sífilis congênita - rodrigo mont'alverne
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Sífilis Congênita
Um olhar sobre a Atenção Primária
Acd. Rodrigo Mont’AlverneInternato em Saúde Comunitária
2015
Epidemiologia Notificação compulsória Maiores taxas de transmissão Prevalência em gestantes de 1,6% da
infecção em 2004 Dentre as mulheres sem tto precoce 40%
das gestações resultam em aborto espontâneo.
Incidência estimada de 1:1000 nascidos vivos
Definição e Etiologia Disseminação hematogênica do
Treponema pallidum, da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto por via transplacentária.
Transmissão A espécie humana é a única hospedeira
natural do T. pallidum Por via transplacentária Por contaminação através do canal de parto Fase 1ª ou 2ª - risco de transmissão 70 a
100% Fase latente e 3ª - risco 30% OBS!!! 50% sem sintoma logo após
nascimento
Aumenta quanto mais cedo a gestante tiver adquirido a doença
As chances são menores até o 4 mês
Acomete inicialmente fígado → pele, mucosas, esqueleto, pulmões e SNC
Pode ocorrer em qualquer idade gestacional ou estágio clínico da doença.
Manifestações Clínicas Sífilis Congênita Precoce Surge até o 2º ano de vida Quanto mais precoce os sinais clínicos, maior a
gravidade. Todas as secreções mucosas são ricas em treponemas e
altamente infectantes.Prematuridade Periostite PetéquiaBaixo peso ao nascer Osteíte PúrpuraHepatomegalia Osteocondrite AnemiaEsplenomegalia Pseudoparalisia
dos membrosRinite sero-sanguinolenta
Sofrimento respiratório
Lesões cutâneas Icterícia
Edema Convulsão Hidrópsia
Sífilis Congênita Tardia
Sd. Clínica surge após 2º ano de vida Diag. Diferencial com abuso infantil
Tíbia em lâmina de sabre
Articulações de Clutton
Dentes de Hutchinson
Fronte Olímpica Molares em Amora Arco palatino elevado
Nariz em sela Mandíbula curta Surdez neurológica
Rágades periorais Ceratite intersticial Dificuldade no aprendizado
DiagnósticoTestes Sorológicos para SífilisPrincipal estratégia diagnóstica
Testes não Treponêmicos Baixa especificidade Wasserman e Kolmer / VDRL / RPR (S – 86 a
100%) Usados para triagem
VDRL (S – 78 a 100%)
Reatividade tanto para IgM quanto IgG Falso-positivo X Falso-negativo Teste qualitativo e quantitativo Diagnóstico e seguimento terapêutico RN não reagente + suspeita epidemiológica
= repetir sorologia após 3º mês
Testes Treponêmicos
TPHA, FTA-Abs (S – 70 a 100% E – 94 a 100%), ELISA
Uso do treponema ou fragmentos como antígenos. Úteis para confirmação diagnóstica Não úteis para monitoramento Após 6 meses e VDRL reagente deve ser
investigada Sorologia reagente após 18 meses, define o
diagnóstico. Para < 6 meses → História clínica/epidemiológica
da mãe + Exames complementares (laboratoriais e imagem)
Teste RápidoA detecção da sífilis com teste rápido
treponêmico deverá ser realizada nas seguintes situações especiais:
Localidades e serviços de saúde sem infraestrutura laboratorial ou regiões de difícil acesso;
CTA - Centro de Testagem e Aconselhamento; Segmentos populacionais mais vulneráveis às DST, de
acordo com situação epidemiológica local; População indígena; Gestantes e seus parceiros em unidades básicas de saúde,
particularmente no âmbito da Rede Cegonha;
Pesquisa Direta do Treponema
Material colhido de lesões cutâneas e mucosas, coto umbilical, fossas nasais.
Técnica de campo escuro Negativa-se após primeiro dia de tto.
Segundo MS, rastreamento gestante - VDRL: 1º Trimestre Início 3º trimestre Repetir na admissão para trabalho de parto ou aborto
Se VDRL reagente, realização de teste treponêmico confirmatório
Na impossibilidade, considerar caso de risco para sífilis congênita.
Ainda, VDRL deve ser colhido do sangue periférico de todos os RN, caso o da mãe seja reagente.
Avaliação Complementar neonato suspeito VDRL periférico RX ossos longos LCR (VDRL, celularidade, proteinorraquia) Hemograma De acordo com clínica: função renal, hepática, Rx
tórax OBS!!! Recomenda-se realização de punção LCR em todo RN que se enquadre no perfil de sífilis congênita.
TratamentoDroga de escolha: RNPenicilina cristalina 50.000U/Kg/dose IV 10 dias, 12/12h na 1ª semana e 8/8h após
Penicilina procaína 50.000 U/kg/dose IM dose única diária por 10 dias
Sífilis tardia – Penicilina cristalina 50.000 U/kg/dose IV 4/4h Penicilina procaína 50.000U/kg/dose IM 12/12h
Tratamento Inadequado Qualquer terapia não penicilínica ou
penicilínico incompleta Ausência de documentação do tto Tto dentro de 30 dias antes do parto Não queda da titulação de VDRL Parceiro não tratado, tto inadequado ou
não documentado
Importância da Atenção Primária Prevenção da Sífilis entre a população
geral Uso de preservativos Diagnóstico precoce nas mulheres e
seus parceiros Realização de VDRL em mulheres
com intenção de engravidar Tto precoce
Importância da Atenção Primária Durante a Gravidez
Realização do VDRL em 1º e 3º trimestre
Acompanhamento atencioso em pré-natal
Lembrar sempre de tratar o parceiro Orientar que se evite relações sexuais
até que o tto esteja completo.
Importância da Atenção Primária Período Pós neonatal (a partir do 28º dia)
Avaliações mensais até o sexto mês e bimensal do 6 ao 12
VDRL com 1, 3, 6, 12 e 18 meses. Interromper quando 2 negativações seguidas
Idealmente, encaminhar para acompanhamento por especialidades (oftalmo, neuro, audiologico) semestralmente por 2 anos.
Referências• Diretrizes para o controle da sífilis congênita – Manual de bolso – Ministério da
Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Programa Nacional de DST e Aids; Brasília – DF 2006.
• Ruth Guinsburg; Amélia Miyashiro Nunes dos Santos. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTO DA SÍFILIS CONGÊNITA Documento Científico – Departamento de Neonatologia Sociedade Brasileira de Pediatria; São Paulo, 20 de dezembro de 2010.
• Sífilis congênita e sífilis na gestação. Rev. Saúde Pública, São Paulo , v. 42, n. 4, p. 768-772, Aug. 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102008000400026&lng=en&nrm=iso>. access on 10 Sept. 2015.
• Simon R Dobson, MD, FRCP(C) Congenital syphilis: Evaluation, management,
and prevention Up To Date
• Portaria nº 3.242, de 30 de dezembro de 2011; Pesquisa de Sífilis Utilizando Teste Rápido Treponêmico
Sífilis Congênita
Um olhar sobre a Atenção Primária
Acd. Rodrigo Mont’AlverneInternato em Saúde Comunitária
2015