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Sistema de FM
A criança com De�iciência Auditiva na Escola:
CoordenadorasMaria Cecília BevilacquaDeisy das Graças de Souza
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOSecretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Esplanada dos Ministérios, Bloco L, 2º andar – sala 200CEP 70047-900 Brasília - DF, Brasil
Fone: (61) 2022-9217 / 2022-9218 – Fax: (61) 2022-9020
Coordenadoras Maria Cecília Bevilacqua
Deisy das Graças de Souza
A criança com Deficiência Auditiva na Escola:
Sistema de FM
São Carlos - SP 2012
©2012 UFSCar Projeto de Capacitação em Deficiência Auditiva e uso do sistema de FM para Profissional da Área da Educação em âmbito nacional. Coordenação
Profa. Dra. Maria Cecília Bevilacqua Universidade de São Paulo (USP) Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) Departamento de Fonoaudiologia Centro de Pesquisas Audiológicas (CPA-HRAC) Profa. Dra. Deisy das Graças de Souza Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Inst. Nac. de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE) Laboratório de Estudos do Comportamento Humano (LECH)
Apoio
Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI)
Colaboradores
Adriane Lima Mortare Moret (USP/BAURU), Altair Cadrobbi Pupo (PUC/SP), Amelia Cristina Portugal (PUC/GO), Ana Lívia Libardi (USP/BAURU), Ana Suely de Azevedo Chaves Martins (FUNCRAF), Carmen Silvia Carvalho Barreira Nielsen (UFES), Cristiana Magni (UNICENTRO), Eliane Maria Carrit Delgado-Pinheiro (UNESP/MARÍLIA), Fernanda Marcon do Amaral Campos (APADAS), Francisca Canindé Rosário da Silva Araújo (UNAMA), Heloisa Helena Motta Bandini (UNCISAL), Isabel Cristiane Kuniyoshi (Faculdade São Lucas), Joseli Soares Brazorotto (UFRN), Julia Speranza Zabeu (USP/BAURU), Karla Jean Zimmermann de Almeida (UNIVALI), Maria Angelina Nardi de Souza Martinez (PUC/SP), Maria Isabel Kós Pinheiro de Andrade (UFRJ), Maria Madalena Canina Pinheiro (UFSC ), Mariana da Costa Paes Dayrell (SES/AM), Mariane Perin da Silva (USP/BAURU), Marina Morettin (USP/BAURU), Regina Tangerino de Souza Jacob (USP/BAURU), Sheila Andreoli Balen (UFRN), Vanessa Luisa Destro Fidêncio (USP/BAURU).
A Criança com Deficiência Auditiva na Escola: Sistema de FM /
coordenação de: Maria Cecília Bevilacqua ; Deisy das Graças de Souza. – São Carlos : Editora Cubo, 2012.
36 p. : il. ISBN 978-85-60064-33-5
1. Deficiência auditiva. 2. Sistema de FM. 3. Educação. I. Bevilacqua, Maria Cecília, coord. II. Souza, Deisy das Graças de, coord.
Sumário
1. Introdução ......................................................................................................................... 1
2. O que é o som? .................................................................................................................. 2
3. Como ouvimos ................................................................................................................... 4
4. A Criança com Deficiência Auditiva ................................................................................... 6
4.1 Entendendo a Deficiência Auditiva do ponto de vista audiológico .......................... 7
5. Impacto da deficiência auditiva ...................................................................................... 10
6. Dispositivos Eletrônicos para audição ............................................................................. 13
6.1 Aparelho de amplificação sonora individual .......................................................... 13
6.2 Implante coclear ..................................................................................................... 16
7. Sistemas de comunicação sem fio – Sistema de Frequência Modulada – FM ................ 18
8. Onde conseguir o aparelho de amplificação sonora individual e/ou implante coclear? ........................................................................................................................... 24
9. Como encaminhar para a rede de Saúde Auditiva .......................................................... 25
10. A criança com deficiência auditiva na sua sala de aula ................................................. 27
10.1 Trabalhando em conjunto .................................................................................... 27
10.2 Estratégias para uma boa comunicação ............................................................... 29
10.3 Posicionamento da criança e controle do ruído da sala ....................................... 30
10.4 Verificando a compreensão do que é dito ........................................................... 33
10.5 Verificando o funcionamento do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e/ou Implante Coclear . ............................................................. 33
10.6 Usando Sistemas de FM ...................................................................................... 34
11. Leituras e sites sugeridos .............................................................................................. 36
1
1. Introdução
Esta publicação foi desenvolvida numa parceria entre a Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação – SECADI/MEC, o
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE/MEC , a Universidade Federal de São
Carlos – UFSCar/DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA/Laboratório de Estudos do Comportamento
Humano (LECH), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e
Ensino (INCT-ECCE) em parceria com o Centro de Pesquisas Audiológicas/HRAC da
Universidade de São Paulo Campus Bauru e a 6ª gestão da ACADEMIA BRASILEIRA DE
AUDIOLOGIA,desenvolveu um projeto de pesquisa intitulado: “Projeto de Capacitação em
Deficiência Auditiva e uso do sistema de FM para Profissionais da Área da Educação em
âmbito nacional”.
Os princípios e práticas contidas neste manual podem ser aplicados por professores e
profissionais de saúde que trabalham com crianças com deficiência auditiva em qualquer lugar
do país, pois se baseiam em Políticas Nacionais de Educação e Saúde.
Visa tornar-se um recurso útil para qualquer profissional de saúde e da educação que
suspeite de alguma alteração auditiva em uma criança, facilitando a utilização da rede de
saúde auditiva disponível em sua região e para aquele professor que receba em sua sala de
aula uma criança com deficiência auditiva, auxiliando na minimização das barreiras e na
otimização das oportunidades para sua participação efetiva no processo ensino –
aprendizagem, promovendo a acessibilidade e inclusão.
2
2. O que é o som?
Som é uma vibração invisível no ar que provoca ondas e essas se espalham em todas as
direções a partir de sua fonte. Igual às ondas que se formam quando jogamos uma pedra em
um lago. Qualquer fenômeno capaz de causar ondas de pressão no ar é considerado uma fonte
sonora, por exemplo, uma explosão, a fala humana. O som possui frequência e intensidade e
essas podem ser medidas.
Frequência: é o número de vibrações que se formam por segundo. A unidade de medida da
freqüência é o Hertz (Hz). Chamamos de sons graves ou grossos, os sons de frequências baixas
(por exemplo: a buzina de um caminhão ou um motor) e de sons agudos ou finos, os sons de
frequências altas (por exemplo: um sino ou um passarinho cantando). O ouvido humano está
preparado para ouvir sons de 20 a 20.000 Hz e os sons da fala variam de 250 a 6.000 Hz.
intensidade: é a quantidade de energia (volume) da vibração. A unidade de medida da
intensidade é decibel (dB). Dizemos que o som é muito forte (volume alto) quando tem muita
energia ou muito fraco (volume baixo) quando tem pouca energia. O ouvido humano está
preparado para ouvir sons de 0 a 120 dB nível de audição.
