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SINAIS DE FUMAÇASILVIO NUNZIATO
SINA
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ZIATO
Sinais são avisos que nos ajudam a conhecer,
relembrar ou prever alguma coisa. Em toda
parte esperam ser vistos e decifrados. Identificar
o que ocultam depende de treino, experiência
e maturidade.
Qual o tempo certo de uma leitura, de uma
degustação, de um aprendizado? O que nossas
escolhas revelam sobre nós? O que os charutos
ocultam? O que as cinzas dizem sobre aquilo
que as precedeu? Neste livro o autor desperta os
sentidos e leva o leitor a decifrar o que existe por
trás dos sinais de fumaça.
S I L V I O N U N Z I A T O
S Ã O P A U L O
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SINAIS DE FUMAÇA
Coordenação editorialElissa Khoury Daher
Projeto gráfico e capaBlocco Lab
Iconografia e reportagensRevista Monet/ Acervo editora Globo
Dedico este livro a Meiry, minha esposa, companheira e
confidente, que sempre foi a primeira leitora crítica de
meus artigos. Em todas as horas dedicadas à produção dos
textos, seus comentários, incentivo, apoio e sua paciência
foram fundamentais. Sem ela, esta obra não seria o que é.
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A André Jalonetsky, então diretor de redação da revista
Monet, pelo convite e pela confiança depositada em mim.
A Alexandre Maron, editor-chefe que acompanhou cada
matéria; a Debora Federsen, pela rica iconografia; e aos
que participaram da produção da revista.
A todos os leitores de meus artigos, pelas mensagens
enviadas e pelas manifestações de carinho que recebo
ainda hoje.
AP
RE
SEN
TAÇ
ÃO
No início de 2003, nascia a revista Monet, com a programação da TV a cabo da
operadora NET. Além de apresentar a grade de programação dos canais, trazia
reportagens sobre alta gastronomia, viagens, vinhos, charutos, entre outras.
Foi nessa época que André Jalonetsky, então diretor de redação, entrou em contato comigo.
Convidou-me a escrever textos mensais para a seção “Charuto”.
A história, no entanto, começou bem antes e está intimamente ligada a um grupo de
amigos que se reunia periodicamente para degustar seus puros, em uma época em que
os charutos cubanos chegavam ao Brasil com dificuldade. Durante uma viagem à terra de
Fidel, com esses mesmos companheiros, surgiu o interesse de transformar o prazer em
negócio. O comércio internacional sempre fez parte de minha vida, então, este pareceu o
caminho natural a seguir. Diante desse contexto, senti-me apto a aceitar o convite. A data-
limite para a entrega do conteúdo era de até dez dias antes do fechamento da edição, e os
temas poderiam ser livremente escolhidos por mim. Um desafio, pois não tinha os recortes
temáticos predefinidos. Mal acabava de entregar uma matéria, já iniciava a pesquisa para
a seguinte. Entreguei-me aos artigos buscando sempre excelência. Queria atingir todo tipo
de leitor: do especialista ao leigo; do homem interessado à mulher que apenas folheava o
periódico. Para tanto, o conteúdo deveria ser convidativo: trazer curiosidades, temas variados
e títulos instigantes. Participei ativamente da produção das fotos, seja indicando o conteúdo,
seja fornecendo os objetos fotografados. Três anos intensos e prazerosos.
No total, foram 34 edições da revista, de maio de 2003 (nº 2) a março de 2006 (nº 36). As
matérias, de página dupla, juntamente com as capas das revistas, foram compiladas neste
volume. Com ele pretendo reunir um período importante de minha vida, de trabalho árduo e
recompensador. E, ao mesmo tempo, presentear aqueles que acompanharam todo o processo.
Em 2006, o foco editorial e o projeto gráfico da Monet foram reestruturados, e a seção de
charutos encerrou seu ciclo. Fica aqui a marca de sua existência.
N
SUM
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CUBANOS X BAIANOS ....................................................................................................................... 10CHARME E ELEGÂNCIA ...................................................................................................................... 12RÓTULO DE OURO .............................................................................................................................. 14MEDIDAS .............................................................................................................................................. 16OS SEGREDOS DO CORTE ................................................................................................................ 18MANUAL DE PROTEÇÃO ................................................................................................................... 20O MAIOR DOS CUBANOS .................................................................................................................. 22O LUGAR IDEAL ................................................................................................................................... 24TABACO EM LETRAS ........................................................................................................................... 26UM PRAZER TRIPLO ............................................................................................................................. 28FAVORITO DOS ASTROS .................................................................................................................... 30VESTIDO PARA FUMAR ....................................................................................................................... 32COMPANHIA PERFEITA ...................................................................................................................... 34PARA OS DIPLOMATAS ....................................................................................................................... 36AS APARÊNCIAS ENGANAM .............................................................................................................. 38A GUERRA DO EMBARGO.................................................................................................................. 40TROPA DE ELITE .................................................................................................................................. 42OLHAR, TOCAR, CHEIRAR E SABOREAR .......................................................................................... 44BONS MODOS ..................................................................................................................................... 46O NOVO CONDE DE MONTECRISTO .............................................................................................. 48PARA FRANCÊS VER ............................................................................................................................ 50DIGA-ME QUE CHARUTO FUMAS... .................................................................................................. 52O QUE É QUE O ANGELINA TEM? ................................................................................................... 54O TEMPO CERTO PARA DEGUSTAR ................................................................................................. 56SEM SINAIS DE FUMAÇA ................................................................................................................... 58O QUE AS CINZAS REVELAM ............................................................................................................. 60O TEMPO CERTO ................................................................................................................................ 62A ORIGEM DOS MAÇOS .................................................................................................................... 64O TAMANHO CONTA ......................................................................................................................... 66UMA ALTERNATIVA AOS PROIBIDOS ............................................................................................... 68DIÁRIO DOS PUROS ............................................................................................................................ 70GUIA DE VIAGEM ................................................................................................................................. 72GRANDE ANGELINA ........................................................................................................................... 74PRAZER EM DOBRO ............................................................................................................................ 76PARA TREINAR O NARIZ ..................................................................................................................... 78
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
E-MAIL: [email protected]
P rimeiro é preciso ressaltar quea tradição do charuto cubanoé proveniente de 500 anos de
cultivo, produção e manufatura, con-tra 130 anos do baiano. Levando-se em conta que o processo de pro-dução do charuto é 100% artesanale o ofício de torcedor ou tabaqueiro(pessoa que faz o charuto manual-mente) é uma herança de família,passada de pai para filho atravésdas gerações, podemos mais umavez notar o peso da tradição.
Clima, semente de qualidade esolo favorável formam a base paraprodução de um excelente charuto.Podemos dizer que nesses quesitosCuba e Bahia estão muito próximos,pois possuem climas parecidos oano todo e as sementes plantadasna Bahia foram na sua grande maio-
ria trazidas de Cuba. No solo, a ilhaleva vantagem, já que com cente-nas de anos de plantio, os elemen-tos químicos e orgânicos fundamen-tais passaram compor sua base,completando o trinômio clima, se-mente e solo com perfeição.
Em suma, para analisarmos umcharuto podemos levar em conside-ração três itens: sabor, força e aro-ma. O cubano é mais intenso, fortee encorpado, com o gosto de taba-co acima de tudo, com retrogostomarcante. Já o baiano evidencia aro-mas mais suaves tais como canela,cravo, cacau, chocolate e carame-lo. O seu retrogosto não fica tão evi-dente, mas proporciona grande pra-zer por causa da sua leveza.
As exportações de Cuba quasena sua totalidade são feitas em for-
ma de charutos (cerca de 200 mi-lhões de unidades) e uma parcelamínima em fumo como matéria-pri-ma. Mas a Bahia exporta 99% desua produção em forma de fumo:1% (algo em torno de 5 milhões deunidades) vendido no mercado in-terno e uma pequena parcela paraexportação. Como conseqüência, aqualidade fica comprometida e é fre-qüente encontrar 20% de uma cai-xa de cubanos sem condições deser fumada, fato que raramente ocor-re com nossos baianos, mesmo cus-tando até quatro vezes menos.
Como apreciador de cubanose baianos, posso concluir que oúnico fator predominante que dávantagem ao cubano é a tradição,mas com o tempo os baianos es-tarão no mesmo patamar. q
CUBANOS X BAIANOS
FOTOS: FABIANO CERCHIARI
PRODUÇÃO: DEBORA FEDDERSEN
AGRADECIMENTOS: EPICUR CIGAR CLUB
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
E-MAIL: [email protected]
P rimeiro é preciso ressaltar quea tradição do charuto cubanoé proveniente de 500 anos de
cultivo, produção e manufatura, con-tra 130 anos do baiano. Levando-se em conta que o processo de pro-dução do charuto é 100% artesanale o ofício de torcedor ou tabaqueiro(pessoa que faz o charuto manual-mente) é uma herança de família,passada de pai para filho atravésdas gerações, podemos mais umavez notar o peso da tradição.
Clima, semente de qualidade esolo favorável formam a base paraprodução de um excelente charuto.Podemos dizer que nesses quesitosCuba e Bahia estão muito próximos,pois possuem climas parecidos oano todo e as sementes plantadasna Bahia foram na sua grande maio-
ria trazidas de Cuba. No solo, a ilhaleva vantagem, já que com cente-nas de anos de plantio, os elemen-tos químicos e orgânicos fundamen-tais passaram compor sua base,completando o trinômio clima, se-mente e solo com perfeição.
Em suma, para analisarmos umcharuto podemos levar em conside-ração três itens: sabor, força e aro-ma. O cubano é mais intenso, fortee encorpado, com o gosto de taba-co acima de tudo, com retrogostomarcante. Já o baiano evidencia aro-mas mais suaves tais como canela,cravo, cacau, chocolate e carame-lo. O seu retrogosto não fica tão evi-dente, mas proporciona grande pra-zer por causa da sua leveza.
As exportações de Cuba quasena sua totalidade são feitas em for-
ma de charutos (cerca de 200 mi-lhões de unidades) e uma parcelamínima em fumo como matéria-pri-ma. Mas a Bahia exporta 99% desua produção em forma de fumo:1% (algo em torno de 5 milhões deunidades) vendido no mercado in-terno e uma pequena parcela paraexportação. Como conseqüência, aqualidade fica comprometida e é fre-qüente encontrar 20% de uma cai-xa de cubanos sem condições deser fumada, fato que raramente ocor-re com nossos baianos, mesmo cus-tando até quatro vezes menos.
Como apreciador de cubanose baianos, posso concluir que oúnico fator predominante que dávantagem ao cubano é a tradição,mas com o tempo os baianos es-tarão no mesmo patamar. q
CUBANOS X BAIANOS
FOTOS: FABIANO CERCHIARI
PRODUÇÃO: DEBORA FEDDERSEN
AGRADECIMENTOS: EPICUR CIGAR CLUB
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Todos conhecem o cli-chê: mulheres sim-plesmente não com-
binam com charutos e por-tanto não devem fumá-los.Não concordo: as mulheresdevem sim apreciar umbom charuto tais quais os homens.Os homens encaram o desejo da mu-
lher de fumar charuto como ameaça-dor, cômico e até sexy e, através dostempos, é algo que tem causado inti-midação nas mulheres. Nem sempre foiassim. Segundo o historiador JordanGoodman, em “Tobacco in History: TheCultures of Dependence”, o processode distinção sexual no consumo de cha-rutos por mulheres não existiu até o sé-culo 19. Nesse período, uma mulher aofumar um charuto estaria assumindo aprerrogativa masculina de ter prazer empúblico. O charuto era um ícone paramulheres que mostravam sensualida-de, como ciganas e atrizes.No início do século 20, iniciou-se um
trabalho publicitário encorajando as mu-lheres a fumar cigarros. Eles eram maissimples e modernos. Já os charutoseram grosseiros, comparativamente.Mas, nos últimos anos, muitas mulhe-
res estão descobrindo o prazer dos cha-rutos. Elas são educadas, bem- sucedi-das, geralmente com mais de 30 anos.O maior índice per capita de fumantesfemininas de charuto está na Europa,
em países como Dinamarca, líder ab-soluto, seguido de Holanda, França eItália –talvez porque, historicamente, aigualdade entre homem e mulher temsido regra nessas nações.Pesquisas têm apontado que muitas
mulheres fumam charuto por causa delembranças do passado. Associam abons momentos, pois era sempre quan-do entes queridos estavam relaxados etinham tempo de se dedicar a elas. Atéhoje guardam pequenos objetos emcaixas de charuto vazias da mesma ma-neira que faziam quando jovens.Na minha opinião, as mulheres devem
fumar charutos e não vem ao caso sesão longos ou curtos, fortes ou fracos.O importante é a maneira de fumar. Amulher deve levar o charuto à boca en-costando-o levemente nos lábios, as-pirar a fumaça e retorná-lo imediata-mente para uma posição de descan-so. Nunca mantê-lo na boca ou mor-dê-lo. Com a postura correta ao fu-mar um charuto, as mulheres tornam-se elegantes e sensuais, mas da for-ma errada podem passar uma apa-rência grosseira e vulgar. q
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NÃO VEM AO CASO SE SÃO LONGOS OU CURTOS, FORTES
CADA VEZ MAIS MULHERESREDESCOBREM O PRAZER DE FUMAR CHARUTOS
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OU FRACOS. O IMPORTANTE É A MANEIRA DE FUMAR.
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OS ELEITOS
CACÁ DIEGUES“DEUS É BRASILEIRO”
HECTOR BABENCO“CARANDIRU”
FERNANDO MEIRELLES“CIDADE DE DEUS”
O PÚBLICO BRASILEIROREDESCOBRE O CINEMA NACIONAL
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Todos conhecem o cli-chê: mulheres sim-plesmente não com-
binam com charutos e por-tanto não devem fumá-los.Não concordo: as mulheresdevem sim apreciar umbom charuto tais quais os homens.Os homens encaram o desejo da mu-
lher de fumar charuto como ameaça-dor, cômico e até sexy e, através dostempos, é algo que tem causado inti-midação nas mulheres. Nem sempre foiassim. Segundo o historiador JordanGoodman, em “Tobacco in History: TheCultures of Dependence”, o processode distinção sexual no consumo de cha-rutos por mulheres não existiu até o sé-culo 19. Nesse período, uma mulher aofumar um charuto estaria assumindo aprerrogativa masculina de ter prazer empúblico. O charuto era um ícone paramulheres que mostravam sensualida-de, como ciganas e atrizes.No início do século 20, iniciou-se um
trabalho publicitário encorajando as mu-lheres a fumar cigarros. Eles eram maissimples e modernos. Já os charutoseram grosseiros, comparativamente.Mas, nos últimos anos, muitas mulhe-
res estão descobrindo o prazer dos cha-rutos. Elas são educadas, bem- sucedi-das, geralmente com mais de 30 anos.O maior índice per capita de fumantesfemininas de charuto está na Europa,
em países como Dinamarca, líder ab-soluto, seguido de Holanda, França eItália –talvez porque, historicamente, aigualdade entre homem e mulher temsido regra nessas nações.Pesquisas têm apontado que muitas
mulheres fumam charuto por causa delembranças do passado. Associam abons momentos, pois era sempre quan-do entes queridos estavam relaxados etinham tempo de se dedicar a elas. Atéhoje guardam pequenos objetos emcaixas de charuto vazias da mesma ma-neira que faziam quando jovens.Na minha opinião, as mulheres devem
fumar charutos e não vem ao caso sesão longos ou curtos, fortes ou fracos.O importante é a maneira de fumar. Amulher deve levar o charuto à boca en-costando-o levemente nos lábios, as-pirar a fumaça e retorná-lo imediata-mente para uma posição de descan-so. Nunca mantê-lo na boca ou mor-dê-lo. Com a postura correta ao fu-mar um charuto, as mulheres tornam-se elegantes e sensuais, mas da for-ma errada podem passar uma apa-rência grosseira e vulgar. q
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NÃO VEM AO CASO SE SÃO LONGOS OU CURTOS, FORTES
CADA VEZ MAIS MULHERESREDESCOBREM O PRAZER DE FUMAR CHARUTOS
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OU FRACOS. O IMPORTANTE É A MANEIRA DE FUMAR.
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Aquele pequeno anel depapel decorado queenvolve a maioria dos
charutos e é conhecido comoanilha tem sua origem rodeada demistérios. Os cubanos, queencaram a história do charuto coma mesma intensidade que osamericanos acompanham obeisebol, dão crédito para ainvenção da anilha a GustaveBock, um imigrante holandês quetrabalhava na indústria decharutos em Havana, em 1830.
Cuba exportava os charutos embarris ou caixas de madeirasomente com a inscrição do nomedo fabricante e país de origem.Bock, conhecedor das práticascomerciais inescrupulosas naEuropa, ordenou que anéis depapel com sua assinatura fossemcolocados em todos os charutospara exportação, evitandofalsificações baratas. A idéia teveadesão ampla e virou padrão.
Nas versões folclóricas, a anilha
tinha funções como proteger osdedos dos fumantes contramanchas de tabaco, em particulardos cavalheiros ingleses queusavam luvas brancas emocasiões especiais nas quais ocharuto era apreciado. Tambémera atribuída à anilha a função demanter o charuto firme e enrolado,travando sua capa. Mashistoriadores cubanos defendemque um charuto feito com boasfolhas e por um bom enroladornão deixaria manchas nos dedos emuito menos se desprenderia.
Foi em 1855 que a anilhapassou a ter grande importânciacomercial, porque proporcionavauma maneira de cada fabricantefazer propaganda de seu produto.Como na época o analfabetismoera muito mais presente, os apelosde figuras, cores e desenhos erambons meios de chamar a atenção.Os motivos eram temas ligados acultura, personalidades eesportes, entre muitos.
Em 1900, quatro em cadacinco americanos fumavamcharutos e 2 bilhões de anilhasforam colocados no mercado. Comessa euforia começaram a servendidos álbuns para colecionaranilhas e foi então que surgiu avitolfilia ou a arte ou hobby decolecionar anilhas de charuto.
A questão de que o charutodeve ser fumado com ou sem aanilha é puramente pessoal. NaInglaterra, por exemplo, éconsiderado um mau hábitomostrar a marca de charuto quese está fumando, fato que já nãoocorre no resto da Europa e nosEstados Unidos.
A prática de fumar um charutocom a anilha pode parecer umaatitude esnobe. Caso a escolhaseja tirar a anilha, o maisaconselhável é fazê-lo depois dealguns minutos do charuto aceso,porque o calor propagado tornaráa goma menos adesiva, facilitandosua retirada.q
AS ANILHAS SÃO MAIS DO QUE ITENS DECORATIVOS
E TÊM POR TRÁS QUASE DOIS SÉCULOS DE HISTÓRIA
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Aquele pequeno anel depapel decorado queenvolve a maioria dos
charutos e é conhecido comoanilha tem sua origem rodeada demistérios. Os cubanos, queencaram a história do charuto coma mesma intensidade que osamericanos acompanham obeisebol, dão crédito para ainvenção da anilha a GustaveBock, um imigrante holandês quetrabalhava na indústria decharutos em Havana, em 1830.
Cuba exportava os charutos embarris ou caixas de madeirasomente com a inscrição do nomedo fabricante e país de origem.Bock, conhecedor das práticascomerciais inescrupulosas naEuropa, ordenou que anéis depapel com sua assinatura fossemcolocados em todos os charutospara exportação, evitandofalsificações baratas. A idéia teveadesão ampla e virou padrão.
Nas versões folclóricas, a anilha
tinha funções como proteger osdedos dos fumantes contramanchas de tabaco, em particulardos cavalheiros ingleses queusavam luvas brancas emocasiões especiais nas quais ocharuto era apreciado. Tambémera atribuída à anilha a função demanter o charuto firme e enrolado,travando sua capa. Mashistoriadores cubanos defendemque um charuto feito com boasfolhas e por um bom enroladornão deixaria manchas nos dedos emuito menos se desprenderia.
Foi em 1855 que a anilhapassou a ter grande importânciacomercial, porque proporcionavauma maneira de cada fabricantefazer propaganda de seu produto.Como na época o analfabetismoera muito mais presente, os apelosde figuras, cores e desenhos erambons meios de chamar a atenção.Os motivos eram temas ligados acultura, personalidades eesportes, entre muitos.
Em 1900, quatro em cadacinco americanos fumavamcharutos e 2 bilhões de anilhasforam colocados no mercado. Comessa euforia começaram a servendidos álbuns para colecionaranilhas e foi então que surgiu avitolfilia ou a arte ou hobby decolecionar anilhas de charuto.
A questão de que o charutodeve ser fumado com ou sem aanilha é puramente pessoal. NaInglaterra, por exemplo, éconsiderado um mau hábitomostrar a marca de charuto quese está fumando, fato que já nãoocorre no resto da Europa e nosEstados Unidos.
A prática de fumar um charutocom a anilha pode parecer umaatitude esnobe. Caso a escolhaseja tirar a anilha, o maisaconselhável é fazê-lo depois dealguns minutos do charuto aceso,porque o calor propagado tornaráa goma menos adesiva, facilitandosua retirada.q
AS ANILHAS SÃO MAIS DO QUE ITENS DECORATIVOS
E TÊM POR TRÁS QUASE DOIS SÉCULOS DE HISTÓRIA
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MEDIDASCOMPRIMENTO,
DIÂMETRO E
FORMATO DEFINEM
UM BOM
CHARUTOFOTO: DEBORA FEDDERSEN
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Como escolher um charuto? Qualé o melhor comprimento, diâ-metro e até formato? Qual mar-
ca e o país de origem? Capa clara ouescura? Para um fumante experien-te, só com o tempo e provando váriascombinações de todos esses fatoresmencionados pode-se definir a suapreferência. Para os fumantes ini-ciantes, devo admitir que essa não éuma decisão fácil.
Um charuto é definido pelo seu com-primento, diâmetro e formato. Esse con-junto de medidas é conhecido (em Cu-ba como referência) como vitola. Ocomprimento é medido em centíme-tros ou polegadas e o diâmetro em cen-tímetros ou 64 avos de polegada. Emsuma, o diâmetro é medido com umcalibrador de anel, ou seja, a medidaencontrada ao colocar um anel em vol-ta do charuto, da mesma forma que semede com um calibrador o dedo aocomprar uma aliança. Um Churchill,por exemplo, costuma ter 7" x 47/64avos de polegada. Quanto ao formato,os charutos podem ser retos (formatocilíndrico) ou figurados (tamanhos dife-rentes do cilíndrico ou irregulares).
Existem mais de 40 tamanhos decharutos cubanos feitos à mão e um to-tal de 80 se incluirmos os produzidos àmáquina. Os calibres dos fabricados àmão vão de 26 até charutos imensoscomo o Casa Blanca Jeroboam, comum calibre de 66 (ou seja, mais de 25mm de diâmetro). Os comprimentosvariam de 100 mm a 255 mm, como oRoyal Jamaican Downing Street.
Dentro desses limites, pode haverqualquer tipo de combinação de com-primento e calibre. Antes da 2ª Guerrafoi feito para um marajá indiano o maiorcharuto fumável já fabricado, com 457mm de comprimento e um calibre de47. Nascia o Koh-i-Noor.
A escolha do formato, tipo ou tama-nho de um charuto é pessoal. Deve serlevada em conta uma série de fatorestais como tempo para fumar, humor, lo-cal, disponibilidade financeira, hora dodia e outros. Muitas vezes um charutoque não tenha agradado em deter-minado momento deve receber no-vas chances. Se não funcionar apósalgumas tentativas, sugiro buscar out-ras opções, mas levando em contaas boas características encontradasno charuto anterior.
Sempre tenha em mente tam-bém que determinado tamanho e for-mato de uma marca não querem diz-er que serão iguais em outra. Essasmedidas são referências, mas cadafábrica utiliza o próprio critério e va-riações serão encontradas dentro deum mesmo calibre e tamanho. Lem-bre que um charuto com calibremaior é mais encorpado, com fluxomelhor e tende a ter mais sabor.Geralmente, aqueles com calibresmenores são mais leves, suaves emais indicados para iniciantes. q
A G O S T O
Monte Cristo A 47 9 1/4Double Corona 49 7 5/8Churchill 47 7Piramide/Torpedo 52 6 1/8Belicoso 52 5 1/2Corona 42 5 1/2Robusto 50 5Petit Corona 42 5Panetela 26 4 1/2Tres Petit Corona 40 4 1/2Demi Tasse 30 3 7/8
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ARMANDO NOGUEIRA ELEVA A CRÔNICA ESPORTIVAAO STATUS DE ARTE
O POETADA BOLA
O POETADA BOLA
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ARMANDO NOGUEIRA ELEVA A CRÔNICA ESPORTIVAAO STATUS DE ARTE CONTÉM O SUPERGUIA
DE PROGRAMAÇÃO NET A PARTIR DA PÁGINA 83
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
E-MAIL: [email protected]
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Como escolher um charuto? Qualé o melhor comprimento, diâ-metro e até formato? Qual mar-
ca e o país de origem? Capa clara ouescura? Para um fumante experien-te, só com o tempo e provando váriascombinações de todos esses fatoresmencionados pode-se definir a suapreferência. Para os fumantes ini-ciantes, devo admitir que essa não éuma decisão fácil.
Um charuto é definido pelo seu com-primento, diâmetro e formato. Esse con-junto de medidas é conhecido (em Cu-ba como referência) como vitola. Ocomprimento é medido em centíme-tros ou polegadas e o diâmetro em cen-tímetros ou 64 avos de polegada. Emsuma, o diâmetro é medido com umcalibrador de anel, ou seja, a medidaencontrada ao colocar um anel em vol-ta do charuto, da mesma forma que semede com um calibrador o dedo aocomprar uma aliança. Um Churchill,por exemplo, costuma ter 7" x 47/64avos de polegada. Quanto ao formato,os charutos podem ser retos (formatocilíndrico) ou figurados (tamanhos dife-rentes do cilíndrico ou irregulares).
