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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS DA TERRA E DO MAR
CURSO DE CINCIA DA COMPUTAO
SISTEMA EM RBC PARA APOIO A DECISO NOS PROCESSOS JUDICIAIS DA REA DE FAMLIA
rea de Inteligncia Artificial
por
Rafael Ballottin Martins
Rudimar Lus Scaranto Dazzi, Dr. Orientador
Itaja (SC), junho de 2010
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS DA TERRA E DO MAR
CURSO DE CINCIA DA COMPUTAO
SISTEMA EM RBC PARA APOIO A DECISO NOS PROCESSOS JUDICIAIS DA REA DE FAMLIA
rea de Inteligncia Artificial
por
Rafael Ballottin Martins
Relatrio apresentado Banca Examinadora do Trabalho de Concluso do Curso de Cincia da Computao para anlise e aprovao. Orientador: Rudimar Lus Scaranto Dazzi, Dr.
Itaja (SC), junho de 2010
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SUMRIO
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................. iv LISTA DE FIGURAS ................................................................................ v LISTA DE TABELAS ............................................................................ vii LISTA DE EQUAES ....................................................................... viii RESUMO ................................................................................................... ix ABSTRACT ............................................................................................... x 1. INTRODUO ..................................................................................... 1 1.1 PROBLEMATIZAO ...................................................................................... 2 1.1.1 Formulao do Problema ................................................................................. 2 1.1.2 Soluo Proposta ............................................................................................... 2 1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 3 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 3 1.2.2 Objetivos Especficos ......................................................................................... 3 1.3 METODOLOGIA ................................................................................................ 4 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................ 4
2. FUNDAMENTAO TERICA ....................................................... 6 2.1 DIREITO DE FAMLIA ..................................................................................... 6 2.1.1 ESTRUTURA DO DIREITO DE FAMLIA ................................................... 8 2.1.2 PRINCPIOS DO DIREITO DE FAMLIA .................................................. 11 2.1.3 RAMIFICAES DO DIREITO DE FAMLIA ......................................... 13 2.2 RACIOCNIO BASEADO EM CASOS .......................................................... 16 2.2.1 REPRESENTAO DO CONHECIMENTO EM RBC ............................. 18 2.2.1.1 CASOS E BASE DE CASOS ........................................................................ 19 2.2.1.2 REPRESENTAO DE CASOS ................................................................ 21 2.2.2 SIMILARIDADE .............................................................................................. 23 2.2.2.1 MTRICAS DE SIMILARIDADE ............................................................. 24 2.2.2.2 INDEXAO ................................................................................................. 24 2.2.3 RECUPERAO DE CASOS ........................................................................ 26 2.2.4 ADAPTAO ................................................................................................... 28 2.2.5 APRENDIZADO .............................................................................................. 29 2.3 SISTEMAS SIMILARES ................................................................................... 31 2.3.1 PRUDENTIA .................................................................................................... 31 2.3.2 OLIMPO ............................................................................................................ 34 2.3.3 JURISCONSULTO .......................................................................................... 36 2.3.4 ALPHATEMIS ................................................................................................. 38 2.3.5 TABELA COMPARATIVA ............................................................................ 39 3. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 41
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3.1
PESOS E NDICES ATRIBUDOS ................................................................. 42
3.1.1 EXEMPLOS DE RECUPERAO DE CASOS .......................................... 48 3.2 ANLISE DE REQUISITOS ........................................................................... 54 3.2.1 REQUISITOS FUNCIONAIS ......................................................................... 54 3.2.2 REQUISITOS NO FUNCIONAIS ............................................................... 55 3.2.3 REGRAS DE NEGCIO ................................................................................. 55 3.3 MODELAGEM DO SISTEMA ........................................................................ 55 3.3.1 DIAGRAMAS DE CASO DE USO ................................................................ 56 3.3.2 DIAGRAMA DE CLASSES ............................................................................ 58 3.3.3 DIAGRAMAS DE SEQNCIA .................................................................... 59 3.3.4 TELAS DO SISTEMA ..................................................................................... 62 3.4 VALIDAO/VERIFICAO ....................................................................... 70 4. CONCLUSO .................................................................................................... 82 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................... 84 A TELAS DO SISTEMA ........................................................................ 89 B VALIDAO/VERIFICAO ......................................................... 90
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LISTA DE ABREVIATURAS
IA Inteligncia Artificial ONU Organizao das Naes Unidas RBC Raciocnio Baseado em Casos TCC Trabalho de Concluso de Curso UML Unified Modeling Language - Linguagem Unificada de Modelagem UNIVALI Universidade do Vale do Itaja
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Ciclo de vida do RBC. ....................................................................................................... 18 Figura 2. Exemplo simplificado de um caso. .................................................................................... 19 Figura 3. Exemplo simplificado de uma base de casos. .................................................................... 20 Figura 4. Mapeamento do mundo real para representao formal, mapeando um caso de um
hipottico sistema jurdico. ........................................................................................................ 22 Figura 5. Modelo do aprendizado de casos. ...................................................................................... 30 Figura 6. Interface de resumo da nova situao. ............................................................................... 32 Figura 7. Interface de recuperao. ................................................................................................... 33 Figura 8. Resultado dos casos mais similares. ................................................................................... 34 Figura 9. Interface de descrio da nova situao. ............................................................................ 35 Figura 10. Interface de apresentao de resultados. .......................................................................... 36 Figura 11. Interface de elaborao da consulta. ................................................................................ 37 Figura 12. Interface de atualizao automtica de acrdos. ............................................................ 38 Figura 13. Dados de entrada ressaltando pesos dinmicos e casos de sada. .................................... 39 Figura 14. Clculo de similaridade do caso de entrada (1) em relao aos casos da base. ............... 52 Figura 15. Clculo de similaridade do caso de entrada (2) em relao aos casos da base. ............... 53 Figura 16. Pacotes referentes aos casos de uso de manipulao e procura RBC de processos. ........ 56 Figura 17. Caso de uso da Manipulao de processos. ..................................................................... 57 Figura 18. Caso de uso da Procura RBC de processos. ..................................................................... 57 Figura 19. Classes que compem o sistema. ..................................................................................... 58 Figura 20. Diagrama de seqncia dos casos de uso do PCT01
Manipulao de processos. ........ 60 Figura 21. Diagrama de seqncia dos casos de uso do PCT02
Procura de processos RBC. ........ 61 Figura 22. Tela inicial do sistema. ..................................................................................................... 62 Figura 23. Tela de cadastro de processos. ......................................................................................... 63 Figura 24. Tela de obteno de processos da base ............................................................................ 64 Figura 25. Tela com a lista de processo da base ................................................................................ 65 Figura 26. Tela de busca de processos RBC ..................................................................................... 66 Figura 27. Tela de Busca de Processos RBC ..................................................................................... 67 Figura 28. Tela de busca de processos RBC ..................................................................................... 67 Figura 29. Tela com a lista de retorno dos casos recuperados pelo RBC .......................................... 68 Figura 30. Tela de detalhes do processo. ........................................................................................... 69 Figura 31. Tela de exibio PDF externa ao sistema. ....................................................................... 70 Figura 32. Resultado Separao. ....................................................................................................... 90 Figura 33. Resultado Divrcio. .......................................................................................................... 91 Figura 34. Resultado Paternidade. ..................................................................................................... 91 Figura 35. Resultado Adoo. ........................................................................................................... 92 Figura 36. Resultado Anulao ......................................................................................................... 92 Figura 37. Resultado Converso de separao em divrcio. ............................................................. 93 Figura 38. Resultado Direito de visita. .............................................................................................. 93 Figura 39. Resultado Dissoluo de unio estvel. ........................................................................... 94 Figura 40. Resultado Execuo de alimentos com priso. ................................................................ 94 Figura 41. Resultado Execuo de alimentos sem priso. ................................................................. 95 Figura 42. Resultado Exonerao de alimentos. ................................................................................ 95 Figura 43. Resultado Guarda. ............................................................................................................ 96 Figura 44. Resultado Modificao de guarda. ................................................................................... 96 Figura 45. Resultado Alimentos. ....................................................................................................... 97
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Figura 46. Resultado Reviso de alimentos....................................................................................... 97
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Abordagem geral de caractersticas do direito de famlia. ................................................ 10 Tabela 2. Comparativo entre sistemas similares e o sistema proposto. ............................................. 39 Tabela 3. ndices e seus Pesos ........................................................................................................... 44 Tabela 4. Valores do atributo ramificao. ........................................................................................ 45 Tabela 5. Valores do atributo pendncia_favorvel. ......................................................................... 45 Tabela 6. Valores do atributo divrcio. ............................................................................................. 46 Tabela 7. Valores do atributo conv_separao_div. .......................................................................... 46 Tabela 8. Valores do atributo separao_dissoluo_unio. ............................................................. 46 Tabela 9. Valores do atributo guarda_e_modificao. ...................................................................... 46 Tabela 10. Valores do atributo alimentos_e_reviso. ........................................................................ 47 Tabela 11. Valores do atributo exonerao_alimentos. ..................................................................... 47 Tabela 12. Valores do atributo execuo_alimentos_com_priso. ................................................... 47 Tabela 13. Valores do atributo execuo_alimentos_sem_priso. .................................................... 47 Tabela 14. Valores do atributo paternidade ....................................................................................... 47 Tabela 15. Valores do atributo anulao. .......................................................................................... 48 Tabela 16. Valores do atributo direto_visita. .................................................................................... 48 Tabela 17. Valores do atributo adoo. ............................................................................................. 48 Tabela 18. Representao do caso de separao simples. ................................................................. 49 Tabela 19. Representao do caso de divrcio, com definio de alimentos, guarda e visita. ......... 49 Tabela 20. Representao do caso de separao, com definio de alimentos, guarda e visita. ....... 50 Tabela 21. Representao do caso de guarda simples. ...................................................................... 50 Tabela 22. Representao do caso de guarda, com definio de alimentos, e visita. ........................ 51 Tabela 23. Representao do caso entrada de separao, com definio de alimentos e visita. ....... 51 Tabela 24. Representao do caso entrada de guarda, com definio de alimentos, e visita. ........... 53 Tabela 25. Comparao de soluo para testes em diferentes projetos que utilizam RBC. .............. 71 Tabela 26. Casos de entrada cadastrado para teste. ........................................................................... 73 Tabela 27. Resultados dos casos de entrada cadastrados. ................................................................. 74 Tabela 28. Resultado dos casos de entrada cadastrados na segunda busca. ...................................... 74 Tabela 29. Casos de entrada selecionados para busca. ...................................................................... 76 Tabela 30. Resultados relativos aos casos de entrada selecionados para busca. ............................... 79 Tabela 31. Dicionrio de dados para valores de entrada no sistema em ralao a ndices do RBC. . 89
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LISTA DE EQUAES
Equao 1 .......................................................................................................................................... 27 Equao 2 .......................................................................................................................................... 28
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RESUMO
MARTINS, Rafael Ballottin. Sistema em RBC para apoio a deciso nos processos judiciais da rea de famlia. Itaja, 2010. 108 f. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Cincia da Computao) Centro de Cincias Tecnolgicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itaja, Itaja, 2010.
