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SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL E
FUNÇÃO SOCIAL DO TRIBUTO
Curso Tributação e Cidadania Fiscal
Germana Parente Neiva Belchior
Maio / 2013
Qual é a relação entre cidadania e tributação?
Metodologia do Diálogo
Existem limites ao Poder Público em relação à
tributação?
Metodologia do Diálogo
Art. 1º, CF/88 - A República Federativa do Brasil,
formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa;
V - o pluralismo político.
Princípios Fundamentais
-Relação tributária como relação jurídica;
- Estado (sujeito ativo) e contribuinte (sujeito passivo);
- O dever fundamental de pagar tributos (cidadania);
- Direitos e garantias fundamentais do contribuinte como cláusulas pétreas (art. 150; art. 60, §4º, CF/88)
Limitações Constitucionais
ao Poder de Tributar
Direitos e Garantias Fundamentais
do Contribuinte
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150, I,
CF/88) COMO PAGAREI?
“exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”,
ressalvadas as hipóteses previstas na própria CF.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150,
III, “b”e “c”, CF/88) QUANDO PAGAREI?
Dupla espera: anual e nonagesimal, ressalvadas as
exceções da CF.
Evitar a surpresa em busca da segurança jurídica.
Direitos e Garantias Fundamentais
do Contribuinte
PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA (art. 150, II,
CF/88) É JUSTO?
Igualdade na lei (formal) e perante a lei (material).
Capacidade contributiva.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA (art.
150, III, “a”, CF/88) E O QUE PASSOU?
É vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado.
Direitos e Garantias Fundamentais
do Contribuinte
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO (art. 150, IV,
CF/88)
É proibido utilizar tributo para afetar sobremaneira o
patrimônio particular.
PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO AO TRÁFEGO DE
PESSOAS E BENS (art. 150, V, CF/88)
É vedado estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
Direitos e Garantias Fundamentais
do Contribuinte
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA (art.
151, I, CF/88)
É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme
em todo o território nacional, mas pode ter incentivos
fiscais para equilibrar desigualdades socioeconômicas.
Direitos e Garantias Fundamentais
do Contribuinte
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS (art. 150, VI, CF/88)
Não incidência de impostos sobre: (i) templos de qualquer
culto (finalidades essenciais);
(ii) livros, jornais, revistas e o papel destinado à impressão;
(iii) patrimônio, renda ou serviços dos entes políticos
(recíproca), partidos políticos, entidades sindicais laborais,
instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei.
Afinal, o que é tributo?
Metodologia do Diálogo
Conceito de Tributo
“Tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente
vinculada.” (art. 3º, CTN)
Desvendando o Conceito
“Toda prestação pecuniária compulsória”
Todo pagamento obrigatório ao Estado. Não se tem opção.
“Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”
O pagamento é efetuado em dinheiro, mas a lei poderá admitir que ele seja feito por meio de algo de valor equivalente à moeda, ou nela conversível.
“Que não constitua sanção de ato ilícito”
Tributo não é penalidade por infração, diferentemente da multa.
Desvendando o Conceito
“Instituído em lei”
Sem lei que o institua não existe tributo (principio da legalidade)
“Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada”
A cobrança deve ser realizada conforme determina a lei, não comportando discricionariedade do administrador público.
Características dos Tributos
são devidos a um
ente público
(União, Estado
ou Município);
têm fundamento
jurídico no poder
soberano do ente
tributante;
Sua finalidade é
servir de meio
para o atendimento
às necessidades
financeiras do Estado
de modo que este
possa realizar sua
função social.
1 2 3
Será que tributo só serve para encher os cofres
públicos?
Metodologia do Diálogo
Funções dos Tributos
FISCAL
Arrecadar
EXTRAFISCAL
Direcionar
condutas
PARAFISCAL
Delegação da
capacidade
tributária
ativa
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Classificação dos Tributos
.
VINCULADOS: Exige uma
contraprestação estatal. Ex. taxas.
.
NÃO VINCULADOS: O Estado não
precisa oferecer nenhuma
contraprestação de serviços ou obras
para o contribuinte. Ex. impostos.
Competência para Tributar
COMPETÊNCIA COMUM
Diz respeito aos tributos vinculados, podendo
ser instituído por qualquer ente federado.
COMPETÊNCIA PRIVATIVA
Trata-se dos tributos não vinculados
(impostos), cuja competência é específica de
um ente tributante, segundo a CF/88.
Espécies de Tributos
TEORIA
TRIPARTIDA
(art. 145, CF/88; art.
5º, CTN)
• impostos
• taxas
• contribuições de
melhoria
INTERPRETAÇÃO
LITERAL
TEORIA
PENTAPARTIDA
(art. 145; art. 148; art.
149, CF/88)
• impostos
• taxas
• contribuições de
melhoria
• empréstimos
compulsórios
•contribuições sociais
INTERPRETAÇÃO
SISTEMÁTICA
Impostos
Direto
A pessoa que paga
(contribuinte de fato)
é a mesma que
recolhe aos cofres
públicos
(contribuinte de
direito).
