simpósio internacional de educação a distância (4. : 2017 ... · felipe lopes da silva sabará...
TRANSCRIPT
1
2
3
Ficha catalogrfica elaborada pela Seo Tcnica de Aquisio e Tratamento da Informao Servio
Tcnico de Biblioteca e Documentao - UNESP, Campus de Presidente Prudente.
Simpsio Internacional de Educao a Distncia (4. : 2017 : Presidente Prudente)
Anais do IV Simpsio Internacional de Educao a Distncia e VI Simpsio de
Educao Inclusiva e Adaptaes : Presidente Prudente, 21 a 24 de maio de 2017 /
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Cincias e Tecnologia. Presidente
Prudente : FCT/CPIDES, 2017
ISSN 2237-0749
1. Educao a distncia. 2. Mdias digitais. 3. Educao inclusiva. 4. Formao de
educadores. I. Simpsio de Educao Inclusiva e Adaptaes (6. : 2017 : Presidente
Prudente). II. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Cincias e Tecnologia.
III. Ttulo.
S621
4
Sumrio
EIXO TEMTICO - EDUCACO ESPECIAL E/OU INCLUSIVA
ARTIGO COMPLETO ............................................................................................ 12
A atuao do intrprete da Lngua Brasileira de Sinais na sala de aula........................ 13
Fernando Lopes da Silva, Graziella Plaa Orosco de Souza
A avaliao do aluno surdo no ensino regular ................................................................ 23
Cristiane Viana de Oliveira, Vera Lucia Gomes, Francimar Batista Silva
Acessibilidade espacial em museus: adaptao e incluso social ................................. 33
Ktia Ariane da Silva
Acessibilidade fsica para estudantes com deficincia fsica ........................................ 41
Lucas Oliveira Bevilacqua, Denise Ivana de Paula Albuquerque, Matheus Augusto
Mendes Amparo
Acessibilidade para estudantes com deficincia fsica no contexto escolar ................. 48
Reni de Ftima Souza, Denise Ivana de Paula Albuquerque, Matheus Augusto Mendes
Amparo
A construo do Objeto de Aprendizagem - Alphabet Lorm - como recurso facilitador para a
comunicao de estudantes surdocegos .......................................................................... 56
Mrcia Debieux de Oliveira Lima, Gunnar Correa, Janiele de Souza Santos, Danielle
Aparecida do Nascimento dos Santos, Mario Augusto Pazoti
Adaptar ou recriar o ensino para ensinar a todos? Por uma pedagogia da diferena ... 64
Jos Eduardo de Oliveira Evangelista Lanuti
A importncia da disciplina de libras no contexto de formao acadmica na pedagogia da
unesp de presidente prudente ........................................................................................... 73
Jane Aparecida de Souza SANTANA, Elisa T. M. SCHLNZEN
A Importncia de um Ambiente Escolar Infantil Adequando para melhorar Raciocnio Lgico
da Criana ......................................................................................................................... 84
Paulo Rosas dos Santos ....................................................................................... 84
A incluso escolar e os desafios para a formao de docentes e gestores. ................... 94
Sulen Cristiane Marcos de Oliveira , Ana Virginia Isiano Lima
A influncia dos filhos deficientes visuais no aprendizado dos pais no facebook e web 2.0
......................................................................................................................................... 104
MEDEIROS, Wanderlia da Silva Antunes, MEDEIROS, Ronaldo Anderson de
A interao nas aulas de educao fsica e a incluso da estudante pblico alvo da educao
especial ............................................................................................................................ 113
Fabiano da Silva dos Santos, Denise Ivana de Paula Albuquerque, Matheus Augusto
Mendes Amparo
Alfabetizao na rea da deficincia intelectual: construo e uso de materiais como
mediao pedaggica ..................................................................................................... 120
Angelo Antonio Puzipe Papim, Anna Augusta Sampaio de Oliveira
Anlise do uso da Comunicao Alternativa e Aumentativa com um aluno com Transtorno
do Espectro Autista ........................................................................................................ 129
Mnica Nemzio da Costa Siqueira, Matheus Augusto Mendes Amparo, Lucinei
Pereira Barbosa Pachella e Jussara Oliveto Miralha
A presena de alunas com surdez nas aulas de fsica: relato de experincia .............. 151
5
Andressa Silva Rezende Maria, Ana Maria Osorio Araya, ,Danielle Aparecida do
Nascimento Santos
Articulao Intersetorial em uma Perspectiva Inclusiva: aes da equipe gestora escolar
......................................................................................................................................... 161
Ana Mayra Samuel da Silva, Elisa Tomoe Moriya Schlnzen, Danielle Aparecida do
Nascimento dos Santos e Ana Virginia Isiano Lima
As contradies no discurso de incluso e excluso vigentes na sociedade brasileira170
Giuza Ferreira da Costa Victrio, Maria do Socorro Sales Felipe Bezerra e Francimar
Batista Silva
As identidades da cultura surda brasileira e suas relaes com a cultura surda americana
......................................................................................................................................... 179
Las dos Santos di Benedetto, Elisa Tomoe Moriya Schlnzen, Klaus Schlnzen Junior
A tecnologia assistiva no processo de aprendizagem do deficiente visual no ensino mdio e
superior............................................................................................................................ 188
Sandra Luzia Wrobel Straub, Cllia M. Malaquias, Tnia Pitombo de Oliveira, Luiz
Kenji Umeno de Alencar
A utilizao dos recursos tecnolgicos em sala de aula para alunos surdos e sua relao com
a aprendizagem ............................................................................................................... 198
Glaucia Ester Pereira Marchesin, Dra. Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos
e Ma. Jeong Cir Deborah Zaduski
Avanos e dificuldades da educao inclusiva para o deficiente intelectual.............. 208
Maria do Socorro Sales Felipe Bezerra, Maria Madalena Senna e Francimar Batista
Silva
Caracterizao das habilidades psicomotoras de pessoas com deficincia atendidas pela sala
de atendimento educacional especializado ................................................................... 218
Mariane da Piedade Oliveira, Lus Paulo Pires Corra, Deyliane Aparecida de
Almeida Pereira
Compreenses iniciais sobre a incluso escolar: o que nos dizem os professores? ... 229
Erica Aparecida Capasio Rosa, Ivete Maria Baraldi
Currculo Adaptado: nova proposta no processo educacional inclusivo na Rede Municipal de
Ensino de Ourinhos/SP .................................................................................................. 237
Patrcia Elisabeth Ferreira, Letcia Rarek Conceio, Rita Melissa Lepre
De Face com a Libras: O Uso das TDIC como Ferramenta na Prtica Pedaggica Inclusiva
......................................................................................................................................... 247
Doani Emanuela Bertan, Janana Tunussi de Oliveira
Deficincia intelectual: caminhos para a efetivao de prticas pedaggicas inclusivas257
Giuza Ferreira da Costa Victrio, Maria do Socorro Sales Felipe Bezerra e Francimar
Batista Silva
Desafios para a avaliao das altas habilidades/superdotao na rea criativo-produtiva
......................................................................................................................................... 266
Raissa Viviani Silva, Maria Beatriz Campos de Lara B. M. Peixoto, Anglica Maria
Teodoro Cunha e Aletia Cristina Bergamin, Vera Lcia Messias Fialho Capellini
Desafios vivenciados pelos professores: impasses para prtica de ensino e possibilidades de
uma formao colaborativa ............................................................................................ 276
Paula Mieco Koizumi Masuyama, Renata Portela Rinaldi
Educao inclusiva de adultos: contribuies da neurocincia e da andragogia........ 285
6
Mnica Campos Santos Mendes
Educao fsica e a incluso dos estudantes pblico-alvo da educao especial ....... 291
Ronald Leonel Alves de Deus, Denise Ivana de Paula Albuquerque, Matheus Augusto
Mendes Amparo
Ensino de Libras na formao inicial de professores dos cursos de licenciatura em Fsica: a
obrigatoriedade por meio do Parecer CNE/CP n2/2015 ............................................. 297
Tais Andrade dos Santos, Moacir Pereira de Souza Filho
Ensino Superior Inclusivo: A Implementao do Ncleo de Acessibilidade e Acolhimento
(NAAC) no Centro Universitrio Antnio Eufrsio de Toledo de Presidente Prudente306
Carla Roberta Ferreira Destro
Estado democrtico de direito, diversidade e as aes afirmativas para as pessoas com
deficincia no ensino superior - Um breve relato da experincia da UFOP ............... 315
ROCHA, Carleugnia, ROSA, Letcia, SANTANNA, Adriene, MIRANDA, Christianne e
SANTANA, Marcelo
Estratgias de locomoo em ambientes escolares: opinio de alunos cegos acerca do uso da
bengala ............................................................................................................................ 325
Loiane Maria Zengo, Maria Luiza Salzani Fiorini, Eduardo Jos Manzini
Formao continuada de professores em Educao Inclusiva em espaos hbridos: primeiros
achados de pesquisa a partir de uma reviso de literatura ........................................... 335
Juliana Dalbem Omodei, Renata Portela Rinald
Formao de professores de Educao Fsica: o que revelam as pesquisas brasileiras sobre
Educao Inclusiva ......................................................................................................... 343
Paulo Roberto Brancatti, Renata Portela Rinaldi
Formao de professores na perspectiva inclusiva ...................................................... 352
Nilce La Lobato Cristovo; Rmulo Pereira Nascimento
Gesto escolar, dificuldades e barreiras encontradas para efetivar a incluso na escola362
Doraci Schiavinoto, Denise Ivana de Paula Albuquerque, Matheus Augusto Mendes
Amparo
Identificao de estudantes com altas habilidades/superdotao: o professor consegue?
......................................................................................................................................... 369
Aletia Cristina Bergamin, Denise Rocha Belfort Arantes Brero, Victor Alexandre
Barreto da Cunha, Raissa Viviani Silva, Eliana Marques Zanata
EIXO TEMTICO - EDUCACO ESPECIAL E/OU INCLUSIVA
RESUMO EXPANDIDO ........................................................................................ 377
A incluso das pessoas com deficincia: breve anlise de sua ocorrncia na escola brasileira
......................................................................................................................................... 378
Roseli da Silva Ribeiro Giroto, Carlos Eduardo Candido Pereira
A incluso de crianas com necessidades especiais no contexto educacional brasileiro.