Existem mais de 40 tamanhos decharutos cubanos feitos à mão e um to-tal de 80 se incluirmos os produzidos àmáquina. Os calibres dos fabricados àmão vão de 26 até charutos imensoscomo o Casa Blanca Jeroboam, comum calibre de 66 (ou seja, mais de 25mm de diâmetro). Os comprimentosvariam de 100 mm a 255 mm, como oRoyal Jamaican Downing Street.
Dentro desses limites, pode haverqualquer tipo de combinação de com-primento e calibre. Antes da 2ª Guerrafoi feito para um marajá indiano o maiorcharuto fumável já fabricado, com 457mm de comprimento e um calibre de47. Nascia o Koh-i-Noor.
A escolha do formato, tipo ou tama-nho de um charuto é pessoal. Deve serlevada em conta uma série de fatorestais como tempo para fumar, humor, lo-cal, disponibilidade financeira, hora dodia e outros. Muitas vezes um charutoque não tenha agradado em deter-minado momento deve receber no-vas chances. Se não funcionar apósalgumas tentativas, sugiro buscar out-ras opções, mas levando em contaas boas características encontradasno charuto anterior.
Sempre tenha em mente tam-bém que determinado tamanho e for-mato de uma marca não querem diz-er que serão iguais em outra. Essasmedidas são referências, mas cadafábrica utiliza o próprio critério e va-riações serão encontradas dentro deum mesmo calibre e tamanho. Lem-bre que um charuto com calibremaior é mais encorpado, com fluxomelhor e tende a ter mais sabor.Geralmente, aqueles com calibresmenores são mais leves, suaves emais indicados para iniciantes. q
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Monte Cristo A 47 9 1/4Double Corona 49 7 5/8Churchill 47 7Piramide/Torpedo 52 6 1/8Belicoso 52 5 1/2Corona 42 5 1/2Robusto 50 5Petit Corona 42 5Panetela 26 4 1/2Tres Petit Corona 40 4 1/2Demi Tasse 30 3 7/8
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Fumar charuto é um ritual dedegustação que tem comofinalidade proporcionar ao
apreciador muito prazer. Por esseraciocínio, tudo o que começa bemtem muito mais chance de terminara contento e é por isso que iniciaresse rito de maneira correta é im-portante. Cortar e acender um cha-ruto não é ciência nenhuma, aindamais quando respeitados algunsprocedimentos básicos que com cer-teza farão esse início de ritual ter
muito peso no processo. No entan-to, um charuto malcortado podeaquecer demais, soltar parte da fo-lha da capa ou até deixar pedaçosde tabaco nos dentes do fumante.
Os bons charutos feitos à mãovêm de fábrica com uma tampa detabaco (feita da mesma folha usa-da na capa) na ponta que se levaà boca e deve ser cortada ou perfu-rada. Esse corte deverá criar umaabertura de tamanho suficiente, demodo que se inicie um fluxo de
oxigênio e a fumaça possa trafegardentro do charuto com facilidade,mantendo-o o mais intacto possível.Há várias maneiras de fazer essaabertura e são preferências pessoaisde cada um. A seguir, vamos ana-lisar algumas alternativas.
O cortador em forma de "V" é umdos mais antigos. Sua característicaé de fazer uma abertura profundaem forma de cunha, deixando as la-terais perfeitamente arrendondadase proporcionando um bom fluxo.
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
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Geralmente, suas lâminas são pou-co afiadas, o que pode rasgar a pon-ta do charuto, arruinando assim acabeça e eliminando a sensação deponta arredondada, muito aprecia-da por alguns fumantes.
Cortadores retos ou com gui-lhotina podem ter lâmina simples(única) ou dupla. São sem dúvi-da os mais populares porque am-bos produzem cortes limpos ecausam pouco dano ao charuto.Eles cortam quase toda a cabeça,
proporcionando um fluxo agradá-vel. Alguns fumantes usam a gui-lhotina para remover o mínimo pos-sível da cabeça, uma lasca, somen-te o suficiente para expor o miolo,criar uma passagem de ar sem des-truir a tampa e mantendo a cabe-ça ligeiramente arredondada.
O corte em bala ou punção érelativamente novo no mercado efeito do cartucho de uma bala derevólver contendo uma lâmina en-rolada. A bala é inserida na cabe-
ça do charuto e, ao girar e pres-sionar levemente, retira-se umapequena quantidade de tabaco emforma de cilindro. Esse corte pro-porciona um bom fluxo de ar emantém a parte arredondada dacabeça do charuto. Não é reco-mendada para charutos com for-mato de pirâmide e pode ser umproblema se o charuto estiver li-geiramente seco, pois a menorpressão pode danificar a tampa.
Outra opção de corte reto écom uma tesoura que se parececom a de um barbeiro, com duaslâminas curvas na ponta. Suamaior vantagem é a abertura su-ficiente para cortar charutos dequalquer bitola. No entanto, é di-fícil de controlar a porção da ca-beça a ser cortada.
Acender seu charuto tambémfaz parte do ritual do prazer de fu-mar e algumas regras devem ser le-vadas em conta. Se a opção for usarfósforos, prefira sempre os de ma-deira (em especial os longos) enunca os de papelão, pois contêmenxofre nas pontas e no corpo, queajuda a mantê-los acesos, e pas-sarão resíduos químicos para o cha-ruto. Os de madeira, depois de ace-sos por algum tempo, estarão livresdessa substância. Se preferir is-queiro, opte por um a gás e nãofluido, que produz odores que po-derão impregnar o charuto e alte-rar seu paladar. Não se apavore seo charuto apagar e for preciso rea-cendê-lo, o que é perfeitamentenormal. Simplesmente, tome o cui-dado de retirar o máximo de cin-za possível e reinicie o processo. q
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Fumar charuto é um ritual dedegustação que tem comofinalidade proporcionar ao
apreciador muito prazer. Por esseraciocínio, tudo o que começa bemtem muito mais chance de terminara contento e é por isso que iniciaresse rito de maneira correta é im-portante. Cortar e acender um cha-ruto não é ciência nenhuma, aindamais quando respeitados algunsprocedimentos básicos que com cer-teza farão esse início de ritual ter
muito peso no processo. No entan-to, um charuto malcortado podeaquecer demais, soltar parte da fo-lha da capa ou até deixar pedaçosde tabaco nos dentes do fumante.
Os bons charutos feitos à mãovêm de fábrica com uma tampa detabaco (feita da mesma folha usa-da na capa) na ponta que se levaà boca e deve ser cortada ou perfu-rada. Esse corte deverá criar umaabertura de tamanho suficiente, demodo que se inicie um fluxo de
oxigênio e a fumaça possa trafegardentro do charuto com facilidade,mantendo-o o mais intacto possível.Há várias maneiras de fazer essaabertura e são preferências pessoaisde cada um. A seguir, vamos ana-lisar algumas alternativas.
O cortador em forma de "V" é umdos mais antigos. Sua característicaé de fazer uma abertura profundaem forma de cunha, deixando as la-terais perfeitamente arrendondadase proporcionando um bom fluxo.
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Geralmente, suas lâminas são pou-co afiadas, o que pode rasgar a pon-ta do charuto, arruinando assim acabeça e eliminando a sensação deponta arredondada, muito aprecia-da por alguns fumantes.
Cortadores retos ou com gui-lhotina podem ter lâmina simples(única) ou dupla. São sem dúvi-da os mais populares porque am-bos produzem cortes limpos ecausam pouco dano ao charuto.Eles cortam quase toda a cabeça,
proporcionando um fluxo agradá-vel. Alguns fumantes usam a gui-lhotina para remover o mínimo pos-sível da cabeça, uma lasca, somen-te o suficiente para expor o miolo,criar uma passagem de ar sem des-truir a tampa e mantendo a cabe-ça ligeiramente arredondada.
O corte em bala ou punção érelativamente novo no mercado efeito do cartucho de uma bala derevólver contendo uma lâmina en-rolada. A bala é inserida na cabe-
ça do charuto e, ao girar e pres-sionar levemente, retira-se umapequena quantidade de tabaco emforma de cilindro. Esse corte pro-porciona um bom fluxo de ar emantém a parte arredondada dacabeça do charuto. Não é reco-mendada para charutos com for-mato de pirâmide e pode ser umproblema se o charuto estiver li-geiramente seco, pois a menorpressão pode danificar a tampa.
Outra opção de corte reto écom uma tesoura que se parececom a de um barbeiro, com duaslâminas curvas na ponta. Suamaior vantagem é a abertura su-ficiente para cortar charutos dequalquer bitola. No entanto, é di-fícil de controlar a porção da ca-beça a ser cortada.
Acender seu charuto tambémfaz parte do ritual do prazer de fu-mar e algumas regras devem ser le-vadas em conta. Se a opção for usarfósforos, prefira sempre os de ma-deira (em especial os longos) enunca os de papelão, pois contêmenxofre nas pontas e no corpo, queajuda a mantê-los acesos, e pas-sarão resíduos químicos para o cha-ruto. Os de madeira, depois de ace-sos por algum tempo, estarão livresdessa substância. Se preferir is-queiro, opte por um a gás e nãofluido, que produz odores que po-derão impregnar o charuto e alte-rar seu paladar. Não se apavore seo charuto apagar e for preciso rea-cendê-lo, o que é perfeitamentenormal. Simplesmente, tome o cui-dado de retirar o máximo de cin-za possível e reinicie o processo. q
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MANUAL
Como todo produto natural, charutos precisam ser conservadoscuidadosamente. Eles devem ser guardados em ambientes umi-dificados e protegidos de variações de temperatura para que
suas características sejam preservadas. De preferência, no lugar maisfresco da casa, com piso frio e longe de fontes de calor, em uma tem-peratura entre 17 e 19°C e umidade entre 65 e 70%. A regra de acon-dicionamento deve ser seguida pelo apreciador que compra charutospor unidade semanalmente e por quem mantém grandes estoques.Se o charuto estiver muito seco, a fumaça ficará quente e ele queima-rá rápido e de forma desigual; se estiver úmido, será difícil acender epuxar a fumaça, causando a sensação de estar entupido.
Há maneiras simples de conservar os charutos, como usar umapequena esponja ou um pedaço de giz umedecidos (sempre comágua destilada) dentro de um saco plástico ou ainda dentro da cai-xa de cedro de fábrica, retirando uns dois charutos para abrir es-paço. Mas a melhor opção é adquirir um umidificador de madeirarevestido por dentro com cedro, que pode acondicionar de 25 a200 charutos e vem equipado com um higrômetro, usado para me-dir níveis de umidade, além de um elemento de umedecimento pa-ra armazenar água e liberar umidade. Preso na tampa, longe doscharutos, ele é removível para ser reabastecido. Não misture nacaixa diferentes marcas de charuto, pois cada uma tem a própriacaracterística. Tente separá-los com divisórias internas.
Fumar um charuto bom, mas ressecado, não é nada prazeroso.Há recuperação, embora o aroma e sabor originais nunca sejam osmesmos. O processo de hidratação tem de ser lento, pois o fumo domiolo absorve umidade mais rapidamente que a capa. Se forem ex-postos intensivamente, o miolo se expandirá, rachando a subcapa ea capa. Um dos métodos mais simples é colocar os charutos resse-cados em uma caixa de charutos aberta dentro de um saco plásti-co, que esteja parcialmente fechado, deixando uma pequena aber-tura para haver circulação de ar. Dentro do saco, coloque um copocom água ou esponja úmida. A cada três dias, vire os charutos sua-vemente um quarto de volta e acrescente água ao copo ou umede-ça a esponja se necessário. Continue esse processo por quatro se-manas e com sorte seus charutos ficarão "quase" como novos. q
PROTECAODE
O U T U B R O
Métodos de
conservação
adequados
mantêm os
aromas e
os sabores
originais dos
charutos
,˜
O sofisticado umidificador possuium higrômetro para
regular níveis de umidade
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titas 20 anosdesde os primordios ate hoje em dia´ ´
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MANUAL
Como todo produto natural, charutos precisam ser conservadoscuidadosamente. Eles devem ser guardados em ambientes umi-dificados e protegidos de variações de temperatura para que
suas características sejam preservadas. De preferência, no lugar maisfresco da casa, com piso frio e longe de fontes de calor, em uma tem-peratura entre 17 e 19°C e umidade entre 65 e 70%. A regra de acon-dicionamento deve ser seguida pelo apreciador que compra charutospor unidade semanalmente e por quem mantém grandes estoques.Se o charuto estiver muito seco, a fumaça ficará quente e ele queima-rá rápido e de forma desigual; se estiver úmido, será difícil acender epuxar a fumaça, causando a sensação de estar entupido.
Há maneiras simples de conservar os charutos, como usar umapequena esponja ou um pedaço de giz umedecidos (sempre comágua destilada) dentro de um saco plástico ou ainda dentro da cai-xa de cedro de fábrica, retirando uns dois charutos para abrir es-paço. Mas a melhor opção é adquirir um umidificador de madeirarevestido por dentro com cedro, que pode acondicionar de 25 a200 charutos e vem equipado com um higrômetro, usado para me-dir níveis de umidade, além de um elemento de umedecimento pa-ra armazenar água e liberar umidade. Preso na tampa, longe doscharutos, ele é removível para ser reabastecido. Não misture nacaixa diferentes marcas de charuto, pois cada uma tem a própriacaracterística. Tente separá-los com divisórias internas.
Fumar um charuto bom, mas ressecado, não é nada prazeroso.Há recuperação, embora o aroma e sabor originais nunca sejam osmesmos. O processo de hidratação tem de ser lento, pois o fumo domiolo absorve umidade mais rapidamente que a capa. Se forem ex-postos intensivamente, o miolo se expandirá, rachando a subcapa ea capa. Um dos métodos mais simples é colocar os charutos resse-cados em uma caixa de charutos aberta dentro de um saco plásti-co, que esteja parcialmente fechado, deixando uma pequena aber-tura para haver circulação de ar. Dentro do saco, coloque um copocom água ou esponja úmida. A cada três dias, vire os charutos sua-vemente um quarto de volta e acrescente água ao copo ou umede-ça a esponja se necessário. Continue esse processo por quatro se-manas e com sorte seus charutos ficarão "quase" como novos. q
PROTECAODE
O U T U B R O
Métodos de
conservação
adequados
mantêm os
aromas e
os sabores
originais dos
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O sofisticado umidificador possuium higrômetro para
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De vez em quando, sou questionado: qualo melhor charuto cubano que já fumou?Se a pergunta fosse quais são os dezmelhores, talvez eu pudesse dar uma
resposta mais próxima da realidade e, mesmo as-sim, não estaria sendo justo com a vasta gama deexcelentes charutos cubanos. Tudo depende dotamanho, vitola, cor da capa, potência, momen-to, local, companhia, entre outros fatores que umapreciador de puros sabe muito bem distinguir,para só depois então fazer seu julgamento e res-ponder a essa pergunta.
Recentemente, tive meu primeiro contato comum charuto cubano e confesso queachei seu formato e vitola um tanto es-tranhos: ele mede 184 mm, com umavitola de nº 57 no formato figurado, ouseja, com as duas extremidades fe-chadas. Depois de alguns momentos,mudei de idéia e percebi que aquelecharuto tinha algo de especial e nãopoderia ser analisado e encarado sim-plesmente como qualquer outro bomcubano. Eu tinha razão: após pesqui-sar sobre o assunto e degustar algunsexemplares, conclui que realmente o SalomonesPartagas é um verdadeiro puro sangue, pois elefoi concebido com o propósito de ser especial esua história justifica isso.
Em 1995, o mestre tabacalero Jorge Concep-cion Luna teve a idéia de iniciar a produção deuma pequena quantidade de Salomones para acomemoração do aniversário de 150 anos da Fá-brica de Partagas, em Havana, no ano seguinte.Nascia o Salomones I. Uma produção limitadade 8 mil unidades foi concluída pelos enrolado-res mais hábeis e graduados da fábrica, não ul-
trapassando 60 unidades/dia. Os Salomones co-memorativos foram vendidos em umidores de ma-deira, individualmente numerados, com 2 maçosde 25 unidades, ao preço de US$ 10 mil, e con-tinuam a ser vendidos por esse valor em leilõesou entre aficionados particulares.
Durante uma visita à fábrica de Partagas, es-ses Salomones foram notados por um comercian-te alemão de charutos Christopher Wolters, quequeria uma produção especial para vender na sualoja em Dusseldorf. Como esses charutos foramcriados com a finalidade de comemorar datasespeciais, o pedido foi negado. Depois de muita
negociação, ficou acordado que o pédo charuto (extremidade que se acen-de) teria que ser cortado em 10 mm.Nascia, aí, o Salomones II. Ele tinhauma extremidade cortada e media 174mm, com uma vitola de 57.
A história desse charuto já diz muitosobre a qualidade, mas o que real-mente impressiona é o seu poder dedegustação. A combinação um tantoestranha de tamanho e formato o tor-na uma raridade no complexo mun-
do de charutos. A capa de tom achocolatado cla-ro brilha devido a uma oleosidade natural que,ao mesmo tempo, exala um cheiro de tabaco damelhor qualidade. Depois de aceso, sua combus-tão é um pouco lenta devido a ponta torcida, masapós algumas baforadas, percebe-se uma explo-são resultante de uma complexa combinação desabores, gerando aquele característico retrogostodos charutos cubanos. No caso, vem com um acen-tuado gosto de baunilha. Por fim, não é um charu-to barato, custando algo em torno de US$ 30, masé um prazer que vale cada centavo.
N O V E M B R O
Trata-se deum charutocaro, mas a
força do sabore a tradiçãovalem cada
centavo
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Acima, foto do Salomones em tamanho real. O charuto cubano possui tradição e degustação marcante
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Fabricado pela primeira vez nos anos 90Salomones Partagas é um raro charuto
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De vez em quando, sou questionado: qualo melhor charuto cubano que já fumou?Se a pergunta fosse quais são os dezmelhores, talvez eu pudesse dar uma
resposta mais próxima da realidade e, mesmo as-sim, não estaria sendo justo com a vasta gama deexcelentes charutos cubanos. Tudo depende dotamanho, vitola, cor da capa, potência, momen-to, local, companhia, entre outros fatores que umapreciador de puros sabe muito bem distinguir,para só depois então fazer seu julgamento e res-ponder a essa pergunta.
Recentemente, tive meu primeiro contato comum charuto cubano e confesso queachei seu formato e vitola um tanto es-tranhos: ele mede 184 mm, com umavitola de nº 57 no formato figurado, ouseja, com as duas extremidades fe-chadas. Depois de alguns momentos,mudei de idéia e percebi que aquelecharuto tinha algo de especial e nãopoderia ser analisado e encarado sim-plesmente como qualquer outro bomcubano. Eu tinha razão: após pesqui-sar sobre o assunto e degustar algunsexemplares, conclui que realmente o SalomonesPartagas é um verdadeiro puro sangue, pois elefoi concebido com o propósito de ser especial esua história justifica isso.
Em 1995, o mestre tabacalero Jorge Concep-cion Luna teve a idéia de iniciar a produção deuma pequena quantidade de Salomones para acomemoração do aniversário de 150 anos da Fá-brica de Partagas, em Havana, no ano seguinte.Nascia o Salomones I. Uma produção limitadade 8 mil unidades foi concluída pelos enrolado-res mais hábeis e graduados da fábrica, não ul-
trapassando 60 unidades/dia. Os Salomones co-memorativos foram vendidos em umidores de ma-deira, individualmente numerados, com 2 maçosde 25 unidades, ao preço de US$ 10 mil, e con-tinuam a ser vendidos por esse valor em leilõesou entre aficionados particulares.
Durante uma visita à fábrica de Partagas, es-ses Salomones foram notados por um comercian-te alemão de charutos Christopher Wolters, quequeria uma produção especial para vender na sualoja em Dusseldorf. Como esses charutos foramcriados com a finalidade de comemorar datasespeciais, o pedido foi negado. Depois de muita
negociação, ficou acordado que o pédo charuto (extremidade que se acen-de) teria que ser cortado em 10 mm.Nascia, aí, o Salomones II. Ele tinhauma extremidade cortada e media 174mm, com uma vitola de 57.
A história desse charuto já diz muitosobre a qualidade, mas o que real-mente impressiona é o seu poder dedegustação. A combinação um tantoestranha de tamanho e formato o tor-na uma raridade no complexo mun-
do de charutos. A capa de tom achocolatado cla-ro brilha devido a uma oleosidade natural que,ao mesmo tempo, exala um cheiro de tabaco damelhor qualidade. Depois de aceso, sua combus-tão é um pouco lenta devido a ponta torcida, masapós algumas baforadas, percebe-se uma explo-são resultante de uma complexa combinação desabores, gerando aquele característico retrogostodos charutos cubanos. No caso, vem com um acen-tuado gosto de baunilha. Por fim, não é um charu-to barato, custando algo em torno de US$ 30, masé um prazer que vale cada centavo.
N O V E M B R O
Trata-se deum charutocaro, mas a
força do sabore a tradiçãovalem cada
centavo
FOTO
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Acima, foto do Salomones em tamanho real. O charuto cubano possui tradição e degustação marcante
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
E-MAIL: [email protected]
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Charuto não se fuma. Degusta-se. Por esse motivo, a compa-nhia, o tipo de bebida, refeição
e principalmente o local formam a com-binação perfeita para se apreciar umbom charuto. O degustador não se con-tenta em simplesmente cumprir seuritual na minúscula área reservada pa-ra fumantes em alguns bares e restau-rantes. Mesmo porque, na maioria de-les, existe uma placa proibindo fumarcharutos e cachimbos.
Esse é um momento especial de re-laxamento e reflexão que merece um lo-cal adequado a tal propósito. Na reali-dade, um santuário onde o degustadorpossa durante alguns minutos ou até ho-
ras (dependendo do charuto) cumprirseu ritual sem a preocupação de estaratrapalhando por causa da fumaça.
Em alguns países da Europa, no Ca-nadá e até nos EUA (onde os charutoscubanos são proibidos), existem revis-tas e guias especializados em gastrono-mia que publicam uma lista de "CigarFriendly Restaurants", ou restaurantesnos quais os degustadores de charutosão bem-vindos. Entre as diversas op-ções existentes no mercado, selecioneiabaixo algumas que gostaria de suge-rir como sendo locais que o degustadorpoderia freqüentar e os classifiquei emtrês categorias: clubes de charuto, ba-res de hotéis e restaurantes.
D E Z E M B R O
O local adequado para a degustação de charutos é um fator fundamental
O LUGARIDEAL
CLUBES DE CHARUTO
Epicur Cigar Club Av. Europa, 614 São Paulo-SP Tel. (11) 3064-2201 Contato: Antônio Vasconcelos
Varadero – Tabacaria e Lounge Bar Rua Gutemberg 150,Batel, Curitiba-PRTel. (41) 232-1200 Contato: Sr. Milton
BARES DE HOTÉIS
Hotel Grand Hyatt Upstairs BarAv. Nações Unidas, 13.301São Paulo-SPTel. (11) 6838-3207 Contato: Bruno Pegorer
RESTAURANTES:
Restaurante Sir Winston Rua Dr. Mário Ferraz, 568São Paulo-SPTel. (11) 3167-7335 Contato: Yann Corderon
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ESPECIALVITRINE COMDICAS DEPRESENTESPARA O NATAL
A SUA REVISTA
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E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
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Charuto não se fuma. Degusta-se. Por esse motivo, a compa-nhia, o tipo de bebida, refeição
e principalmente o local formam a com-binação perfeita para se apreciar umbom charuto. O degustador não se con-tenta em simplesmente cumprir seuritual na minúscula área reservada pa-ra fumantes em alguns bares e restau-rantes. Mesmo porque, na maioria de-les, existe uma placa proibindo fumarcharutos e cachimbos.
Esse é um momento especial de re-laxamento e reflexão que merece um lo-cal adequado a tal propósito. Na reali-dade, um santuário onde o degustadorpossa durante alguns minutos ou até ho-
ras (dependendo do charuto) cumprirseu ritual sem a preocupação de estaratrapalhando por causa da fumaça.
Em alguns países da Europa, no Ca-nadá e até nos EUA (onde os charutoscubanos são proibidos), existem revis-tas e guias especializados em gastrono-mia que publicam uma lista de "CigarFriendly Restaurants", ou restaurantesnos quais os degustadores de charutosão bem-vindos. Entre as diversas op-ções existentes no mercado, selecioneiabaixo algumas que gostaria de suge-rir como sendo locais que o degustadorpoderia freqüentar e os classifiquei emtrês categorias: clubes de charuto, ba-res de hotéis e restaurantes.
D E Z E M B R O
O local adequado para a degustação de charutos é um fator fundamental
O LUGARIDEAL
CLUBES DE CHARUTO
Epicur Cigar Club Av. Europa, 614 São Paulo-SP Tel. (11) 3064-2201 Contato: Antônio Vasconcelos
Varadero – Tabacaria e Lounge Bar Rua Gutemberg 150,Batel, Curitiba-PRTel. (41) 232-1200 Contato: Sr. Milton
BARES DE HOTÉIS
Hotel Grand Hyatt Upstairs BarAv. Nações Unidas, 13.301São Paulo-SPTel. (11) 6838-3207 Contato: Bruno Pegorer
RESTAURANTES:
Restaurante Sir Winston Rua Dr. Mário Ferraz, 568São Paulo-SPTel. (11) 3167-7335 Contato: Yann Corderon
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
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Há muitos anos que fumar charuto é sinôni-mo de prazer, satisfação e relaxamento, as-sim como degustar um bom vinho e preparar
uma boa refeição. Com o passar do tempo, a cu-riosidade e a necessidade de adquirir cada vez maisinformações sobre aquilo que nos dispusemos afazer vão aumentando e é natural querer se apro-fundar mais no assunto.
