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SESSÃO DE LANÇAMENTO E APRESENTAÇÃO DO LIVRO «TRAJETÓRIAS ESCOLARES IMPROVÁVEIS» Po DEZEMBRO 2018 CADERNOS DA EDITORIAL

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SeSSão de Lançamento e apreSentação do Livro

«traJetÓriaS eSCoLareS improvÁveiS»

PortuguesaCaritas´

deZemBro 2018

CadernoSda editoriaL

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EDITORIAL CÁRITAS Praça Pasteur, nº 11 — 2.º, Esq. | 1000 –238 [email protected] | Tel. +351 911 597 808, fax. +351 218 454 221

ÍndiCe

SeSSão de Lançamento e apreSentação do Livro «traJetÓriaS eSCoLareS improvÁveiS – o SuCeSSo doS eStudanteS de meioS SoCiaLmente deSfavoreCidoS no enSino Superior» 3Sala de exposições da Biblioteca Central da utad

«traJetÓriaS eSCoLareS improvÁveiS – o SuCeSSo doS eStudanteS de meioS SoCiaLmente deSfavoreCidoS no enSino Superior» 6o livro a autora do livroprefácio do Livro introdução do Livro

À ConverSa Com eLSa roCha de SouSa JuStino 18autora do livro

À ConverSa Com diana diaS 20vice ‑reitora da universidade europeia e apresentadora do Livro

À ConverSa Com antÓnio fontaÍnhaS fernandeS 23reitor da universidade de trás os montes e alto douro e presidente do Conselho de reitores das universidades portuguesas

À ConverSa Com henrique oLiveira 25presidente da direção da Cáritas diocesana de vila real

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SeSSão de Lançamento e apreSentação do Livro «traJetÓriaS eSCoLareS improvÁveiS – o SuCeSSo doS eStudanteS de meioS SoCiaLmente deSfavoreCidoS no enSino Superior»

No passado dia 20 de novembro realizou ‑se na Sala de Exposições da Biblioteca Central da UTAD, em Vila Real, a Sessão de Lançamento e Apresentação do Livro «Trajetórias Escolares Improváveis – O sucesso dos estudantes de meios social‑mente desfavorecidos no Ensino Superior», da autoria da Professora Dr.ª Elsa Rocha de Sousa Justino, contando com a presença de cerca de oitenta pessoas. Da Mesa da Sessão fizeram parte o Professor Dr. António Fontaínhas Fernandes, Reitor da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro

(UTAD), o Dr. Henrique Oliveira, Presidente da Cáritas Diocesana de Vila real, o Eng.º António Lage Rapo‑so, Responsável da Editorial Cáritas, a Dra. Eugénia Oliveira, vereadora da cultura, coesão social e igualdade da Câmara Municipal de Vila Real, a Professora Dr.ª Elsa Rocha de Sousa Justino, administradora da UTAD e autora do livro e a Professora Dr.ª Diana Dias, Vice Reitora da Univer‑sidade Europeia e apresentadora do livro.Depois de um momento de saudação e de enquadramento da Sessão, a Professora Dr.ª Elsa Justino agradeceu

SaLa de expoSiçõeS da BiBLioteCa CentraL da utad

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a presença de todos manifestando a sua alegria pela publicação desta obra que reflete muito do seu tra‑balho no âmbito do seu doutora‑mento e do seu interesse por estas causas e vivências relacionadas com o ensino superior em Portugal.Por sua vez, o Dr. Henrique Oliveira, Presidente da Direção da Cáritas Diocesana de Vila Real, recordou a feliz parceria entre a UTAD, a Cári‑tas Diocesana de Vila Real e a Edito‑rial Cáritas que se consubstancia em iniciativas como estas e que são uma mais valia para todos os parceiros e para a sociedade em geral.De seguida, a Dra. Eugénia Oliveira, vereadora da cultura, coesão social e igualdade da Câmara Municipal de Vila Real, centrou ‑se na autora do livro, aproveitando o momento para lhe agradecer e homenagear com uma oferta simbólica da Câmara Municipal, por todo o bem que tem feito pela Universidade, por Vila Real e por Trás ‑os ‑Montes, momento corroborado por uma ovação geral por parte da assembleia.Depois, foi a vez do Eng.º António Lage Raposo, Responsável da Edi‑torial Cáritas e representante do