......................................................................................................................................... 384
Roseli da Silva Ribeiro Giroto, Carlos Eduardo Candido Pereira
A Incluso Escolar no Ensino Fundamental II: relato de experincia ........................ 389
Ktia Ariane da Silva
Aprendizagem de contedos Matemticos para Estudantes Pblico-Alvo da Educao
Especial: prticas de ensino do professor ..................................................................... 394
7
Janiele de Souza Santos, Manoel Osmar Seabra Junior
As mltiplas inteligncias e a didtica multissensorial como estratgia de ensino ... 400
Diego da Silva Ferreira, Moacir Pereira de Souza Filho
As Tecnologias da Informao e Comunicao como Tecnologias Assistivas na Educao
Especial e as relaes docentes: Anlise de caso ......................................................... 404
OLIVEIRA, Rafael Miranda SOUZA-LEITE,Clia Regina Vieira
Burnout em professores do ensino fundamental, em salas com insero de alunos com
deficincia ....................................................................................................................... 410
Keity Cristina Corra, Nilson Rogrio da Silva
Construo de modelos de nanotecnologia com miangas para alunos com deficincia visual
......................................................................................................................................... 415
Fernanda Bertaco da Silva, Moacir Pereira de Souza Filho, Allan Victor Ribeiro,
Stefan Thierry Bisi Faustino
Diferentes abordagens sensoriais no desenvolvimento da criana com e sem deficincia
auditiva na educao infantil ......................................................................................... 421
Thalita Cristina Prudencio de Amorim, Juliana Cristina Bomfim
Discente amigo: incluso escolar e social das pessoas com necessidades especiais . 427
Isac Neto da Silva, William Vieira de Lima, Wendison Monteiro dos Santos, Jonas
Pereira da Costa
Educao fsica. Contribuies e estratgias para socializao do aluno com tgd na sala
regular ............................................................................................................................. 431
Maria Ceclia de Andrade
EJA e o atendimento ao aluno da Educao Especial concepes histricas............. 436
Andreza Patrcia Balbino Cezrio
Estruturas e prticas da educao inclusiva de floriano/pi: um estudo etnogrfico ... 441
Jeferson Gomes de Sousa, Jos Ribamar Lopes Batista Jnior, Jamyla Ysnayla da Silva
Nunes Carvalho, Joo Marcos Messias Miranda
Formao continuada e em exerccio de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental
por meio de um MOOC para a incluso de estudantes pblico-alvo da educao especial na
escola comum. ................................................................................................................ 446
Matheus Augusto Mendes Amparo, Klaus Schlnzen Junior, Elisa Tomoe Moriya
Schlnzen
Incluso de estudantes com deficincia intelectual em escolas democrticas: desafio e
perspectivas ..................................................................................................................... 451
Julia Gomes Herado, Elisa Tomoe Moriya Schlnzen
Incluso e atuao docente numa escola pblica municipal: desafios e possibilidades456
Karlliny Martins da Silva, Vanda Moreira Machado Lima, Mariza Fortuna
Incluso: estratgias no processo de alfabetizao de estudante com paralisia cerebral462
Vitria de Paula Albuquerque, Marcela Corra Tinti, Elisa Tomoe Moriya Schlnzen,
Denise Ivana de Paula Albuquerque
Jogos como estratgia pedaggica no ensino de matemtica de jovens e adultos surdos
......................................................................................................................................... 467
Felipe Lopes da Silva Sabar Arajo, Elayne Hiromi Kanashiro Tavares, Elifas Levi
da Silva
O Papel das Tecnologias Mveis no Processo de Incluso do Estudante com Autismo:
recursos e estratgias no ensino de Geografia .............................................................. 473
8
Gisele Silva Arajo, Manoel Osmar Seabra Jnior
O ensino de acstica para alunos com deficincia auditiva: ideias preliminares para o
desenvolvimento de uma pesquisa utilizando as vibraes sonoras e os recursos visuais
......................................................................................................................................... 478
Mariana Rubira Gomes, Moacir Pereira de Souza Filho
Ensino do karat nas aulas de educao fsica: possibilidade de desenvolvimento psquico de
crianas sndrome de down ............................................................................................ 484
Rodrigo Pereira de Carvalho, Rafael Csar Ferrari dos Santos, Janaina Pereira
Duarte Bezerra
Oficinas Psicoeducacionais: Aprendizagem e Desenvolvimento Humano ................ 490
Fabiane Salomo Souza, Paula Mieco Koizumi Masuyama
O processo de colaborao e interao com os instrutores surdos para a criao de sinais para
conceitos de Fsica.......................................................................................................... 494
Jaqueline Santos Vargas e Shirley Takeco Gobara
Polticas inclusivas e acessibilidade em bibliotecas escolares .................................... 500
Fabiana Sala, Silvio Csar Nunes Milito
Prticas de letramento na educao inclusiva no municpio de floriano-pi ................. 505
Jamyla Ysnayla da Silva Nunes Carvalho, Jos Ribamar Lopes Batista Jnior, Joo
Marcos Messias Miranda, Jeferson Jeferson Gomes de Sousa
Projeto Biolibras: produo de glossrio e vdeos educativos de Biologia na Lngua Brasileira
de Sinais .......................................................................................................................... 511
Elisangela Andrade Angelo, Rafael Moretto Barros, Mayara Andressa Henrique
Cortonezi Pereira e Terezinha dos Anjos Abrantes
Rede So Paulo de Formao Docente - REDEFOR na Formao de Gestores/Professores
para a promoo da Incluso de alunos PAEE. ............................................................ 516
Jane Aparecida de Souza SANTANA, Elisa T. M. SCHLNZEN
_Toc489520822
EIXO TEMTICO - EDUCAO A DISTANCIA
ARTIGO COMPLETO .......................................................................................... 525
A espiral de aprendizagem na educao a distncia: a importncia do feedback na construo
do conhecimento ............................................................................................................. 526
Jeong Cir Deborah Zaduski , Ana Lucia Faro Carneiro de Siqueira, Denise Gregory
Trentin
A formao permanente em servio e em exerccio de formadores para a docncia virtual
......................................................................................................................................... 534
Denise Ivana de Paula Albuquerque, Klaus Schlnzen Junior , Elisa Tomoe Moriya
Schlnzen
A licenciatura em msica na modalidade a distncia: reflexes sobre o trabalho do tutor
virtual .............................................................................................................................. 543
Patrcia Lakchmi Leite Mertzig Goncalves de Oliveira, Nubia Carla Ferreira Cabau,
Maria Luisa Furlan Costa
A nota do aluno pode influenciar na avaliao institucional? ..................................... 553
dison Trombeta de Oliveira, Ndia Rubio Pirillo, Elizabete Briani Macedo Gara,
Klaus Schlnzen Junior
9
A Pedagogia dos Multiletramentos e suas contribuies para a EaD: possibilidades de uma
abordagem com o uso de tecnologias digitais .............................................................. 561
Eduardo Fofonca, Adriana Ferreira Gama e Aline Rene Benigno dos Santos
As caractersticas do Hipertexto em seu processo educativo na Educao a Distncia569
Aline Rene Benigno dos Santos, Adriana Ferreira Gama, Eduardo Fofonca
Desenvolvimento profissional docente: aspectos para a formao de professores em um
ambiente virtual aberto................................................................................................... 574
Marcela Corra Tinti, ElisaTomoe Moriya Schlnzen
Design pedaggico e espao de aprendizagem: um caso de inovao da sala de aula com
vistas implantao de metodologias ativas de aprendizagem .................................. 584
Jos Artur Teixeira Gonalves, Letcia Toni Silva
Ensino tcnico na modalidade a distncia: um retrato do atendimento e das polticas pblicas
para a educao profissional paulista ............................................................................ 594
Paulo Roberto Prado Constantino, Mrcia Regina de Oliveira Poletine
Evaso e plgio: estratgias de medio pedaggica utilizada por tutores online ..... 602
Tamara de Lima, Lorayne de Freitas Santos
Ferramentas para criao de materiais didticos digitais para um curso bsico de espanhol no
Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem Moodle ................................................ 611
Karina Letcia Jlio Pinto, Daiane Padula Paz
Formao Inicial dos futuros professores para o uso das Tecnologias da Informao e
Comunicao: grupo focal com licenciandos do leste de Minas Gerais e do sul da Bahia
......................................................................................................................................... 620
Karina Letcia Jlio Pinto, Josiane Carolina Soares Ramos do Amaral
GSuite for Education: como as ferramentas Google para Educao podem potencializar
metodologias inovadoras em sala de aula ..................................................................... 629
Luiz Ricardo Soares Ferreira, Rodolfo Henrique de Mello Caversan, Moacir Pereira
de Souza Filho
Incluso pedaggica na educao a distncia: reflexes sobre a educao para todos no ensino
superior............................................................................................................................ 636
Gabriela Alias Rios, Klaus Schlnzen Junior
Inovao no Ensino Superior: Por onde comear? ....................................................... 645
Lvia Raposo Bardy, Elisa Tomoe Moriya Schlnzen
Jogos Digitais: um reforo no entendimento de fluxogramas em processos de negcios
......................................................................................................................................... 653
Joo Cezrio Gigio Marques, Fernanda Sutkus de Oliveira Mello
Metodologia ativa: proposta interdisciplinar em busca de prticas pedaggicas inovadoras
......................................................................................................................................... 661
Mariangela Barbosa Fazano Amendola, Fernanda Sutkus de Oliveira Mello, Larissa
Crepaldi Trindade, Marcela Regina Guerrer Barrios e Renato Pandur Maria
