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LÍNGUA PORTUGUESA: SINTAXE Profª Vanessa Fabíola Silva de Faria

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LNGUA PORTUGUESA: SINTAXE

LNGUA PORTUGUESA: SINTAXEProf Vanessa Fabola Silva de FariaPlano de aula dia 28/04/2015Tema: A noo de frase, orao e perodo para alm da gramtica normativa.

ObjetivoConhecer a definio de predicao em outras abordagens tericas, alm da gramtica normativa e prescritiva, adotando-se contribuies dos formalistas e funcionalistas,Adoo de outras ferramentas analticas subjacentes a essas contribuies.Saber como os itens lexicais de uma lngua se estruturam em uma sentena os constituintes oracionaisIdentificar e descrever estruturas sintticas simples. Identificar a organizao dos elementos na frase distinguir entre frase e oraoContedo: O conceito de frase, orao e perodo nas abordagens formalistas e funcionalistasOs constituintes oracionaisRecursos para evidenciar a estrutura em constituintes.

Plano de aula (cont.)Procedimentos metodolgicos: aula expositiva com explorao terica dos contedos.

Avaliao: Observao da interao por meio das manifestaes oraisExerccios para evidenciar a estrutura de constituintes.

Bibliografia da aula:CARONE, F. Morfossintaxe. SP: Ed. tica, 1998NEGRO et al. Sintaxe. Explorando a estrutura da sentena. In: Introduo Lingustica. Vol. II. SP: Ed. Martins Fontes, 1996. DUARTE, M.E.L. ( 2007) Termos da Orao. In: VIEIRA S.R.& BRANDO, S. F. (Orgs.) Ensino de Gramtica. Descrio e uso. So Paulo. Editora Contexto. pp. 186-204.

Aula ii tema: frase, orao e perodo em outras abordagensNesta aula vamos trabalhar com a noo de predicado sob a perspectiva de outras abordagens tericas, abandonando assim a discusso da GT, retomando-a posteriormente para fins de confronto. Alm das noes de frase, orao e perodo, veremos tambm a estrutura oracional em constituintes bem como os recursos para evidenciar essa estrutura.Mos obra! A FRASE: para alm do paradigma normativoCarone (1988) apresenta um tratamento diferente para essa questo:Alm da autora, vrios outros so unnimes em afirmar que a definiode frase pouco precisa, assim a autora afirma

(1) Meu livro tem mais de mil pginas.(2) Quantas pginas tem o seu livro?(3) V padaria e traga oito pezinhos.(4) Voc poderia me trazer um pozinho?(5) Que calor!(6) Quantas pginas?(7) Mas que livro enorme!

E entre os formalistas (gerativistas) e funcionalistas?Entre essas abordagens no h uma preocupao clara em definir de modo preciso o conceito de frase e orao. Por que?

Entre os funcionalistas essa questo levada ao extremo, ao se considerar as funes que se estabelecem no uso. Para simplificar um pouco a questo, mesmo correndo o risco de uma leitura enviesada dessas abordagens, basta que pensemos na frase (ou clusula) como a unidade sinttica que resulta da combinao entre os constituintes

Seu objeto foca-se muito mais no modo como os constituintes se combinam e se relacionam dentro da fraseLogo, as relaes de dependncia que caracterizam as hierarquizaes so muito mais importantes e discutidas no mbito dessas abordagens.

Os formalistas (estruturalistas)Carone (1988) entende, a partir de Tesnire (1969) que as interjeies so um tipo rudimentar de frase. No so um tipo de vocbulo pois no se constituem de morfemas, desconhecem a articulao mrfica (primeira articulao ) apresentando apenas a articulao fonolgica (segunda articulao). Assim, ai, ui, epa, no so morfemas nem contm morfemas. Podem ser considerados vocbulos se, e apenas se, ocorrerem num contexto sinttico especfico, como em: O charme das canes/ So suas frases banais/ So seus ais, seus uis e o. (Geraldo Azevedo)Neste caso ai tem gnero, numero , um radical e ncleo de um sintagma nominal, logo, no uma interjeio, um substantivo!

A FRASE NOMINAL: RESE

A mais frequente a que tem como centro um substantivo que no se relaciona com nenhum verbo na condio de seu sujeito ou complemento, estabelecendo relaes sintticas apenas com seus prprios subordinados (adjuntos e complementos) que podero , inclusive assumir a forma oracional.

