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14-02-2012 1 SIMPÓSIO “Saúde e Resiliência em Adolescentes com Doenças Crónica” Doença Crónica e Qualidade de Vida António Borges & Margarida Gaspar de Matos Objectivos Enquadramento Amostra Medidas de Bem-Estar/Qualidade de Vida Procedimento Análise descritiva Análise comparativa Highlights Discussão Intervenção

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1

SIMPÓSIO “Saúde e Resiliência em

Adolescentes com Doenças Crónica”

Doença Crónica e Qualidade de Vida

António Borges &

Margarida Gaspar de Matos

� Objectivos� Enquadramento� Amostra� Medidas de Bem-Estar/Qualidade de Vida� Procedimento� Análise descritiva� Análise comparativa� Highlights� Discussão� Intervenção

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� Perceber os índices de doença crónica e de qualidade de vida nos adolescentes portugueses.

� Perceber a relação que existe entre doença crónica e qualidade de vida nos adolescentes portugueses

� Consideram-se como doenças crónicas todas as doenças prolongadas e irreversíveis: algumas implicam pequenas alterações na vida quotidiana; outras impõem grandes limitações na funcionalidade do sujeito e exigem a adesão a tratamentos difíceis e incapacitantes (Barros, 2009).

� A qualidade de vida é entendida como um conceito subjectivo e multidimensional. Subjectivo porque avaliado pelo próprio em função dos próprios objectivos, valores e critérios. Multidimensional porque envolve saúde física, nível de independência, relações sociais, relações com o contexto, expectativas, metas, percepção subjectiva de satisfação em domínios importantes, etc. (Gaspar & Matos, 2009).

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� Considera-se a resiliência como a manifestação de competência face ao risco e à adversidade, o que supõe factores protectores individuais, familiares, contextuais, comunitários e qualidades como a elasticidade, a plasticidade, a capacidade para visualizar e extrair o positivo do negativo, o ajustamento, a perspectivação de trajectórias alternativas para enfrentar um desafio, a confiança… (Simões, 2009).

� O modo como o indivíduo perspectiva e actua perante as situações desafiantes e adversas da vida tem sido descrito como coping, tratando-se de um esforço cognitivo e comportamental para lidar, reduzir, minimizar, dominar ou tolerar as exigências internas e/ou externas de situações que são avaliadas como indutoras de stress (Borges, 2009).

� 5050 Indivíduos� Género:

� 47,7% ♂� 52,3% ♀

� Escolaridade� 30,8% - 6º ano� 31,6% - 8º ano� 37,6% - 10º ano

� Idade (Média – 14 anos; DP – 1,84)

� 22,3 – 11 anos� 30,1% - 13 anos� 35,5% - 16 anos ou mais

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� Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde (QVRS) � AE-QVRS� CO-QVRS

� Satisfação com a Vida (SV)� Qualidade da Relação com a Família (FAMI)� Perceção de Autoeficácia (A-EFI)� Autorregulação (A-REG)� Sintomas

� Físicos (S_PSI)� Psíquicos (S_FI)

� Saúde e Felicidade

� Estudo descritivo e correlacional.� Amostra representativa da população das

Escolas Públicas em Portugal continental.� Aleatoriedade: escolas – turmas.� Análise dos dados: SPSS.19.� Caracterização geral da amostra em relação às

variáveis.� Relação entre as variáveis independentes e as

medidas de qualidade de vida.

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� 81% não tem problemas de saúde ou doença prolongada.

� 19% com problemas de saúde.� 85,7% - não afeta a participação na atividade escolar� 14,3 % - afeta a participação na atividade escolar

� Asma / Alergias (70,2%)� Problemas Motores (4,4%)� Problemas Sensoriais (5,2%)� Problemas Psíquicos /Cognitivos (2,3%)� Doenças Crónicas (18%)

Não se observam diferenças inter-géneros quanto aos problemas de saúde

� 87% percepção de saúde “boa” ou “excelente”.� SV – 83.5% na metade superior da escada.� QVRS – 86% na metade superior.� 84.2% “feliz” ou “muito feliz”.� FAMI – 84.7% na metade superior.� A_EFI – 80.2% na metade superior.� A_REG – 76.9% na metade superior.� S_PSI – 92.9% na metade inferior.� S_FI – 92.2% na metade inferior.

O género masculino obtém melhor índice de bem-estar em todas as variáveis, com excepção para CO_QVRS e

A_EFI, onde não se observam diferenças.

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N=5050 NÃO (N=3763) SIM (N=884)

M DP M DP t

SAÚDE 3.24 .65 3.05 .69 7.40***

SV 7.47 1.82 7.34 1.85 1.87n.s.

QVRS 39.63 5.92 38.76 6.35 3.58***

AE_QVRS 28.14 4.64 27.33 4.95 4.32***

CO_QVRS 11.47 2.18 11.44 2.27 .35n.s.

FEL 3.10 .69 3.03 .69 2.86**

FAMI 8.52 1.88 8.23 2.06 3.71***

A-EFI 11.50 2.16 11.39 2.34 1.27n.s.