Essa busca frenética do prazer e satisfação pelocharuto, vinho ou culinária só é possível por meioda pesquisa e da busca de informações, tornandoa aplicação prática muito mais eficaz.
Fumar charuto está na moda e as opções no mer-cado são inúmeras, deixando o apreciador inicianteconfuso na hora da escolha não só do charuto, mastambém de como deverá proceder em relação a to-do o ritual que se segue. À medida que o tempo vaipassando e vai-se adquirindo mais intimidade como ritual, a insegurança inicial se transforma em ex-periência e surge então a necessidade por mais in-formação, porque nos tornamos agora apreciadoresexperientes. O prazer de apreciar um charuto é muitomaior no momento em que passamos a conhecerdetalhes de sua origem, modo de fabricação desdea semente do tabaco até o produto final e que aatenção e técnica envolvidas na confecção de umbom produto interferem em seu sabor e qualidade.
A pesquisa e a busca por novas informações setornam um processo natural para aprimorarmos nos-sos conhecimentos e conseguirmos traduzir isso emprazer ao fumar nosso charuto. Ao lado, confira al-gumas fontes bibliográficas que poderão ajudar nesseprocesso de aprendizagem e fazer com que o apre-ciador fique mais íntimo de seu puro charuto. q
The Good Cigar H. Paul Jeffers and
Kevin Gordon Broadway Books
The Ultimate Cigar Book Richard Carleton Hacker Autumngold Publishing
O Livro do Charuto Carlos Eduardo Barretti e
Marcello Borges Editora Empyreus
O mais Completo Guia sobre Charutos
Tad Gage Editora Mandarim
Nat Shermann´s Passion for Cigars
Joel Shermann Andrews and McMeel
EM LETRASTABACO
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“JOGO DE ESPIÕES”,COM BRAD PITT, NOTELECINE PREMIUM
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UM ENCONTRO COM O ASTRO DE “MINORITY REPORT”
E “O ÚLTIMO SAMURAI”
TOM CRUISE
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Há muitos anos que fumar charuto é sinôni-mo de prazer, satisfação e relaxamento, as-sim como degustar um bom vinho e preparar
uma boa refeição. Com o passar do tempo, a cu-riosidade e a necessidade de adquirir cada vez maisinformações sobre aquilo que nos dispusemos afazer vão aumentando e é natural querer se apro-fundar mais no assunto.
Essa busca frenética do prazer e satisfação pelocharuto, vinho ou culinária só é possível por meioda pesquisa e da busca de informações, tornandoa aplicação prática muito mais eficaz.
Fumar charuto está na moda e as opções no mer-cado são inúmeras, deixando o apreciador inicianteconfuso na hora da escolha não só do charuto, mastambém de como deverá proceder em relação a to-do o ritual que se segue. À medida que o tempo vaipassando e vai-se adquirindo mais intimidade como ritual, a insegurança inicial se transforma em ex-periência e surge então a necessidade por mais in-formação, porque nos tornamos agora apreciadoresexperientes. O prazer de apreciar um charuto é muitomaior no momento em que passamos a conhecerdetalhes de sua origem, modo de fabricação desdea semente do tabaco até o produto final e que aatenção e técnica envolvidas na confecção de umbom produto interferem em seu sabor e qualidade.
A pesquisa e a busca por novas informações setornam um processo natural para aprimorarmos nos-sos conhecimentos e conseguirmos traduzir isso emprazer ao fumar nosso charuto. Ao lado, confira al-gumas fontes bibliográficas que poderão ajudar nesseprocesso de aprendizagem e fazer com que o apre-ciador fique mais íntimo de seu puro charuto. q
The Good Cigar H. Paul Jeffers and
Kevin Gordon Broadway Books
The Ultimate Cigar Book Richard Carleton Hacker Autumngold Publishing
O Livro do Charuto Carlos Eduardo Barretti e
Marcello Borges Editora Empyreus
O mais Completo Guia sobre Charutos
Tad Gage Editora Mandarim
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Joel Shermann Andrews and McMeel
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UM PRAZER
Àprimeira vista nãoé um charuto queimpressiona. Ao
contrário, causa até algu-ma estranheza e dúvidade como fumá-lo. Sãotrês charutos unidos eapertados de forma tor-cida e amarrados nassuas duas extremidadespor uma fita ou barban-te de sisal para mantê-losjuntos. Culebras, cobras em espanhol,nome sugestivo que traduz figurati-vamente sua aparência.
Ele apareceu inicialmente nas Filipi-nas, em meados do século 19, comouma invenção da indústria tabaqueiralocal. O Culebras foi concebido inicial-mente como forma de embalagem enão como uma bitola ou sugestão deum tamanho novo e diferente. Aos pou-cos, espalhou-se por indústrias taba-queiras de outros países.
Os Culebras foram levados pouco asério em Cuba e uma quantidade re-duzida foi produzida nos períodos prée pós-revolução. H.Upmann, Romeo yJulieta e Partagas eram as únicas mar-cas que os fabricavam e tais exempla-res são considerados muito raros hojeem dia. No fim de 2000, a fábrica dePartagas reiniciou sua produção em
quantidades considerá-veis e, que se tenha notí-cia, é a única marca nomercado ainda hoje. Oscubanos têm a própriaversão de Culebras quesão os maços de Cabinetscom 25 e 50 unidades.São Culebras gigantessem ser torcidos.
Esses charutos foramfeitos para ser fumados
um de cada vez, mas você pode apre-ciar os três juntos. Em "Guia Epicur deHabano", por José Ilario, seu comen-tário sobre o Culebras Partagás de-screve as qualidades do charuto: "Nãose preocupe que eles estejam unidose de forma torcida, você ficará surpre-so com seu excelente fluxo e combus-tão. O mais arrojado poderá até fumaros três ao mesmo tempo."
Na minha opinião, o Culebras não éum charuto para se fumar todos os dias,mesmo porque ele não foi concebidopara ter corpo e alma marcantes. Achoque vale a pena ter alguns exempla-res à disposição porque são divertidosde fumar e com certeza causarão cu-riosidade. E, afinal de contas, nossoobjetivo ao fumar com moderação na-da mais é do que obter momentos dediversão e descontração. q FO
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ELE SURGIU NAS FILIPINAS
EM MEADOS DO SÉCULO 19 E SE ESPALHOU PELO MUNDO
TRIPLO
Os três Culebras podem serfumadosindividualmenteou juntos de uma só vez
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“24 HORAS”,O TERCEIRO DIA,ESTRÉIA NA FOX
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UM PRAZER
Àprimeira vista nãoé um charuto queimpressiona. Ao
contrário, causa até algu-ma estranheza e dúvidade como fumá-lo. Sãotrês charutos unidos eapertados de forma tor-cida e amarrados nassuas duas extremidadespor uma fita ou barban-te de sisal para mantê-losjuntos. Culebras, cobras em espanhol,nome sugestivo que traduz figurati-vamente sua aparência.
Ele apareceu inicialmente nas Filipi-nas, em meados do século 19, comouma invenção da indústria tabaqueiralocal. O Culebras foi concebido inicial-mente como forma de embalagem enão como uma bitola ou sugestão deum tamanho novo e diferente. Aos pou-cos, espalhou-se por indústrias taba-queiras de outros países.
Os Culebras foram levados pouco asério em Cuba e uma quantidade re-duzida foi produzida nos períodos prée pós-revolução. H.Upmann, Romeo yJulieta e Partagas eram as únicas mar-cas que os fabricavam e tais exempla-res são considerados muito raros hojeem dia. No fim de 2000, a fábrica dePartagas reiniciou sua produção em
quantidades considerá-veis e, que se tenha notí-cia, é a única marca nomercado ainda hoje. Oscubanos têm a própriaversão de Culebras quesão os maços de Cabinetscom 25 e 50 unidades.São Culebras gigantessem ser torcidos.
Esses charutos foramfeitos para ser fumados
um de cada vez, mas você pode apre-ciar os três juntos. Em "Guia Epicur deHabano", por José Ilario, seu comen-tário sobre o Culebras Partagás de-screve as qualidades do charuto: "Nãose preocupe que eles estejam unidose de forma torcida, você ficará surpre-so com seu excelente fluxo e combus-tão. O mais arrojado poderá até fumaros três ao mesmo tempo."
Na minha opinião, o Culebras não éum charuto para se fumar todos os dias,mesmo porque ele não foi concebidopara ter corpo e alma marcantes. Achoque vale a pena ter alguns exempla-res à disposição porque são divertidosde fumar e com certeza causarão cu-riosidade. E, afinal de contas, nossoobjetivo ao fumar com moderação na-da mais é do que obter momentos dediversão e descontração. q FO
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ELE SURGIU NAS FILIPINAS
EM MEADOS DO SÉCULO 19 E SE ESPALHOU PELO MUNDO
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Normalmente se asso-cia fumar charutos acelebridades ricas e
famosas. Não é uma regra,mas é comum. Essas pes-soas estão sempre com suasagendas superlotadas e ra-ramente reservam um tem-po para si mesmas. Então,quando conseguem, tentamtirar o máximo de proveitodesses momentos. Imaginoque esse seja um dos motivos pelos quaissempre podemos ver na mídia essas ce-lebridades empunhando um charuto.
Demi Moore, sexy e glamourosa, fumacharutos há quase 15 anos e prefere oscubanos Montecristo Joyitas. Porém, op-ta ocasionalmente pelos Cohibas Panate-la e os Torpedos Monte Cristo No 2. ArnoldSchwarzenegger, talvez o mais conhecidoator de filmes de ação em todo o mundoe atual governador da Califórnia, é outrogrande fã de charutos. Sua preferência sãoos Cohibas e Partagas Punch Punch, mastambém não deixa de mencionar o Hoyode Monterrey Double Corona como partede seu estoque pessoal. Ele possui humi-dificadores de charutos por toda a partede suas casas, trailer de trabalho, escritó-rio e distribui aos amigos com orgulho Co-hibas Esplêndidos com sua marca "Arnold
S" nas anilhas. Já o irlandêsPierce Brosnan, o simpáti-co e sedutor agente 007 dostempos modernos, encon-tra na pintura seus momen-tos de relaxamento e refle-xão. Mas tintas e pincéis nãocompletam o quadro – eletambém precisa degustarao mesmo tempo um cha-ruto cubano El Rey del Mun-do, sua marca predileta.
O costume de fumar charutos por pes-soas famosas é secular. Napoleão Bona-parte, o imperador francês, é tido comoresponsável pela propagação na Grã-Bre-tanha e França do hábito de fumar cha-rutos quando lutou na Espanha e adqui-riu gosto pelo produto. Sir Winston Chur-chill, grande líder de guerra inglês, fu-mou durante seus 90 anos de vida pertode 250 mil charutos. Sua preferênciaquase sempre eram os Double Coronasde capa escura, que costumava fumarpela metade. John F. Kennedy impôs em-bargo comercial a Cuba em 1962, banin-do a entrada de todos os produtos cu-banos nos Estados Unidos. Mas o decre-to só foi assinado oficialmente depoisque seu secretário de imprensa, PierreSalinger, assegurou um estoque de 1.200Petit Upmanns para ele.q
Atores e
políticos estão
entre os
apreciadores
de charutos
CINEMA, PREFERE OS CUBANOS EL REY DEL MUNDO
ASTROSFAVORITO DOS
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MONET MARÇO 2004NÚMERO 12
A SUA REVISTA
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CONFIRA O “CINE CONHECIMENTO”,NO CANAL FUTURA
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Normalmente se asso-cia fumar charutos acelebridades ricas e
famosas. Não é uma regra,mas é comum. Essas pes-soas estão sempre com suasagendas superlotadas e ra-ramente reservam um tem-po para si mesmas. Então,quando conseguem, tentamtirar o máximo de proveitodesses momentos. Imaginoque esse seja um dos motivos pelos quaissempre podemos ver na mídia essas ce-lebridades empunhando um charuto.
Demi Moore, sexy e glamourosa, fumacharutos há quase 15 anos e prefere oscubanos Montecristo Joyitas. Porém, op-ta ocasionalmente pelos Cohibas Panate-la e os Torpedos Monte Cristo No 2. ArnoldSchwarzenegger, talvez o mais conhecidoator de filmes de ação em todo o mundoe atual governador da Califórnia, é outrogrande fã de charutos. Sua preferência sãoos Cohibas e Partagas Punch Punch, mastambém não deixa de mencionar o Hoyode Monterrey Double Corona como partede seu estoque pessoal. Ele possui humi-dificadores de charutos por toda a partede suas casas, trailer de trabalho, escritó-rio e distribui aos amigos com orgulho Co-hibas Esplêndidos com sua marca "Arnold
S" nas anilhas. Já o irlandêsPierce Brosnan, o simpáti-co e sedutor agente 007 dostempos modernos, encon-tra na pintura seus momen-tos de relaxamento e refle-xão. Mas tintas e pincéis nãocompletam o quadro – eletambém precisa degustarao mesmo tempo um cha-ruto cubano El Rey del Mun-do, sua marca predileta.
O costume de fumar charutos por pes-soas famosas é secular. Napoleão Bona-parte, o imperador francês, é tido comoresponsável pela propagação na Grã-Bre-tanha e França do hábito de fumar cha-rutos quando lutou na Espanha e adqui-riu gosto pelo produto. Sir Winston Chur-chill, grande líder de guerra inglês, fu-mou durante seus 90 anos de vida pertode 250 mil charutos. Sua preferênciaquase sempre eram os Double Coronasde capa escura, que costumava fumarpela metade. John F. Kennedy impôs em-bargo comercial a Cuba em 1962, banin-do a entrada de todos os produtos cu-banos nos Estados Unidos. Mas o decre-to só foi assinado oficialmente depoisque seu secretário de imprensa, PierreSalinger, assegurou um estoque de 1.200Petit Upmanns para ele.q
Atores e
políticos estão
entre os
apreciadores
de charutos
CINEMA, PREFERE OS CUBANOS EL REY DEL MUNDO
ASTROSFAVORITO DOS
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O ator dos anos30 e 40, WilliamPowell, esbanjaelegância aotrajar smokingjacket
O SECULAR SMOKING JACKET PROTEGE AS
ROUPAS DO FORTE ODOR DA FUMAÇA DOS
CHARUTOS E É SÍMBOLO DE ELEGÂNCIA
No início do século 17, quandoo comércio entre a Europa e oOriente era praticado com
grande intensidade, alguns produtospassaram logo a gerar grandes riquezas,trazendo consigo o luxo e o glamour.Tabaco, café, chocolate, sedas e espe-ciarias influenciaram os hábitos de ves-timenta, comportamento social e até a-limentar de pessoas em toda a Europa.
Em meados do século 18, especial-mente na França e Inglaterra (na época,uma referência de boas maneiras), ohábito de fumar charutos se espalhouentre os cavalheiros locais, tanto que nostrens existiam vagões próprios para apre-ciar charutos; e nos clubes e hotéis, salas.Nas residências de pessoas mais abas-tadas, entre os inúmeros cômodos, eraquase obrigatório que um deles fosseuma sala para fumar charutos.
Esse hábito estava tão presente nodia-a-dia dos cavalheiros locais que pas-sou a influenciar também a maneira deeles se trajarem, pois surgia a necessi-dade de uma vestimenta própria paraproteger suas roupas do odor da fumaçados charutos. Foi quando surgiu noséculo 19 na França o le smoking e naInglaterra o smoking jacket, desenhadoespecialmente para resguardar as vestesdurante jantares da alta sociedade.
Após um jantar entre amigos a an-fitriã se retira da mesa e as outras se-nhoras se despediam de seus maridos.Todos os homens então trocavam seus
blazers ou paletós pelos smoking jack-ets e se dirigiam à sala de fumar charu-to, onde iriam degustar um conhaqueou brandy, fumar e falar de política.
O smoking jacket, ou jaqueta de fu-mar, tinha a aparência de um "robe dechambre", normalmente feito de velu-do, cashmere ou seda, delineado comcores brilhantes e ornamentado comgrandes botões. As lapelas eram largas,ocasionalmente combinando com umafaixa do mesmo tecido em volta dasmangas. Uma camisa social branca erausada por baixo, sempre com uma gra-vata borboleta ou echarpe. A calça sem-pre preta, azul-marinho ou cinza-escu-ra com sapatos de amarrar ou enfiar pre-tos, em ocasiões mais sociais, ou maisintimamente, chinelos persas de seda.
Era comum um cavalheiro ter um re-trato pintado usando um smoking jack-et. Existia até, para completar o traje, o"smoking cap" ou "boné de fumar", usa-do para proteger os cabelos dos fumantesde charuto. Era muito comum uma jovemdonzela presentear seu namorado comum desses bordado à mão.
Nos dias de hoje aqui no Brasil nosreferimos ao traje a rigor como smok-ing, nos Estados Unidos como tuxedoe na França e todos os países quefalam a língua francesa como le smok-ing. Esse traje tem suas origens nosmoking jacket e no fato de que o seuuso deva estar associado a uma situ-ação em que elegância e requinte es-tão presentes e marcantes. qPA
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E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
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O ator dos anos30 e 40, WilliamPowell, esbanjaelegância aotrajar smokingjacket
O SECULAR SMOKING JACKET PROTEGE AS
ROUPAS DO FORTE ODOR DA FUMAÇA DOS
CHARUTOS E É SÍMBOLO DE ELEGÂNCIA
No início do século 17, quandoo comércio entre a Europa e oOriente era praticado com
grande intensidade, alguns produtospassaram logo a gerar grandes riquezas,trazendo consigo o luxo e o glamour.Tabaco, café, chocolate, sedas e espe-ciarias influenciaram os hábitos de ves-timenta, comportamento social e até a-limentar de pessoas em toda a Europa.
Em meados do século 18, especial-mente na França e Inglaterra (na época,uma referência de boas maneiras), ohábito de fumar charutos se espalhouentre os cavalheiros locais, tanto que nostrens existiam vagões próprios para apre-ciar charutos; e nos clubes e hotéis, salas.Nas residências de pessoas mais abas-tadas, entre os inúmeros cômodos, eraquase obrigatório que um deles fosseuma sala para fumar charutos.
Esse hábito estava tão presente nodia-a-dia dos cavalheiros locais que pas-sou a influenciar também a maneira deeles se trajarem, pois surgia a necessi-dade de uma vestimenta própria paraproteger suas roupas do odor da fumaçados charutos. Foi quando surgiu noséculo 19 na França o le smoking e naInglaterra o smoking jacket, desenhadoespecialmente para resguardar as vestesdurante jantares da alta sociedade.
Após um jantar entre amigos a an-fitriã se retira da mesa e as outras se-nhoras se despediam de seus maridos.Todos os homens então trocavam seus
blazers ou paletós pelos smoking jack-ets e se dirigiam à sala de fumar charu-to, onde iriam degustar um conhaqueou brandy, fumar e falar de política.
O smoking jacket, ou jaqueta de fu-mar, tinha a aparência de um "robe dechambre", normalmente feito de velu-do, cashmere ou seda, delineado comcores brilhantes e ornamentado comgrandes botões. As lapelas eram largas,ocasionalmente combinando com umafaixa do mesmo tecido em volta dasmangas. Uma camisa social branca erausada por baixo, sempre com uma gra-vata borboleta ou echarpe. A calça sem-pre preta, azul-marinho ou cinza-escu-ra com sapatos de amarrar ou enfiar pre-tos, em ocasiões mais sociais, ou maisintimamente, chinelos persas de seda.
Era comum um cavalheiro ter um re-trato pintado usando um smoking jack-et. Existia até, para completar o traje, o"smoking cap" ou "boné de fumar", usa-do para proteger os cabelos dos fumantesde charuto. Era muito comum uma jovemdonzela presentear seu namorado comum desses bordado à mão.
Nos dias de hoje aqui no Brasil nosreferimos ao traje a rigor como smok-ing, nos Estados Unidos como tuxedoe na França e todos os países quefalam a língua francesa como le smok-ing. Esse traje tem suas origens nosmoking jacket e no fato de que o seuuso deva estar associado a uma situ-ação em que elegância e requinte es-tão presentes e marcantes. qPA
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São Paulo é considerada uma das me-lhores cidades do mundo para osapreciadores da boa gastronomia.
As opções são tantas que fica difícil deci-dir por qual tipo de comida, bem como orestaurante, dentre as inúmeras opçõesdisponíveis – o que, na maioria das vezes,recai sobre os mesmos. Muito bem, depoisde ultrapassada essa árdua tarefa, resta sa-ber agora se o local escolhido permite a de-gustação de um bom charuto acompanha-do do nosso digestivo preferido, após a re-feição. A conclusão a que chegamos é quea maioria dos restaurantes não permite quese fume charuto, inclusive aqueles que pos-suem áreas reservadas para a prática.
Recentemente, abriu-se em São Paulo,em uma movimentada esquina do bairrodos jardins, o Ranieri (Al. Lorena, 1221, tel.11-3062-5504). Um lugar que estava fal-tando para os apreciadores das baforadase que vem justamente resolver o problemade combiná-las com uma boa refeição e umdelicioso digestivo. O proprietário, Beto Ra-nieri, se propõe a ajudar, de uma maneiracriativa e inusitada, àqueles que ainda es-tão em dúvida quanto a qual seria a melhorbebida para acompanhar o seu charuto.
Ele preparou um menu degustação com-posto por cinco bebidas diferentes, todasconsideradas digestivas: vinho do porto,conhaque, rum cubano, single malt e licor.
As doses de aproximadamente 20 mlsão servidas em pequenos cálices, e es-se processo deve durar aproximadamen-te o tempo que se leva para fumar umcharuto robusto.
A idéia é, após uma baforada, dar ummicrogole de duas bebidas diferentes elogo após eleger aquela que mais lhe agra-da. Uma segunda rodada de baforada comduas outras bebidas, e novamente sepa-rar uma preferida. Sempre comparando-as até chegar à uma seleção pessoal.
No meio da degustação, Beto serve umcafé, para depois entrar na última parte.Como preferência geral, tem-se notadoque antes do café as bebidas doces, co-mo o porto e o licor, agradam mais e apóso café, as bebidas mais secas como orum, o single malt e o conhaque, são asmais apropriadas.
Achei muito boa essa forma de deixarcada um chegar à própria conclusão dequal bebida seria mais apropriada paraacompanhar um charuto.
Assim, o gosto pessoal de cada um épreservado, pois em vez de induzir a de-cisão de uma bebida através de uma su-gestão, é dada a cada fumante uma ma-neira prática de como se chegar a esseresultado, e a conclusão fica totalmente àprova de erros. q
DICAS DE ALGUMAS BEBIDAS
QUE COMBINAM COM A
DEGUSTAÇÃO DE CHARUTOS
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PERFEITA
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AS COISAS BOAS DA VIDA POR REYNALDO GIANECCHINI ANA HICKMANNROBERT SCHEIDT FLÁVIA QUARESMA FERNANDA BARBOSA MARCELO ROSENBAUMWASHINGTON OLIVETTO EMMANUEL BASSOLEIL RICARDO ALMEIDA PAULA TOLLER
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São Paulo é considerada uma das me-lhores cidades do mundo para osapreciadores da boa gastronomia.
As opções são tantas que fica difícil deci-dir por qual tipo de comida, bem como orestaurante, dentre as inúmeras opçõesdisponíveis – o que, na maioria das vezes,recai sobre os mesmos. Muito bem, depoisde ultrapassada essa árdua tarefa, resta sa-ber agora se o local escolhido permite a de-gustação de um bom charuto acompanha-do do nosso digestivo preferido, após a re-feição. A conclusão a que chegamos é quea maioria dos restaurantes não permite quese fume charuto, inclusive aqueles que pos-suem áreas reservadas para a prática.
Recentemente, abriu-se em São Paulo,em uma movimentada esquina do bairrodos jardins, o Ranieri (Al. Lorena, 1221, tel.11-3062-5504). Um lugar que estava fal-tando para os apreciadores das baforadase que vem justamente resolver o problemade combiná-las com uma boa refeição e umdelicioso digestivo. O proprietário, Beto Ra-nieri, se propõe a ajudar, de uma maneiracriativa e inusitada, àqueles que ainda es-tão em dúvida quanto a qual seria a melhorbebida para acompanhar o seu charuto.
Ele preparou um menu degustação com-posto por cinco bebidas diferentes, todasconsideradas digestivas: vinho do porto,conhaque, rum cubano, single malt e licor.
As doses de aproximadamente 20 mlsão servidas em pequenos cálices, e es-se processo deve durar aproximadamen-te o tempo que se leva para fumar umcharuto robusto.
A idéia é, após uma baforada, dar ummicrogole de duas bebidas diferentes elogo após eleger aquela que mais lhe agra-da. Uma segunda rodada de baforada comduas outras bebidas, e novamente sepa-rar uma preferida. Sempre comparando-as até chegar à uma seleção pessoal.
No meio da degustação, Beto serve umcafé, para depois entrar na última parte.Como preferência geral, tem-se notadoque antes do café as bebidas doces, co-mo o porto e o licor, agradam mais e apóso café, as bebidas mais secas como orum, o single malt e o conhaque, são asmais apropriadas.
Achei muito boa essa forma de deixarcada um chegar à própria conclusão dequal bebida seria mais apropriada paraacompanhar um charuto.
