sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

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INPE-8761-TDI/801 SISTEMA DE SIMULAÇÃO A ACELERADO PARA ANÁLISE DE FLUXO DE TRÁFEGO AÉREO Alexandre Magno Gonzaga da Silva Dissertação de Mestrado em Computação Aplicada, orientada pelos Drs. Tatuo Nakanishi e João Bosco Schumann Cunha, aprovada em 27 de abril de 2001. INPE São José dos Campos 2002

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Page 1: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

INPE-8761-TDI/801 SISTEMA DE SIMULAÇÃO A ACELERADO PARA ANÁLISE DE

FLUXO DE TRÁFEGO AÉREO

Alexandre Magno Gonzaga da Silva

Dissertação de Mestrado em Computação Aplicada, orientada pelos Drs. Tatuo Nakanishi e João Bosco Schumann Cunha, aprovada em 27 de abril de 2001.

INPE São José dos Campos

2002

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681.3.06:629.7 SILVA, A. M. G.

Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego aéreo / A. M. G. SILVA - São José dos Campos: INPE, 2001.

205p. – (INPE-8761-TDI/801). 1.Simulação computadorizada. 2.Simulação de vôo.

3.Sistema de simulação por computador. 4.Simuladores. 5.Sistema de simulação I.Título.

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O Pai que está nos Céus não o

abandona. Ele o contempla. Você é

pensamento divino feito realidade

humana. Não veio à vida por acaso,

mas por amorosa vontade do criador.

“O Senhor é meu Pastor, Nada me

Faltará”.

J. S. Nobre

“Reflexões”

Edições Paulinas

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AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, ao Sagrado Coração de Jesus e Maria por ter

me dado a oportunidade e o privilégio de poder realizá-lo.

Em memória de minha mãe “Lúcia Cândida da Silva” pelo amor e carinho que sempre

demonstrou por mim em qualquer circunstância.

Agradeço `a minha esposa “Cleonice” e a nossas crianças “Carlos Eduardo e Fernanda” que

souberam entender e compreender o meu esforço para cumprir essa nobre missão.

Ao IPV (Instituto de Proteção ao Vôo) pela oportunidade de crescer profissionalmente e

pessoalmente. Aos amigos da PED, NuATFM e principalmente ao TCel Sérgio de Barros

Pinto pela inestimável colaboração.

Ao meu co-orientador João Bosco pela colaboração.

Finalmente, ao meu orientador Dr. Tatuo pela grata convivência sempre dedicada e segura na

condução desse trabalho.

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RESUMO

Esta dissertação tem por objetivo descrever um sistema de software denominado Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo, desenvolvido com o propósito de prover informações sobre a demanda futura de tráfego no espaço aéreo e nos aeródromos nacionais aos gerentes do Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM), de modo a permitir aos mesmos identificar, por antecipação, a ocorrência de extrapolação da capacidade dos respectivos setores de controle de tráfego aéreo, num determinado período, em um determinado dia. Este trabalho contém a descrição da atividade de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM) no contexto mais amplo que é o Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM), para situar o problema que foi resolvido pelo Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo desenvolvido neste trabalho. Espera-se que este trabalho possa contribuir para dotar os gerentes ATFM brasileiros de uma ferramenta efetiva de suporte à decisão no processo de análise, avaliação e solução dos problemas relacionados ao binômio Capacidade vs. Demanda de Tráfego Aéreo, no contexto do futuro Sistema de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo do Brasil.

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ACCELERATED SIMULATION SYSTEM FOR AIR TRAFFIC FLOW ANALYSIS

ABSTRACT

This dissertation has for objective to describe a software system entitled “Accelerated Simulation System for Air Traffic Flow Analysis”. Such system was developed with the purpose of providing information about air traffic future demand in the national airspace and airports for the Air Traffic Flow Management (ATFM) managers, in order to make possible them to identify, by anticipation, the occurrence of capacity overflowing in the respective air traffic control sectors, in a given period, in a given day. This work contains the description of Air Traffic Flow Management (ATFM) activity, in the context ampler that it is the Air Traffic Management (ATM), to point out the problem that was decided by the Accelerated Simulation System for Air Traffic Flow Analysis developed in this work. It is hoped this work can contribute to provide the Brazilian ATFM managers with an effective decision support tool in the process of analysis, evaluation and solution of the problems related to the Air Traffic Capacity versus Demand, in the context of the future Brazilian Air Traffic Flow Management System.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Pág.

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................29

1.1 CONTEXTO ..................................................................................................................29

1.2 ESCOPO.......................................................................................................................30

1.3 MOTIVAÇÃO E ORIGEM ...............................................................................................31

1.4 ESPECIFICAÇÃO DOS REQUISITOS DE UM SISTEMA COMPUTADORIZADO....................35

1.5 PROPOSTA DE TESE.....................................................................................................37

1.6 SEQUENCIA DE APRESENTAÇÃO..................................................................................38

CAPÍTULO 2 - O GERENCIAMENTO DE FLUXO DE TRÁFEGO AÉREO

(ATFM) NO CONTEXTO DO GERENCIAMENTO DE TRÁFEGO AÉREO

(ATM) ..............................................................................................................................41

2.1 BREVE HISTÓRICO DO ATFM NO CONTEXTO DO IPV ................................................41

2.2 ESCOPO DO P ROBLEMA...............................................................................................45

2.2.1 SUBSISTEMA SGBD ................................................................................................45

2.2.2 SUBSISTEMA DE RECEBIMENTO E TRATAMENTO DE DADOS .................................45

2.2.3 SUBSISTEMA SUPERVISOR ........................................................................................46

2.2.4 SISTEMA DE SIMULAÇÃO ACELERADO PARA ANÁLISE DE F LUXO DE TRÁFEGO

AÉREO - MODELO 1 E MODELO 2 .....................................................................................46

Page 14: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

2.2.5 SUBSISTEMA DE APRESENTAÇÃO GRÁFICA DE RESULTADOS DA SIMULAÇÃO -

SAS ..................................................................................................................................46

2.3 GERENCIAMENTO DE TRÁFEGO AÉREO - ATM ..........................................................47

2.4 GERENCIAMENTO DO ESPAÇO AÉREO - ASM .............................................................48

2.4.1 Atingir os Objetivos do ASM .................................................................................48

2.4.2 Considerações Sobre o Gerenciamento do Espaço Aéreo ......................................49

2.4.3 Considerações Sobre o Espaço Aéreo Brasileiro ....................................................50

2.4.4 CLASSIFICAÇÃO DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO ....................................................53

2.4.4.1 Regiões de Informações de Vôo - FIR ................................................................53

2.4.4.2 Espaços Aéreos Controlados ...............................................................................53

2.4.4.3 Espaços Aéreos Condicionados ...........................................................................54

2.4.4.4 O Serviço de Tráfego Aéreo ................................................................................54

2.4.4.5 Estrutura do Serviço de Tráfego Aéreos..............................................................54

2.5 GERENCIAMENTO DE F LUXO DE TRÁFEGO AÉREO - ATFM.......................................56

2.5.1 Princípio do Gerenciamernto de Fluxo de Tráfego Aéreo ......................................56

2.5.2 Objetivo do Gerenciamernto de Fluxo de Tráfego Aéreo ......................................60

2.5.3 Causas Principais dos Congestionamentos de Tráfego Aéreo ................................61

2.5.4 Considerações Sobre o Controle de Fluxo ..............................................................62

2.5.5 Vôos que Deveriam Ficar Isentos das Medidas de Controle de Fluxo ...................63

2.5.6 O Serviço ATFM e suas atribuições nas Funções Estratégica e Tática ..................63

2.5.7 Medidas de Gerenciamernto de Fluxo de Tráfego Aéreo .......................................66

2.5.8 O Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo no Brasil, Estados Unidos e

Europa......... ............................................................................................................67

2.5.8.1 O Gerenciamernto de Fluxo de Tráfego Aéreo nos Estados Unidos ...................69

Page 15: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

2.5.8.2 O Gerenciamernto de Fluxo de Tráfego Aéreo na Europa ..................................70

2.6 CENÁRIO DESEJADO ...................................................................................................72

2.7 SITUAÇÃO ESPECIFICA ................................................................................................73

CAPÍTULO 3 - O MODELO DE CINEMÁTICA DOS SIMULADORES ATC ........75

3.1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................75

3.2 CONSIDERAÇÃO SOBRE O MOVIMENTO DA AERONA VE ................................................78

3.2.1 Cálculo da Velocidade ............................................................................................78

3.2.2 Cálculo de Posição da Aeronave ............................................................................79

3.2.3 Cálculo de Proa .......................................................................................................80

3.2.4 Cálculo de Altitude .................................................................................................80

3.2.5 Cálculo de Interceptação de Baliza .........................................................................81

3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................81

CAPÍTULO 4 - OS PROCEDIMENTOS AUTOMÁTICOS UTILIZADOS NOS

SIMULADORES DE CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO ........................................83

4.1 Descrição Geral .........................................................................................................83

4.2 Procedimento de Decolagem / Subida .......................................................................86

4.3 Procedimento de Trajetória ........................................................................................87

4.4 Procedimento de Espera ............................................................................................88

4.5 Procedimento de Pouso ..............................................................................................90

CAPÍTULO 5- ESTRUTURAS (EM MEMÓRIA) DE SUPORTE A SIMULAÇÃO ....95

5.1 DESCRIÇÃO GERAL ......................................................................................................95

Page 16: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

5.1.1 Modelando o Vôo ...................................................................................................95

5.2 Estrutura de Pontos Característicos ...........................................................................98

5.3 Estrutura de Plano de Vôo .......................................................................................100

5.4 Estrutura de Aeronaves ............................................................................................103

5.5 Estrutura de Aeroportos ...........................................................................................106

5.6 Estrutura de Setores .................................................................................................107

5.7 Estrutura de Eventos (Aeroportos, Fixos e Setores (FIR, TMA e CTR) .................108

5.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................110

CAPÍTULO 6 - ESPECIFICAÇÃO DO PROTÓTIPO DO SISTEMA DE

SIMULAÇÃO ACELERADO PARA ANÁLISE DE FLUXO DE TRÁFEGO

AÉREO (MODELO 1) NO CONTEXTO DO SISTEMA ATFM ................................111

6.1 PRINCIPAIS ASPECTOS DO PROTÓTIPO ........................................................................111

6.2 REQUISITOS DO PROTÓTIPO .......................................................................................112

6.3 AMBIENTE E PLATAFORMA DE DESENVOLVI MENTO ...................................................116

6.4 ARQUITETURA DO SOFTW ARE....................................................................................117

6.4.1 Subsistema de Recebimento e Tratamento de Dados ...........................................117

6.4.2 Subsistema SGBD - Gerenciador da Base de Dados ATFM ................................121

6.4.2.1 Aspectos Gerais do Subsistema SGBD .............................................................122

6.4.2.1.1 Apresentação das Interfaces dos Arquivos do Subsistema SGBD .................123

6.4.2.2 Menu Principal...................................................................................................124

6.4.2.3 Opções do Menu Principal.................................................................................124

6.4.2.4 Opção Aeródromos ............................................................................................125

6.4.2.5 Opção Aeronaves ...............................................................................................126

6.4.2.6 Opção Aerovias .................................................................................................127

Page 17: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

6.4.2.7 Opção Operação Adicionar - Opção Aerovias ..................................................128

6.4.2.8 Opção Caminhos Diretos ...................................................................................129

6.4.2.9 Opção Companhias Aéreas ................................................................................130

6.4.2.10 Opção Corredores ............................................................................................131

6.4.2.11 Opção FIR ........................................................................................................132

6.4.2.12 Opção Pontos Característicos ..........................................................................133

6.4.2.13 Opção TMA .....................................................................................................134

6.4.2.14 Opção Planos de Vôos .....................................................................................135

6.4.2.15 Opção Consulta de Trajetória ..........................................................................136

6.4.2.16 Opção Consulta de Tráfegos............................................................................139

6.4.2.17 Opção Atualização de RPL..............................................................................141

6.4.2.18 Opção Atualização de Trajetórias....................................................................141

6.4.2.19 Opção Atualização de Tráfegos/PLN (Plano de Vôo).....................................142

6.4.2.20 Opção Usuário .................................................................................................143

6.4.2.21 Opção Windows ...............................................................................................144

6.4.2.22 Processo de Conversão e Armazenamento dos Dados ATFM ........................145

6.4.2.23 Processo de Geração dos Arquivos de Planos de Vôos e Tráfegos .................145

6.4.3 Subsistema Supervisor ..........................................................................................150

6.4.3.1 Consideração Sobre a Conversão ......................................................................151

6.4.3.2 Composição da Tela do Supervisor ...................................................................153

6.4.3.2.1 Parâmetros do Sistema ....................................................................................154

6.4.3.2.2 Menu de Opções .............................................................................................155

6.4.3.2.3 Área de Apresentação de Tempo de Simulação .............................................155

6.4.3.2.4 Área de Mensagens .........................................................................................155

Page 18: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

6.4.4 Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo

(Modelo 1) .....................................................................................................................156

6.4.4.1 Evolução das Aeronaves em suas Trajetórias....................................................157

6.4.4.1.1 Descrição dos Atributos do Arquivo de Trajetória .........................................160

6.4.4.2 Processo de Evolução das Aeronaves ................................................................161

6.4.4.2.1 Adaptação da Fase de Decolagem para o Protótipo .......................................162

6.4.4.2.2 Fase de Subida ................................................................................................163

6.4.4.2.3 Fase de Trajetória ...........................................................................................164

6.4.4.2.4 Fase de Pouso .................................................................................................165

6.4.4.3 Processo de Contabilização eTransferência de Aeronaves entre Setores ..........168

6.4.4.3.1 Fase de Decolagem e Subida ..........................................................................168

6.4.4.3.2 Fase de Trajetória ...........................................................................................169

6.4.4.3.3 Fase de Pouso .................................................................................................169

6.4.4.4 Consideração sobre os Vô os que Entram e Saem do Brasil ..............................170

6.4.4.5 Tempo Total de Processamento deste Modelo ..................................................173

6.4.4.6 Lógica do Módulo Principal do Sistema de Simulação Acelerado para

Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo - Modelo 1 ............................................................174

6.4.5 Subsistema de Apresentação Gráfica de Resultado da Simulação ou Sistema

de Análise de Situação - SAS ........................................................................................175

6.4.5.1 Operação Básica do Subsistema SAS ................................................................176

6.4.5.2 Considerações Gerais Sobre a Montagem do Gráfico .......................................180

6.4.5.3 Tipos de Relatórios Gerados pelo SAS .............................................................182

6.4.5.3.1 Relatório de Eventos .......................................................................................184

6.4.5.3.2 Relatório de Alerta ..........................................................................................185

6.4.5.4 Considerações Finais Sobre o SAS ....................................................................186

Page 19: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

6.5 ARQUITETURA DO HARDW ARE ..................................................................................186

6.5.1 Descrição do Modelo de Rede ..............................................................................187

6.5.2 Descrição do Servidor de Banco de Dados ATFM ..............................................188

6.5.3 Descrição do Servidor de Processos .....................................................................189

CAPÍTULO 7 - SISTEMA DE SIMULAÇÃO ACELERADO PARA ANÁLISE

DE FLUXO DE TRAFEGO AÉREO (MODELO 2) ....................................................191

7.1 Considerações Gerais ...............................................................................................191

7.2 Modelo de Evolução de Aeronaves (cinemática) Adaptado para o Modelo 2 ........193

7.2.1 Considerações Específicas Sobre o Modelo 1 ......................................................193

7.2.2 Considerações Específicas Sobre o Modelo 2 ......................................................195

7.2.2.1 Fórmula para Cálculo da Distância Linear ........................................................198

7.2.2.2 Considerações Sobre o Processo de Transferência de Setores na Vertical .......198

7.3 Resultados Obtidos ..................................................................................................201

7.3.1 Diagrama de Estrutura do Modelo 2 .....................................................................203

7.3.2 Lógica do Módulo Principal do Sistema de Simulação Acelerado para Análise

de Fluxo de Tráfego Aéreo - Modelo 2 .........................................................................204

7.3.3 Estrutura das Tabelas Vôo e Eventos do Modelo 2 ..............................................205

CAPÍTULO 8 - CONCLUSÃO ....................................................................................207

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................213

APÊNDICE A APRESENTA O FLUXOGRAMA ATFM .......................................215

APÊNDICE B DIAGRAMA DO SISTEMA ATFM .................................................219

Page 20: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

APÊNDICE C PSEUDOCÓDIGOS DOS MÓDULOS DO SISTEMA DE

SIMULAÇÃO ACELERADO PARA ANÁLISE DE FLUXO DE TRÁFEGO

AÉREO (Modelo 1) .......................................................................................................223

APÊNDICE D PSEUDOCÓDIGOS DOS MÓDULOS DO SISTEMA DE

SIMULAÇÃO ACELERADO PARA ANÁLISE DE FLUXO DE TRÁFEGO

AÉREO (Modelo 2) .......................................................................................................235

GLOSSÁRIOS ...............................................................................................................249

Page 21: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

LISTA DE FIGURAS

Pág. 2.1 Arquitetura do Sistema ATFM ................................................................................. 44

2.2 ATM – Gerenciamento de Tráfego Aéreo ................................................................ 47

2.3 Região de Informação de Vôo (FIR) ........................................................................ 50

2.4 Malha de aerovias nacionais e internacionais............................................................51

2.5 Operadores recebendo ligações das companhias aéreas e da aviação geral ..............59

2.6 Operadores recebendo ligações das companhias aéreas e da aviação geral ..............59

2.7 Crescimento de demanda nos aeroportos de Congonhas, Internacional de

São Paulo/ Guarulhos e Marte ...................................................................................68

3.1 Ambiente e Controle de Torre (TWR).......................................................................77

3.2 Ambiente e Controle Radar (APP e ACC) ................................................................77

4.1 Aeronave detectada pelo Sinal do Radar ...................................................................85

4.2 Representação Gráfica 2D da Conole Radar .............................................................85

4.3 fases dos Procedimentos de Decolagem/Subida ........................................................87

4.4 Etapas que compõem o procedimento de Espera ......................................................88

4.5 Maneiras de realizar o procedimento de Espera ........................................................89

4.6 Condições limitantes de curva ...................................................................................91

4.7 Fases do procedimento de Pouso ...............................................................................94

5.1 Crescimento de demanda nos aeroportos de Congonhas, Internacional de São

Paulo/ Guarulhos e Marte ..........................................................................................97

5.2 Representação de Setores ..........................................................................................99

6.1 Representação gráfica da demanda de um determinado setorar..............................114

Page 22: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

6.2 Estrutura física (hardware) do subsistema de inclusão de Planos de Vôos e

de Tratamento de Erros............................................................................................120

6.3 Menu Principal do Subsistema SGBD.....................................................................124

6.4 Janela Aeródromos ..................................................................................................126

6.5 Janela Aeronaves .....................................................................................................127

6.6 Janela Aerovias ........................................................................................................128

6.7 Janela de Inclusão de novos pontos na Aerovia ......................................................129

6.8 Janela Caminhos Diretos .........................................................................................130

6.9 Janela Companhia Aéreas ........................................................................................131

6.10 Janela Corredores...................................................................................................132

6.11 Janela FIR/ Setores ................................................................................................133

6.12 Janela Pontos Característicos.................................................................................134

6.13 Janela TMA / Setores.............................................................................................135

6.14 Janela Planos de Vôos ...........................................................................................136

6.15 Janela da opção de Consulta de Trajetórias ...........................................................138

6.16 Janela da opção de Consulta de Tráfegos ..............................................................140

6.17 Janela da opção Atualização do RPL.....................................................................141

6.18 Janela da opção Atualização de Trajetória ............................................................142

6.19 Janela da opção Atualização de Tráfegos/PLN .....................................................143

6.20 Janela da opção Usuário .......................................................................................143

6.21 Janela de confirmação de finalização de Processamento ......................................144

6.22 Visão geral processos de Atualização dos vôos ....................................................148

6.23 Visão geral dos demais processos de Atualização dos vôos..................................149

6.24 Janela de entrada de dados a serem simulados ......................................................153

Page 23: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

6.24-a Parâmetros do Sistema – Janela Supervisor ......................................................154

6.24-b Opções e Informações – Janela Supervisor .......................................................155

6.25 Vôo num espaço aéreo fictício ..............................................................................158

6.26 Arquivo de Trajetória ............................................................................................159

6.27 Evolução de uma aeronave nas diversas fases do vôo...........................................163

6.27-a Demonstração do Ponto Ideal de Aproximação (Pouso) ...................................166

6.27-b Fase de Decolagem e Subida .............................................................................168

6.27-c Fase de Trajetória ..............................................................................................169

6.27-d Fase de Pouso ....................................................................................................171

6.27-e Exemplo de Vôo do tipo DCT...........................................................................172

6.27-f Concepção Física do SAS ..................................................................................176

6.28 Tela Principal SAS ................................................................................................177

6.29 Selecionando a Região do Brasil ...........................................................................178

6.30 Selecionando o Setor da Região ............................................................................179

6.31 Apresentação Gráfica do Setor ..............................................................................181

6.32 Preparação para gerar a impressão do Gráfico do Setor ........................................182

6.33 Impressão Gráfica do Setor ...................................................................................183

6.34 Relatório de Eventos ..............................................................................................184

6.35 Relatório de Alerta.................................................................................................185

6.36 Arquitetura do Simulador ......................................................................................188

7.1 Mudança de Setor na Vertical..................................................................................200

7.2 Diagrama de Estrutura do Modelo 2........................................................................203

A.1 Fluxograma ATFM .................................................................................................217

B.1 DFD do Sistema ATFM..........................................................................................221

Page 24: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego
Page 25: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

LISTA DE TABELAS

Pág.

5.1 Ponto Característico on line ..................................................................................... 99

5.2 Exemplo de dados de Ponto Característico ........................................................... 100

5.3 Estrutura de Plano de Vôo on line ...........................................................................101

5.4 Estrutura de Plano de Vôo/Breakpoint ....................................................................102

5.5 Estrutura da Tabela de Plano de Vôo ......................................................................102

5.6 Exemplo de dados da Estrutura de Plano de Vôo ....................................................102

5.7 Estrutura de Aeronaves on line ................................................................................105

5.8 Estrutura da Tabela Eventos de Tráfego ..................................................................106

5.9 Estrutura de Aeroportos on line ...............................................................................106

5.10 Estrutura de Setores on line ...................................................................................107

5.11 Estrutura da Tabela de Setores ..............................................................................107

5.12 Estrutura de Eventos on line ..................................................................................109

5.13 Estrutura da tabela Eventos ...................................................................................110

7.1 Estrutura da tabela Vôo ...........................................................................................205

7.2 Estrutura da tabela Evento .......................................................................................205

Page 26: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego
Page 27: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ACC Centro de Controle de Área

ACC-BS Centro de Controle de Área de Brasília

ACC-CW Centro de Controle de Área de Curitiba

ATC Air Traffic Control

AIS Aeronautical Information Service

APP Centro de Controle de Aproximação

ARTCCs Air Route Traffic Control Centers

ASM Airspace Management

ATC Air Traffic Control

ATCO Controlador de Tráfego Aéreo

ATCSCC Air Traffic Control System Command Center

ATFM Air Traffic Flow Management

ATFM-C Air Traffic Flow Management Center

ATM Air Traffic Management ATS Air Traffic Services ATZ Air Traffic Zone CAR/SAM Região ICAO que compreende Caribe e América do Sul CARF Central Altitude Reservation Function CDM Collaborative Decision Making CFMU Central Flow Management Unit CINDACTA Centro Integrado de Defesa Aérea de Controle de Tráfego Aéreo

Page 28: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

CNS Communication/Navigation/Surveillance CPVR Centro de Planos de Vôos Repetitivos do CINDACTA I CTR Control Traffic Zone DAC Departamento de Aviação Civil DCT Vôo Direto DEPV Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo DE Diagrama de Estruturas DER Diagrama de Entidade e Relacionamento DFD Diagrama de Fluxo de Dados EAC Espaço Aéreo Condicionado EATMS European Air Traffic Management System ECAC European Civil Aviation Conference EDCT Estimated Departure Clearance Time ETA Estimate Time of Arrival ETE Estimated en rout time ETMS Enhanced Traffic Management System EUROCONTROL European Organization for the Safety of Air Navigation FAA Federal Aviation Administration FANS Comitê sobre Sistemas Futuros de Navegação Aérea FIR Flight Information Region FL Flight Level FMP Posição de Gerenciamento de Fluxo FPL Plano de Vôo Apresentado

Page 29: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

FSM Flight Schedule Monitor FT pés GDP Ground Delay Programs GDPE Ground Delay Program Enhancements HOTRAC Horário de Transporte Aéreo Comercial HOTREG Horário de Transporte Regular HOTRAN Horário de Transporte Aéreo IATA International Association Transport Air ICA Instituto de Cartografia Aeronáutica ICAO International Civil Aviation Organization IFPS Integrated Flight Plan Processing System IPV Instituto de Proteção Ao Vôo MAer Ministério da Aeronáutica Mix Tráfego Conjunto de tráfegos de diferentes performance NDB Sinal Transmitido não direcional que é recebido pela aeronave NOTAMs Notice to Airmen NuATFM Núcleo de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo PAN ROTAS Informação relativas aos vôos comerciais (publicações impressas ou meio digital) QDM Marcação Magnética – Linha que leva à antena transmissora do NDB RPL Plano de Vôo Repetitivo SAS Sistema de Análise de Situação SBGR Aeroporto Internacional de São Paulo - Guarulhos

Page 30: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

SBSP Aeroporto de Congonhas - São Paulo SBXP TMA de São Paulo SGBD Sistema de Gerenciamento da Base de Dados ATFM SIASA Sistema de Alocação de Slot de Aeroporto SICONFAC Sistema de Controle e Fiscalização de Aviação Civil SISCEAB Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro SRPV-SP Serviço Regional de Proteção ao Vôo TACT Tactical Computer System (CFMU) TMA Terminal Control Area (ICAO) TMA-SP Terminal Control Area de São Paulo TWR Torre de Controle de Aeródromo

Page 31: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

29

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 Contexto:

O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) foi estabelecido no

Comando da Aeronáutica em 1990, com a finalidade de consolidar, formalmente, a

integração dos sistemas de proteção ao vôo, de telecomunicações e de defesa e controle

de tráfego aéreo, sendo um dos seus objetivos principais proporcionar condições

seguras e eficientes para a circulação no espaço aéreo sob a responsabilidade do Brasil.

O SISCEAB vem sofrendo, ao longo dos anos, uma necessidade premente na busca de

qualidade dos serviços prestados à aviação no âmbito do território nacional. A

modernização dos equipamentos de infra-estrutura e a valorização dos recursos

humanos têm sido o objetivo das autoridades de proteção ao vôo.

O Brasil, como ocorre em outros países desenvolvidos, por possuir uma das maiores

frotas de aeronaves do mundo, vem sentindo a responsabilidade de garantir a segurança,

rapidez e economia no transporte aéreo e, para isso, conta com núcleos de pesquisas

voltados para a melhoria das condições de atendimento ao serviço de transporte aéreo, o

qual representa uma parcela significativa de economia do país e para o conforto para os

seus usuários, os passageiros, que se beneficiam tanto para a realização de viagens

profissionais como no turismo e lazer.

A falta de flexibilidade relacionada à atual estrutura de rotas do Serviço de Tráfego

Aéreo (ATS) impedem o uso mais eficiente do espaço aéreo e a realização de operações

aéreas mais econômicas. As deficiências dos atuais Sistemas de Comunicação,

Navegação e Vigilância (CNS), assim como a falta de um desenvolvimento harmônico,

também são considerados como fatores contribuintes para a degradação do atual

sistema.

O nível limitado de planejamento cooperativo tem proporcionado, entre outras coisas, a

duplicação de instalações através de fronteiras nacionais, o compartilhamento deficiente

Page 32: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

30

dos dados enviados pelos radares, a aplicação de distintos mínimos de

separação(distância horizontal de 5 Milhas Náuticas entre aeronaves), a existência de

procedimentos diferenciados para coordenação ATC e a utilização de diferentes sistema

de níveis de cruzeiro. Estas deficiências podem apresentar, como resultados, atrasos

para o direcionamento do tráfego aéreo, que afetam negativamente a regularidade e a

economia dos vôos.

A fim de ajustar-se ao crescimento do tráfego aéreo, deve-se estabelecer um plano

apropriado para o Gerenciamento do Tráfego Aéreo (ATM) destinado a otimizar a

utilização do espaço aéreo e manter um fluxo ordenado do tráfego aéreo.

A Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo (DEPV), é um órgão do Comando da

Aeronáutica que é responsável pelo Controle de Tráfego Aéreo em todo território

nacional. Para a execução dos objetivos que lhe são pertinentes, cabe-o prevenir as

colisões de aeronaves, bem como manter ordenado o fluxo de aeronaves em todo espaço

aéreo brasileiro.

O Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM), é um dos seguimentos da

Gerência de Tráfego Aéreo que visa a complementar o Serviço de Controle de Tráfego

Aéreo, estabelecido com a finalidade de assegurar um ótimo fluxo de tráfego aéreo em

áreas onde a demanda de movimentos aéreos, por vezes, excede a capacidade do espaço

aéreo ou ultrapassam os limites do Sistema de Controle de Tráfego Aéreo Instalado.

Nesse contexto, o ATFM tornou-se um serviço preciosíssimo para estabelecer de modo

antecipado o controle e o equilíbrio de regiões do espaço aéreo brasileiro, onde o

volume de tráfego aéreo muitas vezes excede a capacidade instalada.

1.2 Escopo:

Este trabalho de pesquisa pretende abordar especificamente o que é o Gerenciamento de

Fluxo de Tráfego Aéreo principalmente no Brasil, quais as dificuldades que os gerentes

ATFM encontram para realizarem seus trabalhos, quais são as ferramentas disponíveis

no mercado mundial e por fim o que pretende o protótipo do Sistema de Simulação

Page 33: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

31

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo, denominado como uma ferramenta

de Análise de Fluxo Aéreo para auxiliar o trabalho dos gerentes ATFM.

1.3 Motivação e Origem:

Após um declínio nos anos de 1992 e 1993, a partir de 1994 o movimento aéreo no

Brasil teve um substancial aumento, superando todas as expectativas e previsões

existentes, gerando problemas de fluxo de tráfego em algumas regiões, particularmente

naquelas que detêm grandes pólos industriais e turísticos. Este aumento afetou

diretamente a capacidade dos órgãos de Controle de Tráfego Aéreo (ATC) de

desempenhar suas funções.

O incremento verificado no movimento aéreo concentrou-se, em maior volume, no

polígono compreendido pelas cidades de Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São

Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Entretanto, o maior impacto ocorreu nas operações envolvendo o aeroporto de

“Congonhas - SP”, cuja demanda excessiva do tráfego aéreo em determinados horários,

sobrecarregava o atual sistema de Controle de Aeródromo como também em

determinados setores de controle aéreo da Área de Gerenciamento da Terminal de São

Paulo (TMA-SP) e Regiões de Informação de Vôo (FIR) adjacentes (Brasil, 1999b).

Para manter a segurança das operações, a razão de aceitação do aeródromo é mantida

em valores abaixo da capacidade das pistas, ocasionando número menor de “Slots” de

tempo disponibilizados no período.

A ausência de mecanismos adequados que permitam planejar o controle do movimento

de tráfego aéreo, está entre os principais fatores contribuintes para a ocorrência dessa

situação.

O crescimento da “Aviação Geral e Executiva” e, os vôos surgidos com as novas linhas

regionais para o aeroporto de Congonhas-SP e os vôos internacionais para o aeroporto

de Guarulhos-SP, provocaram um aumento significativo no movimento de tráfegos,

com grande diversidade de categorias de aeronaves e performances variadas.

Page 34: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

32

A capacidade de navegação das modernas aeronaves não é plenamente utilizada pelo

ATC, com isso, as aeronaves não podem usufruir das facilidades aviônica disponível,

como conseqüência, a utilização da capacidade aeroportuária atingiu valores

relativamente elevados.

Esses fatores produziram, como conseqüências, esperas excessivas nas saídas e

chegadas para os aeroportos da Área de Controle Terminal de São Paulo(SBXP),

aumento nos tempos dos vôos devido a longas esperas em órbita, excessivo aumento da

carga de trabalho dos controladores que atuam no Controle Radar de Brasília e Curitiba

(ACC BS e ACC CW), Área de Controle de Aproximação Radar de São Paulo(APP SP)

e Controle de Aeródromo de São Paulo (TWR SP), reclamação de companhias de

aviação e insatisfação de passageiros, com seguidas reportagens na mídia local e

nacional (Brasil, 1999b).

A aplicação de medidas restritivas como o Slot de Tempo para o aeroporto de

Congonhas, como ação emergencial, reduziu a carga de trabalho dos controladores e

minimizou os problemas anteriormente descritos. Entretanto, observa-se que existe uma

demanda reprimida para a região devido aos constantes pedidos de novas linhas

sazonais e permanentes, bem como às inúmeras solicitações de vôos da Aviação Geral.

O não atendimento dessas solicitações, embora em pequenas proporções, vem gerando

insatisfação de alguns operadores e exploradores de aeronaves, principalmente devido

ao número de operações de pouso e decolagem ter sido limitado a 35 aeronaves por

período de 60 minutos, assim definido em função da capacidade dos órgãos ATC, da

configuração do Gerenciamento de Área Terminal (TMA) e do MIX de tráfego, em um

ambiente de operação em condições de vôo por instrumento.

Em outros aeródromos brasileiros, a situação vem se configurando de forma semelhante

ao sucedido em Congonhas. Verificam-se, também, impactos decorrentes de movimento

atípico, associado, a grandes eventos comerciais, culturais, esportivos, folclóricos,

religiosos, turísticos etc. Esses movimentos mais intensos vêm interferindo, de forma

marcante, na prestação do serviço de tráfego aéreo, ocasionando inclusive a adoção de

Page 35: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

33

medidas unilaterais de controle de fluxo, com predominância de restrições nas

decolagens de aeronaves.

Em meados do ano de 1997 foi concluída a concepção operacional do Centro de

Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM-C), do Brasil. Para tanto, vários

ensaios foram realizados, incluindo simulação em tempo real, buscando aprimorar o

modelo e estabelecer requisitos e critérios consistentes com o cenário desejado, o qual

reflete os objetivos do ATFM em suas funções estratégicas e táticas.

Com muita cautela foram conduzidos testes reais, por ocasião do “Carnaval” e da

“Semana Santa”, no 1° trimestre de 1997. Verificou-se que medidas relativamente

tímidas de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo podem resultar em benefícios

mensuráveis para a circulação aérea nacional.

Particularmente compensador foi o fato de que, em ambos eventos, não ter ocorrido um

único incidente de tráfego aéreo, apesar do intenso movimento de aeronaves.

Em seguida, estabeleceu-se o Núcleo do Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo

(NuATFM), nas instalações do Instituto de Proteção ao Vôo (IPV), órgão do Comando

da Aeronáutica subordinado à Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo (DEPV) e

sediado na cidade de São José dos Campos - SP. Entre os fatores determinantes para a

escolha desse local está a existência de privilegiadas facilidades para condução de

estudos e projetos, no IPV, que certamente serão fundamentais para consolidação do

ATFM brasileiro.

Os desenvolvimento futuros do Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo, no Brasil,

estão centrados em duas grandes áreas:

A função estratégicas de ATFM deverá estender-se para além das fronteiras

brasileiras, integrando-se às ações regionais relativas ao tema, isto é, na América do Sul

e Caribe, bem como, interligando-se o Centro de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego

Aéreo do Brasil com suas congêneres na Europa (CFMU) e nos Estados Unidos da

América (ATCSCC); e

Page 36: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

34

A função tática de ATFM deverá ser executada com mais qualidade mediante a

instalação de sistemas de sequenc iamento automático de aeronaves em área de controle

de terminal, nas áreas de maior volume de tráfego.

Adicionalmente, todos esses desenvolvimentos serão apoiados e fundamentados nos

resultados advindos dos ensaios conduzidos no Centro de Simulação em São José dos

Campos - SP, contando com ferramentas de modelagem e capacidade de simulação em

tempo real de todo o sistema, no afã de estabelecer o Centro de ATFM de maneira

oportuna e adequada a todos os usuários.

Em função da atual situação insustentável que passa os aeroportos da região sudeste do

país, o NuATFM tem por objetivo imediato, emitir um parecer favorável ou não das

solicitações advindas das companhias aéreas para inclusão de novas linhas aéreas.

Para analisar esses novos pedidos, o NuATFM, necessita de ferramentas de apoio a

decisão para cumprir sua tarefa de concessão ou não de novas linhas aéreas, como

também, emitir um parecer aos órgãos ATC, quando ocorrer extrapolação na capacidade

de setores de uma determinada região do país.

Como resposta a essas solicitações ficou a seguinte pergunta no ar: As ferramentas de

apoio a decisão (Banco de Dados para manipulação e concessão de novas linhas aéreas

e o Simulador para verificação de desbalanceamento de setores) devemos Comprar ou

Desenvolver ?

Por se tratar de um produto especifico, os simuladores geralmente são produzidos por

demanda, isto provoca:

a) Custo bastante elevado para adquiri- lo;

b) Dependência em relação à manutenção;

c) Possíveis modificações no produto original, para atender as necessidades dos

usuários;

d) Inibição para o desenvolvimento de simuladores similares nacionais.

Page 37: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

35

Assim sendo, o NuATFM propôs o desenvolvimento de um simulador de tráfego aéreo

voltado a atender as necessidades dos gerentes ATFM, o qual fornecerá um relatório

completo em questão de minutos ou em poucas horas do que irá ocorrer com o espaço

aéreo e os aeroportos brasileiros obedecendo os seguintes tópicos:

a) Elaboração da situação aérea de uma região num determinado intervalo de

tempo no mesmo dia;

b) Elaboração da situação aérea de uma região num determinado intervalo de

tempo num determinado dia;

c) Elaboração da situação aérea de uma região das próximas 24 horas;

d) Elaboração da situação aérea de uma região das próximas 24 horas num

determinado dia;

e) Elaboração da situação aérea de uma região de um período (data inicial e data

final).

Desta maneira, este trabalho pretende contribuir com uma ferramenta de simulação de

tráfego aéreo para os gerentes ATFM desenvolvida a um custo bastante reduzido, e

proporcionando uma maior adequação à realidade local.

1.4 Especificações dos Requisitos de um Sistema Computadorizado:

No Brasil, a formação dos controladores de tráfego aéreo está sob a responsabilidade

do Comando da Aeronáutica, mas diretamente a DEPV, o qual delega essa tarefa ao

IPV, que tem a missão de formar profissionais nos diversos ramos da proteção ao vôo,

como também, a escola de especialistas da aeronáutica na cidade de Guaratinguetá - SP.

Estes centros de ensino basicamente procuram formar profissionais na área de controle

de tráfego aéreo voltados ao Controle de Aeródromo (TWR), Controle de Aproximação

Radar (APP) e o Controle de Área (ACC).

O Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo, é um termo relativamente novo, toda a

definição dos conceitos empregados pelo ATFM, foram formalizados em meados da

década de 80 pela comissão da Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO),

Page 38: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

36

que trata do controle de tráfego aéreo. No Brasil, este assunto veio a ser discutido

quando o aeroporto de Congonhas – SP, começou a dar os primeiros sinais de

estrangulamento em determinados horários do dia no início de 1994 (Brasil, 1999b).

Hoje, a ATFM é uma realidade para os especialistas de tráfego aéreo brasileiro, mas

nem todos podem exercer a atividade gerencial. Aqueles que detém algum

conhecimento, foi devido a cursos realizados nos Estados Unidos ou na Europa.

Assim sendo, as autoridades brasileiras (DEPV, DAC e Companhias Aéreas)

propuseram um amplo estudo/debate sobre quais medidas preventivas deveriam ser

tomadas a curto e médio prazo para solucionar este grave problema. Foi então que

surgiu a idéia de gerenciar o fluxo de tráfego aéreo a principio tentando-se antecipar ao

problema, isto é, as companhias aéreas procuravam reescalonar seus horários de vôos e

os órgãos de controle de tráfego aéreo, procurariam disponibilizar de maneira otimizada

seus serviços de modo que, todos, pudessem voar em horários preestabelecidos, em

segurança e de modo ininterrupto.

