vagas sobre situações de ilegalidade, ou de falta de competência, seria

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certamente bem mais útil se pudessem concretizar e denunciar essas situações. Aí, sim, prestariam com certeza, um bom serviço à Cidade de Lisboa, e um bom serviço às suas famílias. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Modesto Navarro (PCP), no uso da palavra, disse que, em relação às moções e recomendações, e começando pela moção nº 5 sobre a Escola Aida Vieira, era uma situação estranhíssima porque tinha sido pouco tempo antes inaugurada pelo Senhor Presidente da Republica e, portanto, estavam ali numa situação em que o PCP negociou e sugeriu propostas de alteração à moção e cria que agora correspondia de facto àquele que era o interesse da freguesia e da Cidade. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Quanto à moção nº 4, apresentada pelo PSD sobre a CARRIS e o Metropolitano, o PCP não estava de acordo com aquela postura do PSD que, de certo modo, era puxar para que a Câmara tutelasse a CARRIS e o Metro. O enfoque deveria ser dado na questão da autoridade metropolitana de transportes, que fosse efectiva, que governasse, que actuasse, que melhorasse, enfim, a mobilidade na área metropolitana e, também em Lisboa. E, portanto, tudo o que fosse no sentido de encarregar a Câmara Municipal de Lisboa a assumir aquelas responsabilidades, o PCP não poderia estar, obviamente, de acordo. A Câmara tinha representantes nas duas estruturas, devendo por isso, actuar na melhoria das condições de transporte da Cidade de Lisboa e, portanto, deveria associar-se a esse trabalho, além de que deveria exigir que o Governo e as empresas, tuteladas pelo Governo, dessem respostas efectivas, à Cidade. ----- Na moção nº 6, o BE falava das AECs e dos complementos educativos, CAFs, e a ideia do PCP era a de que aquelas matérias não deveriam ser tratadas nas escolas através de equipas que eram contratadas, empresas, etc. Deveriam ser, e isso sim, matéria curricular, deveria fazer parte de um ensino de qualidade e aí, sim, o PCP estaria de acordo com essa reivindicação e, portanto, o PCP não poderia votar favoravelmente a presente moção. --------------------------------------------------------------- ----- Quanto à recomendação n 7, apresentada pelo MPT, já ali tinha sido dito que, de facto, o processo da Reforma Administrativa iria seguir em frente, já se colocava a intenção da criação de uma Comissão de acompanhamento e, portanto, o PCP votaria contra. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Disse que apresentava ali um requerimento do PCP que já tinha sido entregue à Mesa daquela Assembleia Municipal, sobre a Piscina Municipal da Penha de França, a qual encerrou no final de 2010 sem que os utentes tivessem sido informados devidamente, tendo havido apenas no respectivo site uma nota, a qual constava do requerimento apresentado. ------------------------------------------------------------------------ ----- Nos contactos feitos pelos utentes tinham sido sugeridas as piscinas de Alfama e do Casal Vistoso que, como sabiam, tinham características muito diferentes e, era evidente que muitos dos utentes não tinham condições para se deslocarem para outras piscinas. E assim, ao abrigo da legislação em vigor, o PCP solicitava esclarecimentos à Câmara Municipal de Lisboa, através da Senhora Presidente da Assembleia Municipal, sobre com que regularidade era feita a manutenção daquele equipamento,

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quais os resultados da peritagem técnica, para quando a abertura ao público da Piscina Municipal da Penha de França. ------------------------------------------------------------------ ----- Ainda sobre uma matéria já ali abordada, e que tinha a ver com o trabalho que o PCP tinha vindo a realizar em conjunto, quanto á questão da Reforma Administrativa, o PCP reparou que, em Conferência de Representantes, a Câmara iria apoiar a publicitação do referido acontecimento, do tempo de discussão pública. Assim, o que tinham tido em cima da mesa da Conferência de Representantes, foram propostas de campanha elaboradas, obviamente, por profissionais e que iam no sentido de condicionar, e nunca no sentido de sensibilizar, as pessoas, direccionando-as para a aceitação daquilo que era a proposta 15, da Câmara Municipal, também aprovada ali, pelas bancadas do PS e do PSD. As outras forças políticas, naquele dia, em Conferência de Representantes, rejeitaram aquela campanha que lhes tinha sido apresentada como manipulando, de facto, a opinião pública. E naquele sentido, o PCP deixava ali o seu total desacordo e o alerta para que se fizesse efectivamente, uma campanha, se fizesse um trabalho de informação, de mobilização e de sensibilização mas de forma, claramente, aberta, democrática para que as pessoas pudessem participar activamente naquela situação que era de facto, importante para Lisboa e que, por isso, não poderia ser manipulada e condicionada, à partida, como já estava a ser. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Virgínia Estorninho (PSD), no uso da palavra, e dirigindo-se ao Senhor Presidente da Câmara, disse que o Bairro Padre Cruz tinha tido uma candidatura ao QREN, aprovada em 2009. Assim, várias casas de alvenaria tinham sido demolidas, e outras entaipadas a aguardar demolição. Naquela candidatura estava previsto, ainda, a construção de uma residência assistida destinada à população mais idosa do Bairro. Para a construção daquela residência era necessária a libertação de terreno identificado na planta existente fase como fase AO. Naquela fase existiam 44 realojamentos e presentemente, os fogos da zona nova do Bairro não eram suficientes para a transferência de todas as famílias, de forma a libertar o terreno. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que, por aquela razão, e atendendo a que a maior parte das famílias pretendiam ficar no Bairro, a Senhora Vereadora Helena Roseta tinha produzido um despacho no qual determinava a requalificação de algumas das casas abarracadas, em alvenaria, que antes tinham sido entaipadas e que, ainda, não tinham sido demolidas. - ----- Acontecia que todas elas se encontravam em muito mau estado, carecendo de obras totais. Os custos de recuperação daquelas casas abarracadas, as quais eram para ser objecto de demolição mais tarde, poderiam variar entre os 600 e 700 euros por metro quadrado o que achava excessivo se fossem considerados que os custos de conservação do Bairro Novo não ultrapassavam os 200 ou 300 euros por metro quadrado. Àqueles custos teria, ainda, de ser acrescentado os custos relativos ao desemparedamento, e emparedamento, para se procedesse à sua fiscalização, tudo isto para, mais tarde, serem demolidos, tal como toda a zona de barracas de alvenaria. ----- ----- Assim, o PSD não conseguia compreender que se fosse gastar dinheiro, que era escasso, com a reabilitação de barracas de alvenaria quando com o dinheiro da

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reabilitação de uma daquelas poderiam ser reabilitados três fogos no restante parque camarário. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Dirigindo-se ao Senhor Presidente da Câmara disse que, ao ter lido, atentamente, o despacho nº 1/2001, da Senhora Vereadora Helena Roseta, levantaram-se-lhe as seguintes dúvidas: qual iria ser o custo total daquela intervenção e qual seria a provisória e para demolição posterior; Quantos fogos iriam ser reabilitados; Qual seria o preço real, por metro quadrado, da reabilitação em causa; Seria que depois do preço estimado seria esta a solução mais correcta. --------------------------------------------------- ----- Os fogos vagos que iriam ser reabilitados, se é que se poderia chamar de fogos, para depois serem demolidos, se seria que se justificava tal investimento, se não seria de colocar as pessoas noutras casas vagas que a Câmara possuísse. ----------------------- ----- No despacho 1/2001, no ponto 2.7, falava-se em acordos de realojamento temporário e de contratos de arrendamento, se ia ser aproveitada aquela solução para actualização de agregados. ------------------------------------------------------------------------ ----- Disse que o PSD gostaria de ter todos os referidos pontos respondidos. ------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Vítor Agostinho (PCP), Presidente da Junta de Freguesia de São Vicente de Fora, no uso da palavra, disse que o que trazia ali era a apresentação de dois requerimentos que já tinham sido entregues na Mesa da Assembleia, um sobre a Rua do Vale na Freguesia das Mercês, em que, havia vários anos, a referida Rua se encontrava numa situação em que as pessoas viviam em condições muito complicadas de acesso, e até mesmo situações de os automóveis não conseguirem passar. Esta situação era mais gravosa tendo em conta que era um prédio municipal e que, também, se encontrava naquela situação. ---------------------------------- ----- Disse que não havia razões para aquela situação já com tantos anos. ---------------- ----- O outro requerimento dizia respeito ao encerramento da Rua do Sol à Graça, e ainda bem que os jornais já falavam sobre essa situação, talvez a Câmara assim, agisse em conformidade, uma vez que esta muitas vezes, andava à velocidade da comunicação social. A Rua do Sol à Graça encontrava-se encerrada devido a um prédio central, não só para a população da Graça, como também para a população de outras freguesias que acediam à zona de comércio, na Graça, o que trazia diversos problemas que a comunicação social reparava, bem como o Presidente da Junta de Freguesia da Graça ao levantar estas questões. ------------------------------------------------ ----- Portanto, era urgente que a Câmara Municipal ajudasse a resolver este problema de forma célere no sentido de abrir a referida Rua ao trânsito. Eram questões relativamente simples de serem concretizadas, naturalmente, depois de fazerem essas despesas ao proprietário, mas era muito tempo parado, em que nem sequer se via empenho, aparente, da Câmara Municipal. ----------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Paulo Quaresma (PCP), Presidente da Junta de Freguesia de Carnide, no uso da palavra, disse que, e a propósito da intervenção da Senhora Deputada Municipal Virgínia Estorninho, e apesar do Partido Socialista pensar que o PCP apenas estava do contra, pelo contra, e que fazia oposição por fazer oposição, não poderia, nem ficaria bem, se não fosse ali dizer que o PCP não estava nada de acordo com a intervenção da Senhora Deputada do PSD. -------------------------