Presidente da Cáritas Portuguesa na Sessão, o qual aproveitou para recordar o âmbito da Parceria entre a UTAD, a Cáritas Diocesana de Vila Real e a Editorial Cáritas, traduzido numa «aliança entre o pensar e o fazer» capaz de conciliar a realidade com a investigação numa lógica de interdependência mútua no sentido de provocar verdadeira transforma‑ção social.De imediato, a apresentação do li‑vro «trajetórias escolares imprová‑veis – O sucesso dos estudantes de meios socialmente desfavorecidos no ensino superior» esteve a cargo da Professora Dr.ª Diana Dias, Vice‑‑Reitora da Universidade Europeia. A Prof. Dr.ª Diana Dias, de uma forma informal, centrou ‑se, num primeiro momento, na obra em si, salientando a dimensão «imprová‑vel» do seu título e das trajetórias escolares que aí estão retratadas mas que se traduzem em vidas que singraram no meio das adversidades que as pareciam condenar a outros percursos mais «prováveis». Num segundo momento, centrou ‑se na autora da obra, salientando a espe‑cial relação e admiração que nutre

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por ela, seja a nível académico e da investigação, seja a nível pessoal.O Encerramento da Sessão coube ao Professor Dr. António Fontaínhas Fernandes, Reitor da UTAD que, para além de saudar e elogiar a obra e todo o trabalho que a Professora Dr.ª Elsa Rocha de Sousa Justino tem feito em prol da UTAD e do Ensino Superior em Portugal, apro‑veitou para salientar que a UTAD se tem afirmado como instituição de relevo a nível local, regional e nacional, tendo ainda uma dimensão internacional. Além disso, referiu ‑se aos seus dois grandes propósitos

que assumiu aquando da tomada de posse enquanto reitor da UTAD, ou seja, investimento na visibilidade da ação da UTAD e investimento na ação social da UTAD possibilitando o acesso dos alunos, de uma forma crescente, ao Ensino Superior, fazen‑do jus ao título do livro em apre‑sentação, ou seja, ao «sucesso» de «trajetórias escolares improváveis».Por fim, a autora autografou os cerca de 50 livros que lhe foram solicitados assinar, culminando com um lanche convívio entre todos os presentes.

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o Livro «traJetÓriaS eSCoLareS improvÁveiS – o SuCeSSo doS eStudanteS de meioS SoCiaLmente deSfavoreCidoS no enSino Superior»

O livro «Trajetórias Escolares Improváveis: O sucesso dos estu‑dantes de meios socialmente des‑favorecidos no ensino superior» é um trabalho desenvolvido pela Pro‑fessora Dr.ª Elsa Justino, doutorada em Serviço Social pela Universidade Católica Portuguesa. Através de muitas entrevistas a pro‑fissionais, estudantes e candidatos a bolsas de estudo, a autora personi‑fica histórias de vida que conjugam percursos sociais com percursos escolares.Neste âmbito, procuram com‑preender ‑se as singularidades de percursos escolares bem ‑sucedidos de estudantes que chegam ao ensi‑

no superior com origem em meios económicos, social e culturalmente desfavorecidos. Que curso escolhem? Que institui‑ção de ensino superior frequentam? Quais as condições objetivas para a sua escolha? Eis alguns dos critérios utilizados na análise que é feita nes‑te trabalho de investigação e que se traduzem em «Trajetórias Escolares Improváveis».

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Elsa Rocha de Sousa Justino, natural de Cascais, é doutorada em Serviço Social pela Universidade Católica Portuguesa, sendo Mestre e Licen‑ciada na mesma área. Da sua experiência profissional destacam ‑se os cargos exercidos em comissão de serviço como Vice‑‑Presidente do Fundo de Apoio ao Estudante, Subdiretora Geral da Direção Geral do Ensino Superior e Chefe do Gabinete do Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional. Presentemente, é Administradora da Universidade de Trás ‑os ‑Montes e Alto Douro e dos Serviços de Ação Social, colaborando como

Professora Auxiliar Convidada do Departamento de Economia, Socio‑logia e Gestão (UTAD). É Investigadora Associada do Cen‑tro de Avaliação e Políticas Públicas (CAPP) da Universidade de Lisboa. No âmbito do ensino superior tem participado regularmente em estudos, comunicações e artigos científicos sobre os estudantes, a ação social, a responsabilidade social universitária e o acesso ao ensino superior.