Assim, o gosto pessoal de cada um épreservado, pois em vez de induzir a de-cisão de uma bebida através de uma su-gestão, é dada a cada fumante uma ma-neira prática de como se chegar a esseresultado, e a conclusão fica totalmente àprova de erros. q
DICAS DE ALGUMAS BEBIDAS
QUE COMBINAM COM A
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Amarca de charuto cubano mais conhecida éa Cohiba. Não só por sua excelente qualida-de, mas porque foi criada, em 1966, especial-mente para Fidel Castro, que sempre foi umgrande apreciador de Cohiba Lanceros.
Estes charutos são feitos até hoje na fábrica de "El Lagui-to", na região de Vuelta Abajo, famosa por cultivar as me-lhores folhas da Ilha. Em 1969, nessa mesma fábrica, foicriada uma outra marca chamada Trinidad, utilizando a mes-ma bitola que os Cohiba Lanceros, com o nome de LaguitoNº1. Tanto um quanto o outro possuíam um blend similar,e a única coisa que diferenciava era que os charutos Cohi-ba passavam por três fermentações e os Trinidad, somen-te duas, tornando-os ligeiramente mais suaves.
A produção dos Trinidad era tão controlada que as anilhaseram entregues aos torcedores na quantidade exata de cha-rutos a ser produzida e as danificadas somente eram troca-das mediante a devolução da antiga. Ambas as marcas eramusadas exclusivamente pelo governo cubano como presen-tes a embaixadores estrangeiros, políticos e visitantes reno-mados. Os Cohiba e Trinidad só foram introduzidas comer-cialmente no mercado internacional em 1982 e 1997, res-pectivamente, e sua elevada e diferenciada qualidade con-quistou o mundo em pouco tempo.
No mês passado, foi lançado em Cuba uma nova bitola damarca Trinidad, que defino como um Corona um pouco mais"gordo", o que é uma excelente opção para os apreciadoresde charutos com bitolas maiores. Como esse é um produtocom pedigree, seu preço é alto: U$ 230 por uma caixa com12 unidades. Para descrever minha primeira impressão so-bre esse lançamento, achei por bem escolher o local e o mo-mento adequado que um charuto desse porte merece.
Ao abrir a pequena caixa com 12 unidades – o que nãoé nada comum – me agradou muito o buquê de tabaco deprimeiríssima qualidade que foi exalado e certamente foienvelhecido por algum tempo antes de ser comercializado.Após alguns minutos saboreando este puro, parece que ossabores aprisionados começam a se fazer presentes e po-de-se notar com facilidade toques florais e herbais sutis, as-sim como uma pitada de mel típica de tabacos com perso-nalidade, embora ainda suaves. Sem dúvida, o Trinidad épara ser degustado por um apreciador mais experiente, poisbaforadas muito freqüentes e mais intensas podem aque-cer o charuto e prejudicar o apurado sabor. q
Criado no final dos
anos 60, o Trinidad
é o presente do
governo cubano a
embaixadores e
visitantes ilustres FOTO
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5O SUCESSO DA CRIATIVIDADE NO UNIVERSO DA MODA
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ALEXANDRE HERCHCOVITCH
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Amarca de charuto cubano mais conhecida éa Cohiba. Não só por sua excelente qualida-de, mas porque foi criada, em 1966, especial-mente para Fidel Castro, que sempre foi umgrande apreciador de Cohiba Lanceros.
Estes charutos são feitos até hoje na fábrica de "El Lagui-to", na região de Vuelta Abajo, famosa por cultivar as me-lhores folhas da Ilha. Em 1969, nessa mesma fábrica, foicriada uma outra marca chamada Trinidad, utilizando a mes-ma bitola que os Cohiba Lanceros, com o nome de LaguitoNº1. Tanto um quanto o outro possuíam um blend similar,e a única coisa que diferenciava era que os charutos Cohi-ba passavam por três fermentações e os Trinidad, somen-te duas, tornando-os ligeiramente mais suaves.
A produção dos Trinidad era tão controlada que as anilhaseram entregues aos torcedores na quantidade exata de cha-rutos a ser produzida e as danificadas somente eram troca-das mediante a devolução da antiga. Ambas as marcas eramusadas exclusivamente pelo governo cubano como presen-tes a embaixadores estrangeiros, políticos e visitantes reno-mados. Os Cohiba e Trinidad só foram introduzidas comer-cialmente no mercado internacional em 1982 e 1997, res-pectivamente, e sua elevada e diferenciada qualidade con-quistou o mundo em pouco tempo.
No mês passado, foi lançado em Cuba uma nova bitola damarca Trinidad, que defino como um Corona um pouco mais"gordo", o que é uma excelente opção para os apreciadoresde charutos com bitolas maiores. Como esse é um produtocom pedigree, seu preço é alto: U$ 230 por uma caixa com12 unidades. Para descrever minha primeira impressão so-bre esse lançamento, achei por bem escolher o local e o mo-mento adequado que um charuto desse porte merece.
Ao abrir a pequena caixa com 12 unidades – o que nãoé nada comum – me agradou muito o buquê de tabaco deprimeiríssima qualidade que foi exalado e certamente foienvelhecido por algum tempo antes de ser comercializado.Após alguns minutos saboreando este puro, parece que ossabores aprisionados começam a se fazer presentes e po-de-se notar com facilidade toques florais e herbais sutis, as-sim como uma pitada de mel típica de tabacos com perso-nalidade, embora ainda suaves. Sem dúvida, o Trinidad épara ser degustado por um apreciador mais experiente, poisbaforadas muito freqüentes e mais intensas podem aque-cer o charuto e prejudicar o apurado sabor. q
Criado no final dos
anos 60, o Trinidad
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Apreciadores de charutos são pessoasexigentes. Na hora da escolha são le-vados em conta marca, tipo, país de
origem, tamanho, bitola, aparência e acaba-mento da capa, aroma e maciez no tato, en-tre outros detalhes. Parece fácil, mas é umatarefa muito delicada, que requer alguns anosde treino para se adquirir olho clínico e po-der estar em condições de escolher o charu-to adequado para o momento certo. E até di-ferenciar um falso de um verdadeiro.
Está claro que um verdadeiro apreciadorpossui um nível de exigência muito elevadoem relação aos charutos que fuma e jamaisse interessaria por um com a aparência rús-tica, áspero no tato, comprido e magro deforma indefinida, com sabor forte e seco. Àprimeira vista, este charuto dá a impressãode ter sido encharcado em água e depois se-co ao sol, ficando todo enrugado. Ele aindaé fumado depois de cortado ao meio. Seriacomo cortar um double corona ao meio e fu-mar dois coronas. Uma heresia!
Acabo de descrever o Toscano, a provaviva de que as aparências enganam, e mui-to. I Toscani, como é conhecido na Itália, éuma mania nacional italiana, como a Ferra-ri. Ele surgiu por acaso, em agosto de 1815,
após uma forte chuva encharcar os fardosde tabaco que um agricultor entregaria co-mo pagamento de impostos ao Grão Duqueda Toscana. Apesar de o produto ter ficadoimprestável, ao ser exposto ao sol nos diasseguintes, fermentou-se naturalmente.
Sem outra alternativa, o agricultor foi obri-gado a aproveitar assim mesmo as folhas detabaco, pois seria preso se não pagasse osimpostos. Foi então que ele colocou os cha-rutos à venda, por um preço bem reduzido.Para sua surpresa foi um sucesso.
Não creio que os apreciadores de cha-rutos cubanos, brasileiros e dominicanos irãopassar a fumar exclusivamente Toscanos,mas tenho plena certeza que, entre um cha-ruto tradicional e outro, o Toscano é uma ex-celente opção. Tem personalidade marcan-te, retrogosto agradável, aroma e um sabormuito melhor do que muitas marcasdisponíveis nos dias de hoje no mercado.
O mais vendido no Brasil é o Antico Tos-cano, em caixas com 5 unidades, envoltosindividualmente em celofane e com uma ani-lha nas cores da bandeira da Itália. São fei-tos de folhas de tabaco Kentucky, produzi-das nas regiões de Toscana, Umbria, Lazioe Campania, medindo em média 15 cm. q
O ITALIANO ANTICO TOSCANO, QUE PODE SER DIVIDIDO POR
DOIS, POSSUI AROMA, GOSTO E RETROGOSTO SURPREENDENTES
ENGANAMAS APARÊNCIAS
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MONETJULHO 2004NÚMERO 16
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Apreciadores de charutos são pessoasexigentes. Na hora da escolha são le-vados em conta marca, tipo, país de
origem, tamanho, bitola, aparência e acaba-mento da capa, aroma e maciez no tato, en-tre outros detalhes. Parece fácil, mas é umatarefa muito delicada, que requer alguns anosde treino para se adquirir olho clínico e po-der estar em condições de escolher o charu-to adequado para o momento certo. E até di-ferenciar um falso de um verdadeiro.
Está claro que um verdadeiro apreciadorpossui um nível de exigência muito elevadoem relação aos charutos que fuma e jamaisse interessaria por um com a aparência rús-tica, áspero no tato, comprido e magro deforma indefinida, com sabor forte e seco. Àprimeira vista, este charuto dá a impressãode ter sido encharcado em água e depois se-co ao sol, ficando todo enrugado. Ele aindaé fumado depois de cortado ao meio. Seriacomo cortar um double corona ao meio e fu-mar dois coronas. Uma heresia!
Acabo de descrever o Toscano, a provaviva de que as aparências enganam, e mui-to. I Toscani, como é conhecido na Itália, éuma mania nacional italiana, como a Ferra-ri. Ele surgiu por acaso, em agosto de 1815,
após uma forte chuva encharcar os fardosde tabaco que um agricultor entregaria co-mo pagamento de impostos ao Grão Duqueda Toscana. Apesar de o produto ter ficadoimprestável, ao ser exposto ao sol nos diasseguintes, fermentou-se naturalmente.
Sem outra alternativa, o agricultor foi obri-gado a aproveitar assim mesmo as folhas detabaco, pois seria preso se não pagasse osimpostos. Foi então que ele colocou os cha-rutos à venda, por um preço bem reduzido.Para sua surpresa foi um sucesso.
Não creio que os apreciadores de cha-rutos cubanos, brasileiros e dominicanos irãopassar a fumar exclusivamente Toscanos,mas tenho plena certeza que, entre um cha-ruto tradicional e outro, o Toscano é uma ex-celente opção. Tem personalidade marcan-te, retrogosto agradável, aroma e um sabormuito melhor do que muitas marcasdisponíveis nos dias de hoje no mercado.
O mais vendido no Brasil é o Antico Tos-cano, em caixas com 5 unidades, envoltosindividualmente em celofane e com uma ani-lha nas cores da bandeira da Itália. São fei-tos de folhas de tabaco Kentucky, produzi-das nas regiões de Toscana, Umbria, Lazioe Campania, medindo em média 15 cm. q
O ITALIANO ANTICO TOSCANO, QUE PODE SER DIVIDIDO POR
DOIS, POSSUI AROMA, GOSTO E RETROGOSTO SURPREENDENTES
ENGANAMAS APARÊNCIAS
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A empresaHabanos S/A,
controlada pelogoverno
cubano de FidelCastro, tem
diversasestratégias
para ampliar oseu domínio nomercado, mas
não podevender nos EUA
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
E-MAIL: [email protected]
A G O S T O 69
Ao longo dos últimos anos, a Ha-banos S/A, empresa governamen-tal cubana que controla todos os
assuntos ligados a produção e venda decharutos, vem lançando várias novasmarcas. Seu objetivo, além de tentar atin-gir uma produção de 300 milhões de uni-dades por ano, seria o de criar alterna-tivas que não entrariam em conflito comas já existentes.
Muitas, se não todas as marcas de cu-banos (tais como Partagas, Romeo y Ju-lieta, Monte Cristo, H.Upmann, Hoyo deMonterey etc) possuem suas contrapar-tidas não cubanas em produção em al-guns países do Caribe. Isso se deve ao fa-to de que produtores, fugindo da Revolu-ção Cubana, migraram para países comoRepública Dominicana, Honduras e Cos-ta Rica, entre outros, e levaram consigoa arte e a tradição da produção de cha-rutos, assim como as marcas que antesproduziam em Cuba. É preciso salientarque isso nada tem a ver com falsificação.
Essas marcas hoje produzidas nessespaíses caribenhos são vendidas nos Esta-dos Unidos tendo seus nomes registradose patenteados por grandes empresas pro-dutoras de charutos. Isso quer dizer quefora do território norte-americano pode-secomprar uma caixa de charutos MonteCristo feito em Cuba. Nos Estados Unidos,há uma equivalente, porém feita em ou-tro país, a República Dominicana.
Especula-se que o Embargo de Comer-cio com Cuba deverá cair em 2005 (issoé mera conversa de torcedores externos),o que possibilitaria a Habanos S/A passara vender charutos Cubanos legalmenteem território americano. Dessa forma, de-vido à lei de marcas e patentes, essas mar-cas seriam proibidas de ser vendidas ouos Cubanos teriam de fazer um acordo co-mercial com os proprietários das marcas,o que reduziria seus ganhos substancial-mente. De uma forma legal, a HabanosS/A estabeleceu como estratégia de mar-keting, enquanto o embargo não cai, acriação de novas marcas que não entra-riam em conflito com as antigas e tornempossível sua entrada no mercado ameri-cano. Foi então que nos últimos anos aHabanos introduziu no mercado marcasCuaba, Vegas Robaina, Trinidad, Vegue-ros e San Cristobal de la Habana.
Seguindo as especulações, comenta-se que com a queda do embargo os pre-ços dos charutos cubanos devam subirno mínimo 50%, fazendo com que o pro-duto, que já é caro, tenha preço aindamais alto. Não por mérito, mas por contade politicagem. Sem dúvida, os cubanossão ótimos charutos, mas nada justificapagar de 5 a 6 vezes mais do que custa-ria um puro baiano -que, diga-se de pas-sagem, é excelente-, e em especial o Alon-so Menendez e o Dona Flor, fabricadosem São Gonçalo do Campo (BA). q
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A empresaHabanos S/A,
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para ampliar oseu domínio nomercado, mas
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
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Ao longo dos últimos anos, a Ha-banos S/A, empresa governamen-tal cubana que controla todos os
assuntos ligados a produção e venda decharutos, vem lançando várias novasmarcas. Seu objetivo, além de tentar atin-gir uma produção de 300 milhões de uni-dades por ano, seria o de criar alterna-tivas que não entrariam em conflito comas já existentes.
Muitas, se não todas as marcas de cu-banos (tais como Partagas, Romeo y Ju-lieta, Monte Cristo, H.Upmann, Hoyo deMonterey etc) possuem suas contrapar-tidas não cubanas em produção em al-guns países do Caribe. Isso se deve ao fa-to de que produtores, fugindo da Revolu-ção Cubana, migraram para países comoRepública Dominicana, Honduras e Cos-ta Rica, entre outros, e levaram consigoa arte e a tradição da produção de cha-rutos, assim como as marcas que antesproduziam em Cuba. É preciso salientarque isso nada tem a ver com falsificação.
Essas marcas hoje produzidas nessespaíses caribenhos são vendidas nos Esta-dos Unidos tendo seus nomes registradose patenteados por grandes empresas pro-dutoras de charutos. Isso quer dizer quefora do território norte-americano pode-secomprar uma caixa de charutos MonteCristo feito em Cuba. Nos Estados Unidos,há uma equivalente, porém feita em ou-tro país, a República Dominicana.
Especula-se que o Embargo de Comer-cio com Cuba deverá cair em 2005 (issoé mera conversa de torcedores externos),o que possibilitaria a Habanos S/A passara vender charutos Cubanos legalmenteem território americano. Dessa forma, de-vido à lei de marcas e patentes, essas mar-cas seriam proibidas de ser vendidas ouos Cubanos teriam de fazer um acordo co-mercial com os proprietários das marcas,o que reduziria seus ganhos substancial-mente. De uma forma legal, a HabanosS/A estabeleceu como estratégia de mar-keting, enquanto o embargo não cai, acriação de novas marcas que não entra-riam em conflito com as antigas e tornempossível sua entrada no mercado ameri-cano. Foi então que nos últimos anos aHabanos introduziu no mercado marcasCuaba, Vegas Robaina, Trinidad, Vegue-ros e San Cristobal de la Habana.
Seguindo as especulações, comenta-se que com a queda do embargo os pre-ços dos charutos cubanos devam subirno mínimo 50%, fazendo com que o pro-duto, que já é caro, tenha preço aindamais alto. Não por mérito, mas por contade politicagem. Sem dúvida, os cubanossão ótimos charutos, mas nada justificapagar de 5 a 6 vezes mais do que custa-ria um puro baiano -que, diga-se de pas-sagem, é excelente-, e em especial o Alon-so Menendez e o Dona Flor, fabricadosem São Gonçalo do Campo (BA). q
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Omundo dos charutos é mui-to extenso e complexo, as-sim como o do vinho, mes-mo para os apreciadores
mais experientes. Sempre estamosabertos para provar novos charutosde marcas, tamanhos e característi-cas diferentes, para assim podermosapurar nosso paladar. Quando entra-mos em uma tabacaria que ofereceuma vasta gama de opções novas, pa-recemos crianças em uma loja de brin-quedos e a escolha se torna muito di-fícil. A regra nesse caso é compraralgumas unidades das novidades dis-poníveis, degustá-las e, somente de-pois, comprar em caixas aquelesque passaram no teste. Se para odegustador mais experiente a tare-fa é difícil, imaginem para aquelaspessoas que gostariam de presen-tear alguém que fuma charuto e na-da sabem sobre o assunto. As chan-ces de se comprar uma caixa com25 unidades e errar na marca, ta-manho, origem e muitos outros fa-tores que influenciam na escolhasão muito grandes, além do preçoalto do presente.
A Habanos SA, empresa estatalcubana, lançou uma série especial
denominada Selección Pirámides,apresentada em uma bonita caixade cedro contendo um humidifica-dor próprio para melhor conservara qualidade dos puros.
A caixa contém cinco charutos,elaborados com as melhores folhasde Vuelta Abajo, que permitirá aoapreciador degustar as diferentescaracterísticas do exclusivo tama-nho Pirámides, dentre as cinco mar-cas de maior prestígio de Cuba.
COHIBA: a excepcional cons-trução resulta em uma queima porigual, deixando-o medianamenteencorpado. As folhas são rigorosa-mente selecionadas, passando pe-lo exclusivo processo de três fer-mentações. Isto proporciona umaroma e sabor únicos, com um le-ve toque de especiarias e chocola-te e nuânças de couro.
MONTECRISTO: é possivelmen-te a marca cubana mais vendida nomundo, já que sua mistura especialde tabacos agrada a todos os pala-dares, do novato ao veterano, torna-do-o referência de sabor de um pu-ro Cubano. Com aroma agradável enão picante, ligeiramente adocica-do com toque de frutas e forte pre-
sença de sabor de grãos como ca-cau, baunilha e café – que ao se mis-turar com tabacos de força médiatorna-se surpreendentemente balan-ceado, tendendo para forte.
ROMEO Y JULIETA: sua ca-racterística principal é a comple-xidade de sabores de todo tipoimaginável: floral, herbal, madei-ra, café, chocolate, baunilha es-tão presentes em abundância. Es-sa é a inconfundível marca regis-trada desse charuto, o "sabor Ro-meo Y Julieta", que faz com quenenhum deles se destaque, emparticular, tornando-o de médio.
PARTAGÁS: um charuto poten-te, encorpado e com muita força. Acaracterística principal quanto aopaladar recai sobre leves toques decafé e especiarias, ligeiramente pi-cantes. Possui alma própria devi-do a seu rico e intenso sabor.
HOYO DE MONTERREY: fluxo fir-me, boa pegada e peso. Aceso, causauma surpresa ao palato com leves tra-ços de tanino de couro com toquesapimentados e ricos sabores de mi-nerais. Seu teor é distinto lembrandoos Vegas Robaina tornando-o suavena elegância e complexidade. q
TROPADEELITE
SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
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A caixa Selección Pirámides traz cinco dos melhores charutoscubanos, elaborados com as melhores folhas de Vuelta Abajo
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O MEGAEMPRESÁRIO DONALD TRUMP BRINCA
DE POPSTAR NO REALITY SHOW “O APRENDIZ”
SUPERGUIA NETUNIVERSAL CHANNELCHEGA COM FILMES ENOVOS SERIADOS,COMO "TOUCHING EVIL"
UNIVERSAL CHANNELCHEGA COM FILMES ENOVOS SERIADOS,COMO "TOUCHING EVIL"
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Omundo dos charutos é mui-to extenso e complexo, as-sim como o do vinho, mes-mo para os apreciadores
mais experientes. Sempre estamosabertos para provar novos charutosde marcas, tamanhos e característi-cas diferentes, para assim podermosapurar nosso paladar. Quando entra-mos em uma tabacaria que ofereceuma vasta gama de opções novas, pa-recemos crianças em uma loja de brin-quedos e a escolha se torna muito di-fícil. A regra nesse caso é compraralgumas unidades das novidades dis-poníveis, degustá-las e, somente de-pois, comprar em caixas aquelesque passaram no teste. Se para odegustador mais experiente a tare-fa é difícil, imaginem para aquelaspessoas que gostariam de presen-tear alguém que fuma charuto e na-da sabem sobre o assunto. As chan-ces de se comprar uma caixa com25 unidades e errar na marca, ta-manho, origem e muitos outros fa-tores que influenciam na escolhasão muito grandes, além do preçoalto do presente.
A Habanos SA, empresa estatalcubana, lançou uma série especial
denominada Selección Pirámides,apresentada em uma bonita caixade cedro contendo um humidifica-dor próprio para melhor conservara qualidade dos puros.
A caixa contém cinco charutos,elaborados com as melhores folhasde Vuelta Abajo, que permitirá aoapreciador degustar as diferentescaracterísticas do exclusivo tama-nho Pirámides, dentre as cinco mar-cas de maior prestígio de Cuba.
COHIBA: a excepcional cons-trução resulta em uma queima porigual, deixando-o medianamenteencorpado. As folhas são rigorosa-mente selecionadas, passando pe-lo exclusivo processo de três fer-mentações. Isto proporciona umaroma e sabor únicos, com um le-ve toque de especiarias e chocola-te e nuânças de couro.
MONTECRISTO: é possivelmen-te a marca cubana mais vendida nomundo, já que sua mistura especialde tabacos agrada a todos os pala-dares, do novato ao veterano, torna-do-o referência de sabor de um pu-ro Cubano. Com aroma agradável enão picante, ligeiramente adocica-do com toque de frutas e forte pre-
sença de sabor de grãos como ca-cau, baunilha e café – que ao se mis-turar com tabacos de força médiatorna-se surpreendentemente balan-ceado, tendendo para forte.
ROMEO Y JULIETA: sua ca-racterística principal é a comple-xidade de sabores de todo tipoimaginável: floral, herbal, madei-ra, café, chocolate, baunilha es-tão presentes em abundância. Es-sa é a inconfundível marca regis-trada desse charuto, o "sabor Ro-meo Y Julieta", que faz com quenenhum deles se destaque, emparticular, tornando-o de médio.
PARTAGÁS: um charuto poten-te, encorpado e com muita força. Acaracterística principal quanto aopaladar recai sobre leves toques decafé e especiarias, ligeiramente pi-cantes. Possui alma própria devi-do a seu rico e intenso sabor.
HOYO DE MONTERREY: fluxo fir-me, boa pegada e peso. Aceso, causauma surpresa ao palato com leves tra-ços de tanino de couro com toquesapimentados e ricos sabores de mi-nerais. Seu teor é distinto lembrandoos Vegas Robaina tornando-o suavena elegância e complexidade. q
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
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A caixa Selección Pirámides traz cinco dos melhores charutoscubanos, elaborados com as melhores folhas de Vuelta Abajo
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DE UM CHARUTO
É UM RITUAL
PRAZEROSO PARA
OS SENTIDOS
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Existem dois elementos no proces-so de se apreciar um bom charu-to. O primeiro, totalmente físico,
seria o de cortar, acender e fumar. Já osegundo, o efeito que o charuto produznos sentidos. Na realidade, o que des-crevo é justamente a sensação que fazcom que se possa distinguir a diferençaentre fumar e degustar. Ao se iniciar oprocesso de degustação de um charuto,nosso subconsciente aguça os sentidosde visão, tato, olfato e paladar.
Inevitavelmente, a visão é o primeiro dossentidos a ser aguçado e onde tudo come-ça. Esse é o momento da apresentaçãoentre você e seu charuto. Analise a capade modo que a cor esteja a seu gosto, quenão possua veias grandes e muito menosmanchas. Elas podem indicar que a folhada capa foi mal escolhida, o que fatalmen-te comprometerá sua construção e con-seqüentemente o fluxo. A capa deve estarsedosa, brilhante, com uma aparência lim-pa e homogênea, sem furos redondos cau-sados por besouros de tabaco. Não se as-suste com uma ligeira camada de poeirabranca, que é uma indicação de que ocharuto está sendo bem acondicionado epoderá ser "varrido" com cuidado, comuma escova de roupa de cerdas suaves.
O tato evidenciará se o charuto foi bemconstruído e se está sendo bem acondi-cionado. O charuto deve estar firme emacio. Ao apertá-lo entre os dedos indi-cador e o polegar (sem exercer muitapressão), ele deve ceder ligeiramente e,quando soltar os dedos, imediatamentevoltar a posição original, sem que a ca-pa rache. Passando os dedos ao longodo charuto você poderá perceber o tra-
balho artesanal do torcedor. Se estivermuito apertado, ele será difícil de fumar,afetando o fluxo. Se estiver muito solto,queimará muito rápido produzindo mui-ta fumaça e poderá se soltar por inteiro.