O direito de famlia uma rea especifica do direito civil que tem uma grande quantidade de processos em tramitao, e tambm uma grande quantidade de informaes contidas em cada um. Esta quantidade e variedade de dados contidos nestes processos dificultam a busca de profissionais da rea de direito de famlia por jurisprudncias semelhantes. Alguns sistemas de busca processuais auxiliam na busca de processos judiciais, mas na maioria das vezes isto no eficiente na busca por jurisprudncias semelhantes contidas nestes processos. Baseado nestas necessidades surgiu idia de desenvolver um sistema que fizesse a busca por jurisprudncias semelhantes contidas dentro dos processos da rea de direito de famlia baseados nas informaes de um novo processo trabalhado pelo profissional desta rea, para que os processos que ele tenha armazenados possam auxili-lo na resoluo de novos processos. Para analisar estes processos foi utilizado a tcnica de Raciocnio Baseado em Casos, que consiste em recuperar casos de uma base de processos mais semelhantes ao processo procurado pelo profissional da rea, apresentando os resultados que possam auxili-lo na resoluo do processo procurado. O sistema utiliza linguagem de programao JAVA em conjunto com o banco de dados PostgreSQL. Uma vez caracterizada a adequao destas ferramentas ao projeto, foram levantadas informaes necessrias ao reconhecimento de atributos utilizados pelo RBC na recuperao dos processos atravs de estudos e auxilio de profissional da rea de direito de famlia. Com o sistema implementado e a base alimentada, o sistema teve comprovado seu funcionamento na recuperao dos processos para a rea de direito de famlia, o que vem a auxiliar profissionais da rea a reaproveitar as valiosas informaes contidas em processos semelhantes para auxilio do trabalho dirio e diminuio do tempo de resoluo de novos casos.
Palavras-chave: Direito de famlia. Jurisprudncia. Raciocnio Baseado em Casos.
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ABSTRACT
The family law is a specific area of civil law that has a great quantity of lawsuits in the pipeline, and also a large amount of information contained in each one. This quantity and variety of data contained in these processes make it difficult to search from professionals in family law by rulings similar. Some search procedural systems help in the search for judicial processes, but in most cases this is not efficient in the search for jurisprudential similarities contained in those proceedings. Based on those needs come the idea to develop a system that makes the search for jurisprudential similarities to the processes contained within the area of family law based on information in a new process worked by workers in this area, in order to the proceedings who him gets stored can help in the resolution of new proceedings. To analyze these process was used the technique of case-based reasoning, which consist in retrieve cases of a database from similar proceedings in comparison to the process sought for by the professional of the area, showing the results who can help him in the resolution of the new proceeding who is wanted by him. The system was develop to use the JAVA programing language together with PostgreSQL. Once characterized the adequation from these utilities to the project, necessary information was raised to the recognition of atributes utilized by RBC in the recover these process, by studies and help from the professional of family law area. With the system implemented and the base filled, the system had proven its operation in the recovery of process for the family law area, which is to assist professionals of the field to reuse the valuable information contained in similar cases to aid the daily work and decreasing the time of the resolution of new cases.
Keywords: Family law. Jurisprudence. Case-based reasoning.
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1. INTRODUO
A rea de direito atualmente conta com uma grande quantidade de processos judiciais. S
em 2008, segundo o Conselho Nacional de Justia (2009), foram julgados mais de 25 milhes de
processos no pas. Estes dados muitas vezes ficam esquecidos, mesmo para os prprios advogados,
promotores ou escritrios especializados que trataram destes processos, seja pela quantidade de
processos ou pela quantidade de informaes contidas em cada um.
A grande quantidade de informao que pode ser aproveitada nos processos concludos faz
com que uma tcnica da rea de Inteligncia Artificial (IA) se encaixe perfeitamente no processo de
recuperao de informaes. Uma tcnica que utiliza conhecimento passado para resolver
problemas atuais e que j tem a rea de direito como rea de aplicao com benefcios
comprovados, o Raciocnio Baseado em Casos (RBC) (ABEL, 1996).
O RBC uma tcnica de Inteligncia Artificial que visa resolver um problema novo
relembrando uma situao similar anterior e, ento, reutilizar o conhecimento daquela situao.
Alem disso outros elementos conhecimentos importantes do sistema RBC deste trabalho de TCC
so a representao do conhecimento, medida de similaridade, adaptao e aprendizado, que so
conceitos que sero aprofundados posteriormente (WANGENHEIM; WANGENHEIM, 2003).
Independentemente dos conceitos de RBC, utilizar casos anteriores uma forma natural de
resoluo de problemas, e demonstrando esta utilizao na rea jurdica Wangenheim e
Wangenheim (2003, p. 07) citam, "Um profissional jurdico refora seus argumentos com
jurisprudncias semelhantes", e este reforo de argumentos jurdicos para a rea de famlia que
do base para este Trabalho de Concluso de Curso.
Deve-se, no entanto, deixar claro que o sistema desenvolvido um sistema de RBC que
analisa informaes contidas dentro de cada processo familiar, que por si s j apresenta uma
grande subdiviso de variveis a serem analisadas, e na rea de famlia utilizando RBC
especificamente se encontram poucos projetos.
O sistema foi dimensionado especificamente para a rea de famlia, pois para tratar de todas
as reas jurdicas nos diferentes nveis hierrquicos levaria o trabalho a uma complexidade e
conseqentemente h um tempo no viveis para a sua concluso no perodo de um TCC. Neste
sistema foram aplicados conceitos como utilizao de banco de dados para armazenamento das
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informaes de casos, desenvolvimento de software bsico, que permite o preenchimento de
informaes sobre os processos similares para serem analisados e tcnica de IA para
desenvolvimento de um sistema inteligente para apoio a deciso (RBC).
Aps a implementao do sistema concluda e a base alimentada, testes foram aplicados em
conjunto com o especialista, e todo este processo foi descrito, assim como os resultados obtidos
nele, a fim de demonstrar o funcionamento do sistema na recuperao de casos da rea de famlia.
1.1 PROBLEMATIZAO
1.1.1 Formulao do Problema
A busca por processos similares da rea jurdica nos dias de hoje se torna uma tarefa
extremamente difcil, principalmente pela grande quantidade de processos, e informaes que ficam
esquecidas em cada um deles. Este fato resulta em grande perda de informao que poderia ser
utilizada tanto para dar credibilidade na defesa de um novo caso, quanto no apoio deciso baseado
em aes anteriores tomadas nestes outros processos armazenados, sendo no caso deste trabalho
direcionado aos casos jurdicos familiares.
Outro fator importante para a execuo deste trabalho o sistema on-line para obteno de
informaes de processos do Poder Judicirio, especificamente a busca jurisprudencial do tribunal
de justia, que traz um filtro muito simples, basicamente dividido por rea jurdica e algumas
poucas subdivises de cada rea, o que resulta no retorno de centenas de processos, desordenados e
que muitas vezes no apresentam quase nenhuma similaridade ao que realmente se procura. Essa
busca bastante ineficiente a principal ferramenta que os advogados possuem atualmente para suas
pesquisas de processos.
1.1.2 Soluo Proposta
A tcnica de Inteligncia Artificial denominada Raciocnio Baseado em casos ser utilizada
para representar o conhecimento do especialista. Com isso o profissional que utiliza o sistema pode
obter informaes jurisprudenciais para apoi-lo nas decises referentes a novos processos, o que j
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feito normalmente por profissionais da rea para apoio a suas decises, mas neste caso feito de
uma forma automatizada a fim de agilizar e trazer informaes muito mais especificas e pertinentes.
Pode-se citar outros benefcios que o programa tem a agregar em relao ao atual sistema
jurisprudencial, como eliminar o tempo com buscas e a grande quantidade de casos irrelevantes
retornados, e conseguir trazer processos com detalhes especficos que s uma ferramenta como
RBC consegue identificar.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste projeto foi o desenvolvimento de um sistema utilizando Raciocnio
Baseado em Casos para apoio a profissionais da rea de direito de famlia, na busca por problemas
anteriores que auxiliem na resoluo de problemas atuais.
1.2.2 Objetivos Especficos
Os objetivos especficos deste projeto de pesquisa foram:
Compreender os elementos necessrios na rea de direito de famlia;
Analisar solues similares;
Definir o escopo e requisitos exigidos pelo sistema;
Determinar as tecnologias necessrios implementao do sistema;
Realizar a modelagem conceitual do sistema;
Implementar o sistema; e
Realizar os testes e validao do sistema.