A-REG 17.99 4.38 17.45 4.31 3.22***

S_PSI 11.81 5.07 13.18 5.70 -6.47***

S_FI 6.79 3.13 7.85 3.61 -7.88***

* p≤.05; ** p≤.01; *** p≤.001

N=2455 NÃO (N=1966) SIM (N=489)

M DP M DP t

SAÚDE 3.15 .65 2.97 .68 5.25***

SV 7.43 1.83 7.26 1.81 1.79n.s.

QVRS 38.88 6.10 38.30 6.02 1.86n.s.

AE_QVRS 27.38 4.77 26.76 4.78 2.54*

CO_QVRS 11.48 2.21 11.52 2.14 -.31n.s.

FEL 3.05 .70 2.99 .67 1.75n.s.

FAMI 8.43 1.97 8.17 2.04 2.58**

A-EFI 11.46 2.18 11.49 2.32 -.27n.s.

A-REG 17.74 4.32 17.39 4.25 1.59n.s.

S_PSI 12.76 5.32 14.25 5.75 -5.14***

S_FI 7.23 3.34 8.41 3.70 -6.27***

* p≤.05; ** p≤.01; *** p≤.001

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� A doença crónica tende a afectar negativamente a qualidade de vida e bem-estar dos adolescentes.

� O componente cognitivo, a satisfação com a vida e a percepção de auto-eficácia parecem preservados das influências negativas da doença crónica.

� O género masculino mostra tendência semelhante à amostra geral, com excepção para a percepção de auto-eficácia, onde apresenta diferenças significativas.

� O género feminino mostra-se mais resiliente à doença crónica, sendo que esta parece afectar a qualidade de vida das adolescentes em menos variáveis e em menor escala.

N=1377 NÃO (N=1180) SIM (N=197)

M DP M DP t

SAÚDE 3.16 .68 2.98 .76 3.40***

SV 7.51 1.84 6.99 2.14 3.49***

QVRS 39.30 6.19 37.50 6.75 3.55***

AE_QVRS 27.85 4.90 26.57 4.95 3.22***

CO_QVRS 11.48 2.18 10.88 2.65 2.97**

FEL 3.09 .69 2.99 .76 1.86n.s.

FAMI 8.41 1.93 7.71 2.47 3.69***

A-EFI 11.43 2.29 10.68 2.52 4.14***

A-REG 17.75 4.45 17.09 5.00 1.66n.s.

S_PSI 12.45 5.43 14.34 6.62 -3.67***

S_FI 7.28 3.42 8.54 4.07 -3.97***

* p≤.05; ** p≤.01; *** p≤.001

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� A doença crónica que afecta a assiduidade e a participação na vida da escola parece apresentar maiores repercussões negativas na percepção de qualidade de vida e bem-estar dos adolescentes do que a doença crónica que não afecta essa participação.

� As variáveis “felicidade” e “auto-regulação” não apresentam diferenças estatisticamente significativas.

� O género masculino mostra tendência semelhante à amostra geral, com excepção para a auto-regulação, onde apresenta diferenças significativas.

� O género feminino mostra tendência semelhante à amostra geral, com excepção para “saúde”, onde não se observam diferenças.

� A forma como percebemos determinado problema parece determinante na forma como o resolvemos (Borges, 2009; Simões; 2009).

� A hipótese do risco acumulado (Barros, 2009; Canha & Lebre, 2009; Simões, 2009).

� A qualidade dos contextos em que o adolescente com doença crónica se encontra inserido – factores de protecção individuais (conviccção, optimismo, auto-regulação), familiares (adulto significativo) e comunitários (Simões, 2009).

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� As necessidades médicas tendem a ser primeiro foco de atenção (Canha & Lebre, 2009).

� Precisam de mais tempo e de mais oportunidades para novas aquisições (sociais, académicas ou outras), mas com o evoluir da adolescência tendem a recuperar e a conseguir concretizar objectivos muito semelhantes aos dos jovens saudáveis (Barros, 2009; Canha & Lebre, 2009).

� A doença crónica é um desafio presente para indivíduo e respectivos contextos… e um desafio a ser integrado nos projectos futuros (Barros, 2009).

� Importante tomar conhecimento das necessidades sentidas pelo adolescente e comunicar-lhe a nossa compreensão (Canha & Lebre, 2009).

� Balancear entre a necessidade de protecção/salvaguarda da saúde e autonomização e responsabilização do adolescente (Barros, 2009).

� Promoção de ambientes protectores com forte ligação afectiva (Simões, 2009)

� Trabalhar com o adolescente para que conheçam e aceitem a doença, consigam lidar com ela positivamente (Barros, 2009; Gaspar & Matos, 2009).

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� Fomentar uma concepção dinâmica em que o adolescente se percepcione como susceptível de desenvolvimento através das suas acções, através da aquisição e consolidação de competências gerais e específicas (Barros, 2009; Borges, 2009; Lyubomirsky, 2008).

� Criar oportunidades de participação, de ocupação, de desempenho de diferentes papéis (Canha & Lebre, 2009; Simões, 2009).

� Abrir espaço a algum risco, com rede de segurança (Simões, 2009).

Faculdade de Motricidade HumanaEstrada da Costa1495-688 Cruz [email protected]

QUESTÕES