O olfato (aroma) em conjunto com o pa-ladar representam o ponto alto da degus-tação e são os sentidos que mais sensa-ções de prazer irão produzir. Ele entra emação ainda com o charuto apagado quan-do pode-se sentir o aroma do tabaco “innatura” ao levá-lo em contato com as na-rinas. Neste momento, podemos sentir asfragrâncias compostas pelos tipos de fumoali aprisionados aguardando para ser libe-radas. Um bom charuto exibirá uma varie-dade de aromas como fruta, especiarias emadeira. E dará claros indícios de sua po-tência depois de aceso.
Combinando o paladar com o olfato, ob-temos o mais importante e subjetivo ins-trumento de uma degustação. Como guia,devemos provar o charuto na boca e sen-tir os aromas antes de acendê-lo. Depoisde aceso saboreie a fumaça na boca semtragá-la, degustando seu conteúdo. Na me-dida em que o charuto vai queimando, ossabores e aromas vão mudando se tornan-do mais acentuados e fáceis de ser distin-guidos. Ao atingir a metade, o charuto es-tará queimando na sua temperatura cor-reta, proporcionando um fluxo suave e li-berando seus melhores sabores.
Faltou um sentido, eu sei. A audição.Mas eu a deixei por último de propósito.Afinal, só enrolar um charuto entre osdedos, próximo do ouvido, não trará ne-nhum proveito. q
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É UM RITUAL
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Existem dois elementos no proces-so de se apreciar um bom charu-to. O primeiro, totalmente físico,
seria o de cortar, acender e fumar. Já osegundo, o efeito que o charuto produznos sentidos. Na realidade, o que des-crevo é justamente a sensação que fazcom que se possa distinguir a diferençaentre fumar e degustar. Ao se iniciar oprocesso de degustação de um charuto,nosso subconsciente aguça os sentidosde visão, tato, olfato e paladar.
Inevitavelmente, a visão é o primeiro dossentidos a ser aguçado e onde tudo come-ça. Esse é o momento da apresentaçãoentre você e seu charuto. Analise a capade modo que a cor esteja a seu gosto, quenão possua veias grandes e muito menosmanchas. Elas podem indicar que a folhada capa foi mal escolhida, o que fatalmen-te comprometerá sua construção e con-seqüentemente o fluxo. A capa deve estarsedosa, brilhante, com uma aparência lim-pa e homogênea, sem furos redondos cau-sados por besouros de tabaco. Não se as-suste com uma ligeira camada de poeirabranca, que é uma indicação de que ocharuto está sendo bem acondicionado epoderá ser "varrido" com cuidado, comuma escova de roupa de cerdas suaves.
O tato evidenciará se o charuto foi bemconstruído e se está sendo bem acondi-cionado. O charuto deve estar firme emacio. Ao apertá-lo entre os dedos indi-cador e o polegar (sem exercer muitapressão), ele deve ceder ligeiramente e,quando soltar os dedos, imediatamentevoltar a posição original, sem que a ca-pa rache. Passando os dedos ao longodo charuto você poderá perceber o tra-
balho artesanal do torcedor. Se estivermuito apertado, ele será difícil de fumar,afetando o fluxo. Se estiver muito solto,queimará muito rápido produzindo mui-ta fumaça e poderá se soltar por inteiro.
O olfato (aroma) em conjunto com o pa-ladar representam o ponto alto da degus-tação e são os sentidos que mais sensa-ções de prazer irão produzir. Ele entra emação ainda com o charuto apagado quan-do pode-se sentir o aroma do tabaco “innatura” ao levá-lo em contato com as na-rinas. Neste momento, podemos sentir asfragrâncias compostas pelos tipos de fumoali aprisionados aguardando para ser libe-radas. Um bom charuto exibirá uma varie-dade de aromas como fruta, especiarias emadeira. E dará claros indícios de sua po-tência depois de aceso.
Combinando o paladar com o olfato, ob-temos o mais importante e subjetivo ins-trumento de uma degustação. Como guia,devemos provar o charuto na boca e sen-tir os aromas antes de acendê-lo. Depoisde aceso saboreie a fumaça na boca semtragá-la, degustando seu conteúdo. Na me-dida em que o charuto vai queimando, ossabores e aromas vão mudando se tornan-do mais acentuados e fáceis de ser distin-guidos. Ao atingir a metade, o charuto es-tará queimando na sua temperatura cor-reta, proporcionando um fluxo suave e li-berando seus melhores sabores.
Faltou um sentido, eu sei. A audição.Mas eu a deixei por último de propósito.Afinal, só enrolar um charuto entre osdedos, próximo do ouvido, não trará ne-nhum proveito. q
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O ESCRITOR LUIS FERNANDO VERISSIMO
FALA DE SUA PAIXÃO PELA MÚSICA,
VIAGENS E DESENHO
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mento dele, acenda seu charu-to, procurando uma varanda oulocal ventilado para fumar. Eviteque a fumaça impregne nos so-fás, tapetes e cortinas.
Nunca corte ou se ofereça pa-ra cortar o charuto de um amigoou outra pessoa qualquer. O cor-te é muito pessoal e cada um temum jeito de fazê-lo. Além disso,você certamente vai estar inter-ferindo em uma das etapas do ri-tual para se fumar um charuto.
Nunca se antecipe a pegarum charuto de um umidor semque lhe tenha sido oferecido. Odono do umidor, como todo bomapreciador de charutos, terá mui-to prazer de lhe mostrar seu es-toque e ajudar na escolha. Nãose esqueça que charutos são ca-ros e pode ser que você escolhao preferido do dono, o que cer-tamente será uma falha grave.
Aceite apenas um charutoquando lhe for oferecido. Se nãofor possível apreciá-lo naquelemomento, agradeça e guardede uma maneira segura parauma outra ocasião. Mais impor-tante de tudo, não se esqueçade retornar sua impressão aquem lhe presenteou o charu-to, ele ficará muito feliz em sa-ber sua opinião.
Quando for acender um cha-ruto, não é necessário oferecerpara todas pessoas presentes.
Só ofereça quando fumar comum amigo ou pessoa que tenhaintimidade. A escolha de um cha-ruto é muito pessoal e geralmen-te todo apreciador leva o seu.
Charutos são sempre bem-vindos em momentos de come-moração e felicidade. Você po-de oferecer charutos no nasci-mento de um filho, fechamen-to de um negócio, formaturas,inaugurações e toda ocasião queum momento de alegria queriaser compartilhado.
O momento que separamospara degustar nosso charuto de-ve ser levado muito a sério, poisexistem diversos fatores que po-dem atrapalhar e anular a buscado prazer. Todos estamos plena-mente conscientes dos malefí-cios que fumar charuto podemcausar a saúde e de como po-dem incômodar a maioria daspessoas. Fica cada vez mais di-fícil encontrar um restaurante on-de se possa degustar um charu-to após uma refeição sem queninguém a sua volta se sinta mal.Levando-se em conta esses fato-res, tenho certeza de que esseprazer tão procurado só pode seralcançado quando estamos nacompanhia de pessoas queridase em locais apropriados, sem cau-sar dano a ninguém, um ambi-ente ideal para degustar um pu-ro com muita moderação. qR
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Areação das pessoas quan-do se acende um charu-to em público é quase
unânime. A densa fumaça inco-moda aos não-fumantes e atémesmo os que gostam apenasde cigarros. Para ser considera-do um apreciador de charutos,ser respeitado e não ser chama-do de poluidor de ambientes, al-gumas regras básicas de etique-ta devem ser levadas em conta.
Só fume na companhia depessoas que também apreciamcharutos e não se sintam inco-modadas com a fumaça. Casocontrário, seus momentos deprazer serão convertidos em ab-soluto transtorno.
Procure fumar em locaisbem ventilados ou abertos paraevitar que a fumaça se espalheno ambiente ou impregne a rou-pa das pessoas a sua volta.
Nunca solte fumaça no ros-to de outra pessoa.
Em um restaurante, semprepergunte, antes de acender umcharuto, se é permitido e qualo local mais indicado para fazê-lo. Mesmo estando em lugarpermitido, verifique a sua voltase existem pessoas comendo.Se notar que a fumaça irá cau-sar qualquer incômodo, o cor-reto é procurar outro local.
Se estiver na casa de um ami-go, somente depois do consenti-
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BONSMODOSDEZ REGRAS BÁSICAS MOSTRAM A IMPORTÂNCIA DA
ETIQUETA NA DEGUSTAÇÃO DE CHARUTOS E AS FORMAS PARA NÃO INCOMODAR OS NÃO-FUMANTES
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
E-MAIL: [email protected]
mento dele, acenda seu charu-to, procurando uma varanda oulocal ventilado para fumar. Eviteque a fumaça impregne nos so-fás, tapetes e cortinas.
Nunca corte ou se ofereça pa-ra cortar o charuto de um amigoou outra pessoa qualquer. O cor-te é muito pessoal e cada um temum jeito de fazê-lo. Além disso,você certamente vai estar inter-ferindo em uma das etapas do ri-tual para se fumar um charuto.
Nunca se antecipe a pegarum charuto de um umidor semque lhe tenha sido oferecido. Odono do umidor, como todo bomapreciador de charutos, terá mui-to prazer de lhe mostrar seu es-toque e ajudar na escolha. Nãose esqueça que charutos são ca-ros e pode ser que você escolhao preferido do dono, o que cer-tamente será uma falha grave.
Aceite apenas um charutoquando lhe for oferecido. Se nãofor possível apreciá-lo naquelemomento, agradeça e guardede uma maneira segura parauma outra ocasião. Mais impor-tante de tudo, não se esqueçade retornar sua impressão aquem lhe presenteou o charu-to, ele ficará muito feliz em sa-ber sua opinião.
Quando for acender um cha-ruto, não é necessário oferecerpara todas pessoas presentes.
Só ofereça quando fumar comum amigo ou pessoa que tenhaintimidade. A escolha de um cha-ruto é muito pessoal e geralmen-te todo apreciador leva o seu.
Charutos são sempre bem-vindos em momentos de come-moração e felicidade. Você po-de oferecer charutos no nasci-mento de um filho, fechamen-to de um negócio, formaturas,inaugurações e toda ocasião queum momento de alegria queriaser compartilhado.
O momento que separamospara degustar nosso charuto de-ve ser levado muito a sério, poisexistem diversos fatores que po-dem atrapalhar e anular a buscado prazer. Todos estamos plena-mente conscientes dos malefí-cios que fumar charuto podemcausar a saúde e de como po-dem incômodar a maioria daspessoas. Fica cada vez mais di-fícil encontrar um restaurante on-de se possa degustar um charu-to após uma refeição sem queninguém a sua volta se sinta mal.Levando-se em conta esses fato-res, tenho certeza de que esseprazer tão procurado só pode seralcançado quando estamos nacompanhia de pessoas queridase em locais apropriados, sem cau-sar dano a ninguém, um ambi-ente ideal para degustar um pu-ro com muita moderação. qR
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Areação das pessoas quan-do se acende um charu-to em público é quase
unânime. A densa fumaça inco-moda aos não-fumantes e atémesmo os que gostam apenasde cigarros. Para ser considera-do um apreciador de charutos,ser respeitado e não ser chama-do de poluidor de ambientes, al-gumas regras básicas de etique-ta devem ser levadas em conta.
Só fume na companhia depessoas que também apreciamcharutos e não se sintam inco-modadas com a fumaça. Casocontrário, seus momentos deprazer serão convertidos em ab-soluto transtorno.
Procure fumar em locaisbem ventilados ou abertos paraevitar que a fumaça se espalheno ambiente ou impregne a rou-pa das pessoas a sua volta.
Nunca solte fumaça no ros-to de outra pessoa.
Em um restaurante, semprepergunte, antes de acender umcharuto, se é permitido e qualo local mais indicado para fazê-lo. Mesmo estando em lugarpermitido, verifique a sua voltase existem pessoas comendo.Se notar que a fumaça irá cau-sar qualquer incômodo, o cor-reto é procurar outro local.
Se estiver na casa de um ami-go, somente depois do consenti-
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UNIVERSAL CHANNEL,SONY, WARNER E FOX APRESENTAM NOVAS SÉRIES E TEMPORADAS
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PRISCILA FANTIN CRUZAO PLANETA E CONTA SUAS AVENTURAS
A SUA REVISTA
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CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
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Montecristo é a marca de charutocubano mais conhecida e ven-dida no mundo. A origem de seu
nome foi achada nas leituras feitas paraentreter os trabalhadores nas fábricas decharuto em Havana durante o século pas-sado. Dentre essas sessões literárias, umase destacou pela boa aceitação junto aostrabalhadores. Foi "O Conde de Monte-cristo", de Alexandre Dumas, cujo nomefoi finalmente dado a marca.
Por mais de 30 anos, a casa Montecris-to não lançava um produto importante,com formato e tamanhos novos. Valeu apena esperar. O nome Edmundo foi es-colhido para este charuto, homenagean-do o personagem principal da novela quedeu origem à marca e fugindo totalmen-te dos nomes tradicionais cubanos. Seulançamento mundial iniciou em maio des-te ano na bela Paris, berço da lenda de"O Conde de Montecristo".
Com um calibre 52 (anel) e 135 mmde comprimento, ele pode ser conside-rado um super-robusto, ou seja, um pou-co mais grosso e ligeiramente maior em
tamanho. Adequado para o estilo de vi-da corrido dos dias de hoje, não é neces-sário reservar metade de um dia para de-gustá-lo devido ao seu tamanho genero-so, mas com certeza cada baforada se-rá lembrada com grande satisfação.
Embalado em caixas de cedro seme-lhantes ao Partagas D4, tive uma exce-lente impressão ao abrir a primeira de trêscaixas que tinha a minha disposição. To-dos os charutos estavam alinhados per-feitamente e com uma rara uniformida-de de cor nas capas que brilhavam emcontato com a luz.
Sua combinação única de tabaco foipreparada exclusivamente com folhas se-lecionadas da região de Vuelta Abajo, emCuba, resultando em um charuto comaroma firme, perfeitamente balanceadoe ressaltando uma característica de sa-bor de médio para encorpado. Se tives-se fumado este charuto sem anilha, eupoderia arriscar que seria um Cohiba, de-vido a sua suavidade, mas quando se che-ga ao seu terço final fica claro que é umMontecristo. Sua construção é perfeita,proporcionando um fluxo fácil e suave.
Como este é um charuto jovem, tenhocerteza de que com o tempo ele irá ma-turar e suas características se mostrarãocom maior evidência. q
UM NOVO CONDE DE
MONTECRISTODepois de 30 anos, a tradicional
casa de charutos cubanos traz
um novo produto ao mercado
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DICAS SOBRE CHARUTOS? MANDE SUA
PERGUNTA PARA SILVIO NUNZIATO PELO
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Montecristo é a marca de charutocubano mais conhecida e ven-dida no mundo. A origem de seu
nome foi achada nas leituras feitas paraentreter os trabalhadores nas fábricas decharuto em Havana durante o século pas-sado. Dentre essas sessões literárias, umase destacou pela boa aceitação junto aostrabalhadores. Foi "O Conde de Monte-cristo", de Alexandre Dumas, cujo nomefoi finalmente dado a marca.
Por mais de 30 anos, a casa Montecris-to não lançava um produto importante,com formato e tamanhos novos. Valeu apena esperar. O nome Edmundo foi es-colhido para este charuto, homenagean-do o personagem principal da novela quedeu origem à marca e fugindo totalmen-te dos nomes tradicionais cubanos. Seulançamento mundial iniciou em maio des-te ano na bela Paris, berço da lenda de"O Conde de Montecristo".
Com um calibre 52 (anel) e 135 mmde comprimento, ele pode ser conside-rado um super-robusto, ou seja, um pou-co mais grosso e ligeiramente maior em
tamanho. Adequado para o estilo de vi-da corrido dos dias de hoje, não é neces-sário reservar metade de um dia para de-gustá-lo devido ao seu tamanho genero-so, mas com certeza cada baforada se-rá lembrada com grande satisfação.
Embalado em caixas de cedro seme-lhantes ao Partagas D4, tive uma exce-lente impressão ao abrir a primeira de trêscaixas que tinha a minha disposição. To-dos os charutos estavam alinhados per-feitamente e com uma rara uniformida-de de cor nas capas que brilhavam emcontato com a luz.
Sua combinação única de tabaco foipreparada exclusivamente com folhas se-lecionadas da região de Vuelta Abajo, emCuba, resultando em um charuto comaroma firme, perfeitamente balanceadoe ressaltando uma característica de sa-bor de médio para encorpado. Se tives-se fumado este charuto sem anilha, eupoderia arriscar que seria um Cohiba, de-vido a sua suavidade, mas quando se che-ga ao seu terço final fica claro que é umMontecristo. Sua construção é perfeita,proporcionando um fluxo fácil e suave.
Como este é um charuto jovem, tenhocerteza de que com o tempo ele irá ma-turar e suas características se mostrarãocom maior evidência. q
UM NOVO CONDE DE
MONTECRISTODepois de 30 anos, a tradicional
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VEJA “TOMB RAIDER:A ORIGEM DA VIDA”NA REDE TELECINE
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AS BELAS DO SPORTVMUDAM A CARA DOSESPORTESRADICAIS
DANI MONTEIRO CAMINHOS
DA AVENTURA
LUIZE ALTENHOFEN
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DEZEMBRO 2004NÚMERO 21
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ANA LUIZA CASTRO
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Quando falamos de charutos cubanos,os nomes que vêm à tona são sempre osmesmos: Montecristo, Cohiba, Romeo e Ju-lieta, para citar alguns exemplos. Isso ocor-re porque essas marcas são produzidas emgrande escala, com um vigoroso trabalhode marketing para que sejam conhecidasmundialmente. Mas não é apenas dessasmarcas famosas que sobrevive o mercadocubano de charutos de primeira linha.
Em 1966, a marca Diplomaticos foi in-troduzida como uma opção mais barata eacessível aos famosos Montecristo. O alvoprincipal desde o seu lançamento foi aFrança. É sabido que os franceses têmpreferência por charutos mais suaves enão tão encorpados, razão pela qual os Di-plomaticos foram criados. A idéia era fa-bricar um produto sob medida para ten-tar conquistar esses consumidores.
Inicialmente só existiam cinco tamanhos,idênticos aos da linha dos Montecristo. Osnúmeros 6 e 7 foram introduzidos só em1976, correspondendo, em tamanho, aosMontecristo Especial número 1 e 2. Porrazões desconhecidas, eles foram descon-tinuados pouco tempo depois, em 1980.
Os Diplomaticos sempre foram – e são
até hoje – produzidos na fábrica dos Mon-tecristo, com o mesmo nível de qualidadede folhas e confecção para ambas as mar-cas. Um fator, porém, os diferencia: os Di-plomaticos são produzidos em uma esca-la muito menor, mas hoje em dia vendidosmundialmente pelo mesmo preço, o queironicamente tem cativado muitos aprecia-dores. Para se ter uma idéia, a marca con-tabilizou 0,2% da fatia de exportações cu-banas em 2000, e 0,3% em 2001, sendoo mercado francês o seu principal destino.
Ao se fumar qualquer tamanho, tanto deuma marca como de outra, a semelhançade suas características fica clara, principal-mente nos charutos de número 2, Torpedos.
Para os apreciadores de charutos compersonalidade, porém não tão marcan-tes, recomendo provar os Diplomaticos.Sua construção é rígida e uniforme, o flu-xo suave produz uma fumaça compactae ao mesmo tempo leve, e ele ainda pos-sui um aroma muito agradável. Minha im-pressão final é de que estamos falandode marcas excepcionais, mas posso no-tar que os Diplomaticos receberam um li-geiro toque final, devido ao maior tempodedicado na sua elaboração. q
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FRANCES VERˆPARA
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CRIADOS PARA AGRADAR AOS FRANCESES, OS
DIPLOMATICOS SÃO UMA VERSÃO MAIS SUAVE
E MENOS ENCORPADA DO MONTECRISTO
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A SUA REVISTA
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DA HISTÓRIAO CONTADOR
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PEDRO BIALNARRA UM SÉCULO
DE BRASIL E OS 40 ANOS DA
REDE GLOBO NABIOGRAFIA DE
ROBERTO MARINHO
SUPERGUIA NETVEJA “21 GRAMAS”,NA REDE TELECINEVEJA “21 GRAMAS”,NA REDE TELECINE
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Quando falamos de charutos cubanos,os nomes que vêm à tona são sempre osmesmos: Montecristo, Cohiba, Romeo e Ju-lieta, para citar alguns exemplos. Isso ocor-re porque essas marcas são produzidas emgrande escala, com um vigoroso trabalhode marketing para que sejam conhecidasmundialmente. Mas não é apenas dessasmarcas famosas que sobrevive o mercadocubano de charutos de primeira linha.
Em 1966, a marca Diplomaticos foi in-troduzida como uma opção mais barata eacessível aos famosos Montecristo. O alvoprincipal desde o seu lançamento foi aFrança. É sabido que os franceses têmpreferência por charutos mais suaves enão tão encorpados, razão pela qual os Di-plomaticos foram criados. A idéia era fa-bricar um produto sob medida para ten-tar conquistar esses consumidores.
Inicialmente só existiam cinco tamanhos,idênticos aos da linha dos Montecristo. Osnúmeros 6 e 7 foram introduzidos só em1976, correspondendo, em tamanho, aosMontecristo Especial número 1 e 2. Porrazões desconhecidas, eles foram descon-tinuados pouco tempo depois, em 1980.
Os Diplomaticos sempre foram – e são
até hoje – produzidos na fábrica dos Mon-tecristo, com o mesmo nível de qualidadede folhas e confecção para ambas as mar-cas. Um fator, porém, os diferencia: os Di-plomaticos são produzidos em uma esca-la muito menor, mas hoje em dia vendidosmundialmente pelo mesmo preço, o queironicamente tem cativado muitos aprecia-dores. Para se ter uma idéia, a marca con-tabilizou 0,2% da fatia de exportações cu-banas em 2000, e 0,3% em 2001, sendoo mercado francês o seu principal destino.
Ao se fumar qualquer tamanho, tanto deuma marca como de outra, a semelhançade suas características fica clara, principal-mente nos charutos de número 2, Torpedos.
Para os apreciadores de charutos compersonalidade, porém não tão marcan-tes, recomendo provar os Diplomaticos.Sua construção é rígida e uniforme, o flu-xo suave produz uma fumaça compactae ao mesmo tempo leve, e ele ainda pos-sui um aroma muito agradável. Minha im-pressão final é de que estamos falandode marcas excepcionais, mas posso no-tar que os Diplomaticos receberam um li-geiro toque final, devido ao maior tempodedicado na sua elaboração. q
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CRIADOS PARA AGRADAR AOS FRANCESES, OS
DIPLOMATICOS SÃO UMA VERSÃO MAIS SUAVE
E MENOS ENCORPADA DO MONTECRISTO
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cinzas depositadas no cinzeiro. São pes-soas seguras, bem sucedidas, porémnão têm pressa ao tomar decisões nosnegócios, têm bom coração, são gen-tis e talvez um pouco egocêntricas. Sa-bem gozar a vida de acordo com suaspossibilidades financeiras.
O segundo tipo é o “intelectual”. Nes-sa categoria se enquadram os jornalis-tas, cientistas, engenheiros e profissio-nais da área de propaganda. Fumamdepressa e podem conversar, falar aotelefone e escrever sem tirar o charutoda boca. Praticamente não distinguemo gosto do charuto que estão fuman-do, qualquer um serve, contanto quefumem. O que importa para eles é amarca do charuto. São pessoas preo-cupadas com sua profissão e gostamde agir com rapidez nas transações co-mercias que participam. O charuto osajuda a se concentrar no que estão fa-zendo. Raramente oferecem um cha-ruto a quem os visita, não por econo-mia, mas por puro esquecimento.
O terceiro tipo é o “avarento”. Esteé facilmente reconhecido por cortarum charuto em dois pedaços, para po-der fumar mais tarde a outra metade.Fuma-o até o fim, seu limite é quando
o calor intenso da cinza queima seuslábios e dedos. Se realmente resolverparar de fumar, guarda o charuto, mes-mo amargo, para ser fumado no diaseguinte. Fuma lentamente, não porqueestá degustando o charuto, mas paraeconomizar. Ele tem um orçamentopredeterminado e jamais ultrapassasua cota a não ser que receba um cha-ruto de presente. Se um sujeito dessetipo oferecer-lhe um charuto, pode es-tar certo de que algo de importante te-rá acontecido ou ele tem algum inte-resse escuso. Geralmente são egoís-tas. Nos negócios, são particularmen-te estranhos. Se perceberem que al-guém pode ter algum lucro, tentamsempre cortar uma porção desses lu-cros como cortam o charuto ao meio.
O último tipo é o “distraído”. Estetransporta sem proteção de um tuboseu charuto no bolso da camisa. Quan-do os retira, percebe que a capa estase descolando. Mesmo assim, rolam ocharuto pela língua na tentativa de re-colar a capa e o acendem sem gran-des preocupações. É um tipo comumentre os pintores, artistas plásticos e jor-nalistas. Suas roupas têm sempre al-gum vestígio de cinza. São sérios nosnegócios, mas geralmente pouco pon-tuais, muito generosos e adoram darcharutos aos amigos. São pessoas quenão conseguem degustar um charutopor muito tempo e não são muito adep-tos a cinzeiros, não por falta de educa-ção, mas por pura distração. q
Ocaráter das pessoas pode serconhecido por intermédio deuma infinidade de processos.
Historiadores têm apontado em seusestudos maneiras de revelar a per-sonalidade das pessoas decifrandoas linhas das mãos, e cientistas de-duzem com precisão matemática oque vai na alma do indivíduo medin-do-lhe as curvas das orelhas. O queaté agora ninguém sabia era que épossível revelar o caráter de alguémpelo modo como se fuma.