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1.3 Metodologia
Na Fundamentao Terica foram feitas pesquisas sobre conceitos e metodologias que
envolvem a rea de direito de famlia, atravs de entrevistas com profissional da rea de direito,
pesquisas em livros, artigos cientficos, sites e trabalhos acadmicos, e tambm pesquisa sobre
mtodos de Raciocnio Baseado em Casos e ferramentas para o desenvolvimento relacionadas ao
assunto. Atravs das pesquisas identificou-se ferramentas e metodologias consideradas para o
desenvolvimento do trabalho.
No primeiro passo do projeto foi feita a anlise da rea de direito de famlia e de solues
similares utilizando Raciocnio Baseado em Casos para definio do escopo e requisitos exigidos
pelo sistema.
A etapa seguinte compreendeu a anlise e modelagem conceitual do sistema, e para
descrio das operaes e suas seqncias foi utilizada a UML (Unified Modeling Language -
Linguagem Unificada de Modelagem). Na modelagem do sistema foram descritos os requisitos
funcionais, no funcionais e regras de negcio alm de diagramas de caso de uso do sistema,
diagrama de classes e o diagrama de seqncia demonstrando detalhadamente as operaes que
foram implementadas.
Aps a implementao foram definidos os testes a serem aplicados e um modelo baseado
nos tpicos de Watson foi escolhido. Nesta etapa 100 casos reais foram cadastrados, e junto ao
especialista cada caso foi cuidadosamente analisado e inserido no sistema. Depois do cadastro feito
os testes foram aplicados e os resultados descritos.
1.4 Estrutura do trabalho
O trabalho foi dividido em quatro captulos, sendo eles: Introduo, Fundamentao
Terica, Implementao e Concluso.
A Introduo traz uma viso geral do projeto, a problematizao, os objetivos do trabalho,
sua metodologia e estrutura.
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A Fundamentao Terica apresenta conceitos de Raciocnio Baseado em Casos, como
mtrica de similaridade, mtodos de recuperao, alm de conceitos e atributos da rea de direito de
famlia necessrios ao entendimento em relao ao que abordado no sistema.
A Implementao apresenta detalhes do sistema que foi desenvolvido, bem como sua
modelagem e metodologia seguindo conceitos da UML, alm dos testes aplicados e os seus
resultados.
A Concluso encerra o trabalho, abordando os assuntos apresentados, descrevendo possveis
trabalhos futuros entre outras consideraes.
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2. FUNDAMENTAO TERICA
Este captulo destina-se ao estudo dos assuntos necessrio a realizao do projeto, assim
como a apresentao do estado da arte nas reas de RBC e de direito de famlia, dando
embasamento e sustentao as escolhas e determinaes feitas no projeto.
2.1 Direito de famlia
O direito de famlia um ramo da rea de direito civil, que mais do que qualquer outro,
exige muitas qualidades humanas de seu aplicador (WAMBIER, 1996).
constitudo basicamente por normas que regulam a celebrao do casamento, sua validade
e efeitos resultantes, as relaes pessoais e econmicas conjugais, sua dissoluo, relao entre pais
e filhos, vnculos de parentesco e institutos complementares da tutela, curatela e da ausncia
(DINIZ, 1999).
Portanto colocado por Diniz (1999) como um ramo do direito civil que concerne relao
de pessoas unidas pelo matrimnio, ou parentes e complementos institucionais do direito protetivo e
assistencial, pois mesmo que tutela e curatela no advenham das relaes familiares elas esto
relacionadas ao direito de famlia, pois contm finalidades semelhantes.
Na viso de Gomes (2000) um conjunto de regras que se aplica ao relacionamento de
pessoas ligadas pelo casamento, parentesco, por afinidade ou adoo.
J para Rodrigues (2001) o objetivo do direito de famlia o trabalho sobre os princpios de
direito que regem as relaes de famlia, e a influncia destas relaes sobre as pessoas e os bens.
O direito de famlia no funciona simplesmente como instrumento cumpridor da lei. O ser
humano e seu comportamento devem ser a principal preocupao do jurista de famlia moderno. Por
isso o direito de famlia tem uma vocao bem definida, a interdisciplinaridade. Se o jurista no
obter conhecimentos de outras cincias para tratar dos problemas relacionados a rea de famlia, ele
no poder atingir objetivos muito alm daqueles formalmente atingveis (WAMBIER, 1996).
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De acordo com Diniz (1999) as normas de direito de famlia inferem algumas finalidades
quando tratadas as relaes matrimonias, de parentesco e complementares, tais como:
Reao as relaes pessoais entre cnjuges, entre os pais e filhos, parentes, como as
tratadas pelos efeitos pessoais do matrimnio, da filiao, como as que autorizam o
filho a fazer uma investigao de paternidade, entre outros;
Regular as relaes patrimoniais, por exemplo, entre marido e mulher, entre
ascendentes e descendentes ou entre tutor e pupilo; e
Disciplinar as relaes assistenciais entre os cnjuges, os filho perante os pais, o
tutelado ante o tutor e o interdito em face do curador.
Para Diniz (1999) fica claro os temas tratados pelo direito de famlia, que so:
1. O casamento, o centro nas normas bsicas do direito de famlia, que constituem o
direito matrimonial;
2. As relaes de parentesco; e
3. Os institutos de direito protetivo.
Constituindo o casamento, o direito matrimonial abrange as normas disciplinares ligadas a
ele, incluindo a celebrao, prova, nulidade e anulabilidade do casamento. Alm das relaes
pessoais dos cnjuges, com direitos e deveres que devem ser recprocos e suas relaes econmicas,
que podem chegar a constituir at mesmo um instituto, que compreende o regime de bens entre os
cnjuges. Outras normas do casamento esto ligadas a dissoluo da sociedade conjugal e do
vnculo matrimonial.
As relaes de parentesco so regidas pelo direito parental, que compreende norma sobre
filiao, adoo, ptrio poder, e alimentos. Portanto este direito aborda a relao entre parentes e a
relao econmica, que tem ptrio poder sobre bens dos filhos, mas tem deveres de sustentar os
filhos e a obrigao de prestar alimentos.
Os institutos de direito protetivo so abordados pelas normas de direito assistencial, esto
ligados a substituio de famlias, compreendendo a guarda, tutela, a curatela e a ausncia, todas
aplicadas s medidas de proteo ao menor.
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Alm dos conceitos de direito de famlia, sero abordados em tpicos seguintes dados que
caracterizam a estrutura do direito de famlia e seus princpios, para ento poder conceituar suas
ramificaes que so de grande importncia neste TCC, demonstrando o que cada uma abrange e
suas formas bsicas de funcionamento.
2.1.1 Estrutura do direito de famlia
Um ponto importante no direito de famlia o papel e as relaes da famlia. Para Lisboa
(2006) famlia o gnero do qual a entidade familiar a espcie. A famlia a unio de pessoas
constitudas formalmente pelo casamento civil, pela unio estvel e pela relao mono parental. A
expresso "entidade familiar" vem sendo utilizada para designar uma unio estvel e as relaes
entre ascendentes e descendentes.
A estrutura familiar composta por um grupo de pessoas em situaes socialmente
reconhecidas, e com aes que correspondem as socialmente admitidas. A estrutura familiar pode
ser nuclear ou conjugal, ser composta por um homem, uma mulher e os filhos compartilhando de
mesma morada. A estrutura nuclear de fcil adequao e pode ser reestruturada quando necessrio
(MINUCHIN, 1990).
Segundo Diniz (1999) no conhecimento da rea jurdica da famlia se encontram trs
acepes fundamentais:
1. No sentido amplssimo o termo abrange os indivduos ligados pela consanginidade
ou afinidade, podendo incluir estranhos, como no art. 744 do cdigo civil, em que
necessidades da famlia do usurio abrangem tambm as pessoas de seu servio
domstico. Ou da lei n. 8.112/90, Estatuto dos Servidores Pblicos Civis da Unio,
no art.241, que considera como famlia do funcionrio, alm do cnjuge e prole,
quaisquer pessoas que vivem as suas custas e participam de seu assentamento
individual;
2. Na acepo lata alm dos cnjuges e seus filhos abrange tambm parentes da linha
reta ou colateral, bem como afins; e
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3. Na significao restrita a famlia, e no s o conjunto de pessoas unidas pelo
matrimnio, ou seja, no somente cnjuges e a prole, mas tambm a comunidade
formada por quaisquer dos pais e ascendentes, independente do vinculo conjugal que
a originou.
Para Bittar (1993), com base na vigente Constituio brasileira o sistema jurdico se distribui
em diversos regimes de saber, tais como:
O da famlia consangnea ou biolgica, que provm do casamento, e consiste na
unio entre o homem e a mulher, e nos seus filhos, habitando em um ambiente
familiar comum. Este regime se ajusta ao estatal vigente, e absorve todo o
mecanismo jurdico de proteo famlia;
O da famlia civil, advinda da adoo. Este regime contm regras prprias, do
relacionamento e filiao de denominao civil, com o conjunto normativo da
adoo; e
O da entidade familiar, que existe a partir da unio estvel entre o homem e a
mulher, ou na comunidade representada pelos pais e seus descendentes. Neste regime
as famlias se organizam pela vontade de assumir a paternidade ou maternidade, sem
a participao de outro genitor, ou por circunstncias alheias a vontade humana,
como morte, separao e abandono.