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a autora do Livro: eLSa roCha de SouSa JuStino

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prefÁCio do Livro, por tereSa LÍBano monteiro

O livro Trajetórias Escolares Impro‑váveis: O sucesso dos estudantes de meios socialmente desfavorecidos no ensino superior (…), vai revelar‑‑lhe um mundo social invisível que as estatísticas escondem e abalar velhas ideias.É certo que os dados estatísticos disponíveis, em Portugal e na Europa, permitem constatar que os estudantes do ensino superior

têm, em regra, uma origem social que lhes garante as oportunidades económicas e culturais para o seu sucesso académico. Partindo dessa evidência, a autora decide conhecer e compreender a exceção a tal regra: o sucesso académico dos estudantes de meios desfavorecidos. Este livro conta ‑nos a história dos estudantes (e principalmente, das estudantes) que tendo partido de uma origem familiar desfavorecida, mais não tinham do que fracas pro‑babilidades de chegar à universidade.

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Como conseguiram inverter essa tendência, transformando as dificul‑dades das suas vidas quotidianas em resultados académicos de excelên‑cia? O fio condutor da obra oferece a resposta a essa questão social complexa, no desenho de ricos retratos sociológicos. Através de di‑ferenças, contradições e singularida‑des, a autora encontra e interpreta a espessura do social. Conheci a Elsa quando realizava o seu doutoramento em Serviço Social, na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católi‑ca Portuguesa. Foi nesse contexto que tive o privilégio de orientar a investigação que está na base deste livro. Nele, a autora projetou o rigor do argumento teórico, mas também grande exigência metodológica e empírica. Ainda assim, esta leitura permanece acessível a um público não académico que se interesse pelo tema.Por acompanhar e ter assumido a difícil tarefa de trazer à luz as vidas dos estudantes que nunca desisti‑ram de um projeto de vida melhor,Muito obrigada, Elsa.

introdução do Livro, por eLSa roCha de SouSa JuStino

O tema proposto, o estudo das realidades sociais singulares no ensino superior, detém um caráter exploratório, tendo como funda‑mento não só um contributo para o conhecimento, mas também moti‑vações pessoais e profissionais. Relembramos as muitas entrevistas profissionais realizadas a estudan‑tes carenciados candidatos a bolsa

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de estudo, no âmbito da atividade profissional ligada ao ensino supe‑rior e aos serviços de ação social e retemos, em particular, a história de vida de dois irmãos com a mesma idade que estavam em risco de não ter bolsa de estudo. Órfãos de pai, a sua experiência de vida, caracteriza‑da pela pobreza material e que con‑centrava múltiplas problemáticas, foi a pista para iniciarmos este trabalho de investigação. Como tinham che‑

gado estes dois jovens estudantes até ao ensino superior? Que cons‑telação de fatores se reuniram para que se produzisse esta realidade?Também de uma primeira entrevista exploratória, para este mesmo estudo, ficámos a conhecer a história de vida daquele que é hoje um alto executi‑vo e que foi apoiado pela ação social para permanecer no ensino superior, bem como a sua vivência marcada por múltiplas contrariedades. Como

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se organizava o seu quotidiano fami‑liar e escolar para que fosse possível um percurso tão bem sucedido até ao ensino superior? Como explicar a sua permanência, no ensino superior, durante toda a formação?Estas são realidades que entusiasmam e legitimam o trabalho que muitos Assistentes Sociais realizam, todos os dias, no âmbito da ação social no ensino superior e fundamentam a necessidade de aprofundamento do conhecimento que o Serviço Social deve ter, sobre a realidade social dos que chegam ao ensino superior em desvantagem, contrariando um meio social e culturalmente desfavorecido de origem. Atualmente, a burocracia carateriza uma parte significativa da prática do Serviço Social (Faleiros, 1997, 2006; Amaro, 2008, 2012), ficando esta prática apoiada com a introdução de ferramentas de gestão do pro‑cesso social de forma sistematizada e informatizada. Refira ‑se que os sistemas de informação no proces‑so de atribuição de bolsas de estudo aos estudantes do ensino superior, desmaterializado e fundamentado

na origem dos rendimentos fiscais, podem ser uma oportunidade por‑que simplificam a análise estrita dos rendimentos do agregado familiar de origem (também ela necessária para atribuir o benefício social). Podem, igualmente, ser uma amea‑ça, na medida em que confinam o trabalho social a um mero trabalho de sistematização de informação, e a uma certa forma de «secretariado social» (Castel, 1997; Soulet, 2007; Branco & Amaro, 2011). Só os estudantes e os seus percur‑sos de vida, o contexto das suas rea‑lidades sociais e, até, afetivas, podem devolver aos profissionais a prática esclarecida e a realidade dos contex‑tos de socialização, produzindo um sentido de justiça fundamental para a prática do Serviço Social. Ao lon‑go desta investigação procurámos compreender as singularidades de percursos escolares bem ‑sucedidos de estudantes que chegam ao ensi‑no superior com origem em meios económicos, social e culturalmente desfavorecidos. Para a construção do quadro con‑ceptual desta investigação tornou ‑se

