sÃo paulo, 04 de marÇo de 2015. · paisagem urbana pela universidade de harvard. ela apresentou...
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SÃO PAULO, 04 DE MARÇO DE 2015.
Central de Mobilidade: Repórter acompanha reintegração de posse no
'Parque Augusta'
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=38644562&I
dEmpresaMesa=&TipoClipping=A&Commodities=0
Ativistas fazem manifestação contra reintegração de posse no Parque
Augusta
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=38643756&I
dEmpresaMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0
Polícia Militar pede para ativistas deixarem o Parque Augusta
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=38643097&I
dEmpresaMesa=&TipoClipping=A&Commodities=0
PARQUE AUGUSTA TEM REINTEGRAÇÃO HOJE
Foto: Márcio Fernandes/ Estadão
Acampados desde 17 de janeiro no terreno de 23,7 mil metros quadrados que querem
ver transformado no Parque Augusta, na região central, ativistas prometem uma
"resistência pacífica" contra a reintegração de posse, prevista para ocorrer na manhã
de hoje.
Na tarde de ontem, a Sociedade de Amigos, Moradores e Empreendedores do Bairro
de Cerqueira César (Samorcc) pediu a suspensão do processo, o que foi negado pelo
juiz da 5.ª Vara Cível do Fórum Central da Comarca de São Paulo, Gustavo Coube de
Carvalho.
Foto: Márcio Fernandes/ Estadão
"Todas as nossas decisões são horizontais e tomadas em assembleia", diz uma das
participantes do movimento, a jornalista Henny Freitas (foto acima), de 33 anos. "O
que posso dizer é que teremos o apoio, na madrugada de quarta-feira, de vários
outros grupos que atuam na cidade e estão solidários à causa."
Resistência
Na madrugada de hoje, estava prevista maratona de eventos até a chegada da Polícia
Militar para a reintegração de posse. Na programação, haveria desde mutirão de
grafite até meditação kundalini.
Henny afirma que em pouco mais de um mês de ocupação - ou "vigília criativa", como
preferem chamar - do terreno, os ativistas desenvolveram uma série de atividades e
melhorias.
Foto: Márcio Fernandes/ Estadão
"O Parque Augusta começou a acontecer, pois já é frequentado pela vizinhança", diz.
Segundo os ativistas, a área recebeu a visita de dez grupos de crianças, de colégios
diferentes, para oficinas ambientais. Mais de 200 mudas de árvores foram plantadas -
entre as quais, pau-brasil, embaúba, mogno, louro-pardo e açoita-cavalo. O grupo
também construiu dois domos geodésicos, que funcionam como espaços de
convivência.
Foto: Márcio Fernandes/ Estadão
O terreno também ganhou internet Wi-Fi, com rede aberta a todos os frequentadores,
uma pequena biblioteca comunitária (foto acima) e locais para destinação de lixo
reciclável; catadores e uma cooperativa retiram o material. Foram instaladas ainda
duas cisternas para coleta da água da chuva e duas compoteiras, além de uma placa de
energia solar (foto abaixo).
Por meio de nota, as construtoras Cyrela e Setin, proprietárias do terreno, se limitaram
a afirmar que a decisão da reintegração de posse é do Poder Judiciário. A liminar foi
concedida em favor das construtoras no dia 21 de janeiro. A Polícia Militar e os
ativistas concordaram que o processo acontecesse somente na manhã de hoje.
Histórico
Construtora de um lado, ativistas de outro e poder público entre ambos. Se agora
existe uma longa contenda para definir o futuro do terreno, ao menos em um tema há
de existir consenso: foi um colégio, tradicional e para meninas, o responsável pela aura
histórica que reside naquele solo hoje em disputa.
Foto: Acervo Benedito Lima de Toledo
Em 1902, um casarão foi erguido ali. Projeto do francês Victor Dubugras (1868-1933), o
palacete fora construído para abrigar a família Uchôa - daí o nome Vila Uchôa (imagem
acima). Entretanto, apenas quatro anos mais tarde, o conjunto acabou vendido para as
religiosas de Nossa Senhora das Cônegas de Santo Agostinho.
As irmãs queriam transformar o local em colégio tradicional para moças, espécie de
filial paulistana do parisiense Colégio Notre-Dame Des Oiseaux. O prédio foi ampliado
e adaptado para o uso escolar. A escola (foto abaixo) funcionou de 1907 a 1969. Entre
as personalidades que estudaram ali estão a ex-primeira-dama Ruth Cardoso (1930-
2008) e a senadora Marta Suplicy.
Foto: Acervo Benedito Lima de Toledo
O arquiteto e urbanista Benedito Lima de Toledo, professor da Faculdade de
Arquitetura da Universidade de São Paulo (FAU-USP) tem um rico acervo com imagens
de detalhes arquitetônicos do Colégio Des Oiseaux (algumas destas imagens ilustram
este post).