Segundo Diniz (1999), vrios so os caracteres de famlia:
Carter biolgico: porque a famlia , por excelncia, um agrupamento natural. O
individuo nasce e cresce em uma famlia, at se casar e constituir a sua prpria,
sujeitando-se a vrias relaes como: ptrio poder, direito e respectivo dever de obter
alimentos e de prest-los a seus parentes, dever de fidelidade e de assistncia em
virtude de sua condio de cnjuge;
Carter psicolgico: por possuir a famlia um elemento espiritual, que une os
componentes do grupo familiar, que o amor;
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Carter econmico: dentro do grupo familiar o homem, com o auxlio mtuo e
conforto afetivo, se mune de elementos necessrios para sua realizao material,
intelectual e espiritual;
Carter religioso: uma vez constituda a famlia esta representa um ser tico ou
moral, principalmente pela influncia do cristianismo;
Carter poltico: a famlia tem especial proteo do estado, o que assegura assistncia
a cada um dos seus integrantes, criando um mecanismo por meio de lei ordinria que
vem a coibir a violncia no mbito de suas relaes, impondo sanes aos que
transgridem estas obrigaes impostas ao convvio familiar; e
Carter jurdico: por ter a famlia uma estrutura regulada por normas jurdicas, cujo
conjunto constitui o direito de famlia.
De acordo com Piedade (2009?) existem ainda dois tipos de famlia:
Biparental, que formada pelos genitores, cnjuges ou conviventes, e os filhos; e
Monoparental, formada por um dos cnjuges ou companheiros e os filhos.
Na Tabela 1 so apresentados os termos do direito de famlia abordados nesta seo de uma
maneira sucinta, afim de melhor visualizar alguns aspectos importantes tratados neste captulo, alm
de alguns complementos.
Tabela 1. Abordagem geral de caractersticas do direito de famlia.
Acepes do termo famlia Espcies de famlia Caracteres de famlia
Amplssima Legtima Biolgico Lata Ilegtima ou natural Psicolgico
Restrita Adotiva Econmico
Religioso
Poltico
Jurdico Fonte: Adaptado de Diniz (1999).
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11
2.1.2 Princpios do direito de famlia
Os princpios do direito de famlia so extremamente importantes uma vez que muitos destes
princpios se encontram na constituio (SILVA, 2006).
No que diz respeito ao Direito de Famlia preciso sistematizar seus princpios para facilitar
a didtica do tema. Essa sistematizao serve para demonstrar aspectos deste ramo do direito civil,
demonstrando o estado de arte da matria (SILVA, 2006):
Princpio da ratio do matrimnio: o fundamento bsico do casamento e da vida
conjugal a afeio entre os cnjuges e a necessidade de que perdure por toda a
comunho da vida. Sendo ento o divrcio e a separao judicial uma decorrncia da
extino do afeto, uma vez que a comunho espiritual e material entre o marido e a
mulher no pode ser mantida e reconstituda (DINIZ, 1999);
Princpio da igualdade jurdica entre os cnjuges: diz respeito igualdade entre os
cnjuges, seus direitos e deveres, uma grande revoluo em relao famlia dirigida
pelo sistema patriarcal. O poder do marido agora suprido pela autoridade conjunta,
no mais justificada a submisso legal da mulher. Quanto aos interesses do grupo,
prevalece o sistema de gesto comum, nas questes pessoais e patrimoniais. A
manuteno do lar obrigao de ambos os cnjuges. Aos interesses individuais de
seus componentes, prospera o regime de afeio mtua, e sob o aspecto patrimonial
conciliam-se seus direitos com o do ncleo. Na relao com os filhos tem-se um
regime fundado no respeito e na compreenso mtuos, transmudando-se o ptrio
poder em conjunto de deveres para os pais (OLIVEIRA, 2002);
Princpio da igualdade jurdica de todos os filhos: no principio de igualdade entre os
filhos se consagra o direito positivo a impossibilidade de distino entre filhos, sejam
eles naturais ou adotivos, quanto ao nome, poder familiar e sucesso. Permite-se
tambm o reconhecimento de filhos fora do casamento, e probe que se revele no
nascimento a ilegitimidade ou espuriedade vedando tambm designaes
discriminatrias relativas filiao (DINIZ, 1999);
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12
Princpio do pluralismo familiar: este princpio encontra amparo na Constituio de
1988, que aborda entidades familiares diversas das oriundas unicamente do
casamento. Protegem-se ento a famlia monoparental e aquela originria de unio
estvel. H uma moderna corrente doutrinria entendendo que, alm das entidades
admitidas pelo texto institucional, se reconhece outras formas constitutivas de
famlia, desde que apresente requisitos como estabilidade, ostensibilidade,
convivncia e afetividade, posto que no h no texto constitucional qualquer clusula
de excluso. reconhecida portanto a famlia fraterna, homoafetiva e qualquer outra
relao em que se evidenciem os requisitos citados (LEAL JR., 2008; MELO,
2006);
Princpio da consagrao do poder familiar: este principio garante que durante o
casamento ou unio estvel o poder familiar exercido pelos pais. Na falta ou
impedimento de um deles, o outro dever exercer este poder com exclusividade. Em
caso de divergncia dos pais em relao ao exerccio do poder familiar, assegurado
a qualquer um deles recorrer ao juiz para a soluo do desacordo. Algumas questes
no cdigo civil so atribudas aos pais, como dirigir a criao e a educao dos
filhos, ter os filhos em sua companhia e guarda, conceder ou negar aos filhos
consentimento para que se casem, nomear um tutor por meio de testamento ou
documento autntico, se ambos os pais no estiverem presentes, ou se o nico
presente no puder exercer o poder familiar, representar os filhos at os 16 anos, e
lhes dar suporte aps essa idade nos atos em que forem partes, reclam-los de quem
ilegalmente os detenha, exigir que lhes prestem obedincia e respeito e prover os
servios prprios de sua idade e condio (LEAL JR., 2008);
Princpio da liberdade: fundado no livre arbtrio de constituir a comunho da vida
familiar, no havendo imposies ou restries de pessoa fsica e jurdica, no que
atina as decises do casal referentes ao planejamento familiar. Diz respeito tambm a
escolha do modelo de formao educacional, cultural e religiosa dos filhos, e na livre
conduta, respeitando a integridade fsico-psquica e moral da famlia (DINIZ, 1999);
e
Princpio da dignidade da pessoa humana: este princpio se destaca como o mais
valoroso da ordem jurdica brasileira, um principio constitucional fundamental. Se
eleva o ser humano ao centro de todo o sistema jurdico, sendo que as normas so
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13
feitas para a pessoa e sua realizao, com o mnimo de garantia de lhe proporcionar
dignidade. No um direito oponvel somente ao estado, a sociedade ou estranhos,
mas sim para cada membro da famlia. (FARIAS, 2005; LBO, 1999).
2.1.3 Ramificaes do direito de famlia
Nesta seo sero tratadas as ramificaes no direito de famlia, abordando uma breve
descrio de cada uma. Estas ramificaes representam conhecimentos bsicos importantes para
escolha dos atributos utilizados no projeto.
Segundo Gonalves (2003), Wambier (1996), Diniz (1999) e Advocacia de famlia (2009),
algumas importantes ramificaes da rea de direito de famlia so:
Investigao de Paternidade: a investigao de paternidade pode ser requerida por
qualquer filho havido fora do casamento, e tem por objetivo a regularizao da filiao.
Comprovada a paternidade todos os direitos relativos a filiao, como penso e herana, so os
mesmos do reconhecimento voluntrio. Com o exame de DNA possvel afirmar quase que com
certeza absoluta a paternidade, e a negao de submeter-se ao exame pode suprir a prova que se
desejava obter com o exame (GONALVES, 2003).
Guarda: a guarda se constitui por colocar o menor em famlia substituta ou em associao,
independendo de sua situao jurdica, at que seja resolvida a situao deste menor. A guarda se
destina a prestao de assistncia material, moral e educacional ao menor, dando a quem o detm o
direito de se opor a terceiros, inclusive aos pais, constituindo de fato a guarda legal concedida
judicialmente (DINIZ, 1999).
Alimentos: a prestao fornecida a uma pessoa, em dinheiro ou espcie para atender as
necessidades de sua vida provendo o necessrio para o seu sustento, denomina alimentos em direito.
Os alimentos se caracterizam pela importncia que em decorrncia de sentena judicial de prestao
de alimentos o servidor obrigado a pagar aos seus dependentes ou parentes, por meio de desconto
em sua remunerao mensal. Alimentos abrange mais do que o sustento, tambm o vesturio,
habitao, assistncia mdica, abrangendo o necessrio para atender as necessidades da vida, e no
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14
caso de crianas tudo que for necessrio para sua instruo (RODRIGUES, 2002; ADVOCACIA
DE FAMLIA, 2009). Dois tpicos importantes dentro de alimentos so:
Exonerao de Alimentos: na mudana da situao financeira daquele que presta
alimentos ou na de quem os recebe, cabe como opo a parte interessada um pedido
de reclamao ao juiz, para de acordo com as circunstncias pedir exonerao,
reduo ou majorao do encargo (ADVOCACIA DE FAMLIA, 2009); e
Execuo de Alimentos: as regras que compem a execuo por quantia no
cumprimento da sentena em casos de condenao a prestao de alimentos se
referem a execuo de alimentos. O devedor de alimentos intimado a pagar uma
quantia estipulada em prazo determinado podendo negociar o pagamento. A
execuo de alimentos pode ainda ser caracterizada como execuo com priso, onde
a falta de pagamento resulta em encarceramento do devedor de alimentos pelo prazo
estipulado pelo juiz, ou sem priso onde feita a execuo de bens para arcar com o
pagamento da dvida de alimentos. (MARTINS, 2008; ADVOCACIA DE
FAMLIA, 2009).