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incontornável o trabalho de Pierre Bourdieu (1964, 1970). O concei‑to de habitus enquanto sistema de disposições é, sem dúvida, essencial à compreensão dos fenómenos de reprodução social e, nomeadamente, o sucesso escolar dos herdeiros de uma cultura familiar privilegiada que ingressam no ensino superior. Este habitus, entendido como sistema, ou seja, atuando de forma sistemática e homogénea, não permite compreen‑der os casos dos estudantes com tra‑

jetórias improváveis. Para este efeito, torna ‑se imprescindível abordar a proposta de Lahire (2005, 2008) que analisa o social incorporado em cada indivíduo através da socialização fa‑miliar, escolar e, ainda, de outras instâncias de socialização. Tal significa que as diferentes disposições sociais do indivíduo podem ser atualizadas de maneira distinta, consoante os contextos. É isto que permite expli‑car, por exemplo, que um professor universitário com origem nos meios

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populares tenha consumos culturais e literários completamente diferen‑tes do seu meio de origem, mas as suas disposições noutros aspetos da sua vida social, não se afastem dos contextos iniciais.Neste sentido, visando os estudan‑tes com percursos improváveis que chegam ao ensino superior, e com base nos pressupostos de Lahire (2012 [1995]), foi desenvolvido um nível de análise num quadro de va‑riáveis de socialização amplo que pretendeu integrar não só as (re)configurações da interação com a instituição escolar, mas também a integração em redes de vizinhança e parentesco, de forma a conhecer as propriedades sociais dos próprios contextos em que os estudantes se movem e as suas disposições. Também foi considerado importan‑te conhecer o universo cultural da família, as suas dinâmicas culturais internas e externas, a existência de atividades extracurriculares para o desenvolvimento de competências pessoais, numa tentativa de con‑textualizar variações de atitudes e comportamentos.

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Assim, importa referir que as duas teorias não são antagónicas, sendo apresentadas como complemen‑tares, estabelecendo ‑se a relação entre dois conceitos: o de habitus enquanto social incorporado que se transfere, de forma homogénea, enquanto sistema de disposições (Bourdieu) e o da pluralidade dis‑posicional (Lahire) que nos mostra como o social está incorporado em cada indivíduo, enquanto conjun‑to de disposições que podem ser atualizadas, de forma diferente, em diversos contextos.Um dos fatores importantes e de‑terminantes para a caracterização do percurso do estudante, prendeu‑‑se com a escolha do curso e da instituição de ensino superior (IES), bem como as condições objetivas para a sua escolha, como forma su‑mária de definição de algumas das suas disposições (Costa & Lopes, 2008).Abordamos, ainda, a mobilização para o investimento na formação no ensino superior, a economia doméstica (da família alargada), as condições de frequência, o apoio de

terceiros, a apropriação dos meca‑nismos de apoio social disponíveis e a representação social da profissão futura (Laurens, 1992). Para além da socialização familiar e escolar, apontamos aspetos suscetí‑veis de intervenção efetiva, à escala de influência e no âmbito da ação social escolar, no sentido de suscitar medidas eficazes e promover boas práticas, com vista a potenciar o sucesso no ensino superior dos es‑tudantes em análise.O repto foi o de realizar uma apro‑ximação às temáticas da educação na perspetiva dos estudantes que pu‑desse responder a um duplo desafio. Por um lado, satisfazer a curiosidade intelectual e profissional, por outro, aproximar a aprendizagem e a apli‑cação de conhecimento na produ‑ção científica em Serviço Social.Subjaz a pertinência do estudo para o desenvolvimento dos campos teó‑ricos em que o Serviço Social deve estar cada vez mais envolvido, mas ainda sem grande tradição na sua produção científica, como sejam a educação e a ação social no ensino superior, com o fim de conhecer