Intensidade e frequência dos sons do nosso cotidiano
Os gráficos 1 e 2 demonstram a intensidade e frequência de alguns sons do nosso cotidiano.
Sons que estão dentro da faixa audível por um ser humano, entre 0 e 120 dB e entre 20 e
20.000 Hz. Por exemplo, o barulho da brisa nas folhas tem pouca energia, por volta dos 10 dB e
frequência média, de 1.500 Hz. Já a voz humana tem um volume médio, em geral, 65 dB e a
frequência como já citado anteriormente pode variar entre 250 e 6000 Hz. O som do metrô,
trem, buzina de um automóvel e um trovão são graves, abaixo dos 500 Hz, e possuem muita
energia, entre 90 e 120 dB.
3
Gráfico 1. intensidade dos sons do nosso cotidiano.
O ouvido humano está preparado para ouvir sons de 20 a 20.000 Hz e de 0 a 120 dBNA. Os sons da fala variam de 250 a 6.000 Hz. Os principais sons do dia a dia e da fala estão dentro
desta faixa audível pelo ouvido humano como mostra o gráfico 2: conhecido como AUDIOGRAMA
Faixa de
Conversação
dB(A)
00
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
Barulho das folhas na brisa
Quarto de dormir à noite
Ruído em uma biblioteca
Som em uma sala de estar
Escritório
Voz humana (normal)
Voz humana (forte)
Ruído do tráfego urbano Ruído do metrô
Oficina Mecânica Serra circular Buzina de automóvel
Trovão forte
Martelete pneumático
Avião a jato na pista
Limite do conforto
Limite da dor
Limite da percepção
150
FRACO
FORTE
4
Gráfico 2. Frequência e intensidade de alguns sons do nosso cotidiano.
3. Como ouvimos A orelha é um órgão formado por três partes: orelha externa, orelha média e orelha
interna. A orelha externa vai do pavilhão auricular até a membrana timpânica, a orelha média possui os menores ossos do corpo humano, denominados martelo, bigorna e estribo, e na orelha interna encontramos uma estrutura conhecida como cóclea (que possui um formato de caracol), os canais semicirculares responsáveis pela função do equilíbrio e o nervo auditivo. A orelha externa capta o som e o conduz para orelha média através das vibrações do som produzidas no tímpano, os ossículos dentro da orelha média através de um movimento mecânico (para frente e para trás), conduzem essas vibrações para cóclea.
Fort
e
IN
TEN
SIDA
DE
fr
aco
Sons audíveis por um ouvido
humano
Grave FREQUÊNCIA Agudo
5
Dentro da cóclea encontramos células que são responsáveis por transformar a informação em sinal elétrico e, desta forma, o sinal segue para o nervo auditivo e alcança as vias auditivas centrais. Em outras palavras, o nervo auditivo conduz o sinal elétrico para o cérebro, onde a informação é interpretada e compreendida.
1. O som é captado pela orelha externa – pavilhão auricular.
2. O pavilhão auricular conduz o som através do canal auditivo para membrana timpânica.
3. O som atinge a membrana timpânica e a faz vibrar.
4. As vibrações da membrana timpânica provocam o movimento, para frente e para trás, dos ossículos da orelha média e as vibrações alcançam a cóclea.
5. As vibrações são captadas pelas células da cóclea e transformadas em sinais elétricos .
6. Os sinais elétricos chegam no cérebro e são interpretados e compreendidos.
Figura 1. desenho da anatomia da orelha, ilustrando as principais estruturas e suas funções na audição.
6
4. A Criança com Deficiência Auditiva A deficiência auditiva (DA) é uma alteração que impede/dificulta uma pessoa ouvir os
sons do ambiente e a fala das pessoas. Na grande maioria dos casos a criança com deficiência
auditiva pode apresentar atraso na aquisição de fala ou alterações da fala, dificuldades
escolares, dificuldades de atenção, dificuldades de interação social, entre outros.
As dificuldades de comunicação e de aprendizagem escolar são maiores quando a
deficiência auditiva ocorre antes da aquisição da língua oral, na (fase pré-lingual), do que
quando ocorre após a aquisição da língua oral (fase pós-lingual).
Assim, algumas crianças nascem com deficiência auditiva, isto é, a deficiência auditiva
é congênita, e outras crianças podem adquirir a deficiência auditiva no momento do parto, no
período neonatal ou ao longo da vida (deficiência auditiva adquirida), por exemplo, devido a
uma doença.
A criança sem deficiência auditiva percebe sons bem fracos, por volta de 0 a 15dB e
um adulto por volta de 0 a 25 dB. A deficiência auditiva ocorre quando a pessoa só ouve
(percebe) os sons acima dos 25 dB.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) há 278 milhões de
pessoas no mundo com deficiência auditiva, correspondendo a 4,6% da população mundial,
sendo que 2/3 estão em países em desenvolvimento, considerando como deficiências
auditivas aquelas superiores a 40 dBNA na melhor orelha. A incidência da deficiência auditiva
ao nascimento é de 1 a 3 crianças com deficiência auditiva em 1.000 nascidos
vivos.
O diagnóstico e a implementação de ações intersetoriais iniciados nos primeiros meses de vida, garantem que a criança com deficiência auditiva desenvolva comunicação oral eficiente. No entanto, ela precisa do acompanhamento intersetorial por um longo período de sua vida e de acesso à tecnologia de amplificação sonora possibilitando o uso efetivo do seu resíduo auditivo.
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4.1 Entendendo a Deficiência Auditiva do ponto de vista audiológico
A deficiência auditiva pode ser unilateral (em apenas um ouvido) ou bilateral (nos
dois ouvidos). Em geral, além da época em que ocorreu a deficiência auditiva (congênita ou
adquirida/pré ou pós lingual) a deficiência auditiva é classificada quanto ao tipo (local da lesão)
e grau (grau leve, moderado, severo e profundo).
a) Tipos de deficiência auditiva
Na maioria das vezes a deficiência auditiva resulta de uma lesão de qualquer uma
das três partes da orelha (orelha externa, média e interna) ou alguma lesão nas vias centrais
auditivas.
Perdas Auditivas Condutivas - são as mais frequentes e ocorrem por alteração na
orelha externa e/ou média. Em crianças geralmente ocorre pelo acúmulo de líquido dentro do
ouvido médio, a chamada otite média secretora ou serosa.
A otite pode causar deficiência auditiva temporária e requer tratamento médico e , às
vezes, intervenção cirúrgica.
Figura 2. Desenho da anatomia da orelha, ilustra o
local da lesão em uma perda auditiva condutiva.
(http://sicologic.com/11hearing_aid/hearing-loss.html
acessado em nov/ 2010).
ATENÇÃO!!!!!!