Museu virtual na escola: uso do moodle a partir da didtica para uma pedagogia histrico-
crtica ............................................................................................................................... 670
Elton Mitio Yoshimoto, Marilu Martens Oliveira
Novos paradigmas para a educao: A modalidade virtual mudando conceitos........ 679
Carina Mendes Barboza
O desafio da acessibilidade da informao na web para a educao infantil ............. 685
Caroline de Oliveira Ferraz
10
O ensino hbrido na formao de professores .............................................................. 694
Luciana Grandini Cabreira, Marcia Josefina Beffa, Pedro Alexandre Gomes e Daniel
Fernando Matheus Gomes
O perfil do tutor virtual e a construo de identidades na modalidade EaD .............. 702
Raquel Tiemi Masuda Mareco; Maria Clia Cortez Passetti
Os Recursos Educacionais Abertos no contexto da Educao a Distncia ................ 711
Ana Paula Ambrsio Zanelato Marques, CarlaPlantier Message, Raquel
RosanChristinoGitahy, Adriana Aparecida de Lima Terariol
O uso da realidade virtual com imerso no contexto escolar: potencialidades e possibilidades
......................................................................................................................................... 721
Allan Victor Ribeiro e Moacir Pereira de Souza Filho
Plgio acadmico em ead: estudo de caso em uma universidade privada .................. 730
Rafael Medeiros Hespanhol e Patrcia de Freitas Pelozo
Planejamento de um Curso na Modalidade EAD: gesto da qualidade nas organizaes
......................................................................................................................................... 742
Joo Cezrio Gigio Marques, Fernanda Sutkus de Oliveira Mello
Produo de materiais para EAD: como se configura a originalidade no processo ... 750
Denise Maria de Paiva Bertolucci
Quem tem medo do lobo mau? A desmistificao do uso de imagens como recurso
metodolgico no ensino de Biologia ............................................................................. 759
Adriana Ferreira Gama, Aline Rene Benigno dos Santos e Eduardo Fofonca
Relato de experincia sobre a migrao de plataforma de ensino Moodle para uma soluo
personalizada .................................................................................................................. 767
Anderson Roberto Deizepe, Janaina Pereira Duarte Bezerra
Tcnicas de minerao de texto em dados educacionais para classificao de documentos na
abordagem ccs ................................................................................................................ 776
Klaus Schlnzen Junior, Rodrigo Yoshio Tamae
Tecnologias de informao e comunicao aplicadas na prtica pedaggica no curso de
pedagogia da facema ...................................................................................................... 785
Andressa Layane dos Santos Sousa, Galeno Sampaio Fernandes, e Maria Helena
Rodrigues Bezerra
Uma proposta para o ensino de fenmenos ondulatrios utilizando uma ferramenta
multimiditica ................................................................................................................. 794
Rodolfo Henrique de Mello Caversan, Moacir Pereira de Souza Filho
EIXO TEMTICO - EDUCACO A DISTNCIA
RESUMO EXPANDIDO ........................................................................................ 803
A comunicao em Tutoria na Educao Brasileira: A Contribuio dos Alunos na Ps-
graduao Lato Sensu na Modalidade Ead ................................................................... 804
NEVES, Paula Piassa
tica, alteridade e no-presencialidade na formao superior a distncia .................. 810
Amanda Pires Chaves
Incluso digital x incluso social: A importncia das Tecnologias da Comunicao e
Informao no desenvolvimento social de Eirunep-AM ........................................... 815
11
Isac Neto da Silva, William Vieira de Lima, Wendison Monteiro dos Santos, Antnio
Mateus Rodrigues Belm
Ncleo de Educao a Distncia - uma ao pedaggica e descentralizadora do Instituto
Federal do Paran ........................................................................................................... 820
Terezinha dos Anjos Abrantes, Karla Oliveira Sampaio Lanzillotta Sgorlon, Silvia
Eliane de Oliveira Basso e Elisngela Andrade Angelo
Orientao de TCC na modalidade a distncia: avaliao das prticas pelos formadores em
um curso de aperfeioamento ........................................................................................ 825
Paulo Roberto Prado Constantino, Eva Chow Belezia
Participao em fruns e os principais desafios encontrados pelos alunos: uma reviso
sistemtica ....................................................................................................................... 832
Rafael Orbolato, Loiane Maria Zengo, Lonise Caroline Zengo de Lacerda
12
EIXO TEMTICO
EDUCACO ESPECIAL E/OU INCLUSIVA ARTIGO COMPLETO
13
A ATUAO DO INTRPRETE DA LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NA
SALA DE AULA
THE PERFORMANCE OF THE INTERPRETER OF THE BRAZILIAN
SIGN LANGUAGE IN THE CLASSROOM
Fernando Lopes da Silva1, Graziella Plaa Orosco de Souza2
1Especialista em Lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS) - Centro Universitrio Leonardo da Vinci.
Discente de Graduao em Pedagogia Universidade Cruzeiro do Sul. Discente de Especializao
em Educao Especial e Inclusiva - Universidade do Oeste Paulista.
2Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional Universidade do Oeste Paulista. Especialista em
Avaliao do Ensino e da Aprendizagem Universidade do Oeste Paulista. Especialista em Lngua Brasileira de
Sinais - SOCIESC/Fundao Tupi.
Eixo Temtico 1 - Educao Inclusiva: Formao de professores de Educao Especial em uma perspectiva Inclusiva
Resumo: A aprendizagem e a forma de ensinar a Lngua Brasileira de Sinais, especialmente na escola
formal, vm sendo objeto de discusso desde que a escola deixou de ser exclusividade de uns e passou a ser inclusiva para todos. A sociedade e a escola passaram a ter uma atuao diferenciada perante o
aluno com deficincia, e a Educao Inclusiva tornou-se base para o trabalho e a tomada de decises
na perspectiva da diversidade. Considerar os direitos do aluno surdo e entender o papel da escola de
suma importncia para o sucesso de seu aprendizado. Nesta perspectiva, este trabalho busca entender a funo do intrprete de Libras na escola regular, procurando saber quais as atribuies desse
profissional e de que maneira sua atuao pode favorecer o aprendizado do aluno com surdez. Para a
elaborao desta pesquisa, foi realizado levantamento documental e estudados tericos que versam sobre o assunto. Espera-se que esta investigao possa apontar caminhos para o questionamento sobre
o papel do intrprete de Libras no espao escolar na rede formal de ensino, valorizando seu carter
mediador no processo de aprendizagem aos alunos surdos.
Palavras chave: Aprendizagem. Incluso escolar. Intrprete. Lngua Brasileira de Sinais. Cultura Surda.
Abstract: The learning and teaching of the Brazilian Sign Language, especially in the formal school, has been the subject of discussion since the school ceased to be exclusive to some and became inclusive
for all. The society and the school started to have a differentiated performance in relation to the students
with disabilities, and Inclusive Education became the basis for work and decision-making in the perspective of diversity. Considering the rights of the deaf student and understanding the role of the
school is of paramount importance for the success of their learning. In this perspective, this work seeks
to understand the function of the interpreter of Libras in the regular school, trying to know what the
attributions of this professional and in what way its performance can favor the learning of the student with deafness. For the elaboration of this research, a documentary survey and theoretical studies were
carried out that deal with the subject. It is hoped that this investigation may point out ways to question
the role of the interpreter of Libras in the school space in the formal education network, valuing its mediator character in the learning process for deaf students.
Keywords: Learning. School inclusion. Interpreter. Brazilian Language of Signals. Deaf Culture.
1 Introduo
Em razo da recente determinao de incluso de todos os alunos na rede regular de
ensino, a questo acerca das prticas metodolgicas de profissionais que recebem, em suas salas
de aula, alunos portadores de deficincia vem sendo amplamente discutida. Mudanas no
mailto:[email protected]:[email protected]
14
cotidiano de docentes e demais profissionais da rea da Educao, inclusive ao que se refere
atuao do intrprete e do professor atuante nas salas de aulas inclusivas de alunos surdos, se
tornaram necessrias para o cumprimento da legislao.
O reconhecimento da Lngua Brasileira de Sinais Libras, como lngua oficial da
comunidade surda, tornou possvel a mudana de postura perante a surdez e das necessidades
da pessoa surda. Muito se debate a consolidao da cultura surda, e vrias discusses foram
provocadas no sentido de ressaltar o potencial dessa comunidade e suas necessidades
educacionais.
Como consequncia, a pessoa surda no mais considerada ineficiente ou incapaz;
vista como pessoa que se desenvolve integralmente e que se comunica por um canal diferente
dos ouvintes. A Lngua de Sinais, uma vez entendida como lngua materna dos surdos, se tornou
o meio de instruo da pessoa surda, seja na comunidade em que se insere ou na escola que
frequenta. Assim, apesar da instruo escolar privilegiar a viso por meio do ensino da Lngua
Portuguesa escrita, a Libras precisa estar presente no cotidiano das escolas que atendem a
alunos com surdez.
Por este motivo, justifica-se a necessidade de profissionais atuantes e envolvidos com o
ensino dos surdos que, conscientes dessa especfica realidade, e que estes discutam e aprimorem
constantemente suas prticas metodolgicas, buscando outras alternativas que permitam a
pessoa surda usufruir do seu direito de aprender com igualdade em relao s pessoas ouvintes.
Neste contexto, reflete-se, portanto, a necessidade da presena do profissional intrprete
nas salas de aula das escolas regulares, pois esse profissional que ter a responsabilidade de
mediar o conhecimento, tornando-o acessvel ao aluno surdo. Esse profissional figura presente
em vrios ambientes sociais em razo da Lei de Acessibilidade (Lei n 10.098, de 19 de
Dezembro de 2000). No entanto, entende-se que no interior das escolas que a presena dele
contribui para o desenvolvimento da criana surda.
Entretanto, o trabalho destes profissionais merece reflexo. Sua atuao em sala de aula
torna-se confusa para os demais profissionais da Educao.