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melhor os destinatários das políticas sociais, contribuir para o desenho de novas políticas ou para o despertar das instituições de ensino superior no desenho de possíveis programas de apoio a estes públicos.No Serviço Social, como noutras áreas do saber, mais do que a na‑tureza do problema a resolver, que pode ser comum a outras discipli‑nas científicas, é necessário que o conhecimento, que resultar do es‑tudo, possa servir de alguma forma à intervenção do Serviço Social na

relação com o cliente/utente ou na relação com a produção de pensa‑mento para a formulação, reformu‑lação ou interpretação das políticas sociais, como referem Rodrigues e Branco (2009).A construção e redação deste traba‑lho de investigação apresenta ‑se na forma de quatro grandes capítulos. O primeiro capítulo, denominado Perspetivas teóricas e campo empí‑rico apresenta o resultado da pro‑cura de perspetivas teóricas sobre o tema da investigação, realidades so‑ciais singulares no ensino superior, de acordo com os fundamentos an‑teriormente enunciados. Inclui, uma abordagem metodológica à análise compreensiva do campo empírico, tendo como ponto de partida o tra‑balho de auscultação dos estudan‑tes, através de entrevista individual, semiestruturada e em profundidade, para possibilitar um «olhar mais de perto». Desta forma, os resultados da análise das entrevistas, trazem diversidade e singularidade à pro‑blemática em estudo através de uma abordagem qualitativa dos dados recolhidos. Também as realizações

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dessas entrevistas, bem como o tra‑balho de redução e tratamento do material empírico, trouxeram pistas de investigação e interpretação. O segundo capítulo, Configuração de disposições: variações sobre a obser‑vação das realidades sociais singulares – Os «carenciados», carateriza o traje‑to escolar de um grupo de estudantes, agrupados pelas mesmas caraterís‑ticas, que promove uma economia familiar de grande exigência e rigor que parece não afetar o rendimen‑

to escolar destes estudantes e que até potencia uma concentração nos estudos.No terceiro capítulo, Configuração de disposições: variações sobre a observação das realidades sociais singulares – Os «remediados», analisam ‑se as entrevistas dos estu‑dantes de um contexto socioeconó‑mico de pequenos recursos, resul‑tantes da estabilidade no trabalho e na profissão que, mesmo não se traduzindo em grandes realizações

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materiais, criam um ambiente de sustentabilidade. No quarto capítulo, Configuração de disposições: variações sobre a observação das realidades so‑ciais singulares – Os «burgueses», apresentam ‑se os contextos de estudantes, que pertencem, igual‑mente, a famílias com um perfil con‑servador, mas que têm como fator diferenciador das demais, a disponi‑bilização de recursos económicos colocados à disposição do estudan‑te e a situação socioprofissional dos pais.Conclui ‑se a apresentação deste livro com uma resenha dos resul‑tados, pistas de investigação e/ou hipóteses para trabalhos futuros.

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Editorial Cáritas (EC): Do livro «Trajetórias Escolares Imprová‑veis – O sucesso dos estudantes de meios socialmente desfavorecidos no Ensino Superior», de que é au‑tora, que aspetos considera mais relevantes associados à sua forma e conteúdo?

Elsa roCha dE sousa Justino (ErsJ): A obra que é agora publicado pela Editorial Cáritas, é uma parte do trabalho apresentado para defesa da Tese de Doutoramento, não sendo a reprodução exata do tra‑balho académico. Pretende, por isso, ser uma obra de acesso aos curiosos e interessados no tema contrariando algumas ideias pré‑‑concebidas sobre a educação

superior e os estudantes economi‑camente carenciados. A obra apresenta uma breve expo‑sição teórica, mas o principal obje‑tivo, é ajudar o leitor a compreen‑der as realidades sociais singulares dos estudantes do ensino superior. São por isso tratadas em forma de «retratos singulares» 18 entrevis‑tas a estudantes do primeiro ano, matriculados e inscritos na UTAD, com um denominador comum: Alunos com médias de ingresso na UTAD superiores a 16 valores e pais pouco escolarizados.

EC: Porquê o seu interesse em apresentar estas «Trajetórias Esco‑lares Improváveis» e que contribu‑tos pode apresentar esta obra para

À ConverSa Com

eLSa roCha de SouSa JuStinoautora do Livro

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o contexto do Ensino Superior em particular e para a sociedade em geral?