As ferramentas a serem desenvolvidas permitiriam aos gerentes ATFM, obterem as

seguintes informações:

a) Os vôos que decolam e pousam em todos os aeroportos do Brasil ;

b) As chegadas e partidas de vôos internacionais ;

c) A quantidade de aeronaves num determinado aeroporto ;

d) A quantidade de aeronaves numa determinada região (setores) do espaço aéreo ;

e) Dar parecer favorável ou não a solicitação de inclusão de um novo vôo ; e

f) Obter relatórios estatísticos de vôos num determinado dia.

Portanto, o desenvolvimento do Banco de Dados ATFM e a elaboração de uma

ferramenta de Análise de Situação (simulador) propiciará aos gerentes ATFM, um

ganho considerável na análise dos vôos de todas as regiões do país, bem como

identificar as possíveis situações de desbalanceamento na capacidade dos setores.

Page 39: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

37

1.5 Proposta de Tese:

O problema que direciona esta pesquisa, consiste em:

Disponibilizar ao Instituto de Proteção ao Vôo, mais diretamente ao Núcleo de

Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo, em São José dos Campos – SP, uma

ferramenta de apoio aos gerentes ATFM, de modo que eles possam analisar a

capacidade vs. demanda do fluxo de tráfego aéreo em qualquer porção do espaço aéreo

e dos aeródromos brasileiros de maneira a antecipar a solução do problema.

Como citado em tópicos anteriores, o NuATFM tem como objetivo principal apoiar os

órgãos ATC no sentido de alertá-los sobre a possibilidade de “Congestionamento ou

Saturação” de aeronaves em determinados setores do espaço aéreo e dos aeródromos

num determinado período do dia ou de uma data futura. Paralelamente, o NuATFM

gerenciará a concessão ou não de novas linhas aéreas para as companhias aéreas

nacionais e internacionais.

Antes de iniciar este trabalho de pesquisa, os gerentes ATFM desempenhavam suas

atividades, inicialmente, relacionando e organizando os dados de fluxo de tráfego aéreo

em extensas planilhas de vôos de forma “manual”. Ao ser confeccionada a planilha

dava-se início a longa atividade de analisar as ocorrências de extrapolação na

capacidade dos setores do espaço aéreo e dos aeródromos.

O modo de tratamento rudimentar dos dados e o alto volume de informações a serem

analisadas eram prejudicados pela ausência de uma ferramenta adequada de análise de

fluxo. Além de executar um trabalho cansativo e demorado, os gerentes, geralmente,

não conseguiam em tempo adequado emitir um parecer “conclusivo” da situação do

espaço aéreo bem como dos aeródromos.

Para contribuir com a solução do problema, esse trabalho propõe-se, primeiramente,

desenvolver um protótipo de um sistema de simulação de tráfego aéreo denominado

“Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo”. Este

sistema apresentará aos gerentes ATFM as possíveis ocorrências de extrapolação na

capacidade dos setores do espaço aéreo e dos aeródromos nacionais de modo

Page 40: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

38

antecipado, prevenindo-os do problema. Espera-se que esta dissertação sirva como

referência para suprir uma necessidade documental acadêmico/científico deste protótipo

ao Instituto de Proteção ao Vôo.

1.6 Seqüência de Apresentação:

A seguir são apresentados os 8 capítulos que compõe essa dissertação.

Este Capítulo descreve de modo sucinto o contexto desse trabalho, o escopo, a

motivação e origem, as especificações dos requisitos de um sistema computadorizados,

a proposta de tese que tem o objetivo de apresentar uma solução ao problema descrito, e

por fim apresentaremos a descrição dos demais capítulos.

No Capítulo 2, procurou-se de forma abrangente, descrever as principais partes do

universo do controle de tráfego aéreo, visando hierarquicamente chegar até a ATFM,

que é a porção chave de pesquisa desta dissertação. Em seguida será abordado o

cenário desejado e a situação específica.

O Capítulo 3, apresenta uma descrição do modelo da cinemática adotada pelos

simuladores de ATC.

O Capítulo 4, apresenta os procedimentos automáticos utilizados nos simuladores

Controle de Tráfego Aéreo.

O Capítulo 5, descreveremos de modo sucinto a modelagem de um vôo e a estrutura dos

arquivos utilizados no protótipo do Sistema de Simulação Acelerado para Análise de

Fluxo de Tráfego Aéreo.

O Capítulo 6, descreveremos o protótipo do Sistema de Simulação Acelerado para

Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo (Modelo 1) no Contexto do Sistema ATFM em suas

composições software e Hardware, como também a descrição dos outros subsistemas, o

modelo de rede adotado e seus servidores de Processos e de Banco de Dados.

Page 41: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

39

O Capítulo 7, apresentaremos o Modelo 2 do Sistema de Simulação Acelerado para

Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo, considerando o novo modelo de cálculo da

cinemática.

O Capítulo 8, apresenta a conclusão desse trabalho, os resultados obtidos, e as sugestões

para os trabalhos futuros.

O Apêndice A, apresenta o Fluxograma ATFM.

O Apêndice B, apresenta o Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) comum aos modelos 1

e 2 do Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo.

O Apêndice C, apresenta uma ilustração dos pseudocódigos adotados para a

entendimento/implementação do Sistema de Simulação Acelerado para Análise de

Fluxo de Tráfego Aéreo - Modelo 1.

O Apêndice D, apresenta uma ilustração dos pseudocódigos adotados para a

entendimento/implementação do Sistema de Simulação Acelerado para Análise de

Fluxo de Tráfego Aéreo - Modelo 2.

Page 42: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego
Page 43: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

41

CAPÍTULO 2

O GERENCIAMENTO DE FLUXO DE TRÁFEGO AÉREO (ATFM) NO CONTEXTO DO GERENCIAMENTO DE TRÁFEGO AÉREO (ATM)

Para que possamos entender a exata dimensão dos problemas que estão relacionados ao

Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo brasileiro, torna-se necessário,

primeiramente registrar um breve histórico do ATFM no contexto do IPV. Em seguida,

descreveremos quais são os subsistemas que integram e auxiliam o desenvolvimento

desse trabalho conforme mostra a Figura 2.1 e, consequentemente, os resultados

pretendidos.

A seguir, descreveremos hierarquicamente os órgãos de controle e gerenciamento de

tráfego aéreo que compartilham este complexo sistema. A Figura 2.2 abaixo mostra a

hierarquia desse sistema. Neste Capítulo apresentaremos a complexa tarefa de

Gerenciamento/Controle de Tráfego Aéreo cujo objetivo é propiciar os meios

adequados aos gerentes ATFM para a agilizar o fluxo de tráfego aéreo em todo território

nacional.

Finalmente, abordaremos a situação atual do ATFM no Brasil, qual seria o cenário

desejado para o fluxo de tráfego aéreo e, por fim, descreveremos também como

funciona o ATFM nos Estados Unidos e Europa.

2.1 Breve histórico do ATFM no contexto do IPV:

A partir de 1994 o movimento aéreo no Brasil teve um crescimento acelerado muito

além das expectativas. Este aumento gerou problemas de fluxo de tráfego aéreo nas

principais cidades das regiões Sudeste e Sul do país, especialmente nos aeródromos da

Área Terminal de São Paulo (TMA-SP). Estes fatores produziram esperas excessivas

tanto nas “Decolagens” quanto nos “Pousos”, provocando aumento nos tempos de vôos

e, consequentemente, um excessivo aumento na carga de trabalho dos “Controladores

de Tráfego Aéreo”.

Page 44: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

42

Diante desta situação crítica, a DEPV, órgão do Comando da Aeronáutica, criou em 12

de Março de 1998 em São José dos Campos – SP o NuATFM que tem por objetivo

assessorar o ATC nos casos onde a demanda de tráfego aéreo, por vezes, excede a

capacidade estabelecida nos setores do espaço aéreo e nos aeródromos.

Antes de iniciar esta dissertação em Abril de 1999, o NuATFM não tinha qualquer

ferramenta automatizada que lhe permitisse realizar as atividades de prestação de

serviço ao ATC de maneira computacional. Nesta época todos os trabalhos praticados

pelos gerentes ATFM era baseado na confecção de longas planilhas de planos de vôos

manualmente. Estas planilhas serviam, primeiramente, para dar concessão de novas

linhas aéreas as Companhias Aéreas nacionais e internacionais e, em segundo lugar,

para identificar possíveis problemas de congestionamento ou saturação nos setores e nos

aeródromos do país.

No final de 1999, o NuATFM recebeu a primeira versão do Subsistema de Banco de

Dados ATFM, totalmente desenvolvido no IPV o qual estava sob a responsabilidade de

dois analistas de sistema do Sistema ATFM. Esta ferramenta propiciou aos gerentes

ATFM um ganho de produtividade muito superior comparados aos meios manuais que

até então eram utilizados.

Atualmente o NuATFM dispõe de duas ferramentas de auxilio aos gerentes ATFM, são

elas: uma ferramenta de Banco de Dados que possibilita a realização de consultas e

geração de relatórios em diversos arquivos, tais como: Planos de Vôo, Aerovias,

Aeronaves e Aeródromos nacionais e internacionais. A segunda é uma ferramenta de

simulação denominada de Sistema de Simulação Acelerada para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo (Modelo I e Modelo II) cuja função é realizar a evolução das aeronaves

desde a decolagem até o pouso, considerando as transferências e a contabilização de

aeronaves entre os setores do espaço aéreo e aeródromos, de maneira que, ao terminar a

simulação, os gerentes ATFM possam visualizar graficamente a demanda de tráfego

aéreo de qualquer região do país e identificar se houve extrapolação na capacidade dos

setores numa data futura.

Page 45: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

43

O Subsistema SAS, como veremos com mais detalhes no Capítulo 6, é o responsável

pela visualização gráfica da demanda de tráfego aéreo. Este subsistema foi desenvolvido

por um analista de sistemas que compõe a equipe de desenvolvimento do sistema

ATFM.

Estas ferramentas estão funcionando normalmente no NuATFM numa rede privada do

Comando da Aeronáutica e sendo acessada remotamente nas FMP nas seguintes

localidades: São Paulo, Rio de janeiro, Brasília, Curitiba e Belo Horizonte.

Com extensão para trabalhos futuros prevê-se estudos a partir do segundo semestre de

2001, na criação de algoritmos que possam fornecer opções de melhores horários onde

se constata condições de extrapolação na capacidade de setores numa determinada

região. Este estudo visa distribuir o tráfego aéreo em horários onde não haja a

incidência de extrapolação na capacidade do setor dentre as 24 horas de uma data

preestabelecida.

Page 46: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

44

Arquitetura do Sistema ATFM

Intenções de Vôo Dados Radar Espaço Aéreo e Aeródromos

Mensagens ATS/AIS/Meteorologia

Cenário Tráfego

Cenário Tráfego

Cenário

Tráfego Eventos

Medidas ATFM

Fig. 2.1 - Arquitetura do Sistema ATFM.

FONTE: IPV (2000).

Subsistema de Recebimento e Tratamento de Dados Subsistema de Gerenciamento da Base de Dados ATFM

( SGBD )

Subsistema Supervisor

Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo

Subsistema de Apresentação Gráfica do Resultado da Simulação ( SAS )

Page 47: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

45

2.2 Escopo do Problema :

Para iniciar a descrição do problema ATFM tornou-se necessário dividi- lo em várias

etapas. Primeiramente, procurou-se identificar os tipos de informações que o sistema

necessitaria para atender os requisitos do usuário e também classificar os possíveis

candidatos a fornecê- los. Através de entrevistas com os especialistas de tráfego aéreo

delineamos as fronteiras do sistema principal e seus respectivos subsistemas. O Sistema

ATFM é dividido nos seguintes subsistemas: Subsistema de Gerenciamento da Base de

Dados ATFM (SGBD), Subsistema de Recebimento e Tratamento de Dados,

Subsistema Supervisor, Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo e Subsistema de Apresentação Gráfica de Resultados da Simulação

(SAS). Abaixo apresentaremos uma descrição sucinta de cada subsistema e faremos

menção dos profissionais que os desenvolveram.

2.2.1 Subsistema SGBD :

O subsistema de Gerenciamento da Base de Dados ATFM foi o primeiro módulo a ser

desenvolvido do sistema ATFM de modo a permitir o armazenamento de todas as

informações necessárias para que os gerentes ATFM possam exercer suas atividades

gerenciais e, consequentemente, prover os meios necessários para a realização da

simulação. Este subsistema foi desenvolvido por dois analistas de sistemas que integram

a equipe do Banco de Dados do Sistema ATFM.

2.2.2 Subsistema de Recebimento e Tratamento de Dados :

Este subsistema tem o objetivo converter, verificar e interpretar qualquer incidência de

erro que por ventura seja detectado durante o processo de tratamento dos arquivos

recebidos pelo NuATFM. Uma vez corrigido os arquivos, estes serão armazenados na

Base de Dados ATFM através do subsistema SGBD. Este subsistema foi desenvolvido

pela equipe do Banco de Dados citado no tópico anterior.

Page 48: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

46

2.2.3 Subsistema Supervisor :

Este tem a função de receber os parâmetros de entrada (data e hora) fornecidos pelos

gerentes ATFM e, de posse desses dados, iniciar o processo de leitura, interpretação,

conversão e armazenamento dos dados em memória. Estes dados foram extraídos do

Banco de Dados ATFM para serem manipulados durante a fase de simulação. Este

subsistema foi desenvolvido por uma analista de sistemas que integra a equipe de

desenvolvimento do projeto.

2.2.4 Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo – Modelo I e Modelo II:

O Modelo I tem a função de evoluir as aeronaves em suas respectivas trajetórias a cada

1(um) segundo, desde a decolagem até pouso, realizando as transferências e as

contabilizações de entrada e saída de aeronaves em setores definidos durante o vôo. Este

modelo processa apenas dados de Planos de Vôos Repetitivos (RPL). Após a simulação,

os gerentes ATFM terão uma informação precisa da demanda de tráfego aéreo de

qualquer porção do espaço aéreo brasileiro, bem como dos aeroportos. Mais detalhes

encontra-se no Capítulo 6 desta dissertação.

O Modelo II tem a função de evoluir as aeronaves em suas respectivas trajetórias ponto

a ponto, desde a decolagem até pouso, ininterruptamente, e só finalizará o

processamento quando pousar a última aeronave. Diferentemente do modelo 1, este

modelo, além de manipular a base de dados repetitiva (RPL), também processará dados

de FPL e dados radares que serão enviados ao NuATFM do maneira “on line”. Mais

detalhes encontra-se no Capítulo 7 desta dissertação. Estes modelos deram origem a

essa dissertação.

2.2.5 Subsistema de Apresentação Gráfica de Resultados da Simulação (SAS):

Este subsistema tem a função de apresentar a demanda de tráfego aéreo de modo gráfico

dos setores do espaço aéreo brasileiro e de qualquer aeroporto nacional. Além da parte

gráfica, o SAS apresenta os dados principais dos tráfegos, suas trajetórias e os dados

Page 49: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

47

relativos aos eventos de cada tráfego. Este subsistema foi desenvolvido por um analista

de sistemas que integram a equipe de desenvolvimento do Sistema ATFM.

Fig. 2.2 - Gerenciamento de Tráfego Aéreo - ATM.

FONTE: IPV (1996).

2.3 O Gerenciamento de Tráfego Aéreo - ATM :

Conforme a descrição do Comitê Especial sobre Sistemas de Navegação Aérea do

Futuro (FANS), o ATM tem por objetivo, permitir que os exploradores de aeronaves

possam cumprir com as horas previstas de saídas/chegadas e manter os perfis de vôos

preferidos com o mínimo de limitação sem, contudo afetar, os padrões de segurança.

Compreende uma parte terrestre e uma parte aérea, sendo ambas necessárias para

assegurar o movimento seguro e eficaz das aeronaves durante todas as fases do vôo.

Ainda segundo o FANS, a parte de bordo do ATM compreende a capacidade funcional

de interação com a parte terrestre para obter os objetivos gerais do ATM.

AATTMM GGeerreenncc iiaa mmeennttoo

ddee TTrrááffeeggoo AAéérreeoo

AATTCC

AATTFFMM

GGeerreenncc iiaammeennttoo ddee FFlluuxxoo ddee

TTrráá ffeeggoo AAéérreeoo

CCoonnttrroo llee ddee TTrráá ffeeggoo AAéérreeoo

GGeerreenncc iiaammeennttoo ddoo

EEssppaaççoo AAéérreeoo

AASSMM

Page 50: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

48

A parte terrestre do ATM, compreende as funções do Serviço de Tráfego Aéreo (ATS),

considerando o componente primário, do Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo

(ATFM), e do Gerenciamento do Espaço Aéreo (ASM).

A execução do ATM exige uma integração estreita entre a parte terrestre e a parte aérea,

com procedimentos bem definidos conforme consta no documento (ICAO, 1996).

2.4 O Gerenciamento do Espaço Aéreo – ASM :

O objetivo do ASM consiste em alcançar, dentro de determinada estrutura do espaço

aéreo, o maior grau de utilização do espaço aéreo disponível, mediante o

compartilhamento dinâmico no tempo e, às vezes, a divisão do espaço aéreo entre

diversas categorias de usuários para as necessidades a curto prazo.

A estreita colaboração entre as autoridades competentes, no que diz respeito a previsão

e o uso real do espaço aéreo reservado temporariamente, permitirá que a informação

pertinente esteja disponível rapidamente para todas as partes interessadas, isto é, o

transporte aéreo comercial, o tráfego aéreo militar e a aviação geral. O ASM constitui,

assim como o ATFM, um elemento de “apoio” ao ATC (ICAO, 1984).

2.4.1 Para atingir o objetivo do ASM é necessário realizar as seguintes funções:

a) Revisar e avaliar todas as solicitações que impliquem numa reserva temporária

do espaço aéreo;

b) Planejar e dispor o espaço aéreo requerido pelo usuário interessado, quando

necessário aplicar uma restrição;

c) Ativar e desativar o espaço aéreo dentro de uma tolerância de tempo

adequadamente breve, com estreita colaboração do ATC e usuários do espaço

aéreo. O espaço aéreo exclusivamente reservado para atividades militares,

contam com uma coordenação civil e militar mais eficaz, devido ao tráfego de

aeronaves civis nesse espaço aéreo.

Page 51: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

49

d) As dimensões, localização, requisitos e uso do espaço aéreo reservado, áreas

perigosas ou restritas devem ser objeto de um estudo profundo e permanente, a

fim de permitir a utilização mais eficiente do espaço aéreo, reduzindo-se, ao

mínimo, o período de ocupação da área.

e) Difundir informação detalhada, tanto por antecipação quanto em tempo real, a

todas as partes interessadas (IPV, 1996).

2.4.2 Considerações sobre o Gerenciamento do Espaço Aéreo – ASM :

Na estruturação e gerenciamento do espaço aéreo, os Estados deveriam incentivar a

segurança dos vôos, oferecendo suficiente capacidade para atender a demanda de

tráfego aéreo, assegurando a máxima utilização do espaço aéreo e estabelecendo um

equilíbrio entre os requisitos legítimos, porém, às vezes, antagônicos dos vários

usuários.

O Gerenciamento do Espaço Aéreo deveria ser orientado para a exploração mais eficaz

do espaço aéreo de acordo com os requisitos dos diversos usuários. Em alguns casos,

nos quais as necessidades são antagônicas, restrições do espaço aéreo podem ser a única

solução viável para o gerenciamento do tráfego aéreo. Neste caso, para obter a

utilização máxima do espaço aéreo, deve-se buscar uma maior coordenação entre os

setores civil e militar, compartilhando o espaço aéreo e os diversos componentes do

ATC.

O fluxo de tráfego aéreo, às vezes, é afetado negativamente por obstáculos do próprio

sistema limitando a capacidade instalada. Por essa razão e para uma utilização mais

eficaz do espaço aéreo disponível, todos os elementos pertinentes do sistema devem ser

considerados durante a etapa de planejamento, aplicando-se um enfoque integrado entre

o sistema aeroportuário e o ATC.

Page 52: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

50

2.4.3 Consideração sobre o Espaço Aéreo Brasileiro:

O Brasil tem sob a sua responsabilidade, para fins de gerenciamento de tráfego aéreo,

um espaço aéreo de cerca de 22.000.000 Km². Para possibilitar o efetivo gerenciamento,

esse espaço aéreo está dividido em 6 (seis) Regiões de Info rmação de Vôo (FIR) onde

estão contidos os espaços aéreos de serviço de tráfego aéreo, conforme mostra a Figura

2.3 abaixo.

Fig. 2.3 - Região de Informação de Vôo (FIR).

Page 53: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

51

No conjunto Regiões de Informação de Vôo, correspondente ao espaço aéreo

jurisdicional e sob responsabilidade do Brasil, encontra-se uma extensa malha de

aerovias nacionais e internacionais, parte integrante de um sistema maior, denominado

Rede de Rotas ATS das regiões do Caribe e da América do Sul, conforme mostra a

Figura 2.4.

Fig. 2.4 - Malha de aerovias nacionais e internacionais.

Page 54: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

52

Essa rede de rotas ATS (aerovias) está sob a responsabilidade do Brasil, estabelecida

nos espaços aéreos inferiores (até 24500 pés) e superior (acima de 24500 pés), possui

uma extensão também equivalente a 111.400 Milhas Náuticas (NM), onde detém a

responsabilidade pelo controle de tráfego aéreo e, também, dos demais espaços aéreo

controlados com cerca de 5,8 milhões de movimentos anuais, através de órgãos de

controle de tráfego aéreo instalados em pontos adequadamente definidos no território

brasileiro.

É atribuído a cada setor do espaço aéreo e aos aeroportos brasileiros, um valor fixo que

determina a quantidade máxima de aeronaves que cada um deverá suportar durante o

dia ou a um determinado período do dia, este valor é conhecido como capacidade . Em

geral o valor da capacidade atribuída aos setores e aos aeroportos são fixos, mas poderá

ocorrer situações em que essa capacidade poderá ser alterada por um determinado

período do dia, de acordo com a análise do Serviço de Tráfego Aéreo (ATS). E logo que

se restabeleça a normalidade no setor, o ATS retornará o valor da capacidade já

preestabelecido.

Se num determinado período do dia, o volume de tráfego (demanda) se aproximar da

capacidade do setor ou do aeroporto, este acontecimento dar-se o nome de Alerta de

congestionamento ou Alerta de saturação. O Alerta de congestionamento ocorre quando

o volume de tráfego aéreo chega a 80% da capacidade do setor e Alerta de saturação é

quando o volume de tráfego aéreo chega a 100% da capacidade do setor. Os gerentes de

ATFM costumam também dar o nome de extrapolação de capacidade do setor ou do

aeroporto. Muito bem, num caso de extrapolação seja num setor ou num aeroporto,

sabemos que, quem pode alterar o valor da capacidade é o ATS, mas quem poderá

alterar a demanda de fluxo tráfego aéreo?

A resposta seria, o ATS e ATFM, porque existe uma estreita cooperação entre ambos. O

ATFM não pode tomar medidas que sejam do desconhecimento do ATS e vice e versa.

Medidas isoladas poderão acarretar sérios riscos à segurança dos vôos. Portanto, nos

casos em que seja necessário alterar os parâmetros de uma determinada região, entenda-

Page 55: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

53

se setor e/ou aeroporto, antes de ocorrerem, com certeza o ATS e ATFM já estarão de

pleno acordo com as medidas a serem executadas.

2.4.4 Classificação do Espaço Aéreo Brasileiro :

O espaço aéreo brasileiro é dividido seguindo as áreas do pais de acordo com o seu grau

de desenvolvimento e as reais necessidades de cada região.

2.4.4.1 Regiões de Informações de Vôo (FIR ):

São espaços aéreos não controlados, o qual se destina a prestar serviços de informação

de vôo e serviço de alerta.

2.4.4.2 Espaços Aéreos Controlados:

São espaços aéreos com dimensões bem definidas e destina-se a prestar o serviço de

controle de tráfego aéreo. Os espaços aéreos controlados são divididos em:

a) Áreas Superiores de Controle ( UTA ) – Compreendem as aerovias superiores

e outras partes do espaço aéreo superior que estão definidos nas cartas de rota.

b) Áreas de Controle ( CTA ) – São espaços aéreos controlados constituído das

aerovias inferiores e outras partes do espaço aéreo inferior definidas nas carta de

rota.

c) Áreas de Controle de Terminal ( TMA ) – Compreendem áreas situadas na

confluência de rotas ATS e nas imediações de um ou mais aeródromos.

d) Zonas de Controle ( CTR ) – Compreendem áreas que englobam os aeroportos

e contém as trajetórias de chegada e saída de vôos IFR.

e) Zonas de Tráfego de Aeródromos ( ATZ ) – Compreendem espaço do

aeródromo, no qual as aeronaves evoluem sob condições visuais.

Page 56: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

54

2.4.4.3 Espaços Aéreos Condicionados:

São espaços aéreos onde a evolução da aeronave é restringida pela existência de riscos à

navegação aérea. Os espaços aéreos condicionados podem ser classificados em:

a) Área Perigosa – São espaços aéreos de dimensões definidas, no qual existem

riscos potenciais ou atuais para a navegação aérea.

b) Área Proibida – São espaços aéreos de dimensões definidas, no qual o vôo é

proibido.

c) Área Restrita – São espaços aéreos de dimensões definidas, no qual o vôo só

poderá ser realizado sob condições preestabelecidas.

2.4.4.4 O Serviço de Tráfego Aéreo ( ATS ):

O serviço de tráfego aéreo, segundo normas da ICAO, tem por objetivo prevenir colisão

entre aeronaves, acelerar e manter o fluxo do trânsito aéreo, prevenir colisão entre

aeronaves e obstáculos, prover informações úteis à segurança e à condução eficiente dos

vôos e apoiar os órgãos de busca e salvamento (ICAO, 1984).

2.4.4.5 Estrutura do Serviço de Tráfego Aéreo :

O serviços de tráfego aéreo, conforme recomendação da ICAO, estão subdivididos em

três camadas, à saber:

1.) Serviço de Controle de Tráfego Aéreo

Para cumprir a responsabilidade de prover os serviços de tráfego aéreo, o Sistema

Integrado do Controle de Tráfego Aéreo Brasileiro ( SISCEAB ), dispõe de órgãos

de tráfego Aéreo, com áreas de competência definidas e com atribuições

específicas. Estes órgãos compreendem:

1.1) Controle de Área Terminal

Serviço prestado pelo Centro de Controle de Área (ACC), o qual tem por objetivo o

controle das aeronaves em rota.

Page 57: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

55

1.2) Controle de Aproximação

Serviço prestado pelo Controle de Aproximação (APP) o qual tem por objetivo o

controle das aeronaves que estão chegando ou saindo nas proximidades dos

aeroportos.

1.3) Controle de Aeródromo

Serviço prestado pela Torre de Controle (TWR), o qual tem por objetivo o controle

das aeronaves durante a aproximação final e na saída imediata do aeródromo.

2.) Serviço de Informação de Vôo

É um serviço que tem por objetivo fornecer informações de pista de pouso,

condições meteorológicas, situações de sistemas de auxílio a navegação e

informações sobre colisões etc.

3.) Serviços de Alerta

Se destina a prestar serviços de acionamento e ao apoio aos órgãos de busca e

salvamento.

Page 58: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

56

2.5 Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo - ATFM:

O Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo é um dos seguimentos da Gerência de

Tráfego Aéreo (cujo objetivo é permitir que exploradores de aeronaves cumpram seus

horários de chegada e saída conforme previstos e se utilizem dos perfis de vôo

preferidos, sem comprometer os níveis de segurança da navegação aérea.), que visa a

complementar o Serviço de Tráfego Aéreo em áreas onde a demanda de movimentos de

aéreos, por vezes, excede a capacidade do espaço aéreo ou ultrapassa os limites do

sistema de controle de tráfego aéreo instalada (Brasil, 1996b).

2.5.1 Princípio do Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo :

No decorrer da primeira crise mundial do petróleo em 1976, a Federal Aviation

Administration – ( FAA – USA ), instituiu, medidas para evitar o desperdício de

combustível da aviação, principalmente quando estas se encontravam em condições de

esperas no ar em níveis elevados por muito tempo.

Basicamente a idéia era evitar que o avião ficasse muito tempo em esperas no ar e que

pudessem voar em níveis menos elevados e permitisse que os vôos fossem realizados

da decolagem ao pouso de forma ininterrupta.

Essa iniciativa foi denominada de “Local Flow Traffic Management” , posteriormente

passou a chamar-se “Central Flow Control Facility“ e por fim culminou na origem do

“Air Traffic Control Command Center”, o qual foi concebido para cuidar de toda a

circulação aérea de interesse dos Estados Unidos.

A partir de 1980, os europeus de modo semelhante ao sistema americano, constituíram

várias centrais nacionais de controle de fluxo, de modo que em 1994 consolidaram em

Bruxelas a “Central Flow Management Unit” na agência européia para a segurança da

navegação aérea – EUROCONTROL.

As circunstâncias, propostas e ações que estão associadas às iniciativas norte-

americanas e européias representam importante referência para a condução dos planos

Page 59: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

57

de implementação do gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo no Brasil, que

começaram a ser desenvolvidas desde 1996.

Para ser mais exato, no final de 1995, observou-se uma grande concentração de tráfego

aéreo em pelo menos um dos aeroportos brasileiro, o de Congonhas em São Paulo. As

esperas tanto no ar como em solo passaram a ser rotina, deram-se então início a

freqüentes discussões sobre as propriedades nas operações e conduções das aeronaves

tanto em solo como no ar neste aeroporto.

Em face do grande volume do tráfego aéreo verificado na Terminal Aérea de São Paulo

(TMA-SP), o risco de colisão de aeronaves ficou bastante evidenciado, o qual chegou a

ser até noticiado pela imprensa. A situação ameaçava a se tornar insustentável, mas em

resposta, os especialistas de tráfego aéreo, decidiram adotar uma medida típica de

controle de fluxo, que é a aplicação do Sistema de Slot de Tempo (Slot de Tempo é uma

medida de controle de fluxo que visa restringir os movimentos de aeronaves em um

determinado horário do dia), para as operações no aeroporto de Congonhas em horários

de maior demanda.

Um aeroporto quando está sob o sistema de slot, as companhias aéreas bem como os

vôos da aviação geral, geralmente só conseguem realizar suas operações de vôo, quando

estão de posse de um horário para realização de pouso e decolagem. Sem o horário elas

não conseguem realizar suas operações, exceto em casos de segurança, ou em vôos com

autoridades presidenciais, governamentais e militares.

Conforme citado anteriormente, medidas de controle de fluxo de tráfego sempre impõe

restrições aos movimentos das aeronaves, tais como esperas no solo ou no ar. A

dificuldade de distribuir as restrições de forma eqüitativa entre todos os usuários, por

sua vez, é outro desafio. Por esses motivos, é imperioso desenvolver mecanismos mais

sensíveis às necessidades, tanto de prestadores de serviço como de usuários, o que é

possível através do sistema de “Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo”.

A Central de Slot de Tempo instalada no Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São

Paulo (SRPV-SP), aplica uma das medidas de gerenciamento de fluxo aéreo, que é o

Page 60: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

58

controle de fluxo, utilizando um sistema computadorizado denominado “Sistema de

Alocação de Slots de Aeroporto (SIASA)”, este sistema foi desenvolvido pelo Instituto

de Proteção ao Vôo, cujo objetivo é, verificar se dentre às próximas 48 horas é

possível a liberação de horários para as operações de pouso e decolagem no aeródromo

de Congonhas – SP.

Este sistema foi desenvolvido de modo híbrido, onde se utiliza a metodologia

estruturada na implementação do módulo Servidor, e a metodologia Orientada a Objetos

na implementação dos módulos Gerente e Operador.

Aplicou-se os conceitos e padrões da engenharia de software, as linguagens C/C++ e,

utilizou-se os sistemas operacionais Linux e Windows.

O sistema está dividido em 3 módulos basicamente. O primeiro módulo denominado

“Servidor”, é o responsável pela liberação dos horários de vôo para às próximas 48

horas. Este módulo foi desenvolvido sob a plataforma Linux.

O segundo módulo denominado “Gerente”, é responsável pela manutenção de toda a

base de dados do sistema, compreende-se desde o cadastro de usuários, como também

as alterações provenientes dos parâmetros do sistema.

O terceiro e último módulo, denominado “Operador”, é o responsável pelo

recebimento dos horários solicitados pelas companhias aéreas e pela aviação geral, e

repassa ao módulo Servidor o horário solicitado, que por sua vez analisa o horário

recebido e emite um parecer favorável ou não do horário solicitado ao operador. Os

módulos gerente e operador foram desenvolvidos na plataforma Windows e utilizam a

linguagem C++ Builder da Borland.

As Figuras 2.5 e 2.6, apresentam a central de slot instalada no Serviço Regional de

Proteção ao Vôo ( SRPV-SP ) no aeroporto de Congonhas em São Paulo.

Page 61: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

59

Fig. 2.5 e 2.6 - Operadores realizando Alocação de horários de slot.

FONTE: SRPV-SP (Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo).

Page 62: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

60

2.5.2 Objetivo do Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo :

O serviço ATFM tem por objetivo apoiar o ATC na busca do ótimo fluxo de tráfego

aéreo, em áreas onde a demanda de tráfego aéreo excede, ou se espera que exceda, a

capacidade da infra-estrutura instalada, incluindo-se os aeródromos pertinentes.

O termo ATFM se aplica a toda atividade relacionada com o gerenciamento de fluxo e o

controle de fluxo aéreo, não se limitando a garantir que todos os vôos sejam efetuados

de forma rápida, segura e ordenada mas, também, permitir que a totalidade do tráfego

aéreo controlado em uma determinada área, seja compatível com a capacidade do

sistema ATC.

O termo capacidade do ATC se aplica à possibilidade do sistema ATC, ou de qualquer

um de seus subsistemas, inclusive os postos de ATCO, de proporcionar serviços às

aeronaves em condições normais de operação, e se expressa em função do número de

aeronaves que entram, ou saem, em um determinado setor do espaço aéreo, durante um

período de tempo.

A capacidade máxima que se pode obter durante curtos períodos de tempo poderá ser

bastante superior àquele estabelecido para as condições normais. O ATFM dá suporte

ao ATC para que este possa atingir seus objetivos principais de prevenir colisões entre

aeronaves, acelerar e manter ordenado o fluxo de tráfego aéreo, assim como obter a

utilização mais eficiente do espaço aéreo disponível e da capacidade dos aeroportos.

Para maior eficácia, o serviço ATFM deve contar com uma contínua cooperação e

coordenação com os órgãos ATC envolvidos e com os diversos usuários do espaço

aéreo (Eno, 1997).

Nem sempre é possível obter um fluxo ótimo de tráfego aéreo devido à vários fatores

restritivos, tais como os requisitos antagônicos dos usuários, as limitações dos sistemas

de navegação aérea e as condições imprevistas da meteorologia.

A esse respeito, deverá ser considerado a aplicação de medidas paliativas, como o

controle de fluxo de tráfego aéreo, em particular quando o sistema ATC não pode dar

continuidade ao serviço devido ao volume de tráfego aéreo.

Page 63: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

61

O controle de fluxo de tráfego aéreo é aplicado quando o órgão ATC estime que não

será possível atender outros tráfegos além daqueles já aceitos, para um período de

tempo e lugar, ou que somente poderá faze-lo a um determinado ritmo. Neste caso, o

órgão ATC notificará aos demais órgãos interessados, às empresas exploradoras

envolvidas e aos pilotos das aeronaves atingidas pelas restrições, que é provável que os

vôos adicionais estejam sujeitos a esperas excessivas, ou outras restrições por um

determinado tempo.

2.5.3 Causas Principais dos Congestionamentos de Tráfego Aéreo :

a) Aumento do tráfego aéreo durante determinados períodos do ano, horas da

semana devido a viagens de férias e outros efeitos sazonais;

b) Diferentes capacidades dos diversos sistemas ATC;

c) Aviso ao órgão ATC, sem a necessária antecipação, sobre as prováveis demandas

de tráfego aéreo e as possíveis sobrecargas do sistema em determinados setores,

durante certos períodos;

d) Carência de técnicos e procedimentos eficazes, que permitam restabelecer, em

situações críticas, o razoável equilíbrio entre a demanda de tráfego aéreo e a

capacidade ATC, fundamentado em medidas que sejam aceitáveis pelos

exploradores das aeronaves, tanto sob o ponto de vista operacional, quanto

econômico.

Os congestionamentos de tráfego aéreo podem ser creditados aos exploradores quando

adaptam seus serviços à demanda dos clientes e ao fato de que a escolha das rotas e

níveis de vôo sejam limitados devido às necessidades de compartilhar espaço aéreo

com outros usuários, especialmente à aviação militar.

Além disso, os exploradores, às vezes, tem que submeter-se a certas restrições impostas

por razões ambientais, isto é, operação noturna em determinados aeródromos,

procedimentos de atenuação de ruídos, etc., fatos que estimulam a concentração do

tráfego aéreo em breves períodos de tempo.

Page 64: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

62

A capacidade de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo por parte dos sistemas ATC

podem ser inadequados devido a ineficiência de pessoal nos órgãos existentes, tanto a

nível numérico quanto à formação profissional. Por outro lado, procedimentos ATC

ineficientes também podem limitar a capacidade ATC, a insuficiência de equipamentos

ATC, tais como radares primários, secundários e dispositivos eletrônicos de

processamento de dados, também podem provocar dificuldades para atender o

crescimento do tráfego aéreo.

2.5.4 Considerações sobre o Controle de Fluxo:

Em certos casos deverão ser adotados medidas de “controle de fluxo”, o qual tem o

objetivo de assegurar o equilíbrio razoável entre a demanda de tráfego aéreo e a

capacidade ATC para ajustar-se a esse volume.

Considerando que essas medidas são “restritivas”, elas devem ser mantidas nas

condições mínimas e serem aplicadas de forma seletiva, atingindo tão somente a parte

do tráfego aéreo que dá origem ao problema.

O termo seletivo não deve ser interpretado como discriminatório por parte do ATC,

porque, toda distinção entre partes diferentes do tráfego aéreo, deveria basear-se,

exclusivamente, em categorias tais como tráfego aéreo de chegada, saída ou sobrevôo,

sem nenhuma consideração em relação ao tipo de vôo (civil, militar, regular e não

regular).

Quando necessário aplicar medidas de “controle de fluxo”, em certas regiões do espaço

aéreo, estas sim deveriam ser limitadas aos períodos em que haja previsão de que a

demanda de tráfego aéreo extrapolará a capacidade do ATC e medidas deverão ser

tomadas de forma eqüitativa entre todos os vôos.

Page 65: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

63

2.5.5 No contexto do ATFM, deveriam ficar isentos das medidas de

“controle de fluxo” os seguintes vôos :

a) Os vôos em situações de emergência, inclusive aqueles que estão sob

interferência ilícita;

b) Os vôos envolvidos em razões humanitárias;

c) Os vôos de caráter médico, declarados especificamente pelas autoridades

médicas;

d) Os vôos em missões de busca e salvamento (SAR);

e) Os vôos classificados como de “Chefes de Estado;”

f) Outros vôos, para os quais as autoridades estatais tenham solicitado

especificamente a isenção.

Em estreita cooperação com o ATC, os exploradores de aeronaves e os administradores

de aeroportos, o serviço ATFM deveria permitir a plena exploração da capacidade ATC

para ajustar-se a demanda de tráfego aéreo, bem como garantir a maior flexibilidade

possível no uso das rotas para assegurar esperas mínimas a todos os vôos.

Além disso, o ATFM deveria fornecer ao ATC e aos exploradores de aeronaves e

administradores de aeroportos informações antecipadas sobre situações de sobrecargas e

preparar dados estatísticos relativos ao tráfego aéreo objetivando identificar,

prontamente, os obstáculos que apareçam no sistema.

Convém lembrar que nesta etapa, que o êxito da implementação do ATFM dependerá da

eficácia das comunicações e da colaboração estabelecida entre as autoridades ATS

nacionais, os exploradores das aeronaves e as autoridades militares.