Interior do casarão. Foto: Acervo Benedito Lima de Toledo
Arandelas. Foto: Benedito Lima de Toledo
Adorno da arquitetura do antigo prédio do colégio. Foto: Benedito Lima de Toledo
Em artigo disponível neste link, o especialista defende a transformação do terreno em
parque público, com apelo até então inédito à discussão: as crianças abrigadas por
outra casa religiosa, o Lar Nossa Senhora da Consolação, ali ao lado.
Suplicy deve acompanhar o caso
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), designou o secretário de Direitos
Humanos, Eduardo Suplicy, para acompanhar a reintegração de posse. Ontem, os
vereadores Aurélio Nomura (PSDB), Gilberto Natalini (PV), Ricardo Young (PPS) e
Toninho Véspoli (PSOL) enviaram ofício à Prefeitura pedindo a intervenção do governo
municipal, com apoio da presidente da Sociedade dos Amigos, Moradores e
Empreendedores do bairro Cerqueira César, Célia Marcondes.
Segundo eles, a reintegração é desnecessária. "Considerando que, com o
levantamento do dinheiro pelo Ministério Público, para a compra do parque, uma
negociação amigável já vem sendo desenvolvida, estando as partes na mesa de
negociação."
CRONOLOGIA DO TERRENO DO PARQUE AUGUSTA (1902-2015)
1902 - Construída a residência família Uchôa, palacete projetado por Victor Dubugras
1906 - Conjunto é vendido para as religiosas de Nossa Senhora das Cônegas de Santo
Agostinho
1907 - Inaugurado Colégio Des Oiseaux, mantido pelas religiosas
1969 - Fim das atividades do tradicional colégio
1970 - Primeira proposta de demolição do prédio e construção de um jardim público
1973 - Proprietários do terreno pretende erguer ali um hotel com 1,4 mil
apartamentos, na época avaliado em US$ 40 milhões
1974 - Prédio é demolido
1977 - Empresa Teijin do Brasil compra o terreno
1980 - Terreno sedia shows de rock e MPB
1995 - Terreno é locado pela Teijin para a Metropark e passa a abrigar um
estacionamento
1996 - Empresário e ex-banqueiro Armando Conde adquire o terreno
2002 - Plano Diretor prevê implantação do Parque Augusta no local
2004 - Terreno é tombado pelo Conpresp, órgão municipal de proteção ao patrimônio
2006 - Plano de construção de hipermercado no local é rejeitado pelo Conpresp
2006 - Projeto de Lei é apresentado na Câmara para a criação do Parque Augusta
2008 - Prefeito Gilberto Kassab declara utilidade pública do terreno
2008 - Conpresp autoriza construção de três prédios no local
2010 - Ativistas fazem primeira grande manifestação a favor do Parque Augusta
2011 - Câmara autoriza criação do Parque Augusta
2012 - Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente apoia Parque Augusta por
meio de parceria público-privada
2013 - Caduca o decreto de utilidade pública do terreno; movimento pelo Parque
Augusta faz assembleia pública
2013 - Prefeito Fernando Haddad assina lei que cria o Parque Augusta
2014 - Construtoras Setin e Cyrela, proprietárias do terreno, fazem ajustes ao projeto
das torres a serem erguidas ali
2014 - Novo Plano Diretor é aprovado e, entre as novidades, traz a possibilidade de
financiamento privado para a criação de parques
2015 - Conpresp aprova novo projeto das construtoras Setin e Cyrela. Empresas
prometem entregar parque em 2016; reintegração de posse é marcada para dia 4 de
março
Trânsito flui bem no corredor Norte-Sul; Reintegração de posse no
Parque Augusta
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=38642497&I
dEmpresaMesa=&TipoClipping=A&Commodities=0
Manifestação pacífica à reintegração do Parque Augusta
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=38642500&I
dEmpresaMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0
PARQUES LINEARES SÃO UM DOS CAMINHOS PARA SALVAR S. PAULO
O rio Piracicaba ganhou intervenções urbanas e obras de microdrenagem. A região é
tradicional ponto turístico da cidade
Foto: CLAUDINHO CORADINI/ESTADÃO CONTEÚDO
São Paulo - A instalação de parques lineares, que acompanham as margens dos rios,
podem salvar a capital paulista da atual crise hídrica. A afirmação foi feita pelo
urbanista Carlos Leite, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, durante o
ciclo de debates "Pensando a Cidade", realizado na última segunda feira, 2, na Câmara
Municipal.
Segundo o urbanista, os rios e córregos das cidades devem estar integrados com
outros setores do espaço urbano, como o transporte público e o lazer. "A população
adere os parques lineares; os rios devem participar da nossa cidade de uma maneira
ativa", disse. "A gestão da água ainda é setorizada. Os agentes não conversam entre si,
em âmbitos federais, estaduais e municipais. Não é só um problema no processo
errático de urbanização e planejamento ambiental, mas também na gestão".