DORES DE OUVIDO OU SECREÇÃO SAINDO DO
OUVIDO SÃO SINAIS DE OTITE QUE PRECISAM DE
TRATAMENTO MÉDICO
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Perdas Auditivas Sensorioneurais Ocorre, na maioria das vezes, por uma lesão na cóclea. A
causa pode ser genética ou devido uma doença infecciosa durante a gestação, como rubéola,
ou adquirida, como a caxumba, sarampo ou meningite e é permanente. A criança também
pode apresentar a deficiência auditiva sensorioneural por causa de uma diminuição de
oxigênio na corrente sangüínea ao nascimento ou alguma outra intercorrência durante a
gestação, o parto ou durante o período neonatal.
Figura 3. desenho da anatomia da orelha, ilustra o
local da lesão em uma perda auditiva sensorioneural.
(http://sicologic.com/11hearing_aid/hearing-loss.html
acessado em nov/ 2010).
TODOS NÓS VAMOS PERDENDO AS CÉLULAS DA CÓCLEA COM A IDADE ESTE É O TIPO DE DEFICIÊNCIA MAIS COMUM NOS IDOSOS
Perdas Auditivas mistas ocorre quando há uma lesão tanto na orelha externa ou média
quanto na orelha interna. Um exemplo é a criança que tem uma perda auditiva sensorioneural,
congênita e apresenta um quadro de otite média gerando, consequentemente um agravo do
grau de sua perda auditiva mista, isto é , com uma perda sensorioneural somada à perda
condutiva.
Figura 4. desenho da anatomia da orelha, ilustra o
local da lesão em uma perda auditiva mista.
(http://sicologic.com/11hearing_aid/hearing-loss.html
acessado em nov/ 2010).
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b) Graus da deficiência auditiva
Existem diferentes graus de deficiência auditiva e estas são frequentemente
classificadas como: LEVE, MODERADA, SEVERA OU PROFUNDA. Na deficiência auditiva leve a
pessoa só percebe os sons com intensidade acima de 25 dB, na deficiência auditiva moderada
a percepção ocorre com os sons acima de 40 dB, na Deficiência Auditiva severa acima dos 61
dB e na deficiência auditiva profunda só há percepção de sons fortes, acima dos 81 dB. Poucas
crianças são totalmente surdas. A maioria das crianças com deficiência auditiva profunda
conseguem ouvir alguns sons fortes.
O grau da deficiência auditiva é determinado, segundo a OMS, pela média dos limiares
auditivos nas frequências de 500, 1.000, 2.000 e 4.000 Hz
AUDIÇÃO LIMIARES
Normal Até 25 dB
Deficiência auditiva leve Entre 26 e 40 dB
Deficiência auditiva moderada Entre 41 e 60 dB
Deficiência auditiva severa Entre 61 e 80 dB
Deficiência auditiva profunda Acima de 81 dB
Quadro 1. Classificação do grau da deficiência auditiva (Fonte: OMS).
Lembre-se a deficiência auditiva pode ser:
• de grau leve, moderado, severo ou profundo
• temporária ou permanente
• pré-lingual ou pós-lingual
• congênita ou adquirida
• unilateral ou bilateral (em um ou ambos os ouvidos)
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5. Impacto da deficiência auditiva
É por meio da audição que o bebê aprende a falar e, por este motivo, a deficiência
auditiva nos primeiros anos de vida da criança, antes da aquisição da língua oral, é muito
preocupante. O impacto da deficiência auditiva no desenvolvimento depende não só da época
em que ocorreu como também do grau da perda auditiva, pois quanto maior a perda auditiva
menor é a informação de fala que a criança recebe. Assim, consequentemente, gera maior
impacto no desenvolvimento da língua oral.
Deficiência auditiva leve: a criança pode
ouvir o que é dito em intensidade normal de
voz (conversação) se o falante estiver
próximo (até 1 metro), mas É INCAPAZ DE
OUVIR UM SUSSURRO ou uma voz distante.
A criança desenvolve linguagem com pobreza
de vocabulário e trocas na fala e na escrita.
Como a criança responde para vários sons, a
deficiência auditiva muitas vezes não é
percebida, fazendo com que o diagnóstico
em geral seja tardio, devido, principalmente,
às dificuldades escolares.
Figura 5. Ilustra os sons que uma pessoa com perda auditiva de grau leve não ouve.
Deficiência auditiva moderada: a criança
pode ouvir o que é dito se o falante
aumentar a intensidade de voz e estiver
perto (até 1metro). Pode precisar de leitura
labial como apoio para compreender melhor
a fala. AS CRIANÇAS JÁ APRESENTAM UMA
DIFICULDADE MAIOR EM OUVIR O
PROFESSOR NA SALA DE AULA. Tem
excelente aproveitamento do aparelho de
amplificação sonora e da terapia
fonoaudiológica.
Figura 6. ilustra os sons que uma pessoa com perda auditiva de grau moderado não ouve.
11
Deficiência auditiva severa: a criança pode
ouvir o que é dito se as palavras forem
pronunciadas bem próximas à orelha. USA A
LEITURA LABIAL E GESTOS PARA SE
COMUNICAR. Só consegue desenvolver a
comunicação oral se usar aparelhos de
amplificação sonora e for acompanhado em
terapia fonoaudiológica.
Figura 7. ilustra os sons que uma pessoa com perda auditiva de grau severo não ouve.
Deficiência auditiva profunda: A CRIANÇA
NÃO CONSEGUE OUVIR NENHUM SOM DA
FALA. Desta forma, as crianças que nascem
com deficiência auditiva profunda não
desenvolverão a língua oral se não tiverem
tratamento especializado, com o
fonoaudiólogo. Em geral, o aparelho de
amplificação sonora não é suficiente para
restaurar a audição funcional, sendo
necessário o implante coclear.
Figura 8. ilustra os sons que uma pessoa com perda auditiva de grau profundo não ouve.
A DEFICIÊNCIA AUDITIVA SEMPRE AFETA O DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA ORAL E ESCRITA
E PRECISA DE ACOMPANHAMENTO INTERSETORIAL NAS ÁREAS DA SAÚDE E EDUCAÇÃO
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FIQUE ATENTO AOS SINAIS DE UMA DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Não responde quando chamado de costas ou à distância;
Demora para começar a falar;
Demora para aprender palavras novas e tem a fala pouco
inteligível;
Não fala algumas preposições e artigos que são muito
fracas na fala normal;
Olha muito para o rosto tentando fazer leitura labial;
Prefere apontar ou fazer algum gesto do que tentar falar:
Tem dificuldade para prestar atenção e ouvir histórias ou
conversas mais longas
O que fazer quando há suspeita de deficiência auditiva? Orientar a família para:
Procurar o médico otorrinolaringologista; Encaminhar ao fonoaudiólogo; Matricular a criança na escola mais próxima a sua residência; para
frequentar sala de aula comum, num período e no outro, a sala de recursos multifuncionais – SEM, que oferta o atendimento educacional especializado – AEE;
Acomodar a criança em local apropriado, que favoreça o uso de sua audição residual.
13
6. Dispositivos Eletrônicos para audição 6.1 Aparelho de amplificação sonora individual
Aparelhos de Amplificação Sonora Individuais (AASI) são dispositivos eletrônicos que
são programados individualmente baseado nas características da perda auditiva de cada
pessoa a fim de captar os sons do ambiente, principalmente os sons de fala, e amplificá-los
tornando-os audíveis para a pessoa com deficiência auditiva.
