sete vidas de sandra pesavento

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Sobre a vida de Sandra Pesabvento

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  • 13 de agosto de 2011 | N 16791

    HISTORIADORA SEM FRONTEIRAS

    As sete vidas de Sandra Pesavento

    Pesquisadora que contribuiu para o fortalecimento da histria cultural no Brasil

    ser homenageada com jornada de estudos e exposio de imagens a partir de

    segunda-feira

    Uma prova de resistncia aguarda os que escolhem a carreira acadmica no Brasil. Num

    pas com pouca tradio de pesquisa, comum se concluir a graduao entre os 20 e os

    30 anos, obter o ttulo de doutor entre os 30 e os 40 e s ento se dedicar seriamente

    investigao cientfica. A essa altura, deve-se tambm enfrentar disputas pertinazes por

    postos universitrios, verba de financiamento e prestgio num ambiente marcado pela

    dupla maldio da escassez e da vaidade. Poucos so os que, como Sandra Jatahy

    Pesavento (1946 2009), voltam com o escudo.

    Passados mais de dois anos de sua morte, a autora de Os Sete Pecados da Capital ser

    homenageada a partir da prxima semana com uma jornada de estudos e uma exposio

    em Porto Alegre. Sandra partiu cedo, aos 63 anos, vtima de cncer. Seu nome ainda

    consta, porm, no site do corpo docente do Departamento de Histria da UFRGS

    (www.ufrgs.br/historia/), com e-mail e telefone, e seu currculo pode ser consultado no

    banco de dados Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Em

    muitos sentidos, nas palavras de uma amiga, ela ainda est a.

    raro se ter passado por faculdades gachas do ramo das cincias sociais e humanas a

    partir do final dos anos 1970 sem ter lido ou pelo menos folheado uma de suas obras.

    No final da vida, era reverenciada em todo o pas e no Exterior. Tornou-se best-seller ao

    escrever sobre crimes, prises, mulheres. Emergiu como personalidade miditica, e sua

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    participao no ciclo Fronteiras do Pensamento, em 2007, eclipsou convidados

    internacionais.

    Ela tinha o mrito de saber atrair a ateno do pblico como poucos. Tinha impostao de voz, passava a mo no cabelo e falava, falava, falava diz o professor do Departamento de Histria da PUCRS Ren Gertz.

    Sandra chegou idade adulta sob o signo de Maio de 1968 e do AI-5, e deu incio a sua

    obra historiogrfica no final dos anos 1970 (para o percurso da historiadora, veja artigo

    de Rosngela Patriota nesta pgina). Foi a partir de 1990, porm, durante o primeiro de

    quatro ps-doutorados na cole des Hautes tudes en Sciences Sociales (EHESS), em

    Paris, que deu a grande guinada de sua carreira: abraou a histria cultural. Essa linha

    de pesquisa deixa de lado temas como economia, classes e Estado e se volta para a

    cultura, as tradies e as manifestaes artsticas populares. Para os adeptos, um meio

    de lanar um novo olhar ao passado e dar voz aos marginalizados e aos oprimidos. Para

    os crticos, mais uma variante do irracionalismo em histria.

    A histria cultural tem como tema a cultura e as sensibilidades. Em Histria & Histria Cultural, Sandra escreveu que estava cansada de comear uma pesquisa

    sabendo como iria termin-la resume Maria Luiza Martini, ex-colega do Departamento de Histria.

    No final da vida, Sandra assumiu mais e mais a imagem de chefe de escola. E, como

    todo chefe de escola desde Plato, despertou paixes e dios. Em razo de divergncias,

    depois da aposentadoria, passou a atuar como professora convidada junto ao Programa

    de Ps-graduao em Arquitetura e Urbanismo. Consultados por Zero Hora, adversrios

    de Sandra, dentro e fora da universidade, preferiram no se manifestar. Para Maria

    Luiza, a regra do jogo acadmico clara:

    Em funo da definio do campo de trabalho, vem a luta pela realizao de objetivos. Isso ao histrica e acadmica. Aqui dentro todos competem. Alguns com muito

    sucesso, outros com mdio sucesso, alguns com pouco sucesso. Isso depende do acerto

    da carreira.

