socializaÇÃo - universidade da madeira bourdieu e jean-claude passeron a escola transforma as...

46
1 1 SOCIALIZA SOCIALIZA Ç Ç ÃO ÃO Designa os processos pelos quais os Designa os processos pelos quais os indiv indiv í í duos se apropriam das normas, duos se apropriam das normas, valores e fun valores e fun ç ç ões que regem o ões que regem o funcionamento da sociedade. funcionamento da sociedade. Favorece a adaptação de cada indivíduo à vida social e mantém uma certa coesão entre os membros da sociedade.

Upload: vandiep

Post on 29-Apr-2018

216 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • 11

    SOCIALIZASOCIALIZAOO

    Designa os processos pelos quais os Designa os processos pelos quais os indivindivduos se apropriam das normas, duos se apropriam das normas, valores e funvalores e funes que regem o es que regem o funcionamento da sociedade.funcionamento da sociedade.

    Favorece a adaptao de cada indivduo vida social e mantm uma certa coeso entre os membros da sociedade.

  • 22

    SocializaSocializao secundo secundriariaIntegraIntegrao em o em submundossubmundos especializados.especializados.

    Socializao primriaFamliaEscolaGrupo de paresMedia

    RessocializaoO indivduo separado da sua vida social anterior e despojado da sua identidade social. (Goffman).

  • 33

    PARADIGMAS SOCIOLGICOS DECORREM DA FORMA DE INTERPRETAR A RELAO ENTRE OS INDIVDUOS E A SOCIEDADE.

    1. Teorias que consideram que a sociedade uma instncia que se impe aos indivduos sendo estes produto dessa sociedade.

    2. Teorias que perspectivam uma interaco entre o indivduo e a sociedade; a sociedade produzida pelos seus membros.

    mile Durkheim (Frana) A sociologia deve estudar os factos sociais como coisas e estudar as leis que traduzem as relaes que existem entre esses factos sociais (carcter cientfico).

    Max Weber (Alemanha) - O estudo de fenmenos que envolvem comportamentos humanos deve basear-se em processos interpretativos.

  • 44

    mile Durkheim

    A integrao dos indivduos na sociedadeH consenso e interdependncia de direitos e deveres.Existe coero.

    Regulao da sociedadeMediante a partilha de: ordem moral, crenas e sentimentos - conscincia colectiva.Primado da sociedade sobre o indivduoO indivduo est subordinado sociedade.

    MTODO SOCIOLGICOConceito de facto socialFacto social toda a maneira de fazer, fixada ou no susceptvel de exercer sobre o indivduo uma coero exterior.

    Regras do mtodo sociolgicoRegras compatveis com o processo cientfico.

  • 55

    DURKHEIM E A EDUCAO[] a educao um assunto eminentemente social, tanto pelas suas origens como pelas suas funes.

    Definio da educaoA educao a aco exercida pelas geraes adultas sobre as que aindano se encontram amadurecidas para a vida social. Ela tem por objectivosuscitar e desenvolver na criana um certo nmero de condies fsicas, intelectuais e morais que dela reclamam, seja o meio especfico a que ela se destina particularmente.Muito longe de a educao ter por objectivo nico () o indivduo e os seus interesses, a educao antes de mais, o meio pelo qual a sociedade renova perpetuamente as condies da sua prpria existncia.

  • 66

    Explicao causal e funcional da educaoA educao cria as condies para que a sociedade se perpetue; uma fora conservadora.

    Acto pedaggicoDeve adequar o novo membro da sociedade quilo que essa sociedade quer. Isto passa pelo controlo social (sanes e recompensas).O homem que a educao deve realizar () como a sociedade quer que seja.

    Papel do professorIntegrar novos membros na sociedade, tornando-os conscientes dasnormas pelas quais devem reger a sua conduta. Incutir ideias e sentimentos para harmonizar a criana com o meio em que a mesma dever viver.

  • 77

    Papel do alunoInclinar-se perante a inevitabilidade dos modelos a seguir.Reconhecer a autoridade do dever e da razo na palavra do educador.

    Relaes entre educador e educando da autoridade inerente ao professor que decorre o impulso da aco educativa.

    Uma turma uma pequena sociedade e, torna-se necessrio no a orientar como se se tratasse de um simples aglomerado de sujeitos.