O primeiro tipo é o “conhecedor”. Elesabe comer bem e escolher bons vi-nhos, independentemente dos seus re-cursos financeiros, e pode ser reconhe-cido pela atenção que emprega ao es-colher seus charutos, examinando-osantes de acendê-los. Ele estará exer-cendo um verdadeiro rito religioso, poiscorta a ponta com precisão de movi-mentos. Este tipo de indivíduo fumasempre sentado numa poltrona confor-tável e após uma boa refeição. Ele de-gusta seu charuto expelindo a fumaçalentamente pela boca, demonstrandoimenso prazer. Além disso, conseguedetectar a qualidade de um charuto sópelo cheiro da fumaça e o tamanho das
DICAS SOBRE CHARUTOS? MANDE SUA
PERGUNTA PARA SILVIO NUNZIATO PELO
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DIGA-ME QUE
CHARUTO FUMAS...É possível descobrir o temperamento e apersonalidade de uma pessoa ao analisaro modo como ela degusta charutos
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cinzas depositadas no cinzeiro. São pes-soas seguras, bem sucedidas, porémnão têm pressa ao tomar decisões nosnegócios, têm bom coração, são gen-tis e talvez um pouco egocêntricas. Sa-bem gozar a vida de acordo com suaspossibilidades financeiras.
O segundo tipo é o “intelectual”. Nes-sa categoria se enquadram os jornalis-tas, cientistas, engenheiros e profissio-nais da área de propaganda. Fumamdepressa e podem conversar, falar aotelefone e escrever sem tirar o charutoda boca. Praticamente não distinguemo gosto do charuto que estão fuman-do, qualquer um serve, contanto quefumem. O que importa para eles é amarca do charuto. São pessoas preo-cupadas com sua profissão e gostamde agir com rapidez nas transações co-mercias que participam. O charuto osajuda a se concentrar no que estão fa-zendo. Raramente oferecem um cha-ruto a quem os visita, não por econo-mia, mas por puro esquecimento.
O terceiro tipo é o “avarento”. Esteé facilmente reconhecido por cortarum charuto em dois pedaços, para po-der fumar mais tarde a outra metade.Fuma-o até o fim, seu limite é quando
o calor intenso da cinza queima seuslábios e dedos. Se realmente resolverparar de fumar, guarda o charuto, mes-mo amargo, para ser fumado no diaseguinte. Fuma lentamente, não porqueestá degustando o charuto, mas paraeconomizar. Ele tem um orçamentopredeterminado e jamais ultrapassasua cota a não ser que receba um cha-ruto de presente. Se um sujeito dessetipo oferecer-lhe um charuto, pode es-tar certo de que algo de importante te-rá acontecido ou ele tem algum inte-resse escuso. Geralmente são egoís-tas. Nos negócios, são particularmen-te estranhos. Se perceberem que al-guém pode ter algum lucro, tentamsempre cortar uma porção desses lu-cros como cortam o charuto ao meio.
O último tipo é o “distraído”. Estetransporta sem proteção de um tuboseu charuto no bolso da camisa. Quan-do os retira, percebe que a capa estase descolando. Mesmo assim, rolam ocharuto pela língua na tentativa de re-colar a capa e o acendem sem gran-des preocupações. É um tipo comumentre os pintores, artistas plásticos e jor-nalistas. Suas roupas têm sempre al-gum vestígio de cinza. São sérios nosnegócios, mas geralmente pouco pon-tuais, muito generosos e adoram darcharutos aos amigos. São pessoas quenão conseguem degustar um charutopor muito tempo e não são muito adep-tos a cinzeiros, não por falta de educa-ção, mas por pura distração. q
Ocaráter das pessoas pode serconhecido por intermédio deuma infinidade de processos.
Historiadores têm apontado em seusestudos maneiras de revelar a per-sonalidade das pessoas decifrandoas linhas das mãos, e cientistas de-duzem com precisão matemática oque vai na alma do indivíduo medin-do-lhe as curvas das orelhas. O queaté agora ninguém sabia era que épossível revelar o caráter de alguémpelo modo como se fuma.
O primeiro tipo é o “conhecedor”. Elesabe comer bem e escolher bons vi-nhos, independentemente dos seus re-cursos financeiros, e pode ser reconhe-cido pela atenção que emprega ao es-colher seus charutos, examinando-osantes de acendê-los. Ele estará exer-cendo um verdadeiro rito religioso, poiscorta a ponta com precisão de movi-mentos. Este tipo de indivíduo fumasempre sentado numa poltrona confor-tável e após uma boa refeição. Ele de-gusta seu charuto expelindo a fumaçalentamente pela boca, demonstrandoimenso prazer. Além disso, conseguedetectar a qualidade de um charuto sópelo cheiro da fumaça e o tamanho das
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FEVEREIRO 2005NÚMERO 23
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ESTRÉIA O TALK SHOW APRESENTADO POR OPRAH WINFREY NO GNT
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COMATELADE CASONO MÊS DO OSCAR,JOSÉ WILKER FALA DE SUA PAIXÃOPELO CINEMA
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CHARUtO
PRODUZIDOS NA
CIDADE BAIANA DE
CRUZ DAS ALMAS,
ESTES CHARUTOS
CONSEGUEM CHEGAR
À QUALIDADE DAS
MARCAS CUBANAS
TRADICIONAIS
O QUE EQUE O
TEM?ANGELINA
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
E-MAIL: [email protected]
DICAS SOBRE CHARUTOS? MANDE SUA
PERGUNTA PARA SILVIO NUNZIATO PELO
E-MAIL: [email protected]
Seja pela aparência externa, chei-ro da fumaça ou sabor, um bomapreciador de charutos conse-
gue, após algumas baforadas, dife-renciar um cubano de um dominica-no, hondurenho ou baiano. Pois bem,provei pela primeira vez um Angeli-na Série A Robusto "Made in Bahia"e tive a nítida impressão, por todosos quesitos mencionados acima, queeu estava fumando um verdadeiro pu-ro cubano. Não quero fazer nenhumtipo de comparação entre os charu-tos cubanos e baianos da mesma for-ma que não se pode comparar um vi-nho francês com um chileno. Todospossuem características individuais edevem ser respeitados e apreciadosdessa forma. Porém, nunca podemosesquecer da terra mãe, onde tudo co-
meçou e de onde partiram as semen-tes e a cultura para que novos povospudessem também seguir produzin-do bons produtos. Fica difícil de acre-ditar que depois de 500 anos de tra-dição dos charutos cubanos que ain-da se pudesse criar algo tão diferen-te como o Angelina fora de Cuba.
A Angelina Tabacos surgiu em 2001em Cruz das Almas, Bahia, cidade cen-tenária do recôncavo baiano, localiza-da em uma região tradicional pelo cul-tivo do melhor tabaco brasileiro. Umdos sócios, Marcelo Ceneviva, um afi-cionado por charutos, estava realizan-do um sonho de um dia ter sua pró-pria fábrica. Conseguiu adquirir asações de uma tradicional empresa deCruz das Almas e começou a colocarem prática seus conhecimentos portambém estar no comércio de charu-tos há muitos anos. Para satisfazer umavariada gama de consumidores, a An-gelina Tabacos lança no mercado so-mente cinco formatos: Petit, Corona,Robusto, Torpedo e Exclusivos.
Em maio de 2004, a Angelina resol-ve introduzir no mercado os charutosSérie A Cabinet nos formatos Robus-to (123 x 20mm) e Corona Gorda (140x 38mm), que foram torcidos com fu-mos obtidos de sementes cubanas. Pa-ra acondicioná-los foi desenvolvidouma embalagem diferenciada, umacaixa de cedro natural, sem verniz ourevestimento, com tampa superior ti-po estojo, corrediça, contendo 25 cha-rutos, muito parecida com os EpicureNo 2. No meu primeiro contato com oSérie A Robusto fiquei muito bem im-pressionado com a capa de cor cara-melo escuro, brilhante e oleosa evi-denciando sua boa qualidade bem co-mo os cuidados recebidos ao longo deseu processo de fermentação.A firme-za na textura traduzia a habilidade dotorcedor(a) ao elaborar o charuto, oque por sua vez resultou em um fluxosuave e com fácil combustão após al-guns minutos aceso. E o mais impor-tante é o sabor potente, porém semos exageros, que produz o tão apre-ciado retrogosto, que somente os cha-rutos com personalidade forte conse-guem proporcionar. Acho que este éum dos produtos de melhor relaçãocusto/benefício no mercado, atualmen-te, R$ 378,00 por uma caixa com 25unidades. Como sugestão para quemquiser provar é só ir às Lojas Oruam(tel. 11– 3061-5563/3088-0891). q
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MARÇO 2005NÚMERO 24
R$ 9,00
O SERIADO “LOST”ESTRÉIA NO AXN,E O “MANHATTANCONNECTION”,DO GNT, FAZ 12 ANOS
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PROMESSASPAGADOR DE
O ASTRO DE ACÃOMEL GIBSON EXPIA SEUS PECADOS COM”A PAIXÃO DE CRISTO”
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Seja pela aparência externa, chei-ro da fumaça ou sabor, um bomapreciador de charutos conse-
gue, após algumas baforadas, dife-renciar um cubano de um dominica-no, hondurenho ou baiano. Pois bem,provei pela primeira vez um Angeli-na Série A Robusto "Made in Bahia"e tive a nítida impressão, por todosos quesitos mencionados acima, queeu estava fumando um verdadeiro pu-ro cubano. Não quero fazer nenhumtipo de comparação entre os charu-tos cubanos e baianos da mesma for-ma que não se pode comparar um vi-nho francês com um chileno. Todospossuem características individuais edevem ser respeitados e apreciadosdessa forma. Porém, nunca podemosesquecer da terra mãe, onde tudo co-
meçou e de onde partiram as semen-tes e a cultura para que novos povospudessem também seguir produzin-do bons produtos. Fica difícil de acre-ditar que depois de 500 anos de tra-dição dos charutos cubanos que ain-da se pudesse criar algo tão diferen-te como o Angelina fora de Cuba.
A Angelina Tabacos surgiu em 2001em Cruz das Almas, Bahia, cidade cen-tenária do recôncavo baiano, localiza-da em uma região tradicional pelo cul-tivo do melhor tabaco brasileiro. Umdos sócios, Marcelo Ceneviva, um afi-cionado por charutos, estava realizan-do um sonho de um dia ter sua pró-pria fábrica. Conseguiu adquirir asações de uma tradicional empresa deCruz das Almas e começou a colocarem prática seus conhecimentos portambém estar no comércio de charu-tos há muitos anos. Para satisfazer umavariada gama de consumidores, a An-gelina Tabacos lança no mercado so-mente cinco formatos: Petit, Corona,Robusto, Torpedo e Exclusivos.
Em maio de 2004, a Angelina resol-ve introduzir no mercado os charutosSérie A Cabinet nos formatos Robus-to (123 x 20mm) e Corona Gorda (140x 38mm), que foram torcidos com fu-mos obtidos de sementes cubanas. Pa-ra acondicioná-los foi desenvolvidouma embalagem diferenciada, umacaixa de cedro natural, sem verniz ourevestimento, com tampa superior ti-po estojo, corrediça, contendo 25 cha-rutos, muito parecida com os EpicureNo 2. No meu primeiro contato com oSérie A Robusto fiquei muito bem im-pressionado com a capa de cor cara-melo escuro, brilhante e oleosa evi-denciando sua boa qualidade bem co-mo os cuidados recebidos ao longo deseu processo de fermentação.A firme-za na textura traduzia a habilidade dotorcedor(a) ao elaborar o charuto, oque por sua vez resultou em um fluxosuave e com fácil combustão após al-guns minutos aceso. E o mais impor-tante é o sabor potente, porém semos exageros, que produz o tão apre-ciado retrogosto, que somente os cha-rutos com personalidade forte conse-guem proporcionar. Acho que este éum dos produtos de melhor relaçãocusto/benefício no mercado, atualmen-te, R$ 378,00 por uma caixa com 25unidades. Como sugestão para quemquiser provar é só ir às Lojas Oruam(tel. 11– 3061-5563/3088-0891). q
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O novo charutocubano possui22mm a menos,mas a mesmabitola de umtradicional
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Tenho sempre batido na mesma tecla de quecharuto não se fuma, se degusta. Para isso,se faz necessário seguir um ritual em que uma
série de quesitos precisam ser respeitados. Estaracomodado confortavelmente na sua poltrona pre-ferida, ter saboreado uma bem elaborada refeiçãoe estar na companhia de amigos certamente são al-guns componentes do que parece ser uma longasessão de degustação do seu charuto predileto. Sóque para se colocar tudo isso em prática existe umfator muito importante que deve ser levado em con-sideração, o tempo. Com certeza, a situação descri-
ta deve levar de 3 a 4 horas, tomando-se em contaque um degustador demora em média 1 minuto en-tre uma baforada e outra e se ainda o charuto emquestão for um double corona.
Mas a vida do apreciador de charuto nem sem-pre é essa maravilha em termos de disponibilidadede tempo. Eu me vejo muitas vezes entre um com-promisso e outro ou logo depois do almoço onde eusó tenho entre 30 e 40 minutos disponíveis e mebate uma vontade incrível de degustar um puro. Omeu gosto pessoal sempre foi por charutos encor-pados e longos, que geralmente são os mais caros,ainda mais se forem cubanos. Me dói o coraçãoacender um charuto desse porte sabendo que vouter de me desfazer dele em meia hora, sendo queguardar charuto apagado para fumar depois está to-talmente fora de questão. O que fazer? Fumar umacigarrilha ou um charuto menor que tenha comonome "petit qualquer coisa"? Qualquer sugestão des-se tipo de nunca estará a altura do seu charuto pre-dileto, e aconselho, então, desistir de fumar e chu-par uma bala ou mascar um chiclete para que seupaladar de degustador não seja mal influenciado.
Foi lançado no final do ano passado, em Cuba,o "Hoyo de Monterrey Petit Robusto". Um produ-to que atende às necessidades de degustadorescom pouco tempo, porém com paladar refinado.Com 22 mm a menos em tamanho, mas com amesma bitola que um Robusto tradicional (50),esse charuto com certeza é um pequeno que sa-tisfaz. Confesso que a minha primeira impressãoao abrir a caixa foi de que eu estava prestes aacender um charuto com jeitão de "petit qualquercoisa" e que pela aparência não daria conta dorecado, enganei-me. Ele se mostrou com perso-nalidade, excelente fluxo e sabor intenso do iní-cio ao fim, me deixando até com vontade de acen-der outro após os 30 minutos que eu tinha direi-to. Fiquei impressionado com a potência dessecharuto, levando-se em conta seu tamanho pe-queno, cheguei a conclusão que sua construçãofoi planejada para ele atuar entre os grandes. Umacaixa com 25 unidades, muita parecida com a doseu irmão mais velho, epicure Nº2, sai por R$650,00 e pode ser encontrada no Epicur CigarClub (tel. 11-3064-2201). q
LANÇADO NO FIM DO
ANO PASSADO, O CUBANO
“HOYO MONTERREY PETIT
ROBUSTO” CHEGA COMO UMA
BOA OPÇÃO PARA QUEM TÊM
POUCO TEMPO PARA
FUMAR
PARA DEGUSTARO TEMPO CERTO
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O novo charutocubano possui22mm a menos,mas a mesmabitola de umtradicional
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Tenho sempre batido na mesma tecla de quecharuto não se fuma, se degusta. Para isso,se faz necessário seguir um ritual em que uma
série de quesitos precisam ser respeitados. Estaracomodado confortavelmente na sua poltrona pre-ferida, ter saboreado uma bem elaborada refeiçãoe estar na companhia de amigos certamente são al-guns componentes do que parece ser uma longasessão de degustação do seu charuto predileto. Sóque para se colocar tudo isso em prática existe umfator muito importante que deve ser levado em con-sideração, o tempo. Com certeza, a situação descri-
ta deve levar de 3 a 4 horas, tomando-se em contaque um degustador demora em média 1 minuto en-tre uma baforada e outra e se ainda o charuto emquestão for um double corona.
Mas a vida do apreciador de charuto nem sem-pre é essa maravilha em termos de disponibilidadede tempo. Eu me vejo muitas vezes entre um com-promisso e outro ou logo depois do almoço onde eusó tenho entre 30 e 40 minutos disponíveis e mebate uma vontade incrível de degustar um puro. Omeu gosto pessoal sempre foi por charutos encor-pados e longos, que geralmente são os mais caros,ainda mais se forem cubanos. Me dói o coraçãoacender um charuto desse porte sabendo que vouter de me desfazer dele em meia hora, sendo queguardar charuto apagado para fumar depois está to-talmente fora de questão. O que fazer? Fumar umacigarrilha ou um charuto menor que tenha comonome "petit qualquer coisa"? Qualquer sugestão des-se tipo de nunca estará a altura do seu charuto pre-dileto, e aconselho, então, desistir de fumar e chu-par uma bala ou mascar um chiclete para que seupaladar de degustador não seja mal influenciado.
Foi lançado no final do ano passado, em Cuba,o "Hoyo de Monterrey Petit Robusto". Um produ-to que atende às necessidades de degustadorescom pouco tempo, porém com paladar refinado.Com 22 mm a menos em tamanho, mas com amesma bitola que um Robusto tradicional (50),esse charuto com certeza é um pequeno que sa-tisfaz. Confesso que a minha primeira impressãoao abrir a caixa foi de que eu estava prestes aacender um charuto com jeitão de "petit qualquercoisa" e que pela aparência não daria conta dorecado, enganei-me. Ele se mostrou com perso-nalidade, excelente fluxo e sabor intenso do iní-cio ao fim, me deixando até com vontade de acen-der outro após os 30 minutos que eu tinha direi-to. Fiquei impressionado com a potência dessecharuto, levando-se em conta seu tamanho pe-queno, cheguei a conclusão que sua construçãofoi planejada para ele atuar entre os grandes. Umacaixa com 25 unidades, muita parecida com a doseu irmão mais velho, epicure Nº2, sai por R$650,00 e pode ser encontrada no Epicur CigarClub (tel. 11-3064-2201). q
LANÇADO NO FIM DO
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“HOYO MONTERREY PETIT
ROBUSTO” CHEGA COMO UMA
BOA OPÇÃO PARA QUEM TÊM
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SEM MEDO DE PAPÉISARRISCADOS, A ATRIZ PROVAQUE BELEZACOMBINA COM TALENTO
O FILME “OS PIRATAS DO CARIBE” MARCA A CHEGADA DOS CANAIS HBO À NET
SUPERGUIA NET
EDIÇÃO ESPECIAL DE DOIS ANOS, COM TEXTOS ASSINADOS POR CHRISTIANO COCHRANE,DANIELA ESCOBAR, DOMINGAS PERSON, DORA VERGUEIRO, FLÁVIA QUARESMA, LORENACALÁBRIA, NIGELLA LAWSON, RENATO MACHADO, RUBENS EWALD FILHO E WILSON CUNHA
ABRIL 2005NÚMERO 25
R$ 9,00
A SUA REVISTA
CHARLIZE
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Ao lado, ossachês do sueco Snus.Acima, opopular tabacomascável dos EUA
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V ocê conseguiria se imaginar ace-lerando uma Ferrari sem ouvir oronco daquele poderoso motor?
E que tal apreciar seu Double Coronapreferido sem ver a fumaça e sentir seuaroma? Pois é exatamente essa sensa-ção que eu imagino que os adeptos do"smokeless tobacco" ou "tabaco sem fu-maça" devem ter. É uma tradição secu-lar, nativos da América do Norte e Sul ti-nham o hábito de mascar folhas de ta-baco, e na Europa era comum inalar pe-quenas porções de tabaco triturado. Es-sa maneira de se apreciar o tabaco semo uso do fogo existe bem antes da apa-rição do charuto, cachimbo e mais tar-de até do cigarro. Com o passar dos tem-pos, o hábito foi se popularizando e, den-tre as opções disponíveis no mercado,as mais conhecidas hoje são o tabacomascável ou "chewing tobacco", nos Es-tados Unidos, e o sueco Snus (snuff, eminglês), muito popular na Escandinávia.
O tabaco mascável é apresentado naforma de pequenos blocos de folhas detabaco triturado que, quando colocadoentre a parte interna da bochecha e agengiva, provoca a produção de salivae a sensação de se estar fumando. Nosanos 20, o "chewing tobacco" nos EUAera associado ao jogo de baseball. Eraporque os jogadores, ao mascarem otabaco, mantinham suas bocas sem-pre úmidas devido a produção exces-siva de saliva e assim cuspiam frequen-
temente nas suas luvas, mantendo ocouro macio. Além disso, o "pitcher" ouarremessador, tinha como arma secre-ta um arremesso que chamava de "spit-ball" (ou bola de cuspe), no qual ele en-volvia a bola com saliva e, ao arremes-sá-la, ela se liberava de seus dedos commais facilidade e grande velocidade,produzindo um efeito trivela quase quefatal. Estatísticas comprovam que exis-tem hoje nos EUA entre 12 e 14 mi-lhões de pessoas que utilizam algumaforma de tabaco sem fumaça.
O sueco Snus é composto de folhastrituradas de tabaco, água, sal e aditi-vos acondicionados em pequenos sa-chês (tipo dos de chá) dentro de latasde 24 ou 50g. Os usuários o colocamentre o lábio superior e a gengiva, on-de logo se inicia o processo de produ-ção de saliva dando a sensação de seestar fumando. Existem hoje cerca deum milhão de apreciadores de Snussó na Suécia, onde 10% desse nume-ro é representado por mulheres. Esti-ve recentemente na Suécia, e lá tivemeu primeiro contato com o Snus. Se-guindo instruções dos locais, coloqueium sachê entre meu lábio superior eminha gengiva, e aguardei alguns mi-nutos. Logo em seguida, minha gen-giva começou a formigar comecei asentir uma sensação de náusea comum pouco de tontura e logo concluique não tinha me dado bem. q
DE
SEM SINAISFUMACA
TABACO
MASCÁVEL
E O EXÓTICO
SUECO SNUS
APARECEM
COMO OPÇÕES
PARA QUEM
NÃO QUER
INCOMODAR
AQUELES QUE
ESTÃO À SUA
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V ocê conseguiria se imaginar ace-lerando uma Ferrari sem ouvir oronco daquele poderoso motor?
E que tal apreciar seu Double Coronapreferido sem ver a fumaça e sentir seuaroma? Pois é exatamente essa sensa-ção que eu imagino que os adeptos do"smokeless tobacco" ou "tabaco sem fu-maça" devem ter. É uma tradição secu-lar, nativos da América do Norte e Sul ti-nham o hábito de mascar folhas de ta-baco, e na Europa era comum inalar pe-quenas porções de tabaco triturado. Es-sa maneira de se apreciar o tabaco semo uso do fogo existe bem antes da apa-rição do charuto, cachimbo e mais tar-de até do cigarro. Com o passar dos tem-pos, o hábito foi se popularizando e, den-tre as opções disponíveis no mercado,as mais conhecidas hoje são o tabacomascável ou "chewing tobacco", nos Es-tados Unidos, e o sueco Snus (snuff, eminglês), muito popular na Escandinávia.
O tabaco mascável é apresentado naforma de pequenos blocos de folhas detabaco triturado que, quando colocadoentre a parte interna da bochecha e agengiva, provoca a produção de salivae a sensação de se estar fumando. Nosanos 20, o "chewing tobacco" nos EUAera associado ao jogo de baseball. Eraporque os jogadores, ao mascarem otabaco, mantinham suas bocas sem-pre úmidas devido a produção exces-siva de saliva e assim cuspiam frequen-
temente nas suas luvas, mantendo ocouro macio. Além disso, o "pitcher" ouarremessador, tinha como arma secre-ta um arremesso que chamava de "spit-ball" (ou bola de cuspe), no qual ele en-volvia a bola com saliva e, ao arremes-sá-la, ela se liberava de seus dedos commais facilidade e grande velocidade,produzindo um efeito trivela quase quefatal. Estatísticas comprovam que exis-tem hoje nos EUA entre 12 e 14 mi-lhões de pessoas que utilizam algumaforma de tabaco sem fumaça.
O sueco Snus é composto de folhastrituradas de tabaco, água, sal e aditi-vos acondicionados em pequenos sa-chês (tipo dos de chá) dentro de latasde 24 ou 50g. Os usuários o colocamentre o lábio superior e a gengiva, on-de logo se inicia o processo de produ-ção de saliva dando a sensação de seestar fumando. Existem hoje cerca deum milhão de apreciadores de Snussó na Suécia, onde 10% desse nume-ro é representado por mulheres. Esti-ve recentemente na Suécia, e lá tivemeu primeiro contato com o Snus. Se-guindo instruções dos locais, coloqueium sachê entre meu lábio superior eminha gengiva, e aguardei alguns mi-nutos. Logo em seguida, minha gen-giva começou a formigar comecei asentir uma sensação de náusea comum pouco de tontura e logo concluique não tinha me dado bem. q
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SEM SINAISFUMACA
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E O EXÓTICO
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COMO OPÇÕES
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ASSISTA AO APOCALÍPTICO“O DIA DEPOIS DE AMANHÔ NAREDE TELECINE
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REVELAM
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A firmeza dascinzas indica se ocharuto foi bemconstruído
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Cinza de charuto, cigarro e ca-chimbo sempre é um problema.Sobra no cinzeiro, deixando a
maior sujeira. Ao menor descuido, caina roupa ou no tapete, manchando tu-do, e ainda por cima deixa um cheirodesagradável no ambiente. Em resu-mo, a cinza não tem nenhuma utilida-de a não ser a de evidenciar que ocor-reu a queima de tabaco. E ela é a pro-va disso em forma de restos mortais.