2.5.6 O serviço ATFM e suas atribuições nas funções Estratégica e

Tática:

a) Rever e repassar os dados sobre a infra-estrutura da navegação aérea, a

capacidade do sistema ATC e de alguns aeródromos situados dentro da área

Page 66: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

64

ATFM, compreendendo a capacidade das pistas, pistas de táxi, pátios e terminal

de passageiros;

b) Rever e analisar os dados de todas às operações de vôos controlados previstos e

que envolva a área do ATFM;

c) Estabelecer um quadro coerente da demanda de tráfego aéreo prevista com a

capacidade da infra-estrutura instalada e a determinação de setores e duração de

sobrecargas de tráfego aéreo;

Estabelecer coordenação com as autoridades ATS competentes para realizar tentativas

de incremento da capacidade ATC disponível, quando necessário. Em algumas

situações particulares poderia ser vantajoso estabelecer reuniões de trabalho com

representantes do ATC, autoridades aeroportuárias e exploradores de aeronaves visando

obter contribuições importantes para reduzir o impacto dos períodos de demanda

máxima.

Quando não for possível eliminar as carências em matéria de capacidade ATC,

determinar e aplicar oportunamente medidas táticas adequadas e coordenadas em toda

área ATFM, segundo o necessário e com a participação dos exploradores de aeronaves e

administradores de aeroportos.

Quando necessário aplicar medidas para controlar o fluxo de tráfego aéreo, em forma de

esperas, o ATC deveria aplicá-las no solo e não em vôo. Se a aplicação de tais medidas

forem necessárias às aeronaves em vôo, estas deveriam ser informadas o mais breve

possível. Se necessário esperas em rota, as aeronaves atingidas deveriam manter-se o

mais próximo possível do ponto de ingresso a região que deu origem à restrição.

A introdução das medidas de controle de fluxo exige que a capacidade ATC seja

determinada com precisão e que se efetue uma avaliação do nível de demanda de

tráfego aéreo acima da qual será necessário regular o movimento.

Tendo determinado esse nível, o ATFM deveria proporcionar ao ACC informação

horária (e com a maior precisão possível) relativa às horas previstas de chegada e saída

Page 67: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

65

de todas as aeronaves durante cada período (15 a 30 minutos) no qual possam ser

previstas as condições de máximo tráfego.

Preferencialmente, estas previsões devem ser preparadas com uma antecedência de, no

mínimo, 3 horas, com análises e revisões periódicas. Considerando que estas previsões

contam com informações sobre muitas aeronaves, que eventualmente não tenham

decolado ou outras que não sejam do conhecimento do ACC, o ATFM deve adotar

medidas especiais para obter esta informação junto aos ACC adjacentes, aos

exploradores ou outras fontes disponíveis.

A previsão da capacidade do sistema parte do conhecimento da capacidade disponível

em condições ótimas de operação. Assim é necessário considerar as condições

meteorológicas adversas, as configurações das pistas em uso, as conseqüências das

mudanças das previsões dos ventos, a não disponibilidade de pistas, a inoperância de

auxílios à navegação para rota, aproximação e pouso, assim como qualquer outro fator

que possa afetar negativamente a regularidade dos vôos.

Estas informações são avaliadas posteriormente pelo ATFM, em estreita colaboração

com o ATC, de modo a obter um valor correspondente à capacidade provável do

sistema, a qualquer momento (Brasil, 1996b).

As medidas para regular a demanda podem ter várias formas. Nos sistemas mais

simples, os ACC que exercem o controle de fluxo para outros ACC adjacentes difundem

avisos solicitando que as aeronaves afe tadas sejam espaçadas em determinados

intervalos (10 minutos, por exemplo).

O espaçamento das aeronaves com essa finalidade não deve mesclar-se com as

separações, mas sim basear-se em um regime de aceitação, isto é, o número de

aeronaves aceitas em um determinado intervalo de tempo.

Esse método de aplicar o controle de fluxo é utilizado para vários ACC que não

possuem sistemas ATC de auxílio de computadores. Nos sistemas ATC automatizados é

possível aplicar uma forma mais aperfeiçoada e refinada.

Page 68: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

66

2.5.7 Medidas de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo:

A exata capacidade do sistema de controle de tráfego aéreo (ATC) é determinada por

intermédio de cálculos matemáticos que consideram todas as variáveis pertinentes e

poderosos Banco de Dados que permitem que o ATFM conheça perfeitamente a

“demanda esperada”.

Dessa forma, é possível balancear o sistema e obter um fluxo de tráfego aéreo

otimizado, mesmo nas áreas onde a demanda ultrapassa, por vezes, a “capacidade

instalada” do sistema ATC.

Fundamentalmente, as medidas de gerenciamento de fluxo podem ser classificadas

como:

a) Medidas Estratégicas ( poderá ser empregada até 48 horas antes do vôo); e

b) Medidas Táticas (poderá ser empregada no mesmo dia do vôo).

Medidas Estratégicas do ATFM consiste em acomodar os vôos em rotas, níveis e

aeroportos desejados com base em planejamento bastante antecipados. Eventualmente

poderá ser necessário alocar “Slot” para as decolagens de alguns aeroportos. Aponta-se

como exemplo, o sucesso das medidas estratégicas adotadas na região européia.

Medidas Estratégicas:

Obtém de forma antecipada as informações sobre as intenções de todos os vôos de um

determinado período ou data futura, deste modo é possível elaborar uma previsão de

demanda futura, baseado nas seguintes informações:

a) Horário propostos;

b) Rotas;

c) Nível de vôo; e

d) Aeródromos.

Page 69: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

67

Medidas Táticas do ATFM trabalha as limitações em bases flexíveis e tempo real, ao

invés dos rígidos parâmetros de aceitação típicos de controle de fluxo. Entre as medidas

Táticas comuns encontramos procedimentos de pequenos ajustes dos horários de

sobrevôo de pontos significativos, na fase de vôo em rota.

Estes ajustes podem consistir tanto em “atraso” como “adiantamento” em alguns

minutos, visando permitir o cumprimento de uma “aproximação ininterrupta” desde os

fixos de sequenciamento até o pouso no aeródromo de destino.

Medidas Táticas:

Os tópicos abaixo representam as principais medidas que podem ser aplicadas em

conjunto com órgãos de controles de tráfego aéreo, o qual visa evitar a sobrecarga nos

aeródromos e nos setores de controle:

a) Utilização do FMS (Sistema de Gerenciamento de Vôo);

b) Vetoração;

c) Ajustes de Velocidade;

d) Espera no Solo; e

e) Espera em Vôo.

2.5.8 O Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo no Brasil, Estados

Unidos e Europa:

No Capítulo 1, tópico 1.3 Motivação e Origem, descreve em detalhes o porque que o

Brasil resolveu adotar as técnicas de gerenciar fluxo de tráfego aéreo em algumas

regiões do país. A Figura 2.7 baixo mostra a real necessidade que o país tem de aplicar

as técnicas de gestão de fluxo de tráfego aéreo, em decorrência do aumento de demanda

de tráfego aéreo em determinadas regiões brasileira.

Page 70: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

68

Fig. 2.7 - Crescimento de demanda nos aeroportos de Congonhas,

Internacional de São Paulo/Guarulhos e Marte.

FONTE: SRPV-SP (Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo). Pôr terem passado pela mesma situação, o qual passa o espaço aéreo brasileiro, os

Estados Unidos e Europa, há alguns anos vêem empregando as técnicas do ATFM para

gerenciar, controlar e organizar o tráfego aéreo conforme seja detectado futuras

situações de conflito (demanda x capacidade) no espaço aéreo e nos aeroportos.

Hoje em dia se torna premente uma ferramenta de análise de fluxo aéreo semelhante aos

modelos Americano e Europeu para ser empregada nas regiões que por ora ocorrem

extrapolação na capacidade de setores. Evidentemente, os especialistas de tráfego aéreo

brasileiros, precisam conhecer os dois sistemas para que possam comparar qual deles se

adaptaria a realidade nacional.

Atualmente a única medida ATFM que é empregada no Brasil é o “Controle de Fluxo”,

que além de ser uma medida restritiva, não atende a demanda reprimida que hoje se

tem. Para proteger o Serviço de Tráfego Aéreo nacional, existem medidas que poderiam

ser empregadas a longo, médio e a curto prazo.

1 2 4 5 1 41 0 6 9 8 5

828267 6 2 2 7

1 4 7 5 8 81 3 4 6 3 0

2 1 0 1 8 1

1 8 2 2 3 91 7 3 5 8 4

160202

1 2 6 3 2 71 4 4 6 5 5

1 5 4 2 9 41 7 0 8 3 2

1 9 1 8 1 0

0

5 0 0 0 0

1 0 0 0 0 0

1 5 0 0 0 0

2 0 0 0 0 0

2 5 0 0 0 0

1 9 9 3 1994 1 9 9 5 1996 1 9 9 7 1998 1 9 9 9A N O S

ME

RO

DE

MO

VIM

EN

TO

S

C O N G O N H A S

G U A R U L H O S

C A M P O D E M A R T E

Page 71: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

69

Medidas a longo prazo (5 a 10 anos) incluem avanços tecnológicos no sistema de

Controle de Tráfego Aéreo (ATC), construção de novas pistas nos aeroportos

congestionados e construção de novos aeroportos para redirecionar o crescente fluxo de

tráfego aéreo nas áreas afetadas.

Medida a Médio prazo (6 meses até 2 anos), prevê, emprego do Slot de Tempo e,

aumento no valor das tarifas em horários considerados de pico.

Medidas a Curto prazo, prevê que os órgãos ATC possam obter de maneira antecipada o

volume de tráfego aéreo para tentar adequar a demanda com a capacidade ao longo do

tempo em todos os componentes do sistema ATC. Esta atitude dar-se-á o nome de

Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM).

A criação do Núcleo de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (NuATFM), é uma

estrutura fundamental para o aprimoramento contínuo dos estudos de ATFM, como

também, na formação de especialistas de tráfego aéreo em gerentes ATFM com

conhecimentos técnico/científico adequados para promover o melhoramento do Sistema

de Controle de Tráfego Aéreo nacional.

2.5.8.1 O Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo nos Estados Unidos :

Para atender o acréscimo de demanda de tráfego aéreo, os Estados Unidos através da

FAA criou o “Air Traffic Control System Command Center - ATCSCC“, o qual tem o

objetivo de balancear a demanda de tráfego aéreo com a capacidade do ATC. O uso de

ferramentas avançadas de automação e comunicações diretas com os ACC, APP, TWR

e empresas aéreas, tornou o ATCSCC capaz de gerenciar o fluxo de tráfego aéreo tanto

a nível nacional quanto local. (Winter e Nuber, 1994).

Um dos componentes mais importantes do ATCSCC é um sistema computadorizado

denominado Enhanced Traffic Management System (ETMS). Este sistema é interligado

com as bases de dados dos vôos do México, Canadá e Europa, e tem como função,

mostrar, em escala nacional ou local, o tráfego aéreo em evolução, provendo condições

para que os especialistas dos Centros possam adotar ações voltadas para minimizar os

Page 72: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

70

atrasos, as esperas no solo ou em vôo, disponibilizar informações de vôos com outros

centros de gerenciamento e principalmente alertar os gerentes ATFM sempre que a

projeção em rota, TMA ou fixo exceder a capacidade do ATC.

O ETMS recebe e processa as informações de posição de aeronaves voando em

qualquer região conforme descrita anteriormente, como também em áreas oceânicas.

Prevê informações e assegura as outras organizações internacionais, usuários do espaço

aéreo e provedores internacionais de serviço, as informações de fluxo aéreo de modo

integrado e centralizado, para poder repassar para os outros Centros de Gerenciamento

do país.

O ATFM Americano trabalha, basicamente, com medidas de gerenciamento Tático,

diferentemente do sistema Europeu, que veremos no tópico “O Gerenciamento de Fluxo

de Tráfego Aéreo na Europa”. Este sistema trata os vôos em tempo real e utiliza um

simulador denominado “Fast Time Simulation” para projetar todo o tráfego aéreo 4

horas a frente do horário real. Desta forma, os gerentes ATFM americanos conseguem

prever qualquer anomalia em qualquer setor do espaço aéreo americano de maneira

antecipada ao surgimento de possíveis problemas de congestionamento e saturação na

capacidade dos setores.

2.5.8.2 O Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo na Europa:

A Central Flow Management Unit - CFMU, com sede em Bruxelas, é o centro de

excelência no tocante ao Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo europeu, tornando-

se inteiramente operacional em 1996, substituindo os 5 centros regionais de

gerenciamento de fluxo, operantes pelas administrações nacionais. Desde então o

CFMU tem proporcionado o serviço de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo à 35

países membros da Conferência de Aviação Civil Européia (ECAC). Esta aliança é

resultado da cooperação entre a ECAC, países membros, empresas aéreas e o

EUROCONTROL. (Winter e Nuber, 1994).

Para o CFMU gerenciar o fluxo de tráfego aéreo europeu, entende-se que os

gerenciadores de fluxo devem estar capacitados a acessar o banco de dados contendo as

Page 73: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

71

informações de planos de vôos de todas as aeronaves que pretendam voar no espaço

aéreo. Para facilitar o trabalho dos gerenciadores, foi criado o “IFPS” (Integrate Initial

Flight Plan Processing), que tem o objetivo de receber e processar de modo

centralizado, todos os planos de vôo de todas as aeronaves que irão voar no espaço

aéreo europeu todos os dias. Este sistema tornou-se inteiramente operacional em março

de 1996. Cada vôo normalmente está sujeito a 3 fases, antes de ser conduzido pelo

ATC, são eles:

ATFM estratégico

Considera-se o modo estratégico, os vôos até 2 dias antes de sua realização. Durante

essa fase o CFMU prepara uma previsão de “demanda de tráfego aéreo” em todos os

setores, portanto, essa medida torna-se obrigatório para todas as aeronaves

envolvidas.

ATFM pré-tático

O modo pré-tático, ocorre durante os 2 dias antes do dia previsto para o vôo.

Baseado na previsão estratégica, nas informações recebidas das FMP, dos ACC e

nos dados estatísticos do CFMU, uma mensagem de notificação ATFM é preparada

para o dia seguinte. A ANM define um plano tático para a operação do próximo dia

e informa os operadores de aeronaves e aos órgãos ATC sobre as medidas ATFM

que serão usadas.

ATFM tático

É a operação realizada no mesmo dia do vôo, incluindo alocação de horas de

decolagem, reorganização das rotas para evitar saturação e trajetórias de vôos

alternativas para atingir a eficiência máxima.

FMP é uma posição remota de recebimento das informações de demanda de tráfego

aéreo de uma determinada região.

Page 74: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

72

Como podemos perceber existem diferentes conceitos empregados entre os sistemas

ATFM americano e europeu, porém, a qual desses sistemas o Brasil poderia adapta-se?

É evidente que não é fácil dizer de imediato qual desses seria o ideal, entretanto,

segundo os especialistas brasileiros o caminho mais provável será um sistema híbrido.

Onde numa primeira fase trabalhara-se de maneira “Estratégica” e numa segunda fase

trabalhara-se as duas em conjunto (Estratégico e Tático).

Portanto, o emprego das técnicas gerenciais aplicadas nos Estados Unidos e Europa para

solucionar o problema das esperas seja no solo ou em vôo, é de vital importância

também para solucionar este sério problema no tráfego aéreo brasileiro.

2.6 O Cenário Desejado:

Os órgãos de controle de tráfego aéreo atenderão o crescente número de movimentos de

aeronaves, dentro dos padrões de segurança estabelecidas. Um seguro, ordenado, rápido

e econômico fluxo de tráfego aéreo será mantido continuamente.

O serviço de controle de tráfego aéreo sequenciará o tráfego de maneira a eliminar as

esperas devido ao acúmulo de vôos. Eventuais sobrecargas do sistema de controle de

tráfego aéreo serão tratadas de forma preventiva, com mínimos efeitos adversos para os

operadores de aeronaves.

Caso as esperas sejam inevitáveis, as demoras serão distribuídas uniformemente entre

todos os usuários. Em circunstâncias especiais e com apropriada fundamentação, vôos

cumprindo o Horário de Transporte Aéreo Comercial (HOTRAC) poderão receber um

atendimento prioritário com vistas a fomentar a sua regularidade.

A implantação do Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo, através do emprego das

medidas de gerenciamento, aliviará a sobrecarga que atualmente se verifica e permitirá

aproximar a razão de aceitação do aeródromo à capacidade das pistas para absorver as

operações de pouso e decolagem em SBSP (Aeroporto de Congonhas - São Paulo) e

outros aeródromos com movimento intenso.

Page 75: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

73

O aeroporto Internacional de São Paulo – Guarulhos, de forma semelhante ao aeroporto

de Congonhas, também passou a gerar um volume de tráfego elevado, com potencial de

ultrapassar a capacidade da pistas e ou do serviço de ATC.

O mesmo fenômeno está ocorrendo em mais alguns pontos do país, especialmente em

Aeroporto da Pampulha – Belo Horizonte (SBBH) e Aeroporto Internacional de

Brasília (SBBR), que assim se inclui nas áreas de interesse da ATFM.

Com a finalidade de contribuir para a melhor utilização possível do espaço aéreo e da

capacidade das pistas, uma perfeita coordenação entre os usuários, prestadores de

serviço e órgãos normativos do Ministério da Aeronáutica (MAer), ocorrerá de forma

sistemática e regular.

2.7 Situação Específica:

As atividades de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo proverão facilidades

operacionais para a melhoria dos serviços prestados por integrantes de diversos outros

sistemas.

Mediante uma interação direta com o Centro de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego

Aéreo (ATFM-C), as Companhias Aéreas poderão aperfeiçoar seu próprio controle

operacional, possibilitando alterações de planejamento de vôos com rapidez e

confiabilidade.

A administração aeroportuária terá acesso a informações valiosas para a alocação de

“gates”(portões de entrada na TMA) e utilização mais efetiva de pátios e áreas de

estacionamento.

O Departamento de Aviação Civil (DAC), além do parecer relativo à concessão de

HOTRAN, terá fácil acesso as informações sobre os vôos efetivamente realizados sobre

o território brasileiro. O Sistema de Controle e Fiscalização de Aviação Civil

(SICONFAC) poderá receber informações de interesse, extraídas da base de dados

ATFM.

Page 76: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

74

O relacionamento com sistemas de Gerenciamento de Tráfego Aéreo dos Estados

Unidos da América (ATCSSC) e Europa (CFMU-EUROCONTROL) será uma

necessidade nas atividades do ATFM-C, com benefícios mútuos.

A parceria com o ATCSCC e a CFMU visará a troca de informações, essencialmente

sobre o tratamento inicial de plano vôo. Essa prática eliminará a atual necessidade de

endereçamento múltiplos de mensagens e tende a simplificar o processamento de plano

de vôo pelos órgãos ATC.

A exemplo do ATCSCC, no espaço aéreo norte-americano, e da CFMU da

EUROCONTROL, abrangendo o espaço aéreo de mais de 35 (trinta e cinco) países, a

tendência é de apenas um órgão de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo

encarrega-se da prestação desse serviço no espaço aéreo sul-americano e partes da

região do Caribe.

Neste caso, com a adequada cooperação internacional, grande parte dos países da região

CAR/SAM poderão se valer das facilidades proporcionadas pelo ATFM brasileira.

Finalmente, a circulação operacional militar e as missões de urgência e emergência

poderão ser atendidas com a máxima prioridade com o mínimo prejuízo, para a

circulação aérea geral.

Page 77: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

75

CAPÍTULO 3

O MODELO DE CINEMÁTICA DOS SIMULADORES ATC

3.1 Introdução:

Neste Capítulo conceituaremos o que é a simulação e como será utilizada para o

treinamento dos controladores de tráfego aéreo nos seus diversos ramos de atuação.

Iremos descrever as particularidades de cada ramo do controle de tráfego aéreo e como

cada simulador deverá se comportar para melhor atendê- los. A seguir apresentaremos as

considerações sobre o movimento das aeronaves nos simuladores de tráfego aéreo, e por

fim, apresentaremos as equações de cinemática que são adotadas nos simuladores de

tráfego aéreo do IPV.

A simulação aqui considerada é essencialmente um trabalho com modelos que possuem

algumas características semelhantes à realidade. Tais modelos podem conservar as

caracterís ticas físicas e/ou lógicas do sistema real imitado (Shimizu, 1975.)

Sendo assim, o uso de simuladores no Controle de Tráfego Aéreo é uma prática

mundialmente difundida e utilizada pelos principais centros de formação cujo objetivo é

formar e reciclar os especialistas de tráfego aéreo nos seus diferentes ramos de atuação.

Os simuladores de tráfego aéreo são empregados principalmente na formação do

“Controlador de Tráfego Aéreo” que irá atuar no controle de aeródromo, controle

convencional e controle radar.

O controle de aeródromo compreende o ambiente da torre de controle que fica

localizada nos aeródromos e não conta com o auxílio de radar para o exercício de suas

atividades. Em algumas torres de controle existe um repetidor da visualização radar,

porém o controlador de torre limita-se na observação da visualização radar, passando a

interagir e monitorar uma aeronave até o pouso, somente quando o controle sobre esta

lhe é transferida pelo órgão de Controle de Aproximação(Controle Radar). A Figura 3.1

mostra o ambiente de torre de controle.

Page 78: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

76

O controle convencional é um ambiente de comunicação em que não existe a utilização

de radar. Este tipo de controle é utilizado em regiões onde não existem o serviço de

informação/cobertura radar. Os controladores convencionais, após receberem as

informações das aeronaves via rádio, anotam suas posições em formulários e passam a

controlá- las mentalmente como se estivessem vendo-as pela console radar. Nos

simuladores de controle de tráfego aéreo os instrutores muitas vezes durante as aulas

práticas provocam a retirada da imagem das aeronaves para tentar simular uma pane no

radar. Daí em diante os controladores passam a controlar as aeronaves de acordo com a

última posição apresentada na console.

O controle radar é um ambiente onde utilizam-se as consoles de apresentação radar.

Neste tipo de ambiente os controladores de tráfego aéreo controlam as aeronaves que

são detectadas pelo radar nas áreas próximas ao aeródromos que são denominadas APP

e em áreas denominadas ACC, que controlam as aeronaves em rotas. A Figura 3.2

mostra o ambiente de controle radar.

Os simuladores de tráfego aéreo desenvolvidos para os ambientes citados acima

procuram representar fielmente o ambiente de atuação dos controladores de tráfego

aéreo onde, o grau de realismo na execução dessas ferramentas possibilitam estudos

práticos que posteriormente são aplicados em situações reais. Os benefícios advindos do

uso de simuladores são inquestionáveis e são amplamente atestados por experiências

relatadas em diversas publicações especializadas. (Bianco, Dell’Olmo e Odoni, 1997).

Portanto, a cinemática que é aplicada aos simuladores de Controle de Tráfego Aéreo

busca na verdade representar o movimento das aeronaves. A mecânica é

costumeiramente dividida em duas partes: cinética, que descreve como os objetos se

movem, e dinâmica, a qual explica porque os objetos se movem. Baseado nos conceitos

da Mecânica (cinética e dinâmica), iremos apresentar no tópico 3.2 as considerações

sobre o movimento das aeronaves adotadas nos simuladores de Controle de Tráfego

Aéreo desenvolvidos no âmbito do IPV.

Page 79: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

77

Fig. 3.1 – Ambiente de Controle de Torre (TWR).

Fig. 3.2 – Ambiente de Controle Radar (APP e ACC).

Page 80: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

78

3.2 Consideração Sobre o Movimento da Aeronave:

O modelo de cinemática adotado nos simuladores de tráfego aéreo do IPV tem como

objetivo dar ênfase na representação adequada que resulte em uma boa representação

visual do movimento de aeronaves numa determinada porção do espaço aéreo que será

simulado.

Os parâmetros das aeronaves, por definição, assumem dois valores básicos que

representam o estado inicial e final desses parâmetros. O valor inicial ou atual

representa o estado atual do parâmetro, cujo valor foi atribuído inicialmente advindo da

base de dados de aeronaves, enquanto que o valor final ou de demanda, representa o

estado final desejado para aquele parâmetro. Em geral o valor final ou de demanda de

um parâmetro é atribuído durante o decorrer da simulação e pode ser alterado quantas

vezes forem necessárias.

Todos os parâmetros que descrevem o movimento das aeronaves nos simuladores, como

por exemplo: velocidade, altitude, razão de subida ou descida e aceleração, são

confrontados constantemente com os valores máximos e mínimos correspondentes ao da

tabela de performance. A tabela de performance contém uma descrição completa de

todos os parâmetros das aeronaves a serem simuladas. A atualização dos parâmetros da

aeronave é feita a cada segundo. No caso específico da cinemática dos simuladores do

IPV, o período de atua lização é da ordem de um segundo. (IPV, 1984).

A seguir, apresentaremos as fórmulas aplicadas para cálculo dos parâmetros das

aeronaves a serem simuladas.

3.2.1 Cálculo da Velocidade:

Dada a equação do módulo da velocidade para o movimento retilíneo com aceleração

constante:

V( t ) = Vo + a * t [1]

e considerando conhecida a velocidade em um instante “t” qualquer, para um instante

“t+dt”

Page 81: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

79

V( t +dt ) = V( t ) + a * dt, [2]

Sendo “dt” o intervalo de tempo entre iterações(repetição do algoritmo), a equação

anterior poderá ser reescrita da seguinte maneira:

V( i ) = V( i-1 ) + a * dt. [3]

A projeção da velocidade da aeronave no plano YX nos dá a velocidade com relação ao

solo:

Vsolo = V( i ) [4]

Neste caso a velocidade no solo será igual a velocidade final, porque a velocidade final

não está sofrendo variações.

3.2.2 Cálculo da Posição da Aeronave:

O espaço percorrido pela aeronave em um tempo “t” qualquer é dado pela equação:

s( t ) = Vo * t + a . t² / 2 [5]

Para um instante “t+dt” temos:

s( t+dt ) = s( t ) + V( t ) * dt + a * (dt²) / 2 [6]

Portanto, o espaço percorrido entre os instantes “t” e “t+dt” é dado por:

ds = V( t ) * dt + a * (dt²) / 2 [7]

A direção do vôo é dada pela “proa atual” da aeronave graus em relação ao Norte.

Supõe-se que a direção Norte é apontada pelo eixo Y do sistema de referência. Assim as

componentes de “ds” em Y e X são:

dy = ds * cos (proa_atual) [8]

Page 82: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

80

dx = - ds * sen (proa_atual) [9]

Fazendo “dt” igual ao intervalo de tempo entre iterações, para a posição da aeronave

relativa ao eixo x no instante t = i * dt, obtemos:

xa( i ) = xa(i-1) + dx(i) [10]

ya( i ) = ya(i-1) + dy(i) [11]

3.2.3 Cálculo da Proa:

A manobra de curva de uma aeronave é modelada como se fosse composta por uma

série de segmentos retilíneos de vôo, cada qual executando em uma nova direção.

Tendo como ponto de partida a proa no início da curva, uma nova proa é calculada a

cada intervalo dt:

Proa_a( i ) = Proa_a (i-1) + Razão_Curva * dt [12]

Proa_a é a proa da aeronave antes do início da curva.

Razão_Curva é a variação da proa no intervalo de tempo dt.

Uma nova posição da aeronave é então calculada. Este processo encerra-se quando a

proa atual da aeronave igualar-se à proa de demanda (proa final na manobra de curva).

3.2.4 Cálculo da Altitude:

Considerando a razão de subida ou descida r_sd podemos calcular o deslocamento da

aeronave em Y, que será dado por:

dy = r_sd * dt [13]

A projeção, no solo, do deslocamento da aeronave será:

dSsolo = sqrt ( ds² - dy² ) [14]

A altitude da aeronave é incrementada a cada intervalo de tempo dt e é dada por:

Page 83: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

81

Alt_a( i ) = Alt_a( i -1) + dy [15]

A posição da aeronave a cada iteração é dada pelas equações [10 e 11].

A velocidade é obtida pela equação [1], enquanto que a velocidade no solo é calculada

por:

VSsolo = sqrt ( V² (i) – r_sd² ) [16]

Neste caso calcula-se novamente a velocidade no solo, porque a velocidade final está

sendo variada a cada iteração.

As iterações continuam até que a altitude atual iguale-se à altitude de demanda da

aeronave.

3.2.5 Cálculo de Interceptação de Baliza:

Nesta manobra são confrontados, a cada intervalo de tempo dt, os parâmetros x,y da

aeronave com o x,y da baliza para saber, se a aeronave interceptou a baliza em questão.

As equações a serem consideradas neste procedimento são: [10,11 e 12]. O processo

deverá ser repetido até que as coordenadas da aeronave e as coordenadas da baliza

igualem-se e a proa atual da aeronave seja igual à proa de demanda.

3.3 Considerações Finais:

Neste Capítulo foi apresentado algumas considerações sobre o ambiente de trabalho dos

controladores de tráfego aéreo e a importância que os simuladores de tráfego aéreo têm

para auxiliá- los no treinamento de suas funções. Na seqüência apresentamos a maneira

como a cinemática calcula os parâmetros das aeronaves. Finalmente, apresentamos as

equações de cinemática que atuam diretamente nos parâmetros da base de dados das

aeronaves.

Este Capítulo juntamente com o Capítulo 4 formam uma importante referência para

entendermos em primeiro lugar como são calculados e atualizados os dados dinâmicos

(velocidade, altitude e proa) de cada aeronave selecionada para a simulação. No

Page 84: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

82

Capítulo 4 apresentaremos as regras de tráfego aéreo voltados para a execução dos

procedimentos automáticos (Decolagem, Subida, Trajetória, Espera e Pouso),

demonstrando, passo a passo o comportamento que uma aeronave deverá ter desde a

decolagem a té o pouso para cumprir o plano de vôo que foi designado.

Page 85: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

83

CAPÍTULO 4

OS PROCEDIMENTOS AUTOMÁTICOS UTILIZADOS NOS SIMULADORES DE CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO

4.1 Descrição Geral:

No simulador de controle de tráfego aéreo os procedimentos automáticos são algoritmos

que têm a função de direcionar as aeronaves durante todas as fases de vôo, desde a

decolagem até o pouso. Na simulação os procedimentos automáticos podem ser

incorporados às aeronaves durante a simulação propriamente dita, ou durante a etapa de

criação das aeronaves onde elas podem ser planejadas com um procedimento

automático predeterminado (IPV, 1984).

Durante a simulação a mudança de procedimento poderá ser feita através da

comunicação via rádio entre o controlador e o piloto. Ao receber as ordens do

controlador o piloto imediatamente comanda a aeronave para realizar o novo

procedimento.

Os procedimentos automáticos podem ser criados e planejados de modo encadeado, isto

é, pode-se associar vários procedimentos automáticos para um único comando de

pilotagem. A aeronave ao receber este comando cumprirá o primeiro até o último

procedimento, ininterruptamente. Mas, para que isso ocorra é necessário que este

comando encadeado esteja anteriormente gravado na base de dados dos procedimentos.

Os procedimentos automáticos mais utilizados nos simuladores de controle de tráfego

aéreo são: Decolagem / Subida, Trajetória, Espera e Pouso.

Os procedimentos são subdivididos em fases. Cada fase representa um trecho bem

definido de cada procedimento. A aeronave permanecerá em uma determinada fase,

enquanto não atingir as condições que foram preestabelecidas para serem cumpridas.

Exemplo: uma aeronave foi programada para cumprir um procedimento de Espera

(ficar em órbita) num determinado fixo em uma determinada altitude. Se a aeronave não

estiver na altitude preestabelecida para chegar naquele fixo, a cada intervalo de tempo

Page 86: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

84

“dt” ela executará o algoritmo correspondente àquela fase do procedimento de Espera

até que atinja a altitude programada. Após atingir a altitude preestabelecida a aeronave

poderá cumprir duas situações: ficará em Espera indefinidamente na mesma altitude e,

só abandonará o procedimento depois que receber um novo comando de pilotagem ou

irá cumprir outro procedimento logo que atinja a altitude estabelecida no fixo.

Nos simuladores de controle de tráfego aéreo desenvolvidos no IPV existem duas

entidades através das quais os controladores de tráfego aéreo interagem com o sistema.

Uma das entidades é a posição de Pilotagem, que é representada por uma tela de

pilotagem onde o controlador de tráfego aéreo ou outro operador habilitado pode pilotar

(dar comandos) até 6 aeronaves simultaneamente.

A outra entidade é a posição de Controle ou Console, a ser operada exclusivamente

por um controlador de tráfego aéreo sob treinamento, que tem a função de apresentar na

tela da console radar as aeronaves que serão pilotadas e as que serão conduzidas pelo

próprio sistema. As aeronaves conduzidas pelo próprio sistema não são pilotadas e, tem

apenas o objetivo de retratar em determinadas situações uma demanda de tráfego aéreo

acima do volume normal para treinar os controladores em situações anormais ou de

emergência.

Na posição de Controle tanto são apresentadas as imagens gráficas em 2D dos mapas

(rios, auxílios a navegação, fixos de balizamento e os contornos de setores) da região a

ser simulada como também o controlador poderá manipular comandos tanto para

aeronaves quanto para a própria tela de Controle. A Figura 4.1 mostra um exemplo de

detecção da aeronave pelo sinal radar e a Figura 4.2 mostra um exemplo da imagem

radar que o controlador de tráfego aéreo receberá na tela da Console Radar. A

representação do símbolo da aeronave na console depende da empresa fabricante da

console. Em seguida serão apresentados mais detalhes de cada procedimento

automático.

Page 87: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

85

Fig. 4.1 - Aeronave detectada pelo sinal do Radar.

Fig. 4.2 - Representação gráfica 2D da Console Radar.

A Figura 4.2 mostra um cenário fictício onde procurou-se demonstrar os elementos que

compõem a representação gráfica em 2D de um determinado espaço aéreo. Essa

Page 88: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

86

representação é composta por Aeronaves, Fixos(pontos) de balizamento, Setores,

Aerovias e Elipses que representam as órbitas que serão utilizadas pelas aeronaves para

o cumprimento do procedimento de Espera. Mais detalhes sobre a Espera está descrita

no tópico 4.4.

4.2 Procedimento de Decolagem / Subida:

Este procedimento representa o início do vôo de uma aeronave, onde serão considerados

os parâmetros de performance da mesma e os parâmetros referentes ao aeródromo para

dar prosseguimento à fase de decolagem. Este procedimento engloba as manobras

necessárias para uma decolagem e está dividido em três fases:

Preparação:

Na preparação é verificada se a aeronave está na pista e identificada a proa de

decolagem. Caso a proa da aeronave seja diferente da proa de decolagem é determinado

o sentido de curva para que a aeronave possa executar a curva pelo menor ângulo. A

velocidade inicial é igual a zero, a velocidade final será igual a velocidade de

decolagem e a altitude inicial e final será igual a altitude (elevação) do aeródromo.

Fase de Alinhamento com a Pista:

Verificada se a aeronave está com a proa de decolagem, se for diferente, a mesma

permanecerá fazendo curva até que atinja a proa de decolagem.

Fase de Corrida na Pista:

Durante esta fase a aeronave é acelerada no sentido da pista de decolagem e continuará

acelerando até que sua velocidade inicial alcance a velocidade de decolagem estipulada

na tabela de performance para cada tipo de aeronave.

Fase de Subida:

Após a aeronave atingir a velocidade de decolagem, ela iniciará uma subida até 500 pés,

no caso de helicópteros; ou 1000 pés, no caso de aeronaves com motor turbo hélice; ou

1500 pés, no caso de aeronaves à jato. Durante a subida será utilizada a razão de subida

na decolagem (pés/minuto) apropriado para a aeronave que estiver executando esta fase.

Page 89: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

87

Sua velocidade final será inicializada para velocidade de subida na decolagem. A

aeronave só abandonará a fase de decolagem quando atingir a altitude estabelecida pelo

seu tipo e quando a velocidade final for igual à velocidade de subida na decolagem.

A Figura 4.3 abaixo apresentam as diversas fases dos procedimentos de Decolagem e

Subida.

Fig. 4.3 - Fases dos procedimentos de Decolagem/Subida.

4.3 Procedimento de Trajetória:

Nesta fase a aeronave cumprirá o deslocamento previsto em sua trajetória planejada

ponto a ponto, obedecendo as indicações de velocidades e altitudes programadas em seu

Plano de Vôo. Durante a evolução do vôo, desde a decolagem até o pouso, a aeronave

será conduzida de modo que possa atingir esses parâmetros durante todo o percurso.

Nos pontos que compõem a trajetória vêm descrita as informações de localização

(latitude e longitude), velocidade e altitude. Durante a simulação, quando a aeronave

interceptar um ponto, o piloto tanto poderá obter informações do ponto em questão

Page 90: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

88

como também poderá saber qual será o próximo ponto a ser interceptado e qual será o

tempo estimado para o bloqueio (chegada no ponto).

O procedimento de Trajetória também é subdivido em fases. A fase inicial prepara a

aeronave através de rotinas internas a se dirigir ao primeiro ponto da trajetória a ser

interceptado, como também ajustará sua velocidade e altitude para alcançar os mesmos

parâmetros do fixo em questão. A segunda fase verificará a cada intervalo dt se a

aeronave conseguiu interceptar o fixo a ser atingido, caso não tenha conseguido, esta

fase procurará colocar a aeronave na direção correta do fixo até que seja interceptado. A

terceira e última fase verificará se existem mais fixos a serem interceptados, se existir

remete a aeronave a cumprir a segunda fase, caso contrário remeterá a aeronave ao

procedimento de Pouso, e finalizará o procedimento de Trajetória.

4.4 Procedimento de Espera:

Quando um número grande de aeronaves se aproxima de um mesmo aeródromo, pode

haver a necessidade de se efetuarem procedimentos de Espera. Uma Espera é uma

manobra pré determinada que mantém a aeronave dentro de um espaço aéreo

especificado, enquanto esta aguarda autorização para executar um procedimento de

aproximação. Constitui-se das seguintes partes como mostra a Figura 4.4.

Fig. 4.4 - Etapas que compõem o procedimento de Espera.

Page 91: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

89

Cada uma dessas etapas dura 1 minuto. As curvas devem ser efetuadas à razão constante

de 1,5 e 3 graus/seg. dependendo da altitude da aeronave. As Esperas são divididas em

setores, porém, para se entrar na Espera, deve-se efetuar o tipo de entrada que esteja de

acordo com o setor da Espera em que se está aproximando. A Figura 4.5 abaixo

demonstra as diversas maneiras de realizar as Esperas.

Fig. 4.5 - Maneiras de realizar o procedimento de Espera.

Este procedimento é bastante utilizado nos seguintes casos:

A aeronave ao bloquear o último ponto da trajetória se estiver com os parâmetros de

velocidade e altitude incompatíveis para o pouso, ficará em órbita (Espera) neste ponto

até que atinja as condições para realizar o pouso;

Page 92: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

90

De maneira antecipada o controlador de tráfego aéreo, prevendo que não haverá a

possibilidade para o pouso, comunicará ao piloto para que num determinado ponto da

trajetória a aeronave diminua sua velocidade e permaneça em órbita até que a situação

no aeroporto esteja normalizada. Assim que houver a possibilidade de pouso a aeronave

abandonará a Espera e seguirá para o aeródromo de pouso.

4.5 Procedimento de Pouso:

Este procedimento envolve as manobras necessárias para o pouso de uma aeronave. As

fases do procedimento de pouso estão apresentadas na Figura 4.7. A seguir

apresentaremos os detalhes de cada fase:

Fase de Preparação (fase 0).

Nesta fase é verificada a posição da aeronave em relação à pista de pouso e, em função

desta posição, a mesma é remetida para uma fase posterior. De acordo com a posição da

aeronave temos:

Caso 1:

“Aeronave à uma distância lateral do eixo da pista, maior ou igual à 2 vezes o raio de

curva da aeronave (2R) e à uma distância da cabeceira, maior que 3R+Dist_Rampa1”.

Neste caso, a aeronave iniciará uma curva (aproximando-se da pista) para uma proa

perpendicular ao eixo da pista e será remetida para a fase de interceptação do eixo da

pista (fase 3). As distâncias 2R e 3R + Dist_Rampa são utilizadas para garantir que,

independente da proa da aeronave, esta terá condições de executar as manobras

necessárias para se alinhar com o eixo da pista de pouso antes de atingir o início da

rampa de descida (Figura 4.6).

Caso 2:

“Aeronave à uma distância lateral do eixo da pista maior ou igual a 2 vezes o raio de

curva da aeronave (2R), porém a uma distância da cabeceira menor que

1 Dist_Rampa é a projeção no solo da distância que a aeronave deverá percorrer para descer de sua altitude atual até a altitude da pista de pouso, mantendo a razão de descida e a velocidade.

Page 93: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

91

3R+Dist_Rampa”. Estando nessa situação a aeronave iniciará uma curva (afastando-se

da pista) para uma proa defasada de 180° da direção de pouso e será desviada para a

fase 2 do procedimento.