    SNTESEA sociedade faz os indivduos mas estes no fazem a sociedade. Por isso irrelevante considerar o significado das aces dos indivduos.

  • 88

    No toma para o estudo das questes sociolgicas o modelo da abordagem cientfica das cincias da natureza.

    MAX WEBER

    O objecto da sociologia a explicao dos fenmenos sociais, o que pressupe a compreenso das aces que lhe deram origem.

    A sociologia tem por objectivo compreender a aco social.

    Aco todo o comportamento intencional quando este se processa no seio de sistemas sociais.

    Os comportamentos contm intenes e expectativas; h uma antecipao da reaco dos outros.

  • 99

    SOCIOLOGIA cincia que se prope compreender por interpretao a aco social e por isso explicar o seu desenvolvimento e os seus efeitos.

    Nesta definio podemos distinguir trs procedimentos:1- Interpretao2- Compreenso3- Explicao

    A compreenso supe a empatia.Compreender no s apreender o sentido da aco isolada mas o conjunto significativo ao qual essa aco pertence.

    No o indivduo isolado que interessa sociologia, mas o sujeito que leva a cabo aces no seio de determinado contexto.

  • 1010

    INDIVIDUALISMO METODOLGICO

    O processo de interpretao dos factos sociais passa por considerar as aces individuais, individualmente ou agregadas.O indivduo o nico portador de um comportamento significativo Individualismo metodolgico.

    NONOO DE CAUSALIDADEO DE CAUSALIDADEA situao singular uma consequncia da complexidade social e, se a compreendermos estamos a aprofundar o conhecimento social geral.A maneira de conceber a vida exprime-se nos diversos acontecimentos singulares da vida dos indivduos.A realidade infinitamente mais ampla e mais complexa do que aquilo que podemos abarcar, por isso no tem sentido reduzir a realidade a leis.

  • 1111

    CONCEITO DE IDEAL-TIPO

    A sociologia compreensiva constri representaes que ajudam a dar inteligibilidade realidade.M. Weber prope que o investigador construa tipos estilizados que realcem as caractersticas por forma a facilitar a compreenso dos problemas.

    Quatro tipos de aces sociais:1- Aces racionais na finalidade.2- Aces decorrentes dos valores e das crenas.3- Aces determinadas por valores emocionais.4- Aces decorrentes da tradio, hbitos e costumes.

  • 1212

    DIFERENCIAO SOCIAL POR CLASSES E POR GRUPOS DE ESTATUTO SOCIAL

    Ordem social forma como o prestgio social distribudo na comunidade ().Ordem econmica forma como os bens econmicos e servios so distribudos e usados.

    Atribui a distribuio de poder nas comunidades a trs fenmenos:

    1- As Classes (diferenciao de ordem econmica).

    2- Os grupos de estatuto social (diferenciao de ordem social).

    3- Os partidos (diferenciao de ordem legal).

  • 1313

    Pode falar-se em classe social quando um conjunto de pessoas tm em comum:

    a) oportunidades de vida.

    b) interesses econmicos ( posse de bens /oportunidade de rendimentos ).

    c) Condies de mercado de bens ou de trabalho.

    A situao de classe uma situao de mercado.A situao de estatuto integra toda a componente tpica da vida das pessoas, determinada por uma atribuio social de prestgio, positivo ou negativo. A pertena a um grupo de estatuto social refere-se partilha de um certo estilo de vida.

    A pertena a uma determinada classe social no significa a correspondncia a um estatuto social similar.

  • 1414

    KARL MARX

    As classes s existem nas relaes de classe e, mais precisamente nas lutas de classe que opem classes antagnicas.Encontram-se assim classes opostas. Por um lado os detentores dos meios de produo - proprietrios fundirios e capitalistas e, por outro, os que s detm a sua fora de trabalho os proletrios.

    Classe o conjunto de agentes que no processo de produo, esto nas mesmas condies.

  • 1515

    Os HerdeirosPierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron

    A escola transforma as desigualdades sociais (culturais) em desigualdades escolares.

    Os estudantes mais favorecidos, no s devem ao meio de origem os hbitos, o treino e as atitudes que lhes so mais teis nas tarefas escolares, mas herdam tambm saberes e um savoir-faire, gostos e um bom gosto, cuja rendibilidade escolar, embora indirecta, no deixa de se verificar.