Pode até ser que essa falta de impor-tância ocorra com o cigarro e o cachim-bo, mas com certeza não com o charu-to. Algumas pessoas têm a capacidadede ler a sorte de outras simplesmenteanalisando a borra que sobra na xícarade um café árabe. Apreciadores expe-rientes e provadores profissionais decharuto conseguem detectar o tipo desolo que a folha de tabaco foi plantada.Se o charuto foi bem construído pelotorcedor, se foi bem acondicionado de-pois de pronto, e até se o apreciadorusou a técnica de fumar correta.
Quando a cinza é predominantemen-te branca ou cinza é uma indicaçãode que se trata de charuto de boa qua-lidade porque o solo em que a plantade tabaco foi cultivada é rico em po-
tássio. Folhas de tabaco que após quei-madas depositam uma cinza preta nãosão ricas em minerais e, por isso, pro-duzem um gosto amargo e um odormuito forte. A principal característicaque indica se o charuto foi bem cons-truído é a firmeza e estabilidade da cin-za. Com movimentos leves das mãos,a cinza não deve cair com menos de2 a 3 cm de comprimento e em blo-cos uniformes em tamanho. Se ela es-farelar, quebrar em pequenos peda-ços desiguais, com certeza, o charutonão é de boa qualidade.
Depois que a cinza cai do charuto,uma mudança significativa no sabordo charuto pode ser notada. Issoocorre porque durante a formaçãogradual da cinza ela está refrescan-do a fumaça, tornando o processo defumar muito mais suave. Essa é a ex-plicação de porque o apreciador tema impressão de que o charuto ficoumais forte e quente depois que a cin-za caiu. Para a cinza poder mantersua coloração ideal também é neces-sário que o charuto não esteja nemmuito seco e nem muito úmido e oapreciador utilize puxadas suaves euniformes durante o ato de fumar. q
ELAS INCOMODAM PORQUE PODEM MANCHAR
ROUPAS E SUJAR O AMBIENTE, MAS TAMBÉM SERVEM
PARA VERIFICAR A QUALIDADE DE UM CHARUTO
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ESPECIAL: DICAS DE PRESENTES PARA O DIA DOS NAMORADOS
DA MODAARSENAL
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SUPERMODELOS SÃO A LINHA
DE FRENTE NA BATALHADO FASHION WEEK
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"BRILHO ETERNO DEUMA MENTE SEMLEMBRANÇAS",NA REDE TELECINE
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SAIA JUSTAUMA CONVERSACOM AS NOVASAPRESENTADORAS
CAROLINE RIBEIRO
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
E-MAIL: [email protected]
DICAS SOBRE CHARUTOS? MANDE SUA
PERGUNTA PARA SILVIO NUNZIATO PELO
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Cinza de charuto, cigarro e ca-chimbo sempre é um problema.Sobra no cinzeiro, deixando a
maior sujeira. Ao menor descuido, caina roupa ou no tapete, manchando tu-do, e ainda por cima deixa um cheirodesagradável no ambiente. Em resu-mo, a cinza não tem nenhuma utilida-de a não ser a de evidenciar que ocor-reu a queima de tabaco. E ela é a pro-va disso em forma de restos mortais.
Pode até ser que essa falta de impor-tância ocorra com o cigarro e o cachim-bo, mas com certeza não com o charu-to. Algumas pessoas têm a capacidadede ler a sorte de outras simplesmenteanalisando a borra que sobra na xícarade um café árabe. Apreciadores expe-rientes e provadores profissionais decharuto conseguem detectar o tipo desolo que a folha de tabaco foi plantada.Se o charuto foi bem construído pelotorcedor, se foi bem acondicionado de-pois de pronto, e até se o apreciadorusou a técnica de fumar correta.
Quando a cinza é predominantemen-te branca ou cinza é uma indicaçãode que se trata de charuto de boa qua-lidade porque o solo em que a plantade tabaco foi cultivada é rico em po-
tássio. Folhas de tabaco que após quei-madas depositam uma cinza preta nãosão ricas em minerais e, por isso, pro-duzem um gosto amargo e um odormuito forte. A principal característicaque indica se o charuto foi bem cons-truído é a firmeza e estabilidade da cin-za. Com movimentos leves das mãos,a cinza não deve cair com menos de2 a 3 cm de comprimento e em blo-cos uniformes em tamanho. Se ela es-farelar, quebrar em pequenos peda-ços desiguais, com certeza, o charutonão é de boa qualidade.
Depois que a cinza cai do charuto,uma mudança significativa no sabordo charuto pode ser notada. Issoocorre porque durante a formaçãogradual da cinza ela está refrescan-do a fumaça, tornando o processo defumar muito mais suave. Essa é a ex-plicação de porque o apreciador tema impressão de que o charuto ficoumais forte e quente depois que a cin-za caiu. Para a cinza poder mantersua coloração ideal também é neces-sário que o charuto não esteja nemmuito seco e nem muito úmido e oapreciador utilize puxadas suaves euniformes durante o ato de fumar. q
ELAS INCOMODAM PORQUE PODEM MANCHAR
ROUPAS E SUJAR O AMBIENTE, MAS TAMBÉM SERVEM
PARA VERIFICAR A QUALIDADE DE UM CHARUTO
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A exemplo dosabor de um bomvinho, o docharuto fica maissuave com opassar do tempo
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Amais mística e fascinante caracterís-tica dos charutos é, com certeza, oseu processo de envelhecimento. As-
sim como um bom vinho, quando o charu-to é preservado em condições ideais (tem-peratura entre 16-18 ºC e umidade entre 65-70%), ele adquire aspectos que o torna sim-plesmente diferente e não necessariamen-te melhor. Com o passar do tempo, ele ficamais suave, redondo e agradável, produzin-do um caráter brando, sem aquela presen-ça afiada do gosto de tabaco.
Quando um charuto envelhece, ele passapor quatro estágios: 1- período doente; 2-primeira maturação; 3 - segunda maturaçãoe 4 - terceira maturação. Fica muito difícilsaber onde começa um e termina o outro,pois geralmente eles se sobrepõem.
O período doente é quando o cheiro inde-sejável de amônia ainda é evidente em umcharuto recém-fabricado. A folha de tabacoé umedecida antes do charuto ser enrolado,o que provoca uma fermentação aceleradae, conseqüentemente, produz muita amô-
nia. Para eliminar completamente esse chei-ro, é necessário aguardar em média um anoapós sua fabricação.
A primeira maturação é quando o charu-to está mais saboroso. Durante esse estágio,devido à fermentação contínua, aromas e sa-bores agradáveis são produzidos. Dependen-do da força do charuto, esse período podevariar de dois a dez anos.
A segunda maturação é o estágio onde senota a presença do tanino e pode ser neces-sário de 10 a 20 anos até atingir seu períodode pico. Neste momento, ele adquire extremasuavidade e complexidade, acrescentandoclasse e elegância à sua personalidade.
A terceira maturação é o resultado do acú-mulo de um finesse gerado pelas reações quí-micas misteriosas entre todos os componen-tes de um charuto. O buquê atinge seu nívelmáximo e o aroma é exageradamente com-plexo e inesquecível quando provado. Assimcomo em um vinho bordeaux ou burgundyenvelhecido, essas características começama ser detectadas a partir de duas décadas. q
O TEMPOCERTO
SÃO QUATRO AS FASES DE ENVELHECIMENTO DE UM CHARUTO.
SÓ DEPOIS DE CERCA DE 20 ANOS, COM A TERCEIRA MATURAÇÃO,
O PURO ATINGE O PONTO IDEAL PARA O CONSUMO
SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
E-MAIL: [email protected]
DICAS SOBRE CHARUTOS? MANDE SUA
PERGUNTA PARA SILVIO NUNZIATO PELO
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CINEMA: UMA CONVERSA COM SCARLETT JOHANSSON, DE "ENCONTROS E DESENCONTROS"
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FIDELIDADEALTA
NELSON MOTTA FALA DE SUA PAIXÃO PELA MÚSICA E DO
PRÊMIO MULTISHOW
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CARIBEUM PASSEIO PELAS ILHAS DE SAINT BARTHS E SAINT MARTIN
GASTRONOMIAOS RESTAURANTES QUE OFERECEM UMA COMIDA LEVE,SAUDÁVEL E SABOROSA
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Amais mística e fascinante caracterís-tica dos charutos é, com certeza, oseu processo de envelhecimento. As-
sim como um bom vinho, quando o charu-to é preservado em condições ideais (tem-peratura entre 16-18 ºC e umidade entre 65-70%), ele adquire aspectos que o torna sim-plesmente diferente e não necessariamen-te melhor. Com o passar do tempo, ele ficamais suave, redondo e agradável, produzin-do um caráter brando, sem aquela presen-ça afiada do gosto de tabaco.
Quando um charuto envelhece, ele passapor quatro estágios: 1- período doente; 2-primeira maturação; 3 - segunda maturaçãoe 4 - terceira maturação. Fica muito difícilsaber onde começa um e termina o outro,pois geralmente eles se sobrepõem.
O período doente é quando o cheiro inde-sejável de amônia ainda é evidente em umcharuto recém-fabricado. A folha de tabacoé umedecida antes do charuto ser enrolado,o que provoca uma fermentação aceleradae, conseqüentemente, produz muita amô-
nia. Para eliminar completamente esse chei-ro, é necessário aguardar em média um anoapós sua fabricação.
A primeira maturação é quando o charu-to está mais saboroso. Durante esse estágio,devido à fermentação contínua, aromas e sa-bores agradáveis são produzidos. Dependen-do da força do charuto, esse período podevariar de dois a dez anos.
A segunda maturação é o estágio onde senota a presença do tanino e pode ser neces-sário de 10 a 20 anos até atingir seu períodode pico. Neste momento, ele adquire extremasuavidade e complexidade, acrescentandoclasse e elegância à sua personalidade.
A terceira maturação é o resultado do acú-mulo de um finesse gerado pelas reações quí-micas misteriosas entre todos os componen-tes de um charuto. O buquê atinge seu nívelmáximo e o aroma é exageradamente com-plexo e inesquecível quando provado. Assimcomo em um vinho bordeaux ou burgundyenvelhecido, essas características começama ser detectadas a partir de duas décadas. q
O TEMPOCERTO
SÃO QUATRO AS FASES DE ENVELHECIMENTO DE UM CHARUTO.
SÓ DEPOIS DE CERCA DE 20 ANOS, COM A TERCEIRA MATURAÇÃO,
O PURO ATINGE O PONTO IDEAL PARA O CONSUMO
SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
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P or que alguns charutos são apresen-tados em bonitas caixas de cedro,decoradas com temas históricos, e
outros simplesmente em maços envoltosem papel celofane e amarrados com umafita de seda amarela? Os maços surgiramno mercado no início dos anos 60, com afama de serem "charutos econômicos". Asvariedades oferecidas em maços eram con-sideradas pelos fabricantes como de se-gunda linha, por não terem passado pelocontrole de qualidade. Uma simples man-cha ou defeito na capa já era suficiente pa-ra o charuto ser separado e destinado so-mente para os maços.
Antes de colocados em caixas, os cha-rutos são separados e agrupados por corda capa. Dentro de uma mesma caixa, acor de uma boa marca de charuto é idên-tica, porém – de uma caixa para outra –pequenas variações podem ocorrer. Nãose tinha a mesma preocupação com con-sistência de cores nos maços e até mes-mo no sabor, porque a questão importan-
te era a economia e não a aparência. Eracomum encontrar em um mesmo maço vá-rias tonalidades de capa, assim como al-guns paladares distintos provenientes dediferentes lotes de fabricação. Por não con-tarem com custo da mão-de-obra de sele-ção e das caixas, o preço reduzido foi ogrande atrativo que gerou tanto sucesso.
Mas, nos dias de hoje, as coisas muda-ram. A palavra "maço" não é mais sinônimode segunda qualidade. Eles se tornaram tãopopulares que os produtores se preparampara esse tipo de mercado, fabricando cha-rutos que são vendidos exclusivamente emmaços. As marcas de hoje possuem a mes-ma consistência e qualidade dos charutosde primeira linha embalados em caixas. Sãoconsistentes no sabor, cor e confecção e têma vantagem de serem vendidos a um custoinferior. Por não terem embalagem e rótu-los tradicionais, você certamente não os en-contrará expostos em vitrines, mas com cer-teza estarão disponíveis em humidores detabacarias renomadas. q
Charutos não dispostos em caixas perdem a fama deartigos de segunda linha e ganham mercados. Elesagora possuem a mesma qualidade dos tradicionais
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Os charutos emmaço começaramcomo umaalternativa maiseconômica, masagora têm fãs
DOS MAÇOSA ORIGEM
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ESPECIAL: SUGESTÕES PARA O PRESENTE IDEAL NO DIA DOS PAIS
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RUSSELLCROWEO ASTRO DE MESTREDOS MARES PARTE DENOVO PARA A BRIGA
ASSISTA AO FILME"PEIXE GRANDE", DETIM BURTON, NA HBO
SUPERGUIA NET
GASTRONOMIARESTAURANTESSOFISTICAM O POPULAR PRATO FEITO
VIAGEMA NORUEGA SURPREENDECOM A BELEZA DOSFIORDES E A VARIEDADEDE ROTEIROS CULTURAIS
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P or que alguns charutos são apresen-tados em bonitas caixas de cedro,decoradas com temas históricos, e
outros simplesmente em maços envoltosem papel celofane e amarrados com umafita de seda amarela? Os maços surgiramno mercado no início dos anos 60, com afama de serem "charutos econômicos". Asvariedades oferecidas em maços eram con-sideradas pelos fabricantes como de se-gunda linha, por não terem passado pelocontrole de qualidade. Uma simples man-cha ou defeito na capa já era suficiente pa-ra o charuto ser separado e destinado so-mente para os maços.
Antes de colocados em caixas, os cha-rutos são separados e agrupados por corda capa. Dentro de uma mesma caixa, acor de uma boa marca de charuto é idên-tica, porém – de uma caixa para outra –pequenas variações podem ocorrer. Nãose tinha a mesma preocupação com con-sistência de cores nos maços e até mes-mo no sabor, porque a questão importan-
te era a economia e não a aparência. Eracomum encontrar em um mesmo maço vá-rias tonalidades de capa, assim como al-guns paladares distintos provenientes dediferentes lotes de fabricação. Por não con-tarem com custo da mão-de-obra de sele-ção e das caixas, o preço reduzido foi ogrande atrativo que gerou tanto sucesso.
Mas, nos dias de hoje, as coisas muda-ram. A palavra "maço" não é mais sinônimode segunda qualidade. Eles se tornaram tãopopulares que os produtores se preparampara esse tipo de mercado, fabricando cha-rutos que são vendidos exclusivamente emmaços. As marcas de hoje possuem a mes-ma consistência e qualidade dos charutosde primeira linha embalados em caixas. Sãoconsistentes no sabor, cor e confecção e têma vantagem de serem vendidos a um custoinferior. Por não terem embalagem e rótu-los tradicionais, você certamente não os en-contrará expostos em vitrines, mas com cer-teza estarão disponíveis em humidores detabacarias renomadas. q
Charutos não dispostos em caixas perdem a fama deartigos de segunda linha e ganham mercados. Elesagora possuem a mesma qualidade dos tradicionais
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Os charutos emmaço começaramcomo umaalternativa maiseconômica, masagora têm fãs
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O Monte A e o SanchoPanza Sanchos sãoexemplos da importânciadas medidas dos charutos
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
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No universo dos charutos, é inegável que tama-nho faz diferença. Ao contrário dos perfumes,onde nos menores frascos encontram-se as me-
lhores fragrâncias, o tamanho do charuto, ou seja, a suamedida de uma ponta a outra, nos revela algumas ca-racterísticas importantes. Por exemplo, as folhas de ta-baco utilizadas são originárias das melhores regiões e so-mente são manuseadas pelos torcedores mais hábeis. Ehá a garantia de que em um mesmo charuto não serãomisturados diferentes tipos e tamanhos de folhas. Ape-nas as folhas inteiras e de melhor qualidade podem seraproveitadas para confeccionar os charutos maiores.
O Montecristo A e o Sancho Panza Sanchos, conside-rados o rei e o príncipe dos charutos, respectivamente,são exemplos perfeitos de que tamanho é documento.Ambos são gran coronas, medindo 235 mm por 18,65mm, com calibre 47. Os "Monte A" (como são popular-
mente conhecidos) são fabricados pela H. Upmann e osSanchos pela Romeo e Julieta e, coincidentemente, suasfolhas de tabaco têm a mesma procedência, a região deVuelta Abajo, em Cuba.
Levando-se em conta inúmeros fatores de avaliação nu-ma escala de 0 a 10, o Monte A recebeu 9,5 e o Sancho,9,0 – notas elevadíssimas para os padrões cubanos. Cha-rutos desse tamanho não devem ser fumados jovens, poissuas características só serão evidenciadas após dez anosde amadurecimento. São charutos que precisam ser con-sumidos pelo apreciador experiente, lentamente, com pu-xadas gentis para evitar sobreaquecimento, o que pode-ria mascarar sua real personalidade.
Quando encontrados, os Monte A e os Sanchos cus-tam em média US$ 70 por charuto, pois são feitos pa-ra ocasiões especiais com produção limitada, devidoao público seleto que os consome. q
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O Montecristo A é um gran coronaque tem folhasprocedentes daregião de VueltaAbajo, em Cuba
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E MAIS: ANTONIO FAGUNDES, KATE HUDSON, NORA EPHRON E WES CRAVEN
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A SUA REVISTA
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ESTRÉIA O HORROR"VAN HELSING",NA REDE TELECINE
SUPERGUIA NET
VIAGEMTRÊS ROTEIROS DEAVENTURA E LAZERNAS MONTANHASDO CHILE
GASTRONOMIAO TRADICIONALHAMBÚRGUER GANHAVERSÕES CRIATIVAS ERECEITAS SOFISTICADAS
DOMADAFERALUANA PIOVANI USA O BOM HUMOR PARA BOTARA BOCA NO TROMBONE
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O Monte A e o SanchoPanza Sanchos sãoexemplos da importânciadas medidas dos charutos
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No universo dos charutos, é inegável que tama-nho faz diferença. Ao contrário dos perfumes,onde nos menores frascos encontram-se as me-
lhores fragrâncias, o tamanho do charuto, ou seja, a suamedida de uma ponta a outra, nos revela algumas ca-racterísticas importantes. Por exemplo, as folhas de ta-baco utilizadas são originárias das melhores regiões e so-mente são manuseadas pelos torcedores mais hábeis. Ehá a garantia de que em um mesmo charuto não serãomisturados diferentes tipos e tamanhos de folhas. Ape-nas as folhas inteiras e de melhor qualidade podem seraproveitadas para confeccionar os charutos maiores.
O Montecristo A e o Sancho Panza Sanchos, conside-rados o rei e o príncipe dos charutos, respectivamente,são exemplos perfeitos de que tamanho é documento.Ambos são gran coronas, medindo 235 mm por 18,65mm, com calibre 47. Os "Monte A" (como são popular-
mente conhecidos) são fabricados pela H. Upmann e osSanchos pela Romeo e Julieta e, coincidentemente, suasfolhas de tabaco têm a mesma procedência, a região deVuelta Abajo, em Cuba.
Levando-se em conta inúmeros fatores de avaliação nu-ma escala de 0 a 10, o Monte A recebeu 9,5 e o Sancho,9,0 – notas elevadíssimas para os padrões cubanos. Cha-rutos desse tamanho não devem ser fumados jovens, poissuas características só serão evidenciadas após dez anosde amadurecimento. São charutos que precisam ser con-sumidos pelo apreciador experiente, lentamente, com pu-xadas gentis para evitar sobreaquecimento, o que pode-ria mascarar sua real personalidade.
Quando encontrados, os Monte A e os Sanchos cus-tam em média US$ 70 por charuto, pois são feitos pa-ra ocasiões especiais com produção limitada, devidoao público seleto que os consome. q
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O Montecristo A é um gran coronaque tem folhasprocedentes daregião de VueltaAbajo, em Cuba
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Os charutos da El Credito Cigars, de Miami, têm suassementes plantadasna RepúblicaDominicana e na Nicarágua
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Charutos cubanos continuamsendo um fruto proibido pa-ra a maioria dos america-
nos, mas um pouco desse desejopode ser saciado ao se degustar oscharutos produzidos pela El Credi-to Cigars, em Miami. No ano de1959, logo após Fidel Castro ter as-sumido o poder em Cuba, Ernes-to Perez-Carillo, mestre tabaquei-ro cubano, fugiu para os EstadosUnidos com a família. Ali, em 1968,ele abriu a sua empresa, no bair-ro cubano de "Little Havana", naesquina da Calle Ocho com 11th
Avenue, hoje considerada a maisantiga do território norte-america-no, ainda em atividade.
A marca registrada do senhorPerez-Carillo sempre foi a produ-ção de charutos mais ricos em sa-bor e mais encorpados que os tra-dicionais caribenhos. Seu focosempre foi o de satisfazer os apre-ciadores mais exigentes nos EUA,que buscavam algo diferente, masque só conseguiam encontrar nosproibidos e ilegais puros cubanos.
Produzindo uma gama extensade bitolas e tamanhos, ele conse-guiu conquistar a confiança do
mercado mundial com a marca LaGloria Cubana, como bandeiraprincipal. Com sementes cubanasplantadas na República Domini-cana e Nicarágua, ele obtém o ta-baco para produzir a tripa e o ca-pote do charuto e do equador ori-ginam as capas envelhecidas.
A companhia El Credito Cigarsse orgulha por serem todos os seustorcedores, homens e mulheres,imigrantes cubanos que antes de1959 trabalhavam nas mais con-ceituadas fábricas no país-natal.Como parte da cultura cubana, ca-da torcedor elabora um charuto docomeço ao fim, ao contrário de ou-tros países, onde um charuto pas-sa pelas mãos de diversas pessoas.Na fábrica, vinte torcedores senta-dos à frente de mesas de madei-ra, com pilhas de tabaco à sua fren-te produzem, em média, de 100 a150 charutos por dia, cada um.
Os La Gloria Cubana, feitos emMiami, são charutos com excelentefluxo, sabor intenso, rico em aromase com uma relação custo-benefíciomuito boa pelo que oferecem. NosEstados Unidos, custam de US$2.50 a US$ 6.75, por unidade. qD
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UMA ALTERNATIVAAOS PROIBIDOSNos EUA, a casa El Credito Cigars oferececharutos de qualidade no território ondeainda não são permitidas as marcas cubanas
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ESPECIAL: BRINQUEDOS, JOGOS E PRESENTES CRIATIVOS PARA O DIA DAS CRIANÇAS
MONET OUTUBRO 2005NÚMERO 31
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TURISMOA BELA SUÍÇA É UMA ÓTIMA OPÇÃODE VIAGEM TAMBÉM PARA O VERÃO
ENTREVISTAO ASTRO JACK NICHOLSON DIZ QUEAGORA É UM SENHORRESPEITÁVEL
IDENTIDADEDUPLA
O JEITO DOCE DA ATRIZANA PAULA ARÓSIOESCONDE UMA MULHERINDEPENDENTE E DECIDIDA
VEJA A ANIMAÇÃO "SHREK 2", NA REDE TELECINE
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Os charutos da El Credito Cigars, de Miami, têm suassementes plantadasna RepúblicaDominicana e na Nicarágua
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
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DICAS SOBRE CHARUTOS? MANDE SUA
PERGUNTA PARA SILVIO NUNZIATO PELO
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Charutos cubanos continuamsendo um fruto proibido pa-ra a maioria dos america-
nos, mas um pouco desse desejopode ser saciado ao se degustar oscharutos produzidos pela El Credi-to Cigars, em Miami. No ano de1959, logo após Fidel Castro ter as-sumido o poder em Cuba, Ernes-to Perez-Carillo, mestre tabaquei-ro cubano, fugiu para os EstadosUnidos com a família. Ali, em 1968,ele abriu a sua empresa, no bair-ro cubano de "Little Havana", naesquina da Calle Ocho com 11th
Avenue, hoje considerada a maisantiga do território norte-america-no, ainda em atividade.
A marca registrada do senhorPerez-Carillo sempre foi a produ-ção de charutos mais ricos em sa-bor e mais encorpados que os tra-dicionais caribenhos. Seu focosempre foi o de satisfazer os apre-ciadores mais exigentes nos EUA,que buscavam algo diferente, masque só conseguiam encontrar nosproibidos e ilegais puros cubanos.
Produzindo uma gama extensade bitolas e tamanhos, ele conse-guiu conquistar a confiança do
mercado mundial com a marca LaGloria Cubana, como bandeiraprincipal. Com sementes cubanasplantadas na República Domini-cana e Nicarágua, ele obtém o ta-baco para produzir a tripa e o ca-pote do charuto e do equador ori-ginam as capas envelhecidas.
A companhia El Credito Cigarsse orgulha por serem todos os seustorcedores, homens e mulheres,imigrantes cubanos que antes de1959 trabalhavam nas mais con-ceituadas fábricas no país-natal.Como parte da cultura cubana, ca-da torcedor elabora um charuto docomeço ao fim, ao contrário de ou-tros países, onde um charuto pas-sa pelas mãos de diversas pessoas.Na fábrica, vinte torcedores senta-dos à frente de mesas de madei-ra, com pilhas de tabaco à sua fren-te produzem, em média, de 100 a150 charutos por dia, cada um.