Separao judicial consensual: o processo de separao judicial cabe somente aos
cnjuges. Quando requerida por ambos considerada consensual, no h litgio pois as partes
envolvidas buscam a mesma soluo e tem como objetivo dissolver a sociedade conjugal. Como
requisito, ambos devem estar casados por mais de um ano e manifestar perante o juiz a vontade de
se separar de ambas as partes. Deve-se durante o processo por parte do juiz tentar promover todos
os meios para reconciliao das partes. A vantagem desta modalidade a no obrigao de declinar
a causa ou motivo da separao. A separao judicial estabelece deveres de coabitao, e fidelidade
recproca ao regime de bens, alm de mtua assistncia, sustento, guarda e educao dos filhos.
(GONALVES, 2003).
Separao judicial litigiosa: o processo de separao judicial litigiosa pode ser proposta a
pedido de um dos cnjuges, e pode ser proposta em caso de qualquer ato que caracterize a violao
dos direitos do casamento e torne insuportvel a vida em comum. Algumas sanes podem ser
aplicadas a culpa de um dos cnjuges, como perda de alimentos e perda do direito de conservar o
sobrenome do outro. As causas da separao litigiosa indicadas genericamente na lei do Divrcio
apontam causas como adultrio, tentativa de morte, sevcia, injria grave e abandono do lar durante
dois anos contnuos (GONALVES, 2003).
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Divrcio: o divrcio um procedimento que determina o trmino da sociedade conjugal,
dissolvendo o casamento vlido. O divrcio pode ser realizado de forma direta, desde que
comprovada separao de fato por mais de dois anos. Duas modalidades de divrcio existem no
pas: o j citado divrcio direto, e a separao convertida em divrcio, que tem ainda duas
modalidades, a consensual e a litigiosa. No divrcio consensual por conveno sua admisso
tranqila e pode ser formulada perante o juzo do domicilio de qualquer um dos ex-cnjuges, e
ainda que normalmente se mantenham as clusulas determinadas na separao, nada impede que as
modifiquem no que se refere a alimentos, guarda dos filhos, regulamento de visita etc. No processo
litigioso o juiz deve declarar a sentena em dez dias, quando no houver ostentao ou necessidade
de prova, e a sentena na converso da separao em divrcio no pode ser negada, a no ser em
caso de falta de decurso no prazo de um ano do processo de separao (GONALVES, 2003).
Separao de corpos: a separao de corpos pode ser feita mediante proposta de um dos
cnjuges e homologao do juiz, e no havendo acordo na partilha de bens cabe a deciso ao juiz. A
separao de corpos pode ser determinada como uma medida cautelar, e no um requisito
necessrio para separao, mas importante pois a partir dela a sentena do divrcio na separao
judicial comea a contar tempo, e por isso mesmo com o casal j separado de fato, a separao de
corpos admitida como medida cautelar (GONALVES, 2003).
Unio estvel: da convivncia nasce base da unio estvel e sua evoluo para
constituio do ato jurdico. Mesmo a unio estvel no sendo exatamente constituda, na medida
em que ela regulamentada vai ganhando contornos de casamento, e de fato pode ser convertido ao
mesmo. E com isso aos poucos deixa de ser uma unio livre, e ento se converte as regras impostas
pelo estado. O casamento e unio estvel tm caractersticas simtricas: enquanto no casamento o
incio atribudo a celebrao do matrimnio, a unio estvel no tem um marco inicial e nasce da
consolidao do vnculo de convivncia. Apesar da simetria a unio estvel tratada de forma
diferente do casamento, e tem sua abordagem considerada no cdigo civil (DIAS, 2006).
Reconhecimento e dissoluo de sociedade de fato(Unio estvel): o uso da expresso
sociedade de fato se atribui na esfera do direito das obrigaes, e mais especificamente na rea de
direito societrio. Seu reconhecimento se atribui a partir do conceito de que a sociedade de fato se
institui do contrato de sociedade entre pessoas, que se obrigam a contribuir por meio de bens ou
servios para exerccio de uma atividade econmica e a diviso entre si dos resultados, e a falta de
cumprimento das obrigaes por qualquer das partes levam a dissoluo da mesma (DIAS, 2006).
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Anulao do casamento: em caso de desrespeito de requisitos descritos em lei para o
casamento, caracterizada a necessidade de anulao do mesmo. O perodo previsto em lei para
anulao do casamento de quatro anos. As causas que geram a anulao do casamento buscam
impor penas a quem pode ter tido responsabilidade pela anulao do casamento, e o culpado perde
as vantagens havidas do cnjuge inocente (DIAS, 2006).
Direito de visitas: o processo de regulamentao do direito de visita visa permitir ao pai que
no tem a guarda do filho poder ter o direito de passar algum tempo com o mesmo, para poder
participar de sua vida. Outro propsito evitar os problemas de abuso e irresponsabilidade de
alguns pais (ADVOCACIA DE FAMLIA, 2009).
Adoo: adoo o ato jurdico solene pelo qual, baseados nos requisitos legais, algum
estabelece, independente de relao ou parentesco consangneo ou afim, um vinculo de filiao,
trazendo-o para sua famlia na condio de filho. dada origem ento a uma relao jurdica de
parentesco civil entre adotante e adotado, constando entre eles um lao de primeiro grau
(RODRIGUES, 1980 apud DINIZ, 1999).
2.2 Raciocnio Baseado em Casos
O Raciocnio Baseado em Casos (RBC) uma ferramenta da rea de Inteligncia Artificial
(IA), que utiliza o conhecimento adquirido em experincias passadas para resolver problemas atuais
(KOLODNER, 1993).
Lee (1998) coloca que os sistemas RBC reproduzem aspectos da cognio humana para
relembrar episdios anteriores e resolver um determinado problema, se baseando nas semelhanas
encontradas entre eles.
Fernandes (2003, p. 27) diz que "o processo caracterstico do RBC consiste em: identificar o
problema atual, buscar a experincia mais semelhante na memria e aplicar o conhecimento dessa
experincia passada no problema atual".
Mais especificamente, um sistema RBC pode ter processos divididos em tarefas separadas,
sendo que cada aplicao define estas linhas de separao. De maneira geral o processo dividido
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em trs partes: a recuperao de um caso semelhante, a avaliao de um caso recuperado se
baseando no que se espera do novo caso, e a adaptao do caso recuperado, para que o novo
problema seja atendido com o mnimo de satisfao (FOX, 1995 apud GROSSMANN JR.,2002).
Segundo Cardoso (2003) um sistema utilizando RBC pode conter:
Utilizao de casos passados para resolver novas situaes;
Adaptao de solues antigas para resolver novas situaes;
Utilizao de casos passados para criticar novas solues;
Raciocnio sobre casos passados para interpretar novas solues; e
Criao de solues eqitativas para novos problemas.
Exemplos da vida diria demonstram que seres humanos naturalmente utilizam casos
conhecidos para resolver novos problemas. Um exemplo que demonstra bem isso pode ser visto na
rea de direito, onde baseado em informaes de um processo passado pode-se obter informaes
para se resolver um novo caso. Conforme Wangenheim e Wangenheim (2003) citam "Esse caso
deve ser decidido como no caso Santos versus Silva", onde o caso Santos versus Silva se atribui a
um caso qualquer que apresenta muitas semelhanas com o novo caso que est sendo trabalhado e
exemplifica como argumentos jurdicos podem ser reforados com jurisprudncias semelhantes.
Wangenheim e Wangenheim (2003) apontam os seguintes elementos como componentes
bsicos de um sistema RBC:
Representao de conhecimento: usualmente representado atravs de casos que
descrevem experincias concretas;
Medida de similaridade: capacidade de encontrar um caso relevante, quando
relembrar um caso similar anterior;
Adaptao: apresenta mecanismos para recuperar casos anteriores, sendo que
situaes passadas normalmente diferem do problema atual; e
Aprendizado: ao resolver um problema corretamente um sistema deve ser capaz de
lembrar desta situao no futuro.
Outro conceito que no pode ser esquecido so as quatro etapas de desenvolvimento de um
sistema RBC, que segundo Lee (1998), o modelo mais aceito de ciclo de vida do RBC,
demonstrado na Figura 1.
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18
Figura 1. Ciclo de vida do RBC.
Fonte: Adaptado de Lee (1998).
2.2.1 Representao do conhecimento em RBC
O tratamento de conhecimento em mecanismos artificiais como os computadores uma
tarefa difcil. Para que se possa manipular este conhecimento necessrio que se consiga forma de
represent-lo. A representao do conhecimento uma das reas mais ativas da IA, e a que envolve
os maiores desafios (DELPIZZO, 1997).
Em um sistema RBC a representao de conhecimento feita principalmente em forma de
casos que descrevem experincias concretas. Outros tipos de conhecimento sobre o domnio da
aplicao, quando necessrio, podem ser armazenados em um sistema RBC como casos abstratos e
genricos, e modelos de dados utilizados como informao (WANGENHEIM; WANGENHEIM,
2003).
Os casos so representados pela representao do conhecimento. Mesmo que o
conhecimento do especialista esteja em alguns momentos representado em RBC, so os casos que
contm o conhecimento que ser utilizado para resoluo do problema (LEE, 1998).
Problema
Solues Iniciais
Soluo confirmada
Base de Dados
Soluo Proposta
Recuperar
Reutilizar
Revisar
Reter
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19
2.2.1.1 Casos e Base de Casos
Um caso um pedao de conhecimento que est de acordo com determinado contexto e
representando uma experincia de onde se aprende lies fundamentais para atingir os objetivos do
raciocinador. A experincia contida no caso deve estar bem descrita, e de acordo com seu contexto.
(KOLODNER, 1993).
Segundo Lagemann (1998) e Lee (1998) o caso representa uma experincia passada, ou a
representao dela, sendo que todos os casos so compostos por um problema que aborda situaes
que representam e descrevem o caso no estado real em que ele ocorre, e a soluo que representa as
experincias adquiridas durante a resoluo derivadas deste problema. Pode-se ainda visualizar o
caso pela representao do espao do problema, ou representao do espao da soluo.