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----- O processo de realojamento do Bairro Padre Cruz, depois da luta feita localmente, tinham conseguido que a Câmara Municipal de Lisboa percebesse daquilo que estavam a falar; que se pretendia um realojamento que envolvesse as pessoas, um realojamento que fosse ao encontro daquilo que as pessoas desejavam e, o que estava naquele momento a ser desenvolvido no terreno era exactamente, aquilo por que muitos tinham lutado. Não poderia aceitar que a Senhora Deputada chamasse casas abarracadas às casas do Bairro Padre Cruz, eram casas onde viviam cerca de 800 famílias que, infelizmente, por desinvestimento, durante muitos anos, da Câmara Municipal, tinham chegado àquele ponto de degradação. Agora, não era verdade que o Bairro Padre Cruz era um Bairro Abarracado e que não valia a pena investir naquelas casas, investir na qualidade de vida daquelas pessoas. Se fossem gastos 20 ou 25 mil euros na recuperação daquelas casas era um investimento social que estaria a ser feito, num bairro perfeitamente, consolidado em que não iam obrigar pessoas com 70 ou 80 anos, a terem que se deslocar para outros bairros da Cidade de Lisboa e, era isso que estava a ser feito com cada uma daquelas famílias. Ainda, naquele dia, de manhã, tinha estado reunido com a Comissão Executiva para ser encontrada uma solução, tinha pena que aquele processo não tivesse avançado mais cedo, mas no caso concreto do realojamento do Bairro Padre Cruz aquele processo estava a ser devidamente acompanhado no qual valia a pena investir para que as pessoas continuassem a viver com dignidade, naquele Bairro. ------------------------------------------------------------------ ----- A Senhora Vereadora Helena Roseta no uso da palavra, disse que, e em relação às intervenções da Senhora Deputada Municipal Virgínia Estorninho e do Senhor Deputado Municipal Paulo Quaresma, que era igualmente, Presidente da Junta de Freguesia de Carnide, que estava disponível para reunir quando quisessem e com quem quisessem, a fim de poder explicar todo o processo. Tratava-se de um processo complexo, o despacho era apenas uma peça do processo, e que a Senhora Deputada Municipal Virgínia Estorninho quando leu o processo, efectivamente, lhe deve ter faltado mais informação para que assim pudesse entender todo o processo. Estava por isso, à inteira disposição quer da Senhora Deputada Municipal Virgínia Estorninho, quer da bancada do PSD, quer mesmo da respectiva Comissão. ---------------------------- ----- Disse estar disponível pois era um processo do qual estavam muito empenhados, era um processo muito difícil o qual já vinha de mandatos anteriores, tinha sido tentado no tempo de outras presidências, sendo sempre adiado, e que finalmente tinha, agora, arrancado com o primeiro grupo de 44 famílias. Era muito importante que todas as forças políticas percebessem o que ali estava a ser feito, porque era muito complicado naqueles processos nos bairros, tal como a Senhora Deputada sabia, vereação atrás de vereação, começar e não acabar, deixando as coisas a meio. ----------- ----- Quanto à questão da Rua do Sol à Graça, agradecia a chamada de atenção feita, e podia informar o Senhor Deputado Municipal que já tinha indicação dos serviços que vinha, naquele dia, publicada nos jornais porque o Jornalista José António Cerejo lhe tinha pedido essa informação, mas que poderia informar mais, que o que estavam ali a fazer, e porque tratava-se de um prédio particular, primeiro teve que ser feita uma intimação e dessa intimação tinham decorrido os prazos, o particular não fez as obras

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e, portanto, estavam em condições de tomar posse administrativa e proceder à demolição porque o prédio, 46 e 48, estava em ruína. ---------------------------------------- ----- O pedido de demolição já tinha passado da Direcção Municipal da Reabilitação Urbana, DCEP, para a Direcção Municipal das Obras, falou com o Senhor Vereador das obras e estava a ser preparada uma empreitada para uma demolição coerciva. ------ ----- O tempo daquelas situações não era tão rápido quanto o desejável, mas que naquele caso em concreto tinha sido necessário esperar pelas intimações, respostas às intimações, passar o prazo, etc. para depois se poder avançar com o resto. Mas, que agradecia o alerta. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Vereador Nunes da Silva no uso da palavra, disse que, era só para dar algumas informações relativas à Escola Básica do Bairro Padre Cruz, para que se pudesse ter noção dos problemas que, entretanto, tinham sido resolvidos, daqueles que ainda estavam por resolver, e do modo como estavam a pensar ultrapassar isso. -------- ----- Havia uma questão a qual já tinha sido confirmada pelos serviços, e numa visita que tinha feito à referida escola, dado que na anterior sexta-feira tinha havido mais um problema com uma porta exterior que caiu, e a garantia que existia era a de que, durante as férias, até ao final das férias de carnaval, as coisas iriam ser reparadas, as que ainda faltavam reparar. ----------------------------------------------------------------------- ----- Aquelas que eram as deficiências e que tinham entretanto, sido reparadas; a drenagem do pátio exterior sul o qual, não tinha uma drenagem efectiva e, portanto, tinha feito uma abertura de bueiros no exterior, tinha-se feito uma reparação dos abatimentos que originavam a criação de poças naquela zona, e tinham sido substituídos ou reparados, os seguintes equipamentos; o equipamento que controlava todo o sistema de aquecimento e denominação, foi totalmente, substituído, tal como o frigorífico, a placa do grelhador, os autoclismos, tendo sido introduzidas campainhas de toque e um intercomunicador que não estavam previstos no projecto inicial mas que tinham sido solicitados para instalação, o que tinha sido concretizado. Foi, igualmente, reparado o elevador, o qual demorou mais tempo, sendo somente utilizado pelo pessoal docente, ou pelo pessoal auxiliar, sendo por isso, necessário a colocação de uma chave própria para aquele tipo de utilização, e foram igualmente reparados os lavatórios de pedal, bem como todas as infiltrações que existiam na central térmica, bem como a construção de uma parede que tinha sido pedida para a arrecadação da sala 3. Disse que, também, tinham sido recolocadas as placas que tinham caído, excepto numa instalação sanitária, e já ia explicar o porquê. --------------- ----- Naquele momento, estava em projecto para ser encomendado a abertura do acesso na zona sul que dava directamente para a entrada principal da escola, dado que o acesso que estava construído previsto era para dar serventia, quer às duas escolas, quer ao pavilhão gimnodesportivo, mas como este pavilhão ainda tinha uma obra para arrancar ia demorar o seu tempo, e avançou-se com aquele novo acesso à escola. ------ ----- Estavam em curso a reparação das juntas de dilatação do pátio superior, estas já tinham sido reparadas mas, com as chuvadas, não tinham ficado convenientemente, reparadas, entrava água e tinha sido isso a razão pela qual tinham caído as placas nas instalações sanitárias femininas do R/Chão. ---------------------------------------------------

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----- Quanto ao problema das portas exteriores, este era um problema mais complicado mas, de qualquer modo, já tinha sido encontrada uma solução; foram adquiridas umas molas que iriam ser introduzidas juntamente com batentes naquelas portas exteriores. Mas o problema daquelas portas era que, as mesmas, eram muito altas e com um vidro duplo bastante grosso, eram muito pesadas e, não tendo molas, a sua abertura pelos miúdos deixavam-nas sempre abertas como era usual naquele tipo de situações e, com a corrente de ar a porta batia, o que veio a danificar as próprias dobradiças mas que o problema iria ser resolvido daquela forma. -------------------------- ----- Uma outra situação que estava contemplada no projecto, e que estava correcto em relação ao projecto mas que, para aquele tipo de equipamentos, não era o mais aconselhável, dizia respeito aos retentores das portas corta-fogo que normalmente eram colocadas no pavimento, e tinha sido isso que tinha sido feito mas que, obviamente, não era a melhor solução porque quando as portas estavam fechadas os miúdos tropeçavam nos retentores, quando as portas estavam abertas os miúdos tinham tendência para fechá-las o que acabava por danificar aqueles retentores, e portanto, era necessário passá-los do chão para o tecto. Por outro lado, já se estava a proceder ao reforço da fixação de todas as placas do tecto falso, que tinham equipamentos de iluminação e de ventilação, e isto era importante porque as placas eram de facto material bastante bom, e era um óptimo isolante, tanto térmico, como acústico. Os professores já tinham confirmado, inclusive, que não se ouvia nada de uma sala para a outra, só que para que tivessem esta função bem cumprida, tinham-se esquecido que estas eram mais pesadas daquilo que estava inicialmente, previsto para as réguas de fixação, portanto, tinham que ser fixadas com novos pendurais naquela zona. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em relação aos acrílicos de rodapé que tinham enfolaram, já se tinha acordado com o empreiteiro que iriam ser recolocados, e se a situação se mantivesse, até porque as superfícies eram muito grandes, introduzir-se-ia um rodapé, uma régua de madeira, para que o problema ficasse solucionado de vez. Havia, ainda, um problema que tinha ocorrido numa escada exterior, que tinha infiltrações de água, e que tinha a ver com uma grelha de ventilação da cozinha e, portanto, a grelha não poderia ser fechada ao contrário daquilo que pudessem pensar, sendo que as laminas das grelhas tinham de ser reguladas de maneira a que isso não ocorresse e, achavam que o problema já tinha sido resolvido. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Portanto, aquelas eram as questões que iriam ser reparadas até ao final das férias de Carnaval, existiam outros problemas que a escola tinha mas, eram apenas pequenos detalhes, mais de acabamentos, que iriam ser resolvidos depois de terem mais tempo para operar na escola, sem que esta tivesse em funcionamento. ---------------------------- ----- Findas as intervenções, a Senhora Presidente deu então início ao processo de votação dos votos de saudação, depois de ter procedido à leitura integral de cada um deles, tendo a Assembleia deliberado: ---------------------------------------------------------- ----- Aprovar, por maioria, o Voto de Saudação n.º 1, apresentado pelo PEV, com votos favoráveis do PSD, PS, PCP, 6 IND-PS, CDS-PP, BE, PPM, MPT e PEV, e a abstenção 2 Deputados Municipais do PSD. ---------------------------------------------------