Os La Gloria Cubana, feitos emMiami, são charutos com excelentefluxo, sabor intenso, rico em aromase com uma relação custo-benefíciomuito boa pelo que oferecem. NosEstados Unidos, custam de US$2.50 a US$ 6.75, por unidade. qD
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UMA ALTERNATIVAAOS PROIBIDOSNos EUA, a casa El Credito Cigars oferececharutos de qualidade no território ondeainda não são permitidas as marcas cubanas
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Uma sugestãode comoorganizar osdados numdiário dedegustação
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Manter um diário é uma boa maneirade organizar suas impressões sobretodos os charutos que você já de-
gustou no passado. Quantas vezes você jáprovou uma determinada marca que com-prou durante uma viagem ou até mesmo es-colheu numa tabacaria e, depois de algumtempo, não conseguia mais se lembrar de ne-nhum detalhe sobre ela?
O mundo dos charutos é muito amplo e com-plexo. São tantas as variáveis que até mesmoos mais entendidos se confundem com os di-versos países de origem, marcas, tamanhos,bitolas, cores de capas, sabores, aromas e daípor diante. Só é possível criar um padrão dasua preferência pessoal depois de alguns anosde degustação e, infelizmente, através do pro-cesso de tentativa e erro. Todo charuto mere-ce mais de uma chance antes de descartá-locomo não sendo um de seus preferidos. É nor-
mal encontrar numa caixa um ou dois que nãoestejam bons. Como também degustar um Co-hiba esplêndido após uma refeição leve e to-mando um milk-shake de chocolate irá cau-sar uma impressão negativa, porém injusta.
A idéia de manter um diário de degustaçãoé justamente anotar não só as característicasdo charuto como também as condições emque ele foi apreciado, além de relatar a suaimpressão final. Dessa forma, depois de al-gum tempo, você poderá consultar seu diá-rio para se lembrar dos bons e dos maus cha-rutos consumidos, e em quais circunstâncias,para poder repetir ou simplesmente evitar in-correr no mesmo erro.
O segredo de um diário de degustação é fa-zer suas anotações de forma abreviada e sim-ples a fim de se transformar em um guia rápi-do de referência. Veja, na página ao lado, umasugestão que pode ser adaptada a gosto. q
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DIÁRIO DOS
PUROSRegistrar as impressões sentidas ao saborear um
charuto é uma maneira de aperfeiçoar osconhecimentos e guardar boas recordações
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Uma sugestãode comoorganizar osdados numdiário dedegustação
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Manter um diário é uma boa maneirade organizar suas impressões sobretodos os charutos que você já de-
gustou no passado. Quantas vezes você jáprovou uma determinada marca que com-prou durante uma viagem ou até mesmo es-colheu numa tabacaria e, depois de algumtempo, não conseguia mais se lembrar de ne-nhum detalhe sobre ela?
O mundo dos charutos é muito amplo e com-plexo. São tantas as variáveis que até mesmoos mais entendidos se confundem com os di-versos países de origem, marcas, tamanhos,bitolas, cores de capas, sabores, aromas e daípor diante. Só é possível criar um padrão dasua preferência pessoal depois de alguns anosde degustação e, infelizmente, através do pro-cesso de tentativa e erro. Todo charuto mere-ce mais de uma chance antes de descartá-locomo não sendo um de seus preferidos. É nor-
mal encontrar numa caixa um ou dois que nãoestejam bons. Como também degustar um Co-hiba esplêndido após uma refeição leve e to-mando um milk-shake de chocolate irá cau-sar uma impressão negativa, porém injusta.
A idéia de manter um diário de degustaçãoé justamente anotar não só as característicasdo charuto como também as condições emque ele foi apreciado, além de relatar a suaimpressão final. Dessa forma, depois de al-gum tempo, você poderá consultar seu diá-rio para se lembrar dos bons e dos maus cha-rutos consumidos, e em quais circunstâncias,para poder repetir ou simplesmente evitar in-correr no mesmo erro.
O segredo de um diário de degustação é fa-zer suas anotações de forma abreviada e sim-ples a fim de se transformar em um guia rápi-do de referência. Veja, na página ao lado, umasugestão que pode ser adaptada a gosto. q
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DIÁRIO DOS
PUROSRegistrar as impressões sentidas ao saborear um
charuto é uma maneira de aperfeiçoar osconhecimentos e guardar boas recordações
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ESPECIAL: OS BASTIDORES DA NOVA CAMPANHA "O MUNDO É DOS NETS"
MONET NOVEMBRO 2005NÚMERO 32
A SUA REVISTA
R$ 9,90
CONTRA O RELÓGIOCOMO FOI A TENSÃO NA PRODUÇÃO DE UMCURTA NO "PROJETO 48"
COMER E BEBERALEX ATALA E JOSIMARMELO ESTRÉIAM NOVASCOLUNAS SOBREGASTRONOMIA E VINHOS
BOAVIDA
O ASTRO BRAD PITTQUER MENOS TRABALHOE MAIS DIVERSÃO
FOX, WARNER E SONY LANÇAM SEUSNOVOS SERIADOS
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No mercado, hávárias opções deporta-charutos,que vão desdetubos simplesaté maletas dealumínio comcapacidade para30 unidades
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Se você está planejando fazer uma via-gem e sabe que terá alguns momentosdedicados à degustação do seu charu-
to preferido, como transportá-los é um temaa ser levado muito a sério. Não importa se vo-cê vai ficar fora dois dias ou um tempo bemmaior; os cuidados serão os mesmos.
Não se esqueça que a degustação faz partede um ritual. É bem diferente do cigarro, quesimplesmente se fuma sem a necessidade decuidados especiais. Esse momento deve ser sa-grado e todo seu. Para isso, um dos itens maisimportantes é que os charutos estejam em per-feitas condições. Você gastou tempo e dinheiropara conservá-los em um umidor na temperatu-ra e umidade corretas, portanto invista um pou-co mais e transporte-os corretamente.
Uma regra importante é nunca colocar seuscharutos na mala que vai ser despachada du-rante uma viagem de avião. Eles, com certeza,vão perder muito em qualidade, ressecar e sol-tar a capa, devido às baixíssimas temperaturase a falta de umidade no porão do avião. Sempre
carregue com você esse bem tão valioso. Háno mercado uma gama enorme de porta-cha-rutos, que vão desde tubos individuais até ma-letas de alumínio para 30 unidades. Os meno-res, com capacidade para uma a até quatro,variam em tamanho e espessura, além de pos-suírem diferenças também quanto ao materiale preço. São ideais para viagens curtas, pornão necessitarem de nenhum cuidado espe-cial de acondicionamento.
Uma outra regra para se lembrar é nunca levarseu charuto (uma a três unidades) no bolso dacamisa ou do paletó. O calor e a transpiração docorpo irão danificar a capa, e os seus movimen-tos naturais alteram a estrutura do produto, mu-dando seu formato original.
Para as viagens mais longas (acima de cincodias) é recomendado um preparo maior. Existemcaixas e maletas especiais para quantidades maio-res, equipadas com medidor de umidade e umcredo (para armazenar água destilada). Tenha amão um tubo individual para transportar seu cha-ruto durante o tempo de duração da viagem. qD
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SEN
GUIA DE
VIAGEMAlguns cuidados no transporte sãonecessários para manter a qualidadee a integridade dos charutos
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A SUA REVISTA
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TURISMOBERMUDAS SURPREENDECOM CLIMA TROPICAL EORGANIZAÇÃO BRITÂNICA
ENTREVISTASREESE WITHERSPOON,MARK RUFFALO, ELIJAHWOOD E DANNY GLOVER
HBO EXIBE HARRY POTTERE O PRISIONEIRO DE AZKABAN,E A REDE TELECINE APRESENTAO THRILLER COLATERAL
SUPERGUIA NETTOM CRUISE E KATIE HOLMESJUNTAM-SE AOS PARES FAMOSOS DA HISTÓRIA DE HOLLYWOOD
ESPECIAL: DICAS DE PRESENTES, COMES E BEBES PARA O NATAL E O RÉVEILLONESPECIAL: DICAS DE PRESENTES, COMES E BEBES PARA O NATAL E O RÉVEILLON
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No mercado, hávárias opções deporta-charutos,que vão desdetubos simplesaté maletas dealumínio comcapacidade para30 unidades
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Se você está planejando fazer uma via-gem e sabe que terá alguns momentosdedicados à degustação do seu charu-
to preferido, como transportá-los é um temaa ser levado muito a sério. Não importa se vo-cê vai ficar fora dois dias ou um tempo bemmaior; os cuidados serão os mesmos.
Não se esqueça que a degustação faz partede um ritual. É bem diferente do cigarro, quesimplesmente se fuma sem a necessidade decuidados especiais. Esse momento deve ser sa-grado e todo seu. Para isso, um dos itens maisimportantes é que os charutos estejam em per-feitas condições. Você gastou tempo e dinheiropara conservá-los em um umidor na temperatu-ra e umidade corretas, portanto invista um pou-co mais e transporte-os corretamente.
Uma regra importante é nunca colocar seuscharutos na mala que vai ser despachada du-rante uma viagem de avião. Eles, com certeza,vão perder muito em qualidade, ressecar e sol-tar a capa, devido às baixíssimas temperaturase a falta de umidade no porão do avião. Sempre
carregue com você esse bem tão valioso. Háno mercado uma gama enorme de porta-cha-rutos, que vão desde tubos individuais até ma-letas de alumínio para 30 unidades. Os meno-res, com capacidade para uma a até quatro,variam em tamanho e espessura, além de pos-suírem diferenças também quanto ao materiale preço. São ideais para viagens curtas, pornão necessitarem de nenhum cuidado espe-cial de acondicionamento.
Uma outra regra para se lembrar é nunca levarseu charuto (uma a três unidades) no bolso dacamisa ou do paletó. O calor e a transpiração docorpo irão danificar a capa, e os seus movimen-tos naturais alteram a estrutura do produto, mu-dando seu formato original.
Para as viagens mais longas (acima de cincodias) é recomendado um preparo maior. Existemcaixas e maletas especiais para quantidades maio-res, equipadas com medidor de umidade e umcredo (para armazenar água destilada). Tenha amão um tubo individual para transportar seu cha-ruto durante o tempo de duração da viagem. qD
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VIAGEMAlguns cuidados no transporte sãonecessários para manter a qualidadee a integridade dos charutos
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A caixa de cedro do Angelina Série A Gran Corona, com artefato deumidificação, e o saco de veludopreto. Na página ao lado, ocharuto em seu tamanho real,com 23,5 cm de comprimento
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GRANDEANGELINACom apenas 205 caixas numeradas, a série especial do puro baiano proporcionacerca de três horas de degustação
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Arrojo e ousadia aliados a uma pitada de pioneirismo: é como defino o mais novolançamento da Angelina Tabacos da Bahia em dezembro de 2005. Estou me re-ferindo ao Angelina Série A Gran Corona, que, com seus 23,5 cm de comprimen-
to e 1,98 cm de diâmetro, é hoje o maior charuto produzido e comercializado no Brasil. Em tamanho, pode ser comparado a conhecidas estrelas cubanas, como o Monte-
cristo A e o Sancho Panza Sanchos, porém com uma bitola um pouco maior do quea de um robusto. Esse diferencial de bitola proporciona a esse charuto tão imponen-te uma "pegada" mais firme e amplamente apreciada pela maioria dos aficionados.
Foram produzidas somente 205 caixas, em uma edição única e limitada. Eu tive oprazer de adquirir a de número 002 – aquelas que receberam os números 001 e 205não foram colocadas à venda, pois pertencem ao seu criador, Marcelo Cenevize. Demaneira primorosa, os charutos são uniformemente alinhados em caixas umidor (quepossuem um artefato interno de umidificação) de cedro, contendo 10 unidades e umcertificado de propriedade numerado. Cada caixa é plastificada externamente e en-volta em um saco de seda preto que vai dentro de uma caixa de cartolina laranja como logotipo da fábrica. Tudo de muito bom gosto.
Seu "blend" é o mesmo da já conhecida linha de charutos Série A da Angelina. So-mente foram utilizadas as maiores e melhores folhas, rigorosamente selecionadas, eli-minando assim qualquer chance de se encontrar emendas.
Tive a oportunidade de degustar dois exemplares até o momento e ambos me pro-porcionaram quase três horas de puro prazer. A combinação acertada de comprimen-to e diâmetro produziu um fluxo suave e balanceado. As cinzas se formaram consis-tentes e firmes na cor cinza claro, com uma queimada uniforme até o seu final. A fu-maça densa exalava um buquê agradável e típico de um vencedor.
Enquanto estiver disponível, o Angelina Série A Gran Corona poderá ser encontradonas melhores tabacarias ao preço de R$ 534, a caixa. q
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A caixa de cedro do Angelina Série A Gran Corona, com artefato deumidificação, e o saco de veludopreto. Na página ao lado, ocharuto em seu tamanho real,com 23,5 cm de comprimento
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GRANDEANGELINACom apenas 205 caixas numeradas, a série especial do puro baiano proporcionacerca de três horas de degustação
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Arrojo e ousadia aliados a uma pitada de pioneirismo: é como defino o mais novolançamento da Angelina Tabacos da Bahia em dezembro de 2005. Estou me re-ferindo ao Angelina Série A Gran Corona, que, com seus 23,5 cm de comprimen-
to e 1,98 cm de diâmetro, é hoje o maior charuto produzido e comercializado no Brasil. Em tamanho, pode ser comparado a conhecidas estrelas cubanas, como o Monte-
cristo A e o Sancho Panza Sanchos, porém com uma bitola um pouco maior do quea de um robusto. Esse diferencial de bitola proporciona a esse charuto tão imponen-te uma "pegada" mais firme e amplamente apreciada pela maioria dos aficionados.
Foram produzidas somente 205 caixas, em uma edição única e limitada. Eu tive oprazer de adquirir a de número 002 – aquelas que receberam os números 001 e 205não foram colocadas à venda, pois pertencem ao seu criador, Marcelo Cenevize. Demaneira primorosa, os charutos são uniformemente alinhados em caixas umidor (quepossuem um artefato interno de umidificação) de cedro, contendo 10 unidades e umcertificado de propriedade numerado. Cada caixa é plastificada externamente e en-volta em um saco de seda preto que vai dentro de uma caixa de cartolina laranja como logotipo da fábrica. Tudo de muito bom gosto.
Seu "blend" é o mesmo da já conhecida linha de charutos Série A da Angelina. So-mente foram utilizadas as maiores e melhores folhas, rigorosamente selecionadas, eli-minando assim qualquer chance de se encontrar emendas.
Tive a oportunidade de degustar dois exemplares até o momento e ambos me pro-porcionaram quase três horas de puro prazer. A combinação acertada de comprimen-to e diâmetro produziu um fluxo suave e balanceado. As cinzas se formaram consis-tentes e firmes na cor cinza claro, com uma queimada uniforme até o seu final. A fu-maça densa exalava um buquê agradável e típico de um vencedor.
Enquanto estiver disponível, o Angelina Série A Gran Corona poderá ser encontradonas melhores tabacarias ao preço de R$ 534, a caixa. q
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A SUA REVISTA
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EM TEMPO DE SP FASHION WEEK E FASHION RIO, AS DICAS PARA NÃO VIRAR UMA VÍTIMA DA MODA
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CARA LIMPATOM HANKS
MOSTRA POR QUE VIROU UM SÍMBOLO DO BOM-MOCISMO
SUPERGUIA NETVEJA A COMÉDIA
"STARSKY & HUTCH", NA HBO, E "O TERMINAL",
NA REDE TELECINE
FORTALEZA É SÓ OPRINCÍPIO DE UMA
JORNADA PELOSPRAZERES DO CEARÁ
TURISMO
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Muitas vezes me perguntam, de ondevêm os melhores charutos e em quetamanho? A resposta a essas pergun-
tas é muito pessoal e depende de uma sériede fatores ligados à preferência de cada um.
Para mim, o tamanho ideal é o "double co-rona". Na realidade, em Cuba, o nome corretoé prominente, porque "double corona" é umagíria que faz referência ao seu tamanho (194mm), parecendo de um corona duplo. Eu jus-tifico minha escolha não levando em conside-ração nem tempo de degustação, nem custo,mas sim devido a atenção especial que é dis-pendida nas fábricas a um charuto desse por-te. As melhores folhas são destinadas primeiropara a produção dos "double corona", e sem-pre os torcedores mais antigos e habilidosossão encarregados de confeccioná-los. O resul-tado desse tratamento vip é um charuto muitobem construído, no qual as características ori-ginais são destacadas de maneira única.
Quanto à origem, por razões óbvias, Cuba
ganha disparado. Existem hoje oficialmentenove marcas de "double corona" sendo pro-duzidas em Cuba e, com certeza, todas sãoexcelentes. Ao longo desses anos, eu tive aoportunidade de provar todas e confesso quevenho mudando de opinião quanto a minhamarca preferida na medida que novas surgemno mercado. Em março de 2002, a marca cu-bana mais conhecida, a Montecristo, lançouseu "double corona" edição limitada. Sem tem-po de amadurecer, as notas recebidas inicial-mente foram modestas e sem muita expres-são. O tempo passou e esse puro sangue tor-nou-se um verdadeiro peso pesado no mun-do dos charutos. Seu apelo visual destaca-sepela capa com textura suave e aveludada epraticamente sem veias aparentes. Forte e ul-tra-encorpado, ressalta sabores de chocolatee especiarias, deixando um fantástico retro-gosto na boca típico dos Montecristos.
Sem dúvida, é o melhor "double corona", oumelhor prominente disponível no mercado. qD
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DOBROOs "double corona" são feitos com folhas deprimeira pelos melhores torcedores. Por isso, eles são os preferidos dos apreciadores dos puros
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Muitas vezes me perguntam, de ondevêm os melhores charutos e em quetamanho? A resposta a essas pergun-
tas é muito pessoal e depende de uma sériede fatores ligados à preferência de cada um.
Para mim, o tamanho ideal é o "double co-rona". Na realidade, em Cuba, o nome corretoé prominente, porque "double corona" é umagíria que faz referência ao seu tamanho (194mm), parecendo de um corona duplo. Eu jus-tifico minha escolha não levando em conside-ração nem tempo de degustação, nem custo,mas sim devido a atenção especial que é dis-pendida nas fábricas a um charuto desse por-te. As melhores folhas são destinadas primeiropara a produção dos "double corona", e sem-pre os torcedores mais antigos e habilidosossão encarregados de confeccioná-los. O resul-tado desse tratamento vip é um charuto muitobem construído, no qual as características ori-ginais são destacadas de maneira única.
Quanto à origem, por razões óbvias, Cuba
ganha disparado. Existem hoje oficialmentenove marcas de "double corona" sendo pro-duzidas em Cuba e, com certeza, todas sãoexcelentes. Ao longo desses anos, eu tive aoportunidade de provar todas e confesso quevenho mudando de opinião quanto a minhamarca preferida na medida que novas surgemno mercado. Em março de 2002, a marca cu-bana mais conhecida, a Montecristo, lançouseu "double corona" edição limitada. Sem tem-po de amadurecer, as notas recebidas inicial-mente foram modestas e sem muita expres-são. O tempo passou e esse puro sangue tor-nou-se um verdadeiro peso pesado no mun-do dos charutos. Seu apelo visual destaca-sepela capa com textura suave e aveludada epraticamente sem veias aparentes. Forte e ul-tra-encorpado, ressalta sabores de chocolatee especiarias, deixando um fantástico retro-gosto na boca típico dos Montecristos.
Sem dúvida, é o melhor "double corona", oumelhor prominente disponível no mercado. qD
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PRAZER EM
DOBROOs "double corona" são feitos com folhas deprimeira pelos melhores torcedores. Por isso, eles são os preferidos dos apreciadores dos puros
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MONETMONET NÚMERO 35R$ 9,90
FEVEREIRO 2006
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ROLLING STONESROLLING STONES
A SUA REVISTA
Mick Jagger por Andy Warhol • 1975
SUPERGUIA NETVEJA A ANIMAÇÃO “O ESPANTA TUBARÕES”,COM WILL SMITH, NAREDE TELECINE
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45 ANOS DE FAMA45 ANOS DE FAMAFURACÃO: A BAIANA IVETE SANGALO FALA DAS ORIGENS DE SUA PAIXÃO PELOS CARNAVAIS DE RUATURISMO: O PRAZER GELADO DE ASPEN E VAIL BELEZA: O QUE PASSAR NA PELE DEPOIS DE UM DIA DE SOL
A LAPA RENASCE COMRUAS SEGURAS E BARESDE PRIMEIRA LINHA
NOITES CARIOCAS
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
E CONSULTOR DE LIVROS SOBRE O ASSUNTO.
CONSOME O PRODUTO HÁ MAIS DE 20 ANOS.
E-MAIL: [email protected]
DICAS SOBRE CHARUTOS? MANDE SUA
PERGUNTA PARA SILVIO NUNZIATO PELO
E-MAIL: [email protected]
Sempre que algum charuto é avaliado, expressões do tipo "levementeamadeirado com tons de caramelo", "frutado com nuances de especia-rias", "pitadas de canela e frutas secas com um pouco de couro e terra
úmida" são usadas. Fica muito difícil para um degustador sem treino conseguirentender e perceber essas características sem algum tipo de orientação.
Dos cinco sentidos que o ser humano possui – visão, audição, olfato, paladar e tato– apenas a audição não é utilizada na avaliação de um charuto, e o olfato é o quetem maior possibilidade de treinamento. Sua educação permite detectar as tendên-cias olfativas do tabaco e descobrir os aromas que estão presentes em cada blend.Para orientar o degustador e motivá-lo a treinar seu olfato, a Boccati Cigars (www.boc-cati.com.br) lançou um kit, contendo seis frascos, onde foram desenvolvidos os odoresque representam as famílias dos aromas dos charutos. São eles:1 • Pimenta preta: aroma presente em um charuto antes de ser aceso. Em algunsprodutos, esse gosto pode ficar mais intenso, caso sejam degustados rápido demais.2 • Cedro: madeira utilizada na construção de caixas e umidores. Sua carac-terística principal é a de não sobrepor o aroma do tabaco. Porém, costuma pas-sar um pouco de sua suavidade.3 • Caramelo: sempre notado ao se acender o charuto. O tabaco, quando emcombustão, exala os odores da queima dos açúcares da matéria vegetal. 4 • Terra úmida: encontrado na folha do tabaco, especialmente nos cubanos,evidenciando um gosto terroso. Esse aroma está ligado diretamente à umidifi-cação do charuto.5 • Musgo de carvalho: o mais comum dos musgos de árvores. Aparece em con-junto com o aroma de terra durante toda a combustão de um charuto.6 • Couro: aroma com característica da secura de peles bovinas curtidas, en-contrado geralmente em charutos mais fortes. qD
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NARIZKit com os aromas mais representativos dos charutos ajuda a educar o olfato dos degustadores
PARA TREINAR O
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6LOSTLOSTOSCAR: AS CHANCES DOS INDICADOS NAS PRINCIPAIS CATEGORIAS E AS NOVAS TENDÊNCIAS EM HOLLYWOODMÚSICA: OS BASTIDORES DA HOMENAGEM A RENATO RUSSO RESTAURANTES: OS SABORES DAS COZINHAS ÉTNICAS
O FENÔMENO DOSPROGRAMAS
DE PÔQUER NA TV
FAÇA SUAS APOSTAS
FERNANDA YOUNG E TAÍS ARAÚJO
FALAM DO MÊS DA MULHER
ENTREVISTA
NÚMERO 36R$ 9,90
MARÇO 2006
A SUA REVISTA
SUPERGUIA NETA HBO
APRESENTA FILHOS DO
CARNAVAL,EM SEIS
EPISÓDIOS
ENCONTRAMOS JACK E KATE E REVELAMOS OS SEGREDOS DA SÉRIE MAIS MISTERIOSA DA TV
ENCONTRAMOS JACK E KATE E REVELAMOS OS SEGREDOS DA SÉRIE MAIS MISTERIOSA DA TV
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SILVIO NUNZIATO É ESPECIALISTA EM CHARUTOS
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úmida" são usadas. Fica muito difícil para um degustador sem treino conseguirentender e perceber essas características sem algum tipo de orientação.
Dos cinco sentidos que o ser humano possui – visão, audição, olfato, paladar e tato– apenas a audição não é utilizada na avaliação de um charuto, e o olfato é o quetem maior possibilidade de treinamento. Sua educação permite detectar as tendên-cias olfativas do tabaco e descobrir os aromas que estão presentes em cada blend.Para orientar o degustador e motivá-lo a treinar seu olfato, a Boccati Cigars (www.boc-cati.com.br) lançou um kit, contendo seis frascos, onde foram desenvolvidos os odoresque representam as famílias dos aromas dos charutos. São eles:1 • Pimenta preta: aroma presente em um charuto antes de ser aceso. Em algunsprodutos, esse gosto pode ficar mais intenso, caso sejam degustados rápido demais.2 • Cedro: madeira utilizada na construção de caixas e umidores. Sua carac-terística principal é a de não sobrepor o aroma do tabaco. Porém, costuma pas-sar um pouco de sua suavidade.3 • Caramelo: sempre notado ao se acender o charuto. O tabaco, quando emcombustão, exala os odores da queima dos açúcares da matéria vegetal. 4 • Terra úmida: encontrado na folha do tabaco, especialmente nos cubanos,evidenciando um gosto terroso. Esse aroma está ligado diretamente à umidifi-cação do charuto.5 • Musgo de carvalho: o mais comum dos musgos de árvores. Aparece em con-junto com o aroma de terra durante toda a combustão de um charuto.6 • Couro: aroma com característica da secura de peles bovinas curtidas, en-contrado geralmente em charutos mais fortes. qD
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NARIZKit com os aromas mais representativos dos charutos ajuda a educar o olfato dos degustadores
PARA TREINAR O
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