Caso 3:

“Aeronave no eixo da pista e voando na mesma direção do pouso”. Se a distância entre

a aeronave e a cabeceira da pista de pouso for maior que Dist_Rampa a aeronave será

remetida para a fase de interceptação de rampa - fase 5. Caso contrário, a aeronave

iniciará uma curva para a esquerda com proa perpendicular ao eixo da pista e será

remetida para a fase 1 do procedimento - fase de afastamento do eixo. O mesmo deverá

ocorrer caso a aeronave esteja voando no eixo da pista, porém em sentido contrário ao

pouso.

Caso 4:

“Aeronave voando a uma distância lateral do eixo da pista menor que 2R”. Neste caso a

aeronave iniciará uma curva para uma proa perpendicular ao eixo da pista e será

remetida para a fase 1 do procedimento. Se a aeronave estiver à esquerda da pista de

pouso, a nova proa será dada por : rumo da pista - 90°. Caso a aeronave esteja à direita

da pista, a nova proa será: rumo da pista + 90°.

Fig. 4.6 Condições limitantes de curva.

Page 94: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

92

Fase de Afastamento do Eixo (fase 1).

Durante esta fase a aeronave voará até atingir uma distância lateral - com relação ao

eixo da pista - maior ou igual a 2R. Ao atingir essa distância a mesma retornará para a

fase de preparação (fase 0).

Fase de Vôo na Perna do Vento (fase 2).

Nesta fase a aeronave voará na perna do vento - rumo oposto ao da pista de pouso - até

afastar-se a uma distância R+Dist_Rampa da cabeceira da pista. Ao atingir essa

distância, iniciará uma curva para uma proa perpendicular ao eixo da pista, de modo a

aproximar-se desse eixo. Após iniciar a curva a aeronave é remetida para a fase 3.

Fase de Interceptação do Eixo da Pista (fase 3).

Durante essa fase a aeronave irá se aproximar do eixo da pista até uma distância R. Ao

atingir essa distância a aeronave iniciará uma curva para alinhar-se com a pista,

ingressando na fase 4.

Fase de Alinhamento com o Eixo da Pista (fase 4).

Nessa fase a aeronave estará fazendo uma curva buscando o alinhamento inicial com o

eixo da pista. Isto ocorrerá quando a proa da aeronave for igual ao rumo da pista de

pouso. Neste instante a aeronave passará para a fase 5.

Fase de Interceptação da Rampa (fase 5).

Se até atingir a cabeceira da pista a aeronave não conseguir interceptar a rampa de

descida prevista, a mesma iniciará uma curva à esquerda para uma proa perpendicular

ao eixo da pista, retornando para a fase 1 do procedimento. Caso consiga interceptar a

rampa, a aeronave começará a descer com uma razão de descida adequada para se

manter nesta rampa. Durante sua permanência nesta fase a aeronave estará corrigindo

seu alinhamento com relação ao eixo da pista. Ao interceptar a rampa a aeronave é

remetida para a fase 6.

Page 95: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

93

Fase de Rampa (fase 6).

A aeronave continuará sua descida até atingir a altitude da pista. Ao tocar a pista a

aeronave sofrerá uma desaceleração - aceleração negativa - em seu movimento - e

passará para a fase 7.

Fase de Corrida na Pista (fase 7).

Ao atingir a velocidade de deslocamento no solo, se existir um procedimento de táxi

associado à aeronave, esta abandonará o procedimento de pouso e iniciará o

procedimento de táxi. Caso contrário, continuará correndo na pista até que a sua

velocidade seja igual a zero.

Page 96: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

94

Fig. 4.7 - Fases do procedimento de Pouso.

Page 97: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

95

CAPÍTULO 5

ESTRUTURAS (EM MEMÓRIA) DE SUPORTE À SIMULAÇÃO

5.1 Descrição Geral:

Neste Capítulo apresentaremos a descrição do comportamento do vôo de uma aeronave

em sua trajetória desde a decolagem até o pouso e, uma descrição dos órgãos de

proteção ao vôo que farão a monitoração e o controle durante todo o seu percurso. Em

seguida será feita uma descrição detalhada de todas as estruturas que serão montadas em

memória “on line” a partir da conversão de diversos arquivos que compõem a Base de

Dados ATFM “off line”, pelo subsistema Supervisor, o qual possibilitará a execução da

simulação. Paralelamente apresentaremos as novas tabelas que serão geradas após a

simulação denominadas de “resultado da simulação” que possibilitarão a apresentação

gráfica da demanda de tráfego aéreo de qualquer região do país, pelo subsistema

Apresentação Gráfica de Resultado da Simulação.

5.1.1 Modelando o Vôo:

Para se entender a exata dimensão do serviço de tráfego aéreo é útil a descrição dos

órgãos ATC envolvidos e das etapas pelas quais passa uma aeronave que, por exemplo,

decola do Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre com destino ao

aeroporto de Congonhas em São Paulo. Para executar tal viagem, inicialmente é

necessário o fornecimento de informações específicas aos órgãos prestadores de serviço

de tráfego aéreo, relacionadas com o vôo planejado. Tais informações são passadas por

intermédio de um plano de vôo que possui, entre outros detalhes, o nível no qual a

aeronave voará e a rota a ser seguida. Desta maneira o comandante solicita autorização

para realizar o vôo.

O primeiro órgão ATC que entrará em contato com a aeronave é a Torre de Controle

do Aeroporto Salgado Filho. Ela representa o órgão estabelecido para proporcionar

serviço de controle de tráfego aéreo às aeronaves que evoluem nas proximidades do

aeródromo e nas áreas de manobras no solo. Chama-se ATZ a região do espaço aéreo de

Page 98: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

96

dimensões definidas, estabelecida em torno de um aeródromo e que fica sob jurisdição

da torre de controle. Em horários de pico, os controladores que trabalham em aeroportos

mais movimentados exercem suas atividades sob forte tensão, ficando, por vezes, no

limite para cometerem erros.

Após sair da ATZ do aeroporto Salgado Filho a aeronave entrará na área de controle

terminal (TMA) Porto Alegre . Uma TMA é situada geralmente na confluência de

Rotas ATS e nas imediações de um ou mais aeródromos, recebendo o nome da principal

cidade nela localizada. As áreas de controle terminal possuem configuração variável

indicada nas publicações da DEPV (Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo). A TMA

Porto Alegre, por exemplo, possui formato de um cilindro com 54 milhas náuticas de

raio, elevando-se até o nível de vôo (FL) 195 (aproximadamente 19500 pés de altitude).

Desta forma, uma aeronave pode sair da TMA Porto Alegre quando ultrapassar as 54

milhas ou quando cruzar o FL 195.

Após deixar a TMA Porto Alegre, a aeronave ingressará em uma aerovia sob jurisdição

do Centro de Controle de Área (ACC) Curitiba. O Serviço de Controle de Área é o

serviço de tráfego aéreo prestado especificamente aos tráfegos que evoluem em áreas de

controle (aerovias) com a finalidade de proporcionar separações adequadas.

O Brasil possui atualmente sete Centros de Controle de Área localizados em Curitiba,

Brasília, Recife, Belém, Manaus, Porto Velho e Campo Grande. Antes de chegar à

TMA São Paulo a aeronave proveniente de Porto Alegre deve ainda passar por parte da

aerovia controlada pelo Centro de Controle de Área de Brasília, isto ocorre porque a

aeronave está com a altitude incompatível para entrar na TMA São Paulo. Por fim a

aeronave entrará na TMA São Paulo sendo conduzida até as proximidades do Aeroporto

de Congonhas onde pousará quando autorizada pela Torre de Controle desse aeroporto.

A maioria dos vôos que ocorrem diariamente no Brasil passam por processos

semelhantes. Nos últimos anos o crescimento médio anual de movimentos na área de

controle terminal (TMA) São Paulo foi superior a 13%, considerando-se pousos e

decolagens nos aeroportos Internacional de São Paulo (Guarulhos), Congonhas e Marte.

Page 99: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

97

A Figura 5.1 retrata bem esta realidade. Nesta e em outras áreas de controle terminal

do país a demanda de vôos começa a exceder as capacidades de alguns setores do

espaço aéreo e de aeroportos. As autoridades aeronáuticas vêm sendo obrigadas a tomar

medidas consideradas restritivas ao vôo que, por conseguinte, geram um certo nível de

insatisfação aos usuários dos aeroportos, principalmente das companhias aéreas que

dependem diretamente do Serviço de Controle de Tráfego Aéreo.

Fig. 5.1 - Crescimento de demanda nos aeroportos de Congonhas,

Internacional de São Paulo/Guarulhos e Marte.

FONTE: SRPV-SP (Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo).

A explanação do vôo Porto Alegre à São Paulo teve como meta principal descrever em

detalhes todas as etapas que envolvem um vôo e, como são envolvidos os órgãos

operacionais nesse contexto. Porém, este texto teve o objetivo de demonstrar a que nível

de detalhes deverá chegar o Protótipo do Sistema de Simulação Acelerado para Análise

de Fluxo de Tráfego Aéreo para poder cumprir a simulação de diversos vôos em

qualquer região do país.

A seguir apresentaremos todos os detalhes da criação e montagem das estruturas que

ficarão em memória para dar suporte à simulação. Após a simulação os dados dessas

1 2 4 5 1 4

1 0 6 9 8 5

828267 6 2 2 7

1 4 7 5 8 81 3 4 6 3 0

2 1 0 1 8 1

1 8 2 2 3 91 7 3 5 8 4

160202

1 2 6 3 2 71 4 4 6 5 5

1 5 4 2 9 41 7 0 8 3 2

1 9 1 8 1 0

0

5 0 0 0 0

1 0 0 0 0 0

1 5 0 0 0 0

2 0 0 0 0 0

2 5 0 0 0 0

1 9 9 3 1994 1 9 9 5 1996 1 9 9 7 1998 1 9 9 9A N O S

ME

RO

DE

MO

VIM

EN

TO

S

C O N G O N H A S

G U A R U L H O S

C A M P O D E M A R T E

Page 100: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

98

estruturas serão utilizados pelo Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo

de Tráfego Aéreo para a gerar as tabelas de “resultado da simulação”.

5.2 Estrutura de Pontos Característicos:

Este arquivo é fornecido pelos Centros de Controle de Área (ACC) de cada região de

FIR do Brasil na qual possibilita montar as trajetórias das aeronaves, estabelecer limites

entre os setores da mesma região e de diferentes regiões, bem como estabelecer o

contorno de regiões com os seus diversos setores. Este arquivo, após ser lido pelo

subsistema Supervisor, será convertido e montado em memória cujo objetivo é dar

suporte ao Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo

durante os cálculos de transferência e contabilização de setores.

A estrutura de Pontos Característicos são armazenadas as informações de identificação

do ponto, localização e os setores de fronteira que fazem parte daquela porção do

espaço aéreo. Essa estrutura é responsável pelo armazenamento dos dados referentes aos

pontos de balizamento e suas informações são de vital importância para a simulação

porque Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo

necessitará única e exclusivamente de seus dados para proceder o deslocamento das

aeronaves nos pontos de cada trajetória bem como para proceder a transferência e a

contabilização entre os setores que estão identificados nesses pontos.

Para a simulação, um ponto é identificado como sendo de fronteira quando os campos

identificadores de setores dessa estrutura (Tabela 5.1) estiverem preenchidos pelo

menos com duas indicações de fronteira. Nessa estrutura os campos de setores podem

ser preenchidos no máximo com 6 indicações de setores de fronteira. Porém, para saber

a disposição dos setores num ponto de fronteira torna-se necessário conhecer através da

carta de vôo da região a distribuição de cada setor envolvido, porque os setores podem

estar distribuídos lado a lado ou em camadas (empilhados), como mostra a Figura 5.2

abaixo representando as duas formas de distribuição de setores numa região fictícia.

Page 101: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

99

Ponto Característico

Ponto Característico

Fig. 5.2 - Representação de Setores.

TABELA 5.1 – ESTRUTURAS DE PONTO CARACTERÍSTICOS “ON LINE “

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Character PtoNome 5 Nome do ponto Float PtoX 4 Coordenada X do ponto Float PtoY 4 Coordenada Y do ponto Float PtoRaioCone 4 Raio do cone Integer - Array PtoSetor 6 Índice dos Setores de Fronteira

Os pontos descritos na Tabela 5.2 abaixo, fazem parte da rota São Paulo – Rio de

Janeiro. São identificados por siglas que representam no geral os setores de uma

determinada região do país. Exemplo, a sigla SBXP01 identifica o setor 1 da Área

Terminal (TMA-SP) de São Paulo. SBBS01 identifica o setor 1 da Região de Brasília e

SBWJ05 representa o setor 5 da Área Terminal do Rio de Janeiro (TMA-RJ).

Setorização lado à lado

A

B

C

A

B

C

Setorização lado à lado e em camada

Page 102: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

100

TABELA 5.2 – EXEMPLO DE DADOS DE PONTO CARATERÍSTICO

NOME MAVKA EGODO KONKO

Coordenada X 12423527.19219 12423527.19219 12423527.19219

Coordenada Y 12423527.19219 12423527.19219 12423527.19219

SETOR - 1 SBXP01 SBXP06 SBXP06

SETOR - 2 SBXP06 SBWJ05 SBWJ05

SETOR - 3 SBBS01 SBBS11 SBBS11

SETOR - 4 SBBS02 ---- SBWJ01

SETOR - 5 ---- ---- ----

SETOR - 6 ---- ---- ----

5.3 Estrutura de Plano de Vôo:

A estrutura de Plano de Vôo é formado basicamente por dois tipos de vôos: o tipo RPL

e FPL. O Plano de Vôo Repetitivo (RPL) é o plano de vôo relativo a uma série de vôos

regulares, com base em Horários de Transporte (HOTRAN) ou Horário de Transporte

Regional (HOTREG), que se realizam freqüentemente com idênticas características

básicas, apresentado pelos exploradores (Companhia Aéreas) aos órgãos ATS.

Os vôos regulares caracterizam-se por serem na verdade “intenções de vôos”, isto

significa que esses vôos podem ou não acontecer conforme foram planejados. Os

principais motivos que levam à não execução desses vôos, são em geral devidos aos

cancelamentos efetuados pela própria companhia aérea ou por alguma problema interno

no aeroporto por exemplo: baixa visibilidade, chuvas na cabeceira da pista, etc.

Diferentemente dos vôos regulares, os vôos não regulares ou eventuais (FPL) são

aqueles que precisam ter o aval do DAC, mas que sua ocorrência só é registrada no dia

do vôo. Toda as vezes que o piloto ou uma determinada companhia aérea necessita

realizar um vôo, eles precisam dirigir-se a uma sala AIS no local do vôo e preencher um

formulário com o plano de vôo a ser executado. No caso dos vôos regulares estes

formulários de plano de vôo são enviados pelas companhias aéreas a cada 15 dias para

Page 103: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

101

apreciação do DAC. A realização ou não dos vôos não regulares ficará condicionada às

condições e restrições do aeroporto, bem como à permissão do serviço de tráfego aéreo.

Esta estrutura (Tabela 5.3 e Tabela 5.4) contém um conjunto de aeronaves de vários

tipos e categorias, porém o Plano de Vôo é exclusivo para cada aeronave. Um plano de

vôo é montado a partir do aeródromo de partida (decolagem), que é extraído do arquivo

de aeródromos. Em seguida montam-se as informações de cada ponto característico,

obedecendo as informações de velocidade, altitude e setorização e, por fim, agrega-se o

aeródromo de chegada, que também será extraído do arquivo de aeródromos.

Durante a modelagem das estruturas “on line” Plano de Vôo e Ponto Característicos

verificou-se que algumas informações ficariam repetidas então, decidiu-se normaliza- las

e atribuir um identificador na estrutura Plano de Vôo para que pudéssemos interliga- las.

Portanto, quando o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego

Aéreo for verificar se o ponto é de fronteira, ele obterá o índice do ponto que está na

estrutura Plano de Vôo e através dele acessará a estrutura Ponto Característico para

obter outras informações do ponto, por exemplo: as coordenadas do ponto e os setores

de fronteira.

A estrutura Plano de Vôo é subdividida em 2 duas partes: a primeira descreve as

informações referentes ao plano de vôo, a segunda parte descreve as informações

detalhadas de cada ponto característico que compõem o plano de vôo.

A seguir apresentaremos a estrutura do Plano de Vôo que ficará em memória (“on line”)

durante todo o processo de simulação, a tabela de Plano de Vôo (Tabela 5.5) que será

gerada e armazenada no Banco de Dados ATFM no ORACLE após a simulação e por

fim um exemplo dos dados dessa estrutura em memória (Tabela 5.6).

TABELA 5.3 – ESTRUTURA DE PLANO DE VÔO “ON LINE” - PRINCIPAL

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Integer PlnQtdBkp 4 Quantidade de breakpoints (pontos) BREAKPOINT PlnNBkp 100 Descrição dos atributos do breakpoint

Page 104: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

102

TABELA 5.4 – ESTRUTURA DE BREAKPOINT “ON LINE” - ASSOCIADO

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Integer BkpIndPto 4 Índice para a estrutura Pontos Característicos Float BkpAlt 4 Altitude do breakpoint Float BkpVel 4 Velocidade do breakpoint Integer BkpHoraBloq 4 Horário de bloqueio

TABELA 5.5 – TABELA DE PLANO DE VÔO

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Integer PLNNumProc 6 Número do procedimento a cumprir Integer PLnNumBKP 6 Número do breakpoint Character PLNData 10 Data de execução da simulação Integer PLNAltitude 6 Altitude do tráfego Integer PLNVelocidade 6 Velocidade do tráfego Character PLNNomePto 5 Nome do Ponto de bloqueio Integer PLNHoraBloq 10 Hora de bloqueio no ponto Integer PLNSetorEnt 4 Índice do Setor de Entrada

TABELA 5.6 – EXEMPLO DE DADOS DA ESTRUTURA DE PLANO DE VÔO

N. Plano Qtd. Pontos DATA

01 3 26/02/2001

Índice do Pto. Altitude (Ft) Velocidade(Kt) HoraBloqueio SetorEntrada

03 19300 230 10:42 10

15 16500 240 10:48 ---

34 10600 330 10:55 22

Descrição sucinta dos campos que compõe a estrutura de um Plano de

Vôo:

N. Plano: identifica o número do Plano de Vôo que será associada a uma aeronave.

Qtd. Pontos: indica a quantidade de pontos que a aeronave deverá seguir.

Data: data que foi realizada a simulação.

Page 105: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

103

Índice do Ponto: índice para acessar informações de localização e setores de fronteira

na estrutura de pontos característicos.

Altitude: altitude recomendada para atingir o ponto característico.

Velocidade: velocidade recomendada para atingir o ponto característico.

HoraBloqueio: horário registrado quando a aeronave atingir o ponto característico.

SetorEntrada: índice do setor de entrada quando o ponto for de fronteira.

5.4 Estrutura de Aeronaves:

Esta estrutura (Tabela 5.7) contém todas as informações referentes aos dados dinâmicos

das aeronaves como também os dados de performance e os dados relativos ao seu Plano

de Vôo. Os dados dinâmicos são por definição parâmetros da aeronave como, por

exemplo, velocidade, altitude e proa, que serão alterados pelo Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo a cada delta t (dt) durante a

simulação, diferentemente dos dados estáticos que são aqueles que apenas contribuem

de maneira informativa para a simulação, por exemplo: Identificação do aeroporto de

decolagem, horário de decolagem, tipo da aeronave, etc.

Para montar os dados referentes às aeronaves em memória o Supervisor em primeiro

lugar realiza várias pesquisas em diversas tabelas do Banco de Dados ATFM para

poder extrair os dados necessários para a montagem dessa estrutura. As tabelas a serem

pesquisadas são: Aeródromo, Performance, Setores e Plano de Vôo. Da tabela de

aeródromos são extraídos os indicativos dos aeródromos de partida e chegada, os

horários de pouso e de decolagem. A tabela de performance fornecerá um índice que

fará a ligação entre o tipo de aeronave com a sua respectiva performance. Da tabela de

setores obtém-se os setores atual e anterior. Por fim, a tabela Plano de Vôo fornecerá

um índice (identificador) o qual indicará o número do Plano de Vôo que a aeronave

deverá realizar. Após ter montado esta estrutura em memória, o subsistema Supervisor

ativará o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo para

dar início a dinâmica da simulação.

Page 106: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

104

A dinâmica da simulação dar-se-á a partir da primeira aeronave que iniciou o vôo no dia

anterior a data escolhida pelo gerente ATFM e pousará no dia seguinte. Mais

informações sobre a tarefa de simular tráfego está descrito com riqueza de detalhes no

Capítulo 6 dessa dissertação. Portanto, nesse parágrafo, abordaremos de maneira sucinta

como se dá o processo de simulação. As aeronaves serão ativadas na simulação quando

o horário de decolagem for igual ao número de ciclos (repetições) por segundo que

Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo estará

realizando para promover a evolução das aeronave em suas trajetórias (plano de vôo),

desde a decolagem até pouso. A finalização da simulação ocorrerá quando o número de

repetições chegar a 86400 ciclos, que representa 1(um) dia simulado.

Finalizada a simulação pelo Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo, os dados desta estrutura serão transformados e carregados em uma nova

tabela que será chamada de Eventos de Tráfegos (Tabela 5.8). Esta tabela fará parte de

um conjunto de tabelas que por definição serão responsáveis pelo “resultado da

simulação”, que por conseguinte, serão utilizadas pelo subsistema Apresentação Gráfica

para realizar as apresentações das demandas de tráfego aéreo de cada região do país. A

seguir apresentaremos a estrutura da Aeronave em memória e a estrutura da tabela de

Eventos de Tráfegos que será gerada após a simulação.

Page 107: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

105

TABELA 5.7 – ESTRUTURA DE AERONAVE “ON LINE”

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Character AnvDesignador 4 Designador da aeronave Character AnvIndicativo 8 Indicativo da aeronave Character AnvEsteira 1 Esteira da Aeronave. L (leve) M (Média) e H Integer AnvConsumo 4 Consumo Character AnvOrigem 4 Aeródromo de Origem Character AnvDestino 4 Aeródromo de Destino Integer AnvIndAerArr 4 Índice do aeródromo de chegada Integer AnvHoraDep 4 Hora de Decolagem Integer AnvHoraPouso 4 Hora de Pouso Character AnvEstAtv 1 [A] ativa, [P] Pendente ou [F] Finalizada Character AnvFncOpe 1 Trajetória [T] Integer AnvFase 4 Fase do procedimento Integer AnvNumProc 4 N° do procedimento Integer AnvNumBkp 4 N° do breakpoint (ponto) atual Float AnvTpoAtv 4 Tempo de ativação da Anv – Simulação Real Float AnvIndPreAtv 4 Índice Pré de ativação da aeronave Float AnvIndAteT0 4 Índice até T0 Float AnvX 4 Coordenada X da aeronave Float AnvY 4 Coordenada Y da aeronave Float AnvAltAtu 4 Altitude atual da aeronave Float AnvAltDem 4 Altitude de demanda da aeronave Float AnvProaAtu 4 Proa atual da aeronave Float AnvProaDem 4 Proa de demanda da aeronave Float AnvVelAtu 4 Velocidade atual da aeronave Float AnvVelDem 4 Velocidade de demanda da aeronave Float AnvVelGnd 4 Velocidade de solo da aeronave (ground) Float AnvRazSub 4 Razão de subida e descida da aeronave Float AnvRazCrv 4 Razão de curva da aeronave Float AnvAceleracao 4 Aceleração da aeronave Integer AnvSetorAtu 4 Número do setor atual dentro da FIR Integer AnvSetorAnt 4 Número do setor anterior dentro da FIR Integer AnvIndPerfor 4 Índice para a tabela Performance Integer AnvOrigemVoo 4 [ 1 ] Origem Exterior – [ 0 ] Origem Nacional

Page 108: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

106

TABELA 5.8 – TABELA DE EVENTOS DE TRÁFEGO

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Integer TRAIndice 4 Índice de acesso ao tráfego Character TRAData 10 Data de execução da simulação Character TRADesignador 4 Designador do tráfego Character TRAIndicativo 7 Indicativo da tráfego Character TRAAerodDep 4 Aeródromo de Decolagem Character TRAAerodArr 4 Aeródromo de Chegada - Pouso Integer TRAHoraDep 6 Horário de Decolagem Integer TRAHoraArr 6 Horário de Pouso Integer TRANumProc 6 Número do procedimento a cumprir Character TRATipoTrafego 2 Tipo do tráfego – RPL ou FPL

5.5 Estrutura de Aeroportos:

Esta estrutura online (Tabela 5.9) armazenará todas as informações referentes aos

aeroportos nacionais e internacionais que estão cadastrados na tabela de Aeródromos

que pertence à Base de Dados ATFM. Os dados do aeródromo são de vital importância

para a simulação, principalmente no que diz respeito aos movimentos de pouso e

decolagem que serão confrontados com a sua capacidade, como também no tratamento

de vôos que pousam no exterior. No Capítulo 6 apresentaremos mais detalhes desses

tópicos. A seguir apresentaremos a estrutura online dos aeródromos.

TABELA 5.9 – ESTRUTURA DE AEROPORTOS “ON LINE “

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Character AerIndicICAO 4 Indicativo do aeródromo da ICAO Character AerIndicIATA 4 Indicativo do aeródromo da IATA Character AerNome 45 Nome do aeródromo Float AerCapTotal 4 Capacidade total do Aeródromo Float AerCapReg 4 Capacidade de Vôos Regulares do Aeródromo Float AerElevacao 4 Elevação do aeródromo Float AerX 4 Coordenada X do Aeródromo Float AerY 4 Coordenada Y do Aeródromo Float AerRumoDep 4 Rumo da pista de decolagem Integer AerSetor 4 Setor/Região a qual pertence o Aeródromo

Page 109: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

107

5.6 Estrutura de Setores:

Essa estrutura “on line” armazenará todas as informações referentes a todos os Setores

de todas as regiões do país. A montagem dos setores em memória obedeceu a relação e

a seqüência de todos os setores de FIR, TMA e CTR do espaço aéreo brasileiro. A

setorização além da fronteira do Brasil, a princípio não será levado em consideração

nessa dissertação. A evolução das aeronaves, bem como sua transferência e

contabilização entre setores dar-se-á apenas no território brasileiro.

Para o objetivo dessa dissertação essa estrutura é de vital importância, porque será

através das suas informações que será possível ao Sistema de Simulação Acelerado para

Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo executar a transferência e a contabilização da

demanda de tráfegos em todas as regiões do país, além de servir de base para a estrutura

de Eventos que será apresentada no tópico 5.7. A seguir apresentaremos a estrutura de

Setores em memória (Tabela 5.10) e a tabela de Setores (Tabela 5.11) que será gerada

após a simulação.

TABELA 5.10 – ESTRUTURA DE SETORES “ON LINE “

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Integer SetDemanda 4 Demanda do setor Integer SetCapacidade 4 Capacidade do setor Float SetNivelInf 4 Nível Inferior do Setor da FIR,TMA,CTR Float SetNivelSup 4 Nível Superior do Setor da FIR,TMA,CTR Integer SetPercent 4 Percentual de Alerta no Setor de FIR,TMA,CTR Character SetTipoSetor 1 Tipo do setor - F (FIR), T (TMA), C (CTR)

TABELA 5.11 – TABELA DE SETORES

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Integer SETIndice 3 Índice do Setor Character SETData 10 Data de execução da simulação Integer SETCapacidade 3 Capacidade do Setor Integer SETNivelAlerta 3 Nível de Alerta Character SETIndicativo 6 Indicativo do Setor

Page 110: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

108

5.7 Estrutura de Eventos:

Esta estrutura “on line” (Tabela 5.12) armazenará todas as informações referentes a

todos os Eventos que são gerados em decorrência das transferências das aeronaves na

mudança de setores. Durante a simulação o Sistema de Simulação Acelerado para

Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo produzirá eventos de entrada e de saída no instante

em que a aeronave interceptar um ponto que seja de fronteira.

Portanto, esta estrutura armazenará o histórico do vôo das aeronaves durante sua

passagem nas regiões, como também fornecerá ao subsistema de Apresentação Gráfica

dos Resultados da Simulação, os dados necessários para a montagem gráfica da

demanda de tráfego aéreo de qualquer região do Brasil que tenha sido selecionada pelo

gerente ATFM.

Os dados da estrutura de Eventos são subdivididos em 3 tipos de categoria de eventos a

saber: eventos de aeroportos ou aeródromos, eventos de Fixos ou de pontos

característicos e eventos de Setores.

Os eventos de aeródromos são produzidos sempre que a aeronave iniciar os

procedimentos de Decolagem e Pouso. No Sistema de Simulação Acelerado para

Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo o procedimento de Decolagem provocará a criação

do evento de “entrada no setor” em que se encontra o aeródromo de decolagem. No

procedimento de Pouso é gerado o “evento de saída” do setor em que se encontra o

aeródromo de Pouso (chegada).

Os eventos de Setores são gerados no momento em que a aeronave intercepta um ponto

que seja de fronteira. No instante da interceptação são gerados dois eventos

simultaneamente, um de entrada que representa que a aeronave está entrando num novo

setor e um de saída que representa que a aeronave está deixando o setor anterior.

Semelhantemente ao evento de Setores, os eventos de Fixos são gerados no momento

em que a aeronave intercepta um ponto(fixo), porém, este ponto não precisa,

obrigatoriamente, ser de fronteira. A razão pela qual se decidiu pela geração de eventos

de fixos, foi em decorrência da real necessidade que os órgãos de controle de tráfego

Page 111: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

109

aéreo têm de saber o volume de tráfego aéreo que cruza um determinado fixo, num

determinado instante. Essa informação é muito preciosa para os controladores de tráfego

aéreo porque, dependendo do volume de tráfego aéreo nesse fixo, os controladores

poderão redirecionar o trânsito aéreo para outra rota ou para outro fixo menos

congestionado. O objetivo de redirecionar o fluxo aéreo para outra fixo menos

congestionado ou mesmo para outra rota (aerovia), diz respeito a procurar aliviar a

carga de trabalho dos controladores de tráfego aéreo principalmente quando esse fixo

tratar-se de um fixo de entrada na área terminal (TMA). No Capítulo 6 e 7,

apresentaremos mais detalhes sobre a sistemática de transferência e contabilização de

aeronaves entre setores.

A seguir apresentaremos a estrutura de Eventos em memória e a tabela de Eventos

(Tabela 5.13) que será gerada após a simulação.

TABELA 5.12 – ESTRUTURA DE EVENTOS “ON LINE “

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Integer EveIndiceSetorAtual 6 Setor corrente Integer EveHora 6 Horário de entrada setor Character EveData 10 Data de execução da simulação Integer EveQtdAnvSetorAtual 6 Quantidade de aeronaves no setor atual Integer EveIndiceAeronave 6 Índice da aeronave na estrutura Tráfego Character EveTipo_ES 1 Tipo do evento – [E ]Entrada – [S] Saída Integer EveEstado 1 1-Normal, 2-Congestionado, 3-Saturado Character EveNomePto 5 Nome do ponto característico Character EveTipoPto 1 Tipo do Ponto: ‘ ’ – Ponto / ‘A’ - Aeródromo Float EveVelocidade 6 Velocidade da aeronave no ponto Float EveAltitude 6 Altitude da aeronave no ponto

Page 112: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

110

TABELA 5.13 – TABELA DE EVENTOS

TTii ppoo Nome Tamanho Bytes

Descrição

Integer EveIndiceSetor 6 Número do Setor Integer EveHora 6 Horário de entrada setor Character EveData 10 Data de execução da simulação Integer EveQtdAnvSetorAtual 6 Quantidade de aeronaves no setor atual Integer EveIndiceAeronave 6 Índice da aeronave na estrutura Tráfego Character EveTipo_ES 1 Tipo do evento – [E ]Entrada – [S] Saída Integer EveEstado 1 1-Normal, 2-Congestionado, 3-Saturado Character EveNomePto 5 Nome do ponto característico Character EveTipoPto 1 Tipo do Ponto: ‘ - ’ Ponto / ‘A’ Aeródromo Float EveVelocidade 6 Velocidade da aeronave no ponto Float EveAltitude 6 Altitude da aeronave no ponto

5.8 Considerações Finais:

Nesse Capítulo procurou-se apresentar com riqueza de detalhes toda a dinâmica de um

vôo de uma aeronave desde a sua decolagem até o pouso ininterruptamente. Desta

maneira achamos ser a melhor forma de descrever como ocorre o comportamento de um

vôo real comparativamente com um vôo simulado decorrente dos modelos que serão

apresentados nos Capítulos 6 e 7 dessa dissertação. Na seqüência apresentamos as

estruturas em memória que foram geradas e montadas pelo subsistema Supervisor para

dar suporte a simulação.

Todas as estruturas que foram geradas em memória pelo subsistema Supervisor serão

utilizadas tanto no Capítulos 6 (Modelo 1) quanto no Capítulo 7 (Modelo 2). Porém, o

ponto que difere entre os modelos é o “resultado da simulação” que cada um irá gerar

após a simulação. Todas as tabelas apresentadas nesse Capítulo serão geradas em sua

plenitude pelo Capítulo 6, entretanto, no Capítulo 7 apenas as tabelas Eventos de

Tráfegos e Eventos é que serão geradas por esse modelo. A diferença entre os modelos

estão descritas com mais detalhes nos Capítulos 6 e Capítulo 7 respectivamente.

Page 113: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

111

CAPÍTULO 6

ESPECIFICAÇÃO DO PROTÓTIPO DO SISTEMA DE SIMULAÇÃO

ACELERADO PARA ANÁLISE DE FLUXO DE TRÁFEGO AÉREO

(MODELO 1) NO CONTEXTO DO SISTEMA ATFM

6.1 Principais Aspectos do Protótipo:

O protótipo do Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego

Aéreo tem como propósito disponibilizar aos gerentes ATFM uma ferramenta com a

qual eles possam inserir uma determinada data no sistema e obter, por antecipação e de

maneira simulada, relatórios operacionais, e uma representação gráfica da situação dos

setores que representam todas as regiões do país. O protótipo utilizará rotinas para

cálculos cinemáticos, como cálculo de proa, velocidade e altitude, a fim de simular o

movimento das aeronaves em suas respectivas trajetórias, de modo que, no final da

simulação, os gerentes ATFM possam ter uma visão da situação de todo espaço aéreo

brasileiro, procedendo então a uma análise visando encontrar ocorrências de

congestionamento e saturação de setores no espaço aéreo bem como nos aeroportos

nacionais.

Visando prevenir os órgãos ATC sobre a possível ocorrência desses fatores

(congestionamento ou saturação) em suas áreas de domínio, os gerentes ATFM, através

da simulação, podem detectar de maneira antecipada quaisquer anomalias que venham a

ocorrer nos aeroportos ou em qualquer parte do espaço aéreo brasileiro, bem como

aplicar as medidas de gerenciamento para solucionar esse problema.

O protótipo deverá processar os vôos de aeronaves de diversas categorias e

performances. A base de dados do protótipo é composta de arquivos que delimitam o

espaço aéreo brasileiro em setores e suas fronteiras, conterá todas as rotas nacionais e

internacionais, os aeroportos nacionais e internacionais, bem como os arquivos de

Aeronaves e Planos de Vôos.

Page 114: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

112

Para que o resultado gerado pela simulação se aproxime do resultado real, é

fundamental que o protótipo leve em consideração os tipos de vôos que estão descritos

no Capítulo 5 tópico 5.3 dessa dissertação. Só assim os experimentos realizados neste

modelo atenderiam tanto ao gerenciamento estratégico (até 48 horas antes do vôo)

quanto ao gerenciamento tático (no dia do vôo) da ATFM.

Se a simulação fosse implementada utilizando apenas a base de dados de vôos regulares

(RPL), o seu resultado ou melhor, a qualidade da informação gerada por ela não

alcançaria um grau adequado de confiabilidade, tendo em vista que, os vôos regulares

são considerados “intenções de vôo”, e intenção não garante que eles ocorram. O

motivo que impossibilita a realização do vôo RPL ou FPL, é atribuído principalmente

pelas condições do aeroporto ou pelo cancelamento do vôo pela própria companhia

aérea. Por outro lado, o fato do vôo regular ser uma intenção de vôo, não invalida seus

dados, pelo contrário, os vôos com essa característica constituem 70% do total dos vôos

a serem realizados no país, ficando os 30% restantes para os vôos não regulares.

Portanto, para que o resultado da simulação alcance um grau de qualidade satisfatório, é

necessário que os vôos regulares e não regulares façam parte do conjunto de vôos a

serem simulados, permitindo assim aos gerentes ATFM uma análise mais precisa da

situação global do tráfego aéreo no espaço aéreo. A comunhão entre esses tipos de vôos

produzirá, como resultado simulado, uma demanda de tráfego aéreo muito próxima

do que irá realmente ocorrer e propiciará uma análise muito mais coerente do volume de

tráfego aéreo em qualquer parte do espaço aéreo brasileiro.

6.2 Requisitos do Protótipo:

Dentre os requisitos principais que fazem parte do documento de especificações do

projeto ATFM, nos parágrafos abaixo, estão descritos apenas os mais importantes para o

entendimento desta dissertação (Brasil, 1999a).

O protótipo do Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego

Aéreo deverá manipular as seguintes bases de dados: arquivo de Pontos Característicos,

Page 115: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

113

arquivo de Setores, arquivo de Planos de Vôos, arquivo de Aeronaves e o arquivo de

Aeroportos, conforme descrito no Capítulo 5 dessa dissertação.

O sistema deverá simular o movimento de aproximadamente 3000 aeronaves por dia,

com tendência desse patamar ir aumentando à medida que a economia do país der sinais

de evolução e as pessoas optarem em viajar mais de avião. Para tal esse conjunto de

aeronaves conterá tanto vôos regulares (RPL) quanto eventuais (FPL). O objetivo é

apresentar aos gerentes ATFM um resultado simulado mais próximo possível da

situação real de forma a permitir, verificar e confrontar a relação capacidade x

demanda de tráfegos nos setores e nos aeroportos nacionais numa determinada data.

Entende-se como fator de Normalidade a ocorrência de tráfego aéreo numa

determinada região do espaço aéreo, num determinado período, cujo volume de tráfego

aéreo não excedeu a capacidade da mesma. Porém, se o volume de tráfego aéreo

exceder 80% da capacidade da região, configurar-se-á uma situação de

Congestionamento e, se exceder 100% da capacidade configurar-se-á uma situação

Saturação.

Após processar a evolução das aeronaves de uma determinada data fornecida pelos

gerentes ATFM, o protótipo deverá gravar no Banco de Dados ATFM o perfil do vôo de

todas as aeronaves envolvidas na simulação. Ao resultado desta gravação dar-se-á o

nome de “resultado da simulação”, que compreende todas as fases que caraterizam o

vôo, conforme descrito no Capítulo 5.

Além de gerar a evolução de todas as aeronaves selecionadas para a simulação, este

protótipo fornecerá aos gerentes ATFM uma representação gráfica da situação do

volume de tráfego aéreo num determinado dia, num intervalo de tempo predeterminado,

em qualquer setor do espaço aéreo brasileiro, bem como em qualquer aeroporto

nacional. Essa representação gráfica permitirá aos gerentes ATFM terem uma visão

geral da situação do espaço aéreo em todo o país, possibilitando- lhes intervirem

antecipadamente tomando de medidas ATFM cabíveis, caso sejam verificada situações

de congestionamento e saturação.

Page 116: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

114

A representação gráfica deverá conter no eixo “Y” a representação do volume de

aeronaves a partir da 00:00 hora de uma data selecionada ou o valor da capacidade

atribuída para a região selecionada. O maior valor entre eles deverá ser o valor a ser

apresentado no eixo Y. O eixo “X” conterá as 24:00 horas da data selecionada. Por

“default” o gráfico conterá no eixo X o intervalo de um dia inteiro simulado, mas

permitirá a ativação de qualquer intervalo dentro da data simulada. A Figura 6.1 abaixo

mostra em detalhes a representação gráfica de uma região fictícia. A linha superior

representa a condição de saturação do setor e a inferior representa a condição de

congestionamento.

Fig. 6.1 – Representação gráfica da demanda de um determinado setor.

O protótipo deverá gerar também diversos tipos de relatórios, conforme descrição a

seguir.