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----- Rejeitar, por maioria, o Voto de Saudação n.º 2, apresentado pelo PCP, com votos contra do PSD, PS, e CDS-PP, votos favoráveis do PCP, 6 IND-PS, BE e PEV, e a abstenção do PPM e MPT. ------------------------------------------------------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 1, apresentada pelo PCP, com votos favoráveis PSD, PCP, CDS-PP, BE, PPM, MPT e PEV, e a abstenção do PS e 6 IND-PS. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 2, apresentada pelo PS, com votos favoráveis PSD, PS, 6 IND-PS, CDS-PP, BE e MPT, votos contra do PCP, e a abstenção do PPM e PEV. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Moção n.º 3, apresentada pelo PSD, foi votada ponto por ponto, tendo a Assembleia deliberado: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Ponto 1 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PS, PCP, CDS-PP, BE, PPM, MPT e PEV, e a abstenção do 6 IND-PS. ------------------------------------ ----- Ponto 2 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PCP, CDS-PP, BE, PPM, MPT, PEV, votos contra do PS e a abstenção do 6 IND-PS. ------------------- ----- Ponto 3 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PS, PCP, CDS-PP, BE, PPM, MPT e PEV, e a abstenção do 6 IND-PS. ------------------------------------ ----- Ponto 4 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PS, PCP, CDS-PP, BE, PPM, MPT e PEV, e a abstenção do 6 IND-PS. ------------------------------------ ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 4, apresentada pelo PSD, com votos favoráveis PSD, PS, 6 IND-PS, CDS-PP, BE, PPM e MPT, votos contra do PCP, e a abstenção do PEV. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Moção n.º 5, apresentada pelo BE. --------------------- ----- A Moção n.º 6, apresentada pelo BE, foi votada ponto por ponto, tendo a Assembleia deliberado: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Ponto 1 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, 6 IND-PS CDS-PP, BE, PPM e MPT, votos contra do PCP e as abstenções do PS e PEV. --------- ----- Ponto 2 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do 6 IND-PS, BE, MPT e o voto de qualidade da Senhora Presidente, votos contra do PCP e PPM e a abstenção do PSD, PS, CDS-PP e PEV. -------------------------------------------------------- ----- Ponto 3 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, 6 IND-PS, CDS-PP, BE e MPT, votos contra do PCP e PPM e a abstenção do PS e PEV. ---------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 7, apresentada pelo BE, com votos favoráveis PSD, PS, PCP, 6 IND-PS, CDS-PP, BE, PPM, MPT e PEV, e a abstenção de 1 DM do PS. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 8, apresentada pelo MPT, com votos favoráveis PSD, PCP, 6 IND-PS, CDS-PP, BE, PPM, MPT e PEV, e a abstenção do PS.----------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Rejeitar, por maioria, a Recomendação n.º 1, apresentada pelo CDS-PP, com votos contra do PS, 6 IND-PS e BE, votos favoráveis CDS-PP, PPM e MPT, e a abstenção do PSD, PCP e PEV. ------------------------------------------------------------------

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----- Aprovar, por maioria, a Recomendação n.º 2, apresentada pelos IND-PS, com votos favoráveis do PS, PCP, 6 IND-PS, BE, MPT e PEV, e a abstenção do PSD e CDS-PP. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- (O PPM não tomou parte nesta votação) -------------------------------------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Recomendação n.º 3, apresentada pelo PPM. ------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Recomendação n.º 4, apresentada pelo PEV. -------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Recomendação n.º 5, apresentada pelo PEV. -------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Recomendação n.º 6, apresentada pelo BE. --------- ----- Rejeitar, por maioria, a Recomendação n.º 7, apresentada pelo MPT, com votos contra do PS, PCP, 6 IND-PS, BE e PEV, votos favoráveis CDS-PP e MPT, e as abstenções do PSD e PPM. ------------------------------------------------------------------------ ----- A Senhora Deputada Municipal Rita Magrinho (PCP), no uso da palavra, e em nome da bancada do PCP, apresentou uma declaração de voto, dizendo terem votado contra a moção nº 6, apresentada pelo BE, por entenderem que, tal como estava estabelecido na Lei de Bases do Sistema Educativo, as chamadas actividades de enriquecimento curricular deviam pertencer, tal como a Lei previa, ao curriculum e, não devia estar fora do curriculum, devendo ser integradas numa intervenção articulada, quer com o professor titular de turma, quer com as equipas coadjuvantes, nomeadamente, na Educação Física. Por essa razão, o PCP não estava de acordo com a solução encontrada. ------------------------------------------------------------------------------ ----- A Senhora Presidente, seguidamente, deu por encerrado o período de Antes da Ordem do Dia, declarando aberto o período da Ordem do Dia da presente Sessão Ordinária, fazendo apenas um pequeno aviso, disse que a Dr.ª Joana Amaral iria mostrar a cada um dos Senhores Deputados Municipais a proposta de cartaz para o anúncio do Debate do próximo dia 15 de Março, e se estivessem de acordo para que se pudesse prosseguir. Assim, pediu ao Senhores Presidentes dos Grupos Municipais que olhassem a referida proposta. --------------------------------------------------------------- --------------------------------------- ORDEM DO DIA ----------------------------------------- ----- Disse que iriam ser discutidos e votados os seguintes pontos. ------------------------- ----- Ponto 2 – Proposta nº 553/2010; ---------------------------------------------------------- ----- Ponto 11 – Proposta nº 10/2011; --------------------------------------------------------- ----- Ponto 13 – Proposta nº 763/2010. -------------------------------------------------------- ----- Foram adiados os seguintes pontos: ------------------------------------------------------- ----- Ponto 1 – Apreciação da informação escrita do Presidente da CML acerca da actividade municipal; ------------------------------------------------------------------------ ----- Ponto 3 – Proposta nº 609/2010; ---------------------------------------------------------- ----- Ponto 4 – Proposta nº 616/2010; --------------------------------------------------------- ----- Ponto 5 – Proposta nº 717/2010; ---------------------------------------------------------- ----- Ponto 6 – Proposta nº 726/2010; ---------------------------------------------------------- ----- Ponto 7 – Proposta nº 1/2011; ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 8 – Proposta nº 740/2010. --------------------------------------------------------- ----- Ponto 9 – Proposta nº 6/2011; ------------------------------------------------------------ ----- Ponto 10 – Proposta nº 9/2011; -----------------------------------------------------------

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----- Ponto 12 – Proposta nº 762/2010; -------------------------------------------------------- ----- Ponto 14 – Proposta nº 36/2011. --------------------------------------------------------- ----- Ponto 15 – Proposta nº 42/2011. --------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, disse que a primeira proposta que iriam discutir, porque era urgente na medida em que o Tribunal de Contas tinha feito um adiamento da referida questão, do PIPARU, até o dia 12 de Março, pelo que iriam começar pela proposta nº 763/2010. ----------------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 13 – PROPOSTA 763/2010 - APROVAR RATIFICAR AS MINUTAS DOS QUARTOS ADITAMENTOS AOS CONTRATOS DE FINANCIAMENTO, SOB A FORMA DE ABERTURA DE CRÉDITO, A CELEBRAR ENTRE A CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA E O INS TITUTO DE HABITAÇÃO E REABILITAÇÃO URBANA (IHRU), O BANCO PORTUGUÊS DE INVESTIMENTO (BPI), E A BANCA INFRASTR UTTURE INNOVAZIONE E SVILUPPO, COM AS LISTAS DE PROJECTOS QUE DELES FAZEM PARTE INTEGRANTE, NOS TERMOS DA PROPOST A, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R), DO Nº 1, DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO;------------------------------------------------------------------ ------------------------------------- PROPOSTA 763/2010 -------------------------------------- ----- “PELOURO: Vereadora Maria João Mendes e Vereador Manuel Salgado------------- ----- Serviço: Direcção Municipal de Finanças (DMF) e os responsáveis pela execução dos investimentos. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Pela Proposta 1116/2009 foi aprovada, pelos órgãos municipais, a contratação de um financiamento até 120 milhões de euros, repartidos pelo BPI/ BIIS, SpA e IHRU, nas condições fundamentais então propostas, que incluíam maturidades de 15 anos para a Banca comercial e de 30 anos para a parcela IHRU /BEI;---------------------------- ----- A Proposta e contratos, bem como demais documentação associada, foram submetidas a Visto Prévio do Tribunal de Contas, que solicitou a anexação da listagem dos projectos envolvidos no respectivo financiamento aos contratos celebrados com as entidades bancárias, dando origem à celebração do designado ao «aditamento ao contrato de financiamento sob a forma de abertura de crédito»; ------- ----- Ainda no âmbito do exercício da fiscalização prévia, foi recomendado pelo Tribunal de Contas «a redução aos montantes dos empréstimos das verbas já pagas por conta da realização dos projectos» dando origem à celebração do «2º aditamento ao contrato de financiamento sob a forma de abertura de crédito». No quadro do 2º aditamento foi, assim, reduzido o montante global do financiamento para 117.210.851€; --------------------------------------------------------------------------------------- ----- O processo, que se apensa como parte integrante desta Proposta, com as duas adendas supra mencionadas, foi visado pelo Tribunal de Contas, em 8 de Julho de 2010; -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Se verificou a necessidade de reformular a programação de trabalhos feita originariamente, por força da optimização da utilização das verbas e concretização de

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investimentos prioritários. Esta reformulação deriva, desde logo, das vicissitudes do processo associado a este financiamento, marcadamente quanto ao tempo decorrido entre o inicial elencar de projectos e a eficácia dos contratos de financiamento, bem como da ponderação de casos críticos, a requerer intervenção urgente, que foi preciso contemplar neste âmbito; ------------------------------------------------------------------------- ----- Esta constatação e a previsão inscrita nos aditamentos celebrados e visados, que sagra a possibilidade de alterar ou modificar a lista de projectos incluídos no financiamento, mediante aprovação prévia do Tribunal de Contas, por simples acordo com a banca, levaram à elaboração do 3º aditamento para substituição da lista de projectos e correlacionado ajustamento dos valores, os quais constituem os processos de visto prévio nºs 1514 e 1515/2010; ---------------------------------------------------------- ----- Existe interesse em considerar sem efeito o 3.º aditamento, o qual foi remetido a visto prévio do Tribunal de Contas, em virtude de se pretender alterar os projectos constantes das listagens anexas ao contrato inicial e respectivos aditamentos;------------ ----- Atenta a dimensão da presente reprogramação e o compromisso político assumido, esta deve ser submetida à apreciação da Assembleia Municipal, sem prejuízo das eventuais futuras alterações decorrentes da gestão da execução dos contratos serem objecto de informação à Assembleia, no âmbito da fiscalização política da actividade do Executivo. ------------------------------------------------------------- Tenho a honra de propor que a câmara delibere, nos termos da alínea d), do nº 7 do artigo 64º, da Lei 169/99, de 18 de Setembro, alterada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, ratificar e submeter à ratificação da Assembleia Municipal: ---------------------- ----- A Minuta do 4º aditamento ao contrato de financiamento sob a forma de abertura de crédito, que faz parte integrantes desta Proposta, a celebrar entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), com a lista de projectos que dele faz parte integrante, no montante global de 57.530,761 euros; ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A Minuta de 4º aditamento ao contrato de financiamento sob a forma de abertura de crédito que faz parte integrantes desta Proposta, a celebrar entre a Câmara Municipal de Lisboa, o Banco Português de Investimento (BPI) e a Banca Infrastrutture Innovazione e Sviluppo, com a lista de projectos que dele faz parte integrante, no montante global de 59.679.618 euros;--------------------------------------- ----- Manter informada a Assembleia Municipal da gestão da execução destes contratos, em particular eventuais reprogramações e/ou alterações da lista de obras previstas. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Paços do Concelho de Lisboa, de 2011 ---------------------------------------------------- ----- A Vereadora Maria João Mendes----------------------------------------------------------- ----- O Vereador Manuel Salgado” -------------------------------------------------------------- ----- “COMISSÃO PERMANENTE DE ADMINISTRAÇÃO, FINANÇAS, PATRIMÓNIO, DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E TURISMO ------------------ ------------------------------- RELATÓRIO E PARECER -------------------------------------- ---------------------------------PROPOSTA Nº.763/2010 ----------------------------------------