    A dedicao histria fez com que Sandra, familiares e amigos tratassem com discrio

    o cncer de mama diagnosticado em 1991. Em abril de 2008, ela foi internada com uma

    hepatite colesttica, contraiu uma infeco hospitalar e acabou passando cem dias em

    coma ou em coma induzido. Antes da alta, retomou o trabalho. Chegou a ir a eventos

    acadmicos em cadeira de rodas. S parou quando lhe faltaram foras para empunhar a

    caneta.

    [email protected]

    POR LUIZ ANTNIO ARAUJO

    1 JORNADA SANDRA JATAHY PESAVENTO: VISES DO CRCERE

    Dia 15 de agosto, das 9h s 18h30min

    No Memorial do Judicirio do Rio Grande do Sul (Palcio da Justia, Praa Marechal

    Deodoro, 55, trreo). Entrada gratuita. Sero fornecidos certificados.

  • 3

    EXPOSIO PERCURSOS HISTORIO-GRFICOS 1: SANDRA JATAHY

    PESAVENTO

    De 16 de agosto a 3 de setembro. Abertura s 19h do dia 15.

    No Memorial do Rio Grande do Sul (Rua Sete de Setembro, 1.020, Praa da

    Alfndega, Centro Histrico, Porto Alegre). Visitao: de tera a sbado, das 10h s

    18h. Domingos e feriados, das 13h s 17h.

    Informaes:

    (51) 3224-7210

    13 de agosto de 2011 | N 16791

    HISTORIADORA SEM FRONTEIRAS

    Ela tinha uma grande alegria de viver

    A psiquiatra Ndia Weber Santos se considera beneficiada pessoalmente pela boa

    vontade de Sandra Pesavento, sua professora de mestrado e doutorado no Programa de

    Ps-graduao em Histria da UFRGS. A diferena de formaes no impediu as duas

    de construir uma parceria que durou at a morte da professora, em 2009.

    Ela no tinha preconceitos e estava aberta a todos que quisessem estudar e trabalhar na histria, escreveu Ndia a Zero Hora, por e-mail, de Paris.

    A pedido de ZH, Ndia, uma das organizadoras dos eventos desta semana em

    homenagem professora, respondeu a trs perguntas sobre sua ex-mestra. Abaixo, uma

    sntese das respostas:

    Zero Hora O que teria sido diferente no ensino e na pesquisa de histria no Rio Grande do Sul sem Sandra Jatahy Pesavento?

    Ndia Weber Santos Muita coisa teria sido diferente. Alm de a professora Sandra ter formado vrias geraes de historiadores, ela trouxe uma nova forma de pensar e de

    fazer histria no Rio Grande do Sul. Inicialmente, trabalhou com histria econmica e

    com o vis marxista. A partir de 1990, quando fez seu primeiro ps-doutorado em Paris,

    rumou para a histria cultural, e isso foi seu grande diferencial como historiadora no

    Rio Grande do Sul. Ela fez quatro ps-doutorados em Paris. Teve interlocutores

    importantes na cole des Hautes tudes en Sciences Sociales (EHESS), em Paris, como