ErsJ: É uma realidade que a chegada ao ensino superior é feita de múltiplas barreiras e que nem todos os estudantes partem do mesmo ponto de partida, não partem dotados com os mesmos «meios», não tiveram um percur‑so com as mesmas possibilidades objetivas (económicas, sociais ou culturais). Há estudantes que aparentemente estão em desvan‑tagem, pela ausência relativa de capital (económico e cultural) her‑dado, muito embora, não se possa afirmar que existem famílias com‑pletamente desprovidas de capital social ou cultural. Pelas entrevistas realizadas aos estudantes selecionados, podemos concluir que, nestes casos, existe um percurso escolar muito bem capitalizado e que atinge a meta de chegada ao ensino superior, contrariando o que dizem as esta‑tísticas. Este livro conta ‑nos as suas histórias. Entre a escola e a família,

partindo de uma origem familiar desfavorecida ou em desvantagem, os estudantes dão ‑nos pistas de como conseguiram inverter essa tendência, transformando as difi‑culdades das suas vidas quotidianas em resultados académicos de ex‑celência. O fio condutor da obra são os retratos nas suas diferenças, contradições e singularidades, que permitirá ao leitor atento, inter‑pretar a espessura do social.

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Editorial Cáritas (EC): Na apre‑sentação do livro «Trajetórias Es‑colares Improváveis – O sucesso dos estudantes de meios social‑mente desfavorecidos no Ensino Superior», salientou o caráter «im‑provável» de muitas «trajetórias escolares» e o respetivo «sucesso». Pode explicar ‑nos, em breves pala‑vras, como essas duas dimensões se podem conjugar?

diana dias (dd): Sabemos hoje que a massificação do ensino supe‑rior em Portugal não foi suficiente para garantir a desejada democra‑tização. Na verdade, a expansão massiva do sistema não forneceu oportunidades suficientes para a inclusão de grupos económicos

desfavorecidos, apesar das bolsas de estudo, de empréstimos e de outras formas de apoio financeiro. Se bem que o crescimento expo‑nencial de estudantes no Ensino Superior permita que se afirme que o ensino superior abriu as suas portas a estratos sociais e a públi‑cos menos tradicionais, verificam‑‑se ainda acentuadas assimetrias sociais. Os estudantes oriundos de famílias de baixo capital cultural tendem a escolher tendo como referência os seus pares, optando por percursos de formação politécnica, em cursos com baixos níveis de empregabilida‑de, tais como Educação. Por sua vez, os candidatos ao ensino superior provenientes de família de alto esta‑

À ConverSa Com

diana diaSviCe ‑reitora da univerSidade europeia e apreSentadora do Livro

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tuto sociocultural, têm nesta a sua referência de escolha, preferindo o ensino universitário e curso de alto prestígio social, tais como Medicina. Na verdade, estes têm 10 vezes mais probabilidades de aceder ao ensino superior do que os filhos de pais com o 12º ano ou menos.Esta obra ajuda ‑nos a ver para além das conformidades. Dando voz a quem conseguiu ir para além das «heranças sociais e culturais» e «ousou» traçar percursos impro‑váveis, a autora permite ‑nos explo‑rar novas e improváveis formas de equidade no ensino superior.

EC: Na sua apresentação desta obra referiu ‑se à autora enquanto «investigadora provável» para «um estudo improvável». Neste contex‑to, que traços da autora, a nível de investigação, gostaria de destacar?

dd: A autora desta obra é, de fac‑to, uma investigadora provável de uma obra improvável. A Doutora Elsa Justino tem um percurso pro‑fissional que a configura como uma das pessoas que mais e melhor conhece teórica e empiricamente o sistema de ensino superior em geral e a ação social em particular.

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Tendo sido Vice ‑presidente do Fundo de Apoio ao Estudante, Sub‑diretora Geral da Direção Geral do Ensino Superior e Chefe de Ga‑binete do Secretário de Estado do Emprego e Formação profissional, teve contato direto com atores, políticas e medidas que visavam objetivos de uma maior equidade do sistema. Como Administrado‑ra dos Serviços Sociais da UTAD adota como lema que nenhum dos estudantes desista do seu percurso académico por falta de recursos financeiros. Tendo há mais de uma década procurado na Ciência as con‑formidades de quem acede e é bem ‑sucedido no Ensino Superior, Elsa Justino é autora (provável) de vários artigos científicos publica‑dos em revistas internacionais que exploram o impacto das políticas de ensino superior nas vidas e nas escolhas dos candidatos ao ensino superior. Mas é nos seus estudos de Doutoramento que a autora explora os públicos improváveis, sejam eles os «carenciados», os «remediados» ou os «burgueses».