O objetivo do AASI é amplificar os sons da fala para que a criança possa perceber e
compreender o que lhe é dito e assim desenvolver a língua oral.
Cerca de 10% das crianças com deficiência auditiva sensorioneural, apresentam perda
de grau severo ou profundo e não conseguem se beneficiar do uso de AASIs, pois mesmo com
eles, a informação de fala que recebem é insuficiente para desenvolverem a língua oral e
participarem da maior parte das situações de comunicação.
Um circuito de um aparelho de amplificação sonora individual, em geral, é composto
por um microfone, um amplificador, um chip de processamento, um receptor e uma bateria. O
microfone capta os sons do ambiente (onda sonora) e converte em sinal elétrico, o
amplificador por sua vez amplifica esse sinal elétrico (modifica o som original) de acordo com
as informações do chip de processamento que foi programado para o grau da perda auditiva
da criança. Por último, o receptor converte o sinal elétrico modificado em som (onda sonora).
Figura 9. Ilustra os componentes e funcionamento de um AASI.
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Existem vários modelos de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI)
e eles são classificados de acordo com a posição que ficam na orelha:
1. Retroauriculares: ficam posicionados atrás da orelha e são presos ao
pavilhão por um molde. Por ter todos os seus componentes externos é o mais
usado com crianças.
Figura 10. ilustra um AASI retroauricular e o posicionamento do mesmo na
orelha.
(http://www.emoryhealthcare.org/ear-nose-throat/audiology/hearing-aids.html Acesso em nov/2010)
2. Intracanais: são posicionados dentro do canal auditivo. Esse tipo de AASI
fornece uma amplificação média e por isso são indicados para perdas de grau
até moderado. Em geral são utilizados por adultos e adolescentes.
Figura 11. Ilustra um AASI intracanal e o posicionamento do mesmo na orelha.
(http://www.emoryhealthcare.org/ear-nose-throat/audiology/hearing-aids.html Acesso em nov/2010)
3. Aparelhos intra-auriculares: São posicionados dentro do pavilhão auricular,
ocupando o pavilhão e o canal auditivo da orelha externa. Esse tipo de aparelho
fornece uma amplificação maior que os aparelhos intracanais e na maioria dos
casos é utilizado em perdas de grau moderado até severo. Por ter o circuito
dentro do pavilhão e canal auditivo, não são recomendados para crianças.
Figura 12. ilustra um AASI intra-auricular e o posicionamento do mesmo na
orelha. (http://www.emoryhealthcare.org/ear-nose-throat/audiology/hearing-aids.html Acesso em nov/2010)
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4. Aparelhos com vibrador ósseo: Em casos
de malformações da orelha externa,
malformação do pavilhão auricular e/ou canal
auditivo, é possível usar um aparelho
auditivo, no qual, o som é transmitido por
vibração para o osso do crânio que o conduz
até a cóclea. Neste caso é acoplado no AASI
um receptor de vibração óssea e o mesmo
fica preso na cabeça da criança por uma tiara.
Figura 13. ilustra um AASI com vibrador ósseo.
(http://www.clivir.com/lessons/show/bone-conduction-hearing-aids.html. Acessado em nov/2010)
Quem pode usar o aparelho de amplificação sonora individual (AASI)?
Quase todas as crianças com deficiência auditiva podem se beneficiar com o uso do
aparelho de amplificação sonora individual. Os resultados obtidos com o uso do aparelho de
amplificação sonora individual dependem de vários fatores:
• Da idade que ocorre a deficiência auditiva;
• Se a criança com deficiência auditiva já desenvolveu a linguagem;
• Do tempo entre a identificação da deficiência auditiva e a adaptação do aparelho de
amplificação sonora individual (AASI);
• Do grau da deficiência auditiva;
• Do tipo de deficiência auditiva;
• Da adaptação do aparelho de amplificação sonora individual;
• Da motivação da criança com deficiência auditiva em utilizar o aparelho de
amplificação sonora individual;
• Da motivação e envolvimento da família em todo o processo de adaptação do AASI e
acompanhamento da pessoa com deficiência auditiva.
Vibrador óseo AASI
Tiara ajustável
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Quando o aparelho de amplificação sonora individual deve ser recomendado?
O processo de seleção e uso do aparelho de amplificação sonora individual deve ser
iniciado o mais rápido possível, logo após o diagnóstico da deficiência auditiva, pois o período
mais importante para o aprendizado da língua oral pode ser perdido quando a criança não
usa o aparelho de amplificação sonora individual.
Os bebês e as crianças com deficiência auditiva devem usar o aparelho de
amplificação sonora individual adequado para que ocorram maiores possibilidades para o
desenvolvimento da fala e linguagem. É de fundamental importância que os profissionais da
saúde orientem regularmente à família, à escola e a criança quanto ao uso e manuseio,
proporcionando à criança com deficiência auditiva maior aproveitamento da audição.
6.2 Implante coclear O implante coclear (IC) é um dispositivo eletrônico que substitui a função das células
da cóclea, ou seja, ele estimula diretamente as fibras nervosas do nervo auditivo. Ao contrário
do AASI, que amplifica o som, o implante coclear fornece impulsos elétricos que estimulam
diretamente os diferentes feixes de fibras nervosas da região da cóclea. O implante coclear
possui um componente interno e um componente externo. O componente interno, composto
por feixe de eletrodos e um receptor/estimulador, é inserido cirurgicamente, pelo médico
otorrinolaringologista. O cabo de eletrodos é inserido na cóclea e o receptor é posicionado no
osso do crânio logo acima da orelha (veja figura 14). O componente externo é composto por
microfone, processador de fala, antena transmissora e cabos.
O funcionamento do implante coclear ocorre da seguinte forma:
O microfone capta o som e envia-os ao processador de fala, que analisa e codifica esse
som em sinais elétricos (pulsos por segundos), que são enviados para a antena transmissora. A
antena transmissora por sua vez, encaminha o sinal por rádio frequência para o
receptor/estimulador interno. Por fim, o receptor/estimulador envia o sinal, através de
impulsos elétricos, para o feixe de eletrodos posicionado na cóclea. Com isso as fibras nervosas
são estimuladas e a informação auditiva alcança o cérebro onde o sinal será interpretado e
compreendido.
17
Figura 14. ilustra o componente interno e externo do implante coclear.
http://resource.isvr.soton.ac.uk/soecic/CI_des.html
Quem pode usar o implante coclear?
O implante coclear pode ser indicado tanto para crianças quanto para adultos, com
deficiência auditiva sensorioneural de grau severo a profundo. Os benefícios do uso do
implante coclear dependem de vários fatores:
• A etiologia da deficiência auditiva;
• O tempo entre a ocorrência da perda auditiva e a realização da cirurgia e adaptação
(ativação) do IC;
• O estado da cóclea;
• Outras condições médicas.
De uma maneira geral, quanto menor o tempo de privação sensorial, melhores serão os
resultados.