J para Kolodner (1993) alm de problema e soluo, existe um terceiro fator: o resultado. O
resultado um estado que aparece aps ser encontrada a soluo, e descreve dados obtidos entre o
problema e o alcance da soluo, permitindo formular estratgias para evitar problemas e podendo
apontar uma prxima soluo.
A Figura 2 apresenta um exemplo simples de um caso, onde so representados a descrio
da situao problema/sintoma conjuntamente com a experincia adquirida, ou seja, a soluo. Os
atributos representam caractersticas contidas no caso e os valores representam o status destes
atributos, sendo que ambos compem a descrio da situao de um caso.
Figura 2. Exemplo simplificado de um caso.
Fonte: Adaptado de Wangenheim e Wangenheim (2003).
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Apesar dos casos normalmente representarem experincias concretas, pode-se tambm criar
casos abstratos baseados em um conjunto de situaes.
Alm dos casos, uma das principais entidades envolvidas em um sistema RBC a base de
casos, que consiste em um conjunto de casos e procedimentos para acessar estes casos
(KOLODNER, 1993).
A base de casos serve para que se possam reutilizar os casos organizados e armazenados
nela, e contm geralmente experincias positivas que descrevem estratgias de soluo para
poderem desta forma ser reutilizadas, e experincias negativas que expressam tentativas frustradas
de se solucionar um problema (WANGENHEIM; WANGENHEIM, 2003).
Na Figura 3 podemos ver um exemplo simples da representao de casos em uma base, onde
so armazenados apenas dois exemplos positivos sobre o reparo de impressoras no passado; caso 1
e caso 2 respectivamente.
Figura 3. Exemplo simplificado de uma base de casos.
Fonte: Adaptado de Wangenheim e Wangenheim (2003).
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21
2.2.1.2 Representao de casos
Segundo Grossmann Jr. (2002) os casos representam um conhecimento especifico que est
diretamente relacionado a um determinado contexto, e armazena um conhecimento de nvel
operacional. Os casos armazenados devem apresentar diferenas dos demais para que seja
acrescentado algum conhecimento til para o sistema.
Caractersticas que descrevem o caso devem apontar para uma soluo ao problema inicial
informando o resultado desta aplicao, que deve ser relativa ao problema de entrada, e para
representar casos os dados podem ser armazenados utilizando os mais diferentes tipos usados por
computadores. As informaes armazenadas podem ser diversas, tais como nomes, cdigos,
valores, entre outros. (LEE, 1998; LAGEMANN, 1998).
Um exemplo da representao de um caso da rea jurdica apresentado por Wangenheim e
Wangenheim (2003), em um sistema de apoio a deciso jurdica que exemplifica como pode ser
descrito um caso. O caso, pode ser visto com mais detalhes na Figura 4:
Por um conjunto de caractersticas, Juiz: Vlad Mortis, Local: Hipoteticpolis da
Serra, Data: 01.02.2000 ;
Pela ementa, O denunciado foi preso em flagrante por tentar subtrair objetos de uma
casa a noite ;
Por um conjunto de termos relevantes como, furto qualificado ; e
Uma referncia do acrdo1 na ntegra.
1 Acrdo a manifestao de um rgo judicial colegiado, que externa um posicionamento argumentado sobre a aplicabilidade de determinado direito a uma situao ftica especfica (TSE, 2009).
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22
Figura 4. Mapeamento do mundo real para representao formal, mapeando um caso de um hipottico sistema jurdico.
Fonte: Adaptado de Wangenheim e Wangenheim (2003).
Wangenheim e Wangenheim (2003) abordam tambm que a representao de conhecimento
dos casos deve ser bem definida para formular o conhecimento da soluo do problema, que podem
seguir uma srie de objetivos como:
Definir as entidades do domnio da aplicao;
Descrever as dependncias e relacionamentos das entidades em questo;
Manuteno da estrutura de domnio da aplicao;
Prevenir representao redundante de conhecimento; e
Suportar definio de similaridade e adaptao de solues.
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23
2.2.2
Similaridade
Para Delpizzo (1997) a similaridade um ponto crucial do RBC, pois uma etapa que torna
o processo de raciocnio vivel, avaliando-se a similaridade dos casos de entrada com os casos
candidatos. A similaridade entre os casos se baseia em caractersticas que representam o contedo e
contexto de sua experincia.
Um dos primeiros passos na deteco de similaridade entre casos feito na avaliao de
similaridade. Em RBC a avaliao de similaridade feita atravs da comparao de dois casos para
avaliar o relacionamento entre eles, e ver como estes casos compartilham solues e conseqncias.
Esta avaliao feita no nvel de atributos onde valores so associados comparando valores
numricos e alfanumricos, a fim de determinar uma funo de combinao para eles (LEE, 1998).
Wangenheim e Wangenheim (2003) diz que um caso til quando apresenta similaridade
com a questo que est sendo analisada, e portanto o conceito de similaridade adequado deve
permitir estimar a utilidade de um caso. A utilidade de um caso parte integrante do conceito de
similaridade a se adotar, e um caso pode ser til para um novo problema quando:
Permita a soluo do problema atual;
Evita que um erro anterior seja repetido;
Permita uma soluo rpida e eficiente do problema;
Oferea a melhor soluo para o problema baseado em critrios de otimizao; e
Oferea ao usurio uma soluo na qual ele possa compreender a lgica utilizada.
Segundo Plaza (1998 apud FERNANDES, 2003) a avaliao de similaridade dividida em
dois grupos: a similaridade sinttica e a similaridade semntica. A similaridade sinttica mais
simples, sendo sua comparao principal feita por semelhanas na sintaxe. A similaridade
semntica mais profunda e os casos so comparados baseados no seu significado.
Wangenheim e Wangenheim (2003) afirmam que para a determinao da similaridade em
RBC deve-se ter as seguintes premissas satisfeitas:
A similaridade da questo atual e do caso analisado implica em utilidade;
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24
A similaridade se baseia em fatos a priori; e
Deve-se ter uma medida de similaridade, j que casos podem ser mais ou menos teis
em relao a uma determinada questo.
2.2.2.1 Mtricas de Similaridade
Weber (1996 apud DELPIZZO 1997, no paginada) cita que A mtrica da similaridade
uma funo que mede a similaridade entre dois casos, ela utilizada para guiar a busca pelos casos
mais similares que sero ordenados segundo a mesma .
A etapa onde so definidas as mtricas de similaridade de um sistema RBC de grande
importncia a eficincia e metodologia, pois a utilidade do caso se identifica atravs dela
(KOSLOSKY, 1999 apud FERNANDES, 2003).
Segundo Lee (1998), a mtrica de similaridade mede os graus de similaridades entre dois
casos atravs de funes numricas. A mtrica necessria em sistemas onde os casos so
comparados entre si, sendo utilizada como medida de distino entre os casos candidatos similares e
no similares.
Ainda, segundo o autor, o nvel de similaridade sintetizado em cada atributo utilizando
uma medida de importncia que serve para modelar a relevncia dos atributos na avaliao sinttica
de similaridade. Como conseqncia, qualquer clculo matemtico feito para as avaliaes
sintticas vlido, tais como a mdia ponderada e integral difusas. Ainda assim a avaliao da
similaridade pode ser vista como um problema de reconhecimento de padres.
2.2.2.2 Indexao
A indexao na recuperao de casos essencial, pois orienta a avaliao da similaridade.
Descritores so utilizados para os ndices para verificar o que faz um caso ser similar ao outro,
representando a relevncia entre os casos. A indexao vai determinar o que precisa ser comparado
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25
entre os casos para avaliar sua similaridade, para que sejam recuperados os casos mais teis
resolvendo ou interpretando o novo caso (LEE, 1998).
Para Watson (1997 apud LAGEMANN, 1998), a indexao que determina o que deve ser
comparado entre os casos, para assim determinar sua similaridade. Isso faz com que o RBC, alm
de utilizar os ndices para melhorar a rapidez na recuperao, tambm utilize para fazer atribuio
de similaridade entre os casos com eficincia.
Kolodner (1993) coloca as seguintes caractersticas necessrias para uma boa indexao:
Indexar para antecipar o vocabulrio usado para recuperao;
Indexar para utilizar conceitos normalmente utilizados para descrever os itens que
sero indexados, atravs de caractersticas mais abstratas; e
Indexar para antecipar circunstncias do contexto da tarefa da qual se deseja
recuperar.
Um critrio importante da indexao, quando atribudos os ndices, assegurar que o caso
ser acessado sempre que apropriado. A similaridade baseada nestes ndices que vai predizer a
utilidade do caso em relao a uma meta especfica de recuperao (WANGENHEIM;
WANGENHEIM, 2003).
Portanto a definio de ndices deve ser feita cuidadosamente, pois caractersticas
superficiais e menos relevantes so facilmente extradas, mas so tambm menos teis que ndices
mais complexos.
Segundo Kolodner (1993), a escolha dos ndices para um domnio de problema requer que
seja examinada a estrutura do caso e seu contexto para selecionar as tarefas que sero utilizadas,
caractersticas funcionais podem ser abordadas separadamente e compreendem:
O vocabulrio que indica os conjuntos de descritores que devem ser utilizados para
algumas classes de casos, a fim de procurar formas para descrever ou representar os
casos; e
Devem-se escolher quais caractersticas ou descries atuaro como ndices, para
cada caso particular.