Leite defendeu que falta infraestrutura em São Paulo - como solos permeáveis e
sistemas de microdrenagem - para a água chegar lentamente aos rios, e não em
grande velocidade como acontece na macrodrenagem. "As grandes obras feitas no
século 20 impermeabilizaram a cidade e desmataram áreas verdes."
O urbanista atribuiu esses problemas às inundações dos últimos dois meses na cidade
causadas pelas chuvas. "Na mesma semana, havia lugares alagados enquanto milhões
de pessoas em outros lugares sofriam racionamento não declarado. Não está faltando
água, mas a gente não sabe reusar".
No interior de SP
No debate, Leite usou como referência de qualidade o rio Piracicaba, cujas margens
foram recuperadas com obras de microdrenagem, além da reformulação do sistema
viário e dos parques lineares. "Foram implantados pisos permeáveis e sistemas
interligados de drenagens. Além disso, as ruas foram redesenhadas para privilegiar o
transporte público".
O urbanista explicou que a prefeitura sentia a necessidade de resolver um problema
de mobilidade na Rua do Porto, tradicional ponto turístico da cidade. "A prefeitura
teve uma visão conjunta para a região e isso agregou valor ao rio, dentro de um
quadro geral de recuperação da cidade."
Em Los Angeles
Também participou do debate a urbanista Mia Lehrer, mestre em arquitetura e
paisagem urbana pela Universidade de Harvard. Ela apresentou as soluções adotadas
em Los Angeles (Califórnia, EUA) para o problema da falta d"água.
Segundo Mia, o projeto de recuperação começou em 2007, antes de Los Angeles
enfrentar de fato um problema de seca. "Já havia a consciência de que a cidade tinha
de depender da própria água."
Mia explicou que o rio Los Angeles, intermitente por natureza, hoje tem 80% das águas
provenientes de duas Estações de Tratamento de Esgotos. "As principais estratégias
para esse rio foram aumento na qualidade da água, implantação de mata ciliar e
armazenamento para prevenir enchentes".
Além do rio Los Angeles, outros mananciais ganharam intervenções para serem
valorizados. "A cidade tinha 13 reservatórios de água potável ao ar livre que foram
transformados em parques, ao invés de abastecer a população".
A urbanista afirmou que também foram adotados padrões de construções para
eficiência na captura e uso da água, como asfalto permeável, ETEs para água cinza (de
reúso), cisternas e plantas nativas. "As áreas permeáveis permitem que a água chegue
ao aquífero. Nós dependemos do lençol freático, mas de forma responsável". E as
ações, segundo Mia, já surtiram efeitos: "Hoje, Los Angeles consome a mesma
quantidade de água do que consumia em 1970, enquanto sua população cresceu
25%", afirmou.
Prefeito libera construção em áreas protegidas de SP Daniele Bragança - 03/03/15
Parque Sena, de 22 mil m², se encaixaria em local passível de ter parte de seu território cedido para construção de cresches e escolas. Foto: Áreas verdes das cidades.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), assinou decreto na última sexta-feira (27) liberando a construção de escolas, quadras esportivas, creches e postos de saúde em áreas verdes de São Paulo. O decreto nº 55.955estabelece que a construção poderá usar até 30% do terreno escolhido para a obra.
O decreto libera construção em unidades de proteção integral e sustentável, parques
da rede hídrica, espaços verdes de logradouros públicos incluindo praças, vias e ciclovias e Áreas de Preservação Permanentes, seja de imóvel público ou privado.
As regras valem para espaços das áreas verdes menores que 200 mil m².
Pela nova regra, a RPPN de Mutinga, de 25 mil m², poderia ter parte do seu espaço
ocupado com uma instalação de interesse social. A reserva particular foi criada em 2011 para proteger a área verde no interior de um condomínio.
Em caso de aprovação da instalação de uma construção como creches e escolas nessas
áreas, a Secretaria Municipal responsável pelo equipamento deverá implantar o ajardinamento e arborização de parte do espaço verde a ser ocupado, com área, no mínimo, igual àquela impermeabilizada pelo equipamento.
A manutenção do espaço ficará a cargo da subprefeitura competente.
Ainda de acordo com o decreto, em caso de comprovada necessidade, a Prefeitura poderá liberar uma taxa de ocupação maior do que 30% do terreno. Para isso, uma subcomissão de Análise de Equipamento Social (SAEPS) será montada e caberá a ela a
definição dos parâmetros apropriados para a implantação desses equipamentos que ultrapassaram a cota de 30% do terreno.
A subcomissão será formada pelas Secretarias Municipais de Licenciamento (SEL), do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) e de Desenvolvimento Urbano (SMDU).
Saiba mais:
Decreto 55.955, de 26 de Fevereiro de 2015