Quem melhor do que ela para dar voz a quem consegue ter sucesso no Ensino Superior apesar de es‑tatisticamente estar condenado a nem sequer a este ter acesso? As histórias de sucesso de estu‑dantes de meios socialmente des‑favorecidos no ensino superior a que esta obra dá relevo são fontes de inspiração não só para outros jovens que com ela se motivem a escalar na difícil escada da mobili‑dade social, mas também para os decisores políticos para que es‑pelhem nas suas práticas catalisa‑dores positivos de um sistema de ensino mais justo e equitativo.

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a aliança do pensar e do fazer

Editorial Cáritas (EC): Enquanto Reitor da UTAD, Escola de referên‑cia, como salientou, «a nível local, regional e nacional», como vê o pa‑pel da academia na sua relação com o território e, de um modo particu‑lar, com as instituições sociais que nele existem?

antónio Fontainhas FErnandEs (aFF): O conceito de responsabili‑dade social universitária tem vindo a desenvolver ‑se nas instituições, integrado no debate sobre com‑petitividade e sustentabilidade do ensino superior, sendo, inclusive utilizado para defender valores comuns e aumentar o sentido de solidariedade e coesão nas universidades.

Este entendimento é uma evolução do que antigamente designávamos de «extensão universitária», sendo uma aposta na universidade como instituição que quer influenciar o meio social, muito em particu‑lar, a parceria com as instituições sociais. Através da divulgação e implementação de quatro áreas fundamentais de atuação, a que correspondem os respetivos im‑pactos: ensino, investigação, ligação à comunidade e gestão interna, a UTAD elegeu como prioridades a promoção e o respeito pelo am‑biente e o envolvimento social no território.

EC: Que mais valias pode represen‑tar para a UTAD esta parceria com

À ConverSa Com

antÓnio fontaÍnhaS fernandeSreitor da univerSidade de trÁS oS monteS e aLto douro e preSidente do ConSeLho de reitoreS daS univerSidadeS portugueSaS

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a Editorial Cáritas e com a Cáritas Diocesana de Vila Real e que passa por uma «aliança entre o pensar e o fazer»?

aFF: A UTAD é uma instituição de Ensino Superior que promove, em primeira linha o ensino através da concessão de graus académicos, mas enquanto organização deve posicionar ‑se para captar conhe‑cimento e o difundir, como sendo um lugar, onde todos os seus pro‑tagonistas (estudantes, professores,

investigadores e técnicos) podem aprender. Nesse sentido, é fundamental orientar toda a instituição para aprender não apenas com o co‑nhecimento formal ou livresco, mas com o conhecimento da prática. A Cáritas Portuguesa, é uma dessas instituições que nos ensinam como ler a realidade social e, de forma reflexiva, devolve à Universidade esse conhecimento fundamental baseado na ação.

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a aliança do pensar e do fazer

Editorial Cáritas (EC): Como vê o papel da Cáritas Diocesana na sua relação com o território onde se encontra e com as instituições que nele existem?

hEnriquE olivEira (ho): A Cáritas Diocesana de Vila Real está sediada na cidade de Vila Real e aqui se concentra a maioria dos seus serviços. No entanto, o trabalho da Cáritas entende ‑se a toda a diocese no sentido de, na medida das nossas possibilidades, acom‑panhar e apoiar as diferentes si‑tuações de carência e emergência que nos surgem. Isto implica um esforço redobrado da nossa parte, pois, a área geográfica da diocese é vasta e nalgumas zonas com fracos

acessos, mas não deixamos de pro‑curar estar ao lado dos que mais precisam.No que concerne à nossa relação com outras instituições norteamo‑‑nos pelos Princípios e Orientações da Ação Social e Caritativa da Igre‑ja, preconizados pela Conferência Episcopal Portuguesa. Temos vários acordos de cooperação e parcerias com outras instituições e consi‑deramos que elas são importan‑tíssimas para o desenvolvimento do nosso trabalho. São relaciona‑mentos saudáveis, extremamente profícuos, onde prima o respeito e autonomia de cada uma das partes, assentes na cooperação leal, diálo‑go aberto e entendimento mútuo.