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26
Devido a gargalos na representao de conhecimento de sistemas RBC podem ser
necessrios sistemas que comportam os mecanismos da aprendizagem automtica. No caso da
indexao conhecida como indexao automtica, e se justifica principalmente por domnios de
conhecimento disponveis apenas em forma textual, que exigem grandes bases de dados, mas isto
no ocorre se estes ndices podem ser trabalhados numericamente (LEE, 1998).
2.2.3 Recuperao de Casos
A recuperao de casos utilizada para, a partir da descrio de um problema, encontrar um
conjunto de casos similares ao problema analisado que seja til para identificar a sua soluo.
Assim a recuperao de casos considera que o envolvimento de casos similares ao problema tratado
so aqueles que so similares nas dimenses que auxiliam o sistema a atingir os objetivos desejados
(GROSSMANN JR., 2002)
Conforme Weber (1996 apud DELPIZZO, 1997) a partir de um problema de entrada, a
recuperao faz uma busca na memria de casos. Esta busca feita utilizando algoritmos que
selecionam casos com uma similaridade determinada em relao ao problema de entrada, resultando
em um novo caso da base a ser reutilizado.
Fernandes (2003) ainda demonstra a diviso das tarefas da descrio do problema at o
encontro do melhor caso. A tarefa divide-se em:
Identificao das caractersticas: informa ao sistema caractersticas do caso atual;
Unificao inicial: possveis candidatos so recuperados;
Busca: seleciona qual o melhor candidato entre os casos recuperados no casamento
inicial; e
Seleo: os casos so ordenados de acordo com a mtrica de classificao, de acordo
com o caso que possui similaridade mais forte com o problema conhecido.
Ainda, segundo a autora, trs fatores so fundamentais na etapa de recuperao:
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Eficincia: velocidade do sistema ao recuperar os casos;
Preciso: grau de utilidade dos casos que podem ser utilizados para atingir o objetivo
proposto; e
Flexibilidade: grau de recuperao em caso de raciocnios inesperados.
Wangenheim e Wangenheim (2003) citam ainda um exemplo na rea jurdica sobre dados
importantes na determinao de casos teis para recuperao:
Ao procurar jurisprudncia para reforar a argumentao de um caso, um
profissional da rea de direito caracterizaria o caso descrevendo o que aconteceu. O
meu cliente foi preso por tentar subtrair objetos de uma casa .
Dentre o que foi abordado na recuperao de casos um fator importante so os mtodos de
recuperao, e entre estes mtodos foi dada nfase ao utilizado neste trabalho. Mesmo pesquisando
outros mtodos como o indutivo que trabalha melhor com valores que podem ser generalizados,
chegou-se a concluso que o mesmo no se enquadra ao projeto, principalmente porque a
generalizao dos ndices no ocorre para os atributos definidos nos processos da rea de famlia.
Foi escolhido ento o vizinho mais prximo por ser uma tcnica muito eficiente para problemas de
classificao de padres numricos, alm de ser simples e de fcil implementao, e por trabalhar
bem em bases de casos relativamente pequenas e mdias, se enquadrando melhor no projeto.
Conforme Koslosky (1999 apud FERNANDES, 2003), no vizinho mais prximo a
similaridade entre um caso novo e um j existente determinada para cada atributo. A medida
encontrada deve ser multiplicada pelo peso e calculada a somatria de todos os atributos, e com isto
se estabelece medida de similaridade entre os casos, como se pode ver na frmula de similaridade
do vizinho mais prximo na Equao 1.
Equao 1
Sendo na Equao 1:
N = Novo caso.
F = Casos existentes na memria de casos.
n = Nmeros de atributos.
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28
i = Atributo individual variando de 1 a n.
f = Funo de similaridade para atributos i nos casos N e F.
w = Peso do atributo i.
A diferena da distncia implementada pela distncia real no informada em nenhum
algoritmo de recuperao, existindo vrias funes de distncia como distncia Euclidiana,
distncia Quadrada, distncia City-block, distncia Chebychev, distncia Forte e distncia
Percentual (FERNANDES, 2003).
Dentre as funes se destaca a City-block, que calcula distncias mdias entre dimenses, e
foi utilizada no trabalho, por ser uma funo mais simples para se utilizar com ndices nmericos, e
tambm de fcil visualizao de funcionamento e implementao. A funo pode ser melhor
contemplada na Equao 2.
Equao 2
2.2.4 Adaptao
Como nenhum problema passado ir ser igual ao problema atual, as solues passadas so
adaptadas para atender as novas solues. A Adaptao pode ser feita alterando de maneira simples
a soluo, como por exemplo substituir algum atributo, ou fazendo uma alterao total de sua
estrutura (KOLODNER, 1993).
Weber (1996, apud DELPIZZO, 1997, no paginada) cita Adaptao tem a funo de
alterar um caso, se necessrio, para solucionar o problema de entrada. Avalia-se as diferenas entre
os casos recuperados e o problema de entrada .
Segundo Watson (1997 apud LAGEMANN, 1998), pode-se fazer adaptaes de vrias
formas:
Incluindo um novo comportamento na soluo recuperada;
Eliminando um comportamento da soluo recuperada; e
Substituindo parte de um comportamento.
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Para Wangenheim e Wangenheim (2003) dentre as diversas maneiras de adaptao de casos
a efetividade depende de se ter conhecimento de modificaes que tenham alguma utilidade, e
possuir maneiras de selecion-las pela efetividade que tero em determinadas situaes. Algumas
questes centrais para estas adaptaes so:
Quais os aspectos da situao em um caso que devem ser adaptados;
Que medidas so razoveis para se modificar um caso;
Quais mtodos de adaptao so aplicveis na modificao do caso; e
Como controlar a adaptao para que no se perca o controle sobre ela.
A adaptao pode ser utilizada de diversas formas e em diversas situaes, apesar disso ela
no essencial e no implementada em diversos sistemas comerciais. O caso mais similar
simplesmente recuperado para o usurio e deixado para ele mesmo proceder a adaptao. Um fato
que apia esta deciso que para implementar a adaptao um volume muito grande de
conhecimento precisa ser representado (WATSON,1997 apud LAGEMANN, 1998).
Watson (1997 apud DELPIZZO, 1997) tambm afirma que se no forem utilizados
parmetros muito bem definidos e compreendidos aconselhvel que a implementao da
adaptao seja evitada.
Uma estratgia muito utilizada para contornar o problema da adaptao a de simplesmente
inflar a base de casos ao mximo, garantindo que todas as possibilidades de problemas possuam um
caso suficientemente similar. Aplicaes deste tipo utilizam a interao constante do usurio,
permitindo a ele explorar as respostas sob todos os aspectos, reutilizando as mais adequadas as suas
necessidades (WANGENHEIM; WANGENHEIM, 2003).
2.2.5 Aprendizado
O fator principal para aprendizagem em um sistema RBC acontece pela acumulao de
novas experincias na base de casos e problemas bem indexados. Portanto o sistema se torna mais
eficiente e apto a aprender, baseado em experincias passadas e bem indexadas (KOLODNER,
1993).
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Weber (1996 apud DELPIZZO, 1997, no paginada) cita, A aprendizagem em um sistema
de RBC d-se no ato da incluso do caso adaptado, reutilizado e avaliado .
Para Reis e Cargnin (1997 apud FERNANDES, 2003) depois de avaliado e reparado se
necessrio o aprendizado feito em cima do sucesso ou falha da soluo proposta, se tratando
basicamente de incorporar o que til ao problema.
A aprendizagem em RBC no foca apenas um mtodo particular de raciocnio, levando em
conta tambm como os casos foram adquiridos, considerando um aprendizado sustentado pela
atualizao contnua da memria de casos. A aprendizagem pode ser vista como um processo de
melhora de um sistema RBC, conforme a Figura 5, e pode ser utilizada para:
Melhorar repositrios de conhecimento da base de casos, por adio,
modificao ou remoo de casos;
Melhor medida de similaridade; e
Transformar a metodologia da soluo, como por exemplo, ajustando regras de
adaptao de casos.
Figura 5. Modelo do aprendizado de casos.
Fonte: Adaptado de Wangenheim e Wangenheim (2003).
Quanto mais casos estiverem contidos na base de casos que tenham o mesmo conjunto de
atributos que definem a similaridade, maior a contribuio para soluo de um novo caso. O
sucesso ou falha na recuperao de casos anteriores do maior amplitude para cobertura do
problema (LAGEMANN, 1998).
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31
Lagemann (1998) ainda conclui dizendo que o RBC aprende com suas experincias, o que
muito til em sistemas em que a aprendizagem fundamental. Aproveitar experincias passadas
para antecipar e evitar erros melhora muito a qualidade da soluo.
2.3
Sistemas Similares
Pesquisas foram realizadas na busca por sistemas similares, e nestas pesquisas foram
levantados dados e caractersticas destes sistemas relevantes ao escopo do projeto, com o intuito de
absorver informaes e fazer uma anlise comparativa entre estes sistemas e o sistema proposto.
2.3.1 Prudentia
O Prudentia um sistema que busca por decises judiciais que possam ser teis, ensinando
lies a novas situaes informadas pelo usurio. O sistema retorna estas situaes similares que
so encontradas atravs da utilizao do RBC, o que demonstra a viabilidade de um sistema RBC
aplicada na Pesquisa Jurisprudencial Inteligente. Ele realiza o raciocnio analgico para comparar
uma nova situao jurdica com as contidas na base de dados. Na seqncia desta seo podemos
ver algumas figuras e descries adaptadas da obra de Lee (1998).
A Figura 6 demonstra a interface inicial onde o usurio descreve, em breve resumo, a
situao que motivou a pesquisa, e o preenchimento dos valores respectivos ao tipo de recurso.