Neste sentido, importa abordar o assunto de maneira crtica, por meio de uma anlise
aprofundada e reflexiva sobre a atuao do tradutor/intrprete da Lngua Brasileira de Sinais -
Libras, na tentativa de se compreender de que maneira a insero deste profissional na escola
regular pode viabilizar a aprendizagem do aluno surdo. Portanto, este trabalho objetiva
conhecer e analisar o papel do interprete de alunos surdos na rede regular de ensino, e refletir
sobre a demanda destes profissionais no processo de aprendizagem da pessoa surda.
15
2 Breve histrico da Lngua Brasileira de Sinais
Segundo Pinheiro (2010), a Lngua Brasileira de Sinais Libras surgiu em 1857, no
interior do Instituto dos Surdos-Mudos, consolidado como sendo a primeira escola para surdos
no Brasil. Esta lngua resulta da juno da Lngua de Sinais Francesa com a lngua de sinais
brasileira antiga, j utilizada anteriormente pelos surdos nas diversas regies do Brasil. Libras
foi a sigla aceita pela Federao Nacional de Educao e Integrao dos Surdos de So Paulo
FENEIS para identificar a Lngua Brasileira de Sinais. No entanto, h um movimento, liderado
pelo pesquisador surdo Nelson Pimenta1, que se ope a esta nomenclatura, defendendo o uso
da sigla LSB Lngua de Sinais Brasileira, sigla que segue os padres internacionais de
denominaes das lnguas de sinais. Diferente de todos os outros idiomas conhecidos, a Libras
visual-gestual, que precisa ser falada pelo corpo, levando em considerao a expresso facial
e corporal.
Castro e Carvalho (2004, p. 23) mencionam que: [...] a Libras de fato um idioma
gestual-visual principalmente focado na memria fotogrfica, na construo de imagens no
crebro e no relacionamento entre si desses elementos visuais. Assim, as expresses corporais
so fundamentais para a comunicao em Libras.
Pinheiro (2010) afirma que a Libras se desenvolveu a partir da Lngua de Sinais
Francesa, o que indica que no uma lngua universal, cada pas possui a sua com
caractersticas e parmetros diferentes. Trata-se de uma lngua que possui composio
gramatical prpria, que exige estudo para sua compreenso por parte da pessoa ouvinte. Gesser
(2009, p. 81) aponta que:
As lnguas de sinais tambm no so mmicas ou pantomimas, pois exprimem
ideias abstratas e apresentam todas as propriedades lingusticas presentes nas
lnguas humanas orais. Ela tampouco um cdigo secreto dos surdos; no nos
expressamos pelo alfabeto manual e os significantes da lngua de sinais no so exclusivamente icnicos. Pode-se dizer que as lnguas de sinais so
autnomas e no se originaram nem dependem das lnguas orais para
existirem, mas nem por isso seus falantes deixam de incorporar termos e fazer emprstimos lingusticos em seu repertrio discursivo de uso. Como todas as
lnguas faladas, a Libras tambm varia no territrio brasileiro, apresentando
regionalismos, variedades e sotaques, de norte a sul.
1Nelson Pimenta Mestre em Estudos da Traduo e professor do Instituto Nacional de Educao de Surdos - INES. Criou, em 1999, a empresa de educao LSB Vdeo, com a misso de contribuir para o fortalecimento da
identidade e cultura surda atravs da difuso da lngua de sinais, onde alm de produzir material didtico-
pedaggico em Libras, participou de importantes criaes artsticas, culturais e cientficas na rea.
16
Portanto, semelhante ao que ocorre com a lngua falada, a Libras tambm apresenta
transformaes na lingustica, consideradas dialetos e/ou regionalismos. Assim, alm de ser
diferente de um pas para outro, esta lngua peculiar tambm apresenta regionalidades dentro
de um mesmo pas. Este fato se deve a distintas culturas e diversas influncias no cdigo de
ensino de cada pas. Castro e Carvalho (2004) afirmam que trata-se de um idioma que apresenta
como caracterstica uma estrutura gramatical prpria, contendo particularidades idiomticas e
variaes regionais, que se assemelham ao sotaque ou as grias da lngua portuguesa, que so
prprias de cada regio no Brasil (CASTRO E CARVALHO, 2004, p. 23).
Vale ressaltar que, na comunicao em Libras, os elementos importantes para garantir
uma comunicao intensa e precisa so as expresses faciais e corporais, pois por meio desses
elementos que so demonstradas as emoes, sensaes, sentimentos e oferecido o real
sentido do que se pretende comunicar.
2. 1 O papel do tradutor-intrprete como mediador da aprendizagem
Em pessoas que utilizam diferentes lnguas para se comunicar, interpretar requer
esforo cognitivo-lingustico perante a necessidade que as pessoas tm de se comunicar,
interagindo scio culturalmente. Conforme Maurcio (2010, p. 80):
No Brasil, existem pelo menos duas situaes em que a lei confere ao surdo o
direito a intrprete de Libras:
- Nos depoimentos e julgamentos de surdos (rea penal);
- No processo de incluso de educando os surdos nas classes de ensino regular
(rea educacional).
Desta forma, a atuao do intrprete consiste em processar a informao recebida na
Lngua Portuguesa (ou outra lngua oral) e fazer as escolhas lexicais, estruturais, semnticas e
pragmticas na Lngua de Sinais, procurando aproximar o mximo possvel da informao
fornecida na lngua fonte. Conforme Cenci (2015, p. 10):
Bem como as palavras (das lnguas orais), os sinais (das lnguas de sinais)
configuram-se na categoria de signos, que permitem a representao interna
do mundo externo. Eles, permitem, assim, que se lide com planejamento,
memorizao, referncia a situaes no presentes, elaborao de teorias, de
explicaes...
Assim, importa ao intrprete ter conhecimento tcnico, pois interpretar envolve
processos amplamente complexos. Por isso, a qualidade da formao do profissional intrprete
quesito relevante para a sua atuao.
Esse profissional precisa ter domnio tanto da Lngua de Sinais quanto conhecimento
da lngua falada de seu pas, e ser qualificado para o desempenho da funo e tcnicas de
17
interpretao. O papel do intrprete de Libras o de realizar a interpretao da lngua falada
para a lngua sinalizada e vice-versa. No entanto, esta ao requer, alm de conhecimento
prvio, resolver questes e limitaes constantes em sala de aula. Uma delas o fato do
professor das disciplinas curriculares formais lhe encarregar funes que no so admissveis a
ele. No obstante a isso, o prprio aluno surdo tambm age como se o intrprete fosse o
professor da disciplina. Quadros (2004, p. 60) menciona este fato, ao afirmar que:
Muitas vezes, o papel do intrprete em sala de aula acaba sendo confundido com o papel do professor. Os alunos dirigem questes diretamente ao
intrprete, comentam e travam discusses em relao aos tpicos abordados
com o intrprete e no com o professor. O prprio professor delega ao intrprete a responsabilidade de assumir o ensino dos contedos
desenvolvidos em aula ao intrprete. Muitas vezes, o professor consulta o
intrprete a respeito do desenvolvimento do aluno surdo, como sendo ele a pessoa mais indicada a dar um parecer a respeito. O intrprete, por sua vez, se
assumir todos os papis delegados por parte dos professores e alunos, acaba
sendo sobrecarregado e, tambm, acaba por confundir o seu papel dentro do
processo educacional, um papel que est sendo construdo.
A funo do intrprete assistencial ao professor, atuando como um facilitador, um
mediador no processo de ensino-aprendizagem do surdo. Souza Jnior (2010) menciona que,
para que haja concordncia entre a atuao desses profissionais, que ambos tenham
conhecimento do cdigo de tica dos intrpretes: ser imparcial, discreto em sua forma de atuar,
ter postura quanto ao local de atuao e ser fiel tanto em Libras quanto em Lngua Portuguesa.
A regncia da sala precisa estar assegurada ao professor da disciplina, responsvel por
todos os alunos, inclusive os alunos surdos. O intrprete figura como o canal de comunicao
entre o professor e o aluno surdo.
A atuao do intrprete pode garantir ao aluno surdo a construo da aprendizagem
com menores dificuldades perante a desigualdade lingustica presente em sala de aula. Portanto,
o intrprete tem um papel importante na sociedade, pois sua atuao permite a incluso social
da pessoa com surdez, promovendo, tambm, o exerccio da cidadania para o ouvinte. Por isso,
torna-se fundamental que se reflita sobre a qualidade da formao e o conhecimento antecipado
da disciplina para a qualidade da traduo de uma lngua para outra.
O papel do profissional interprete orientar e interpretar a comunicao entre colegas
surdos e ouvintes e se utilizar de diversas formas de comunicao para garantir a compreenso
de significados. Para que o trabalho do intrprete seja melhor desenvolvido, as instituies de
ensino podem elaborar e executar um projeto educacional que respeite e atenda alunos surdos,
considerando suas caractersticas culturais prprias, e que incentive o professor e demais
18
educadores a revisarem suas propostas pedaggicas de modo a contemplar as necessidades da
comunidade surda que atende.
2.2 O deficiente e seus direitos
O conceito de deficincia nasce da interrupo dos fatores biolgicos funcionais
anteriormente presentes na constituio fsica. O indivduo, em seu nascimento, desprovido da
audio no sente a necessidade do reconhecimento dos signos lingusticos por meios da
sonorizao. Para ele, o contexto emotivo da percepo de mundo trilha outros caminhos para
a resoluo dos elementos lingusticos. Neste sentido, a pessoa surda pode utilizar mecanismos
adaptativos que lhe permitam viver em sociedade.
A legislao nacional sobre o tema da deficincia no contempla ainda a questo
cultural, na qual o indivduo ouvinte poderia perceber o contexto da comunicao das
necessidades da pessoa surda. Aes pontuais nos setores educacionais, como por exemplo, a
incluso no currculo do ensino regular da disciplina Libras-Noes Bsicas, favoreceriam o
elo entre a sociedade e a comunidade surda, no sentido de promover o conhecimento e a
valorizao da cultura surda.