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----- A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 17 de Fevereiro de 2011, deliberou elaborar o seguinte parecer relativo à Proposta nº. 763/2010: ------------------- ----- A seu devido tempo, esta Comissão procedeu à audição do Senhor Vice-Presidente Manuel Salgado e da Senhora Vereadora Maria João Mendes, sobre o Programa de Investimento Prioritário em Acções de Reabilitação Urbana, nomeadamente sobre a sua programação e execução;----------------------------------------- ----- A Câmara Municipal de Lisboa aprovou na sua reunião de 2 de Fevereiro de 2011 a presente Proposta, a fim de financiar o Programa de Investimento Prioritário em Acções de Reabilitação Urbana, apresentando o 4º aditamento ao Contrato de Financiamento sob a forma de abertura de crédito;-------------------------------------------- ----- A referida abertura de crédito será celebrada entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, no montante global de 57 530 761,00 €, bem como com o Banco Português de Investimento e a Banca Infrastrutture Innovazione e Sviluppo, no montante global de 59 679 618,00 €, nos termos dos contratos; --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Ambos os contratos são celebrados com as respectivas listas de projectos, que deles fazem parte integrante; ---------------------------------------------------------------------- ----- Neste contexto, a Comissão entende que a Proposta está em condições de ser discutida e votada em Plenário;------------------------------------------------------------------- ----- No entanto, a Comissão solicita que a Câmara Municipal de Lisboa dê cumprimento ao número 2 da parte deliberativa da Proposta, isto é, manter informada a Assembleia Municipal da gestão da execução destes contratos, em particular eventuais reprogramações e/ou alterações da lista de obras previstas.---------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausentes CDS/PP e o Deputado Independente José Franco. ------------------------------------------------------------ ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 17 de Fevereiro de 2011. ----------------------- ----- O Presidente da Comissão, Rui Pessanha da Silva.”------------------------------------- ----- O Senhor Vereador Manuel Salgado no uso da palavra, disse que, o programa de intervenções prioritárias, a reabilitação urbana, tinha tido a sua primeira proposta em Abril de 2009. Nessa altura, a proposta nº 312/2009, tinha sido apresentada à Câmara, e era uma proposta em que expressamente a única coisa que avançava era a de que solicitava autorização para contrair um empréstimo para a reabilitação urbana. ----- Aquele empréstimo tinha sido negociado com o IRU enquanto representante do Banco de Investimento, e com duas instituições privadas, esse empréstimo era de 120 milhões de euros e tinha como objectivo a reabilitação de um conjunto alargado de espaços públicos, edifícios de equipamentos e edifícios de habitação na Cidade de Lisboa, o objectivo era desenvolver cerca de mil acções, mil pequenas intervenções, destinando-se essencialmente, a obras para pequenas empresas de construção. ---------- ----- Aquela proposta tinha sido aprovada em Câmara, e em 9 de Julho de 2009, tinha sido rejeitada na Assembleia Municipal. Já no actual mandato, em 11 de Novembro, foi apresentada em Câmara a proposta 1116/2009, que foi aprovada em reunião de Câmara e, posteriormente, na Assembleia Municipal em 22 de Dezembro de 2009. ----

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----- Essa proposta mantinha a filosofia da proposta anterior e apontava, concretamente, cerca de 14% do investimento que se destinava a espaços públicos, 42% a edifícios de equipamento com particular incidência nas escolas, nas bibliotecas e noutros equipamentos municipais, 36% em edifícios de habitação, tanto municipais, como privados, sendo no entanto, a maior parte edifícios municipais, e 7% para demolições. Uma vez aprovada em Assembleia Municipal, aquela proposta foi enviada ao Tribunal de Contas e, a primeira intervenção do Tribunal de Contas foi solicitar que, ao pedido de empréstimo fosse junta a lista com a descrição de todas as obras, sobre as quais, se propunha a intervir. Posteriormente, o Tribunal de Contas fez uma segunda intervenção no sentido do empréstimo, de 120 milhões de euros, serem retiradas todas as obras, as quais já tinham sido pagas, baixando o valor total do empréstimo para 117 milhões de euros. Esta situação deu origem a uma reprogramação das obras e um segundo aditamento à proposta inicial. -------------------- ----- Nessa altura também, tinha sido expressamente solicitado, pelo Tribunal de Contas, a autorização do Ministério das Finanças para a contracção do empréstimo, o que, após negociações com o Ministério das Finanças, este deu uma primeira autorização para uma tranche de 7,5 milhões de euros, a ser gasta em 2010, sendo a proposta visada em Julho de 2010. --------------------------------------------------------------- ----- Já depois do visto do Tribunal de Contas, o Ministério das Finanças autorizou uma segunda tranche no valor de 43 milhões de euros. -------------------------------------- ----- Aqueles sucessivos aditamentos obrigaram a rever a lista de obras incluídas naquele programa, em parte porque era necessário retirar todas aquelas que já tinham sido pagas, em parte, também, porque tinha sido necessário retirar obras que a Câmara já tinha realizado, com meios próprios, mas também porque tendo a primeira lista sido preparada no início de 2008, já fazia sentido ter uma lista com algumas obras diferentes. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, em Dezembro de 2010, tinha sido levada à Câmara a proposta 763/2010, na qual era feita uma nova redistribuição das verbas por tipo de obras em que se propunham 31% de investimento em espaço público, 52% em edifícios de equipamento, 12% em edifícios de habitação, e 5% em demolições. Na decorrência da discussão feita em Câmara, foi decidido retirar a proposta e promover encontros com as várias forças políticas, representadas na Câmara, no sentido de aumentar o peso relativo dos edifícios de habitação e, por proposta do PSD, foi sugerido que os edifícios de habitação representassem cerca de 30 % do investimento total, ou da utilização do empréstimo. ------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, em 2 de Fevereiro de 2011, foi aprovada nova listagem, portanto, a listagem anterior revista, foi aprovada em Câmara, e aquela última listagem que era aquela que, naquele momento, na Assembleia para ser apreciada e votada, era uma proposta que previa um encargo de 22% no espaço público, 43% em edifícios de equipamentos, 31% em edifícios de habitação e 5% em demolições. Essa proposta tinha recebido um consenso alargado ao nível da Câmara e, esperava que viesse a ter esse mesmo consenso ali na Assembleia Municipal. -----------------------------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal Rui Pessanha da Silva (PPD/PSD), Presidente da Junta de Freguesia de São João de Deus, na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, leu o parecer da referida comissão, acima transcrito. ----------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Magalhães Pereira (PPD/PSD), Presidente da Junta de Freguesia dos Prazeres, no uso da palavra, disse que muito acidentado tinha vindo a ser aquele processo do plano de intervenção prioritário em acções de reabilitação urbana, tinha começado por servir de campanha eleitoral, colocando em confronto a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal, tinha sido apreciado e aprovado por aquela Assembleia, salvaguardando circunstancias que tinha a ver com o facto insólito de verem financiado o plano de actividades da Câmara com o recurso a mais endividamento, a mais empréstimos, mais responsabilidades bancárias, atingindo já ao máximo de capacidade de endividamento, senão mesmo, a sua ultrapassagem. Que processo atribulado, em que se reabilitavam fogos e não os respectivos imóveis, processo em que se esquecia a reabilitação dos grandes eixos urbanos em benefício de uma política de fogo a fogo e de intervenção casuística. E, daquela política, tinha resultado uma autêntica manta de retalhos, retalhos e incoerências que remanesciam das sucessivas alterações e dos adiamentos administrativos provenientes, sobretudo, de má gestão da Câmara em todo esse processo, nem sequer foram corrigidas as incoerências evidentes no cotejo entre o PIPARU e o plano de actividades plurianual. -------------------------------------------------- ----- Em relação ao plano propriamente dito, disse que o que tinha começado por ser um plano de reabilitação prioritária em que quase 50% da verba disponibilizável se destinaria à reabilitação da habitação municipal, foi reduzida na proposta 763/2010, a 9% para a reabilitação da propriedade municipal, e 3% para a reabilitação da propriedade privada. Se não fossem as intervenções dos Deputados da Assembleia Municipal, e de Vereadores da Câmara Municipal, veríamos aquele processo completamente desvirtuado não chegando sequer aos 31%, que ali se fixavam, porém à custa da capacidade de recuperação de espaço público e, sobretudo, de muitas escolas básicas de Lisboa, onde o ensino era feito em condições precárias. -------------- ----- Disse que aquela forma de tratar Lisboa estava a prejudicar Lisboa, a Cidade tinha visto a ser-lhe aberta uma janela de oportunidade com a aprovação de um plano de reabilitação urbana, naquela Assembleia Municipal, que deveria já ter estado, no ano transacto, em plena velocidade cruzeiro e que, por inabilidade política, ainda nem sequer tinha começado, esperava que começasse o quanto antes. Mas havia um ponto que era necessário acrescentar, representavam os custos com demolições, naquele plano de intervenção, uma verba superior a 5 milhões de euros, demolições, não reabilitações. E o grave era que se pretendiam demolir edifícios com significado patrimonial a coberto daquele autêntico “Cavalo de Tróia”, a demolição de edifícios de Lisboa antiga, da zona do fado vadio e a zona famosa da Cesárea e do Timpanas. -- ----- O princípio da reabilitação deveria ser a conservação e a recuperação, e não a demolição. Não era, por certo, apagando Lisboa, a Lisboa que tinha sido, que teríamos a Lisboa que merecíamos. Assim, solicitava que não permitissem tais ocorrências,