    Jacques Leenhardt e Serge Gruzinsky. Assim como teve outras parcerias internacionais,

    como a historiadora italiana Chiara Vangelista, hoje na Universidade de Gnova. A

    partir de Sandra, a disciplina de histria no Rio Grande do Sul se abriu para essa nova

    forma de fazer e de pensar a histria que o campo da histria cultural. E essa sua

    maior colaborao. Ela mesma nos trouxe um dado da Coordenao de

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    Aperfeioamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), em 2007, segundo o qual 80%

    dos trabalhos acadmicos em histria no Brasil naquele momento eram de histria

    cultural. Entre ns, ela foi a grande pioneira e maior professora universitria e

    pesquisadora nessa rea, tendo escrito muito sobre o urbano, as sensibilidades, as

    imagens, os excludos, a relao entre histria e literatura, entre outros. Formou muitos

    alunos nessa rea. Uma outra contribuio de Sandra foi sua maneira de se relacionar

    com os alunos. Sempre aberta, disponvel e agregadora, ela fazia questo de emprestar

    livros, chamar para pesquisa, promover relaes dos estudantes com pases como

    Estados Unidos, Portugal, Frana, Itlia e Alemanha. E no importava se eram

    orientandos de outros professores do Programa de Ps-graduao em Histria da

    UFRGS. Ela sempre recebia com entusiasmo aqueles que a procuravam.

    ZH Se a senhora tivesse de escolher uma contribuio terica ou metodolgica de Sandra, a principal, qual citaria?

    Ndia Seria a sistematizao que Sandra fez sobre os aspectos tericos e metodolgicos da histria cultural como um todo. Entre eles, as noes de imaginrio e

    representaes, que instauram uma nova forma de ver, pensar e se relacionar com os

    objetos e fontes histricas, assim como com os acontecimentos do passado. E

    principalmente a noo de sensibilidades. Sandra trabalhava com a histria das sensibilidades nos ltimos anos de sua vida. Eu mesma participei de uma jornada sobre

    sensibilidades que ela organizou na EHESS em meados dos anos 2000. A noo de

    sensibilidades introduz, entre outros parmetros, as subjetividades dos atores da histria na perspectiva de anlise do historiador.

    ZH Qual a sua ltima lembrana pessoal de Sandra?

    Ndia O que mais me toca, e me emociono ao falar, sua grande vontade de viver. Ela lutou at o ltimo instante para permanecer viva. Ela tinha uma grande alegria de

    viver e tambm de trabalhar como historiadora. Ela amava o novo, as transformaes, as

    pessoas e as novidades em todas as reas. Ela no tinha preconceitos. Ela trabalhou com

    vontade e determinao at uma semana antes de sua morte, procurando redigir projetos

    em parceria, revisando e colocando seus ltimos livros em editoras e at recebendo

    alguns alunos para orientao. Todos ns ganhamos com a presena de Sandra neste

    mundo. uma grande perda ela ter nos deixado to cedo.

    PARA COMEAR A LER SANDRA

    Histria econmica

    Enquanto a universidade brasileira ainda hoje tende a relegar importantes aspectos da

    histria do Rio Grande do Sul vala comum da histria regional, Sandra Jatahy Pesavento foi pioneira em investigar o processo de industrializao nacional fora do

    eixo Rio-So Paulo. A Burguesia Gacha Dominao do Capital e Disciplina do Trabalho (RS: 1889 1930) (Mercado Aberto, 1988), baseado na primeira parte de sua tese de doutorado defendida na USP, analisa o surgimento da burguesia industrial

    gacha, intimamente associada aos grandes proprietrios rurais.

    Histria cultural

    Embora Sandra tenha produzido dezenas de livros e artigos nos quais v o Rio Grande

    do Sul pela lente da histria cultural, seu grande campo de interesse na maturidade,

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    alunos, colegas e colaboradores so quase unnimes em apontar Histria & Histria

    Cultural (Autntica, 2008), obra consagrada ao mtodo no estudo da histria, como

    sua principal contribuio.

    O que diz Maria Luiza Martini, professora de histria da UFRGS:

    Com este livro, quem quiser se iniciar em histria cultural se inicia pelo texto. E quem quiser travar contato com a histria cultural pela bibliografia j est iniciado.