Carone (1988) ainda afirma que em algumas sequencias podem ocorrer centros substantivais ligados por coordenao, numa idia que ela compara s pinceladas justapostas dos pintores pontilhistas, em linguagem atual seria semelhante unio dos pixels que forma imagens.

Um exemplo de Machado de Assis lembrado pela autora:

Os substantivos (e um pronome substantivo) grifados constituem uma sequncia de frases nominais: nenhum deles se subordina a um verbo (o que configuraria uma frase verbal).

A alguns se articulam elementos subordinados: adjuntos adnominais (casa armada, veludo preto); oraes adjetivas (um homem que veio vestir o cadver, seis pessoas que o tomam (...) e o levantam e o descem (..) e vo (...) e o colocam (...) e traspassam e apertam], complementos nominais: asperses dgua benta, o fechar do caixo). FRASE NOMINAL DIRREMA:Tambm denominada frase nominal bimembre. Apresenta o embrio de uma estrutura oracional, mas ainda no tem verbo.Formada por dois elementos nominais que, em suas relaes, funcionam maneira de um sujeito e predicado.Mas, sujeito e predicado so termos empregados para descrever as frases verbais, ento, na frase nominal dirrema temos um Tema (Sujeito) e um Rema (Predicado): Exemplos Inteis os cuidados com os bichos moribundos. (rema) (tema)Prxima Estao, Liberdade.

Todas as coisas caras, raras.

FRASE VERBAL: A ORAOAgora chegamos num tpico em que ainda parecer haver convergncia entre vrias abordagens. Vejamos o que nos dizem alguns autores:Rocha Lima (1968): A diferena entre frase e orao est, portanto na forma: Socorro! _ uma frase, pois expressa um sentido, mas no uma orao, j que no se pode bipart-la em sujeito e predicado. Quero que voc venha. _ o segundo membro do perodo orao, pois apresenta sujeito e predicado, mas no frase, j que no funciona isoladamente.A orao apresenta, pois:sujeito _ o ser de quem se fala;predicado _ o que se fala do sujeito.

Formalistas - (estruturalistas)Perini (2005) Orao uma frase que apresenta determinado tipo de estrutura interna, incluindo sempre um predicado e freqentemente um sujeito, assim como vrios outros termos. (...) observarei apenas que as frases de (1) a (4) so oraes (s vezes compostas, por sua vez, de mais de uma orao); as frases (5) a (7) no so oraes, por carecerem de predicado.Tradicionalmente, emprega-se tambm a designao perodo para as oraes que constituem uma frase. Assim, em (3) V padaria e traga oito pezinhos. h duas oraes, a saber: (a) v padaria-, (b) traga oito pezinhos. Alm disso, h ainda uma terceira orao, que compreende as duas mencionadas, mais a palavra e, ou seja, essa terceira orao a ntegra de (3). Como se v, a terceira orao coextensiva com a prpria frase e seria, portanto, um perodo. No vejo inconveniente nessa nomenclatura, desde que fique claro que um perodo sempre uma orao. (...) Naturalmente, nem toda orao um perodo, j que muitas oraes no so coextensivas com a frase de que fazem parte; por exemplo, v padaria em (3) uma orao, mas no um perodo.

CARONE (1988): FRASE VERBAL = ORAOTipo frasal dominante em portugus. Observa a questo do verbo ser: uma frase nominal (?) Ento, nesse caso deveramos entender o dirrema como uma frase nominal pura (!!!). Mas, essa idia a autora se ope argumentando a partir de Hjelmslev:

CONEXO: Princpio que regulamenta as relaes de dependncia entre dois elementos: um central e outro marginal sintagmas.A organizao da frase- estruturalistas

ORDEM ESTRUTURAL E ORDEM LINEARContingncias da lngua que nos permite identificar uma ordenao linear e tambm estrutural na relao entre os constituintes da orao.

Alm de captar o sentido bsico das duas palavras o receptor atribui-lhes uma gramtica formas e conexes. Isso so possvel graas ao nosso registro mental da sintaxe: temos internalizado todos os padres conexionais possveis em nossa lngua, o que nos permite reconhece-los e intentific-los.Para o receptor essas duas palavras no esto dispostas numa ordem linear: esto organizadas numa ordem estrutural. (Tesnire, 1969, p.125)A diferena entre uma ordem e outra s clara quando as duas ordens no coincidem:

Beba leite de cabra em pBeba leite em p de cabraQUAL SERIA O MELHOR SLOGAN?