    Para alguns a cultura escolar idntica cultura da famlia enquanto que para outros representa uma aculturao.

  • 1616

    Os HerdeirosPierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (cont.1)

    O sistema educativo contribui atravs da sua prpria lgica, para assegurar a perpetuao do privilgio. A igualizao formal face escola (igualdade de oportunidades) jamais conseguir superar as desvantagens dos alunos oriundos das classes trabalhadoras.

    Existem relaes entre a classe dominante e a escola.

    As classes sociais esto representadas no ensino superior de formadesigual.

  • 1717

    Os HerdeirosPierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (cont.2)

    O sistema escolar provoca uma eliminao tanto maior quanto mais se caminha para as classes desfavorecidas.

    O acesso ao ensino superior o resultado duma seleco escolar que se efectua ao longo do percurso escolar, de acordo com a origem social dos alunos.

    Os obstculos econmicos no bastam para explicar a mortalidade escolar. A escola elimina diferenas de atitudes e aptides ligadas origem social.

    De todos os factores de diferenciao, a origem social aquele que mais fortemente se faz sentir sobre os estudantes.

  • 1818

    Os HerdeirosPierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (cont.3)

    Os sucessos e os fracassos dependem de orientaes precoces que so produtos do meio familiar.

    Os estudantes de origem burguesa manifestam maior segurana.

    A escola d paradoxalmente um grande valor arte de se distanciar dos valores e das disciplinas escolares.

    A cultura livre distribuda de forma desigual entre os estudantes originrios de meios diferentes.

    Em qualquer domnio cultural os hbitos culturais de classe e os factores econmicos acumulam os seus efeitos.

    Os comportamentos culturais obedecem mais aos determinismos sociais do que lgica das preferncias.

  • 1919

    Os HerdeirosPierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (cont.4)

    Os mesmos saberes no exprimem as mesmas atitudes e no esto ligados aos mesmos valores: enquanto para uns esses saberes provm da aprendizagem escolar, para outros advm em primeiro lugar do meio familiar.

    Uma cultura puramente escolar no s uma cultura parcial, mas uma cultura inferior.

    A influncia do privilgio cultural transmite-se de forma discreta e indirecta.

    Para as camadas mais desfavorecidas a escola continua a ser a nica via de acesso cultura.

    Paradoxalmente, a escola desvaloriza a cultura que transmite em detrimento da cultura herdada.

  • 2020

    Os Herdeiros

    Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (cont.5)

    Os estudantes s so formalmente iguais face aquisio da cultura superior; na realidade diferem atravs de todo um conjunto de pr-saberes atribuveis ao meio de origem.

    Esto separados por uma srie de caractersticas culturais que partilham.

    Crer que, quando damos os mesmos meios econmicos a todos, estamos a dar iguais oportunidades de acesso ignorar que as aptides medidas com o critrio escolar resultam da maior ou menor afinidade entre os hbitos culturais duma classe, as exigncias do sistema de ensino e os critrios que definem o sucesso.

  • 2121

    Os HerdeirosOs Herdeiros

    Pierre Pierre BourdieuBourdieu e e JeanJean--ClaudeClaude PasseronPasseron (cont.6)(cont.6)

    Para os filhos de camponeses e operrios a aquisio da cultura escolar uma aculturao.

    A cultura da elite est prxima da cultura da escola.

    Para uns a aprendizagem da cultura da elite uma conquista, para outros, uma herana.

  • 2222

    Baudelot e EstabletL cole Capitaliste en France

    Ao longo de todo o percurso escolar, verifica-se uma oposio entredois canais o Secundrio Superior (SS), frequentado pelos filhos das classes dominantes, e o Primrio Profissional (PP), frequentadopelos filhos das classes dominadas.S podem existir estes dois canais visto que s existem duas classes.

    A escola distribui os indivduos nos diferentes postos de trabalho.

    O objectivo da escola no unificar mas dividir.

  • 2323

    Baudelot e EstabletL cole Capitaliste en France (cont.1)

    A base real sobre a qual funciona a escola constituda pela diviso da sociedade em duas classes antagnicas.