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tendo a Junta de Freguesia dos Prazeres esgotado as formas que dispunha para evitar aquela autentica degradação patrimonial e cultural. ------------------------------------------ ----- A Senhora Deputada Municipal Teresa Almeida (PS), no uso da palavra, disse que depois da apresentação tão clara daquela proposta, feita pelo Senhor Vice-presidente Manuel Salgado, e depois do próprio ter apresentado todo o seu historial, faria ali algumas breves notas para ressaltar a importância daquela proposta e, por conseguinte, a importância da sua aprovação. ------------------------------------------------- ----- Em primeiro lugar, as condições de financiamento no contexto actual, a proposta estavam assim, em condições de ser aprovada bem como, a respectiva listagem actualizada dos projectos desenvolvidos. Tinha havido, também, e era necessário dizê-lo, um consenso alargado quanto ao investimento em habitação que era, agora, devido ao tal consenso, de 30%. Com a aprovação dessa proposta, a reabilitação urbana em Lisboa, seria assim, mais célere e mais sistematizada, o que iria criar mais postos de trabalho dando às pequenas e médias empresas as empreitadas de reabilitação que tão necessárias eram à cidade e ao país. Assim, o Grupo Municipal do Partido Socialista congratulava-se, mais uma vez, com aquela proposta e iria votar favoravelmente, a mesma. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Lurdes Pinheiro (PCP), Presidente da Junta de Freguesia de Santo Estevão, no uso da palavra, disse que finalmente aparecia uma proposta, no concreto, para a reabilitação urbana. Mesmo com aquele programa, a Freguesia de Santo Estevão iria continuar a ter os mesmos, cerca de 50 prédios municipais, e privados, por recuperar, assunto que por várias vezes já tinha abordado naquela Assembleia e, mais recentemente, no passado dia 11 de Janeiro, quando, mais uma vez, questionou o Senhor Presidente da Câmara sobre as obras de reabilitação e a falta de investimento na freguesia, quer na reabilitação urbana, quer na recuperação do espaço público, não obtendo qualquer resposta nas diversas vezes em que o mesmo assunto tinha sido colocado. ---------------------------------------------------------------------- ----- Mas era com grande satisfação que via no concreto uma proposta com respostas às reivindicações apresentadas pelo PCP, havia já longos anos. Finalmente, estava prevista a construção da creche que já tinha projecto aprovado, havia já 20 anos, mas não tinha passado daquilo. Para além da creche, viam igualmente naquela proposta o edifício municipal do nº 5, na Rua Guilherme Braga, assim como o Palácio D. Rosa, o que, com tais obras, faziam votos para que 2012 fosse o ano em que finalmente, as crianças da freguesia, e os pais, pudessem usufruir do equipamento já há muito desejado, e em que os moradores realojados fora da freguesia, pudessem voltar ao seu bairro. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Dirigindo-se ao Senhor Vereador Manuel Salgado disse que na calendarização plurianual do PIPARU, o Palácio da D. Rosa aparecia como Pátio D. Rosa e, não tinha dúvidas que se tratava do Palácio D. Rosa, situado na Freguesia de Santo Estevão, mas pedia que fizesse o favor de providenciar a correcção do mesmo. --------- ----- Para além disso, gostaria que informassem para quando estaria previsto o início das referidas obras, em especial a creche. Se a verba que estava prevista para a creche era de um milhão e duzentos mil, mas só duzentos mil estavam previstos para 2011, o

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que é que previam que poderia ser feito, ainda, este ano. Para a intervenção do espaço público a verba para Alfama e Castelo era muito reduzida, se seria possível que informassem o que era que em concreto, iria ser recuperado Era que a Rua dos Remédios, tanto a via como os passeios, necessitavam de intervenção mas já para não falar dos passeios da Rua do Vigário e do próprio Miradouro de Santo Estevão que tinha o chão todo levantado pelas raízes das árvores, e não via no PIPARU a verba destinada a estas reparações. --------------------------------------------------------------------- ----- Disse que como já era hábito da Junta de Freguesia, iria informar os moradores sobre o conteúdo daquela proposta que continha intervenções tão importantes para a vida de quem residia e trabalhava na Freguesia de Santo Estevão e no Bairro de Alfama. Naturalmente, não deixariam de voltar a levar ali os naturais reparos que iriam ouvir, sobretudo aquilo que havia muito era também necessário e que, ainda, iria continuar por programar. Sabia-se lá por quanto tempo mais. ------------------------------ ----- O Senhor Deputado Municipal Diogo Moura (CDS-PP), no uso da palavra, disse que discutiam ali uma matéria que era muito importante para a Cidade de Lisboa a reabilitação urbana. Julgavam ser entendimento de todos os partidos que a reabilitação deveria ser, a par da acção social, a principal prioridade do município mas a quantidade de imóveis ao abandono, as ainda centenas de fracções que nem casa de banho possuíam e muitos e muitos fogos devolutos em ruínas, faziam de Lisboa uma Cidade desabitada e da qual os seus filhos partiam para os concelhos limítrofes. -------- ----- Embora o esforço, naquela área, visse agora uma luz ao fundo do túnel, o processo do PIPARU já durava desde 2009, com consecutivas alterações. Ainda, nos últimos meses, o Executivo Socialista tinha mudado vezes sem conta os processos, muito embora importava salientar a melhoria da proposta apresentada que, ao contrário das iniciais que davam a maior fatia do bolo para o espaço público, viam agora aquela percentagem reduzida de 31% para 22% a favor da reabilitação de fogos. ----- Foram retirados todos os edifícios pertencentes à EPUL e os devolutos para constituírem o fundo imobiliário, entrando a reabilitação de 500 fracções no eixo Almirante Reis. Na documentação em anexo, não constava a listagem pormenorizada daquelas fracções, tendo em conta o pedido do Tribunal de Contas relativo à discriminação dos projectos, que constasse essa listagem não só para aquele efeito mas, também, para conhecimentos dos Senhores Deputados Municipais. Perguntou que finalidades teriam tais fracções. Arrendamento, ou venda a custo acessível para jovens, ou para atribuições sociais no âmbito do regime do acesso a habitação municipal, ou devolução aos proprietários após pagamento. Todas aquelas fracções já foram alvo de intimações para obras de conservação e beneficiação por parte do município uma vez que essas obras executadas eram de carácter coercivo. Esperavam que o PIPARU fosse, realmente, um plano com estratégia para a Cidade de Lisboa como um todo, com reabilitação por eixos e zonas, e não por fracções, ou metades de imóveis. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Gostariam que o Executivo definisse as zonas prioritárias ao invés de acorrer às inúmeras solicitações, que obviamente deveriam ser prementes, mas que fosse englobada uma estratégia de intervenção global da Cidade. Por outro lado, verificava-

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se uma nova tendência, ou visão, da reabilitação urbana; concordavam que reabilitar Lisboa não era apenas falar de imóveis, era também falar de tudo aquilo que os rodeava, já afirmaram ali que era positivo o aumento das verbas para imóveis em detrimento do espaço público, mas o CDS-PP reiterava a necessidade de investir nos locais históricos da Cidade de Lisboa. Muitas daquelas intervenções, à excepção de Alfama, tinham sido excluídas do PIPARU, passando a constar os contratos de programa com a GEBALIS. Perguntou se não estariam a adiar a renovação de zonas tão importantes de Lisboa como a Baixa ou os eixos centrais. ------------------------------ ----- Por outro lado, não poderiam deixar de criticar as opções no que respeitava à área cultural, sendo vergonhosa a situação em que alguns do funcionários do Museu da Cidade trabalhavam; em espaços contíguos, sem extracção de ar e com falta de equipamento. Os anos passavam e a Câmara continuava a inserir as obras do referido museu no plano de actividades mas agora, em que aquelas estavam orçadas no PIPARU, uma intervenção que o Executivo justificava, e passava a citar: “como equipamento fundamental na estratégia cultural da cidade, quer na produção, investigação, quer no contributo identitário da marca Lisboa”, era retirada. Perguntou qual seria a justificação. Em Janeiro era fundamental, como alegaram, agora já não o era e não percebia porquê. Mas, ao invés, aumentaram a verba para a Casa dos Bicos, para a Fundação Saramago, reforçando o investimento incluído no empréstimo de um milhão e seiscentos e cinquenta mil euros para dois milhões e duzentos mil euros. O município preferia assim, retirar as obras do Museu da Cidade, uma Instituição histórica na Cidade de Lisboa, no valor de duzentos e sessenta mil euros e injectar mais quinhentos e quarenta mil, ou seja o dobro, numa fundação privada a quem já tinha cedido um edifício emblemático a custo zero e, ainda, oferecia as obras. Para o CDS-PP essa opção cultural era lamentável e era razão bastante, para além das referidas anteriormente, para se absterem na votação daquela proposta. ------------------ ----- O Senhor Deputado Municipal John Rosas (MPT), no uso da palavra, disse que sobre a proposta 763/2010, que o Executivo submetia àquela Assembleia para aprovar a ratificação das minutas dos aditamentos aos contractos de financiamento sob a forma de abertura de crédito a celebrar entre a Câmara Municipal de Lisboa, o Instituto de Habitação e reabilitação Urbana e dois bancos, o Partido da Terra para além das razões já, anteriormente, expressas aquando da votação da proposta 1116/2009, referente à contratação de empréstimos até cento e vinte milhões de euros para o financiamento do PIPARU, votação essa que tinha tido lugar a 22 de Dezembro de 2009, iria abster-se na votação daquela proposta com base também nos seguintes motivos: em primeiro lugar, o momento actual de crise económico-financeira que o país atravessava não era o mais indicado para comprometer sistematicamente, o Município de Lisboa com tais encargos; em segundo lugar, porque as justificações dadas pelo Executivo para os segundos e terceiros aditamentos não foram claras, nem devidamente justificadas, razões pelas quais o próprio Tribunal de Contas tinha solicitado a anexação dos projectos envolvidos no financiamento e, ainda no âmbito da fiscalização daquele órgão, o mesmo Tribunal teria recomendado, e passava a citar: “a redução aos montantes dos empréstimos das verbas já pagas por conta da