A dupla escolha da comunicao verbal: a dos conceitos que se quer transmitir, e a do arranjo gramatical que dar forma ao pensamento.Mas... Ao formular a frase, necessrio submeter-se dimenso temporal, de linha nica, por isso, a ordem estrutural, que toda uma armao abstrata, dever se conformar linearidade temporal da frase.

INSTRUMENTOS DE CONEXO:A conexo sinttica pode impor sua prpria fora, sem se valer de instrumentos operacionais. Mas, nem sempre, as vezes necessrio diferenciar termos com funes diferentes. Para operar essa diferenciao, 2 recursos: as palavras instrumentais e a colocao (das palavras no sintagma e do sintagma na orao)

A linearidade uma contingncia que se desenrola na linha do tempo.No confundi-la com ORDEM, um conceito que subentende um arranjo da linearidade.No arbitraria, obedece a certos padres de colocao que contribuem para estabelecer uma diferena entre as lnguas.

Em lngua a ordem dos fatores altera o produto:Eu beijei Jos MariaEu beijei Maria JosO menino viu o palhaoO palhao viu o menino

RESUMINDO: A ORDEM FUNCIONA COMO UM PROCEDIMENTO GRAMATICAL.ORDEM

Mas... Os padres de ordem no so inviolveis, os sintagmas no nvel da frase no so fechados como no nvel da palavra, que so boqueados. Mas, alteraes trazem o risco de implicaes no sentido:Meu filho/ filho meu;Velho amigo/ amigo velho;

Constituintes imediatos da oraoNesse ponto se juntam os formalistas (estruturalistas e gerativistas): CARONE (1988) e Perini (2005), Mioto et al. (2007)1. A noo de constituinteUm constituinte uma unidade sinttica construda hierarquicamente, embora se apresente aos olhos como uma seqncia de letras ou aos ouvidos como uma seqncia de sons. Em princpio no se pode determinar sua extenso, uma vez que no fcil prever qual o nmero mximo de itens que podem pertencer a ele. Por isso, em vez de procurar estabelecer a extenso de um constituinte, a sintaxe procura delimit-lo a partir de um ncleo. Como o ncleo determina certas funes, sabemos que o constituinte compreende, alm do prprio ncleo, o conjunto de itens que desempenham aquelas funes. Um constituinte sinttico recebe o nome de SINTAGMA.

Vamos jogar com nossa intuio para tomar p da noo de constituinte/ sintagma, deixando para as prximas AULAS a tarefa de traduzi-la em termos formais. Para tanto, consideremos (l) perguntando se aquela r culpada um sintagma e, supondo que seu ncleo possa ser o nome, se um sintagma nominal (noun phrase -NP, ou em portugus, SN Sintagma Nominal ):(1) O juiz julgou aquela r culpada.

Se a resposta for sim, ela vai ser verdadeira e neste caso representamos aquela r culpada entre colchetes rotulados NP, como em (2a); mas se a resposta for no, ela tambm vai ser verdadeira e nesse caso temos (2b), com apenas aquela r entre os colchetes:(2) a. O juiz julgou [SN aquela r culpada]. b. O juiz julgou [SN aquela r] culpada

Recursos para evidenciar a estrutura da frase em constituintesEm sua superficie, as sentenas das lnguas naturais so formadas por um seqncia linear de itens lexicais. Mas essa seqncia no aleatria. Assim, Sabemos que uma sentena como (1)a bem formada em portugus, e que um sentena como(1)b no possvel em nossa lngua.(1)a. O menino comprou uma bicicleta nova com a mesada.(1)b. * A comprou uma menino nova o com bicicleta mesada.

Esse conhecimento parte de nossa competncia lingustica, em termos chomskyanos.

a impossibilidade de atribuirmos uma estrutura de constituintes ao exemplo (1) b que o toma agramatical. Nossa competncia lingstica nos informa que no possvel juntarmos um item lexical como a a outro como comprou, para formar um constituinte superior . Da mesma forma, uma palavra como bicicleta no pode formar um constituinte sinttico com mesada. E assim por diante.Em resumo, as sentenas das lnguas naturais no so formadas por sequncias lineares de itens lexicais. Elas so formadas a partir da estruturao hierrquica de seus constituintes, em que palavras so agrupadas em sintagmas e sintagmas so agrupados em sintagmas mais altos, at que se chegue ao nvel da sentena.Nossa competncia lingstica nos permite ter intuies sobre o modo de estruturao das sentenas nas lnguas naturais. Entretanto, muitos fatos lingsticos, vrios dos quais de natureza eminentemente sinttica, podem nos ajudar a corroborar nossas intuies sobre a estrutura de constituintes de nossa lngua.