Page 117: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

115

a) Relatório geral de congestionamentos e saturação: O sistema deverá identificar

no Banco de Dados ATFM, dentre as datas simuladas, as regiões cuja a demanda

nos setores atingiu níveis de congestionamento e saturação;

b) Relatório de congestionamentos e saturação de uma determinada data: O

sistema deverá identificar numa data selecionada, as regiões cuja a demanda nos

setores atingiu níveis de congestionamento e saturação;

c) Relatório Geral de aeronaves que provocaram congestionamentos e

saturação: O sistema deverá identificar dentre as datas simuladas, o conjunto de

aeronaves que provocaram o congestionamento e saturação nos diversos setores

simulados. De posse desse relatório os gerentes ATFM podem negociar com as

Companhias Aéreas melhores horários de partidas e chegadas, com o objetivo de

amenizar o fluxo nos setores prejudicados, e otimizar a segurança dos vôos.

d) Relatório geral dos Eventos de todas as datas simuladas: Este tipo de relatório

visa fornecer aos gerentes de ATFM um histórico completo do vôo de todas as

aeronaves, desde a decolagem, transferência entre setores até o pouso no Brasil

ou no exterior. O histórico de um vôo com pouso no exterior limitar-se-á à

fronteira com o Brasil.

Para representar a transferência entre setores, o sistema verificará se a aeronave

interceptou um determinado ponto na rota. Se o ponto for de fronteira significa que ele

terá associado a si, um ou mais setores do espaço aéreo nacional. O evento de

interceptação pela aeronave a um ponto de fronteira causará uma ação de transferência e

de contabilização entre os setores. Se a aeronave interceptar um ponto de uma rota que

não seja de fronteiras, a transferência não será processada e, por conseguinte, a aeronave

prosseguirá na região em que se encontra.

Para obter-se o conjunto de aeronaves a serem simuladas numa determinada data, serão

utilizados os arquivos de Tráfegos e o arquivo de Planos de Vôos. Através do arquivo

de Planos de Vôos pode-se selecionar o conjunto de aeronaves que irão voar numa data

escolhida pelos gerentes ATFM. A seleção de aeronaves que irão participar da

Page 118: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

116

simulação deverá, a princípio, levar em consideração as aeronaves que vão voar na data

escolhida, bem como todas as que iniciaram o vôo no dia anterior e pousarão na data

escolhida. As aeronaves que iniciam o vôo no dia anterior e pousam antes da 00:00 hora

do dia escolhido não interessam à simulação.

Os dados que irão compor a base de dados ATFM virão através dos órgãos operacionais

de Controle de Tráfego Aéreo do Comando da Aeronáutica, ICA, AIS, BDS PEA e do

DAC. Os arquivos de Aeródromos, Pontos Característicos, Aerovias, FIR/Setores e

TMA/Setores, que são os dados base para composição do cenário do espaço aéreo

brasileiro não terão a mesma periodicidade que os dados que compõem o arquivo

Planos de Vôos.

Deste conjunto de dados, apenas os Planos de Vôos Repetitivos ou Regulares deverão

ser enviados ao Núcleo de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (NuATFM) a

cada 15 dias.

6.3 Ambiente e Plataforma de Desenvolvimento:

Considerando-se que o Núcleo de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo

(NuATFM) será futuramente o órgão centralizador na tomada de decisão para os

problemas relacionados ao gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo nacional, optou-se

em empregar no desenvolvimento desse protótipo, as seguintes características de

software e hardware:

a) Os processos que estão relacionados diretamente com a simulação como é o caso

do Supervisor, Conversão/Montagem de Dados e Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo, serão desenvolvidos sob a

plataforma UNIX, utilizando técnicas de Engenharia de Software e a linguagem

de programação C. Neste Capítulo trataremos com mais detalhes desses

subsistemas.

b) Todas as informações referentes ao cenário e às aeronaves a serem simuladas,

serão armazenadas numa Sun-UltraSparc 5 com banco de dados Oracle 8i. A

Page 119: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

117

utilização do banco de dados Oracle visa o desenvolvimento futuro de novas

tarefas para o NuATFM, principalmente voltadas à Internet.

c) As interfaces (Front-End) para manipulação de cenários, aeronaves e

apresentação gráfica dos resultados da simulação, serão desenvolvidas na

linguagem de programação Borland Delphi 4.0, utilizando o banco de dados

Oracle 8i, e sob a plataforma Windows 9x/2000 ou NT.

d) O protótipo será desenvolvido sob uma configuração de rede, baseado na

tecnologia Cliente/Servidor, e poderá ser acessado remotamente em qualquer

parte do país através da rede “Intraer” (Intraer é a “Intranet” do Comando da

Aeronáutica). Todas as informações referentes ao banco de dados ATFM,

poderão ser acessadas pelos órgãos do Comando da Aeronáutica via rede Intraer,

ou via Dial-Up. As Companhias Aéreas, por enquanto, só terão acessos através

da conexão “Dial-Up” à rede local do IPV. Assim que as autoridades do

Comando da Aeronáutica liberarem o acesso às informações, o sistema poderá

ser acessado através de diversas conexões, tais como: Internet, Intraer ou Dial-

Up, de qualquer órgão operacional do Comando da Aeronáutica ou de empresas

interessadas em obter informações de fluxo de tráfego aéreo no Brasil.

6.4 Arquitetura do Software:

Neste tópico abordaremos a divisão do protótipo em termos de processos (modelo

funcional) descrevendo “o que” o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de

Fluxo de Tráfego Aéreo precisará realizar para apresentar as possíveis ocorrências de

problemas de fluxo de tráfego aéreo nas regiões do espaço aéreo e nos aeroportos

brasileiros.

6.4.1 Subsistema de Recebimento e Tratamento de Dados:

Este subsistema tem a tarefa de manter a integridade dos dados recebidos do

CINDACTA I e do DAC, os quais serão submetidos a um rigoroso processo de

Page 120: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

118

consistência e validação até que todos estejam em condições de serem armazenados na

Base de Dados ATFM.

No segundo parágrafo do tópico 6.2, foram relacionados os arquivos que farão parte da

Base de Dados ATFM, e no penúltimo parágrafo fazemos um breve comentário sobre as

unidades que fornecerão esses arquivos ao NuATFM. Sendo assim, foi idealizado e

implementado este subsistema que tem a tarefa de ler, interpretar e validar os dados de

maneira a garantir que apenas os dados corretos sejam armazenados, e os incorretos

sejam corrigidos para posterior armazenamento e dependendo do tipo do erro, seja

reportado as Companhias Aéreas. Algumas vezes a correção é feita diretamente pelos

gerentes ATFM, muito embora não lhes caiba essa tarefa, porém após a correção, o

CINDACTA I como também a Companhia Aérea, serão notificados pela ocorrência do

erro, de modo que, possam corrigi- los e quando retornarem ao NuATFM venham sem

falhas.

Diante de diversas falhas encontradas em vários arquivos enviados ao NuATFM, ficou

caracterizado que o sistema de recebimento e tratamento de dados necessita

urgentemente de uma ferramenta de apoio ao preenchimento e validação de Planos de

Vôos em nível nacional.

Isso poderia e deveria ser feito, via Internet, o quanto antes, a exemplo do que ocorre

nos Estados Unidos e Europa.

A instalação de tal subsistema permitiria ao CINDACTA I (órgão central de

processamento de Planos de Vôos no Brasil), um ganho de tempo excepcional na

validação dos Planos de Vôos.

Na fase de implementação do protótipo, foram utilizadas diversas amostras do arquivo

de Plano de Vôos para validar o modelo de cinemática (conforme descrição no Capítulo

3) para este sistema. Observando o comportamento do protótipo nos diversos

experimentos realizados, verificamos que 15% do código desenvolvido era só para

tratamento de exceção, isto é, de erros encontrados no arquivo de Planos de Vôos que

participa da base de dados ATFM. Em função dos erros encontrados neste arquivo, a

Page 121: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

119

equipe de Banco de Dados do Sistema ATFM teve a iniciativa de criar este subsistema

de tratamento de erros e retirar do protótipo a tarefa de validação da base de dados

ATFM.

Para melhor atender às Companhias Aéreas e os pilotos da aviação geral (vôo não

regular), apresentamos na Figura 6.2 abaixo a estrutura física (hardware) do subsistema

de inclusão e validação de Plano de Vôos que acreditamos ser uma das maneiras para

melhor atendê- los no preenchimento do Plano de Vôo. Esta arquitetura é uma

concepção física para o desenvolvimento futuro desse subsistema.

A idéia inicial compreende um microcomputador instalado em cada Companhia Aérea e

nos Órgãos Operacionais (salas AIS), conectados a rede Internet, Intraer ou Dial-Up, de

modo que estes órgãos possam preencher os planos de vôos das aeronaves através de

formulário localizado diretamente na home page do CINDACTA I ou do IPV, onde está

centralizado o Banco de Dados ATFM.

A arquitetura de suporte ao banco de dados compreende duas workstation Sun-

UltraSparc-5 ligadas em rede de modo replicado, de forma que, se uma deixar de

funcionar a outra entra em operação automaticamente.

Page 122: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

120

* Pc’s conectados a Internet / Intraer para o preenchimento do Plano de Vôo.

* Internet / Intraer

* Servidor 1 * Servidor 2

Internet Intraer

* Rede local IPV / CINDACTA I

* Workstation Sun - Banco de Dados ATFM.

Fig. 6.2 – Estrutura física (hardware) do subsistema de inclusão de Planos de Vôos e de tratamento de erros.

Esta proposta pretende, fundamentalmente, disponibilizar um meio rápido, moderno,

amigável e seguro de preenchimento de Planos de Vôos, de modo que possibilite o

correto preenchimento dos mesmos, e principalmente, permitir o armazenamento das

informações de maneira centralizada.

Page 123: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

121

6.4.2 Subsistema de Gerenciamento da Base de Dados ATFM (SGBD):

O subsistema de gerenciamento da base de dados ATFM tem o objetivo de

disponibilizar aos gerentes ATFM, diversas interfaces para que os mesmos possam

manipular todas as informações que são enviadas pelo CINDACTA I e pelo DAC ao

NuATFM, de modo que se possa contar com um Banco de Dados ATFM íntegro e

operacional.

O Subsistema de Tratamento de Dados, assim como o Subsistema SGBD, compartilham

a tarefa de manter o Banco de Dados ATFM funcional, isto é, qualquer manipulação

que venha a ocorrer no Banco, não deverá provocar sua paralisação sob hipótese

alguma. Em geral os software de caráter operacional tem essa característica, isto

significa que a informação a ser transmitida ou recebida não pode ter interrupções, e

quando isto ocorre outro sistema tem que entrar imediatamente em operação. O banco

de dados ATFM terá essa característica porque, além das simulações e visualizações

que serão realizadas no IPV, às Companhias Aéreas e os Órgãos Operacionais estarão

utilizando e disputando acesso às informações no mesmo banco de dados (Brasil, 1998).

Conforme descrito neste Capítulo, no parágrafo 5 do tópico 6.3, o Banco de Dados

ATFM está sendo concebido sob uma arquitetura de rede que possibilitará o acesso às

informações de maneira remota, isto é, os gerentes ATFM e as Companhias Aéreas

poderão acessar de suas localidades as informações no banco de dados através da rede

de comunicação “Intraer”, “Dial-Up” ou “Internet”. O fato de disponibilizar

informações de forma remota, já obriga o subsistema SGBD a ter uma arquitetura

robusta que possa atender os usuários a qualquer momento.

A descrição detalhada de cada arquivo que compõe o subsistema SGBD, bem como a

análise, modelagem e a estruturação das tabelas, não fazem parte dessa dissertação, uma

vez que às informações que o protótipo necessitará para realizar a simulação serão

extraídas, interpretadas, compiladas e montadas em apenas 5 novos arquivos, descritos

no Capítulo 5 dessa dissertação.

Page 124: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

122

Para acessar as informações no banco de dados ATFM os usuários (dos órgãos

operacionais e das Companhias Aéreas) receberão uma identificação (nome e senha)

para realizarem suas operações junto ao banco de dados. O subsistema SGBD contém

dois níveis de permissão que possibilitará a manipulação do banco dados ATFM da

seguinte forma:

a) O primeiro nível caracteriza-se por ter apenas o privilégio de consulta, isto é,

não lhe será permitido realizar as operações de Inclusão, Alteração ou Exclusão

no banco de dados. Este privilégio será outorgado apenas aos usuários das

Companhias Aéreas e dos órgãos operacionais.

b) O segundo e último nível, permitirá todo o tipo de manipulação I/O no banco de

dados ATFM, mas, este privilégio é concedido apenas para os gerentes ATFM

localizados no NuATFM, no IPV. Deste modo pretende-se que o Banco de

Dados ATFM seja gerenciado e controlado apenas pelos gerentes ATFM e que

às informações sejam processadas de maneira centralizada.

6.4.2.1 Aspectos Gerais do Subsistema SGBD:

O subsistema de gerenciamento da base de dados ATFM é um sistema automatizado

que tem por objetivo estabelecer uma interface bastante amigável entre os usuários

(gerentes ATFM, Operadores dos Centros Operacionais e Operadores das Companhias

Aéreas) de modo que eles possam manipular as informações que estarão armazenadas

no banco de dados ATFM, o qual permitirá a execução das seguintes operações a saber:

a) Inclusão, Consulta, Alteração e Exclusão de dados nos seguintes arquivos que

compõem o cenário ATFM: Aeródromos, Aeronaves, Aerovias, Caminhos

Diretos, Companhias Aéreas, Corredores, FIR/Setores de FIR, TMA / Setores de

TMA e Pontos Característicos.

b) Atualização automática de Planos de Vôos Repetitivos (RPL), oriundos do

CPVR – Centro de Planos de Vôos Repetitivos do CINDACTA I, localizado em

Brasília;

Page 125: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

123

c) Manipulação de Alteração e Exclusão dos RPL;

d) Ativação do Subsistema de Recebimento e Tratamento de Dados. Este

subsistema realizará a análise/crítica das rotas cont idas nos Planos de Vôos

(RPL), bem como terá a função de gerar o arquivo de Trajetórias.

e) Ativação de rotinas que tem a função de gerar os arquivos de PLN e Tráfegos

para posterior processamento da simulação (protótipo).

f) Cadastramento de dados de usuários e suas respectivas categorias de permissão

de acesso ao Banco de Dados ATFM.

6.4.2.1.1 Apresentação das Interfaces dos arquivos do Subsistema

SGBD:

Conforme descrito no tópico 6.4.1 deste Capítulo, a Base de Dados ATFM atualmente

encontra-se centralizada no NuATFM no IPV, cujo objetivo é torná- la íntegra e

operacional para que possa ser compartilhada pelos demais usuários. Mas para isso é

necessário que apenas uma unidade faça as manutenções. Sendo assim foi criado duas

(2) versões deste subsistema que compreende, uma versão apenas de “Consulta”

denominada “versão ATFM” o qual ficará instalada nos centros operacionais e nas

Companhias Aéreas, e a outra denominada “versão Gerente” que terá todos os

privilégios para manipular e dar as manutenções necessárias. Esta ficará instalada no

NuATFM no IPV sob a responsabilidade dos gerentes ATFM.

Os tópicos a seguir serão apresentadas as diversas interfaces dos arquivos que compõem

a Base de Dados ATFM, cujo objetivo é demonstrar visualmente a quantidade de

arquivos que fazem parte deste Banco de Dados, e principalmente ressaltar a árdua

tarefa que os gerentes ATFM tem para mantê- lo sempre ativo e operacional.

Observaremos também que em algumas opções do menu principal se faz necessário

trazer em seu cabeçalho uma breve descrição de sua funcionalidade, enquanto que

outras opções o próprio nome por si já o descrevem.

Page 126: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

124

6.4.2.2 Menu Principal:

Após a verificação e validação pelo sistema do nome e senha digitados pelo usuário,

será apresentada a janela ilustrada pela figura abaixo (Figura 6.3), contendo as opções

relativas aos arquivos a serem manipulados no Banco de Dados ATFM (IPV, 2000).

Fig. 6.3 – Menu Principal do Subsistema SGBD.

6.4.2.3 Opções do Menu Principal:

Em cada janela associada a cada uma das opções do “Menu Principal”, existirá um

conjunto de botões que permitirá a ativação de diferentes operações sobre os dados do

arquivo escolhido. Os botões que são comuns a todas essas opções são:

a) Inserir: permite a inclusão de novos registros no arquivo;

b) Alterar: permite a alteração de informações de um determinado registro;

c) Excluir: permite a exclusão de um determinado registro;

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125

d) Geral: posiciona o cursor no 1º registro do arquivo, apresentando os respectivos

dados;

e) Relatório: monta e permite visualização e impressão de relatório;

f) Retornar: permite o retorno à janela do “Menu Principal”;

g) Windows : finaliza o sistema (após a confirmação do usuário) e retorna ao

“Windows”.

As operações associadas aos botões exclusivos de uma determinada opção do “Menu

Principal” serão explicadas adiante, dentro do item correspondente.

6.4.2.4 Opção Aeródromos:

Através da opção Aeródromos torna-se possível acessar as informações pertinentes a

todos os aeródromos cadastrados na Base de Dados ATFM, conforme mostraremos na

Figura 6.4 abaixo. É através desta opção que o subsistema Supervisor consegue montar

às Trajetórias das aeronaves utilizando o aeródromo de origem e o aeródromo de

chegada a partir deste arquivo.

Essa opção permite, além das operações de manipulação de dados comuns aos demais

arquivos, realizar pesquisas (consultas) através de dois campos chave Indicativo ICAO

e Indicativo IATA.

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126

Fig. 6.4 – Janela Aeródromos.

6.4.2.5 Opção Aeronaves:

Através da opção Aeronaves torna-se possível acessar as informações pertinentes a

todas as aeronaves cadastradas na Base de Dados ATFM (Figura 6.5).

Essa opção permite, além das operações de manipulação de dados comuns aos demais

arquivos, realizar pesquisas (consultas) através do campo chave Designador.

Esta opção descreverá todos os dados relativos a “performance” de cada aeronave

inserida neste arquivo.

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127

Fig. 6.5 – Janela Aeronave.

6.4.2.6 Opção Aerovias:

Através da opção Aerovias torna-se possível acessar as informações pertinentes a todas

as aerovias cadastradas na Base de Dados ATFM (Figura 6.6). Essa opção permite,

além das operações de manipulação de dados comuns aos demais arquivos, realizar as

seguintes operações:

a) Pesquisas (consultas) através do campo chave Identificação da Aerovia;

b) Inclusão de novos pontos na Aerovia que podem ser feito através do botão

“Adicionar”.

Page 130: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

128

Através desta opção este subsistema montará todas as trajetórias referente as aeronaves

que foram selecionadas para participarem da simulação.

Fig. 6.6 – Janela Aerovias.

6.4.2.7 Operação Adicionar - Opção Aerovias:

Ao ser ativado o botão Adicionar da janela Aerovias, o sistema apresentará a janela

ilustrada pela figura abaixo (Figura 6.7) e ficará aguardando a digitação de um ou mais

pontos da Aerovia.

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129

Fig. 6.7 – Janela de Inclusão de Novos Pontos na Aerovias.

6.4.2.8 Opção Caminhos Diretos:

Caminho Direto é o termo utilizado para definir o deslocamento de aeronaves entre dois

pontos quaisquer ou entre dois aeródromos, onde não existe oficialmente uma Aerovia

que ligue esses pontos. O Caminho Direto entre dois aeródromos é utilizado para definir

vôos que irão ocorrer dentro da própria região, em especial em pequenos trechos.

Através da opção Caminho Direto torna-se possível acessar as informações pertinentes a

todos os Caminhos Diretos cadastrados na Base de Dados ATFM (Figura 6.8).

Essa opção permite, além das operações de manipulação de dados comuns aos demais

arquivos, realizar pesquisas (consultas) através de dois campos chave:

a) Número do Caminho Direto;

b) Nome do Ponto.

Page 132: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

130

Fig. 6.8 – Janela Caminho Diretos.

6.4.2.9 Opção Companhias Aéreas:

Através da opção Companhias Aéreas torna-se possível acessar as informações

pertinentes a todas as Companhias Aéreas cadastradas na Base de Dados ATFM

(Figura 6.9).

Essa opção permite, além das operações de manipulação de dados comuns aos demais

arquivos, realizar pesquisas (consultas) através de dois campos chave:

a) Código ICAO;

b) Código IATA.

Page 133: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

131

Fig. 6.9 – Janela Companhias Aéreas.

6.4.2.10 Opção Corredores:

Corredor é o termo utilizado para definir “os pontos” intermediários entre o aeródromo

de partida e uma aerovia ou entre um ponto de uma aerovia e o aeródromo de chegada.

Por definição, corredores são pontos previamente definidos que tem a função de auxiliar

as aeronaves quando elas necessitam chegar numa aerovia oficial ou pretendem

abandonar a aerovia para dirigir-se ao aeródromo de chegada. Através da opção

Corredores torna-se possível acessar as informações pertinentes a todos os Corredores

cadastrados na Base de Dados ATFM (Figura 6.10).

Page 134: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

132

Essa opção permite, além das operações de manipulação de dados comuns aos demais

arquivos, realizar pesquisas (consultas) através de dois campos chave:

a) Nome da Aerovia;

b) Nome do Ponto.

Fig. 6.10 – Janela Corredores.

6.4.2.11 Opção FIR:

As Regiões de Informações de Vôo (FIR ), conforme está descrito no Capítulo 2 tópico

2.4.4.1, são espaços aéreos não controlados, o qual se destina a prestar serviços de

informação de vôo e serviço de alerta.

Através da opção FIR torna-se possível acessar as informações pertinentes a todas as

“FIR” e seus correspondentes “Setores” cadastrados na Base de Dados ATFM (Figura

6.11). Essa opção permite, além das operações de manipulação de dados comuns aos

demais arquivos, realizar pesquisas (consultas) através do campo chave Designador da

FIR.

Page 135: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

133

Fig. 6.11 – Janela FIR / Setores.

6.4.2.12 Opção Pontos Característicos:

Ponto característico, baliza ou fixo são localidades ou instrumentos que auxiliam na

navegação das aeronaves o qual tem a finalidade de orientá-las em suas trajetórias

durante o vôo.

Este arquivo além de servir de base para a composição das trajetórias, ele será utilizado

também para indicar os setores de fronteira que estejam associado a um determinado

ponto característico. O preenchimento de pelo menos dois campos de setores é o

bastante para caracterizá- lo como ponto de fronteira.

Page 136: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

134

Através da opção Pontos Característicos torna-se possível acessar as informações

pertinentes a todos os Pontos Característicos cadastrados na Base de Dados ATFM

(Figura 6.12). Essa opção permite, além das operações de manipulação de dados

comuns aos demais arquivos, realizar pesquisas (consultas) através do campo chave

Nome do Ponto Característico.

Fig. 6.12 – Janela Pontos Característicos.

6.4.2.13 Opção TMA:

As Áreas de Controle de Terminal ( TMA ), conforme está descrito no Capítulo 2,

tópico 2.4.4 – 2.4.4.2, compreendem áreas situadas na confluência de rotas ATS e nas

imediações de um ou mais aeródromos.

Através da opção TMA torna-se possível acessar as informações pertinentes a todas as

“TMA” e seus correspondentes Setores, cadastrados na Base de Dados ATFM (Figura

6.13). Essa opção permite, além das operações de manipulação de dados comuns aos

Page 137: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

135

demais arquivos, realizar pesquisas (consultas) através do campo chave Designador da

TMA.

Fig. 6.13 – Janela TMA / Setores.

6.4.2.14 Opção Planos de Vôos:

Através da opção Planos de Vôos torna-se possível acessar as informações pertinentes a

todos os Planos de Vôos - Periódicos ou Eventuais - cadastrados na Base de Dados

ATFM (Figura 6.14). Essa opção permite, além das operações de manipulação de

dados comuns aos demais arquivos, realizar as seguintes operações:

a) Pesquisas (consultas) através do campo chave Identificação do Vôo;

b) Cópia de um determinado registro indicado pelo usuário.

Page 138: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

136

Fig. 6.14 – Janela Planos de Vôos.

Vôos periódicos são aqueles que são preparados pelas companhias aéreas, e a cada 15

dias são enviados através da central de Brasília ao NuATFM.

Os vôos eventuais são aqueles que serão realizados em poucas horas. Eles chegam ao

NuATFM que por sua vez são analisados e cadastrados no Banco de dados ATFM pelos

gerentes ATFM.

6.4.2.15 Opção Consulta de Trajetória:

Através da opção Consulta de Trajetórias torna-se possível acessar as informações de

todas as Trajetórias de Vôos criadas automaticamente pelo sistema (através de ativação

Page 139: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

137

da opção Atualização de Trajetórias) e armazenadas na Base de Dados ATFM (Figura

6.15).

Essa opção permite ao usuário obter, simultaneamente, informações sobre as Trajetórias

propriamente ditas (N.º, Aeródromo de Origem, Aeródromo de Destino e Rota), sobre

os Pontos (“break points”), bem como sobre o vôo que a utiliza.

Diferentemente das demais opções do Menu Principal, através desta somente é possível

a realização de consultas propriamente ditas (visualização de informações na tela) ou

obtenção de relatórios.

A realização de consultas poderá ser feita através de dois campos chaves:

a) Identificação do Vôo (pesquisa por Plano de Vôo);

b) Número da Trajetória (pesquisa por Trajetória).

Este arquivo será gerado através do processo de conversão conforme descrito no tópico

6.4.2.22 deste Capítulo.

Page 140: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

138

Fig. 6.15 – Janela da Opção Consulta de Trajetórias.

Page 141: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

139

6.4.2.16 Opção Consulta de Tráfegos:

Através da opção Consulta de Tráfegos torna-se possível acessar as informações de

todos os Tráfegos (vôos) e “PLNs” associados, criados automaticamente pelo sistema

(através de ativação da opção Atualização de Tráfegos) e armazenados na Base de

Dados ATFM (Figura 6.16).

Assim como na opção Consulta de Trajetórias, através desta somente é possível a

realização de consultas propriamente ditas (visualização de informações na tela) ou

obtenção de relatórios.

A consulta deverá ser feita através do campo chave Identificação do Vôo.

Page 142: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

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Fig. 6.16 – Janela da Opção Consulta de Tráfegos.

Page 143: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

141

6.4.2.17 Opção Atualização do RPL:

A opção Atualização do RPL tem por finalidade permitir a atualização automática dos

dados de RPL. Essa atualização normalmente deverá ser feita a cada 15 dias, quando do

recebimento do arquivo “RPLEOBT.DAT”, enviado pelo CPVR do CINDACTA I de

Brasília. Ao ser ativada esta opção será apresentada a janela ilustrada pela figura abaixo.

(Figura 6.17).

Esta opção não faz parte do Menu Principal, ela é executada através de um programa

independente.

Fig. 6.17 – Janela da Opção Atualização do RPL.

6.4.2.18 Opção Atualização de Trajetória:

A opção Atualização de Trajetórias conforme mostra a figura abaixo (Figura 6.18), tem

por finalidade permitir a criação automática de novas Trajetórias, após a operação de

atualização do RPL ou após a inclusão de novos Planos de Vôos “eventuais” na Base de

Dados ATFM.

Esta opção não faz parte do Menu Principal, ela é executada através de um programa

independente.

Page 144: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

142

Fig. 6.18 – Janela da Opção Atualização de Trajetória.

6.4.2.19 Opção Atualização de Tráfegos / PLN (Plano de Vôo):

A opção Atualização de Tráfegos / PLN como mostra a figura abaixo (Figura 6.19),

tem por finalidade permitir a criação automática de novos Tráfegos e respectivos PLN’s

(Planos de Vôos) para posterior processamento pelo Sistema Acelerado de Análise de

Fluxo de Tráfego Aéreo (protótipo).

Importante: essa operação só deverá ser ativada após a conclusão da operação de

atualização de Trajetórias, considerando-se um mesmo conjunto de Planos de Vôos

(periódico ou eventual).

Esta opção não faz parte do Menu Principal, ela é executada através de um programa

independente.

Page 145: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

143

Fig. 6.19 – Janela da Opção Atualização de Tráfegos / PLN.

6.4.2.20 Opção Usuário:

A opção Usuário conforme mostra a figura abaixo (Figura 6.20) tem por finalidade

permitir o cadastramento de dados de usuários e respectivas categorias de permissões de

acesso aos dados da Base de Dados ATFM.

Fig. 6.20 – Janela da opção Usuário

Page 146: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

144

6.4.2.21 Opção Windows:

A opção Windows tem a função de finalizar o processamento do sistema. Ao ser ativado

o botão correspondente a essa opção o sistema apresentará a janela ilustrada pela figura

abaixo (Figura 6.21) e ficará aguardando a resposta do usuário.

Fig. 6.21 – Janela de Confirmação de Finalização de Processamento.

Todos os arquivos que compõem a Base de Dados ATFM tem por objetivo

disponibilizar suas informações para os Órgãos Operacionais do Comando da

Aeronáutica e para as Companhias Aéreas de modo que eles possam saber de maneira

antecipada, qual será a demanda de fluxo de tráfego aéreo que irá ocorrer nos aeroportos

brasileiros no dia corrente ou numa data futura.

Além da prestação desse serviço, o Banco de Dados ATFM também tem a tarefa de

disponibilizar seus dados para a criação e montagem de arquivos que serão utilizados no

processo de simulação, que por fim dar-se-á uma nova base de dados que será utilizada

pelo subsistema de Apresentação Gráfica de Resultados da Simulação, para que os

gerentes ATFM possam analisar as ocorrências de extrapolação de setores em qualquer

região do espaço aéreo brasileiro.

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145

6.4.2.22 Processo de Conversão e Armazenamento dos Dados ATFM:

Para que as informações do banco de dados ATFM fossem armazenadas num banco de

dados confiável e robusto decidiu-se adotar o Sistema Gerenciador de Banco de Dados

ORACLE, utilizando a plataforma UNIX, numa Sun-UltraSparc 5 Server. O sistema

operacional UNIX dispensa qualquer comentário sobre sua operacionalidade e robustez

como servidor de aplicações e de banco de dados, tendo sido, por esse motivo, o

escolhido para essa nossa aplicação.

Para facilitar o acesso e manipulação das informações no Banco de Dados ATFM, via

ORACLE, desenvolveu-se, através da linguagem DELPHI 3.0 da Borland, um “front

end mais amigável” do que o oferecido pela ORACLE através do SQLPLUS.

Este subsistema será uma das ferramentas que serão disponibilizadas aos usuários, os

quais poderão, além de consultar as informações do banco de dados ATFM de forma

remota, visualizar graficamente e antecipadamente, a situação de demanda de tráfego

aéreo de qualquer região do país. A ferramenta de visualização gráfica que também será

disponibilizada, está descrita com mais detalhes no tópico 6.4.5 deste Capítulo.

6.4.2.23 Processo de Geração dos Arquivos de Planos de Vôos e

Tráfegos:

A figura abaixo (Figura 6.22 e 6.23) ilustra o processo de atualização de dados de vôos

na Base de Dados ATFM.

O processo de atualização de dados de vôos na Base de Dados ATFM tem o objetivo de

atualizar essas informações a partir dos dados enviados atualmente, periodicamente,

pelo CINDACTA I (RPL) e DAC (HOTRAN). Essa atualização produzirá, como

resultado, os arquivos de Tráfegos e respectivos Planos de Vôos associados. Esses

arquivos serão então, numa 2ª fase (ilustrada pela Figura 6.24), processados juntamente

com outros arquivos do Banco de Dados ATFM, por um processo denominado

Supervisor que fará a conversão e carregamento desses dados na memória de uma

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146

“workstation” Sun. Esses dados serão então processados pelo Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo.

Na fase 1 do diagrama apresentado na Figura 6.22, o arquivo RPL (Planos de Vôos

Repetitivos) original (oriundo do CINDACTA I) passará por um processo de leitura e

transformação, resultando num novo arquivo RPL temporário, o qual foi modelado para

atender às necessidades do banco de dados ATFM local.

Posteriormente esse arquivo RPL temporário será submetido a um minucioso processo

de crítica e consistência até que os dados estejam absolutamente sem erros. A maioria

dos erros encontrados são geralmente por falha de preenchimento do campo “Rota” (que

é um campo aberto, com 192 posições) por parte das Companhias Aéreas.

A correção desses erros, apontados pelo programa de crítica e consistência de dados,

não pode ser feita por qualquer pessoa pois depende, e muito, da experiência do

controlador de tráfego aéreo que realizará essa tarefa. Após a eliminação dos erros do

arquivo de RPL temporário, os dados serão armazenados em um arquivo permanente

(denominado na Figura 6.22 como “RPL IPV”), o qual será então processado pelo

programa de Criação de Trajetórias. A cada processamento de atualização de um

arquivo RPL o programa de criação de Trajetórias armazenará, no respectivo arquivo, as

novas Trajetórias que surgirem, conforme ilustrado na fase 2 do diagrama da Figura

6.22.

O sistema permanecerá nessa fase de processamento de Trajetórias enquanto houver

ocorrência de erros, que serão analisados e corrigidos pelos gerentes ATFM. Quando

não houver mais nenhuma incidência de erro nessa fase, o passo seguinte será a ativação

do programa de criação dos arquivos de Tráfegos e de Planos de Vôos, os quais serão a

principal fonte de dados para processamento na fase de simulação. Também nessa fase

de criação dos arquivos de Tráfegos / Planos de Vôos ocorrerá um “loop” do processo

enquanto houver ocorrência de erros, que serão analisados e corrigidos pelos gerentes

ATFM.

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147

Os arquivos de Tráfegos e de Planos de Vôos conterão, além dos dados oriundos do

RPL, também uma síntese dos dados de HOTRAN (fase 3 do diagrama da Figura 6.22),

após estes terem sido depurados e comparados com os dados do arquivo permanente de

RPL, num processo bastante semelhante ao executado para o RPL, com geração de

listagem de erros, análise e correção pelos gerentes ATFM até a completa eliminação

dos erros.

Portanto, a divisão em fases 1, 2 e 3, apresentada no diagrama da Figura 6.22, em

última análise, tem o objetivo de gerar e disponibilizar à simulação os arquivos

necessários à execução de suas tarefas.

O diagrama 2 (Figura 6.23) representa a fase de seleção de dados para a simulação, a

simulação propriamente dita através do SAS e a apresentação gráfica desses dados,

conforme explicado mais detalhadamente a seguir:

O subsistema Supervisor extrairá do banco de dados ATFM, a partir de indicação feita

por um gerente ATFM, os dados referentes aos Tráfegos, Plano de Vôos (PLNs)

associados a estes e dados de “cenário” de uma determinada data, que, por sua vez,

serão lidos, convertidos e armazenados na memória de uma workstation Sun. A seguir

será ativado o processo de simulação o qual terá a função de gerar os dados referentes à

evolução das aeronaves em cada setor. O resultado gerado pela simulação será utilizado

pelo subsistema de Apresentação Gráfica (SAS) para representar graficamente a

situação dos setores do espaço aéreo brasileiro no que diz respeito à relação Capacidade

x Demanda.

A última representação mostra a demanda de aeroportos brasileiros, que pode ser

visualizada através de gráficos e relatórios impressos.

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148

Fig. 6.22 – Visão Geral dos Processos de Atualização dos vôos.

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149

Fig. 6.23 – Visão Geral dos demais Processos de Atualização dos vôos.

A descrição do processo de transformação de dados teve o objetivo de apresentar nessa

dissertação, todos os passos que são executados para obter-se uma base de dados íntegra

e operacional, desde o instante do recebimento até a sua disponibilização técnica para

que os usuários possam desempenhar suas funções na tomada de decisão com base num

banco de dados inteiramente confiável.

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150

6.4.3 Subsistema Supervisor:

O subsistema Supervisor tem por objetivo disponibilizar aos gerentes ATFM os

recursos necessários para que os mesmos possam planejar, executar e analisar as

ocorrências do fluxo de tráfego aéreo em qualquer região do espaço aéreo nacional. A

ativação do processo Supervisor implica na escolha pelo gerente ATFM da data e o

período que pretende-se ser analisado.

No Apêndice B, encontra-se o Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) do Sis tema ATFM,

o qual tem por objetivo, apresentar a funcionalidade de todos os subsistemas que

integram o modelo lógico do protótipo. Neste modelo descrevem-se os relacionamentos

que o subsistema Supervisor mantém com outros subsistemas.

O Supervisor caracteriza-se por ser o processo que gerencia e controla toda a parte

referente à simulação. É através da digitação dos parâmetros de entrada na tela do

Supervisor (Data Inicial - Data Final e Hora Inicial - Hora Final ), que procede-se todo

o processo de leitura, seleção e conversão dos dados a serem simulados. Após receber

os parâmetros de entrada, o Supervisor inicializa as estruturas em memória para

configurar o cenário a ser simulado. Em seguida ativa o processo de conversão que tem

a função de acessar o banco de dados ATFM e extrai as aeronaves que irão participar da

simulação, bem como suas trajetórias, fixos, setores, aeródromos e todo o complexo de

dados que possibilitam a evolução de cinemática de todas as aeronaves envolvidas na

simulação.

Após realizar o processo de seleção e conversão dos dados (cenários e aeronaves), o

supervisor por fim, ativa o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo para calcular e contabilizar a evolução das aeronaves nos seus

respectivos setores, desde a decolagem até o pouso. Mais detalhes do Sistema de

Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo, está descrito no tópico

6.4.4.

Dentre outras tarefas que são inerentes ao papel desempenhado pelo Supervisor, cabe-

lhe a tarefa de não permitir que datas repetidas sejam gravadas no banco de dados

Page 153: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

151

ATFM, permite que os gerentes de ATFM incluam e excluam qualquer data no sistema,

e para manipular o subsistema Supervisor, os gerentes fazem uso de uma conta e senha

para poder acessá- lo.

O subsistema Supervisor foi modelado e implementado sob o prisma da metodologia

estruturada, utilizou-se a ferramenta PC-Case da empresa IBPI para realizar a

documentação em termos de diagramas DFD, DER e DE, e para complementar a

documentação, utilizou-se o aplicativo Word da Microsoft para gerar os documentos de

Análise, Projetos e Implementação. Na implementação adotou-se a linguagem de

programação C, e na parte de construção de janelas utilizou-se o gerenciador de janelas

gráficas Motif.

O subsistema foi desenvolvido na plataforma UNIX, utilizamos uma Sun Ultra-sparc-5

sistema operacional Solaris versão 5.7 em rede baseado na arquitetura cliente servidor,

acessando as informações do banco de dados ATFM em outra workstation Sun Ultra-

sparc-5 com ORACLE.

Na Figura 6.24 abaixo é apresentada a tela de entrada de dados a serem simulados. Na

tela de entrada de dados, após o usuário clicar na opção “Confirma a Conversão”, é

disparado o processo de leitura, seleção e conversão dos dados, conforme a(s) data(s)

escolhida(s) pelo gerente de ATFM. Por fim ativa-se o Sistema de Simulação Acelerado

para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo que dará inicio ao processo de evolução e

contabilização das aeronaves nas suas respectivas trajetórias e setores.

6.4.3.1 Considerações Sobre a Conversão:

A conversão caracteriza-se por ser o processo que terá a responsabilidade de criar e

montar todos os dados em memória de uma Sun UltraSparc, para dar sustentação ao

processo de simulação. Para armazenar as informações em memória, foi utilizado o

serviço de memória compartilhada (global section) fornecido pela Sistema Operacional

da Sun (Solaris), o qual possibilitou a troca de mensagens entre os subsistemas, como

também facilitou a tarefa do Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo no que diz respeito ao armazenamento dos resultados obtidos durante a

Page 154: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

152

realização dos cálculos cinemáticos e contabilização de setores. No término da

simulação, os dados em memória serão transportados para as suas respectivas tabelas no

banco de dados ATFM em ORACLE.

A conversão monta em memória os dados referentes aos seguintes arquivos: Pontos

Característicos, Trajetória, Setores, Aeroportos e Aeronaves. Estes arquivos estão

descritos a partir do tópico 6.4.2.

A conversão é ativada quando o botão de “Confirmar a Conversão “é pressionado. Daí

então é disparado a seleção dos tráfegos que serão escolhidos segundo o seu dia de vôo

e por fim monta-se todo o cenário em memória. A Figura 6.24 abaixo dará mais

detalhes sobre os parâmetros de entrada na janela do supervisor.