Uma lista de expresses originada com os valores atribudos aos ndices essenciais
disponibilizada. O sistema procura por expresses que apaream no resumo e pertenam lista de
valores para fundamentao e tema na busca para compor os ndices bsicos para poder realizar a
iterao. So selecionados ento os casos mais similares ao tema para compor um novo glossrio
reduzido. Esta nova lista de expresses mais curta, e facilita a escolha dos valores. Este um
procedimento incremental que visa auxiliar o usurio com sugestes que possam ter ocorrncia na
nova situao e nas experincias da base.
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Figura 6. Interface de resumo da nova situao.
Fonte: Lee (1998).
A Figura 7 mostra a tela de recuperao, onde o sistema considera suficientes os ndices
atribudos e utiliza os mesmos para criar o caso alvo. A recuperao iniciada e os resultados so
demonstrados. A tela apresenta a coluna de valor similar referente a medida de similaridade, onde
dos 8 casos apresentados dois tem uma medida de similaridade de 100. A flecha preta na parte
superior esquerda indica o caso selecionado e as outras colunas demonstram descritores dos casos.
Na segunda metade da tela demonstrado parte do acrdo original.
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Figura 7. Interface de recuperao.
Fonte: Lee (1998).
A Figura 8 mostra o detalhamento dos casos mais similares selecionados, e a seleo de um
caso que demonstra um cliente que visa uma apelao. Um dos aspectos a verificar se ambos os
casos com similaridade 100 tm um resultado positivo, ou seja, tiveram sua apelao concedida.
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Figura 8. Resultado dos casos mais similares.
Fonte: Lee (1998).
2.3.2 Olimpo
O Olimpo um sistema que trabalha com tecnologia da informao jurdica para o conselho
de segurana da ONU (Organizao das Naes Unidas). O campo de aplicao do sistema o
Conselho de Segurana, por suas caractersticas e resolues, e ressalta que o Conselho de
Segurana possui um perfil jurdico e executivo, pois julga a existncia de fatos internacionais,
aplicando sanes sobre o executor. Estas caractersticas fazem dele um sistema que enseja uma boa
aplicao da tecnologia da informao jurdica (HOESCHL; BARCIA, 2000?).
O Olimpo um sistema baseado em conhecimento que utiliza RBC e permite a recuperao
de documentos (resolues do Conselho de Segurana da ONU), com questes similares as
fornecidas pelo usurio, permitindo a incluso de novos documento na base de dados (HOESCHL;
BARCIA, 2000?).
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35
A Figura 9 demonstra a interface onde o usurio descreve a situao, que permite a entrada
de at 2300 caracteres e tambm a escolha de filtros para representar os casos que se deseja obter. A
pesquisa contextual e estruturada, pois leva em considerao o contexto dos documentos
armazenados que fazem parte do processo de ajuste dos dados de entrada e seleo dos documentos
e no limita a entrada a um conjunto de palavras e indicao de atributos, podendo assumir o
formato baseado na estrutura, somado a possibilidade de acionamento dos filtros, que fazem esta
seleo preliminar dos documentos a serem analisados (HOESCHL, 2003; HOESCHL; BARCIA,
2000?).
Figura 9. Interface de descrio da nova situao.
Fonte: Hoeschl (2003?).
A Figura 10 mostra a tela com os resultados que so apresentados hierarquicamente, com
um significativo resumo na coluna mais a esquerda da tela, e as outras colunas demonstram dados
referentes aos casos recuperados (HOESCHL, 2003).
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Figura 10. Interface de apresentao de resultados.
Fonte: Hoeschl (2003?).
2.3.3 JurisConsulto
O sistema JurisConsulto utiliza a tcnica de RBC e direcionado a rea de Direito Criminal,
visando a recuperao de jurisprudncias com caractersticas semelhantes, permitindo a incluso de
novos casos na base de conhecimento (BUENO, 1999).
O sistema permite a entrada de dados em linguagem natural para facilitar a operao do
usurio. Um vocabulrio de dados trata esta entrada e baseado na medida de similaridade atribuda
os casos mais teis so atribudos e ordenados de forma decrescente (BUENO, 1999).
A Figura 11 demonstra a interface de entrada de dados que apresenta a descrio do
problema, que pode ser feita de forma textual e a delimitao da pesquisa, que so campos
opcionais e servem como um filtro para a mesma.
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Figura 11. Interface de elaborao da consulta.
Fonte: Bueno (2005).
O JurisConsulto, na insero de casos, permite a atualizao de dados automaticamente para
consulta, utilizando os acrdos em forma de texto e convertendo-os em casos utilizando um
modulo de indexao automtica, e assim enriquecendo a base. Na Figura 12 pode ser visualizada a
atualizao automtica dos dados na tela de atualizao da consulta, onde no lado esquerdo da tela
podem ser vistos os arquivos de texto numerados antes da converso e uma descrio do contedo
ao lado direito. No quadro abaixo de onde se encontram os arquivos de texto com os acrdos esto
os arquivos j convertidos em casos.
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Figura 12. Interface de atualizao automtica de acrdos.
Fonte: Bueno (2005).
2.3.4 Alphatemis
O Alphatemis um sistema baseado na tcnica de RBC que extrai conhecimento de smulas
dos tribunais nacionais, e utiliza uma potente ferramenta de minerao de textos para anlise destas
smulas. A tcnica de recuperao das smulas mescla a pesquisa estruturada do texto e atributos
que ajudam a formar o contexto (BUENO, 2005).
A extrao de conhecimento no sistema se baseia, alm da tcnica de RBC, no
conhecimento do especialista, o que resultou em um eficiente sistema de busca textual (BUENO,
2005).
O sistema utiliza filtros de pesos dinmicos na formulao da pesquisa, o que permite alterar
a relevncia dos atributos dentro do contexto pesquisado. Na Figura 13 apresentada a tela de sada
dos dados, ressaltando o uso de pesos dinmicos. Nesta tela possvel observar do lado esquerdo os
atributos e o texto de entrada para busca das smulas, e no lado esquerdo os respectivos resultados.
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Entre as colunas com atributos de sada pode-se observar a medida de similaridade para cada
resultado obtido em porcentagem.
Figura 13. Dados de entrada ressaltando pesos dinmicos e casos de sada.
Fonte: Coser (2006).
2.3.5 Tabela Comparativa
A comparao entre os sistemas similares descritos nas sees anteriores pode ser
visualizado na Tabela 2.
Tabela 2. Comparativo entre sistemas similares e o sistema proposto.
Caractersticas Sistemas
Prudentia
Olimpo Jurisconsulto Alphatemis Sistema Proposto
Minerao de texto SIM SIM SIM SIM NO rea especifica do direito NO SIM SIM SIM SIM
Filtro de busca NO SIM SIM SIM SIM Medida de similaridade
demonstrada no resultado SIM SIM NO SIM SIM
Disponibiliza casos de sada ntegros
SIM SIM SIM SIM SIM
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40
Como resultado algumas concluses e consideraes podem ser feitas:
A maioria dos sistemas trabalha em um segmento especifico relativo a rea de
direito;
uma tendncia em ferramentas RBC para rea jurdica o uso de minerao de
texto;
A medida de similaridade uma informao disponibilizada por grande parte dos
sistemas; e
Os resultados na maioria das vezes so demonstrados na ntegra.
Ainda relacionado a estes resultados algumas consideraes cabem em relao ao sistema
desenvolvido neste TCC:
A escolha de um tema especifico ajuda na objetividade da busca por resultados;
A minerao de texto vem agregar benefcios aos sistemas, mas necessita de um
processo de desenvolvimento a parte, e possvel observar que em alguns dos
sistemas analisados a minerao de texto contempla praticamente todo processo de
anlise dos casos;
O filtro disponibilizado no sistema proposto referente apenas a similaridade
desejada. Nos sistemas similares o filtro tenta direcionar melhor a pesquisa por causa
da minerao de texto, o que no se faz necessrio no sistema proposto por j definir
estas especificidades nos descritores disponibilizados na busca do RBC;
A medida de similaridade demonstrada em porcentagem nos sistema benfica e
tambm estar presente no sistema proposto; e
A sada de dados como nos sistemas analisados tambm ter a disponibilidade
integral para anlise do profissional da rea de direito.
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3. DESENVOLVIMENTO
Nesta etapa foi desenvolvido um sistema utilizando RBC para auxiliar profissionais da rea
de direito de famlia, permitindo que este profissional atravs da descrio de um novo caso e
utilizando uma estrutura de busca disponibilizada pelo sistema, possa recuperar os casos
relacionados com o que se procura e com isso obter auxilio no trabalho dirio e no suporte ao
estudo de processos relacionados.
Os casos so cadastrados pelos prprios profissionais, pois o intuito que uma vez o sistema
em funcionamento estes profissionais no necessitem de nenhum auxilio para trabalharem no
sistema, possibilitando aos mesmos efetuar os cadastros de seus processos e as consultas atravs do
RBC. Portanto o sistema inicia sem nenhum processo na base e alimentado por seus utilizadores,
moldando a base de acordo com seus processos ou no caso de uma firma de advocacia, por
exemplo, alimentados a partir dos processos arquivados nesta firma, que devem ento ser
cadastrados no sistema. Com base nestas informaes pode-se concluir que a importao destes
dados seria til para evitar que cada processo precisasse ser cadastrado no sistema. A obteno de
dados especficos de um processo da rea de famlia se torna difcil j que as descries do processo
e termos so muito variados, e um trabalho a parte especifico para minerar estes textos e converter
em dados legveis para o sistema precisaria ser desenvolvido, resultando em um prazo no
condizente com o cronograma deste TCC, alm de ter um foco diferente do que o sistema prope.
O sistema foi desenvolvido utilizando a linguagem Java, por sua portabilidade e boa
documentao, e para a base de dados foi utilizado o PostgreSQL que um SGDB disponibilizado
em forma de software livre. O PostgreSQL apresenta uma boa documentao e se adequa a
quantidade p