Evidenciando os constituintes: Topicalizao(1) O Joo vai comprar o ltimo livro do Chomsky na Borders' amanh.Para obtermos certos efeitos discursivos, os vrios constituintes dessa sentena podem ser colocados em posio inicial. Esse tipo de deslocamento pode ser chamado de TOPICALIZAO:A. Amanh, o Joo vai comprar o ltimo livro do Chomsky na Borders'.b. Na Borders',o Joo vai comprar o ltimo livro do Chomsky amanh.c. O ltimo livro do Chomsky , o Joo vai comprar na Border's amanh. d. Do Chomsky , o Joo vai comprar o ltimo livro na Borders' amanh.e. Comprar o ltimo livro do Chomsky , o Joo vai amanh, na Borders'.

Evidenciando os constituintes: clivagemNessa operao, constituintes da sentena so no s movidos para uma posio frontal, mas tambm so 'ensanduichados' entre o verbo ser e o conectivo que. Esse deslocamento serve para construirmos sentenas de foco, como as abaixo:a. o Joo que vai comprar o ltimo livro do Chomsky na Borders' amanh.b. o ltimo livro do Chomsky que o Joo vai comprar na Borders' amanh.c. na Borders' que o Joo vai comprar o ltimo livro do Chomsky amanh. d. amanh que o Joo vai comprar o ltimo livro do Chomsky na Borders'.Da mesma maneira, alguns constituintes podem ser deslocados para a posio final da sentena. Comparem-se as sentenas abaixo:(15) a. O Joo contou [toda a histria sobre aquele terrvel mal-entendido] [para a Maria].b. O Joo contou [para a Maria] [toda a histria daquele terrvel mal-entendido].

Evidenciando os constituintes: passivizaoUma outra possibilidade de deslocamento que evidencia a estrutura de constituintes de uma sentena constru da com um verbo transitivo direto a PASSIVIZAO. De uma sentena como as anteriores, podemos construir uma sentena como a que segue:.a.O ltimo livro do Chomsky vai ser comprado pelo Joo amanh na Borders'.b. Toda a histria daquele terrvel mal-entendido foi contada pelo Joo para a Maria.

Evidenciando os constituintes: PRONOMINALIZAO E COORDENAO:

O Joo vai comprar o ltimo livro de Chomsky amanh na Borders.Ele vai compra-lo amanh lO Joo e a Maria vo procurar e comprar o ltimo livro de Chomsky e de Lyons amanh na Borders e na Saraiva.

Evidenciando os constituintes: FRAGMENTO DE SENTENAS:Uma outra evidncia de natureza distribucional para a estrutura de constituintes de uma sentena o que tem sido chamado de FRAGMENTOS DE SENTENAS.Considere-se o seguinte dilogo:(18) A: Aonde o Joo foi? B: Ao cinema.Ao invs de dar a resposta completa pergunta de A, B prefere usar uma forma curta, ou seja, um fragmento de sentena. S constituintes podem servir como fragmentos de sentena em respostas. Voltando sentena do slide anterior, vejamos quais os constituintes que evidenciamos a partir do uso dos fragmentos de sentenas:A: Quem vai comprar o ltimo livro do Chomsky amanh?B: O Joo.A: O que o Joo vai comprar amanh?B: O ltimo livro do Chomsky .

A: De quem o Joo vai comprar o ltimo livro amanh?B: Do Chomsky .A: Quando o Joo vai comprar o ltimo livro do Chomsky?B: Amanh.A: Onde o Joo vai comprar o ltimo livro do Chomsky?B: Na Borders'.A: O que o Joo vai fazer?B: Comprar o ltimo livro do Chomsky .A: O Joo vai comprar o ltimo livro do Chomsky amanh?B: Vai.