A Constituio Federal de 1988, em seu art. 208, inciso III, dispe sobre o:
atendimento educacional especializado aos portadores de deficincia, preferencialmente na
rede regular de ensino (BRASIL, 2006, p. 122). No entanto, nada h que verse sobre a questo
da necessidade de reconhecimento da cultura surda e suas especificaes.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBN) respalda a educao
especial, onde se verifica em seu art. 58, que: Entende-se por educao especial, para os efeitos
desta lei, a modalidade de educao escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos portadores de necessidades especiais (BRASIL, 1996, p. 19). A
educao pretendida pela LDBN/96, precisa ser realizada respeitando as condies especficas
dos alunos. Nesse sentido, a incluso que se pretende requer que a escola, consciente de sua
funo, se coloque disposio do aluno. De acordo com Fachini (2009, p. 79):
O conceito de incluso abarca as diferentes situaes que levam excluso
social e educativa de toda uma comunidade escolar. E assim, faz referncia
no somente aos alunos com necessidades educacionais especiais, mas
tambm a todos os alunos das escolas. Ao defender a integrao dos sujeitos
com necessidades educacionais especiais s escolas comuns, estabelece
tambm a participao plena deles na vida escolar e social dessa comunidade
escolar.
19
Assim, buscando melhor atendimento ao aluno surdo, a proposta escolar pode se
embasar no que se encontra disposto no artigo 59 da LDBN/96 (BRASIL, 1996, p. 19-20), que
versa sobre a maneira de atendimento a estes alunos deficientes:
Art. 59 - O sistema de ensino assegurar aos educandos com necessidades
especiais: I- Currculos, mtodos, tcnicas, recursos educativos e organizao especfica
para atender s suas necessidades;
II- Terminalidade especfica para aqueles que no possam atingir o nvel exigido para a concluso do ensino fundamental, em virtude de suas
deficincias, e acelerao pra concluir em menor tempo o programa escolar
para os super dotados; III- Professores com especializao adequada em nvel mdio ou superior,
para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular
capacitados para integrao destes educandos nas classes comuns;
IV- Educao especial para o trabalho, visando a sua efetiva integrao na vida e sociedade, inclusive condies adequadas para os quais que no
revelem capacidade de insero no trabalho competitivo, mediante a
articulao com os rgos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas reas artsticas, intelectual ou
psicomotora;
V- Acesso igualitrio aos benefcios dos programas sociais suplementares disponveis para o respectivo nvel de ensino superior.
Portanto, conforme explicitado, o aluno deficiente assegurado pela Lei em relao
qualidade de educao que ir receber. Mendes (apud GODOY, 2002, p.182) menciona que a
LDBN/96 garante tambm os apoios, e esses apoios podem ser interpretados como a classe de
apoio, classe de recursos, classe especial, garantindo inclusive a possibilidade da manuteno
das escolas especiais (GODOY, 2002, p. 182). Dito em outras palavras, a legislao vigente
ampara o aluno que precise de um atendimento educacional diferenciado.
Tambm no inciso III do art. 59 da LDBN/96 (BRASIL, 1996, p. 19), se apresenta
uma observao acerca da necessidade de que a escola tenha professores e demais profissionais
capacitados para o atendimento a estes alunos. Assim, se nota que h a necessidade de que o
professor se prepare, buscando uma capacitao especfica voltada para o ensino inclusivo e de
qualidade. Neste aspecto, o papel do intrprete pode garantir um quadro de mediao de
conhecimento sem discriminao e excluso do aluno surdo.
Em termos histricos, a maneira como a deficincia foi sendo considerada pela
sociedade implicou em situaes de averso em relao comunidade surda. No entanto,
atualmente para a comunidade surda, a surdez no consiste em deficincia, pois para quem
nasce surdo, ouvir no essencial ao seu desenvolvimento lingustico e tampouco figura-se
como garantia de plena cidadania.
20
Neste mbito, a Constituio da Repblica de 1988 (BRASIL, 2006, p. 13) garante a
igualdade como direito de toda pessoa humana. Ou seja, todos so dignos perante a lei,
independentemente de qualquer particularidade. No entanto, a isonomia, constitucionalmente
assegurada, permite tratar diferentemente os desiguais, na medida em que se busque compensar
juridicamente a desigualdade, igualando as oportunidades.
No caso da educao, considerada direito de todos, independentemente de condies
fsicas ou mentais, direito inviolvel, inalienvel e imprescritvel. No entanto, esta incluso
no prev a utilizao de prticas de ensino escolar especficas para esta ou aquela deficincia,
mas sim recursos, ferramentas que podem auxiliar os processos de ensino e aprendizagem.
Neste sentido, Costa (2006, p. 235) menciona que:
A educao do aluno com necessidades educativas pressuporia, assim, a passagem de uma pedagogia teraputica, que se centra nos dficits dos alunos,
para uma pedagogia criativamente positiva, cuja viso prospectiva, isto ,
uma pedagogia que visa ao desenvolvimento do aluno, que investe nas suas possibilidades. Assim sendo, em vez de se centrar a ateno na noo de
dficit ou leso que impede ou limita o desenvolvimento, a ateno
focalizada nas formas como o ambiente social e cultural podem mediar relaes significativas entre as pessoas com necessidades educativas especiais
e o meio, de modo que elas tenham acesso ao conhecimento e cultura.
A incluso dos portadores de deficincia, aqui inclusivamente os surdos precisa ser
cumprida devido imposio constitucional, quando se elege por base a dignidade humana Tal
modelo de educao inclusiva poder cumprir seu objetivo fundamental na construo de uma
sociedade livre, justa e solidria, que acolhe, no somente desfavorecendo aes
discriminatrias, mas promovendo medidas que evitem as discriminaes e possibilitem que a
pessoa com surdez participe efetivamente da vida social.
3 Concluso
Com a realizao desta pesquisa, tornou-se possvel verificar que a educao inclusiva,
embora ainda encontre graves entraves, passou por um processo evolutivo no qual o prprio
conceito de deficiente sofreu modificaes no decorrer da histria, alterando concepes e
valores sociais.
O discurso de igualdade de direitos e de oportunidades para todos disseminado pela
ao de muitas escolas de ensino regular, mas muito ainda pode ser ampliado em relao ao
atendimento aos alunos surdos.
Mudanas atitudinais na escola podem se constituir no melhor caminho a ser seguido
em prol dos alunos surdos, e rumo construo de uma sociedade melhor para todos. Para isso,
21
importa que os profissionais intrpretes da lngua de sinais atuem em salas de aula regulares, e
nos demais segmentos sociais, de modo a que o surdo se sinta includo de fato na sociedade
como cidado participativo.
Referncias
BALBUENO, Valdir. Lngua de sinais brasileira: libras II. So Paulo: Know how, 2010.
BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil: promulgado em 5 de outubro de
1988, com as alteraes adotadas pelas Emendas Constitucionais nos 1/1992 a 68/2011, pelo
Decreto Legislativo n 186/2008 e pelas Emendas Constitucionais de Reviso nos 1 a 6/1994.
35. ed. Braslia: Cmara dos Deputados, Edies Cmara, 2012. 454 p. (Srie textos
bsicos; n. 67). Disponvel em:
. Acesso em: 04/abr/2016.
BRASIL, Presidncia da Repblica. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurdicos. Lei n
10.098, de 19 de Dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critrios bsicos para a
promoo da acessibilidade das pessoas portadoras de deficincia ou com mobilidade
reduzida, e d outras providncias. Disponvel em:
. Acesso em: 02/mai/2016.
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional: n 9394/96.
Braslia: 1996. Disponvel em:
. Acesso em: 04/Abr/2016.
CASTRO, Alberto Rainha de; CARVALHO, Ilza Silva de. Comunicao por Lngua
Brasileira de Sinais. Distrito Federal: SENAC, 2004.
CATALDI, Carolina Lessa; FERREIRA, Eliana Lcia. Anlise das estratgias pedaggicas
de professores de Educao Fsica na perspectiva inclusiva. FIEP BULLETIN, v. 83,
Edio Especial, Artigo II, 2013. Disponvel em:
. Acesso em:
04/abr/2016.
CENCI, Adriane. A retomada da defectologia na compreenso da teoria histrico-cultural de
Vygotski. 37 Reunio Nacional da ANPEd 04 a 08 de outubro de 2015, UFSC
Florianpolis. Disponvel em: . Acesso em: 29 abr. 2017.
COSTA, Dris Anita Freire. Superando limites: a contribuio de Vygotsky para a educao
especial. Revista Psicopedagogia, v.23, n.72, So Paulo, 2006. Disponvel em:
22
.
Acesso em: 30 abr. 2017.
FACHINI, Snia Regina Victorino. Incluso socioeducacional. So Paulo: Know How,
2009.
GESSER, Audrei. Libras? Que Lngua essa?: Crenas e Preconceitos em Torno da Lngua
de Sinais e da Realidade Surda. So Paulo: Parbola Editorial, 2009.
GODOY, Hermnia Prado. Incluso de alunos portadores de deficincia no ensino regular
paulista: recomendaes internacionais e normas oficiais. So Paulo: Mackenzie, 2002.
MAURCIO, Aline Cristina Lofrese. Educao e Currculo: fundamentos e prticas
pedaggicas na educao de surdos. So Paulo: Know How, 2010.
PINHEIRO, Lucineide Machado. Lngua de sinais brasileira: libras I. So Paulo: Know
How, 2010.
QUADROS, Ronice Muller de. O Tradutor e Intrprete de Lngua Brasileira de Sinais e
Lngua Portuguesa. Braslia: Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Especial,
2005. (Programa Nacional de Apoio Educao dos Surdos).
SALLES, Helosa Maria Moreira Lima. [et al.]. Ensino de Lngua Portuguesa para Surdos.
Caminhos para a prtica pedaggica. Braslia: Ministrio da Educao. Secretaria de
Educao Especial, 2004. 2 v.-: il. (Programa Nacional de Apoio Educao dos Surdos).
SOUZA JNIOR, Jos Ednilson Gomes de. Teoria e prtica de traduo e interpretao
da lngua de sinais. So Paulo: Know How, 2010.
UNESCO. Declarao de Salamanca. Sobre Princpios, Polticas e Prticas na rea das
Necessidades Educativas Especiais. Disponvel em:
. Acesso em 05/Abr/2016.
