EIXO 2 - Os usuários e seu lugar político no SUAS e os trabalhadores da assistência social

em relação ao protagonismo dos usuários

Síntese das Conferências Estaduais - Raquel Raichelis

LUGAR POLÍTICO DOS USUÁRIOS NO SUAS Pontos Fracos

assistência social ainda vista como assistencialismo

falta de conhecimento dos usuários sobre a política de assistência social

pouca participação dos usuários na avaliação dos serviços e programas

nos Conselhos, é incipiente a participação das organizações representativas dos usuários legalmente constituídas.

Pontos Fracos... Usuários

ausência de cultura de participação local, de capacitação política para participar de espaço público, linguagem pouco acessível de comunicação nos conselhos e nas conferências

assimetria das condições de participação dos usuários nos conselhos e fóruns: falta de apoio para transporte, alimentação, horários de reunião compatíveis, acesso a informação, etc.

Pontos Fracos - serviços e programas

Usuários desconhecem direitos sócio-assistenciais e não identificam os CRAS e CREAS como referência para acesso a esses direitos

Falta de acesso a serviços e conselhos, das comunidades rurais e tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhas, ciganas e outras)

Dificuldade de acessibilidade Inexistência de mecanismos e canais de

denúncia das irregularidades

TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIALPontos Fracos

trabalhadores com pouca autonomia de ação política para defender participação dos usuários

desconhecimento do trabalho profissional pelos gestores e resistência à participação ativa e crítica dos usuários

pouco conhecimento dos profissionais sobre quem são os usuários da assistência social (modos de vida, trabalho, valores, sociabilidade, presença nos territórios, organização política), para além de dados das fichas e cadastros

Pontos Fracos - trabalhadores

desvalorização do profissional nas SMAS quadro insuficiente, falta de profissionais

em muitos municípios, ausência de equipe multidisciplinar

baixo número de servidores concursados e precarização dos vínculos empregatícios

Pontos Fracos - trabalhadores

não cumprimento da NOB-RH (plano de cargos, salários e carreiras, concursos públicos para provimento das equipes multidisciplinares)

falta política de capacitação continuada e sistemática, sob responsabilidade do órgão gestor, para todos os trabalhadores do SUAS

precariedade dos espaços físicos de trabalho (salas para atendimento individual e coletivo, privacidade, etc.)

Pontos Fracos - trabalhadores

baixa remuneração - profissionais trabalham em mais de um município

rotatividade dos profissionais em função das mudanças da gestão, agravadas pela inexistência de concurso público

não incorporação de metodologias participativas de trabalho social com usuários e famílias, especialmente de educação popular.

Participação dos usuários Pontos Fortes

Novos espaços de participação nos CRAS e CREAS

Usuários vinculados aos serviços e espaços coletivos passam a ser mais atuantes e propositivos

Melhoria do acesso à informação sobre garantia de direitos

Importância das associações de moradores na representação dos usuários nos Conselhos

Escolha do tema das Conferências Ponto Forte

despertar dos usuários a partir do processo de mobilização para as Conferências Municipais

Importância da realização de pré-conferências nos territórios

Importância da mobilização anterior às conferências, estímulo à participação dos usuários dos CRAS, garantia de vagas nas conferências

Importante ampliação da participação dos usuários nas conferências, direito de voz e voto

Trabalhadores - Pontos Fortes

desenvolvimento da consciência dos trabalhadores do SUAS quanto ao protagonismo dos usuários como sujeito de direitos e não assistidos

profissionais envolvidos e comprometidos com o trabalho, na perspectiva dos direitos e com a ampliação da participação política dos usuários.

CRAS e CREAS favorecem maior interação entre trabalhadores e usuários, fortalecem a participação dos usuários em áreas de maior vulnerabilidade social.

Trabalhadores - Pontos Fortes

realização de concursos públicos para profissionais da assistência social em alguns municípios

disseminação de processos de capacitação discussões sobre planos de cargos, salários,

carreira para todas as categorias, assim como de concursos públicos para ingresso e progressão na carreira de trabalhador da assistência social.

RESULTADOS ESPERADOS Municípios

Indicação de delegados para as conferências municipais a partir de fóruns permanentes com usuários e comunidade local nos CRAS e CREAS

Fortalecimento da autonomia dos Conselhos e ampliação da articulação com movimentos sociais e populares

Regimento dos conselhos municipais deve garantir rotatividade na presidência de conselheiros governamentais e não governamentais a cada 2 anos

Resultados Esperados municípios

ampliar conhecimento dos usuários e da sociedade em geral sobre a política de assistência social e dos direitos socioassistenciais

adequação dos horários das reuniões dos conselhos, para permitir a presença da representação dos usuários e de suas organizações

Resultados Esperadosmunicípios

expansão de serviços socioassistenciais para comunidades tradicionais, inclusive com serviços itinerantes quando necessário

criação de ouvidorias, sistematização de informações sobre o SUAS em linguagem popular e com divulgação na imprensa

Definição de mecanismos para cumprimento pelos municípios do direito de acessibilidade dos usuários aos serviços socioassistenciais e aos espaços de controle social.

Resultados esperados municípios

criação de Fórum de Trabalhadores da Assistência Social implantação de plano de cargos, salários, carreiras ampliação de quadro de trabalhadores por meio de

concursos públicos política de capacitação continuada para todos os

trabalhadores, sob responsabilidade do órgão gestor articulação com os Conselhos Federal de Serviço Social e

de Psicologia para definição de piso salarial e carga horária dos profissionais na assistência social

aliança dos trabalhadores com entidades de defesa de direitos e de cidadania nos territórios, e com os conselhos de direitos.

Resultados EsperadosEstados

Conselhos de Assistência Social, nos três níveis de governo, com participação de 1/3 de usuários, como estímulo ao exercício do protagonismo

incentivar e apoiar encontros microrregionais dos CMAS, para intercâmbio de experiências positivas de participação social dos usuários

parceria com Ministério Público para fiscalizar a execução do controle social pelos Conselhos.

Resultados Esperados União

política de capacitação continuada dos trabalhadores com garantia de recursos federais

co-financiamento dos recursos humanos dos municípios, considerando o vínculo contratual

criar Fórum Nacional Permanente de Usuários encaminhar luta pela transformação da NOB-RH em Lei criar Escola de Qualificação Permanente para gestores,

técnicos, conselheiros e usuários, em parceria com as universidades públicas e privadas, respeitadas as diferenças regionais

financiar campanhas informativas nacionais de divulgação na mídia, do SUAS, dos direitos socioassistenciais e do protagonismo dos usuários da assistência social.