18
Quando o implante coclear deve ser adaptado?
O implante coclear é indicado quando o uso do AASI não trouxe benefícios
significativos para a criança com deficiência auditiva. Portanto, sempre há um período de
experiência com o uso do AASI para que o médico possa avaliar a necessidade ou não do uso
do Implante Coclear (IC).
Porque o aparelho de amplificação sonora individual e/ou implante coclear são necessários?
O AASI e/ou IC ajudam as crianças com deficiência auditiva a se comunicarem, pois
com eles as crianças podem ouvir sons de fala e os sons do ambiente. A habilidade de ouvir
estes sons não melhora apenas a qualidade de vida da pessoa com deficiência auditiva, mas
também ajuda no aprendizado em casa, na escola e no ambiente de trabalho. O AASI e ou IC
podem ajudar as crianças com deficiência auditiva a tornarem-se membros ativos em suas
famílias e comunidade ao invés de ficarem sozinhos e isolados. Pensando nisto, o professor e
profissional de saúde desempenham um papel importante para garantir que a família
participe efetivamente nesse processo, garantindo o uso adequado do AASI e/ou IC. É
importante a participação regular na terapia fonoaudiológica.
7. Sistemas de comunicação sem fio – Sistema de Frequência Modulada - FM
O Sistema de FM é um dispositivo eletrônico que complementa a adaptação do AASI e
IC. O benefício do uso de um sistema de comunicação sem fio, como o sistema de FM, é a
melhora na compreensão da fala do professor. O sistema de FM promove uma melhor relação
entre a intensidade da voz do professor e a intensidade do ruído presente na sala de aula. Ou
seja, com o uso do sistema de FM a fala do professor sempre alcançará a orelha da criança
com uma intensidade e qualidade sonora melhor. Esse benefício pode ser fundamental para
que uma criança com deficiência auditiva participe ativamente das atividades na sala de aula
da escola regular.
JUNTAMENTE COM O USO DO AASI E/OU IC, DEVE SER REALIZADA A TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA.
19
O sistema de FM funciona como um microfone sem fio e é composto por duas partes:
um microfone transmissor que capta o som próximo a boca do interlocutor e o envia, sem fio,
para um receptor acoplado ao AASI ou IC da criança.
Figura 15. Ilustra um modelo de Sistema de FM (Phonak).
Por que o Sistema de FM é necessário no ambiente escolar?
Salas de aula são ambientes ruidosos e o ruído interfere diretamente na compreensão
de fala. Quanto maior o nível de ruído, maior será a dificuldade para entender o professor
principalmente para as crianças com deficiência auditiva. Estudos mostram, que um adulto,
sem dificuldades auditivas, consegue compreender 50% da fala se a intensidade da voz do
interlocutor estiver até no máximo 6dB abaixo do nível de intensidade do ruído. Ou seja, para
adultos ouvintes é necessária uma relação sinal/ruído de aproximadamente -6 dB para
compreensão de 50% da fala. A relação sinal/ruído é obtida através da diferença entre o nível
de intensidade da fala e o nível de intensidade do ruído. Pessoas com deficiência auditiva
precisam de uma melhor relação sinal/ruído em comparação aos ouvintes como mostra a
gráfico da figura 16.
Microfone transmissor
Receptor
20
Figura 16. Ilustra a relação necessária entre a voz do interlocutor e o nível de ruído para 50%
de compreensão da fala nos diferentes graus de perda auditiva. (Fonte: Killion MC. Hearing
Journal, 1997).
Como observamos na figura 16, para adultos com deficiência auditiva de grau leve é
necessário que a voz do interlocutor esteja 4 dB acima do nível do ruído para obter os mesmos
50% de compreensão de fala. Já em adultos com deficiência auditiva de grau moderado é
necessário que a intensidade de fala do interlocutor seja ainda maior, aproximadamente 7 dB
acima do nível do ruído para obter os mesmos 50% de compreensão da informação, e quanto
maior o grau da perda maior será a dificuldade e, para pessoas com deficiência auditiva
profunda a fala deve estar 18 dB acima do nível do ruído.
Além da questão do ruído, sabe-se que o som perde energia em função da distância.
Esse fenômeno é explicado pela Lei da Física denominada “o inverso do quadrado da
distância”. Essa Lei prova que há uma perda de energia do som de 6 dB toda vez que se dobra
a distância entre o interlocutor (no caso o professor) e o ouvinte (criança). Em outras palavras,
se próximo da boca do professor, aproximadamente 30cm, detectamos que a intensidade se
sua voz é de 70 dB, há 60 cm de distância não será detectado mais 70 dB e sim 64 dB. Isso
mostra que em uma distância pequena, de apenas 1 metro, já pode haver uma perda de 10dB
na intensidade da fala do professor.
O ruído de fundo combinado a perda de intensidade da voz do professor em função da
distância dificulta ou impede à criança com deficiência auditiva a compreensão da mensagem.
Dependendo da relação sinal/ruído a fala do professor pode tornar-se inaudível para a criança
Relação sinal/ruído necessária para 50% de compreensão
Méd
ia d
e pe
rda
audi
tiva
em d
B
-10 -5 0 5 10 15 20
2030405060708090
DA profunda
DA severa
DA Moderada
DA Leve
Relação sinal/ruído necessária para 50% de compreensão
Méd
ia d
e pe
rda
audi
tiva
em d
B
-10 -5 0 5 10 15 20
2030405060708090
Relação sinal/ruído necessária para 50% de compreensão
Méd
ia d
e pe
rda
audi
tiva
em d
B
-10 -5 0 5 10 15 20
2030405060708090
-10 -5 0 5 10 15 20
2030405060708090
DA profunda
DA severa
DA Moderada
DA Leve
DA profunda
DA severa
DA Moderada
DA Leve
dB
21
com deficiência auditiva. Crianças sem deficiência auditiva necessitam de uma melhor relação
sinal/ruído para obter os mesmos níveis de compreensão do adulto e as crianças com
deficiência auditiva apresentam ainda maiores dificuldades (De Maggi e Prieto, 2005), o que
torna necessário a utilização de recursos com o FM para garantir o acesso à informação
oferecida pelo professor.
Pelo fato do microfone estar próximo da boca do professor, o sistema de FM é capaz
de transmitir o sinal de fala para o receptor conectado no AASI ou IC da criança com uma
melhora significativa da relação sinal/ruído (Thibodeau, 2010).
Informações importantes no uso do sistema de FM
Como citado anteriormente o sistema de FM é composto por duas partes
microfone/transmissor e receptor. O receptor geralmente é conectado no AASI ou IC através
de um adaptador. No AASI esse adaptador é conhecido como sapata de áudio (figura 17).
Existe também um modelo de receptor que é utilizado no pescoço, como um colar (figura 18).
Esse tipo de receptor é indicado com AASI intracanal ou intra-auricular.
Figura 17. Ilustra um AASI com sapata de audio e receptor de FM conectado a um AASI retroauricular (Phonak).