À ConverSa Com

henrique oLiveirapreSidente da direção da CÁritaS dioCeSana de viLa reaL

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EC: A Cáritas Diocesana de Vila Real, em parceria com a Editorial Cáritas, estabeleceu um Protocolo com a UTAD que prevê uma arti‑culação entre as três entidades. Que mais valias representa para a Cáritas Diocesana esta Parceria com a Editorial Cáritas e a UTAD e que passa por uma «aliança entre o pensar e o fazer»?

ho: Esta parceria vem sublinhar a importância do estudo das matérias sociais e incentivar a investigação destas temáticas. O desenvolvimento de processos de investigação na área social é uma mais ‑valia para todas as partes, quer para a Universidade, quer para Cáritas Diocesana e outras Instituições Sociais e, principalmen‑te, para os utentes destas institui‑ções, sobretudo os mais carentes, que vivem no nosso distrito, e são objeto do nosso cuidado.Para a Cáritas Diocesana alme‑jamos que estes estudos nos permitam conhecer melhor as necessidades reais dos cidadãos e a nossa região, que sirvam de re‑

ferência para a nossa ação diária e que nos ajudem a implementar um conjunto de respostas sociais, e a melhorar as já existentes, que dig‑nifiquem a população do distrito de Vila Real. Os diferentes problemas sociais com que nos deparamos, diaria‑mente, exigem de todos um pro‑fissionalismo competente e uma atualização constante dos nossos conhecimentos. Portanto, é neces‑sário que estes problemas estejam estudados, que haja um pensa‑mento atualizado, estruturado e devidamente fundamentado, sem o qual não será possível agir de modo eficiente, credível e responsável.

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TíTUlOS PUblICADOS PElA EDITORIAl CáRITAS

O Amor que Transforma o Mundo | René Coste

Dar ‑se de Verdade: Para um desenvolvimento Solidário | vários

Cónego José M. Serrazina | vários

Teresa de Saldanha | Helena Ribeiro de Castro

Moralidade Pessoal na História | Sergio Bastianel

Humanizar a Sociedade | Georgino Rocha

Cartas de Ozanam | Diogo Castelbranco de Paiva Brandão

Entre Possibilidades e Limites | Sergio Bastianel

Perspectivas sobre o Envelhecimento Ativo | vários

Procissão dos Passos | Abel Varzim

Serviço Social e Desemprego de Longa Duração | Aida Ferreira

Maritain e Bento XV | Diogo Madureira

Cristãos Pensadores do Social I | Jean Yves Calvez

Um Intelectual ao Serviço dos Pobres | Gérard Cholvy

Um Genocídio de Proximidade | Teresa Nogueira Pinto

Caminhos para uma vida Solidária | Carlos Azevedo

Pobreza e Relações Humanas | Delfim Jorge Esteves Gomes

Rendimento Social de Inserção | Mafalda Santos

Cuidar do Outro — Estudos em homenagem a Sergio Bastianel sj | vários autores

Crimes e Criminosos no norte de Portugal | Alexandra Esteves

A Consciência Social da Igreja Católica — 124 Anos de História1891–2015 | Domingos Lourenço Vieira

Ética e Teologia — Declinações de uma Relação | Américo Pereira

O Impacto da Doutrina Social da Igreja no Trabalhador e no Empresário | Hermenigildo Moreira Encarnação

O Padre das Prisões Portuguesas | Inês Leitão

Palavras de Liberdade | vários

O Pensamento Social do Papa Francisco | J. M. Pereira de Almeida (Org,)

O Cuidar como Relação de Ajuda – Por uma ética teológica do cuidar Antonino Gomes de Sousa

O Problema do Mal | Étienne Borne

Rosto Social da Religião | Roberto Mariz

O futuro do Estado Social | Volumes I e II / Cáritas Europa (Org.)

Entendimento Global e Compromisso com as PeriferiasAmérico Pereira (Org.)

Pensamento Social do Papa Francisco | Volume II / J.M. Pereira de Almeida (Org.)

Cristãos Pensadores do Social II | O Pós ‑Guerra / Jean Yves Calvez

Ação Sócio Educativa dos Jesuítas e o Colégio de São Fiel | Jorge Nuño Mayer (coord.) | Ernesto Candeias Martins

Desenvolvimento de Competências Sociais no Cuidador Informal | Cláudia Catela Paixão

Manual Observatórios Sociais de Pobreza | Jorge Nuño Mayer (coord.)

Perceção do Stresse, burnout e autocuidado – um olhar sobre os profissionais do trabalho social | Ana Berta Alves

MYM, eu consigo – Desenvolvimento de uma tecnologia de apoio para alunos com necessidades especiais | Laura Chagas

As Infâncias na História Social da Educação – Fronteiras e Interceções Sócio Históricas | Ernesto Candeias Martins

Crónicas Ainda Atuais | Pedro Vaz Patto

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