Page 155: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

153

6.4.3.2 Composição da Tela do Supervisor:

A tela do Supervisor é dividida em quatro áreas, a saber:

a) Parâmetros do sistema;

b) Menu de opções;

c) Área de apresentação de tempo de simulação; e

d) Área de mensagens.

Cada área da tela do Supervisor será explicada nos tópicos a seguir.

Fig. 6.24 – Janela de Entrada de Dados a Serem Simulados.

Page 156: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

154

6.4.3.2.1 Parâmetros do Sistema:

Esta área destina-se à entrada, pelo gerente ATFM, dos parâmetros desejados para

iniciar o processo de conversão, preparação e carregamento dos dados em memória, que

posteriormente serão utilizados pelos outros subsistemas (Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo e Apresentação Gráfica), conforme

mostra as Figuras 6.24-a e 6.24-b.

Esses parâmetros são: O período de um dia, limitado pela hora inicial e final ( se nada

for informado nesses campos o sistema assumirá o período de 24 horas);

a) Data Inicial;

b) Data Final.

Fig. 6.24-a – Parâmetros do Sistema - Janela Supervisor.

O usuário tem a opção de indicar uma ou mais datas desejadas ou, se preferir, poderá

optar pela seleção de dia(s ) da semana.

- Pode-se selecionar o dia da semana após o dia corrente.

- Caso selecione o dia corrente, a data a ser convertida será a da próxima semana.

- Caso selecione para toda semana (última opção), o início será a data corrente.

A data final somente deverá ser introduzida se for necessária a conversão de mais de uma data.

Não há necessidade de se introduzir a hora inicial/final. A simulação será a partir de 0 até 24 horas.

Introduzir a data para início da conversão.

Page 157: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

155

6.4.3.2.2 Menu do Opções:

- Ao ser acionado apresenta a janela de confirmação abaixo.

Nota: A janela de aviso somente será apresentada nos seguintes casos: - Introdução incorreta de data Introdução de data e seleção do dia da semana.

- Retorna à tela de abertura do sistema .

6.4.3.2.3 Área de Apresentação de Tempo de Simulação:

6.4.3.2.4 Área de Mensagens:

Fig. 6.24-b – Opções e Informações - Janela Supervisor.

Converte os dados referentes à data introduzida.

Apresenta o total de aeronaves convertidas para a data introduzida ou selecionada.

Apresenta a data e hora final da simulação.

Apresenta as mensagens referentes ao estado da conversão e simulação.

Page 158: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

156

6.4.4 Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego

Aéreo (Modelo 1):

O Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo caracteriza-

se por ser o processo que tem a função de executar a evolução de um conjunto de

aeronaves desde a decolagem até o pouso e realizar a transferência e a contabilização de

todos os setores por onde elas passarem durante o vôo. Para realizar essas tarefas este

sistema gerencia e controla diversos módulos que terão a função de executar o vôo de

todas as aeronaves de maneira ininterrupta, seja um vôo doméstico (decolagem e pouso

no Brasil), ou internacional.

Para exemplificar a evolução das aeronaves bem como o processo de transferência e

contabilização de setores, serão apresentados as lógicas dos módulos no Apêndice C.

No conjunto de aeronaves que foram selecionadas para serem simuladas numa

determinada data, encontram-se aeronaves de diversas situações, tais como:

a) Aeronaves que decolam e pousam no Brasil;

b) Aeronaves que decolam do exterior e pousam no Brasil;

c) Aeronaves que decolam e pousam no exterior (sobrevoam o Brasil);

d) Aeronaves que decolam do Brasil e pousam no exterior;

e) Aeronaves que decolam e pousam no Brasil interceptando apenas um Fixo ou

Auxílio à Navegação; e

f) Aeronaves que decolam e pousam no Brasil com vôos de aeroporto à aeroporto,

isto é, sem interceptação de qualquer fixo (baliza). Estes são os vôos

denominados DCT (Diretos).

Para que se possa compreender como o Sistema de Simulação Acelerado para Análise

de Fluxo de Tráfego Aéreo cumpre suas tarefas é necessário, em primeiro lugar,

Page 159: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

157

explicar de que forma ocorre a evolução das aeronaves e como procede-se à

contabilização de setores.

6.4.4.1 Evolução das Aeronaves em suas Trajetórias:

Conforme está descrito no Capítulo 4 tópico 4.3 dessa dissertação, o deslocamento das

aeronaves é baseado no princípio de que, para existir o deslocamento faz-se necessário a

preexistência de um plano de vôo, e neste plano de vôo deverá constar as seguintes

informações: o aeródromo de partida, os pontos intermediários e o aeródromo de

chegada.

Um plano de vôo pode ser composto, além dos aeródromos de partida e chegada, por

um ou mais pontos característicos isolados, por um ou mais pontos de uma mesma

aerovia, ou ainda, por um ou mais pontos de várias aerovias.

Existe um caso particular em que o vôo é realizado apenas entre aeródromos, isto é, este

tipo de vôo ocorrerá apenas entre o aeródromo de partida (origem) e o de chegada

(destino), sem pontos intermediários entre eles. Este tipo recebe o nome de vôo direto

ou DCT.

O vôo DCT caracteriza-se por ser um vôo de curta duração (Vôos com menos de 30

minutos de duração), e não existe oficialmente uma rota predefinida para esse percurso.

Em geral são realizados dentro da própria região a qual pertencem os aeródromos

envolvidos no vôo.

Essa categoria de vôo será também considerada pela simulação porque são vôos que

ocorrem com muita freqüência em Área Terminal (TMA), região aérea mais propicia à

ocorrência de acidentes aéreos devido ao alto volume de tráfego aéreo em determinados

períodos do dia (horários de pico). Todavia, para o controle de Área Terminal estes vôos

devem ser considerados para que se possa “quantificar” e “controlar” as ocorrências de

vôos principalmente nas regiões de terminais (aproximação). Outra característica dos

vôos DCT ou diretos diz respeito ao fato de que eles jamais deverão estar em setores

Page 160: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

158

diferentes, e se isto vier a ocorrer o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de

Fluxo de Tráfego Aéreo deverá registrar a ocorrência de erro neste vôo.

Se houver um vôo entre os aeródromos e estes aeródromos pertencerem a setores

diferentes mesmo que estejam na mesma região, deverá existir obrigatoriamente um

“ponto de fronteira” para separar as regiões, de modo que Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo possa realizar a transferência entre

os setores. Neste caso fica descaracterizado o vôo DCT.

Para caracterizar-se uma trajetória, o plano de vôo da aeronave deverá conter pelos

menos 1 (um) ponto entre os aeródromos de partida e chegada. A Figura 6.25 abaixo

mostra o perfil de um vôo num espaço aéreo fictício.

Fig. 6.25 – Vôo num espaço aéreo fictício.

A Figura 6.25 apresenta em sua plenitude, vários fatores que iremos considerar para

explicar a sistemática de um vôo e suas relações com outros sistemas e entidades que

compreendem o complexo sistema de gerenciamento e controle de tráfego aéreo.

Page 161: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

159

Na figura acima apresentamos dois setores de regiões de FIR (A e B) com os seus

respectivos setores e duas áreas terminais representados pelos números 2 na FIR-A e o

número 3 da FIR-B. No espaço aéreo fictício representamos duas aerovias ou rotas,

onde uma procura descrever uma trajetória de um vôo vindo de um determinado lugar e

pousando na TMA da FIR-B e a outra aerovia procura descrever a trajetória de uma

aeronave realizando o sobrevôo nas diversas FIR. Observando a Figura 6.25 podemos

ter uma idéia de como o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo deverá realizar a transferência e a contabilização entre os setores. A

política adotada para proceder a transferência é baseada no princípio de que, só haverá

transferência e contabilização de setores se o ponto característico tiver à sua volta mais

de uma região. Os detalhes sobre a transferência e a contabilização entre setores será

melhor explicado no tópico 6.4.4.3.

Na Figura 6.25 poderemos encontrar alguns exemplos de transferências de setores

como é o caso da passagem da aeronave que está saindo do setor 4 da FIR-A e entrando

no setor 5 da FIR-B. Neste exemplo o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de

Fluxo de Tráfego Aéreo irá gravar no “arquivo de Eventos” um evento de “Saída do

setor 4 da FIR-A” e um evento de “Entrada no setor 5 da FIR-B”. Esse procedimento

será realizado para todas as aeronaves que estão no conjunto das aeronaves a serem

simuladas numa determinada data e, no final, teremos um histórico completo de todos

os vôos processados para aquela determinada data.

Por diversas vezes nos deparamos com os termos “Plano de Vôo” e “Trajetória” nesta

dissertação, conforme foi descrito no tópico 6.4.2.22 e apresentado nas Figuras 6.22 e

6.23. A princípio pode parecer que os termos acima refiram-se à coisas diferentes, na

verdade não são, a trajetória é o resultado da combinação do plano de vôo com alguns

detalhes a mais que a fazem diferir do plano de vôo. O Capítulo 5, tópico 5.3, apresenta

mais detalhes sobre arquivo plano de vôo, porém, a Figura 6.26 apresenta o resultado

da combinação entre o plano de vôo e a trajetória propriamente dita.

Page 162: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

160

N.

Trajetória

N.

Ponto

Nome

Ponto

Altitude

(m)

Velocidade

(m/s)

Coordenada

X (m)

Coordenada

Y (m)

Hora

Bloqueio

Fig. 6.26 – Arquivo de Trajetória.

6.4.4.1.1 Descrição dos Atributos do Arquivo de Trajetória:

Todas as aeronaves, a princípio, deverão ter uma trajetória associada ao seu vôo, exceto

nos casos em que o vôo é do tipo DCT. Essa trajetória poderá ser composta por apenas 3

pontos, onde o primeiro e o último serão os aeródromos de partida e de chegada.

Por convenção, a “Trajetória” é dotada de um identificador o qual descreve a seqüência

de pontos que uma aeronave deverá cumprir para realizar o seu plano de vôo conforme

apresentado no RPL. Portanto, abaixo apresentaremos a descrição de cada campo da

trajetória, a saber:

N. da Trajetória: É o código que identifica a trajetória.

N. do Ponto: Contém o número de cada ponto da trajetória.

Nome do Ponto: Conterá o nome do ponto ou o nome do aeródromo.

Altitude : Contém altitude em metros de cada ponto.

Velocidade : Contém a velocidade em metros/segundo de cada ponto.

Coordenada X: Posição X do ponto ou do aeródromo.

Coordenada Y: Posição Y do ponto ou do aeródromo.

Hora Bloqueio: Contém a hora de chegada no ponto ou no aeródromo.

Page 163: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

161

Por convenção assumimos que um ponto é de fronteira quando a ele estiver agregado

mais de um setor de fronteira. Sendo assim, quando o Sistema de Simulação Acelerado

para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo estiver processando a passagem da aeronave

nos diversos pontos da trajetória, o campo “N. do Ponto” é quem determinará se o ponto

é de fronteira ou não. Mais detalhes encontram-se no Capítulo 5 tópico 5.2.

O conteúdo do campo N. do Ponto conterá um “índice” que fará uma ligação

(relacionamento) entre os arquivos Trajetórias e Pontos Característicos para obter os

setores que estarão demarcados pelo ponto. Portanto, quando o Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo identificar que o ponto a ser tratado

é de fronteira, ela registrará o horário de bloqueio que é o instante em que passar pelo

ponto procederá à transferência e à contabilização entre os setores de entrada e saída. Se

o ponto não for de fronteira, o sistema regis trará apenas o horário de bloqueio da

aeronave em relação ao ponto e dará continuidade a evolução da aeronave, buscando os

próximos pontos da trajetória.

6.4.4.2 Processo de Evolução das Aeronaves:

A trajetória da aeronave apenas descreve o caminho a ser seguido e quais são as

condições para se chegar em cada ponto. De posse dessas informações, o processo de

evolução dividirá o percurso nas seguintes fases a saber:

a) Fase de Decolagem;

b) Fase de Subida;

c) Fase de Trajetória; e

d) Fase de Pouso.

Todas essas fases estão descritas em detalhes no Capítulo 4 dessa dissertação.

Page 164: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

162

6.4.4.2.1 Adaptação da Fase de Decolagem para o Protótipo:

Esta fase representa o início do vôo de uma aeronave, onde serão considerados os

parâmetros de performance da mesma e os parâmetros referentes ao aeródromo para dar

prosseguimento à fase de decolagem. Para o “protótipo do Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo” este procedimento, extraído do

simulador de Radar, sofreu algumas adaptações devido ao propósito que é dado a este

simulador. No Capítulo 4 tópico 4.2, vimos que este procedimento realiza três (3) fases

para completar sua execução. Neste protótipo, por orientação dos gerentes ATFM, a

fase de decolagem terá apenas 2 etapas representando a fase de “sub ida na decolagem” e

seu “término”.

A fase “rolagem na pista” foi desprezada porque os gerentes ATFM não estão

interessados em saber o tempo que uma aeronave ficou no pátio ou realizou o táxi ou,

quanto tempo levou para realizar a “rolagem na pista” para iniciar a decolagem. Estes

dados são muito importantes para outros tipos de simuladores como o de Área Terminal

e o de Torre. Porém, para este tipo de simulador estão em foco outros tipos de variáveis

que serão mais importantes para a conclusão da análise de fluxo de tráfego aéreo nos

setores. É por este motivo que a fase anterior foi desprezada. O que na verdade os

gerentes ATFM estão interessados em saber é exatamente quanto tempo uma aeronave

permaneceu num setor e se esta permanência trouxe algum tipo de alerta para o setor.

A decolagem adaptada para o protótipo do “Sistema de Simulação Acelerado para

Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo” inicia a evolução considerando que a aeronave já

esteja posicionada no aeródromo de partida e com a velocidade de subida na decolagem,

ou seja, assume-se que a aeronave começou a sair da pista e está com os parâmetros de

proa, velocidade, altitude e razão de subida nas condições de ir interceptar o primeiro

ponto de sua trajetória. O término da fase de decolagem é sinalizado quando a aeronave

alcança a altitude de “915 m” ou 3.000 FT (pés) acima do aeródromo. Alcançando esta

altitude, a aeronave será sinalizada para executar a próxima fase que denominamos de

“fase de Subida”. A Figura 6.27 abaixo apresenta todas as fases de um vôo a ser

executado pelas aeronaves.

Page 165: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

163

Fig. 6.27 – Evolução de uma aeronave nas diversas fases do vôo.

6.4.4.2.2 Fase de Subida:

A subida compreende a fase que se inicia logo após a fase de decolagem e termina

assim que a aeronave intercepta o “primeiro ponto da trajetória” com a altitude e

velocidade determinada por esse ponto. Para que a aeronave consiga abandonar a fase

de subida, é necessário que ela esteja com a altitude e velocidade indicadas para chegar

no ponto. Se a aeronave não atingir as condições conforme descrita acima, isto significa

que ela ainda não está com a altitude e a velocidade necessária para cumprir as regras do

procedimento de Subida do espaço aéreo em questão. Sendo assim, a aeronave

permanecerá nesta fase até que atinja as condições planejadas no plano de vôo, mesmo

seguindo sua trajetória para interceptar os próximos pontos da mesma.

Pode ocorrer que algumas aeronaves, durante a evolução, não consigam atingir a

velocidade e altitude do ponto conforme planejado no plano de vôo. Isto pode ocorrer

devido às características de performance de cada aeronave. Em geral elas conseguem

atingir as condições antes de interceptar o “segundo ponto”, porém existem aeronaves

que conseguem atingir as condições antes de interceptar o “primeiro ponto”. Se isto vier

a ocorrer os dados de altitude e velocidade permanecerão inalterados até que a aeronave

Decolagem Subida Trajetória

915 m

Pouso

Pto 1

Fase DEP à

Pto 2 Fase SUB à

Pto 1 a 3 - fase TRJ

Pto 3

Page 166: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

164

atinja o primeiro ponto e, quando isto acontecer, ela abandonará esta fase. A Figura

6.27 mostra graficamente o início e o término desta fase.

Nesta fase a aeronave estará voando com a razão de subida na decolagem e estará se

dirigindo para alcançar a velocidade de cruzeiro, que é a velocidade a ser atingida

quando ela interceptar o primeiro ponto da trajetória.

6.4.4.2.3 Fase de Trajetória:

A Trajetória compreende a fase que se inicia logo após a fase de subida e termina assim

que a aeronave intercepta o último ponto da trajetória. A evolução entre os pontos dar-

se-á através dos seguintes cálculos:

a) Posicionamento da aeronave (x, y) – Movimento retilíneo;

b) Velocidade da aeronave;

c) Altitude da aeronave;

d) Proa e Curvas;

As equações que descrevem cada operação dos tópicos citados acima, encontram-se

descritas em detalhes no Capítulo 3 no tópico 3.2.

Nesta fase o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo

promoverá a evolução da aeronave a cada 1 segundo orientando-a a chegar nos valores

que foram determinados para interceptar cada ponto de sua trajetória. Os cálculos de

movimento, velocidade, altitude e proa, são sistematicamente voltados para que

aeronave consiga cumprir o planejado de sua trajetória, obedecendo rigorosamente seus

parâmetros de performance. Durante a evolução do vôo o Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo estará a todo instante verificando se

algum cálculo extrapolou os parâmetros de performance da aeronave e se isto ocorrer no

mesmo instante ela procurará corrigir de modo que o vôo fique o ma is próximo possível

do real.

Page 167: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

165

A aeronave durante a fase de trajetória voará obedecendo as altitudes e velocidades

conforme estão descritas em cada ponto da trajetória e, durante esta fase, voará com a

velocidade de cruzeiro e razão de subida em cruzeiro.

6.4.4.2.4 Fase de Pouso:

O Pouso compreende a última fase de um vôo e é o procedimento responsável por

colocar a aeronave no solo nas condições ideais. Para se obter as condições ideais de

pouso é necessário que o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo possa aplicar os requisitos fundamentais para que a aeronave comece o

processo de descida dentro dos padrões de velocidade e altitude coerentes para esta fase.

Esses princípios têm o objetivo de diminuir a velocidade e altitude da aeronave que, no

início da descida, encontra-se com esses parâmetros fora dos padrões normais para se

executar a descida até o aeródromo de destino. Durante a fase de trajetória a aeronave

voa com a velocidade de cruzeiro e altitudes que são determinadas pelos pontos. Ao

iniciar a fase de pouso, ou a descida, a aeronave precisará chegar ao aeródromo com a

“velocidade de aproximação” e com a “altitude do aeródromo”. Deste modo os

seguintes princípios deverão ser aplicados para que tenhamos um pouso próximo do

real.

Princípio 1:

A equação abaixo fornecerá a “distância ideal” para que a aeronave inicie o

procedimento de descida chegando ao aeródromo de destino dentro das condições

ideais de pouso. Chegando nesta distância a velocidade (velocidade de cruzeiro)

permanecerá constante e a altitude de demanda da aeronave apontará para a

elevação do aeródromo de pouso, de modo que o Sistema de Simulação Acelerado

para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo possa evoluir a aeronave até a altitude

determinada, conforme mostra a figura abaixo.

Page 168: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

166

Nomenclatura :

AltUltPto = Altitude do último ponto da trajetória.

Pto. 1 = Ponto Ideal de Descida (DPID).

Pto. 2 = Ponto de desaceleração.

Pto. 3 = Ponto Ideal de Aproximação.

AltAerodArr = Altitude do aeródromo de chegada.

20 = 1 / 0.05 (equivalência a uma rampa de 5%)

Fig. 6.27-a – Demonstração do Ponto Ideal na Aproximação (Pouso).

ß Limite do Setor da TMA Setor A

Setor D

Setor C

18300 m

DPID= 20 x (AltUltPto – AltAerodArr)

Último ponto da Trajetória ↓

DPID = 20 x ( AltUltPto – AltAerodArr )

Setor B

1

2

3

Page 169: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

167

Princípio 2:

A equação abaixo fornecerá a “distância ideal” para que a aeronave inicie o

procedimento de descida chegando ao aeródromo de destino com a “velocidade de

aproximação”. Chegando nesta distância o Sistema de Simulação Acelerado para

Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo continuará a evolução da aeronave até que ela

atinja a altitude do aeródromo de destino e, paralelamente, a velocidade esteja

também dentro das condições ideais de pouso.

Nomenclatura:

VCruz = Velocidade de cruzeiro da aeronave.

VelAPX = Velocidade de Aproximação da aeronave.

DAPX = Distância Ideal do ponto de Aproximação (18300 m – 10 NM)

TDesacel = Tempo de desaceleração (redução para chegar na VelAPX).

DDesacel = Distância de desaceleração (redução para chegar na VelAPX).

DPIND = Ponto Ideal de início de desaceleração

DPID = Ponto Ideal de início de descida.

VCruz = Velocidade indicada no último ponto da trajetória.

DAPX = 18300

Fórmulas:

TDesacel = (VCruz – VelAPX) / Aceleração

DDesacel = VCruz * TDesacel - (Aceleração * (TDesacel ** 2)) / 2

DPIND = DAPX + DDesacel

DPID = 20 x ( AltUltPto – AltAerodArr )

Page 170: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

168

6.4.4.3 Processo de Contabilização e Transferência de Aeronaves

entre Setores:

A contabilização e a transferência de controle de aeronave entre setores obedecerá as

regras oficiais de transferência, conforme são praticadas pelos controladores de tráfego

aéreo em Área Terminal (TMA) e nos Centros de Controle -ACC (vôo em rota):

6.4.4.3.1 Fase de Decolagem e Subida:

Só haverá a contabilização no setor em que se encontra a aeronave quando ela for

ativada na simulação, isto é, quando iniciar sua evolução para interceptar o primeiro

ponto da trajetória. Portanto, quando a aeronave decolar o Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo efetuará a contabilização de mais

uma aeronave presente no setor. Logo após a decolagem a transferência de setor poderá

ocorrer de duas maneiras:

a) Quando a aeronave cruzar o nível da TMA para atingir o 1° ponto de fronteira, ou

b) Quando interceptar o primeiro ponto de fronteira.

(a) (b)

Fig. 6.27-b – Fase de Decolagem e Subida.

Decolagem

Limite da TMA à

Setor A Setor B

Setor TMA

Page 171: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

169

6.4.4.3.2 Fase de Trajetória:

A fase de trajetória é aquela em que aeronave deverá evoluir interceptando todos os

pontos previstos em seu Plano de Vôo. Sendo assim, ocorrerá a transferência e a

contabilização entre os setores nos seguintes casos:

a) Quando a aeronave interceptar apenas pontos de fronteira entre setores ou,

b) Quando existirem setores em camadas entre dois pontos de fronteira, de modo

que ela possa cruzar os limites de cada setor para chegar ao ponto planejado.

Neste caso cada cruzamento entre os setores em camadas será contabilizado,

verificando-se então a transferência.

(b) (a)

(b) (b) (a)

(a) (a)

Fig. 6.27-c – Fase de Trajetória.

6.4.4.3.3 Fase de Pouso:

A fase de Pouso é aquela em que aeronave finalizará o plano de vôo associado a si,

independente da altitude em que se encontre no momento. Esta fase consistirá de duas

abordagens diferentes devido à existência de pousos que podem acontecer no Brasil ou

no exterior.

Fase de Trajetória

Setor A

Setor D

Setor C

Setor B

Setor E

Page 172: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

170

O pouso no Brasil ocorrerá quando a aeronave interceptar um ponto que faça fronteira

com um setor de área terminal (TMA). Durante sua trajetória poderão até existir outros

pontos após o ponto de fronteira, mas a transferência e a contabilização, só ocorrerão

quando a aeronave cruzar o ponto de fronteira com o setor da TMA. Portanto, quando a

aeronave entrar no setor da TMA a quantidade de aeronaves do setor será incrementada

de uma unidade e, quando pousar, a quantidade será decrementada de uma unidade.

O pouso num aeródromo no “exterior” não será processado porque neste simulador

não estamos considerando vôos que seguem além da fronteira do Brasil. Se fôssemos

considerar a evolução das aeronaves até o pouso no exterior, a Base de Dados ATFM

seria gigantesca pois necessitaríamos contar com os dados de todas as inúmeras rotas

estrangeiras a fim de capacitar o simulador a processar esses vôos.

6.4.4.4 Considerações Sobre os Vôos que Entram e Saem do Brasil:

Os vôos que decolam do exterior e pousam num aeródromo brasileiro traz em seu

plano de vôo a hora de decolagem. Para saber em que momento a aeronave entrará no

Brasil, os gerentes ATFM calculam a “distância” que ela deverá percorrer para chegar

ao ponto de fronteira no Brasil e dividem por sua “velocidade”, obtendo assim o valor

do tempo em que a aeronave interceptará um ponto de fronteira do setor de FIR

brasileiro. Daí por diante a simulação fará sua evolução até que ela pouse num

aeródromo brasileiro.

Nos casos em que a aeronave decole de um aeródromo brasileiro e pouse num

aeródromo estrangeiro, aplicamos a seguinte regra para caracterizar o pouso: A

simulação dará por finalizada a evolução dessa aeronave quando ela interceptar o ponto

que faz fronteira com o setor de FIR brasileiro. Esta regra também é aplicada nos casos

em que determinadas aeronaves decolam e pousam fora do Brasil. Estes são os tipos de

vôos que apenas sobrevoam (cruzam) o espaço aéreo brasileiro. As figuras abaixo

mostram os dois tipos de pousos.

Page 173: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

171

Pouso no Brasil:

Pouso no Exterior:

Fig. 6.27-d – Fase de Pouso.

Pouso

ß Limite do Setor da TMA

Setor A

Setor C

Setor B

Setor A

Pouso em aeródromos no exterior

Último Pto. Fronteira no Brasil ↓

Setor C

Setor B

Page 174: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

172

Exemplo gráfico do Vôo DCT conforme está explicado no tópico 6.4.4.1

desta dissertação.

Após a decolagem de uma aeronave o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de

Fluxo de Tráfego Aéreo realizará a contabilização (incremento da demanda) no setor ao

qual pertence o aeródromo de partida e, logo que a aeronave pousar o sistema

decrementará o valor de demanda desse mesmo setor, uma vez que ambos os

aeródromos pertencem ao mesmo setor de controle.

Fig. 6.27-e – Exemplo de Vôo do tipo DCT.

Aeródromo de Partida

Ponto Médio calculado

Aeródromo de Chegada

Vôo DCT: Vôo realizado entre dois aeródromos onde calcula-se e projeta-se um ponto médio para que a aeronave possa realizar os procedimentos de Decolagem, Trajetória e Pouso. No vôo DCT não haverá mudança de setor, uma vez que os dois aeródromos pertencem ao mesmo setor de controle.

Page 175: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

173

6.4.4.5 Tempo Total de Processamento deste Modelo:

Para gerar o resultado da simulação este modelo leva em média 3 minutos para ler,

converter e montar os dados de cenário e tráfegos na memória da workstation Sun,

considerando um conjunto de 3000 aeronaves a serem simuladas. Esta função é

realizada pelo subsistema Supervisor. Em seguida o sistema levará mais 7 minutos para

realizar as funções do Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo (evolução de aeronaves, transferências e contabilizações), e por fim mais

15 minutos para realizar a gravação do resultado da simulação nos arquivos conforme

descrito no Capítulo 5 desta dissertação. Portanto, o tempo despendido para gerar as

informações após a simulação é de 25 a 30 minutos.

A seguir apresentaremos o pseudocódigo do módulo principal do Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo e, no Apêndice C encontra-se a

lógica dos demais módulos que compõem este sistema.

Page 176: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

174

6.4.4.6 Lógica do Módulo Principal do Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo – Modelo 1:

Lógica do Módulo:

Alocar memória compartilhada para acessar as Estruturas na BDS Online

Realiza a conexão com o Banco de dados ORACLE

Chama a função DelDataTabela (Elimina das tabelas a data fornecida)

iInd // Índice (-) que representa a anv que está no dia anterior TfmIndAteTF // Índice em segundos que representa 24 horas

TfmTotAnv // Total de aeronaves a serem simuladas

iAnv = 1 // Índice p/acessar a estrutura aeronaves

REPETIR_ENQUANTO iInd <=TfmIndAteTF

REPETIR_ENQUANTO iAnv <= TfmTotAnv

Obtém endereço da aeronave corrente

Obtém a performance da aeronave

Obtém o plano de vôo da aeronave

Chama a Função ChecaCondiçãoAnv

iAnv = iAnv + 1

FIM_REPETIR

iInd = iInd + 1

FIM_REPETIR

// Transfere todos os dados que estão em memória (Sun) para o Banco de Dados

// ... ATFM (ORACLE)

Chama função ParSistema

Chama função EveTrafego

Chama função PlanoVoo

Chama função FTC

Chama função EveSetores

Chama função Eventos

Realiza a Desconexão com o Banco de dados ORACLE

Finalizar o processo

Page 177: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

175

6.4.5 Subsistema de Apresentação Gráfica dos Resultados da Simulação

/ Sistema de Análise de Situação – SAS:

O Subsistema de Apresentação Gráfica de Resultados da Simulação foi desenvolvido

para permitir a consulta de qualquer cenário do espaço aéreo brasileiro, cuja demanda

de tráfego aéreo esteja associada aos valores de capacidade praticada, para qualquer

setor ATC ou aeródromo constante da Base de Dados ATFM.

A demanda de Tráfego Aéreo para um setor ATC será estabelecida através da

quantidade de aeronaves presentes no setor simultaneamente, isto é, em um determinado

instante.

A demanda de trafego aéreo para um aeroporto será estabelecida através da quantidade

de aeronaves, em um período de tempo.

Além do gráfico que representa a demanda de tráfego aéreo num determinado setor,

pode-se ter acesso aos planos de vôos das aeronaves, às trajetórias percorridas e aos

eventos de entrada e saída dos setores. O SAS também possibilita ao usuário a

impressão dos seguintes tipos de relatórios, à saber:

a) Planos de vôo;

b) Trajetória;

c) Eventos e

d) Gráfico por setor.

Nesta versão, somente foram considerados os tráfegos com origem no sistema de Plano

de Vôos Repetitivos (RPL), com uma correção gráfica decorrente da relação estatística

entre tráfego regular e não regular.

Este subsistema foi desenvolvido na plataforma Windows utiliza a linguagem de

programação Delphi 3.0 da Borland e acessa as informações no Banco de Dados

ATFM, no ORACLE o qual se encontra em uma workstation Sun Ultra Sparc 5 Server.

Page 178: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

176

Seguindo o mesmo padrão que foi adotado no subsistema SGBD, o SAS também só

poderá ser acessado mediante a digitação de um nome de usuário e senha. Nos tópicos a

seguir será apresentadas as telas do subsistema SAS, com mais detalhes.

6.4.5.1 Operação Básica do Subsistema SAS:

: : Ê

Fig. 6.27-f – Concepção Física do Sistema ATFM-IPV.

Após a verificação e validação pelo sistema do nome e senha digitados pelo usuário,

será apresentada a janela ilustrada pela figura abaixo (Figura 6.28).

Para iniciar a operação do sistema o usuário deverá entrar em primeiro lugar com a

“Data simulada”, escolhendo uma dentre as apresentadas. Tais datas foram geradas pelo

Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo.

Microcomputador executando o SAS

Workstation Sun executando o BD ATFM no Oracle

Rede Intraer

Page 179: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

177

Fig. 6.28 – Tela Principal SAS.

Page 180: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

178

Depois de selecionada a Data da simulação, o usuário deverá selecionar a região

desejada (FIR ou TMA), no combobox “Região”, como mostra a Figura 6.29 abaixo.

Fig. 6.29 – Selecionando a Região do Brasil.

Page 181: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

179

Selecionada a Região (FIR/TMA ), o usuário deverá selecionar o Setor desejado, como

mostrado na Figura 6.30 abaixo:

Fig. 6.30 – Selecionando o Setor da Região.

Page 182: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

180

Após o usuário escolher os parâmetros iniciais como a Data, Região e o Setor, o

subsistema SAS automaticamente mostrará graficamente a demanda de tráfego aéreo do

setor selecionado durante o período de um(1) dia, conforme mostra a Figura 6.31

abaixo. O campo Período, conforme mostra a Figura 6.31, apresenta em seu conteúdo

o período de um dia (default), porém, o usuário poderá inserir outro período dentro das

24 horas da data selecionada.

A partir dessas informações (Data, Região e o Setor), o SAS gera um gráfico com os

eventos de entrada e saída do Setor de uma determinada Região, conforme a data

escolhida.

Se o usuário pretender alterar o período ele deverá, após inserir o novo período, clicar

no botão Atualizar para visualizar o novo gráfico.

6.4.5.2 Considerações Gerais Sobre a Montagem do Gráfico:

A unidade de tempo estabelecida nas equações do Sistema de Simulação Acelerado

para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo é o “segundo” para a realização da evolução

das aeronaves, sendo assim, o SAS, de posse das informações iniciais (Data, Região e

Setor selecionado), carrega em memória todas as informações referentes a todos os

eventos de entrada e saída do setor em questão, conforme foram gravados pelo Sistema

de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo.

Na simulação os eventos representam apenas os momentos em que as aeronaves

mudaram de setor durante sua trajetória. Após o SAS carregar em memória os eventos

lidos da Base de Dados ATFM, ele converte o horário que foi gravado em segundos,

para hora normal, e apresenta-os na tela.

A linha inferior do gráfico conforme mostra a Figura 6.31, representa o instante de

congestionamento do setor num determinado período. O congestionamento é o

primeiro tipo de alerta indica que num determinado instante, a “capacidade do setor” foi

extrapolada em 80% mantendo-se, porém, e inferior a 100%.

Page 183: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

181

A linha superior do gráfico representa o instante de saturação do setor num

determinado período. A saturação é o segundo tipo de alerta indica que, num

determinado instante, a capacidade do setor atingiu ou superou a 100%.

As informações adicionais são representadas na parte inferior da tela, onde temos, na

primeira janela, a apresentação dos dados dos Plano de Vôos das aeronaves que voaram

no setor em questão. Na segunda janela são apresentados os dados relativos à trajetória,

onde coloca-se detalhes da hora de bloqueio em cada ponto, o setor de entrada, o nome

do ponto, a velocidade e nível. Por último apresentamos os detalhes referentes aos

eventos no que diz respeito ao horário de entrada e saída no setor, identificação da

aeronave, tipo de evento (entrada/saída), nome do ponto e a quantidade de aeronaves no

num determinado horário.

Fig. 6.31 – Apresentação Gráfica do Setor.

Page 184: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

182

6.4.5.3 Tipos de Relatórios Gerados pelo SAS:

O subsistema SAS foi implementado para gerar os seguintes tipos de relatórios, a saber:

a) Impressão do gráfico do SAS, conforme mostra a Figura 6.32 abaixo;

b) Relatório do Plano de Vôo das aeronaves;

c) Relatório das Trajetórias;

d) Relatório de Todos os Eventos ou somente Eventos do setor selecionado;

e) Relatórios de Alerta ( Congestionamento/Saturação ).

Para imprimir o gráfico do SAS, como está exibido na tela abaixo, o usuário deverá

pressionar o botão direito do mouse sobre o gráfico e selecionar a opção “Visualizar

Impressão”. O resultado da impressão será apresentada na Figura 6.33 abaixo.

Fig. 6.32 – Preparação para Gerar a Impressão do Gráfica do Setor.

Page 185: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

183

Fig. 6.33 – Impressão do Gráfica do Setor.

Esta figura apresenta o modelo de como ficou a impressão gráfica do setor selecionado.

Para imprimir, basta ter uma impressora conectada ao micro, ou em rede, e clicar no

botão impressora, na barra de tarefas, conforme mostra a Figura 6.33.

Os demais relatórios que serão apresentados abaixo foram gerados seguindo os mesmos

mecanismos conforme descrito para a impressão gráfica do setor, ou seja, para gerar o

relatório de Planos de Vôos, Trajetória e Eventos, o usuário deverá selecionar a janela o

qual pretende-se gerar o relatório e clicar o botão direito da mouse para obter a

visualização do relatório escolhido. Em seguida basta envia-lo para a impressora. As

figuras a baixo apenas exemplificam algumas tipos de relatórios que são possíveis de

serem gerados no SAS.

Page 186: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

184

6.4.5.3.1 Relatório de Eventos:

Este relatório apresenta em detalhes todas as informações referentes ao fluxo de tráfego

aéreo que ocorreu numa determinada data, em um determinado setor do espaço aéreo

brasileiro, conforme mostra a Figura 6.34 abaixo. As informações que compõem este

relatório são:

Hora: Em que ocorreu o evento;

Aeronave: Identificação da aeronave;

Evento: Tipo do evento, que pode ser de entrada ou saída no setor;

Estado do Setor: Pode estar Normal, Congestionado ou Saturado no período;

Ponto: Identificação do Ponto ou Aeródromo em que a aeronave mudou de setor;

Qtd de Anv : Quantidade de aeronaves no Setor nesta hora.

Fig. 6.34 – Relatório de Eventos.

Page 187: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

185

6.4.5.3.2 Relatório de Alerta:

Este relatório apresenta em detalhes todas as informações referentes ao estado do setor

no que diz respeito ao nível de alerta, conforme mostra a Figura 6.35 abaixo. De posse

desse relatório os gerentes ATFM poderão tomar as medidas cabíveis para solucionar os

problemas de “Congestionamento e Saturação” do setor.

Fig. 6.35 – Relatório de Alerta.

Page 188: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

186

6.4.5.4 Considerações Finais Sobre o SAS:

O subsistema SAS tornou-se uma ferramenta fundamental para a execução dos

trabalhos realizados pelos gerentes ATFM no NuATFM. Além de ser uma ferramenta

de fácil manipulação, ele conseguiu na sua amplitude traduzir e auxiliar a real

necessidade dos gerentes ATFM como um produto bastante versátil para a finalidade

proposta. É lógico que muita coisa ainda há de ser feita para melhorá- lo, no que diz

respeito principalmente a performance quando utilizado com a rede Intraer (Rede do

Comando da Aeronáutica).

Hoje o SAS é uma realidade, estando já em utilização nas cidades de Brasília, Rio de

Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo. Essas localidades foram escolhidas para

serem “Centros de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo” pelo Comando da

Aeronáutica. Sendo assim, esses Centros passaram a receber as informações, via rede

Intraer, da situação aérea de suas localidades. Essas informações são geradas pelo

subsistema Supervisor e o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo nas workstations localizadas no IPV.

Os tempos médios de respostas obtidos pelo SAS via rede Intraer nas cidades de São

Paulo e Rio de Janeiro, foram de 2’45’’ à 3’20’. Nas cidades de Brasília e Belo

Horizonte os tempos médios de respostas ficaram em torno de 4’10’’ à 5’20’’. Os altos

tempos registrados em Brasília e Belo Horizonte devem-se a baixa performance da rede

Intraer nessas localidades.

Sabemos que a curto prazo em algumas localidades como é o caso das citadas acima os

tempos de resposta ficarão com os níveis atuais, mas já existe uma preocupação do

Comando da Aeronáutica em melhorar a performance da rede Intraer a médio prazo.

6.5 Arquitetura do Hardware:

O Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo foi

concebido sob as plataformas UNIX e Windows. A escolha do Sistema Operacional

UNIX visou garantir que a parte simulada, isto é, todos os processos e dados ficassem

num sistema operacional mais robusto, de maneira que os processos pudessem ser

Page 189: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

187

executados a qualquer hora do dia sem que tivéssemos que reinicializar a máquina por

falta de memória ou algo parecido. Por outro lado utilizamos a plataforma Windows

para desenvolver os programas que dessem suporte ao subsistema SGBD como também

o subsistema SAS. Os outros componentes que integram o sistema em termos de

hardware como a rede de comunicação de dados e os servidores, serão apresentados nos

tópicos a seguir.

6.5.1 Descrição do Modelo de Rede:

O Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo foi

desenvolvido e estruturado segundo o modelo de rede adaptado para o Comando da

Aeronáutica denominada “Intraer” ou simplesmente conhecido como a “Intranet do

Comando da Aeronáutico”. A Intraer segue os mesmos princípios funcionais da rede

Internet, mas por enquanto não pode ser aberta ao público devido a fatores de

segurança. Entretanto, à medida que os sistemas de segurança de rede estiverem num

nível confiável de segurança acredito que as autoridades militares não se furtarão de

abrir as informações do ATFM para as empresas aéreas brasileiras, bem como a outros

Centros de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo mundial como os Estados Unidos

e a Europa.