    Do ponto de vista da burguesia, a escola democrtica; mas essa democracia no representa mais do que a relao de diviso de duas classes antagnicas e a dominao de uma dessas classes pela outra.

    A escola s contnua e unificada para aqueles que percorrem todo o seu percurso : a burguesia.

    Para aqueles que abandonam a escola, depois do ensino primrio ou profissional curto, no existe apenas uma escola : existem escolas distintas, sem relao entre si; existe descontinuidade.

  • 2424

    Baudelot e EstabletL cole Capitaliste en France (cont.2)

    Existe continuidade entre o ensino secundrio e o superior mas no existe continuidade entre o profissional e estes.

    Trata-se de canais de escolarizao completamente distintos, devido s classes sociais a que se destinam, aos postos na diviso social do trabalho e ao tipo de formao que proporcionam.

    O ensino primrio e o profissional curto no do acesso ao secundrio nem ao superior, mas ao mercado de trabalho, ao mundo da produo material. Constituem seces de percursos interrompidos.

  • 2525

    Baudelot e EstabletL cole Capitaliste en France (cont.3)

    Do ponto de vista do mito da unidade e continuidade da escola trata-se de percursos incompletos.Do ponto de vista da produo e do mercado de trabalho, no se trata de percursos interrompidos.Do ponto de vista da realidade da escola trata-se de caminhos que vo at ao seu termo. Simplesmente esse termo no constitudo pela cultura e pelo saber do ensino secundrio e superior, mas pela produo.

    no seio da escola primria que ocorrem as divises porque esta no unificadora. Ela divide a massa escolarizada em duas seces distintas e opostas.

  • 2626

    Baudelot e EstabletL cole Capitaliste en France (cont.4)

    Tal processo reveste-se de um aspecto duplo e simultneo:

    1- Assegura uma distribuio material, uma repartio dos indivduos em plos opostos da sociedade.

    2- Desempenha uma funo poltica e ideolgica de inculcao da ideologia burguesa.

    A orientao confirma um facto consumado partida, a forma pela qual se apresenta o processo real de diviso.

    Para os burgueses, a ideologia nunca burguesa: o saber, a verdade, a cultura, o bom gosto, etc.

  • 2727

    Baudelot e Establet

    L cole Capitaliste en France (cont.5)

    A ideologia burguesa inculcada sob duas formas opostas, caractersticas de cada um dos ramos da escolaridade.Existe a cultura do canal SS e existem as suas formas diferenciadas no canal PP que so seus subprodutos.

    Ambos os canais so necessrios para assegurar a diviso social do trabalho, para que cada indivduo actue segundo as necessidades do trabalho, considerando-os como deveres.

    a partir da escola primria, da linguagem escolar que se realiza a ideologia burguesa, no s atravs dos seus contedos manifestos, mas tambm atravs das prticas coercivas que impe.

  • 2828

    Baudelot e Establet

    L cole Capitaliste en France (cont.6)

    As prticas escolares e o seu ritual so um um dos aspectos de inculcao ideolgica.

    Quando a escola primria valoriza o trabalho manual sob a sua forma arcaica, artesanal e esttica a cermica, a arte de fazer cestos, a tecelagem, etc

    Aparecem tambm posies que reconhecem que alm da funo ideolgica da escola existe paralelamente uma funo de saber.

    Assim:Na PP existe a reproduo de saberes e tcnicas (ler, contar) que mesmo incompletas contm uma finalidade produtiva.O SS fornece contedos cientficos.

  • 2929

    Baudelot e Establet

    L cole Capitaliste en France (cont.7)

    Contudo:O valor dum saber-fazer no existe sem o seu uso produtivo o qual est ausente da escola. Nas prticas escolares os problemas so fictcios e tendo em vista a avaliao, a classificao e a avaliao.

    Esta separao material das prticas escolares e das prticas produtivas efeito da diviso entre trabalho manual e intelectual. Nas sociedades o saber divide-se entre a teoria e a prtica.

    A ausncia dos filhos dos operrios nos liceus e faculdades produziu-se ao nvel da escola primria.A escola primria divide para toda a vida.

  • 3030

    Baudelot e Establet

    L cole Capitaliste en France (cont.8)

    A escola constitui o instrumento e a causa da diviso da sociedade em classes?

    evidente que no, porque as classes sociais preexistem escola.