    Pesquisa acadmica

    Participante e animadora ativa de inmeras instituies e eventos, Sandra apontada

    como a grande inspiradora da criao, em 1997, do Grupo de Trabalho de Histria

    Cultural no Rio Grande do Sul. Primeira coordenadora do rgo, de 1997 a 2001, ela

    fez dele um bastio para formar e consolidar o Grupo de Trabalho de Histria Cultural

    Nacional, com professores de So Paulo, Rio e Minas Gerais. Entre as atividades do

    grupo no Estado, destacam-se as bianuais Jornadas de Histria Cultural, que j esto

    na nona edio, e as Leituras de Histria Cultural, que se iniciaram em 2003 na

    Livraria Cultura, alm de inmeros seminrios, palestras e publicaes.

    13 de agosto de 2011 | N 16791

    HISTORIADORA SEM FRONTEIRAS

    Ideias, sentimentos e sensaes

    Sandra Pesavento tornou-se professora da UFRGS em 1970. Entre os anos de 1973 e

    1987, alm da docncia, dedicou-se ps-graduao. Em 1978, concluiu o mestrado na

    PUCRS com o trabalho Charqueadas, Frigorficos e Criadores Um Estudo sobre a Repblica Velha Gacha. J em 1987 obteve seu doutoramento, na USP, com a tese Empresariado Industrial, Trabalho e Estado: Contribuio a uma Anlise da Burguesia Industrial Gacha (1889-1930).

    Esse retorno sua formao acadmica visa recordar algo que, na maioria da vezes,

    esquecemos: a sua formao e o incio de seus caminhos no mundo da pesquisa deu-se

    por intermdio da histria econmica. Todavia, o seu carter inquieto e inquietante

    como investigadora fez com que, pouco a pouco, Sandra migrasse em direo histria

    cultural.

    evidente que isso se deveu a sua enorme capacidade de trabalho, de estudo, de

    disciplina e, sem sombra de dvida, a sua interlocuo com o debate internacional que

    se solidificou, de forma efetiva, no incio da dcada de 1990.

    Sandra Pesavento tornou-se uma referncia acadmica no campo da histria cultural.

    Construiu fascinantes dilogos com a literatura, com as artes plsticas e instigantes

    reflexes que tiveram as cidades como centro de suas preocupaes. Mesmo que no

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    dissesse explicitamente, Sandra teceu, no como Penlope, mas como sbia fiandeira, os

    caminhos entre a sua formao em histria econmica e a histria cultural.

    Construiu uma sntese entre o corpus documental de suas pesquisas empricas

    (processos-crime; jornais, relatos, fotografias, narrativas literrias) e novas perguntas

    que se traduziram em um novo olhar. Mais que isso: em uma perspectiva metodolgica.

    Teoricamente, Pesavento havia encontrado caminhos e referncias acerca do ofcio do

    historiador em sua jornada pela histria da leitura, pelo imaginrio, pelas obras

    artsticas, entre outros. Mas, e a pesquisadora Sandra Pesavento, quais percursos

    trilhou?

    Talvez ela mesma no tenha sistematizado a sntese que promoveu e que pode ser

    traduzida na seguinte pergunta: o que alteridade? De que maneira a ideia da alteridade

    pode ser uma chave de pesquisa e de questionamento?

    Com o objetivo de compreender o outro, as perspectivas que impulsionaram gestos,

    sentimentos e sensaes, Sandra Pesavento escreveu uma pgina fundamental da

    Histria Cultural no Brasil. Ao longo de sua carreira, publicou 125 artigos, 51 livros, 82

    captulos de livros e orientou 57 dissertaes de mestrado, 15 teses de doutorado e

    deixou inconclusas uma superviso de ps-doutorado, 14 teses e 8 dissertaes.

    Porm, Sandra no um conjunto de nmeros. Ao contrrio, dona de um bom humor e

    de um carisma raros, tive meu primeiro encontro com ela em uma reunio da Anpuh

    Nacional, ocorrida em Florianpolis, em 1999. claro, que Sandra, para mim, j era

    uma referncia bibliogrfica.