A rede Intraer foi concebida e configurada para atender apenas os trâmites de dados

referentes aos assuntos de ordem militar e pessoal a nível estritamente interno ao

Comando da Aeronáutica. Porém, para atender as necessidades de cada unidade deste

Comando, os especialistas de rede do Comando da Aeronáutica organizaram os

endereços de IP fixo para cada unidade, de maneira que, a partir desse endereço fixo

cada uma das unidades construíssem suas próprias subredes locais e daí então pudessem

trocar informações. Portanto, baseado nessa idéia, o IPV, que é uma das unidades do

Comando da Aeronáutica procurou dentro dos seus recursos adaptar-se ao serviço da

rede Intraer de modo que tornou-se possível o desenvolvimento deste sistema cujo

objetivo é de fornecer o serviço de ATFM a qualquer unidade do Comando da

Aeronáutica desde que ela esteja cadastrada no banco de dados ATFM, e possua este

Page 190: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

188

protótipo para poder visualizar as informações geradas por esse sistema. A Figura 6.36

abaixo apresenta a arquitetura do hardware do simulador.

: : : Ê

: : :

Fig. 6.36 – Arquitetura do Simulador.

6.5.2 Descrição do Servidor de Banco de Dados:

Conforme está representado na Figura 6.36, o servidor de banco de dados ATFM está

estruturado e configurado numa Workstation Sun Ultra Sparc 5 com 128 Mb de

memória RAM, 350 Mhz e 10 GB de disco rígido.

Workstation Sun processando o BD ATFM - IPV

FMP – SJC Executando o SAS no IPV

FMP – RJ Executando o SAS

FMP – BR Executando o SAS

FMP – SP Executando o SAS

Workstation Sun processando a simulação-IPV

Rede INTRAER

Page 191: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

189

Este servidor utiliza a segunda Workstation Sun, conforme está representado na Figura

6.36, para replicar (Backup) o banco de dados ATFM, de maneira que, se a primeira

deixar de funcionar a segunda entre em operação imediatamente. Todas as informações

referentes à base de dados estática e simulada são armazenadas em tabelas do banco de

dados ORACLE. Atualmente estamos trabalhando com a versão 7.2 do banco de dados

ORACLE, mas a partir de Março de 2001 iniciaremos os testes do simulador com a

versão 8i. Estes testes possibilitarão a utilização de novos recursos que a versão 8i

dispõe para que possamos dar início aos conceitos do plano de vôo via Internet, já

descrito nesta dissertação.

6.5.3 Descrição do Servidor de Processos:

Como também está representado na Figura 6.36 acima, o servidor de processos da

ATFM utiliza uma Workstation Sun ultra sparc 5 com 128 Mb de memória RAM, 350

Mhz e 10 GB de disco rígido e divide suas tarefas em servidor de processos o qual

entende-se por processos todos os programas e módulos desenvolvidos que tem o

objetivo de realizar a pesquisa de dados, a conversão de dados e, por conseguinte,

realizar a evolução de um conjunto de aeronaves previamente selecionadas por meio de

uma data, de modo que, no final da simulação os gerentes ATFM possam consultar,

através do subsistema SAS, os resultados da simulação gerados pelo Sistema de

Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo.

A segunda tarefa desta Sun diz respeito ao recebimento (Backup) das informações do

Banco de Dados ATFM enviados via rede Intraer pela Workstation Sun servidora de

Banco de Dados ATFM. As Workstation Sun, servidoras de banco de dados e de

processos, são totalmente dedicadas às suas tarefas de servidoras, visando deste modo

garantir que não haverá nenhuma baixa na performance ou sinais de degradação se elas

estiverem executando apenas o que foram programadas e configuradas para fazer.

A arquitetura do simulador, conforme mostra a Figura 6.36, já é uma realidade para o

NuATFM do IPV. Atualmente quem prepara e executa a simulação são os próprios

gerentes ATFM. Entre suas tarefas diárias inclui-se o planejamento das datas a serem

Page 192: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

190

geradas pela simulação, bem como reportar ou corrigir qualquer falha que venha ocorrer

no sistema (Banco de Dados).

O protótipo do Sistema do Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego

Aéreo, deixou de ser um mero experimento de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo,

para se tornar uma ferramenta de alta relevância para a realização dos trabalhos de

“Análise de Situação” realizados pelos gerentes ATFM, tanto no NuATFM no IPV,

como, em todos os Centros de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo do país, onde

está instalado.

Através da utilização dessa ferramenta, desenvolvida no IPV, foi possível, no mês de

Setembro de 2000, realizar o “primeiro curso de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego

Aéreo no IPV”, quando se utilizou o SAS para demonstrar as ocorrências de fluxo de

tráfego aéreo em todas as regiões do espaço aéreo brasileiro. Neste sentido a ferramenta

foi de suma importância para as aulas práticas, porque teve-se a oportunidade de

demonstrar para os alunos as ocorrências(Demanda) de fluxo de tráfego aéreo nas suas

respectivas áreas de atuação, bem como treiná- los para o recebimento do SAS em seus

futuros Centros de Gerenciamento de Fluxo Tráfego Aéreo.

Page 193: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

191

CAPÍTULO 7

SISTEMA DE SIMULAÇÃO ACELERADO PARA ANÁLISE DE FLUXO DE

TRÁFEGO AÉREO (MODELO 2)

7.1 Considerações Geral:

O “Modelo 2” do Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego

Aéreo foi modelado e desenvolvido com o intuito de diminuir o tempo de

processamento da “cinemática” de evolução das aeronaves durante a simulação como

também melhorar o tempo de gravação do resultado da simulação no Banco de Dados

ATFM. Este modelo foi modelado e estruturado para atender não só o Gerenciamento

“Estratégico”, mas também os Gerenciamento “Pré-Tático e Tático” do ATFM. As

descrições dos modelos de Gerenciamento encontram-se no Capítulo 2 tópicos 2.5.7 e

2.5.8.

Portanto, este modelo tem a característica de poder atender os gerentes ATFM seja no

âmbito do IPV (local) como também nas FMP (estações remotas) com uma ferramenta

que lhes proporcionará consultas mais rápidas, principalmente quando acessadas via

rede Intraer, além de ser um subsistema que procurará atender os diversos tipos de

gerenciamento que a ATFM necessita.

Outra razão para o desenvolvimento de um novo modelo para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo, foi o fato de que no modelo 1 utilizava-se as informações de uma tabela

estática denominada Planos de Vôos Repetitivos (RPL), armazenado na Base de Dados

ATFM, enquanto que, neste novo modelo de “cinemática”, o sistema processará tanto

vôos RPL quanto vôos FPL. Os vôos FPL serão enviados de maneira “on line” pelo

CINDACTA I e logo que as mensagens começarem a chegar ao NuATFM, os

subsistemas Supervisor, Conversão e Sistema de Simulação Acelerado para Análise de

Fluxo de Tráfego Aéreo passarão a processar automaticamente estes vôos de modo que,

no final da simulação, os gerentes ATFM tenham uma situação de demanda de tráfego

aéreo mais realista nos setores de cada região do país.

Page 194: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

192

A junção dos vôos RPL e FPL atendem a todos os tipos de gerenciamento da ATFM.

No modelo 1 o resultado da simulação não era tão preciso porque a dados de RPL e FPL

(enviados via FAX) representavam apenas uma visão relativa às “intenções de vôos” e,

resultavam no final da simulação em uma demanda “estimada” de tráfego aéreo no

espaço aéreo brasileiro. Considerando que até então não existia no Brasil nenhum tipo

de ferramenta que pudesse auxiliar os gerentes ATFM na elaboração dos seus trabalhos,

o modelo 1 tornou-se uma produto fundamental no apoio as atividades gerenciais,

mesmo tratando a demanda de fluxo de tráfego aéreo baseado em dados repetitivos. A

seguir procuraremos descrever o modelo 2, não como um modelo isolado, mas sim,

como um modelo incremental do modelo 1.

Existem duas diferenças básicas entre os vôos FPL processados no modelo 1 e os vôos

FPL processados neste novo modelo. Essas diferenças serão apresentadas a seguir:

a) No modelo 1 os vôos FPL (ou vôos Eventuais) são enviados pelos Órgãos

Operacionais do Comando da Aeronáutica via Fax ao NuATFM com

antecedência de 12 horas da realização desses vôos. Em seguida os gerentes

ATFM cadastram estas informações no banco de dados, e por fim executam a

simulação conforme a data de realização desses vôos.

b) No modelo 2 o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo e os demais subsistemas estarão a princípio permanentemente

ativos para receber, tratar e processar as mensagens de vôos tanto dos vôos

regulares (RPL) do dia corrente quanto dos vôos FPL que chegarão ao NuATFM

via meios de comunicação Dial-Up, Intraer, e futuramente Internet.

Por ser um sistema que foi modelado e estruturado para atender apenas a vôos RPL, isto

é, vôos que ocorrem regularmente a cada 15 dias, o modelo 1 até poderia processar os

vôos FPL de maneira “on line”, porém, para adaptá-lo para que pudesse atender esse

novo requisito, teríamos que alterar todo processo atual, desde o subsistema que trata a

base de dados ATFM (estática) até os subsistemas que tratam da simulação. Outro ponto

fundamental seria o tempo despendido para realizar essas mudanças. Sendo assim,

optamos em modelar/implementar um novo modelo de “cinemática”, onde as mudanças

Page 195: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

193

apenas ocorressem nos subsistemas ligados a simulação, isto é, preservar-se o

subsistema SGBD (gera a base de dados ATFM) e o subsistema SAS (realiza a

apresentação do resultado da simulação) e modifica o subsistema Supervisor e o Sistema

de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo.

No modelo 2 estas questões estão praticamente resolvidas tanto em termos de maior

poder de processamento junto aos Planos de Vôos (RPL e FPL “on line”), quanto à

gravação do resultado da simulação no banco de dados, como também na recepção e

execução das informações enviadas de maneira “on line” a NuATFM. Nos tópicos a

seguir apresentaremos mais detalhes sobre a filosofia aplicada no modelo 2.

7.2 Modelo de Evolução de Aeronaves (cinemática) Adaptado para o

Modelo2:

Nos Capítulos 3 e 6 apresentamos o modelo de cinemática adotado nos simuladores de

controle de tráfego aéreo desenvolvidos no IPV, bem como o modelo de cinemática

adaptado para o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego

Aéreo (modelo 1) descrito nesta dissertação. Para o modelo 2 idealizamos mais uma

adaptação na cinemática esperando que este venha a ser um modelo que suprirá as reais

necessidades de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo, seja de maneira Estratégica,

pré-Tática ou Tática do ATFM.

7.2.1 Considerações Específicas Sobre o Modelo 1:

Para realizar a evolução das aeronaves, transferência e contabilização entre setores,

como também gerar a gravação do resultado da simulação, o Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo do modelo 1 dependerá das

seguintes tarefas a saber:

a) O processo de simulação inicia-se pelo subsistema Supervisor que através dos

parâmetros de entrada digitados pelo gerente ATFM, se encarrega de ler,

interpretar, validar e converter os dados de cenário e de aeronaves que por sua

Page 196: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

194

vez serão armazenados em memória para serem processados pelo Sistema de

Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo (modelo 1).

b) Após realizar a conversão e o carregamento dos dados em memória o subsistema

Supervisor ativará o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo que, por sua vez, mapeará a área de memória comum aos dois

subsistemas, dando início à simulação a partir de aeronaves cujo horário previsto

de decolagem esteja previsto para o dia anterior à data de simulação escolhida

pelos gerentes ATFM e, o horário de pouso esteja previsto para ocorrer na data

escolhida. Deste modo, as demais serão ativadas no instante em que o número

de ciclos realizado pelo Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo

de Tráfego Aéreo seja igual ao horário de sua decolagem. A simulação só

finalizará sua execução no instante em que completar 86400 ciclos, que

corresponde às 24 horas de um dia a ser simulado.

c) Como o processo de evolução das aeronaves é de forma cíclica, isto significa

que a “cada 1 segundo” as aeronaves da base de dados em memória serão

chamadas pelo Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo para realizar mais uma etapa de sua evolução rumo a cumprir o

seu Plano de Vôo preestabelecido. Portanto, neste modelo o Sistema obedecerá

rigorosamente o horário de decolagem de cada aeronave para poder ativar sua

evolução.

d) O término da evolução das aeronaves acontecerá quando, elas chegarem a

cumprir todo o Plano de Vôo e pousarem nos seus respectivos aeródromos no

Brasil ou quando deixarem o país através de um ponto de fronteira com outro

país, momento em que o sistema deixará de considerá- la, uma vez que o

processo de evolução ocorrerá somente até o ponto de fronteira.

e) Outro dado sobre este modelo é que se uma determinada aeronave decolar

próximo das 24 horas do dia selecionado e for pousar no dia seguinte, a Sistema

de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo registrará sua

evolução no banco de dados até o momento em que ocorrerá o término do

Page 197: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

195

processamento, isto é, quando ela chegar a completar os 86400 ciclos. Neste

caso especifico o Sistema de simulação não conseguirá cumprir todo o Plano de

Vôo desta aeronave devido ao limite imposto pelo modelo 1.

7.2.2 Considerações Específicas Sobre o Modelo 2:

Em função dos resultados obtidos pelo modelo 1 e de algumas restrições conforme

estão descritas no tópico 7.2.1 deste Capítulo, como também no Capítulo 6 desta

dissertação, deduzimos que para realizar a evo lução das aeronaves em cada ponto de sua

trajetória bem como processar a parte referente á transferência e a contabilização de

setor, o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo

obrigatoriamente não precisaria processar os vôos a cada um segundo sistematicamente

como faz no modelo 1. Verificamos que aplicando algumas regras, as quais serão

explicadas mais adiante neste Capítulo, e após compararmos os resultados obtidos entre

os modelos, chegamos a conclusão que os tempos obtidos no modelo 2 em comparação

com aqueles obtidos no modelo 1 são realmente muito melhores, não só pelos tempos

de vôos das aeronaves analisados após a simulação, mas também pelo resultado da

transferência entre setores e, consequentemente, pelo melhor resultado obtido na

gravação do resultado da simulação no banco de dados ORACLE.

Sendo assim, projetamos e implementamos o modelo 2 de “cinemática” que tem como

principio básico evoluir as aeronaves uma de cada vez, porém, evoluindo-as em todos

os pontos de sua trajetória desde a Decolagem até o Pouso, sem deixar de registrar os

horários de interceptação em cada ponto da trajetória bem como as transferências e a

contabilização em cada setor ininterruptamente. A outra novidade deste modelo em

relação ao anterior é que, neste, o Sistema de Simulação só “finalizará” a simulação

quando evoluir a “última aeronave” em todos os pontos de sua trajetória, diferentemente

do modelo 1 que era limitado pelo valor de um dia, ou 86400 ciclos.

Neste modelo o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego

Aéreo cumprirá obrigatoriamente o Plano de Vôo de todas as aeronaves a serem

simuladas e registrará no banco de dados o histórico dos vôos o qual poderão ser

consultados no SAS com intervalo maior que um dia. As informações com mais de um

Page 198: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

196

“dia“ poderão ser visualizadas neste modelo principalmente pela sistemática aplicada na

evolução das aeronaves que não se limitará apenas a um dia e, sim após processar o

plano de vôo da última aeronave a ser simulada.

Outra novidade deste modelo em relação ao anterior é que neste calcula-se diretamente

o tempo de interceptação em cada ponto da trajetória levando-se em consideração as

informações de posicionamento, velocidade e altitude que estão inseridas nos pontos

característicos de cada trajetória. Por fim, ocorrerá o processamento de transferência e a

contabilização dos setores caso seja necessário.

Neste modelo é possível saber o instante exato em que a aeronave intercepta cada ponto

da trajetória e quais foram os horários que elas entraram e saíram dos setores durante o

vôo sem precisar simular a cada segundo.

Com relação ao “cálculo do horário de interceptação” em cada ponto da trajetória,

estamos considerando a princípio que os pontos estão agrupados seqüencialmente em

linha reta, mesmo tendo alguns casos em que eles não estejam. Estes Planos de Vôo

chegam em torno de menos de 1% do conjunto de aeronaves a serem simuladas.

Comparando os tempos registrados no modelo 1 em relação aqueles obtidos no modelo

2 para um mesmo conjunto de dados(aeronaves), a diferença registrada nos tempos de

algumas aeronaves foram consideradas praticamente desprezível pelos gerentes ATFM,

mesmo porque as diferenças foram tão pequenas que não chegaram a comprometer em

nada o resultado da simulação.

Em seguida calcula-se a “distância linear” entre o ponto atual e o próximo ponto da

trajetória para poder calcular o “tempo de interceptação” no próximo ponto. Para o

cálculo de interceptação no próximo ponto o sistema realiza a seguinte verificação para

esse cálculo:

Se a velocidade do ponto atual for igual à velocidade do próximo ponto, aplica-se a

seguinte equação para se determinar o tempo de bloqueio no próximo ponto:

Tempo_de_Bloqueio = ( VelocidadeAtualAeronave / Distância dos pontos )

Page 199: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

197

Porém se a velocidade do ponto atual for diferente da velocidade do próximo ponto,

aplicam-se as seguintes equações para determinar o tempo de bloqueio no próximo

ponto:

Legenda:

a) D – distância entre os pontos P1 e P2

b) T1 – tempo para atingir a velocidade V2 antes de interceptar P2

c) (*) – ponto fictício para atingir a velocidade V2

d) T2 – tempo a partir de T1 para atingir V2 no ponto P2

e) D1 – distância percorrida para atingir a velocidade V2 antes de interceptar P2

f) D2 – distância percorrida para atingir a velocidade V2 até P2

g) Tf – tempo final para interceptar P2 ou Tempo_de_Bloqueio

T1 (*) T2

V1---------------------------V2-------------------------------------------V2

P1-----------------------------|---------------------------------------------P2

| D1 | D2 = D – D1 |

| ß --------------------------------- D ----------------------------------à |

Vel Prox.Pto – Vel Pto Atual

T1 = ------------------------------------

Aceleração

T1² D1 = Vel Pto Atual – T1 + ----- × Aceleração { Aceleração > 0 à Vpto < Vprox pto } 2

T1² D1 = Vel Pto Atual – T1 - ----- × Aceleração { Aceleração < 0 à Vpto > Vprox pto } 2

Page 200: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

198

D2 = D – D1 D2 T2 = ------------------- Vel Prox.Pto Tempo_de_Bloqueio = T1 + T2

7.2.2.1 Fórmula para o cálculo da “Distância Linear”.

Legenda:

a) Dist_Ptos = Distância linear entre dois pontos.

b) AnvX = Coordenada X da aeronave.

c) AnvY = Coordenada Y da aeronave.

d) PtoX = Coordenada X do ponto a ser interceptado.

e) PtoY = Coordenada Y do ponto a ser interceptado.

Dist_Ptos = SQRT ( (AnvX – PtoX)² + (AnvY – PtoY)² )

7.2.2.2 Considerações Sobre o Processo de Transferência de

Setores na Vertical.

Para realizar a mudança de setor no “ponto de fronteira” aplica-se a mesma regra

descrita no modelo 1. Entretanto, para realizar a mudança de setor na vertical, foi

necessário criar um modelo matemático de modo que se possa realizar as possíveis

mudanças nos limites de cada setor em camada (empilhado) entre dois pontos de

fronteira.

Em geral, a mudança de setor na vertical ocorrerá em função de uma variação de

altitude entre dois pontos de fronteira onde durante a evolução do vôo, a aeronave

interceptará um ou mais setores empilhados rumo a atingir a altitude do próximo ponto.

Muitas vezes a variação existe mas não chegará a provocar a mudança de setores. Neste

caso a aeronave permanecerá no setor atual e o Sistema de Simulação Acelerado para

Page 201: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

199

Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo fará sua evolução para atingir a nova altitude até o

ponto seguinte conforme está estabelecido no seu plano de vôo.

No modelo 1 o Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego

Aéreo encarregava-se de verificar a todo instante (a cada segundo) se uma determinada

aeronave voando entre dois pontos de fronteira com mais de um setor empilhado

deveria ou não mudar de setor na vertical. Durante o vôo de uma aeronave se ela tivesse

que subir ou descer para atingir a altitude do próximo ponto de fronteira e nesta

evolução viesse a cruzar os limites dos setores em camadas, o Sistema de Simulação,

além de evolui- la até a altitude do ponto estabelecido, realizava em paralelo, caso fosse

necessário, a mudança entre os setores em camadas até chegar ao ponto na altitude

desejada.

Porém, no modelo 2, para realizar a transferência em camada foi necessário

implementar uma lógica que utilizasse cálculo geométrico para determinar o instante

exato em que uma aeronave cruzasse os limites de cada setor empilhado, porém, de

maneira calculada, diferentemente do método aplicado no modelo 1 para realização

dessa tarefa. A Figura 7.1 abaixo mostra a representação gráfica da mudança de setor

na vertical (empilhados) e a lógica para realização desta tarefa encontra-se no

Apêndice D.

Page 202: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

200

Fig. 7.1 - Mudança de setor na vertical.

Toda a estrutura de hardware, conforme descrita no modelo 1, estão mantidas nesta

nova versão, bem como os detalhes relativos ao subsistema SGBD (Sistema

Gerenciador de Banco de Dados ATFM).

Page 203: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

201

7.3 Resultados Obtidos:

O tempo de processamento obtido pelo modelo 2, em relação ao modelo 1, é da ordem

de 45% mais rápido, considerando-se um conjunto de 2500 aeronaves processadas na

simulação.

Nesta versão do protótipo, o subsistema Supervisor foi o único que não alterou o tempo

de processamento conforme descrito no modelo 1. Porém, o Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo e o subsistema Apresentação

Gráfica de Resultados da Simulação, tiveram uma redução significativa nos seus tempos

de processamento.

Uma das principais causas na demora para a geração do resultado da simulação no

modelo 1, era ocasionado pelo tempo significativo de processamento dispendido pelo

Sistema de Simulação na gravação do resultado da simulação em seis(6) tabelas no

Banco de dados ATFM no ORACLE. Sendo assim, para tentar diminuir este tempo, a

princípio procurou-se reduzir o número de tabelas para apenas duas (2), pretendendo-se

ganhar mais rapidez junto ao Sistema de Simulação durante o período de gravação. As

estruturas das tabelas encontram-se descritas no tópico 7.3.3. As tabelas receberam o

nome de “Vôo e Evento”.

A tabela Vôo contém os detalhes referentes aos planos de vôos, apresentando as

informações sobre os aeroportos de origem e destino, os horários de decolagem e de

pouso e um índice para servir de relacionamento com a tabela de Eventos. A tabela

Evento contém todo o histórico da aeronave desde a decolagem até o pouso, além dos

registros de transferência de setores nos pontos de fronteira, bem como a mudança de

setores na vertical.

A modelagem dessas novas tabelas teve como meta principal diminuir o tempo de

gravação dos dados nas tabelas ORACLE pelo Sistema de Simulação durante a

simulação, como também prover ao SAS consultas otimizadas ao Banco de Dados

ATFM, principalmente, quando estiver operando na rede Intraer em locais fora do IPV.

Page 204: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

202

Uma pequena mudança foi realizada no SAS para que ele se adaptasse às novas tabelas

implementadas. Porém, nos primeiros testes realizados nesta nova concepção sua

velocidade de processamento ficou mais rápida em relação às consultas realizadas no

modelo anterior.

Esse modelo vem a cada dia se consolidando como uma ferramenta muito importante

principalmente no tocante à fidelidade dos dados e também em relação à rapidez com

que fluem as informações nos diversos equipamentos testados no âmbito do IPV. Além

de estar se consagrando como uma ferramenta realmente veloz, o modelo 2 está

conseguindo fornecer resultados de fluxo de tráfego aéreo e de demanda de tráfego

aéreo de modo que apenas os modelos desenvolvidos nos Estados Unidos e Europa

conseguem fornecer tais informações aos seus gerentes ATFM. Logicamente não está se

comparando este modelo com os encontrados nos países citados acima, mas, estamos a

princípio tentando chegar o mais próximo possível de um modelo que satisfaça

plenamente as necessidades do Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo brasileiro.

A partir do tópico 7.3.1 apresentaremos o Diagrama de Estrutura conforme mostra a

Figura 7.2 deste novo modelo, para que ele possa servir de base para um melhor

entendimento deste novo conceito de “cinemática”. Em seguida mostraremos o

pseudocódigo do módulo principal do sistema e por fim mostraremos a estrutura das

novas tabelas.

Os demais pseudocódigos que complementa a lógica dos módulos deste modelo

encontra-se no Apêndice D desta dissertação.

Page 205: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

203

7.3.1 Diagrama de Estrutura do Modelo 2:

Fig. 7.2 - Diagrama de Estrutura do Modelo 2.

Supervisor

Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo

DelDataTabela Trajetória Vôo Eventos

Dep/Sub/DirPonto VÔODCT

SalvaEventosMem

SalvaEventosMem

MudancaSetorAlt TransAnvTMA TransAnvSetorAerodChegada ProcessarPouso

ObterSetoresEntrada VerificarSetoresEntrada

Eventos

CalcularDemanda

CalcularDemanda

Page 206: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

204

7.3.2 Lógica do Módulo Principal do Sistema de Simulação Acelerado

para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo - Modelo 2:

Lógica do Processo: Alocar memória compartilhada para acessar as Estruturas na BDS On line Realiza a conexão com o Banco de dados ORACLE Chama a função DelDataTabela (Elimina das tabelas a data fornecida) TfmTotAnv // Total de aeronaves a serem simuladas igTotEve = 0 // Índice p/acessar a estrutura eventos iAnv = 1 // Índice p/acessar a estrutura aeronaves REPETIR_ENQUANTO ( iAnv <= TfmTotAnv ) Obtém endereço da aeronave corrente Obtém a performance da aeronave

Obtém o plano de vôo da aeronave Chamar Função Trajetória(...) // Efetua a evolução da aeronave em todos os

// ... pontos da TRJ. iAnv = iAnv + 1 // Aponta para próxima aeronave

FIM_REPETIR // Transfere todos os dados que estão em memória (Sun) para o Banco de dados // ATFM (ORACLE) Chama função Vôo Chama função Eventos Realiza a Desconexão com o Banco de dados ORACLE Finalizar o processo

Page 207: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

205

7.3.3 Estrutura das Tabelas de Vôo e Evento do Modelo 2:

TABELA 7.1 – TABELA DE VÔO

Tipo Nome Descrição Number [ 4 ] VooIndiceAnv Índice da aeronave Char [ 7 ] VooIndicativoAnv Indicativo da aeronave Char [ 4 ] VooIndicativoAerodDep Indicativo do Aeródromo de Decolagem Number [ 6 ] VooHoraDep Horário de Decolagem Char [ 4 ] VooIndicativoAerodArr Indicativo do Aeródromo de Chegada Number [ 6 ] VooHoraArr Horário de Chegada (Pouso) Char [ 4 ] VooTipoAnv Tipo da Aeronave Char [ 7 ] VooFrequencia Dias da semana do vôo

TABELA 7.2 – TABELA DE EVENTO

Tipo Nome Descrição Number [ 6 ] EveHoraSeg Horário de interceptação do ponto Number [ 4 ] EveIndiceAnv Índice da aeronave Char [ 7 ] EveIndicativoAnv Indicativo da aeronave Char [ 5 ] EvePonto Indicativo do ponto Char [ 6 ] EveIndicativoSetorE Indicativo do setor de entrada Char [ 6 ] EveIndicativoSetorS Indicativo do setor de saída Number [ 3 ] EveAltitude Altitude da aeronave no ponto Number [ 3 ] EveVelocidade Velocidade da aeronave no ponto Number [ 6 ] EveQuantidade Quantidade de aeronaves no setor Number [ 3 ] EveNivelAlerta Nível de Alerta

Page 208: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego
Page 209: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

207

CAPÍTULO 8

CONCLUSÃO

O crescimento acelerado do movimento aéreo no Brasil nos últimos 8 anos,

principalmente nas regiões de Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro,

contribuíram consideravelmente para o atual estado em que se encontra o controle de

tráfego aéreo brasileiro, com o crescente aumento da demanda, sem o correspondente

acréscimo da capacidade de infra-estrutura aeroportuária.

O tráfego aéreo vem aumentando uma média anual de 8%, sendo que, de 1998 a 1999,

subiu para 20,7%. Este aumento produziu, esperas excessivas nas saídas e chegadas

para os aeroportos da Área de Controle da Terminal São Paulo (TMA-SP),

principalmente em horários de pico, aumento nos tempos de vôo devido as longas

esperas em vôo e em solo, provocando excessivo aumento da carga de trabalho dos

controladores nos Centros de Controle de Área ACC Brasília e Curitiba e, no APP e

Torre de Controle de São Paulo.

Os Estados Unidos através do emprego da medida de gerenciamento Tático (considera-

se os vôos que serão realizados no mesmo dia), e a Europa através do emprego da

medida de gerenciamento Estratégico (considera-se os vôos até 2 dias antes de sua

realização), apresentam diferentes maneiras para resolver os problemas relacionados

com a demanda de tráfego aéreo seja nos setores do espaço aéreo, como também em

seus aeroportos. Entretanto, a adoção de aplicativos de outros esquemas de

Gerenciamento de Tráfego Aéreo já em uso por esses países, requer uma análise bem

fundamentada nas especificações de requisitos para saber qual será o tipo de

gerenciamento que mais se aproxima das características do modelo brasileiro, caso

contrário, corre-se o risco de adquirir uma produto que não atende as necessidades

brasileiras.

Portanto, para realizar os primeiros experimentos de ATFM no Brasil os especialistas de

tráfego aéreo adotaram o modelo híbrido de gerenciamento devido as características e

comportamentos do tráfego aéreo no país. Sendo assim, o desenvolvimento dos

Page 210: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

208

simuladores propostos no Capítulo 6 (Modelo 1) e Capítulo 7 (Modelo2), foram

elaborados de maneira a atender as especificações dos requisitos que estão descritos no

tópico 6.2 do Capítulo 6 dessa dissertação.

A diferença fundamental entre o comportamento de cada modelo citado acima, está

primeiramente, em relação à forma de cálculo que cada um emprega para evoluir as

aeronaves em suas trajetórias desde a decolagem até o pouso. Em segundo lugar a forma

que é empregada para realizarem a transferência de aeronaves entre os setores,

principalmente os setores que se apresentam em camadas (empilhados) e, finalmente, no

tocante ao tempo de processamento que cada um leva para gerarem as tabelas com os

resultados da simulação que serão utilizadas pelo subsistema SAS para a apresentação

dos dados de aeronaves, trajetórias e o gráfico do setor, que representa a demanda de

tráfego aéreo de um determinado dia daquele setor.

No Modelo 1 a evolução da aeronave ocorre de maneira cíclica, ou seja, a cada segundo

o simulador desloca a aeronave em sua trajetória obedecendo as equações de

cinemática. Durante a evolução da aeronave se a sua altitude neste instante “t” for igual

ao limite superior de um setor em camada, o simulador se encarrega de processar a

transferência da aeronave entre os setores e paralelamente realiza também a

contabilização. Este princípio também aplica-se quando a aeronave intercepta um ponto

de fronteira.

Fundamentalmente no Modelo 2 a evolução da aeronave ocorre de maneira pontual, isto

é, o simulador calcula diretamente o horário de interceptação da aeronave em cada

ponto de sua trajetória através da distância entre os pontos. Se durante a evolução da

aeronave entre dois pontos de fronteira existirem setores empilhados, o simulador

calculará geometricamente o horário exato em que a aeronave cruzará cada limite

superior desses setores. Após o cálculo de interceptação o simulador realizará a

transferência e a contabilização dos Setores.

A forma de cálculo empregada no Modelo 1 segue os conceitos descritos no Capítulo 3

que trata das equações de cinemática, que por sua vez estão associados com o Capítulo

4 que apresenta os procedimentos automáticos que serão empregados durante o vôo das

Page 211: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

209

aeronaves. Este modelo trabalha basicamente com Planos de Vôos do tipo RPL (vôos

repetitivos) e evolui as aeronaves a cada período de 1 segundo em suas trajetórias e

encerra o processamento de evolução das aeronaves (cinemática) ao final de 86400

segundos que corresponde a um dia simulado. O tempo total de processamento

considerando as etapas de seleção de aeronaves para simulação, conversão de dados de

aeronaves, simulação e gravação do resultado da simulação será aproximadamente de

25 a 30 minutos, considerando um conjunto de 2500 a 3000 aeronaves.

No Modelo 2 adotamos a forma de cálculo direto para determinar o tempo de bloqueio

das aeronaves em cada ponto (baliza) de suas trajetórias, este encontra-se descrito no

Capítulo 7 tópico 7.2.2. Nesse modelo a evolução é feita desde a decolagem ate o pouso

conforme o plano de vôo, aeronave por aeronave, e os eventos que ocorrem durante a

trajetória são contabilizados. Dessa maneira conseguiu-se determinar o tempo exato dos

vôos, desde a decolagem, passando pelos pontos intermediários até o pouso.

Outra característica desse modelo é que ele trabalha com Planos de Vôos RPL e FPL de

maneira on line, este encontra-se descrito no tópico 7.1 parágrafo 3 do Capítulo 7. A

possibilidade de processar diferentes planos de vôos (RPL e FPL), habilita-o a trabalhar

com os diferentes tipos de gerenciamento, Estratégico, pré-Tático e Tático do ATFM.

A transferência de aeronaves entre setores empilhados estão descritos no tópico 7.2.2.2

do Capítulo 7. O encerramento da simulação só ocorrerá quando o modelo processar a

última aeronave em todos os pontos de sua trajetória, diferentemente do Modelo 1 que

paralisava a simulação após completar os 86400 ciclos. O tempo total de processamento

considerando as etapas de seleção de aeronaves para simulação, conversão de dados de

aeronaves, simulação e gravação do resultado da simulação, será aproximadamente de 7

a 10 minutos, considerando o mesmo conjunto de aeronaves descrita no parágrafo

anterior.

A alteração na forma de processamento do Modelo 1 apresentado no Capítulo 6 em

relação a proposição do Modelo 2 e a implementação de um protótipo para certificação

da viabilidade e de suas vantagens apresentado no Capítulo 7, ilustrou a real

necessidade de modelar e implementar um modelo de cinemática que pudesse ser mais

Page 212: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

210

rápido que o modelo 1 de maneira que pudesse alcançar sucesso nos seguintes tópicos:

maior rapidez no processamento dos vôos RPL e FPL “on line”; gravar os dados

oriundos do resultado da simulação de modo que não sobrecarrega-se o processamento

do subsistema SAS sendo operado remotamente e, finalmente, pudesse ser um modelo

que atendesse os três tipos de gerenciamento do ATFM, Estratégico, pré-Tático e Tático

respectivamente. Portanto, todos esses detalhes fazem parte deste novo trabalho.

O Processo de desenvolvimento do Sistema de Simulação Acelerado para Análise de

Fluxo de Tráfego Aéreo nos Modelos 1 e 2 são importantes, pois:

a) Utilizando-se uma base de dados comum aos dois modelos o resultado obtido

atendeu os requisitos de precisão comparados aos dados reais;

b) Contribui com uma ferramenta de Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo para o

Núcleo do Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (NuATFM) a um custo

bastante reduzido, comparativamente ao desenvolvimento de outros sistemas

estrangeiros, bem como, estabelece um compromisso de desenvolvimento de um

software com tecnologia inteiramente nacional, o qual possibilitará aos gerentes

ATFM, a análise e a pesquisa em todas as regiões do país, principalmente

àquelas em que a demanda de tráfego aéreo foram excedidas.

Este protótipo na verdade não tem a pretensão de apresentar a solução dos casos onde

houveram as extrapolações nas capacidades de setores, mesmo porque, não é o foco

dessa dissertação. Porém, ela tem o propósito de simular e gerar o volume de tráfego

aéreo em todos os setores do espaço aéreo brasileiro, no qual compreende-se as regiões

de Controle de Aeródromo, Controle de Aproximação e Controle de Área, sendo que, o

resultado da simulação será apresentado graficamente aos gerentes ATFM, de modo que

possam fazer a análise de situação dos setores afetados e posteriormente tomar as

medidas de gerenciamento para cada caso.

Como extensão para trabalhos futuros prevê-se estudos para implementar o recebimento

das informações de vôos FPL de maneira “on line” ao NuATFM, tendo em vista que,

esses dados sejam processados em tempo real juntamente com o RPL e que possam

Page 213: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

211

produzir uma situação de demanda de tráfego mais próxima do real. Melhorar a

sistemática de verificação de erros dos dados de vôos RPL e FPL que são tratados e

processados no CINDACTA I e depois enviados ao NuATFM. Possibilitar a

continuidade dos estudos/pesquisas e o desenvolvimentos de novas tarefas do sistema a

fim de que se possa responder aos novos requisitos determinados pelos especialistas de

tráfego aéreo e gerentes ATFM.

Page 214: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego
Page 215: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

213

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Page 217: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

215

APÊNDICE A

Baseado nos modelos de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM) aplicado

nos Estados Unidos e Europa, o Núcleo de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo

(NuATFM) unidade sediada no Instituto de Proteção Vôo (IPV-CTA), estabeleceu uma

arquitetura para o desenvolvimento das ferramentas de apoio a decisão, conforme

mostra a Figura A.1 abaixo. A seguir apresentaremos uma explicação sucinta de cada

parte que compõe o Fluxograma.

O Processo para determinar Demanda de Tráfego Aéreo caracteriza-se pôr criar e

manter atualizado os Bancos de Dados com as informações dos Plano de Vôo

Repetitivo(RPL) e dos Horário de Transporte (HOTRAN), bem como o armazenamento

dos outros arquivos para prover dados ao Simulador. O objetivo principal a que se

destina esse processo é o de permitir aos gerentes ATFM o acesso aos bancos de dados

o qual possam realizar consultas e obter do sistema relatórios com dados estatísticos ou

de maneira geral poder-se-á obter a demanda de tráfego aéreo, através dos seguintes

situações:

a) Tráfegos decolando ou chegando em qualquer aeródromo;

b) Tráfegos voando em determinado nível de vôo, velocidade ou rota; e

c) Tráfegos decolando de um aeródromo, segundo uma rota e nível de vôo.

O Processo para determinar Capacidade de Tráfego Aéreo é formado pêlos seguintes

tópicos: Capacidade Atribuída, Capacidade Calculada, Análise de Situação e

Simulação.

A Capacidade atribuída é um dos elementos que irá complementar o estudo da Análise

de situação. Este elemento tem pôr objetivo determinar a capacidade (quantidade

máxima de aeronaves) nos setores que compõe um espaço aéreo e nos aeródromos. Esta

informação é adquirida através dos órgãos operacionais (ATC) levando-se em

consideração geralmente experimentos executados pôr controladores de tráfego aéreo

mais experientes.

Page 218: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

216

A Capacidade Calculada é um dos elementos que também irá complementar o estudo

da Análise de situação, e tem pôr objetivo determinar a capacidade (quantidade máxima

de aeronaves) nos setores que compõe um espaço aéreo e nos aeródromos. O estudo

cient ífico será baseado nos modelos existentes atualmente, como: IMA 100-18,

Métodos FAA, Harris/IAC e Doratask-Reino Unido/MBB-Alemanha. Em função da

implantação da ATFM brasileira, a Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo (DEPV)

nomeou um grupo para realizar este estudo de capacidade de todos os principais

aeroportos e do espaço aéreo brasileiro.

A Análise de Situação e Simulação se fundem porque será através desses dois pólos

que os gerentes de ATFM obterão os resultados do confronto da demanda vs capacidade

de um determinado espaço aéreo ou dos aeródromos em questão. Baseado nisso, será

possível obter os relatórios de uma determinada situação do espaço aéreo brasileiro ou

aeródromo utilizando o módulo Análise de Situação, bem como obter a visualização dos

tráfegos através do módulo Simulação.

O Processo para determinar As Medidas da Gerenciamento de Fluxo de Tráfego

Aéreo (ATFM) forma a terceira e última parte das ferramentas de apoio a decisão do

ATFM. Esta última parte é também conhecida como o processo de “Otimização do

Fluxo de Tráfego Aéreo”. Este tópico compreende um estudo de organizar/sequenciar

os tráfegos desde a saída do aeroporto origem, passando pelo APP e ACC e chegando

ao aeródromo destino de maneira ininterrupta, ou seja, este seria o cenário desejado

tanto para os clientes como para os exploradores de aeronaves. Esta parte não faz parte

do escopo da proposta de tese, principalmente pôr ser um estudo que terá um volume de

material igual ou superior a que se destina a proposta desse trabalho.