    A escola favorece os favorecidos e desfavorece os desfavorecidos. (Bourdieu)

    A escola limita-se a reproduzir ou a perpetuar as desigualdades sociais j preexistentes (famlia de origem).

    As crianas so desiguais face escola porque antes de aentrarem foram submetidas aco de diferentes factores.

  • 3131

    Baudelot e Establet

    L cole Capitaliste en France (cont.9)

    A separao dos indivduos em dois canais s se produz porque existem j as duas redes e porque o professor obrigado a aliment-las a ambas.

    As famlias esto em boa ou m posio, no em abstracto, mas em relao s exigncias do prprio sistema escolar.

    O que determina a estrutura do aparelho escolar, e as consequncias dos diferentes percursos individuais so a divisoda sociedade em classes.

  • 3232

    Como que a escola assegura a reproduo das relaes de produo?

    1. Reparte os indivduos no interior da escola, os quais vo desembocar no exterior daquela.

    2. Inculca a ideologia burguesa para manter as relaes de produo existentes (dominao e submisso).

  • 3333

    A procura social da educao

    Aumento da populao escolarizada : massificao escolar.

    Aumento da esperana de vida escolar;Valorizao dos diplomas;Necessidade de especializao.

    A educao considerada factor de desenvolvimento econmico.

    A crise dos sistemas educativos resulta de um desfasamento entre as necessidades e as respostas.

  • 3434

    Portugal:

    Aumento global da populao escolar apesar da quebra de natalidade. (A diminuio significativa no 1 ciclo do ensino bsico)

    Porque aumenta a populao escolar ?

    Alargamento da rede escolar (ao nvel da educao pr escolar e doensino superior).

    Aumento do perodo de escolaridade obrigatria.

    Aumento da esperana de vida escolar.

    Melhoria do nvel de vida.

    Maior aspirao mobilidade social ascendente.

    Aumento da diviso do trabalho: necessidade de especializao.

  • 3535

    O crescimento da populao escolar no ensino secundrio e superiordeve-se a fenmenos de natureza social, sugerindo maior procura de bens culturais.

    O estatuto scio-econmico da famlia um factor de sucesso escolar dos filhos () s uma minoria de crianas pertencentes aos meios scio-econmicos menos favorecidos acede a certo nvel de estudos. () o estatuto scio-econmico da famlia [] considerado o melhor prognstico do progresso escolar. (Rocher)

    Cada profisso exige aptides particulares e conhecimentos especiais que obrigam a uma maior especializao. (Durkheim)

    educao cabe o papel de estabelecer um equilbrio entre a cincia e a tecnologia (meios) e os valores que constituem a finalidade da vida e da aco humana.

  • 3636

    Incapacidade dos mercados de trabalho em assegurar ocupao laboral imediata e duradoura populao jovem.

    Alternativas:Prosseguimento dos estudos (ocupao).Formao contnua.

    AS FUNES DA EDUCAO(Segundo Cabanas)

    1- Residual - noes, ensinamentos bsicos, capacidades, atitudes, ideias e valores.

    2- Coordenao - no duplique os ensinamentos veiculados pelas outras instituies sociais.

  • 3737

    As expectativas que cada um de ns tem da escola so elaboradas a partir de um certo nmero de modelos culturais e de experincias. Da que no haja concordncia na construo de uma tipologia das funes da educao. Cada uma das propostas tem por base um determinado contexto econmico, poltico e social.

    Cada sociedade impe aos seus membros um sistema de educao. (Durkheim)

    Uma das primeiras funes da escola e da educao preparar o indivduo para se integrar no grupo: socializao. Esta, segundo Cabanas, depende de cinco factores:1- Desenvolvimento do pas;

    2- Disponibilidades econmicas;

    3- Nvel cultural;

    4- Procura social;

    5- Interesse poltico.

  • 3838

    As funes da educao divergem consoante as diferentes escolas de pensamento sociolgico.

    Socializadora Personalizadora

    Capacitao profissional

    Mudana social Econmica

    Poltica

    Seleco social

    Para alm da escola e da famlia, o grupo de colegas e os meios de comunicao social so agentes educativos que:permitem criar uma viso da realidade social na gerao seguinte, a qual pode ou no estar em consonncia com a dos adultos. (desvios de critrios)

  • 3939

    O processo educativo na escola encontra-se condicionado:

    Caractersticas individuais dos alunos;Traos do professor;Organizao da prpria escola;Meio familiar de origem.