23
A AVALIAO DO ALUNO SURDO NO ENSINO REGULAR
THE EVALUATION OF DEAF STUDENTS IN REGULAR EDUCATION
Cristiane Viana de Oliveira 1, Vera Lucia Gomes 2, Francimar Batista Silva 3
1Secretaria Municipal de Desenvolvimento de Rio Brilhante - MS
[email protected] 2 Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Aquidauana/MS
[email protected] 3 Secretaria Municipal de Educao de Campo Grande MS
Eixo Temtico: Educao Especial e/ou Inclusiva
Resumo: A presente pesquisa teve como interesse principal, entender as diferentes formas que o aluno
surdo pode ser avaliado no ensino regular. A metodologia utilizada foi a bibliogrfica utilizando autores como ANACHE (2012), LIMA(2008) e LOPES(2014). Sabemos que a avaliao pedaggica
sempre foi tema de inmeras discusses e pesquisas. Ao falarmos em avaliao de alunos com Surdez,
ento, o problema torna-se mais complicado e preocupante. Contudo, discutir a avaliao como um
processo mais complexo diante do grande nmero de alunos que se enquadram no fracasso escolar, dos mecanismos que o constituem e das possibilidades de diminuir o processo de excluso causado por
ela, torna-se fundamental para possibilitarmos o acesso e a permanncia com sucesso dos alunos com
deficincia na escola. Abordaremos autores como QUADROS (2006) que ressalta a importncia da Lngua Brasileira de Sinais e do tradutor intrprete no aprendizado do aluno surdo, tendo como foco
principal compreender as estratgias utilizadas atualmente para se avaliar um aluno surdo e
MANTOAN(2003) que aborda sucesso da aprendizagem.
Palavras chave: Surdez. Libras. Avaliao.
Abstract: The present research had as main interest, to understand the different forms that the deaf
student can be evaluated in regular education. The methodology used was the bibliographical one using authors such as ANACHE (2012), LIMA (2008) and LOPES (2014). We know that pedagogical
evaluation has always been the subject of numerous discussions and research. When we talk about
evaluation of students with Deafness, then, the problem becomes more complicated and worrying. However, discussing evaluation as a more complex process in the face of the large number of students
who fall into the school failure, the mechanisms that constitute it and the possibilities of reducing the
exclusion process caused by it, is fundamental to enable access and The successful stay of students with
disabilities in school. We will approach authors such as QUADROS (2006) who emphasize the importance of the Brazilian Sign Language and the interpreter translator in the learning of the deaf
student, whose main focus is to understand the strategies currently used to evaluate a deaf student and
MANTOAN (2003). learning. Keywords: Deafness. Libras. Evaluation.
1 INTRODUO
Quando falamos em avaliao no espao escolar, j nos deparamos com inmeros
contratempos, principalmente no que se refere ao aluno com necessidade educacional especial
- NEE. Se de uma forma geral avaliar um aluno sem nenhuma NEE, j no uma tarefa fcil
sendo tema de muitas discusses, estudos, pesquisas e questionamentos, com o aluno com
deficincia essa avaliao tende a ser feita com um olhar bem mais atento, levando em
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
24
considerao as especificidades apresentadas e toda e qualquer evoluo ao longo do processo
de aprendizagem.
A partir do direito de oportunidade de aprendizagem para todos, indispensvel garantir
a participao dos alunos com NEE em todas as atividades desenvolvidas na escola. Na
avaliao preciso buscar estratgias como identificar os recursos de acessibilidades
disponveis ou ampliar o tempo se necessrio.
Atualmente, as alternativas de aprendizagem destinadas as pessoas que com alguma
deficincia ainda se baseiam em padres normativos de conduta, e conjunto de normas que
regulam o comportamento humano. Onde o que se destaca e o que se centraliza so as
deficincias e impossibilidades do aluno, no se busca, portanto sua subjetividade e demais
caractersticas. Com o aluno surdo essa situao tambm acontece, visto a ausncia de sua
audio. Diante disso surgiu a inquietao de verificar como esses alunos esto sendo avaliados
por seus professores em sala de aula. Se esta avaliao est sendo generalizada ou se a avaliao
atende suas necessidades.
Na avaliao de aprendizagem se engloba os processos de escolarizao, bem como vida
pessoal do aluno e os recursos que foram disponibilizados para que ele venha adquirir e
desenvolver outros sentidos que no estejam apenas atrelados a sua deficincia. A avaliao de
aprendizagem no tem por objetivo apenas planejar a prtica didtica, mas para tambm
repens-la.
Avaliar, portanto ultrapassa sua funo tcnica ou instrumental, pois permanentemente
preciso que ocorra a vinculao entre aluno, escola, famlia e sociedade. Sendo assim o meu
objetivo foi entender as estratgias diferentes, apresentadas pelos autores em como avaliar um
aluno com surdez. E partindo da elencar sugestes para que esta avaliao acontea da melhor
forma possvel.
Para isso destacamos alguns aspectos importantes os quais iro nos direcionar para
uma se no melhor, mais justa avaliao, sendo eles:
destacar a importncia das adaptaes curriculares, com nfase na avaliao
da aprendizagem escolar, no processo de ensino-aprendizagem de alunos
surdos; contribuir para a reflexo da prtica avaliativa do professor em sala de
aula com o aluno surdo; repensar sobre a importncia da educao inclusiva, no combate a atitudes discriminatrias e preconceituosas, na criao de
comunidades acolhedoras e no desenvolvimento de uma sociedade inclusiva.
(BOLSANELLO, 2005, p. 35).
O objetivo desta pesquisa bibliogrfica se fundamenta em entender as diferentes
formas de avaliao do aluno surdo no ensino regular, respeitando sempre s diferenas,
25
igualdade de direitos e de participao no universo escolar de forma a garantir uma educao
de qualidade para esses alunos.
A discusso sobre a incluso educacional vem crescendo no mundo inteiro e teve incio
nos anos 90, na Conferncia Mundial de educao para Todos, ganhando foras na Conferncia
Mundial sobre Necessidades Especiais em 1994, com a Declarao de Salamanca, que
determina que todas as escolas devem acolher todas as crianas, independente de suas
limitaes fsicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingusticas ou outras.
A partir desses documentos o Brasil criou polticas pblicas para garantir o acesso ao
ensino regular e o combate ao preconceito com as crianas com deficincias
Em 2008, foi elaborada e implantada por esse Ministrio a Poltica Nacional de
Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva, estabelecendo polticas pblicas
para garantir educao de qualidade para os estudantes pblico-alvo da educao especial que
so aqueles que apresentam: deficincia, transtorno global do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotao (BRASIL, 2008).
A partir dessa Poltica, diversos programas foram implantados com o objetivo de
oportunizar igualdade de acesso e participao desses alunos na escola regular provocando
mudanas no sistema que estava posto at ento.
Entretanto, para que reais mudanas aconteam necessrio que o professor
transforme sua prtica pedaggica e seu olhar sobre esse assunto, no mais permitido tentar
se justificar com no estou preparado para trabalhar com alunos com deficincia ou no tive
formao acadmica para isso.
claro que os professores no devem assumir sozinhos o processo de incluso, esse
processo necessita da participao de todos, porm sua responsabilidade muito maior visto o
tempo que passam e o acesso direto a esses alunos.
Com os alunos surdos o a mudana deve acontecer principalmente no respeito a sua
especificidade lingustica, transmitindo o conhecimento de uma forma mais clara e
compreensvel e trabalhar com a turma toda fortalecendo o cooperativismo, a aceitao e a
participao de todos nas atividades, pois se no assim for, ele ser includo somente no espao
escolar e excludo pelos colegas por ser o diferente da turma.
2 LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS LIBRAS
26
Durante muito tempo a Lngua de Sinais foi vista como algo inadequado para a
comunicao de surdos. Aps muitas discusses e lutas, sua utilizao foi aceita pela sociedade
em respeito especificidade lingustica que apresenta.
No Brasil, a Lngua Brasileira de Sinais - Libras foi reconhecida e legitimada a partir da
Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002 e com isso seu uso pelas comunidades surdas ganha
respaldo do poder e dos servios pblicos. Essa lei gerou o Decreto n 5.626 de 22 de dezembro
de 2005, que torna obrigatrio o ensino da Libras aos estudantes dos cursos de Fonoaudiologia,
Letras, Licenciatura e Pedagogia, aos estudantes de magistrio e nos cursos de Educao
Especial.
O Decreto destaca a importncia da Educao como um todo considerar a Libras nos
processos educacionais de alunos surdos, e exige que a Lngua Portuguesa seja ensinada como
segunda lngua para os alunos surdos nos diferentes nveis de ensino por professor bilngue com
competncia para esta atividade.
Para interpretar a lngua e auxiliar a aprendizagem do aluno surdo, surge o tradutor
intrprete de Libras, que uma figura importante para que tenham acesso a lngua de instruo
que o portugus e aos contedos escolares, mas tambm para que tenham oportunidades de
insero/interao social no espao escolar. Sua funo viabilizar a comunicao entre surdos
e ouvintes, atuando no limite entre os sentidos da lngua oral (portugus) e da lngua de sinais
num processo ativo, dinmico e dialtico. Seu trabalho visa uma contribuio significativa na
melhoria do atendimento escolar e propicia o desenvolvimento e a aquisio de novos
conhecimentos de maneira apropriada.
Na sala de aula alm do professor regente utilizar recursos visuais nas aulas, a
aprendizagem e a comunicao poder ser mediada pelo tradutor intrprete de Libras, que
segundo a Lei 12.319 de 1 de setembro de 2010, o artigo 6, pargrafo II, se refere mais
especificamente s competncias do intrprete de sala de aula nos trs nveis de ensino, bem
como expe outras competncias que tem a funo de,
I - efetuar comunicao entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e
surdocegos, surdocegos e ouvintes, por meio da Libras para a lngua oral e
vice-versa; II - interpretar, em Lngua Brasileira de Sinais - Lngua
Portuguesa, as atividades didtico-pedaggicas e culturais desenvolvidas nas
instituies de ensino nos nveis fundamental, mdio e superior, de forma a
viabilizar o acesso aos contedos curriculares; III - atuar nos processos
seletivos para cursos na instituio de ensino e nos concursos pblicos; IV -
atuar no apoio acessibilidade aos servios e s atividades-fim das instituies
de ensino e reparties pblicas; e V - prestar seus servios em depoimentos
em juzo, em rgos administrativos ou policiais. (BRASIL, 2010).