Concluso: Nem todos os constituintes so evidenciados pelos mesmos procedimentos o caso do verbo auxiliar vai que s pode ser evidenciado pelo mecanismo de fragmento de sentena. Esses mesmos mecanismos so utilizados para desambiguizar uma sentena se houver ambiguidade sinttica:

Pedro viu a menina com o binculo.O Juiz julgou aquela r culpada.O bbado bateu na velha com a bengala.Exerccios no Edmodo

Hierarquia dos constituintes(42) [Meus vizinhos] [arranjaram] [um cachorro horrivelmente barulhento]Esses so os constituintes imediatos da orao; cada um deles ter uma funo especial (essas funes se denominam, na ordem: sujeito, predicado e objeto direto).Mas fcil verificar que alguns desses constituintes tm, por sua vez, uma estrutura interna sintaticamente caracterizvel. Assim, meus vizinhos se divide em meus e vizinhos, e cada uma dessas palavras tem sua funo sinttica dentro do sintagma meus vizinhos (chamo a essas funes, respectivamente, possessivo e ncleo do sintagma nominal). O constituinte arranjaram sintaticamente simples, por ser formado de uma nica palavra, e portanto no pode ser mais analisado em termos sintticos (pode s-lo em termos morfolgicos) . O constituinte um cachorro horrivelmente barulhento, por sua vez, complexo, e precisa ser analisado.

Conforme veremos, ele se analisa em um determinante (um), um ncleo do sintagma nominal (cachorro) e um modificador (horrivelmente barulhento). Esses trs termos so os constituintes imediatos do sintagma nominal um cachorro horrivelmente barulhento. Finalmente, o constituinte que funciona como modificador desse sintagma, horrivelmente barulhento, ainda pode ser analisado sintaticamente; proporei adiante que se divida em um intensificador (horrivelmente) e um ncleo do sintagma adjetivo (barulhento).Observe-se agora a hierarquia na estruturao da orao: o termo meus vizinhos o sujeito da orao; mas o termo meus no o possessivo da orao; o possessivo do sintagma nominal meus vizinhos. Meus s parte da orao indiretamente, por que faz parte de um sintagma que por sua vez faz parte da orao. Da mesma forma, horrivelmente no intensificador da orao, nem do sintagma nominal um cachorro horrivelmente barulhento; o intensificador do sintagma adjetivo horrivelmente barulhento. Esse sintagma adjetivo faz parte do sintagma nominal um cachorro horrivelmente barulhento, e esse sintagma nominal faz parte da orao (41).

Essa estruturao hierrquica muitas vezes apresentada em forma de rvore, (prx. Slide) . Alguns ndulos da rvore esto sem nome; isso no tem importncia no momento, pois s nos interessa apresentar visualmente a estruturao hierrquica dos constituintes da orao.

Contrapondo-se algumas funes sintticas: o predicadoNa gramatica normativa define-se predicado como aquilo que se diz sobre algo ou algum, nucleado por um verbo ao qual se subordinam Sujeitos e Objetos.

Tipos de Predicados: Verbais: A menina comprou um livro.Nominais: O livro foi caro. Verbo-nominais: A menina comprou um livro caro.

Falar predicar. (Borba, 1996:13) Predicar atribuir propriedades a entidades ou estabelecer relaes entre entidades. (Duarte, 2003:182) Domnios de predicao: a proposio; a orao; o lxicoOs ncleos da orao ou predicadoresAo contrrio do que costumam fazer as descries tradicionais, que sempre iniciam as lies de anlise sinttica pelo sujeito, comecemos nossa reflexo pelo predicado. Por que ser que a Gramtica Tradicional (GT) classifica os predicados em verbais, nominais e verbo-nominais? justamente porque neles se encontram os elementos que projetam os constituintes centrais da orao, incluindo o prprio sujeito. A esses elementos chamamos predicadores, que so responsveis pela estrutura principal da orao. Predicado na viso formal e funcional (estruturalistas, funcionalistas e outros istas)A classificao tradicional dos predicados decorre ento do fato de as oraes exibirem:

1. Um predicador verbal: pular, ocorrer, comprar, entregar, partilhar, morar2. Um predicador nominal representado por um adjetivo inteligente, prejudicial ou por um substantivo professor, mulher, fumo3. Um predicador verbal e um nominal simultaneamenteEsses predicadores selecionam normalmente um argumento externo (a que chamamos sujeito) e, opcionalmente, argumentos internos (a que chamamos complementos). Todas as vezes que tentamos identificar os termos de uma orao que contenha um predicador verbal, como, por exemplo, oferecer, e perguntamos: quem oferece, oferece o qu?, oferece a quem? ou dizemos algum oferece alguma coisa a algum, estamos, na verdade, observando a estrutura argumental projetada pelo predicador ou, em outras palavras, estamos buscando entender qual a seleo semntica que esse predicador faz.