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realização dos projectos”. Por último, constataram que o anexo um à presente proposta carecia de um estudo de sustentabilidade económica dos fundos de investimentos imobiliário, nem continha a previsão da efectiva constituição e o retorno do investimento municipal da reabilitação urbana, remetendo a análise técnica, económica e financeira para o grupo de trabalho constituído nos termos da deliberação nº 412/2010, que se reportava ao programa de reabilitação estratégica no património habitacional municipal o qual apresentaria as referidas análises só do primeiro trimestre de 2011. E, já agora perguntava, para que se soubesse, onde estariam essas análises. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Face às razões expostas, o Grupo Municipal do Partido da Terra decidira abster-se na votação da presente proposta. ------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Rita Magrinho (PCP), no uso da palavra, disse que relativamente àquela proposta e para além do que já tinha referido a sua camarada, Deputada Municipal Lurdes Pinheiro, a propósito da reabilitação urbana, gostaria de deixar duas notas muito breves: em primeiro lugar, e ainda bem que a situação se tinha alterado relativamente à perspectiva de utilização daqueles meios financeiros para a reabilitação. O PCP entendia que de facto, era muito importante que a Câmara Municipal de Lisboa pudesse dar uma percentagem relativamente considerável para a reabilitação de imóveis municipais, no sentido de poder-se apresentar perante os privados como o exemplo daquilo que deveria de ser feito na Cidade de Lisboa. E, por isso, a alteração de deixar de lado todo o investimento para os equipamentos e o espaço público, parecia ao PCP de saudar. --------------------------- ----- Finalmente, e até porque gostaria de sublinhar aquele aspecto, a proposta que estavam ali a considerar referia no seu ponto dois que deveria de ser mantida e informada a Assembleia Municipal da gestão da execução daqueles contratos em particular, de algumas coisas. Pensava que, para além do particular, faria um sublinhado relativamente à primeira parte, ou seja, era indispensável que a Assembleia Municipal fosse informada da gestão da execução daqueles contratos, independentemente das questões mais específicas que tivessem a ver com eventuais alterações, porque a execução daqueles contratos era fundamental para uma percepção clara daquilo que efectivamente iria ser feito com aquele programa. ---------------------- ----- O Senhor Vereador Manuel Salgado no uso da palavra, disse que, tinha tomado nota das várias intervenções feitas em que uma das críticas que era referida era a da falta de uma estratégia global para a reabilitação urbana em Lisboa. ------------ ----- Conforme já tinha anunciado, quer na reunião de Câmara, como na Comissão em que esteve presente juntamente com a senhora Vereadora das Finanças, estavam a preparar um documento designado por estratégia de reabilitação urbana de Lisboa, com horizonte até 2024, porque não poderiam ter veleidades pois reabilitar Lisboa era uma acção de fundo e que demoraria vários anos a desenvolver. Esse documento estava numa fase final de redacção e, em breve, iria à Câmara e, se a Câmara o aprovasse, iria à Assembleia Municipal. -------------------------------------------------------- ----- Gostaria de referir que, não obstante, aquele documento ainda não estar formalizado, a verdade era que os passos que tinham vindo a dar, desde final de 2007,

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inseriam-se numa estratégia perfeitamente definível, em que sabiam exactamente aquilo que pretendiam fazer em termos de reabilitação urbana e como era que se integrava aquele programa prioritário, o PIPARU, naquela estratégia global. E gostaria de referir, até porque por vezes isso poderia escapar, assim numa leitura mais rápida, que desde 2007, já tinham sido implementadas no conjunto daquelas acções: primeiro a reestruturação dos serviços, ou melhor, a afectação, ou a possibilidade, de as unidades de projecto voltarem a ter capacidade de informarem os processos urbanísticos, o que foi um passo absolutamente, fundamental para tornar mais célere a resposta ao licenciamento; foram aprovados novos instrumentos de gestão territorial, nomeadamente, o plano da Av. da Liberdade, o plano de pormenor e de salvaguarda da Baixa Pombalina, estava em fase final de apreciação o plano de pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e os edifícios da Politécnica, que era manifestamente um plano de reabilitação urbana, estava em fase final o plano de urbanização de Alcântara o qual tinha prevista a reabilitação de uma área particularmente importante das Freguesias de Alcântara e dos Prazeres, nomeadamente Alcântara velha, foram aprovados em Câmara os termos de referência, e estava em elaboração o plano de salvaguarda da Colina do Castelo que abrangia os antigos planos de urbanização de Alfama, Castelo e Mouraria, bem como, estava em elaboração o plano de salvaguarda do Bairro Alto e Bica e os termos de referência tinham já sido aprovados em reunião de Câmara, foram aprovados os termos de referência e iniciada a elaboração do plano pormenor dos Quartéis da Calçada da Ajuda e da envolvente do Palácio da Ajuda. ----- ----- Por outro lado, com a nova reestruturação foram definidas as novas unidades territoriais e, expressamente, era função a desenvolver pela unidade territorial do centro e centro histórico as acções no âmbito da reabilitação urbana. Além disso, tinha sido também, estabelecido o acordo entre a Câmara Municipal e o IRU para o desenvolvimento do programa “Viver Marvila”, que era um projecto de reabilitação urbana, não só dos edifícios que tinham sido construídos pela Câmara Municipal e pelo IRU, na última década, edifícios de realojamento, mas principalmente os equipamentos e os espaços públicos. Este programa era desenvolvido em parceria com a GEBALIS. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- A SRU Ocidental tinha conseguido o empréstimo do BEI, no valor de 16 milhões de euros e estava a desenvolver um programa concreto, com obra sobre o terreno, no espaço público e na reabilitação de edifícios na zona da Ajuda/Belém. Para além disso, e em resposta a perguntas que tinham sido feitas concretamente, pela bancada do PCP, disse que gostaria de referir que para além do PIPARU, o Município de Lisboa conseguiu, nos últimos anos, que fosse aceite a candidatura do QREN da Mouraria, que era um investimento de 7,4 milhões de euros, e que estava em fase final de revisão dos projectos para que se desse inicio às obras, o QREN da Ribeira das Naus, no valor de 9,98 milhões de euros, e que estava previsto iniciarem-se as obras ainda este ano, o QREN do Padre Cruz no montante de 19,92 milhões de euros, e que tinha os projectos já numa fase final de execução e, como ali já tinha sido referido, haviam realojamentos no terreno que já estavam a ser realizados para permitirem o

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desenvolvimento total da operação, o QREN da Boavista era aquele que se encontrava mais atrasado mas que já estava em curso. ----------------------------------------------------- ----- Disse que o representante da bancada do CDS-PP tinha perguntado como é que era possível ter sido retirado o Museu da Cidade, só que o Museu da Cidade na versão anterior do PIPARU, tinha uma verba de 600 milhões de euros e tinha passado a ser financiado pelas verbas do Casino com uma verba, substancialmente, superior. Isto porque as verbas do Casino foram todas vocacionadas para obras de reabilitação urbana com cariz cultural e turística, e se fossem ver as obras que tinham sido financiadas pelo Casino, inseriam-se todas no âmbito da reabilitação urbana. ----------- ----- Portanto, tinham um quadro perfeitamente definido, procurando alargar as fontes de financiamento para a reabilitação da Cidade não concentrando tudo no PIPARU, e todas as obras que estavam previstas, fossem aquelas que estavam a ser financiadas pelo Casino, fossem as candidatadas ao QREN, eram obras que tinham como objectivo a reabilitação da Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------- ----- Gostaria, igualmente, de referir, e era particularmente importante para as Freguesias da colina do Castelo, que uma das candidaturas que não tinha sido aceite no ano passado, e que tinha sido a candidatura aos percursos pedonais assistidos na Colina do Castelo, ia ser reaberta uma nova candidatura e estavam a trabalhar afincadamente, inclusivamente, alargando os percursos na Colina do Castelo, para a candidatar a esse novo programa do CREN, depositando grandes esperanças de que viesse a ser aceite. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Portanto, aquele empréstimo do PIPARU era, particularmente, importante para dar um arranque à reabilitação urbana de Lisboa e estavam convictos que em termos de futuro, o município tinha que essencialmente, investir na reabilitação dos equipamentos e dos espaços públicos e tinha que criar condições para que a reabilitação dos edifícios fosse essencialmente feita pelos privados porque eram eles que eram os detentores de 90% do património que estava em mau estado na Cidade de Lisboa, E não era a fazer obras coercivas que iam lá, a experiência das obras coercivas era traumática para a Câmara Municipal de Lisboa, nos últimos dez anos foram investidos 38 milhões de euros em obras coercivas, a maior parte estavam paradas e a Câmara só tinha conseguido ressarcir de 4,8 milhões de euros. Portanto, não era possível prosseguir com tal política, nem tão pouco era possível prosseguir com o tipo de políticas que a Câmara tinha seguido nos últimos vinte anos, e aquilo não era um problema dos últimos mandatos, nos últimos vinte anos a Câmara Municipal de Lisboa tinha investido em reabilitação urbana 450 milhões de euros. Por isso, perguntavam-se onde tinha sido gasto aquele dinheiro, e se havia concretamente uma correspondência entre o investimento que tinha sido feito e o resultado, e aquilo que realmente, agora, verificavam que existia na Cidade de Lisboa. ---------------------------- ----- A Senhora Presidente, constatando não haver mais intervenções, submeteu à votação a Proposta 763/2010, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, BE, PEV e 6 IND, e as abstenções de PSD, CDS-PP e MPT, (o PPM esteve ausente). -------------------------------------------------------------------