Figura 18. Ilustra um receptor de FM tipo colar para uso com AASI intracanal ou intra-auricular (Phonak).
22
Quanto aos modelos de microfone/transmissor, existem dois modelos:
• Transmissor com microfone externo, preso ao transmissor por um cabo
(figura 19);
• Transmissor com microfone acoplado ao circuito (figura 20).
Figura 19. Ilustra um transmissor com microfone externo do tipo lapela (Phonak).
Figura 20. Ilustra um transmissor com microfone acoplado ao circuito (Phonak).
microfone
transmissor
23
Em ambos os modelos é importante posicionar o microfone o mais próximo possível
da boca. Para crianças com deficiência auditiva de grau severo e profundo pode ser necessário
o uso de um microfone externo do tipo “boom” (figura 21), preso a orelha do professor (como
utilizado por cantores). Esse tipo de microfone fica mais próximo da boca do professor
(aproximadamente 6 cm) e com isso oferece uma melhor relação sinal/ruído.
Figura 21. Ilustra um microfone do tipo “boom” (APADAS).
Outra característica importante dos sistemas de FM é a freqüência de comunicação
com o receptor. O sistema de FM funciona via freqüência modulada, ou seja, ele capta a voz,
codifica em freqüência modulada e dessa forma encaminha sem fio para os receptores de FM
que estão dentro da área de transmissão, em geral, 30 metros e sintonizados na mesma
freqüência do transmissor. Exatamente como um rádio, por exemplo: para ouvir determinada
emissora é necessário sintonizar o rádio na freqüência da emissora. Os transmissores de FM
possuem um visor de LCD que indica o canal de freqüência utilizado. O próprio transmissor
pode ser usado para sincronizar o canal de freqüência do receptor (como um controle
remoto).
24
Professor, lembre-se
• O microfone do sistema FM deverá ficar a uma distância de 6 a 20 cm de sua boca. Quanto mais perto o microfone ficar da boca do falante, melhor será o sinal da fala recebido pela criança com deficiência auditiva.
• O FM pode ser usado em qualquer espaço da escola inclusive ao ar livre no pátio e playground.
• O sistema de FM pode ser conectado em televisores, aparelhos de som e computador.
• Caso tenha mais de uma criança na escola usuário de FM e em salas diferentes, deverá tomar cuidado em usar canais de frequência diferentes para não haver interferência.
8. Onde conseguir o aparelho de amplificação sonora individual e/ou implante coclear?
No Brasil, a Portaria GM/MS nº 2073 de setembro de 2004, instituiu a Política
Nacional de Atenção à Saúde Auditiva a ser implantada em todas as unidades federadas,
respeitadas as competências das três esferas de gestão, e as portarias SAS/MS nº 587 e 589
de outubro de 2004, que determinam as diretrizes para credenciamento de serviços de alta
complexidade para o atendimento da deficiência auditiva pelo Ministério da Saúde,
permitindo um grande avanço à intervenção precoce e facilitando o acesso aos centros de
referência em diagnóstico e intervenção com a doação dos aparelhos de amplificação sonora
individual e terapia fonoaudiológica.
25
9. Como encaminhar para a rede de Saúde Auditiva
Desde outubro de 2004 o Brasil adotou uma Política Nacional de Saúde Auditiva,
passando a organizar uma rede integrando todos os níveis de atenção à saúde auditiva em
todo o território nacional.
A atenção básica é o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde.
Neste nível de atenção o sujeito é visto na sua forma singular, de maneira integral e na
inserção sócio-cultural, buscando a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de
doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas
possibilidades de viver de modo saudável. Desde 1994 a Estratégia Saúde da Família
apresenta-se como forma prioritária para reorganização da Atenção Básica no Brasil.
Atualmente, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASFs oferecem apoio à inserção da
Estratégia Saúde da Família na rede de serviços, bem como na ampliação da abrangência das
ações da Atenção Básica.
A partir de abril de 2012 foi instituída a Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) organizando a referência para a Atenção Básica e
contra-referência do Centro Especializado em Reabilitação (CER) habilitado em saúde auditiva.
Deve oferecer consulta otorrinolaringológica, avaliação fonoaudiológica de linguagem e
audiológica; triagem e monitoramento da audição de neonatos, pré-escolares e escolares,
diagnóstico, adaptação de AASI e terapia fonoaudiológica de crianças , incluindo o
atendimento de pacientes com afecções associadas e perdas auditivas unilaterais.
O CER também deve realizar exames complementares de emissões otoacústicas
evocadas transientes e por produto de distorção, potencial evocado auditivo de curta, média e
de longa latência; consulta otorrinolaringológica, neurológica, pediátrica, avaliação
fonoaudiológica de linguagem; avaliação e terapia psicológica, atendimento em serviço social,
orientações à família e à escola.
Toda criança com suspeita de deficiência auditiva deve ser encaminhada à Unidade
Básica de Saúde (UBS) mais próxima da escola ou de sua residência para avaliação pediátrica
e encaminhamento para avaliação audiológica no serviço de saúde auditiva de referëncia.
Caso seja confirmada a suspeita, será feita a indicação/adaptação do aparelho de
amplificação sonora individual ou implante coclear, segundo a necessidade da criança e será
encaminhada para sua cidade de origem ou serviço de terapia fonoaudiológica mais próximo
da residência e que trabalhará com a família e a escola. Os agentes comunitários também
26
No site www.saude.gov.br/sas você pode consultar a lista
completa de todos os serviços credenciados no país.
Recomenda-se um site bastante útil para consultas que é o
www.saudeauditivabrasil.org.br
deverão participar auxiliando a comunidade para comunicar-se com a criança usuária de AASI
ou implante coclear.
27
10. A criança com deficiência auditiva na sua sala de aula
A Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência (ONU 2006), ratificada no
Brasil pelos Decretos 186/2008 e 6949/2009, em seu art. 24 afirma o compromisso dos Estados
Partes com a efetivação de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e orienta para
que sejam providenciadas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais
para o enfrentamento das barreiras que impedem ou dificultam às pessoas com deficiências a
sua plena participação no sistema de ensino e na vida em comunidade.
O art. 9 da Convenção ressalta a importância de possibilitar às pessoas com deficiência
viver com autonomia e participar plenamente de todos os aspectos da vida e reconhece que os
Estados Partes deverão tomar as medidas apropriadas para assegurar-lhes o acesso, em
igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à
informação e comunicação”.
Nesse contexto, o Ministério da Educação – MEC, com base dos marcos legais políticos
e pedagógicos da educação inclusiva, atua para assegurar o direito de todos à educação
regular.
Em 2008, estabelece a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva, documento orientador para Estados, Municípios e Distrito Federal
organizarem suas ações no sentido de transformarem seus sistemas educacionais em sistemas
educacionais inclusivos.
O Decreto Nº 5296/2004 garante à criança com deficiência auditiva na sala de aula, o
direito a eliminação de barreiras nas comunicações e informações, qualquer entrave ou
obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por
intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação.