Portanto, o propósito a que se destina esse trabalho está baseado exclusivamente na

segunda parte do Fluxograma ATFM, que descreve os tópicos Análise de Situação e

Simulação, conforme mostra figura a seguir.

Page 219: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

217

Fig. A.1 – Fluxograma ATFM.

Fluxograma ATFM

VisualizaçãoRelatórios Estatísticas

Tráfegos

AeródromosBalizas

FIR CTA TMA

RotasSetores

DEMANDA

Anuário estatístico

RPL

FPLHOTRAN

AIS

Pan RotasGuia

Aeronáutico

ICA

BDSPEA

Capacidadecalculada

Análise desituação

Capacidadeatribuída

Simulação

RelatóriosEstatísticas

Alocaçãode slot

Slot

MedidasATFM

Msg’s ATFM

Page 220: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego
Page 221: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

219

APÊNDICE B

Este Apêndice descreve a composição funcional de todos os subsistemas (processos)

que interagem com o protótipo, o qual encontra-se descritos nos Capítulos 6 e 7 dessa

dissertação. A Figura B.1 abaixo apresenta o DFD do Sistema ATFM. Em seguida

apresentaremos uma descrição sucinta de cada sistema/subsistema.

Origem dos dados:

As Companhias Aéreas, o Departamento de Aviação Civil (DAC) e os Centros

Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I,II e III), são as

fontes que disponibilizam os dados de cenários, aeronaves, ao NuATFM, para que se

possa realizar o cadastramento e as consultas das informações que irão compor o Banco

de Dados ATFM.

Descrição do Subsistema de Recebimento e Tratamento de Dados:

O NuATFM recebe esses dados via disquete e e-mail das Companhias Aéreas, DAC e

CINDACTAs a cada 15 dias. Logo que os dados chegam ao NuaATFM, os gerentes

ATFM ativam o subsistema para iniciar o processo de leitura, conversão, verificação e

armazenagem dos dados em suas respectivas tabelas no Banco de Dados ATFM. Se

houver alguma incidência de erro durante o processo de tratamento, o arquivo, será

devolvido a quem de direito para proceder as devidas correções.

Descrição do Subsistema de Gerência da Base de Dados do Sistema:

Este subsistema tem a função de apresentar os dados dos arquivos do Banco de Dados

ATFM, a fim de que os gerentes ATFM possam realizar suas atividades de pesquisas e

concessão de novas linhas aéreas para o DAC e Companhias Aéreas.

Descrição do Subsistema de Avaliação e Demanda de Aeroporto:

Este subsistema tem a função apenas de apresentar a demanda de tráfego aéreo de modo

gráfico de qualquer aeroporto nacional. O gráfico será mostrado a partir dos dados de

RPL que representam as intenções de vôos de um determinado período.

Page 222: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

220

Descrição do Subsistema Supervisor:

Este tem a função de receber os parâmetros de entrada (data e hora) fornecidos pelos

gerentes ATFM e, de posse desses dados inicia, o processo de leitura, interpretação,

conversão e armazenagem dos dados em memória o qual foram extraídos do Banco de

Dados ATFM para serem manipulados durante a fase de simulação.

Descrição do Sistema Acelerado para Análise de Tráfego Aéreo – Modelo 1:

Este modelo tem a função de evoluir as aeronaves em suas respectivas trajetórias ponto

a ponto, desde a decolagem até pouso, realizando as transferências e as contabilizações

dos setores durante o vôo. Este modelo foi concebido para processar dados estáticos,

isto é, Planos de Vôos repetitivos que serão enviados ao NuATFM a cada 15 dias para

serem simulados. Após a simulação os gerentes ATFM terão um estimado da demanda

de tráfego aéreo em qualquer região (setor) do espaço aéreo brasileiro, bem como dos

aeroportos. Os cálculos que serão utilizados durante o vôo estão descritos no Capítulo 3

e outros detalhes encontra-se no Capítulo 6 desta dissertação.

Descrição do Sistema Acelerado para Análise de Tráfego Aéreo – Modelo 2:

Este modelo tem a função de evoluir as aeronaves em suas respectivas trajetórias ponto

a ponto, desde a decolagem até pouso ininterruptamente e só finalizará o processamento

quando pousar a última aeronave. Diferentemente do modelo 1, que encerrará o

processamento quando atingir 86400 ciclos (24 horas em segundos) ou o equivalente a 1

dia. Além de manipular a base de dados estática (RPL), este modelo processará dados

de FPL e dados radares que serão enviados ao NuATFM do maneira online. No

Capítulo 7 encontra-se mais detalhes deste modelo.

Descrição do Sistema Reprodução dos Resultados da Análise de Fluxo de Tráfego

Aéreo (SAS):

Este subsistema tem a função apenas de apresentar a demanda de tráfego aéreo de modo

gráfico dos setores do espaço aéreo brasileiro e de qualquer aeroporto nacional. O

gráfico será mostrado a partir dos dados de RPL e FPL.

Page 223: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

221

Sistema de Simulação

Acelerado para Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo (Modelo 2)

Sistema de Simulação Acelerado

para Análise de Fluxo

de Tráfego Aéreo (Modelo 1)

Sistema de Avaliação

de Demanda em

Aeroportos

BDS ON LINE

CINDACTAs

HOTRANs Aprovadas

DAC

Cias Aéreas

Resultados da Análise SGBD ATFM

BDS OFF LINE

Sistema de Reprodução

dos Resultados da Análise de Fluxo de

Tráfego Aéreo (SAS)

Parecer ATFM

Propostas de HOTRAN

Relatórios

RPLs

Radares

Display

Subsistema Supervisor Cenário e

aeronave

Fig. B.1 – DFD do Sistema ATFM.

Subsistema de Recebimento e Tratamento de dados

Display

Relatórios

Display

Display

FPL online

Page 224: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego
Page 225: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

223

APÊNDICE C

DESCRIÇÃO DOS PSEUDOCÓDIGOS DOS MÓDULOS QUE COMPÕE O MODELO 1

Lógica de Módulo:

- ChecaCondiçãoAnv Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente ppPer - ponteiro para performance da Aeronave iIndLoop- índice da iteração (em segundos) Saída: -

Função: Verifica a condição de vôo da Aeronave Descrição: SELECIONA Estado da Aeronave

Caso ‘ATIVA’: Chamar módulo DadosDinâmicos SELECIONA procedimento Caso ‘TRAJETORIA: Chamar módulo Trajetória Caso ‘DEP’: Chamar módulo Decolagem FIM-SELECIONA Caso ‘PENDENTE’: Ativa a aeronave para a simulação FIM-SELECIONA

Page 226: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

224

Lógica de Módulo:

- DadosDinâmicos Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online

paAnv - ponteiro para Aeronave corrente Saída: paAnv - ponteiro para Aeronave corrente

Função: Atualiza os dados dinâmicos (X,Y, Vel, Proa, e Altitude ) da Anv Descrição: SE Velocidade Atual ≠ Velocidade Demanda

Chamar função CR_Vel FIM-SE

SE Proa Atual ≠ Proa Demanda Chamar função CR_Proa

FIM-SE SE Altitude Atual ≠ Altitude Demanda

Chamar função CR_Alt FIM-SE // Atualiza a velocidade de Solo

SE Velocidade Atual = Velocidade Demanda Velocidade Solo = Velocidade Atual

SENAO // Calcula componente horizontal da velocidade

velAnv = ((Velocidade Atual * Velocidade Atual ) - ( RazãoSubida * RazãoSubida )) // Retorna ao vetor velocidade

SE velAnv >= 0 Velocidade Solo = SQRT ( velAnv ) SENAO Velocidade Solo = 0

FIM-SE FIM-SE // Decompõem a velocidade em (x, y) em m/s (passo da aeronave) DEG_RAD = 0.017453292 // Conversão de DEG para RAD DeltaX= (Velocidade Solo x SENO ( Proa Atual x DEG_RAD )) DeltaY= (Velocidade Solo x COS ( Proa Atual x DEG_RAD )) // Verifica se ha variação de velocidade ( aceleração )...

SE Velocidade Atual ≠ Velocidade Demanda // Verifica se acelera ou freia

SE Velocidade Atual < Velocidade Demanda Sinal = 1 SENAO SE Velocidade Atual > Velocidade Demanda Sinal = -1

FIM-SE // Soma a componente de aceleração ( x = Xo + Vot + "1/2 at^2" ) DeltaX= DeltaX + (( Sinal x Aceleração ÷ 2) x SENO(Proa Atual x DEG_RAD))

DeltaY= DeltaY + (( Sinal x Aceleração ÷ 2) x COS(Proa Atual x DEG_RAD))

FIM-SE // Atualiza as coordenadas (x, y) da Aeronave ( x = Xo + Vot + ½ at^2 ) CoordenadaX = CoordenadaX + DeltaX CoordenadaY = CoordenadaY + DeltaY

Page 227: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

225

Lógica de Módulo:

- CR_Vel Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente Saída: paAnv - ponteiro para Aeronave corrente

Função: Atualiza os dados dinâmicos (X,Y, Vel, Proa, e Altitude ) da Aeronave

Descrição: SE Velocidade Atual > Velocidade Demanda // Diminui a velocidade da aeronave ( v = Vo - at ) Velocidade Atual = Velocidade Atual – Aceleração // Se ultrapassar a demanda, assume a velocidade de demanda SE Velocidade Atual < Velocidade Demanda Velocidade Atual = Velocidade Demanda

FIM-SE SENAO

SE Velocidade Atual < Velocidade Demanda // Aumenta a velocidade da aeronave ( v = Vo + at ) Velocidade Atual = Velocidade Atual + Aceleração // Se ultrapassar a demanda, assume a velocidade de demanda SE Velocidade Atual > Velocidade Demanda Velocidade Atual = Velocidade Demanda

FIM-SE FIM-SE

Page 228: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

226

Lógica de Módulo:

- CR_Proa Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente Saída: paAnv - ponteiro para Aeronave corrente

Função: Atualiza os dados dinâmicos ( Proa ) da Aeronave Descrição: // Se proa demanda < 0, curva a aeronave indefinidamente

SE Proa Atual < 0 // Curva a aeronave Proa Atual = Proa Atual + RazãoCurva // Normaliza a nova proa SE Proa Atual >= 360

Proa Atual = Proa Atual - 360 SENAO

SE Proa Atual < 0 Proa Atual = Proa Atual + 360 FIM-SE SENAO

SE Proa Atual ≠ Proa Demanda // Calcula diferença entre proas

DifAnter = Abs ( Proa Atual - Proa Demanda ) // Calcula o menor angulo

SE DifAnter > 180 DifAnter = 360 - DifAnter FIM-SE

// Calcula nova proa Proa Atual = Proa Atual + RazãoCurva

SE Proa Atual >= 360 Proa Atual = Proa Atual - 360 SENAO

SE Proa Atual < 0 Proa Atual = Proa Atual + 360 FIM-SE

// Calcula diferença entre proas

DifAtual = Abs ( Proa Atual - Proa Demanda )

// Calcula o menor angulo SE DifAtual > 180

DifAtual = 360 – DifAtual FIM-SE

SE DifAtual < Abs ( RazãoCurva ) SE DifAnter < DifAtual

Proa Atual = Proa Demanda FIM-SE FIM-SE FIM-SE

Page 229: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

227

Lógica de Módulo:

- CR_Alt Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente Saída: paAnv - ponteiro para Aeronave corrente

Função: Atualiza os dados dinâmicos ( Altitude ) da Aeronave Descrição: SE Altitude Atual > Altitude Demanda

// Diminui a altitude da aeronave ( y = Yo - vt ) altitude Atual = altitude Atual – Aceleração // Se ultrapassar a demanda, assume a altitude de demanda SE altitude Atual < altitude Demanda altitude Atual = altitude Demanda

FIM-SE SENAO

SE altitude Atual < altitude Demanda // Aumenta a altitude da aeronave (y = Yo + vt ) altitude Atual = altitude Atual + RazãoSubida // Se ultrapassar a demanda, assume a velocidade de demanda SE altitude Atual > altitude Demanda altitude Atual = altitude Demanda

FIM-SE FIM-SE

Page 230: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

228

Lógica de Módulo:

- Trajetória Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente Saída: paAnv - ponteiro para Aeronave corrente

Função: Atualiza os dados dinâmicos ( Altitude ) da Aeronave Descrição: Realiza a passagem da aeronave pôr todos os pontos do plano de vôo

SELECIONA Fase da aeronave Caso ‘ZERO’: Guarda na pilha dados atuais da aeronave Função Operacional = DECOLAGEM Fase = DECOLAGEM Caso ‘DECOLAGEM’: Direciona aeronave ao primeiro ponto da trajetória SE AltitudeAnv = 915m // finalizou a Dep? Fase = SUBIDA FIM-SE Caso ‘SUBIDA’: SE AltitudeAnv = 915m // finalizou a Dep? Fase = DIRPONTO FIM-SE SE AnvX,Y = PtoX,Y // chegou no ponto? Sinalizar na Anv hora de bloqueio

// é ponto de fronteira? SE PtoSetorA ≠ 0 e PtoSetorB ≠ 0 Chamar Função VerificarSetor FIM-SE SE AltitudeAnv = Altitude 1. Ponto Fase = DIRPONTO FIM-SE Fase = SUBIDA FIM-SE Caso ‘DIRPONTO’: SE AnvX,Y = PtoX,Y // chegou no ponto? Sinalizar na Anv hora de bloqueio

// é ponto de fronteira? SE PtoSetorA ≠ 0 e PtoSetorB ≠ 0 Chamar Função VerificarSetor FIM-SE Fase = BREAKPOINT FIM-SE Caso ‘BREAKPOINT’: SE Aeronave Chegou no Último ponto ? SE Pouso é num aeródromo estrangeiro Acessa o setor atual Decrementa o setor atual Chamar Função Eventos Estado da anv = FINALIZADA SENAO

Page 231: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

229

Obtém o índice do aeródromo para o pouso

Armazena na pilha X,Y, Alt e Setor do Aeródromo

Acessa o setor atual SE Altitude Aeronave > Nível Superior Setor

Fase = APROXIMACAO SENAO Fase = POUSO FIM-SE

Altitude Demanda = Elevação do Aeródromo

Velocidade Demanda = Vel. Apx. Performance

FIM-SE SENAO Aponta para o próximo ponto SE não existir ponto Estado da anv = FINALIZADA SENAO

Altitude Demanda = Altitude do ponto

Velocidade Demanda = Vel. Do ponto

Fase = DIRPONTO FIM-SE FIM-SE Caso ‘APROXIMACAO’: Obtém da pilha X e Y do aeródromo // chegou no Aeródromo? SE AnvX,Y = AerodX,Y Fase = POUSO SENAO

Obtém da pilha Nível do Setor do aeródromo

SE Altitude Aeronave <= Nível Setor do Aeródromo

Obtém da pilha o Setor do aeródromo

Setor Atual Aeronave = Setor do Aeródromo

Chamar Função VerficarNivAlerta Decrementa Qtd. de aeronaves do

setor Chamar Função Eventos Setor Anterior Aeronave = Setor

Atual Aeronave Fase = POUSO FIM-SE FIM-SE

Page 232: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

230

Caso ‘POUSO’: Obtém da pilha X e Y do aeródromo // chegou no Aeródromo? SE AnvX,Y = AerodX,Y Obtém índice do aeródromo para obter setor

de saída Obtém da pilha o Setor do aeródromo Setor Atual Aeronave = Setor do

Aeródromo Decrementa Qtd. de aeronaves do setor Setor Anterior Aeronave = Setor Atual

Aeronave Chamar Função Eventos Estado da aeronave = FINALIZADA FIM-SE

FIM-SELECIONA

Page 233: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

231

Lógica de Módulo:

- VerificarSetor Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente ppPto - ponteiro para Ponto Característico iTempo - índice de iteração Saída: -

Função: Verificar a entrada e saída da Aeronave nos setores Descrição: Mover os conteúdos dos setores do ponto para um vetor local - iSetor

REPETIR_ENQUANTO i < 7 // É um vôo exterior Brasil ?

SE OrigemVoo = 1 // Seta condição de entrada no Brasil

OrigemVoo = 0 Acessa o setor de entrada no Brasil // Incrementa a demanda do setor e verifica o nível de Alerta chamar função VerificarNivAlerta // Grava o evento de entrada no país

chama função Eventos SENAO

// Verifica se é o mesmo setor da aeronave, se for desconsiderar SE Setor Atual Aeronave = iSetor [ i ] desvia para o REPETIR_ENQUANTO

SENAO // Verifica se o setor é de fronteira

SE iSetor [ i ] = -1 Obtém dados do Plano de Vôo SE é o último ponto ? Interrompe o loop

SENAO desvia para o REPETIR_ENQUANTO SENAO

Obtém o índice do setor através do iSetor [ i ] SE Setor não existe ?

Grava msg. de erro Interrompe o loop

SENAO // Verifica em que nível do setor a aeronave se encontra

SE Nível Inferior Setor <= Altitude da Aeronave <= Nível Superior Setor

Chamar função CalcularDemanda FIM-SE

FIM-REPETIR

Page 234: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

232

Lógica de Módulo:

- CalcularDemanda Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online

paAnv - ponteiro para Aeronave corrente psSet - ponteiro para Ponto Característico iSetor - índice do Setor de entrada iTempo - índice de iteração szPto - nome do Ponto Saída: -

Função: Registra a entrada e saída da Aeronave nos setores Descrição: // Verifica a validade do setor de entrada (iSetor)

SE iSetor <= 0 Grava msg. de erro retorna

FIM-SE Mover iSetor para Setor Atual Aeronave Acessa o setor de entrada através de iSetor

SE Setor de entrada não existe ? Grava msg. de erro retorna

FIM-SE // Incrementa a demanda do setor e verifica o nível de Alerta chamar função VerificarNivAlerta Acessa a posição do setor de saída SE Setor de saída não existe ?

Grava msg. de erro retorna

FIM-SE Decrementa setor de saída

// Grava o evento de entrada e saída nos s etores chama função Eventos

Mover setor atual Aeronave para setor anterior da aeronave Retornar

Page 235: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

233

Lógica de Módulo:

- VerificarNivAlerta

Entrada: iSetorEnt - índice para o Setor de Entrada Saída: Nível de alerta – N- normal, C- congestionado , S- saturado

Função: Incrementa demanda do setor de entrada e Verifica se ocorreu extrapolação do setor

Descrição: Acessa o setor de entrada, incrementa e verifica o nível de alerta

Acessa o setor de entrada através do índice iSetorEnt // Incrementa a demanda do setor de entrada DemandaSetorEnt = DemandaSetorEnt + 1 // Sinaliza a condição de normalidade no setor de entrada Setor de entrada dentro da Normalidade // Verifica se houve Alerta de Congestionamento ( 80% ) iTemp = CapacidadeSetorEnt x 0.80 SE DemandaSetorEnt >= iTemp E DemandaSetorEnt < CapacidadeSetorEnt

Sinaliza Alerta de Congestionamento SENAO

// Verifica se houve Alerta de Saturação ( 100% ) SE DemandaSetorEnt >= CapacidadeSetorEnt

Sinaliza Alerta de Saturação FIM-SE

Page 236: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego
Page 237: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

235

APÊNDICE D

DESCRIÇÃO DOS PSEUDOCÓDIGOS DOS MÓDULOS QUE COMPÕE O MODELO 2

Diagrama de Estrutura do modelo 2:

Supervisor

Sistema de Simulação Acelerado para Análise de Fluxo de Tráfego Aéreo

DelDataTabela Trajetória Vôo Eventos

Dep/Sub/DirPonto VÔODCT

SalvaEventosMem

SalvaEventosMem

MudancaSetorAlt TransAnvTMA TransAnvSetorAerodChegada ProcessarPouso

ObterSetoresEntrada VerificarSetoresEntrada

Eventos

CalcularDemanda

CalcularDemanda

Page 238: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

236

Lógica do Processo: [Módulo Principal]

Alocar memória compartilhada para acessar as Estruturas na BDS Online Realiza a conexão com o Banco de dados ORACLE Chama a função DelDataTabela (Elimina das tabelas a data fornecida) TfmTotAnv // Total de aeronaves a serem simuladas igTotEve = 0 // Índice p/acessar a estrutura eventos iAnv = 1 // Índice p/acessar a estrutura aeronaves REPETIR_ENQUANTO iAnv <= TfmTotAnv

Obtém endereço da aeronave corrente Obtém a performance da aeronave Obtém o plano de vôo da aeronave

Chamar Função Trajetória(...) // Efetua a evolução da aeronave // em todos os pontos da TRJ.

iAnv = iAnv + 1 // Aponta p/ próxima aeronave FIM_REPETIR // Transfere todos os dados que estão em memória (Sun) para o Banco de

// dados ATFM (ORACLE) Chama função Vôo Chama função Eventos

Realiza a Desconexão com o Banco de dados ORACLE Finalizar o processo

Page 239: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

237

Lógica de Módulo:

- Trajetória Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente Saída: paAnv - ponteiro para Aeronave corrente

Descrição: Realiza a passagem da aeronave pôr todos os pontos do plano de vôo SELECIONA Fase da aeronave

// AnvVelAtu = Velocidade atual da aeronave (Anv) // PerVelApx = Velocidade de Aproximação performance

// DistAnvPto = Distância da Aeronave ao Ponto // AnvNumBKP = N° do Pto em que a Anv estar

// PlnPtoFrontTMA = Ponto de fronteira com uma TMA Caso ‘ZERO’: Caso ‘SUBIDA’: Caso ‘DIRPONTO’: // Tratamento de vôos com decolagem no Brasil SE vôo é no Brasil // Salva evento de entrada no setor corrente Chamar função SalvaEventosMem Obtém o número de camadas associadas ao

1° ponto de fronteira SE número de camadas >= 2 Chamar função MudancaSetorAlt FIM-SE FIM-SE Obtém horário de decolagem ou o horário de Entrada na FIR Brasil (Hora) i = 1

REPETIR_ENQUANTO i<=PlnQtdPtos Obtém dados do ponto em questão Atribui a Altitude do ponto a aeronave Calcula a distância da aeronave ao ponto Posiciona a aeronave no ponto

SE i = 1 // Calcula a velocidade media no 1° Pto Vel = (AnvVelAtu + VelPto ) / 2 // Calcula o horário de bloqueio HoraCalc = ( DistAnvPto / Vel ) SENAO // Calcula o horário de bloqueio HoraCalc = ( DistAnvPto / AnvVelAtu ) FIM-SE

Atribui a Velocidade do ponto a aeronave // Ajusta o horário de bloqueio no ponto Hora = Hora + HoraCalc // Verifica se o Ponto é de fronteira

SE PlnPtoSetor[1]≠0 E PlnPtoSetor[2] ≠0 // Verifica se Pto faz fronteira com setor

// de TMA SE AnvNumBKP = PlnPtoFrontTMA // Transfere a Anv se o Pouso for no

// Brasil Chama Função TransfAnvTMA

Page 240: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

238

// Buscar o próxima ponto Retornar ao loop SENAO // Processar próxima aeronave Retornar ao Cinemática FIM-SE // Verifica se Pto faz fronteira com setor

// do aeródromo de chegada SE AnvNumBKP = PlnPtoFrontAerod // Transfere a Anv se o Pouso for no

// Brasil Chama Função

TransfAnvSetorAerodChegada Chama Função ProcessarPouso

// Processar próxima aeronave Retornar ao Cinemática SENAO // Salva evento de saída setor atual

Chamar função SalvaEventosMem // Processar próxima aeronave

Retornar ao Cinemática FIM-SE // Verifica se é o último Pto da TRJ SE AnvNumBKP = PlnQtdPtos SE Pouso for no Brasil Chama Função ProcessarPouso

// Processar próxima aeronave Retornar ao Cinemática SENAO // Salva evento de saída setor

Chamar função SalvaEventosMem // Processa próxima aeronave

Retornar ao Cinemática FIM-SE FIM-SE Obtém setores em camadas do Pto atual SE N° de camadas > 1

// Obtém setores em camada comuns // entre 2 pontos de fronteira Chama Função ObterSetoresEntrada // Processar transf. de Setores

Chama Função VerficarSetoresEntrada

// Processar transf. de Setores em // camada se necessário

Chama Função MudancaSetorAlt SENAO

// Processar transf. de Setores Chama Função

VerficarSetoresEntrada FIM-SE

Page 241: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

239

SENAO // Salva o evento de interceptação do

// Pto sem realizar transf. de setores Chamar função SalvaEventosMem

FIM-SE i = i + 1 AnvNumBKP = AnvNumBKP + 1

FIM_REPETIR // Processa próxima aeronave

Retornar ao Cinemática Caso ‘VOODCT’: Obtém horário de decolagem (Hora) // Salva evento de entrada no setor corrente Chamar função SalvaEventosMem

Atribui a Altitude do Pto Médio a aeronave Calcula a distância da aeronave ao Pto Médio DistAnvPto

// Calcula a velocidade media no Pto Médio Vel = (AnvVelAtu + VelPtoMedio ) / 2 // Calcula o horário de bloqueio HoraCalc = ( DistAnvPto / Vel )

// Ajusta o horário de bloqueio no ponto Hora = Hora + HoraCalc Posiciona a aeronave no ponto Médio

// Salva evento de interceptação no ponto médio Chamar função SalvaEventosMem

Calcula a distância da aeronave ao Aeródromo de chegada DistAnvAerodArr

// Calcula a velocidade media p/o Aeródromo Arr Vel = (AnvVelAtu + PerVelApx ) / 2

// Calcula o horário de bloqueio HoraCalc = (DistAnvAerodArr / Vel )

// Ajusta o horário de bloqueio no ponto Hora = Hora + HoraCalc Atribui a Altitude do Aeródromo a aeronave Posiciona a aeronave no Aeródromo de chegada

// Salva evento de interceptação no ponto médio Chamar função SalvaEventosMem

// Processa próxima aeronave Retornar ao Cinemática

FIM-SELECIONA

Page 242: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

240

Lógica de Módulo:

- ProcessarPouso Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente Saída: paAnv - ponteiro para Aeronave corrente

Descrição: Realiza o Pouso da aeronave SE Pouso no exterior // Salva evento de saída setor atual

Chamar função SalvaEventosMem // Processar próxima aeronave

Retornar ao Cinemática FIM-SE Obtém as coordenadas do aeródromo de chegada Calcula a distância entre a aeronave e o aeródromo de chegada // Calcula a velocidade média para chegar no aeródromo

Vel = (AnvVelAtu + PerVelApx ) / 2 // Calcula o horário de bloqueio HoraCalc = ( DistAnvAerod / Vel )

// Ajusta o horário de bloqueio para interceptar o aeródromo Hora = Hora + HoraCalc

// Salva evento de saída setor atual Chamar função SalvaEventosMem // Processar próxima aeronave

Retornar ao Cinemática

Page 243: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

241

Lógica de Módulo:

- VerificarSetor Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente ppPto - ponteiro para Ponto Característico iTempo - índice de iteração Saída: -

Função: Verificar a entrada e saída da Aeronave nos setores Descrição: Mover os conteúdos dos setores do ponto para um vetor local - iSetor

// É um vôo exterior Brasil ? SE OrigemVoo = 1

// Seta condição de entrada no Brasil OrigemVoo = 0 Acessa o setor de entrada no Brasil // Salva o evento de entrada no país

Chama função SalvaEventosMem Retornar a Trajetória

FIM-SE

REPETIR_ENQUANTO i < 7 // Verifica se é o mesmo setor da aeronave, se for desconsiderar SE Setor Atual Aeronave = iSetor [ i ] desvia para o REPETIR_ENQUANTO

SENAO // Verifica se o setor é de fronteira

SE iSetor [ i ] = -1 Obtém dados do Plano de Vôo SE é o último ponto ? Interromper o loop

SENAO Retornar ao loop

SENAO Obtém o índice do setor através do iSetor [ i ]

SE Setor não existe ? Grava msg. de erro Interromper o loop

SENAO // Verifica em que nível do setor a aeronave se encontra

SE Nível Inferior Setor <= Altitude da Aeronave <= Nível Superior Setor

Chamar função CalcularDemanda Interromper o loop

FIM-SE FIM-REPETIR

Retornar a Trajetória

Page 244: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

242

Lógica de Módulo:

- SalvaEventosMem Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente ppPto - ponteiro para Ponto Característico iTempo - índice de iteração iIndAnv - índice da aeronave Ponto - Nome do Ponto Caraterístico ou Aeródromo iTipoEve - Tipo de Evento – Entrada, Saída ou Pto sem fronteira Saída: -

Função: Armazena em memória os eventos de entrada e saída nos setores e os pontos característicos sem fronteira

Descrição: Incrementa o índice igTotEve // Realiza o swap se necessário ? SE igTotEve = SWAPMAX

// Grava no Banco de dados ATFM os eventos armazenados Chama função Eventos igTotEve = 1

FIM-SE Acessa a estrutura Eventos através do índice igTotEve // Inicializa a estrutura Eventos

EveHoraSeg = iTempo EveIndiceAnv = iIndAnv EveIndicativoAnv = AnvIndicativo EvePonto = Ponto

SELECIONA iTipoEve // Eventos de Entrada e Saída

Caso 0: Acessa a estrutura setor através do setor atual da ..... aeronave Extrai o Indicativo do setor (SetIndicativo)

// Inicializa campo na estrutura Eventos EveIndicativoSetorE = SetIndicativo Acessa a estrutura setor através do setor anterior da ..... aeronave Extrai o Indicativo do setor (SetIndicativo)

// Inicializa campo na estrutura Eventos EveIndicativoSetorS = SetIndicativo Fim-Caso 0

// Evento apenas de Entrada Caso 1:

Acessa a estrutura setor através do setor atual da ..... aeronave Extrai o Indicativo do setor (SetIndicativo)

// Inicializa campo na estrutura Eventos EveIndicativoSetorE = SetIndicativo

// Inicializa campo na estrutura Eventos EveIndicativoSetorS = “ “ Fim-Caso 1

Page 245: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

243

// Evento apenas de Saída Caso 2:

Acessa a estrutura setor através do setor anterior da ..... aeronave Extrai o Indicativo do setor (SetIndicativo)

// Inicializa campo na estrutura Eventos EveIndicativoSetorS = SetIndicativo

// Inicializa campo na estrutura Eventos EveIndicativoSetorE = “ “ Fim-Caso 2

// Evento de Ponto sem fronteira Caso 3:

Acessa a estrutura setor através do setor atual da ..... aeronave Extrai o Indicativo do setor (SetIndicativo)

// Inicializa campo na estrutura Eventos EveIndicativoSetorE = SetIndicativo EveIndicativoSetorS = SetIndicativo Fim-Caso 3

FIM-SELECIONA // Converte a velocidade da aeronave de MS para KT (nós) EveVelocidade = AnvVelAtu ÷ ( 1852 ÷ 3600 ) // Converte a altitude de metros para Pés (FT) e depois para // ... centena de Pés (FT) EveAltitude = ( AnvAltAtu x 3.281 ) ÷ 100

Retornar a Trajetória

Page 246: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

244

Lógica de Módulo:

- TransfAnvTMA Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente ppPto - ponteiro para Ponto Característico iTempo - índice de iteração iIndAnv - índice da aeronave Ponto - Nome do Ponto Caraterístico ou Aeródromo Saída: -

Função: Transferir a aeronave para o setor de fronteira com a TMA Descrição: Acessa a estrutura Plano de Vôo Acessa a estrutura Setor através do índice PlnSetorFrontTMA

// processa a transferência SE AnvSetorAtu ≠ PlnSetorFrontTMA Chamar Função CalcularDemanda(...) FIM-SE

Retornar a Trajetória

Lógica de Módulo:

- TransfAnvSetorAerodChegada Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente ppPto - ponteiro para Ponto Característico iTempo - índice de iteração iIndAnv - índice da aeronave Ponto - Nome do Ponto Caraterístico ou Aeródromo Saída: -

Função: Transferir a aeronave para o setor de fronteira com o aeródromo de chegada.

Descrição: Acessa a estrutura Aeródromo Acessa a estrutura Setor através do índice AerSetorEntrada Acessa a estrutura Ponto Característico // Obtém os setores de fronteira do ponto em questão

REPETIR_ENQUANTO i=1, i < 7 SE PlnPtoSetor[ i ] > 0

iSetor [ i ] = PlnPtoSetor[ i ] FIM-SE

FIM-REPETIR // Compara os setores do ponto com o setor AerSetorEntrada REPETIR_ENQUANTO Flag = 0, i=1, i < 7

SE iSetor [ i ] = AerSetorEntrada Flag = 1 Abandonar loop

FIM-SE FIM-REPETIR // Realiza a transferência, se possível

SE Flag = 1 Chamar Função CalcularDemanda(...)

FIM-SE Retornar a Trajetória

Page 247: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

245

Lógica de Módulo:

- CalcularDemanda Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online

paAnv - ponteiro para Aeronave corrente psSet - ponteiro para Ponto Característico iSetor - índice do Setor de entrada iTempo - índice de iteração szPto - nome do Ponto Saída: -

Função: Registra a entrada e saída da Aeronave nos setores Descrição: // Verifica a validade do setor de entrada (iSetor)

SE iSetor <= 0 Grava msg. de erro retorna

FIM-SE Mover iSetor para Setor Atual Aeronave Acessa o setor de entrada através de iSetor

SE Setor de entrada não existe ? Grava msg. de erro retorna

FIM-SE Acessa a posição do setor de saída SE Setor de saída não existe ?

Grava msg. de erro retorna

FIM-SE // Salva os eventos de entrada e saída de setores em memória

Chama função SalvaEventosMem (...) Mover setor atual Aeronave para setor anterior da aeronave Retornar a Trajetória

Page 248: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

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Lógica de Módulo:

- ObterSetoresEntrada Entrada: ptTfm - ponteiro para BDS Online paAnv - ponteiro para Aeronave corrente ppPto - ponteiro para Ponto Característico iTempo - índice de iteração iIndAnv - índice da aeronave Ponto - Nome do Ponto Caraterístico ou Aeródromo Saída: -

Função: Obter setores iguais (em camada) entre dois pontos de fronteira Descrição: Acessa a estrutura Aeródromo Acessa a estrutura Setor através do índice AerSetorEntrada Acessa a estrutura Ponto Característico // Obtém os setores de fronteira do ponto atual

REPETIR_ENQUANTO iTam1=0, i=1, i < 7 SE PlnPtoSetor[ i ] > 0

iSetorAtual [ i ] = PlnPtoSetor[ i ] iTam1= iTam1+1 FIM-SE

FIM-REPETIR Pesquisa o próximo ponto de Fronteira

// Obtém os setores de fronteira do próximo ponto REPETIR_ENQUANTO iTam2=0, i=1, i < 7

SE PlnPtoSetor[ i ] > 0 iSetorProxPto [ i ] = PlnPtoSetor[ i ] iTam2= iTam2+1 FIM-SE

FIM-REPETIR // Compara os setores dos pontos para obter os setores comuns entre // ... eles. Flag = 0 k=1 REPETIR_ENQUANTO i=1, i <= iTam1

REPETIR_ENQUANTO j=1, j <= iTam2 SE iSetorAtual [ i ] = iSetorProxPto [ j ]

iSetorCumuns [ k ] = iSetorProxPto [ j ] k =k+1

Flag = 1 Abandonar loop

FIM-SE FIM-REPETIR

FIM-REPETIR // Realiza a transferência, se possível

SE Flag = 1 // Retorna a função Trajetória os setores comuns entre dois // ... pontos de fronteira

Retornar a Trajetória ( iSetorComuns[] ) SENÃO

// Retorna a função Trajetória a ausência de setores comuns Retornar a Trajetória ( 0 ) FIM-SE

Page 249: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

247

Lógica de Módulo:

- MudancaSetorAlt Se P2 é ponto de fronteira Determinar número de setores (ns) entre P2 e P3 Empilhar setores tal que Pilha{Sa,Sb,Sc,Sd} // Determinar setor de entrada em P2 Para j = 0 até ns Se LSj > Alt2 setor_E = j sair_loop FimSe FimPara // Determinar setor de saída em P3 Para j = 0 até ns Se LSj > Alt2 setor_S = j sair_loop FimSe FimPara t = hora de chegada em p2 // em segundos

// Salva o evento de entrada Salvar:hora = t; setor_entrada = setor_E; setor_saida = setor atual; // Calcula a diferença entre altitudes dos pontos

V23 = | Alt3 - Alt2 |

// Verifica se existe mudança de nível com passagem de setor Se (setor_E != setor_S) Se Alt2 > Alt3 // anv descendo step = -1 Senão Se Alt2 < Alt3 // anv subindo step = 1 FimSeSenãoSe Se Alt 2 > Alt3 // ........... anv descendo Para (i = setor_E, i = i + step, até i = setor_S) faça Se i = setor_E // setor inicial V23i = Alt2 - LS(i-1) Senão Se i = setor_S // setor final

Page 250: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

248

V23i = LSi - Alt3 Senão // demais setores V23i = LSi - LS(i-1) FimSeSenãoSe

H23i = ( V23i / V23 ) * H23 t = t + ( H23i / Vel) // horario da transferência

Se i != setor_S Salvar: hora = t; setor_entrada = i-1; setor_saida = i FimSe FimPara

Senão // ............ anv subindo Para (i = setor_E, i = i + step, até i = setor_S) faça Se i = setor_E // setor inicial V23i = LSi - Alt2 Senão Se i = setor_S // setor final V23i = Alt3 - LS(i-1) Senão // demais setores V23i = LSi - LS(i-1) FimSeSenãoSe H23i = ( V23i / V23 ) * H23 t = t + ( H23i / Vel) Se i != setor_S Salvar: hora = t; setor_entrada = i+1; setor_saida = i. FimSe FimPara FimSeSenão FimSe // (setor_E != setor_S) FimSe // P2 é ponto de fronteira

Aeronave no ponto P3, iniciar novo tratamento.......

Page 251: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

249

GLOSSÁRIO

Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM):

Um dos segmentos da gerência de Tráfego Aéreo que visa a complementar o Serviço de

Controle de Tráfego Aéreo, estabelecido com a finalidade de assegurar um ótimo fluxo

de tráfego aéreo em áreas onde a demanda de movimentos aéreos, por vezes, excede a

capacidade do espaço aéreo ou ultrapassa os limites do Sistema de Controle de Tráfego

Aéreo instalado.

Banco de Dados ATFM:

Sistema de manutenção de dados (relativos às informações de vôo e cenário do

ambiente) que interligados oferecem diversos recursos ao ATFM, possibilitando- lhe a

análise de informações significativas para realização das suas tarefas, sendo necessárias

ao processo de tomada de decisão.

Capacidade aeroportuária:

Número máximo de aeronaves que pode operar em um determinado aeroporto no

período de 60 (sessenta) minutos, em função das capacidades das pistas de pouso, pistas

de táxi, pátios de estacionamento, terminal de passageiros e outros serviços congêneres

que afetam à operação das aeronaves.

Capacidade de infra-estrutura instalada:

Número máximo de aeronaves que pode operar em um determinado aeroporto no

período de 60 (sessenta) minutos e resulta da capacidade aeroportuária e do controle de

tráfego aéreo.

Capacidade do ATC:

Habilidade do sistema ATC, ou de qualquer um de seus subsistemas, de proporcionar

serviço às aeronaves em situação normal de atividade, sendo expressa como número de

aeronaves que entram em um setor de controle em um período de tempo especificado.

Page 252: Sistema de simulação acelerado para análise de fluxo de tráfego

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Central Integrada de Slots (CIS):

Órgão do SICEAB responsável pelo atendimento ao usuário quanto às solicitações e

alocações de Slot Time para aeroporto.

Slot Time:

Intervalo de tempo estabelecido durante o qual uma aeronave deverá realizar a operação

de pouso ou decolagem, em um determinado aeródromo, ou o sobrevôo de um ponto

preestabelecido.

Razão de Aceitação de Aeródromo:

Número máximo de operações de pouso e decolagens que a Torre de Controle (TWR)

pode atender num intervalo de 60 (sessenta) minutos, mantidas as exigênc ias de

segurança.

Setor de Controle:

Porção do espaço aéreo sob jurisdição de uma posição operacional de um órgão ATC.

Proa:

Direção segundo a qual é ou deve ser orientado o eixo longitudinal da aeronave.

Exploradores de Aeronaves:

Pessoa, organização ou empresa que se dedica ou se propõe dedicar à exploração de

aeronaves.