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----- PONTO 2 – PROPOSTA 553/2010 - APROVAR A PROPOSTA DA VERSÃO FINAL DO PLANO DE PORMENOR DA MATINHA, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNES A), DO Nº 3, DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; ---------------- ------------------------------------- PROPOSTA 553/2010 -------------------------------------- ----- “PELOURO: Do Urbanismo e Planeamento Estratégico. --------------------------------- ----- Serviço: DMPU/DPU. ----------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Foi deliberado em Reunião de Câmara de 7 de Setembro de 2005 (Proposta n.º491/2005), proceder à elaboração do Plano de Pormenor da Matinha; ------------------ ----- Foi deliberado em Reunião de Câmara de 27 de Janeiro de 2010, sob a Proposta n.º38/2010, submeter a Discussão Pública a proposta do Plano de Pormenor da Matinha, tendo a deliberação sido publicada no Diário da República, II série, n.º 53, de 17 de Março de 2010, através do Aviso n.º 5585/2010; ----------------------------------- ----- Foi concluído o período de Discussão Pública, tendo a versão final da proposta do plano sido precedida dos procedimentos legais exigidos;--------------------------------- ----- A versão final da proposta do plano está instruída com os elementos legais necessários, de acordo com o teor da informação técnica n.º 503/DMPU/DPU/10, da qual se anexa fotocópia e fica a fazer parte integrante da presente proposta. -------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa delibere, ao abrigo do disposto na alínea d) do n.º7 do artigo 64º da Lei n.º169/99 de 18/09: ----------------- ----- Determinar submeter a aprovação da Assembleia Municipal a proposta da versão final do Plano de Pormenor da Matinha, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 79º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro. ------------------------------------------------ ----- Lisboa, Paços do Concelho, 23 de Setembro de 2010. ---------------------------------- ----- O Presidente, António Costa” --------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal José Casimiro (BE), no uso da palavra, interpelando a Mesa, disse que gostariam de obter um esclarecimento por parte da Câmara Municipal de Lisboa, decorrente da discussão realizada ali em 18 de Janeiro, dia em que discutiram a presente matéria, em que o Senhor Presidente da Câmara teria argumentado sobre direitos adquiridos em resposta às criticas e outras observações que teriam sido feitas, e sobre a qual o BE teria feito dois requerimentos a fim de saber, efectivamente, se haviam, ou não, direitos adquiridos, sendo que a última informação que tinham obtido dos serviços foi que a existência de quaisquer direitos, ou legitimas expectativas que, eventualmente, decorrentes dos actos, ou contratos legítimos, públicos ou privados, incidindo sobre a área do Plano da Matinha, não era do conhecimento da Direcção Municipal do Urbanismo. Naquele sentido, o próprio apelou ao Senhor Presidente da Câmara que esclarecesse o plenário, quais eram os direitos adquiridos que existiam para que, e em relação às criticas que tinham sido feitas, as mesmas não pudessem prevalecer em relação àquele Plano de Pormenor. ----- ----- O Senhor Deputado Municipal Diogo Moura (CDS-PP), no uso da palavra, interpelando a Mesa, disse que gostaria somente de ser esclarecido sobre a ultima vez

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que a proposta em discussão, tinha sido apresentada em reunião, que a mesma não tinha sido retirada mas sim suspensa a sua discussão para que houvessem propostas de alteração, nomeadamente, julgava até ter sido por parte do PSD. Portanto, o CDS-PP gostaria de saber se havia um novo texto da presente proposta, ou se a mesma se mantinha igual. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, confirmou que a proposta 553/2010 se mantinha igual, não sendo objecto de qualquer alteração.-------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado João Serra (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Santa Isabel, no uso da palavra, disse que todos sabiam que a área correspondente à Matinha era um território abandonado e degradado havia muitos anos e, como tal, especialmente carecido de planeamento, de intervenção e de mudança, essa era, aliás, uma legitima aspiração dos Marvilenses inequivocamente expressa pela sua Assembleia de Freguesia. ------------------------------------------------------------------------- ----- Pensava que todos concordavam, também, que aquele plano punha termo a um processo que por um variado conjunto de circunstâncias, tinha sido excessivamente moroso, e era por isso paradigmático da dificuldade em criar condições para atrair e reter o investimento que Lisboa tanto precisava. ---------------------------------------------- ----- Perante as razões concretas, tomadas pela Câmara Municipal de Lisboa, na elaboração daquele plano, que em vários aspectos desconsiderava o PDM e os termos de referência aprovados para a zona em causa, foram várias as dúvidas que se foram suscitando quanto à sua admissibilidade. O Executivo Camarário defendia e insistia na regularidade das escolhas que tinha feito, apoiando-se mais recentemente, num parecer jurídico cuja credibilidade técnica, aliás, não se duvidava. ------------------------ ----- Disse que ficasse claro, o plano que hoje ali era apresentado não era o plano do PSD, tivesse sido do PSD a responsabilidade da sua elaboração e seriam outras, em muitos aspectos, as escolhas que fariam. Aquele era o plano de Executivo Camarário do Dr. António Costa, o plano de quem, democraticamente escolhido para efeito, pelos Lisboetas e, por isso, com toda a legitimidade tinha o direito mas também o dever de governar a Cidade, de fazer as suas escolhas e de assumir as suas responsabilidades. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Perante a manifesta necessidade de intervenção naquela zona, perante a manifesta vontade inequívoca dos Marvilenses e, perante a oportunidade de pôr termo a um processo que constituía, e repetia, um paradigma do que não deveria acontecer numa cidade que precisava de captar investimento para se conseguir renovar, o PSD não irá obstaculizar a aprovação do Plano de Pormenor da Matinha. Mas que ficasse claro, ficava-lhes a perplexidade perante um modelo de gestão territorial assente na desconsideração de todos os passos intermédios de vinculação por parte da Câmara, ficava-lhes a perplexidade perante um modelo de gestão territorial que fazia tábua rasa de termos de referência regularmente aprovados, e que fazia tábua rasa de disposições técnicas e regulamentares do PDM, por isso, era para o PSD importante, para referência futura, que ficasse clara a admissibilidade, ou não, daquele modelo de gestão territorial. -----------------------------------------------------------------------------------

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----- Assim, o Grupo Municipal do PSD iria solicitar ao Conselho Consultivo da Procuradoria-geral da Republica a emissão de um parecer que esclarecesse de forma cabal e definitiva aquele conjunto de questões. ------------------------------------------------ ----- (No decorrer da discussão da presente proposta a Senhora Presidente ausentou-se, sendo a constituição da Mesa a seguinte: Presidente em exercício o Senhor Deputado Municipal Nelson Antunes, a Primeira Secretária a Senhora Deputada Municipal Deolinda Machado, e o Segundo Secretário o Senhor Deputado Municipal Dias Baptista). -------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Ana Gaspar (IND), no uso da palavra, disse que a recomendação que em seguida entregaria na Mesa tinha a sua origem nos objectivos do PLH, na Carta Educativa, na Carta de Equipamentos de Saúde e na deliberação 617/2010, referente a equipamentos, meios ambientais e fogos a custos acessíveis. Não podendo já, dado morosidade do processo e os naturais compromissos, entretanto, assumidos com honra, prever a implantação na zona de uma quota de fogos a custos controlados, recomendava aquilo que poderia substantivamente, sarcir a malha social de toda a zona envolvente, fazendo daquele modo um corte pedagógico de opções no já edificado ao longo de toda a zona do rio. ------------------------------------ ----- Assim, propunham que o Plano de Pormenor da Matinha incluísse uma creche e um jardim na parcela E5, próximos da prevista EB integrada, as quais serviriam a uma população da zona envolvente bem como, às várias camadas sociais. --------------------- ----- Como a Carta de Equipamentos de Saúde identificava carências múltiplas naquele domínio, na área de cuidados continuados da Cidade, propunham, igualmente, a afectação de uma parcela E2 ou E3 do plano, para a construção de uma unidade de cuidados continuados. --------------------------------------------------------------- ----- Pensavam, assim, que a par da rede viária da formidável estrutura verde prevista, aqueles equipamentos dariam fortes contributos decisivo num processo que todos queriam crescente ao nível social, e todos sabiam que era só através daquele processo que se evitavam as degradações e a população em iminência de marginalidade. -------- ----- Aquilo traria à Cidade de Lisboa a marca de todos aqueles que ali estavam; europeia, afectiva, solidária e integradora. ----------------------------------------------------- ----- O Senhor Presidente da Câmara Municipal, no uso da palavra, disse que relativamente à primeira questão colocada pelo BE, convinha precisar que o referido Grupo Municipal tinha dirigido dois requerimentos perguntando se havia um pedido de informação prévia e se havia a emissão de alguma licença de construção, entendendo que somente esses elementos constituíam direitos adquiridos. --------------- ----- Disse que na intervenção que ali tinha feito, não tinha falado, nem em pedidos de informação prévia, nem em emissões de licenças, nem de alvarás ou qualquer outro documento. Tinha referido, simplesmente, a expectativa que havia quanto a uma área de construção a qual estava definida pelo PDM, e que estava definida nos termos de referência. A questão que estava a ser colocada relativamente aos termos de referência tinha haver com a área de construção, visto que o plano em nada alterava a área de construção relativamente, aos termos de referência. O afastamento que havia relativamente aos termos de referência tinha haver com a redistribuição daquela área

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de construção, no espaço. Ao invés de uma ocupação intensiva do solo, havia uma concentração dessa área de construção em altura, com a contrapartida de libertação de espaço público, e aquilo era uma operação urbanística mas que em nada alterava, ou aumentava, a área de construção previamente definida. Disse que foi isto que quis referir e referiu. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Quanto à questão colocada pelos Senhores Deputados Independentes, naquela recomendação, como já tinha tido oportunidade para lhes transmitir estava de acordo com aquela recomendação, achava que os próprios nos planos de ordenamento, deviam de definir áreas para equipamentos mas, não deviam de reedificar quais os equipamentos em concreto a instalar em cada uma das áreas mas complementar a aprovação do plano com a aprovação de uma recomendação que definisse quais deveriam ser os equipamentos prioritários e a sua localização prioritária no espaço, achava que era positivo, adequado e que o deveriam fazer. E os equipamentos identificados naquela recomendação eram aqueles equipamentos que, também, a câmara concordava serem os prioritários a instalar na zona. --------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal José Casimiro (BE), no uso da palavra, disse que em relação às questões que tinham sido colocadas pelo Senhor Presidente da Câmara, o BE tinha feito, no último requerimento, dois pedidos; um pedido de objecto de deferimento dos processos, especificados no requerimento, que tinham sido apenas de demolição ou compreender o licenciamento e mais algumas operações urbanísticas, e a segunda questão colocada era se havia direitos adquiridos, urbanísticos adquiridos, relativamente aqueles edifícios e, em caso afirmativo quais, qual era o valor a suportar pela Câmara Municipal de Lisboa. -------------------------------------------------------------- ----- Ora, as referidas questões foram colocadas muito concretamente, e o que foi dito era que não era do conhecimento por parte do Departamento de Urbanização, nem o Senhor Presidente, ali, tinha esclarecido sobre o problema apresentado quando o BE já tinha perguntado muito concretamente, no requerimento que apresentou, tinha sido dito que havia direitos adquiridos mas, o que ali estava eram os direitos urbanísticos adquiridos. Assim, o que o BE continuaria à espera era de resposta a quais eram os direitos urbanísticos adquiridos e se os mesmos estavam consagrados naquele plano. -- ----- Depois, relembravam também, que era dito no próprio relatório que a questão do elevado índice de edificabilidade em relação á construção de 4 e 5 andares, ou das sete torres de dezasseis andares, numa altura de 49 metros, onde era admitido claramente, a violação em termos de volumetria o PDM, no artigo 74º, nº 1, alínea c), ou seja, aquela era uma questão que estava claramente colocada de violação do PDM, e que estava no relatório. -------------------------------------------------------------------------- ----- A segunda questão era em relação às áreas definidas de equipamentos que atingia, somente, 66,4, ou seja, se tiverem em conta aquilo que estava regulamentado também no próprio PDM. Por conseguinte, aquilo que foi colocado pelo BE foi, por um lado havia violação do PDM em relação aquelas duas matérias; a questão da volumetria e a questão dos equipamentos, e por outro lado, as questões de criticas que os próprios afirmaram em relação a todo aquele plano, em termos sociais; aquilo que era uma divisão social que ali estava colocada, e, portanto, o BE não poderia