27
O atendimento desse profissional essencial e indispensvel para garantir a
comunicao, participao e aprendizagem do estudante surdo em sala de aula, sendo mais um
servio que o professor poder utilizar em suas aulas.
Atualmente, a educao bilngue um direito do aluno surdo. Ao apresentarmos a libras
no devemos nos esquecer que por ela que trabalharemos a cultura e a identidade do aluno
fazendo assim, que interaja com o mundo. Vygotsky (1996) classifica o homem como um ser
sociocultural, isso implica que seu desenvolvimento se d a partir das suas relaes sociais e
para que isso acontea necessrio que tenha acesso ao menos a uma forma de comunicao,
neste caso a Libras que vista como uma mediadora entre o surdo e o mundo.
3 POR UMA AVALIAO QUE RESPEITE AS ESPECIFICIDADES DE TODOS
Sabemos que a educao inclusiva envolve a todos em todos os momentos e atividades
escolares. Muito se discute sobre a forma de avaliar quando nos referimos a educao, contudo
nem todos os profissionais que atuam na rea compreendem tal ato. E com isso acaba por no
transmitir e tambm no avaliar de uma forma produtiva.
Com o passar dos anos essa educao renovada mudou no somente os mtodos de
ensino, mas tambm as concepes diversas at ento apresentadas sobre avaliao.
Deparamo-nos com uma forma simples e eficiente de trabalhar a avaliao onde
podemos dividi-la em trs etapas fundamentais para que a mesma seja eficiente em sua
aplicao sendo elas: diagnosticar, controlar e classificar.
No tem como falarmos de aprendizagem sem destacarmos a avaliao como resultado
destas prticas que de uma forma organizada dever ser trabalhada em benefcio dos alunos. A
avaliao se faz sim necessria, porm conforme afirma Luckesi (2005),
Para que a avaliao educacional escolar assuma o seu verdadeiro papel de
instrumento dialtico de diagnostico para o crescimento, ter de se situar e
estar a servio de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformao
social e no com sua conservao. (LUCKESI, 2005, pg.42).
Para esse autor, preciso diagnosticar, avanar no desenvolvimento da ao, procurar
novas propostas que visem melhoria do ensino para que ocorram autonomia e competncia
do aluno. A avaliao deve significar mediao, dilogo e interao, onde professor e aluno
andaram juntos. necessrio transformar a concepo de avaliao deixando para trs o
autoritarismo, a seleo e a excluso, para fixarmos prticas pedaggicas empenhadas com a
transformao, contextualizao e a incluso
28
Estamos em um momento que diversas discusses e estudos esto ocorrendo,
considerando que esta avaliao vem se efetivando de uma forma aparentemente incorreta o
que nos faz estudar e buscar a melhor forma para que os alunos como NEE sejam avaliados na
sua totalidade respeitando suas especificidades. No simplesmente o ato de preencher uma
ficha, mais sim conhecer a evoluo de cada um.
Na avaliao da aprendizagem se engloba os processos de escolarizao, bem como vida
pessoal do aluno e os recursos que foram disponibilizados para que ele venha adquirir e
desenvolver outros sentidos que no esteja apenas atrelada a sua deficincia. Essa no tem por
objetivo apenas planejar a prtica didtica, mas para tambm repens-la. Contudo vemos que:
Na educao, a avaliao do desempenho escolar do aluno, por si s j um
tema complexo, quando pensamos em uma educao especializada
envolvendo o aluno surdo torna-se mais complexo ainda, pois muitos dos
mtodos avaliativos so elaborados por professores ouvintes, fazendo com
que, muitas vezes, esquea-se que a linguagem, a cultura e a forma de
obteno da aprendizagem so diferentes para o aluno surdo, no levando em
considerao as especificidades do aluno. (MAHL E RIBAS 2013, p.585).
Trazemos para o estudo a seguinte situao: uma sala de aula onde contamos com a
presena de alunos surdos, o que ocorre que esta avaliao feita em um contexto geral,
enquadrando-os no grupo maior, onde o aprendizado desse de uma forma geral no
especificado e muitas vezes atropelada por fazer parte de um todo dentro da sala de aula.
No processo de avaliao, o professor deve criar estratgias considerando que
alguns alunos podem demandar ampliao do tempo para a realizao dos
trabalhos e o uso da lngua de sinais, de textos em Braille, de informtica ou
de tecnologia assistiva como uma prtica cotidiana. (BRASIL, 2008, p.16).
Somos cobrados com a imposio do Currculo Escolar, que estabelece contedos
determinados para cada nvel. Porm tambm devese levar em considerao a forma em que
estes contedos sero avaliados, o que at os dias atuais ainda persistem em fazer uma avaliao
somativa com funo classificatria, onde se realiza ao final de um curso, perodo letivo ou
unidade de ensino e consiste em classificar os alunos de acordo com os nveis de
aproveitamento previamente estabelecidos, geralmente tendo em vista sua promoo de uma
srie para outra, ou de um grau para outro.
Ento, na avaliao do surdo o professor dever considerar sua diferena lingustica,
realiz-la de forma contnua e diria sempre com o auxlio o tradutor intrprete de Libras.
importante saber tambm que com o esse estudante com surdez,
a dificuldade de redigir em Portugus est relacionada dificuldades de
compreenso dos textos lidos (contedo semntico) e que essas dificuldades
impedem a organizao ao nvel conceitual. O aluno poder ler, mas confundir
29
o significado das palavras. Muitas vezes, s compreende o significado das
palavras de uso contnuo, o que interfere no resultado final do trabalho com
qualquer texto, mesmo o mais simples [...] (FESTA, 2011, p.2).
Assim, ao difundirmos as caractersticas, formas de aprendizagem e necessidades desses
alunos, conseguiremos atender e entender seu processo de ensino e aprendizagem, levando em
considerao que sua lngua materna a Libras, e que lngua portuguesa dever ser vista como
segunda lngua, sua avalio deve dever respeitar alguns itens,
o intrprete estar presente no momento da avaliao; a avaliao do
conhecimento utilize critrios compatveis com as caractersticas inerentes a
esses educandos; a maior relevncia seja dada ao contedo (nvel semntico),
ao aspecto cognitivo de sua linguagem, coerncia e sequncia lgica das
ideias; a forma da linguagem (nvel morfossinttico) seja avaliada com mais
flexibilidade, dando maior valor ao uso de termos da orao, como termos
essenciais, termos complementares e, por ltimo, os termos acessrios, no
sendo por demais exigente no que diz respeito ao elemento coesivo. (FESTA,
2011, p.2).
Para isso destacamos alguns aspectos importantes os quais nos direcionaro para uma
se no melhor, mais justa avaliao: ateno s formas de comunicao do sujeito em processo
de avaliao; construir instrumentos indutores apropriados para cada sujeito em avaliao;
reconhecer nas diferentes formas de expresso dos sujeitos os seus recursos psicolgicos
disponveis para que o profissional possa construir junto com eles propostas educacionais que
lhe sejam significativas e os desafiem para que transformem a transcender as atividades que os
motivaram; ateno aos diferentes espaos de interao do sujeito e, sobretudo escola, com
observncia s normas, valores sociais e culturais.
Importante tambm ressaltar o apoio do tradutor intrprete de Libras inclusive na
correo das provas, uma vez que esse profissional habilitado, servindo de apoio pedaggico
ps avaliao. A partir dos resultados possvel identificar o que o aluno no assimilou, o que
precisa ser trabalhado com maior nfase para que a aprendizagem seja utilizada no seu dia-a-
dia.
Para que seja possvel aos sujeitos envolvidos construrem novos sentidos a partir de
suas histrias de vida e da vida de seu grupo social necessrio que avaliao da aprendizagem
escolar assuma uma posio orientadora e subsidiria das aes educacionais. Ela tem uma
funo educativa e transformadora da prtica social.
4 Consideraes Finais
O objetivo dessa pesquisa foi levantar questionamentos e encontrar respostas em como
avaliar um aluno surdo no ensino regular. Pretendeu-se com isso proporcionar, de forma muito
30
sucinta, mas objetiva o que o aluno aprende, levando em considerao as especificidades de sua
lngua materna, a Libras.
Todos aprendemos, mas preciso saber como ensinar, pensando e repensando
constantemente a prtica pedaggica. A conscincia dos nossos limites confere a certeza da
capacidade de reconhecer at onde sabemos e o que podemos fazer, por fim quais meios
usaremos para nosso objetivo alcanar. Com isso, a educao inclusiva na medida em que
promove um ensino respeitoso e com significado para cada criana, favorece o
desenvolvimento da conscincia de que todos so iguais, cada qual com seus benefcios, direitos
e deveres os quais devemos respeitar e a partir deles absorvermos o que cada aluno tem de
melhor.
Como vimos o processo de aprendizagem desenvolvido com pessoas que apresentam
alguma deficincia se baseia ainda infelizmente em padres normativos de conduta, onde o que
se destaca e o que se centraliza so as deficincias e impossibilidades do aluno, no se busca,
portanto sua subjetividade e demais caractersticas.
Nas instituies de ensino, o aluno surdo deve alcanar um nvel de desempenho
adequado, compreendendo a sua singularidade lingustica e uma educao que valorize suas
capacidades e potencialidades e a importncia da Libras no processo educativo, tambm
destacamos que de suma relevncia a disposio de recursos, sejam eles humanos (tradutor
intrprete de Libras), materiais, metodolgicos ou outros, importantes para um ensino de
qualidade no espao escolar. A utilizao de recursos visuais se apresenta como algo importante
nesse processo, j que o surdo tende a fazer associaes com aquilo que v (imagem palavra
texto escrito). Alm disso, o processo de aquisio da lngua portuguesa dever ocorrer com
metodologia de segunda lngua.