Ex: IR, IPVA, IPTU.
Indireto
É aquele em que o
contribuinte de fato
não é o mesmo que
o de direito. O valor
está embutido no
serviço ou bem.
Ex: ICMS, IPI, ISS.
Progressivo
O percentual
aumenta de acordo
com a capacidade
econômica do
contribuinte, por
meio de alíquotas
diferenciadas.
Ex: IR; IPTU.
Regressivo
Não considera o
poder aquisitivo nem
a capacidade
econômica do
contribuinte.
Ex.: ICMS, IPI.
Impostos
Impostos Federais
Impostos
da
União
IPI – IMPOSTO SOBRE
PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
IR – IMPOSTO DE RENDA
IE – IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
II – IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
ITR – IMPOSTO TERRITORIAL RURAL
IOF – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES
FINANCEIRAS
IGF – IMPOSTO SOBRE GRANDES
FORTUNAS
IMPOSTOS
DOS
ESTADOS E
DO DISTRITO
FEDERAL
ICMS – Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e prestações de Serviço
de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores
ITCD – Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doação de quaisquer
bens ou direitos
Impostos Estaduais
IMPOSTOS
DOS
MUNICÍPIOS E
DO DISTRITO
FEDERAL
IPTU – Imposto sobre a Propriedade
Predial e Territorial Urbana
ISS – Imposto Sobre Serviços
ITBI - Imposto sobre a Transmissão de
Bens Inter Vivos
Impostos Municipais
Taxas
.
“A taxa tem por fato gerador o exercício
regular do poder de polícia ou a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.”
(CTN, art. 77).
Taxas
Taxas de fiscalização:
decorrem do exercício do poder de polícia
pelo ente estatal. Ex: taxa de publicidade,
taxa de licença para construção; taxa de
fiscalização ambiental.
Taxas de serviços:
têm como fato gerador a utilização de
determinados serviços públicos. Ex: taxa de
emissão de passaporte, taxa de coleta lixo.
.
Contribuição de Melhoria
É instituída para fazer face ao custo de
obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como
limite individual o valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.
(art. 145, III, CF/88)
Contribuição Social
É a fonte de financiamento do sistema de
seguridade social, responsável pelos serviços
prestados pelo Estado em decorrência dos direitos
sociais presentes no texto constitucional (CF, art.
194 - 195).
No conceito de seguridade social estão
compreendidas as previdências sociais, a
assistência à saúde e a assistência social.
Ex. Previdenciária, PIS, PASEP, COFINS.
Contribuições instituídas no interesse de categorias
que possuem profissões legalmente regulamentadas,
destinadas a custear as atividades de controle,
fiscalização e disciplina do exercício profissional. Ex.
anuidades dos conselhos de classe.
Contribuição de Interesse de
Categoria Profissional
Contribuições compulsórias cobradas de
empregadores e empregados por entidades
representativas (sindicatos e entidades de ensino e de
serviço social – Senai, Sebrae, Sesi, entre outros).
Enquadram-se nesse conceito o imposto sindical (DL
2.377, de 8.7.1940), descontado de todo trabalhador e
empregador em favor dos sindicatos respectivos.
Contribuição de Interesse de
Categoria Econômica
Empréstimos Compulsórios
Somente a União
pode instituir
empréstimos
compulsórios (CF,
art. 148, caput) e,
ainda assim, em
uma das seguintes
hipóteses previstas
na Constituição
Federal:
a) “atender despesas
extraordinárias,
decorrentes de
calamidade pública, de
guerra externa ou sua
iminência”.
b) “no caso de investimento
público de caráter urgente e
de relevante Interesse
nacional”.
Diante de tudo o que foi estudado, a carga tributária
no Brasil é justa? É alta?
Metodologia do Diálogo
Carga Tributária é a medida do esforço da sociedade para o financiamento das
políticas públicas.
Carga Tributária
Trans.
Financeiras
(1,82%)
Outros
(1,52%)
Renda
(19,88%)
Folha de
Salários
(26,05%)
Propriedade
(3,37%)
Bens e
Serviços
(47,36%)
Carga Tributária Bruta
Como a Educação Fiscal pode contribuir com a justiça
fiscal?
Metodologia do Diálogo
Como posso desenvolver a Educação Fiscal na minha
instituição de ensino superior?
Metodologia do Diálogo
PEF na Universidade
- A Lei nº 9.394/96 (LDB) dispõe, em seu art. 43, que o espírito científico, o pensamento reflexivo e a participação cidadã são finalidades do ensino superior;
- Pode ser discutido em qualquer disciplina ou área de estudo (transversalidade);
- Curso Disseminador EAD / Extensão;
- Disciplina optativa (exemplo UNIFESP);
- Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
www.sefaz.ce.gov.br/educacaofiscal
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