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subscrever aquele plano. Por outro lado, se não havia direitos adquiridos poderia efectivamente ser mudado o plano, ou poderia ser feita uma negociação para que fosse mudado o plano para que fosse integrado então os tais 25% a custos controlados, e essa era uma grande diferença. Não era uma questão de haver essa possibilidade, era uma questão de se ponderar uma negociação no sentido de saber se a Câmara teria vontade política em alterá-lo, esse é que era o grande problema. --------------------------- ----- O Senhor Presidente em exercício, constatando não haver mais intervenções, submeteu à votação a recomendação apresentada pelos Senhores Deputados Municipais Independentes, sobre o Plano de Pormenor da Matinha, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, 6 IND BE, MPT e PEV, e as abstenções de PSD, CDS-PP (o PPM esteve ausente). ------------ ----- Seguidamente, submeteu à votação a Proposta 553/2010, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, 3 IND, votos contra de CDS-PP e o BE, e abstenções de PSD, PCP, 3 IND, MPT e PEV (o PPM esteve ausente). --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 11 – PROPOSTA 10/2011 - APROVAR A AQUISIÇÃO DO IMÓVEL SITO NA CALÇADA DE S. FRANCISCO, NºS 23 AO 37, NA FREGUESIA DOS MÁRTIRES, EM LISBOA, NOS TERMOS DA PROPOSTA AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALINEA I), DO Nº 2, DO ART IGO 53º DA LEI Nº 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI Nº 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO.------------------------------------------------------ ------------------------------------- PROPOSTA 10/2011 ---------------------------------------- ----- “PELOURO: Maria João Mendes------------------------------------------------------------- ----- Serviço: DPI ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que: ---------------------------------------------------------------------------- ----- No âmbito dos poderes conferidos pela tutela dos bens que integram o património cultural, a Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro, no seu artigo 37º, confere aos comproprietários, ao Estado, às Regiões Autónomas e aos Municípios, pela ordem indicada, o direito de preferência em caso de venda ou dação em pagamento de bens classificados, em vias de classificação ou dos bens situados na respectiva zona de protecção; -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O imóvel sito na Calçada de São Francisco nº.s 23 a 37, freguesia de Mártires, em Lisboa, está abrangido pela zona de protecção de imóveis em vias de classificação Lisboa Pombalina e Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística da Baixa-Chiado; --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sendo este regime aplicável, o Município de Lisboa pode exercer o direito de preferência na transacção do referido imóvel; -------------------------------------------------- ----- O prédio, composto por 3 pisos (rés-do-chão, 1º e 2º andares), com área de implantação de 217,43 m2 e área bruta privativa aproximada de 650 m2, em regime de propriedade indivisa, se situa na proximidade do edifício do antigo Tribunal da Boa-Hora e está previsto no Plano Pormenor de Salvaguarda da Baixa-Pombalina a ampliação de um piso; -----------------------------------------------------------------------------

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----- O interesse público da reabilitação da Baixa Pombalina, já expressa em diversas deliberações da Câmara e da Assembleia Municipal, quer através da aprovação da Carta Estratégica de Lisboa, quer através da recente aprovação do Plano de Pormenor de Salvaguarda da Baixa-Pombalina, fundamentam e enquadram os princípios e as regras de intervenção nesta área da cidade; ---------------------------------------------------- ----- Na estratégia de revitalização da Baixa assente num projecto integrado e sustentável do ponto de vista social, ambiental e financeiro, envolvendo três ideias chave: uma função comercial e de lazer relevante, uma zona renovada de localização de actividades, quer de decisão, quer criativas e um modelo específico de habitação, a CML propõe-se adquirir o presente edifício para aí se instalarem alguns serviços municipais, reforçando o centro de decisão já existente;-------------------------------------- ----- O valor unitário participado, calculado em cerca de 800 euros/m2, demonstra que o preço do imóvel (520.000 euros) se situa abaixo dos valores praticados na zona (entre 3.000 e 3.200 euros); ----------------------------------------------------------------------- ----- O Município de Lisboa está em condição legal de exercer o direito de preferência que lhe assiste, substituindo-se assim ao comprador nas mesmas condições em que este estabeleceu o negócio; ------------------------------------------------------------------------ ----- No âmbito do Decreto-Lei nº 263-A/2007, de 23 de Julho, o exercício do direito legal de preferência pelo Estado, Regiões Autónomas, Municípios, outras pessoas colectivas públicas ou empresas públicas está dependente de manifestação prévia da intenção de exercer o direito em sítio na Internet, em termos definidos na Portaria nº 794-B/2007, de 23 de Julho, se o alienante tiver usado da faculdade aí prevista; -------- ----- O Município de Lisboa, através do Protocolo de Cooperação entre o IRN, IP – Instituto de Registos e de Notariado, o Município de Lisboa e o ITIJ, IP – Instituto de Tecnologias de Informação na Justiça, celebrado em 20 de Fevereiro de 2009, aderiu ao projecto Casa Pronta; --------------------------------------------------------------------------- ----- Por intenção manifestada no sítio da internet “casapronta.pt”, relativamente ao Anúncio 116190/2010, em 30 de Dezembro de 2010 da Exmª Senhora Vereadora Drª Maria João Azevedo Mendes, no uso das competências subdelegadas através do Despacho 166/P/2009, de 12 de Novembro, publicado no 1º Suplemento ao Boletim Municipal nº 824, de 3 de Dezembro de 2009, sem prejuízo da respectiva ratificação, foi decidido exercer o direito de preferência, aceitando o preço convencionado de €520.000,00 (quinhentos e vinte mil euros);---------------------------------------------------- ----- A existência de um contrato de arrendamento datado de 7 de Maio de 1979, celebrado pelo então mandatário do Patriarcado de Lisboa, Senhor Doutor Tomás Andrade Rocha e pelo Senhor António da Costa Nogueira, gerente da firma Gravaço – Sociedade Comercial de Gravura, Lda., no r/c com entrada pelo nº 27 e que abrange os nº.s 25 a 29, aberta ao público e em pleno funcionamento; ------------------------------ ----- Nos termos legais, a Câmara Municipal obriga-se à celebração da escritura no prazo de 90 dias da comunicação enviada ao particular (OF/2310/DPI/10, de 30/Dezembro/2010).-------------------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara Municipal delibere, ao abrigo das disposições conjugadas da alínea f) do nº 1 e da alínea a) do nº 6 do artigo 64º da Lei

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nº 169/99, de 18 de Setembro, aprovar e submeter à Assembleia Municipal, para que este órgão, ao abrigo da alínea i) do nº 2 do artigo 53º do mesmo diploma, aprove: ---- ----- A aquisição ao Seminário Maior de Cristo Rei ou a quem comprovar ser proprietário, no uso do direito de preferência conferido pelo artigo 37º da Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro, pelo valor global de €520.000,00 (quinhentos e vinte mil euros), do prédio sito na Calçada de São Francisco nºs 23 a 37, freguesia de Mártires, em Lisboa, delimitada a cor amarela na cópia da Planta n.º 11 / 002 / 02 do Departamento do Património Imobiliário. ------------------------------------------------------ ----- A proposta da operação de aquisição tem cabimento na rubrica 01.04/ 07.01.03.01.06 do Orçamento Municipal em vigor (transposto de 2010), no âmbito da acção 02/03/A101/99 (40016) – Diversas Aquisições e Expropriações, do Plano de Actividades, assumindo-se o compromisso de que a mesma terá cabimento no orçamento 2011. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Processo 387/CML/11. ---------------------------------------------------------------------- ----- Processo “E” 25/DPI/2010.------------------------------------------------------------------ ----- Sala de reuniões da Câmara Municipal, em 6 de Janeiro de 2011. -------------------- ----- A Vereadora, Maria João Azevedo Mendes” -------------------------------------------- ----- O Senhor Presidente da Câmara Municipal, no uso da palavra, disse que a razão pela qual exerciam aquele direito de preferência era porque aquele edifício se inseria numa zona estratégica para a Cidade de Lisboa, Baixa-Chiado, como dizia, havia o edifício da Boa-Hora que era um edifício público com uso, ainda, relativamente, indefinido, e no qual o município tinha interesse, e porque se apresentava com um preço interessante para que o município exercesse o seu direito de preferência. Assim, foi nesse sentido que o exerceram o qual iriam defender que fosse respeitado, esse direito de preferência. --------------------------------------------------- ----- Seguidamente, submeteu à votação a Proposta 10/2011, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, 6 IND, CDS-PP, BE e PEV, e as abstenções de PSD e MPT (o PPM esteve ausente). ---------------------- ----- Seguidamente, o Senhor Presidente em exercício deu por encerrada a reunião. -- ----- Eram 19 horas. -------------------------------------------------------------------------------- ----- E eu, , Primeiro Secretário, fiz lavrar a presente acta que subscrevo juntamente com a Segunda Secretária, .----- --------------------------------------- A PRESIDENTE--------------------------------------------