    Funo personalizadora: Desenvolvimento das capacidades de reflexo crtica (dificultada pelos padres educativos extremamente rgidos e standartizados).

    Funo de capacitao profissional: preparao do indivduo para a vida activa.

    Funo de mudana social: difcil promover a inovao sem originar a ruptura.

    Funo econmica: adaptao dos currculos s necessidades sugeridas pelo mundo empresarial. Esta adaptao no tem sido possvel.

  • 4040

    Funo poltica: o sistema poltico cria mecanismos de superviso, por via oramental, administrativa e pedaggica. H uma aco de controle social.

    Funo de seleco social: aos separar os bons dos maus alunos, a escola agrava as desigualdades sociais, econmicas e culturais de que os alunos so portadores quando ingressam no sistema de ensino.

    A seleco escolar pe em causa os esforos de democratizao do ensino e o processo de mobilidade social pois faz a manuteno e legitima a sociedade em classes e grupos sociais.

    Ao decalcar as mesmas condies culturais, mediante a seleco, a escola perpetua a realidade social.

  • 4141

    Apesar da unificao dos estudos e do prolongamento da escolaridade bsica [] as dificuldades mais do que a resolver-se, acentuam-se, mostrando assim o fracasso da democratizao do ensino. (Loureiro)

    Embora acolhendo um nmero cada vez maior de cidados a escola no teve em considerao as suas diferenas; surgiram entraves massificao escolar:

    Desarticulao dos programas;Degradao do estatuto do professor;Falta de articulao com as especificidades locais e regionais.

  • 4242

    SocializaSocializao e desenvolvimento econo e desenvolvimento econmico e socialmico e social

    A socializao uma das funes primordiais da escola, na qual adjuvada por outros agentes:FamliaMeios de comunicao socialGrupos de colegas e de amigos

    Cada um, a seu modo, promove a aprendizagem de papis e de valores que favorecem a integrao do indivduo no tecido social.

  • 4343

    A heterogeneidade dos grupos sociais e a herana cultural dos alunos constitui um dos factores de diferenciao nas escolas.

    Para Arroteia, a escola devia:1 - Descobrir as aptides individuais2 - garantir a superao das diferenas

    A sociedade de massas alterou os papis e as funes da famlia, nomeadamente a sua dimenso.

    A relao entre os diversos agentes de socializao nem sempre idntica aos valores da famlia, dando assim origem a desajustes.

    Alterou-se o predomnio da famlia em certos domnios da socializao das crianas.

  • 4444

    Escola e sociedade

    Alteraram-se as funes da instituio escolar:

    Os meios de comunicao social passaram a desempenhar no suma funo complementar, mas tambm concorrente.

    Contudo, a instituio escolar continua a manter atributos especficos das organizaes de carcter pedaggico:

    Modo de funcionamento;Partilha dos tempos lectivos;Diferenciao de nveis de ensino e grupos etrios.

  • 4545

    cada vez maior a articulao entre a educao formal e a no formal e informal (paralela).

    Educao formal contedos includos nos programas e avaliados.

    Educao no formal actividades opcionais desenvolvidas fora da escola.

    Educao informal sem finalidades pedaggicas, veiculada pelos mais diversos meios (educao paralela). Aglutina todos os conhecimentos que o indivduo vai adquirindo ao longo da sua vida.

    A coexistncia destes diversos tipos de educao pe em causa as funes tradicionais da prpria escola enquanto agente primeiro de transmisso do saber.

  • 4646

    A populao que frequenta a escola (rea envolvente) transporta para o seu interior um conjunto de valores e de tradies culturais e leva para o exterior ensinamentos.

    A escola mantm-se sujeita a um grande nmero de presses internas e externas as quais reduzem a sua eficcia e poder de interveno.

    Espera-se que a escola assegure conhecimentos indispensveis para a estabilidade social.

    A educao um fenmeno social.A educao um fenmeno econmico (preparao para a vida activa utilidade na qual as sociedades baseiam o seu progresso).

    A educao um factor de investimento.