    Aproximei-me dela, e ela, gentil como era com todos que a abordavam, deu-me toda a

    ateno. Naquele momento, falamos rapidamente sobre a criao de um GT Nacional de

    Histria Cultural. O contato manteve-se firme ao longo do ano 2000.

    Lemos as regras da criao de um GT na Anpuh e em setembro de 2000, precisamente

    na grande data dos gachos, no dia 20, eu e Alcides Freire Ramos chegamos para

    participar da Jornada Cultural do GT de Histria Cultural da Anpuh-RS que, alm dos

    debates acadmicos, acolheu uma reunio administrativa que criou o GT Nacional e

    indicou Sandra Jatahy Pesavento como coordenadora. Nesse momento, permitam-me

    uma pequena inconfidncia, e quem conviveu com Sandra sabe que ela era capaz disso:

    Sandra no sabia que eu e Alcides ramos casados. Quando comunicamos a ela que

    iramos os dois, ela, junto com sua secretria, pois na poca era coordenadora do

    Programa de Ps-Graduao em Histria da UFRGS, ficou pensando: Vamos colocar os dois no mesmo quarto, quem sabe eles no se acertam e acabam se casando! Isso era a Sandra!

    Rimos bastante disso tudo e passamos uma semana muito estimulante, na qual conheci

    amigos que hoje me so muito caros. Vimos, in loco, como Sandra trabalhava em prol

    do grupo e da unidade. Nessa semana tambm, em nosso ltimo jantar, quando

    conhecemos seu marido, o querido Roberto Pesavento, em meio a projetos, ideias,

    livros etc, eu e Sandra brindamos e dissemos: Esperamos que tudo isso redunde em uma grande amizade!. Roberto olhou para ns e disse: Vocs j so amigas!. E assim foi feito.

  • 7

    Ao longo desses anos, Sandra Pesavento, sempre de bom humor, exerceu uma liderana

    incontestvel no s em virtude de sua forte personalidade, mas, sobretudo, por sua

    inteligncia e vontade de manter a coeso interna do GT Nacional de Histria Cultural.

    Acima de tudo, ela foi uma liderana intelectual. Sem meias palavras: preciso dar

    destaque ao papel que ela desempenhou! Como sabemos, lideranas intelectuais esto se

    tornando cada vez mais raras. Neste contexto, quando pensamos na trajetria de Sandra

    Pesavento e, especialmente, no papel que ela desempenhou frente do GT Nacional de

    Histria Cultural, nos damos conta da falta que ela faz. Por esse motivo, as homenagens

    so necessrias e merecidas.

    Assim, no dia 29 de maro de 2009, s 11h, quando o telefone tocou, eu senti um n na

    garganta. Eu sabia que as coisas no estavam bem. Sandra e eu estvamos organizando

    um encontro, que foi interrompido dado seu problema de sade. Entretanto, quando, do

    outro lado da linha, ouvi a voz de minha querida amiga Ndia Weber dizer Nossa amiga foi embora, foi como se o cho se abrisse sob meus ps.

    Sandra deixou uma saudade imensa, no s pelas inmeras alegrias compartilhadas,

    pelas instigantes parcerias profissionais, pelos estmulos recebidos em momentos

    difceis, que ajudaram a afastar as tristezas e a enfrentar as adversidades, mas,

    principalmente, pelo seu exemplo e bom humor.

    Dessa feita, dar continuidade ao seu trabalho no tarefa fcil, mas levando adiante os

    compromissos que assumimos como grupo de pesquisa, acreditamos, uma bela

    homenagem que prestamos sua memria.

    *Professora de histria da Universidade Federal de Uberlndia, coordenadora do GT

    Nacional de Histria Cultural da Associao Nacional de Pesquisadores em Histria

    (Anpuh)

    POR ROSANGELA PATRIOTA*