Ao final compreendemos que os profissionais que atuam na educao bilngue, esto se
capacitando gradativamente e a importncia dos professores de diferentes disciplinas se
articularem para traarem estratgias que visem a diminuio do fracasso escolar devido a uma
avaliao generalizada, considerando que os surdos tem as mesmas possibilidades de
desenvolvimento que o aluno ouvinte, precisando, somente que suas NEE sejam respeitadas e
supridas.
Importante perceber que a escola nem sempre est preparada para receber esse aluno
surdo, porm como est previsto na lei, deve-se receber e propiciar condies para que se
desenvolva, incluindo sua avaliao. A avaliao deve ser acompanhada e mediada pelo
tradutor intrprete de Libras auxiliando na comunicao e nas dvidas surgidas.
31
Percebemos que o ato de avaliar uma complicada ao considerando que tem como
finalidade compreender as consequncias de um processo de ensino como um todo, bem como
de analisar as prticas de avaliaes institudas no contexto escolar e com isso chegar aos to
esperados resultados. um processo de aprendizagem que devem levar em considerao todos
os fatores envolvidos na proposta pedaggica e principalmente se est favorecendo,
beneficiando o maior interessado: o aluno.
5 REFERNCIAS
BOLSANELLO, M. A. et al. Educao especial e avaliao de aprendizagem na escola
regular; Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Bsica. - Curitiba: Ed. da UFPR,
2005.
BRASIL. Constituio de 1988. Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia.
DF: Senado, 1988.
_________Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. Lei n. 9394, 20 de dezembro
de 1996. Braslia, Ministrio da Educao, 1996.
_________ Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispe sobre a Lngua Brasileira de Sinais
LIBRAS e d outras providncias. Braslia, 2002.
_________ Lei n 12.319, de 1 de setembro de 2010. Regulamenta a profisso de Tradutor e
Intrprete da Lngua Brasileira de Sinais LIBRAS. Braslia, 2010;
_________Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Especial. Decreto n 5.626 de 22
de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispe sobre a
Lngua Brasileira de Sinais Libras. Braslia, 2005.
__________INCLUSO, Revista da Educao Especial. v.4 n 01 janeiro/junho de 2008.
Secretaria de Educao Especial MEC.
FESTA, P. Avaliao da Aprendizagem do Aluno Surdo. 2011. Disponvel em
http://comunicardicionariolibras.blogspot.com.br/2011/07/avaliacao-da-aprendizagem-do-
aluno.html. Acesso em 15 jul. 2016.
LUCKESI, C.C. Avaliao da Aprendizagem na Escolar. So Paulo - 2005, Ed. Cortez,17
Edio;
32
MAHL, E. RIBAS, V.A. Avaliao Escolar para Alunos Surdos: Entendimentos dos
Professores sobre este Processo. Londrina, 2013.
UNESCO. Declarao de Salamanca. Sobre Princpios, Polticas e Prticas na rea das
Necessidades Educativas Especiais. Disponvel em:
Acesso em: 23 dez. 2009.
33
ACESSIBILIDADE ESPACIAL EM MUSEUS: ADAPTAO E INCLUSO
SOCIAL
SPACE ACCESSIBILITY IN MUSEUMS: ADAPTATION SOCIAL AND
INCLUSION
Ktia Ariane da Silva1
1 Faculdade de Educao, Universidade Estadual de Minas Gerais UEMG
Eixo Temtico Educao Especial e/ou Inclusiva
Resumo: Este artigo apresenta um estudo sobre a acessibilidade de um Museu, de Belo Horizonte. O objetivo principal apresentar os benefcios de um ambiente acessvel para as pessoas com deficincia
visual, no perodo de lazer e fruio cultural. O recurso metodolgico utilizado teve como base o
pressuposto da pesquisa observao participante. A partir desta pesquisa os resultados propiciam a
reflexo sobre a implantao de ambientes acessveis nos museus, desde a entrada at o interior do edifcio. Ao levar em considerao o que se estabelece o desenho universal, ou seja, a concepo de um
espao fsico adaptado para o uso de todos os sujeitos. Alm de promover as prticas educativas
inclusivas de acordo com as especificidades dos sujeitos que visitam a Instituio. Portanto, conclui-se que ao favorecer e fomentar a acessibilidade nos Museus para os sujeitos cegos ou com baixa viso
tem-se a insero destes sujeitos na sociedade de forma igualitria e autnoma.
Palavras chave: Acessibilidade espacial. Museu. Incluso Social.
Abstract: This article presents a study about the accessibility of a Museum, from Belo Horizonte. The
main objective is to present the benefits of an accessible environment for the visually impaired, in the
period of leisure and cultural enjoyment. The methodological resource used was based on the presupposition of participant observation research. From this research the results allow the reflection
on the implantation of accessible environments in the museums, from the entrance to the interior of the
building. When taking into account what is established the universal design, ie the design of a phisical space adapted for the use of all subjects. In addition to promoting inclusive educational practices
according to the specificities of the subjects that visit the Institution. Therefore, it is concluded that in
favoring and promoting accessibility in Museums for blind or low-vision subjects, the inclusion of these
subjects in society in an egalitarian and autonomous manner is necessary. Keywords: Spatial accessibility. Museum. Social Inclusion.
1 Introduo
Este artigo tem como intuito discorrer sobre a acessibilidade nos espaos culturais para
as pessoas com necessidades especiais, em particular os sujeitos cegos e com baixa viso. Esta
pesquisa foi realizada no Museu de Histria Natural e Jardim Botnico - MHNJB, da
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG durante a realizao da disciplina "Prticas de
atuao Profissional", do Curso de Comunicao Assistiva, da Pontifcia Universidade Catlica
de Minas Gerais - PUC Minas.
O carter educativo dos museus apresentado no Decreto n 5.264, de 5 de novembro
de 2004, que institui o Sistema Brasileiro de Museus e d outras providncias. Em seu artigo
2, define as caractersticas das instituies museolgicas, sendo elas:
mailto:[email protected]
34
[...] II a disponibilizao de acervos e exposies ao pblico, propiciando a
ampliao do campo de construo identitria, a percepo crtica da realidade
cultural brasileira, o estmulo produo do conhecimento e produo de novas oportunidades de lazer; [...] (BRASIL, 2004).
A deficincia visual composta por dois grupos distintos no que se refere s condies
visuais, sendo estes: cegueira e baixa viso. No primeiro verificada a ausncia de viso at a
perda da capacidade de indicar projeo de luz, no segundo a viso vai desde a capacidade de
indicar projees de luz at a reduo da acuidade visual.
A Conveno sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia discorre na alnea (e) que
[...] a deficincia um conceito em evoluo e que a deficincia resulta da
interao entre pessoas com deficincia e as barreiras atitudinais que impedem
sua plena e efetiva participao na sociedade em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas. (BRASIL, 2010).
A acessibilidade pode ser caracterizada como possibilidade e condio de alcance,
percepo e entendimento para a utilizao com segurana e autonomia de edificaes, espaos,
mobilirios e equipamentos urbanos. As adaptaes devem ser implantadas atravs de rotas
acessveis, nos locais em que h um grande nmero de pessoas.
Neste sentido, vale destacar que o artigo 25, da Lei n 10098/2000 defende as
modificaes nos edifcios culturais ou de valor histrico-artstico, a fim de promover
ambientes acessveis s pessoas com necessidades especiais. Assim, a integrao desses
sujeitos, em particular aos sujeitos aqui estudados, se mostra como parte essencial no processo
de acessibilidade das edificaes de uso coletivo, uma vez que estes recursos se tornam elos
entre os sujeitos com deficincia visual e o ambiente.
A fim de responder a essas questes, os dados levantados nesta pesquisa, fornecem
subsdios para a construo de informaes referentes acessibilidade em edificaes de uso
pblico e coletivo, em particular nos Museus. Para que a autonomia e a singularidade das
pessoas com necessidades especiais possam ser promovidas.
De acordo com a Instruo Normativa n 1 de 25 de novembro de 2003, que dispe
sobre a acessibilidade aos bens culturais e imveis, discorre em seu item 1, subitem 1.1 que:
As intervenes podero ser promovidas atravs de modificaes espaciais e estruturais; pela incorporao de dispositivos sistemas e redes de informtica;
bem como pela utilizao de ajudas tcnicas e sinalizaes especficas [...].
Os resultados obtidos nessa pesquisa propiciam a reflexo sobre a implantao de
ambientes acessveis, desde a entrada at o interior do edifcio, favorecendo a fomentao da
35
acessibilidade nos museus para os sujeitos cegos ou com baixa viso. Ao levar em considerao
o que se estabelece o desenho universal, ou seja, a concepo de um espao fsico adaptado
para o uso de todos os sujeitos. Pois, os servios e instalaes que compem a sociedade devem
atender s necessidades de cada sujeito, respeitando, assim, as suas particularidades.
[...] Os esforos iniciais devem ter como objetivo construir uma cultura de
acessibilidade e a remoo de barreiras ambientais bsicas. Uma vez que o conceito de acessibilidade torna-se enraizado e, na medida em que mais
recursos se tornam disponveis, mais fcil elevar os padres e alcanar um
maior nvel de desenho universal. (SEDPcD, 2012, 117 p.)
Para Souza (2009),
Se considerarmos que os museus, atualmente, tm o desafio de repensar suas
estratgias de apresentao ao pblico, conclumos que tambm devem pensar
em novas possibilidades de mediao, diferentes das tradicionalmente realizadas, levando em conta a heterogeneidade cultural e as contradies
sociais de seu pblico [...]. (p. 113).
Devem ser previstas, junto entrada dos edifcios, condies que garantam a
acessibilidade das pessoas com deficincia visual, tais como: sinalizaes informativas,
indicativas e direcionais das reas