10.1 Trabalhando em conjunto É importante que todos ao redor da criança identifiquem suas necessidades e
possibilidades e troquem informação para que cada um, em seu ambiente de interação com a
criança (casa, escola, terapia fonoaudiológica, sala de recursos, serviço de saúde auditiva)
possa apoiá-la e ajudá-la no processo de aprendizagem.
28
Todos devem ter acesso à informação sobre a deficiência auditiva e a melhor abordagem
de comunicação para que esta seja utilizada adequadamente em todos os ambientes
frequentados pela criança.
Todos devem saber utilizar os dispositivos eletrônicos utilizados pela criança: AASI,
implante coclear, sistema de FM, etc.
Assim, reuniões multiprofissionais, uso de cadernos de comunicação inter- profissional, de
caderno de registro e comunicação escolar e a participação ativa da família em todos os
ambientes devem ser incentivados.
O caderno de comunicação inter-profissionais facilita a troca de informações entre os
diferentes profissionais, especialmente, o professor da sala de aula, o professor de
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e o fonoaudiólogo responsável pelo
acompanhamento terapêutico. O registro compartilhado sobre as dificuldades, avanços,
possibilidades e necessidades da criança permitem a adoção de condutas adequadas para cada
criança em particular.
O caderno de comunicação entre professor e família permite a participação desta, no
processo educacional da criança, pois, em casa, o controle do ambiente e da efetividade da
comunicação em geral é mais fácil.
Este caderno também será útil para que o professor do AEE e o fonoaudiólogo possam
interagir.
A FAMÍLIA DEVE COMPREENDER A DEFICIÊNCIA AUDITIVA, AS
POSSIBILIDADES E NECESSIDADES DE SEU FILHO(A) E SER INCENTIVADA A
LER, JOGAR, BRINCAR EESTUDAR COM SEU FILHO(A).
29
10.2 Estratégias para uma boa comunicação
SE A CRIANÇA FAZ USO DE APARELHO AUDITIVO, ENCORAJE-A A USÁ-LO; INVESTIGUE SE A MANUTENÇÃO ESTÁ SENDO FEITA
SENTE A CRIANÇA PERTO DE VOCÊ, ONDE ELA POSSA FACILMENTE VÊ-LO E OUVI-LO
MANTENHA O MENOR RUÍDO DE FUNDO QUE PUDER NA CLASSE
USE ARTICULAÇÃO E GESTICULAÇÃO NATURAL
PROCURE NÃO SE MEXER O TEMPO TODO ENQUANTO FALA, FIQUE EM UM SÓ LUGAR A CADA VEZ
CHEQUE A COMPREENSÃO (FAÇA PERGUNTAS À CRIANÇA, PARA SE CERTIFICAR DA COMPREENSÃO)
SE A CRIANÇA ENTENDE ERRADO, REFORMULE A PERGUNTA OU A FRASE EM VEZ DE SIMPLESMENTE REPETI-LA
A CRIANÇA DEVE SENTIR-SE A VONTADE PARA PERGUNTAR QUANDO NÃO ENTENDER TUDO
CERTIFIQUE-SE DE QUE A CRIANÇA ESTÁ ATENTA ANTES DE DAR INSTRUÇÕES
UTILIZE FRASES E EXPRESSÕES CURTAS E SIMPLES, AO INVÉS DE LONGAS E COMPLICADAS
USE ENTONAÇÃO E RITMO VARIADOS
NÃO DÊ AS COSTAS PARA A CLASSE ENQUANTO FALA
ESTIMULE PERGUNTAS SEMPRE
UTILIZE PISTAS VISUAIS PARA FAVORECER A ASSOCIAÇÃO VISUAL/AUDITIVA
SEMPRE QUE POSSÍVEL DÊ INSTRUÇÕES ESCRITAS PARA AS TAREFAS DE CLASSE OU PARA CASA
INTERCALE OS PERÍODOS DE INSTRUÇÃO COM PEQUENOS INTERVALOS
GANHE A ATENÇÃO DA CRIANÇA ANTES DE INICIAR A AULA
REFORCE SEMPRE OS PROGRESSOS DA CRIANÇA
30
10.3 Posicionamento da criança e controle do ruído da sala
As crianças passam cerca de 75% do seu tempo na escola e, desses, 45% refere-se a
realização de atividades onde a mensagem é recebida de maneira auditiva. Sendo assim, a
discriminação auditiva é essencial para a aprendizagem escolar.
Um fator fundamental que é afetado na sala de aula é a inteligibilidade, que se define
como a porcentagem de palavras corretamente interpretadas pelo ouvinte. No ambiente em
questão, existem três principais fatores que afetam essa inteligibilidade:
• O ruído;
• A reverberação;
• A distância entre o professor e a criança.
Ruído
Os aparelhos de amplificação sonora individuais e os implantes cocleares usados pela
criança captam tanto os sons de fala como os sons do ambiente. O ruído é definido como
sendo um som indesejável e está presente em uma variedade de ambientes, inclusive o
escolar. Os ruídos podem mascarar o som da voz, dificultando a percepção auditiva dos sons
da fala pela criança.
As fontes de ruído de uma sala de aula incluem o ruído interno gerado dentro da
própria sala, como o ar condicionado, conversas de outras crianças, ruídos de equipamentos; e
o ruído externo, como o ruído do tráfego, de parques e corredores. Uma sala de aula ruidosa
pode interferir na aprendizagem da criança como um todo, influenciando no desenvolvimento
da língua escrita, percepção da fala do professor e afetando sua atenção e concentração.
Na maioria dos ambientes de aprendizagem, o que mais interfere para que haja uma
boa percepção da fala não é o tipo de ruído ou o nível global de ruído de fundo, mas sim a
relação sinal/ruído. Essa relação é definida como a diferença entre a intensidade do sinal de
fala e a intensidade do ruído.
31
Reverberação
A reverberação é uma conseqüência da reflexão do som, é conhecida como eco, e é
medida em tempo. O tempo de reverberação significa o tempo que um som demora para
diminuir sua intensidade em 60 dB a partir do momento em que cessa uma fonte sonora.
Quanto maior o tempo de reverberação, ou quanto mais eco no ambiente, maior será a
dificuldade da criança para compreender auditivamente a língua oral.
Na figura 22, a onda vermelha representa o sinal de fala emitido pelo professor, e as
demais (brancas) representam a reflexão do som.
Figura 22. Demonstração de reverberação em uma sala de aula.\ (Departamento de Fonoaudiologia/FOB/USP).
Distância entre o professor e a criança
À distância de 1 m, a energia ou intensidade da voz mede cerca de 60 dB. Entretanto,
cada vez que essa distância é dobrada, o som diminui 6 dB. Assim, para uma criança sentada a
2m do Professor, a intensidade do som é de 54 dB, mas, a 4m, é de apenas 48 dB.
Quanto maior a distância entre a criança e o professor, menor será a intensidade de
fala do segundo, portanto, pior será a relação sinal/ruído estabelecida.
Figura 23. Exemplo da perda de intensidade pela distância entre professor e a criança. (Departamento de Fonoaudiologia/FOB/USP).
32
Na figura 23, a linha pontilhada horizontal representa o ruído de fundo e a linha
vermelha, o nível sonoro da voz do professor. Para que as crianças ouçam com clareza a voz do
professor, a intensidade da mesma deve ser maior que a intensidade do ruído (Ex: +15 dB,
significa que a intensidade da voz do professor está 15 dB acima da intensidade do ruído). No
caso da penúltima e última criança, a intensidade do ruído é maior do que o sinal de fala
emitido pelo professor em 3 dB, indicando que eles não estão ouvindo com clareza o que o
mesmo está dizendo.
Onde a criança com deficiência auditiva deve sentar-se na sala de aula?
Diante dos fatores expostos, concluímos que a criança com deficiência auditiva deve
sentar-se o mais próximo possível do professor, para que ouça com clareza o que ele diz. Além
disso, esta criança deve estar afastada de fontes geradoras de ruído, como ventiladores,
janelas, aparelhos de ar condicionado, etc.
O que fazer para melhorar as condições acústicas da sala de aula?
Medidas simples durante as atividades auxiliam a tornar os sons da voz mais audíveis
no ambiente, tais como: colocar protetores de feltro ou de borracha nos pés de mesas e de
cadeiras para torná-las menos ruidosas durante o seu manuseio e instalar cortinas com tecidos
mais espessos em janelas com acesso a ambientes externos muito ruidosos.
As soluções mais simples para diminuir a reverberação do ambiente são providenciar
tapetes para o piso, mobiliar a sala com maior quantidade de plantas e móveis, utilizar na
parede painéis para afixar desenhos, recados e outros confeccionados com feltro, cortiça ou
similar, etc.
É fundamental também que os professores estejam atentos se o ambiente oferece
luminosidade adequada, e necessariamente devem se posicionar de frente para a fonte de
iluminação, para que a luz solar e/ou a luz artificial incidam diretamente sobre a sua face,
facilitando a leitura orofacial pela criança.
Além disso, o sistema FM, já citado neste manual, é um meio bastante efetivo para
melhorar a captação do sinal da fala e eliminar os efeitos da distância, ruído e reverberação,
principalmente em ambiente educacional.
33
10.4 Verificando a compreensão do que é dito
É importante verificar se a criança entendeu a mensagem que foi
dita, e uma das formas mais efetivas de conferir isto é, perguntando
diretamente se compreendeu.
Se a criança demonstrar que não compreendeu a linguagem, ela deve
ser incentivada a avisar o adulto e solicitar que repita, contribuindo assim
para um melhor desenvolvimento da autoconfiança durante o diálogo.
10.5 Verificando o funcionamento do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e/ou Implante Coclear
É fundamental conferir se o AASI e/ou implante coclear usados pela criança estão
funcionando adequadamente todos os dias. Assim, a verificação do AASI e/ou implante coclear
deve ser hábito dos pais, professores e profissionais da saúde.
Alguns aparelhos possuem uma chave de liga e desliga em que a posição “M” significa
ligado e “O” desligado, como mostra a figura 24. Já outros aparelhos não possuem está chave,
nestes estará ligado quando o compartimento de pilha estiver fechado e para desligar basta
abrir o compartimento de pilha (figura 25).
AASI desligado
AASI ligado
Figura 24. AASI retroauricular com chave na posição ligado. (Departamento de Fonoaudiologia/FOB/USP).
34
Após ligar o AASI coloque-o na mão em formato de concha, e, se tiver controle de
volume manual, aumente o volume. O aparelho emitirá um som chamado microfonia (como
um apito), que indica que o aparelho está funcionando. Antes de colocar o AASI na orelha da
criança, deve-se deixar o controle de volume na posição habitual.
Em seguida, quando o AASI e/ou implante coclear estiver na orelha da criança, o
professor, provocará diferentes sons, de forma tal que não exponha a criança com deficiência
auditiva, mas, teste sua audição, utilizando-se de situações lúdicas.
10.6 Usando Sistemas de FM
O ambiente escolar é uma importante fonte de aprendizagem desde que haja
condições para isso. Com o uso de dispositivos eletrônicos aplicados à surdez, a criança com
deficiência auditiva pode ter maior acesso às informações.
Selecionamos algumas das dúvidas mais importantes do dia a dia relacionadas ao
funcionamento do sistema FM:
Compartimento de pilha
Figura 25. AASI retroauricular desligado, compartimento de pilha aberto. (Departamento de Fonoaudiologia/FOB/USP).
35
PROBLEMAS NO FUNCIONAMENTO
PROBLEMAS SOLUÇÕES
1. O receptor do FM não funciona (não é possível escutar a voz do professor) ou apresenta funcionamento intermitente
Verificar bateria do AASI e do FM (trocá-las ou recarregá-las)
Verificar funcionamento do microfone do transmissor (checar com um microfone reserva)
Verificar se os canais (números, cores ou cristais) do transmissor e receptores são os mesmos
Verificar posição das teclas HA, FM e FM/HÁ Verificar se o compartimento de pilha do transmissor,
receptor e AASI estão totalmente fechados Verificar acessórios do FM (antenas, cabos, sapatas,
cordões)
Verificar oclusão ou rachadura no molde auricular Encaminhar a criança para o fonoaudiólogo.
2. A bateria do FM dura menos que 4 horas após recarga completa
Orientar para trocar a bateria por uma nova e, se persistir, encaminhar a criança para o fonoaudiólogo
3. O som do FM está distorcido, com chiado
Verificar bateria do AASI e do FM (trocá-las ou recarregá-las)
Verificar funcionamento do microfone do transmissor (checar com um microfone reserva)
Verificar acessórios do FM (antenas, cabos, sapatas, cordões)
4. O FM “apita” ou apresenta “chiado”
Verificar oclusão ou rachadura no molde auricular Verificar se há muita proximidade entre o transmissor
e receptor, checando com a criança em diferentes posições na sala de aula
Encaminhar a criança para o fonoaudiólogo
36
11. Leituras e sites sugeridos
1. Bevilacqua, M.C.; Formignoni, G.M.P. Audiologia educacional: Uma opção terapêutica para
a criança deficiente auditiva. Carapicuiba: Pró Fono, 1997.
2. Bevilacqua, M.C.; Moret, A.L.M. Deficiência auditiva: conversando com familiares e
profissionais da saúde. São Paulo: Pulso, 2005.
3. BRASIL. Casa Civil. Presidência da República.Decreto Nº 6.215, de 26 de setembro de 2007.
Estabelece o Compromisso pela Inclusão das Pessoas com Deficiência.
4. http://www.saudeauditivabrasil.org.br. 5. http://cursofm.fob.usp.br.
Sistema de FM
A criança com De�iciência Auditiva na Escola:
CoordenadorasMaria Cecília BevilacquaDeisy das Graças de Souza
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOSecretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Esplanada dos Ministérios, Bloco L, 2º andar – sala 200CEP 70047-900 Brasília - DF, Brasil
Fone: (61) 2022-9217 / 2022-9218 – Fax: (61) 2022-9020